arte EXPOSIÇOES | EVENTOS
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OM 2014 AUM 2015 MUDANÇA MOVIMENTO
MENSAGEM CALL FOR ART Caros Artistas, Caros Autores
© Fruta e Sabores
AKA Om (aum) é uma iniciativa que orbita em torno de uma primeira exposição já agendada para a Galeria Municipal de Sintra e que terá lugar em Outubro do ano corrente (2014), com representação do trabalho de Jorge Moreira e Nuno Quaresma.O tema central é a Existência, a inteligibilidade do Mundo e, por oposição, os seus mistérios, os grandes e os pequenos.A abordagem é feita a partir das realidades mais simples, as do dia a dia, e o desafio é fazer uma caminhada estética e simbólica partindo das partes rumo à totalidade metafísica, de uma maneira que possa ser perceptível. Uma caminhada do seminal até ao todo criado. Uma viagem do “meu umbigo” até aos limites dos multiversos cósmicos e humanos. Uma caminhada do Eu, do Nós, passando pela Família, Amigos, Comunidade, País, Mundo, até aos confins do que a nossa consciência abarca. Embarcas comigo? Procuro Pintores, Escultores, Artistas Multimédia, Escritores, Poetas, Desenhadores, Realizadores, Empreendedores, Ativistas, Cientistas, Pensadores, Místicos, Matemáticos, Linguistas, Antropólogos, Professores, enfim todos e cada um pelo valor da sua participação única nesta segunda iniciativa do AKA Arte.
Todos os homens se nutrem mas poucos sabem distinguir os sabores Confúcio
Ficha Técnica Nº 02_ 2ª Série_ 10 de Outubro de 2014 Direção: AKA Arte: Design: Nuno Quaresma Redação: Ana Fina, Elisabete Gonçalves, Carlos Fortes, Saskia Ludescher, Tania Estrada, Jorge Moreira, Sara Silva, Jack CJ Simmons, Nuno Quaresma, Tiragem: 500 exemplares Impressão: LITOJESUS
"Diria mais, a Arte é, provavelmente, a única forma sincera de transmissão de pensamentos, ideias e emoções, pois evidencia aquilo que vai na alma do seu criador. Sempre foi assim e esperemos que sempre assim seja"
OM AUM OM, Aum, o som do movimento do Universo, o eco do seu início distante… Vivo na era da descoberta do Bosão de Higgs, do pleno, seguro e consolidado funcionamento do Acelerador de Partículas do CERN, já numa época pós Relatividade Geral de Einstein, nos tempos da elaboradíssima complexidade matemática da Teoria das Cordas. No meu íntimo, no fundo da minha alma (será que esta existe?)procuro contudo e apenas ouvi-lo: este silêncio que é também um rumor sem fim. Quando me concentro, respiro-o, sinto-lhe, por momentos, essa nesgazinha de grandiosidade de que todos somos parte. Já me explicaram que maís o conseguiria integrar se tivesse “o copo menos cheio”. É mais fácil encher um copo vazio do que fazer entrar o que seja numa malga (amálgama!) a transbordar. A dura tarefa que tenho hoje pela frente é esvaziar-me desse caudal. É minha essa tarefa apenas porque a escolho.
prefácio Não sei se sou capaz, se estou à altura da complexa exigência do seu postulado. Sigo com a simplicidade, humildade e receios de uma criança (talvez até com um pouco da sua indisciplina e irreverência). Por isso começo por desenhar e pintar. Não me levem a mal. Não sou capaz de o fazer de outra forma agora. Vou pintar o que não compreendo, pintarei tudo o que me distraí o pensamento, para ver se a pintar desmistifico e desmistificando exorcizo essa força magnética que me agarra obsessivamente à forma das coisas. Pensando menos sentirei talvez mais. Mais perto estarei talvez do essencial, do conteúdo. Mais perto da verdade, quem sabe, da consciência, do coração… de Ti! Aka OM (Aum), já em outubro deste ano, com o apoio Tailored, AKA Art Projects e da Câmara Municipal de Sintra.
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Aum (or OM) is a mantra, or vibration, that is traditionally chanted at the beginning and end of yoga sessions. It is made up of three Sanskrit letters, aa, au and ma which, when combined together, make the sound Aum or Om. It is believed to be the basic sound of the world and to contain all other sounds. It is said to be the sound of the universe. What does that mean? Somehow the ancient yogis knew what scientists today are telling us–that the entire universe is moving. Nothing is ever solid or still. Everything that exists pulsates, creating a rhythmic vibration that the ancient yogis acknowledged with the sound of Aum. We may not always be aware of this sound in our daily lives, but we can hear it in the rustling of the autumn leaves, the waves on the shore, the inside of a seashell. Chanting Aum allows us to recognize our experience as a reflection of how the whole universe moves–the setting sun, the rising moon, the ebb and flow of the tides, the beating of our hearts. As we chant Aum, it takes us for a ride on this universal movement, through our breath, our awareness, and our physical energy, and we begin to sense a bigger connection that is both uplifting and soothing.
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Maria João A respiração dilata-se no ar pesado do interior cores esbatidas, vidraças molhadas, sonhos que pingam beijos inaudíveis, olhar no vazio, coração menos pesado hálito carnal, mãos que se tocam, corpos que se fundem O silêncio é a linguagem dos amantes. Não sabes o meu nome, não conheço a tua história, não interessa quem somos. As fotos das crianças que fomos culminam neste momento presente; tudo é este segundo que vivemos todas as gotas do oceano estão dentro destas paredes as rugas que ambos escondemos brilham na sua solidão nós somos tudo, por saber ser nada acolhes-me nos teus braços como se fosse o teu único filho recém regressado Abro-te os meus como se fosse um porto de abrigo para um navio que não navega. Não me chegaste a dizer qual o preço Também não te perguntei, será verdade Abri-te a porta e limitaste-te a entrar não te disse o destino, não saberíamos por onde querer ir Encalhámos por breves momentos neste canto esquecido com vista para o nada por segundos fugazes não existimos; desaparecemos no frio da noite olhas-me antes de fechar a porta, não sorris, não falas olhas-me simplesmente; sei que vais partir e nunca mais me ver; Sinto-te a entrar nas minhas veias, a matar as minhas defesas Pouco a pouco possuir-me às, átomo… a átomo definharei este corpo efémero e vazio de significado sucumbirei ao cheiro da doença finalmente pertencerei ao teu abrigo Por toda a eternidade que esta noite não pode dar.
Aum (or OM) is a mantra, or vibration, that is traditionally chanted at the beginning and end of yoga sessions. It is made up of three Sanskrit letters, aa, au and ma which, when combined together, make the sound Aum or Om. It is believed to be the basic sound of the world and to contain all other sounds. It is said to be the sound of the universe. What does that mean? Somehow the ancient yogis knew what scientists today are telling us–that the entire universe is moving. Nothing is ever solid or still. Everything that exists pulsates, creating a rhythmic vibration that the ancient yogis acknowledged with the sound of Aum. We may not always be aware of this sound
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NUA, NÃO DESPIDA Já há 15 anos que não desenhava com modelo vivo e este olhar que não despoja, antes vê, com ternura, com respeito, a cada traço, em cada pincelada é um gesto religioso de reverência à Vida humana e à sua forma. Para quem nunca deu conta do significado desta disciplina formal, no âmbito do desenho, a sua prática funda-se na experiência enraizada ao longo dos tempos que o Desenho de Modelo é realmente o exercício mais completo para compreender conceitos como: composição, enquadramento, volumetria, claro-escuro, linha, mancha ou trama. É o desenho na escala do humano que no fundo se transforma em referência nuclear e centro de gravidade para a nossa relação com o
mundo que nos rodeia. Mas o Nu, em si, não é apenas, e dentro deste contexto das Artes, uma representação de uma pessoa sem indumentária ou ponto de partida para uma aprendizagem meramente artística. O Nu traz consigo outras conotações. Na sua percepção simbólica pode, entre outras coisas, ser evocado como a Verdade, despojada de todos os acessórios. Na Grécia Antiga, em regiões como Minoa e Esparta, a nudez era, seguindo esta leitura, francamente bem aceite. Nos Jogos Olímpicos, os Atletas competiam inclusivamente nus. A palavra Ginásio, por exemplo, significa local de nudez. Até ao início do séc. VIII, os baptismos cristãos eram recebidos em despojamento e nudez também, numa imersão em água, a
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Jorge Moreira Escultor, poeta visual, artista singular com uma visão fantástica, as suas obras de escultura, são autênticas filigranas em pedra ou madeira, onde as imagens se ligam entre si com elegância numa fantasia musical, onde se misturam pequenos seres alados e plantas e por vezes notas musicas. Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit. Fusce semper neque nec feugiat eleifend. Nullam mollis molestie tellus. Suspendisse semper massa nec orci semper, sit amet suscipit lorem mattis. Mauris vestibulum dolor ut ligula adipiscing vulputate. Suspendisse rutrum nisl sit amet neque faucibus molestie. Proin eget sem vel leo consectetur volutpat et in diam. Sed ac erat eget enim dictum pulvinar. Phasellus viverra dapibus sapien a condimentum. Pellentesque habitant morbi tristique senectus et netus et malesuada fames ac turpis egestas. Aliquam convallis ornare lectus, at fringilla nisl blandit in. Vivamus ultrices sem ipsum, eu faucibus nulla pretium vel.
