Revista Mais DIESEL 42

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MAIS DIESEL # 42 ANO 7 2011

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A REVISTA DO PROFISSIONAL DO SETOR

R$ 11,50

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TELEMETRIA PROPORCIONA EFICIÊNCIA AO SERVIÇO DE TRANSPORTE ESTADOS BRASILEIROS PREPARAM INSPEÇÃO AMBIENTAL EM 2012

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Nova linha F da Volvo está mais potente e pronta para a fase P7 do Conama

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diretor geral Ricardo Carvalho Cruz rccruz@novomeio.com.br diretor de redação Claudio Milan claudio@novomeio.com.br diretor comercial Paulo Roberto de Oliveira paulo@novomeio.com.br FALE COM A GENTE nosso endereço Rua São Tomé, 119 - 11º e 12º andares Vila Olímpia 04551-080 - São Paulo - SP Fone/Fax: (11) 3089-0155 Redação Dúvidas, críticas e sugestões a respeito das informações editoriais publicadas na revista. Envie releases com os lançamentos de sua empresa e notícias que merecem ser divulgadas ao mercado. jornalismo@novomeio.com.br Fone: (11) 3089-0164 Notícias Receba diariamente por e-mail as últimas notícias sobre o mercado automotivo. Cadastre-se para receber o novomeio by mail em nosso site: www.novomeio.com.br Publicidade Anuncie na Mais Diesel e tenha sua mensagem divulgada na única publicação do mercado dirigida aos empresários da elite da reparação automotiva. comercial@novomeio.com.br Fone: (11) 3089-0176 Marketing Vincule sua marca aos projetos e eventos mais criativos e importantes do mercado de autopeças e reposição. Informe-se sobre reprints das reportagens publicadas na revista. marketing@novomeio.com.br Fone: (11) 3089-0159 Assinatura Assine a Mais Diesel e receba em primeira mão informações sobre a evolução do mercado brasileiro de reparação e conheça ferramentas para garantir o crescimento de sua empresa. Receba os números atrasados para completar a sua coleção. assinatura@novomeio.com.br Capital e Grande São Paulo Fones: (11) 3089-0153 Interior SP e outros estados 0800 55 6247 Recursos humanos Venha trabalhar com a gente e encontre espaço para mostrar seu talento. curriculos@novomeio.com.br Fone/Fax: (11) 3089-0185

A revista Mais DIESEL é uma publicação bimestral da Editora Novo Meio Ltda., de circulação dirigida aos profissionais do segmento de manutenção de veículos pesados para contribuir com o desenvolvimento do setor. diretor responsável Ricardo Carvalho Cruz redação jornalismo@novomeio.com.br editor Claudio Milan repórteres Larissa Andrade e Patrícia Malta de Alencar colaboração Perla Rossetti editoração artes@novomeio.com.br projeto gráfico e direção de arte Sérgio Parise Jr. designer gráfico Ivan Ordonha assistente de arte Priscila Wu publicidade comercial@novomeio.com.br diretor Paulo Roberto de Oliveira executivo de negócios Evandro Jorge - Joca representação comercial Rafael Cury Bergamini ME marketing marketing@novomeio.com.br assistente Claudia Paulino estagiária Alessandra Siqueira assinaturas assinatura@novomeio.com.br tecnologia heraclito@novomeio.com.br Heráclito Kunzendorff jornalista responsável Claudio Milan (MTb 22.834) Os anúncios aqui publicados são de responsabilidade exclusiva dos anunciantes, inclusive com relação à qualidade e veracidade. As matérias assinadas são de responsabilidade dos autores.

Apoios institucionais:

AUDITADO PELO INSTITUTO VERIFICADOR DE CIRCULAÇÃO

DIESEL AO LEITOR

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MERCADO EM MUTAÇÃO Por Claudio Milan claudio@novomeio.com.br

Está se aproximando o início da vigência da fase P7 do Conama, equivalente à Euro 5. A partir de janeiro de 2012, os limites da emissão de poluentes pelos veículos diesel que saírem das linhas de montagem no Brasil ficarão ainda mais estreitos. A nova etapa na cruzada contra a poluição veicular terá impactos significativos. Primeiro, na tecnologia dos veículos. Alternando entre EGR (Exhausted Gas Recirculation) e SCR (Selective Catalysis Reduction), as montadoras já trabalham com força total no lançamento de caminhões e ônibus adequados às rígidas exigências que vêm aí – veja nesta edição os últimos veículos apresentados no Brasil. Outra consequência da crescente complexidade dos sistemas automotivos é a expansão das montadoras e suas concessionárias nos processos, procedimentos e até na gestão da manutenção dos veículos, seja preventiva, seja ela corretiva. Este fenômeno tem sido acompanhado com atenção e destaque pela Mais Diesel ao longo dos últimos anos. A premissa é simples: quanto mais sofisticado um sistema eletrônico, mais difícil e cara sua manutenção. Para cuidar destes carros, hoje, é preciso investir em profunda qualificação da mão de obra e equipamentos de última geração para realizar, por exemplo, o diagnóstico dos defeitos. Tudo isso custa muito dinheiro e nada disso faz parte do chamado core business das empresas de transporte. Se no passado os sistemas mecânicos mudavam pouco e ferramentas relativamente básicas davam conta do recado por anos, agora a estrutura de manutenção é muito mais sofisticada. É por isso que, cada vez mais, os frotistas estão amarrando estes serviços às montadoras. Já mostramos aqui em diferentes oportunidades a expansão dos contratos de manutenção. Agora, trazemos em nossa reportagem de capa outra solução em crescimento: a presença dos mecânicos das concessionárias dentro das oficinas das próprias frotas. Para certos segmentos e certas empresas, essa modalidade não é nova. Para certas montadoras, é uma iniciativa que começa agora com perspectivas de grande expansão. O mercado independente de manutenção deve acompanhar com muita atenção esse movimento, que parece ser irreversível. Talvez as mesmas soluções apresentadas hoje pelas montadoras possam ser customizadas para as empresas do aftermarket. Por que não estudar a possibilidade de estabelecer contratos de manutenção e levar as equipes para dentro das garagens dos clientes? Qualquer que seja a resposta, fica o convite à reflexão. Buscar alternativas para preservar a participação das empresas independentes no mercado de manutenção de caminhões e ônibus hoje não é apenas uma urgência. É uma questão de sobrevivência.

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DIESEL SUMÁRIO

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08 MAIS ESSA Notícias, novidades e informações do mercado, além dos últimos lançamentos em produtos e serviços.

14 TECNOLOGIA Telemetria veicular é a maior aliada dos dispositivos de segurança e rastreamento e da diagnose embarcada.

20 LEGISLAÇÃO

capa Ivan Ordonha

Transportador tem responsabilidade civil, criminal e administrativa sobre acidentes poluidores e multas são altas.

CAPA

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Cada vez mais forte no mercado de manutenção de veículos diesel, montadoras fortalecem presença dentro das oficinas das transportadoras e ampliam leque de soluções aos gestores das frotas.

26 REPARAÇÃO Projeto do Sebrae reúne oficinas de pesados de Santa Catarina para aprimoramento de gestão e capacitação de equipes.

36 FINANCIAMENTO Mercado se mobiliza para revitalizar Moderfrota, programa que perdeu espaço para o PSI do Finame.

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40 LANÇAMENTO Nova linha de ônibus Volksbus chega com motores MAN, Cummins e pronta para o P7 do Conama.

48 LANÇAMENTO Chassi B270F com motor dianteiro marca primeira investida da Volvo no segmento de ônibus semipesado 4x2.

50 CAPACITAÇÃO

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MERCADO

Com 26 concessionárias em operação, Sinotruk é a primeira montadora chinesa vendendo caminhões no Brasil.

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LANÇAMENTO

Novo centro de treinamento da MAN põe reparadores em contato direto com as avançadas tecnologias atuais.

52 EQUIPAMENTOS Scanners tornam-se ferramentas obrigatórias para o diagnóstico de defeitos nos sistemas eletrônicos veiculares.

54 INSPEÇÃO Estados brasileiros apresentam seus planos para controlar e reduzir os poluentes emitidos pelos escapamentos.

Volvo apresenta linha F de caminhões equipada com a tecnologia SCR para atender à fase P7 do Proconve.

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ÔNIBUS PARA CRICIÚMA

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A Scania vendeu 19 unidades do chassi K230 4x2 para a cidade de Criciúma (SC). A negociação faz parte do programa de renovação da frota de ônibus para o principal corredor do município, com oito quilômetros de extensão. Os veículos são equipados com motores de 9 litros, 230 cv de potência e torque de 1.050 Nm. Com 13,40 metros de comprimento, oferecem capacidade para 33 passageiros sentados. São equipados com transmissão automática, suspensão pneumática, freio eletrônico EBS, ABS e controle de tração.

PRAZO CUMPRIDO A transportadora de carga e logística Rápido 900 recebeu o Prêmio Atendimento e Cumprimento de Prazo de Entrega e Garantia de HSE, na categoria Pontualidade. Este prêmio é concedido pela Petronas e os participantes são julgados nas categorias pontualidade de entregas. A Rápido 900 trabalha para a Petronas desde 2004, transportando óleo lubrificante com origem de sua fábrica em Contagem (MG).

CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL Cidade catarinense recebe 19 unidades do modelo K230 4x2

PRODUÇÃO AMPLIADA A MWM International está expandindo a linha de produção dos motores MaxxForce 4.8H e 7.2H, que fica no bairro paulistano de Santo Amaro, com investimentos que atingirão US$ 76 milhões. Estão sendo adquiridas novas linhas de usinagem de blocos, cabeçotes, além da implantação de alta tecnologia na linha de montagem para atender a demanda para os motores Euro 5. Um dos principais diferenciais é o Common Tracking System, sistema desenvolvido pela empresa para monitorar o processo produtivo com o objetivo de prevenir falhas, além de armazenar todos os dados necessários para a total rastreabilidade do processo e dos componentes. Outros destaques são o SIVE – Sistema de Inspeção Visual Eletrônico, a “Sala Branca” e a Matriz Eletrônica de Habilidades. A capacidade instalada da linha, e de produção do MaxxForce 4.8H e 7.2H, que é de 40 mil motores por ano, saltará para 64 mil após a conclusão do projeto.

A MAN Latin America vai investir na capacitação de profissionais portadores de deficiência. A empresa selecionou 22 jovens para trabalhar em suas operações e arcará com os estudos necessários para a formação acadêmica desses colaboradores. A ação está inserida no programa Novos Horizontes. A contratação de pessoas portadoras de deficiência é

obrigatória por lei, mas a falta de mão de obra qualificada muitas vezes cria barreiras ao atendimento da norma. Segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego relativos a 2010, dos 306 mil empregos ocupados por esses profissionais, 121 mil concluíram o ensino médio, seguido por 41 mil com nível fundamental. Apenas 37 mil têm diploma universitário.

Programa Novos Horizontes irá contratar profissionais portadores de deficiência e custear sua formação acadêmica

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PRÊMIO DE SUSTENTABILIDADE

O Projeto do Ônibus Brasileiro Movido a Hidrogênio, coordenado pela EMTU/SP (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos), conquistou em Curitiba (PR) o troféu de “Melhor Projeto Urbanístico voltado à Sustentabilidade Socioambiental” na categoria “Elaboração de Projetos” do “Prêmio 5 de Junho”. O prêmio é dedicado ao reconhecimento e valorização das ações socioambientais e foi criado pelo Instituto Negócios Públicos, sediado na capital paranaense, com o objetivo de reconhecer e valorizar ações socioambientais. O ônibus a hidrogênio está em operação desde dezembro de 2010 no Corredor Metropolitano ABD (São Mateus–Jabaquara).

ADITIVO CATALÍTICO A Rhodia recebeu o Prêmio Pierre Potier 2011 na categoria “Inovação em química para apoio ao desenvolvimento sustentável” por desenvolver o produto Eolys Powerflex, um aditivo catalisador para filtros de partículas já utilizado por 1,5 milhão de veículos movidos a diesel na Europa. O produto foi lançado em dezembro de 2009 para ajudar as montadoras a reduzir o impacto ambiental dos seus veículos. Quando adicionado ao diesel ou biodiesel, permite que o filtro de partículas funcione de forma mais eficaz. Esta tecnologia torna possível eliminar mais de 99% das partículas de fuligem de carbono liberadas pelos veículos diesel.

FAMÍLIA FRIGORÍFICA

Linha R da Randon chega à família frigorífica

Chegou ao mercado o Frigorífico Randon Linha R. A Linha R já estava presente na Família Graneleira e no Sider. “A família frigorífica atende os projetos para toda a logística do transporte de cargas frigorificadas, com um portfólio que engloba o semirreboque para 26 a 30 pallets, o rodotrem e o bitrem 9 eixos para o transporte de 46

PEÇAS DE A Scania anunciou a construção de um novo centro de distribuição de peças para a América Latina na cidade paulista de Vinhedo, localizada entre Jundiaí e Campinas e posicionada entre as principais rodovias do país. Segundo a montadora, a mudança de local das operações de logística de peças oferecerá melhor qualidade no serviço aos clientes da marca sueca, reduzindo o tempo de entrega dos produtos e otimizando custos de distribuição. O centro logístico terá 16.000 m2, o dobro da capacidade se comparado ao atual, localizado na cidade de São Bernardo. “Vamos

e 48 pallets”, destaca o diretor executivo da Randon S.A., Norberto Fabris. Entre as inovações implementadas, destaque para revestimento externo em duralumínio frisado e pré-pintado, revestimento interno em fibra de vidro, piso em alumínio perfil “T” com altura de 32 mm, portas traseiras injetadas em fibra e suspensão de bitola larga.

REPOSIÇÃO

ampliar nossas operações de distribuição acompanhando o atual crescimento do setor. Após amplos estudos, a escolha da cidade de Vinhedo se mostrou a melhor opção para o novo projeto”, afirma Cesar Giaconi, gerente-executivo de Logística de Peças da Scania. A previsão é de que as operações sejam transferidas gradualmente de São Bernardo do Campo para Vinhedo no decorrer de 2012 e finalizadas em 2013. Giaconi diz que novo CD de peças acompanha crescimento do setor

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MILÉSIMO CAMINHÃO

TURBINADO

GÁS

ELEMENTOS FILTRANTES

Com o emplacamento do veículo 710, MBB, a frota de caminhões da Braspress ultrapassou a marca de 1.000 unidades. O veículo tem placa DSV 1000 – final de chassis 775577 – em referência ao ano de fundação da Organização, 1977. “É com muito orgulho que atingimos essa marca e de acordo com o nosso Plano Anual, vamos continuar a cada ano renovando e ampliando nossa frota que tem idade média de 2,5 anos, a frota mais jovem

do transporte rodoviário de cargas”, diz Urubatan Helou, diretor-presidente da Braspress. “A renovação da frota não é importante apenas para o transporte rodoviário, é importante para o Brasil, pois cerca de 37 mil pessoas morrem por ano em acidentes; e uma parcela substancial da responsabilidade dessas mortes é pelo envelhecimento dos caminhões, que ultrapassam os 30 anos de uso”, acrescenta o executivo.

A Mann+Hummel traz ao mercado o Tubo Helix, um novo conceito para elementos filtrantes do ar no segmento de pesados. O produto reduz a geração de sucata durante o processo de fabricação dos elementos filtrantes do ar. O novo elemento é concebido por tubos centrais e carcaças, em que o uso de matéria-prima é otimizado por meio de um processo capaz de alongar a chapa de metal e, ao mesmo tempo, efetuar o fechamento em formato de um espiral. “Com esse processo, o

A Honeywell Turbo Technologies produzirá o primeiro turbo Garrett desenvolvido para o motor Cursor 8, movido a gás natural. A empresa demorou apenas 12 semanas para atender à encomenda da Fiat Powertrain Technologies da Itália. Nos testes, o novo componente apresentou

Braspress comemora a marca de 1.000 unidades na frota

ganho ambiental é expressivo, pois substituímos o material perfurado por um sistema que elimina o desperdício durante a produção de tubos e carcaças para elementos filtrantes do ar”, afirma Markus Wolf, presidente da Mann+Hummel Brasil. Em comparação aos filtros que não utilizam essa tecnologia, pode ser notada uma diferença visual. Ao invés de furos, a chapa de aço possui o aspecto de uma rede metálica, com reforço espiral, o que garante 100% de resistência mecânica.

redução de 15% de emissões de CO2 (dióxido de carbono) e de 80% de NOx (óxidos de nitrogênio) e de CO (monóxido de carbono). Outros benefícios foram a economia de combustível e o menor nível de ruído, em torno de 50% em relação a motores movidos a diesel.

ETANOL NAS RUAS A Scania vendeu mais dez ônibus a etanol para a cidade de São Paulo. Os veículos serão operados pela Tupi Transportes. “Já existem conversas bem adiantadas com outras capitais, como Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Recife. É um novo segmento de transporte sustentável que começa a se consolidar no país”, afirma Wilson Pereira, gerente executivo de Vendas de Ônibus da Scania Brasil. As unidades são do modelo K270 6x2, que possui 15 metros de extensão e é equipado com motorização da terceira geração da tecnologia etanol da Scania. Os veículos vão se juntar aos 50 primeiros ônibus a etanol da cidade, recentemente entregues à Viação Metropolitana de São Paulo. Todos eles já atendem à fase P7 do Proconve, equivalente à Euro 5, que entra em vigor em janeiro do ano que vem. A Prefeitura da capital paulista pretende substituir, até o final de 2018, toda a sua frota de 15 mil ônibus urbanos por veículos movidos a combustíveis renováveis.

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DIESEL MAIS ESSA

FLOR DA Cientistas da Universidade de Müster, na Alemanha, descobriram que o látex da flor dente-deleão produz uma borracha com a mesma qualidade oferecida pela seiva da seringueira. A Continental, fabricante de pneus, integra o consórcio de institutos de pesquisas e parceiros industriais que estão dando continuidade às descobertas iniciadas pela universidade alemã de forma a tornar essa ideia uma realidade para o mercado. É uma alternativa para a borracha natural tradicional. Extraída principalmente no sudeste da Ásia, a seiva da seringueira tem uma procura maior do que a sua oferta, refletindo nos custos de produção. Além disso, a seringueira está ameaçada pela contaminação de fungos. A borracha natural é uma opção à utilização de uma fonte não renovável, como o petróleo,

BORRACHA

Dente-de-leão é alternativa à seringueira na produção de borracha

empregado na fabricação da borracha sintética. Segundo os pesquisadores, futuramente, cerca de 10% da demanda alemã de borracha poderia ser suprida pelo

EXPANSÃO DOS HÍBRIDOS A empresa norueguesa Nobina adquiriu 91 ônibus Volvo, sendo 32 híbridos, para suas operações no norte do país. A Volvo Buses já

recebeu encomendas de mais de 300 ônibus híbridos e os primeiros se encontram em operação há mais de um ano e meio.

