Aka arte propostas para eventos expositivos e de participação comunitária 2016

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PROJE TOS EXPOS ITIVOS

Propostas para eventos expositivos / de participação comunitátia endereçados a:

Proponentes:

www.numdiaperfeito.com

TOTEM E TABU

2016

VAMOS FALAR DE PAZ?


ta ainda que estes não divergem de alguns costumes das nossas sociedades contemporâneas: restrições sobre o assassínio, restrições sobre a sexualidade, punições, atos de purificação, expiação e reconciliação, cerimónias, proteção dos líderes/ governantes, proteção em relação a estes, contato com os mortos e rituais funerários. Define ainda três características principais para os tabus - o animismo (objetos inanimados são animados por espíritos, demónios ou alma); a magia (decorrente da necessidade de controle sobre o mundo, as suas forças e recursos através de rituais e atos obsessivos com caráter mágico); omnipotência dos pensamentos (crença nos desejos de forma desligada da realidade, narcisismo e indiferenciação entre ego e objeto) – e compara as diferentes conceptualizações do Homem em relação ao Universo com as fases do desenvolvimento libidinal: a animista correspondente com a Narcisista, a religiosa com a escolha do Objeto e a científica com a Maturidade (renuncia ao princípio do prazer e regresso ao primado da realidade/ mundo externo). Como Autores também viajámos entre o princípio do prazer e o princípio da realidade? Pintámos e navegámos nesta cartografia. Em Totem e Tabu, com base no mito, é também afirmado que a religião totêmica teria surgido a partir do sentimento filial de culpa, “num esforço para mitigar esse sentimento e apaziguar o Pai por uma obediência a ele que fora adiada” e teria como finalidade impedir a repetição do ato que causara a destruição do Pai real. Este remorso e em simultâneo triunfo sobre o Pai está,

Falos poderosos, proibições e a estrutura primeva do Humano. Já era este o primeiro olhar sobre o tema, resultado na nossa profícua cultura ocidental, aberta e livre que cresceu nos últimos 100 anos quase tanto como toda a nossa espécie nos últimos 100 mil. O olhar de uma cultura que conhece ou acede com facilidade à sua história, geografia, ciência e que em apenas um século refundou todas as suas organizações, culturas e crenças num processo imparável de globalização e normalização. Pelo menos assim gostamos de acreditar. Há pouco mais de 100 anos, em 1913 Sigmund Freud fazia uma apreciável contribuição à antropologia social publicando a obra “Totem e tabu, alguns Pontos de Concordância Entre a Vida mental dos Selvagens e dos Neuróticos”, onde constrói uma teoria psicanalítica em torno da origem da civilização. Nesta obra Freud aborda o mito da Horda Primeva e da morte às mãos dos seus filhos do Pai Totêmico do qual extrai algumas hipóteses sobre a origem das nossas instituições sociais, culturais, morais e religiosas. Pegámos no título da obra de Freud e decidimos colocar a nós próprios a seguinte questão: Serão os nossos símbolos contemporâneos mais poderosos e importantes ainda influenciados ou dominados por este mito primordial? Segundo este autor, totem e tabu é uma tentativa de explicar questões da psicologia social, relacionando o totemismo aos vestígios da infância, que procura nessa reflexão compreender a transição da organização dos

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segundo Freud, ainda persistente nas religiões – sacrifício do animal totêmico, comunhão no corpo de Cristo – e a ideia de Deus estabelecida, pelo remorso/ admiração, num Pai Glorificado que também afetaria as organizações sociais estabelecendo o seu modelo nas Famílias tradicionais de base patriarcal. Desejo, Morte, Culpa e a tentativa de reconstrução desta ordem instituída pelo Pai Primordial, através de um totem, fálico, grande e poderoso, em torno do qual poderíamos encontrar e reconstruir a nossa identidade. As obras aqui expostas não são totens, nem sinaléticas ou alertas consagrados aos nossos tabus. Antes são expressão deste interessante conflito interno que ao longo dos tempos, desde as nossas origens imemoráveis, tem sido motor e fogo intrínseco do nosso próprio processo de Humanização.

Bibliografia Totem and Taboo: https://en.wikipedia.org/wiki/Totem_ and_Taboo, consultado a 30 de Janeiro de 2016 “Totem und Tabu: Einige Übereinstimmungen im Seelenleben der Wilden und der Neurotiker” Sigmund Freud, Beacon Press,1913

Clãs Totêmicos para a organização atual da Família, e depois em diferentes graus, em Etnias, Nações ou Empresas. O livro escolhe como um dos principais exemplos ilustrativos as tribos primitivas da Austrália onde à chegada dos europeus regia o sistema do totemismo (não existiam instituições sociais ou religiosas) com as características comuns da proibição de matar o animal totêmico e da exogamia e consequente proibição do incesto, tabu fundamental para a preservação de toda a comunidade. Serão os tabus primordiais as poderosas origens da ética humana? Freud aqui retoma a sua teoria a respeito do Complexo de Édipo na qual afirma que a primeira escolha amorosa da criança é incestuosa e desenvolve um pouco sobre o papel destas fixações iniciais da libido na construção da vida mental inconsciente. “As mais antigas e importantes proibições ligadas aos tabus são as duas leis básicas sobre o totemismo: não matar o animal totêmico e evitar relações sexuais com os membros do clã totêmico do sexo oposto. Estes devem ser, então, os mais antigos e poderosos dos desejos humanos”. Antes de avançarmos, é importante entender que “Tabu” é um termo que possui em si dois sentidos contraditórios: por um lado significa “Sagrado”, mas por outro “Proibido” ou “Perigoso”. É assim suposição geral que o tabu é mais antigo que os deuses e remonta a um período anterior à existência de qualquer espécie de religião. Na análise dos tabus dos povos primitivos, Freud consta-

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TOTEM E TABU 1ª Edição na Sala de Exposições do Palácio Ribamar, em Algés, que teve lugar durante o período de 4 a 20 de Março de 2016.

