Observatório Social - Panorama Setorial do Alumínio

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Panorama setorial do alumínio e das empresas integradas Comportamento social e trabalhista - perfil do setor

PUBLICAÇÃO DO OBSERVATÓRIO SOCIAL

Setembro de 2003 Florianópolis - Santa Catarina - Brasil


APRESENTAÇÃO ______________________________________ 03 INTRODUÇÃO ________________________________________ 05 NOTA METODOLÓGICA ___________________________________ 06 PANORAMA INTERNACIONAL _______________________________ 07 Produção Mundial ____________________________________ 09 Consumo Mundial ____________________________________ 16 Comércio Mundial ____________________________________ 20 Principais Grupos e Empresas Integradas ________________________ 26 Perfil setorial de atuação dos grupos e empresas ____________________ 26 Organização e atuação mundial da Alcoa ________________________ 32 Organização e atuação mundial da Alcan ________________________ 44 Posição relativa das empresas na cadeia produtiva e fontes de suprimentos _____ 52 Internacionalização e fluxo espacial de produção por empresa ____________ 59 PANORAMA NACIONAL ___________________________________ 65 Produção nacional ____________________________________ 67 Consumo Nacional ____________________________________ 68 Comércio Exterior _____________________________________ 70 Importações _______________________________________ 70 Exportações ________________________________________ 72 Grupos Empresariais ___________________________________ 75 CADEIA PRODUTIVA DO ALUMÍNIO PRIMÁRIO ______________________ 81 CONCLUSÕES ________________________________________ 85 ANEXOS ___________________________________________ 91 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS _____________________________ 105


N

uma economia cada vez mais globalizada, a geração e a manutenção dos empregos e dos direitos trabalhistas estão cada vez mais condicionadas ao desempenho produtivo e comercial dos grupos empresarias. Acompanhar a concorrência, fusões e aquisições das empresas cada vez mais interessa aos sindicatos, porque milhares de empregos estão sendo decididos. Pela importância do setor do alumínio e de sua cadeia produtiva, o presente estudo representa um esforço para acompanhar as principais tendências do segmento, para que os sindicatos possam atuar frente as principais mudanças que estão ocorrendo neste setor. O estudo está estruturado da seguinte forma: - A primeira parte apresenta um estudo e traça um perfil do panorama mundial e nacional do setor, destacando as principais tendências da produção, consumo e comercialização do alumínio; - A segunda parte identifica os principais grupos e empresas integradas inseridos neste segmento. Incluímos dados das principais empresas na cadeia do alumínio, com destaque para a organização e atuação mundial e no Brasil da Alcoa (EUA) e da Alcan (Canadá). Ao descrever as estratégias empresarias, oferecemos um forte subsídio para que os sindicatos elaborem suas estratégias no espaço nacional e internacional, em sintonia com as mudanças no processo de produção e na conduta dos principais grupos empresariais. A terceira parte do trabalho destaca o panorama nacional, com dados sobre a produção, consumo, comércio exterior e os principais grupos empresariais. Hoje, mais do que nunca, as ações sindicais nacionais e sobretudo as de caráter internacional, requerem uma dose elevada de análise e estudos. Por isto, a nossa convicção é de que o “Panorama Setorial do Alumínio e das Empresas Integradas” contribuirá para fortalecer os sindicatos neste segmento. O presente estudo contou com o esforço técnico conjunto do DESEP/ CUT (Departamento de Estudos Sócio-Econômicos e Políticos da CUT) e do Observatório Social. Ao mesmo tempo, o estudo e a publicação que dele resultou contaram com uma enorme rede de apoiadores: em âmbito internacional contamos com a cooperação das centrais sindicais da Noruega (LO Noruega), da Alemanha (DGB Bildunsgwerk), da Holanda (FNV Mondiaal) e dos Estados Unidos da América (Centro de Solidariedade da AFL-CIO). No Brasil, contamos com o apoio das principais entidades envolvidas neste segmento: Confederações Nacionais dos Metalúrgicos (CNM/ CUT), dos Químicos (CNQ/CUT) e do Setor Mineral (CNTSM/CUT), além do INST/CUT (Instituto da Saúde o Trabalhador). A enorme coalizão de entidades envolvidas neste projeto proporcionou um estudo de qualidade e inédito pela sua abrangência que, ao nosso juízo, permitirá maior qualidade na atuação dos atores sociais. Kjeld Jakobsen Presidente do Observatório Social

Apresentação


4


O

alumínio vem progressivamente substituindo outros metais não metálicos como insumo de diversos ramos industriais. Em análises anteriores, enfatizamos que o alumínio primário ganha espaço na indústria de materiais de transporte, na construção civil e na indústria de embalagens, na qual há tempos é o insumo primordial. De fato, dados para 1995 (último disponível) sobre a composição do consumo mundial de alumínio indicam que 71% do consumo estão concentrados nesses três segmentos. Trata-se, portanto, de problema de pesquisa que encerra inegável justificativa em sua compreensão. Primeiro, porque a indústria de materiais de transporte, na qual se inserem as montadoras automobilísticas e os hangares aeroespaciais, representa parcela expressiva do PIB industrial mundial e do comércio intrafirmas internacional. Segundo, porque a construção civil traduz a expansão do estoque de capital de qualquer economia, trata-se, então, de investimento. Terceiro, porque a indústria de embalagens é termômetro preciso do nível de atividades de qualquer economia. Assim, busca-se neste estudo traçar duas dimensões sobre a cadeia produtiva do alumínio. Dimensões essas complementares às que aqui estão segmentadas, em virtude da eficácia analítica. O primeiro objetivo é traçar dois perfis do setor: um panorama mundial e um panorama nacional. Em ambos avaliamos a produção, o consumo e o comércio exterior. O segundo objetivo é identificar e detalhar as estratégias empresariais dos principais grupos inseridos nesse segmento. Dessa forma, identificamos as posições relativas de cada um dos principais grupos na produção mundial de bauxita, alumina, alumínio primário e, na medida da disponibilidade de informações, na produção de transformados de alumínio. Além disso, identificamos os fluxos especiais derivados das estratégias de internacionalização da produção. A consecução de ambos os objetivos nos capacita a analisar a estrutura de mercado para o alumínio primário. Especificamente para esse elo da cadeia produtiva porque se trata da fase mais próxima dos produtos transformados e porque, para esses produtos, não dispomos de estatísticas suficientes.

Introdução

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NOTA METODOLÓGICA As informações apresentadas nos capítulos relativos à estrutura organizacional e à atuação dos grupos Alcoa e Alcan, tanto no Brasil quanto no mundo, foram elaboradas a partir de inúmeras fontes nacionais e internacionais. No recorte temporal, buscou-se privilegiar, tanto quanto possível, séries históricas (a partir de 1998) e os dados mais recentes disponíveis (normalmente, os anos de 2000 e 2001). Os dados relativos à produção global de bauxita, alumina e alumínio primário, bem como sua distribuição geográfica, foram compostos por meio das seguintes fontes: relatórios anuais das empresas, World-Aluminium, US Geological Survey e World Bureau of Metal Statistical. As informações econômico-financeiras dos grupos, além das referências aos processos de aliança, fusão e aquisição empresariais, localização de plantas e número de funcionários foram obtidas dos relatórios anuais das empresas e de publicações setoriais como “Balanço Anual”, da Gazeta Mercantil, “Melhores e Maiores” da Revista Exame, e da imprensa especializada. No que diz respeito aos itens 4.4.1.1 e 4.4.1.2, os grupos Alcoa e Alcan atuam no Brasil através de empresas próprias (filiais) ou nas quais possuam participação acionária. Para este último caso, dever-se-ia proceder a uma ponderação que considerasse o número de trabalhadores da unidade em proporção equivalente à sua participação acionária, o que revelaria com maior exatidão o número de trabalhadores sobre os quais cada grupo teria responsabilidade.

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Panorama Internacional

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Produção mundial A produção mundial de alumínio primário cresceu cerca de 26% entre 1992 e 2001 (Tabela 1). Isso reflete, em grande medida, a expansão mundial da produção industrial no período, mas especialmente o avanço progressivo da utilização do alumínio como suprimento em setores industriais que detêm posições expressivas na formação do produto industrial em escala mundial, particularmente as indústrias de material de transporte, embalagens, construção, material elétrico, mecânica e de bens de consumo. Observa-se que a variação da produção mundial nesse período foi muito influenciada pela expansão da produção na China (+ 1,6 milhão de toneladas), Austrália (+ 564 mil t.), Canadá (+ 528 mil t.), África do Sul (+ 507 mil t.) e Rússia (+ 500 mil t.). Ao mesmo tempo, houve expressiva queda da produção nos EUA (-1,44 milhão t.). Assim, entre os quatro maiores produtores mundiais, os EUA apresentaram desempenho muito ruim, com variação negativa de 36%. Essa queda da produção dos EUA concentrase no período de 2000/2001. A redução da produção em 29% é especialmente motivada pelo racionamento da energia. Nesse período, várias empresas reduziram a produção, já que os lucros decorrentes da venda de energia passaram a ser superiores aos lucros operacionais (US Geological Survey, Aluminium 2001, Plunkert). Com isso, os EUA perderam a posição de líder mundial para a Rússia, cuja produção cresceu cerca de 18%. Nesse seleto clube dos maiores produtores mundiais, a China exibiu a maior taxa de expansão, com 145%. Saltou da sexta para a segunda posição na produção mundial de alumínio primário. Isso reflete a fantástica expansão da demanda interna de alumínio e do crescimento do PIB industrial da China, atingindo taxas superiores a 15% ao ano nos anos noventa (FMI).

comportamento dos produtores mais tradicionais e daqueles mais recentes, nos quais a capacidade instalada ganha relevância internacional no início dos anos noventa. No primeiro grupo (Austrália, Brasil, Noruega, Índia, Alemanha, Venezuela, França e Espanha), os países que exibiram menor dinamismo foram: Alemanha, Brasil, Venezuela, Espanha e França. No caso do Brasil, o baixo crescimento econômico e os dilemas do setor energético explicam, entre outros aspectos, a estagnação da produção. Ainda na categoria dos produtores mais tradicionais (exceto os quatro maiores produtores), os países que relevaram maior dinamismo foram: Austrália, Índia e Noruega, com taxas de crescimento de 45%, 29%, e 23%, respectivamente. Já no grupo de produtores mais recentes, devese salientar a notável expansão da produção de alumínio primário na África do Sul, EAU (Emirados Árabes Unidos) e Barein, com variações de 293%, 104% e 74%, respectivamente.

