Revista Obras e Dicas - ed. 55

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Distribuição Gratuita

Novembro / Dezembro de 2016 - Ano 8 - nº 55 w w w. o b r a s e d i c a s . c o m . b r

ESPECIAL ARQUITETOS E ENGENHEIROS

O LEGADO DE ZAHA HADID

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Apenas um friso de luz, pura, sem fronteiras, sem limites...

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EXPEDIENTE

EDITORIAL

QUE VENHA 2017!

Diretor-Geral Donizeti Batista Jornalista responsável Cris Oliveira - Mtb 35.158 Projeto Gráfico / Editoração Marcelo Arede Executivas de Vendas Iara Mello

“O engenheiro trabalha com o quilômetro, o arquiteto com o metro, o designer com o centímetro.” Tomas Maldonado

P

ara fechar 2016, nossa edição é principalmente voltada ao trabalho dos engenheiros e arquitetos, que comemoraram seus dias em 11 e 15 de dezembro, respectivamente. Os engenheiros são responsáveis por desenhar, projetar e concretizar construções, sejam elas moradias ou espaços corporativos. Já os arquitetos trabalham com o desenvolvimento de projetos, na supervisão e execução de obras de arquitetura; também estão diretamente ligados aos projetos de urbanismo e paisagismo. Para os leigos o que realmente importa é saber que, esse profissionais são capazes de tornar sonhos, realidade. Conseguem deixar o mundo mais belo, organizado e habitável.

Sugestões contato@obrasedicas.com.br Vendas: Had Captações e Propaganda Ltda-ME 17 3033-3030 - 99249-2662 revistaobrasedicas@hotmail.com contato@obrasedicas.com.br www.obrasedicas.com.br

revista obras e dicas

Donizeti Batista

Foto: Galaxy Soho/ Divulgação Projeto: Zaha Hadid

Diretor Geral

Foto: Arquivo pessoal

Dezembro / Janeiro 2017 Nº 55 - Ano 8

Distribuição Gratuita. Dirigida aos setores relacionados à Construção Civil - São José do Rio Preto e Região. *Artigos assinados representam opniões dos autores. 4

revistaobrasedicas@hotmail.com

Aproveitando o ensejo, fizemos uma homenagem a arquiteta Zaha Hadid, a primeira mulher a vencer o Prêmio Pritzker, considerado o ‘Nobel da Arquitetura’, e que morreu em 2016. A edição também conta com entrevista do arquiteto italiano Michele Olivieri. No tópico de novas tendências, trazemos informações sobre home office, as cores que estarão em alta em 2017. Faça uma boa leitura, e nunca se esqueça que... “Para ganhar um ano novo que mereça este nome, você, meu caro, tem de merecê-lo, tem de fazê-lo de novo, eu sei que não é fácil, mas tente, experimente, consciente. É dentro de você que o Ano Novo cochila e espera desde sempre.” – Carlos Drummond de Andrade.


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ÍNDICE DICAS DE COMPRA

VAI COMPRAR? NÃO SE ESQUEÇA DE AVALIAR PREÇO E QUALIDADE

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ESPECIAL

A IMPORTÂNCIA DO ORÇAMENTO DE OBRAS

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TENDÊNCIAS

DÊ UM NOVO COLORIDO AO SEU ESPAÇO

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ESPECIAL ARQUITETOS

ESPECIAL ARQUITETOS - ZAHA HADID ARQUITETA FOI A PRIMEIRA MULHER A RECEBER O PRÊMIO PRITZKER

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JOVENS ARQUITETOS

JOVENS ARQUITETOS - TRABALHOS REALIZADOS POR ALUNOS DA UNIRP

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PROJETOS

TRABALHE DE CASA OU DE ONDE ESTIVER

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ENTREVISTA

ARQUITETO ITALIANO FALA SOBRE CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL

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CASA COR

CASA COR DE BRASÍLIA COMPLETA 25 ANOS

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DICAS DE COMPRAS

Foto: Divulgação

VAI COMPRAR? NÃO SE ESQUEÇA DE AVALIAR PREÇO E QUALIDADE

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odos nós somos consumidores, uns mais outros menos, até porque consumir, na maioria dos casos, é uma necessidade. Mas na hora de adquirir um produto o que é mais relevante para você, o preço ou a qualidade? Pesquisar preços antes de finalizar uma compra é um comportamento comum, especialmente quando falamos de produtos com valores mais expressivos. Assim como é corriqueiro negociar formas de pagamento e possíveis descontos. “Acredito que hoje as pessoas estão mais propensas a escolherem os produtos pelo preço, talvez pelo momento que estamos vivendo. Infelizmente, poucas pessoas levam em conta o custo-benefício na hora de fechar o pedido”, ressalta Claudete Farina, proprietária da Marmoraria Farina. Mas será que o menor preço sempre vale a pena? Claro que um produto idêntico pode 8

ser adquirido em locais diferentes por preços distintos, e nesse caso o que manda é a regra do mercado, onde o consumidor tem o direito de pesquisar e optar pelo mais barato. Mas quando se trata apenas do item, como uma lata de tinta azul, por exemplo, será que vale a pena escolher levando-se em conta apenas o fato de uma custar menos que a outra? E a durabilidade? A cobertura? O rendimento? Também não são coisas que deveriam ser analisadas? Será que você, consumidor, não está caindo no “barato que sai caro”? “Para avaliar se um gasto que parece maior realmente compensa, devemos considerar que uma obra é um investimento; portanto tudo ali deve estar bem feito para valorizar o patrimônio. Só que para isso é preciso investir um pouco mais e garantir essa qualidade. No segmento que atuo, analisar o custo-benefício é importante, a pessoa vai pagar um pouco mais, mas terá um material de primeira qua-

lidade, acabamento perfeito e o acompanhamento na obra, desde a medida inicial até os acabamentos finais necessários depois da peça instalada”, pontua a empresária. Enquanto clientes devemos nos atentar para que o preço seja justo, válido para a qualidade do produto, ou serviço, oferecido. Também é importante estar ciente sobre o quanto aquele produto irá significar, se é algo que precisa durar ou pode ser descartável. Quando avaliamos esses detalhes, fica mais fácil de decidir se o menor preço, por si só, vale a pena, ou se investir um pouco mais será a melhor escolha. “Sem dúvida um produto de alta qualidade custa mais caro. Não só o material, que no nosso segmento varia muito o valor de acordo com o padrão, mas também a diferença da mão de obra feita por profissionais qualificados. Acredito que preço justo é aquele equivalente ao serviço oferecido”, finaliza Claudete.


