13 minute read
Compostos Fenólicos do Cacau e Seus Benefícios na Saúde: Uma Revisão
Cocoa Phenolic Compounds and their Healyh Benefits: A review
Advertisement
RESUMO: O cacau (Theobroma cacao) é o fruto da árvore do cacaueiro, originária da América do Sul, onde, um dos seus principais derivados é o chocolate, produto altamente popularizado. O cacau é considerado um alimento funcional e, um de seus principais compostos bioativos são os flavonoides, pois contemplam propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias que, além de desempenharem funções nutricionais quando consumido de forma regular e moderado, proporciona benefícios à saúde. É um fruto de sabor muito agradável, e com diversas variações, podendo ser introduzido na alimentação em várias formas, como: Em pó, shakes, doces, batido com frutas e até acrescido de mel e cereais ou castanhas. Com sua fórmula considerada energizante, o cacau em pó pode ser acrescido de forma a melhorar o desempenho do indivíduo, como em seu rendimento esportivo, escolar e profissional. Portanto, essa revisão de literatura tem como objetivo identificar os compostos fenólicos presentes no cacau e seus benefícios para a saúde humana.
ABSTRACT: Cocoa (Theobroma cacao) is the fruit of the cocoa tree, native to South America, where one of its main derivatives is chocolate, a highly popular product. Cocoa is considered a functional food, and one of its main bioactive compounds are flavonoids, as they have antioxidant and anti-inflammatory properties that, in addition to performing nutritional functions when consumed regularly and moderately, provide health benefits. It is a fruit of very pleasant flavor, and with several variations, it can be introduced in the diet in several forms, such as: powder, shakes, sweets, fruit smoothies, and even added to honey and cereals or nuts. With its formula considered energizing, cocoa powder can be added in order to improve the individual’s performance, such as sports, school, and professional performance. Therefore, this literature review aims to identify the phenolic compounds present in cocoa and their benefits for human health.
................. Introdução ..................
Segundo Costa e Rosa (2016), em meados dos anos 80 o termo “alimentos funcionais” foi inicialmente introduzido pelo governo do Japão com o objetivo de elencar alimentos que, além de suas funções básicas nutricionais, possuem benefícios fisiológicos ou reduzem o risco de diversas doenças, como cardiovasculares e dislipidemias. É importante enfatizar que esses alimentos não
possuem a capacidade de curar alguma patologia, mas, sim, de prevenir. Além disso, em casos de pacientes enfermos, os compostos bioativos presentes nos alimentos funcionais contribuem no combate à doença devido sua ação no organismo, de acordo com VIDAL et al (2012). Ainda segundo o estudo deles: A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) determina normas e procedimentos para registrar os alimentos funcionais no Brasil. Para lançar um produto no mercado com um registro de um alimento com alegação de propriedades funcionais de saúde, esta deve seguir a legislação do Ministério da Saúde e apresentar um relatório técnico-científico com muitas informações que comprovam os seus benefícios e a garantia de segurança para seu consumo. Muitos são os alimentos ditos funcionais, como a soja, o kefir, o abacate e o cacau, entre outros. Nesse sentido, tendo como foco deste trabalho o cacau, ele tem propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias, que atuam na diminuição do colesterol-LDL, e demonstram resultados positivos na diminuição da prevalência e incidência de doenças cardiovasculares devido à ação de compostos fenólicos (EFRAIM et al., 2011). O cacau é um fruto originário da região central da América, amplamente cultivado pela civilização Maia e com grande importância econômica em diversos países (JAHURUL et al., 2013). Utilizado como principal ingrediente do chocolate, ele é obtido a partir de sementes fermentadas, torradas e moídas podendo ser misturadas com diversos outros ingredientes para formação do chocolate como produto final (MINIFIE, 2012). Além disso, esse fruto é considerado uma das maiores fontes de flavonoides. Durante a última década, pesquisas têm demonstrado que o cacau in natura, alguns produtos de cacau e o chocolate são extraordinariamente ricos num grupo de antioxidantes conhecido como flavonóides, que pertencem a uma ampla e diversa classe de fitoquímicos chamados polifenóis (EFRAIM et al., 2011). Os flavonoides têm sido caracterizados como inibidores de células cancerosas, por apresentarem propriedades farmacológicas conhecidas como antioxidantes. Diante disso, o presente trabalho tem como objetivo identificar os compostos fenólicos presentes no cacau e seus benefícios para a saúde humana.
............... Métodologia .....................