Já o Canadá parece consolidar sua posição entre os quatro maiores produtores mundiais por meio de um crescimento robusto de 27% (somente inferior ao da China, entre os quatro líderes), beneficiando-se, em grande medida, do racionamento de energia nos EUA.

A diferenciação do crescimento da produção de alumínio primário entre os quinze maiores produtores refletiu-se em mudanças na participação relativa desses países na produção mundial, como se pode observar na Tabela 2. Os países que aumentam suas participações na produção mundial são, em ordem decrescente: China, Austrália, África do Sul, Barein e EAU. A China eleva sua posição relativa na produção mundial de 6% para 11%. Outros países (Canadá, Noruega e Índia) foram capazes de manter suas posições no ranking mundial. Os demais revelaram queda, com destaque para os EUA, que perdem a metade de sua participação.

Entre os demais países que constam na Tabela 1, deve-se atentar para o

Desse modo, o comportamento da produção mundial de alumínio primário resultou em

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dinâmicas muito distintas entre os maiores produtores mundiais e adicionalmente refletiu relativa desconcentração geográfica da produção (Tabela 2). A participação somada

dos dez maiores produtores caiu de 76% para cerca de 69%, influenciada, em grande medida, pelo baixo desempenho da produção norteamericana.

Tabela 1 – Produção mundial de alumínio primário e países líderes – mil/ton/ano País Rússia China EUA Canadá Austrália Brasil Noruega África do Sul Índia Alemanha Venezuela França Barein EAU Espanha Sub-total (4) Sub-total (10) Sub-total (15) Outros Total

1992

1994

1996

1998

2000

2.700,0 1.100,0 4.042,0 1.972,0 1.236,0 1.193,0 813,0 173,0 496,0 603,0 561,0 418,0 292,0 245,0 359,0 9.950,0 14.716,0 16.203,0 3.297,0 19.500,0

2.670,0 1.450,0 3.299,0 2.255,0 1.317,0 1.185,0 858,0 172,0 472,0 505,0 585,0 388,0 447,0 247,0 338,0 9.674,0 14.596,0 16.188,0 3.012,0 19.200,0

2.874,0 1.770,0 3.577,0 2.283,0 1.372,0 1.195,0 863,0 570,0 531,0 576,0 629,0 380,0 461,0 259,0 362,0 10.504,0 15.709,0 17.702,0 3.098,0 20.800,0

3.005,0 2.340,0 3.713,0 2.374,0 1.627,0 1.208,0 996,0 677,0 542,0 612,0 585,0 424,0 501,0 387,0 362,0 11.432,0 17.137,0 19.353,0 3.247,0 22.600,0

3.245,0 2.550,0 3.668,0 2.373,0 1.769,0 1.277,0 1.026,0 671,0 560,0 644,0 570,0 441,0 509,0 500,0 366,0 11.836,0 17.793,0 20.169,0 3.831,0 24.000,0

2001 (e)(*) 3.200,0 2.700,0 2.600,0 2.500,0 1.800,0 1.200,0 1.000,0 680,0 641,0 600,0 570,0 450,0 11.000,0 16.921,0 24.521,0

92/01 (%)(**) 18,5 145,5 -35,7 26,8 45,6 0,6 23,0 293,1 29,3 -0,5 1,6 7,7 74,3 104,1 1,9 10,5 15,0 25,7

Fonte: U.S. Geological Survey, Mineral Commodity Summaries, diversos números. (e) estimativa. (*) O Total de 2001 é indicado pelo World Bureau of Metal Statistical. (**) As taxas de variação de Barein, EAU e Espanha correspondem ao período 92/00. Elaboração: DESEP/CUT

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Cap.inst (2000) 3.200,0 2.640,0 4.280,0 2.550,0 1.770,0 1.260,0 1.020,0 676,0 640,0 26.200,0


Tabela 2 – Participação de países líderes na produção mundial de alumínio primário - (%) País

1992

1994

1996

1998

2000

2001 (e)

Rússia

13,8

13,9

13,8

13,3

13,5

13,1

China

5,6

7,6

8,5

10,4

10,6

11,0

EUA

20,7

17,2

17,2

16,4

15,3

10,6

Canadá

10,1

11,7

11,0

10,5

9,9

10,2

Austrália

6,3

6,9

6,6

7,2

7,4

7,3

Brasil

6,1

6,2

5,7

5,3

5,3

4,9

Noruega

4,2

4,5

4,1

4,4

4,3

4,1

África do Sul

0,9

0,9

2,7

3,0

2,8

2,8

Índia

2,5

2,5

2,6

2,4

2,3

2,6

Alemanha

3,1

2,6

2,8

2,7

2,7

2,4

Venezuela

2,9

3,0

3,0

2,6

2,4

2,3

França

2,1

2,0

1,8

1,9

1,8

1,8

Bahrein

1,5

2,3

2,2

2,2

2,1

-

EAU*

1,3

1,3

1,2

1,7

2,1

-

Espanha

1,8

1,8

1,7

1,6

1,5

-

Sub-total(4)

50,2

50,4

50,5

50,6

49,3

44,9

Sub-total (10)

73,3

74,0

75,0

75,6

74,1

69,0

Sub-total (15)

82,9

84,4

84,9

85,6

84,0

73,1

Outros

17,1

15,6

15,1

14,4

16,0

26,9

100,0

100,0

100,0

100,0

100,0

100,0

Total

Fonte: U.S. Geological Survey, Mineral Commodity Summaries, diversos números. (e) estimativa. Elaboração: DESEP/CUT

A produção mundial de alumina entre 1992 e 2000 acompanha a trajetória da produção de alumínio primário, porém com crescimento pouco menor, cerca de 18% (Tabela 3). Este segmento coloca-se em fase anterior na cadeia produtiva do alumínio primário. Portanto, o seu volume de produção é determinado, em grande medida, pela demanda de produção do alumínio primário e pela política de formação e gestão de estoques das grandes empresas produtoras de alumínio primário. É o caso especialmente das empresas que não são integradas (não atuam em diversas fases da cadeia do alumínio) ou daquelas que, apesar de contar com presença em fases (inclusive de alumina), não contam com volume de produção adequado às necessidades de suas smelters (usinas de fundição do alumínio primário).

minério que é o insumo básico da produção da alumina. Em razão disso, a configuração dos maiores produtores mundiais de alumina é distinta daquela observada no alumínio primário. Ao compararmos a composição dos quinze maiores produtores de alumina e alumínio primário, é possível identificar uma nítida especialização da Jamaica, Ucrânia, Irlanda, Cazaquistão e Itália na produção de alumina. Além disso, os demais países ocupam posições diferenciadas na produção mundial nessas fases da cadeia do alumínio.

Observa-se que a territorialidade da produção mundial de alumina está associada não só aos grandes centros produtores do alumínio primário, mas também à proximidade geográfica das grandes minas de bauxita,

De fato, entre os quatro maiores produtores mundiais, a China, assim como em alumínio primário, revelou crescimento da produção muito superior aos demais, com cerca de 174%, deslocando-se da sétima para a terceira

Nota-se também que a evolução da produção da alumina, entre os maiores produtores mundiais, não foi linear no período 1992/2000, revelando taxas de crescimento muito diferenciadas.

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posição no ranking mundial. Já a Austrália manteve-se na liderança mundial, com crescimento de 33%. A Jamaica exibiu expansão pouco superior a 23%. O único país entre os quatro maiores produtores que revelou queda de produção de alumina foi os EUA, com taxa negativa de 8%. Já entre os demais produtores é possível identificar quatro comportamentos distintos quanto à evolução da produção. No Brasil ocorre expressiva expansão da produção de alumina, com taxa superior a 90%, só inferior ao ritmo de crescimento da China. Em situação oposta ao Brasil, há queda de produção na Alemanha e Rússia, com retração de 18% e 8%, respectivamente. Já a Índia,

Ucrânia, Irlanda, Espanha e Itália exibem taxas de crescimento de 17% a 25%, enquanto a produção cresce em ritmo menor na Venezuela, Cazaquistão e Canadá. Esses ritmos distintos de produção entre 1992 e 2000 alteram a participação relativa dos quinze maiores produtores no ranking mundial de alumina (Tabela 4). Os países que aumentam suas respectivas participações são a China, Brasil, Austrália e, em menor medida, a Ucrânia. Os países que perdem participações mais visíveis são EUA, Rússia e Alemanha. A queda de participação é menos intensa nos casos da Jamaica, Venezuela, Cazaquistão e Canadá. Nos demais países há relativa estabilidade de participação, especialmente na Índia. Em decorrência dessas alterações na participação relativa dos países na produção mundial de alumina, a Austrália consolida-se na liderança, detendo cerca de 32% da produção mundial. E essa destacada posição da Austrália é responsável, em grande medida, pela robusta concentração geográfica da produção mundial, na qual os quatro maiores produtores respondem por cerca de 58%.

