Hortas do Dirceu - Desenho Urbano

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VOLUME

3

_

DESENHO

URBANO

HORTASDODIRCEU




Especialização em Práticas Projetuais em Arquitetura, Engenharia e Agrimensura Centro de Tecnologia Universidade Federal do Piauí TERESINA|PI Outubro de 2012


H O R T A S DODIRCEU VOLUME 3 _ DESENHO URBANO

gabriela uchoa valério araújo lívia macêdo cíntia bartz ana negreiros



SUMÁRIO

VOLUME 3 DESENHO URBANO INTRODUÇÃO ESTADO ORIGINAL DA PAISAGEM PRINCÍPIOS ORDENADORES DA INTERVENÇÃO ÁREA DE INTERVENÇÃO área de intervenção área de estudo planos estado original da paisagem DESENHO URBANO princípios ordenadores plantas aproximação imagens ELEMENTOS DA PAISAGEM tratamento vegetal tratamento do solo elementos da paisagem imagens


DESENHOURBANO

INTRODUÇÃO

Há nas hortas do Dirceu uma misto de rural e urbano, interior(hortas) e exterior(cidade). A cidade fragmentada pela linha verde de alta tensão e paradoxalmente acolhida por meio de possibilidades de uma paisagem reformulada e aproveitamento da terra de maneira sustentável. Visando tais possibilidades, nossa proposta propõe uma nova paisagem e equipamentos urbanos delimitando uma área de intervenção para um trecho de 1km, o que corresponde a primeira etapa do estudo elaborado dos 4km totais das hortas do Dirceu. Para entender o lugar, inicialmente foi realizada uma leitura visual através de visitas que se transformaram em expedições fotográficas e espaciais dos 4km de extensão. Para compreender a realidade apresentada e realizar o desenho urbano do espaço, foram necessárias entrevistas ao horticultores locais e aos técnicos da CHESF, responsáveis pela manutenção das grandes torres que rasgam a paisagem circundante. Percebeu-se que o desenho urbano existente é precário e não potencializa as atividades já realizadas, como a produção e a comercialização das hortaliças e frutas, além das atividades realizadas no passeio como corrida, caminhada e lazer. Os materiais dos pavimentos, muros e cercas que protegem as hortas encontram-se deteriorados, além da insuficiente iluminação e mobiliário urbano durante todo o percurso. A infraestrutura básica é bastante obsoleta e muitas vezes inexistente.

Para o desenho urbano foi necessário ordenar os diferentes fatores, como as próprias condicionantes impostas e as sugestões do lugar. A proposta buscou ações de intervenção com diferentes finalidades, tais como : 1- Priorizar o uso do pedestre no espaço de intervenção, assim como tornar a área uma nova zona verde, sustentável e economicamente ativa para a cidade. 2_ Reservar o espaço interno da horta, evitando pequenos roubos e depredações ao local. Preservando as visuais existentes, com fechamentos que permitam a segurança, a permeabilidade visual e a manutenção constante da linha de alta tensão. 3_ Garantir a continuidade visual ao longo do novo passeio urbano. A claridade visual da proposta buscou a disposição e organização funcional e formal dos planos de vegetação, pavimentação e disposição dos espaços públicos. Garantindo uma fácil leitura de todo o passeio por meio da repetição de seções básicas visando alcançar um ordenamento visual. 4_ Adaptar o espaço urbano para as mais variadas funções e inter-relações coexistirem de maneira harmônica. O principio ordenador definiu espacialmente locais baseado nas diferentes atividades, tais como: Caminhada, estar e contemplação, passeio para uso da bicicleta, estacionamentos de carros, paradas de


ônibus, além das edificações de maior densidade propostas para a associação dos Horticultores, pavilhão cultural, esportivo e áreas dedicadas a atividades recreativas infantis. Visando desse modo tratar a paisagem e garantir aspectos sociais qualificadores para a região. A nova paisagem edificada permite uma maior variedade de situações ao longo do passeio público e novas relações entre os espaços edificados e as hortas. De tal forma que a reformulação paisagística, em conjunto com a expansão de atividades lúdicas e comerciais, virá a constituir um contexto urbano mais vivo. Na zona de intervenção foi proposta uma nova “Avenida”, assumida como uma extensão linear significativa dentro da malha urbana do Dirceu. A seção transversal da avenida/praça proposta, prevê espaços para estar composto por bancos, espaços destinados a caminhadas e corridas, ciclovias além de opções de estacionamentos de veículos. Ao longo da via foram dispostos edificações de maior densidade e situações propostas conforme a concentração de atividades afins localizadas no entorno. Os mercados para a venda direta dos produtos das hortas, distribuídos ao longo da extensão da via foram implantados na razão de um mercado para cada quadra. Encontram-se localizados na interseção das vias destinadas ao pedestre. São edificações com caráter público cujo objetivo é criar uma vida urbana intensa, nos mais diferentes horários de uso. O sistema rodoviário foi totalmente reformulado. Com a configuração da via para um único sentido direcional, as paradas de ônibus já existentes na margem da avenida próxima a horta, foram totalmente reformuladas, ampliadas e inseridas no contexto dos mercados e do passeio. Além dessas melhorias foi introduzido no passeio uma via exclusiva para a paradas dos ônibus , configurando um terminal protegido do trânsito dos outros veículos. Para proteger os pedestres do trafego intenso de veículos e garantir a acessibilidade foi proposto o traffic-calm em alguns trechos da Avenida Noé Mendes. Há nessa intenção a atitude projetual de interligar o bairro ao acesso do transporte e equipamentos públicos propostos no passeio.