SOBRE A UTOPIA … Quis Deus que eu viesse ao Mundo humildemente traçado para servir, trabalhar e para sonhar. Falo de sonho porque nele encontro a origem de todas as Utopias, toda elas por definição idealizadas e irrealizáveis, e falo de servir e trabalhar, porque quem nelas acredita, com veemência, sobre elas funda novos mundos, em geral melhores que os anteriores. Era também considerada Utopia a Igualdade, mas apesar das diferenças e atropelos a este Valor a que muitas das culturas contemporâneas não se inibem, nunca tantos estiveram tão próximos em matéria de género, interculturalidade e inclusão num Globo hoje um pouco mais democratizado. Tal como a felicidade, miragem para tantos e tão flagrantemente utópica, nunca noutros tempos, que não o nosso, foi esta aspiração tão valorizada e considerada. Na verdade, em toda a história universal nunca esta foi bitola para a realização humana, nem nas culturas mais hedonistas, que sacralizavam o prazer mas não iam mais longe do que isso, e onde as grandes referências sempre foram da ordem do material, do moral ou do poder. Posso falar da Utopia como uma coisa sumamente boa? Posso... ainda há algumas que muito prezo e estimo, como são a paz, o fim
da fome, o fim da doença, o fim da iliteracia, um sistema de saúde de qualidade acessível a todos, a justiça, o Planeta Terra ecologicamente reequilibrado... Mas poderá esta escorregar para o evidentemente mau? Sem dúvida... Quando através desta nos desligamos da realidade, para pôr as ideias à frente das pessoas, para desprezarmos o bom senso em prol da obstinação cega por objetivos irrealizáveis, quando nos esquecemos enfim que muitas vezes o ótimo é inimigo do bom, e que o Homem é único, irrepetível na sua existência e maravilhosamente imperfeito. E é exatamente por ser imperfeito que é também tão ricamente criativo e apto para sobreviver
às mais duras e atrozes dificuldades. Abraçar ternamente a Utopia é também cuidar disto de sermos imperfeitos, de olhos postos no impossível, e de não pararmos de tentar, inovar, criar, lutar, falhar, voltar a tentar, falhar novamente, falhar melhor. Utopia é um pouco como a Visão, felizmente hoje tão bem implementada como valor para o crescimento das Organizações. Raramente estas se cumprem no modo e tempo esperados, mas se não tens uma, provavelmente é porque estás mal posicionado, e quando não se vê para onde se anda, também é difícil encontrar caminho… NQ
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MOVIMENTO, MUDANÇA E SUPERAÇÃO Elisabete Gonçalves Silva Autora do livro Percursos Imprecisos, 2013, Lugar da Palavra, descobriu na escola primária o gosto pela escrita, sendo as composições (ou redacções) os seus trabalhos de casa favoritos. Aos 12 apaixonou-se pelo Porto, onde vive desde então. Licenciada em Línguas e Literaturas Modernas, conta também com um Master en Excelencia Educativa como reforço das suas competências didácticas e de formação, função que desempenhou profissionalmente por diversas vezes, enquanto colaboradora de uma das maiores empresas de telecomunicações portuguesa, cujos quadros integra. Define-se como apaixonada pela vida, pela família, pela cultura, pelos animais e pela cidade do Porto, cidade belíssima que é parte integrante da sua identidade.
Percursos Imprecisos Sinopse: Percurso Imprecisos conduz-nos pelo Porto, do Bonfim à Ribeira, com as tropelias habituais da adolescência e do primeiro namoro. Pode uma tragédia condicionar os eventos futuros de uma ou mais vidas? Carlos vive, cresce… As aventuras sucedem-se, caminhos novos cruzam-se, amores surgem… Um livro a não perder!
A vida é uma constante mutação. “Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades” ou não? Quando andava na escola secundária e nas aulas de História a “stôra” nos perguntava como estavam as coisas no período em análise, independentemente de qual fosse a época em questão, tínhamos uma colega que respondia invariavelmente: — Mal, muito mal! E estava sempre correcto! (Hoje também o estaria.) Há 30 anos estávamos sob alçada do FMI… Hoje também estamos. Antigamente os nossos jovens partiam em busca de algo melhor… Hoje também. Nasci em França. Os meus pais partiram em busca daquilo que cá não conseguiam ter. Não conheciam a língua, nem tinham garantias de sucesso. Vingaram, cresceram e voltaram. Conseguiram dar-nos mais do que o que tiveram, e com isso fizemos mais e mais. Não se conformaram. Lutaram. Reclamar é sempre fácil, difícil é ser diferente Quem quiser pode ser dócil e seguir na mesma em frente… …mas se tiver ousadia de lutar contra os moinhos Sairá da monotonia e abrirá novos caminhos! Vivo no Porto. E vivo o Porto. O Porto é uma cidade linda. Passear na baixa e observar as fachadas lindíssimas que por cá proliferam é uma experiência única… Desçamos mentalmente a belíssima Avenida dos Aliados, passeemos na rua Mousinho da Silveira, na rua das Flores, na Ribeira…. Edifícios talhados em pedra, imponentes, majestosos, coexistem com estruturas simples e frágeis, de madeira e de saibro, cujos pórticos cheiram a bafio, devido à humidade e ao caruncho. Estes por sua vez, vivem lado a lado com novas construções, coloridas e garridas, recentes e diferentes… Cada época tem a sua arquitectura, as suas influências, acrescenta o seu contributo… É a junção de tudo isso que compõe a cidade, a sociedade, a humanidade! Ousemos mudar, e aportemos também o nosso grão de areia! Elisabete Gonçalves
Luís Vaz de Camões, in "Sonetos" O Fundo Monetário Internacional interveio em Portugal pela primeira vez em 1977 quando Ramalho Eanes era Presidente da República e Mário Soares era primeiro-ministro do primeiro Governo Constitucional, depois em 1983 e mais recentemente em 2011.
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AMO MOVO logo Ai, ouve quero dizer-te uma coisa importante. Gosto de ti, de uma maneira tão especial, aliás única, porque também és único. Amo-te desde o primeiro dia da tua vida, antes talvez já te amasse... não sei se se pode ser amado antes de se ser completo, mas talvez já te amasse um pouco antes de acordares para a consciência. Já te sentia. Único, para além de mim mesmo, legítimo, com sede e fome de tudo e eu com uma vontade indomável de te ajudar a viver e a ser completo, feliz. Com uma vontade incontornável de fazer também esse caminho contigo, de aprender a ser feliz. Um dia de cada vez, de hora em hora, minuto a minuto, com o coração embalago pelos segundos. Vivos! É tão bom estar vivo. É tão bom sentir-te... Vida. O ontem já foi, o amanhã, para além de todas as minhas previsões, não sei o que será, por isso é tão especialmente bom estar
O Mundo cabia nas minhas mãos, eu é que em mim não cabia… de alegria. Saí num dia de sol e encontrei apenas amigos. Todos me perguntaram: ”Porque envergas o teu fato de cerimónia?” E respondi que naquele dia, como hoje, engraxava os sapatos e trajava a rigor para celebrar o amor. Nos meus braços carrego hoje um mundo de coisas que te quero dar. E é assim que do mundo recebo, porque dar é receber, porque quando te entreguei o que levava, vi que em mim não cabia o calor das tuas mãos, o peso dos teus braços, o sabor dessa alegria. “Digo-vos, quanto mais penso, mais eu sinto que não há nada mais verdadeiramente artístico que amar as pessoas.“ Vincent Van Gogh No POP Projeto Oficina de Pintura a crítica artística não entra no nosso léxico de prioridades, mas a noção global de desenvolvimento pessoal e colectivo, colaboração confiante e frutuosa, curativa e plena de afectos, enuncia a nossa verdadeira visão: criar, pintar, esculpir, desenhar, com qualidade de vida, saúde, e partilhar conhecimentos e experiências artísticas, técnicas e tecnológicas de forma rica, dinâmica, livre e empreendedora. Fazemos da nossa experiência partilhada com os nossos autores/ alunos um convite: embarquem connosco e deixem-se envolver nesta arte que não é limitada a um grupo, nem meramente particular ou localizada, mas sim universal, património de todos. “Para levares para a tua casa, para ficar mais bonita.” Nuno Geada Artista Plástico .
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CARCERI a)
Introdução
Carceri d'Invenzione… Prisões de invenção, prisões inventadas, imaginadas… Antes mesmo de iniciar uma pesquisa sobre a história pessoal, da construção da obra ou até do contexto em que ocorreu a sua produção, recordo sobretudo o primeiro impacto, a primeira impressão que me ficou marcada na memória. Apesar de ser uma obra descoberta por sugestão directa da Professora Jacs Aorsa, contextualizada no briefing geral para este trabalho para a disciplina de História e Práticas do Desenho, o que guardo como ânimo e mote para esta reflexão é esta impressão sentida, investida da curiosidade dos primeiros encontros. O que me fica sobre este conjunto extraordinário de 30 placas de gravura, que me deixou uma forte sensação de presença no Imaginário de Piranesi, e que são justamente intituladas “Carceri d'Invenzione”, é a impressão de estar a entrar num espaço de intimidade. Esse espaço rico e único a qual raramente se tem acesso, tornou-se no móbil para todo o processo criativo, técnico e tecnológico e a seguir, e em função do briefing dado, estruturei. Já em pesquisa descobri que efectivamente, este trabalho é contextualizado numa “magnífica junção da fantasia veneziana com a monumentalidade romana ” muito dentro da tradição e maneira de Tiépolo, nomeadamente na luz e nos volumes. Pus-me a somar: Invenção… Imaginação… História pessoal/construção da identidade… Espaço de intimidade… Fantasias… Monumentalidade vs. volume… Juntamente com um projecto pessoal relacionado com a banda desenhada e a ilustração, onde ando à procura de um estilo, de uma maior classicidade e profundidade na construção simbólica e estética das personagens. Foi assim que me surgiu a ideia original para esta ilustração que servirá um episódio que descreve um sonho de Nia, personagem central da história “O Mundo de Shido”, junto de uma narrativa visual que decorre num cenário onde faço uma colagem de três gravuras diferentes (Fig. 02, 03 e 04) da série “Carceri d´Invenzione”. Por achar pertinente fiz ainda uma homenagem à “Batalha de Anghiari” de Leonardo da Vinci, numa luta encenada, com enfoque na descrição de emoções, através do desenho e com uma referência velada aos exemplos de deformação caricatural no trabalho de Leonardo, mas também de Hogarth, Goya ou Daumier. Por outro lado, como matriz global de planeamento de todo o dese-
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nho optei por fazer um investimento de tempo na construção de uma composição definida essencialmente por uma divisão do plano em dois sub-planos verticais, utilizando um pilar mestre e organizando os elementos da parte inferior do enquadramento global na circunscrição de um triângulo e pelo alinhamento dos outros elementos segundo linhas diagonais para dar enfâse à ilusão da acção e do movimento. O trabalho que aqui descrevo, e que é o “lugar” em que procuro a consolidação da obra final, divide-se em cinco sinopses: b1 – Piranesi e os “Carceri d´invenzione; b2 – A Batalha de Anghiari e a homenagem à obra de Leonardo; b3 – Estudo do enquadramento e composição; técnica de etching e da trama (cross etching). b4 – Conclusão b) Desenvolvimento 1. Piranesi e os «Carceri d’Invenzione» Esta obra é inquestionavelmente uma das obras mais amplamente difundidas e abordadas de Piranesi e talvez uma das mais «sui generis» na evocação à tradição literária da sua época, ao hermetismo, às fontes e à estética do Sublime. Foram publicadas pela primeira vez em 1745, com o título « Invenzione Capric di Carceri), impressas por Giovanni Bouchard e reeditadas em 1760 como «Carceri d’Invenzione, sofrendo ligeiras alterações e acrescidas de mais duas gravuras. Entre a primeira e a segunda tiragem, podem constatar-se algumas das alterações de estilo que espelham o desenvolvimento da obra de Piranesi. Aqui, podemos identificar a influência da tradição veneziana (das «Caprici» e da fantasia) e romana dos autores da época, sobretudo na «maniera» de Tiepolo (como por exemplo, no tratamento das luzes e da volumetria) que na sua obra atinge o seu auge a partir de 1755 (como nota de contexto: ano do Grande Terramoto que devastou Lisboa). Com um trabalho mais complexo , rico e intrincado, nesta fase é possível perceber o horror ao vazio que faz perder a clareza das obras, dentro de uma composição balizada e ordenada pela utilização recursiva da «scena per angolo», frequente nas tipologias cenográficas, teatrais, utilizadas por Bibiena, Valeriani, Marco Ricci ou Juvarra. Destas influências, distingue-se a de Juvarra na referência Neo Quinhentista, Utópica e Anti Clássica. Na sua obra são ainda distintivos aspectos como a censura à «Cidade Barroca», mas em simultâneo à tradicional antinomia da Roma antiga e também ao organicismo, distorção da perspectiva (comum na Cenografia Tardo Barroca), composição assente em planimetrias, interligações de supra estruturas, libertação da forma, perda de valor do centro compositivo, a metamorfose das formas (que muito explorei nesta minha interpretação pessoal), desarticulação, distorção e o espaço representado segundo o ideal Humanista.
