Setembro Azul: comemorativo das lutas dos movimentos surdos

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Copyright © Gildete da Silva Amorim Mendes Francisco, Tathianna Prado Dawes e Tatiane Militão de Sá Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro pode ser utilizada ou reproduzida sob quaisquer meios existentes sem autorização por escrito dos editores e autores.

EDIÇÃO Tatiane Militão de Sá

Setembro Azul: comemorativo das lutas dos movimentos surdos

FRANCISCO, Gildete da Silva Amorim Mendes DAWES, Tathianna Prado SÁ, Tatiane Militão de

1ª Edição Novembro de 2019 ISBN: 978.19-767125-9-3

Universidade Federal Fluminense (UFF) Centro, Niterói, Rio de Janeiro, Brasil CEP 24.020-141

https://nuedisuff.weebly.com/extensatildeo.html

ISBN 978-19-767125-9-3


Comissão organizadora Gildete da Silva Amorim Mendes Francisco Tathianna Dawes Tatiane Militão

Comitê Científico Betty Lopes L'Astorina de Andrade Tathianna Dawes Tatiane Militão Valéria Nunes

Grupo de pesquisas NUEDIS Núcleo de Estudos em Diversidade e Inclusão de Surdos

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GILDETE DA SILVA AMORIM MENDES FRANCISCO THATIANNA PRADO DAWES TATIANE MILITÃO DE SÁ (Org.)

Setembro Azul: comemorativo das lutas dos movimentos surdos

1º edição

RIO DE JANEIRO 2019

ISBN 978-19-767125-9-3


APRESENTAÇÃO

A III Jornada Acadêmica de Libras da UFF é parte da ação do projeto anual Libras em saúde: um estudo de sinonímia aprovado na Pró-Reitoria de Extensão - PROEX. Este propõe fomentar o conhecimento, debater sobre a pesquisa, as atividades de extensão e inovação; estabelecer relação entre pesquisadores regionais; oportunizar aos bolsistas de iniciação científica apresentar seus trabalhos, projetar os trabalhos acadêmicos institucionais e regionais e promover o intercâmbio entre pesquisadores e alunos de graduação e pós-graduação. As trocas de experiências poderão ocorrer em apresentações

de

pôsteres

impressos

e

pôsteres

eletrônicos

(comunicação oral) nas áreas de Ensino, Libras, Surdez, Inclusão, Saúde e outras. Comissão organizadora

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SUMÁRIO 01 - A IMPORTÂNCIA DO ENSINO DA LIBRAS: UMA ANÁLISE DAS GRADES CURRICULARES DOS CURSOS DE ARQUIVOLOGIA NO BRASIL…………………………11 Igor Pereira; Julia Silva; Luiz Santos; Mérilin Veríssimo.

02 - O ENSINO DE LIBRAS COMO L2: A INCLUSÃO DO SURDO…………………………13 Lucas Tuzze de Oliveira; Mariana Rocha Santos Silva.

03 - ENTREVISTA COM UMA FORMADORA DE PROFESSORES DE FÍSICA COM ÊNFASE EM EDUCAÇÃO INCLUSIVA………………………………………………………………........15 Gildete Amorim; Rafael Doria; Letícia Gonçalves; Mariana Avellar; Jonathan Santos.

04 LITERATURA SURDA – ACESSO, INCLUSÃO E REPRESENTATIVIDADE…………………………………………………………………………………………..19 Arthur Larena Negrão; José Eduardo Fonseca Brandão; Júlia Lázaro Cordeiro Dos Santos; Roberta Daiana Oliveira de Almeida; Silvia Fernanda Nascimento Lima. Orientador: Gildete Amorim.

05 - NEGROS SURDOS: DUPLA ESTIGMATIZAÇÃO……………………………………………..22 Indira Nayara Baptista Assunção; Gildete da S. Amorim Mendes Francisco.

06 - O ENSINO DE LIBRAS COMO L1 E A FORMAÇÃO DOS PROFESSORES NO MUNICÍPIO DE SANTO ANTÔNIO DE PÁDUA………………………………………………………25

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Marcos Paulo Neves Reis; Leidiane Gomes Machado; Leonardo Nascimento Bassi; Isabelle de Araújo Lima e Souza.

07 - INSERÇÃO DO JOVEM SURDO NO MERCADO QUÍMICOINDUSTRIAL………………………………………………………………………………………………...................28 Henrique da S. Cardoso; Maria B. F. de Sá Reis; Matheus V. Ferreira; Nathália J. Alves; Paulo S. L. de Oliveira Júnior; Ricardo Ribeiro Mingorança.

08 - TERMINOLOGIA E SINAIS: A DIFICULDADE NO ENSINO DE BIOLOGIA EM LIBRAS………………………………………………………………………………………………………………………30 Cavalcante, B; Vasconcellos, K.; Garcia, P.; Pereira, R.; Teixeira, V.; Amorim, G.S.

09 - A ÁREA DE EXATAS ESTÁ PRONTA PARA RECEBER ALUNOS SURDOS ?.................................................................................................................................................................33 Igor da Silva Freitas de Souza, Robson melo Arthur, João Pedro de Matos D'Assumpção, Gildete da S. Amorim Mendes Francisco.

10 - O ENSINO DE SURDOS NO MUNICÍPIO DE NITERÓI……………………………………..36 Diego Leandro Stella Navia; Leonardo Chagas Rabelo.

11 - PRODUÇÃO DE MATERIAIS DIDÁTICOS BILÍNGUES PARA ALUNOS SURDOS…………………..................................................................................……………………………….39 Mariana da Silva Siqueira; Tatiane Militão de Sá.

12 - SURDEZ E O CURSO DE GRADUAÇÃO DE FÍSICA UFF…………………………………..41

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Bruno Henrique Cordeiro; Fernanda Carolina Castro; Narcísio Mazzarela; Samuel Almeida; Gildete Amorim Mendes Francisco.

13 - A IMPORTÂNCIA DA PRODUÇÃO TEXTUAL NO APRENDIZADO DE LÍNGUA PORTUGUESA COMO L2…………………………………………………………………………………………43 Cássia Larissa Conceição Lopes; Tathianna Prado Dawes

14 - A IMPORTÂNCIA DE LIBRAS NOS CURSOS DE ODONTOLOGIA E NUTRIÇÃO COMO INSTRUMENTO DE ACESSIBILIDADE E COMUNICAÇÃO NA PRÁTICA PROFISSIONAL……………………………………………………………………………………………................45 Amanda Bessa Ribeiro de Lima; Hector Portugal da Silva Leite.

15 - BARREIRAS NA COMUNICAÇÃO AO ATENDIMENTO DE PACIENTES SURDOS NA ENFERMAGEM: RELATO EXPERIÊNCIA…………………………………………48 Danielle Freire de A. Carvalho; Gabriela de Almeida Kaippert; Laís Marcelle Rufino Guimarães; Natália Kaizer Rezende Ortega de Barros; Gildete Amorim Mendes Francisco.

16 - A IMPORTÂNCIA DO PROJETO DE LIBRAS EM SAÚDE: UMA VISÃO DE ACADÊMICAS DE ENFERMAGEM…………………………………………………………………………50 Hosana dos Santos Souza; Beatriz Barroso Milão; Orientadora: Gildete da Silva Amorim Mendes Francisco.

17 - A RELAÇÃO GERADA PARA SOCIABILIDADE DE SURDOS COM O MOVIMENTO LGBTI: SINAIS E DESAFIOS……………………………………………………………53 Ariel Nascimento, Juliana Bezerra, Gildete Amorim, Lucas Lobo.

18 - EDUCAÇÃO NÃO É GASTO, É INVESTIMENTO……………………………………………55

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Filiphe Pereira; Laura Coutinho; Nicollas Geron; Wellington do Carmo docente: Gildete Amorim Mendes Francisco.

4,

19 - PRÁTICAS LABORATORIAIS EM APOIO AO ENSINO BILÍNGUE: A EXISTÊNCIA DE MICRORGANISMOS ……………………………………………………………………57 Maíra Soares Henriques; Tathianna Prado Dawes.

20 - A EDUCAÇÃO DE SURDOS E ENSINO DE CIÊNCIAS ………………………………….....59 Gabriela Bastos Neumann Leitão; Tathianna Prado Dawes.

21 - OS FÍSICOS SURDOS E UM FUTURO SILENCIOSO ……………………………………….62 André Moscoso; Gabriel Andrade; Gabriel Fonseca; Pedro Aquino; Teresa Cristina. Orientadora: Gildete da S.Amorim Mendes Francisco.

22 - MONITORIA DE LIBRAS: ALUNA, PROFESSORA E MEDIADORA …...........................................................................................................................................................…..65 Kíssila dos S. Gomes; Tathianna P. Dawes.

23 - CONSTRUÇÃO DE AUTONOMIA NA ALFABETIZAÇÃO DE PESSOAS SURDAS ATRAVÉS DA PERSPECTIVA BICULTURAL E BILÍNGUE…………………….67 Airam Aimé Nesti Dupret Lamas Leite; Tathianna Prado Dawes; Tatiane Militão de Sá.

24 - “TOUR PELOS MUSEUS DO CENTRO” GUIA DE ACESSIBILIDADE CULTURAL PARA SURDOS E EDUCADORES ……………………………………………………………....................70 Mayara Cristina de Oliveira; Tatiane Militão de Sá.

