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HENRIQUE PAUL0 BAHIANA
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GENERAL FRANCISCO DE 1 q PAULA SANTANDER,
Esta obra 6 publicada ao ensejo da comemora@o do Bicentenario do nascimento do General Santander.
(iDnT(BL Listas Teleffinicas S.A.
Copyright 0 1992 do autor Primeira Ediq30, Margo de 1992 ISBN 85-85329-0 1-7
CIP-Brasil. Catalogaq50-nafonte Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ.
B l35g
Bahiana, Henrique Paulo, 1907General Francisco de Paula Santander, Fr6cer Colombiano / Henrique Paulo Bahiana. Curitiba, PR : Editel Grkf. e Ed.,1992 "Esta obra 6 publicada ao ensejo da comemoraqao do Bicentenario do nascimento do General Santander" ISBN 85-85329-01-7
1. Santander, Francisco de Paula, 1792-1840. 2. Militates Colombia Biografia. 3. Politicos - Col6mbia - Biografia. I. Titulo
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CDD - 923.5 923.2 CDU - 92 (Santander, F.P.)
0 Consulado Geral da Colbmbia no Rio de Janeiro, agradece As seguintes empresas e pessoas, sem cujo apoio, colaboragao e entusiasmo teria sido impossfvel a publicago desk livro
Editel Listas Telef6nicas S.A. Federaci6n Nacional de Cafeteros de Colombia (Escrit6rio do Rio de Janeiro). Indlistrias Klabin de Celulose e Papel S.A. Dr. Mauricio Tore, Dr. Israel Klabin.
e irnenso pmzer que venho atender ao gentil pedido do Professor Henrique Paulo Bahiana para fazer o prefacio do seu livro sobre o grande pr6cer Colombiano General Francisco de Paula Santander - "0 Hornem das Leis" - de urn lado peia prestanqa do autor e de outro pela importancia do personagem. ti, corn muita h o r n
Falar sobre o Professor Bahiana ngo ? f6cil. Nascido no Rio de Janeiro, recebeu aos 21 anos o tftulo de Quunico Industrial na entao Escola Polit6cnica da Universidade do Rio de Janeiro, defendendo uma tese sobre "Combustiveis, oleos minerals e 61eos vegetais Brasileiros", sendo galardoado corn o Pr&mo de Viagem de aperfeipamento de estudos no estrangeiro oferecido pelo govemo. Dedicado ao magistgrio desempenhou sucessivamente portantes cargos no Institute de Oleos do Minist6rio da igricultura; na Escola N o d de Arks e Offcios wenceslau Bras^ no Uceu Industrial do Rio de Janeiro e na Escola Tknica Nadonal, at6 aposentar-se em 1967, ao memo tempo que ensinava qufmica em conceituados estabelecimentos de ensino. -
Autor : Henrique Paulo Buhiana. Editorago : Juan Manuel ffermindez. Impress50 : Editel Graftea e Editora SA. Apoio Cultural : Consulado Gerui da Colombia no Rio de
Janeiro.
co especialistaern 61eos vegetais, publicou numerosos trabalhos sobre o assunto em revistas tkcnicas no Brasil e no ando-se pelos seus trabalhos de pesquisa que tiveram ssiio, tanto no pafs quanto no Estados Unidos e
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Francisco de Paula Santander
;mncisco de h u l a Santander
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Outro grande exegeta de sua vida, o Doutor Carlos Lozano y ~ z a n o ,dizia : "Letrado e Jurista, a sua experizncia d m [campamentos n3o mudou nem urn @ice a orientqao civilista do eu espfrito. 0 sou maior ti& que revmencia a pmteridade 6 de &CT sido caudilho, que se ergueu adversdrio irredutivel do caudilhamento; urn militar que se quedou irnpasstvel, durumente ''Jnfat2gdvel batalhador da boa causa das rela@ culturais do inflexivel, corn uma muralha, contra as tendSncias hegemdnfcas Basil corn a mundo" - corm foi chamado ao receber a Comenda do militarismo. Nu kpoca quase todos us hornens ihstres da da Ordern de Rio Branw - escritor, jomaiista e conferencista, o America duvidaram da liberdade. Ele n . 6 ~duvidoujwnais. Muitos 'erderamaf&. Outros a tra[ram.Ele conservou-asetnpre. Acreditou Professor Bahiana 6 tambdm membro das mais importantes InstituigOes e Academias Tkcnicas; de Letras; de G e ~ g ~ de a ; \a democracia, empenhou-se em impkintd-la e conseguiu triunfar \a empress". HerAdica; de Histdfia, al6m de ter sido Fundador Diretor e membro de varies Institutes Culturais que o Brasif mantern corn outros paises. Para finalizar, eu daria a esta obra o nome de "Urn grande komem por outro grmde hornern". \ Este livro, mais urn do llustre Professor Bahiana, mostra claramente a capacidade e a objetividade do seu autor para apreseotar em pucas @ginas urna imagem limpida e concreta da extraordinaria vida do General Francisco de Paula Santander sobre quern, urn dos seus autorizados bibgrafos, o Doutor Laureano Garcia Ortiz, JUAN LOZANO P. escreveu : Consul Geral da Colombia no Rio de Janeiro.
A convite de diversos governos estrangeiros ou enviado pelo govemo brasileiro, tern visitado numerosos parses, geralmente ern missao cultural, que lhe tern outorgado inurnems condecorages e medalhas em reconhecimento ao merit0 de seus trabalhos.
Foi a mais forte e n c a r m o da id6ia national, a m a i s inghito, espontho e precoce dos mssos temperamentospoUtlcos. T& hem organwtdo para o g o v m quanto o Carded & Richelieu, corn p e atS eraparecidofisJcamente; mas urn Richelieufeitopara a liberdade dentro da ordem, e quo soube imprimir ao seu pu fs, entre a estrondo do cadi60 e as ambigoes dos guerreiros triunfadores,o selo civico e legdista que nos distinguiou e w e as ditadurus miiitares de Hispano America ". I'
Obras do autor: Cole@o "VisSo do Mundo": .
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1) OgrmdeJa~So * 2) 0 Japao que eu vi (Duas edi@es) s relages entre o Brasil e o Japgo 4) Aspectos da Cdtura Coreana 5) Saemaul Undong, movimento da Nova Comunidade .
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7) Ira Antigo e Modem
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10) Visa0 panorarnica da Costa do Marflm (laEdigo) ta do Mwi3m (2aEdigo, atualiza12) Togo de Ontern e de Hoje (Ia Edi@o) 13) Togo de Ontern e de Hoje (Za Ediqgo, atualizada) 14) Marrows e sua Cultura <.
olftica Ultramarina ue rortugal 17) A Espanha e o mundo 18) Aspectos da Politica Exterior AlemS de Auxilio ao Desenvolvimeiitu 21) A Repdblica Dominicans de Ontern e de Hoje 22) Trinta anos da era de Trujillo
24) Paraguai de Hoje 25) As F o r p Armadas e o Desenvolvimento do Brasil.
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Francisco de Paula Santander
General Francisco de Paula Santander, PrOcer Colombiano. 1 Uma ~ u p a @ iagradiivel o para o Histmiador. 1) As facetas Cintilantes do ggnio de Andres Bello 2) A Epopkia do Libertador Ram6n Castilla, Grande Marechal do Peru 3 ) Almirante Miguel Grau, 0 Cavalheiro dos Mares 4) Ant6nio Jos? de Sucre, Grande Marechal de Ayacucho 5 ) General Francisco de Paula Santander, Pr6cer Colombiano 6 ) A Epopkia do General Jose de San Martin 7) San Martin, el Hombre (Publicado na Argentina) 8) Paladinos da Liberdade 9) Dignidade e Bravura do Coronel Joaquim Ant6nio Femhdez de Assun@o 10) Rafael Lehidas Trujillo Molina 1 1) Discursos Acad&nicos.
"Nao hd para o historiadm ", como disse Horhcio Rodriguez Plata, "ocupa@o mats qradavel do que a descrigo da vida dos humens extrmrdindrios que em ocasi6es dm muis dificeis, vividas pela sua patria, intervierum decidihrnente e, corn a palavru e a a@, na chefia do governo ou no frqor do c a m p de batalhu, dominaram a anarquia internu e as ameagas vindo de fora, promoveram b bem-estar de seus compatriotas e a prosperidade nacionul.
Todopersonugem que surge no tumult0 de u r n revoh@ ou de "uma guerra, restabelece a ordem e o direito, respeita e consolida a Constituiglo, sofre e ex@ a vidu para defende-la,merece a gratidan e t m de seu povo e a inclusdo de seu nume na lista dos
grandes hornens da HistOria universal".