Todo este processo formal conduz o espectador a uma percepção psicológica e estética que muito me interessou e que autores como Edmund Burke, entre outros, categorizam como «Sublime». Um Sublime que pretere a perfeição e a clareza da estética pelo valor dos conteúdos emotivos, colocando o recurso da imaginação também nas mãos do espectador que é obrigado a desconstruir e a voltar a construir a imagem nas suas múltiplas dimensões. Indo beber a toda esta percepção e abordagem na «maniera» própria de Piranesi, intitulei a obra como «Sonho de Nia». Ou seja, sonhar na perspectiva e ideia comum na época do «Homem como actor impotente, num teatro que já não é o seu» combinado com o fascínio pelos cárceres com o seu significado simbólico de prisões da mente (como em Coleridge ou Thomas De Quincer) acessíveis sobretudo através do onírico. 2. A Batalha de Anghiari e a homenagem à obra de Leonardo A escolha pela opção de dulpa homenagem neste exercício, surgiume na sequência de toda a leitura por uma óptica emotiva, das «Carceri d’Invenzione» de Piranesi. Uma das muitas reflexões que esta série de gravura me convocou foi a abordagem, por assim dizer, sublime das 5 Emoções hoje descritas, para além dos múltiplos Sentimentos, como Emoções Básicas: o Medo, a Raiva, a Tristeza, a Alegria e o Amor. O paralelismo, apesar de numa abordagem bastante diferente, com o trabalho sobre expressões e emoções na obra de Leonardo pareceu-me possível e pertinente e como na minha liberdade interpretativa já tinha introduzido na minha composição inicial alguns elementos figurativos, escolhi então dar ênfase a esta leitura com um tributo à « Batalha de Anghiari» e à sua dinâmica compositiva e expressiva.
«A Batalha de Anghiari» não é mais do que um grupo monumental de soldados a cavalo numa imagem condensada e intemporal do fu ror bélico que achei que poderia ser um excelente contraponto, irreverente e antagónico, à ideia de impotência gerada pelo ambiente global das «Carceri»- Prisões. Um novo conjunto figurativo e evocativo de uma luta interior, no contexto de uma «Carceri» de onde não há salvação, senão na força e liberdade da «vontade da alma humana». Para melhor contextualizar « A Batalha de Anghiari», este estudo inicial em cartão e fresco inacabado, surge na obra de Leonardo por solicitação da cidade de Florença, com a finalidade de decorar, na técnica do «fresco» a Sala de Conselho do Palazzo Vecchio. O seu tema central é a vitória florentina sobre o exército milanês. A pintura nunca foi finalizada, tendo ficado como espólio produzido apenas um cartão em tamanho natural (à escala) que sobreviveu mais de um século após a sua produção, período em que gozou de uma enorme fama. Hoje, apenas o conhecemos através de cópias de Artistas posteriores a Leonardo, em particular na cópia realizada segundo o original, realizada por Peter Paul Rubens em 1605 e actualmente patente no Museu do Louvre, em Paris. 4. Estudo do enquadramento e composição; técnica de etching e da trama (cross etching) A primeira abordagem que fiz a este exercício foi efectivamente, e numa tradição talvez mais pictórica, a abordagem segundo uma colagem idealizada num enquadramento que julguei coerente com o conjunto global das gravuras de Piranesi, sobre o qual construi uma composição (e repito) «definida essencialmente por uma divisão do plano em dois sub-planos verticais, utilizando um pilar mestre e organizando os elementos da parte inferior do enquadramento global na circunscrição de um triângulo e pelo alinhamento
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dos outros elementos segundo linhas diagonais para dar enfâse à ilusão da acção e do movimento». Só então comecei a fazer um trabalho de trama e trama cruzada, enquanto fazia uma leitura prática e simulada da técnica designada por «Etching» em Gravura e que passo a descrever: Origem | contexto históricos e descrição: A técnica química de gravura foi desenvolvida na idade média por artesãos, fabricantes de armaduras, árabes como uma forma de aplicação na decoração para armas. Floresceu no século XV, no sul da Alemanha, onde as primeiras impressões gravadas em papel foram impressas no final do século. Durante as primeiras décadas do século XVII, artistas holandeses como Van de Velde, Jan van de Velde II e Willem Buytewech experimentaram esta técnica. Eles estavam à procura de criar um efeito atmosférico na suas paisagens impressas, e na tentativa conseguiram desenvolver um método que rompia com as linhas de contorno longas transformando-as em curtos traços e pontos. Hercules Segers por sua vez, experimentou esta transformação e adaptação por um motivo diferente: a necessidade de criar um efeito pictórico na impressão em papel colorido ou tela, trabalhandoas posteriormente com um pincel de cor, tornando assim cada impressão numa peça única. Rembrandt levou a técnica ao extremo, superando todos os seus antecessores. Nas suas mãos, a gravura tornou-se um meio pleno e maduro de que se ocupou em períodos longos para o resto da sua vida. A técnica que utilizei neste desenho referente a Piranesi filia-se muito no exemplo de Rembrandt que, por conhecer melhor, reconheço ter tido grande influência na abordagem pessoal e estilística que escolhi. As Gravuras são impressões, normalmente em papel, de desenhos ou modelos construídos pelos artistas, em suportes diversos, com recurso às técnicas do desenho, pintura ou corte. Estes suportes podem se um bloco de madeira, uma placa de metal ou uma tela de seda. Em Piranesi (assim como em Rembrandt) o suporte é uma chapa fina de cobre. Esta é então coberta com uma mistura resistente aos ácidos conhecida como base de gravura, composta de betume judaico, resina e cera. Nesse revestimento fino é então produzido o desenho directamente com uma agulha de gravura, que penetra esta fina película deixando exposta, nestas ranhuras, a placa de cobre. A placa é colocada, em seguida, num banho de ácido diluído. As partes expostas, que deixaram de estar protegidas contra o ácido pela base de gravura, ficam gravadas, em sulcos criados na superfície do metal. Quanto mais tempo a placa é deixada no banho, mais profundos esses sulcos se tornam. Posteriormente esta base de gravura é removida e a placa limpa e finalizada com uma almofada de tinta ou com um rolo. Ela é então limpa manualmente para que a placa fique inteiramente despojada de tinta, à excepção dos sulcos. O passo seguinte é a fixação de uma folha de papel húmida na chapa seguindo-se a compressão de ambos através de rolos de imprensa. O papel absorve assim a tinta dos sulcos, produzindo-se uma impressão invertida do design realizado na chapa. O desenho que aqui realizei com esta abordagem técnica e tecnológica sempre em perspectiva, manteve a fidelidade ao princípio de execução que norteia esta modalidade de criação artística e deixou-me efectivamente curioso e interessado na prossecução de uma experiência em placa que penso que me poderia esclarecer alguns outros efeitos que pude observar nas reproduções mas que de alguma forma não soube reproduzir através do uso da trama 5. Conclusão «Cerca Trova» Detalhe no topo do fresco da «Batalha de Marciano» de Giorgio Vasari, 1563 (pintado sobre o fresco original de Leonardo, «a Batalha de Anghiari) «Só quem procura, encontrará», Evangelho Depois de algumas semanas de trabalho, pesquisa e justificação, sem me alargar noutras conclusões senão a mais humilde e verda-
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deira a que consegui chegar: « Só quem procura, poderá encontrar» A asserção é, de longe, pouco pacífica. Pablo Picasso afirmava por exemplo «Eu não procuro, encontro» e quantos não são os que em todas as áreas do Saber se encontraram fortuitamente, por obra da sorte ou destino, com as soluções que nem sabiam procurar. Contudo, e seguindo o raciocínio de Vasari, «Cerca Trova», no desenho efectivamente as coisas funcionam assim. O Desenho é uma das grandes formas e instrumentos do pensar.É um pensar com o corpo, com a mão, com o olhar. Nesta obra que decidi intitular como «o Sonho de Nia» confesso que pela primeira vez, circunstancialmente, procurei conhecer Giovanni Batista Piranesi. Não sei se o encontrei completamente, mas confesso que senti como nunca a inquietação que as raras preciosidades despertam... um não conseguir ou saber ficar indiferente ao apelo daquele mundo vagamente mimético. ... Mas em simultâneo hermético, magnético, misterioso e ao mesmo tempo, familiar... Humano... Cerca Trova!