Devido a localização das hortas sob as linhas de alta tensão foram observadas as restrições de materiais a serem utilizados. Não poderíamos por exemplo utilizar de materiais como o aço ou acabamento metálico que são potencialmente condutores de eletricidade. Dessa forma a superfície dos pavimentos escolhidos levou em consideração a durabilidade e o custo além de possibilitar a condição de porosidade do terreno preexistente em níveis de organização conforme o uso. Nas proximidades da cerca, como fator de proteção a horta foi proposto a vegetação como barreira física. Depois da vegetação propomos um pavimento composto por seixo rolado e concreto para as áreas de banco. Para o espaço destinado para o passeio com caminhada e corrida foi proposto pavimento específico em concreto usinado. As áreas de ciclovias receberam o acabamento em concreto asfáltico a frio. O mobiliário urbano proposto dispõe de bancos projetados em concreto armado, assim como lixeiras do mesmo material. Os postes foram selecionados os aspectos de segurança e aspecto estético ao passeio. Foram criados alinhamentos de árvores para sombrear o passeio de pedestres e áreas de bancos, assim como definir geometria e planos ao passeio. Em alguns pontos próximos ao muro de separação das hortas, foi proposto para garantir uma separação física, vegetais como o agave que suporta as altas temperaturas de Teresina. As espécies vegetais também foram selecionadas visando a potencialização cromática ao espaço urbano na época da floração com os caneleiros e a suavidade de rosados do capim do texas.


delimitacao Ă R E A D E E S T U D O


delimitação Á R E A D E I N T E R V E N ÇÃO


_PLANO ENTORNO

_CHEIOS E VAZIOS


_PLANO HORTAS

_VIAS ENTORNO


estadooriginal daPAISAGEM



princípios ORDENADORES



DESENHOURBANO

P L A N T A S


PASSEIO URBANO I HORTAS DO DIRCEU

0

2

5

10


PASSEIO URBANO I HORTAS DO DIRCEU

0

2

5

10


PASSEIO URBANO I HORTAS DO DIRCEU

0

2

5

10


PASSEIO URBANO I HORTAS DO DIRCEU

0

2

5

10


PASSEIO URBANO I HORTAS DO DIRCEU

0

2

5

10


PASSEIO URBANO I HORTAS DO DIRCEU

0

2

5

10


PASSEIO URBANO I HORTAS DO DIRCEU

0

2

5

10


DESENHOURBANO

A P R OX I M A Ç Ã O


10.25 2.20

3.00 1.20

1.05 2.45

10.80

11.00

5.00

R 2.00

.15

7.50

1.50 2.50 18.70

1.20

.15 3.50


tratamento V E G E T A L

Agave Agave attenuata (Fox Tail Agave)

Angico branco Anadenanthera colubrina


Capim do Texas Cenostigma macrophyllum

Caneleiro Cenostigma macrophyllum

Capim limão Cymbopogon citratus

Agave Agave victoriae-reginae

Agave Agave desmetiana ‘Variegata’


tratamento d o S O L O


VEGETAÇÃO PISO EM SEIXO ROLADO CONCRETO I PASSEIO CONCRETO ASFÁLTICO A FRIO I CICLOVIA


desenhourbano ELEMENTOS daPAISAGEM


4

1

0

2

2

PERFIL ESQUEMÁTICO LEGENDA 1_FAIXA DAS HORTAS 2_ PASSEIO EM PISO DE CONCRETO USINADO 3_ CICLOVIA EM RESINA ASFÁLTICA 4_POSTE PHILIPS ECOVIA 5_ESTACIONAMENTO EM ASFALTO

3

5


1

.07 .30

.60

.60

.45

.60

.40

1

.33 .07

1

.11.

04

2.00

1.50

DETALHE DE BANCO 1_BANCO EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO

.58


2.75

1.70 .35

2

.70

1

.05

DETALHE DO MURO 1_LUMINÁRIA DE PAREDE LED PHILIPS 2- MURO EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO

.15

2.85 3.25


1.70

40 .40.

.90

1

.40

.35

1

DETALHE DA MESA LEGENDA 1_BANCO EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO 2_MESA EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO


4.20

1

0.90

2

DETALHE DO POSTE E LIXEIRA LEGENDA 1_POSTE PHILIPS CITYSPIRIT CONE LED BDS470 2_LIXEIRA EM CONCRETO PRÉ-MOLDADO COM TELA EM INOX PERFURADA EM CIRCULO


desenhourbano I M A G E N S
















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