Revista Mercate

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revista

Mercate! Dezembro | 2014 | N° 001

O cenĂĄrio do empreendedorismo em PE 1


EMPREENDEDOR CONECTADO – ALIE A TECNOLOGIA AO SEU NEGÓCIO Twitter: Criado em 2006 por

Jack Dorsey e Eva Williams (também responsável pela criação da plataforma Blogger), permite os usuários enviarem e receberem mensagens com até 140 caracteres, conhecidos como tweets. Em outubro de 2010, publicou em seu próprio site o número de usuários ativos: 175 milhões.

Facebook: Criado em 2004

por Mark Zuckerberg e colegas de quarto da Faculdade de Harvard, é considerada desde 2009 a rede social mais utilizada no mundo. Em 2012, atingiu a marca de 1 bilhão de usuários ativos e levanta 16 bilhões de dólares mensalmente.

Elevatr – Grátis, em inglês, para iOS Quer montar sua própria empresa e ficar bilionário? O Elevatr pode ser um começo. Esse app de anotações tem foco na elaboração de planos de negócios. Nele, o empreendedor registra ideias, projetos e dados do mercado. As informações sobre cada plano são organizadas em seções, que se dividem em diversos subtópicos. Assim, fica fácil lembrar dos muitos detalhes a serem considerados no projeto.

CloudOn – Grátis, em inglês, para Android e iOS O CloudOn é um serviço que permite abrir e editar textos, planilhas e apresentações do Microsoft Office usando aplicativos na nuvem. O app trabalha integrado aos serviços Dropbox, Google Drive e Box, onde os documentos ficam armazenados. Embora ofereça as funções dos aplicativos Word, Excel e PowerPoint, o app tem duas limitações decorrentes da maneira como trabalha. Primeiro, nada funciona sem acesso à internet. Segundo, como todas as operações são executadas à distância, torna-se um pouco lento.

Quickoffice – Grátis, em português, para Android e iOS O Quickoffice, pacote de aplicativos de escritório do Google, permite editar textos, planilhas e apresentações nos formatos do Microsoft Office. Para usá-lo, é preciso identificar-se com uma conta do Google. O Quickoffice merece o download, mas vale ressaltar que ele oferece apenas recursos básicos de edição.

Franquias – Grátis, em português, para Android e iOS Como o nome sugere, o Franquias é um guia de bolso para quem pretende montar uma empresa pelo sistema de franquia. O app lista mais de 500 opções em 18 categorias como alimentação, serviços automotivos, cosméticos e escolas de idiomas. Estão lá marcas conhecidas como Habib’s, Fisk, McDonald’s e Chilli Beans. Para cada uma delas, o aplicativo informa a taxa de franquia e o investimento necessário, além de fornecer uma descrição sucinta e os contatos do franqueador. O app é útil para ter uma ideia das opções disponíveis. Mas quem for mesmo investir numa franquia vai ter, é claro, de buscar mais informações em outras fontes.


Aos leitores

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er o próprio chefe é uma opção de carreira cobiçada por aqueles que, pela necessidade ou oportunidade, procuram um estilo de vida que traga independência financeira e flexibilidade de horários, aliado a um trabalho prazeroso. Só a Região Nordeste engloba 4,8 milhões de empreendedores iniciantes e 4,7 milhões estabelecidos no mercado. Reflexo das estatísticas, Pernambuco e a sua capital Recife possuem estruturas econômicas e sociais voltadas ao comércio desde a época do colonialismo português. Os Mascates – como eram chamados os empreendedores da época – com a venda e exportação de açúcar e graças ao bem localizado porto, tornaram-se uma potência que atraía grande fluxo de comerciantes portugueses. No século XXI, as matérias-primas mudaram, mas a essência empreendedora, não. Em meados dos anos 2000, com o surgimento do Porto Digital e do C.ES.A.R, o mercado de comércio recifense abriu o seu leque de possibilidades para atrair algumas vertentes tecnológicas, como as áreas de Tecnologia da Informação, Telecomunicações e Economia Criativa. Mais além, observando a necessidade de um suporte, diversas instituições pernambucanas passaram a disponibilizar ao aluno maneiras de introduzir e instigar o empreendedorismo como carreira, em parceria com o Sebrae, SENAI e SENAC. A Universidade Federal de (Endeavor, 2013) Pernambuco (UFPE), por exemplo, criou a Diretoria de Inovação e Empreendedorismo. Já a cidade de Garanhuns, no interior do Estado, estruturou a primeira Faculdade de Administração do país com foco direcionado ao empreendedorismo, passando a ser uma fábrica de micro e pequenos empreendedores. Como espelho do antigo entrelaçado ao novo, o Recife recebeu em 2013, atividades promovidas pela Semana Global de Empreendedorismo, realizadas na Casa da Cultura, localizada bem no centro da cidade. Nesse contexto, em plena Rua da União, na Boa Vista, criou-se a Agência do Empreendedorismo Individual e Autônomo – integrante da Secretaria de Trabalho, Qualificação e Emprego do Estado. Em 2014, recebeu pela primeira vez o Entrepreuners Week, evento anual idealizado pelo Google voltado aos empreendedores. A Revista Mercate!, assim como todo negócio, surgiu de uma ideia. Descobriremos nas próximas páginas as características do empreendedor e o atual cenário do empreendedorismo pernambucano. Apresentados não como uma resposta para todas as dúvidas de quem tem o seu próprio negócio ou quer empreender, mas como um material informativo o suficiente para ajudá- los a colocar a mão na massa.

3 em cada 4 brasileiros preferem empreender,

Afinal, todos nós temos um lado empreendedor.


Sumário 05 Expediente + Colaboradores 06 Empreendedorismo no Brasil

O espaço da Economia Criativa no mercado atual - Como o Governo Federal e Estadual lidam em Pernambuco com o fomento de empreendedores criativos em uma das principais potências do setor.

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08 A importância de ter um plano 13 Empreendedorismo Inovador por Silvio Meira 23 Especial “Eu sou o meu próprio chefe”

Mulheres de Negócio - De “sexo frágil à liderança de suas próprias empresas. Descubra o perfil da mulher empreendedora no mercado e por que elas estão conquistando cada vez mais espaço.

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28 Empreendedorismo Colaborativo 33 Ausência de planejamento 35 Rafa Mattos e o Plante Amor, Colha o Bem 39 De pais para filhos 40 Empreendedorismo na Educação

Venda de tickets online gera negócios - Site reúne eventos independentes de todo o país através da comercialização de ingressos na sua plataforma da internet. Os desafios e conquistas de quem aposta no ramo do Empreendedorismo Digital.

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Mercate!

Gastronomia: destaque na culinária nordestina - Por

dentro do cotidiano de Rivandro França, chef revelação e dono do restaurante Cozinhando Escondidinho.

QUEM FAZ: Camila Magalhães Caroliny Ramos Filipe Brito

revistamercate@gmail.com

20 Sebrae: Feira do Empreendedor - Como a instituição auxilia os micro e pequenos empreendedores há quatro décadas.

Reitor Janguiê Diniz

CEO | Grupo Ser Educacional Jânyo Diniz

Coordenador de Curso

30 Iniciativas sociais visam melhorias - Através do Parque

Marjones Pinheiro

Orientadora

Capibaribe e Projeto Vincular, empreendedores sociais visam superar desafios que a sociedade impõe e combatem a desigualdade.

Msc. Daniella Brito Alves

Projeto gráfico Maryna Moraes

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Empreendedorismo

no Brasil

Cenário indica terceiro lugar no ranking de 54 países e Pernambuco registra cerca de 150 mil negócios

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mpreender, entre suas várias definições, aplica-se ao modo de pensar e agir de forma inovadora, identificando e criando oportunidades. Excitante, o ato de empreender torna possível o impossível, combatendo rotinas preestabelecidas e proporcionando riscos assumidos em favor do tão sonhado lucro. De acordo com dados publicados pelo Sebrae em julho de 2014, o Brasil possuía 27 milhões de pessoas envolvidas em um negócio próprio ou na criação de um, ficando em terceiro lugar entre 54 países, atrás apenas da China e dos Estados Unidos. Entretanto, muito mais do que uma carreira, ser empreendedor é um estilo de vida, um comportamento. Abrir um negócio é muito fácil, basta querer investir. É assim que muitos pensam. Mas, na verdade, o difícil está em se manter no mercado. Atualmente, o que o mercado espera, mais do que simplesmente algo inédito, é aquilo que traga utilidade para o dia a dia de quem tende a se interessar pelo produto oferecido. O Brasil é um dos países que mais empreende no mundo e, segundo pesquisa realizada pelo Global Entrepreneur-

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ship Monitor (GEM), em parceria com o Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBPQ) e o Centro de Empreendedorismo e Novos Negócios da Fundação Getúlio Vargas (FGV), a cada 100 brasileiros adultos, 13 estão envolvidos em alguma atividade empreendedora. Em Pernambuco, existem 149.753 empreendimentos, onde 98% são micro e pequenas empresas. Tratando-se de território nacional, existem, em média, 6 milhões de empreendimentos, incluindo também os micro e pequenos negócios. A pesquisa é do estudo anuário de trabalho do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), realizado entre 2010 e 2011. De acordo com a pesquisa, o empreendedorismo pernambucano está dividido por abrangência de setores, onde


58% ocupam o setor de comércio, 27% o segmento de serviços, 11% pelos empreendimentos voltados para a indústria e, por último, o setor de construção, que registra cerca de 10%. Nesse cenário, os pequenos negócios são responsáveis pela maior parte das vagas de trabalho no Brasil. A pesquisa de emprego e desemprego do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), realizada em 2013, revela que os pequenos negócios geram dois em cada três postos de trabalho no setor privado. Enquanto isso, nas universidades, seis a cada dez universitários brasileiros querem empreender. E, mais do que dinheiro, segurança e recompensas pessoais, a maior motivação para isso é a independência. A maioria dos empresários abre um negócio porque constata uma oportunidade de mercado e não por necessidade. Contudo, a estimativa é que, para cada negócio aberto por necessidade, como o desemprego, por exemplo, 2,24 comecem a empreender pela identificação de uma oportunidade. Apesar desse entusiasmo, poucos se preparam para a abertura dos

negócios, estudando, guardando capital financeiro ou se envolvendo em projetos inovadores. Por isso, embora tenham a confiança natural de jovens empreendedores, é normal encontrar futuros empresários que não se sintam seguros diante de atividades técnicas como planejar uma campanha de marketing para um novo produto ou estimar o valor de capital de um negócio. Um dos fatores mais associados ao empreendedorismo é a inovação. Porém, apesar da relação ampla entre estas duas palavras, a palavra inovação ainda é um conceito bastante amplo, já que inventar coisas novas nem sempre pode ser considerado um comportamento inovador. De acordo com Millor Machado, sócio-fundador da Empreendemia, rede social em que micro e pequenas empresas podem expor seus serviços e produtos, no caso de um empreendedor, além das habilidades essenciais como entendimento de mercado, capacidade de vender novas ideias, disciplina financeira, entre outros, é preciso ter uma carga considerável de motivação e capacidade de seguir em frente na hora de encarar incertezas.

Saiba mais A proporção de mulheres na criação de um negócio no país é maior que a média mundial. Só no Brasil, a cada 100 empreendedores iniciantes, 49 são mulheres. A média mundial indica 37 mulheres empreendedoras a cada 100 negócios. Os dados mostram, ainda, que elas preferem negócios ligados à estética e tratamento de beleza, comércio de vestuário e confecções. Já os homens se identificam mais com atividades ligadas à manutenção de veículos, supermercados e lanchonetes. A pesquisa é do Sebrae, com dados registrados durante o ano de 2014.

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A importância de ter um plano Construa a sua ideia, conquiste investidores e planeje o seu capital financeiro com cuidado

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planejamento financeiro de um negócio é a chave para a sua concretização no mercado. Alguns empreendedores geralmente têm incríveis ideias, mas põem de lado pela ausência de capital. De outro lado, diversas outras empreitadas recebem grandes investimentos e fecham as portas, pois não pensaram estrategicamente o seu dinheiro.

Segundo Jonathan Long, fundador e CEO do maior site internacional sobre empreendedorismo - o entrepreneur.com, Todas as normas, quem lida com o certificados, capital de giro de liberações e autorizações um negócio deve para ele operar com esquecer gastos sucesso devem estar desnecessários e evitar dívidas no cientes e em dia. O capital, cartão de crédito. primeiramente, deve ser “Você vai ter inúconstruído com o próprio meros gastos e alsuor. Carlos Santana, guns deles podem contador do Sebrae ser descartados. Ser econômico e simples no começo pode fazer a diferença entre o sucesso e o fracasso ”, explana. “Alguns, pretendendo causar uma boa impressão junto aos seus possíveis futuros clientes, gastam enormes quantidades de recursos na decoração de sua loja, equipando-a com o que há de mais moderno e mais caro quanto a equipamentos e decoração. Outros, também de forma inadequada, investem grandes quantidades em estoques, com produtos que possivelmente nunca serão vendidos por não estarem de acordo com o interesse dos consumidores, ou por serem supérfluos, canalizando dessa forma os recursos tão importantes e fundamentais para

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Cuidado! Ao invés de adquirir tudo de uma vez e jogar o crédito do seu cartão fora, elimine o estresse utilizando apenas a receita que o seu negócio possui no momento.