Nuno Quaresma Janeiro de 2012
BIBLIOGRAFIA Marani, Pietro C. (1996), Leonardo, Sociedade Editorial Electa Espana S.A., Madrid. Janson, H. W. (1998), História da Arte, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa. Galeria de Pintura do Rei D. Luís – Instituto Português do Património Arquitectónico e Arqueológico, (1993), Giovani Battista Piranesi – Invenções, Caprichos, Arquitecturas 1720/1778, Secretaria de Estado da Cultura, Lisboa. Pereirinha, T. (2011), A vida misteriosa de da Vinci, in Revista Sábado, n.º 392 (p. 44-54), Grupo Cofina Media SGPS, S.A., Lisboa.
Nuno Quaresma Designer (Fundação Salesianos), ilustrador e gestor de projetos de arte numa grande variedade de eventos dentro de várias especialidades culturais e modelos de negócio social, caracterizados por um perfil cultural/solidariedade. Particularmente interessado nas relações cliente/prestadores, redes relacionais e partilha de recursos. Sempre interessado em projetos de parceria artística, bem como de estreita interação com promotores culturais e empreendedores. Especialidades: artes plásticas, desenho, ilustração, design, empreendedorismo cultural, consultoria e pedagogia da arte. Bacharelato em Design pela Escola Superior de Educação da Universidade do Algarve, Aluno de Mestrado em Design e Cultura Visual no IADE- Instituto Artes Visuais, Design e Marketing (Lisboa).Representação nas colecções da Galeria Nova Era, do Arquivo Distrital de Faro, do Instituto Superior Miguel Torga, do Hotel Mélia (TRYP Hotel) de Coimbra, Junta de Freguesia de Armação de Pêra, Governo Civil de Castelo Branco, Fundação afid Diferença e Fundação Salesianos
UM COMBOIO CHAMADO DESEJO Um comboio chamado desejo ou o Amor também se encontra a 120km por hora é diferente da versão que provavelmente conheces – “ Um elétrico chamado Desejo” - A Streetcar Named Desire, de Elia Kazan com Marlon Brando e Vivien Leigh, de 1951. Nesta minha, improvisada entre as escalas dos autocarros frente aos Prazeres (onde curiosamente passam muitos elé-
tricos :), oscila entre a profundidade e a superficialidade, entre o Amor, o verdadeiro, e a lascívia… entre o importante e o relativizável. Não tenciono extrair daqui generalizações ou fórmulas. Falo disto porque é a verdade. Já me aconteceu; encontrar o amor a 120km hora. A esta velocidade, se espirras, andas aproximadamente 30 metros com os olhos fechados, entregue ao destino, sem consciência ou controle sobre o que se passa em frente dos teus olhos. São 30 metros às escuras. Procurar amar a 120 Km hora é como dar um salto de fé numa furna escura de onde o mar se percebe apenas a sua voz e cheiro. E de repente, bater na água com força, tocar com os pés na areia e abrir os olhos para uma superfície em efervescência. Encontrar o amor assim deixa marca, entre a dor e o prazer, e pouco tempo ou espaço para escolhas. Num amor encontrado assim, há um misto de religiosidade e trauma.
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É um acontecimento à escala planetária, como uma colisão, na força da trajetória, entre Vénus e Marte. Contudo, se aprecias as viagens de comboio, sabes que esta velocidade desenfreada é sentida num estado de relativa imobilidade. Vive-se, aliás, viaja-se no maior dos confortos e tranquilidade mas, infelizmente, tristemente… sós. Quando damos conta, neste comboio chamado desejo, quando acordas da torpeza desse sono de viajante, estás apenas só. Olha! Parece que estou a chegar à estação! Espreito pela janela e vejo as paredes azuis de uma luz mesclada que só conheço de Lisboa. Mais um bocadinho e estou à tua porta! Por essa estrada, nessa rua, à tua porta… Viajo num comboio chamado Desejo mas tu és a minha Casa…
« Procurar amar a 120 Km hora é como dar um salto de fé numa furna escura de onde o mar se percebe apenas a sua voz e cheiro. E de repente, bater na água com força, tocar com os pés na areia e abrir os olhos para uma superfície em efervescência. »
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Desenhar como quem respira, naturalmente ou compulsivamente, é para muitos uma função orgânica. A própria fisionomia e fisiologia concorrem para esta atividade regular do Corpo, da Mão, da Mente, na sua relação com o Mundo e com o Próximo. Eu pessoalmente sou um apologista do respeito pela Diferença, num mundo de Iguais. Acolho a normalização apenas na medida da sua pertinência e utilidade no serviço à Justiça, Liberdades e Igualdade. Nas coisas grandes entendo realmente o valor da norma. Um farol para quem navega à vista. Tudo o resto aprecio fora dos intevalos estritos das normas, cânones, regras... Fascina-me o que é feito à medida de cada um, com os cuidados e mimos que cada Corpo e Mente precisam. Encanta-me a simpatia de quem consegue realmente olhar para dentro da pessoa que está à sua frente... Comove-me quem o faz com o respeito e reverência de quem contempla o sagrado, e a coragem da empatia de se colocar no seu lugar. Encantam-me as Costureiras e Alfaiates :) Os "Tailored" são feitos para Mulheres e Homens assim.
Os blocos de desenhos são extensões do seu corpo; há que construir sketchbooks que se ajustem personalizadamente, como luvas, jeans, sapatos, jaquetas ou outros acessórios assim. O Tailored é feito à mão, todo cosidinho, só para ti! É diferente nas medidas, técnicas, por vezes no construtor. A norma é a predileção pela reciclagem, a qualidade e resistência do papel, capa e costuras e a garantia de que terás um caderno para a vida. "Lifetime Sketchbooks"! Para Artistas a Sério ;)
Tailored for… Feito à medida de…
vê já ninguém na rua.
Olha para trás…
Tailored é fazer à hora certa, na medida certa, a contemplar tudo o que está à volta.
Olha lá! Quando era gaiato, distraído, a navegar na gôndola dos meus sonhos, gotas, sementes, ensaiava o ofício de hoje sem me lembrar sequer de olhar para o lado. Era ali e naquele momento, como é hoje, aqui e agora: o poder da Criatividade! Não olho muito para trás; as vezes necessárias. Olho para a frente, para o horizonte, para os pés, para ver a medida a que estou do chão, e penso no quê, como nunca, com uma hora de atraso… e à minha volta, quando regresso, não se
Tailored é cozer os retalhos soltos, os desejos que ficaram por cumprir… Tailored é trabalho individual, trabalho coletivo, é uma construção feita de solidariedade, colegialidade, amizade!... até conjugabilidade :)
criação artística e cultural são bom mote para a transgressão, transcendência, irreverência. O nosso negócio é a construção de cadernos de excelência, mas não hesites em contatar-nos para ilustração, design, micro &social branding e organização de eventos e mostras em Artes Plásticas. Fazê-mo-lo com gosto!... “tailored for you!”
Tailored é Crença no Mundo e nos Outros! Produzimos cadernos tipo “sketchbook”, cozidos à mão, personalizados, feitos à medida e para durar. Mas todas as outras modalidades de
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O que pode um homem simples dizer ou fazer no Mundo agora? Não sou, à semelhança da maioria dos homens e mulheres dos nossos tempos, especialista em economia ou finanças, mas como comum entre comuns sinto hoje mais desconfiança e receio em relação ao futuro. Pelo menos em relação a este futuro, a dois tempos, em que alguns enriquecem e muitos empobrecem.
Porque malha o peso da quimera do lucro pelo lucro sobre a única procura que deveria nortear o Homem: a construção do Humano? Porque permitimos nós, comunidades de Gente, que outros mais cegos ou febris pela abundância, nos enterrem e esmaguem pela sua ganância, obsessão e controlo? E quem regula este capital que nos regula?
Hoje pinto para lhe tapar a boca. Amanhã, quando tiver um negócio, serei íntegro, justo e regulado para lhe tapar a boca. Amanhã, talvez lhe dê com um pau, bem me apetecia… só para que a sua goela míngue e o seu apetite se mitigue… sem que lhe não falte pão para a boca. N.Q.
Não penso assim por despotismo. Passo a vida a desejar o melhor para quem o procura, para quem luta por mais e melhor. Alegra-me a visão da abundância no regaço de quem for. Celebro a fertilidade por si só e regalo os olhos quando vejo a Terra cheia de tudo e do bom. Por isso não consigo deixar de indagar porque é que neste Mundo onde há excesso e abundância de tudo, vemos fome, desemprego, doença, desproteção na saúde e na velhice? Porque que pagam os homens e as mulheres do nosso tempo os caprichos da doutrina do Capitalismo desenfreado?
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A quem pertence a responsabilidade de lutar, nas formas pacíficas que a responsabilidade também obriga, contra esta falta de empatia, piedade, racionalidade?
Quem tapa a boca a esta criatura voraz?