Tabela 3 – Produção mundial de alumina e países líderes – mil/ton/ano País Austrália EUA China Jamaica Brasil Rússia Índia Venezuela Ucrânia Irlanda Kazaquistão Espanha Canadá Itália Alemanha Sub-total (4) Sub-total (10) Sub-total (15) Outros Total

1992 11.783,0 5.190,0 1.580,0 2.917,0 1.833,0 3.100,0 1.700,0 1.308,0 1.100,0 973,0 1.100,0 959,0 1.104,0 762,0 857,0 21.470,0 31.484,0 36.266,0 5.434,0 41.700,0

1994 12.892,0 4.860,0 1.850,0 3.221,0 1.868,0 2.254,0 2.000,0 1.300,0 1.070,0 1.000,0 900,0 1.000,0 1.170,0 825,0 824,0 22.823,0 32.315,0 37.034,0 4.466,0 41.500,0

1996 13.348,0 4.700,0 2.550,0 3.200,0 2.752,0 2.105,0 1.780,0 1.701,0 1.000,0 1.234,0 1.083,0 1.095,0 1.060,0 881,0 755,0 23.798,0 34.370,0 39.244,0 4.756,0 44.000,0

1998 13.853,0 5.650,0 3.330,0 3.440,0 3.322,0 2.465,0 1.890,0 1.553,0 1.291,0 1.200,0 1.085,0 1.100,0 1.229,0 930,0 600,0 26.273,0 37.994,0 42.938,0 4.462,0 47.400,0

2000 (e) 15.681,0 4.780,0 4.330,0 3.600,0 3.500,0 2.850,0 2.000,0 1.400,0 1.360,0 1.200,0 1.200,0 1.200,0 1.200,0 950,0 700,0 28.391,0 40.701,0 45.951,0 6.362,0 49.300,0

92/00 (%) 33,1 -7,9 174,1 23,4 90,9 -8,1 17,6 7,0 23,6 23,3 9,1 25,1 8,7 24,7 -18,3 32,2 29,3 26,7 17,1 18,2

Fonte: U.S. Geological Survey, Mineral Commodity Summaries, diversos números. (e) estimativa. Elaboração: DESEP/CUT

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Tabela 4 – Participação dos países lideres na produção mundial de alumina (%) País Austrália EUA China Jamaica Brasil Rússia Índia Venezuela Ucrânia Irlanda Kazaquistão Espanha Canadá Itália Alemanha Sub-total (4) Sub-total (10) Sub-total (15) Outros Total

1992 28,3 12,4 3,8 7,0 4,4 7,4 4,1 3,1 2,6 2,3 2,6 2,3 2,6 1,8 2,1 51,5 75,4 86,8 13,2 100,0

1994 31,1 11,7 4,5 7,8 4,5 5,4 4,8 3,1 2,6 2,4 2,2 2,4 2,8 2,0 2,0 55,1 77,9 89,3 10,7 100,0

1996 30,3 10,7 5,8 7,3 6,3 4,8 4,0 3,9 2,3 2,8 2,5 2,5 2,4 2,0 1,7 54,1 78,2 89,3 10,7 100,0

1998 29,2 11,9 7,0 7,3 7,0 5,2 4,0 3,3 2,7 2,5 2,3 2,3 2,6 2,0 1,3 55,4 80,1 90,6 9,4 100,0

2000 (e) 31,8 9,7 8,8 7,3 7,1 5,8 4,1 2,8 2,8 2,4 2,4 2,4 2,4 1,9 1,4 57,6 82,6 93,1 6,9 100,0

Fonte: U.S. Geological Survey, Mineral Commodity Summaries, diversos números. (e) estimativa. Elaboração: DESEP/CUT

Já a produção de bauxita, mineral básico utilizado na produção de alumina, aumentou cerca de 30% entre 1992 e 2001 (Tabela 5). A taxa de crescimento da produção de bauxita é superior à observada nas fases posteriores na cadeia produtiva do alumínio (alumina e alumínio primário). Isso reflete a política de estoques das grandes refinadoras de alumina. A territorialidade da produção da bauxita também releva especificidades, quando comparada ao perfil geográfico da produção de alumina, apesar de serem menores quando confrontadas às distribuições geográficas da produção de alumina e alumínio primário. Ao confrontarmos os quinze maiores produtores de bauxita e alumina, nota-se uma nítida especialização dos seguintes países na produção de bauxita: Guiné, Suriname, Guiana, Indonésia, entre outros, além das posições diferenciadas que os demais países ocupam em importância na produção mundial nessas fases da cadeia do alumínio. Da mesma forma que nas fases anteriores da cadeia produtiva, identificam-se comportamentos muito diferenciados na produção de bauxita entre os quinze maiores

produtores mundiais. Entre os líderes (quatro maiores produtores), o Brasil e a Austrália revelam as maiores taxas de crescimento, com 50% e 35%, respectivamente. Já a produção na Jamaica e Guiné cresce 15% e 9%, respectivamente. Nos outros produtores mundiais, ocorre sensível expansão da produção. A Venezuela e Irã têm taxas de 318% e 900%, respectivamente. A China, assim como nas outras fases da cadeia produtiva, exibe crescimento de 241%, colocando-se na quinta posição mundial.

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Tabela 5 – Produção mundial de bauxita e países líderes – mil/ton./ano País Austrália Guiné Brasil Jamaica China Índia Venezuela Suriname Rússia Kazaquistão Guiana Grécia Indonésia Hungria Irã Serra Leoa (*) Sub-total (4) Sub-total (10) Sub-total (15) Outros Total Mundial

1992 1994 1996 1998 2000 39.746,0 41.733,0 43.063,0 44.553,0 53.802,0 13.800,0 14.400,0 15.600,0 15.000,0 15.000,0 9.366,0 8.673,0 10.998,0 11.961,0 14.000,0 11.302,0 11.564,0 11.863,0 12.646,0 11.127,0 2.700,0 3.700,0 6.200,0 8.200,0 9.000,0 4.898,0 4.809,0 5.757,0 6.102,0 7.366,0 1.052,0 4.419,0 4.834,0 4.826,0 4.200,0 3.250,0 3.772,0 3.695,0 3.890,0 3.610,0 4.578,0 3.000,0 3.300,0 3.450,0 4.200,0 3.036,0 2.425,0 3.140,0 3.437,0 3.727,0 2.376,0 2.100,0 2.475,0 2.267,0 2.404,0 2.078,0 2.196,0 2.452,0 1.823,0 1.991,0 804,0 1.342,0 842,0 1.056,0 1.200,0 1.721,0 830,0 1.044,0 1.138,0 1.047,0 100,0 100,0 150,0 336,0 1.000,0 1.250,0 735,0 74.214,0 76.370,0 81.524,0 84.160,0 93.929,0 93.728,0 98.495,0 108.450,0 114.065,0 126.032,0 100.807,0 105.063,0 115.413,0 120.685,0 133.674,0 4.193,0 1.937,0 1.587,0 1.315,0 1.326,0 105.000,0 107.000,0 117.000,0 122.000,0 135.000,0

2001(e) 92/01(%) 53.500,0 34,6 15.000,0 8,7 14.000,0 49,5 13.000,0 15,0 9.200,0 240,7 8.000,0 63,3 4.400,0 318,2 4.000,0 23,1 4.000,0 -12,6 22,7 2.000,0 -15,8 -4,4 49,2 -39,1 900,0 95.500,0 28,7 125.100,0 33,5 137.000,0 30,5

Fonte: U.S. Geological Survey, Mineral Commodity Summaries, diversos números. (e) estimativa. (*) a produção foi encerrada em 1995. Elaboração: DESEP/CUT

A Índia, Indonésia, Suriname e Cazaquistão revelaram crescimento mais moderado da produção de bauxita, se comparado aos países mais dinâmicos identificados anteriormente. As taxas de crescimento desses países, entre 1992 e 2001, variaram de 23% a 63%. Em situação oposta aos demais países, a Rússia, Guiana, Hungria e Grécia registraram queda de produção, com taxas que oscilaram de 4%

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a 39%. Neste grupo destaca-se a redução da produção na Rússia e Guiana, países que em 1992 situavam-se entre os dez maiores produtores mundiais. As distintas trajetórias de crescimento da produção de bauxita entre os quinze maiores resultam em mudanças nas posições relativas que cada um ocupa na produção mundial (Tabela 6).