Noruega terá 32 novos ônibus híbridos Volvo

dente-de-leão, que tem um período de crescimento de apenas um ano, da semeação até a colheita, contra os cinco a sete exigidos para o cultivo da borracha tradicional.

CRIMINALIDADE EM QUEDA Levantamento da Tracker do Brasil, empresa de rastreamento e localização de veículos, revela que o índice de roubo e furto de veículos caiu 15,2% no último ano. No segundo trimestre de 2011 foram registradas 757 ocorrências, contra 893 no mesmo período de 2010. A queda mais representativa foi na categoria veículos pesados, com redução de 59% nos eventos. De abril a junho de 2011, foram 68 chamados. No mesmo período de 2010, o número chegou a 166. “Essa redução é, sem dúvida, resultado do investimento que as empresas de carga e transporte fizeram nos últimos anos em sua frota. Alguns caminhões possuem mais de uma tecnologia para prevenir roubo e furto, além de monitorar o veículo. Quando ele sai da rota, as equipes de pronta resposta são acionadas e imediatamente iniciam o trabalho de busca”, explica o presidente da Tracker do Brasil, François Barnier.

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DIESEL TECNOLOGIA

SEGURANÇA, LOGÍSTICA e dirigibilidade CONTROLE REMOTO DAS CONDIÇÕES DO VEÍCULO POR MEIO DA TELEMETRIA PERMITE APERFEIÇOAR O SERVIÇO DE TRANSPORTE DE CARGAS, TRAZENDO ECONOMIA PARA O TRANSPORTADOR E PARA OS ELOS SUBSEQUENTES DA CADEIA

Com o início da vigência da

Resolução nº 245/07 do Contran, que obriga a inclusão de dispositivos antifurto com bloqueio autônomo e remoto e localizador em todos os veículos novos, de janeiro a agosto de 2012, bem como com o advento da fase P7 do Proconve, que obrigará os veículos a diesel a possuir tecnologia de diagnose embarcada (OBD) a partir também do próximo ano, a Mais Diesel retoma a discussão sobre o que vem sendo feito na área da eletroeletrônica aplicada à mobilidade e quais as novidades que surgiram trazendo benefícios para Por Patrícia Malta de Alencar patricia@novomeio.com.br o transporte de cargas. Fotos Divulgação

A tecnologia da telemetria, a despeito de não estar regulada em lei, com certeza é o destaque. E é a maior aliada dos dispositivos de segurança e rastreamento e da diagnose embarcada. Os sistemas mais modernos já reúnem em um só equipamento e software a possibilidade de gerir o risco, a frota e a dirigibilidade dos motoristas. Espera-se que, no futuro, o OBD seja integrado ao sistema também. A telemetria funciona como um controle remoto de tudo o que acontece em um veículo, em tempo real ou pelo histórico armazenado. Com isso, frotistas e transportadores podem orientar e exigir dos motoristas o atendimento dos parâmetros de dirigibilidade estabelecidos pela empresa quanto à forma de conduzir, bem como antecipar

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problemas e fornecer subsídios com mais agilidade, seja indicando ao motorista uma falha em potencial ou uma loja na cidade mais próxima para a troca de uma peça. Garantindo um desempenho perfeito do motorista e do veículo, diminuem-se os gastos com combustível e reparação, proporcionando uma boa economia, que é, enfim, o que todos querem.

ATRIBUTOS Para ter acesso às informações do veículo é preciso fazer um sensoriamento, que, segundo explica Romeu Costa, diretor de telemetria da Gristec, a Associação Brasileira das Empresas de Gerenciamento de Risco e de Tecnologia de Rastreamento e Monitoramento, antigamente era feito individualmente e, hoje, com a eletrônica veicular avançada, é só conectar o sensor ao sistema do veículo. “Se eu quero saber se o motorista está freando muito, vou à cebolinha e tiro de lá a informação”, diz o diretor. A cada dia, mais sensores são conectados permitindo saber desde se o motorista freou bruscamente em uma curva perigosa até o exato volume de

combustível no tanque. É possível medir acelerações inadequadas, rotações excessivas, freadas bruscas, inclinações em curvas, condução na banguela (velocidade alta e giro baixo indica que a marcha não está engatada), checar dados do hodômetro, comparar a velocidade utilizada na chuva, na curva, na marcha ré, checar o desgaste de peças como roldanas, eixos e rolamentos. Com essas informoções, como a quantidade e intensidade de frenagens, acelerações excessivas, rotações por minuto e troca de marchas, sabe-se que ocorrerá uma diminuição ou aumento da vida útil do motor, dos sistemas de freios, arrefecimento, alimentação e demais peças que sofrem desgaste com o uso. Esse é o principal motivo para se conhecer como o motorista dirige o veículo da empresa. Com a diminuição das acelerações e freadas bruscas, do excesso de velocidade e da rotação acima do permitido, reduz-se também o consumo de combustível. Para fazer uso da tecnologia é preciso instalar um computador de bordo no veículo, vinculado ao sensoriamento dos mecanismos que se pretende monitorar; uma antena que transmitirá os dados captados e gravados no sistema embarcado para uma base ou para um site hospedado na internet via radiofrequência ou GSM – a rede de telefonia celular –; e um software

ELETROELETRÔNICA A SERVIÇO Através da eletrônica veicular também é possível preservar o meio ambiente. É isso o que faz o sistema OBD (On Board Diagnostics), que aliado ao aditivo Arla 32 permitirá aos veículos a diesel controlar a emissão de poluentes com diagnose e correção automática dos gases antes da sua emissão pelo escapamento dos veículos. Uma vez que a poluição gerada pelo transporte é principalmente devida à falta de manutenção da frota, o OBD tem como objetivo garantir que os veículos,

Romeu Costa, da Gristec

que decodificará os dados em informações e relatórios, mostrando o que está dentro e fora dos parâmetros estabelecidos. O sistema permite um melhor gerenciamento da frota. Isso quer dizer que uma concessionária, por exemplo, pode alertar seu cliente sobre os prazos da garantia, de acordo com a quilometragem acumulada do veículo. Os frotistas podem prever a necessidade de reparação. O gerenciador da frota poderá antecipar ou postergar o serviço, levando em conta a condição real do veículo, o tipo de carga que é nele transportada, a rota percorrida e a dirigibi-

DO MEIO AMBIENTE

durante toda a sua vida útil, emitam o mesmo nível de poluentes que emitiam quando eram novos, acabando com o problema de altas emissões para veículos antigos e mal cuidados. Se houver incremento nos níveis de poluentes gerados na combustão, é acionada a lâmpada LIM (lâmpada indicadora de mau funcionamento) ou um alarme sonoro, alertando o operador que o motor necessita de reparo, como, por exemplo, o enchimento do tanque do aditivo. O

sistema então emite um Diagnostic Trouble Code (DTC) que identifica o problema. Se o alarme for acionado e o condutor não fizer a reparação do problema dentro de um período de tolerância, o sistema reduz o torque do veículo. Por motivos de segurança, porém, o torque derating só acontece com o veículo desligado. Isso quer dizer que, se o motorista for negligente, quando fizer uma parada, perderá a potência e não conseguirá seguir viagem até solucioná-lo.

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TELEMETRIA DE FÁBRICA Poucas montadoras trabalham com o sistema de rastreamento e telemetria saindo de fábrica. Para Romeu Costa, diretor da Gristec, a preocupação de isso acontecer é se eles não forem multimarcas. “Uma empresa que tem mais de um caminhão [de montadoras diferentes], terá que ter dois softwares ou duas empresas contratadas”. São discussões que ficarão mais para frente, quando o sistema tiver penetração maior. Por ora, com certeza é um atrativo para o cliente. Apuramos junto às principais montadoras o que elas têm feito no uso dessa tecnologia. A MAN Latin America foi quem saiu na frente nesse mercado e trabalha desde 2007 com o chamado

VolksNet; e a Iveco lançou há cerca de um ano o seu Frota Fácil. A Scania, a Ford e a Volvo afirmaram possuir sistemas de telemetria, mas nenhuma delas pôde divulgar informações à imprensa no momento.

PIONEIRISMO Na MAN, todos os veículos VW 19.370E, 25.370E e 26.370 saem de fábrica com o VolksNet instalado e ativado por 90 dias gratuitamente. Segundo Volney Macchini, supervisor de Atendimento a Frotistas da MAN, o principal motivo para investir em telemetria é acompanhar o desempenho do motorista na condução econômica do veícu-

lo. Quem faz a leitura da informação capturada é o próprio cliente, que tem à disposição um portal em que acessa os dados coletados em tempo real, além de poder imprimir relatórios com o histórico. Macchini explica que o Volksnet é um rastreador e computador de bordo. Então, além de focar em segurança, permitindo localizar o veículo e bloqueá-lo, agrega funções voltadas ao controle da dirigibilidade do motorista. No veículo, é instalado um teclado de comunicação entre o motorista, a transportadora e a central de treinamento, por onde podem ser trocadas mensagens. Para fins de gestão, o software permite ainda ter uma relação de todos os

A Iveco possui dois canais de oferta para o Frota Fácil, para pequenos e grandes frotistas

• Instalação do software no computador pessoal • Ao fim de cada viagem,

O módulo eletrônico recebe

conexão do cabo USB no

diariamente da centralina

painel e transferência dos

a telemetria do caminhão,

dados para o computador

enquanto o posicionamento do veículo é monitorado pela antena GPS

Todas as informações são enviadas às empresas de rastreamento via antena de comunicação celular (GPRS)

Instalação do módulo Frota Fácil no caminhão Instalação do SIMCARD pela rastreadora no módulo Frota Fácil no caminhão

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veículos cadastrados, a jornada de trabalho diária dos motoristas, a data de vencimento das suas CNHs, do seguro dos veículos, a relação de paradas, tempo de permanência, entregas realizadas, distância percorrida, velocidade média, horas trabalhadas, etc. O equipamento também está preparado para ser integrado a acessórios como leitor de código de barras ou de cartão de crédito.

MULTIMARCAS Na Iveco, o Frota Fácil é um produto de série nos modelos Cursor e Stralis NR 380, 410 e 460. Desenvolvido no Brasil, o produto contempla o módulo eletrônico embarcado e os sistemas de transmissão de dados via rádio e comunicação celular. “A engenharia investiu cerca de R$ 3 milhões para o desenvolvimento do Frota Fácil e foi tudo feito aqui no Brasil, pelo Centro de Desenvolvimento de Produtos, em Sete Lagoas (MG)”, afirma a gerente de Marketing de Produto, Cristiane Nunes. “Oferecemos dois canais de oferta. Um para o autônomo ou pequeno frotista, que baixará as informações de telemetria através de uma porta USB no painel do caminhão. A outra é para o cliente que tem uma prestadora de

lidade do motorista, otimizando o investimento que antes era realizado somente de acordo com a quilometragem. O gestor da frota pode, ainda, melhorar o trabalho dos motoristas, cobrando os mais displicentes e premiando os mais corretos.

MONITORAMENTO Para o motorista que está dirigindo, a informação de falha no motor ou na condução, de acordo com os requisitos esta-

serviço. Fizemos parceria com os três maiores provedores, de início, que são a Autotrac, Sascar e Trucks Control”. Os principais diferenciais do produto são o equipamento sair de fábrica integrado ao caminhão, evitando a necessidade de adaptação com chicotes elétricos e outros componentes; e a independência em relação aos provedores. O cliente pode escolher quem vai gerenciar as informações, desde que seja um dos parceiros da Iveco, o que o permite traba-

lhar com mais de uma empresa. Segundo a gerente, a opção de trabalhar com um software aberto é uma resposta à demanda dos seus próprios clientes e ainda traz outra vantagem. “Ninguém tem um sistema aberto no mercado, somos os únicos. Sem isso, você não consegue todas as informações de telemetria. Pode mexer em chicotes, fazer adaptações, mas não conseguirá tirar todas as informações da CAM, nem com tanta precisão”.

Cristiane Nunes, gerente de Marketing de Produto da Iveco

belecidos e contratados pela empresa, lhe é remetida instantaneamente, por códigos de comunicação como luzes, bips ou rádio. “É como se o motorista tivesse um supervisor a seu lado. Você pode avisá-lo ou ao gerenciador da frota sobre a iminência de um problema de entupimento de bomba ou de filtro, por exemplo. Telemetria é por essência educativa, a punição é exceção”, afirma Costa. Cada cliente define o que gostaria de controlar. A empresa pode solicitar aos mo-

toristas que dirijam na faixa econômica, para diminuir o consumo de combustível. Na central, observa a velocidade e as RPM para checar se a orientação é de fato respeitada. Mas é importante que o motorista seja avisado sobre o controle das informações que a empresa detém, para não parecer que está sendo meramente fiscalizado. Todo o sistema pode ser personalizado, o que amplia seu alcance junto ao mercado de transporte. “Quando eu implanto um projeto, parametrizo o sistema e

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DIESEL TECNOLOGIA vou medindo. Alguns motoristas têm melhor desempenho que outros, então pego os piores e treino. Com a melhora, posso reparametrizar para uma versão mais rigorosa”, explica Costa. Os limites também podem ser pensados considerando-se o tipo de carga, a condição das estradas no trajeto a ser percorrido, a condição climática em determinada região ou época, etc. Para a Sascar, que desde 2008 trabalha com o SasTM, a personalização ainda é subutilizada: “O SasTM pode ser customizado, mas essa demanda não tem sido tão grande”, afirma Marcio Luzardo Webber, diretor de Produtos e Mercado da empresa.

ABRANGÊNCIA Quem recebe e analisa a informação capturada na condução do veículo pode ser tanto a empresa contratada quanto a contratante. A Blue Tec, que tem Costa à frente e é uma das marcas da Sascar, fornece os softwares para o próprio cliente ler seus relatórios ou fornece o serviço de analistas que fazem a leitura para ele. O SasTM, da mesma forma, analisa ou oferece cursos para que os dados fornecidos sejam bem analisados pelo próprio cliente. A demanda maior pela tecnologia é do embarcador, segundo o diretor da Gristec. “Clientes como Vale, Votorantim, Petrobras, mas, principalmente, mineradoras e construtoras, que trabalham em condições de muita dificuldade”. A exigência é feita no contrato com a transportadora. “Mas a telemetria se presta para qualquer

tipo de veículo”, ressalta. O SasTM, inicialmente, era dirigido a veículos pesados, depois foi direcionado também aos semipesados e, hoje, atende até veículos leves de frotistas. A tecnologia está a cada dia mais acessível e evoluída, principalmente na forma de transmissão dos dados. Do cartão de memória, que era inserido no próprio aparelho, à radiofrequência ou GSM. “Mas a própria evolução da tecnologia veicular contribuiu para o uso da telemetria porque antes era preciso colocar sensores em tudo que se pretendia medir e hoje só é preciso ligar os fios”, explica Costa. Agora, a tendência será utilizar o sistema CAM. “No lugar de passar sinais que devem ser decodificados em dados, o sistema permite passar diretamente os dados”. A Gristec ainda não tem dados sobre quantos veículos estão sendo monitorados por telemetria hoje. “A gente quer fazer esse estudo, mas primeiro vai desenvolver um selo de qualidade da telemetria”, que é essencial também, explica Costa. Quanto à demanda pela tecnologia em si, Webber é categórico: “Todos usam soluções de telemetria hoje. O mercado já não se preocupa só com roubos de cargas; e os motoristas também a têm aprovado como forma de

mostrar ao empregador como estão trabalhando. O futuro do mercado é trabalhar preventivamente. Quem não tiver esse tipo de controle estará fora”. O custo da tecnologia depende da operação, do equipamento e do que se deseja controlar. Algo que pode variar em torno de R$ 1.500 a R$ 5.000 por veículo, segundo Costa. Mas o retorno também seria garantido. “É imediato pela prevenção de acidentes e redução da manutenção. E em economia de combustível conseguimos de 10 a 20%, o que permite recuperar o investimento em cerca de um ano”. A popularização do sistema, porém, levanta algumas questões com as quais nos debateremos no futuro. Qual o limite do controle dessas informações? Quem pode ter acesso a elas? Nos Estados Unidos, um sistema que utilizava telemetria foi considerado instrumento de monitoramento de massa. Outra questão é relativa ao acesso remoto sobre o controle do veículo, como o bloqueio por motivos de segurança e a redução de torque pelo OBD. Até que ponto é seguro interferir no veículo de forma remota? Isso será discutido nas condições da garantia? Muitas questões ficam em aberto e a Mais Diesel vai acompanhar todas as fases de evolução dessa tecnologia.

Home de acesso aos relatórios da SasTM – produto de telemetria da Sascar – na internet

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Carga de RISCO TRANSPORTADOR RESPONDE POR ACIDENTES AMBIENTAIS COM PRODUTOS PERIGOSOS, ÁREA DE MULTAS ASTRONÔMICAS Por Perla Rossetti jornalismo@novomeio.com.br Foto Roberta Coelho

São Paulo e Rio de Janeiro concentram mais de 80% das indústrias petroquímicas nacionais que contratam as transportadoras e operadoras logísticas para o traslado de suas cargas, a maioria pela Via Dutra, que liga os dois estados. O problema é que, na maior parte dos casos, o tomador do serviço não divide o ônus no caso de acidentes nas estradas, considerados crimes ambientais. De acordo com a Lei 9.605/98, de Crimes Ambientais, que aplica multas de R$ 500 a R$ 50 milhões, a responsabilidade civil, criminal e administrativa em acidentes poluidores é do transportador. Assessor jurídico de Meio Ambiente da Associação

Brasileira dos Distribuidores de Produtos Químicos e Petroquímicos (Associquim), Marco Antonio Gallão explica que as responsabilidades de ordem civil – de indenização pelos danos – e administrativa, de multas dos órgãos ambientais, são, por força da lei, objetivas em relação ao causador da poluição. “Se o dano ocorrer durante as operações de transporte, será responsabilizado objetivamente o transportador, não importando quem é o embarcador ou contratante da carga, sendo que estes responderão apenas se derem causa ao evento durante as operações de carga ou descarga, respectivamente”. O artigo 56 da lei estabelece como ati-

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vidade potencialmente poluidora a produção, o processamento, o transporte, a armazenagem, a guarda ou o uso de produtos tóxicos em desacordo com o regulamento. “A lei é aplicada para todos até se verificar a culpa. Já houve motorista depondo porque o material embarcado no veículo era inadequado e ele não sabia”, comenta a assessora técnica da Associação da Indústria Química (Abiquim) Gisette Nogueira. Nesse aspecto, a Lei 6938/81 estabelece a responsabilidade objetiva e solidária. “No artigo terceiro da lei, o poluidor é apontado como a pessoa física ou jurídica, ou seja, indústria química, gerente, contratante, transportadora e até o motorista, todos têm responsabilidade compartilhada, solidária e objetiva”, diz Gisette. E a advogada ambiental Naoka Sera Furuiti afirma que não raro são instaurados inquéritos policiais investigando tanto o transportador quanto o contratante. “Haja vista que pode haver alegação de culpa in eligendo, ou seja, por uma escolha mal feita por parte do contratante. Por essa razão, cuidados na avaliação antes da contratação do transportador ou embarcador, bem como a elaboração de contratos com responsabilidades bem amarradas, são cautelas mínimas a serem tomadas para se proteger contra eventuais responsabilizações que possam surgir a partir de acidentes ambientais causados por terceiros contratados”. Ao transportador, em caso de dano ocasionado por culpa de terceiros, mesmo responsabilizando-se objetivamente por multas e indenizações, é proibido intentar ação autônoma para ressarcir-se dos prejuízos. E quanto ao aspecto criminal, havendo poluição ou ameaça da saúde humana ou da biodiversidade, cada envolvido responde na medida de sua culpa, podendo ser indiciados embarcador, motorista, gerente de tráfego ou pessoal de estiva. “Qualquer um, especialmente os dirigentes das empresas, que detinham poder para agir e evitar a ocorrência do dano ou crime” ressalta o assessor jurídico Gallão.