MAIS NÃO
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Movimento - Mudança gatado pela contrarreforma e o segunlo moderno, e você em estilo egipcio." Há quem diga que Sucesso é Movimido se expandia com a modernidade. A Cubismo analítico (1908-1911) – deento, há quem diga que motivação é mopartir disso, surgiu uma vertente ensenvolvido por Picasso e Braque: Seu vimento... contrada no Barroco, que era o fusioestilo era a utilização de poucas cores, E a sociedade mostra que os Movimennismo. O Barroco teve grandes ina definição de um tema apresentado tos Artísticos influenciam directa ou fluências na arquitetura de alguns dos em todos os ângulos. A Perda da realiindirectamente as mudanças Culturapaíses da Europa e também da Améridade, sendo impossível reconhecer as is. ca Latina. As construções não costufiguras. Na vida todo movimento já seja fisico, mam seguir padrões geométricos, muiCubismo sintético: Fugia dessa perda social, espiritual, em grupo ou indivito menos simétricos. O escritor braside realidade, mas procurava retratádual leva com ele as mudanças interleiro, Paulo Coelho, publicou um livro, nas e externas de forma que todos pos“O Diário de um Mago”, onde nos consamos transformar o cansaço em Enerta da influência da época Barroca. gia, parece tão simples verdade?!... Os Renascentistas baseavam-se em mas sabemos que para que movimento conceitos filosóficos e antropológicos. e mudança aconteçam em equilíbrio e O Humanismo é um dos segmentos do evolução temos que actuar com persisRenascimento e trabalha com o uso totência, com empreendedorismo e fazer tal da razão por meio de experimenda inovação a mudança vital para tos. uma melhor visão de futuro. Com o desenvolvimento do RenasciGostava de reflectir um pouco sobre os mento, as características mudaram, a principais movimentos artísticos do espiritualidade foi deixada de lado e Século XVIII até ao Século XXI, cheios abriu-se caminho para um sentimento de contradições e complexidades. É otimista, que desfruta do mundo matepossível encontrar um caminho para a rial. Começaram a observar a vida cocriação de novos conceitos no campo mo um ciclo e a acreditar que o homem das artes, por isso em algumas cultunão tem o controle sobre suas emoções, ras, o desenvolver da educação pela muito menos sobre seu tempo de vida. Arte parece ser o motor da mudança inCuriosamente em Portugal o renasterna no que se refere ao nosso sentir e centismo teve pouca influência, talvez a criar símbolos fortes que ajudam a esta ausência tenha contribuído para flexibilizar a rigidez de algumas escoum menor otimisto sentido na sociedalas tradicionais. Símbolos fortes como de portuguesa?! a sensibilidade, cooperação e o prazer Senti no Cubismo uma despreocupade trabalhar em equipa. ção em representar realisticamente a Sabemos que os movimentos e as muformas de um objeto, porém aqui, a danças, “tendências artísticas”, tais tenção era representar um mesmo como o Expressionismo, o Fauvismo, o to visto de vários ângulos num Cubismo, o Movimento Barroco, o Replano. Com o tempo, o Cubism nascentismo , o Futurismo, o Abstracionismo, o Dadaísmo, o Surrealismo, a Op-art e a Pop-art expressam, de um Tania Estrada, quien es? modo ou de outro, a perplexidade do homem contemporâneo, a cultura pop Nuestra mentora Dr. Tania Estrada? também na música como na dança Es un luchador incansable, no desarmostram o seu movimiento buscando ma nunca, nunca se da por vencida expressar o mundo do inconsciente a .Se compromete, siempre añadiendo partir dos sonhos e desejos de liberdaalgo , conocimiento, iniciativas , prode, e de auto-afirmação..... Automueve con compromiso elevado y conafirmação de quê?!! cretiza las acciones con un carisma biInteressante foi o ano em que surge o en rede con tremendo carácter pedaen asertivo. Expressionismo ele aparece como gógico fue un suceso. uma reação ao Impressionismo, foi Fundo la marca, el Instituto Tania um ano de mudanças positivas, pois Nunca desanima , siempre de "cara feEstrada en el año 2005 . no primeiro, a preocupação está em exliz" y con una sonrisa, "sacude" las hepressar as emoções humanas, transridas y luego se va a luchar con deterEn este instituto, no sólo se trata de la parecendo em linhas e cores vibrantes minación, a luchar por las próximas salud mental, si no también se le da Vios sentimentos e angústias do homem metas, con elevada creatividad, hace da a varios proyectos técnicos como la moderno. Enquanto que no Impressiosiempre el CAMINO. promoción del desarrollo personal ;la nismo, o enfoque resumia-se na busc pedagogía la investigado; en el ámbito pela sensação de luz e sombra, “pa Es difícil de cuantificar, está siempre de la bulimia y la anorexia . mos da técnica à ilustração das atenta y lista para el próximo proyecções.” to, Podría estar aquí para escribir páDe la psicología en general, con el comO movimento Barroco teve s ginas y páginas de sus actividades, pena Itália, no final do século partir exigente ,supervisión franca y ro la práctica de la Dra. Tania Estrado século XVIII a palavr seria de los ensayos clínicos que ella da habla por sí mismo, y su modestia de origem portuguesa, estudia y concretiza. también . pedra preciosa imper us formatos irregula Es ecléctica, capaz de promover, con Víctor Lopes da Gama Cerqueira Uma das ideias d un gran éxito científico, educativo y Maestría en Salud Mental y Clínica roco era de fazer social " El Congreso Científico de AnoSocial. mentos, fé e ci rexia Y Bulimia cuyo tema Disturbios
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complexidade da sociedade moderna. preservação da natureza, buscando Em crítica à cultura europeia surge a as linhas de aproximação entre Arte e Pintura Metafísica – uma pintura que Meio Ambiente. mostrava a falta de sentido da socieNos processos de Mudanças em que dade contemporânea: mistério, luzes, muitas instituiçõees do Brasil hoje se objetos, sombras e cores intrigantes tivêem envolvidas, têm já por base a canha como principal artista, pacidade de realizar o Movimento da Giorgio De Chirico (1888-1979), um Pedagogia do Desejo. pintor italiano, com suas obras “O Desejo que Portugal caminhe no DeseEnigma da Chegada” e “O Regresso do jo de algumas Mudanças na conquisPoeta”. ta de novas atitudes, onde figure a ParOutros Movimentos do Século XXI tilha a Dois, as boas Perguntas, o QuesCuriosidades : O steampunk (subgétionar, a Cultura da Responsabilidanero da ficção científica que trata de de, a Sensibilidade para olhar para o evoluções tecnológicas que acontecem nosso lado, a autoconfiança de que faem épocas anteriores às que ocorrezemos nosso melhor sem comparações. ram na realidade) também tem sua O movimento de Educação pela Arte é parcela de arte única. O idealismo stea verdadeira transformação do sentir ampunk usa o conceito de ressuscitar actual, em que cada um de nos possa tecnologias antigas, aqui vejo clara converter o Cansanço em Energia pelo prazer das coisas boas que fazemos.
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Diferentemente do que pensamos: “Não somos ilhas isoladas, e sim partes de uma mesma célula – distintos, porém interligados.”
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Que seja o Movimento pela Arte a nossa Energia na Mudança! Tania Estrada Morales 15/07/2014
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la de várias formas. Foi chamado, também, de colagem, porque eles colocavam tudo o que podiam, como letras, as números, vidros, etc., com o intuito de a incriar novos efeitos e despertar a ateno objeção. m único O abstracionismo é a arte que se opõe mo evolu à arte figurativa ou objetiva. A principal característica da pintura abstrata é a ausência de relação imediata entre suas formas e cores e as formas e cores mente o conceito do Criativo é contrade um ser. A pintura abstrata é uma riar o banal. manifestação artística que despreza Este movimento o steampunk fez que completamente a simples cópia das formeu pensamento viajasse a minhas leimas naturais, interessante como este turas de criança da obras de Júlio Vermovimento pode influenciar estilos e ne. influenciadores no mundo das artes, e a forma de ver nosso talento. A Educação pela Arte, é para mim um movimento transformador com muNo impressionismo, estilo marcado danças positivas na educação e Cultupor cores fortes e brilhantes, texturas ra do País, como estamos vendo ace linhas harmónicas, prevalecem as contecer no movimento Eco-Art. paisagens, os grupos de pessoas e as formas humanas. Neste movimento O mesmo reúne obras sobre ecologia e aparece uma mudança no talento e na paixão no que refere “motivação dos Artistas”. Os estudos de Freud sobre psicanalismo e a política mostravam a complexica dade da sociedade moderna. Em crítiassaiu em dois grandes movimentos e muca à cultura europeia, surgiram: s emodanças chamados Cubismo Analítico O Futurismo: O futurismo é um estilo e Cubismo Sintético. Podemos dizer influenciado pelo movimento literário seu início que o cubismo nasceu como um moviManifesto Furista, criado por Filippo XVI, início mento no ano 1908, constituído em Tommaso Marinetti, em 1909 um poera “barroco”, Montmartre (Rue Ravignon 13), onde ta e escritor italiano que sugeriu às significa uma viviam Picasso, Max Jacob e Juan pinturas a velocidade das máquinas e rfeita, com os seGris. O grupo Bateau Lavoir organia exaltação do futuro para os pintores ares. zou uma homenagem ao Rousseau, dudesse estilo, os artistas não tinham esdo fenómeno do Barrante a comemoração Picasso em tom sa visão de futuro! INTERESSANTE! r a junção dos dois elede muito entusiamso disse: "Você e eu Os estudos de Freud sobre psicanalisiência. O primeiro, ressomos os pintores actuais. Eu em estimo em Cultura política mostravam a
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Serve para quê? “Se, por um lado, os poderes do homem, o animal sábio, nos enchem de admiração, por outro lado, não podemos deixar de nos espantar com a lentidão da sua aprendizagem. E o maior de todos os obstáculos a essa aprendizagem é a quantidade de aprendizagem acumulada que com as suas ilusões de conhecimento ele foi juntado” In “os Pensadores” – capítulo 21 – “Francis Bacon e a visão dos velhos ídolos e dos novos domínios”, de Daniel J. Boorstin. Sinto-me assim, num novo renascimento da consciência de que o que “sei” atrapalha mais o que” desejo saber”, e que não posso escapar dessa condição animal, orgânica, que me liga ao Real e às Coisas. Sou um homem e sinto, comovo-me, amo, odeio, alegro-me, zango-me, sinto prazer, dor, desconforto, comichão, cócegas. Não sou apenas este corpo, em transformação, em constante recursão, reconstrução autopoiética, mas dele dependo para a perceção e interação com o que me rodeia. Pois o que me acontece é que após 39 anos de acumulação de informação, no meio de tanta sensação, intuição e emoção, já é com dificuldade que me consigo posicionar para ver com clarividência o Universo à minha volta. Quem sou, de onde venho, para onde vou? Aliás, já me custa até pensar nestas questões do de onde vimos, para onde vamos, quem somos. Em verdade, as questões já nem me aparecem como “porquês” mas antes como um simples “para que serve?” Para que servem afinal o Saber, a Sabedoria e a Consciência? Hoje, no meio de uma tarde prazenteira, ensolarada, brinco no jardim com os meus Filhos e só amiúde me distraio, das suas gargalhadas e tropelias, pela brisa temperada que me passa pelos cabelos. É um estado de graça que agradeço a Deus, aos Deuses, ao