C.E.S.A.R: O Centro de Estudos Avançados do Recife, mais conhecido com C.E.S.A.R foi inaugurado em 1996 e é um centro privado de inovação que utiliza engenharia avançada em Tecnologias da Informação e Comunicação para solucionar problemas complexos de indústrias e empresas de diversos setores, além de fazer parte do Porto Digital. Existem duas formas de submeter a sua startup a incubação do C.E.S.A.R: através do programa CESAR.LABS e Startup Brasil. O processo é bastante simples e qualquer empreendedor pode se candidatar: basta preencher um formulário de inscrição dispobilizado no site www.cesarlabs.cesar.org.br. Uma vez selecionada, a empresa será convidada para apresentar sua ideia a um Comitê de Investimentos que avaliará, sob diversos pontos de vista, a viabilidade de execução da sua ideia no programa. Caso sua ideia seja aprovada, serão iniciados os procedimentos formais para liberação dos recursos econômicos e financeiros. A incubação dura de 3 a 6 meses e é aberto para todo o Brasil. Mais informações: www.cesar.org.br | contato@cesar. org.br | Rua Cais do Apolo, Bairro do Recife, Recife PE.


a empresa, no seu giro operacional”, completa trecho de cartilha sobre planejamento financeiro do Sebrae. Uma solução que pode ser optada por aqueles que necessitam de um investimento para o seu projeto sair do papel, principalmente se este for ligado a alguma área de tecnologia, é a utilização de Incubadoras. Em Pernambuco, instituições como o Porto Digital, C.E.S.A.R e ITEP abrem constantes seleções para incubar pequenas empresas em estágio inicial. Lá, elas podem usufruir de seus espaços físicos, ter mentorias com diversos especialistas, interagir com outros empreendedores ampliando a rede de contatos e fechar parcerias com investidores que comprem a sua ideia – chamado de “investidor anjo”. “O candidato a empreendedor precisa descobrir, atrair, convencer e manter uma rede de investidores. E um investidor de sucesso não se associa às ideias das pessoas e sim a elas. Ou seja, eles não buscam as ideias em si, mas querem descobrir a capacidade de execução”, explica o cientista e fundador do C.E.S.A.R, Silvio Meira. “Você não deve ir atrás de um investidor pelo dinheiro que ele pode oferecer. Essa é uma característica clássica de destruição de valor do negócio”, acrescenta. Marc Andreessen, famoso investidor de pequenos negócios no exterior, confessa que o tipo de empreendedor procurado por ele, é aquele que tem coragem para dizer “Eu tenho essa ideia – que eu sei que é fantástica por essas N razões. Já pensei muito sobre isso, fui ao mercado e conversei com muita gente – os meus potenciais consumidores e clientes, sei o que estou dizendo, fazendo e vou fazer isso funcionar de qualquer jeito. Quer você me financie ou até sem financiamento nenhum. Simplesmente vou fazer”. Os bancos públicos e privados também possuem um leque de possibilidades de financiamentos para empreendedores, com opções de empréstimos e seguros. Mas o contador do Sebrae, Carlos Santana, indica que antes de qualquer passo contratual com o banco, quem empreende deve ter a certeza do crescimento do negócio. “Assim como todas as normas, certificados, liberações e autorizações para ele operar com sucesso devem estar cientes e em dia. O capital, primeiramente, deve ser construído com o próprio suor. Mas não deixe que o capital limitado te impeça de desenvolver uma grande ideia”.

Porto Digital: Porto Digital é um dos pilares da nova economia do Estado de Pernambuco. Sua atuação se dá em duas atividades altamente intensivas em conhecimento e inovação, que são: Software e Serviços Tecnológicos da Informação e Comunicação (Incubadoras Cais do Porto), além da Economia Criativa (Incubadoras PortoMídia), em especial o segmento de Games, Multimídia, Cine-Vídeo-Animação, Música e Design. Em 2014, abriga 200 empresas e organizações, 3 incubadoras de empresas, 2 instituições de Ensino Superior e 2 institutos de pesquisa. Segundo o coordenador das incubadoras, Marcos Oliveira, o processo de incubação do Porto Digital é dividido em 03 etapas: “O período é de 18 meses. Os quatro iniciais, chamamos de pré-incubação, que é de AVALIAÇÃO. Os empreendedores vão desenvolver o seu modelo de negócios, identificando potenciais mercados e conversando com potenciais clientes, fornecedores”, explica. Com o feedback do mercado, então decide se persiste ou muda de foco junto com a nossa banca avaliadora”, acrescenta. Mais informações: Site da instituição: www.portodigital.org.br Telefone: 3419.8000 Rua Cais do Apolo, 181, Bairro do Recife. Fale com o ESPECIALISTA: Marcos Oliveira (Coordenador de Incubação) marcos.oliveira@portodigital.org

ITEP: Criada em 1990, a IncubaTEP (incubadora do Instituto de Tecnologia de Pernambuco) é a primeira incubadora de empresas de base tecnológica do estado. Tem como objetivo apoiar o desenvolvimento e consolidação de empresas inovadoras, contribuindo para a criação de uma cultura empreendedora. O ITEP, por meio da INCUBATEP, implantou, a Incubadora de Empresas de Base Tecnológica do Vale do São Francisco (INVASF). A incubadora foi lançada em agosto de 2010 e tem como público-alvo empresários e potenciais empreendedores daquela região, ela funciona nas dependências da Faculdade de Ciências Sociais e Aplicadas de Petrolina (FACAPE). Localizadas nas instalações dos Centros Tecnológicos, a Incubadora Tecnológica do Agreste Central (ITAC) e a Incubadora do Pajeú têm como objetivo fortalecer os arranjos produtivos locais de Caruaru e Serra Talhada. Mais informações: Site: www.itep.br Telefone: (81) 3183-4399. Av. Professor Luiz Freire, 700, Cidade Universitária, Recife PE

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O espaço da

Economia Criativa

no mercado atual

Como o Governo Federal e Estadual lidam em Pernambuco com o fomento de empreendedores criativos em uma das principais potências do setor

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Economia Criativa cresce junto com a Era da Informação, permeando Museus, Feiras, Pinturas, Bibliotecas, Cinema, Rádio, Games, Design de Moda e todos os agentes produtivos que utilizam da criatividade para gerar riquezas culturais e econômicas. Em junho de 2012, foi implantada a Secretaria de Economia Criativa no Governo Federal, que através do Ministério da Cultura movimenta R$110 bilhões anuais no país.

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O plano de ação do MinC é baseado na classificação da UNESCO, de 2009, que sugere a existência de dois setores: Setores Criativos Nucleares: A. Patrimônio Natural e Cultural; C. Artes Visuais e Artesanatos; E. Audiovisual e Mídias Alternativas;

B. Espetáculos e Celebrações; D. Livros e Periódicos; F. Design e Serviços Criativos.

Setores Criativos Relacionados: Ainda ligados com os Patrimônios Imateriais (Expressões e Tradições Orais, Rituais, Línguas e Práticas Sociais), Educação e Capacitação, estão o turismo, esporte e lazer. Definindo, assim, o cenário empreendedor criativo brasileiro e suas principais características; além da criação de incentivos governamentais, como as incubadoras criativas.

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Thaís Mallon - Assessoria MinC

Como espaço de fomento e assistência aos setores de Economia Criativa no Estado, foi inaugurada a Incubadora Pernambuco Criativo, dentro da UFPE. À esquerda, a ex Ministra da Cultura, Martha Suplicy e o lanceiro mirim do Maracatu Piaba de Ouro, no dia da inauguração.

A INCUBADORA PERNAMBUCO CRIATIVO Com investimento de R$ 40 milhões, a Rede de Incubadoras Brasil Criativo são centros de informação, empreendedorismo, formação, fomento e promoção de empreendimentos do campo da Economia Criativa, através de espaços de convívio e interação com governo, bancos, universidade e sociedade civil para a troca de experiências e estruturação do negócio. Até o final de 2014, serão 14 em todo o país: Pernambuco, Acre, Bahia, Ceará, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Distrito Federal. Em setembro de 2014, foi inaugurada a Incubadora Pernambuco Criativo em Recife, primeira a ser instalada dentro dos domínios de uma Universidade, para fortalecer o elo do Ministério da Cultura com o governo do estado de Pernambuco e a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Na solenidade de abertura, a Ministra da Cultura Marta Suplicy afirmou em discurso que Pernambuco é um Estado que respira cultura, seja pela música de Geraldo Azevedo, o movimento Mangue Beat, as rendas, a literatura com João Cabral de Melo Neto e Ariano Suassuna. “A incubadora é um ponto de encontro, de cursos, de inovação. O Centro de Convenções da UFPE é extremamente feliz, porque eu estou vendo que vai ter tudo de cultura, a juventude da faculdade vai vir aqui. Então será um lugar que vai estar com o espírito que nós precisamos para ajudar e fermentar, fazendo com que jovens que queiram iniciar uma carreira na área da cultura, aqui possam ter assistência”, completa. Para a gestora da Incubadora Pernambuco Criativo, Patrícia Reis, o desafio maior é fortalecer as ca-

deias produtivas de cada região do Estado, apoiando e fomentando as invenções cotidianas, a funcionar como um centro de O desafio maior absorção local das é fortalecer as tecnologias e conhecadeias produtivas de cimentos. “A cultura em Pernambuco cada região do Estado, possui inúmeros apoiando e fomentando protagonistas incoras invenções cotidianas, porados no seu tecido, a Incubadora a funcionar como um Pernambuco Criativo centro de absorção faz parte de uma rede local das tecnologias e física e virtual que conhecimentos. Patrícia oferece apoio aos empreendedores criatiReis, gestora da Incubadora vos e também oferece Pernambuco Criativo um ambiente de partilha, de aceleração entre empreendedores, artistas, prestadores de serviço e fabricantes dos diversos segmentos da economia criativa brasileira”. “Ficamos muito felizes em saber que no tão agradável Centro de Convenções da UFPE, vamos ter um espaço de apoio à Cultura Popular e que podemos contar com ele. A gente tem que agradecer mesmo, ficar muito grato por essa iniciativa da Incubadora em Pernambuco, porque a cultura popular tem que ser valorizada e resgatada, valorizando os mestres”, conclui o lanceiro do Maracatu Piaba de Ouro, Pedro Salustiano.

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Yves Carneiro Finzetto

@ 2013 e 2014). Para ela, o grande impulso da Economia Criativa em Pernambuco deu-se com a instalação do Porto Digital, que utilizou toda a vocação de comércio e serviços da região para o mercado criativo.

Brasileiros que foram selecionados pelo programa Conexão Cultura Brasil Negócios, do Ministério da Cultura e participaram da WOMEX 2014. Abaixo, um dos espaços da Incubadora Pernambuco Criativo.

ECONOMIA CRIATIVA EM PERNAMBUCO Mas esse não é o primeiro investimento que engloba os setores de Economia Criativa no Estado de Pernambuco. Em 2012, o Porto Digital – centro de excelência nacional e internacional de tecnologia da informação e comunicação, localizado no Recife Antigo – fez uma reformulação nas suas ações estratégicas, criando o Porto Mídia para absorver (e incubar) o potencial mercado criativo de Design, Música, Cine-Vídeo Animação, Multimídia, Fotografia e Jogos Digitais. Já em novembro de 2013, foi assinado um protocolo de intenção com foco em Economia Criativa entre os estados de Pernambuco e Brandemburgo, na Alemanha, que visa a troca de informações e práticas culturais, com a cooperação de pequenas e médias empresas com a expansão do turismo local, a mediação da experiência na área de administração do patrimônio cultural e contratos de especialistas nas áreas de exposições em museus. “A Alemanha já é o principal parceiro comercial do Brasil na Europa. Nosso desejo agora é que a assinatura deste protocolo represente o início de um aprofundamento das nossas relações também na área cultural e de negócios criativos”, afirmou na época, o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos. A Revista Exame, em abril de 2014, coloca Recife como novo polo de Economia Criativa – ressaltando a vinda do grupo Fiat Chrysler para a capital pernambucana, além do Aeroporto dos Guararapes (que éconsiderado o melhor entre os 14 aeroportos mais movimentados do país, segundo a Proteste Associação de Consumidores 12

Fora o projeto das Incubadoras Criativas, o Ministério da Cultura lança frequentemente programas que incentivam o intercâmbio de empreendedores e estudantes de áreas criativas, como o Conexão Cultura Brasil Intercâmbios eo Conexão Cultura Brasil Negócios. Este último, tem o objetivo de levar até 60 produtores culturais para participar de três eventos de negócios de grande relevância internacional: o Festival de Música Womex 2014, em Santiago de Compostela, na Espanha (de 22 a 26 de outubro); o Festival Internacional de Artes Cênicas Santiago a Mil, no Chile (de 3 a 18 de janeiro de 2015) e a Feira de Arte Contemporânea ARCO Madrid (25 de fevereiro a 1º de março de 2015).

De todas as feiras que já fui, acredito que essa é a que estou saindo com coisas mais concretas. Tive resultados de projetos futuros em parceria com o mercado internacional”, disse o responsável pelo selo Assustado Discos, de Pernambuco, Rafael Cortes Siqueira “De todas as feiras que já fui, acredito que essa é a que estou saindo com coisas mais concretas. Tive resultados de projetos futuros em parceria com o mercado internacional”, disse o responsável pelo selo Assustado Discos, de Pernambuco, Rafael Cortes Siqueira, que trabalha com artistas como DJ Dolores, Mundo Livre S/A, Autoramas, B Negão, dentre outros e foi selecionado para participar da Womex 2014.


Leo Caldas/Divulgação CESAR

Empreendedorismo Inovador por Silvio Meira Aprenda com o cientista e criador do Porto Digital e C.E.S.A.R os 09 aspectos básicos para o sucesso de um negócio

C

om o seu recém-lançado livro sobre Inovação e Empreendedorismo chamado “Novos Negócios Inovadores de Crescimento Empreendedor no Brasil” (ed. Casa da Palavra, 2014), Silvio Meira nunca teve medo de mudanças e, principalmente, de surpreender. Formado em Engenharia Eletrônica pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica em 1977 e da Computação pela Universidade Federal de Pernambuco em 1981, foi um dos fundadores do Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (C.E.S.A.R) nos anos 90, do Porto Digital nos anos 2000 e atualmente é professor titular de Engenharia de Software do Centro de Informática da Universidade Federal de Pernambuco. Nascido na pequena cidade de Taperoá na Paraíba, é movido pela tecnologia voltada ao desenvolvimento humano. O jornalista e apresentador Marcelo Tas afirma que ao contrário do estereótipo nerd pálido, curvado e tímido, Silvio Meira tem a fala solta e físico de triatleta. “Trata-se de um homem com a virtude da absoluta generosidade com o conhecimento”. Participou e observou de perto os processos de criação e evolução de dezenas de startups, como o grupo que empreendeu a primeira máquina de busca para a web no Brasil (o RADIX.com) na primeira metade da década passada. “Inovação e Empreendedorismo são os insumos essenciais para as mudanças econômicas, sociais e para as transformações que acontecem nos negócios, privados e públicos, com e sem fins lucrativos. Inovação, a chave da evolução socioeconômica e dos negócios, é a mudança de comportamento de agentes, como fornecedores e consumidores de qualquer coisa, em qualquer mercado. De ideias e políticas, na escala social, a insumos e produtos e serviços para o consumidor individual”, afirma o próprio cientista ao introduzir um de seus cursos, dessa vez na Faculdade Getúlio Vargas. Nos últimos cincoanos, ministrou centenas de palestras e debates sobre criação, inovação e empreendedorismo, no Brasil e exterior.