2 Infbcia e mocidade de Francisco de Paula Santander. Urn deles t5 Francisco de Paula Santander, nascido a 13 de Abril de 1792, na vila del Rosario de Cccuta, na Nova Granada, hoje CoI6mbia. Filho de Agustin Santander, governador da ci dade e do territ6rio de San Faustino de 10s Rios, perto de Cticuta e de Manuela Urn-,
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Francisco de h u l a Santander
Ap6s estudar as primeiras letras em sua vila natal, ingressa, em 1805, no Col6gio de $30 Bartolomeu, na cidade de Santa F6 de Bogota, capital do Vice-Reinado.
A situago dos patriotas se agrava. A Venezuela volta a cair sob o jug0 espanhol. 0 s vales de Cucuta @oocupados pel0 Cornandante realista Correa. .
Na referida cidade segue cursos de Filosofia, Direito Civil, Direito Can6nico e Direito das Gentes.
3 Seu inicio na carreira das armas. Ainda esta estudando quando, em 1810, surge o movimento pela independencia, ao qua1 ele adere corn entusiasmo. Ingressa entgo no batalhgo da Guarda National, criado assim que cornep a q a o contra o domhio espanhol .
Serve as ordens de Manuel Castillo y Rada, hhbil militar e se inicia assim na carreira das annas.
Desempenha o cargo de Secretgrio de Inspeg30 Geral, subordinado ao Brigadeiro Baraya e, em seguida, o de secretario da expediqao as provhcias do norte, ainda as ordens do referido Bri gadeiro,
4 Promoqh a Segundo-Tenente. 0 talent0 e a competfaicia demonstrados no exercicio desses cargos fazern corn que seja prornovido a Segundo-Tenente.
Surgem desentendimentos entre 0 s patriotas, especidmente ' entre Nariiio e Baraya, resultando uma triste guerra civil, que' coloca em perigo a causa da liberdade.
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-0 rio Magdalena - principal via de comunicapo do interior da
Nova Granada corn o Mar das Antillas e corn a Europa - fica sob conkfile d m espanh6is. A Independhcia da Nova Granada esth seriamente ameapda. Em fins de 1812, Bolivar, vindo da Venezuela, chega a Bogota e a Tunja, sendo-lhe en60 confiado o comando supremo das tropas neogranadiaas.
Bolivar, corn o objetivo de dominar a fronteira do norte da Nova Granada e de preparar a reconquista da Venezuela, dfi ordens a Castillo para atacar o Cornandante espanhol Correa, de posse do importante desfiladeiro de La Grita, no caminho real uoindo a Nova Granada 5 Venezuela.
5 Santander luta corn denodo contra os Realistas. Trava-se sangrent0 combate. Santander, atuando como SargentoMor, luta corn denodo e se apodera de uma altura quase inacessfvel. C o r m abandona os povoados de La Grita e Bailadores, que g o em seguida ocupados pelos patriotas. Be
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A &s^873ia que surge entre'Bdivar e Castifio faz corn que a
fropa que vinha sendo comandada por este ultimo passe a obedecer a Santander. Santander fica ocupando uma posi@o dificil na fronteira norte da Nova Granada, enquanto Bolivar avanqa pela Venezuela,
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Francisco dc Paula Santander
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Vindo de Maracaibo, irrompe na Nova Granada o Capitgo espanhol Uz6n, A frente de soldados veteranos e de descontentes de Oicuta.
Em 1815, os realistas lanprn poderosa ofensiva. 0 General Pablo Morillo, em Agosto, pOe sftio ao importante port0 de Cartagena.
0 chefe realista Calzada, vindo da Venezuela, invade as provhcias orientals da Nova Granada e apodera-se da cidade de Pamplona.
Santander expulsa de San Faustino, Limoncito e Capeccho f o p adversarias, mas diante da superioridade das tropas de Liz6n tern de abandonar Cticuta.
'1 8 NOVWe relevantes services de Santander 6 causa
Em fevereiro de 1814, Pamplona e Clicuta Go reconquistadas pelos republicanos, que passam a perseguir tenazrnente os realistas.
dos patriotas.
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6 Santander, Tenente-Coronel. Santander,j5 agora Tenente-Coronel, dispersa em San Francisco as tropas do chefe guerrilheiro Casas.
Permanece em C~cutae nos arredores, encarregado de dos vales da regib, primeiramente subordinado a Garcia depois ao General Urdaneta.
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Santander une as suas tropas 5s dos Generais Urdaneta e Rovira. Os patriotas procuram, em Pie de Cuesta, opor resistgacia a Calzada. Rovira repele heroicamente o prirneiro ataque, mas no segmd~,a 22 de fevereiro de 1816, v&se ohigado a abandonar a sua - posic3o e empreender a retirada.
6 novamente m& a situagio dos patriotas. Em Dezembro de 1815, Cartagem cai em H e r do chefe espanho1 Morillo. Perdidas para os patriotas a rica provincia de Antioquia.6 a flotilha do Rio Magdalena, Rovira renuncia ao cornando, sendo substiuido pel0 General Serviez.
Tendo este recebido h s t r q 6 e s no sefitido de se amgir a Santander assume pessoalmente a defesa dm vales e algumas passagens para deter os realistas.
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Santander continua como chefe do Estado Maior.
7 Promo@o a Coronel. Santander, promovido a Coronel, man&-se na altura fortif1cada3 de Chopo, que Ramos, apesar de sua superioridade num6rica, n30 se atreve a atacar.
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Bolivar resolve empreender, a partir do Orinoco, u r n arriscada ofensiva, corn o objetivo de conseguir independ6ncia total da Nova Granada.
. Obedecendo as ordens de Bolivar, Santander pacifica a provfnaa
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9 Santander, Comandante Geral e General em Chefe da vanguarda do exercito.
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Bogota, Mariquita e Neiva declaram-se pela causa da liberdade. Em Boyac5 se consolida definitivamente a independencia da Nova Granada.
Nomeado Comandante Geral e General em Chefe da vanguarda do exhito, Santander reune uma foqa de 2 mil homens, a metade deles recrutados entre os moradores das planfcies.
11 Santander r ecebe de Boh'var o encargo de governar as provincias da Nova Granada.
0 vice-rei envia, de Bogota, &s plaiifcies, u m a tropa comandada pelo Coronel Barreiro, o qua! se estabelece em Sogarnoso e obriga, numa skrie de movimentos e escaramuGas, o exercito republican0 a se concentrar num lugar perigoso - os phtanos de Vargas
Santander encarregado por Bolivar de govemar as provincias da Nova Granada, trata de reunir tropas destinadas a cornbater as remanescentes forps r e d stas.
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Bolivar, entao no cornando supremo das forqas republicanas, burla a vigi1SnC)a dos realistas. Valendo-se da escuridao da mite, manda acender fogos em seu acampamento, para enganar o adversario e, astudosarnente,retira-se em dirego a Tunja, cortando ao mesmo tempo as comunica~6esdos realistas corn a capital.
Organiza uma divis3o de 2 mil homens, a qua! unida ao ex6rcito de Bolivar, avanp em dirego a Cficuta para deter a marcha de La Torre, a quern o General Pablo Morillo enviara mil homens para que operassem em combina@o corn a tropa de Barreiro.
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eune as forgas de que precisa o General ~6rdobapara invadir de Antioquia e outras que permitam ao TenenteRodriguez perseguir Calzada em sua retirada rumo a
10 Batalha de Boyac6; Santander no cornando de uma divish. A
Barreiro, a 7 de Agosto, marcha em direqao aos republicanos. He encontra entSo o e x h i to de Bolivar em Boyacfi, onde se trava urn combate, ganho pelos patiiotas.
realista 6 aniquilado. As provnicias de Tunja, Socorm, Pmplona,
Cria no porto fluvial de Honda uma flotilha destinada A defesa do rio Magdalena, Enquanto isso, proporciona aos prisioneiros realistas em seu
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perfodo da guerra. Inaugura em Bogota uma instituiq30 para o endno da Qufmica, das CiSncias Naturals e da Anatomia, a cargo de professores contratados na Franga. Santander n3o se limita a combater e aniquilar os opressores de sua phtria. Gragas a seu prestfgio e a sea zdo, consegue restabelecer" a ordem e fazer respeitar as leis no interior do pais, contribuindo assirn eficazmente para acelerar a remi30 do Congresso, emCucuta, que o elege entao Vice-Presidente da repfiblica.
Suas mensagens ao Congresso revelam o sea conhecimeoto da administra@o pdblica e do Direito. Nelas se manifestam a retidao de mas inten@es, o fundamento de suas opinibs, a nobreza de seus sentimentos, o seu fervoroso patnotismo.
13 Santander exeree de fato o Poder Executive. A 3 de Out o de 1821, Santander toma posse do cargo e presta o jurarnento de ~idelidade& naggo.
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Sob os sew auspfcios floresce a liberdade de imprensa.