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25 - VÍNCULO SILENTE: A ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM À MULHER SURDA EM PROCESSO DE PARTURIÇÃO………………………………...……………………….73 Gildete Amorim Mendes Francisco; Bruna Fernandes Carvalho; Lucas de Almeida Abrahão; Sarah Cristine da Silva Alves

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A IMPORTÂNCIA DO ENSINO DA LIBRAS: UMA ANÁLISE DAS GRADES CURRICULARES DOS CURSOS DE ARQUIVOLOGIA NO BRASIL Igor Pereira1 Julia Silva2 Luiz Santos3 Mérilin Veríssimo4 Orientador(a) Prof.: Gildete da Silva Amorim Mendes Francisco Universidade Federal Fluminense - UFF, Instituto de Artes e Comunicação Social - IACS, Departamento de Ciência da Informação - GCI

Resumo: A disciplina de Libras I tem como objetivo preparar os acadêmicos para um mercado de trabalho inclusivo, bem como conscientizá-los sobre um aspecto delicado. A inclusão da comunidade surda na sociedade, atualmente se dá pela Língua Brasileira de Sinais – Libras. Foi reconhecida como o segundo idioma oficial do Brasil pela Lei n° 10.436 de 24 de abril de 2002, pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso. Sendo regulamentada em 2005, por meio do Decreto n° 5.625 e reconhecida como meio de comunicação legal. Este trabalho pretende apresentar os resultados obtidos através da análise realizada no currículo das universidades brasileiras que dispõem do curso de Arquivologia, sendo elas UFF, UNIRIO, UNESP, UFBA, UNB, UFES, UFSM, UFAM, UFPB, UEPB, UFPA, UEL, UFMG, FURG, UFSC e UFRGS, buscando formular e constatar como encontram-se as preocupações dos profissionais

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da informação com esse perfil de usuário. A metodologia utilizada foi a descritiva, que desdobrou-se em um estudo de caso. Num segundo momento, utilizou-se a coleta de dados na página das referidas instituições, desdobrando-se na atividade de observação destes, para obtenção dos resultados necessários. Após ser realizada a pesquisa sobre a grade curricular dos cursos de Arquivologia no Brasil, constatou-se que das 16 universidades analisadas, somente três delas não ofertam a disciplina de Libras, sendo elas: UEL, UFPB e UFSM. Dessa totalidade, 11 universidades oferecem a disciplina como optativa e apenas 2 universidades como eletiva. As cargas horárias variam de 30 a 60 horas semestrais, excluindo a UFSC, cuja carga horária é de 72 horas semestrais. Nenhuma universidade oferece a disciplina como obrigatória. Concluímos que, embora o ideal fosse a obrigatoriedade do ensino da Libras nos cursos de Arquivologia, é nítido a preocupação das instituições em promover a inclusão, pois cerca de 80% delas oferecem a disciplina em sua grade curricular. Deve-se alertar aos cursos e estudantes de Arquivologia sobre a importância de se aprender a língua, visando formar profissionais capazes de atender à demanda informacional do usuário surdo. Faz-se necessário realizar um estudo posterior, com o objetivo de compreender quantos alunos efetivamente cursam a disciplina durante sua formação, já que a mesma não é obrigatória. Palavras- chave: Inclusão; Libras; Arquivologia.

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O ENSINO DE LIBRAS COMO L2: A INCLUSÃO SOCIAL DO SURDO Lucas Tuzze de Oliveira¹; Mariana Rocha Santos Silva² Professora Adjunta: Alexsandra dos Santos Oliveira (Professora Orientadora) Universidade Federal Fluminense – Instituto Federal do Noroeste Fluminense Santo Antônio de Pádua

Resumo: Sabendo da importância da comunicação e da inclusão, baseamos nossa discussão na legislação educacional vigente. A lei 10.436, promulgada em setembro de 2002, reconhece a Libras como língua de expressão e comunicação

dos surdos. O decreto 5.626, de dezembro de 2005,

regulamenta a lei 10.436, instituindo o ensino de LIBRAS como disciplina obrigatória para os currículos de Pedagogia, Fonoaudiologia e demais cursos de licenciatura. A partir disso, este trabalho visa difundir o ensino de LIBRAS para ouvintes, ou seja, o ensino de Libras como segunda língua (L2). Nota-se ainda uma carência na formação continuada para alunos não-surdos, mesmo com o reconhecimento e a garantia do ensino de libras pela legislação como

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segunda língua, há implementação no ensino educacional acontece de forma defasada e sem a sistematização com a cultura surda e as variações linguística e culturais, etc. Tal estrutura garante o ensino porém não ampara todo o caráter linguístico e cultural da Libras. Quanto a inclusão da disciplina nos currículos, oferece uma carga horária mínima e sem articulação com os demais conteúdos (Muttão; Lodi, 2018). Assim sendo, o trabalho consiste em ampliar a comunicação entre ouvintes e a comunidade surda - uma vez que a maioria dos ouvintes parece não fazer esforço para comunicar-se e aproximarse da cultura surda - para tanto será oferecido aos profissionais da área de educação do município de Santo Antônio de Pádua (RJ) minicursos, palestras, oficinas e workshops. Estes serão ministrados por graduandos do curso de pedagogia. Trabalharemos assim com a formação inicial e continuada dos professores. A partir disso, este trabalho gera momentos de estudo, ponderações e trocas de vivências. As mudanças devem ocorrer para além da sala de aula; os ouvintes terão a oportunidade de adentrar e conhecer a Libras e a cultura surda, minimizando as lacunas existentes nos currículos dos cursos de licenciaturas e partindo com o bloqueio de comunicação entre surdos e ouvintes, criando uma harmonia entre as duas comunidades. Portanto, é passada a hora de constituir mudanças, as identidades são móveis, então a visão sobre a comunidade surda necessita forçosamente de mudanças, de novos padrões. E mais, o ensino da LIBRAS para ouvintes significa dar ao

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surdo mais possibilidades de comunicação, mais oportunidades de interagir em seu meio, mais probabilidades de aceitação. (DIZEU; CAPORALI, 2005). Resultados e conclusões ainda em aberto. O projeto tem um mês iniciado. Palavras-chave: Inclusão; LIBRAS; Ouvintes.

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ENTREVISTA COM UMA FORMADORA DE PROFESSORES DE FÍSICA COM ÊNFASE EM EDUCAÇÃO INCLUSIVA. Gildete Amorim1; Rafael Doria2; Letícia Gonçalves3; Mariana Avellar4; Jonathan Santos5 Universidade Federal Fluminense – UFF Resumo: Entrevista com a M.ª Lucia da Cruz de Almeida, coordenadora do projeto de extensão: Educação inclusiva e formação de professores de Física com ênfase em deficiências sensoriais, onde foi discutido meios de inclusão de surdos nas aulas de física, suas dificuldades e resultados, com objetivo de conscientizar sobre a importância da prática do ensino inclusivo para alunos surdos, em especial nas aulas de física. Preconceito, desigualdade e segregação nas salas de aula, são atitudes que devem ficar e fazer parte apenas do passado, os pilares de um ensino igualitário e de qualidade para todos os alunos, independente do grau de surdez são: direito, respeito e inclusão. E é seguindo essa linha de raciocínio que vamos apresentar os atuais problemas e soluções para o ensino e inclusão de alunos surdos nas aulas de Física, relatadas em entrevista por uma professora do departamento de Física da UFF que

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desenvolve estudos sobre o assunto. Na entrevista, a partir da apresentação de três perguntas: (Quais são os obstáculos para a inclusão do aluno surdo nas aulas? Quais são as possibilidades para essa inclusão? Quais os resultados obtidos a partir das possibilidades?), a temática inclusão foi abordada com ênfase nos obstáculos e nas possibilidades para a aprendizagem da Física por estudantes surdos do ensino médio. Obstáculos: O ensino de Física, geralmente é centrado na fala e na escrita do professor(a); há déficit de sinais para o conhecimento científico; ensino de Física distanciado da experiência vivencial dos estudantes. Possibilidades: Estabelecer uma comunicação clara entre professor e aluno, no caso um trabalho colaborativo de professores de física e intérpretes de Libras. Elaborar contextualização do conteúdo, a fim de aproximar a matéria da aula das experiências vivenciadas no dia a dia do aluno, o uso de imagens nas aulas contribui para isso. Experimentação, uso de experimento tátil e visual, que não só ajuda muito no ensino para alunos surdos, mas também é importante para os demais alunos; Criação de sinais provisórios para termos científicos que não possuem sinais em libras. A criação de sinais provisórios é condicionada a participação dos estudantes surdos que após à aprendizagem do novo conhecimento, sugerindo, com a supervisão do intérprete e do professor de Física um sinal. Absorção do conhecimento da física por parte dos alunos e consequentemente a criação de sinais provisórios que poderão ser bem aceitos futuramente. A entrevista contribuiu para

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reafirmar a importância da Universidade na formação de professores comprometidos com o respeito e a valorização das diferenças individuais dos estudantes. As políticas públicas educacionais, bem como a infraestrutura e a valorização do professor são condições necessárias, mas não são suficientes para a consolidação de ambientes inclusivos. É fundamental que a escola se adapte ao estudante surdo e não o inverso. Palavras-Chave: Ensino; Surdos; Física.

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LITERATURA SURDA – ACESSO, INCLUSÃO E REPRESENTATIVIDADE Arthur Larena Negrão1; José Eduardo Fonseca Brandão2; Júlia Lázaro Cordeiro Dos Santos3; Roberta Daiana Oliveira de Almeida4; Silvia Fernanda Nascimento Lima5. Orientador: Gildete Amorim 1 – Universidade Federal Fluminense; 2 - Universidade Federal Fluminense; 3 - Universidade Federal Fluminense; 4 - Universidade Federal Fluminense; 5 - Universidade Federal Fluminense. Resumo: Este trabalho se propõe a apresentar a Literatura Surda e a adaptada aos surdos de modo a entender este tópico como o esforço a uma inclusão educacional e social. Os surdos possuem uma cultura própria relacionada às suas especificidades, cultura essa periférica frente à dominante cultura ouvinte. É evidente que exigir da parcela surda da sociedade uma adaptação à experiência ouvinte culmina no enfraquecimento e na marginalização da cultura e da identidade linguística surda. Este trabalho tem como objetivo compilar obras de Literatura surda e evidenciar o importante papel desta na construção e propagação da cultura surda e das suas formas de expressão. Este trabalho se utiliza da compilação de obras de literatura surda e do Método

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Fenomenológico para esclarecer acerca da importância dessa. O registro de histórias contadas em sinais pertencentes à chamada "literatura surda contemporânea" foi possibilitado pelo uso de tecnologias de filmagem, recurso pouco acessível antes da Revolução Digital que foi iniciada nos anos 1950. Esse movimento literário também foi favorecido pelo contexto brasileiro de visibilidade da Libras, sobretudo com a Lei n° 10.436, que reconheceu a língua oficialmente, além de determinar a necessidade de difusão desse meio de comunicação em diversos espaço e o ensino em certos níveis de educação. Outros modos de documentação das produções literárias surdas são a escrita de sinais (Sign Writing) e a tradução para a língua portuguesa escrita. Notase a essencialidade de acesso a manifestações que contemplem essa vivência diferenciada, promovendo uma representatividade importante para a criação de uma identidade surda. Para esse fim, a literatura é uma ferramenta ideal pois fornece a percepção da complexidade do mundo, cultivando a humanização e promovendo o desenvolvimento de uma reflexão crítica. Essa postura pode ser reputada como essencial para evitar a submissão do indivíduo a contextos de violência simbólica, a partir de uma perspectiva de cuidado individual. Mesmo com todo o impacto positivo que esse movimento acarreta, são poucos os textos de literatura infantil que retratem a questão da língua de sinais e da cultura surda, sendo assim restritos a fábulas e contos fantásticos populares adaptados como ‘Rapunzel Surda’ e ‘Cinderela Surda’.

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Pelo exposto, denota-se como a produção literária surda deve ser estimulada, pois é essencial para rechaçar a marginalização do surdo na sociedade hodierna. Assim, o levantamento dessas literaturas evidencia a essencialidade do acesso e da inclusão como formas de combate à marginalização e à pulverização

de

uma

cultura.

Palavras-chave:

representatividade.