Se o transportador não tiver condições de remediar a situação, a responsabilidade é compartilhada com o produtor, e delegada àquele com mais condições financeiras de arcar com os custos, completa Gisette. Assessora técnica de Logística e Meio Ambiente da Associquim, Glória Benazzi informa ainda que o transporte rodoviário de produtos químicos perigosos está regido pelo Decreto 96.044/88, complementado pela Resolução 420/04 da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

“Há também as portarias do Inmetro sobre fabricação e inspeção de veículos, equipamentos, embalagens, bem como as normas da ABNT”. Veja mais no box “Normas dos transportes de produtos perigosos”.

ENVOLVIDOS Presidente da Associação Brasileira de Transporte e Logística de Produtos Perigosos (ABTLP), Paulo de Tarso Martins Gomes comenta que a regula-

SIGA AS NORMAS A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) também regula o transporte de produtos perigosos: NBR 7500:2009 Identificação para o transporte terrestre, manuseio, movimentação e armazenamento de produtos. NBR 7501:2005 Transporte terrestre de produtos perigosos – Terminologia. NBR 7503:2008 Transporte terrestre de produtos perigosos – ficha de emergência e envelope – características, dimensões e preenchimento. NBR 9735:2008 Conjunto de equipamentos para emergências no transporte terrestre de produtos perigosos. NBR 10271:2010 Conjunto de equipamentos para emergências no transporte rodoviário de ácido fluorídrico. NBR 12982:2003 Desvaporização de tanque para transporte terrestre de produtos perigosos – Classe de risco 3 – Líquidos inflamáveis. NBR 13221:2010 Transporte terrestre de resíduos. NBR 14064:2003 Atendimento à emergência no transporte de produtos perigosos. NBR 14095:2008 Transporte rodoviário de produtos perigosos – Área de estacionamento para veículos - Requisitos de segurança. NBR 14619:2009 Transporte terrestre de produtos perigosos – Incompatibilidade química. NBR 15480:2007 Transporte rodoviário de produtos perigosos – Plano de ação de emergência (PAE) no atendimento a acidentes. NBR 15481:2008 Transporte rodoviário de produtos perigosos – Requisitos mínimos de segurança.

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mentação do setor é bastante completa e complexa por envolver todos os aspectos do transporte, como procedimentos, equipamentos e recursos humanos. Assim, o grande problema para o transportador ou operador logístico é o reconhecimento do tomador de serviço a respeito de toda a regulamentação e uma série de custos que recaem sobre eles. “Não é um transporte comum, de custo operacional e de investimento. Há uma série de custos de inspeção, de capacitação, e de responsabilidades, pois as multas são pesadas. Para qualquer ocorrência quanto à regulamentação ou incidência de acidentes, a punição é severa”. As multas são aplicadas de acordo com duas situações. Aquelas relativas à regulamentação, e que em breve serão atualizadas e são específicas a três níveis, com valores de R$ 1 mil, R$ 700 e R$ 400 por item. Se houver falhas em mais de cinco itens, as multas são cumulativas. Em casos de acidentes poluidores, o transportador é acionado pela Lei de Crimes Ambientais, que vai de R$ 500 a R$ 50 milhões. De acordo com a engenheira e assessora da Abiquim Glória, a Legislação Federal e o decreto 6.514/08, em seu artigo 62, preveem multas que variam de R$ 5 mil a R$ 50 milhões, conforme a gravidade do dano e os fatores atenuantes ou agravantes que pesem a favor ou contra a empresa. A Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb), ligada à Secretaria do Meio Ambiente do governo paulista com atribuições dos Decretos 8468/76 e 54487/09, aplica multas que vão de 10 a 10 mil Ufesps (Unidades

CUIDADOS Os caminhões que transportam produtos químicos precisam exibir uma sinalização que obedece a um código internacional estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU). Eles devem carregar estas placas em locais

Fiscais do Estado de São Paulo, cada uma equivalente a R$ 17,45), com as mesmas considerações atenuantes ou agravantes da Legislação Federal. “Conforme o estado, as multas reincidentes podem ser aplicadas em dobro ou em seu triplo, e em se tratando de produto radioativo será aumentada até seu quíntuplo”. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) tem atribuição de aplicar as multas e legislações federais em qualquer parte do território nacional, enquanto cada estado e trecho de rodovia sob suas fronteiras pode autuar por atribuição legalmente estendida a seus respectivos órgãos ambientais. A advogada Naoka Furuiti salienta que, tentando minimizar a duplicação de multas, a legislação prevê que o pagamento da autuação por infração ambiental imposta pelos órgãos ambientais estaduais ou municipais substitui a aplicação de penalidade pecuniária pelo órgão federal, em decorrência do mesmo fato.

OCORRÊNCIAS Até 2008, dos acidentes atendidos pela Fundação Estadual de Engenharia do Meio

PARA QUALQUER OCORRÊNCIA QUANTO À REGULAMENTAÇÃO OU INCIDÊNCIA DE ACIDENTES, A PUNIÇÃO É SEVERA Paulo de Tarso Martins Gomes, da ABTLP

visíveis, de modo que identifiquem o risco e o tipo de produto químico transportado. Em caso de acidente, essa identificação facilita o atendimento de bombeiros e paramédicos, pois cada tipo de carga exige um procedimento.

Ambiente (Feema), 40% foram rodoviários nas estradas do Rio de Janeiro, sendo apenas 2% ferroviários e 2% marítimos. Já a estatística do Departamento de Estradas de Rodagem (DER) para São Paulo aponta algo em torno de 90 mil acidentes anuais nas rodovias estaduais e, desses, os que envolvem produtos químicos perigosos não chegam a 400. “Apesar de baixa incidência, o DER considera que, qualquer transporte desse tipo de produto, mesmo que não haja vazamento, é interpretado como perigoso, mesmo que tenha batido levemente em outro caminhão”, diz Gomes, da ABTLP. Porém, outra pesquisa do DER-SP mostra a preocupante média de quase um acidente por dia na rodovia Anchieta, uma das saídas de Cubatão, onde se encontram grandes distribuidoras, a Refinaria de Paulínia (Replan), da Petrobras, e onde se registra um grande número de ocorrências com veículos que transportam etanol. Ainda assim, o presidente da associação dos transportadores diz que a ocorrência de acidentes ambientais é relativamente pequena. “Só que têm repercussão maior do que um acidente comum porque, se envolve produto vazado ou liberado, há uma série de cuidados para manusear o equipamento, o que acaba provocando uma interdição de via e um tratamento mais complexo que um acidente de trânsito”.

CERTIFICAÇÕES Em março de 2005, todas as signatárias do Programa Atuação Responsável da Associação da Indústria Química (Abiquim) concordaram em somente contratar em-

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presas avaliadas pelo Sistema de Avaliação de Saúde, Segurança, Meio Ambiente e Qualidade (Sassmaq) para o transporte rodoviário de produtos químicos a granel. Assim, desde janeiro de 2006, esse compromisso foi estendido ao transporte rodoviário de produtos químicos embalados e o Sassmaq é aplicado nas transportadoras por organismos independentes credenciados pela Abiquim. “São constatados o cumprimento dos cuidados e normas de acordo com o previsto na legislação, tanto nos aspectos mandatórios quanto de expectativa em relação a essa prestação de serviço. Há uma nota de corte de 100% para o que é mandatório e paulatinamente para a segunda questão, que está em torno de 80%”, aponta Gomes, presidente da ABTLP. Os módulos do Sassmaq são específicos: Rodoviário, Estação de Limpeza, Ferroviário e Atendimento a Emergências e operadores logísticos com mais de uma atividade no mesmo local podem efetuar a avaliação considerando os módulos integrados. De modo semelhante, a Associquim criou com o Inmetro o Processo de Distribuição Responsável (Prodir) com práticas gerenciais e prevê uma sistemática para seleção de transportadores de produtos químicos que inclua os mesmos cuidados da Sassmaq. Já para gerir os cuidados e processos no transporte de cargas perigosas, o Transquality Green 14884 é um modelo desenvolvido pela NTC&Logística que estabelece requisitos de um sistema de qualificação para empresas de transporte de cargas a fim de demonstrar sua capacidade em fornecer serviços que atendam aos requisitos de segurança dos clientes. A certificação é concedida em parceria com a Fundação Carlos Alberto Vanzolini (FCAV) e a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e, entre os benefícios, promete facilidade de adequação às normas ambientais.

CURIOSIDADE: ACIDENTES MUNDIAIS Derrames, vazamentos ou emissões de produtos químicos apresentam os mais diversos tipos de risco às pessoas, além de implicações legais graves para os envolvidos. Veja os que mais assustaram o mundo nas últimas décadas: 1976 – Itália – A cidade de Sevesco é atingida por grande liberação acidental de dioxina, substância altamente cancerígena que contaminou moradores e resultou no sacrifício de quase 70 mil animais. 1980 – Costa do Alasca – O petroleiro Exxon Valdes derrama toneladas de óleo no mar, causando grande dano ambiental. 1984 – Cidade do México – Uma explosão de propano causa a morte de cerca de 500 pessoas. 1984 – Índia – Em Bhopal, mais de 3 mil pessoas sucumbem à liberação acidental de metilisocianato. 1984 – Brasil – Em Cubatão (SP), vazamento de gasolina de um duto da Petrobras que ligava a Refinaria Presidente Bernardes ao Terminal de Alemoa resulta em incêndio e morte de cem pessoas na favela de Vila Socó. 1986 – Suíça – Incêndio nas instalações da Sandoz provoca o vazamento de águas residuais, que chegam ao rio Reno. 1987 – Rússia – O acidente nuclear de Chernobyl (ex-URSS) até hoje apresenta desdobramentos graves. 1987 – Brasil – Em Goiânia, vazamento de Césio 137 causado por dois sucateiros provoca o maior acidente radiológico do mundo. 2010 - A empresa BP, responsável pela plataforma Deepwater Horizon, que explodiu em 20 de abril no Golfo do México, não consegue conter o vazamento de petróleo no que ficou conhecido como o pior acidente ambiental dos Estados Unidos. Transporte marítimo

Rodoviário

40%

Residencial

Fonte: Feema

2%

11%

Comercial

2% Disposiçao inadequada 2% Ferroviário 15%

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Posto de serviço

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1%

14%

Industrial

Óleo no mar

Óleoduto/Gasoduto

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Indicadores para uma

A certificação de oficinas mecânicas, centros de reparação automotivos e comércio de autopeças (atacado e varejo) proposta pelo IQA – Instituto da Qualidade Automotiva, organismo de certificação acreditado pelo Inmetro, criado e dirigido pela Anfavea, Sindipeças, Sindirepa e outras entidades do setor, resulta num processo de melhoria contínua dos estabelecimentos, decorrente da análise de dados coletados na interação com o cliente. Este trabalho traz inúmeros benefícios ao empreendimento, sendo o principal deles a melhor rentabilidade do negócio. Basta ter disciplina. O primeiro passo é criar formulários para registrar as informações. Quanto mais, melhor, mas basicamente podemos listar os dados cadastrais do

cliente, do veículo, dos produtos e serviços adquiridos, etc. E o que fazer com isso? Certa oportunidade visitei um cliente que me mostrou diversas planilhas, com inúmeras informações. Estava tudo registrado, inclusive fichas de reclamações e sugestões, dados de pós-vendas e garantias. Então questionei: “O que você tem feito com isso?” A resposta foi surpreendente: “Nada...”. E é aqui que mora o segredo: saber aproveitar as informações e transformá-las em oportunidades. Hoje, o empresário precisa ter outra mentalidade. Somente coletar bons dados não é o suficiente. É preciso saber tirar bom proveito dos indicadores. Com eles, é possível planejar as ações com maior acertividade, sem chutes nem experimentos na base da tentativa e erro, que normalmente apresentam elevado custo para a empresa e, por isso, muitos deixam de investir em melhorias. Mas, muitos ainda se perguntam: em qual momento vou parar para fazer isso? São muitas informações para analisar. Pode ser que sim, mas com um pouco de disciplina é possível fazer tudo. Pouco mais de uma hora por dia, em dias alternados, é o suficiente para entender por que na grande maioria dos serviços de freios são

Divulgação

OFICINA MAIS RENTÁVEL

JOSÉ PALACIO é coordenador de Serviços Automotivos do IQA - Instituto da Qualidade Automotiva.

necessários dois ou três ajustes posteriores, ou ainda por que clientes de determinado horário sempre demoram mais tempo para serem atendidos. Com os indicadores em mãos, o gestor pode promover ações que facilitam o trabalho para todos, tendo como resultado melhor rentabilidade do negócio, tal como melhorias no relacionamento com os colaboradores, entre outras. Em se tratando de crescimento profissional e empresarial o IQA possui inúmeros treinamentos de qualificação profissional para a cadeia automotiva. Conheça agora mesmo o calendário de treinamentos 2011, acessando: www.iqa.org.br – link: Treinamentos/Eventos.

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Empreendedorismo em SANTA CATARINA Por Patrícia Malta de Alencar patricia@novomeio.com.br Fotos Divulgação

PROJETO Gestão de empresas de reparação e manutenção de máquinas pesadas e agrícolas do Meio Oeste Catarinense

NÚCLEO Mecânica Pesada Agrícola

MUNICÍPIOS Videira, Salto Veloso, Capinzal e Campos Novos

PARTICIPANTES 19 empresas

MECÂNICAS DE PESADOS E MÁQUINAS AGRÍCOLAS DO MEIO OESTE DE SANTA CATARINA PARTICIPAM DE PROJETO DO SEBRAE COM FOCO EM GESTÃO, CAPACITAÇÃO E MEIO AMBIENTE O programa Empreender Competitivo, lançado no ano passado pelo Sebrae Nacional (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), tem como objetivo estimular a competitividade, por meio do financiamento de projetos de gestão, associativismo e geração de emprego e renda entre empresas de um mesmo setor e região. Eliane Lopes, gestora local do programa, explica que o projeto do Núcleo Regional da Mecânica da Pesada do Meio Oeste de Santa Catarina foi desenhado pelos próprios

empresários, “eu só coloquei isso no papel”, e encaminhado através da Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc) ao Sebrae. O projeto foi contemplado com o financiamento de 50% do seu orçamento, estimado em R$ 99.900,00, a serem investidos ao longo de um ano e meio, até junho de 2012. Os outros 50% são a contrapartida dos 19 empresários participantes, provenientes dos quatro municípios da região: Videira, Salto Veloso, Capinzal e Campos Novos.

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COMPETITIVO

Entre as atividades orientadas pelos gestores aos participantes estão reuniões periódicas de elaboração e aprimoramento dos detalhes do projeto e aulas e treinamentos sobre temas variados, que permitam a eles melhorar a gestão dos negócios, a qualificação da mão de obra e o respeito à legislação ambiental. Com isso, o Sebrae espera desenvolver novas lideranças empresariais, melhorar a imagem das empresas e, consequentemente, o acesso a novos mercados, garantindo maior longevidade e competitividade às MPEs, que representam 99% das empresas estabelecidas no estado e 50% dos empregos. São três as principais ações do projeto. O investimento em mão de obra está focado na capacitação técnica, voltado para cada função. “Já temos três cursos na agenda, um de freios, realizado em junho, e mais dois que serão realizados em breve, de hidráulica e de eletrônica”, afirma Lopes. Nesta ação também está previsto um workshop, que será

EMPREENDER

PILARES 19 anos 353 núcleos setoriais, que

- O programa nasceu em Santa Catarina, há - Os trabalhos contemplam

68 segmentos da economia - O apoio financeiro será de cerca de R$ 5 milhões, entre 2010 e 2011 - No estado, foram aprovados 40 dos 48 projetos apresentados - 1.421 empresas catarinenses serão beneficiadas abrangem

realizado em outubro, com troca de experiências entre os próprios colaboradores das empresas. Outro foco de investimento é a consultoria em gestão, por meio do Programa 5S – a sigla representa os cinco sensos de uma lição japonesa: de utilização, ordenação, limpeza, saúde e autodisciplina –; de aulas de administração e gerenciamento de negócios; além de ensinamentos voltados às noções de qualidade, atendimento e inovação. O terceiro pilar é a preservação ambiental. Um especialista da área foi contratado para acompanhar e orientar

medidas pontuais em cada empresa, indicando ou revisando os trabalhos de gestão ambiental, com adequação às normas vigentes e conscientização dos funcionários para os cuidados ambientais, como o descarte adequado dos produtos da reparação. Como resultado, um Selo Ambiental está sendo desenvolvido por meio de um termo de cooperação entre a Facisc e a Fatma (Fundação do Meio Ambiente). “Estamos capacitando as empresas para que possam ir além do cumprimento das normas ambientais. Queremos que elas entendam o por quê das ações, que tenham consciência ambiental”, diz Lopes.

ADESÃO

Eliane Lopes (no centro, de azul) e os empreendedores do núcleo Mecânica Pesada Agrícola

As 19 empresas integrantes foram convidadas a participar do programa por meio das associações que as representam. Vanessa Baldissera, auxiliar administrativa da Mecânica Panilto, pequena empresa com 25 anos de mercado, localizada em Videira, ficou sabendo do projeto por meio da Facisc e se interessou. “A gente está trabalhando em conjunto. Eu estou participando, colaborando, auxiliando, indo atrás. Porque é um projeto que vem para melhorar a empresa, é de grande valia. Todo mundo tem o mesmo objetivo, o mesmo fim”, afirma Baldissera. A expectativa da empresa com o projeto é melhorar, principalmente, os processos de gestão e a qualificação da mão de obra. “Com isso a gente quer poder oferecer

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estão caminhando a passos largos. Se pararmos no tempo, não conseguiremos acompanhar a tecnologia que está vindo”, afirma o filho. Para o gestor, com o projeto eles têm muito a ganhar. “A gente quer favorecer as duas partes: o cliente ser bem atendido e a gente ter o retorno financeiro”.