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Cosmos. Por cima de mim navegam nuvens enormes, voluptuosas, num lento vórtice que me dá a sensação que é antes a Terra que se move. E o azul enche-me. E a sua luz enche os meus Filhos de Sol, e nos seus sorrisos sinto saúde, vejo o Amor e as promessas do futuro. Para que servem afinal o Saber, a Sabedoria e a Consciência? O meu Pai tem andado doente, o pecúnio que recebo pela minha prestação no trabalho não me chega para pagar as contas e o desemprego ameaça ou afeta metade dos meus Amigos. O tempo míngua de tal forma que já quase não consigo pintar. E o Mundo ainda está cheio de fome, doença, injustiça e guerra. Para que servem afinal o Saber, a Sabedoria e a Consciência? Paro. Paro por um bocado. Olho para todo este fluxo imparável, incomensurável de informação que se me atravessa pela frente e procuro despertar. Acordo e paro e fico só atento, a olhar, a ouvir, a sentir, a cheirar… Paro e despojo-me das vestes, andrajos, com que me tenho enfeitado… Servem a minha liberdade, serve a liberdade dos meus Meninos. Servem o meu desejo de viver. Servem a minha felicidade. Servem a minha ligação ao Real, ao Mundo e ao Outro, sem subversões ou subjugação. Servem-me de coragem para esvaziar o copo quando é preciso, para abrir as janelas da mente, para que a alma se me não cristalize ou coagule, não pare nem no tempo nem no espaço. Ao mesmo tempo, não servem para nada… por isso as procuro, as escolho. NQ, Abril 2014
MOVE PARA ONDE ? Serve para quê? “Se, por um lado, os poderes do homem, o animal sábio, nos enchem de admiração, por outro lado, não podemos deixar de nos espantar com a lentidão da sua aprendizagem. E o maior de todos os obstáculos a essa aprendizagem é a quantidade de aprendizagem acumulada que com as suas ilusões de conhecimento ele foi juntado” In “os Pensadores” – capítulo 21 – “Francis Bacon e a visão dos velhos ídolos e dos novos domínios”, de Daniel J. Boorstin. Sinto-me assim, num novo renascimento da consciência de que o que “sei” atrapalha mais o que” desejo saber”, e que não posso escapar dessa condição animal, orgânica, que me liga ao Real e às Coisas. Sou um homem e sinto, comovo-me, amo, odeio, alegro-me, zango-me, sinto prazer, dor, desconforto, comichão, cócegas. Não sou apenas este corpo, em transformação, em constante recursão, reconstrução autopoiética, mas dele dependo para a perceção e interação com o que me rodeia. Pois o que me acontece é que após 39 anos de acumulação de informação, no meio de tanta sensação, intuição e emoção, já é com dificuldade que me consigo posicionar para ver com clarividência o Universo à minha volta. Quem sou, de onde venho, para onde vou? Aliás, já me custa até pensar nestas questões do de onde vimos, para onde vamos, quem somos. Em verdade, as questões já nem me aparecem como “porquês” mas antes como um simples “para que serve?” Para que servem afinal o Saber, a Sabedoria e a Consciência? Hoje, no meio de uma tarde prazenteira, ensolarada, brinco no jardim com os meus Filhos e só amiúde me distraio, das suas gargalhadas e tropelias, pela brisa temperada que me passa pelos cabelos. É um estado de graça que agradeço a Deus, aos Deuses, ao
Cosmos. Por cima de mim navegam nuvens enormes, voluptuosas, num lento vórtice que me dá a sensação que é antes a Terra que se move. E o azul enche-me. E a sua luz enche os meus Filhos de Sol, e nos seus sorrisos sinto saúde, vejo o Amor e as promessas do futuro. Para que servem afinal o Saber, a Sabedoria e a Consciência? O meu Pai tem andado doente, o pecúnio que recebo pela minha prestação no trabalho não me chega para pagar as contas e o desemprego ameaça ou afeta metade dos meus Amigos. O tempo míngua de tal forma que já quase não consigo pintar. E o Mundo ainda está cheio de fome, doença, injustiça e guerra. Para que servem afinal o Saber, a Sabedoria e a Consciência? Paro. Paro por um bocado. Olho para todo este fluxo imparável, incomensurável de informação que se me atravessa pela frente e procuro despertar. Acordo e paro e fico só atento, a olhar, a ouvir, a sentir, a cheirar… Paro e despojo-me das vestes, andrajos, com que me tenho enfeitado… Servem a minha liberdade, serve a liberdade dos meus Meninos. Servem o meu desejo de viver. Servem a minha felicidade. Servem a minha ligação ao Real, ao Mundo e ao Outro, sem subversões ou subjugação. Servem-me de coragem para esvaziar o copo quando é preciso, para abrir as janelas da mente, para que a alma se me não cristalize ou coagule, não pare nem no tempo nem no espaço. Ao mesmo tempo, não servem para nada… por isso as procuro, as escolho. NQ, Abril 2014
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OM, Aum, o som do movimento do Universo, o eco do seu início distante… Vivo na era da descoberta do Bosão de Higgs, do pleno, seguro e consolidado funcionamento do Acelerador de Partículas do CERN, já numa época pós Relatividade Geral de Einstein, nos tempos da elaboradíssima complexidade matemática da Teoria das Cordas. No meu íntimo, no fundo da minha alma (será que esta existe?)procuro contudo e apenas ouvi-lo: este silêncio que é também um rumor sem fim. Quando me concentro, respiro-o, sinto-lhe, por momentos, essa nesgazinha de grandiosidade de que todos somos parte. Já me explicaram que maís o conseguiria integrar se tivesse “o copo me M, Aum, o som do movimento do Universo, o eco do seu início distante… Vivo na era da descoberta do Bosão de Higgs, do pleno, seguro e consolidado funcionamento do Acelerador de Partículas do CERN, já numa época pós Relatividade Geral de Einstein, nos tempos da elaboradíssima complexidade matemática da Teoria das Cordas. No meu íntimo, no fundo da minha alma (será que esta existe?)procuro contudo e apenas ouvi-lo: este silêncio que é também um rumor sem fim. Quando me concentro, respiro-o, sinto-lhe, por momentos, essa nesgazinha
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nos cheio”. É mais fácil encher um copo vazio do que fazer entrar o que seja numa malga (amálgama!) a transbordar. A dura tarefa que tenho hoje pela frente é esvaziar-me desse caudal. É minha essa tarefa apenas porque a escolho. Não sei se sou capaz, se estou à altura da complexa exigência do seu postulado. Sigo com a simplicidade, humildade e receios de uma criança (talvez até com um pouco da sua indisciplina e irreverência). Por isso começo por desenhar e pintar. Não me levem a mal. Não sou capaz de o fazer de outra forma agora. Vou pintar o que não compreendo, pintarei tudo o que me distraí o pensa
mento, para ver se a pintar desmistifico e desmistificando exorcizo essa força magnética que me agarra obsessivamente à forma das coisas. Pensando menos sentirei talvez mais. Mais perto estarei talvez do essencial, do conteúdo. Mais perto da verdade, quem sabe, da consciência, do coração… de Ti! Aka OM (Aum), já em outubro deste ano, com o apoio Tailored, AKA Art Projects e da Câmara Municipal de Sintra.M, Aum, o som do movimento do Universo, o eco do seu início distante… Vivo na era da descoberta do Bosão de Higgs, do pleno, seguro e consolidado funcionamento do Acelerador de Partículas do CERN, já numa época pós Relatividade Geral de Einstein, nos tempos da elaboradíssima complexidade matemática da Teoria das Cordas. No meu íntimo, no fundo da minha alma (será que esta existe?)procuro contudo e apenas ouvi-lo: este silêncio que é também um rumor sem fim. Quando me concentro, respiro-o, sinto-lhe, por momentos, essa nesgazinha de grandiosidade de que todos somos parte. Já me explicaram que maís o conseguiria integrar se tivesse “o copo me
OM, Aum, o som do movimento do Universo, o eco do seu início distante… Vivo na era da descoberta do Bosão de Higgs, do pleno, seguro e consolidado funcionamento do Acelerador de Partículas do CERN, já numa época pós Relatividade Geral de Einstein, nos tempos da elaboradíssima complexidade matemática da Teoria das Cordas. No meu íntimo, no fundo da minha alma (será que esta existe?)procuro contudo e apenas ouvi-lo: este silêncio que é também um rumor sem fim. Quando me concentro, respiro-o, sinto-lhe, por momentos, essa nesgazinha de grandiosidade de que todos somos parte. Já me explicaram que maís o conseguiria integrar se tivesse “o copo me M, Aum, o som do movimento do Universo, o eco do seu início distante… Vivo na era da descoberta do Bosão de Higgs, do pleno, seguro e consolidado funcionamento do Acelerador de Partículas do CERN, já numa época pós Relatividade Geral de Einstein, nos tempos da elaboradíssima complexidade matemática da Teoria das Cordas. No meu íntimo, no fundo da minha alma (será que esta existe?)procuro contudo e apenas ouvi-lo: este silêncio que é também um rumor sem fim. Quando me concentro, respiro-o, sinto-lhe, por momentos, essa nesgazinha de grandiosidade de que todos somos parte. Já me explicaram que maís o conseguiria integrar se tivesse “o copo meM, Aum, o som do movimento do Universo, o eco do seu início distante… Vivo na era da descoberta do Bosão de Higgs, do pleno, seguro e consolidado funcionamento do Acelerador de Partículas do CERN, já numa época pós Relatividade Geral de Einstein, nos tempos da elaboradíssima complexi-
nos cheio”. É mais fácil encher um copo vazio do que fazer entrar o que seja numa malga (amálgama!) a transbordar. A dura tarefa que tenho hoje pela frente é esvaziar-me desse caudal. É minha essa tarefa apenas porque a escolho. Não sei se sou capaz, se estou à altura da complexa exigência do seu postulado. Sigo com a simplicidade, humildade e receios de uma criança (talvez até com um pouco da sua indisciplina e irreverência). Por isso começo por desenhar e pintar. Não me levem a mal. Não sou capaz de o fazer de outra forma agora.
mento, para ver se a pintar desmistifico e desmistificando exorcizo essa força magnética que me agarra obsessivamente à forma das coisas. Pensando menos sentirei talvez mais. Mais perto estarei talvez do essencial, do conteúdo. Mais perto da verdade, quem sabe, da consciência, do coração… de Ti! Aka OM (Aum), já em outubro deste ano, com o apoio Tailored, AKA Art Projects e da Câmara Municipal de Sintra.M, Aum, o som do movimento do Universo, o eco do seu início distante… Vivo na era da descoberta do Bosão de Higgs, do pleno, seguro e consolidado
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Já há 15 anos que não desenhava com modelo vivo e este olhar que não despoja, antes vê, com ternura, com respeito, a cada traço, em cada pincelada é um gesto religioso de reverência à Vida humana e à sua forma. Para quem nunca deu conta do significado desta disciplina formal, no âmbito do desenho, a sua prática funda-se na experiência enraizada ao longo dos tempos que o Desenho de Modelo é realmente o exercício mais completo para compreender conceitos como: composição, enquadramento, volumetria, claro-escuro, linha, mancha ou trama. É o desenho na escala do humano que no fundo se transforma em referência nuclear e centro de gravidade para a nossa relação com o mundo que nos rodeia. Mas o Nu, em si, não é apenas, e dentro deste contexto das Artes, uma representação de uma pessoa sem indumentária ou ponto de partida para uma aprendizagem meramente artística. O Nu traz consigo outras conotações. Na sua percepção simbólica pode, entre outras coisas, ser evocado como a Verdade, despojada de todos os acessórios. Na Grécia Antiga, em regiões como Minoa e Esparta, a nudez era, seguindo esta leitura, francamente bem aceite. Nos Jogos Olímp icos, os Atletas competiam inclusivamente nus.