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PAPO DE OBRA

Fotos: Divulgação

A IMPORTÂNCIA DO ORÇAMENTO DE OBRAS

Antes de iniciar uma obra é fundamental ter em mãos um orçamento, que seja o mais próximo possível da realidade. Com o cenário econômico recessivo e o mercado da construção civil contraído, como o que estamos vivenciando atualmente, é ainda maior a preocupação em se executar um orçamento de obra preciso, baseado em projetos executivos, antes que a mesma se inicie. Se para a maioria das incorporadoras esta ferramenta já faz parte dos processos da empresa, como indicativo para a viabilidade de novos empreendimentos e requisito básico para o início das obras, para as pessoas físicas, que tem a intenção de construir sua residência ou unidade comercial, também se tornou essencial e indispensável. O orçamento executivo de obra não é simplesmente uma estimativa de custos, mas um levantamento quantitativo detalhado de todos os projetos, com pesquisa de custos unitários de materiais, mão de obra e equipamentos praticados no mercado. Após a finalização de um orçamento é possível, através de relatórios do tipo “curva ABC”, identificar os insumos de maior repre10

sentatividade no custo total da obra e, a partir destes dados, fazer um gerenciamento destes custos, identificando materiais e serviços que estão onerando mais a obra, agindo para a viabilidade do projeto em questão, seja pela análise dos sistemas construtivos propostos a FHV pela negociação com fornecedores ou substituição de especificações. Ou seja, com o orçamento executivo em mãos, além de o proprietário saber o valor real do seu projeto naquela data base, é possível também identificar se o custo total orçado está adequado as suas expectativas financeiras e iniciar sua obra com segurança, tendo um balizador para acompanhamento dos custos de cada etapa da mesma, evitando-se surpresas no final. Com 17 anos de atuação no mercado da construção civil, no planejamento de condomínios e loteamentos, aplicando as melhores práticas de gestão de projetos, a busca constantemente os melhores resultados, satisfazendo todas as necessidades de seus clientes de forma única e diferenciada, priorizando qualidade e propondo soluções inovadoras e tecnológicas.

PRINCIPAIS SERVIÇOS EXECUTADOS: - Orçamento e planejamento de obras e empreendimentos; - documentação para financiamento bancário; - análise de viabilidade econômico/financeira de empreendimentos; - NBR 12721 e documentação para incorporação de empreendimentos; - avaliação de imóveis; - inspeção predial; - projetos residenciais e comerciais; - contratação, coordenação e compatibilização de projetos; - projeto legal; - aprovação em órgãos públicos; - projeto executivo; - memorial descritivo; - imagens e plantas para comercialização e - reformas em edificações. Serviço: France Hermida Villar, Engenheira Civil Fones (17) 3305-2799 / 99791-1681 fhvengenharia@fhvengenharia.com.br


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TENDÊNCIAS

Fotos: Foto: Divulgação

DÊ UM NOVO COLORIDO AO SEU ESPAÇO A

ssim como no mundo da moda, a construção civil tem suas tendências. Para atendê-las, as grandes marcas de diversos produtos trabalham focadas nessa demanda. Uma das coisas que muitos projetos levam em consideração são as cores que estão em alta, e irão ocupar as paredes internas e externas, seja de moradias ou ambientes corporativos. Uma das empresas de tintas que se preocupou em desenvolver novos tons para 2017 foi a marca norte-americana Behr. Ela disponibiliza três paletas que receberam os nomes de: confiança, composta e confortável. Saiba mais sobre elas. Paleta Confiança Carrega tons fortes e mais chamativos. Perfeita para pintar uma parede ou apenas ser usada em pontos de destaques, como a porta. Pessoas com o perfil criativo poderão brincar com os tons de vermelho picante, azul escuro e verde limão. O azul escuro é uma opção versátil, que combina com cores neutras como branco, cinza e creme, garantindo sobriedade. O tom também harmoniza com madeira. Outra opção é combinar o azul com outra cor forte, como o amarelo. Já o verde combina com madeira, cinza, branco e preto. A cor simboliza a esperança, liberdade, saúde e vitalidade. Para os designers, a cor é associada ao luxo e sofisticação. A outra cor da paleta é o vermelho, um tom que dá vida para a decoração. Além de combinar com várias cores e diversos materiais, o vermelho é vibrante, remete a força, poder e energia.

Paleta Composta Ela tem os tons mais sóbrios, sendo uma ótima opção para quem opta por um design mais tradicional ou contemporâneo. Suas nuances de verde e nude são perfeitas para uma decoração mais tradicional. O cinza aparece em mais de um tom, proporcionando composições elegantes e sóbrias. Pode ser combinado com o branco ou off white, proporcionando aconchego. Para os ousados, basta mesclar com cores vivas. As opções da Paleta Confiança, compõem muito bem com o cinza. A Paleta Composta traz ainda uma combinação de tons terrosos, como o areia, com um toque de marrom e tons profundos como magenta. São cores que dão um toque mais intimista e sofisticado aos espaços.