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15 Santander 6 eleito Vice-presidente pela 2*. vez.
Be exerce de fato o Poder Executive, por ter o Presidente eleito - General Simon Bolivar - assurnido o cornando do exdrcito ainda em operaqao.
*9 Seus compatriotas, fazendo-Ihejustip e manifestando-lhe apoio agradecimeato, confiam-lhe pela segunda vez, em margo de 1827, a Vice-presid&icia da Repfiblica.
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A Constituiflo confere a Santander poderes extraordin^rios em
6 diffcil governar uma Repriblica, como q Colambia, pouco
caso de perturba~iioda ordem pUblica ou de perigo. Mas apes= de
povoada, amimada pela guerra da 1ndePendGa.
que, em v^rias ocasiks, as circunstancias lhe permitem utiliz&los, ele, corn prudgncia e moderaqao, nao recorre a medidas que Ihe
H$falta de recurnos*Poucos podem contnbulr para aliviar o mau
parecem arbitrarias.
estado das finanps piiblicas. Sao contraidos em Londres empr6stimos em condicoes onerosas que, sobrecarregam a divida pliblica.
14 Caracteristicas de sua administrago. Santander dispensa, desde o inicio de seu govemo, continua aten@o A educaqao popular. Cria escolas elementares conforme o mdtodo lancasteriano, em todas as capitals de departamentos. Restabelece as universidades e os colbgios secundfirios, que haviam cessado as suas atividades no
Santander praticamente consegue manier Ă&#x201A;ÂĽ-oafs em tranqIlllidade e ordem; mas seu incormptivel conceit0 de honestidade e justip descontenta chefes militares cujos abuses nas pmvfncias ele procura reprimir.
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12 Santander 6 eleito wce-presidente da Repfiblica. Santander ngo se limita a combater e aniquilar os opressores de sua patria. G r a y a seu prestfgio e a seu zelo, consegue restabelecer a ordem e fazer respeitar as leis no interior do pafs, contribuindo assirn eficazmente para acelerar a reuniao do Congresso, em Cficuta, que o elege entSo Vice-Presidente da repilblica.
13 Satttander exerce de fato o Poder Executivo. A 3 de Outubro de 1821, Saatander toma posse do cargo e presta o juramento de fidelidade 2 nagao.
Be exerce de fato o Pder Executive, por ter o Presidente eleito - General Simon Bolivar - assurnido o comando do exkrcito ainda em opera@o.
A Constitui@o confere a Santander puderes extraordin^rios em caso de perturbaqiio da ordem pliblica ou de perigo. Mas apesar de que, em v6rias ocasiks, as circunstfincias Ihe pennitem utiliz&los, ele, corn prudhcia e rnoderaqao, n5o recorre a medidas que Ihe parecem arbitrarias.
14 Caracteristicas de sua administraflo. Santander dispensa, desde o inicio de seu govemo, grande e continua aten@ A educago popular. Cria escolas elementares conforme o rn6todo lancasteriano, em todas as capitals de departamentos. Restabelece as universidades e os colkgios secundarios, que haviam cessado as suas atividades no
p ido da guerra. Inaugura ern Bogotfi uma institwo para o ensino da Qufmica, das Cigncias Naturais e da Anatomia, a cargo de professores contratados na Franqa.
Suas mensagens ao Congresso revelam o sea conheclmento da administragio pUb1ica e do Direito. Nelas se manifestam a retidao de suas intenws, o fundamento de suas opiniOes, a fiobreza de seus sentimentos, o seu fervoroso patnotismo.
Sob os sew auspfciosfloresce a liberdade
15 Santander 6 eieito Vice-preside& pela 2'. vex. Sens cornpatnotas, fazendo-Ihe just@ e manifestando-1he apoio e agradecimento, contiam-lhe pela segunda vez, em mar90 de 1827,a Vice-presidhcia da Repcblica.
fi diflil governar uma Repliblica, como
Col6mbia, pouco
povoada, arruinada pela guerra da ~ n d e ~ e n d ~ n c i a .
HA falta de recursos. Poucos podem contnbuir para aliviar o mau estado das finangas pfiblicak. Sao contraidos em Londres empr6stimos ern condipes onerosas que, sobrecarregam a divida ptiblica.
Santander praticamente consegue manter ipals em tranqiiiIidade e ordem; mas seu incorruptive1 conceit0 de honestidade e justiqa
descontenta chefes miiltares cujos abuses nas pmvhcias ele procura reprimir.
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A 10 de Setembro de 1827,o General Bolivar assume a PresidSncia da Repliblica e prestajuramento de governar de acordo corn a Constitui@o vigente, 0 Congresso convoca a Conven@o National. Elei* ocorrem em Novembro e Dezembro de 1827.
populares
Francisco de Paula Santander
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0 govemo suspeita que o General Santander seja urn dos chefes da conspira@o. For isso, o General Urdaneta, Secretario da Guerra e da Marinha, ordena a detengo de Smtander, ordem esta que ? imediatamente cumprida.
18 Santander defende-ae da acusa@o que Ihe 6 feita.
16 Santander se desentende corn Bolivar.
Santander ? preso e levado ao ediffcio das Aulas, onde fica incomuni&vel, & disposi@o do Tribunal.
A 29 de fevereiro de 1828, a Gazeta do Governo, de Bogota, publica uma mensagem de Bolivar em que este &ma que o Pder Executive nao tern foqa suficiente para trabal har corn eficihcia e que o poder militar ? o verdadeiro sustentaculo da sociedade.
3 Presta seu primeiro depoirnento no dia 28 de Setembro, declarando-se inocente e afirmando ngo ter participado da conjurayao.
A Conven@o, que se reime em Ocafia, de 8 de Abril a 10 de Junho, presidida por Santander, declara-se pela conserva@o da Constituigo e contra o despotismo militar.
Mas o Conselho de Governo resolve oferecer a Bolivar a ditadura. Perdem en60 o cargo todos os partidarios da Constituig o , inclusive o General Santander, ardoroso defensor dos direitos do povo.
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Urdaneta mantem Santander preso e incomu~c6ve1,durante varias semanas, A espera de que ocorra algo que o cornprometa.
Santander presta novos depoimentos, a 22 e a 30 de Outubro. Declara que nada sabia do piano dos conspiradores. Sendowlhe perguntado se ele conhecia o motive da sua prig@ responde que o ,presumia, pois que devido i posi@o polftica em que ficara, por desavenca corn o governo, este provavelmente o considerou implicado num movimento visando mudar o sistema estabelecido.
For decreto ? abolida a Constituiq30 da Rep6blica.
17 0 Governo manda prender Santander, suspeito de m a conspirag50 contra ele. A 25 de Setembro de 1828, ocorre em Bogota uma conspira@o visando restabelecer a Constitui$ao de 1821 e livrar a Repflblica de uma ditadura militar.
19 Santander 6 condenado pcna de morte.
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0juiz dnico do process0 criminal, General Urdaneta, profere a sua senten~ano dia 7 de novembro de 1828. Reconhece ter o General Santander negado conhecimento de
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Francisco de Paula Saniander
Francisco de Paula Santander
que se tramava a conspira@o de 25 de Setembro. Todavia Urdaneta enumera indicios que o levam a concluir pela culpablidade de Santander. Para Urdaneta, Santander n2o tendo impedido a conjuracao e o premeditado assasinato do Presidente BoIivar, cometeu crime de alta trai@o. E por n& ter Santander denunciado a revolu@o que se tramava, considera-o conselheiro e auxiliador da mesma.
Coacluindo a sentenp, Urdaneta condena o General de DiviGo Francisco de Paula Santander, em nome da Republics e por efeito do decreto de 20 de fevereiro de 1828, & pem de mode e confisca@o de seus bens, em beneffcio do Estado e h prkvia degradaqgo da patente, ficando a critfSrio do Presidente da Repdblica a aprova* ou a modifica@o da sentenp.
NSo ha dUvida de que Santander era o chefe de urn numerow grupo de civilistas que se opunham A ditadura de Bolivar.
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A pena de norte 6 comutada. 0 Presidente General Bolivar, a instiincias de seus ministros Jos6 Manuel Restrepo e NicoMs Tanco, desejosos de salvar a.todo custo a vida de Santander e assim atender ao clamor popular, comuta a pena dc morte pela de desterro .. fora da Coldmbia, corn a ressalva de que Santander sera fuzilado se ' b voltar ao pais. '
Jos6 Maria Cordoba, em nome do Ministro Secretario da Guerra, providencia no dia 10 de Novembro de 1828, para a comutago da ! p a de morte. , ;
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Diz ele :
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Sna Excel&td o Libertador-Presidente,ouvida a ,opiniZo do C m e l h o de Ministros, comuta a pena de morte e i canj?scu@o dc hens, previa &gruda@ do posto, sentenciada p l o Tribunal da Cornandancia Geral, nu pessoa do General I'
7~rancisco& Paula Santander* pela & &stitui@o
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E, por isso, ele se tomou, para o govemo, o suspeito nfimero usa. Mas s6 este fato 1130era sufidente para incrimina-lo.