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De acordo com o seu livro, a evolução e o sucesso de um negócio - seja ele de que área for – está relacionado a 09 aspectos básicos:

01.

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Tenha apenas os melhores – na sua opinião e você, como melhor na deles. Um negócio é mais do que pura e simples tecnologia.

Você tem certeza de que o sonho de cada um e de todos é ligado ao que estão fazendo? As vidas pessoais e as relações de vocês com outrem vão sentir muito o efeito do novo negócio.

O TIME

O COMPROMISSO

03.

04.

A ADEQUAÇÃO

O ENTENDIMENTO

Será que estão fazendo a coisa certa, no momento certo, do jeito certo, para o mercado apropriado, com o conjunto necessário e suficiente de insumos? É preciso sim de sorte para estar com a oferta certa que o mercado esteja procurando no momento.

Desenhe o negócio principal de tal forma que todo o time saiba os pontos críticos, as prioridades, o papel dos primeiros clientes – mesmo que eles não paguem, para a coisa começar a dar certo.

05.

A RESILIÊNCIA Prepare-se para as crises, pois um negócio é criado sobre urgências e emergências. Se o seu negócio tiver só uma grande crise por dia, jogue as suas mãos para o seu e aposte na proteção.

08.

A PREVENÇÃO Tome cuidado com as mentiras que vão lhe contar, sobre tudo e muitas delas nas formas de promessas irrealizáveis, de associados, parceiros e potenciais compradores.

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06.

A PROTEÇÃO Renovar o seu espírito, várias vezes ao dia, será a peça-chave do seu repertório pessoal de preparação para injetar ânimo no time. Trabalhe dia, noite, domingos e feriados sem nunca esperar um “obrigado” de ninguém.

07.

A DECOLAGEM Transforme sua vida no seu negócio. Veja usuários, parceiros, colaboradores, vendedores, investidores, alianças, competidores em todo lugar, dia e hora. Tirar um negócio do chão pode ser um esforço de meses e talvez, até anos.

09.

A SINCERIDADE É sempre a melhor alternativa, seja lá qual for a pergunta, problema, debate ou opção. Não minta para ninguém. Sinceridade pode fazer mal a muita gente, principalmente para os incompetentes e preguiçosos. Mas no fim, a verdade é que reina.


Mulheres de Negócios

De “sexo frágil” à liderança de suas próprias empresas

Camila Magalhães

O

mundo moderno lida com diversas mudanças na sua estrutura de mercado – como a sua adaptação à tecnologia, por exemplo, surgindo novas formas de produtos, serviços e, principalmente, de mão de obra qualificada. O papel da mulher no mercado empreendedor brasileiro é visivelmente ativo, onde cerca de 45% dos pequenos negócios já são administrados por elas, segundo pesquisa da Global Entrepreneurship Monitor (GEM), e a grande maioria concilia a sua gestão com a maternidade, tarefas domésticas e matrimoniais. Uma das primeiras iniciativas brasileiras para ajuda-las nessa empreitada, foi a criação em 2010 de um portal colaborativo com informações, dicas e troca de experiências femininas ligadas ao mundo dos negócios, chamado Rede Mulher Empreendedora. Para se ter uma ideia do perfil de mulheres que empreendem no país, segundo a fundadora Ana Fontes, as que se cadastram na Rede são profissionais maduras (69% estão acima dos 31 anos), com mais anos de estudo (84% têm Nível Superior ou Pós-Graduação) e que estão atrás de flexibilidade de horário, além da independência financeira. “62% optam pelo ramo de serviços e começam a empreender por motivos pessoais, como ter mais tempo para os filhos ou veem realmente nisso uma oportunidade de serem mais reconhecidas”, contextualiza Ana. “O sucesso para a mulher empreendedora é resultado de uma equação bem mais complexa: como o tempo disponível para os filhos, o sentimento de realização com o trabalhou ou até o coeficiente de tranquilidade, a famosa paz interior ”, completa a jornalista e mentora de empreendedores, Alice Salvo. Essa liderança feminina foi tema do Women’s Forum Brasil 2014, a terceira edição da maior conferência internacional de mulheres realizada na América Latina (em São Paulo) para, sobretudo, aumentar o networking entre elas. Ainda de acordo com a GEM, as empreendedoras brasileiras são as que menos fazem networking, estratégia de contatos e relações essenciais para o suporte de um negócio. O que não foi um problema para a recifense Bianca Branco, criadora do maior evento trimestral de moda e beleza na região, o Cabine Fashion. Formada em Ad-

Segundo a GEM:

52%

dos empresários com menos de três anos e meio de atividade são do sexo feminino;

Segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBPQ): empresas com menos de três anos e meio são chefiadas por mulheres • Divido por regiões: Sul e Sudeste

57%

Sudeste

51%

Centro Oeste

56%

Nordeste

49%

• No ramo de Startups segundo pesquisa da Dow Jones VentureSource:

1,3%

6,5%

20%

de startups de mulheres de mulheres são fundadas são CEOs como por mulheres executivas A proporção média de executivas mulheres em empresas de sucesso é de 7,1% em comparação a 3,1% naquelas empresas que não têm. Em startups com 5 ou mais mulheres na equipe, 61% delas são bem sucedidas e 39% não dão certo. • No ramo de franquias segundo a Associação Brasileira de Franchising: de todos os franqueados brasileiros são mulheres.

42%

As franquias lideradas por mulheres faturam 34% mais do que as comandadas por homens e em 2013, a participação feminina nesse setor aumentou 25%. 15


Foram três edições naquele ano, que tomaram uma proporção inesperada e a procura de outras empresas para participar foi começando a surgir. “Na época, só existia o Shopping Day com marcas famosas e roupas de grife. Então achei que cabia criar o Cabine Fashion, com o conceito ligado a marcas locais de galeria e algumas lojas de shopping”, relembra Bianca. A primeira edição do Cabine Fashion foi realizada em 2011 com 13 marcas e atualmente já está na sua 11ª ediO sucesso ção, realizada no espara a mulher paço Ecomariner em empreendedora é resultado novembro, com mais de uma equação bem mais 30 marcas parceiras.

Fotos: Divulgação/Cabine Fashion

ministração pela FIR, largou em 2010 o seu trabalho estável na área de Marketing e Vendas de uma grande empresa multinacional, para dedicar-se na realização de uma empreitada: fazer o Prima Santa – negócio de sua mãe, relacionado a confecção de acessórios em couro - dar certo. “Foi quando a minha prima e dona do buffet Di Branco, Viviane Nogueira, me chamou para fazer um bazar bem informal de roupas e a parte de acessórios só eram as peças da minha mãe”, explana.

complexa: como o tempo disponível para os filhos, o sentimento de realização com o trabalhou ou até o coeficiente de tranquilidade, a famosa paz interior,” Alice Salvo , jornalista e mentora de empreendedores

A empreendedora Bianca conta que durante esse tempo, houve uma preocupação pessoal com a temática e a decoração de cada edição, além da necessidade do CF deixar de ser apenas um bazar, para proporcionar espaços de beleza, tendências para crianças e casamentos, espaço gourmet e até passarelas com desfiles de marcas influentes, como a Maria Filó. “Na procura por parceiros, vejo exatamente o que vai combinar com o evento. Fora isso tem a montadora dos stands, o contato com as lojas participantes e criação de ações que façam o público interagir com o espaço”, completa. Mãe do pequeno Eduardo há dois anos, Bianca afirma que a sua rotina como empreendedora é uma loucura e precisa se programar todos os dias. “Ter o próprio negócio é melhor, mas dá muito trabalho. Você não tem que dar satisfação para ninguém, mas tem que bater a sua meta e é muita coisa para dar conta. Tenho um filho e a minha mãe muitas vezes não pode ficar com ele porque não tenho babá, então não posso abusar”. Apesar de produzir um evento para moda, confessa que por causa disso as pessoas acabam depositando nela um olhar de expert em tendências e vendo uma Bianca Branco que não existe . “Às vezes saem fotos minhas em colunas sociais, mas eu quero mesmo é que só o Cabine Fashion apareça. Eu não ligo para marcas, mas tudo isso pode ser um processo que eu tenha que passar para talvez cuidar mais de mim, mudar os meus conceitos de mãe e profissional empreendedora”, conclui.

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Com 11 edições na bagagem, o Cabine Fashion aumentou a sua estrutura e caiu no gosto do consumidor recifense ligado em moda e tendências.


Saiba mais! EMPREENDEDORAS PODEROSAS Segundo a Forbes, maior revista de negócios e empreendedorismo do mundo.

• Ao redor do mundo:

A primeira presidente mulher do Brasil, país com a sétima maior economia mundial, e está no poder desde 2010. Nas últimas eleições presidenciais, ocorridas em Outubro de 2014, conseguiu se reelege com 54,4 milhões de votos no segundo turno e permanecerá no cargo até 2018.

A CEO das lojas Magazine Luiza, uma das maiores do Brasil. As suas habilidades como mulher de negócio chamaram atenção até da presidente Dilma Rousseff, que a convidou em 2013 para ocupar um lugar no gabinete, o qual daria suporte a empresas de pequeno porte.

Michelle Obama

Maria das Graças Silva Foster Sabe o que é trabalhar duro. Foi como escapou de uma infância dentro da favela do Rio de Janeiro para se tornar Engenheira Química e logo depois, a primeira mulher CEO da Petrobras, a maior empresa brasileira de petróleo e gás.

É a primeira dama dos Estados Unidos e com 66% é mais aprovada e popular que o seu marido, o presidente Barack Obama, que possui 44%. Graduou-se na Universidade de Harvard e é praticamente o patrão de seu marido, sendo muito mais globalmente visível por também viajar com ele para tratar de negócios.

Melinda Gates

Dilma Rousseff

Conhecida como Zica e faxineira de profissão, sempre esteve a procura de soluções para o seu cabelo cacheado. Em 1993, com alguns de sua família, montou o Beleza Natural. Salão de Beleza no Rio de Janeiro, onde descobriu a solução que procurava. Hoje emprega mais de 1.700 pessoas e tem o seu próprio centro de pesquisa, pelo fato de que 70% dos brasileiros possuem cabelos cacheados como o dela. Em 2013, inspirou personagem da novela Avenida Brasil, da emissora Rede Globo.

Luiza Helena Trajano

Heloisa Helena Assis

• As brasileiras:

É conhecida pelo seu trabalho filantrópico e global através da Bill & Melinda Gates Foundation. Esposa de Bill Gates, o fundador da Microsoft, inspira grandes doadores para a fundação, decidindo os tipos de campanha e revisando resultados. 17


Fotos: Acervo pessoal

Equipe durante evento na Califórnia

Venda de tickets online gera negócios Site reúne eventos independentes de todo o país através da comercialização de ingressos online Filipe Brito

C

om o crescimento acelerado de usuários de internet, leia-se 105,1 milhões apenas no Brasil, de 2013 para cá, cresce, cada vez mais, o mercado de investimentos a partir da rede. Os dados são de pesquisa realizada pela IBOPE Media em fevereiro de 2014. E um bom exemplo disso são as grandes marcas com lojas físicas que vêm aderindo ao comércio virtual, onde o consumidor não precisa sair de casa para comprar praticamente nada. Em contrapartida, existem as empresas que já nascem nesse meio e têm conquistado espaço na web. O empreendedorismo digital é o desenvolvimento de um modelo de negócio que se propõe a desenvolver um produto próprio, baseado em algum conhecimento ou experiência que já se tenha e, em seguida, colocá-lo no mercado a partir

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da rede. E isso pode ser feito através de um site, blog ou até mesmo de links patrocinados inseridos nas redes sociais mais acessadas. Outra possibilidade é vender produtos de terceiros. Ou seja, você se torna parceiro de algum produto ou empresa que conheça, confia e que tenha a cara do seu público-alvo e passa a oferecê-lo no seu site, blog, lista de e-mail marketing, entre outros meios de divulgação. De acordo com a Nielsen IBOPE, empresa parceira do grupo IBOPE e da Nielsen Company, especialista em medição e estatística da internet e costumes de seus usuários, no Brasil, até o ano de 2010, a internet registrava cerca de 62 milhões de usuários. Mais do que a população de vários países como a França (61,2 milhões), Reino Unido (61 milhões) e Itália (58,9 milhões). Segundo Thiago Diniz, fundador do Eventick, site de vendas de tickets online, a primeira coisa


a se fazer para ingressar no mercado digital é escolher um nicho de mercado. Mas, essa escolha deve estar relacionada com algum conhecimento que você possua. “Escolhido o nicho de mercado, você deve escolher também um meio para captar clientes. É você correr atrás e vender a sua ideia. Se ela for um mínimo que seja interessante, surgirão patrocinadores querendo investir no seu projeto”, afirma o empresário.

É você correr atrás e vender a sua ideia. Se ela for um mínimo que seja interessante, surgirão patrocinadores querendo investir no seu projeto”, Thiago Diniz, um dos fundadores do Eventick Ele conta, ainda, que o Eventick não surgiu de uma hora para outra e simplesmente começou a dar certo. Foram muitas tentativas até conseguir que a sua ideia conquistasse espaço no mercado. Formado em Ciência da Computação pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Thiago conta que a ideia surgiu a partir de um projeto que tinha de ser feito para uma das disciplinas do curso. Inicialmente, o projeto consistia na comercialização de ingressos via SMS (Serviço de Mensagens Curtas), o que, na época, por ainda não existir nada parecido, era uma ideia bastante inovadora. O projeto chegou, inclusive, a ser incubado no Cais do Porto, incubadora de startups do Porto Digital que tem como principal objetivo dar suporte aos empreendimentos nascentes de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), voltados para o desenvolvimento de soluções de problemas reais dos setores produtivos do estado de Pernambuco. De lá para cá, de olho em novas oportunidades, com uma

bagagem de experiências frustradas e maturidade adquirida, o grupo formado por André Braga, Cirdes Henrique, Guilherme Barreto e Thiago Diniz decidiu apostar na expansão e dedicação total ao Eventick, com o mote de levar um serviço de qualidade e transparência na compra de tickets pela internet. Para o grupo de empreendedores, a entrada no Vale do Silício (em inglês, Silicon Valley) foi o auge do empreendimento. Situado em São Francisco, na Califórnia, o vale é uma das maiores aglomerações de empresas com domínio de tecnologia de ponta do mundo e abrange várias cidades do Estado. Esta característica se dá em razão da região ser conhecida por desenvolver modelos acessíveis de financiamento para projetos de tecnologia, as chamadas “startups companies”. No exterior, o grupo esteve incubado por três meses. Hoje, com cerca de 500 eventos realizados por mês e mais de 100 mil ingressos vendidos, o Eventick abrange eventos diversificados e independentes de todo o país e se classifica como um dos maiores sites de venda de tickets online no Brasil. Além do Eventick, sites como o Ingresso Rápido e Ingresso.com são destaques no cenário brasileiro de vendas de ingressos pela internet. Para o jornalista Rodrigo da Rocha, 24 anos, o diferencial do site está na possibilidade de criar um evento, divulgar e comercializar ali mesmo, assim como na praticidade do processo para quem quer comprar os ingressos. “É uma mão na roda. Às vezes até no caminho da festa dá pra comprar o ingresso pelo celular, não precisa enfrentar fila na bilheteria, é só pegar e entrar. E o valor da taxa de conveniência que se cobra é justo diante da facilidade do processo”, afirma.