Paleta Conforto A predominância é dos tons pastel que proporcionam ambientes mais aconchegantes. 12

O tom amarelo é indicado para levar tranquilidade ao espaço. Ele pode ser combinado com azul e verde. Outra opção é o azul suave, que auxilia na iluminação de pequenos espaços. Compõe perfeitamente com cores neutras como o cinza, bege e branco. Para quem gosta de ousar, também pode misturar o azul suave com verde, amarelo e laranja. O rosa deixa de ser uma opção apenas para ambientes infantis ou femininos, ganhando espaço em móveis, objetos de decoração ou mesmo em lugares públicos. Basta ter bom gosto e saber brincar com outros tons, e o rosa se torna uma excelente alternativa. Para quem quer começar um novo ano, em um espaço também novo, esteja atento aos tons que se harmonizam e se contrastam, troque ideias com profissionais e invista na mudança. Lembre-se que, além de ter novas cores nas paredes, as tendências também ajudam a reformular a decoração e até mesmo o jardim.


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ESPECIAL ARQUITETOS

ZAHA HADID Arquiteta foi a primeira mulher a receber o Prêmio Pritzker 16


Fotos: Warren Whyte / Divulgação

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Dongdaemun Design Plaza & Park, Seoul , Coreia do Sul

arquiteta Zaha Hadid é apontada como mulher mais famosa do mundo, quando o assusto é arquitetura. Ela morreu no dia 31 de março de 2016, com 65 anos, após um ataque cardíaco, deixando um legado de grandes projetos arquitetônicos. Desbravadora, em 2004 se tornou a primeira mulher a vencer o Prêmio Pritzker, considerado o ‘Nobel da Arquitetura’. Também foi a primeira mulher a receber, em fevereiro de 2016, a Medalha de Ouro do Instituto Real de Arquitetos Britânicos, em reconhecimento por sua obra. Zaha também viu seu nome envolvido em polêmicas. A mais recente é relacionado ao seu projeto futurístico para o estádio da Olimpíada de 2020 em Tóquio, orçado em US$ 2 bilhões. Porém, o projeto acabou sendo descartado, e a organização optou por um desenho mais simples. Detentora do título de ‘Dama do Império Britânico’, em 2012, seu escritório levou a condecoração do Riba Stirling Prize, prêmio britânico de arquitetura de maior prestígio, no ano de 2010 (pelo projeto do Museu Maxxi em Roma) e 2011 (pelo projeto da Evelyn Grace Academy, em Brixton, Londres). Em entrevista publicada pela Casa Vogue, em janeiro de 2014, Zaha falou sobre seu primeiro projeto no Brasil, um hotel na praia de Copacabana. “Estou muito feliz com a nossa participação nesse projeto. O traçado topográfico da praia de Copacabana é mágico, de tirar o fôlego, dos mais belos do mundo. Além de ser o espaço público 17


ESPECIAL ARQUITETOS

aberto mais importante do Rio de Janeiro e do Brasil, capaz de atrair ao mar e à praia os inúmeros prédios ali construídos durante décadas e multidões de tribos diferentes, que

frequentam suas areias e seu calçadão criado por Burle Marx, amigo de Niemeyer, todas as horas do dia e da noite. Nosso projeto irá assimilar o contexto da avenida Atlântica e da

praia para se integrar ao urbanismo do Rio. A exuberância de Copacabana será um atributo valioso no nosso primeiro trabalho no Brasil”. Biografia

Galaxy Soho, Beijing, China

Heydar Aliyev Centre, em Baku, Azerbaijão

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Nascida em Bagdá em 1950, Zaha Hadid estudou em Londres na Architectural Associaton School of Architecture (AA). Formou-se arquiteta em 1977 e abriu seu escritório em 1979. Antes, estudou matemática na Universidade de Beirute. Ela lecionou em varias instituições, ocupando a presidência da Kenzo Tange na Escola de Graduação de Design da Universidade de Harvard, tornando-se sócia do Office for Metropolitan Architecture (OMA).


Fotos: Divulgacão

Galaxy Soho, Beijing, China

Obras Seus projetos ficaram conhecidos pela ousadia. Grande parte deles são conceituais e identificados com a corrente desconstrutivista. A principal característica de suas obras é a complexa dinâmica da curvilinearidade. Seu primeiro grande projeto foi a Estação de Bombeiros Vitra em Weila am Rhein, na Alemanha. No Brasil ela criou, em 2008, uma sandália plástica para a grife Melissa. A arquiteta venceu várias competições internacionais. Um exemplo é o The Peak Club em Hong Kong (1983). Sua abordagem constitui em escavar o terreno e depois fazer escarpas artificiais com a rocha escavada. Criou-se um vazio de 13 metros entre as vigas inferior e superior, onde são suspensas a plataforma, uma piscina e um bar. Um dos seus projetos mais conhecidos é o Parque Aquático da Olimpíada de Londres 2012. A obra lembra uma onda e tem duas piscinas de 50 metros e uma de mergulho.

O Phaeno Science Center, instalado em Wolfsburg, na Alemanha, ficou pronto em 2005. O prédio foi construído com um alto grau de transparência e porosidade. Uma espécie de cratera artificial dentro do edifício permite uma visão diagonal de diferentes níveis e setores da exposição. Maxxi (Museo Nazionale delle arti del XXI secolo), é o primeiro museu de arte contemporânea de Roma, e sua concepção ultrapassou a intenção de criar um lugar para expor arte contemporânea. A obra, de 2009, conta com 29 mil m² e traz uma mistura de concreto, ferro e vidro predominantes na sua estrutura. A ponte Bridge Pavilion, inaugurada em 2008, foi projetada diagonalmente sobre as margens do rio Ebro, na Espanha. O desenho foi inspirado na forma de um diamante cortado, envolto por uma espécie de pele formada por escamas sobrepostas, que permitem o fluxo de ar também por dentro do ambiente.