RESULTADOS O primeiro treinamento técnico do projeto, sobre freios pneumáticos, aconteceu na empresa Mecânica Biasi e teve, ao todo, 24 horas de capacitação, aprendizado e troca de informações, da qual participaram 21 profissionais. Segundo Lopes, o projeto está indo muito bem. “Os empresários estão empolgados, estão contentes. Eles que decidem o que querem fazer, não tem nada que venha de cima para baixo. O projeto foi desenhado por eles”. As empresas da Mecânica Pesada e Agrícola já se tornaram um referencial dentro do sistema Facisc e são reconhecidas perante a sociedade.

FROTA DO ESTADO DE SANTA CATARINA EM JUNHO DE 2011 CATEGORIA QUANTIDADE Automóvel 2.060.533 Caminhão Caminhão trator

125.449 40.274

Caminhonete

142.133

Camioneta

175.611

Chassi/plataforma Ciclomotor Experiência

6 4.969 2

Micro-ônibus 9.134 Motocicleta

678.653

Motoneta

187.583

Motor-casa 755 Ônibus 15.164 Quadriciclo

11

Reboque

41.280

Semirreboque

56.363

Side-car 437 Trator de rodas 2.216 Trator esteiras 142 Trator misto 188 Triciclo Utilitário

694 16.175

Total 3.557.772

Fonte: Detran-SC

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mais qualidade na prestação dos serviços”, completa a auxiliar. Segundo ela, porém, ainda é cedo para avaliar resultados. Álvaro Talamini, um dos proprietários da Mecânica Agrícola Talamini, de Campos Novos (SC), ficou sabendo do projeto pelo próprio núcleo de oficinas da região, que colocou a oportunidade na pauta das reuniões semanais. “Todo mundo que participa do núcleo aceitou o desafio porque é tanto para o nosso bem quanto o da comunidade. Temos projetos de preservação da natureza e de melhoria da própria empresa, como o gerenciamento das tarefas e a organização do espaço”. Na Talamine, todo o óleo e graxa descartados já estão sendo tratados. “A água sai da empresa como entrou”. Talamini, seu pai e a mãe participam de todas as atividades. “A gente vai a todas as reuniões do núcleo e aos encontros estaduais e ajudamos a desenvolver o projeto. Quando tem curso, palestra ou treinamento, os funcionários vão também. Queremos agregar conhecimento porque as coisas

FOCOS DE AÇÃO INVESTIMENTO EM PESSOAL Mecânica agrícola: sistema hidráulico Mecânica pesada: sistema de freios Mecânica agrícola e pesada: eletrônica Workshop: banco de talentos

CONSULTORIA EM GESTÃO Programa 5S (sensos de utilização, ordenação, limpeza, saúde e autodisciplina) Administração de negócios: como gerenciar Gestão da inovação Participantes do Empreender Competitivo aprimoram seu conhecimento nas aulas técnicas

SELO VERDE Gestão ambiental

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ilustração Ivan Ordonha

Manutenção terceirizada

DENTRO DE CASA

MONTADORAS CRIAM ESTRUTURAS PARA MANUTENÇÃO DOS VEÍCULOS DENTRO DAS GARAGENS DAS TRANSPORTADORAS. MODELO FOCA PRINCIPALMENTE MERCADO DE ÔNIBUS Por Larissa Andrade larissa@novomeio.com.br Fotos Divulgação

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Discreto, o mercado de ônibus vem registrando números bastante positivos de comercialização e lançamentos em 2011. No primeiro semestre, foram licenciadas 16.261 unidades, o que representa um crescimento de 23,1% em comparação ao mesmo período de 2010. Com o segmento em alta – e tendência de expansão por conta dos grandes eventos, como Copa do Mundo e Olimpíadas, que o Brasil vai realizar nos próximos anos –, é inevitável que as montadoras passem a olhar com mais atenção para esse nicho, oferecendo não apenas produtos adequados à necessidade dos frotistas, mas também soluções avançadas em pósvenda, mantendo por perto esse cliente e ampliando o alcance de negócios e receita. Enquanto no segmento de caminhões as montadoras vêm participando cada vez mais do pós-venda por meio dos contratos de manutenção comercializados por elas ou por suas redes de concessionários, o mercado de ônibus convivia com certas especificidades que restringiam essa relação mais próxima. Tanto que uma das tradições das empresas de ônibus sempre foi ter oficina própria dentro da garagem, na maioria das vezes também gerindo esse departamento. Mas o mercado está mudando depressa e, hoje, os desafios trazidos pela evolução tecnológica dos veículos e a dificuldade de encontrar mão de obra qualificada para realizar sua manutenção estão exigindo novas posturas. E os desafios serão maiores a partir de janeiro de 2012, quando entra em vigor a fase P7 do Proconve, que tornará os veículos ainda mais avançados e complexos. Em razão dessas transformações, está se tornando cada vez mais comum um personagem que começou a entrar em cena discretamente há alguns anos: o funcionário da concessionária dentro da oficina do cliente. A solução vem ganhando adeptos, como Viação 1001, Jamef e Urubupungá. “A ideia partiu de nós, com base na dificuldade de contratação que temos. Existe uma rotatividade alta na área de manutenção e também há dificuldades na capacitação do

profissional para as novas tecnologias dos veículos”, explica o gerente técnico da Auto Viação 1001, Fabrício Longo. O principal benefício dessa modalidade de serviço é a flexibilidade: é possível deslocar apenas um funcionário da concessionária para a oficina do cliente ou até grandes equipes com a presença de um gestor; além da possibilidade de agregar um estoque de peças. O serviço pode fazer parte do contrato de manutenção – mas isso não é obrigatório.

INOVAÇÕES Empresa tradicional de transporte de passageiros, com mais de 60 anos de história, a Auto Viação 1001 vem inovando na gestão do negócio, com a implementação das salas VIP e Sala Net em terminais de ônibus, e também na manutenção de sua frota. Para superar a rotatividade de funcionários na oficina e a dificuldade de encontrar e manter profissionais qualificados, a empresa decidiu firmar uma parceria com a Scania.

LICENCIAMENTO TOTAL DE VEÍCULOS NOVOS 2011

2010

Jun

Mai

Jan-jun

Jun

Jan-jun

Ônibus

2.627

2.879

16.261

2.291

13.210

Caminhões

14.794

15.142

82.949

12.987

70.978

Fonte: Anfavea

PRODUÇÃO DE VEÍCULOS 2011

2010

Jun

Mai

Jan-jun

Jun

Jan-jun

Ônibus

4.105

4.226

22.066

3.862

21.219

Caminhões

18.870

19.069

99.467

16.107

88.656

Fonte: Anfavea

Manutenção da frota da Jamef é feita pela Iveco na oficina da transportadora

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DIESEL CAPA TUDO É FEITO MEDIANTE ACORDO CONTRATUAL, O TEMPO DE SERVIÇO É CONTROLADO E A MANUTENÇÃO CORRETIVA EM NOSSO PÁTIO É FATURADA POR MÃO DE OBRA/HORA E PEÇAS. Edmar Rodrigues, da Jamef

Além das questões citadas, a viação também precisava vencer uma dificuldade logística de peças, já que tudo estava centralizado na matriz, em Niterói (RJ). “Primeiro recebemos material na matriz para, a partir daí, despachar para as outras localidades. Com a terceirização, nosso parceiro passou a cuidar do estoque”, conta Fabrício Longo. A parceria com a Scania começou a ser planejada em 2006 e foi efetivada dois anos depois, evitando assim mudanças bruscas que pudessem resultar em problemas. Na oficina em São Paulo, a manutenção é toda feita pela Scania e só o pessoal de liderança continua sendo próprio. “No contrato de locação de mão de obra, fizemos o contrato de aluguel de uma área dentro de nossa oficina, onde a Scania montou o estoque. É ela quem dimensiona a necessidade a partir da programação diária de manutenção dos meus veículos”, descreve o gerente técnico. Atualmente, são 12 colaboradores Scania na oficina em São Paulo – e os veículos da marca contam com contrato de manutenção. Mas esse não é o único modelo de gestão de manu-

Viação 1001 terceirizou para a Scania manutenção de sua frota, mas serviço acontece na oficina própria

tenção da frota da Auto Viação 1001. Longo conta que ainda há garagens com mão de obra própria e, na oficina de Niterói, a Volvo é quem cuida dos veículos da marca na frota. “Mas quase 30% do meu efetivo já é terceirizado”, acrescenta. A gestão, no entanto, ainda fica por conta da 1001. “Sou eu quem diz quando e o que vai ser feito. A partir daí, a execução da tarefa cabe à Scania – seguindo a recomendação da montadora”. Todos os serviços a serem realizados são confirmados pelos líderes de manutenção da empresa. De acordo com o gerente técnico, o maior desafio do modelo está na mudança de cultura da própria empresa e dos colaboradores. “É preciso ter confiança para entregar seu principal bem na mão de outro. E esse paradigma leva um tempo para ser quebrado. Nossa própria gerência precisou mudar o comportamento e diagnosticar os problemas para tratá-los em conjunto. Não é para

empurrar o problema para o terceiro, e sim compartilhar e criar as soluções em conjunto. Há necessidade de mudar a percepção de gestores, encarregados de manutenção e até de acionistas”.

PRATICIDADE Com quase 50 anos de história, a Jamef Encomendas Urgentes é uma das principais transportadoras de cargas fracionadas no país, com 18 unidades e uma frota de mais de 800 veículos. Destes, 140 são da marca Iveco, adquiridos em 2008. Desde o início do ano passado, dois ou três funcionários da concessionária Iveco Cofip ficam locados na oficina da Jamef em São Paulo, de segunda a sexta-feira, das 8 às 18 horas. “Nos últimos anos, a Jamef direcionou sua frota de transferência para a Iveco, que hoje é 100% da marca. Como pretendemos focar em São Paulo a manutenção preventiva e corretiva dos veículos, consideramos que esse serviço poderia ser feito em nosso terminal – disponiblizamos uma área no pátio para isso. Há uma concessionária Iveco muito próxima, atendendo nossas necessidades com rapidez”, conta o gerente de manutenção da Jamef, Edmar Rodrigues. A iniciativa vem resultando em agilidade e praticidade. Na oficina, colaboradores próprios continuam atuando na frota de coleta e entrega; e funcionários da Iveco cuidam dos veículos da marca. Os colaboradores da concessionária trabalham uniformizados e con-

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tam com espaço para materiais e ferramentas. Segundo explica Rodrigues, o foco maior é a manutenção preventiva, mas eles também atuam na corretiva quando necessário. “Considerando que são veículos novos e seminovos, os serviços corretivos são menos frequentes”, ressalta. Há uma sinergia entre o coordenador de manutenção, a concessionária e o mecânico líder da marca que está no pátio. Na prática, o coordenador de manutenção passa para a concessionária os serviços que devem ser realizados e esta solicita aos seus colaboradores que façam o atendimento. A Jamef tem um contrato de prestação de serviços de manutenção preventiva e também um acordo por tempo e tipo de serviço estipulado por peça e

mão de obra. “Tudo é feito mediante acordo contratual, o tempo de serviço é controlado e a manutenção corretiva em nosso pátio é faturada por mão de obra/hora e peças”. A Jamef, inclusive, conta com um estoque de peças de giro mais rápido em sua oficina. Já as de custo mais elevado são adquiridas quando necessário com a Iveco. A presença da montadora e suas concessionárias dentro das transportadoras pode ser considerada uma tendência? Ainda é cedo para prever o alcance da estratégia, mas, como você verá nos quadros a seguir, a maioria das marcas já trabalha com soluções para os frotistas que pretendem deixar os serviços de manutenção nas mãos de quem fabricou os veículos.

Funcionário da Scania deslocado para a oficina do cliente faz reparo de ônibus da Viação 1001

VOLVO A montadora sueca oferece a seus clientes a possibilidade de realizar a manutenção da frota in loco em alguns casos, como frotistas de ônibus, frotistas de caminhões com operações de armazém logístico em que haja área de manutenção e nos fora de estrada. Para as frotas de ônibus, o gerente de Pós-Venda da Volvo do Brasil, Carlos Pacheco, explica que a incidência é ainda maior no transporte urbano. “Os frotistas de ônibus têm grandes garagens desde sempre e muitos tinham manutenção própria. Com o tempo, parte disso acaba sendo terceirizado para a concessionária, mas eles preferem que seja feito na própria garagem, assim os ônibus não precisam sair de lá”. A participação da concessionária na oficina da transportadora pode variar bastante. Pacheco conta que algumas concessionárias enviam um veículo de assistência técnica, como van ou caminhonete, que faz as revisões, garantias e pequenos

Carlos Pacheco, gerente de pós-venda da Volvo do Brasil

reparos. “Se precisar fazer um reparo de maior envergadura, eles podem, por exemplo, desmontar uma caixa de câmbio, levar até a concessionária, fazer o recondicionamento e levar de volta”. Há também casos em que os funcionários da concessionária ficam fixos dentro da operação do cliente. “É interesse para o cliente ter alguém especializado em suas instalações, porque assim ele pode focar seu negócio, que é o transporte. E fica também a tranquilidade de a manutenção estar em sua casa”, justifica. Os funcionários da concessionária realizam manutenção preventiva, revisões, trocas de óleo, fluido e filtros, diagnósticos e alguns serviços corretivos. O diretor da Volvo vê como tendência a terceirização da manutenção das frotas das transportadoras, visando a competitividade e redução de custos, além de o empresário não ter que se preocupar com a atualização de profissionais ou equipamentos. “No caso dos produtos da Volvo, a evolução tecnológica é cada vez maior, com mais atualizações e mais rapidez”. O formato dessa prestação de serviço leva em consideração a necessidade da frota. Os clientes podem contar com contrato de manutenção que inclui desde os serviços preventivos até peças, reparos; mas esse requisito não é obrigatório para a realização do atendimento na oficina do cliente. Nesse caso, será faturado aquilo que for consumido.

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DIESEL CAPA

SCANIA Para o gerente de Serviços para Ônibus da Scania, Luiz Antônio Pigozzo, o mercado de ônibus passa por uma evolução em todos os aspectos, tanto na gestão das empresas – muitas delas familiares e com décadas de gestão tradicional – quanto na tecnologia embarcada, o que gerou nova demanda de serviços. “No passado, essas empresas optaram por montar sua oficina. E os ônibus Série 1,2 e 3 ficavam anos no mercado sem modificação, então a mão de obra treinada fazia a manutenção. Mas de 12 anos para cá, os ônibus estão mudando, tem muita eletrônica embarcada, o que traz ao cliente dificuldades para manter o mesmo nível de manutenção do passado”. Atenta, a Scania passou a oferecer uma solução para que o cliente não perca sua gestão, mas garanta mão de obra qualificada. “É uma gestão compartilhada, o cliente recebe um contrato de manutenção dentro de sua garagem, que dá agilidade para a concessionária entregar na hora em que ele precisa. Essa gestão é a chave do sucesso”. O serviço começou em um projeto piloto com a Viação 1001 e está em andamento desde 2008. “Antes de ampliar, queríamos nos certificar de que o modelo é bom. Conseguimos chegar a números que agradaram. Estamos começando a divulgar e muitos têm se interessado, mas é difícil mudar a visão de 30 ou 40 anos da empresa”, conta Pigozzo. Ele explica que o cliente fica à vontade para estruturar o atendimento de que precisa, ou seja, não tem que adquirir pacotes e não obrigatoriamente conta com contrato de manutenção. E a entrada na oficina do

Para Scania, terceirização de serviço em oficina própria é tendência que deve crescer

Manutenção é da concessionária, mas a gestão segue com o cliente

cliente é gradativa, para não haver choques. “Normalmente começamos a trabalhar com funcionários da empresa e da concessionária. Iniciamos com a preventiva e gradativamente cresce a equipe para a corretiva. Podemos absorver alguma mão de obra do cliente ou não, porque às vezes a qualificação não atende aos requisitos da concessionária”. No caso da Viação 1001, a concessionária entrou na oficina com quatro funcionários. Hoje são 17, 24 horas por dia. “A gestão é tão compartilhada que o chefe de oficina e o gerente de manutenção continuam na empresa. O chefe de oficina interage com o chefe da concessionária, mas os chefes de oficina tomam as decisões. É onde o cliente absorve novas culturas e trabalha para reduzir o custo”, ressalta Pigozzo. Para ele, são duas as principais vantagens desse modelo de negócio: custo e disponibilidade. “É uma planilha aberta, se discutem todos os custos e a cobrança é por pacote”. A expectativa da Scania é ampliar a aplicação do modelo. “Já estamos com ônibus urbano a etanol, da Metropolitana, compartilhando a gestão de manutenção. Haverá novas demandas de vários clientes. Se a NASA terceirizou a ida dos americanos com os russos, existe uma tendência de começar a enxergar isso de maneira diferente”, brinca o executivo.

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MAN O gerente de Desenvolvimento de Rede da MAN Latin America, Sergio Beraldo, diz que é natural oferecer a possibilidade de o cliente contar com um funcionário da concessionária em sua garagem. “O segmento de ônibus sempre teve por cultura ter uma manutenção própria, já que as garagens são grandes e o veículo não pode parar. São feitos serviços fora de horário, noturnos, de fim de semana. Tudo isso levou à necessidade de tratamento e horário diferenciados, portanto, deslocamos mão de obra para lá, como mecânicos e eletricistas. Muitos contam com um estoque de peças de maior giro na própria garagem”. Beraldo confirma que muitos frotistas têm deixado de fazer a manutenção própria por conta do incremento da tecnologia. “A mão de obra tem que ser mais especializada, assim como as ferramentas de diagnóstico e reparo. Você só consegue isso fazendo uso do concessionário”, diz. Além da manutenção em si, a MAN oferece ao cliente a possibilidade de contar com um monitor de ônibus (front-office), que acompanha a frota no “meio de campo” entre cliente e concessionário. “Ele é basicamente um gestor e passa a maior parte do tempo no cliente, mas é funcionário da concessionária”. É esse profissional que, junto com os representantes da

empresa, faz a gestão da manutenção. Não há um formato específico para o atendimento, ele varia de acordo com o tamanho da frota e a necessidade do cliente. “Tem cliente com um funcionário do concessionário lá dentro, outros com cinco ou seis, não obrigatoriamente em tempo integral”, diz o gerente. Alguns clientes têm contrato de manutenção, mas ele não é obrigatório para a realização desse serviço, que é cobrado por hora da mão de obra do funcionário e as peças utilizadas. Segundo Beraldo, há empresas que mantêm parte de seus funcionários e outras que substituem a mão de obra, realocando os antigos profissionais. Para ele, atuar dentro da oficina das transportadoras é uma tendência e a procura pelo serviço tem aumentado.