Foi realizada uma revisão narrativa de literatura, compreendida pelas seguintes etapas: Definição do tema e do objetivo, formulação da pesquisa, relevância dos ar-
tigos encontrados, leitura e análise dos artigos selecionados, interpretação dos resultados obtidos e apresentação da revisão. As bases de dados utilizadas para a pesquisa foram Scielo, pubmed e google acadêmico. Os critérios de inclusão para a seleção dos artigos foram a presença de conteúdos referentes aos compostos fenólicos contidos no cacau e sua relação com a saúde, além disso, materiais publicados no período de 2011 à 2021. Nesse sentido, os critérios de exclusão foram artigos publicados antes do período estabelecido ou que não contemplassem a temática. Com relação às palavras-chave, utilizou-se: “Cacau”, “polifenóis”, “saúde”, “flavonóides” e “chocolate”.
........ Resultados e Discussão ...........
Compostos fenólicos presentes no cacau
Os principais compostos fenólicos encontrados nas sementes de cacau pertencem à classe dos taninos (polifenóis poliméricos) e flavonoides. Os flavonoides presentes incluem flavonóis, antocianinas, flavonas e flavononas. Efeitos funcionais significativos são associados principalmente ao seu teor de flavonóides, essas substâncias contribuem para o bom funcionamento dos vasos sanguíneos, ponto que será discuto mais a frente, além disso, as epicatequinas, catequinas e procianidinas são apontadas como os compostos que mais contribuem para a saúde cardiovascular. (ARRUDA, 2014; EFRAIM et al., 2011).
Os fenóis presentes no cacau apresentam efeitos antioxidantes e antiaterogênico, ou seja, reduz o risco da formação de placas gordurosas fibrosas nas artérias. Além disso, possui atividade anti-inflamatória, proporcionando a inibição da produção de substâncias mediadoras do processo inflamatório, fato que previne a ocorrência de vários eventos cardiovasculares, como o aumento do colesterol-HDL, redução da oxidação do colesterol-LDL, inibição da agregação plaquetária e diminuição da adesão das células vasculares, melhorando a função endotelial e reduzindo a pressão arterial (HENZ et al., 2021; PAZZINATO; CARDOSO, 2019). No que diz a respeito ao endotélio, pesquisas mostram que os polifenóis do chocolate, mais precisamente a epicatequina, seriam capazes de estimular a óxido nítrico-sintase endotelial, com consequente aumento da liberação de óxido nítrico (NO). Além de, in vitro, ter mostrado ser capaz também de inibir atividade da enzima arginase, levando à maior disponibilidade de arginase, que é um aminoácido precursor da síntese de NO. Uma vez que a disponibilidade de NO é aumentada, poderá ocorrer uma tendência à vasodilatação. Isso ocorre pois o óxido nítrico promove um relaxamento dos músculos lisos abaixo, ocasionando a vasodilatação, além de reduzir a pressão arterial. (GIRALDO, 2017; D’EL-REI; MEDEIROS, 2011).
Benefícios dos compostos fenólicos à saúde
As dislipidemias são definidas como distúrbios no metabolismo das lipoproteínas, como o aumento do colesterol total, da lipoproteína de baixa densidade (LDL) e dos triglicerídeos, assim como, uma diminuição da lipoproteína de alta densidade (HDL), sendo desenvolvidas de acordo com a exposição a fatores genéticos e/ou ambientais (SOUZA et al., 2017). O chocolate tem mostrado que exerce um efeito benéfico sobre a saúde cardiovascular. Esse efeito pode ser observado de diversas maneiras: melhorando a função plaquetária, controlando a pressão arterial, reduzindo agregação plaquetária, também atuando no sistema antioxidante e melhorando a sensibilidade à insulina. Com relação à sensibilidade à insulina, as células produtoras têm um melhor funcionamento com o aumento dos flavonóides, epicatequina, no corpo. Esses compostos contribuem para uma maior produção de ATP e, consequente, maior liberação de insulina (D’EL-REI; MEDEIROS, 2011). Segundo Giglio et al. (2018), após a análise de vários estudos sobre o