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acesso;

inclusão;


NEGROS SURDOS: DUPLA ESTIGMATIZAÇÃO Indira Nayara Baptista Assunção¹; Gildete da S. Amorim Mendes Francisco² ¹Discente Ciências Sociais/UFF; ²Orientadora/UFF Universidade Federal Fluminense (UFF) Resumo: O

presente

trabalho

propõe

realizar

uma

breve

análise

acerca

da

estigmatização sofrida pelos negros surdos e apresentar o Movimento Nacional de Negros Surdos, fundado em 2008. A estigmatização e consequentemente a criminalização dos indivíduos que estão fora da normalidade, está relacionada com a exclusão social comum dentro do neoliberalismo. As políticas neoliberais contribuem para o aumento da estigmatização e exclusão social , através da negação dos direitos sociais, por essa razão quando se é “anormal” nesse sistema, acaba enfrentando dificuldades para conseguir viver com o mínimo de dignidade, pois para o Estado e a burguesia, essa condição representa um perigo para a manutenção da ordem social. (Bourdieu, 1997). O objetivo deste trabalho é refletir o negro surdo e como esse grupo estigmatizado e invisível para boa parte da sociedade devido o preconceito, se organiza em um movimento nacional com a intenção

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de trocar experiências e conscientizar sobre as leis de proteção contra o racismo,

preconceitos,

desigualdade

social

e

econômica.

Revisão

e

compreensão das bibliografias levantadas sobre estigmatização, negação do Estado de Direito, racismo e preconceito linguístico. O Brasil assim como outras sociedades é marcado pelas divisões sociais das classes, que são respaldadas de diversas formas, uma delas é o indivíduo normalidade e o anormal, naturalizando a exclusão de boa parte da sociedade e contribuindo para o processo de estigmatização dos ditos “anormais”. Desde a libertação e fim da sociedade escravocrata, o povo negro tem enfrentado dificuldades para gozar de plena cidadania, por conta do racismo estrutural e institucional existente na sociedade brasileira e a falta de políticas públicas de promoção da igualdade (Silvério, 2002). Já os surdos têm legitimado e fortalecido a cultura e a língua de sinais como própria e distante de ser uma deficiência, porém não é reconhecida como cultura, pois os detentores do domínio cultural, econômico e legitimatório, submetem às minorias a cultura da classe dominadora, no caso dos surdos essa classe são os ouvintes (Perlin e Quadros, 2007). Segundo Furtado (2012) o negro surdo sofre uma dupla opressão: primeiro por ser negro e segundo por ser surdo. O Movimento Negro Surdo, surgiu em 2008, durante o 1º Encontro Nacional de Jovens Surdos, tendo como proposta refletir o racismo e a surdez. A criação do Congresso Nacional de Inclusão Social do Negro Surdo, que teve 3 edições em São Paulo, com o

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tema Inclusão Social do Negro Surdo, tinha como objetivo central apresentar as leis que garantem e asseguram a igualdade para todos os indivíduos sem distinção. As outras edições tiveram temas diferentes. A partir das leituras realizadas, foi possível compreender a estigmatização social que os negros surdos estão inseridos e como diante disso surge a necessidade de um movimento para que pudessem trocar experiências sobre ser surdo e fato de ser negro, que agrega mais especificidade no dia a dia. Além disso a importância conscientização sobre leis de proteção contra o racismo, preconceito linguístico, desigualdade social e econômica. Palavras-chave: negro, surdo e estigmatização.

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O ENSINO DE LIBRAS COMO L1 E A FORMAÇÃO DOS PROFESSORES NO MUNICÍPIO DE SANTO ANTÔNIO DE PÁDUA 1Marcos

Paulo Neves Reis;

2Leidiane

Gomes Machado; 3Leonardo

Nascimento Bassi; 4Isabelle de Araújo Lima e Souza. Universidade Federal Fluminense (UFF) / Instituto Noroeste Fluminense de Ensino Superior (INFES) Resumo: Este trabalho visa refletir acerca do ensino e aprendizagem de Libras como primeira língua (L1) nas escolas do Município de Santo Antônio de Pádua, localizado no Noroeste Fluminense e a refletir sobre a formação docente. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, baseando-se no estudo e na pesquisaação, elaboradas para melhor atender as necessidades identificadas ao longo do processo investigativo. Como resultados fizemos um mapeamento dos surdos matriculados na rede municipal, e diagnosticamos o nível de conhecimento em Libras. Do número total de alunos, verificou-se que eles têm pouco conhecimento em Libras e o espaço para o uso da Língua de Sinais no ambiente escolar é escasso. A Libras, por meio dos movimentos sociais organizados pela própria comunidade surda, foi reconhecida como língua pela

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Lei 10.236 de 2002 e regulamentada pelo decreto n° 5626 de 2005. A partir desses marcos legais a Libras é reconhecida como língua de expressão e comunicação da comunidade surda, portanto entendida como a primeira língua (L1) do surdo. Apesar dos avanços e das conquistas das comunidades surdas brasileiras, as pesquisas como a desenvolvida por Lodi (2005) apontam que a maioria dos surdos são filhos de família ouvintes e quando são matriculados no ensino regular não possuem domínio nem da língua portuguesa e nem da Libras, por isso são muitas vezes considerados semilingues ou sem língua. Esta pesquisa tem como objetivo geral mapear as escolas que possuem estudantes surdos matriculados, e investigar como é o processo de inclusão dos mesmos nas escolas regulares do município através do uso da Libras. Assim, procuraremos pesquisar se as escolas estão adaptadas para receber os alunos surdos, não somente como matrícula em um espaço físico e até mesmo com um intérprete em sala de aula, mas como uma coletividade dentro da sala de aula que vai das mais diversas relações como aluno/professor, aluno/aluno e aluno/comunidade escolar. A pesquisa teve início em maio de 2019, é uma pesquisa de natureza qualitativa, do tipo estudo de caso e pesquisa-ação. Foi feito um levantamento dos surdos matriculados nas escolas, juntamente com a Secretaria Municipal de Educação e Cultura (SEMEC). Posteriormente os participantes do projeto, começaram a fazer um levantamento bibliográfico sobre teorias que abordassem a temática

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de Libras. A pesquisa-ação (Tripp,2005) é a terceira etapa da pesquisa, que ainda está em fase de desenvolvimento.

A pesquisa encontra-se em

andamento, desse modo apresentaremos neste trabalho os resultados parciais. Através do mapeamento diagnosticamos que existem quatro estudantes surdos matriculados na rede municipal de ensino. Todos os estudantes mapeados possuem sinais caseiros e pouco conhecimento em Libras. Eles não têm acompanhamento de intérpretes em sala de aula, e semanalmente eles tem atendimento com a professora de Libras da SEMEC. A partir desse mapeamento e em parceria com as escolas procuraremos construir oficinas, workshops e minicursos voltadas para área de ensino e aprendizagem em Libras como L1. Através desse projeto esperamos contribuir para a formação de professores, que tenham uma visão mais ampla sobre o uso da Libras como primeira língua no espaço escolar. Procuramos provocar mudanças significativas no cotidiano escolar a partir da adaptação currículo, do planejamento, da avaliação e da gestão escolar como um caminho das reflexões e ações inclusivas. Por último, também esperamos evidenciar os diferentes sentidos da relação teoria e prática docente por meio de ações de ensino e pesquisa ao longo da formação inicial de professores. Palavraschave: Libras; ensino; formação de professores.

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INSERÇÃO DO JOVEM SURDO NO MERCADO QUÍMICO-INDUSTRIAL Henrique da S. Cardoso1; Maria B. F. de Sá Reis2; Matheus V. Ferreira3; Nathália J. Alves4; Paulo S. L. de Oliveira Júnior5; Ricardo Ribeiro Mingorança6. Orientadora : Gildete da S.Amorim Mendes Francisco 1-

Universidade Federal Fluminense (UFF)

Resumo: No Brasil, há cerca de 9 milhões de surdos, dentre os quais cerca de 22 mil são estudantes da educação básica e ensino médio - dados do IBGE e do MEC, ano de 2016. Tendo como ponto de partida tais números, e sabendo que estes jovens serão profissionais no futuro, buscam-se maneiras de proporcionar melhores condições para a sua formação. Investigar o nexo entre a educação e a formação profissional dos jovens surdos brasileiros. Em especial, no setor químico-industrial, e discutir soluções para melhorar o acesso destes ao mercado de trabalho, com o apoio da LIBRAS. Pesquisamos nos principais bancos de dados referentes aos surdos e sua inserção e desenvolvimento na sociedade (INES; FENEIS; NEPES/SC; e no banco de dados da SECADI/MEC. Também, investigamos, através da leitura de artigos e outras fontes de pesquisa, as técnicas e cuIdados adotados pelas instituições de ensino para inclusão dos surdos nas aulas de laboratório que garanta ao estudante surdo segurança e oportunidade de uma educação completa. A partir do estudo acerca do acesso e da adaptação dos surdos frente ao mercado de trabalho,

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especialmente na área químico-industrial, pode-se observar que os locais ainda não estão adequados para garantir melhores condições aos profissionais citados. Apesar disso, alguns laboratórios, como por exemplo os de pesquisadores do Instituto Federal de Goiás /Câmpus Itumbiara e do Instituto Federal de Pernambuco, adaptaram o espaço para que houvesse acesso dos alunos surdos. Além dessa iniciativa, o Programa de Pós-Graduação em Ciências e Biotecnologia - PPBI em parceria com o NUEDIS/UFF, elaboraram um manual de segurança em práticas laboratoriais (“Biossegurança: manual bilíngue de barreira de Contenção Primária (EPI e EPC) Português X Libras”). A Libras possui uma carência de sinais específicos para química, principalmente em relação a sinais de vidrarias e nomenclatura de substâncias. Assim, os colaboradores surdos possuem um obstáculo no aprendizado e na comunicação dentro de laboratórios. Analisando tal conjuntura, vê-se que apesar do desafio de avançar no acesso destes jovens a um desenvolvimento digno - principalmente nas ciências - parte da formação de caráter crítico-social destes tem passado por muitas transformações positivas. Então, para que esse quadro melhore, as organizações e pessoas necessitam agir para fornecer meios de desenvolvimento para os profissionais com surdez na área químico-industrial, a fim de contribuir para a melhoria de vida destes e da sociedade. Palavras-chave: Inclusão; LIBRAS, Educação.