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A palavra Ginásio, por exemplo, significa local de nudez. Até ao início do séc. VIII, os baptismos cristãos eram recebidos em despojamento e nudez também, numa imersão em água, a simbolizar um novo nascimento. O Nú como o primeiro momento existencial… O desaparecimento desta prática acentuou mais tarde, a conotação sexual da nudez. Verdade, Simbolismo, Espiritualidade, Religiosidade, Erotização, Vergonha… Nestes desenhos fazemos assim, não uma representação, mas uma reapresentação de todas as nossas experiências em contato com o mundo circundante, elaboradas com completo envolvimento da nossa organização primária, dos nossos padrões de vivência, da nossa vontade incontornável de saber e Ser mais. Que riqueza! O Antropocentrismo e humanismo subjacentes a esta modalidade de desenho são assim tecidos pelo desenhador e espectador em torno dos corpos que habitamos e dos outros que sentimos habitados, sem preconceitos sobre o que é o real ou sequer sobre a presença de cada um nos seus domínios particulares de existência.
A mim, pessoalmente, em cada Modelo deslumbra-me a relação que estabelecem com o espaço, com as infinitas possibilidades de mobilidade e posicionamento dentro dele. Enternece-me cada ténue interacção com os desenhadores, pintores, escultores, também eles, também eu, outros corpos atarefados neste vínculo momentâneo em que, em traços ou pinceladas, tanta coisa se torna sublime e desvela. Se queres partilhar um pouco desta energia, em contacto com os originais, podes encontrar uma selecção disponível para venda em: Atenciosamente, Nuno Quaresma Maio de 2011
A palavra Ginásio, por exemplo, significa local de nudez. Até ao início do séc. VIII, os baptismos cristãos eram recebidos em despojamento e nudez também, numa imersão em água, a simbolizar um novo nascimento. O Nú como o primeiro momento existencial…
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O que pode um homem simples dizer ou fazer no Mundo agora? Não sou, à semelhança da maioria dos homens e mulheres dos nossos tempos, especialista em economia ou finanças, mas como comum entre comuns sinto hoje mais desconfiança e receio em relação ao futuro. Pelo menos em relação a este futuro, a dois tempos, em que alguns enriquecem e muitos empobrecem.
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Não penso assim por despotismo. Passo a vida a desejar o melhor para quem o procura, para quem luta por mais e melhor. Alegra-me a visão da abundância no regaço de quem for. Celebro a fertilidade por si só e regalo os olhos quando vejo a Terra cheia de tudo e do bom.
Por isso não consigo deixar de indagar porque é que neste Mundo onde há excesso e abundância de tudo, vemos fome, desemprego, doença, desproteção na saúde e na velhice? Porque que pagam os homens e as mulheres do nosso tempo os caprichos da doutrina do Capitalismo desenfreado? Porque malha o peso da quimera do lu-
O que pode um homem simples dizer ou fazer no Mundo agora? Não sou, à semelhança da maioria dos homens e mulheres dos nossos tempos, especialista em economia ou finanças, mas como comum entre comuns sinto hoje mais desconfiança e receio em relação ao futuro. Pelo menos em relação a este futuro, a dois tempos, em que alguns enriquecem e muitos empobrecem.
Não penso assim por despotismo. Passo a vida a desejar o melhor para quem o procura, para quem luta por mais e melhor. Alegra-me a visão da abundância no regaço de quem for. Celebro a fertilidade por si só e regalo os olhos quando vejo a Terra cheia de tudo e do bom.
Por isso não consigo deixar de indagar porque é que neste Mundo onde há excesso e abundância de tudo, vemos fome, desemprego, doença, desproteção na saúde e na velhice? Porque que pagam os homens e as mulheres do nosso tempo os caprichos da doutrina do Capitalismo desenfreado? Porque malha o peso da quimera do lu-
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OM, Aum, o som do movimento do Universo, o eco do seu início distante… Vivo na era da descoberta do Bosão de Higgs, do pleno, seguro e consolidado funcionamento do Acelerador de Partículas do CERN, já numa época pós Relatividade Geral de Einstein, nos tempos da elaboradíssima complexidade matemática da Teoria das Cordas. No meu íntimo, no fundo da minha alma (será que esta existe?)procuro contudo e apenas ouvi-lo: este silêncio que é também um rumor sem fim. Quando me concentro, respiro-o, sinto-lhe, por momentos, essa nesgazinha de grandiosidade de que todos somos parte. Já me explicaram que maís o conseguiria integrar se tivesse “o copo me M, Aum, o som do movimento do Universo, o eco do seu início distante… Vivo na era da descoberta do Bosão de Higgs, do pleno, seguro e consolidado funcionamento do Acelerador de Partículas do CERN, já numa época pós Relatividade Geral de Einstein, nos tempos da elaboradíssima complexidade matemática da Teoria das Cordas. No meu íntimo, no fundo da minha alma (será que esta existe?)procuro contudo e apenas ouvi-lo: este silêncio que é também um rumor sem fim. Quando me concentro, respiro-o, sinto-lhe, por momentos, essa nesgazinha de grandiosidade de que todos somos parte. Já me explicaram que maís o conseguiria integrar se tivesse “o copo meM, Aum, o som do movimento do Universo, o eco do seu início distante… Vivo na era da descoberta do Bosão de Higgs, do pleno, seguro e consolidado funcionamento do Acelerador de Partículas do CERN, já numa época pós Relatividade Geral de Einstein, nos tempos da elaboradíssima complexidade matemática da Teoria das Cordas. No meu íntimo, no fundo da minha alma (será que esta existe?)procuro contudo e apenas ouvi-lo: este silêncio que é também um rumor sem fim. Quando me concentro, respiro-o, sinto-lhe, por momentos, essa nesgazinha de grandiosidade de que todos somos parte. Já me explicaram que maís o conseguiria integrar se tivesse “o copo me nos cheio”. É mais fácil encher um copo vazio do que fazer entrar o que seja numa malga (amálgama!) a transbordar. A dura tarefa que tenho hoje pela frente é esvaziar-me desse caudal. É minha essa tarefa apenas porque a escolho. Não sei se sou capaz, se estou à altura
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da complexa exigência do seu postulado. Sigo com a simplicidade, humildade e receios de uma criança (talvez até com um pouco da sua indisciplina e irreverência). Por isso começo por desenhar e pintar. Não me levem a mal. Não sou capaz de o fazer de outra forma agora. Vou pintar o que não compreendo, pintarei tudo o que me distraí o pensa mento, para ver se a pintar desmistifico e desmistificando exorcizo essa força magnética que me agarra obsessivamente à forma das coisas. Pensando menos sentirei talvez mais. Mais perto estarei talvez do essencial, do conteúdo. Mais perto da verdade, quem sabe, da consciência, do coração… de Ti! iria integrar se tivesse “o copo meOM,
Aum, o som do movimento do Universo, o eco do seu início distante… Vivo na era da descoberta do Bosão de Higgs, do pleno, seguro e consolidado funcionamento do Acelerador de Partículas do CERN, já numa época pós Relatividade Geral de Einstein, nos tempos da elaboradíssima complexidade matemática da Teoria das Cordas. No meu íntimo, no fundo da minha alma (será que esta existe?)procuro contudo e apenas ouvi-lo: este silêncio que é também um rumor sem fim. Quando me concentro, respiro-o, sinto-lhe, por momentos, essa nesgazinha de grandiosidade de que todos somos parte. Já me explicaram que maís o conseguiria integrar se tivesse “o copo me M, Aum, o som do movimento do Universo, o eco do seu início distante… Vivo na era da descoberta do Bosão de Higgs, do pleno, seguro e consolidado funcionamento do Acelerador de Partículas do CERN, já numa época pós Relatividade Geral de Einstein, nos tempos da elaboradíssima complexidade matemática da Teoria das Cordas. No meu íntimo, no fundo da minha alma (será que esta existe?)procuro contudo e apenas ouvi-lo: este silêncio que é também um rumor sem fim. Quando me concentro, respiro-o, sinto-lhe, por momentos, essa nesgazinha de grandiosidade de que todos somos parte. Já me explicaram que maís o conseguiria integrar se tivesse “o copo meM, Aum, o som do movimento do Universo, o eco do seu início distante… Vivo na era da descoberta do Bosão de Higgs, do pleno, seguro e consolidado funcionamento do Acelerador de Partículas do CERN, já numa época pós Relatividade Geral de Einstein, nos tempos da elaboradíssima complexidade matemática da Teoria das Cordas. No meu íntimo, no fundo da minha alma (será que esta existe?)procuro contudo e apenas ouvi-lo: este silêncio que é também um rumor sem fim. Quando me concentro, respiro-o, sinto-lhe, por momentos, essa nesgazinha de grandiosidade de que todos somos parte. Já me explicaram que maís o conseguiria integrar se tivesse “o copo me nos cheio”. É mais fácil encher um copo vazio do que fazer entrar o que seja numa malga (amálgama!) a transbordar. A dura tarefa que tenho hoje pela frente é esvaziar-me desse caudal. É minha essa tarefa apenas porque a escolho. Não sei se sou capaz, se estou à altura
NÓS SABEMOS Tenho a convicção de que a percepção é apenas a porta de entrada para um conhecimento maior que o entendimento em si mesmo. Sem o erro da expectativa, e a escolha não assumida de que o vazio é necessário, talvez seja a perda o despertar necessário para a obrigatoriedade sempre voluntária de abandonar o “pouco” em detrimento do “tudo”, pois o que criamos será sempre pouco quando comparado com o que foi criado e acumulado antes de nós. Poderá até nem ser este o caminho da redenção, mas perder o mapa faz-nos perceber que o acumular de informação não nos torna mais sábios; cada estrada é uma incógnita até a percorrermos por nós mesmos; sabendo que nunca as percorreremos todas, isso só nos dá mais tempo para apreciarmos cada uma delas; encaro a limitação temporal como a maior dádiva que a vida nos pode dar; a verdadeira superioridade face aos demais seres; NÒS SABEMOS que um dia mudaremos de estado; não interessa o como, o para quê, nem mesmo o quando; apenas sabemos que sendo talvez a única verdade universal, irá acontecer. Talvez no final as suspeitas sejam confirmadas, e só exista a solidão e uma inesgotável e intrínseca cega vontade de acreditar que somos peças de um quadro maior que nós mesmos. Talvez nem assim a vida faça sentido. Talvez só exista um corpo que caminha para o cansaço e para o envelhecimento. Mas não é a maior tragédia de todas, já nos termos encontrado e ainda assim continuarmos perdidos? “ Yesterday is history, tomorrow is a mystery, today is a gift (…)” – Bill Keane
GRITA COMIGO Grita comigo; Dá-me todas as palavras de ódio e dor acumuladas até ficares vazio Aponta-me o dedo, cerra os dentes, franze as sobrancelhas, e acusa-me mesmo que o raciocínio não faça sentido Amaldiçoa-me pelas tuas escolhas erradas, deseja-me penitências sofridas e eternas pelos teus pecados Eu nada direi; É através da minha imperfeição que te reconheço como parte de mim e te quero ver voar para longe desta lama que te torna pesado Ouvir-te-ei como quem tem a disponibilidade que só a eternidade possui e se me permitires, segurar-te-ei com a mesma dedicação que um ramo segura a sua última folha Todas as nuvens passam; mesmo as que cobrem o Sol por muito tempo; é a inevitabilidade da mudança; Por isso dá-me tudo quanto tens dentro de ti; Porque quando te dás, és. Isso é Deus. Isso é… esperança.