Tabela 6 – Participação dos países lideres na produção mundial de bauxita – (%) País Austrália Guiné Brasil Jamaica China Índia Venezuela Suriname Rússia Guiana Kazaquistão Grécia Indonésia Hungria Irã Serra Leoa Sub-total (4) Sub-total (10) Sub-total (15) Outros Total mundial

1992 37,9 13,1 8,9 10,8 2,6 4,7 1,0 3,1 4,4 2,9 2,3 2,0 0,8 1,6 0,1 1,2 70,7 89,4 96,2 3,8 100,0

1994 39,0 13,5 8,1 10,8 3,5 4,5 4,1 3,5 2,8 2,3 2,0 2,1 1,3 0,8 0,1 0,7 71,4 92,1 98,4 1,6 100,0

1996 36,8 13,3 9,4 10,1 5,3 4,9 4,1 3,2 2,8 2,7 2,1 2,1 0,7 0,9 0,1 69,6 92,6 98,5 1,5 100,0

1998 36,5 12,3 9,8 10,4 6,7 5,0 4,0 3,2 2,8 2,8 1,9 1,5 0,9 0,9 0,3 69,0 93,5 99,0 1,0 100,0

2000 39,9 11,1 10,4 8,2 6,7 5,5 3,1 2,7 3,1 2,8 1,8 1,5 0,9 0,8 0,7 69,6 93,5 99,2 0,8 100,0

2001 (e) 39,1 10,9 10,2 9,5 6,7 5,8 3,2 2,9 2,9 1,5 69,7 91,2 100,0

Fonte: U.S. Geological Survey, Mineral Commodity Summaries, diversos números. (e) estimativa Elaboração: DESEP/CUT

A Austrália consolida sua liderança, obtendo cerca de 39% da produção mundial de bauxita. O Brasil amplia sua participação na produção mundial, deslocando a Jamaica da terceira colocação mundial. A Índia, Venezuela e Irã aumentam suas participações na extração

mundial de bauxita. Mas o aumento mais expressivo ocorre na China, que elevou sua participação de 3% para cerca de 7%. A Guiana e a Indonésia asseguram suas posições no período e os demais países perdem posições, com destaque para Guiné, Rússia e Jamaica.

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Tabela 7 – Reserva mundial de bauxita e países líderes – milhões/ton e % País

1996 (milhões/ton) Guiné 5.900,0 Austrália 7.900,0 Brasil 3.898,0 Jamaica 2.000,0 China 1.500,0 Índia 1.200,0 Guiana 900,0 Suriname 600,0 Venezuela 350,0 Rússia 200,0 Sub-total (4) 19.698,0 Sub-total (10) 24.448,0 Outros 4.400,0 Total 28.848,0

1996 (%) 20,4 27,4 13,5 6,9 5,2 4,2 3,1 2,1 1,2 0,7 68,2 84,7 15,3 100,0

2000 (milhões/ton) 8.600,0 7.400,0 4.900,0 2.500,0 2.000,0 1.400,0 900,0 600,0 350,0 250,0 23.400,0 28.900,0 4.700,0 33.600,0

2000 (%) 25,6 22,0 14,6 7,4 6,0 4,2 2,7 1,8 1,0 0,7 69,6 86,0 14,0 100,0

Fonte: DPNM-DIRIN e U.S. Geological Survey, Mineral Summaries, janeiro de 2002 Elaboração: DESEP/CUT.

A forte expansão dos países líderes na produção mundial de bauxita aumenta ainda mais a concentração geográfica. Enquanto a produção somada dos quatro maiores mantém elevada participação (cerca de 70%), os quinze maiores produtores elevam sua posição de 97% para cerca de 99% da produção mundial de bauxita. Nas duas situações, o grau de concentração geográfica é muito superior ao identificado nas demais fases cadeia produtiva

do alumínio, dada a localização das minas. A posição dos atuais níveis de produção de bauxita nos maiores produtores mundiais, quando comparada com os níveis de reservas minerais, coloca-se como variável chave para indicar a sustentabilidade da produção e, ao mesmo tempo, medir o seu potencial de expansão. Observa-se, por meio da Tabela 7, que os países que ainda exibem enorme potencial da produção são o Brasil e a Guiné.

Consumo mundial O consumo mundial de alumínio primário cresceu cerca de 20% entre 1995 e 2000. Porém, há diferenças na demanda pelo metal entre os diversos continentes (Tabela 8). Notase que a expansão do consumo na África, Ásia e Oceania é superior à mundial, enquanto a demanda na América Latina, Europa e América

do Norte exibe taxas de crescimento inferiores à mundial. Essa desigualdade nas taxas de expansão do consumo por continente mantém forte concentração do consumo na Ásia, Europa e América do Norte. Em 2000, esses continentes representaram cerca de 93% do consumo mundial de alumínio primário.

Tabela 8 – Consumo mundial de alumínio primário – por continente- mil/ton./ano Continente 1995 Ásia 7.081,0 Europa 6.240,0 América do Norte 5.667,0 América Latina 866,0 Oceania 352,0 África 254,0 Total Mundial 20.460,0

1996 7.283,0 5.915,0 5.968,0 935,0 321,0 241,0 20.663,0

1997 7.474,0 6.632,0 6.032,0 903,0 362,0 290,0 21.693,0

1998 6.640,0 7.230,0 6.430,0 950,0 340,0 280,0 21.870,0

1999 8.001,0 6.657,0 6.775,0 1.012,0 380,0 248,0 23.073,0

2000 95/00(%) 8.893,0 25,6 7.448,0 19,4 6.799,0 20,0 1.016,0 17,3 431,0 22,4 324,0 27,6 24.911,0 21,8

Fonte: BNDES e World Bureau of Metal Statistical. Obs: o consumo, segundo a fonte primária, não inclui a utilização de sucata. Elaboração: DESEP/CUT

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A evolução do consumo nos principais mercados domésticos (por países) explica, em grande medida, o comportamento do consumo nos continentes (Tabela 9). Em termos absolutos, os países que mais contribuem para a expansão do consumo mundial são os EUA (+ 2,91 milhões de toneladas) e China (+ 1,89 milhão de t.). O Canadá, México, Brasil e Itália adicionam 300 mil t. a 390 mil t. ao consumo mundial. No entanto, os países que apresentaram as maiores taxas de crescimento do consumo são

a China (178%), México (172%), Brasil (102%), Holanda (98%), Espanha (84%), Canadá (65%), Suécia (53%), EUA (42%) e Índia (36%). Os demais países apresentam taxas de expansão do consumo inferiores à média observada dos 37 maiores consumidores mundiais, segundo a Aluminium Statistical Review. Cabe destacar que, entre os quinze maiores consumidores mundiais, o Japão é o único a apresentar variação negativa, com 7%, refletindo sua estagnação econômica dos últimos anos.

Tabela 9 – Consumo doméstico de alumínio em países selecionados – mil/ton/ano País EUA Japão China Alemanha Itália França Canadá Reino Unido Brasil Espanha México Índia Holanda Austrália Suécia Sub-total (4) Sub-total (10) Total (37)

1992 6.952,0 3.619,0 1.060,0 2.044,0 1.132,0 989,0 600,0 800,0 326,0 302,0 202,0 383,0 261,0 289,0 163,0 13.675,0 17.824,0 19.122,0

1994 8.107,0 3.631,0 1.668,0 2.018,0 1.195,0 999,0 735,0 811,0 466,0 335,0 233,0 443,0 384,0 354,0 185,0 15.424,0 19.965,0 21.564,0

1996 8.282,0 3.876,0 2.367,0 1.958,0 1.067,0 1.019,0 728,0 1.040,0 547,0 406,0 231,0 534,0 398,0 340,0 234,0 16.483,0 21.290,0 23.027,0

1998 9.151,0 3.513,0 2.630,0 2.233,0 1.371,0 1.167,0 853,0 891,0 704,0 530,0 417,0 480,0 444,0 377,0 253,0 17.527,0 23.043,0 25.014,0

1999 9.863,0 3.370,0 2.950,0 2.222,0 1.435,0 1.236,0 988,0 838,0 660,0 555,0 550,0 520,0 516,0 384,0 249,0 18.405,0 24.117,0 26.336,0

92/99 (%) 41,9 -6,9 178,3 8,7 26,8 25,0 64,7 4,8 102,5 83,8 172,3 35,8 97,7 32,9 52,8 34,6 35,3 37,7

Fonte: ABAL, Anuário Estatístico, 2.000 e Aluminium Statistical Review, 1999. Obs: O mercado doméstico, segundo a fonte primária, envolve a utilização de sucata + produção primária + ou – saldo externo + ou - estoque. Elaboração: DESEP/CUT

As diferenças de comportamento entre os países que mais consomem resultam em mudanças na posição que cada um deles ocupa no consumo mundial (Tabela 10).

México e Canadá. Há relativa estabilidade de participação da Índia, Austrália e Suécia. Nos demais países nota-se queda, especialmente na Alemanha e Reino Unido.

Entre os quatro maiores consumidores mundiais de alumínio, os EUA consolidam sua posição de liderança, representando cerca de 36%. O Japão, vice-líder no ranking, perde participação (17% para 12%) e passa a sofrer a concorrência da China, cuja participação cresce de 5% para cerca de 11%.

A concentração geográfica do consumo mundial de alumínio é superior à concentração da produção de alumínio primário (tabelas 2 e 10). Enquanto os quatro maiores consumidores de alumínio asseguram 66% do consumo mundial, os quatro maiores produtores mundiais de alumínio primário representam cerca de 45% da produção mundial. Nota-se também concentração mais elevada no consumo quando se comparam os dez maiores consumidores e produtores mundiais.