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TERMINOLOGIA E SINAIS: A DIFICULDADE NO ENSINO DE BIOLOGIA EM LIBRAS Cavalcante, B¹.; Vasconcellos, K.¹; Garcia, P.¹; Pereira, R.¹; Teixeira, V.¹; Amorim, G.S.² 1-Universidade Federal Fluminense Resumo: O trabalho consiste em um levantamento de sinais e terminologias em LIBRAS para o ensino de Ciências Biológicas e discute as dificuldades e as carências nesse cenário. Ao longo da história da sociedade ocidental, o indivíduo que não ouvia e nem falava foi excluído de suas razões sociais pois lhe foi instituído incapacidade devido ao estigma da deficiência diante da maioria das pessoas - ouvintes. No Brasil, em 1993, um projeto de Lei iniciou uma longa batalha de legalização e regulamentação em âmbito Federal, culminando com a criação da Lei nº 10.436 em 24 de abril de 2002 e no decreto 5626/2005 da mesma Lei, permitindo que as pessoas deficientes auditivas ou com surdez passassem a se sentir mais incluídas na sociedade (CONSTITUIÇÃO, 1988). Sabe-se que no Brasil o investimento em educação a nível básico e superior cresceu significativamente desde 2002 e manteve-se em progressão até

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aproximadamente 2016, quando começou a sofrer decaimento (Inep/MEC, 2008; OECD, 2018). As estatísticas relacionadas à educação à nível superior de pessoas deficientes auditivas, surdas e surdacegas nos mostra que, em 2015 na região Sudeste do país, um total de 281 Instituição de Ensino Superior (IES), a maior parte era de instituição privada (ESDRAS, D., 2017). Na Universidade Federal Fluminense (UFF) que é uma IES Federal, o curso de graduação em Ciências Biológicas teve um(a) estudante deficiente auditivo, surdo(a) ou surdocego(a) nas últimas dez turmas até a atual - 2019.2, com objetivo de analisar o negligenciamento dessa área do conhecimento e também as problemáticas enfrentadas pelos intérpretes de LIBRAS, os professores e as pessoas deficiente auditivas, surdas e surdacegas dentro do meio acadêmico. Fizemos algumas perguntas retóricas essenciais, como: “quantas pessoas fluentes em LIBRAS conhecemos?”, “quantos professores (ouvintes ou não-ouvintes) ou intérpretes de LIBRAS nós conhecemos?”, “quantos professores não-ouvintes nós conhecemos que ensinam Biologia para o ensino superior?”, “quantos professores ou intérpretes de LIBRAS nós já vimos atuando dentro de sala de aula no curso de Ciências Biológicas, sem ser voltado para a disciplina de LIBRAS?” Sendo assim foi possível: 1. realizar um levantamento simples da quantidade de sinais desenvolvidos e pensados no ensino de Biologia, 2. divulgar esses dados a fim de se suprir a falta de muitos sinais importantes e 3. incentivar os adolescentes e adultos a buscar

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aprendizado dentro da área de Ciências Biológicas. Utilizamos a plataforma digital, aplicativo de smartphone “HandTalk”. Escolhemos 4 disciplinas básicas do curso de graduação em Ciências Biológicas: Biologia Celular, Botânica, Fisiologia Humana e Genética/Evolução. Construímos tabelas comparativas. E relacionamos os resultados com as dificuldades imediatas e a falta de pessoas integrantes dessa comunidade no cenário acadêmico. 27 sinais para Biologia Celular, 9 sinais para Botânica, 95 sinais para Fisiologia Humana e 5 sinais para Genética/Evolução. Além de confirmarmos a nossa hipótese de que faltam muitos sinais específicos dentro dos existentes para essas 4 disciplinas, também concluímos que alguns sinais podem ser repetidos e integralizados dentro das disciplinas pela própria interdisciplinaridade. Ainda assim, também gostaríamos de findar a necessidade da divulgação científica, tanto para atrair mais estudantes, como para incentivar mais professores e intérpretes. Palavras-chave: LIBRAS; inclusão social; Biologia.

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A ÁREA DE EXATAS ESTÁ PRONTA PARA RECEBER ALUNOS SURDOS ? Igor da Silva Freitas de Souza, Robson melo Arthur, João Pedro de Matos D'Assumpção, Gildete da S. Amorim Mendes Francisco Universidade Federal Fluminense (UFF) Resumo: Realizamos uma pesquisa para descobrir o quão a par os professores da área de exatas estão sobre Libras e sobre a cultura surda e encontramos resultado bem oposto ao desejado e devemos ficar em alerta para o futuro. Esta pesquisa, tem como objetivo analisar a imersão da Libras nas áreas acadêmicas de exatas, e assim verificar se é necessário realizar alguma melhora na inclusão universitária, optamos por essa pesquisa por sermos alunos de estatística, e esta foi realizada com professores da Universidade Federal Fluminense. Verificar se os professores dos cursos de exatas estão preparados para receber alunos surdos, e conseguir dar aula sem ajuda de um intérprete de Libras para estes sem perda de clareza do conteúdo. Optamos

por

um

questionário

on-line,

onde

pedimos

permissão

da

coordenação e ajuda com e-mail dos professores. com perguntas claras e objetivas, porém com grande grau de importância, buscamos extrair de forma

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simples os dados para analisarmos os resultados. foi perguntado se o professor sabe Libras e se conseguiria dar aula para surdos, se tem pretensão de aprender e a importância de um professor saber Libras, também foram feitas perguntas sobre o grau de conhecimento deles sobre a cultura surda e se tinham interesse em saber mais.Em uma população de 40 professores da UFF, foi analisada uma amostra, e os resultados foram alarmantes, NENHUM professor sabe Libras, até mesmo os que cursaram licenciatura, sendo estes 75% dos professores analisados, nem a matéria de LIBRAS fizeram na faculdade, porém 25% dos professores afirmaram que conseguiriam dar aula para surdos, e 37,5% tem pretensão de aprender Libras, conseguimos extrair algo de positivo dessa pesquisa, 85% dos professores afirmaram que saber Libras é importante para o profissional, uma pena não se comprometerem a aprender. Sobre a cultura surda, o resultado também é ruim, 62,5% têm baixo ou nenhum conhecimento, porém 66,7% dizem que gostariam de aprender mais. Os resultados devem nos deixar em alerta, muitos professores não estão preparados para a inclusão universitária, e alguns nem mostram interesse em se preparar. Vimos que há professores interessados em expandir seu conhecimento, agora devemos nos perguntar, o que os impede, é o tempo? A dificuldade de aprender? A falta de alunos surdos nas universidades? a falta de divulgação da importância da Libras? Ou o que queremos que nunca aconteça, o desinteresse dos professores? Paramos e refletimos, a Libras é

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um importante meio de comunicação, como pode ela ficar fora da formação desses profissionais que trabalham diariamente com todos os tipos de alunos. Palavras-chave: Professores; Libras; Surdos.

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O ENSINO DE SURDOS NO MUNICÍPIO DE NITERÓI Diego Leandro Stella Navia¹; Leonardo Chagas Rabelo² Gildete Amorim Mendes Francisco³ ¹ Licenciando em História UFF, Bacharel em Enfermagem, Pesquisador do Laboratório de Simulações e Cenários EGN, Pesquisador do grupo de História Militar da UFF, ² Licenciando em História UFF, ³ Doutoranda em Ciências e Biotecnologia PPBI UFF, Docente de Libras UFF, Instituto de Letras, Intérprete de Libras / MEC - Prolibras

Resumo: As leis Lei n. 10.436, de 24 de abril 2002 e o decreto n. 5.626, de 22 de dezembro de 2005 dispões sobre a língua brasileira de sinais - Libras, e no seu artigo 4º estabelece que o sistema educacional, sejam eles nos âmbitos federal, estadual e municipal, incluindo o do Distrito Federal devem garantir a inclusão, nos cursos de formação de Educação Especial, de Fonoaudiologia e de Magistério, em seus níveis médio e superior, do ensino da Língua Brasileira de Sinais - Libras, como parte integrante dos Parâmetros Curriculares

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Nacionais (PCNs). De acordo com o artigo 2º considera-se pessoa surda aquela que, por ter perda auditiva, compreende e interage com o mundo por meio de experiências visuais, manifestando sua cultura principalmente pelo uso da Língua Brasileira de Sinais – Libras. Mapear na rede de ensino do município de Niterói, Estado do Rio de Janeiro, as capacidades de atender aos alunos surdos. Pesquisa de campo. A secretaria de educação do município de Niterói possui o departamento de educação especial,

que concentra a maior

parte dos alunos em uma unidade; das 92 unidades escolares do município (46 são unidades municipais de educação infantil), na Escola Municipal Paulo Freire, localizada no bairro Fonseca. A instituição conta com 8 profissionais concursados especialistas em libras, sendo 5 professores bilíngues e 3 tradutores. Fora desta instituição, existem 5 alunos identificados na rede municipal, recebendo acompanhamento, 2 na educação infantil, 2 no ensino de jovens e adultos, e 1 na educação regular. No ensino fundamental (não havendo na rede municipal ensino médio), existem aproximadamente 746 alunos; destes aproximadamente 54 possuem surdez. Do primeiro ao quinto ano, as salas são bilíngues – Libras e português –, existindo apenas alunos surdos, podendo se ter associado em algumas outras deficiências, e do sexto ao nono ano, classes inclusivas, onde existem alunos surdos e alunos sem a deficiência auditiva. As séries bilíngues são primeiro ano (uma turma), terceiro ano (duas turmas), ambas no período da tarde, e quinto ano (duas turmas)

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no período da manhã. O atendimento da população surda é garantido por lei em toda a esfera do ensino básico, seja pública ou privada, e felizmente no município de Niterói esta lei não é negligenciada. Através do que se foi constatado, observarmos o pleno atendimento aos alunos surdos, assim como a atenção e empenho dos profissionais envolvidos, admitindo-se margem para melhorias no sistema, mas no que diz respeito a infraestrutura, não ficando estes alunos, entretanto, com menor atenção ou desfavorecidos frente aos demais do universo municipal. Palavras Chave: Surdos, Niterói, Escola.

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RELATO DE EXPERIÊNCIA: O DOMINÓ EM LIBRAS ESTIMULA APRENDIZAGEM BILÍNGUE EM ESCOLA PÚBLICA Mariana da Silva Siqueira (UFF/RJ); Tatiane Militão de Sá Universidade Federal Fluminense (UFF/RJ) Resumo: O presente trabalho foi realizado na disciplina de Libras I, através do projeto de Extensão: Recursos Educacionais Abertos (REA) para divulgação científica e Libras, oferecido pela Universidade Federal Fluminense (UFF), sobre aplicação de material didático produzido pelos alunos do curso em escolas inclusivas. Este é um relato de experiência de ensino que compreende perspectiva pedagógica bilíngue no âmbito da escola pública. A pesquisa tem como objetivo principal divulgar resultados de ações comunitárias de extensão e a produção de materiais REA voltados para práticas colaborativas pedagógicas em diferentes níveis escolares para surdos e ouvintes. A fundamentação teórica se declina sobre as premissas de propostas dos autores: Lacerda (2006) sobre a inclusão escolar de alunos surdos, Leffa (2008) sobre como produzir materiais para o ensino de línguas, Santos (2013) sobre Recursos Educacionais Abertos no Brasil e Araújo et. al. (2016) sobre

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dominó de números em Libras. O desenvolvimento da pesquisa se deu através dos

seguintes

procedimentos

metodológicos:

estudos

bibliográficos,

observações nas turmas, produção de dominó em Libras e aplicações de jogo nas salas. A escola no qual o material foi aplicado se localiza na periferia do Rio de Janeiro no município de São Gonçalo. Dessa forma, a experiência colabora para realizações de ações de extensão voltadas para Libras, Comunidade surda e sua cultura, pois espera-se que cada vez mais os futuros professores atuem em salas de aulas com materiais didáticos, visando a inclusão de conteúdos de forma acessível e bilíngue. No caso da aplicação do dominó verificamos que os alunos se sentiram muito estimulados em aprender Libras, mobilizando toda as turmas neste processo que ocorreu em grupos, beneficiando quase 50 estudantes de uma escola de aproximadamente 200 alunos. Palavras-chave: dominó em Libras, ensino bilíngue, inclusão.