A Bergisel Ski Jump, inaugurada em 2002, é uma pista para competições de salto em esqui, que fica a cerca de 750 metros do nível do mar, bem em cima da montanha Bergisel, na Áustria. Sua estrutura é a combinação de uma torre e uma ponte, com 90 metros de largura e quase 50 metros de altura. O Glasgow Riverside Museum of Transport, da Escócia, foi idealizado em 2004. Instalado ao lado do rio Clyde, é uma ligação do canal com a cidade. Aberto nas duas extremidades, suas curvas internas fazem com que o visitante transite de forma fluida pelas cerca de três mil peças ligadas à história do transporte e da tecnologia na cidade. Inaugurado em 2003, o Lois & Richard Rosenthal Center foi o primeiro edifício independente do Contemporary Arts Center. As paredes do fundo do prédio foram desenhadas em continuidade com a calçada. É como se alguém tivesse levantado o ‘tapete’ da rua e, com a reorganização dos blocos levantados, dando origem ao edifício. 19


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JOVENS ARQUITETOS

TRABALHOS REALIZADOS POR ALUNOS DA UNIRP

Projetos selecionados de trabalhos de conclusão final de curso (TFG) da UNIRP São José do Rio Preto, onde apresentaram excelentes propostas de ocupação do espaço publico.

O MERCADO MUNICIPAL DE RIO PRETO E O NOVO CENTRO GASTRONÔMICO REGIONAL Aluno: Fernando Rodrigues Orientador: Professor Francisco Carlos Verroni

O objetivo da intervenção é através do uso da memória do patrimônio histórico do Mercado Municipal de São José do Rio Preto, realizar ligações espaciais e visuais com os pontos relevantes da região, criando espaços de convívio, trabalho e de crescimento cultural, com e através também da ligação desse patrimônio com o tema contemporâneo da gastronomia. As funções do Mercado serão ampliadas pela quase totalidade da quadra, hoje subutilizada, para torná-lo um centro gastronômico de referência regional, com uma função educacional, de lazer, de socialização da população e de geração de renda para a cidade por tornar-se também, um centro turístico.

REMANSO DO OURICURI MERCADO MUNICIPAL/ REVITALIZAÇÃO URBANA NO CENTRO DE CAPANEMA-PA Aluna: Leidiane Caetano Cardoso Orientadora: Mayara Dias de Souza Este trabalho é uma proposta de revitalização da área central da cidade de Capanema, no estado do Pará, onde estão localizados dois mercados e a feira livre. As condições inadequadas do local dificultam o crescimento ordenado e estruturado da cidade. O projeto abrange não somente a área central da cidade, mas preocupase com todo o seu entorno, propondo também uma ciclovia com ligações norte a sul e leste a oeste. O projeto pretende resgatar a memória local, preservando a cultura, as cores e sabores que o a região possui, salientar essa mistura de raça local, onde se preserva até os dias atuais alguns dos ensinamentos indígenas, a riqueza gastronômica e os produtos produzidos pelos artesões locais. 32


Foto: Leonardo Finotti

CULTIVART: EQUIPAMENTO MÓVEL E CULTURAL PARA INTERVENÇÕES URBANAS Autora: Tarcila Higa Petinati Savoia Orientadora: Raquel E. Oliveira Ferreira

A cidade de São José do Rio Preto vem sofrendo com os efeitos do crescimento espraiado e a segregação socioambiental, impossibilitando os moradores dos bairros mais afastados, sem acesso para atividades de lazer e cultura. Para a realização deste trabalho, foram realizados mapeamentos e análises que levaram à escolha das doze áreas onde foram realizados os projetos de intervenção e do desenvolvimento dos equipamentos móveis culturais, sendo compostos por oito caminhões com carroceria tipo baú e quatro vans, todos adaptados para realizar as intervenções urbanas, com o propósito de oferecer diversos meios de cultura como: cinema, oficina de artes, teatro, entre outras atividades. Com a implementação deste projeto, a requalificação se dará através da apropriação dos espaços urbanos de acordo com os novos usos, capazes de oferecer meios para amenizar os problemas referentes à falta de acesso à cultura e que ela seja disseminada de igual maneira a todos da cidade.

CENTRO DE CONVENÇÕES PARA O MUNICÍPIO DE CATANDUVA – SP Aluna: Thais Cristina Espejo Orientador: Cristian Nazareth Lisboa

Com desenvolvimento e crescimento das atividades de negócios nos setores de eventos, de acordo com análises e estudos, feitos em pesquisas bibliográficas e em levantamentos de dados, referentes às necessidades do município e região, se fez perceber a falta de ambientes e de estruturas para recepcionar tais atividades. O projeto desenvolvido trata-se de um Centro de Convenções, localizado na cidade de Catanduva, localizada no Noroeste do Estado de São Paulo, pertencente à mesorregião de São José do Rio Preto, com uma população de aproximadamente 118.853 de habitantes. A partir da analise e diagnóstico, foi desenvolvido um projeto arquitetônico e paisagístico com intuito de criar um espaço multiuso, capaz de realizar um amplo leque de eventos, que atenda a demanda local e regional e que promova investimento à cidade, enfatizando a flexibilidade necessária e buscando sua inter-relação social. 33


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PROJETOS

Fotos: Divulgacão

TRABALHE DE CASA OU DE ONDE ESTIVER

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uscando se reinventar e economizar, muitos profissionais têm investido em home office. É uma maneira de se tornar o seu próprio patrão, podendo contar com a flexibilidade de fazer seu horário, almoçar em casa e estar mais próximo da família. Além disso, é uma opção mais viável financeiramente, onde é possível excluir o aluguel de uma sala e a contratação de uma secretária. Outro fator que tem peso considerável na hora da decisão é conseguir diminuir consideravelmente as horas gastas

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no trânsito, com o deslocamento entre casa e escritório. Mas para que o home office funcione, e a vida profissional não se misture com a pessoal, fazendo com que ambas andem em perfeita sintonia e organização, é necessário um limite saudável entre elas. Para quem pensa em investir nesse novo segmento, mas ainda tem dúvidas sobre os prós e contras, o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) ressalta vários pontos favoráveis e contrários.