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Pensei e ocorreu-me uma alternativa. - Vou reformular a minha proposta – disse-lhes. - Está ok, aceito, vamos desenhar livremente, mas vamos falar de Paz, de como ela é preciosa e quão valiosa é a sua construção. Nesta nossa conversa pintarei também, em diálogo convosco. Depois convidei algumas famílias para a mesma proposta criativa, com fim à reunião de um número incontável de obras. Pedi ajuda para fazer uma seleção e convidei amigos e colegas para refletir sobre o produto da experiência. “Vamos falar de Paz” é o título da mostra que agora se propõe. Será uma seleção de obras de filhos em diálogo com as obras dos pais. O mote é o mesmo, os caminhos são diferentes e o destino confunde-se com os seus destinatários. O destino somos todos nós. O destino são as nossas razões e corações, porque é com estes instrumentos que edificamos a nossa Humanidade e porque há conversas demasiado importantes que importam fazer, repetir, repercutir e perdurar. “E a pomba voltou a ele à tarde; e eis, arrancada, uma folha de oliveira no seu bico” Gênesis 8:11

A Paz É o mais precioso legado que recebemos dos nossos pais, avós, e é a mais valiosa herança que, se o Mundo e os seus homens e mulheres bem gerirem os prementes e incontornáveis conflitos e desafios, deixaremos à nossa prole, aos nossos amados filhos. Em casa propus aos meus Rapazes: - Vamos falar de Paz. O que é a Paz? Gostava que me desenhasses a Paz. Passados 30 minutos, tinha uma dezena de trabalhos sobre a guerra, apontamentos imaginados e fragmentados, obras onde se vêm armas e balas, lanças e espadas, e tudo o mais que a cultura visual dos seus jovens olhares convocava justamente, porque em oposição, sobre o tema que ali lhes propunha. Imagens inocentes, sem dúvida, mas retratos de conflitos, de violência ainda sem sinais de dor ou sofrimento mas também alheadas da empatia com o outro ou das iconografias associadas à Solidariedade ou ao Amor. Foi nesta altura que, enrascado, pensei se teria sido sensato incluir o Museu do Exército e o Museu da Marinha no nosso tradicional itinerário de vadiagem por Lisboa, que já incluía o Museu dos Coches, o Museu da Eletricidade, o Museu de Arte Antiga, a Gulbenkian, o Jardim Zoológico, e o Museu de História Natural, com o seu Borboletário e todo o seu incrível manto de diversidade botânica. Afinal, se tivesse ficado pelas borboletas, talvez não tivesse que atravessar esta angústia e estupefação de pedir uma coisa e receber o seu oposto. Ou talvez não… A Arte é afinal o lugar privilegiado para

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a catarse e para a mais livre expressão, sobretudo do que é incomportável e inaceitável, noutro contexto senão o de uma folha de papel ou superfície de uma tela. Suponho que os meus Filhos saibam mais do que aquilo que eu lhes ensino, pelo que achei aceitável a proposição de que estes desenhos não seriam enfim respostas fechadas ao desafio, mas antes perguntas abertas, aquelas que a sua saudável e insaciável curiosidade lhes suscitava, face à consciência que já têm sobre o Mundo em que vivemos.

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VAMOS FALAR DE PAZ Primeiras obras, conceitos e alguns momentos de trabalho coletivo

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SOLICI TAÇÃO No dia 5 de Fevereiro deste ano, por via de um generoso convite do Carlos França, tive a oportunidade de reunir convosco e de vos solicitar a utilização das vossas instalações para estes dois eventos que aqui vêm sumamente explicados e ilustrados. Na altura, para além da reserva na vossa agenda dos dias 4 e 5 de Junho de 2016 (1º fim de semana logo após o Dia Mundial da Criança que se celebra a dia 1 do mesmo mês) para a exposição e atividades do primeiro evento “vamos falar de Paz?” deixámos um pedido em aberto para a mostra “ Totem e Tabu”, que gostaríamos de realizar também nas vossas instalações. Vimos assim reforçar estes dois pedidos e solicitar um

segundo encontro para planear sinergias e interações com as vossas atividades habituais – yoga, o baby disco, pintura ao vivo no espaço – assim como a possibilidade de organizar uma tertúlia/ workshop sobre os temas da Paz e da Interculturalidade, num primeiro momento, e sobre o tema “Totem e Tabu”, que se poderá realizar noutro momento que vos pareça adequado e oportuno. Agradecemos de resto toda esta vossa atenção e disponibilidade e ficamos a aguardar a confirmação ou redefinição da agenda para estas duas iniciativas. Atenciosamente, Nuno Quaresma www.numdiaperfeito.com


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