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Surdez e o curso de graduação de Física UFF Bruno Henrique Cordeiro1 ; Fernanda Carolina Castro1 ;Narcísio Mazzarela1; Samuel Almeida1;Gildete Amorim Mendes Francisco2 Universidade Federal Fluminense (UFF)

Resumo: Esse trabalho é um pôster eletrônico e tem como objetivo retratar a realidade de surdos e deficientes auditivos no curso de graduação em Física da Universidade Federal Fluminense, no Campus da Praia Vermelha e a relação dos professores com esses alunos. De acordo com os dados do IBGE de 2010, existiam 10 milhões de surdos no Brasil, 5% da população e ainda assim, no ano de 2019 não houve ingressante na física, e em todos os cursos, tiveram menos de 15 alunos, de acordo com os dados fornecidos pelo Sensibiliza UFF. Entender a realidade de surdos e deficientes auditivos ao ingressarem no curso de Física. Fizemos 3 perguntas para 15 professores de graduação da Física procurando saber sobre sua experiência com surdos ou deficientes auditivos e com a Língua de Sinais Brasileira. As perguntas foram: 1)

Na sua carreira como professor de física, já teve contato com surdos/deficientes auditivos? Se sim, como foi a experiência?

2)

O senhor(a) tem alguma formação específica para ensinar física para um aluno surdo/deficiente auditivo?

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3)

Se hoje entrasse uma pessoa surda/deficiente auditiva na sua sala de aula, como você lidaria com a situação?

Nenhum professor teve que lidar com surdos/deficientes auditivos no curso superior, apenas 2 tiveram contato com surdos no ensino médio e procuraram promover a inclusão e o aprendizado com a experiência. Nenhum tem especialização para atender as necessidades desse público e 8 procuraria ajuda na própria universidade, 4 esperariam a habilidade de leitura labial ou da fluência na Língua Portuguesa por parte do aluno, todos concordam que por não terem formação na área de Libras o processo seria dificultado. As entrevistas revelam que como não há a entrada de surdos/deficientes auditivos na área, não houve a necessidade premeditada do aprendizado da Língua de Sinais por parte da maioria. Os surdos estão sendo negligenciados, por não conseguirem entrar na universidade ou caso entrem, por não ter o suporte para se manterem. Para os que entram na Física, uma solução na sala de aula seria a qualificação dos professores e a disponibilidade de um intérprete para assim desenvolver uma maior acessibilidade para essas pessoas. Palavras-chave: surdez; Física; UFF.

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A IMPORTÂNCIA DA PRODUÇÃO TEXTUAL NO APRENDIZADO DE LÍNGUA PORTUGUESA COMO L2 Cássia Larissa Conceição Lopes1; Tathianna Prado Dawes2 1-2 Universidade Federal Fluminense (UFF).

Resumo: Este trabalho tem por objetivo fomentar reflexões acerca de novas perspectivas na educação bilíngue e letramento de surdos. Trazendo parâmetros linguísticos que envolvem a língua portuguesa como L2 por meio de construção de textos literários, com isso reforçar a importância da liberdade de criação e incentivo à leitura, também reforçar a ideia de novas formas de se apresentar e tornar acessível a inserção desses alunos a uma outra língua, cultura e comunicação. É de conhecimento geral que a língua portuguesa tem total importância na vida do indivíduo surdo, por isso este trabalho busca inovar métodos que melhor auxiliem o aluno surdo a sentir domínio da Língua Portuguesa como L2, além dos fatores de inclusão social, convivência e comunicação entre toda comunidade falante e surda. Em conjunto com livros literários, imagens interativas e conversas é feito o estímulo à criação, em primeiro modo comunicativo, incentivo à escrita

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descritiva e inventiva, em continuidade é oferecida uma nova perspectiva literária: A criatividade e interpretação de texto. Isso com a leitura de livros sem texto, onde a aluna deve interpretar as imagens e a partir delas escrever a história, o objetivo dessa atividade não é analisar regras de gramática, mas sim adaptar o ensino de língua portuguesa como L2 por meio da literatura e produção textual. É notável a evolução no domínio da língua a medida em que as propostas de atividades surgiam, a timidez sendo posta de lado no momento em que a aluna foi desenvolvendo mais autonomia na escrita. É notável, a primeiro modo, o receio em ser inserido o contexto de língua portuguesa, o medo do desconhecido e a abstração que a língua pode oferecer; Cada estímulo é um novo desafio e novo nível de abstração na mente do aluno que está sendo inserido no contexto da língua portuguesa, e é justamente esse ponto que busco incitar, é mostrar como a abstração pode se tornar fácil, o que mais pra frente gera autonomia na hora da escrita, liberdade de expressão e domínio da língua. Palavras-chave: Língua Portuguesa; Criação; Literatura.

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A IMPORTÂNCIA DA LIBRAS NOS CURSOS DE ODONTOLOGIA E NUTRIÇÃO COMO INSTRUMENTO DE ACESSIBILIDADE E COMUNICAÇÃO NA PRÁTICA PROFISSIONAL. Amanda Bessa Ribeiro de Lima¹; Hector Portugal da Silva Leite²; Gildete da Silva Amorim Mendes Francisco³ ¹ Faculdade de Odontologia da Universidade Federal Fluminense, ² Faculdade de Nutrição da Universidade Federal Fluminense, ³ Instituto de Letras da Universidade Federal Fluminense (UFF)

Resumo: De acordo com o censo feito pelo IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - de 2010, cerca de 2 milhões de pessoas possuem deficiência auditiva severa, sendo 344,2 mil surdos no país. A partir de 24 de abril de 2002, com a lei 10.436, libras é reconhecida como a segunda língua oficial do Brasil. Esta lei, estabelece em seu artigo 3º que as instituições públicas de assistência à saúde devem garantir atendimento e tratamento adequado às pessoas com deficiência auditiva, garantido a inclusão das mesmas. Além

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disso, um dos princípios do Sistema Único de Saúde é a equidade, que garante o atendimento apropriado a toda população independente de suas limitações. O presente trabalho visa avaliar a importância do ensino da Libras nos Cursos de Graduação em Nutrição e Odontologia, de modo a verificar se esses cursos na Universidade Federal Fluminense formam profissionais capacitados a garantir acessibilidade à população surda e com deficiência auditiva, promover assistência em saúde e estabelecer o diálogo adequado à compreensão, pelo público-alvo, dos procedimentos realizados e sobre as mudanças de hábitos que necessitam serem tomadas para promoção e prevenção de sua saúde. Realizou-se um estudo qualitativo, por meio de análise documental das Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de Graduação em Nutrição e em Odontologia

e

as

estruturas

curriculares

obrigatórias

utilizadas

na

Universidade Federal Fluminense dos cursos citados com a verificação se há disciplinas inerentes ao ensino e prática de Libras. Verificou-se que, apesar das Diretrizes Curriculares Nacionais ressaltam a importância dos profissionais estabelecerem uma comunicação verbal e não verbal acessível ao público em geral, o ensino da Libras não está incluído como disciplina obrigatória ou optativa nas estruturas curriculares dos cursos de Nutrição e Odontologia. A disciplina de Libras está disponível para os graduandos dos cursos citados apenas como eletiva, sendo que o cumprimento de carga horária em disciplinas eletivas não é obrigatório, ficando a critério do aluno cumpri-lás.

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Considerando os dados do censo de 2010, a lei 10.436, os princípios do Sistema Único de Saúde do Brasil e as Diretrizes Curriculares Nacionais fica evidente a necessidade da aprendizagem da Libras para os Cursos de Graduação de Nutrição e Odontologia. Entretanto, a não obrigatoriedade do ensino da segunda língua oficial do Brasil nestes cursos da Universidade Federal

Fluminense

forma

profissionais

sem

preparo

adequado

para

estabelecer um diálogo correto e atender às demandas da população surda ou com deficiência auditiva. Palavras-chaves: Libras; acessibilidade; saúde.

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BARREIRAS NA COMUNICAÇÃO AO ATENDIMENTO DE PACIENTES SURDOS NA ENFERMAGEM: RELATO DE EXPERIÊNCIA Danielle Freire de A. Carvalho¹; Gabriela de Almeida Kaippert¹; Laís Marcelle Rufino Guimarães¹; Natália Kaizer Rezende Ortega de Barros¹; Gildete Amorim Mendes Francisco2 1Acadêmicas

de Enfermagem - Universidade Federal Fluminense

(UFF); 2Docente de Libras – Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas – Universidade Federal Fluminense Resumo: O Art. 2º da Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002 dispõe que "Deve ser garantido, por parte do poder público em geral e empresas concessionárias de serviços públicos, formas institucionalizadas de apoiar o uso e difusão da Língua Brasileira de Sinais - Libras como meio de comunicação objetiva e de utilização corrente das comunidades surdas do Brasil". A Língua Brasileira de Sinais – Libras, permite a pessoa surda uma comunicação eficaz com os ouvintes, porém atualmente é muito difícil encontrar pessoas que falam esse idioma. É essencial que os profissionais da área da saúde saibam se comunicar em Libras, a fim de proporcionar um cuidado universal, com equidade e integralidade, que são os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS) à

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comunidade surda. Demonstrar como a língua de sinais possui fundamental importância na prática do enfermeiro. Trata-se de um relato de experiência, que ocorreu na Policlínica Regional Dr. Sérgio Arouca, em Niterói, durante o ensino teórico-prático da disciplina de Saúde da Criança I. Os pacientes em questão se tratava de uma família, onde o pai e a mãe eram surdos e buscavam vacinar sua filha com 6 meses de idade. Observou-se que durante o atendimento foi muito difícil realizar a comunicação entre a equipe de saúde e os pacientes, visto que ninguém da equipe tinha conhecimento da língua de sinais e os pacientes não possuíam a presença de intérpretes de Libras. Como uma tentativa de comunicação, o pai utilizava um recurso no celular, onde escrevia e mostrava para a equipe, que realizava a leitura e respondia da mesma forma. É possível perceber que há um déficit de profissionais da saúde que sabem libras, o que mostra a suma importância do ensino de Libras nas instituições de ensino. A disciplina de Libras é ofertada para o curso de enfermagem apenas no 8º período do currículo de licenciatura, sendo retirada do currículo atual, surgindo como um grande desfalque para a formação futura desses profissionais. Palavras-chave: Cuidados de enfermagem; Língua Brasileira de Sinais.