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20 Comutaq50 da pena dc morte.
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Santander, em numerosos memoriais e requerimentos que escrevera de sua pris50 de Bocachica ou de seu exflio na Europa, se hA de declarar inocente e vitima de perseguigSo e injustiga,
Muitos historiadores e juristas colombianos n30 acreditam que Santander tenha participado da referida conjura@o.
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de seu posto de General e de expulsk da RepiibUca, corn pr.oibi@ de voltar a 'pisar seu territ6rio sem que uma y a p especial do govern0 ' Ă&#x201A;ÂĽ.Supremo permita; se desobedecer, em qual&er tempo, a esta ! ordem, serd executada a sentenfa de morte par qua&?uerjuiz, on p r qualquer chefe militar do local em que sejapreso. Seus bens de N raiz serio conservados em depbsito, sem poder ser a l i d o s , ;grav&s ou hipotecados. " '
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Santander permanece preso na Fortaleza de San Fernando de Bocachica, em Cartagena.
govemo envia a Santmder, sob escoki, para Cartagem, on& ele embarcaria para a Europa.
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No entanto ele ? levado para a Fortaleza de San Fernando de Bocachica, situada na entrada de baia de Cartagena. 0 Cornandante da fortaleza, Tenente Coronel Joaqufn Antonio Franco, recebe ordens para vi gi6-lo severamente. Ao chegar & referida fortaleza, Santander tern a ilusao de que p&wcai4 pouco depois para a Ewopa.
A 13 de Dezembro ele comep a suspeitar de que esta sendo vftima de uma injusta e indefinida detenqilo.
~skhk~e^~imdUv Sfc.^.Ă&#x192;â&#x20AC;&#x2DC;^Li.is^
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para vigiar o preso corn o mhirno cuidado. ..,
W A S cartas que Santander escreve sao censuradas. S6 lhe siio entregues poucas das numerosas cartas enviadas por amigos de - todo o pais, manifestando-lhe solidariedade.
0 s amigos de Santander, preocupados corn a aflitiva situago do peso, insistemjunto a Bolivar para que mande cumprir a ordern de desterro.
Por isso envia a Bolivar urn extenso memorial em que refuta mais uma vez as acusages que o condenaram. Coinenta a atitude atrabiliaria do juiz tinico do process0 cujos vicios condena.
Santander volta a enviar memoriais ao Libertador-Presidente. No de 24 de fevereiro de 1829 protesta altivamente contra a injustiqa de que estfi sendo vftima e de novo a d i s a a sentenq dc condenago proferida pelo juiz 6nico.
,Nodia 18 do mesmo m&s,man& outm memorial a Bolivar, para ieclkar o cumprimento da sentenp de desterro para o exterior.
Jos?, 1130para Europa, como ele esperava, mas para a fortaleza de
Santander 6 informado de sua pr6xima said& da fortaleza de San Puerto Cabello, na Venezuela.
22 Santander 4 transferido para a Fortaleza de San Jose (Cartagena). A 19 de Dezernbro de 1828, Santander ? transferido da Fortaleza de San Fernando de Bocachica para a Fortaleza de San Jose, que tamMm faz parte do sistema defensive de Cartagena, Urn dos motives da transferhcia 6 de separar Santander dos outros presos consideradm implicados na conjura@o de 25 de Setembro.
0Cornandante da Fortaleza de San Jos6 de Bocachica, TenenteCoronel Dionfsio Egan, de nacionalidade irlandesa, recebe ordens
23 Iransfedncia para Puerto Cabello. A 16 de junho de 1829, Santander embarca na fragata de guem "Cundinamarca" e vai para Puerto Cabello, em territ6rio venezuelano, onde permanece at6 27 de Agosto, a bordo da referida fragata. A 20 de Agosto, Jos6 Antonio Pfiez, Chefe Superior Civil e Militar da Venezuela, concede-lhe passaporte pennitindo-ihe viajar para a Europa em barco de sua escolha.
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24 Santander viaja para aEuropa.
Avido de tudo conhecer, vislta, nos varies pafses percorridos, museus de ark e de cihcias naturals, bibliotecas, universidades, catedrais, monumentos artfsticos, obras de enenharia, ffibricas e hospitals.
A 27 de Agosto, Santander embarca no bergantim mercante "Maria" isando bandeira de Hamburgo.
Vasto ? o seu interesse: os grandes centros de cultura, as institui@es de cihcias puras e aplicadas, as fia@es e tecelagem, a cunhagem de moedas, a extra$W de cawgo mineral, as m4quinas de vapor, a indtistria do gas de ilurnina@o, o the1 do Simplon, a nova ponte de Londres.
0 bergantim zarpa, no mesrno dia, de Puerto Cabello e chega a Hamburgo no dia 15 de Outubro.:
Acornpanham Santander, na viagem para a Europa, o doutor Ezequiel Rojas, o cidadgo Francisco Evangelists Gonzalez e os criados Juan Cruz e Jos6 Caballero,
25 Santander permanece na Europa durante dois anos. Sar@nder passa dois anos na Europa. Em seus Diarios, ele anota suas irnpressties; registra tudo o que v8, as visitas que faz, as enirevistas corn personalidades, os acontecimentos one presench. E m a n t h copiosa correspond2ncia corn os familiares e os h g o s que estao na Colfimbia, relatando-lhes suas viagens e deles webendo inforrnagOes sobre o que se passa na p6tria. Nos diaries ex* as suas id&$ corn clareza. Tendo govemado a ColQmbiaesforgando-se em oferecer-lhe melhores institui@es polfticas e criando o espirito cfvico national, 6-lhe dada a oportunidade de comparar o seu trabalho corn o que aprecia na Europa.
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Colhe amplas inforrna@s sobre o ensino primfirio, secund^rio e superior, visando poder talvez implantar urn dia em sua patria novos m6todos.
E convidado para assistir i s sessoes do Institute de Franga. Visita o Pariamento Brithico e comparece hs audigncias dos ndres e e m Paris.
Fax demoradas visitas aos museus, aos pakios, 5s igrejas, aos castelos e hs galerias de arte.
,na Pinacoteca de Dresden, no Palhcio do Duque Luis Primeiro em Darmstadt, na Catedral de Moguncia, no Museu do Louvre em Paris,na Academia de Belas Artes de Bolonha, na Galeria Real de Florenp, nos pdhcios de Vmeza, na Gliptoteca de Munique, na Galeria de Nuremberg. -7
0 s diarios de Santander escritos na Europa e depois nos Estados Unidos da America sao obra de urn verdadeiro humanists.
"^ Em Roma,
o d e fica tr&s meses, percorm, corn a
manor
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Francisco de Paula Santander
Assiste a espet^culos de 6pera e drama e a concertos. EstA registrada em seus Diaries a assiduidade corn que freqlienta os teatros de Paris e de Florenga e o Scala de Milgo. Os Di&ios de Santander e a sua correspondfaicia Go os rnelhores testernunhas de sua cultura, seu d m de observago e dos preciosos ensinamentus que colhe em sua estada na Europa.
Santander sabe avaliar corn criteria o que chamamos valores culturais e seus escritos podem ser considerados comentdrios sernpre vigentes aos conceitos 6ticos e filos6ficos que graqas forma@o humanfstica conseguira entesourar.
A leitura dos Diaries deixa supor que Santander tern possiveimente em vista dedicar-se mais tarde a escrever m a obra ampla e profunda sobre a Hist6ria e a Civilizago europeia
Francisco de Paula Santander
31
e das guerras napole6nicas -,o Bargo Alexandre de Humboldt notavel naturalista - Henri Gregoire - Presidente da Assembl6ia Constituinte na ?poca da Revolugiio francesa -,Marc Antoine Jullien - politico franc& - Luis Felipe - Rei de Franp -,o farnoso escritor Visconde de Chateaubriand, o banqueiro Jacob Rotschild, o dbio Arago, o fil6sofo alemk Schopenhauer, o genial Goethe a maim figura do mundo literhio de&o na 6poca -,o naturalistai Jorge Cristiano Cuvier, o Duque de Ragusa, Marechal Marmont, . que se distinguira nas guerras napolehicas, o polftico argentin0 Bernardino Rivadavia, o historiador franc& Francois Guizot.
T a m h esiabelece relaeflesde eannzad~ccmv&im membms da f d i a Bonaparte: o ex-Rei Jose,a Rainha Hortensia, o Principe Borghese, Jer6nimo e Pedro Bonaparte. 0 talento, a cultura, a simpatia e o prestigio de Santander contribuem para que ele seja acolhido em toda parte.