Sergio Beraldo, gerente de desenvolvimento da rede MAN

IVECO Clientes Iveco que são grandes frotistas, chamados de clientes-primos, contam com um grupo de atendimento denominado Costumer Service Manager Key Account. “Alguns desses clientes sugeriram um atendimento diferente por contarem com infraestrutura em algumas bases. Ao invés de eles irem até o concessionário, o concessionário iria até eles”, conta o gerente comercial de pós-venda, Mozart Murier. No caso da Iveco, os transportadores de carga contam com esse serviço – que começou com a empresa Tegma e já inclui outros clientes, como a Jamef. “Eles têm infraestrutura, um espaço em que fazem estoque

com peças para as manutenções programadas e espaço para locação de ferramental”. No caso da Tegma, com frota de 120 caminhões Iveco, a equipe da concessionária é formada por um máster (mecânico com mais experiência) e mecânicos médios, eletricista máster, um ajudante e um líder de equipe. Todos trabalham em tempo integral na oficina do cliente e, em alguns casos – como a própria Tegma, que opera 24 horas –, há dois turnos trabalhando na base do cliente. “O cliente, de acordo com sua operação, define as rotas e, nos intervalos em que ele não está em rota, cabe ao gestor de manutenção da empresa passar a programação de serviços ao

chefe”, explica Murier. O gerente explica que o foco é a manutenção preventiva, pois a corretiva demanda um investimento em infraestrutura que “não faz sentido o cliente ter dentro de sua base”. Ele alerta que esse serviço só é vantajoso para frotistas que já tenham oficina própria. Na Iveco, todos os clientes que recebem atendimento in loco têm contrato de manutenção e uma grande frota. “Ter uma grande frota viabiliza as intervenções feitas, senão o custo da ociosidade sai alto para o cliente”. Os clientes que optam por essa modalidade de atendimento transferem os antigos reparadores da oficina para outras funções.

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DIESEL FINANCIAMENTO

Lobby por JUROS MENORES ABIMAQ PEDE AO GOVERNO FEDERAL REVITALIZAÇÃO DO MODERFROTA, QUE ACABOU ESQUECIDO Por Perla Rossetti jornalismo@novomeio.com.br

Dos R$ 558,857 bilhões desembolsados pelo Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no período de 2005 a 2010, apenas R$ 20,505 bilhões (3,67%) foram destinados a máquinas e implementos agrícolas, índice pequeno que, na teoria, tornaria simples a redução dos juros do programa de financiamento Moderfrota, de 7,5% e 9,5% para 3% no caso do pequeno produtor rural, 4,5% ao médio e 6,5% para o grande. “As taxas facilitariam a renovação da frota para o pequeno e médio, que precisam mais do que o grande produtor, que

tem como se defender. As taxas atuais do Moderfrota são pouco atrativas, mas o PSI (Programa de Sustentação de Investimentos) vai acabar”, justifica o diretor adjunto da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos agrícolas da Abimaq, José Carlos Pedreira de Freitas. O pleito da entidade leva em consideração os bons preços das commodities usadas como matérias-primas e o fato de o setor de máquinas agrícolas crescer 20% em 2011 em relação ao faturamento de R$ 7,5 bilhões registrado no ano passado. Em junho, a entidade entregou o pedido

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AS TAXAS MENORES FACILITARIAM A RENOVAÇÃO DE FROTA PARA O PEQUENO E MÉDIO, QUE PRECISA MAIS DO QUE O GRANDE PRODUTOR QUE TEM COMO SE DEFENDER. AS TAXAS ATUAIS SÃO POUCO ATRATIVAS, MAS O PSI VAI ACABAR José Carlos Pedreira de Freitas, da Abimaq

de revitalização do Moderfrota para a Frente Parlamentar de Agropecuária, presidida pelo deputado federal Moreira Mendes. Antes, durante a Agrishow, em maio, entregou o pleito ao ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Wagner Rossi. “O pedido da Abimaq foi encaminhado para os ministérios da Agricultura, Planejamento e Fazenda pela frente parlamentar da agropecuária e estamos acompanhando. É complicado, mas não tem saída. O governo deve entender que este é um assunto prioritário e mudar as regras do jogo para não inviabilizar o setor. Precisaremos mobilizar deputados e senadores e continuar cobrando, assim como foi feito com a renegociação da dívida anos atrás. É doloroso, mas tem de sair”, afirmou à Mais Diesel o deputado e presidente da frente.

DIFERENCIAÇÃO A iniciativa de acionar o Governo Federal com um pedido de revitalização do Moderfrota – que financia a aquisição de máquinas e implementos agrícolas, mas não inclui peças de reposição – surgiu da defesa pela diferenciação do arado do moinho de mineradora, como explica o engenheiro agrônomo Freitas, da Abimaq. “Desde 2000, houve um crescimento da contratação pelo Moderfrota e os juros começaram a ficar pesados”. Além disso, na época da crise, em 2008, o governo criou o Programa de Sustentação de Investimentos (PSI), no Finame, com juros mais baratos, de 4,5%, e que chegaram aos atuais 6,5%. “O discurso era oportuno. Era preciso injetar dinheiro na economia nacional na medida em

que o mundo inteiro parava de investir no Brasil. Os bancos públicos passaram a operar com linhas especiais e o BNDES foi o principal. O programa cumpriu o objetivo de entrar no mercado irrigando as empresas que puderam operar no meio da crise internacional”, analisa Freitas. Assim, o PSI é provisório, previsto até dezembro de 2011; no entanto, o Moderfrota enfraqueceu-se de tal forma com seus juros maiores que, embora tenha sido responsável pela renovação de máquinas e implementos agrícolas dos últimos dez anos no Brasil, exige uma revisão para sua continuidade. “Além de definitivo, o Moderfrota é específico para máquinas agrí-

colas, enquanto o PSI serve para qualquer segmento. Em função da perenidade do Moderfrota, pedimos a redução de juros”.

HISTÓRICO A recomendação técnica é o uso das máquinas e implementos agrícolas por, no máximo, dez anos, sobretudo para tratores. Apesar da inexistência de estatísticas em relação à renovação de frota de tratores, sabe-se que o número de trocas é baixo. “Basta olhar nas plantações e nota-se que os equipamentos não são, em sua maioria, novos, ao contrário, principalmente para o produtor rural pequeno e médio. Eles

FINAME RURAL Desembolsos do BNDES e participação de máquinas e equipamentos agrícolas

VALORES EM MILHÕES R$ Ano

Desembolsos BNDES

Máquinas, equipamentos e implementos agrícolas

Part. %

2005

46.980

2.306

5%

2006

51.318

1.720

3%

2007

64.892

2.643

4%

2008

90.878

3.339

4%

2009

136.356

3.316

2%

2010

168.423

7.181

4%

Fonte: BNDES

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DIESEL FINANCIAMENTO

são exatamente quem estamos buscando com a proposta da revitalização do Moderfrota”, diz Freitas. De acordo com uma pesquisa do Dieese, com a implementação do programa, essa indústria ganhou fôlego e chegou, no final de 2004, a uma produção de 66.900 unidades (crescimento de 137%), com 13.292 empregados nas indústrias filiadas à Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) e 43.863 no setor inteiro. Estima-se que, até 2003, 20% da frota de máquinas e equipamentos havia sido renovada. Entre 2000 e 2004, foram realizadas 51 mil operações que envolveram o desembolso de R$ 10 bilhões. Somente para o anosafra 2003/2004, foram disponibilizados R$ 5,5 bilhões, patamar semelhante (R$ 5,46 bilhões) destinado para a safra 2004/2005. Na Agrishow, o documento da Abimaq foi muito bem aceito pelo ministro Vagner Rossi. “Justificamos todos os argumentos e ele entendeu as reivindicações como justas por não ser um financiamento para o fabricante, mas para o produtor rural comprar a máquina”. A Frente Parlamentar da Agropecuária transformará o assunto em nota técnica com detalhamento do assunto e enviará, a partir de agosto, na volta do recesso parlamentar, o documento para o ministério do Planejamento e em seguida para o da Fazenda, de acordo com o deputado Moreira.

SEQUÊNCIA Os próximos passos envolvem a discussão do assunto pelo ministro Rossi com o Ministério da Fazenda, para depois seguir em análise pelo Conselho Monetário Na-

COMO É HOJE Itens financiáveis • Equipamentos novos: tratores e implementos associados, colheitadeiras e equipamentos para preparo, secagem e beneficiamento de café • Equipamentos usados: tratores e colheitadeiras, com ou sem plataformas de corte; pulverizadores autopropelidos, montados ou de arrasto, com tanques acima de 2 mil litros e barras de 18 metros ou mais; plantadeiras acima de 9 linhas; e semeadoras acima de 15 linhas, observadas as seguintes condições: • com idade máxima de: oito anos para tratores; dez anos para colheitadeiras; e cinco anos para pulverizadores, plantadeiras e semeadoras • revisados, com certificado de garantia emitido por concessionário autorizado • adquiridos em distribuidora autorizada cadastrada no BNDES

Participação máxima do BNDES • Até 100% do valor dos bens financiáveis, para os clientes que se enquadrem no Moderfrota – Pronamp • Até 90% do valor dos bens financiáveis, para os demais clientes

cional, que reduziria os juros do Moderfrota. “A expectativa da câmara setorial é que as discussões caminhem ao longo dos próximos meses e na impossibilidade de prorrogação do Finame PSI, o Moderfrota esteja atualizado a partir de janeiro de 2012”, pondera Freitas. Mesmo diante de um cenário de juros altos provocados pela alta da taxa básica de juros do governo, a Selic, atualmente em 12,5%, ele diz que a Abimaq e o setor têm ainda um forte argumento para a baixa dos juros: “o segmento de máquinas e implementos agrícolas ocupa apenas 4%

dos reembolsos do Finame. O custo do governo para equalizar as taxas à da Selic é pouco representantivo. Se você fizer um pequeno ajuste no Finame como um todo já cobre a diferença facilmente para colocar em benefício do Moderfrota”. Em números, trata-se de um universo de cerca de 5 milhões de produtores rurais, dos quais 1,5 milhão são atendidos pelo Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). “Os 3 milhões restantes de produtores e suas famílias seriam potencialmente atendido pelo Moderfrota”, diz o executivo da Abimaq.

O GOVERNO DEVE ENTENDER QUE ESTE É UM ASSUNTO PRIORITÁRIO E MUDAR AS REGRAS DO JOGO PARA NÃO INVIABILIZAR O SETOR Deputado Moreira Mendes, da Frente Parlamentar de Agropecuária

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Faça revisões em seu veículo regularmente

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DIESEL LANÇAMENTO

Por Larissa Andrade larissa@novomeio.com.br Fotos Divulgação

VOLKSBUS APRESENTA COMPLETA LINHA DE ÔNIBUS 2012 COM MOTORES MAN E CUMMINS. LANÇAMENTOS CHEGAM AO MERCADO NO PRÓXIMO ANO ATENDENDO À NOVA ETAPA DA LEGISLAÇÃO DE CONTROLE DE EMISSÕES Aproveitando o momento

de mudança na legislação de controle da emissão de poluentes por veículos diesel, que acontece no início do próximo ano com a fase P7 do Pro-

conve, a Volksbus lançou uma nova linha de chassis de ônibus e anunciou uma novidade: alguns dos produtos contarão com motores MAN fabricados no Brasil e montados pela MWM

Roberto Cortes, presidente e CEO da MAN Latin America, em um dos lançamentos da marca

International, na fábrica localizada em Santo Amaro, capital paulista. O lançamento é resultado de uma parceria da engenharia nacional com a engenharia alemã, ou seja, os propulsores foram adaptados ao mercado nacional – ou “tropicalizados”, no jargão do mercado. O presidente e CEO da MAN Latin America, Roberto Cortes, explica que essa é a maior sequência de lançamentos da Volksbus, com nove modelos que variam de cinco a 26 toneladas de peso total. A marca já concentra 33,3% de participação das vendas do mercado de ônibus nesse ano, o que representa um crescimento significativo em relação a 2005, quando esse índice era de 22,2%. A média mensal de vendas no segundo trimestre desse ano foi de 2.754 veículos. Uma das diferenças entre os motores MAN e Cummins da nova linha está no fato de que os veículos com propulsor MAN terão o sistema EGR (Exhausted Gas Recirculation), que consiste no reaproveitamento dos gases de exaustão através do controle eletrônico. Uma

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pequena porcentagem dos gases é recirculada, resfriada e então alimentada de volta para a câmara de combustão. Por conta de redução da temperatura na câmara, diminui também a quantidade de óxido de nitrogênio nos gases de escape. A principal vantagem do sistema EGR é que ele não necessita de Arla 32 e, com isso, não há interferência no encarroçamento do veículo nem acréscimo de peso significativo. O motor MAN D08 equipará três lançamentos: os urbanos com propulsor

dianteiro VW 15.190 OD e 17.230OD – ambos de quatro cilindros –; e o urbano com motor traseiro VW 17.280 OT, de seis cilindros. As outras novidades da marca, que vão desde miniônibus até um articulado de 26 toneladas, recebem motor Cummins com tecnologia SCR, que realiza o póstratamento fora do motor e necessita de uma solução de ureia, o Arla 32. As reações químicas que envolvem ureia e oxigênio são responsáveis pela redução de NOx nas emissões.

Ricardo Alouche, diretor de Vendas, Marketing e Pós-Vendas

Motor MAN equipa o ônibus VW 17.280 OT, com tecnologia EGR

A desvantagem desses veículos é a necessidade de abastecimento com Arla 32, mas, antecipando-se a qualquer problema de distribuição que possa surgir, a Volkswagen já anunciou que irá comercializá-la em sua rede de concessionários em embalagens de 4, 10, 20, 200 e 1.000 litros. O produto será fornecido pela Cummins, mas terá a marca Volksbus. Segundo o diretor de Vendas, Marketing e Pós-Vendas da MAN Latin America, Ricardo Alouche, uma

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DIESEL LANÇAMENTO

das grandes vantagens dos novos ônibus da marca é o menor consumo de combustível. “Nos veículos SCR, o consumo total (diesel e Arla) é até 5% menor do que com Euro 3, dependendo da operação”. O mesmo resultado foi obtido também com a tecnologia EGR. Além do menor consumo, esses veículos emitem menos poluentes. “Um veículo Euro O emitia 1.538 quilos de material particulado por ano, enquanto um Euro 5 emite 28 quilos por ano. Então um veículo Euro 0 rodando equivale a 55 veículos Euro 5”, diz Alouche. Quando se fala em NOx, a emissão era sete vezes maior nos veículos Euro 0 em relação aos lançamentos.

MERCADO Alouche conta ainda que a expectativa da montadora é crescer de 5 a 10% nos próximos anos, impulsionada pela expansão da economia, renovação da frota e grandes eventos, como a Copa do Mundo e as Olimpíadas. O índice, no entanto, é abaixo do que vinha se verificando nos últimos dez anos, com média de 15% ao ano. Mas o diretor justifica o menor crescimento apontando o índice de participação da mon-

OS LANÇAMENTOS VW 5.150 OD

VW 8.160 OD

Miniônibus voltado ao transporte escolar, shuttle de empresas de turismo e também para uso em autoescola, equipado com motor Cummins ISF de 3,8 litros. Conta com caixa ZF, com acionamento por cabos e alavanca de troca de marchas no painel. Tecnologia: SCR

Também conta com o novo motor Cummins ISF de 3,8 litros e caixa ZF com alavanca de transmissão posicionada diretamente sobre a transmissão. O veículo é para aplicações de fretamento e urbana de média densidade, com carrocerias que podem chegar a oito metros de comprimento. Tecnologia: SCR

VW 9.160 OD/VW 9.160 OD Plus O micro-ônibus também vem com motor Cummins ISF de 3,8 litros, caixa de transmissão ZF 5S 420 de cinco marchas e um novo sistema de troca de marchas por cabo, que exige menor esforço e confere mais precisão. Outra novidade é o novo painel de instrumentos. A versão comum tem entre-eixo de 3.900 mm e PBT de 8.500 quilos, enquanto a versão Plus tem entre-eixo de 4.300 mm e PBT de 9.200 quilos. Tecnologia: SCR

Motor do micro-ônibus VW 9.160 OD

Linha de produção dos motores MAN na fábrica da MWM Internacional

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VW 15.190 OD Para transporte urbano dianteiro, esse modelo é equipado com motor MAN D08 de quatro cilindros, com dois turbocompressores e sistema de injeção Common Rail. Vem com caixa de transmissão ZF 6S 1010 de seis velocidades com servo assistência e transmissão por cabos. Apresenta bom desempenho em baixas rotações. Tecnologia: EGR

Ônibus urbano com motor MAN chegará às ruas em 2012 VW 18.330 OT Equipado com motor Cummins ISL de 8,9 litros e 330 cavalos de potência. Conta com caixa de transmissão Eaton FSBO 9406 AE com servo assistência e traz o retarder Voith VR 123 como opção, que garante maior durabilidade ao sistema de freios e maior segurança. Tecnologia: SCR

W 26.330 OTA Depois do protótipo ser apresentado na Fetransrio, esse modelo chega ao mercado equipado com motor Cummins ISL de 8,9 litros e nova transmissão ZF Ecolife que permite a programação de condições de rota de acordo com a aplicação. Tecnologia: SCR

VW 17.280 OT Com uma aplicação diversificada, o Volksbus 17.280 OD vem equipado com novo conjunto powertrain. O motor também é o MAN D08 de 6,7 litros, seis cilindros e 230 cavalos de potência, dois turbocompressores e sistema de injeção Common Rail. O frotista pode escolher entre a transmissão mecânica ZF 6S 1010 de seis velocidades com servo assistência e transmissão por cabos; transmissão automática ZF 6HP 502C e a versão V-Tronic, com transmissão automatizada. Tecnologia: EGR

VW 17.230 OD Voltado para operações severas de transporte urbano, esse modelo vem com motor MAN D08 de quatro cilindros, com dois turbocompressores e sistema Common Rail. Além disso, conta com polia adicional de série e pacote de arrefecimento reposicionado que facilita a instalação de carrocerias com ar-condicionado. O modelo tem caixa de transmissão ZF 6S 1010 de 6 velocidades com servo assistência e transmissão por cabos. O frotista também pode escolher a versão V-Tronic, equipada com transmissão automatizada. Tecnologia: EGR

Motor MAN D08 de quatro cilindros

tadora no mercado, que cresceu significativamente e deve se estabilizar. Os lançamentos também chegarão aos mercados chileno e argentino no próximo ano, enquanto modelos Euro 3 ainda serão fabricados para exportação para outros países da América Latina e África. “Hoje, o volume de exportação do total vendido é de 15%. Pretendemos chegar a 20%, mas não sabemos quando. Isso depende da variação do dólar”, conta Alouche. Em relação a uma possível pré-compra, Alouche é categórico: ela deve acontecer. Isso porque alguns frotistas devem se antecipar para economizar, já que os caminhões e ônibus com as novas tecnologias tendem a custar entre 10 e 16% a mais que os modelos atuais. O investimento da MAN Latin America no desenvolvimento de ônibus e caminhões adequados ao Euro 5 é de mais de R$ 300 milhões e conta com 200 técnicos e engenheiros. Além disso, a montadora prevê uma grande mudança em sua rede de concessionários. Atualmente, há 62 lojas especializadas em ônibus; mas a partir de 2012 toda a rede será modernizada e passará a atender a linha Volksbus – uma iniciativa que mostra o empenho da montadora em estar cada vez mais presente na manutenção de seus veículos em todo o país.