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A IMPORTÂNCIA DO PROJETO LIBRAS EM SAÚDE: UMA VISÃO DE ACADÊMICAS DE ENFERMAGEM Hosana dos Santos Souza¹; Beatriz Barroso Milão² Orientadora: Gildete da Silva Amorim Mendes Francisco Universidade Federal Fluminense (UFF)

Resumo: Este artigo trata-se de um relato de experiência das duas autoras que também são graduandas do curso de enfermagem na Universidade Federal Fluminense do projeto e curso de extensão Libras em Saúde: um estudo de sinonímia. O projeto e curso Libras em Saúde: um estudo de sinonímia é uma ação de extensão da Universidade Federal Fluminense (UFF), que tem como finalidade propiciar um ensino da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) evidenciando os sinais da área da saúde a fim de viabilizar um atendimento mais humanizado à comunidade surda nos diversos âmbitos assistenciais. De acordo com o artigo 2o da Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002 da Constituição Federal, é relatado que: ”Deve ser garantido, por parte do poder público em geral e empresas concessionárias de serviços públicos, formas

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institucionalizadas de apoiar o uso e difusão da Língua Brasileira de Sinais Libras como meio de comunicação objetiva e de utilização corrente das comunidades surdas do Brasil.” Salienta como objetivo relatar a nossa experiência como graduandas do curso de bacharel em enfermagem da UFF e bolsistas no projeto de extensão Libras em Saúde. A metodologia de ensino é baseada em aulas em Libras, desde a saudação e apresentação do tema ao término dos conceitos e despedidas. Outrossim, o docente designa temáticas distintas da área da saúde para cada aula semanal como, por exemplo, consulta clínica, anamnese, saúde da mulher, exame físico. A princípio, a dificuldade inicial observada foi a utilização de expressões faciais e corporais dos estudantes como um meio para complementar o aprendizado da língua, por ser algo pouco abordado na sociedade como um todo. Assim sendo, é relevante a oferta de serviços que incentivem a prática e ensino da Língua Brasileira de Sinais, pois afeta diretamente a comunidade surda por ser um instrumento bastante valorizado e utilizado para obtenção de uma comunicação efetiva. Foi ouvido o relato de uma das alunas do curso sobre como é o atendimento de um profissional surdo com um paciente surdo. Em vista disso, as experiências compartilhadas dos alunos que já são profissionais da área da saúde e que já atenderam surdos, proporcionam aprendizado e troca de conhecimentos com os acadêmicos. Desse modo, enfatizam o quão essencial é o aprendizado de Libras como um meio de

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inclusão social e o direito à saúde. Em suma consideramos que, a nossa participação no projeto tem nos proporcionado aprender a exercer a nossa profissão, promovendo a inclusão social de uma parcela da população que vive em nosso país, mas como estrangeiros por não serem incluídos nos contextos sociais e de saúde pela diferença de línguas. Visto isso, é notável a necessidade de uma boa intercomunicação entre profissionais e pacientes para

que

haja

uma

higienização e outros

orientação

eficaz

relacionado

ao

autocuidado,

aspectos essenciais para a obtenção de uma boa

qualidade vida através da prevenção e promoção da saúde. A formação de futuros profissionais bilíngues, capazes de proporcionar um atendimento mais humanizado aos cidadãos surdos é muito importante e urgente. Palavras-chave: Libras; saúde; extensão.

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A RELAÇÃO GERADA PARA A SOCIABILIDADE DE SURDOS COM O MOVIMENTO LGBTI: SINAIS E DESAFIOS Ariel Nascimento, Juliana Bezerra, Gildete Amorim, Lucas Lobo Universidade Federal Fluminense (UFF) Resumo: Indivíduos LGBTi+ surdos, são facilmente apagados, pois são pessoas que já sofrem algum tipo de preconceito, discriminação, e, muitas das vezes, são esquecidos pela comunidade LGBTI+. Propomos essa reflexão e estudo sobre a inclusão de não ouvintes a comunidade LGBTI+. Identificar se surdos são incluídos a comunidade LGBTI ouvinte e quais são as formas de comunicação que prevalecem, visando também a militância entre si e com as pautas do movimento. A metodologia é feita por análises de documentos que deixam de dar uma acessibilidade linguística ao falar sobre temática LGBTI e por relatos de surdos com o movimento. Podemos dizer que a metodologia do trabalho é voltada qualitativamente, tendo a captação de conteúdos relatados que embasam nosso interesse. Mostrar as dificuldades que esses corpos têm em se identificar na comunidade LGBTI+, além de mostrar a invisibilidade desses indivíduos surdos frente aos ouvintes da comunidade. É possível observar a

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falta que muitos documentos públicos que se propõem a informar assuntos ligado às identidades LGBTI tem de acessibilidade aos surdos, pois a linguística não é abrangente também a comunidade. Além disso, a comunidade surda traz a sua origem ao entorno das pautas discutidas pelo movimento LGBTI, promovendo os recortes e emergindo sinais que possam representar os corpos marginalizados dessa comunidade. Seus desafios são rotineiros, visto que vivemos em uma sociedade a qual não se preocupa com a inserção dos surdos nas relações de sociabilidade. Em virtude do fato, não ouvintes recusam a se manter estagnados nas relações de militância e se unem para a promoção de uma potência que permita trazer novas ações. Palavras-chave: LGBTI; Surdos; Sociabilidade.

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EDUCAÇÃO NÃO É GASTO, É INVESTIMENTO Filiphe Pereira ¹; Laura Coutinho ²; Nicollas Geron ³; Wellington do Carmo

4,

docente: Gildete Amorim Mendes Francisco. Universidade Federal Fluminense (UFF) RESUMO: Neste documento, apresentaremos fatores humanos e econômicos para que as pessoas com deficiência auditiva sejam incluídas no mercado de trabalho e na sociedade em geral. Contudo, é necessário que haja um investimento maior na educação voltada a comunidade surda. Segundo os dados da lista de Pearson International que faz parte do projeto “The Learning Curve” o top 10 dos países com maior pontuação na curva de aprendizagem estão também no ranking da ONU de IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) considerado muito alto. Diferente do Brasil que na mesma lista sobre a educação, ficou em penúltimo, dos 40 países listados. E não diferente, ficou 79° lugar no IDH. Isso comprova que o IDH de um país vai ser proporcional a qualidade de ensino do mesmo e consequentemente o quanto esse investe em educação. Ademais, o número de pessoas que apresentam deficiência auditiva no brasil é de 5,1% da população brasileira. Contudo, a comunidade surda encontra uma série de dificuldades para ingressar no mercado de trabalho por não terem um grau de formação qualificado que os permitam ocupar serviços bem remunerados. Outrossim, no Brasil, aproximadamente, 50% da população é economicamente ativa. Utilizando esses dados para fazer uma analogia e tentar chegar a um número estimado do impacto da educação de inclusão a

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pessoas com deficiência auditiva, teremos que: 50% da comunidade surda seria economicamente ativa, e como essa representa 5% aproximadamente da população brasileira, teremos um aumento de 2,5% na população economicamente ativa em território Nacional. Esse número representa 5 Milhões de pessoas produzindo, consumindo e contribuindo com impostos. Sendo assim, como o PIB depende da soma do consumo, investimento, tributos e balança comercial, logo ele cresceria, pois as variáveis citadas sofrerão mudanças com a inclusão de novos membros no mercado de trabalho. Aumentar o investimento na área da educação e saúde. Elevar o número de profissionais bilíngues que possam identificar crianças que tenham dificuldades na comunicação e audição ou até mesmo uma deficiência auditiva. Formar cada vez mais profissionais na área da saúde e educação que conheçam a língua brasileira de sinais, a fim de ajudar na formação escolar e profissional da comunidade surda e das pessoas a sua volta (família amigos etc.). Aumentar a qualidade de vida dessas pessoas resultando no aumento do PIB do Brasil como um todo, visto que, a população economicamente ativa aumentaria e deixaríamos de estar em penúltimo lugar na pesquisar do IDH. Vide a atual fase de mudança na pirâmide etária do Brasil, onde o envelhecimento populacional se faz presente, uma reforma no modelo educacional capaz de integrar comunidade surda e deficientes auditivos à sociedade, os capacitando para o mercado de trabalho e políticas inclusivas na legislação trabalhistas. Juntas as ações, a tendência de o PIB subir é inevitável, assim como aumento do bem-estar e inclusão social da comunidade surda nacional. Palavras-chave: Educação; Gasto; Investimento.

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PRÁTICAS LABORATORIAIS EM APOIO AO ENSINO BILÍNGUE: A EXISTÊNCIA DE MICRORGANISMOS Maíra Soares Henriques¹; Tathianna Prado Dawes² 1- Universidade Federal Fluminense; 2- Universidade Federal Fluminense

Resumo:

Atualmente, a educação é um direito de todo cidadão brasileiro, estabelecido pela Lei nº 9394/1996. A Lei nº 10.436/2002 – que regulamenta a Libras – e o Decreto nº 5.626/2005 – que, entre outras coisas, torna obrigatória a presença de intérpretes para o atendimento de alunos surdos – também foram vitórias para a comunidade surda brasileira. Entretanto, ainda que haja a garantia por lei de uma educação inclusiva, a realidade encontrada em sala de aula nem sempre é a ideal. A elaboração de oficinas pedagógicas, propostas de maneira bilíngue, pretende despertar o interesse de alunos surdos para que participem de maneira ativa e sejam tomados pela curiosidade e vontade de aprender. Abordar a existência de microrganismos de forma bilíngue. A oficina foi realizada no Laboratório de Ensino de Ciências da Faculdade de Educação da UFF com as turmas participantes do projeto de extensão Ensino de Surdos sob a Perspectiva Bilíngue. A oficina contou com uma breve exibição de slides, que tinha como proposta a reflexão dos alunos sobre o que é um ser vivo. Os alunos foram estimulados a citar exemplos de

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seres – vegetais ou animais, de grande ou pequeno porte –, para que pudessem considerar que um elefante, um mosquito e uma árvore, por maiores que sejam suas diferenças, são todos seres vivos. A partir dessa abordagem sobre a diversidade de seres vivos, os alunos foram apresentados aos microrganismos. Foram mostradas imagens e microscópios puderam ser manuseados, com a utilização de lâminas para visualização de sua micromorfologia. Os alunos puderam observar também a macromorfologia de fungos, disponíveis através de placas de Petri identificadas. Ocorreu, por fim, uma prática utilizando placas de Petri contendo apenas meios de cultura sólidos. Os alunos escolheram locais para abrir momentaneamente suas placas, para que pudessem ser novamente analisadas posteriormente e confirmar a presença de microrganismos ao nosso redor. A oficina obteve resposta positiva dos alunos quanto à visita ao laboratório. Todos se mostraram empolgados ao poder explorar um novo ambiente e a curiosidade em relação ao funcionamento dos microscópios foi notável. A princípio, todos informaram não saber o que eram microrganismos, entretanto, fizeram diversas perguntas e, após observarem as placas contendo fungos, foram capazes de relacionar o material disponível com situações encontradas em suas casas. Os alunos surdos são tão aptos a adquirirem conhecimento científico quanto os ouvintes, basta a utilização dos recursos adequados para se atingir tal objetivo. Nesse caso, o estímulo ocorre de maneira visuoespacial, e oficinas pedagógicas são capazes de atrelar atividades mais dinâmicas e interativas com o oferecimento do conteúdo científico – e, em situações de ensino bilíngue, valorizar tanto a Libras quanto a língua portuguesa. Palavras-chave: Ensino de Ciências; ensino bilíngue; oficinas pedagógicas.