0 s Diaries trazern valiosas informaes e apreciaqks de cadter sociol6gico referentes aos pafses por ele visitados. Verifica-se que Santander se familiariza corn o e~pkitoeuropeu e consegue assim assimil&lo, sern todavia diminuir em nada 0 s sens sentimentos de colombiano.
aanranaer estabeIece reJaq6es de amizade corn 0s mais notaveis personagens na Alemanha, na Inglaterra, na Franp e na Ita1ia: estadistas, politicos, militares, dentistas, escritores, artistas, membros da nobreza e da alta sociedade. Podemos char entre eles: 0 General Jose de San Martin Libertador da Argentina, do Chile e do Peru -,o Marquds de La Fayette - Her6i da independencia dos Estados Unidos da America
Santander & urn homem pfiblico prosmito de seu pafs por motives politicos. Seus adversaries procum, de todas as maneiras possiveis, depreciar, na Europa, a sua figuraMas isto de nada adianta. 0 s dotes pessoais de Santander abremIhe todas as portas. Assim ele 6 hornenageado por personalidade dos cfrculos politicos, sociais e culturais. 0 s primeiros dias de estada na Franga sao diffceis, porque o
govemo da Colombia, por meio de sew representantes diplomhticos; naquele pais havia chamado a atengo do govemo franc& para a "perigosa" presenp de Santander. Mas este prova logo a incongruEncia das alegages e pode
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Francisco de Paula Santaoder
Francisco de Paula Santander
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manter excelentes relafles de amizade corn per~onalidade~ AS mais variados setores.
Varias cartas suas s k escritas em franc& e em h@s, idiomas quo agora conhece muito bem.
Santander, pisando solo ewpeu, sabe muito bem que ali vai enfrentar o imenso prestigio de que goza Bolivar como militar e como estadista.
Da Europa escreve frequentemente a parentes e amigos na Col6mbia. As cartas sao levadas por pessoas de absoluta confiasp, geralmente colombianos que viajam da Europa para a Col6mbia.
POTisso, desde o comep, adota urn comportamento sereno, sem paixSo e evita tomar atitudes de vitima perseguida injustamente.
For intennedio de casas comerciais de codimp ou de agentes diplomSticos amigos recebe a correspondSntia vinda da Col6rnbia.
Troca ideias corn grandes admiradores de Bolivar e Ihes exp6e suas onSnrias conviq6es republicanas e seu amor i patria.
Muitas cartas se referem a interesses econ&niw~wivados, pois seus bens haviam sido seqtiestrados e ele so disi de recursos limitados para sua estada na Europa.
Ern artigos que publica na imprensa europhia, defende a sua prdpria adrninisfraFo e apresenta urn quadro nitido da sih a g o na Col8mbia.
26 Esfqda nosEstados Unidos da America. Santander deixa a Europa mmo aos Estados Unidos da America. Chega a Nova lorque no dia 10 de Novernbro de 183 1,
Como frisa Monsenhor G6rnez Hoyos, Santander I& i o militar ignorante, &sterrado por uma revolugao que leva a to& parte o seu ressentimento, a nostalgia do poder e incontidas ambipks. Ndb ! Ele k o antigo chefe de urn Estado respeitdvelpur sum instituip7es que ele ajudou a criar e a consolidar. Ele 6 o humem de inquietudes intelectuais e esteticas que aspira impregwse de Historia e de Arte, de politico, e de ciSncias nas pr6prias fontes "
dacultura
Assim como acontecera na Europa, ? recibido nos Estados Unidos corn a maior considera@o pelas personalidades do pais.
Em Nova lorque ele 6 alvo de uma grande homenagemprestada pelos principals vultos da sociedade local.
".
M a n t h excelentes rela.@es corn o General Ant&nio Jackson na bpoca Presidente da Repdblica - e corn o seu Secretario de Estado Eduardo Livington.
Santander, ao chegar na Europa, tern bons conhecimentos dm idiomas franc& ingl8s e latim.
Em sua estada portugu8s.
& Europa, estuda razo6velmente o alemao e o
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Francisco de Paula Santander
Francisco de Paula Santander
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~crescentao decreto que "o General de Divi.t&oFrancisco de Paula Santwider 6 cornidado para voltar d pbfria para que continue uprestar os sous valiosos servips na defesa da liberdade e na sustentapk dm leis-"
Pemanece quase oito meses neste pals. As entrevistas corn as pessoas de maior destaque nos meios politicos,culturais, econAmicos, militares e sodais, assim como as visitas 2s institui@es ~dturais,universidades, escolas, aos museus e as fabricas, siio motadas e descritas em seus Diarios. !.
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29 Santander 6 eleito Presidente da Nova Granada.
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27 0 Governo Colombiano convida Santander a
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No dia 12 de Maio de 1832, Santander reqebe em Nova Iorque a noticia de sua eleigo, pela conven@o de Bogota, para o cargo de Presidetite da Repfiblica da Nova Granada.
regressar h piitria. Na +a de sua permanSnria nos Estados Unidos da America, a Conveqao da C o l h b i a ratifica o decreto do Poder Executive convidando o General Santander a regressar patria e declarando> insubsistentes as'medidas tomadas contra ele.
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28 0 Governo Colombiano reabilita Santander* Santander 6 entao reabilitado.A Conven@o do Estado da Nova: Granada aprova o decreto expedido a 10 de Junho de 1831 pelo; Vice-presidente, encarregado do Poder Executive.
0 referido decreto especifica que "0 governo a0 declarw quo 0 General Francisco de Paula Santander fica restabelecido em seus? graus e em s u a h r a s militares e em todos os sew direitus de^ cidadania,nos terms em we os g o m a antes da inJUStapro~cri~00,~ qliejoi e serdpara e k urn novo titub de gl6ria e ao convid-to para regressar & patria, 4 o 6 r g b da vontade popular a expressar ost mtimentos de Uberdade dos colombiartos e procura cumprir d sagrado clever impost0 pela rnais ISdima justip, escandahsamente viol& no procedimento do g overno ditarorial contra o referido
Joaquin Acosta e Honorato Rodriguez, enviados pelo governo, entregam-lhe, em Nova lorque, urn documento assinado pelo Presidents da Convengo, o Bispo de Santa Marfa, Don Jose Marfa e datado de 5 de Marp de 1832, que diz :
"AC o n v q & q e tenho howa ak presidir ocupou-se hoje da elei@o do Presidente da Nova Granada e v6s fostes o cidadao escolhido para este alto cargo. Vosso-patriotism, vossos padecimentos em pro1 da iiberdade e vosso empenho em sustentdla, mesmo durante vossa expatria@, fizeram corn que us representantes do p m fixassem em vbs seus olhares, como a pessoa pode cicutrizar asferidas que o despotismu e as agitq&s causarmn & pdtria. Eles esperam que, assim que receberdes esta comunicq60, v6s vos apressareis a corresponder ds s m s
Do sen lado, a 10 de Manp de 1832, Jose Maria Obando, engo na Presidencia da Repdblica, escreve ao General Santander nos seguintes termos :
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rraneisco de Paula Santanaer
Francisco de Paula Satltander
E verdade que minha ambigdo estd limitada a cumprirfielmente mew deveres, ajustando m i n k conduta, como magisirdo e corn particular, d vontude escrita do povo, expressa livremente e em forma legal. Mas nem sempre estas aspirafoes sdo suficientes para se fazer o bem publico. Esta ? a quarto, vez quo m i n k patria me
para mim uma verdadeirafelicidade trcmsmitir-lhe o documento anexo contendo a nomeaf6o dc Vossa ExcelSncia para Presidewe date Estado, conforme a eleip% feitapela Conven@o G r d i n o , .Ao concluir as mInhcts{und8es, eu &I poderia presidir urn ato mats solem.., Vmsa Excel&& 4 o homem dm leis, da pdtria, da l i b e r e . Colocado naprimeira magistratwa e no corug& & todos os Grawdinos,serd &i& tutelar das institui@es, o protetor das garwitias, A trwiquilidade e a ordem r e n q s c d . 0 despotism, u g u q a e as ambi~8esG o profanarao doravante o solo dos triunfos... Queim Vossa ExcelSncia pisar prontamente as I margens do litoralp<Strio e vir regozijar seus compatriotm. Vossa , ExcelCncia j m i s deixou de ouvir o @to da liberdade, por ela . sofreu ignominioso afastowento,par ela voltard triunfante pwa nunca mais se ausentar."
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A 12 de M q ,Jos6 Ignacio Mhquez comunica a Santander ter tornado posse da Vice-presidhcia do Estado e lhe diz que considera urn de seus primeiros deveres dirigir-se a ele, manifestando a urgente necessidade de que venha logo tomar posse.