Saiba mais Empresas startup são empresas jovens e extremamente inovadoras em qualquer área ou ramo de atividade, que procuram desenvolver um modelo de negócio escalável e repetível.

COMO FUNCIONA Para criar a página do seu evento, o Eventick (www.eventick.com.br) possibilita personalizar a página com informações, cores e imagens. A partir daí, o seu público vê e compra o evento de qualquer lugar. De quebra, o criador e o público podem ainda espalhar e divulgar o evento através do Facebook, Google+ e Twitter. O Eventick possibilita, ainda, configurar o evento para público ou secreto, pago ou gratuito, meios de pagamento (cartão de crédito, débito em conta online ou boleto bancário) e parcelamento em até 12x. Além disso, é possível escolher quem paga as taxas por ticket: quem criou a página ou o participante do evento. 19


Gastronomia:

destaque na culinária nordestina Por Caroliny Ramos

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leito pelo Guia Quatro Rodas como chef revelação em 2013, Rivandro França, 35 anos, ingressou no mercado gastronômico comercializando trufas de recheios inusitados. Há seis anos, após trabalhar como técnico de enfermagem e sargento do exército, o jovem nascido em uma família humilde, onde a mãe era costureira e o pai denominado como o “herói” da cozinha, decidiu apostar na sua intuição e estudar Gastronomia. Graduado, resolveu ir além. Sustentou a ideia de criança e conseguiu abrir o próprio restaurante, o Cozinhando Escondidinho. Atualmente, o empreendimento, localizado no bairro de Casa Amarela, Zona Norte do Recife, especializado em comida regional, é considerado pelos veículos especializados em gastronomia – entre estes a Veja Comer & Beber – um destaque para o cenário da cultura e da cozinha pernambucana.

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Entrevista | Rivandro França

MERCATE: Durante a sua trajetória, o empreendedorismo esteve presente no seu estilo de vida desde o princípio ou surgiu ao longo das experiências vivenciadas? RIVANDRO FRANÇA: Geralmente eu começo a contar a minha história dizendo o seguinte: eu não vim para ser melhor do que ninguém, mas para ser diferente. Então, desde pequeno, procurei um diferencial na minha vida. Aos 9 anos de idade, já procurava caixinhas de fósforo no lixo, pegava o papel de presente embaixo da cama da minha mãe para embrulhar e fazia cama, armário, guarda-roupa para vender às meninas que brincavam de boneca e qualquer coco que aparecia, já era certa uma venda de cocada na frente da escola. Vim de uma família humilde, onde a gente comia pé-de-galinha a semana inteira e a conta da vendinha perto de casa era cheia de dois dedos de manteiga Bem-Te-Vi. Então, com 13 anos eu já trabalhava vendendo tempero na rua, água nos campos de futebol, cocada e amendoim nos terminais de ônibus. Aos 14, fazia pizza e pão de queijo no Bompreço das 6h às 14h e ganhava um salário-mínimo – que na época era de R$ 67 reais. E quando chegava o fim de semana, o confeiteiro do Bompreço me dava R$ 15 reais por sábado que eu trabalhasse melando as tortas de glacê branco. Ou seja, conseguia ganhar dois salários-mínimos por mês e ainda aproveitava o que aprendi para fazer buffet por encomenda. MERCATE: Diante de todas essas atividades cotidianas relacionadas com a culinária, quem ou o que serviu de inspiração para o que Rivandro França é hoje? RIVANDRO FRANÇA: Há 50 anos, o meu pai veio da Paraíba para o Recife como cozinheiro e eu cresci vendo essa cena. Gilberto Freire fala no seu livro “O Açúcar”, sobre homens duvidosos na cozinha e eu nunca entendi o motivo, pois o meu pai era o herói da minha cozinha e a minha mãe, por outro lado, era uma ótima costureira (risos). Cobro-me até hoje porque não ter uma receita que o meu pai fazia, mas herdei a sua genética. MERCATE: Até a sua recente formação em Gastronomia e abertura do restaurante Cozinhando Escondidinho, você passou um bom tempo nos corredores dos hospitais como técnico de enfermagem. Por que essa mudança radical? RIVANDRO FRANÇA: Na minha família, meu pai foi trabalhar como técnico de enfermagem. Depois o meu tio, e assim todo mundo foi optando pelo curso. Aos 17 anos, pensei: vou ser técnico em enfermagem também. Com dois meses de aulas, já procurava um diferencial. Decidi deixar meu currículo para ser voluntário do Hospital Oswaldo Cruz – onde meu pai trabalhava há 20 anos e minha mãe era costureira. Dois dias

depois recebi uma ligação comunicando o chamado para estagiar e receber uma bolsa de R$ 110 reais. Quando terminei o curso, fiquei dividindo plantões no setor de isolamento com meu tio, que já era auxiliar de lá. Aquilo pra mim foi um orgulho, então só pensava em investir na minha carreira. Consegui tirar meu certificado do Coren (Conselho Regional de Enfermagem) e fui indicado para trabalhar no Unicordis (Hospital do Coração). Em paralelo, estava investindo no meu buffet, aprendi a esculpir frutas e já montava mesas para casamento – todas em um único modelo de corte que sabia (risos). Seis anos depois, trabalhando em três hospitais, com um apartamento, um carro do ano e namoradas até dizer basta, o dinheiro foi embora. Por causa do cansaço dos plantões e por já ter me estabilizado, desisti de dois hospitais. Então, “Se seu nome não foi quando me vi sem está no jornal, não carro, sem apartamento, sem mulher, está no Google, sem dinheiro, devocê não existe” vendo a agiota e com apenas um emprego. A partir daí não achei saída, tentei tirar a minha vida. Quando acordei na UTI, entubado, com todo mundo me olhando, percebi que nada tinha sido do jeito que planejei. Com o apoio da minha família e de uma pessoa que ajudou financeiramente, fui conseguindo sair daquela situação. Paguei a quem devia, me casei, tive um filho e, como nunca tinha abandonado a cozinha, resolvi: vou viver do meu buffet. MERCATE: No momento em que você decidiu mudar sua profissão, sua família e amigos apoiaram a ideia? Como foi o seu processo de ingresso no mercado gastronômico? RIVANDRO FRANÇA: Quando comecei a pesquisar e comentar com a minha família que iria fazer o curso, sempre escutava “Meu filho, cozinheiro? Isso dá dinheiro?”, mas já estava decidido e eu sabia que deixaria de cuidar das pessoas para ser um gastrônomo com diferencial. Queria poder mudar o cardápio que sempre fazia parte dos casamentos e formaturas. Queria dar o melhor de mim. Caminhava pelas ruas da cidade procurando algum ingrediente diferente, interagia sempre com chefs de cozinha e havia concluído que iria vender 21


Entrevista | Rivandro França bombons. Tinha criado trufas com sabores inusitados, fazia de batata-doce, milho verde, jaca, macaxeira e bolo de rolo. Já estava vendendo bastante quando minha professora de marketing falou “se seu nome não está no jornal, não está no Google, você não existe”. Isso foi só um impulso para autenticar minha marca.

O chef!

Gastrônomo por formação, Rivandro França encontrou na cozinha a sua paixão desde muito cedo.

MERCATE: Sobre o Cozinhando Escondidinho, como surgiu o nome do restaurante? Para um iniciante na área, qual foi o conceito adotado para fidelizar novos clientes? Já havia estudado algum modelo para investir na ideia? RIVANDRO FRANÇA: Para não ficar só nos chocolates, também fazia escondidinho. Quando os amigos ligavam e perguntam onde eu estava, a resposta sempre era “estou aqui escondidinho, fazendo escondidinho”. Foi desse trocadilho que surgiu o Cozinhando Escondidinho. Comecei a perguntar aos amigos do curso e montei um cardápio com entradas, pratos principais e sobremesas, tudo em casa. Resolvi fazer uma pesquisa de mercado com os clientes da região, com a intenção de buscar um diferencial. Entendi que comer bem, em um lugar aconchegante e por um preço justo era a fórmula ideal. Após esta pesquisa, evoluí e percebi que aqueles 30 lugares não eram mais suficientes, precisei mudar o Cozinhando Escondidinho de local. MERCATE: Para estruturar um estabelecimento maior você precisou de muito investimento para alavancar, decorar e divulgar o seu projeto? Quais eram os pré-requisitos que seus funcionários precisavam ter? RIVRANDO FRANÇA: Quando cheguei no local que seria organizado o novo restaurante compreendi que trabalharia dobrado, o aluguel era 5x mais alto que o anterior. Resolvi decorar sozinho, já tinha planejado tudo. Levei meus cacarecos e enfeitei. Com o capital arrecadado das trufas, consegui abrir novamente as portas da minha “segunda casa”. Usei o Facebook para divulgar o novo local, os horários de funcionamento e os pratos que seriam oferecidos. Sobre as pessoas que trabalham comigo, todos precisam acreditar no diferencial e sonhar junto comigo. Por isso, 14 pessoas da minha família

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Cozinhando Escondidinho: referência na culinária pernambucana

decidiram persistir ao meu lado. MERCATE: Aos poucos você conseguiu aprimorar o seu restaurante e, ao mesmo tempo, se dedicou à produção dos doces. Com tantas superações e experiências, você começou a mostrar ao mundo como é feita a comida pernambucana. Após passar por vários estados brasileiros, chegando a visitar até o Peru, como você define a sensação de ter se tornado um profissional empreendedor e revelação na cozinha? RIVANDRO FRANÇA: Na verdade, acho que gosto desse ramo desde pequeno. Gosto da preocupação de acordar para vender, calcular o preço e a margem, procurar saber o que as pessoas querem comer e poder oferecer aquilo diariamente. Pra mim, a paixão e o interesse de buscar a melhoria do meu negócio são pontos fundamentais para apostar na possibilidade de ser seu próprio patrão.

SERVIÇO Local: R. Conselheiro Peretti, 106, Casa Amarela Telefone: (81) 8618.6781 Horário de funcionamento: Quarta a domingo, das 12h às 16h


Especial | Sessão Fotográfica

“Eu sou o meu próprio chefe” Fotos: Ane Albuquerque

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comércio informal existente no Recife é diverso em produtos, serviços e, principalmente, histórias de vida. De acordo com dados da Diretoria de Controle Urbano (Dircon), são 3 mil ambulantes, concentrados apenas no centro da cidade. O total na capital pernambucana, a assessoria do órgão diz que ainda não há registro. Muitas vezes combatidos pelas autoridades governamentais, concentram-se em locais onde há maior tráfego de pessoas: arredores das estações de metrô, terminais de ônibus, grandes centros de comércio popular como o Mercado de São José, Cais de Santa Rita e Avenida Guararapes, entre outros cenários. A Mercate! registrou de perto o dia a dia desses empreendedores, que possuem negócios voltados para diferentes segmentos e classes sociais. Alguns bastante satisfeitos. Outros, nem tanto.

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Especial | Sessão Fotográfica

01. Joabe Miguel da Silva, 56 anos

trabalha vendendo panelas na barraca que divide junto com o pai e o irmão em frente ao Mercado de São José, desde 1969. É ambulante desde pequeno e começou comercializando brinquedos de plástico, mas com a abertura da loja Atacado dos Presentes na Avenida Conde da Boa Vista, teve que mudar o seu produto para panelas de alumínio. “Os melhores dias são os do começo de cada mês e as festividades, como o São João e o Natal. O máximo que eu já consegui de venda num dia bom desses foi R$1.000,00”.

02. Maria de Lira, 65 anos

atua há cerca de 40 anos no comércio do Centro do Recife. Já vendeu de tudo: frutas, verduras, itens de cozinha, entre outros. Hoje, mantém sua barraquinha de roupas íntimas no bairro de São José. “Em um dia bom, consigo vender até R$ 600,00”.

03. Girlane Costa, 27 anos

iniciou no comércio informal vendendo produtos importados da China e, há 4 anos, teve a ideia de abrir um sexshop. O empreendimento cresceu tanto que mudou de local três vezes, por conta do pouco espaço. Hoje, comercializa 18 marcas de produtos diferentes. “É um tipo de mercadoria que sai o ano inteiro, não depende de época”.

04. Luiz Carlos de Freitas, 60 anos

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comercializa bolsas no Cais de Santa Rita há cerca de cinco anos. Com a renda adquirida, tira o seu sustento e o da sua esposa.

05. Edson Santos, 42 anos

vende sapatos de couro sintético com preços que variam de R$ 15,00 a R$ 50,00 reais e trabalha no comércio de rua há 20 anos. Compra a sua mercadoria em Caruaru e Fortaleza. O dinheiro que ganha, dá para sustentar a esposa e os dois filhos.

06. Vanessa Cintía da Silva, 24 anos

desde que terminou terceiro ano do Ensino Médio administra o negócio do avô. A loja de acessórios para eletrônicos existe há 08 anos e todos da família trabalham em algum tipo de comércio. “Eu fazia Marketing, mas tranquei. Aprendi a administrar o negócio no dia a dia mesmo. Eu gosto muito do que faço aqui, vale muito a pena. Por isso eu nem me esforço muito para fazer uma faculdade”.

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Especial | Sessão Fotográfica 07. Alexandre da Silva, 29 anos,

vende algodão-doce pelas ruas do Recife, do Mercado São José ao Marco Zero, desde os 14 anos de idade. Com a ajuda de um primo, auxilia na produção da guloseima. A renda adquirida mantém o seu sustento e o da sua mãe.