Avalie: - Vantagens pessoais e familiares: proximidade da família; maior independência; redução do estresse decorrente do trânsito; alimentação mais saudável; incorporação da família à atividade; e mais qualidade de vida. - Vantagens profissionais: maior liberdade profissional; privacidade, desde que planejada; redução de custos (aluguel, transporte, refeição e infraestrutura básica); facilidade de obtenção de franquias que não exigem pontos comerciais; definição do


Fotos: DivulgacĂŁo

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PROJETOS

próprio horário de trabalho; planejamento dos próprios rendimentos; rendimentos superiores aos níveis convencionais de mercado; e autogerenciamento profissional. - Vantagens empresariais: economia com empregados e encargos sociais; facilidades de mudança do ramo de atividade, em caso de insucesso; oferecimento de produtos e serviços melhores, com custos menores; vantagens fiscais para as microempresas, como a dispensa do IR; otimização de atividades; atendimento ao cliente 24 horas por dia; e reforço à terceirização e à profissionalização de serviços. - Desvantagens pessoais e familiares: perda da privacidade pessoal; possibilidade de excesso de carga de trabalho; indefinição de horários de trabalho e lazer, se não houver planejamento e disciplina; e tendência ao isolamento social (para quem mora só). - Desvantagens profissionais: falta de atualização profissional em processos gerenciais; e ambiente de trabalho confinado (antissocial).

Foto: Divulgacão

- Desvantagens empresariais: difícil sucessão, em caso de necessidade de transição; interferência de assuntos domésticos nos assuntos profissionais; preconceito no mercado formal, em caso de empresa não registrada; e dificuldades de obtenção de créditos, em caso de empresa informal. Não se engane Nem todo profissional e função se adaptam ao home office. Algumas pessoas trazem em seu perfil a necessidade de ter um chefe, e uma equipe envolvida no projeto, para que possam trabalhar de forma produtiva, então se darão melhor em uma empresa tradicional. Por outro lado, não é necessário ser um empreendedor para investir nesse mercado, afinal, tem crescido o número de empresas que trabalham com colaboradores remotos, que atuam a partir de home office, indo na empresa semanal ou mensalmente, para cumprir determinadas funções, ou participar de reuniões, integrações e planejamentos. E não se iluda achando que home office

significa trabalhar pouco e ganhar muito. Isso porque quem trabalha em casa ou é autônomo ou contratado de uma empresa. Se você é seu chefe vai precisar de muita dedicação, o que inclui, muitas vezes, trabalhar bem além do que prega um ambiente formal. Já quem é contratado, geralmente tem prazos e metas a serem cumpridos, e as tradicionais pausas para o cafezinho, geralmente deixam de ser feitas. Lembre-se sempre que, o trabalho remoto requer disciplina e profissionalismo. Por exemplo, é necessário que a pessoa esteja vestida para trabalhar. Claro que não precisa ser um traje formal, pode-se optar por algo mais confortável, mas sempre esteja pronto para atender uma chamada de videoconferência, por exemplo. Ter esse compromisso e rotina é fundamental. Ainda que esteja em casa jamais se esqueça que aquele período é de trabalho, e que isso exige uma disciplina. E mais, algumas reuniões presenciais podem ser necessárias. Então tenha um local confortável onde possa tratar de negócios, seja no seu home office ou em algum espaço público, como um café. Caso prefira ir até o escritório do cliente, deixe isso acordado já no início da parceria profissional. Produtividade Quem trabalha em home office consegue ter uma maior produtividade pois, em geral, perde menos tempo com deslocamentos, e se liberta de todo o estresse que o trânsito provoca, conseguindo iniciar as atividades de forma mas tranquila. Além disso, quem trabalha em seu próprio espaço impõe o seu ritmo ao trabalho, planejando melhor a rotina. Produtividade também está ligada ao relógio biológico e a flexibilidade que importa a cada pessoa. Trabalhar em horários alternativos, onde se sinta mais seguro e confortável, certamente traz bons resultados que poderão ser percebidos na vida profissional e pessoal. De qualquer lugar A verdade é que hoje, com um computador e uma boa internet, muitos profissionais conseguem trabalhar de qualquer lugar do mundo. E para os que administram bem o tempo e produzem com qualidade, o resultado será um home office mais eficiente, que resultará em uma vida que poderá ser melhor desfrutada.

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ENTREVISTA

Fotos: Divulgacão

ARQUITETO ITALIANO FALA SOBRE CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL O

arquiteto italiano Michele Olivieri, do escritório MCA – Mario Cucinella Architects, de Bolonha, participou da Greenbuilding Brasil 2016 - Conferência Internacional e Expo. Michele, que já esteve no Brasil nos anos de 2003 e 2004 para estudar planejamento urbano e design industrial, traz em sua bagagem uma dezena de projetos que coordenou no MCA, além da tese de doutorado defendida na Universidade IUAV, de Veneza, sobre Tecnologia em Arquitetura, a biomimética a partir das superfícies das plantas para a aplicação em edifícios no controle do clima ambiente. Acompanhe a entrevista que ele concedeu, na ocasião.