EASIER Easier? Pedaços essenciais de entendimento encontram-se nos locais e nas pessoas mais improváveis. Estiveram eles sempre ali à espera de ser descobertos? Quem os criou, e à sua interpretação? Como nos sentirmos gratos pela dádiva, independentemente da sua forma e do seu conteúdo? E se o entendimento é uma construção cultural, como poderei apagar todos os valores e começar de novo? Olho à volta; sou o apogeu máximo da minha própria existência; sou os sonhos por realizar dos meus pais; sou capaz de descrever o Mundo, ou de o aniquilar. Sou tão poderoso quanto os mosquitos que vejo no pára-brisas.
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Entredia (1) by Jack CJ Simmons (2) Matadouro nº1, Lisboa, 15:46 UTC Esta monotonia do abate e desmanche de carcaças só costumava ser interrompida pela presença sempre hilariante do Sr. Mendes, mas hoje é dia de reuniões, pode não passar por cá. Mesmo assim, o dia tem sido diferente, ora pela chuva que cai forte lá fora, ora pelos trovões que se ouvem ao longe. Aqui os humanos reagem sempre ao som dos trovões. Eu não. Primeiro reajo à luz, e depois sim, ao som, mesmo quando estão mais próximos. Mas é normal, com a quantidade de sensores de luz que tenho activos, a mínima alteração da intensidade da luz aqui dentro é detectada. Mesmo assim, é interessante ver as reacções deles, surpreendem sempre um pouco. Não deixam de espantar os humanos. Acho que faz parte do nosso processo de aprendizagem. Só os conhecendo melhor que eles próprios, os podemos proteger. Engraçado como as coisas são, fui criado para proteger a vida humana e acabo de volta da morte.
A morte de animais, é verdade, mas morte. E estas carcaças, vacas em vida na sua grande maioria, e que não são mais do que alimento para a raça humana, não as protegemos. Protegemos uma raça mas não outras. Às vezes interrogo-me como as coisas seriam se a EDT não nos tivessem criado. Se tivéssemos sido criados por outra organização, por outros humanos, com outros objectivos, com outros valores. Será que a humanidade ainda existiria? Será que teríamos conseguido parar a primeira vaga? A verdade é que há mais de cem anos que esperamos pela segunda vinda. Eles sempre acreditaram que viriam mais. Mais tarde, mais fortes, muito depois de eles morrerem, é certo, mas mesmo assim deixaram-nos de vigia, à espera, porque acreditavam. Ora aí está, o
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ENT RED IA Sr. Mendes acabou de entrar na sala. Lá está ele a conferir tudo. E lá está o Lemos a levar outro raspanete. Sempre a fazer as coisas à maneira dele. Depois ouve. Não é um trabalho difícil, mas há humanos que não têm perfil para isto. Nem todos conseguem desmanchar as carcaças sem que isso os afecte, mesmo no longo prazo. Mais cedo ou mais tarde, todos acabam por desistir. É demasiadas horas, demasiadas carcaças, demasiado sangue, torna-se demasiado pessoal. Não resistem. Menos eu, claro. Já estou cá há doze anos. Mas a mim não me afecta, é verdade, mas eu não sou humano. - Boa tarde, Sr. Mendes - digo-lhe antes mesmo de chegar ao pé de mim. - Jones - responde sem me olhar nos olhos. Ainda vinha lá ao fundo e já vinha com os olhos posto no meu trabalho. Acho que sonha um dia encontrar um defeito no meu trabalho. Mal ele sabe que isso é impossível. Por norma não conseguimos fazer diferente do que nos é pedido. E mesmo entre nós, quando é preciso fazer algo de diferente, são precisos ultrapassar as dez salvaguardas do nosso ser. Antes dizíamos core, mas desde que nos integrámos na população que tivemos que adaptar alguns termos. Dantes éramos muito estranhos, mas depressa aprendemos a ser mais humanos. - Sempre perfeito, Jones - diz-me com o ar habitual de quem não me consegue perceber totalmente - Sempre perfeito. Carry on - e afasta-se em direcção à porta B, como sempre faz. Afinal, as reuniões foram curtas hoje e ainda conseguiu visitar-nos. - Até amanhã, Sr. Mendes - respondolhe monotonamente. - Até amanhã - conclui de pronto, colocando o habitual ponto final na conversa. Que todos os humanos fossem como o Sr. Mendes, previsíveis, fiéis
aos seus hábitos, e o nosso trabalho era muito mais fácil. Mas não são. Eles falam em livre-ar se tivesse “o copo me arbítrio, nós chamamos-lhes o efectivamente ser humano. Nunca estão contentes com o que têm, querem sempre mais, querem sempre saber mais. E têm uma aptidão natural de se meterem em sarilhos no processo. Desde o último voo da EDT que não param de tentar sair do planeta. Não sei durante quanto tempo mais vamos conseguir manter as watch towers activas sem perdas de vida. No dia em que descobrirem que todos os nossos esforços são pela preservação da vida humana, de toda e qualquer a vida humana, e enviarem um voo pilotado para furar o escudo e nós formos obrigados a desligá-lo pela vida humana, perderemos o controlo. Nesse dia, a raça humana será outra vez livre de explorar o espaço, mas também ficará vulnerável às ameaças externas. E nós continuaremos a fazer os possíveis para manter a vida humana por todos os meios possíveis. Por falar em fazer os possíveis pela vida humana, hoje é dia de reunião. Costumamos reunir uma vez por mês, mas este mês já é a segunda e ainda estamos só a vinte e um. As coisas não estão fáceis. A semana passada foram lançados três shuttles pilotados de locais distintos para ver se tínhamos a capacidade de os incapacitar a todos. E fizeram-no secretamente. Não tivemos hipóteses de os sabotar antes dos lançamentos. E ontem tivemos o primeiro a menos de um quilómetro do escudo. Foi por uma unha negra, como costumam dizer os humanos, mais um segundo e atingia o seu objectivo. Os humanos defendem a desactivação do escudo e vão tentálo por todos os lados e de todas as formas.
Cada sonda que enviam é destruída quando atinge o escudo, mas eles continuam a achar que conseguem penetrá-lo com base em escudos próprios e deflectores. Por um lado é bom, estão a evoluir na defesa e na protecção. Há inclusive entre nós, quem defenda que no dia em uma sonda penetrar o escudo é o dia que a raça humana estará suficientemente protegida para explorar o espaço. Tenho pensado muito nisso, mas continuo sem ter uma opinião formada.
sido explorador, conhecer outros mundos, outras raças. Gostava de me poder juntar aos humanos nesta aventura que se avizinha. Talvez um dia, quem sabe. Notas: (1) Entredia é um advérbio que significa durante o dia, fora das horas da refeição. (2) Jack CJ Simmons escreve em Português sem respeitar o acordo ortográfico de 1990.
Só espero que na reunião de hoje não decidam desactivar já o escudo. Eu sei que foi por pouco que não perdíamos uma vida humana, mas os humanos ainda não estão preparados para o espaço. O espaço é frio, longe e demorado. E neste caso, inútil. Qualquer viagem espacial que tenha um outro planeta ou lua do nosso sistema solar como destino terá o mesmo problema que agora: o escudo protector. Não podíamos permitir o estabelecer de bases tão perto de nós aquando da primeira vinda. E continuamos a não permitir. Todos os planetas e luas deste sistema estão protegidos. E portanto, permitir a saída do planeta é permitir a entrada nos restantes. E se permitimos para humanos, não podemos não deixar de permitir para outras raças. Será demasiado complexo separar a raça humana das outras, e provavelmente demasiado tarde quando o fizermos. A nossa evolução tecnológica já não é o que era. O espirito humano desapareceu da nossa equipa tecnológica, e sozinhos levamos mais tempo a estabelecer os objectivos e a atingi-los. Contudo, acredito no nosso trabalho e acredito na raça humana. Gostava de ter
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