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A EDUCAÇÃO DE SURDOS E ENSINO DE CIÊNCIAS Gabriela Bastos Neumann Leitão¹ Tathianna Prado Dawes² ¹Universidade Federal Fluminense (UFF) ²Universidade Federal Fluminense (UFF)

Resumo: Ao longo dos anos, o ensino de surdos vem ganhando grande visibilidade e um maior espaço na sociedade a partir de conquistas como a regulamentação da Língua Brasileira de Sinais, presença de intérprete para alunos surdos em sala de aula, o que dá um enfoque maior na elaboração de práticas pedagógicas adequadas no processo de ensino-aprendizagem desses alunos, valorizando sua língua materna, a Libras (L1) e aprimorando a Língua Portuguesa na sua modalidade escrita e considerando sua segunda língua (L2), além do aspecto visuo-espacial que também pode ser usado. Sabe-se que o ensino de ciências é muito importante na formação de indivíduos críticos e também acrescenta ao conhecimento do dia-a-dia. Algumas escolas regulares possuem turmas com inclusão, onde os professores ministram suas aulas com a Língua Portuguesa na sua modalidade escrita e os alunos surdos têm acompanhamento de um intérprete de Libras. Esse trabalho é visto com

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muita dificuldade, onde o professor precisa lidar com alunos ouvintes e surdos e isso é fruto de uma deficiência na formação docente referente à temática, falta de material de apoio, entre outros. Situações como essas, nos fazem refletir sobre o ensino de ciências para surdos, onde alguns sinais específicos ainda não são conhecidos, o que pode influenciar em como o conteúdo é passado,

quais

metodologias

podem

ser

utilizadas

para

que

haja

entendimento por parte dos alunos. O objetivo geral da pesquisa é trabalhar os sinais e conceitos usados no ensino de ciências, com foco na biologia marinha, através de uma realização de atividade lúdico-pedagógica em sala de oficina, com o uso de imagens e palavras. Reconhecendo a importância do ensino de ciências e do ensino de surdos, é colocado em prática um trabalho com os alunos do Projeto de Extensão de Ensino de Surdos sob a Perspectiva Bilíngue, da UFF, coordenado pela Profª. Mª. Tathianna Dawes, que tem como proposta a realização de atividades e oficinas lúdico-pedagógicas para crianças, jovens e adultos surdos, trabalhando a Libras e dando ênfase no aprimoramento da Língua Portuguesa como segunda língua (L2), relacionando essas duas temáticas através da realização de uma atividade: a criação de um álbum de figurinhas, abordando o conteúdo de biologia marinha, contendo atividades lúdicas como caça-palavras, jogo dos erros e associação entre imagens e seus respectivos nomes. Antes da realização da atividade, foi apresentada às alunas a temática de biologia marinha e, logo após, foi

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aplicado o álbum. Foi visto que, com o álbum, as alunas tiveram um bom desempenho nas atividades que apresentavam imagens e um pouco de dificuldade nas que precisavam do português na modalidade escrita. Porém, as dúvidas foram esclarecidas e foi notório que houve um resultado satisfatório. Com essa atividade, pode-se considerar o uso de metodologias alternativas para o ensino de surdos, trabalhando sempre a Libras e associando com outros meios, seja a Língua Portuguesa na escrita ou o uso do aspecto visuo-espacial. Palavras-chave: Ensino de Surdos; Ensino Bilíngue; Ensino de Ciências.

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OS FÍSICOS SURDOS E UM FUTURO SILENCIOSO André Moscoso1; Gabriel Andrade1; Gabriel Fonseca1; Pedro Aquino1; Teresa Cristina1. Orientadora: Gildete da S.Amorim Mendes Francisco 1 –Universidade Federal Fluminense (UFF) Resumo: A partir da pesquisa sobre os físicos deficientes auditivos e surdos que influenciaram a área, o tema formação de surdos no curso de física é abordado. Por meio da representatividade e inclusão desejamos por meio deste incentivar a entrada de surdos para o curso. Muitos cientistas apareceram e fizeram mudanças na percepção do que é o universo e como o mesmo funciona. Contudo, essa área é predominantemente, ocupada por homens brancos ouvintes. São poucos os indivíduos, surdos ou deficientes auditivos, que conseguem ganhar notoriedade no meio científico e mundial. É com esse pensamento que podemos chegar à seguinte conclusão: onde estão os físicos surdos? Para responder essa questão é necessário observar a formação de surdos físicos. Por meio da apresentação de cientistas surdos, incentivar a representatividade e a inclusão educacional e social. Foi feita uma pesquisa exploratória bibliográfica, por meio de diversas referências, sobre

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cientistas deficientes auditivos e/ou surdos e quantos surdos se formaram e/ou ingressaram no curso de Física. Referências: BRASIL. Lei n° 10.436, de 24 de abril de 2002; dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais – Libras e dá outras providências Panorama da Educação de Surdos no Brasil (Ensino Superior) por Dirceu Esdras e Bruno Galasso. Sensibiliza UFF. Frank L. Dyer and Thomas C. Martin Edison: His Life and Inventions (New York: Harper & Bros., 1910). Vol. 2. Business: The Quintessential Innovator. Encyclopaedia Britannica. Royal Society. “Speculations about Earth and Sky abd on Vesta.” por K. E. Tsiolkovsky. Nine Volumes as the Henry Draper Catalogue (1918 – 24). Binary Stars (1918). New Genral Catalogue of Double Stars Within 120° of the North Pole. Leavitt, H. S. & Pickering, E. C. (1912). Periods of 25 Variable Stars in the Small Magellanic Cloud. Harvard College Observatory Circular, 173, 1-3. “Comet Discovered by Amateur Astronomers” (em norueguês). Popular Sciencie, 1939. Cosmos: A Spacetime Odyssey – Ep.: “Sisters of the Sun” by Niel deGrasse Tyson. Foram encontrados um total de 11 cientistas (focados em áreas da física). Estes são: Guillaume Amontons, inventor e físico francês; John Goodricke, astrônomo amador inglês; Frederick Barnard, cientista e educador estadunidense; Thomas Edison, inventor estadunidense; John Fleming, engenheiro elétrico e físico britânico; Oliver Heaviside, matemático, engenheiro elétrico e físico inglês; Konstantin Tsiolkovski, cientista russo; Annie Cannon, astrônoma estadunidense; Robert

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Aitken,

astrônomo

estadunidense;

Henrietta

Leavitt,

astrônoma

estadunidense; e Olaf Hassel, astrônomo amador norueguês, conforme figura 1:

Figura 1 - Resultado da pesquisa sobre cientista. fonte: Elaborado pelo autor

Nenhum formando contabilizado no curso de física na UFF. Pessoas surdas ou deficientes auditivas, importantes no campo da física que fizeram descobertas no passado para o desenvolvimento científico; como cientistas, inventores e astrônomos, numa época em que a visão clínica os consideravam como detentores de uma patologia, anormais. Hoje esse panorama mudou, contudo ainda não é visto um cenário onde surdos e deficientes auditivos se formam no curso de Física. A promoção da representatividade e da inclusão tem muito a caminhar. Palavras-chave: Físicos; Representatividade; Futuro.

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MONITORIA DE LIBRAS: ALUNA, PROFESSORA E MEDIADORA Kíssila dos S. Gomes; Tathianna P. Dawes. Universidade Federal Fluminense (UFF)

Resumo: Este trabalho visa apresentar um relato de experiência de monitoria na disciplina de Libras I nos cursos de Licenciatura, como obrigatórias e optativas nos demais cursos da Universidade Federal Fluminense (UFF). Como monitora, realizo atendimentos fora do horário de aula das turmas para um reforço no aprendizado, e assim, contribuindo para o desenvolvimento das mesmas seguindo os conteúdos passados anteriormente. Além disso, foram criados grupos de whatsapp para melhor comunicação entre turma-professora, dos quais eu fiquei como administradora, mas que também serviam de ferramenta para divulgação de eventos, vídeos, atividades, desafios e etc., referentes aos temas das aulas. Auxiliar os alunos no aprendizado dentro e fora de sala de aula; Auxiliar a professora com ideias para as aulas e avaliações, e facilitar a relação professora-turma. Desenvolver minhas habilidades docentes. Foi observado o recorrente pedido de material de estudo para casa e a frustração dos alunos quando encontravam divergências na playlist do conteúdo de libras da UFF à distância (Fundação Cecierj) no youtube, onde os sinais estão errados e/ou são antigos, então nos grupos de whatsapp das turmas passei a gravar os sinais corretos e pedir que eles também gravassem pequenas

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frases ou grupos de palavras para praticarem e ficar salvo nos celulares o vocabulário para consulta posterior. O projeto encontra-se em desenvolvimento, mas os alunos conseguiram visualizar na prática que aplicativos de tradução ou glossários de libras nem sempre tem os sinais utilizados no Rio de Janeiro e perceber que a língua de sinais, assim como a língua oral, é viva e se modifica com o tempo (referente as turmas do 1º semestre de 2019). Estar do lado que docente em uma sala de aula mostrou os desafios que o ensino tem em relação a materiais didáticos, conteúdo, planejamento e atividades. Faz-se necessária uma revisão e atualização nos materiais didáticos utilizados em sala, visto que com o desenvolvimento da língua e as pesquisas que saem na área, muitos sinais foram substituídos ou novos surgiram. Palavras-chave: monitoria; Libras; universidade.