consumo de cacau nas suas diversas formas, como o cacau em pó e o chocolate, ele possui grande influência no sistema cardiovascular através de seus compostos bioativos presentes em todo o cacau, desde a casca até a polpa, os quais são potentes antioxidantes, e têm capacidade de reduzir a pressão arterial significativamente e amenizar os efeitos de radicais livres. Dessa forma, os potentes antioxidantes presentes nos compostos bioativos do fruto reduzem o estresse oxidativo nas membranas plasmáticas, além de ser fonte de magnésio e potássio, nutrientes que possuem um efeito cardioprotetor. Nesse sentido, um estudo experimental feito em ratos alimentados com cacau em pó, mostrou que a utilização desse composto inibe a expressão de estresse no retículo endoplasmático, causando melhoras em situações de hiperlipidemia e aterosclerose. Esse fato pode ser explicado especialmente pela rica concentração em flavo-
noides e compostos fenólicos (GUAN, 2016). Os flavonóides presentes no cacau têm a capacidade de inibir a enzima conversora de angiotensina, com essa ação é possível amenizar os efeitos da hipertensão arterial sistêmica. Essa enzima é uma das responsáveis pelo aumento da pressão arterial, que através da conversão angiotensina I e II promove a vasoconstrição. Portanto, ao inibir esse mecanismo, os produtos ricos em cacau são benéficos no sentido de atenuar os efeitos da elevação da pressão arterial (GIGLIO et al., 2018). Segundo Santos (2021), a ingestão de cacau em pó e seus derivados por até 3 semanas, elevou em média, os níveis de colesterol-HDL em 1,8 mg/dL. A hipótese por trás disso é explicada através dos compostos fenólicos que aumentam a síntese de apolipoproteína A-1 (ApoA-1) no fígado e intestino, visto que está é uma das precursoras do colesterol-HDL. (MAGRONE, 2017; BADRIE, 2014). Um estudo prospectivo com mulheres no período da menopausa, sem diagnóstico de doenças cardiovasculares, com 16 anos de seguimentos, mostrou redução do risco de morte por doenças cardiovasculares associado ao alto consumo de alimentos ricos em flavonoides. Neste seguimento, no Zutphen Elderly Study, realizado na Holanda, envolvendo homens idosos, saudáveis, mostrou-se redução da mortalidade por doença cardiovascular no grupo por maior ingestão de cacau (D’EL-REI; MEDEIROS, 2011). Nesse sentido, além da atividade antioxidante, pode-se perceber a ação anti-inflamatória do cacau através da inibição do NF-kB, que é importante no desenvolvimento de doenças inflamatórias, pois ele é um modulador de transcrição dos genes relacionados à inflamação, ou seja, essa ação do cacau é de suma importância para a terapia anti-inflamatória (ROCHA et al., 2019). Sobre os autores
Profa. Dra. Liejy Agnes dos Santos Raposo Landim – Nutricionista. Mestre em Alimentos e Nutrição/ UFPI. Docente do Curso de Bacharelado em Nutrição do Centro Universitário Santo Agostinho – UNIFSA, Teresina, Piauí, Brasil. Anna Victória Morais e Silva; Heloísa dos Santos Nascimento; Karyni Lemos Carreiro; Maria Caroliny Alves Marreiros; Ritielly Oliveira de Sousa - Discentes do curso Bacharelado em Nutrição pelo Centro Universitário Santo Agostinho - UNIFSA, Teresina, PI, Brasil.
PALAVRAS-CHAVE: Cacau. Alimento funcional. Compostos bioativos. Saúde e chocolate. KEYWORDS: Cocoa. Functional food. Bioactive compounds. Health and chocolate.
RECEBIDO: 12/3/22 – APROVADO: 14/4/22
O cacau é um alimento funcional, ou seja, sua ingestão frequente está associada à benefícios à saúde, pois tem efeitos antioxidantes e anti-inflamatórios, que se dão pela ação de compostos fenólicos. Esse fruto tem se mostrado benéfico à saúde cardiovascular e em dislipidemias, entre outras. Portanto, se sugere o consumo do cacau e dos seus derivados, porém, ainda são escassos os estudos que mostram o limite mínimo e máximo de consumo diário, sendo necessário mais pesquisas sobre o assunto para maior compreensão sobre esses limites.