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cham pela voz de sens legttimos representantes para ocupar as primeiras magistratwas do Estad6. COmola-me, nesta ocasiGo,o testemunhopiblico de que nas ocasi6es anteriores correspond! ds e s p e r a n p do povo, que confiou em winhafidelidade & c a m da liberdade e em m i n k re.wlufSo de tudo sacrificar o f f triunfo dm leis. "
E acrescenta Santander : 'Permita valer-me desta comunicq6o para f a r & Nova G r a d uma declarqdo franca e sincera: depois de m i n k cuireiraptthlica s6 me flea aspirar a uma 6nica gl6ria: a glbria de merecer reulmeite o belo titulo de Homem dm Leis, por uma conduta toda ela conforme Its memas, em consonQncia corn os progresses da liberdade e corn sistema que felizmente a Nova Granada adotou. "
E acrescenta : "0s verdadeiros patriotas, os amantes da Ube&& 0s que desejam que esta n q d o se engrun&p e prospere, todos a s p i m ver-vos ocupundo o post0 que corn tanto acerto lhe assinalou o povo par meio de sew representantes. 'j
A 30 de Marqo, de Nova Iorque, Santander responde a Jose Ignacio Mkquez :
"Imensa & a confiaqa que a maioria d m representantes do povo g r u d i n o me provam para designar-mepara a Presid&ncia do Estado, em circunsthias para mim tEo delicados que n& sei at&onde me permitirdo corresponder ds suas esperanyas,
30 Santander regressa Colombia Afinal Santander, a 23 de julho de 1832, embarca em Nova lorque de regress0 piitria. Desembarca em Santa Marta; na Nova Granada, acornpanhado do Coronel Joaquin Acosta, do amigo Honorato Rodriguez e do
jovern Prfncipe Pedro Bonaparte.
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Francisco dc Paula Santander
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Francisco de P d a Santander
31 Recebe calorosa acolhida No prbprio dia de sua chegada a Santa Marta, dirige a s e w compatriotas uma mensagern de cariter conciliatOrio, reflex0 de seus sentimentos e dos prop6sitos que o anirnam para o desempenho da primeira magistratura do pafs. Segue por Barranquilla para Cartagena, onde chega no dia 26, sendo festivamente recebido.
Que contraste corn sna chegada all, quatro anos antes, preso incomunicdvel !
Da vez anterior, perseguido e maltratado, f6ra emarcerado nas fortalezas de Bocachica. Agora, ele ? jubilosmente aclamado como Presidente da RepHblica. Depois de haver experimentado tantos dissabores em Cartagena, tern agora a intima satisfago do reconhecimento popular. A 31 de Julho, Santander prossegue viagem rumo a Bogota e resolve passar per Cucuta, sua terra natal, para rever parentes e ami gos.
Sobe o rio Magdalena, passa por Momp6s a 9 de Agosto, por Ocafia no dia 14, sendo alvo, ern todos os povoados, de ruidosas manifesta@es de aprep. Ap6s ficar retido em Salazar, por motivo de doenp, chega a San Jose de Cucuta. A 12 de Setembro esta em Pamplona, a 19 em Socorro e a 28 em Vklez, recebendo ern tada narte carinhosas homenagens.
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32 Santander toma posse do cargo de Presidente da RepUblica. Enfim a 4 de Outubro de 1832, Santander chega a Bogota, capital da Repdblica e, tr@sdias depois toma posse do cargo de Presidente da Nova Granada, perante o Conselho de Estado.
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33 Atuq50 de Santander como Presidente da RepUblica.
Santander exerce o alto cargo durante cinco anos, de 1832 a 1837, dedicando-se a prornover o bem-estar do povo e o progress0 do pais. Exerce notavel administrago, caracterizada pela honestidade e pela eficigncia na aplicago dos dinheiros pfiblicos e pela expan& da instru@o em seus vfirios gram
Sua popularidade sofre entretanto, em consequencia das medidas que ele adota contra antigos militares q k n k se conduzem corretamente,
As severas providencias que ele toma contra os desafetos do governo e t a m b h , em parte, a proteqao aos livros didgticos reputados contraries As doutrinas do catolicismo, Go as causas que motivam uma conspiraq30 visando dermb6-lo, conspira@o esta que 6 entSo descoberta e castigada corn rigor.
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Francisco de PauIaSantander
De qualquer forma, como frisa a Historia das Amdricas, publicada sob a dire@o gem1 do renomado historiadm argentino Ricardo Levene : " 0 General Santander mereceu os aplansm entus'uSsticos dos cidadaos, pela maneira dignu corn que soube defender o
decuro da Repibllca.
"
Durante a sua administragZo, 6 assinado o lo. Tratado de Navega$ao e Cwmkrcio da Nova Granada corn a Frmga e 6 obtido o reconhecimento oficial da independhcia da Nova Granada pela Santa $4.
Ernborn muito combatida nas C k s Legislative, a Convengo celebrada corn a Venezuela e corn o Equador para p6r fim ii diviGo dm cruditos ativos e passives da Grande Colhmbia, tomando como base finica a populaqao e pela qud correspondia 2 Nova Granada a metade da divida, 6 afinal aprovada pel0 Congresso Granadino. Quando o mandate do General Santander chega ao fim e 6 precis0 escolher o seu sucessor , 0s eleitores se dividem entre os partidarios do General Jose Maria Obando - considerado o mais indicado para continua a pol ftica do Homem das Leis - e os adeptos do Vice-presidente Mfirquez. Mhrquez 6 favorecido tanto no sufrigio das Assembl6ias cantonais como na votagao verificada no Congresso que apura as eleigOes.
34 Santander transmite o cargo a sea sucessor e passa a exercer o cargo dc Senador.
(W-Bira Ao"3eixar a bresid8ncia da Repfibli ,.3k
ca, S antaoder transmite
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cargo a Jose Ignacio Mikquez e passa a e x e k a fungo de Senador em que d& repetidas provas de talento, &ltura e eloqihcia.
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35 Sua morte aos 48 anos. Mas o seu estado de safide se agrava e Santander move Bogota, aos 48 anos, no dia 6 de maio de 1840.
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36 A cultura de Santander.
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Santander nzo 6 apenas urn excelente militar. E tambkrn urn d v e l ptztdista e urn intelectual de vasta cultura, como o demonstram suas mensagens, sews discu. i;seus memoriais, seus DiArios e a sua correspondhcia. A paixao pela leitura principia em sua juventude e o acornpanha ate o firn da vida.
Le corn prazer e proveito, tirando da leitura frutiferos ensinamentos. A.
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uevido sua formagio humanists, conhece perfeitamente 07 latim. Domina o f m c h , o ingles e o italiano..&sde a sua ehegadai a Hamburgo, em 1829, comeqa a se aperfeiipar no estudo destas; linguas. Estuda portuguh corn o Corone) Barreto Feio que reside na referida cidade. Principia o estudo do alerr&o, mas por falta de tempo abandona pouco depots este estudo.
0 inventerio de Biblioteca de Santander registra urn total de 1.266 livros, sendo 604 em franc&, 127 em ingles , 462 em espanhol, 52 em italiano, 17 em latim, 3 em portugu&se 1 ern alemSo.
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rmnciseo dc Pdula Santander
Francisco de Paula Santander
Sempre procura justificar a sua atuaqao na vida pdblica. E natural que haja em sew escritos uma grande dose de subjetivismo, como alibis sucede sempre neste genero de documentos, seja qua1 for o seu autor, principal protagonisfa dos fatos narrados.
S8o livros de Direito, Hist6ria, Literaturn, Filosofia, Ark, Musica, etc...
Santander nao 6 urn simples colecionador de livros, mas urn assiduo leitor. Muitos livros por ele lidos apresentam, nas margens, anotade seu pr6prio punho, hcluindo conceitos eruditos sobre a matdria em aprep.
Colabora corn frequhcia em jomais oficiais e particulares. .
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Al&n das numerosas cartas,reclama@es, manifestos e memoriais que escreve durante sua permantacia na prisio e mais tarde no exflio na Europa, 6 precise citar as suas Memhias, publicadas, a tftulo p6stum0, em Bogota, em que refuta as acusacoes que Ihe foram feitas a justifica sua atua@o na vida pdblica.
JS nos dias interminhveis e dolorosos vividos nas fortalezas de Bocachica, o unico consolo proporcionado a Santander 6 a leitura dos livros trazidos de Bogota. As anota@es do pr6prio Santander, tanto nas margens em branco de alguns dos livros que ele 18 durante o seu cativeiro nas fortalezas de Bocachica, revelam a sua formag80 filos6fica amplamente liberal.
37 Santander,pai da lnstru@o Ptibiiqa na Colombia. Smtander*propdsor de todas as atividades culturais na Colhbia, prirneirarnenie de 1817 a 1827, como Vi ce-presidente da Repliblica e, depois,.de 1832 a 1837, como Presidente, merece de Salvador Camacho RoldAn o titulo de " Pai da Instrug80 Pfiblica na Col6mbia".