Ainda entre os países que aumentam suas participações no consumo mundial, observase ganho expressivo no Brasil, Espanha,

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Tabela 10 – Participação do consumo doméstico de alumínio em países selecionados no consumo mundial – (%) País EUA Japão China Alemanha Itália França Canadá Reino Unido Brasil Espanha México Índia Holanda Austrália Suécia Sub-total (4) Sub-total (10) Total (37)

1992 33,1 17,2 5,0 9,7 5,4 4,7 2,9 3,8 1,6 1,4 1,0 1,8 1,2 1,4 0,8 65,0 84,8 91,0

1994 34,4 15,4 7,1 8,6 5,1 4,2 3,1 3,4 2,0 1,4 1,0 1,9 1,6 1,5 0,8 65,5 84,7 91,5

1996 33,2 15,5 9,5 7,8 4,3 4,1 2,9 4,2 2,2 1,6 0,9 2,1 1,6 1,4 0,9 66,0 85,3 92,2

1998 33,9 13,0 9,7 8,3 5,1 4,3 3,2 3,3 2,6 2,0 1,5 1,8 1,6 1,4 0,9 64,9 85,4 92,6

1999 35,6 12,2 10,7 8,0 5,2 4,5 3,6 3,0 2,4 2,0 2,0 1,9 1,9 1,4 0,9 66,5 87,2 95,3

Fonte: ABAL, Anuário Estatístico, 2.000 e Aluminium Statistical Review, 1999. Elaboração: DESEP/CUT

Observa-se que a territorialidade do consumo mundial de alumínio é distinta da territorialidade da produção mundial de alumínio primário. Grandes produtores mundiais de alumínio primário, tais como a Rússia, Noruega, África do Sul, Venezuela, Barein e EAU, sequer figuram entre os quinze maiores consumidores de alumínio. Em sentido inverso, alguns grandes consumidores (Japão, México, Holanda, Suécia e Coréia, que não está presente na tabela anterior) não constam entre os quinze maiores produtores. Além disso, é importante ressaltar que os demais países que constam entre os quinze maiores consumidores e produtores mundiais de alumínio, exibem posições diferenciadas no ranking do consumo quando comparado ao da produção. Pode-se usar como exemplo a inserção dos EUA e Alemanha na produção e consumo mundial de alumínio. Os EUA respondem por mais de 1/3 do consumo mundial de alumínio, mas concentram cerca de 11% da produção mundial de alumínio primário. A Alemanha é responsável por 8% do consumo enquanto produz somente 2% da produção mundial. As diferenças de inserção dos países na produção e consumo mundial de alumínio

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refletem situações distintas de atendimento do consumo local, em geral, por importações e reciclagem local de alumínio. Há países que detêm participação muito pequena na produção primária de alumínio, fase que absorve cerca de 85% da energia consumida em toda a cadeia (BNDES, 2001), mas detêm participação relevante na produção mundial de reciclados de alumínio. Há ainda situações de grandes produtores mundiais de alumínio que, ao mesmo tempo, detêm grandes mercados consumidores e possuem índices elevados de reciclagem. Ou ainda detêm participação elevada nas importações mundiais, como será possível identificar no item 4.3 a seguir. Os produtos da reciclagem assumem características físicas idênticas aos produtos derivados da redução eletrolítica, a exemplo do lingote, chapas, folhas. Estes são utilizados como insumos básicos para a fabricação de produtos de alumínio, adequados aos mais distintos segmentos industriais, particularmente para embalagens e material de transporte. Assim, a configuração geográfica do consumo mundial de alumínio reflete, em grande medida,


a configuração geográfica dos maiores produtores mundiais de produtos de alumínio, fase final da cadeia. Essa fase absorve mãode-obra mais qualificada, é intensiva em pesquisa e desenvolvimento, agrega mais valor à produção final, se comparada às demais fases. Concentra as grandes alianças

corporativas entre as empresas de alumínio e empresas dos segmentos de transportes, embalagens, material de construção, elétrico, mecânico e bens de consumo. Esses segmentos são responsáveis por 90% da fabricação de produtos de alumínio, como pode ser observado pela Tabela 11.

Tabela 11 – Consumo mundial de alumínio por setor – 1970/1995 – (%) Setor

1970

1995

Transportes Embalagens Construção Elétrico Mecânico Bens de consumo Outros Total

23,0 12,0 22,0 14,0 7,0 9,0 13,0 100,0

31,0 21,0 19,0 8,0 6,0 5,0 10,0 100,0

Média de crescimento 70/95 4,5 5,4 2,6 0,7 2,9 1,5 2,6 3,3

Fonte: BNDES, MBR- Metal Bulletin Resources Elaboração: DESEP/CUT

A participação dos diversos segmentos na fabricação de produtos de alumínio alterou-se de modo sensível nas últimas décadas. Em meados dos anos setenta, os que mais absorveram o alumínio no processo industrial foram os segmentos de material de transporte, construção e elétrico, com 23%, 22% e 14%, respectivamente. Os avanços tecnológicos nas últimas décadas conferiram ao alumínio primário maior resistência, condutibilidade de calor e eletricidade, preços decrescentes, além de ser reciclável e maleável às condições de processo industrial e de produtos em muitos setores da indústria de transformação. Em razão disso, o alumínio primário passa a substituir progressivamente o aço, vidros e demais insumos concorrentes, exceto o plástico. Este também obtém ganhos relevantes no período, ao substituir os demais insumos na elaboração industrial. Assim, os segmentos que apresentam maior

dinamismo de 1970 a 1995 na absorção de alumínio são o de embalagens e transporte, com crescimento médio anual de 5,4% e 4,5%, respectivamente. Diante do comportamento distinto entre os diversos segmentos de 1970 a 1995, os líderes na absorção do alumínio, ao final do período, são transportes, embalagens e construção com 31%, 21% e 19%, respectivamente. Com o expressivo crescimento dos segmentos de embalagens e transporte, os demais perdem participação, especialmente os de material elétrico e de bens de consumo. Identifica-se na Tabela 12 a participação distinta dos diversos segmentos, por país, na absorção do alumínio como insumo industrial. Os dados sugerem relativa especialização geográfica na fabricação mundial de produtos de alumínio. No segmento de transporte, os países que se destacam com taxas superiores à média mundial são França, Espanha, EUA e Alemanha. No de embalagens, os países que exibem taxas acima da média mundial de utilização do alumínio como insumo industrial são Espanha, Brasil, Reino Unido e EUA. No da construção, os países que detêm inserção mais expressiva são a Itália e o Japão. No de material elétrico, destacam-se a França e o Brasil. No de bens de consumo, o Japão e a Itália. No segmento de máquinas e equipamentos, nota-se inserção robusta da Alemanha, Itália e Reino Unido.

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Tabela 12 – Consumo de alumínio por setor em países selecionados - 1999 (%) (*) País Constr. EUA 14,9 Japão 22,2 Alemanha 20,1 Itália 31,7 França 13,9 Reino Unido 15,5 Brasil 17,8 Espanha 6,7 Mundial (**) 19,0

Transp. 36,6 33,6 35,1 23,4 41,1 22,1 17,7 37,1 31,0

Elétrica 7,5 6,0 5,3 7,4 12,4 4,1 11,9 8,0 8,0

B. Cons. 7,7 13,1 3,8 10,4 4,1 3,7 8,8 5,0 5,0

Embal. 23,5 11,7 10,0 12,1 10,8 25,0 28,5 32,1 21,0

Maq/Equip. 6,7 3,9 9,2 8,7 5,1 8,7 4,5 6,1 6,0

Outros 3,1 9,5 16,5 6,3 12,6 20,9 10,8 5,0 10,0

Fonte: BNDES, MBR- Metal Bulletin Resources. (*) ordem por importância no consumo mundial. (**) dado de 1995 Elaboração: DESEP/CUT

Comércio mundial As diferenças entre as posições de continentes e países no consumo e produção mundial de alumínio citadas explicam-se, em grande medida, pela contribuição dada pelo comércio mundial ao nível de produção através das exportações e do atendimento ao mercado de consumo com importações. De fato, por meio da Tabela 13 observa-se nítida diferenciação de inserção dos continentes no comércio mundial. Enquanto a Ásia produz déficit superior a 2,82 milhões de

toneladas de alumínio primário em 2001, a Oceania gera superávit acima de 1,73 milhão de toneladas ao ano. O déficit comercial da Ásia em 2001 representa cerca de 33% do seu consumo. O superávit da Oceania, África, Europa e América representam cerca de 470%, 255%, 10% e 6% de seus respectivos consumos. Desse modo, nota-se que a Ásia consome, isoladamente, o equivalente à produção excedente dos demais continentes, particularmente da Oceania e África.