08. Mauricleide Andrade da Silva, de 52 anos trabalha há dois anos vendendo relógios com o seu marido Edson Rodrigues da Silva, de 56 anos, que já possui a barraca há oito anos. Começou só com relógios, depois abrangeu a mercadoria para rádios de pilha e pretende colocar mais variedades em breve. “Eu não vou andar para trás que nem caranguejo, vou andar para frente sempre. Tenho firma reconhecida, pago imposto direitinho e tenho maquineta VISA e Master”. 09. Priscila Alcântara, 35 anos

abriu um ponto no mercado chinês do bairro de São José há dois meses. Formada em Relações Públicas, largou o seu cargo em uma instituição privada e resolveu apostar no comércio de vestuário. “Neste fim de ano, o meu lucro tem mostrado os resultados do investimento”.

10. Rosineide Bezerra, 46 anos

herdou o trailer de lanches da mãe e deu continuidade ao negócio, que já existe há cerca de 28 anos. De segunda a segunda, junto a barraca de cocos do marido, Severino Simplício, de 55 anos, comercializa sucos, frutas em fatia, doces e salgados em geral. Com a renda, além do seu sustento e do marido, ainda ajuda a sua mãe.

11. Jimmy Chuan, 20 anos

vive no Brasil há apenas um ano e, desde que chegou aqui, abriu o seu negócio no mercado chinês, localizado no bairro de São José. Lá, comercializa itens importados como bolsas e relógios.

12. Maria de Lourdes Lima, 47 anos

comercializa frutas e verduras há 13 anos em uma das barracas espalhadas pelo bairro de São José. A cada R$ 2,00 por kg de fruta ou verdura, consegue tirar o seu sustento e o do marido. “A melhor época de vendas continua sendo o fim de ano”.

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Divulgação/Impact Hub Espaços compartilhados de trabalho e de ideias são cada vez mais procurados por empreendedores. Na foto, uma parte da estrutura oferecida pela Impact Hub Recife

Empreendedorismo Colaborativo Como Alfredo Júnior conseguiu trazer o Impact Hub e o TEDx para o Recife, apostando no simples compartilhamento de ideias Camila Magalhães

E

m Pernambuco, o Bairro do Recife virou sinônimo de polo tecnológico, ponto de encontro dos empreendedores das mais diversas áreas de atuação pela presença do C.E.S.A.R, Porto Digital e empresas adjacentes de TI e Comunicação. Estas permeiam o entorno de uma área que no passado, foi uma potência econômica portuária, açucareira e tempos depois, um espaço degradado. Era visível que muitos desses empreendedores tinham ideias, perspectivas e desafios complementares, e ao mesmo tempo não se conheciam para potencializar e praticar esse networking. Assim, em plena Rua do Bom Jesus, visando atender essa necessidade de compartilhamento colaborativo de experiências, o Bacharel em Física e Mestre em Energia Nuclear, Alfredo Júnior, resolveu apostar na implantação de um ambiente que instigasse e conectasse pessoas, para que elas colocassem em prática as suas ideias empreendedoras, visando gerar um impacto sustentável – surgindo, assim, o Impact Hub Recife.

GERANDO IMPACTO POSITIVO: o Impact Hub Recife Presente em mais de 50 cidades do mundo, a redeImpact Hub serve como um ponto de encontro facilitador de conexões e segundo Alfredo, não foi nada fácil conseguir autorização para trazê-lo à capital pernambucana: “Em 2011, conheci o Impact Hub em Curitiba e logo me apaixonei pelo conceito. Quis trazer para Recife, que estratégica e historicamente falando, tem toda uma narrativa que se encaixa bem a ele. Para isso, tive que passar pela aprovação do Comitê Nacional e depois do Comitê Mundial, para ser aprovado por todos os Hubs do mundo”. 28

Eu vinha trabalhando homeoffice com a minha empresa de desenvolvimento e tecnologia. Na verdade, estava sentindo muita solidão, pois era acostumado a lidar com várias pessoas.” Renato Pittol, cliente da Impact Hub Adotando um sistema pioneiro no Brasil de co-working – com várias empresas e pessoas dividindo o mesmo espaço – as áreas de escritório são as mais procuradas e por isso, o projeto original do Impact Hub Recife sofre readequações constantes. “Tínhamos planejado ter três espaços para reunião (um para 04, 06 e 16 pessoas), que hoje se demonstra inviável. Hoje temos apenas uma sala de reunião, que é a para 04 pessoas e o que eram três espaços para eventos, também virou só um. O resto se transformou em escritório, devido a grande demanda”. “Eu vinha trabalhando homeoffice com a minha empresa de desenvolvimento e tecnologia. Na verdade, estava sentindo muita solidão, pois era acostumado a lidar com várias pessoas. Comentando isso com um amigo, ele indicou o Impact Hub e quando visitei, fiquei bastante encantado com a filosofia. Tudo integrado, todo mundo junto e a essa facilidade que é de você chegar e trabalhar a hora que você quiser”, afirma Renato Pittol, que utiliza os espaços da Impact Hub Recife desde janeiro de 2014 para a sua empresa Pittol Tecnologia e Serviços.


No prédio de número 180 e sem grandes investidores, o Impact Hub Recife foi inaugurado oficialmente no dia 05 de setembro de 2013 – sendo a última parte da reforma viabilizada para o público apenas em dezembro do mesmo ano. Um dos cases mais recentes da Impact Hub é o do estúdio de design Studio Mola e um grupo de desenvolvedores da RoadMaps, que utilizam a estrutura para desenvolver seus negócios e acabaram se conhecendo. Em conjunto, criaram um jogo totalmente em inglês onde todas as telas e personagens foram desenhados pelo Studio e programado pela Road, já baixado por mais de 200 pessoas de 20 países diferentes. “A gente estava trilhando o caminho da Apple, trabalhando na garagem de casa, praticamente. Precisávamos crescer e ter um lugar que servisse como uma vitrine e procuramos alguns locais que pudessem proporcionar isso. Quando chegamos no Hub, vimos que a energia é muito alta, todo mundo é bem alegre e contente, bem do jeito que esperávamos que fosse a nossa empresa. Nos encaixamos perfeitamente com o grupo de pessoas daqui”, relata Siddhartha Moraes, um dos fundadores da empresa Road Maps. “O legal de vir para cá é que a gente interage com mais pessoas, conhece gente nova e acaba tendo novas ideias, até fechando negócios dentro do próprio The Hub Recife”, completa Chrystian Leão, que também trabalha na Road Maps. Segundo Alfredo, apesar de a sociedade atual ser taxada de individualista, as pessoas não têm condições e nem lugares propícios onde possam desenvolver a sua ideia. “Aqui no Hub elas encontram esse espaço. Não é à toa que com menos de um ano já temos 36 casos de pessoas que se conheceram aqui e fizeram negócio. Enquanto em outros lugares, a pessoa tem uma ideia e decide ficar calada para ninguém roubá-la, no Impact Hub a primeira coisa que a pessoa faz quando tem uma ideia é saber o que os outros acham”, conclui.

COMPARTILHANDO IDEIAS E ESTRUTURA Para ter acesso aos diversos espaços, eventos, capacitações e facilidades que o Impact Hub Recife oferece, é necessário compartilhar dos valores globais da marca: Confiança, Coragem e Colaboração; sendo também essencial a criação do membership, o cartão de sócios do Hub. “Mais do que empresas e organizações, nós enxergamos pessoas. Para usufruir dos serviços, uma taxa de adesão anual é cobrada e a pessoa tem acesso a 10 horas de uso do espaço compartilhado por mês; à HUBNet – plataforma que liga todos os hubs do mundo; recebe convites exclusivos para os eventos que fazemos, como almoços, palestras e descontos nos cursos pagos”, esclarece Alfredo, cujo coloca também possuir pacotes adicionais e de empresas.

Fotos: Divulgação

O CONCEITO DA SOLIDÃO NO TRABALHO HOMEOFFICE

Realizado na capital pernambucana desde 2012, o TEDx aborda temas atuais que abrangem o cotidiano, apenas com palestrantes locais

O TEDx RECIFE Sigla para Tecnologia, Entretenimento e Design, o TED é uma fundação privada sem fins lucrativos dos Estados Unidos – cujo conceito é a disseminação de ideias através de palestras, que duram 18 minutos cada e são amplamente divulgadas na internet, no Youtube. Em 2009 e a partir dessa fundação, criou-se o programa TEDx com o objetivo de organizar de forma independente esses eventos em outras partes do mundo, sempre abordando temas atuais que abrangem o cotidiano local. O primeiro TEDx brasileiro foi realizado em São Paulo em 2009, com a temática “O que o Brasil tem a oferecer para o mundo hoje?”. No Recife, além de abrir o Impact Hub na capital pernambucana, o empreendedor Alfredo Júnior foi convidado para trazer o evento e conseguiu aprovar em dezembro de 2012 o TEDx Recife Antigo.

REVOLUÇÕES SILENCIOSAS – O TEDx RECIFE 2014 O tema do TEDx Recife de 2014 é Revoluções Silenciosas, levando em consideração as pequenas ações que geram um grande impacto, muitas vezes realizadas por pessoas comuns. A partir da escolha do tema, é visto todo o contexto global e local, que resulta na seleção dos possíveis palestrantes. “Nós entramos em contato e se ele for aprovado pela equipe, passamos três meses treinando a sua apresentação exaustivamente. A ideia é justamente ir contra a maré, escolhendo palestrantes apenas de Recife”, relata Alfredo. Mais informações podem ser encontradas através do site: www.tedxrecife.com.br. 29


Sebrae: Feira do Empreendedor Como a instituição auxilia os micro e pequenos empreendedores há quatro décadas

T

er uma boa ideia não é suficiente para viabilizar a abertura de um negócio e nem permite concluir se ele dará ou não certo no mercado. Em contrapartida, os microempreendedores individuais e os pequenos empresários, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cresceram 51,68% de 2005 a 2009 e contribuem de maneira significativa no impulso econômico do país.

A principal fonte de suporte para os empreendedores que se interessam e/ou possuem um negócio, é realizado por uma entidade privada sem fins lucrativos, chamada Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – mais conhecida como Sebrae. Com mais de 2.000 cursos de capacitação realizados anualmente, está em Pernambuco desde 1972 oferecendo consultorias, cursos, palestras e incentivos através de programas nas áreas de Inovação, Mercado, Planejamento, Cooperação, Finanças, Organização, Gestão de Pessoas, etc para todas as regiões do estado (da capital Recife ao interior, como Garanhuns, O importante é mostrar Serra Talhada, Petrolina e Gravatá). ao empreendedor que

o conhecimento existe, está acessível e que se precisa dele” Isabel Noblat - coordenadora de Gestão Empresarial do Sebrae

A partir de 2002, começou a realizar anualmente a Feira do Empreendedor que percorre todo o Brasil, como uma vitrine de suas atividades e negócios geridos. Nos 12.000m² do Centro de Convenções, a 9ª edição pernambucana aconteceu do dia 08 a 11 de outubro de 2014 com a estimativa de 25 mil pessoas presentes, além do apoio da Faepe, Fecomércio, Fiepe, Facep, Senar, Senac e Senai. “O Sebrae trabalha com orientação empresarial, não fazendo financiamentos e empréstimos. Ou seja, fomenta para que os empreendedores e empresas consigam com informações, orientações, consultorias e palestras ter um crescimento em todas as áreas de seu negócio”, explica o consultor de Microempreendedores Individuais da feira, Teófilo Fragoso. Mais de 300 atividades gratuitas ligadas a Educação Empresarial foram realizadas durante os quatro dias, dispostas nas 18 salas de aula que comportaram 50 a 100 alunos. “O importante é mostrar ao empreendedor que o conhecimento existe, está acessível e que se precisa dele. Muitas pessoas começam um negócio de forma intuitiva, não fazem um planejamento e não entendem nada de gestão financeira, de estoque e de pessoas. O negócio cresce e para a cabeça do dono acompanhá-lo, é necessário estudo contínuo, pesquisa

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Cerca de 6.500 visitantes e potenciais empreendedores visitam a FE do Sebrae

e cursos com pessoas que sabem daquela área e tudo isso o Sebrae Pernambuco promove”, afirma a coordenadora de Gestão Empresarial, Isabel Noblat. Fora os minicursos, diversos stands com informações ligadas a Responsabilidade Socioambiental, Economia Criativa, Desenvolvimento Regional, Alimentos, Tendências e Novas Oportunidades aumentavam as opções de bagagem do evento. “A área de Políticas Públicas e Projetos Especiais do Sebrae, por exemplo, trabalha com a percepção do empreendedorismo na criação de um ambiente favorável para o desenvolvimento dos pequenos negócios, tornando mais fácil a sua implementação e manutenção nas prefeituras para os empresários”, esclarece a coordenadora Priscila Lapa. “Já no campo, tínhamos o produtor rural apenas com uma visão de subsistência. Ele não reconhecia o seu produto e comercialização como um realempreendimento e hoje o Sebrae trabalha muito nisso: na gestão da propriedade rural, na parte de qualidade do produto, o empreendedor rural para o mercado e a expansão do mesmo. O produtor que produzia em Garanhuns, só vendia para Garanhuns e atualmente até Petrolina já exporta produtos. Temos o empreendedor e empreendimento mais aberto a essas possibilidades”, conclui. Palestras temáticas na Arena Digital (como a sobre Programas de Aceleração Para Startups, com Wesley Barbosa do Facebook Brasil), Seminários (como o Pernambuco Mais Simples e o Inclusão Financeira dos Pequenos Negócios ) e Eventos, como a quarta edição da Startup WeekendRecife também aconteciam


PERNAMBUCO MAIS SIMPLES: Evento aberto com palestras sobre a rede simples, alterações e implantação da lei geral nos municípios e fornecimento para o setor público. Inclusão Financeira dos Pequenos Negócios: Evento aberto com painéis temáticos e participação de bancos, além de cooperativas de crédito.