6 extraordmiirio que Santander tendo terminado os estudos no col6gio de S o Bartolomeu am 18 anos e n80 tendo podido gozar mais tar& de repouso por causa da guerra e dos trabalhos de administraeo, d@entao provas de vasta cultura e de tao born conhecimento dos idiomas em que sao escritos 0s livros que IS,
Funda eol6gios, escolas e universidades, contfata cientistas e professores na Europa, cria 9 Museo Nacional e a Academia Colombians.
Santander 6 sernpre urn intelectual. Memo durante as campanhas pela independfencia, ele se interessa pelos problemas da cultma e conserve os livros a seu lado. Conhece bem os principios fundamentals do Direito Publico*da CiSncia da Legislago e da FHosofia.
Em sua estada na Europa frequents assiduamente as bibliotecas de Paris, Berlim, Londres, Escbcia, Irlanda, Roma e Florenga.
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Seu eficiente trabalho visando o desenvolvimento e o progress0 do ensino e da cultura em geral, em sua phtria, o seu imenso interesse em manter contato corn os centres e os principals personagens da cultura europdia o colocam em posi@o de relevo no panorama do pensamento colornbiano.
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Franciscode Paula Santander
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Francisco de Paula Santander
Dialoga na Europa corn as grande figuras da Cpoca, deixando nelas u r n impress20 favorhvel de sua cultura, de seus ideais e de sua vigorosa personalidade.
pelos ideals de liberdade, ern seu apego ao Direito, na defesa da dignidade humana, em seu &a pelo estabelecimento de uma democracia ,enfm pelo fervor que lhe despertam todas as manifestagties culturais.
Desde a juventude, manifesta grande predileqao pela mdsica e pelo canto. Toca corn primor a guitarra e canta "galerones" e canges populares. Aprecia a d&qa e gosh de comparecer a bailes.
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A mulher que se torna a grande pix50 de Santander 6 Maria Nicolasa Ibiiiiez de Cam, nascida em Ocafia.
Na Europa freqlienta corn assiduidade 0s espetaculosteatrais, especialmente a opera.
bonvar, ao chegar a Ocab em 1813, apenas iniciada a campanha libertadora, estabelece rela@es corn as principais famflias da cidade, entre elas a do Doutor Miguel Ibariez, casado corn Manuela Agustina Arias,
Santander 6 m a figura romhtica. como frisa Horacio Rodriguez Plata, em certos momentos de sua vida agitada Santander, porque assirn o exigem as circunstancias, 6 o magistrado solene e severe; mas af esta apenas uma parte de sua personalidade. A outra, igualmente interessante, a romMca, a sensitiva, a profundamente humana, a espiritualizada, se manifesta em sua peregrinagso europeia, Avid0 de conhecirnentos, agitado na inquietude e na nmciira das coisas belas e dos hornens cultos. Santanderfoi acusado de ser avarento e shdido. fi uma acusa@o fhcil de desmentir. 0 s tivros e os objetos de arte que ele adquire no 1 '. exflio, sua presenp nos atos culturais nas cidades que visita, o decoro pessoal corn que vive, a generosidade corn os amigos e os acompanhantes provam que, sem ser urn perdulhrio, Santander sabe gastar o seu limitado orprnento ern coisas importantes e nao em objetivos banais. Santander ? urn romSntico por excel8ncia. Romktico no piano intelectual e nas prefergncias, romhtico em sua luta incessante
'-39Sua grande paix50 amorma.
Real, encarregado da arrecada$o dos 0 Doutor Ibhiiez 6 impastos, como Juiz dos portos de Oca&i e delegado da renda da aguardente. Adere & causa de Bolivar, ao qua1 entr&a os fundos de sua administrag0 e os cinco fllhos, que passam a lutar nas fileiras do Libertador.
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As seis filhas, entre as quai larfa Nicolasa, tomam-se ardentes idefensoras da causa da Independ8ncia.
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Maria Nicolasa Ibaiiez Arias, linda moqa de 18 anos, apesar de seu entusiasmo republicano, esta prestes a casar corn Antonio Jose
Caro, combatente realists.
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Na tipoca em que Bolivar chega a Ocaila, Antonio Jose Caro acha-se peso pelos patriotas.
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A Pedido dc Maria Nicolasa, Bolivar manda libert5-lo e entao, no dia 16 de margo de 1813, assiste, como padrinho, ao casamento de Maria Nicolasa e Antonio Jos6.
Embora se amern, os doisjovens, de ideal politico diferente, t@m de se separar, devido ao recrudescimento da luta entre patriotas e realistas.
Antonio Jose resolve aderir A causa da li berdade e se transfere, corn a esposa, para Bogota. A sua instalago na capital coincide corn a chegada, ah, de Bolivar e Santander, ap6s a batalha de Boyac^i.
Bolivar vive corn Bernardina Ibafiez, inn3 de Marfa Nicolasa, um romance que dura dois arm. Ao partir para a campanha do sul, ele lhe escreve uma carta apaixonada, que fica sern resposta. Pouco tempo depois, Bolivar vem a conker, em Quito, Manuela SAenz, por quern se apaixona, extinguindo-se entgo seu amor por Bemardim. A Unica e grande paixb de Santander ? Maria Nicolasa. Ela 6 tr^s anos mais jovem do que ele. Ao que parece, o romance cornem @Ma, quando Santander no period0 de 7 de Junho a 6 de Dezembro de 1815, estava encarregado da defesa da Iocalidade.
Em materia de amor, ele n2o 6 urn homem frio, nem urn conquistador contumaz. Ngo 6 urn santo, mas taiab6m nao 6 urn libertine-
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Dele silo apenas conhecidas,quatroou cinco liga@es galantes transit6rias. Mas apenas uma ligago persistente, que perdura de 1815 at6 pouco antes de seu casamento em 1836. A linda Maria Nicolasa, esposa de urn homem honesto e benquisto - Antonio Jos6 Caro - 6 o,grande arnor de Santander.
Durante muitos anos sente-se ligado a ela, tal vez em consequ&icia do doce habit0 da uniao corn uma mulher encantadom, que lhe~ alegra a existSncia. 'Ă&#x192;â&#x20AC;&#x2DC;f
Em 1821, Antonio Sod Cam 6 urn dos secretaries do Congressol Constituinte, em Cdcuta e nos anos seguintes desempenha cargo na Secretaria do Senado da Col6mbia. 1
Em 182.5,Santander, como Presidente interim da Repfiblica, o fi envia A Europa, incumbido de fazer imprimir as leis at6 entSol aprovadas. Ele provavelrnente o afastou porque sua presenp deviak incomod5-lo. Quando se encontra preso nas fortalezas de Bocachica, Santander, ao escrever aos amigos e familiares, dedica sempre a Maria Ni colasa uma lembranp carinhosa.
Em seu exilio na Europa, tern saudade infindfive1 de sua inesquecfvel amante e mantern corn ela frequente correspondhcia. A 30 de Novembro de 1830, m o m em Bogota, Antonio 3os6 Caro, depois de ter vivido tumultuada vida conjugal e ter sido desprezado e abandonado pela esposa.
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Francisco de Paula Santander
Santander, ao regressar a Bogota, em Outubro de 1832, reinicia o romance corn Maria Nicolasa. Mas o idilio tern fim melanc61ico em 1835 quando por raz6es de conveniSnda social, os amantes se separam.
Procurei corresponder ao pmo da Nova Granada, defendendo direitos corn risco de minha vido, submetendo-me volunturimente As persegui@es mais furiosas, mantendo-mefie1 6 ma vontude escrita e pcurando o seu bem e suafelicidade...
As rnulheres que na vida dos grandes homens hes oferecem em mementos dificeis e urn oasis agradfivel, que vinculam a sua existhcia dos que possuem virtudes her6icas, as mulheres que
Declare corn igual solenidade que n& dirigi, ndo estimulei, nern favored a conjumfao de 25 de Setembro de 1828 contra Bolivar. Sofri irwcentementepor este fato e longe de proteg&lo,fiz
inspiram a beleza suave e romhtica, tern e terao o seu nome registrado na Hist6ria. fi o caso de Marfa Nicolasa IbGiez, a amada de Santander.
que me indicou que ela estava sendo trcanada.
40 Seu casamento.
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Francisco dc Paula Saniander
Ek 1836, Santander, aos 44 anos, cam corn Sixta Pont6n y Piedrahita. NZb 6 um casamento de amor, mas de estrita conveni2ncia social. Da uniEo nascerta duas meninas. Quatro anos depois morre Santander,
Santander ? urn ardoroso partidhi0 da Constitui@oe, das leis, o que afmal o leva a ser destemdo. Ate o fim da sua vida ele protesta ino&ncia e declara que nio participou da conjura@o contra Bolivar.