Tabela 13 – Superávit/déficit mundial de alumínio primário – por regiões – mil/ton/ano – 2000/2001 (*) Regiões 2000 Ásia 5.218,0 Europa 7.816,0 Américas 8.213,0 Oceania 2.090,0 África 1.201,0 Total 24.538,0

Produção 2001 5.853,0 7.996,0 7.211,0 2.107,0 1.353,0 24.520

2000 8.894,0 7.448,0 7.815,0 431,0 324,0 24.912

Consumo 2001 8.680,0 7.278,0 6.834,0 370,0 361,0 23.523

Superávit/Déficit 2000 2001 -3.676,0 -2.827,0 368,0 718,0 398,0 377,0 1.660,0 1.737,0 877,0 922,0 -374,0 997,0

Fonte: BNDES, ABAL, World Bureau of Metal Statistical. (*) ordem por consumo Elaboração: DESEP/CUT

O fluxo líquido do comércio de alumínio descrito por continentes concentra-se em número pequeno de países. Nota-se, na Tabela 14, que apenas onze países respondem por mais de

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87% das exportações mundiais em 1999. Os quatro maiores exportadores representam cerca de 60%. Somente a Rússia detém participação superior a 25% nas exportações


exportações no período são os EUA e Brasil, com 51% e 4%, respectivamente.

mundiais de alumínio primário. Além disso, deve-se observar que as exportações respondem por cerca de 50% da produção mundial de alumínio primário (tabelas 1 e 14). Isso indica elevado grau de internacionalização, via fluxo comercial, na indústria do alumínio. A participação dos países líderes nas exportações mundiais não é linear ao longo do período (1992/1999). Em termos relativos, os países que apresentam maior expansão das exportações no período são a Rússia, com variação de 230%, e África do Sul, Venezuela, Barein e China, com variação de 100%. Em escala inferior, destaca-se a expansão das exportações da Austrália e Holanda, com 46% e 43%, respectivamente. Em escala mais inferior, a Noruega e o Canadá têm taxas de crescimento das exportações correspondentes a 23% e 16%, respectivamente. Os países que exibem variação negativa das

As diferenças de expansão das exportações mundiais de alumínio primário entre os países alteram suas posições no ranking mundial. Nota-se que a Rússia desloca o Canadá da liderança mundial. A Austrália consolida sua posição entre os quatro maiores exportadores mundiais, distanciando-se em quantidade exportada da Noruega. O Brasil perde a quarta posição para a Noruega. Destaca-se o recuo dos EUA da sexta para a décima primeira posição no ranking dos maiores exportadores. Ocorre também o ingresso de países no final dos anos noventa (África do Sul, Venezuela, Barein). Os Emirados Árabes Unidos não constam na tabela, em razão de elevados investimentos em ampliação da capacidade instalada, direcionados a atender a crescente demanda asiática e norte-americana por alumínio primário.

Tabela 14 – Exportações mundiais de alumínio primário e países líderes – mil/ton/ano (1) País Rússia Canadá Austrália Noruega Brasil África do Sul Holanda Venezuela Bahrein China EUA Sub-total (4) Sub-total (11) Outros Total

1992 944,7 1.603,3 934,0 802,7 817,5 336,0 657,6 4.284,7 6.095,8

1994 2.293,6 1.877,5 946,8 866,7 777,8 443,9 387,3 5.984,6 7.593,6

1996 2.618,4 1.820,4 1.067,4 875,7 709,0 483,8 446,6 6.381,9 8.021,3

1999 (2) 3.115,6 1.862,4 1.365,9 988,0 788,6 550,0 480,5 445,7 409,0 370,0 323,2 7.331,9 10.698,9 1.567,7 12.266,6

92/99 (%) 229,8 16,1 46,2 23,0 -3,5 100,0 43,0 -50,8 71,1 -

Fonte: BNDES e ABAL. Os dados de 1992,1994 e 1996 são do World Metal Statistical. Os dados de 1999 são da Aluminium Statistical Review, Aluminium Association. (1) exportações de lingotes. Não estão incluídos os dados sobre exportações de semi e manufaturados. (2) O total de 1999, envolve somente 28 países. Elaboração: DESEP/CUT

A composição dos maiores exportadores mundiais é, desde logo, muito diferente da composição dos maiores importadores mundiais, como pode ser observada na Tabela 15. Entre os onze maiores importadores de alumínio primário, somente os EUA e China

constam também entre os onze maiores exportadores. Nota-se que os países que apresentaram taxas mais elevadas de expansão das importações de alumínio primário são Hong

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Kong, EUA e Coréia do Sul, com 270%, 135% e 71%, respectivamente. Entre os quatro maiores importadores mundiais, os quais respondem por mais de 66%, os EUA deslocam o Japão da primeira posição no ranking, com importações adicionais de quase 1 milhão de toneladas entre 1992 e 1999. O volume das importações nesses dois países é muito superior aos demais, representando cerca de 49% das importações mundiais de alumínio primário. Apesar disso, o Japão, entre 1992 e 1999, exibe pequeno crescimento de 5% das importações de alumínio primário. Na Alemanha e Itália, as importações aumentam em 15% e 23%, respectivamente. Para os demais países que

constam entre os maiores importadores mundiais de alumínio primário, tais como Holanda, França, Reino Unido, China e Bélgica, só foi possível identificar a evolução das importações no Reino Unido, com crescimento de 20%. A composição e evolução das exportações e importações mundiais de alumínio primário apresentadas não permitem, contudo, concluir observações sobre a inserção dos países no comércio mundial do alumínio. Tais informações limitam-se apenas ao fluxo internacional do alumínio primário. As tabelas 16, 17 e 18 apresentam informações das exportações, importações e saldo comercial por composição do alumínio, segundo o grau de elaboração industrial na cadeia produtiva (lingotes, semi e manufaturados).

Tabela 15 – Importações mundiais de alumínio primário e países líderes – mil/ton/ano (*) País 1992 EUA 1.172,2 Japão 2.532,3 Alemanha 1.162,2 Itália 529,2 Coréia (***) 425,5 Holanda nd França nd Hong Kong (***) 125,8 Reino Unido 367,9 China nd Bélgica nd Sub-total (4) 5.395,9 Outros 3.723,6 Total 10.038,7

1994 2.495,9 2.639,1 1.197,3 577,6 689,3 nd nd 147,9 477,9 nd nd 7.021.6 5.023,5 13.248,5

1996 1.979,8 2.762,0 1.108,8 484,9 728,7 nd nd 465,6 651,4 nd nd 6.579,3 5.426,7 13.607,9

1999 (**) 2.748,9 2.659,2 1.333,2 652,8 nd 584,1 509,1 444,0 434,0 413,2 7.394,1 3.694,1 13.472,9

92/99 (%) 134,5 5,0 14,7 23,3 71,2 270,0 20,7 37,0 -

Fonte: BNDES e ABAL. Os dados de 1992,1994 e 1996 são do World Metal Statistical. Os dados de 1999 são da Aluminium Statistical Review, Aluminium Association. (*) Importações de lingotes. Não estão incluídos os dados sobre importações de semi e manufaturados. (**) O total de 1999, envolve somente 26 países. (***) As taxas de variação correspondem ao período 92/96. Elaboração: DESEP/CUT

A Alemanha, França, Reino Unido, Bélgica e Japão, que sequer constam entre os maiores exportadores mundiais de alumínio primário, assumem posições entre os maiores exportadores de alumínio em razão do volume de exportações de semi e manufaturados de alumínio (tabelas 14 e 16). Os EUA, líderes em exportações de semi e manufaturados, assumem a quarta posição no total de exportações de alumínio. A Alemanha, ao ocupar a vice-liderança no ranking de

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exportações de semi e manufaturados de alumínio, insere-se na sexta posição mundial de exportações de alumínio. Identifica-se nítida especialização entre os países nas exportações mundiais de alumínio. Nos EUA, Alemanha, França, Bélgica e Japão, observa-se expressiva concentração nas exportações de semi e manufaturados. Isso revela taxas de participação dos produtos de maior valor agregado e conteúdo tecnológico


no total das exportações, que variam de 74% na Alemanha até 97% no Japão. Em situação oposta, encontra-se Barein, África do Sul, Canadá, Brasil, Venezuela e Noruega. Esses países exibem baixos índices de participação de semi e manufaturados no total exportado, revelando que a inserção desses países concentra-se em lingotes. O lingote é

um produto do alumínio primário de baixo valor agregado e conteúdo tecnológico, se comparado aos demais elos à frente na cadeia produtiva. Em situação intermediária, ressaltase o relativo equilíbrio entre a participação dos lingotes, semi e manufaturados no total das exportações observado na China e Reino Unido, com taxas de 50% e 56%, respectivamente.

Tabela 16 – Exportações de alumínio por composição em países selecionados – mil/ton/ ano –1999 (*) País Rússia Canadá Austrália EUA Noruega Alemanha Brasil China França África do Sul Venezuela Reino Unido Holanda Bélgica Barein Japão

Lingotes (A) 3.115,7 1.862,4 1.365,9 323,2 988,0 300,3 788,6 370,0 153,3 550,0 445,7 233,6 480,5 66,7 409,0 10,5

Semi e manufaturados (B) nd 572,1 108,3 1.006,6 213,1 873,5 107,6 365,0 492,4 18,0 87,0 295,8 nd 386,5 357,8

Total 3.115,7 2.434,5 1.474,2 1.329,8 1.201,1 1.173,8 896,2 735,0 645,7 568,0 532,7 529,4 480,5 453,2 409,0 368,3

% (B) no total 23,5 7,4 75,7 17,8 74,4 12,0 49,7 76,3 3,2 16,3 55,9 85,3 0,0 97,2

Fonte: ABAL, Anuário Estatístico 2000, Aluminium Statistical Review, Aluminium Association (*) ordem por exportações globais Elaboração: DESEP/CUT

O perfil indicado acima da especialização das exportações por composição (lingote, semi e manufaturados) encontra sua correspondência em importações na Tabela 17. Entre os maiores importadores mundiais por composição e os de alumínio primário (Tabela 15), nota-se que o Canadá, França, China e Reino Unido crescem em importância relativa no total das importações. O motivo é a maior participação dos semi e manufaturados na composição de suas importações, com taxas que variam de 45% a 70%. Os EUA, apesar de liderarem em quantidade as importações de semi e manufaturados, contam com forte concentração dos lingotes no total importado.

Japão. Quase a totalidade das suas importações de alumínio corresponde a lingotes.