REFERÊNCIAS
ANDREOLI, R; FOLLADOR, F A. C. Alimentação saudável: prevenção de doenças e cuidados com a saúde. Cadernos PDE, ISBN 978-85-8015-093-3, Versão online, PR, Brasil, 2016. ARRUDA, C. G. Caracterização de chocolate amargo e meio amargo de diferentes marcas comerciais. 2014. 37 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) – Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campo Mourão, 2014. BADRIE, et al. Cocoa Agronomy, Quality, Nutritional, and Health Aspects. Critical Reviews In Food Science And
Nutrition, [s.l.], v. 55, n. 5, p.620-659, 11 nov. 2014. CARVALHO, J. A. et al. O alimento como remédio: Considerações sobre o uso dos alimentos funcionais. Revista Científica do ITPAC, v.6, n.4, out, 2013. COSTA, N. M. B. e ROSA, C. D. O. B. Alimentos funcionais: Componentes bioativos e efeitos fisiológicos. 2ª ed. Rio de Janeiro: Rubio, 2016. DA SILVA, A. C. M. C. A importância do consumo de alimentos anti-inflamatórios. SEMPESq - Semana de Pesquisa da Unit - Alagoas, [S. l.], n. 7, 2020. D’EL-REI, J; MEDEIROS, F. Chocolate e os benefícios cardiovasculares. Revista do Hospital Universitário Pedro Ernesto, UERJ, Brasil, 10 de Julho/Setembro de 2011. EFRAIM, P.; ALVES, A.B.; JARDIM, D.C.P. Revisão: Polifenóis em cacau e derivados. Brazilian Journal Of Food Technology, [s.l.], v. 14, n. 03, p.181-201, 14 set. 2011. FLORES, M. E. J. Cocoa Flavanols: Natural Agents with Attenuating Effects on Metabolic Syndrome Risk Factors. Departamento de Ingeniería Bioquímica, Escuela Nacional de Ciências Biológicas-Instituto Politecnico Nacional Unidad Profesional Adolfo López Mateos, Ciudad de México, Mexico, 30 March 2019. GIGLIO, R. V. et al. Polyphenols: Potential Use in the Prevention and Treatment of Cardiovascular Diseases. Current Pharmaceutical Design, [s.l.], v. 24, n. 2, p.239-258, 5 abr. 2018 GIRALDO, M. Et al. Ensayo clínico aleatorizado y controlado del efecto del consumo de cacao en pacientes con resistencia a la insulina. Acta med colomb, [s.l], v. 42, n. 2, p.90- 96. 2017. GUAN, H. et al. Dietary cocoa powder improves hyperlipidemia and reduces atherosclerosis in apoe deficient mice through the inhibition of hepatic endoplasmic reticulum stress. Mediators of inflammation, [s.l.], v. 2016, p.1-11, 2016.
HENRIQUE, V. A. Alimentos funcionais: Aspectos nutricionais na qualidade de vida. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Sergipe – IFS, Brasil – 2018. HENZ, I; BALBINO, S B. Consumo do cacau (theobroma cacao) e seus efeitos na saúde. Trabalho de Conclusão de Curso (Pós Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos com Ênfase em Alimentos Funcionais) Instituto Federal de Santa Catarina, Santa Catarina, 2021. JAHURUL, M. H. A.; JINAP, S.; ZAIDUL, I. S. M.; SAHENA, F.; FARHADIAN, A.; HAJEB, P.. Determination of fluoranthene, benzo[b]fluoranthene and benzo[a]pyrene in meat and fish products and their intake by Malaysian. Food Bioscience, v.1, p.73-80, 2013. MAGRONE, T.; RUSSO, M. A.; JIRILLO, E. Cocoa and Dark Chocolate Polyphenols: From Biology to Clinical Applications. Frontiers In Immunology, [s.l.], v. 8, p.1-13, 9 jun. 2017. MINIFIE, B. Chocolate, Cocoa and Confectionery: Science and Technology. 3 ed. Hayward: Springer Science & Business Media, 2012. PAZZNATO, K; CARDOSO, C. K. D. S. Efeitos dos flavonoides do cacau na prevenção e no tratamento de doenças cardiovasculares: uma revisão de literatura. Rev. Ciênc. Méd. 2019; 28(2): 85-98. PEREIRA, R. A relação entre Dislipidemia e Diabetes Mellitus tipo 2. Centro Universitário Geraldo Di Biase (UGB), Volta Redonda, RJ, Brasil; 17/12/2011. ROCHA, A. C. B. S; CHRISTINO, P. M. de A. B. Ação do cacau na prevenção de doenças crônicas não transmissíveis. 2019. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Nutrição) – Faculdade de Ciências da Educação e Saúde, Centro Universitário de Brasília, Brasília, 2019. SANTOS, Í. A. R. d; GARCIA, P. D; REZENDE, P. A. F. d. O consumo do chocolate e seus benefícios a saúde: uma revisão de literatura. Centro Universitário de Brasília – UniCEUB (Faculdade de ciências da educação e saúde curso de nutrição. Brasília, 2021. SANTOS, L. M. d. Efeitos dos flavonoides do cacau na glicemia e insulina sérica de indivíduos com diabetes mellitus tipo 2: uma revisão sistemática. Faculdade de Nutrição Emília De Jesus Ferreiro, Niterói, RJ, Brasil, 2021. SOUZA, N. A. d. et al. Dislipidemia familiar e fatores associados a alterações no perfil lipídico em crianças. Departamento de Nutrição e Saúde, Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Federal de Viçosa, MG, Brasil; 22/03/2017. VICENTIM, A; MARCELLINO, M. C. L. Efeito do pó de cacau (Theobroma Cacao) e seus princípios ativos na pressão arterial de portadores do Diabetes Mellitus Tipo II. Salusvita, Bauru, SP. V. 31, n. 1, p. 29-40, 2012. VIDAL, A.M. et al., A ingestão de alimentos funcionais e sua contribuição para a diminuição da incidência de doenças. Cadernos de graduação. V. 1, n.15, p. 43-52, out. Aracaju, 2012.