Rm seu testarnento diz :
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42 Consideraq6es de Santander sobre Bolivar. Frisa Santander :
' Nunca odiei pessoalmente Bolivar. Suas &ias politicas e sobretudo todo o modo corn que as p i s aplicar, destruindo a Consti/ui@ode 1821, me parecerm u r n p e r - a e tanto por isso como porque en as considerei prejudiciais ao pais, me opus firmemente a e h , renunciwidc) As perspectrvm lisongeiras quo me form ofereddas se eu as ahrap.we... " Preferi d m i z d de Bolivar o cumprimento de meus deveres e tenho a satisfag& &jamais ter deixado de thefahr froneamente, upresentando-lheos males que iriam desuhar sobre a RepiihUca se ele pmistisse em a p l i w seus projetos de ditadura e de constitui@ aos quais sempre me oporia comfirmeza . ff
Santander nao guarda rancor ou ressendmento em relagao a Bolivar.
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Francisco de Paula Santander
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Na Europa, n30 permite qualquer alus30 desairosa ao Lihertador.
Em carta datada de 12 de Novembro de 1829 e dirigida ao sen amigo Juan Manuel Arrubia, diz : Ndo t e h permitido a menor expressdo ofmsiva ao General BoUvor... Como me doi ouvir falar ma1 de ma gl6ria." "
Em outra carta enviada ao rnesmo destinatario, de Paris, no dia 27 de margo de 1830 escreve : ' Deus permita Uuminar o General Bolivar e o Congressa de modo que tudo se acerte em paz para a felicidade pUblica. "
Quando na ItAlia se difunde a noticia da morte de Bolivar, ocorrida em Santa Marta a 17 de Dezembro de 1830, Jos6 Delffn Caballero, criado de Santander, que o acornpanham no exilio, comuaica-lhe o fato corn alegria nao dissimulada.
Santander - refere o prOprio Caballero em suas " Recorda@5es" - o repreende, dizendo :
" Na America, s6 os miserbeis podem alegrar-se corn a murte de Bolivar. " Dirigindo-se A sua irmii, Josefa Santander de Bricefio, diz-lhe em carta datada de 2 de Abril de 183 1 e mandada de Paris :
" Nu ltdlia, soube da rnorte de General Bolivar, o que me impressionou. Seja qual for a gravidade da perseguig&o e da injustiga contra mim, ndb posso resistir d lernbrqa de quo em
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Francisco de hula Santander
tempos passadosf m s andgos Wims new esquecer o apoio e a
esperanGa dm patriotas oprimidos pelas espunhois,
"
Ao redator de " El Constitutional" escreve de Paris, a 21 de Abril de 1831 :
Deplore a imperiosa necessidade quo me condw.iu a opor-me ao General Bolii~ar~ de quern fora amigo intimo e companheiro no exdrcito e no gwerno e a quern sempre farei justip pelos importantes s e r v i ~ mque me prestou d causa americana. " "
43 Santander n&o4 vingativo. Santander ngo 6 urn hornem vingativo ou rancoroso.
Em 1832 e nos anos seguintes, no exercfcio da PresidSncia da Repfiblica, dispae de todas as possibilidades de vingar-se dos que o haviam perseguido. Mas o seu Eoraqgo generoso e seu car6k.r cavalheiresco nao o nesilias ou vinganps, oem mesmo injustiqas. levam a comi o, por exemplo, em relaggo ao General UrdaSeu procet beta, que o perseguira implac~velmente,p6e em relevo a nobreza de sew sentimentos, o cavalheirismo, a generosidade e as virtudes que o caracterizam.
44 A glbria de Santander. Quando na sua estada na Europa, Santander simboliza a sua pitria, ele a represents, a defende e procura solu@es para a sua salva$io e o seu engrandecimento.
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Francisco de Paula Santander
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Francisco de Paula Santander
Santander 6 urn notavel organizador. Depois da vit6ria dos patriotas em Boy a&, Bolivar resolve prosseguir a guerra contra os realistas.
E entao precise encontrar algukm capaz de organizar o novo Estado. Santander surge como candidato flnico. Ningukm pode rivalizar corn ele, naquela diftcil situago, em wt6ria de talento e prestigio.
Estas vibrantes palavras do eminente historiador Horacio Rodriguez Plata expressam o justificado entusiasmo e a profunda admiragSo da %@o Colombians pels figum gloriosa do General Francisco de Paula Santander e t&m renovado valor agora quando a Colombia, jubilosa, comemom o bi-centenario de nascimenio do
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He organiza a Republics, fomenta a instruggo, p& em ordem as finangas e se toma eficiente colaborador de Bolivar na obra de emancipa@o e consolidagBo da patria, Bolivar escreve-lhe dizendo : ' Eu sou o homem etas dificu/dades;Sucre 6 o hornern da guerra e vnc@ An homem dm leis. "
Em 1832,ao assumir a Presidsncia da Repiiblica, Santander p6e novamente em prhtica suas ideias, agora aprimoradas corn as observaqces feitas na Europa e nos Estados Unidos.
fi exigente DO cumprimento da Lei e a sua gestao se caracteriza por urn intense trabalho em beneficio da popula@o.
Nota final
Corn a sua presenqa fundem-se o passado glorioso e o future promissor. ' 0 destine Ihe proporcium urn privilkgio exceptional, o de ouvir, pressuroso, os clarins que anunciwn a alvorada, precursors da Liberdade e, passados os anos, asfanfmas, retumhmes, que celebram o triunfo de que participou ativamente, corn uin de seun Her6is. "
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0 autur recomenda a quern desejar conhecer mais a vida e a obra do General Francisco de Paula Smtander a leitura dos h r o s do Historidor colombiano Horacio Rodriguez Plata - uu~oridadeno assunto - qu servirm de hose para a elaboragh do presents trahalho. *., - --- L-,E.y^ I
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Uma ocupaqiio agradavel para o Historiador.......................-13 Infancia e mocidade de Francisco de Paula Santander.........13 .. Sen imcio na carreira das m a s............................................ 14 ............................................... Promogo a Segundo.Tenente 14 Santander luta corn denodo contra os Realistas....................15 Santander. Tenente.Corone1 .................................................. 16 16 7 Promoy o a Coronel.............................................................. 8 Novos e relevantes services de Santander i causa dos patriotas................................................................................ 17 9 Santander. Comandante Geral e General em Chefe da vanguards do ex6rcito........................................................... 18 10 Bataha de Boyach; S~tanderno comando de uma divis3o.
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.....................................................~~....................................... 18 1 1 Santander recebe de Bolivar o encargo de governar as provfncias da Nova Granada................................................ 19 12 Santander 6 eleito Vice-presidente da Repdblica................ 20 20 14 Caracterfsticas de sua administrag30 ................................... 15 Santander 6 eleito Vice-presidente pela Za. vez ...................21 16 Santander se desentade.com Bolivar.................................22 17 0 Govemo man& prender Santander, suspeito de uma conspira@o contra ele.......................................................... 22 18 Santander defende-se da acusaqao quelhe 6 feita...Ă&#x192;â&#x20AC;&#x2DC;.......23 -23 19 Santander 6 condenado & perm de mode............................ 25 20 Comuta@o da pena de morte.............................................. 21 Santander pennanece preso na Fortaleza de San Fernando de Bocachica. em Cartagena..................................................... 25
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Santander 6 transferido para a Fortdeza de San Jos6 (Cartagena)........................................................................... 26 23 Transferencia para Puerto Cabello...................................... 27 24 Santander viaja para a Europa .............................................2S 25 Santander permanece na Europa durante dois anos............ 28 26 Estada nos Estados Unidos da America.............................. 33 27 0 Govemo Colombiano convida Santander a regressar i pitria.....................................................................................34 28 0 Govemo Colombiano reabilita Santander.......................34 29 Santander 6 eleito Presidente da Nova Granada................. 35 30 Santander regressa ColAmhia ........................................... 37 3 1 Recebe calorosa acolhida .................................................... 38 3.2 Santander t o m posse dociirgo de-Prgsidente da Republics . 22
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33 Atuago de Santander como Presidente da Repliblica........39 34 Santander transmite o cargo a seu sucessor e passa a exercer o cargo de Senador............................................................... 40 35 Sna mmk am 48 anos......................................................... 41 36 A culiura rift Santander........................................................ 41 Santander. pai da Instrug0 Pdblica na C o l hbia. ..............43 Santander .Figura rornantica.............................................. 44 Sna grande paixio amorosa.................................................45 Sen casamento..................................................................... 48 Santander. ardoroso partidario da Constituigiio.................. 48 Consideraqbs de Santander sobre Bolivar.........................49 Santander nao 6 vingativo................................................... 51 A glrvria de Santander......................................................... -51
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