STARTUP WEEKEND RECIFE: Empreendedores, desenvolvedores, designers e entusiastas se unem para compartilhar ideias, formar equipes e criar startups em 54 horas de evento. São produtos viáveis, utilizando metodologias e ferramentas. Os donos das melhores ideias formam a liderança de cada grupo e montam a sua equipe. Ao final, são avaliados por uma equipe de mentores e jurados. Há 03 anos atrás, na Startup Weekend do Rio de Janeiro, foi criado o aplicado EasyTáxi – hoje presente em mais de 32 países, considerado o maior aplicativo de serviço do mundo. MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL:

O que é Microempreendedor Individual (MEI) e por que legalizar o seu negócio? O Microempreendedor Individual é aquele trabalhador autônomo, que não possui sócio, outra empresa no seu nome e não tem formação acadêmica, como: Artesão, Açougueiro, Beneficiador de Castanha; Barraqueiro; Borracheiro; Britador; Cabelereiro; Doceiro; Dublador, entre outros (Você pode ver a lista completa das atividades permitidas no www. portaldoempreendedor.gov.br). Através da Lei Complementar 128/2008, o MEI pode se tornar pessoa jurídica, oficializar o seu negócio provisoriamente através do portal e contribuir de maneira diferenciada para obter direitos do trabalho (como, por exemplo, direito a previdência, seguro doença e licença maternidade). “Após o 06 meses do CNPJ provisório, o MEI deve presencialmente solicitar o seu definitivo na prefeitura do município”, afirma o consultor do Sebrae, Cícero Galvão.

em paralelo. De acordo com Bruno Inojosa, a parceria da Startup Weekend com o Sebrae em 2014 facilitou o intercâmbio de ideias e fechamento de parcerias. “Com a estrutura dentro da Feira de Empreendedores, as pessoas que estão montando o seu negócio digital podem passear pelas outras áreas e descobrir novas formas de se adequar melhor ao mercado”. Para quem não gosta de burocracias, os empreendedores que trabalham por conta própria, possuem até um funcionário e faturam até R$ 60 mil por ano puderam tirar o CNPJ da sua empresa dentro da FE, através de um espaço montado para orientação ao Microempreendedor Individual (MEI) . “Primeiro orientamos em vídeo, com instruções de como seria a formalização da empresa, seus benefícios e obrigações. A partir daí, formalizamos o negócio diretamente no site www.portaldoempreendedor.gov.br e o empresário autônomo já sai da Feira do Empreendedor com o CNPJ”, detalha o consultor Cícero Galvão. “A feira do empreendedor foi uma ótima oportunidade pra mim de negócio porque aqui tive a oportunidade de mostrar a qualidade do meu produto. E aqui tem muitos parceiros comerciais. Muitos visitantes que se tornam clientes, que se tornam parceiros comerciais e franqueados. Então, a feira é um lugar que aprendemos, negociamos, ganhamos dinheiro e expandimos nossos conhecimentos, nossos negócios”, comenta a microempreendedora individual, Mayra Alves. Dentro da área de tendências, o Espaço Inovação da FE pretendeu instigar os potenciais empreendedores a inovar em seu negócio, apresentando os programas Sebrae Mais, SEBRAETEC e ALI – Agentes Locais de Inovação em uma área de exposição com projetos inovadores que foram auxiliados e de atendimento personalizado com consultores. + Saiba Mais: Em novembro de 2014, foi instalado dentro do Expresso Cidadão do Shopping RioMar – na Zona Sul do Recife – o Expresso Empreendedor, pelo Governo de Pernambuco. O espaço tem o objetivo de atender pequenos e médios empreendedores para a formalização de empresas, acesso ao crédito e registro comercial, reduzindo a burocracia. Até o final do ano, mais duas unidades estarão em operação no estado: a de Caruaru, no Agreste e a de Petrolina, no Sertão. * * Mais informação nos boxes azuis.

SEBRAE MAIS: É o programa institucional para Empresas Avançadas. Ou seja, quando a empresa cresce e o empreendedor necessita de soluções de gestão empresarial, ampliação da rede de contatos e melhorar o seu processo de tomada de decisões gerenciais. São oferecidas especializações nas áreas de: Estratégias Empresariais, Gestão da Inovação, Plano de Marketing Avançado, Gestão Financeira, Gestão da Qualidade e Empretec. Para mais informações, interessados podem acessar o site www. sebraemais.com.br ou ligar para 0800 570 0800. 31


SEBRAETEC : É um programa de Inovação e Tecnologia do Sebrae, que oferece serviços customizados e especializados de Design, Produtividade, Propriedade Intelectual, Qualidade, Inovação, Sustentabilidade, Tecnologia da Informação e Comunicação, para os pequenos negócios. Interessados podem acesar o site www.sebrae.com.br para mais informações

nal criado pela Organização das Nações Unidas (ONU) e que é realizado pela instituição há 30 anos. “O Empretec é diferenciado, você só pode participar uma vez do curso, que dura seis dias corridos. A gente pede para o empresário não se programar para fazer outra coisa, ele tem que ter uma frequência para terminar e recebe certificação. A aceitação é muito boa e todas as pessoas que fazem, recomendam”, relata Isabel Noblat.

ALI : Consutoria gratuita em Inovação do Sebrae, em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) desde 2012. Promove a prática continuada de ações de inovação nas empresas de pequeno porte, melhorando a gestão e identificando novos nichos de mercado. Interessados podem entrar no site www. sebrae.com.br para mais informações.

Segundo a instituição, o Impretec contribui no preparo de metas e projetos dos negócios de 98% dos participantes e ajuda aumentar a renda das empresas em mais de 50%. Com jogos, exercícios e debates, o participante desenvolve dez características empreendedoras: a busca por oportunidades e iniciativas; persistência; comprometimento; exigência de qualidade e eficiência; correr riscos calculados e estabelecer metas; buscar informações; planejar e monitorar sistematicamente; persuasão e rede de contatos; independência e autoconfiança.

CANVAS DE GESTÃO VS PLANO DE NEGÓCIO O Plano de Negócios é uma ferramenta gerencial para as empresas, que vai determinar estratégias de negócio desde o seu nascimento até a maturidade futuramente adquirida. Este material tem o objetivo de “olhar para frente”, alocando recursos humanos, tecnológicos e financeiros, além de observar os pontos chaves do empreendimento, identificando as oportunidades e antecipando as possíveis dificuldades. É uma ferramenta vital para a continuidade da empresa, até mesmo para aquelas que não buscam qualquer tipo de recurso financeiro, capitalização ou posicionamento de mercado. Independente do tamanho do negócio ou projeto, a elaboração de um Plano de Negócios é fundamental. Segundo Alexander Osterwalder, um modelo de negócios descreve a lógica da criação, entrega e captura de valor por parte de uma organização. Em contrapartida, surgido nos últimos anos, o Modelo Canvas de Gestão é classificado como um substituto para o Plano de Negócios, ou simplesmente como ferramenta complementar. O modelo traz consigo uma proposta de organização, esquematização e apresentação que bate de frente com o tradicional Plano de Negócios. A criação do Canvas implica, justamente, com a possibilidade de pensar diferente, propondo algo que contribua diante do tradicional modo se fazer negócios. A principal contribuição da atual ferramenta consiste, basicamente, em acelerar os processos de formatação empresarial, sem perder tempo com questões que não poderão ser definidas logo de início. Seu direcionamento é bastante objetivo, pontual e palpável.

O IMPRETEC Dentro do Sebrae, um dos cursos mais procurados por quem deseja ter uma visão de negócio e aflorar características empreendedoras é o Empretec, programa internacio32

A sede do Sebrae em Pernambuco está localizada na Rua Tabaiares, número 360, Ilha do Retiro - Recife. O telefone para contato é (81) 2101.8400, informações sobre o Empretec e outros cursos podem ser buscadas no site www.sebrae.com.br.

MICRO E PEQUENA EMPRESA As micro e pequenas empresas podem ser consideradas decisivas para o lucro do cenário brasileiro. Segundo o Sebrae, com um padrão representativo de 90% das empresas nacionais, as duas tendências destinadas ao empreendimento de pequeno porte empregam, cerca de 60% das pessoas economicamente ativas do país. Para se adequarem ao padrão solicitado por uma microempresa, os proprietários precisam respeitar as características obrigatórias que são requisitadas pela receita bruta anual, ou seja, manter uma renda igual ou inferior a R$ 360.000,00. O número de funcionários também é importante. No máximo 9 pessoas no setor de comércio e serviços, ou até 19, no caso dos setores industrial ou de construção. O perfil ideal de uma pequena empresa também é advertido pela receita bruta anual que ela soma, logo, por ano, o empreendimento comercial não pode ultrapassar o valor de R$ 3.600.000,00. O número de funcionários deve seguir a regra de 10 a 49 pessoas. Se o direcionamento da empresa for voltado para o comércio ou setor de serviços, pode haver entre 20 a 99 pessoas (no caso de indústria e empresas de construção) desempenhando uma função.


Ausência de planejamento

pode levar ao fracasso Para alguns, a única saída é fechar as portas do empreendimento Caroliny Ramos

A

O especialista em pedagogia empresarial, professor e responsável pelo Centro de Documentação e Informação do Sebrae, Carlos Elias, conta que os indivíduos que optam por abrir seu próprio negócio, devido à necessidade financeira – e não por oportunidade –, são os mais recorrentes nas estatísticas de falência. “A princípio, geralmente, os empreendedores não atinam para o planejamento ou até para o conhecimento pessoal e mercadológico, fatores relevantes para que não haja uma afinidade com o comércio. No entanto, a fal-

Fotos: Divulgação

falta de planejamento prévio, o descuido com os pequenos problemas que podem se estender gradualmente e o pouco comprometimento com a gestão são alguns pontos que idealizam a mortalidade precoce das empresas. Segundo a pesquisa realizada pelo Sebrae, com 2.800 empresas, em 2014, 46% dos empreendedores não sabiam o número de clientes que teriam e os hábitos de consumo destes, 39% não imaginavam qual era o capital de giro necessário para abrir o seu negócio e 38% não pesquisaram o número de concorrentes que teriam. Por isso, de acordo com o estudo realizado em 2012 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 45% das empresas fecham as portas antes mesmo de completar dois anos de mercado.

Raphaella Batista chegou a deixar a profissão de publicitária para se dedicar à culinária de doces

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ta de instrução sobre o controle financeiro, fluxo de caixa, juros e taxas no Brasil contribuem para a frustração das atividades”, completa. A probabilidade de uma micro ou pequena empresa dar certo está diretamente ligada à sua administração. A opção ou a “saída” de abrir o próprio negócio, às vezes, pode não ser sinônimo de sucesso. As cópias recorrentes de modelos já existentes, a abstenção da rotina empresarial, o descontrole de caixa, o desleixo com a divulgação e a privação das necessidades solicitadas pelos clientes são considerados um conjunto de fatores que justificam o fechamento de diversos empreendimentos. Um segmento que tem atraído investidores é o mercado de doces. Entretanto, o fornecimento do produto voltado para a cultura nacional também requer organização e um plano de ações para atingir metas e objetivos. O ícone que foi transformado em potencial econômico e está sendo

A probabilidade de uma micro ou pequena empresa dar certo está diretamente ligada à sua administração. A opção ou a “saída” de abrir o próprio negócio, às vezes, pode não ser sinônimo de sucesso. Carlos Elias, professor e responsável pelo Centro de Documentação e Informação do Sebrae

continuamente aperfeiçoado, necessita, da mesma forma que qualquer outro empreendimento, de um certo conhecimento ou experiência na área para dar certo.

Direcionada para o comércio gourmet, a Cupcake Feelings é um dos exemplos que declarou falência neste ano. Segundo a publicitária e ex-proprietária do ateliê, Raphaella Batista, 26 anos, a sua intenção inicial era fundar algo que houvesse carência no Recife: um local onde vendesse cupcakes americanos. Então, foi assim que decidiu organizar a sua rotina, abandonar a agência de propaganda em que trabalha e investir no negócio. Pelas redes sociais e por meio de um blog, intensificou a divulgação do ateliê e, em seguida, abriu uma loja física. Ao se dispor integralmente à culinária de doces e, mesmo assim, encontrar várias dificuldades, Raphella conseguiu manter o seu negócio por três anos e, após isso, decidiu encerrar as atividades. “Trabalhar com os cupcakes era recompensar e me deixava bastante feliz, mas não dá pra negar o quanto cansativo era. Antes de abrir mão do negócio, fiz uma reunião com a minha equipe, onde foi decidiu focar mais no trabalho interno, que era feito por distribuição. Com o tempo,

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percebemos que não dava mais e optamos por fechar de vez”, conta. Nesse mesmo contexto, mas se tratando do segmento cultural, esteve a livraria Kriteriun. Especializada em livros de arte, o local foi idealizado por uma equipe familiar e durou apenas três anos. Para um dos ex-sócios do empreendimento, Pietro Wagner, 42 anos, a proposta inicial era disponibilizar o acesso cultural, além de proporcionar um ambiente que houvesse interação entre os clientes. “Após um ano de inauguração, decidimos diferenciar um pouco e, dentro da livraria, abrimos uma uisqueria. Ainda assim, após três anos, começamos a perder público e percebemos que a única alternativa era finalizar o projeto. A falta de um administrador e da postura comercial foram os pontos fundamentais para o fechamento da Kriteriun”, ressalta Pietro. Outro exemplo de insucesso que, com 13 anos de mercado, decidiu fechar as portas, foi o estabelecimento noturno Lumiar Bar. De acordo com o funcionário público e ex-proprietário do local, Mário Ferreira, 54 anos, após cinco anos de abertura o empreendimento obteve um retorno financeiro significativo, porém, aos dez anos de funcionamento, o negócio começou a dar trabalho. “O meu expediente no Estado passou a ser de 8 horas por dia, quase não recebia apoio dos meus funcionários e admito que a gestão financeira se tornou uma bagunça. Ainda tentei diversificar o estabelecimento com karaokê e música ao vivo, inovei os pratos oferecidos e até desviei recursos da minha pessoa física para jurídica, mas não teve jeito. Então, optei por transformar o ambiente em uma galeria. Atualmente, não tenho mais perspectiva comercial, mas ainda mantenho o espírito empreendedor”, disse.