No extremo desses países, insere-se o Brasil no qual os semi e manufaturados representam mais de 98% do total das importações de alumínio. Em situação oposta à do Brasil encontra-se o

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Tabela 17 – Importações de alumínio por composição em países selecionados – mil/ton/ ano –1999 (*) País EUA Japão Alemanha Itália França China Canadá Reino Unido Holanda Bélgica Brasil

Lingotes (A) 2.748,9 2.659,2 1.333,2 652,8 509,1 434,0 246,5 444,0 584,1 413,2 2,1

Semi e manufaturados (B) 931,3 62,0 667,6 391,9 532,6 410,0 588,4 368,7 205,5 236,4 129,0

Total 3.680,2 2.721,2 2.000,8 1.044,7 1.041,7 844,0 834,9 812,7 789,6 649,6 131,1

% (B) no total 25,3 2,3 33,3 37,5 51,1 48,6 70,5 45,3 26,0 36,4 98,4

Fonte: ABAL, Anuário Estatístico 2000, Aluminium Statistical Review, Aluminium Association. (*) ordem por importações globais Elaboração: DESEP/CUT

O perfil de inserção dos países na indústria do alumínio torna-se mais evidente ainda quando são observados os saldos comerciais por composição do alumínio e a participação das exportações e importações no consumo doméstico (Tabela 18). É possível identificar, desde logo, que a corrente comercial do alumínio, em quantidade, está concentrada em lingotes. Esse segmento determina os maiores exportadores e importadores líquidos de alumínio. Os maiores exportadores líquidos de alumínio são a Rússia, Canadá, Austrália, Noruega e Brasil. Neles observa-se também elevada proporção das exportações em relação ao consumo doméstico, especialmente na Noruega, tornando a exportação variável determinante para o comportamento da produção nesses países. Apesar disso, as taxas de proporção das exportações em relação ao consumo doméstico entre os maiores exportadores líquidos indicam elevada dispersão, já que variam de 135% (Brasil) até 1.040% (Noruega). Os dados refletem diferentes níveis de dependência da produção por exportações, bem como de importância do mercado doméstico na absorção da produção local. Deve-se ressaltar que, entre os maiores exportadores líquidos, encontram-se níveis diferenciados de participação das importações no suprimento de alumínio para o mercado doméstico. A Noruega apresenta a taxa mais

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elevada, superior a 190%, seguida pelo Canadá, com cerca de 84%. Nesses países, mas especialmente na Noruega, pode-se admitir que parte considerável das importações são de semimanufaturados que, submetidos ao processo de manufatura de bens finais, são exportados em período seguinte. O Brasil, a Austrália e a Rússia apresentam as taxas mais baixas, variando de 18% a 24%. Em situação intermediária insere-se a Venezuela e a África do Sul, com taxas superiores a 30% de proporção das importações no mercado doméstico. Apesar da elevada dependência das exportações de lingotes nesses países, para a formação dos seus expressivos superávits comerciais, ressalte-se que a Noruega deve ser considerada exceção. Este país também revela notável superávit em semi e manufaturados, se comparado aos demais exportadores líquidos nesse segmento, em geral, identificados como importadores líquidos, considerando toda a cadeia do alumínio. Os maiores importadores líquidos de alumínio são o Japão, EUA, Alemanha e Itália, seguidos de outros países, dos quais somente o México e a China não são do continente Europeu. Os EUA e o Japão destacam-se com saldos negativos próximos a 2,35 milhões de toneladas ao ano, acompanhados pela Alemanha e Itália, com cerca de 830 mil toneladas e 745 mil toneladas ao ano, respectivamente.


Entre os maiores importadores líquidos de alumínio, identificam-se taxas elevadas de participação das importações no atendimento

do mercado interno, confirmando a condição de dependentes de importações, especialmente de lingotes.

Tabela 18 - Saldo comercial do alumínio em países selecionados - em mil/ton/ano -1999 Países/ exportadores e Saldo Saldo de importadores líquidos total(C) lingotes(A) Exportadores líquidos Rússia (3) 3.017,2 3.017,2 Canadá 1.599,6 1.615,9 Austrália 1.404,0 1.359,5 Noruega 975,1 802,0 Brasil 765,1 786,5 Venezuela 499,1 445,2 África do Sul 491,0 495,0 Barein 409,0 409,0 EAU (4) 380,0 380,0 Importadores líquidos Japão -2.352,9 -2.648,7 EUA -2.350,4 -2.425,7 Alemanha -827,0 -1.032,9 Itália -743,8 -623,2 França -396,0 -355,8 Holanda -309,1 -103,6 Reino Unido -279,3 -210,4 Bélgica -196,4 -346,6 Espanha (5) -142,9 -148,9 México -122,7 36,6 China -109,0 -64,0 Suécia -105,3 -62,8

Saldo de semi e manufaturados(B)

% da exportação(1) no consumo(2)

% da importação no consumo

-16,3 44,5 173,1 -21,4 53,9 -4,0 -

755,8 246,4 383,9 1.047,1 135,8 526,4 286,3 426,0 316,6

23,9 84,5 18,3 197,0 19,8 33,2 38,8 -

295,8 75,3 205,9 -120,6 -40,2 -205,5 -68,9 150,2 6,0 -159,3 -45,0 -42,5

10,9 13,5 52,8 21,0 52,2 93,1 63,2 230,7 40,6 14,8 24,9 63,5

80,7 37,3 90,0 72,8 84,3 153,0 97,0 330,7 60,5 37,1 28,6 105,7

Fonte: ABAL, Anuário Estatístico 2000, Aluminium Statistical Review, Aluminium Association. (1) exportação de lingotes + semi e manufaturados. (2) o mercado doméstico, segundo a fonte primária, envolve a utilização de sucata + produção primária + ou – saldo externo + ou – estoque. (3) consumo de alumínio primário em 1997. (4) o consumo doméstico de 1999 é estimado em 120 mil t. Elaboração: DESEP/CUT

Há relativa diferenciação, entretanto, na importância que as importações exercem como fontes de suprimentos de alumínio. Destacase a Bélgica, na qual o volume de importações representa mais de 330% do mercado interno, seguida da Holanda com cerca de 150%. Em situação oposta encontram-se a China, México e EUA, que apresentam taxas de participação das importações no consumo doméstico de 29% a 37%. Em posição intermediária colocam-se a Espanha, Itália, Japão, França, Alemanha, Reino Unido e Suécia, com taxas que oscilam de 60% a 106%.

Os países com altos índices de penetração das importações no mercado doméstico utilizam elevado volume de importações de lingotes para produzir semi e manufaturados, com vistas não só a atender a demanda pelos produtos de alumínio no mercado doméstico, bem como exportar o excedente. E esse tipo de inserção que conjuga a condição de importador líquido de alumínio com posições de superávit em semi e manufaturados parece refletir maior inserção externa do Japão, Alemanha e Bélgica e, em menor medida, dos EUA.

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Principais grupos e empresas integrada O grau de centralização da produção do alumínio em escala mundial e o porte de suas principais empresas já são similares aos observados nos demais setores produtores de bens comercializáveis que detêm expressiva participação no mercado mundial de bens e serviços. Isso decorre da aceleração de processos de aquisições e fusões nas últimas duas décadas, da integração de mercados e do acirramento da concorrência, tanto por preços cadentes, como por economias de escala e de escopo (OCDE, La Mundialisation de L´industrie, 1996). E são as empresas integradas da cadeia do alumínio que têm conduzido as principais iniciativas de aquisições e fusões, capturando crescentes fatias do mercado mundial. Assim, deve-se ressaltar que as empresas tratadas aqui como as maiores do alumínio são empresas integradas, ou seja, que atuam em diversas etapas da cadeia produtiva do alumínio. Estão excluídas empresas que detêm foco de atuação em apenas uma fase da cadeia produtiva, particularmente as que só atuam em produtos de alumínio como, por exemplo, grandes empresas de embalagens (LatapackBall, Crown Cork, entre outras) e nos demais segmentos de transformados de alumínio

(Mitsui, Sumitomo, Kobe, entre outras). Optamos por não incluir a Corus (angloholandesa), em razão da venda de seus ativos no alumínio para a Alcan e Pechiney (Valor Econômico, 24/10/02). As maiores empresas que atuam no alumínio, entre outros setores, são Alcoa, Norsk Hydro e BHP Billiton, com faturamento global variando de US$ 22,9 bilhões a US$ 19,0 bilhões. Em situação intermediária estão a Alcan, Pechiney e Rio Tinto, nas quais o faturamento global oscila de US$ 12,6 bilhões a US$ 10,6 bilhões. E em nível inferior de porte encontram-se a CVRD, Rusal, Chinalco e Kaiser, nas quais o faturamento global varia de US$ 4,7 bilhões a US$ 1,7 bilhão (Tabela 19). A configuração econômica dos maiores grupos e empresas que atuam na cadeia produtiva do alumínio reflete distintas trajetórias de inserção na indústria. As diferenças estão vinculadas, em grande medida, ao perfil setorial de atuação (decorrente, em geral, do foco original de atuação da própria empresa), a presença delas nas diversas fases da cadeia do alumínio (bauxita, alumina, alumínio primário e produtos do alumínio) e ao grau de internacionalização e distribuição geográfica de suas operações produtivas, como poderá ser observado a seguir.