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DIESEL MERCADO

CHINESES na estrada Por Patrícia Malta de Alencar patricia@novomeio.com.br Fotos Divulgação

MONTADORA DE PESADOS SINOTRUK É A PRIMEIRA DO PAÍS ASIÁTICO A EXPORTAR PARA O BRASIL O mercado brasileiro de automóveis vem assistindo nos últimos meses a uma firme e progressiva expansão dos negócios de montadoras chinesas. O crescimento de tais marcas no país já é considerado uma tendência. Mas e entre os caminhões, o que esperar das marcas do gigante asiático? Neste mercado, a principal representante até o momento é a Sinotruk. Também conhecida na origem como CNHTC, de China National Heavy Duty Truck Group Corpo-

ration, está presente no Brasil desde junho de 2009, mas seus primeiros caminhões chegaram somente em janeiro de 2010. Representada pela importadora curitibana Elecsonic, a Sinotruk Brasil é resultado de um investimento de 11 sócios provenientes do próprio setor de caminhões. “Juntos, eles injetaram R$ 12 milhões como capital inicial para importar o modelo Howo 6x2 e 6x4 da China”, afirma Joel Anderson, diretor geral da empresa. A montadora iniciou operações montando caminhões militares, em 1935, e hoje é um dos líderes em vendas no seu país de origem, com produção estimada de 190 mil unidades com PBT acima de 19 t em 2010. O segmento tem uma expectativa de crescimento acelerado no mercado nacional nos próximos anos e nem quem está do outro lado do mundo quer ficar de fora.

INFRAESTRUTURA São 26 concessionárias já em operação. “Todas contam com o serviço de pós-venda estruturado. A área é a principal preocupação dos concessionários e da Sinotruk, já que é o ponto de partida para a escolha de um caminhão”, diz o diretor. A previsão é inaugurar mais 11 lojas até o fim do ano e, segundo Anderson, o plano de expansão não vai parar. “Frotistas e caminhoneiros receberam a nova marca como uma oportunidade de crescimento de seus negócios. Entenderam que a relação custo/benefício é uma das melhores do mercado”. O preço sugerido do Howo 6x2 é de R$ 270 mil e do 6x4, R$ 290 mil, ou seja, cerca de 30% mais baixo que o de marcas consolidadas. A tecnologia foi obtida a partir de parcerias entre a Sinotruk e marcas tradicionais, como Volvo e MAN. A montadora informa

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que, de 2003 a 2008, manteve uma jointventure com a empresa sueca; e, em 2009, a alemã assinou um acordo de parceria estratégica, comprando 25% de participação na montadora chinesa. A união resultou na criação da marca de caminhões Sitrak.

PARTICIPAÇÃO A Sinotruk já conquistou, por ora, 0,4% do mercado nacional de caminhões, passando, inclusive, a nacional Agrale no ultimo mês de junho: foram 73 da empresa chinesa e 70 da gaúcha – os números são apenas ilustrativos, pois vale considerar as diferenças entre os produtos oferecidos por ambas as marcas. “Ainda não existe uma meta para alcançar determinada fatia de mercado”, afirma Anderson. Mas em médio prazo, a partir de 2015, o objetivo da empresa é comercializar 5 mil caminhões por ano. “Isso será possível com a chegada de novos produtos, a consolidação da rede e a entrada em outros mercados da América do Sul”, completa. De janeiro de 2010 até o fim do primeiro semestre de 2011 foram comercializados 700 caminhões no mercado brasileiro, segundo as informações da empresa. Uma das estratégias de vendas foi a política de recompra de seminovos, mesmo que de outras marcas. “Essa procura tem sido frequen-

Interior da cabine do Howo; em outubro, na Fenatran, a montadora deve apresentar o Howo A7, com uma versão premium da versão atual

te. Temos parceria com todos os bancos que financiam caminhões. Possuímos também taxas de financiamento de 0,99%, com ótima aceitação dos clientes”.

CARACTERÍSTICAS Com PBT (Peso Bruto Total) de 60 toneladas, o Howo possui motor Sinotruk, com sistema de injeção eletrônica common rail, que desenvolve torque de 162 mkgf na faixa de 1.180 a 1.590 rpm, potência máxima de 380 cv a 2.000 rpm e caixa mecânica de

Joel Anderson, diretor geral da empresa

12 marchas. Segundo a empresa, os cavalosmecânicos Howo 6x2 e 6x4 foram projetados para atender exigências em segurança, eficiência e tecnologia. “O design, ergonomia e conforto foram pensados em todas as etapas do desenvolvimento dos caminhões. A cabine avançada oferece praticidade e bem-estar ao motorista, contribuindo para potencializar a dirigibilidade segura e econômica”. A boleia foi construída em aço de alta resistência, possui sistema limpador de para-brisa com três velocidades, vidro laminado no para-brisa, banco do motorista ajustável com suspensão a ar e sistemas de ventilação e aquecimento. A coluna de direção tem ajustes de inclinação e de altura do volante. O Howo está na faixa de pesados com CMT (Capacidade Máxima de Tração) acima de 45 toneladas e pretende brigar com modelos como MAN Constellation, MercedesBenz Axor e Iveco Stralis. “Mas não se trata de uma competição direta, uma vez que a Sinotruk não faz parte da Anfavea, pelo produto não ser nacionalizado. A previsão é, em curto prazo, se tornar associada à Abeiva, a Associação Brasileira de Empresas Importadoras de Veículos Automotores”. No futuro, Joel Anderson afirma que a Sinotruk pretende importar caminhões de outras faixas de peso e potência.

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DIESEL MERCADO

“Na Fenatran, que acontecerá em outubro, na cidade de São Paulo, será exibido o Howo A7, com uma versão premium da cabine atual”.

PÓS-VENDA A empresa já está investindo também no pós-venda, fator determinante na escolha das transportadoras. “Sabemos que é um dos primeiros itens a ser analisado pelo empresário antes de comprar um caminhão. É o que fideliza um cliente e colabora para o fortalecimento da marca”. Existe um acompanhamento da área técnica da Sinotruk junto aos concessionários com o objetivo de fornecer apoio no atendimento de pós-venda. Já para o aplicador independente, as informações técnicas não estão abertas. “O atendimento de pós-venda é exclusivo das conces-

sionárias Sinotruk”, afirma Anderson. Com essa filosofia, os trabalhos com concessionários e clientes finais são constantes. “A empresa oferece treinamento de mecatrônica para toda a rede. A ideia é ter, em médio prazo, todos os serviços de ponta oferecidos pelas marcas consolidadas no país, como o atendimento 24 horas, que já é oferecido por 50% da rede”, explica o diretor. Nos test drives com o Howo, ao entrar no caminhão o cliente ouve um áudio informativo sobre suas características técnicas, bem como informações sobre a empresa. A garantia é de dois anos e a rede está estruturada para fornecer peças para toda a frota circulante de caminhões Sinotruk. “O Centro de Distribuição de Peças, que será inaugurado em setembro deste ano, facilitará ainda mais esse processo”, completa o porta-voz da montadora.

MONTADORAS CHINESAS NO BRASIL Os chineses começaram a vir para o país em 2007. Primeiro chegou a importação de leves, com Chery, Effa e Geely. Hoje estão presentes pelo menos 15 montadoras de leves no país. A primeira marca de pesados a aportar aqui foi a Sinotruk, mas há a expectativa da chegada de pelo menos mais uma, a Foton, que promete estrear em outubro deste ano, na Fenatran, com foco em caminhões leves e semileves. Em comum, todas elas têm duas características marcantes: o preço baixo e a oferta de muitos equipamentos e acessórios de série. Os chineses que já estão aqui

TECNOLOGIA

SINOTRUCK

HOWO 380 6X2 Tipo Peso em ordem de marcha

HOWO 380 6X4

caminhão trator 8.540 kg

9.210 kg

Peso bruto total

60.000 kg

Capacidade de carga – quinta roda

22.635 kg

Motor Potência máxima Torque Disco de embreagem Marchas Eixo dianteiro Modelo

Sinotruk WD 615.96, common rail 280 KW (380 cv) a 2.000 rpm 1590 nm (162 mkgf) de 1.180 a 1.590 rpm Sinotruk 430 mm 12 para frente e duas rés Sinotruck direcional com secção transversal em T duplo, em aço forjado, tratado termicamente

Capacidade de carga

7.000 kg

Eixo traseiro

Sinotruck

Tipo Capacidade de carga Sistema de freios Freio Motor

eixo rígido em aço estampado 26.000 kg freios a disco na dianteira e tambor na traseira tipo S-CAM tipo borboleta, com acionamento no comando de válvulas

Leves: Brilliance, BYD, Chery, Faw Haima, Geely, Great Wall, JAC, Lifan e MG-Roewe. Leves e utilitários: Chana, Effa, Hafei e Jinbei. Pesados: Foton e Sinotruk. Principais montadoras chinesas de pesados, que podem aparecer um dia por aqui, com o aquecimento do mercado nacional Anhui Hualing Anhui Jianghuai Beiben Dongfeng Dongfeng Liuzhou Faw Great Wall Hebei Zhongxing Hino Jiangling Jinhua Youngman Naveco Profile Qingling Saic-Iveco Hongyan Shaanxi Shaanxi Baoji Huashan

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DIESEL LANÇAMENTO

ENCOLHENDO PARA

CRESCE

R

VOLVO INGRESSA NO MERCADO DOS ÔNIBUS SEMIPESADOS PARA MULTIPLICAR POR QUATRO SUAS VENDAS Por Robson Breviglieri robson@novomeio.com.br Fotos Divulgação

Ao longo de

seus 30 anos de presença no Brasil, a Volvo Bus sempre sustentou o conceito de que um transporte público eficiente se faz com menos veículos transportando mais pessoas, ou seja, com veículos maiores, os pesados. Tanto que a marca foi pioneira na introdução do ônibus articulado e do biarticulado. Apesar dessa pos-

TECNOLOGIA REDUZ OCORRÊNCIAS DE MANUTENÇÃO O Volvo B270F reúne atributos agregados com o objetivo de reduzir os custos de manutenção do veículo e o tempo parado nas oficinas. • Eixo dianteiro e direção robustos e confiáveis por utilizar componentes comuns aos dos caminhões VM 6x4. • Rolamentos de roda livres de manutenção nos dois eixos.

• Sistema de freios a tambor do tipo S-came, com ajuste automático das lonas e exclusivo sistema de cubos livres de manutenção em todas as rodas. • Sistema de freios com grande capacidade, com lonas projetadas para suportar as mais rigorosas aplicações urbanas, e com custos de manutenção reduzidos.

tura, a Volvo não teve como resistir à realidade das cidades latino-americanas e à lógica da demanda por ônibus semipesados, um mercado 2/3 superior ao que a empresa vinha atuando. Por isso, a Volvo lançou o chassi de ônibus B270F com motor dianteiro, sua primeira investida no segmento de ônibus semipesado com configuração 4x2. “A decisão de produzir este novo chassi é uma resposta a um anseio antigo de nossos clientes que já utilizam os ônibus da marca em outros segmentos, mas não dispunham de modelos da Volvo para esta faixa de aplicação, cuja demanda tem crescido significativamente”, explica Luiz Carlos Pimenta, presidente da Volvo Bus Latin America. O veículo inaugura uma nova fase na história da marca no Brasil, pois, até esse lançamento, a Volvo só produzia por aqui ônibus pesados com motor traseiro ou central. Além de atender a uma demanda de mercado, a montadora vislumbra um forte incremento nas vendas com

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o produto. Hoje, comercializa por ano 4 mil ônibus pesados no Brasil e na América Latina. Com a entrada no novo segmento, a expectativa é elevar esse número para 12 mil unidades. Antes mesmo do lançamento oficial, mais de 200 unidades foram comercializadas.

PLATAFORMA O B270F foi baseado na plataforma dos caminhões Volvo VM, já aprovada no segmento de caminhões semipesados. Entre suas principais características, a Volvo destaca robustez e economia de combustível. “O projeto para o ônibus, contudo, priorizou as necessidades específicas do transporte de passageiros, com atenção especial a itens de conforto, segurança e cuidado ambiental, até porque o veículo terá uma parte expressiva das vendas destinadas ao mercado de urbanos”, detalha Gilcarlo Prosdocimo, líder comercial do projeto de introdução do novo chassi. O chassi é equipado com um motor de 7 litros, seis cilindros em linha e injeção Common Rail. Há duas opções de caixas de câmbio mecânicas. A FSO 6406A destina-se a aplicações rodoviárias, com rotação ideal de consumo na última marcha (overdrive). Já a caixa FSB 6406B (direct drive) é apropriada para aplicações urbanas e metropolitanas. A confecção do quadro do chassi, conforme explica a montadora, utiliza aço especial LNE 60, mais leve e resistente. Combinada a soluções como a suspensão com molas parabólicas, proporciona um resultado final 400 quilos mais leve do que similares dessa categoria. Outro atributo destacado pela Volvo é o volante ajustável. “A suspensão com molas parabólicas nos eixos traseiro e dianteiro é uma exclusividade da marca, neste segmento, e resulta em mais conforto para os passageiros, mais estabilidade, menor nível de ruído, menos manutenção”, diz

Motor eletrônico com proteção contra superaquecimento e posição exclusiva da alavanca de câmbio

Gilcarlo Prosdócimo. Pesando 150 kg menos que as convencionais, as molas parabólicas contribuem para a redução de custos de manutenção por ter menos componentes e por dispensar serviços como o arqueamento que periodicamente se faz necessário em suspensões com feixes de molas convencionais. A Volvo também considerou, na execução do projeto, a facilidade de encarroçamento do novo chassi. Com estrutura de longarina e travessas em escada, apresenta balanços dianteiro e traseiro equilibrados, de forma a permitir a montagem de carrocerias de até 12,80 metros sem necessidade de alteração da distância entre-eixos original de 5,95 metros. O balanço dianteiro mais longo foi projetado para permitir portas mais largas para melhor acesso dos passageiros, especialmente em aplicações urbanas.

PÓS-VENDA A área de pós-venda da Volvo oferece uma série de produtos e serviços: Voar (Volvo Atendimento Rápido), treinamento de motoristas, lubrificantes genuínos da marca, Reman (peças remanufaturadas Volvo), peças genuínas, serviço planejado Volvo e estrutura de atendimento nas instalações do cliente, entre outros. Recentemente, a montadora realizou com a rede de concessionárias um trabalho de reestruturação no atendimento a clientes de ônibus. Houve ampliação no estoque de peças em todos os distribuidores, implementação de novas ferramentas específicas para ônibus, treinamento de mecânicos e a nomeação de especialistas em ônibus, chamados de Mr. Bus.

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DIESEL CAPACITAÇÃO

MAIS PERTO DO REPARADOR Por Larissa Andrade larissa@novomeio.com.br Fotos Divulgação

PRIMEIRO CENTRO DE TREINAMENTO DA MAN LATIN AMERICA CUSTOU R$ 5 MILHÕES E DEVE CAPACITAR 12 MIL PROFISSIONAIS POR ANO Não é novidade que as montadoras vêm buscando uma participação cada vez maior no pós-venda de pesados. Seja por meio da ampliação da rede de concessionários, dos contratos de manutenção ou até mesmo da presença de reparadores “oficiais” na oficina do cliente (veja reportagem

de capa desta edição na página 30), as fabricantes de caminhões e ônibus já perceberam que esse é um nicho lucrativo e estão investindo cada vez mais nesses serviços. A MAN Latin America é uma das que colocou a mão no bolso com o objetivo de aumentar sua participação na manutenção de seus veículos e inaugurou recentemente seu primeiro centro de treinamento, em São Bernardo do Campo, Grande São Paulo. O diretor de Vendas, Marketing e Pós-Vendas da MAN Latin America, Ricardo Alouche, diz que a estratégia é uma “preparação

para enfrentar a concorrência”. Hoje, a rede conta com 145 concessionários, somando mais de 1.100 boxes de atendimento, que empregam 8.200 funcionários.

Ricardo Alouche, diretor de Vendas, Marketing e PósVendas da MAN

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Com tecnologias cada vez mais avançadas, o centro de treinamento revela algo que o mercado independente já vem percebendo há algum tempo: necessidade de atualização constante e muita capacitação técnica. “A premissa básica do novo CT é a aula presencial para passar os atributos dos produtos e suas tecnologias. Temos material didático desenvolvido pela própria montadora, padronizado pela MAN, além de novos recursos instrucionais, como a web training, um site para gestão de treinamentos”, diz o gerente executivo de Desenvolvimento da Rede, Sérgio Beraldo. A montadora tem acordo com escolas Senai e atualmente são sete conveniados, com instrutores treinados pela própria MAN. “Quando a agenda é livre, esse treinamento é aberto à comunidade”, explica Beraldo. O CT conta com 13 salas de treinamento, três de reunião e um auditório. Além de treinamento técnico para mecânicos, também serão oferecidos cursos de condução econômica e defensiva para motoristas e treinamentos das áreas comercial, administrativa e de exportação.

ESTRATÉGIA Toda a rede autorizada MAN na América Latina deverá receber treinamento no CT e a expectativa é de que 12

mil profissionais sejam capacitados no novo espaço, número que representa um crescimento de 50% em relação a 2010. “Esse é o foco: melhorar nosso pós-venda e atender melhor que qualquer concorrente. Antes, para treinamento, tínhamos uma sala adaptada na fábrica, mas os espaços sempre foram improvisados. Hoje também temos quatro unidades móveis de treinamento voltadas aos grandes frotistas e às concessionárias”, conta o consultor de Estratégia de Pós-Venda da marca, Pupo Nogueira. As instalações do CT, que tem uma área de 3.500 metros quadrados, contam até com cabines em corte de caminhões que reproduzem mais de 200 diferentes falhas para diagnósticos. Há boxes de serviço, salas de aulas para treinamento teórico, um refeitório, um auditório com capacidade para 80 pessoas sentadas, uma biblioteca com literatura técnica e salas de reunião. O objetivo é usar o CT não apenas para treinar os profissionais da rede, mas também para apresentar lançamentos de produtos. A coproprietária do CT é a Acav (Associação Brasileira dos Distribuidores Volkswagen Caminhões e Ônibus), que, segundo Beraldo, investe mais de 60% de seu faturamento em treinamento, mostrando a importância da qualificação técnica dos colaboradores. Seguindo essa tendência de foco no

Sergio Beraldo, gerente executivo de Desenvolvimento da Rede

O QUE O CT MAN OFERECE • Treinamento técnico para mecânicos • Cursos de condução econômica e defensiva • Treinamentos das áreas comercial, administrativa e de exportação

pós-venda, a montadora está remodelando sua rede de concessionárias e lançando a rede MAN. “A primeira inauguração aconteceu em março, com a nova idealização que será padrão para a rede. Todas estarão preparadas para atender os veículos MAN até fevereiro de 2012”, garante Ricardo Alouche.