Entrevista | Rafa Mattos

Rafa Mattos e o Plante Amor, Colha o Bem

Q

ual a cidade em que queremos viver? Em meio à turbulência do cotidiano, são poucos aqueles que pensam na cidade como uma junção colaborativa de ações – sejam aquelas feitas pelo próprio cidadão, quanto as de coletividade decididas pelos órgãos governamentais do município e do Estado. Não há beira-mar, encontro de rios, riqueza de manguezais a grandes polos tecnológicos que se sustentem sem a integração coletiva. Afinal, na teoria, o progresso deveria ser sentido por todas as camadas da população, inclusive as do Recife. Nesse contexto, a Veneza Brasileira e sua Região Metropolitana cresceram desenfreadamente sem qualquer tipo de planejamento urbano e nem tampouco preocupadas em humanizar os seus espaços de convivência: parques, praças, calçadões e áreas verdes dão lugar cada vez mais a inúmeras edificações de concreto privados, que prezam apenas pela individualização e lucro imobiliário. Contrapondo o dia-a-dia inóspito, o designer e fotógrafo Rafa Mattos (34) decidiu quebrar o gelo de uma sociedade que evoluía sem olhar pequenos e simples detalhes ao redor, com o seu projeto Plante Amor, Colha o Bem. MERCATE: Você sempre relata que é, acima de tudo, um compartilhador de amor. Por que utilizá-lo como força motriz do seu estilo de vida e inspiração para a sua arte? RAFA MATTOS: Trabalhando como designer e na área de publicidade, percebi que comunicação era o que eu gosto de fazer. No início da minha carreira profissional de comunicador, fiz um pacto comigo mesmo de que o amor seria minha bandeira, meu assunto e minha ideologia. Além disso, em 2004 e antes do PACOB, iniciei um empreendimento de comércio de roupas, onde a principal proposta era fazer camisetas com mensagens fundamentais, baseadas em amor, união e respeito - já como reflexo dos meus desejos. MERCATE: Qual a peculiaridade do projeto Plante Amor, Colha o Bem? RAFA MATTOS: Usar uma marca e toda sua força de Pop Art, para fazer um convite ao amor. Claro que isso é um resumo de uma série de acontecimentos, que formaram a história do PACOB. Ele nasceu como um

Fotos: Acervo pessoal

Quando o seu hobby começa a virar um grande negócio e gerar capital financeiro

manifesto pessoal silencioso, ganhou voz ao se transformar num movimento com milhares de pessoas e alcançou espontaneamente todas as faces da mídia. Transformou-se num projeto respeitado pela sua objetividade, clareza e sensibilidade. Legítimo como o amor mais simples. MERCATE: Esse impulso de desenhar em lugares e em objetos inusitados do Recife, que muitas vezes iriam para o lixo, já te rendeu experiências interessantes? RAFA MATTOS: Desde os primeiros instantes e são essas experiências que motivam minha ação. Como exemplo, tem a história da “Pedra Fundamental”: foi a primeira vez que desenhei o regador numa lajota de mármore no Poço da Panela e uma senhora expectadora falou “Que coisa mais linda”, apaixonada. Conversamos um pouco, expliquei que fiz e deixaria ali. Mas fiquei surpreso quando ela pediu para levar no seu carro. Foi emocionante e me motivou a seguir com esse lindo regador, minha principal ferramenta, junto a uma caneta preta e outra vermelha. Mas existem muitas outras histórias... 35


Com a figura do regador, Rafa Mattos realiza intervenções urbanas na cidade do Recife e o impacto é tanto, que já recebe propostas de pessoas físicas e empresas. À direita, seu trabalho na Bike Anjo.

MERCATE: Por que os seus traços e mensagens chamaram tanto a atenção dos recifenses? RAFA MATTOS: Começando pelo suporte, o lixo no meio do caminho. Quis dar utilidade a algo desprezado, usando uma sustentabilidade baseada em transformação do lixo em arte de amor. Depois pela mensagem tão clara, objetiva e despretensiosa. Por fim,o resultado de algo tudo muito bem construído no caráter de comunicação, com uma identidade visual fortíssima. O regador, sempre igual, deixa as pessoas impressionadas. Certa vez, uma menina perguntou quantas pessoas faziam as artes comigo, porque eram muitas, mas sempre fui eu e apenas eu. MERCATE: Como artista e grande figura do projeto Plante Amor, Colha o Bem, sabe que empreender nem sempre vem acompanhado de lucros financeiros. Quando começou a receber pela arte que fazia? RAFA MATTOS: As minhas intervenções de rua não tinham caráter comercial. Era apenas uma manifestação. Depois vieram os pedidos de pessoas físicas e eu não sabia exatamente como cobrar por eles. Muitas vezes eu os entregava e dizia para que a pessoa fizesse uma doação a alguma instituição como forma de pagamento. Foi quando chegaram as empresas e principalmente depois da força de mídia, eu nunca deixei de cobrar. MERCATE: O Plante Amor, Colha o Bem virou um produto, utilizado por pessoas físicas a grandes empresas. Como você define a sensação de começar a ter retorno financeiro disseminando o projeto? RAFA MATTOS: Eu vivo um sonho acordado. Transformei o meu amor e o seu compartilhamento, na minha fonte de renda. Há pouco mais de um ano que vivo e pago minhas contas desse amor plantado. E recebo muito mais do que capital, vocês não tem ideia do quanto recebo de amor, que é algo intangível. 36

MERCATE: A partir do momento que você começou a perceber que as pessoas aprovaram sua ideia e começaram a procurar o seu trabalho, qual foi a sua lógica principal para que o conjunto de “impacto social, empreendedorismo e marketing pessoal” ganhasse tal proporção? RAFA MATTOS: Quando comecei a ser procurado por empresas, alguns mais espertos queriam divulgar meu trabalho, sem pagar por ele. Tive discussões incríveis e nunca dei mole. Eu dizia assim: “Eu acho que não entendi. Você quer fazer um trabalho comigo pra me ajudar, ou quer que o PACOB ajude a sua empresa a fazer um trabalho melhor?”. O empreendedor tem que brigar pelo seu valor todos os dias. MERCATE: De que forma você utiliza do empreendedorismo social na sua rotina? RAFA MATTOS: Sempre fui empreendedor, sempre desejei estar um passo à frente e isso define um empreendedor para mim. Eu sou um trabalhador-empreendedor, e não tenho horário, por exemplo. Durmo cerca de 4 horas diárias, porque não me permito não construir tudo que posso. As pessoas me perguntam como eu faço tantas coisas. Mas isso porque eu me sinto alimentado, forte. O PACOB não é um trabalho social convencional. Ele tem fim lucrativo. É uma empresa, mas que só participa de ações que pretendem fazer algo de suma importância, dentro de tudo que nasce de um amor verdadeiro. É mais social do que muita ONG ou instituição sem fins lucrativos, inclusive.


Iniciativas sociais

visam melhorias

Qualidade de vida de pessoas e comunidades é um dos objetivo dos negócios voltados para o segmento

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s negócios sociais abrangem empresas que oferecem produtos e serviços voltados a uma população ou comunidade esquecida, com o intuito de melhorar a qualidade de vida destes. Entretanto, é importante diferenciar esse tipo de modelo de negócio das ONGs e afins, já que ao contrário das organizações sem fins lucrativos, o empreendedorismo social utiliza mecanismos de mercado a fim de solucionar problemas sociais e, claro, gerar lucro. Incessantemente, o empreendedor social adapta conceitos, ideias e ferramentas de negócio, a fim de superar os desafios que a sociedade impõe, ajudando a combater aspectos de desigualdade. Para isso, a sustentabilidade financeira é mais do que uma mera preocupação de sobrevivência, mas um requisito que a iniciativa social deve cumprir para firmar a sua existência. Inclusão social, geração de renda e qualidade de vida são alguns dos principais objetivos dos empreendimentos sociais. No Brasil, uma geração de empreendedores que pautam suas estratégicas em cima de valores sustentáveis, além de diversas instituições,

têm colaborado para a conceituação deste novo modelo de negócio. A organização internacional Artemisia, a Ashoka e a Fundação Schwab, responsável pelo prêmio Empreendedor Social no Brasil, são alguns dos órgãos que estimulam o desenvolvimento deste segmento no país. Em PernambuCom a poluição de co, mais precisamente suas águas, o aumento no Recife, um exemplo populacional e a falta de de negócio transformapriorização, o rio Capibaribe dor e de impacto social teve a sua função colocada é o projeto Parque Capibaribe. Idealizado por de lado, e esta proposta será meio de um convênio extremamente importante entre a Prefeitura do para a sua recuperação, afirma Recife e a Universidade Cunha Federal de Pernambuco (UFPE), a proposta tem como objetivo requalificar espaços urbanos voltados para a população e prevê a criação de 12 pontes para pedestres, oito parques temáticos e ciclovias, tudo isso a partir do relacionamento com o rio Capibaribe. Segundo Francisco Cunha, diretor da TGI Consultoria em Gestão e integrante do Observatório do Recife, a iniciativa é alto extremamente ne-

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Divulgação/Parque Capibaribe

cessário para a incorporação do rio à cidade. “Com a poluição de suas águas, o aumento populacional e a falta de priorização, o rio Capibaribe teve a sua função colocada de lado, e esta proposta será extremamente importante para a sua recuperação, afirma Cunha, que, junto ao Observatório do Recife, por meio do programa “O Recife que Precisamos”, que tem como finalidade encontrar maneiras de solucionar problemas como mobilidade urbana, abandono de patrimônio histórico e calçadas intransitáveis, elegeu o rio Capibaribe como um eixo fundamental para ser revitalizado dentro do Recife. Entre as ações previstas que integram a proposta, estão ainda a requalificação da Avenida Beira Rio, a criação de espaços contemplativos, a implantação de jardins e praças, entre outras áreas de lazer e urbanização destinadas a população recifense. Os parques devem explorar também os potenciais de diversas áreas da cidade, como espaços ambientais, culturais, institucionais e históricos. A ideia é transformar o Recife em cidade-parque até o ano 2037.

PROJETO AUXILIA NA ROTINA DE ASSOCIAÇÕES CARENTES Há dois anos, outro empreendimento ligado ao meio social surgiu para influenciar na melhoria da rotina de associações que cuidam de crianças carentes e pessoas necessitadas. O Projeto Vincular, fundado por um grupo de amigos que fazem parte da Comunidade Católica dos Viventes, situada em Olinda, foi inicialmente planejado para acontecer no Recife e, ao longo do tempo, tem expandido os seus trabalhos contínuos para Petrolina e Maceió. São Paulo, Caruaru, Vitória de Santo Antão, Gravatá e Arcoverde são algumas das cidades que registram ações pontuais do grupo, realizadas em asilos, creches, hospitais e até mesmo nas ruas das regiões.

Fotos: Divulgação

integração é uma das metas do projeto

“Na Comunidade dos Viventes, pregamos pelo lema ‘Amor até o fim’ e fazemos isso através da construção de vínculo. Em cada ação do projeto, não chegamos querendo transformar a realidade daquele lugar por um dia, mas sim construir um vínculo com aquela criança, aquele pai e, a partir dessa relação, a transformação acontece naturalmente”, comenta a corresponsável pela iniciativa no Recife, Janine Azevedo. Atualmente, o Projeto Vincular conta com 12 componentes que estruturam uma equipe fixa, e cada um fica responsável por algo interligado a sua área de formação, como a organização de ações, procura de parceiros, planilha de orçamentos, criação de artes para divulgação, entre outras. A chamada para voluntários, como também acesso o acesso a fotos e vídeos das ações realizadas estão disponíveis na fanpage no Facebook (www.facebook.com/projetovincular) e no site www.projetovincular.com.br.

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Voluntários durante as ações realizadas


De pais

para filhos Como conciliar os negócios em família: conheça alguns casos de sucesso

Capacidade produtiva da fábrica chega a 1,8 milhão de litros

Divulgação/Milet

Filipe Brito

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aços afetivos, fidelidade, interesses, discussões. Empresas familiares são muito comuns em todo o mundo e, no Brasil, grande parte dos pequenos a grandes negócios são oriundos do empreendedorismo familiar. Segundo pesquisa realizada pela Prosperare, empresa familiar brasileira que oferece às famílias empreendedoras e aos gestores e assessores de seus empreendimentos o apoio necessário para que possam superar desafios, no ano de 2013, 34% das mil maiores empresas levantadas por um ranking do jornal Valor Econômico são controladas por famílias. É bastante comum ver que, em pequenas companhias, pais e filhos dividam o mesmo trabalho e lucrem juntos com isso. Entretanto, existem alguns aspectos, entre eles vantagens e desvantagens, que devem ser levados em consideração antes de se firmar uma sociedade com parentes. Contudo, mais do que a concorrência e a falta de empregados qualificados, a sucessão acaba sendo o principal desafio desse tipo de negócio. De acordo com dados publicados pelo Sebrae em 2012, a ausência de planejamento sucessório, por exemplo, é responsável pelo desaparecimento de 67% dos empreendimentos familiares na segunda geração de administradores e pelos 86% que não sobrevivem à terceira. No Brasil, assim como em todo o mundo, esses empreendimentos são economicamente e socialmente empresas que representam uma significativa parcela dos empregos gerados. Tratando-se de empresas mundiais, mais de 80% delas – desde companhias reconhecidas como a Walmart, Ford, Samsung e Carrefour, até os supermercados de bairro, são originadas de empreendimentos familiares. A rede de lojas Imaginarium, especializada em design e decoração, é um dos exemplos brasileiros deste modelo de empreendimento que vingou. Sebastião Rosa buscava qualidade de vida quando decidiu – na década de 90 – largar a carreira de médico e viver com a família em Florianópolis, Santa Catarina. Como meio de vida, criou, junto a esposa, Karin Rosa, a Imaginarium. O casal apostou em inovação e, hoje, a empresa lança em média 400 produtos por ano. Atualmente, afastados da empresa, contrataram um gestor profissional, que junto as filhas, administram a empresa. No âmbito pernambucano, a Sorvetes Milet é um dos destaques de negócio em família que, desde que foi fundada, não para de crescer. “O interesse veio desde pequeno. A cada férias escolar, me dedicava a passar algumas horas na fábrica dando aquela mãozinha na produção, que – naquela época – era

bem menor do que é hoje”, lembra Renan Milet que, junto ao pai, Sílvio Milet, comanda a empresa e é responsável pelos setores comercial, industrial, recursos humanos e administrativo do empreendimento. Para o empresário, entre as dificuldades de se administrar uma empresa familiar, está o desafio de separar a emoção da razão. “Posso citar que algumas decisões, tomadas por mim ou por algum outro membro da diretoria (pai, mãe e irmã), poderiam ser mais discutidas, possibilitando um maior profissionalismo entre nós mesmos”, conta. Entre os pontos positivos, ressalta o nível de dedicação e O interesse confiança por parte dos veio desde familiares, que, para ele, pequeno. A cada férias são fatores que facilitam escolar, me dedicava a o negócio em família.

passar algumas horas

Com sede no Recife na fábrica”, lembra e uma filial em LimoeiRenan Milet ro, interior do estado, a Sorvetes Milet procura oferecer a maior variedade de produtos possível, primando pela qualidade e boa apresentação. “Nosso objetivo é oferecer os melhores produtos. Dentro da empresa, procuramos somar experiências e conhecimentos, investir em capacitações e treinamentos de pessoas, além de aprimorar as técnicas de produção para levar, cada vez mais, melhores produtos a população”, finaliza. De acordo com pesquisa realizada pela Nielsen Company neste ano, só o Nordeste responde por 10% do consumo nacional de sorvetes. Mas não é apenas o alto consumo que chama atenção, já que a região tem sido o principal destino de empresas para a instalação de fábricas destinadas ao setor. Em tempo: 70% do mercado de sorvetes do país é ocupado por sorveterias nacionais.