Quando e como nasceu seu interesse pela construção sustentável? Michele - Meu interesse nas questões da construção sustentável tem sido alimentado ao longo de minha trajetória universitária, experiência comum a muitos dos meus colegas. De fato, no início do ano 2000 (me formei em novembro de 2005) a assunção da responsabilidade em relação ao ambiente natural, por parte daqueles que são chamados

Arpa de Ferrara 40

a assumir a responsabilidade de orientar e projetar o trabalho do homem, por meio da construção de cidades e de edifícios, já constituía um dos paradigmas mais discutidos e analisados em nível acadêmico. Entretanto, foi a minha experiência de viver e estudar na cidade de Curitiba, entre 2003 e 2004, que me fez tomar definitivamente consciência da centralidade e da imprescindível necessidade de perseguir, como arquiteto a busca de um

diálogo constante entre ambiente construtivo e natural. Há quanto tempo faz parte da equipe do Escritório Mario Cucinella? Em que medida o arquiteto Cucinella é inspiração em sua trajetória profissional? Michele - Colaboro com o escritório MCA desde 2007. A parceria com Mario tem sido de grande importância em minha trajetória de formação profissional. Mario foi, provavelmente, a primeira pessoa a me apresentar uma abordagem autêntica da projetação. A sua e a nossa forma de fazer arquitetura coloca ao centro de tudo a vontade de buscar uma solução para cada tema, que juntos sejam espaciais, técnicos e qualitativos, sem que um desses componentes se sobressaia inteiramente sobre os demais. Quantos projetos já foram desenvolvidos sob o conceito de sustentabilidade durante sua carreira? Já realizou projetos em outros países? Quais os projetos mais importantes para você e por quê? Michele - De alguma forma, devido as prerrogativas que caracterizam o trabalho do


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ENTREVISTA

MCA, muitos dos trabalhos que segui e dirigi podem qualificar-se como experimentais, no âmbito da arquitetura sustentável. Para ser justo, apesar de trabalhar com ambições e horizontes internacionais, as principais obras estão localizadas na Itália. O plano mestre para o distrito terciário do Venetocity, entre Pádua e Mestre é, na minha opinião, um estudo de caso de interesse para as estratégias de regeneração urbana; a realização da Arpa de Ferrara, ainda que, através de um processo longo e incerto que muitas vezes aflige a realização de obras públicas na Itália, é um raro exemplo de aplicação radical de princípios experimentais em todos os níveis da projetação arquitetônica, desde a morfologia do edifício à definição de seus componentes (não convencionais) à escolha das tecnologias individuais utilizadas para a sua realização e, por fim, um projeto que estamos nos aprofundando no nível executivo justamente nessas semanas, para a sede de uma grande companhia de seguros, em Milão, a Torre UnipolSai, que poderia permitir-nos levar a mesma abordagem de design a um nível ainda mais elevado de complexidade e precisão. Quais as semelhanças e diferenças entre os cursos de formações arquitetônicas atuais e os anteriores? Quais os principais desafios dos professores e novos profissionais? Michele - Durante o doutorado entre 2006 e 2010, trabalhei como professor na faculdade de tecnologia de Ferrara. A minha impressão é que com o passar do tempo a formação tem tido cada vez mais dificuldade em manter o passo das atualizações tecnológicas que, de certa forma, afetam os resultados da nossa atividade profissional. Este fenômeno é somente em parte, devido à ineficiência que afeta, de uma forma mais ou menos evidente, os diferentes níveis universitários. Nas últimas décadas a universidade tem, de fato, se transformado de estrutura de serviço para a formação de uma classe diferenciada em uma empresa real, destinada essencialmente para gerar lucros e empregos. Esta metamorfose, em si completamente legítima, compromete a qualidade. Mesmo porque diante de um aumento exponencial da oferta de estruturas capazes de fornecer um serviço de ensino universitário, muitas vezes não foram criados espaços apropriados e nem mesmo realizada uma seleção do corpo docente realmente qualificado. 42

Porta Nuova Unipol


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ENTREVISTA

O verdadeiro desafio do sistema universitário atual parte, na minha opinião, da tomada de consciência dos próprios limites estruturais e, da valorização dos processos de colaboração entre as universidades, a fim de dar àqueles que estudam, em qualquer ambiente universitário, a possibilidade de poder ter acesso a uma ampla gama de opções de formação possíveis, escolhendo com base na maturação dos próprios interesses e méritos. Qual é o ponto mais importante para um arquiteto: o desenho do projeto ou a tecnologia utilizada? Michele - Pergunta bastante complicada. Quem desenha para construir uma arquitetura, inevitavelmente também está projetando uma tecnologia, simples ou complexa, consolidada ou visionária. Ao longo dos anos, as várias tendências, muitas vezes apostaram no “espetáculo” dos conteúdos tecnológicos do projeto, buscando quase omitir o valor, muitas vezes prevalentemente estético, ao invés de promover as imagens e as geometrias visionárias puras, sem qualquer teor tecnológico, valorizando as técnicas de representação, em detrimento daquelas relacionadas à construção. Pessoalmente acho essas duas visões mistificadoras, diante do real trabalho de quem se empenha seriamente em fazer arquitetura e, acredito ser imprescindível a maior atenção a ambos os aspectos do projeto. Na sua opinião, podemos considerar a tecnologia uma aliada na construção de projetos sustentáveis? Atualmente, quais são os recursos mais utilizados pelos arquitetos que trabalham neste segmento? Michele - Certamente sim. O conhecimento da tecnologia da arquitetura, experimental ou vernacular é um aliado-chave dos que fazem pesquisa na área da construção sustentável. Obviamente, as tecnologias mais avançadas, como aquelas que têm caracterizado a linguagem high-tech a partir dos anos setenta, são muito caras para serem implementadas em projetos reais. Isso comporta para aqueles que desejam trabalhar em projetos sustentáveis no plano de recaída social, além da energética, ter que redescobrir, afinar e atualizar tecnologias emprestadas daquela tradicional. Uma linha de pesquisa low-tech, que parte do pressuposto de desfrutar o melhor possível toda contribuição gratuita, naturalmente oferecida pelo contexto, 44