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CONSTRUÇÃO DE AUTONOMIA DE PESSOAS SURDAS ATRAVÉS DAS PERSPECTIVAS BICULTURAL E BILÍNGUE Airam Aimé Nesti Dupret Lamas Leite¹; Tathianna Prado Dawes²; Tatiane Militão de Sá³ 1- Instituto de Ciências Humanas e Filosofia-Universidade Federal Fluminense sede Niterói; 2- Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas-Universidade Federal Fluminense; 3- Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas-Universidade Federal Fluminense Resumo: Este estudo propõe abordar os acessos e autonomias de pessoas surdas no âmbito educacional através da perspectiva bicultural e bilíngue. O seguinte trabalho tem como objetivo a construção de uma análise da forma como se estrutura a inclusão de pessoas surdas no contexto brasileiro a fim de aproximar os aspectos sociais, culturais e linguísticos visando a autonomia, evidenciar as relações bicultural e bilíngue e discorrer sobre possibilidades de escolhas por pessoas surdas. Através de oficinas aplicadas no Projeto de Extensão: Ensino de surdos sob a perspectiva bilíngue, na Universidade Federal Fluminense, o trabalho se constrói como um estudo de caso fundamentado em releituras de teorias que discorrem sobre alfabetização de surdos, pedagogia da autonomia e bilinguismo. O Projeto conta com a participação de estudantes surdos, tanto sinalizantes quanto oralizados, bolsistas e voluntários da graduação da UFF e de outras instituições, surdos e

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ouvintes, portanto, há o trabalho de fazer a Libras e o português conviverem em um espaço com diversas formas de surdezes, nos são apresentadas duas culturas e são dadas duas línguas. As oficinas visam a alfabetização desses estudantes a partir da relação, respectivamente: imagem-sinal-datilologia, no qual a datilologia é posta enquanto empréstimo linguístico e base para o português na modalidade escrita. Durante as 2h de atividades semanais, com os voluntários enquanto mediadores, a finalidade é que as pessoas presentes construam em conjunto o entendimento da modalidade gesto-visual e utilizem seus próprios corpos no processo de aprendizagem no contato com a Libras e o português e, assim, todos compartilham ambas culturas, línguas e modalidades linguísticas. Assim como pessoas surdas legalmente necessitam aprender o português como L2 na modalidade escrita, se adequando à cultura ouvinte, é importante que a relação entre ouvintes e surdos seja de troca com a finalidade de ampliar os acessos às pessoas surdas para que as mesmas frequentem quaisquer espaços sem que dependam de terceiros para a comunicação acontecer. Ao estimularmos o desenvolvimento de autonomia, valorização das culturas, histórias e conhecimentos e pensamento crítico, tanto por pessoas surdas quanto por pessoas ouvintes, é que se torna possível ampliar o entendimento do valor que as línguas de sinais e culturas surdas apresentam, e a importância da participação de outras pessoas surdas na construção de identidade e autonomia desses sujeitos surdos. O pressuposto para que pessoas surdas consigam construir suas próprias autonomias se dá na possibilidade de comunicação, logo, esse processo também ocorre quando pessoas ouvintes começam a ter conhecimento sobre culturas surdas e aprendem Libras como L2. Portanto, se faz necessário compreender a importância da troca cultural por ambas partes, entre surdos e ouvintes, Libras e português, a fim de possibilitar a construção de novos processos de

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inserção social para os surdos adquirirem suas próprias autonomias e ampliarem seus acessos. Além de visar uma reorganização, para pessoas ouvintes, com a finalidade de desmistificar as crenças produzidas no imaginário cultural das mesmas sobre culturas surdas, línguas de sinais e comunidades surdas. Palavras-chave: Alfabetização de surdos; Biculturalidade e bilinguismo; Educação de Surdos.

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“TOUR PELOS MUSEUS DO CENTRO” GUIA DE ACESSIBILIDADE CULTURAL PARA SURDOS E EDUCADORES Mayara Cristina de Oliveira1 Tatiane Militão de Sá² 1- Universidade Federal Fluminense (UFF), 2 – Departamento Letras Clássicas e Vernáculas (GLC/UFF)

Resumo: O presente trabalho foi inspirado no Guia de Acessibilidade do Instituto Mara Gabrilli realizado na cidade de São Paulo lançado em 2012 que disponibiliza em seu endereço eletrônico (com LIBRAS e audiodescrição) e em seu material impresso, informações sobre a acessibilidade dos equipamentos culturais da cidade para ampliar o acesso e inclusão de pessoas

com

deficiência

aos

espaços,

linguagens

artísticas,

conhecimento e práticas culturais. A Cartilha “Tour pelos Museus do Centro” vem de forma a garantir que a informação sobre os recursos de acessibilidade oferecidos pelos equipamentos selecionados estejam disponíveis para a comunidade surda do Rio de Janeiro de forma simples e integrada. Uma vez que os canais de comunicação dos espaços

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culturais (websites, releases, divulgação em redes sociais, etc) “aptos” nem sempre possuem ferramentas de comunicação em LIBRAS, legendas e adaptação do conteúdo e meios de divulgação para pessoas surdas. Informar de forma clara e organizada quais os equipamentos culturais aptos a receber a comunidade surda e suas respectivas ações de acessibilidade cultural e incentivar a visitação de pessoas surdas que não estão habituadas a frequentar determinados espaços urbanos devido à imposição de barreiras sociais, de acessibilidade e de comunicação que levam ao seu isolamento e consequentemente a não frequentação também de espaços culturais. A cartilha unifica e organiza as ações de acessibilidade de três (03) equipamentos culturais da cidade do Rio de Janeiro incluindo dois (02) Museus e um Centro Cultural, sendo estes selecionados por ser aptos à recepção de pessoas surdas foram Centro Cultural do Banco do Brasil, Museu de Arte do Rio e Museu do Amanhã. Além de fotos e o sinal correspondente do museu em LIBRAS, há informações como endereço, horários de funcionamento, meios de contato, valores das visitas, políticas de meia entrada e a melhor forma de chegar ao Museu além de Qr code que direciona o usuário para o site do museu de interesse. O material mostrou-se muito positivo para a comunidade surda e para educadores uma vez que incentiva a presença e visitação de pessoas surdas nos espaços culturais da cidade. A própria busca de informações nesses espaços também exerce um papel

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importante para a implementação de cada vez mais ações em acessibilidade cultural uma vez que notifica aos produtores e gestores culturais dos museus e centros culturais sobre o crescimento, a visibilidade e a organização das demandas da comunidade surda e a preocupação da sociedade em geral e o seu interesse em integrar espaços culturais democráticos e inclusivos. A divulgação dessas ações para a comunidade surda incentiva a fruição dos espaços urbanos e culturais, promovendo a inclusão e combatendo o isolamento do surdo. O que acaba expandindo a demanda e consequentemente, a oferta dessas ações e ferramentas a partir do interesse dos equipamentos em adquirir visibilidade, se assumirem e se colocarem como espaços acessíveis a esses visitantes, para que mais tarde a fruição plena e democrática dos espaços culturais seja uma realidade. Ainda há um longo caminho a se percorrer e é importante que cada vez mais e gestores culturais estejam engajados em políticas culturais de inclusão nos equipamentos e que mais produtores passem a ter a preocupação de desenvolver e pensar desenhos/formas universais para os produtos culturais. Palavras-chave: Acessibilidade Cultural; Comunidade Surda; Turismo Cultural.

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VÍNCULO SILENTE: A ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM À MULHER SURDA EM PROCESSO DE PARTURIÇÃO Gildete Amorim Mendes Francisco; Bruna Fernandes Carvalho; Lucas de Almeida Abrahão; Sarah Cristine da Silva Alves 1

Universidade Federal Fluminense

Resumo: Evidencia-se que a deficiência auditiva é uma condição marginalizada pela sociedade e apesar da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) ser regulamentada pela Lei 10.436/2002, profissionais de saúde não encontramse capacitados para realização de uma comunicação efetiva. Esta realidade depara-se com o atendimento às mulheres em trabalho de parto, gerando consequências irreparáveis. Analisar a percepção acerca da assistência da enfermagem ao processo de parto em mulheres surdas. Trata-se de uma revisão integrativa com abordagem qualitativa. Foi realizada a busca nos seguintes bancos de dados da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS): Lilacs (Literatura Latino Americana e do Caribe em Ciências da Saúde), Medline (Biblioteca Nacional de Medicina) e BDENF (Base de Dados de Enfermagem) e na base de dados Scielo. Os descritores foram: Gestante; Surdez; Enfermagem; Libras. Nos idiomas português, inglês e espanhol. Os critérios de inclusão foram: concordância com o objetivo e tema proposto e em

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português, inglês e espanhol; Artigos publicados na íntegra que destacassem as temáticas dos descritores, realizados com humanos de ambos os sexos e etnias e publicados nos referidos bancos de dados nos anos de 2009 a 2019. Os critérios de exclusão foram artigos repetidos e abordagem não apresentando quaisquer contribuições da enfermagem na assistência da mulher surda em parturição. O despreparo e falta de qualificação, em Libras ,da equipe multiprofissional implica diretamente na qualidade dos cuidados prestados, que devem envolver a informação e o consentimento da paciente. Faz-se essencial orientação prévia, pois durante o parto há um aumento na dificuldade de comunicação, podendo comprometer a cooperação. O parto configura um momento sensível e único na vida de uma mulher, envolvendo um misto de sentimentos e gerando dúvidas até mesmo para quem possui esclarecimento sobre o assunto. As sensações de fragilidade e frustração intensificam-se na mulher surda pela dificuldade de estabelecer diálogo para sanar suas dúvidas e expor suas apreensões, como a respeito do medo do parto e dificuldades na amamentação. São muitas as barreiras na comunicação entre os profissionais de enfermagem e a parturiente surda, podendo ser citadas: ausência de intérpretes; uso de terminologias técnicas; relação impessoal decorrente de impaciência; rapidez ao falar; uso de máscaras cirúrgicas. A insatisfação não é geral, pois buscando proporcionar um parto humanizado - prezando pelo bem estar - transmitindo confiança, diversos profissionais buscam a criação de vínculo através de: mímica; escrita, mesmo com a diferença de gramática das línguas; leitura labial; inclusão de familiares como intérpretes, apesar de gerar certo constrangimento em um momento tão íntimo da mulher e angústia e limitação ao impedir que a mesma participe ativamente da conversa; fala pausada; e olhar direto, sem esconder o rosto com mãos, cabelos ou objetos.

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Percebe-se uma lacuna no cuidar da parturiente surda, dificultando seu desempenho do papel materno. Escutar e acolher o silêncio é um desafio subestimado pelos profissionais de saúde, sendo necessária sua capacitação visando fluência em LIBRAS e, no mínimo, levar tal discussão acerca da comunicação não-verbal aos espaços de prática de saúde. Palavras-chave: Tocologia; Enfermagem Obstétrica; Surdez.

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