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Empreendedorismo na Educação

Como o assunto tem sido abordado para a juventude nos dias atuais

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mundo dos negócios não é só para gente grande e também pode ser explorado desde a escola. Uma prova disso, é a implementação da disciplina Empreendedorismo nas escolas técnicas públicas do país, desde 2013, fazendoo Brasil avançar junto com 50% dos países europeus que incluem a educação empreendedora em suas escolas – segundo a Agência Executiva de Educação, Audiovisual e Cultura da União Europeia. No caso do Ensino Superior, em algumas universidades os alunos também acabam tendo a oportunidade de estudar alguma matéria ligada ao empreendedorismo, relacionado a sua área. Mas para o professor-substituto da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e coordenador das incubadoras do Porto Digital, Marcos Oliveira, ter uma disciplina de empreendedorismo é importante, mas não o suficiente.

“A instituição precisa ter um ensino orientado para o empreendedorismo, onde as disciplinas de um modo geral permeiem a essa temática. Uma matéria englobando isso são apenas 60 horas. É importante que a instituição de ensino como um todo oriente que há outras opções de carreira e que praticamente todas as áreas do Se a gente conhecimento tem a possibilidade de seguir para o empreendedorisdiz para o estudante que só existe mo”, argumenta.

um caminho, que é o do vestibular e repetir a profissão do pai, ele limita-se a aquilo”, declara Olga Lucena, gerente administrativa da JAPE

Um exemplo mais antigo relacionado a educação empreendedora na juventude, é a Junior Achievement. A associação sem fins lucrativossurgiu nos Estados Unidos em 1919 e é mantida pela iniciativa privada, tendo o objetivo central de despertar o espírito empreendedor nos jovens ainda na escola, estimulando o seu desenvolvimento pessoal e proporcionando uma visão mais clara do mundo dos negócios, além de facilitar o acesso ao mercado de trabalho. No Brasil, já somam 3 milhões de alunos beneficiados e 100 mil voluntários envolvidos junto a iniciativa. As atividades da Junior Achievement se desenvolvem através de programas educativos criteriosamente formulados, aplicados junto aos jovens por meio de parcerias com escolas e voluntários dispostos a compartilhar suas experiências e conhecimentos com estudantes de diferentes faixas etárias. Em Pernambuco, a organização atua desde 2003 e o principal projeto realizado anualmente é o Miniempresa, que proporciona a estudantes do 2º ano do Ensino Médio das Escolas de Referência em Ensino Médio (EREM) Estaduais e algumas particulares, a experiência prática em economia e

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Bárbara Santana, empreendedora e voluntária de um dos programas da JAPE

negócios, organização e na operação de uma empresa. É desenvolvido em 15 semanas, em jornadas semanais com duração de 3h30min, geralmente à noite ou nos finais de semana – para evitar o choque de horário com as aulas. Com ele, os estudantes aprendem conceitos de livre iniciativa, mercado, comercialização e produção. É acompanhado por quatro profissionais voluntários das áreas de marketing, finanças, recursos humanos e produção. Neste programa, também são explicados os fundamentos da economia de mercado e da atividade empresarial através do método “Aprender Fazendo”, em que cada participante se converte em um miniempresário. Gerdau, Baterias Moura, Celpe, Ultragaz, PWC, Alcoa e Projecet são algumas das empresas pernambucanas que orientam os alunos durante o processo de aprendizagem oferecido pelo programa. Carlos Botelho, por exemplo, é gerente de RH da empresa Rapidão Cometa - FedEx e voluntário da Junior Achievement desde 2012. “Ser voluntário pela JAPE me fez exercitar variáveis comportamentais que me ajudaram a contribuir de forma mais efetiva na empresa onde trabalho, principalmente na melhoria da eficiência de gestão de recursos (fazendo mais, com menos), novas metodologias educacionais e a respeitar a curva de aprendizado de cada pessoa”, detalha. Bárbara Santana é formada em Publiciade e Propaganda, também é voluntária da miniempresa, mas depois de várias tentativas de trabalhar na área resolveu investir no seu próprio negócio com o seu irmão Marcos Santa-


Saiba mais Interessados podem encontrar informações através do site www.jabrasil.org.br/jape. Vale ressaltar que o voluntariado procurado pela JAPE é corporativo. Ou seja, a pessoa que deseja ser voluntária de algum dos projetos, deve ter vínculo de trabalho em alguma empresa – para de fato repassar aos alunos a sua experiência no mercado de trabalho.

Um deles foi Alexandre Carneiro de Souza, de 16 anos e estudante da EREM Otom Paraíso, que antes do projeto estava em dúvida entre 10 cursos de graduação e por causa da rotina como presidente, já decidiu cursar Administração de Empresas: “Estava em dúvida entre Ciências Políticas, Sociologia, Filosofia, Português, História, Direito, Ciências da Computação, Economia e claro, Administração. Ganhei muito em experiência, principalmente a ter mais responsabilidade, ser mais centrado, paciente e saber trabalhar em equipe. Tenho certeza que quando terminar o Ensino Médio, serei voluntário do projeto”, confessa.

na, estudante de Administração. Há três anos no mercado, a Duque Treinamentos realiza recrutamento e seleção, cursos de coaching, pesquisa de clima, salários, etc. “Apesar de não adquirir lucro financeiro nenhum, repassar o conhecimento para quem está interessado em aprender acaba se tornando um diferencial no currículo. Nasci para ajudar as pessoas e foi pensando nisso que a Duque foi planejada. E quando me inscrevi para ser voluntária da JAPE só serviu para confirmar o quanto eu sinto prazer em desempenhar esse papel”, relata. A Junior Achievement passa para o jovem que o empreendedorismo é muito mais uma atitude, do que o ato de abrir o próprio negócio. “É uma atitude para o aluno empreender dentro da sua casa, na sua carreira, na sociedade na qual ele está inserido. É algo muito maior do que abrir um negócio simplesmente e ele não dar certo”, explica o responsável pela coordenação do projeto miniempresa em Pernambuco, André Campelo. A experiência ligada ao empreendedorismo desde o Ensino Médio pode mudar o rumo dos estudantes de escolas particulares e principalmente, de escolas públicas selecionadas pela JAPE. A Gerente Administrativa da instituição em Pernambuco, Olga Lucena, estudou no Ginásio Pernambucano em 2005 – época da primeira miniempresa no colégio. “Na minha época, cheguei a ser diretora de Recursos Humanos e o programa tinha os mesmos moldes de hoje: a Feira de Miniempresas, a Auditoria, a Formatura e fomos até a miniempresa campeã daquele ano”, relembra. Influência similar aconteceu com o seu marido, Amauri Monteiro, que participou em 2005 da mesma miniempresa e hoje tem o seu próprio negócio, a Reset Controle Ambiental. “Antes da miniempresa, eu trilhava o caminho do Direito e percebi que não combinava comigo. Apesar de ser um projeto para alunos de Ensino Médio, traz uma realidade interessante para quem quer conhecer o mundo do empreendedorismo”, relata. Segundo Olga, o tema Empreendedorismo no Brasil vem crescendo e ocupando o seu espaço. Em Pernambuco, os projetos da Junior Achievement são de grande importância para despertar o quanto mais cedo no jovem essa abertura de horizontes. “Se a gente diz para o estudante que só existe um caminho, que é o do vestibular e repetir a profissão do pai, ele limita-se a aquilo”, reflete.

Camila e Pedro Rabelo, de 15 anos, são do Colégio Motivo e desenvolveram junto com a equipe o Shower S.A. “É uma capa de celular resistente a água, que pode ser levado a praia e mesmo molhado a tela funciona normalmente”, afirma Pedro. “Para escolher o produto, a gente fez uma reunião com todos os integrantes da miniempresa e cada um levou 30 ideias. Fizemos pesquisas de mercado com as melhores, se era viável para vendas”, conclui Camila.

“Nessa fase muita coisa nasce dentro da gente, porque é um momento não só de formação acadêmica, mas de personalidade. E todos os valores que estão embutidos no programa miniempresa, lhe torna uma pessoa melhor e cidadão mais responsável, como saber trabalhar em equipe, por exemplo”, acrescenta Amauri. Como parte do processo de aprendizagem, o Shopping Guararapes oferece anualmente um espaço para a Feira de Miniempresa, onde os alunos apresentam e comercializam o seu produto. Em 2014, aconteceu nos dias 13 e 14 de setembro, com a participação de mil jovens. 41


SOBRE VALORES E ÉTICA Filme: O Sorriso de Monalisa (2003, “Mona Lisa Smile”)

mes para l fi s e r o Os melh edores, d n e e r p em inspirar Sebrae o o d n u g se

SOBRE O SENTIDO DA VIDA E TRABALHO Filme: Um Sonho de Liberdade (1994, “The Shawshank Redemption”) Estrelado por Tim Robbins (Andy Dufresne) e Morgan Freeman (Ellis “Red” Redding), ocupa o 72º lugar na lista dos melhores filmes dos EUA e por muitos estudiosos é considerado o melhor filme da história. Narra a trama de um jovem e bem-sucedido banqueiro chamado Andy, que é sentenciado a duas penas consecutivas de prisão perpétua pelo assassinato de sua esposa e seu amante. Rapidamente, se torna amigo de Ellis, um interno influente e também sentenciado à prisão perpétua, que controla o mercado negro do presídio. Ao longo das suas quase duas décadas na prisão, revela-se um interno incomum, buscando os seus objetivos por seus próprios meios. SOBRE LIDERANÇA

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O filme é considerado o equivalente feminino de outro famoso filme, chamado Sociedade dos Poetas Mortos (1989). Recria a atmosfera e os costumes do início da década de 1950, contando a história de uma professora de arte que educa na liberal Universidade de Berkeley, na Califórnia, e enfrenta uma escola feminina tradicionalista – a Wellesley College, onde as mais brilhantes mulheres dos Estados Unidos recebem uma educação para se transformarem em cultas esposasse responsáveis mães. SOBRE ESTRATÉGIA E PODER Filme: O Gladiador (2000, “Gladiator”) Ganhador de 05 Oscar em 2001, o filme Gladiador é estralado por Russel Crowe, Joaquin Phoenix e Connie Nielsen. Quando um general romano é traído e sua família assassinada pelo filho de um imperador corrupto, ele chega a Roma como um gladiador em busca de vingança. SOBRE EMPREENDEDORISMO E EDUCAÇÃO

Filme: Anna e o Rei (1999, Anna and The King)

Filme: Escritores da Liberdade (2007, Freedom Writers)

Em 1860, a professora inglesa Anna Leonowens (Jodie Foster), viúva, viaja até o Sião para ser tutora dos 58 filhos do Rei Mongkut (Chow Yun-Fat). Aos poucos, ela se envolve nos casos do Rei, como o plano de uma concubina e uma guerra orquestrada pela Inglaterra. Divergências, choque de culturas e até o início de um romance marcam o relacionamento entre Anna e Mongkut.

Filme de drama norte-americano e inspirado nos eventos reais relatados no livro The Freedom Writers Diaries, que é baseado nos relatos da professora Erin Gruwell e seus diversos alunos. Aborda de maneira emocionante os desafios da educação, em um especial contexto socioeconômico problemático.


COMO MONTAR O HOMEOFFICE IDEAL? Trabalhar na sua casa oferece uma série de vantagens. A principal delas é o conforto. Mas por ser algo tão casual, a produtividade pode ser perdida, sendo necessário separar o ambiente de trabalho com o ambiente da casa e ter cuidado com as interrupções. Segundo Jo Heinz, presidente da Dallas Arquitetura e Design de Interiores, o próximo passo é organizar o seu espaço. “Ele não precisa ser grande. Uma opção é o quarto de hóspedes, que você só utiliza uma vez no ano”, explica. É importante colocar tudo que for do seu trabalho nesse espaço, porque é essencial produtivo e organizado nos seus dias”, completa.

• PARA UM AMBIENTE IDEAL, PERGUNTE-SE: 1. O que será feito nesse espaço? 2. Que tipo de trabalho é preciso realizar? 3. Clientes externos irão visitar o espaço? • PARA UMA MAIOR PRODUTIVIDADE: ORGANIZAÇÃO – A sua mesa

vai ser, provavelmente, o lugar onde você passará a maior parte do tempo. Então, tenha o cuidado de deixá-la organizada.

4. Colegas irão visitar para colaborar com o trabalho? 5. Que tipo de equipamento é necessário? 6. Vou fazer conferências em vídeo, por exemplo? PRIVACIDADE cia num mar de barulho e distrações.

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LUZ – Uma boa luz é essencial. O ideal é utilizar a maior quantidade de luz natural possível e mesclar

FALI, E AGORA?

DICA DE LIVR O:

negócio para o empreendedor. Segundo o livro Empreendedorismo, de Robert Hsrich, muitos empreendedores são capazes de transformar esse fracasso em sucesso e, em tentativas futuras, a tendência é a melhora na compreensão e avaliação da necessidade de uma pesquisa de mercado aprimorada, maior capitalização inicial e habilidades empresariais.

REALIDADE DA FALÊNCIA A) Consulte a sua família: Se é difícil para o empreendedor lidar com a falência, imagina para o cônjuge, por exemplo. É necessário explicar o que está acontecendo e aliviar o estresse de lidar sozinho com o problema.

B) Busque assistência externa: oferecer apoio e suporte, embora nem todas essas pessoas venham a ser solidárias. considerar o tempo gasto para recomeçar a fazer outra coisa.

É melhor

“Quebrei – Guia Politicamente Incorreto do Empreendedorismo”, de Leonardo de Matos. 43


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