partindo da inércia e massificação dos diversos materiais e da integração cuidadosa de elementos verdes e naturais. Esta abordagem parece-me hoje, na era da crise das economias ocidentais, a mais rica e interessante na qual prosseguir. Alguns dos grandes desafios atuais do mundo são a luta contra o aquecimento global, o aumento da população urbana, a emissão de CO2, etc. Em que medida os projetos sustentáveis podem contribuir para os desafios contemporâneos? Michele - A responsabilidade daqueles que projetam e constroem edifícios, é certamente uma questão importante, e sempre foi muito presente na pesquisa MCA. A fatia de emissões e consumo de recursos relacionados com o mercado da construção, faz do nosso setor uma das chaves fundamentais para alcançar resultados tangíveis e duradouros, na luta para salvar o planeta. Nosso compromisso a este respeito é disponibilizar a nossa visibilidade, talento e a liberdade projetual, que às vezes surge, para experimentar soluções que incentivam abordagens inovadoras para a construção. Qual a diferença entre a arquitetura italiana e a de outros países? Michele - A arquitetura italiana expressa as virtudes e limitações de um país, sem dúvida, rico em capitais, história e cultura, mas que muitas vezes deixa de investir de maneira estratégica em si mesmo. A melhor arquitetura italiana é, sem dúvida, o resultado da expressão individual de alguns grandes professores que não puderam ativar fenômenos culturais permanentes e duradouros. A arquitetura produzida por nosso país pode, apesar disso, contar com algumas excelências, se pensamos na recuperação e valorização dos patrimônios construtivos existentes, na capacidade de fabricar produtos preciosos com técnicas tradicionais, ou mesmo na humanização da abordagem da tecnologia da arquitetura.

Como você vê o desenvolvimento do Brasil no âmbito da construção sustentável? Michele - A arquitetura brasileira beneficiase desde sempre pela natureza poderosa e rica, cuja força, às vezes, é capaz de me surpreender. Em muitas partes do país, ainda hoje existem homens capazes de viver em pleno equilíbrio e satisfação com o ambiente ao seu redor. Esta realidade, obviamente, colide com os enormes problemas que a urbanização selvagem tem gerado. Nas numerosas metrópoles do país, a situação é muito complexa e, infelizmente, não tenho conhecimento de muitas empresas de arquitetura no Brasil capazes de ir além de uma dimensão puramente comercial, declinando da questão da sustentabilidade, favorecendo a mera obtenção de certificações, a partir do valor quase puramente comercial. Tenho acompanhado com interesse o advento das políticas orientadas para o incentivo de paredes e coberturas verdes nas grandes cidades que, juntamente com o trabalho daqueles que partindo de pequenos edifíciospiloto, poderão certamente mudar o rumo e definir uma fase cultural em que o Brasil poderá ditar a sua gestão das grandes transformações urbanas. Neste sentido, um precedente muito importante é encontrado nas implicações sociais do trabalho feito por Jaime Lerner, de Curitiba, e sua equipe, nos anos 80 e 90. Como avalia as instalações e tecnologias, utilizadas no Brasil, para a construção sustentável? Michele – A situação brasileira é muito mais cultural do que técnica. Até o momento, o que vejo dos poucos casos de pioneirismo arquitetônico, é a aplicação de tecnologias de médio ou alto nível para a produção de construção, e uma arquitetura bastante medíocre, seguindo uma abordagem projetual bastante conservadora. Se hoje vejo os edifícios que são construídos no Brasil, não são mais as esquadrias rudimentares ou as instalações obsoletas a me abater, mas a alienante repetição dos tipos que são propostos.


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CASA COR BRASÍLIA

CASA COR DE BRASÍLIA COMPLETA 25 ANOS

Fachada Sustentável, de Catharina Macedo, Juliana Garrocho, Sheila Beatriz e Roberto Lecomte

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m antigo centro médico, localizado na QI 9 do Lago Sul, foi o palco da Casa Cor Brasília, que aconteceu entre os dias 22 de setembro de 09 de novembro. O evento marcou os 25 anos da mostra na capital do país. Foram 39 ambientes distribuídos em dois pavimentos em uma área construída de cerca de três mil m² que revelaram ser o verde e a cozinha, os protagonistas desta edição. Jardins de diversos formatos e tamanhos, a exemplo dos verticais (perfeitos para pequenos espaços), confirmaram a tendência de levar a natureza aos ambientes residencial e comercial. A cozinha, que já vinha ganhando destaque nas outras edições, consolidou-se como espaço importante da moradia. Os ambientes contaram com a assinatura de, aproximadamente, 70 profissionais renomados e jovens talentos. Conheça alguns desses ambientes

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Fotos: Jomar Bragança

Living para um Gourmet, de Yeda Garcia A arquiteta presta uma homenagem a um dos mais clássicos estilos de arquitetura: o Art Déco. A ideia foi criar uma sala de estar sofisticada, integrada à cozinha gourmet. Luminárias com desenhos próprios se aliaram com mobiliários que contaram com a curadoria da arquiteta Patricia Anastassiadis. Living para um Gourmet, de Yeda Garcia

Com Açúcar, Com Afeto, de Marcelo Marcolino e Desirée Nassaralla O ambiente celebrou as memórias afetivas com elementos que visam conforto e sensações de bem-estar. Inspirados nas lembranças dos almoços em família, os profissionais apostaram no Design Retrô. Entre os destaques presentes no projeto está a geladeira original dos anos 50, pintada na cor dourada. Refúgio Gourmet, de André Alf O espaço de 194m² mesclou elementos modernos e aconchegantes. O arquiteto se inspirou em pessoas que adoram cozinhar para os amigos e apreciam a arte e o design. Logo na entrada, um hall na cor preta impactava o público. Também chamou a atenção um móbile de lâmpadas de filamentos.