Centro de treinamento conta com 13 salas de treinamento e servirá de palco para apresentação de lançamentos

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DIESEL EQUIPAMENTOS

CAÇADORES DE EXPANSÃO DA FROTA ELETRÔNICA EXIGE ADEQUAÇÃO DA ESTRUTURA DAS OFICINAS Por Larissa Andrade larissa@novomeio.com.br Fotos Divulgação

A partir de 2012, os veículos diesel vendidos no Brasil terão que atender às novas exigências da Fase P7 do Conama, equivalente à Euro 5. Entre outras novidades, os veículos serão equipados com sistema OBD, o On-Board Diagnostic. Com o constante aumento da complexidade da eletrônica embarcada, os estabelecimentos de manutenção veicular são obrigados a investir cada vez mais em formação de mão de obra e equipamentos para diagnosticar os defeitos. A reportagem da Mais Diesel pesquisou as principais opções do mercado e traz, a seguir, os scanners mais avançados para diagnosticar defeitos nos caminhões e ônibus eletrônicos.

dade de injeção de combustível (mm³), pressão do rail (bar), pressão do turbo (mbar), ângulo da injeção (ºKW), torque real do motor (Nm) e muito mais. No modo de leitura, os scanners Kaptor.com e Kaptor Evolution oferecem o modo visual graph, que informa de maneira automática se os valores lidos são ideais ou se estão fora dos padrões. Os testes mais avançados permitem realizar ajustes nos sistemas e acionar componentes de maneira independente: Ajuste do Pedal do Acelerador, Balanceamento dos Cilindros, Teste de Compressão, entre outros.

DELPHI Para diagnosticar os sistemas de injeção diesel eletrônica, a Delphi oferece o DS 900, que atende cerca de 90% das aplicações no Brasil, entre ônibus, caminhões, pick-ups e SUVs.

ALFATEST São duas opções de scanners para diagnóstico de injeção eletrônica e eletrônica embarcada, o Kaptor.com e o Kaptor Evolution. Possuem desde as funções mais básicas, como ler e apagar os códigos de falhas que ficam registrados nas unidades de comando dos veículos, até a possibilidade de acesso aos valores dos sensores e outras informações calculadas pelo módulo eletrônico: quanti-

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PLANATC O SCANNERSC-900 é o sistema de comunicação e análise da injeção eletrônica para caminhões. Entre suas funções estão leitura dos códigos de falha do sistema de injeção, leitura e análise dos vários parâmetros do motor, como rotação do motor, temperatura do ar, temperatura da água,

óleo, etc.; teste e atuação nos cilindros, podendo desligar ou ligar cada cilindro separadamente. O equipamento faz interpretação particular dos sistemas PLD e ADM nos Sistemas Mercedes-Benz.

BOSCH O Scanner Diesel SDC 701 permite o teste dos sistemas de injeção diesel das montadoras Ford, GM, Iveco, Troller, Mitsubishi, Mercedes-Benz, Nissan e Toyota. O equipamento também é utilizado para testes de air bag e ABS para a Mitsubishi e Toyota e para teste do sistema de transmissão

da Volkswagen. Com navegação simples, por meio de cinco teclas básicas e software gráfico, o SDC 701 é de fácil manuseio. O equipamento é portátil e dispensa o uso de cartuchos ou qualquer outro módulo externo para realizar os testes e diagnósticos. A atualização é feita via CD-ROM.

NAPRO O PC Truck 5000 faz a análise dos sistemas de injeção diesel, piloto automático, ABS e controle da carroceria de caminhões, ônibus e utilitários diesel. Entre suas principais funções estão: consultar a memória de avarias (leitura do código de falhas), limpar a memória de avarias, diagnóstico de sensores e elementos atuadores, regulagem básica, orientação ao

mecânico na identificação de defeito, leitura dinâmica de parâmetros do veículo. Dependendo do tipo de injeção, permite ver na tela do computador uma série de valores ao mesmo tempo como rotação do motor, temperaturas do líquido de arrefecimento, ar de admissão, óleo e combustível, pressões do combustível e turbo, posição do pedal do acelerador, etc.

TECNOMOTOR O Rasther i+ é o scanner da empresa para diagnóstico em sistemas eletrônicos veiculares para veículos diesel. É constituído por uma interface que funciona conectada ao computador através das portas: RS 232, USB ou sem fio utilizando Tecnologia Bluetooth. Os programas das montadoras já estão incorporados em sua memória e são liberados na medida de sua necessidade.

Entre suas funções especiais estão o resumo de diagnóstico (apresentação em uma só tela das funções mais úteis para diagnóstico), leituras (organização de tela de forma flexível), cadastro para registro de dados do cliente e posteriores relatórios de diagnóstico de seus veículos e investigação avançada, que permite congelar as leituras no momento em que um defeito for detectado.

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DIESEL INSPEÇÃO

MOBILIZAÇÃO nacional ESTADOS BRASILEIROS SE PREPARAM PARA IMPLANTAR SEUS PROGRAMAS DE INSPEÇÃO AMBIENTAL O mercado brasileiro de manutenção automotiva aguarda, com grande expectativa, que as maiores cidades do país implementem, a partir do ano que vem, seus programas de Inspeção Ambiental Veicular. O prazo estabelecido pelo Conama (Conselho Nacional de Meio Ambiente) para o início das vistorias é abril de 2012. Como o objetivo da inspeção é garantir que as emissões da frota estejam dentro dos parâmetros estabelecido pela legislação, apenas nas localidades em que for constatado impacto importante das emissões veiculares na poluição do ar deverá ser instituída a IAV – aquelas que ainda não registrarem esse impacto de maneira

agressiva poderão adotar outras iniciativas para melhorar a qualidade do ar. Exatamente para determinar as estratégias de cada estado no controle dos poluentes emitidos pela frota circulante, o Conama estabeleceu que cada estado seria obrigado a desenvolver um PCPV (Plano de Controle de Poluição Veicular) indicando tamanho e características da frota e monitoramentos sobre a qualidade do ar, além de um Inventário de Fontes Móveis. O prazo para a entrega desse documento venceu no último dia 30 de junho.

Por Larissa Andrade larissa@novomeio.com.br Fotos Divulgação

significativo que deve se refletir nos estados que adotarem o chamado I/M – Programa de Inspeção e Manutenção. De acordo com a Abema (Associação Brasileira de Entidades Estaduais de Meio Ambiente), todos os estados já tinham entregue seus PCPVs até meados de julho, com exceção do Amapá, Pará e Roraima. “A Abema tem estimulado os estados ao

NEGÓCIOS A divulgação dos PCPVs estaduais tem sido acompanhada atentamente pelo setor de manutenção automotiva, já que, a exemplo do que acontece na cidade de São Paulo, a inspeção resulta em um forte aquecimento do mercado. Na capital paulista, pesquisa realizada pelo Sindirepa-SP mostra que a Inspeção Ambiental Veicular provocou um aumento de 36% no movimento das oficinas ouvidas – um número

Presidente da Abema, Helio Gurgel

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têm até 25 de abril de 2012 para fazê-la. As conversas foram bem claras em relação ao prazo”, explica Sabrina. Em alguns estados, já foi confirmado que a inspeção não ocorrerá – pelo menos nos próximos anos. “Muitas vezes, até pela frota ser pequena, avançar para um programa de inspeção não seria pertinente”, explica Sabrina. Nesses estados, outras soluções foram propostas, como o incentivo ao uso do transporte público e a criação de ciclovias. Naqueles em que a inspeção começa no próximo ano, varejistas de autopeças e reparadores devem se preparar para uma nova demanda que certamente se concretizará. A reportagem da Mais Diesel conversou com os órgãos de meio ambiente dos estados brasileiros para confirmar a entrega dos PCPVs e conhecer as estratégias de cada um para controlar a poluição emitida pelos escapamentos de carros, motos, ônibus e caminhões. No quadro a seguir você fica sabendo quais divulgaram planos com a proposta de implantar a Inspeção Ambiental Veicular.

Sabrina Feltes, engenheira química, apresenta o PCPV gaúcho

cumprimento da resolução 418, inclusive havendo articulado em dezembro de 2010 sua prorrogação, através da resolução 426. Nesse sentido, ela também tem coparticipado da capacitação necessária para que os estados se aparelhassem e produzissem seus planos”, diz o presidente da associação, Helio Gurgel. O Ministério do Meio Ambiente explica que, embora o PCPV seja obrigatório para todos os estados, os mesmos terão autonomia para decidir sobre as medidas a serem adotadas para a redução e o controle dos gases que saem do escapamento de carros, motos, ônibus e caminhões. O principal desafio para alguns estados foi definir quais seriam essas medidas, já que não havia um monitoramento da qualidade do ar nem qualquer estudo que apontasse o impacto da frota em relação a ele.

ANDAMENTO Entre os PCPVs já apresentados, o do Rio Grande do Sul foi considerado referência. Desde então, a engenheira química Sabrina Feltes – que integra a equipe técnica do plano – vem participando de oficinas com outros estados do país para ajudá-los na elaboração de seus planos. “Alguns estados vinham tendo dificuldades em relação ao Inventário de Fontes Móveis e ao plano propriamente dito. Tanto é que o prazo de entrega foi até prorrogado, terminando ago-

ra em junho. Nós estivemos em Brasília para uma oficina técnica e avançamos quanto à elaboração dos inventários. Também disponibilizamos ferramentas para fazer os cálculos. Em um segundo momento, na própria oficina, Rudolf Noronha, gerente de Qualidade do Ar, do Ministério do Meio Ambiente, deixou claro que o inventário não era o plano, pois o plano deveria mostrar como tratar a poluição veicular no estado. E os estados que apontarem a necessidade de inspeção

TRADIÇÃO A CNT (Confederação Nacional de Transporte) realiza há vários anos o projeto Despoluir, voltado à sustentabilidade no transporte. Faz parte dele um programa de redução de emissões de poluentes veiculares e uso racional de combustível, executado por 21 federações de transporte de cargas, passageiros e autônomos. Os serviços são gratuitos e para participar basta entrar em contato

com a federação de transporte da região e solicitar a visita da equipe técnica. Os veículos aprovados pelos padrões de emissão de poluentes recebem o Selo Despoluir. Entre 2007 e 2010, mais de 392 mil veículos foram inspecionados e 87% foram aprovados. Em 2011, até maio, foram realizadas quase 74 mil aferições, com uma aprovação de cerca de 88%.

RESULTADOS DO PROJETO DE REDUÇÃO DAS EMISSÕES DE POLUENTES PELOS VEÍCULOS (N° DE AFERIÇÕES) 2007 a 2010

2011 até abril

maio

392.505

56.420

17.455

87,05%

88,12%

Total 466.380

Aprovação no período 88,62%

87,24%

Fonte: CNT

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DIESEL INSPEÇÃO

INSPEÇÕES Antes mesmo da Inspeção Ambiental Veicular se tornar obrigatória, algumas cidades brasileiras já estão implementando iniciativas em caráter educativo. Um bom exemplo é o de São Bernardo do Campo (SP), onde uma parceria entre a Petrobras, a Secretaria de Meio Ambiente e a Secretaria de Trânsito viabilizou a inspeção gratuita para veículos diesel. Chamado de OrientAR, o programa começou no ano passado, quando foram inspecionados 2,3 mil veículos diesel. Nesse ano, a expectativa é chegar a 4

Média de reprovação é de 16% nos veículos a diesel de São Bernardo do Campo

EDUCATIVAS

mil. “Depois que o Rodoanel Sul começou a funcionar, houve um aumento de 45 mil veículos por dia que usam a nossa cidade como meio de chegar ao seu destino e isso tem agravado muito a emissão de poluentes”, explica o secretário de gestão ambiental do município, Gilberto Marson. A inspeção é voluntária e acontece uma vez por mês nas ruas da cidade, durante uma semana. “A média de reprovação é de 16%”. A inspeção leva de 15 a 20 minutos e o motorista sai com uma cópia do laudo. A frota das empresas de ônibus que prestam serviço à Prefeitura também passam pela inspeção. Atualmente, a frota diesel de SBC é de cerca de 80 mil veículos. Na cidade de Joinville (SC), a Inspeção Ambiental Veicular educativa vem crescendo desde sua implementação no ano passado, quando começou apenas com a frota da Prefeitura e de ônibus particulares. Agora já são promovidos eventos abertos à população e a inspeção atinge tanto veículos do ciclo diesel

Inspeção educativa em Joinville atinge frota dos ciclos diesel e Otto

como Otto. O coordenador da Fundema (Fundação Municipal de Meio Ambiente), João Marcelo Sylvestre, explica que a proposta é conscientizar a população sobre o impacto do veículo desregulado para o meio ambiente. “Queremos atingir até 4 mil veículos para ter um parâmetro no final do ano e, a partir de 2012, começar um trabalho de fiscalização”, diz Sylvestre. A frota atual do município é de cerca de 350 mil veículos.

INSPEÇÃO DE NORTE A SUL PARAÍBA

TOCANTINS

BAHIA

O PCPV já foi enviado ao Ministério do Meio Ambiente e inclui a realização da I/M. A frota do estado é de cerca de 700 mil veículos, que devem ser submetidos à inspeção a partir do segundo emplacamento. As verificações serão realizadas por uma empresa privada, selecionada por meio de licitação.

O PCPV do estado foi publicado em junho e revela que a frota é de 400 mil veículos. Caminhões, ônibus e micro-ônibus representam 6% desse número. Apenas cinco cidades têm frota superior a 15 mil veículos. De acordo com o PCPV, todos os veículos em uso passarão pela inspeção anualmente. Os detalhes de implantação do programa serão conhecidos a partir da conclusão do edital, prevista para janeiro de 2012. O objetivo do estado é já prever também a inspeção de segurança.

O PCPV foi publicado em 29 de junho e prevê, entre outras iniciativas, a verificação já em 2011 da emissão de poluentes pela frota de ônibus e caminhões em parceria com a Petrobras. Mas por enquanto não se trata de inspeção e sim de uma ação educativa. Planos para uma possível I/M serão estabelecidos apenas após a avaliação dos resultados das ações de monitoramento e verificação do inventário.

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MINAS GERAIS

ESPÍRITO SANTO

MATO GROSSO DO SUL

O estado já havia publicado seu PCPV no ano passado, que determinava a implantação da I/M nas cidades de Belo Horizonte, Contagem e Betim, que registram a maior frota da região metropolitana. Atualmente, Minas tem a segunda maior frota do país, com 6,5 milhões de veículos. A frota diesel foi definida como alvo prioritário para início da implantação do Programa I/M em Minas Gerais, embora o plano não determine prazo para início da operação.

O PCPV estabelece a realização da I/M nos cinco municípios da Grande Vitória (Serra, Vitória, Vila Velha, Cariacica e Viana), que concentra cerca de 45% da frota do estado – que sofreu um aumento de 130% entre 2001 e 2010. No prazo de três anos, o programa pode ser estendido a outras cidades. Inicialmente, a I/M pode ter caráter educativo, mas estará integrada ao licenciamento. A frota do estado saltou de 548 mil veículos em 2001 para 1,262 milhão em 2010. Nesse período, os veículos diesel passaram de 50 mil para 128 mil. A Região Metropolitana da Grande Vitória tem uma frota diesel de 53 mil veículos.

O PCPV foi publicado em 1º de julho e aponta a necessidade da I/M. Um dos motivos é a alta participação de veículos a diesel na frota total, já que a economia é baseada no agronegócio. A frota do estado é estimada em 747 mil veículos. As microrregiões de Campo Grande e Dourado concentram, juntas, 62% da frota, e são responsáveis por 60% das emissões de poluentes. A I/M começará em abril de 2012 com a frota circulante total dos municípios da microrregião de Campo Grande; em janeiro de 2013, atingirá as microrregiões de Dourados e Três Lagoas; e, em 2014, todos os veículos do estado passarão pela inspeção.

PARANÁ Publicado em maio deste ano, o PCPV paranaense estabelece que a I/M deve ser implementada no estado como uma das soluções para reduzir a emissão de poluentes. Os veículos a diesel representam cerca de 443 mil em uma frota total de 5,1 milhões. Segundo o PCPV, eles têm contribuição expressiva nos volumes emitidos de NMHC

(93%) e principalmente material particulado (99% do total). A I/M está prevista para começar em 2013 na Região Metropolitana de Curitiba, abrangendo veículos diesel fabricados entre 1970 e 2011. Em 2015, será atingida a frota diesel do litoral, Ponta Grossa, Londrina, Maringá e Cascavel e, em 2018, a inspeção chegará a todo o estado.

RIO GRANDE DO SUL Aprovado no final do ano passado, o PCPV gaúcho é bastante abrangente tanto no que se refere ao inventário de gases poluentes por veículos quanto nas soluções propostas, que vão desde a Inspeção Ambiental até a viabilização do transporte hidroviário. Mas ainda há indefinições sobre o funcionamento da I/M (Inspeção e Manutenção de Veículos). Ainda não foi estabelecido, por exemplo, quem será o responsável pela implantação do programa: se o próprio governo ou empresa privada a ser selecionada por

licitação. De qualquer forma, a I/M começará em dezembro de 2011 e deverá abranger todo o estado – em etapas já estabelecidas pelo plano. Os veículos diesel, que representam 10% da frota de 4,1 milhões de unidades, começam a ser inspecionados em 2011, na Região Metropolitana de Porto Alegre, para veículos fabricados entre 1997 e 2010. No ano que vem serão englobadas as regiões de Serra, Missões e Central, ampliando para a frota fabricada entre 1987 e 2011. A última fase, que inclui 100% da frota do estado, será implementada em 2013.

CAMINHÃO

27%

A partir de parceria com a concessionária de rodovias CCR, o Programa Caminhão 100%, iniciativa do GMA (Grupo de Manutenção Automotiva), realiza desde 2010 avaliações mensais gratuitas em caminhões na rodovia Presidente Dutra. Técnicos especializados em manutenção checam vários itens de segurança e da parte mecânica dos caminhões. Desde o início dos trabalhos, já foram inspecionados 576 caminhões. Segundo o balanço do programa, 73% deles apresentaram níveis de emissões de poluentes acima do permitido. Ou seja, apenas 27% seriam aprovados nas linhas de inspeção ambiental.