Com Açúcar, Com Afeto, de Marcelo Marcolino e Desirée Nassaralla

Fachada Sustentável, de Catharina Macedo, Juliana Garrocho, Sheila Beatriz e Roberto Lecomte A fachada apresentou um conceito moderno e sustentável com a chancela do WWF-Brasil. Trata-se da combinação de madeira industrial e em natura com peças plantadas da Amazônia e de árvores nativas, além de resíduos de produção madeireira. O projeto incluiu elementos de sombreamento para a estrutura.

Refúgio Gourmet, de André Alf 47


CASA COR BRASÍLIA CAPA

Sala de Música, de Clarissa Braga, Manuella Leite e Cristhiane Rauppp

Fotos: Jomar Bragança

Sala de Música, de Clarissa Braga, Manuella Leite e Cristhiane Rauppp (Esquina Arquitetura) O espaço homenageou a arte como um todo, com elementos que demonstraram o poder que a arte e arquitetura têm em transformar espaços. Desta forma, instrumentos musicais, esculturas e quadros se destacaram no ambiente. A utilização do verde e revestimentos rústicos buscou representar a vegetação, com organicidade e textura. Banho de Luxo, de Gustavo Assunção, Laura Oliveira e Sergio Peres (Simmetria Arquitetura) Com 36,70m², o espaço contou com revestimentos em alto-relevo na cor azul e tons acobreados de metais. A tonalidade amarela é presente em algumas peças de mobiliário. Destaque para o pórtico, revestido em porcelanato amadeirado, que delimita o box do banho. Um convite para uma pausa na correria do dia-a-dia.

Banho de Luxo, de Gustavo Assunção, Laura Oliveira e Sergio Peres

Loja Sebrae, de Eliton Brandão, Catharina Brandão e Mariannita Brandão 48

Loja Sebrae, de Eliton Brandão, Catharina Brandão e Mariannita Brandão Com 65m², era uma releitura contemporânea dos armarinhos brasileiros. As paredes foram ocupadas por prateleiras que serviram de apoio para expor a mercadoria. Trouxe como tendência a arquitetura industrial e do movimento ‘brutalista’. O local celebrou a brasilidade no artesanato brasileiro e na reciclagem como cultura.


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CASA COR BRASÍLIA

Fotos: Jomar Bragança

Varanda Gourmet Carioca, de Silvana Albuquerque Uniu o aconchego do rústico com a beleza de uma proposta moderna. O espaço funcional de 120m² foi projetado para receber bem e apresentou peças de design, iluminação planejada e tons como off-white, cru e azul. Nas paredes, as cores vivas harmonizaram com o tom mais sóbrio e elegante, explorado também no piso. Varanda Gourmet Carioca, de Silvana Albuquerque

Cenário do Bon Vivant, de Larissa Dias A junção da sala de estar, saleta e jantar representou um espaço de integração e versatilidade. Com 90m², apresentou um local que preza pelo conforto sem perder o requinte. Uma das tendências apresentadas é o retorno do dourado na decoração, mais conceitual e menos rebuscado, além de aplicações versáteis da madeira e do couro. Quarto Casal, de Eber Dourado e Inalda Dourado O conceito homenageou a criação da marca Casa Cor. O ambiente com 37,8m² apresentou estilo clean, com uso da madeira de cor mais forte na estante. Cores sóbrias, móveis contemporâneos e atemporais, somados a quadros de arte moderna, transformaram o ambiente em único e elegante.

Cenário do Bon Vivant, de Larissa Dias

Flat Terracota, de Débora Brayner 50

Flat Terracota, de Débora Brayner Inspirado nos lofts, e com 36m², se destacou pela multifuncionalidade. Os espaços abertos e integrados deram um toque contemporâneo para o projeto que utilizou elementos vazados para agregar os ambientes. A mobília e os materiais se contrastaram entre o rústico e o urbano.


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CASA COR BRASÍLIA

Refúgio do Homem Contemporâneo, de Wilker Medeiros e Alex Claver (Studio 2 Arquitetura e Interiores)

Fotos: Jomar Bragança

Refúgio do Homem Contemporâneo, de Wilker Medeiros e Alex Claver (Studio 2 Arquitetura e Interiores) Concebido para um solteiro, cosmopolita, que ama arte e design, e que gosta de receber amigos e celebrar a vida. Com 63m², contou com diversas combinações de quadros dispostos em diferentes pontos. Outro diferencial foi a pintura do teto com a mesma cor escolhida para as paredes, objetivando dar continuidade ao ambiente. Club House Experience, de Denise Zuba e Juliana Zuba (Studio Denise Zuba) Com 432 m², o espaço prezou pela qualidade de vida com um ambiente que uniu conforto, tecnologia, praticidade, design e diversão. Decoração casual com toques sofisticados, conjugando cores e texturas masculinas e atemporais: cinza, preto e madeira com móveis de design e pinceladas de brasilidade.

Club House Experience, de Denise Zuba e Juliana Zuba (Studio Denise Zuba)

Vinho Bar, de Roberto Carril 52

Vinho Bar, de Roberto Carril Com 65m² levou o conceito de desconstrução. Em tons de preto, azul royal, branco e concreto, o espaço buscou funcionalidade e inovação com materiais ousados. A inspiração veio nas belezas do Cais de Gaia, em Vila Nova de Gaia, Portugal. Destaque para os azulejos portugueses, peças de acervo pessoal, e cozinha funcional.


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