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DIESEL LANÇAMENTO

NOVA GERAÇÃO 58 Lançamento linha F MD 42.indd 58

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Por Patrícia Malta de Alencar patricia@novomeio.com.br Fotos Divulgação

VOLVO APRESENTA LINHA F DE CAMINHÕES PROCONVE P7/EURO 5, QUE, ALÉM DE ATENDER AOS NOVOS LIMITES DE EMISSÕES QUE COMEÇAM EM JANEIRO, GANHOU POTÊNCIA, TORQUE E CAIXA DE CÂMBIO AUTOMÁTICA A nova linha F de caminhões Volvo chegará ao mercado a partir de 2012, equipada com a tecnologia SCR, para atender às demandas da legislação ambiental, e com nova motorização. A novidade foi apresentada oficialmente em julho, na cidade de Manaus (AM). “O Amazonas é o cenário ideal para o lançamento dessa nova geração de caminhões. Respeito ambiental, qualidade e segurança são os nossos valores. Esse é o mundo que deixaremos para nossos filhos e eu me sinto honrado de ter uma marca com um compromisso sério com o meio ambiente”, disse Roger Alm, presidente da Volvo do Brasil. O executivo ainda aproveitou para anunciar o investimento de R$ 80 milhões em uma nova cabine de pintura, que estará em acordo com a preservação ambiental, além dos cerca de US$ 20 milhões aplicados no desenvolvimento da nova linha. SCR é a sigla em inglês para Redução Catalítica Seletiva (Selective Catalytic Reduction), e os novos motores dos caminhões FH, FM e FMX foram desenvolvidos a partir desta tecnologia, que, além de trazer a solução ambiental exigida, proporciona um aproveitamento energético mais eficiente.

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DIESEL LANÇAMENTO

A montadora já possui mais de 170 mil veículos com esse sistema rodando na Europa e em outros mercados em que o programa de controle das emissões veiculares está mais adiantado. A tecnologia é menos suscetível à qualidade do combustível, o que é relevante em um país onde o uso de diesel de má qualidade ou inapropriado é uma realidade. Segundo Bernardo Fedalto Jr., gerente de caminhões da linha F da Volvo do Brasil, destes, pelo menos 100 mil já atendem aos requisitos do Euro 5.

PRESERVAÇÃO Com o SCR, o catalisador faz o devido pós-tratamento dos gases de exaustão do veículo, reduzindo as emissões de óxidos de nitrogênio (NOx) e de material particulado (MP) aos novos limites estabelecidos pela legislação (veja no box Proconve P7/Euro 5). O sistema converte grande parte do NOx em nitrogênio e vapor-d’água, que são inofensivos ao meio ambiente. Álvaro Menoncin, gerente de engenharia de vendas da Volvo do Brasil, explica que a tecnologia é simples

Nova tecnologia SCR da Volvo atende aos requisitos da fase P7 do Proconve, que tem início em 2012

e confiável, com poucos componentes: um tanque para o aditivo Arla 32, uma bomba de sucção, uma unidade injetora e um catalisador. Seu funcionamento também é simplificado: a bomba faz a sucção do aditivo armazenado no tanque específico, o pressuriza a 5 bar e o injeta no sistema de escape por onde passam os gases provenientes do motor. O Arla é composto por 32,5% de ureia diluída em água desmineralizada, e, quando submetido às altas temperaturas do escape, transforma-se em amônia, misturando-se aos gases; no catalisa-

O tanque de 60 litros de Arla oferece bastante autonomia aos motoristas

dor, reage com o NOx. O consumo do aditivo, segundo os representantes da empresa, é de cerca de 4 a 5% do consumo de diesel. Segundo Menoncin, os concessionários estão preparados para fornecer o aditivo. “É um produto atóxico e não é inflável, pode ser inclusive transportado na cabine”. Enquanto não estiver disponível a granel, em larga escala, os caminhões poderão ser abastecidos por meio de recipientes portáteis, o que, para Menoncin, não é limitativo. “Com o tanque de Arla de 60 litros cheio e o consumo de 2 km/l de diesel, a autonomia é de 1.200 km”. Os recipientes do aditivo serão comercializados “em tamanhos apropriados para proprocionar boa autonomia de viagem” – 20, 200 e 1.000 litros – e haverá um medidor do nível do tanque no painel, semelhante ao do combustível. A decisão de oferecer o aditivo, segundo Fedalto, é uma resposta à preocupação do mercado quanto à disponibilidade do produto nos postos de combustível. Ainda para cumprir as exigências legais da P7, os novos caminhões sairão de fábrica com o OBD (On Board Diagnostic), que fará a autodiagnose dos níveis de emissão. Trata-se de uma autofiscalização do trabalho correto do motor e do sistema SCR, alertando o motorista em caso de falha, como a ausência do aditivo no tanque, o que prejudicaria o tratamento dos gases. No caso de o motorista ser alertado e

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Os novos caminhões da linha F ganharam mais potência, torque e caixas de câmbio automáticas

não solucionar o problema, o OBD reduz o torque do motor, impedindo que ele siga viagem. “O limite de emissão de NOx é de 2 g/kWh, mas há uma tolerância até 3,5 g. De 3,5 g a 7,0 g, é acesa a LIM e o motorista terá 48 horas para fazer o reparo necessário no sistema. Isso no Brasil; na Europa, ele teria 36 horas. Depois desse período, se não for resolvido o problema, o torque é reduzido em 40%. Mas se o nível for maior que 7,0 g, o sistema não espera nem as 48 horas, assim que o motorista parar o veículo o torque é reduzido”, explica Menoncin.

Toda a gama de motores da linha FH ganhou mais 20 cavalos cada. Os veículos sairão da linha de produção com as seguintes potências: 420 cv, 460 cv, 500 cv e 540 cv. Já os FMX terão potências de 420 cv, 460 cv e 500 cv. O FH 540 cv passa, então, a ser o caminhão mais potente da montadora, superando o próprio modelo

anterior, o FH 500 cv. Os caminhões FMX e FM com motor de 11 litros também receberam motorização de nova geração, mas permanecem com a mesma potência. Para atingir o melhor desempenho, segundo o gerente de Planejamento Estratégico da empresa, Sérgio Gomes, a Volvo vem trabalhando com composições maiores, menor consumo e maior quilometragem. “Foi o que fizemos com o bitrem, que permitiu diminuir o custo, o consumo e o número de veículos [para a transportadora]”. Esse veículo evoluiu de 18 m de comprimento para 20 m e, depois, 25 m. O primeiro fazia 2,2 km/l, o segundo 2,4 km/l e o terceiro 1,8 km/l, carregando 50 t, enquanto os primeiros transportavam 25 t e 40 t, respectivamente. “A gente vem aumentando as composições e, para isso, aumentamos também a potência em cerca de 5 cavalos a cada ano”, afirma Gomes. Os torques dos motores da nova linha também foram elevados em 100 Nm, ou seja, subiram até 5%, o que proporcionará melhor velocidade média,

NOVIDADES Aproveitando o lançamento, a Volvo agregou outras alterações à linha, proporcionando mais que apenas o cumprimento da legislação. A linha F trará caminhões com mais potência, torques elevados, eixos traseiros mais duráveis e a caixa de câmbio I-Shift, que deve proporcionar menor consumo de combustível e mais segurança para a operação.

Os caminhões FMX terão potências de 420 cv, 460 cv e 500 cv

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DIESEL LANÇAMENTO

maior capacidade para subir rampas, menor tempo de ciclo (entre a carga e a descarga), menor número de trocas de marchas e mais conforto para o motorista, que, no conjunto, resultam em maior produtividade e rentabilidade para o transportador. A nova geração ficou também mais robusta, com um eixo traseiro sem redução nos cubos, com a carcaça fundida, o que o faz mais durável e com menor produção de ruídos, e com maior Capacidade Máxima de Tração (CMT), de 65 toneladas. A troca de óleo sintético ainda é a estendida para até 400 mil quilômetros. Os principais serão os de 3,08:1, com faixa econômica de 62 a 90 km/h; e de 3,40:1, com faixa econômica de 56 a 81 km/h. A montadora também oferece eixos para diferentes topografias, em virtude da diversidade dos terrenos brasileiros, mas esses serão os mais usados.

PROCONVE P7

EURO 5

Substância

P5 (2006)

P7 (2012)

Redução

NO x

5 g/kWh

2 g/kWh

60%

MP

0,1 g/kWh

0,02 g/kWh

80%

TENDÊNCIA A última grande novidade é a nova caixa de câmbio I-Shift, que para a linha F será oferecida em nova configuração, adequada ao aumento de torque; com softwares novos, que se interconectam melhor com a parte eletrônica do caminhão; e com melhor aproveitamento do diesel, em virtude da tecnologia SCR e da previsão de uso do combustível S 50, mais limpo. As novas caixas já equipam 72% dos caminhões da linha F que saem

Com a nova caixa de câmbio I-Shift, a troca de marchas é 5% menor

da linha de montagem, proporcionando o aumento da vida útil dos componentes, a redução do esforço do motorista e o consequente aumento do seu conforto na condução do veículo. Segundo Menoncin, a troca de marchas com ela é 5% menor e a capacidade de subida, até 16% maior. Para Bernardo Fedalto Jr., o Brasil está crescendo razoavelmente bem nesse quesito, se considerarmos que em 2002 apenas 3% dos FH possuíam a caixa automática e, agora, com o fechamento do primeiro semestre, são 72%, enquanto na Europa são 79%. “Isso mostra que o Brasil, ao perceber uma tecnologia interessante, rapidamente a absorve. A gente acha que até o final do ano vai empatar com os europeus porque a tendência é as caixas mecânicas desaparecerem com o tempo. A montagem da caixa no Brasil começa no final desse ano na nossa fábrica”. E quanto vai custar tudo isso? Fedalto afirma que o FH subirá cerca de 10%, o FM 11 litros, 12%, e o FMX, 10%. “O caminhão mais barato tem um efeito percentual maior porque a tecnologia é a mesma. Teremos ainda o retorno do IPI a partir de janeiro de 2012. Então sabemos que haverá um impacto importante para o transportador”, afirma. O Imposto sobre Produtos Industrializados volta a incidir sobre os caminhões no próximo ano, com alíquota de 5%, após um período de isenção concedido pelo governo. A caixa, segundo os representantes da empresa, custa cerca de R$ 15 a 20 mil. Com todas essas alterações,

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os caminhões devem ganhar, ainda, de 80 a 100 kg, já descontado o peso da I-Shift, que é cerca de 70 kg mais leve que a caixa mecânica.

MERCADO Em 2008 a montadora comercializou 3.340 unidades; em 2010 esse número saltou para 6.526; e, em 2011, até o mês de junho a soma já atingia 3.017 veículos, prometendo ser um bom ano para a companhia. A participação no mercado também vem aumentando. Em 2011, segundo Fedalto, cresceu progressivamente: 20,3% em janeiro, 23% em fevereiro, 25,6% em março, 25,3% em abril, 26,5% em maio e 27% em junho, garantindo 11,8% do mercado de caminhões no país – de acordo com dados de junho da Anfavea. No segmento de pesados – 40 toneladas ou mais –, a Volvo se tornou líder do mercado, em junho, com 24,8% de participação. Em 2012, com o início da vigência da fase P7 do Proconve, o mercado com certeza passará por um período de adaptação, com a chegada de novos modelos de todas as marcas, com novas tecnologias e o retorno do IPI. “Os clientes estão preocupados com o preço e com o operacional, que é a disponibilidade do diesel S 50. Ainda não sabemos se haverá uma pré-compra, mas achamos que sim, principalmente por aqueles clientes que operam, por exemplo, no Paraguai ou na

Todos os caminhões da linha FH ganharam 20 cv cada

Bolívia, porque eles não terão esse diesel disponível”, diz Fedalto. Segundo ele, a empresa está operando em dois turnos na montagem, em três na fábrica de motores e em quatro turnos na de cabines, tudo para atender a expectativa de vendas. Ele explica que os quatro turnos, “apesar de a conta não fechar”, quer dizer que há funcionários trabalhando inclusive no horário do almoço, “enquanto um

sai para almoçar, outro assume”, diz. A fábrica não para nunca. O gerente frisa que, se acontecer a pré-compra, o mês de janeiro será mais fraco, mas ele também acha que a demanda pode aumentar devido às boas safras agrícolas que estamos acompanhando. “Sabemos que quanto mais altas forem as vendas neste ano, menor será no início do próximo ano”.

PÓS-VENDA A área de pós-venda da Volvo no Brasil tem uma série de produtos e serviços desenvolvidos para facilitar a vida do transportador, e a nova linha F chega ao mercado amparada por todas as soluções da marca. Segundo a assessoria da empresa, de cada dois caminhões vendidos, um sai de fábrica com contrato de manutenção. São mais

de 15 mil contratos ativos e a taxa de renovação após o término gira em torno de 85%. - Programas de manutenção nas modalidades Branco (mão de obra), Verde (lubrificação básica), Azul (manutenção preventiva completa), Prata (manutenção preventiva e reparos do trem

de força) e Ouro (manutenção completa, preventiva e corretiva) - Volvo Atendimento Rápido (Voar) - Treinamento de motoristas - Peças genuínas e peças remanufaturadas Volvo (Reman) - Lubrificantes genuínos da marca - Serviço planejado Volvo - Seminovos Viking - Gestão de oficinas de clientes

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diesel anfir

Anfir projeta desaquecimento no setor de implementos Motivos são a redução do acesso ao crédito e a antecipação das compras de caminhões motivadas pelo Euro 5. A entidade alerta ainda para o perigo de desindustrialização do país A Anfir (Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários) prevê para 2011 redução no desempenho do setor. No cenário mais otimista, a entidade acredita que pode haver resultado positivo no faturamento de 4,4%, percentual abaixo da previsão feita em fevereiro, que foi de 5%. No entanto, a Anfir admite que pode haver queda na atividade a ponto de haver faturamento negativo de 1,2%.

As razões para as previsões de desaquecimento são a diminuição do acesso ao crédito, com as novas regras do Finame; e as antecipações de compra de caminhões, motivadas pela entrada em vigor em 2012 da norma de emissões Euro 5. Os dois fatores, de acordo com os estudos da Anfir, têm força para reduzir o desempenho do setor – que de janeiro a junho desse ano cresceu 20,51% em emplacamentos.

Finame O novo programa de financiamento, que entrou em vigor em 1º de abril, reduziu a parte financiável com dinheiro público de 100% para 70% e fez os juros anuais subirem de 5,5% para 8,7%. “O reboque e o semirreboque dependem fundamentalmente de financiamento. A redução da parcela financiável afeta di-

ESTATÍSTICA MERCADO INTERNO 2011 - Acumulado - Janeiro a Junho Reboques / semireboques e CARROCERIAS SOBRE CHASSIS A

B

C

%

%

2009

2010

2011

A/B

B/C

49.386

75.491

90.972

52,86

20,51

%

%

EXPORTAÇÕES 2011 - Acumulado - Janeiro a Maio Reboques / semireboques A

B

C

2009

2010

2011

A/B

B/C

1.023

1.700

1.793

66,18

5,47

Fonte: Anfir (Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários) Obs.: Poderão acontecer alterações nas famílias, sem aviso prévio.

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retamente a aquisição dos produtos que são bens de produção”, explica Rafael Wolf Campos, presidente da Anfir.

eURO 5 Com a chegada de 2012, o mercado deve antecipar suas compras de caminhões com os novos motores equipados para atender a norma euro 5 de emissão de gases poluentes. Dessa forma, os recursos destina-

dos à compra de implementos rodoviários deverão ser redirecionados. “Na prática, as empresas vão rodar de caminhão novo com implemento antigo, sem renovar completamente o transporte de carga”, analisa mario Rinaldi, diretor executivo da Anfir. A maior parte de toda a carga transportada no Brasil é feita pelo modal rodoviário, responsável por movimentar cerca de 60% de todas as mercadorias, independente do tipo ou origem. “manter

estatística Anfir (em unidades licenciadas) Janeiro a abril de 2011 – 90.972 Janeiro a abril de 2010 – 75.491 Variação positiva de 20,51%

ESTATÍSTICAS MERCADO INTERNO 2011 Reboques e Semirreboques - Emplacamentos Janeiro a Junho 9.000 8.000 2009

7.000

2010

6.000

2011

5.000 4.000 3.000 2.000 1.000

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Reboques e Semirreboques - Emplacamentos Janeiro a Junho 25.000 20.000

2009

15.000

2010 2011

10.000 5.000 0

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diesel anfir

as frotas de transporte atualizadas assegura a distribuição de mercadorias em todo o território nacional”, diz Rinaldi.

CARRoCeRiAs sobRe CHAssis - emplacamentos Janeiro a Junho A

b

C

%

%

2009

2010

2011

A/b

b/C

1.872

3.703

5.249

97,81

41,75

546

1.061

1.684

94,32

58,72

Graneleiro / carga seca

6.179

8.214

8.733

32,93

6,32

Canavieiro

2.522

3.014

2.735

19,51

-9,26

baú carga geral

1.147

2.447

2.799

113,34

14,38

Carrega tudo

471

652

983

38,43

50,77

Dolly

693

791

550

5,48

-24,76

especial

668

826

1.140

23,65

38,01

Transporte de toras

175

692

493

295,43

-28,76

baú frigirífico

450

838

635

86,22

-24,22

baú lonado

538

1.582

1.519

194,05

-3,96

silo

239

448

441

87,45

-1,56

2.751

1.872

1.757

-31,95

-6,14

168

600

585

257,14

-2,50

21

44

11

100,00

-75,00

18.440

26.724

29.314

44,92

9,69

DeSINDUSTRIALIZAÇÃO Outro fator que ainda não pesa na equação para frear a atividade econômica do setor, mas que representa um risco elevado ao parque industrial brasileiro, é o anúncio feito pelo ministério da Indústria, Desenvolvimento e Comércio exterior de que estuda a não realização de inspeções nos produtos importados, via Inmetro (Instituto Nacional de metrologia, Normalização e Qualidade Industrial) ou seus credenciados. Para a Anfir isso criará uma vantagem para o produto importado em detrimento do nacional. “Trata-se de uma medida contrária aos interesses da indústria nacional. Os produtos brasileiros são legitimamente submetidos ao crivo do Inmetro e não há razão para que os competidores estrangeiros não se submetam aos padrões e regulamentos brasileiros”, afirma o presidente da entidade. O assunto entrou em pauta porque o ministério anunciou que faltaria estrutura ao Inmetro para realizar a fiscalização dos produtos importados. A Anfir vai encaminhar um pedido ao mDIC pedindo que não seja tomada a decisão de liberar o produto importado de inspeção. “É um retrocesso que pode levar o Brasil à desindustrialização”, alerta Campos.

Rafael Wolf Campos, presidente da Anfir

Família basculante Porta-conteiner

Tanque carbono Tanque inox Tanque alumínio ToTAL

CARRoCeRiAs sobRe CHAssis - emplacamentos Janeiro a Junho A

b

C

%

%

2009

2010

2011

A/b

b/C

Graneleiro/ carga seca

11.235

16.320

20.572

45,26

26,05

baús alumínio / frigorífico

10.022

17.974

21.448

79,35

19,33

baú lonado

165

341

434

106,67

27,27

basculante

4.406

7.136

9.821

61,96

37,63

betoneira

478

635

1.358

32,85

113,86

Tanque

709

1.222

1.659

72,36

35,76

3.931

5.139

6.366

30,73

23,88

30.946

48.767

61.658

57,59

26,43

Família

outras / diversas ToTAL

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