Perfil setorial de atuação dos grupos e empresas Quanto ao perfil setorial de atuação, pode-se estabelecer as seguintes diferenciações entre as maiores empresas: as especializadas no alumínio, mineradoras e de perfil intersetorial. Na categoria de empresas especializadas na produção de alumínio insere-se a maioria das empresas líderes no ranking mundial do alumínio, tanto por faturamento como por volume de produção. Nesta categoria estão a Alcoa, Alcan, Pechiney, Rusal, Sual, Chinalco e Kaiser. A Pechiney (capital francês) ocupa o terceiro

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lugar mundial por faturamento, dada sua posição privilegiada em produtos de alumínio, no qual detém a quarta posição mundial. Excluindo os resultados da aquisição da VAW no potencial produtivo da Norsk Hydro, a Pechiney está na terceira posição na produção mundial de produtos de alumínio. A empresa atua em todos os segmentos da cadeia produtiva e cresce em importância relativa à medida que se aproxima das fases finais da cadeia produtiva, agregando mais valor à produção, conteúdo tecnológico e parcerias produtivas e tecnológicas com os


setores que mais utilizam o alumínio em seus processos industriais. A estrutura de seus negócios industriais reflete as seguintes divisões: produção de alumínio, transformados de alumínio, embalagens e ligas de ferro. Em 2001, o faturamento global alcançou US$ 11,0 bilhões. E cerca de 62% do faturamento global, o equivalente a US$ 6,82 bilhões, correspondem à cadeia do alumínio. O emprego total na empresa envolve cerca de 33,4 mil trabalhadores, dos quais aproximadamente 44% atuam na cadeia do alumínio (tabelas 19 e 20). A relativa concentração das operações da empresa nas fases finais da cadeia produtiva pode ser identificada na seguinte distribuição do faturamento por segmentos de produtos: transformados de alumínio (37%), embalagens (33%), produção de alumínio (25%) e ligas de ferro (3%). O segmento de produção de alumínio envolve a produção de bauxita, alumina e alumínio primário. Entre os transformados de alumínio, destaca-se o valor da produção destinada a indústria automotiva, aeroespacial e marítima, representando 15%, 14% e 10%, respectivamente, do faturamento do segmento de transformados de alumínio. Assim como a Alcoa e Alcan, a Pechiney possui contratos de longa duração, envolvendo inclusive parceria tecnológica e produtiva, com as grandes companhias da aviação comercial, tais como a Boeing e Airbus, e com empresas automotivas, como PSA-Peugeot/Citroen, Renault, Audi e Daimler-Chrysler (Pechiney, Summary Consolidated Data, 2001). A Pechiney não conta com fontes próprias nos elos iniciais da cadeia produtiva na mesma proporção que a Alcoa e Alcan, particularmente de bauxita, como poderá ser observado no item que trata da presença das empresas nas diversas fases da cadeia produtiva. Trata-se de empresa especializada

na produção de alumínio, com forte concentração de suas operações nas fases finais da cadeia produtiva em proporções superiores à da Alcoa e Alcan. Já para a Rusal e Sual (ambas de capital russo), Chinalco (de capital chinês) e Kaiser (de capital norte-americano) não foi possível encontrar informações vinculadas à estrutura de negócios e composição do faturamento. Cabe registrar que essas empresas (exceto a Kaiser) foram formadas em período recente, fruto dos processos de reestruturação patrimonial na Rússia e China. A Chinalco (estatal) foi constituída em 2001, herdando o patrimônio da Chalco e de outras empresas que atuavam especificamente em determinadas fases cadeia produtiva do alumínio. Essas empresas atuam somente na cadeia do alumínio e detêm importantes posições ao longo da cadeia. A Chinalco detém a segunda posição mundial em alumina, a Rusal ocupa a vice-liderança mundial na produção de alumínio primário e a Sual conta com participação equilibrada na produção mundial de bauxita, alumina e alumínio primário. Entre essas empresas, somente a Rusal insere-se com relativa relevância na fabricação de produtos de alumínio, contrariando o perfil das demais empresas de países em desenvolvimento (tabelas 21 a 24). As diferenças de inserção na cadeia do alumínio refletem-se no faturamento de cada empresa. O faturamento da Rusal em 2001 soma cerca de US$ 4,1 bilhões, empregando pouco mais de 73 mil trabalhadores. O faturamento da Chinalco alcança pouco mais de US$ 2,1 bilhões, com cerca de 79 mil trabalhadores. Já a Sual em 2001 obteve faturamento de aproximadamente US$ 655 milhões (tabelas 19 e 20). A Kaiser (de capital norte-americano) está inserida em toda a cadeia produtiva (da bauxita aos produtos de alumínio). Mas concentrase nas fases iniciais (bauxita e alumina), distinguindo-se das líderes com matriz na América Norte (Alcoa e Alcan) e Europa (Pechiney, Hydro). O faturamento da empresa em 2001 correspondeu a US$ 1,73 bilhão, com cerca de 5,3 mil trabalhadores (tabelas 19 e 20). O faturamento e o emprego nessas quatro empresas respondem exclusivamente por operações em alumínio, revelando clara especialização quanto à configuração produtiva delas.

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Tabela 19 – Principais empresas de alumínio do mundo – 2001 Empresa

Faturamento em alumínio (US$/milhões) Alcoa (*) 17.761,0 Alcan (*) 9.722,0 Pechiney 6.820,0 Hydro (**) 6.574,3 Rusal 4.100,0 BHP Billiton 3.052,6 Chinalco (***) 2.134,0 Kaiser 1.733,0 Rio Tinto 1.171,7 Aditya Birla 1.026,8 Sual 654,9 Glencore 615,8 CVRD 592,4

Faturamento global (US$/milhões) 22.859,0 12.626,0 11.000,0 19.922,0 4.100,0 19.079,0 2.134,0 1.733,0 10.652,0 6.040,0 654,9 44.500,0 4.756,0

Faturamento em alumínio(%) 77,7 77,0 62,0 33,0 100,0 16,0 100,0 100,0 11,0 17,0 100,0 1,4 12,4

(*) O faturamento em alumínio está subestimado, já que subtraímos do total o faturamento do segmento de embalagens no qual não foi possível identificar, separadamente, o percentual correspondente a embalagens plásticas e embalagens de alumínio. (**) Dados não contemplam a aquisição da VAW pela Norsk Hydro. Agregando os valores da VAW, tem-se um faturamento de US$ 23,7 bilhões. No segmento do alumínio, o faturamento somaria cerca de US$ 10,37 bilhões (44% do total). (***) Valor para 2000 e correspondente ao faturamento da Chalco, empresa que deu origem à formação da Chinalco em 2001. Fonte: Empresas (relatórios anuais, demais informações dos sites das empresas e Revista Exame, Melhores Maiores, julho de 2002). Elaboração: DESEP/CUT

Na categoria de mineradoras que atuam na cadeia produtiva do alumínio inserem-se a BHP Billiton, Rio Tinto e Companhia Vale do Rio Doce (CVRD). Essas empresas são líderes mundiais na mineração, ocupando a segunda, terceira e quarta posições, respectivamente, no ranking mundial, superadas apenas pela Anglo American. A BHP Billiton Group (anglo-australiana) está estruturada em divisões de minerais e minerais metálicos (carvão, ferro, cobre, níquel, diamante, prata, chumbo, zinco e ouro), alumínio (bauxita, alumina e alumínio primário), petróleo (petróleo e gás), aço e materiais de aço carbono. Sua atuação envolve operações de extração, refino e usinagem industrial. Em 2001 contava com cerca de 59 mil trabalhadores (BHP Billiton PLC e Limited, Relatório Anual, 2001).

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O faturamento global da empresa por produtos em 2000 (US$ 18,6 bilhões no total) tem a seguinte distribuição: aço (minério de ferro e aço) com 32%; petróleo e gás, com 17%; alumínio, com 10%; cobre, com 9%; e níquel e ferro-ligas (ferro-carbono e ferro-manganês), com participações iguais de 5%. A BHP Billiton é líder mundial na produção de ferro-ligas, junto

à Anglo American, vice-líder na produção mundial de minério de ferro. A empresa inserese entre os cinco maiores produtores mundiais de níquel, cobalto, prata e cobre (BNDES, Mineração e Metalurgia, Nº44, abril de 2001). Nos últimos anos, a empresa vem ampliando seus investimentos no alumínio, particularmente em suas operações na Austrália e África do Sul. Essas iniciativas resultaram no aumento de 10% para 16% na participação do alumínio no faturamento global da empresa. Com isso a BHP Billiton passou a exibir faturamento superior a US$ 3,0 bilhões em 2001, contando com cerca de 5,3 mil trabalhadores alocados nesse segmento de negócios. Já a Rio Tinto (anglo-australiana) estrutura seu negócio em seus principais grupos de produtos: minerais industriais (diamantes, boratos, sal e dióxido de titânio), energia (carvão e urânio), ferro, cobre, alumínio, ouro e outros minerais (prata, zinco, níquel, chumbo e molibdênio). O faturamento global da empresa em 2001 soma cerca de US$ 10,6 bilhões, dos quais US$ 1,2 bilhão corresponde somente às


atividades do alumínio. A empresa exibe relativa concentração do faturamento em minerais industriais e carvão, com percentuais iguais de 20%. Em seguida estão o minério de ferro, cobre, alumínio e ouro, com 16%, 12%, 11% e 10%, respectivamente. A empresa emprega pouco mais de 36 mil trabalhadores, dos quais 3,25 mil estão vinculados às operações no alumínio (Rio Tinto PLC e Limited, Relatório Anual, 2001). A CVRD, de capital brasileiro, organiza-se nas seguintes divisões de negócios: mineração, logística, energia e participações. A divisão de mineração estrutura-se nos segmentos de ferrosos (minério de ferro, pelotas de ferro, manganês e ligas) e não ferrosos (metais nobres, básicos e minerais industriais). A divisão de logística envolve a atuação em ferrovias, portos e navegação. A de energia responde pelas operações da empresa em oito consórcios hidrelétricos. A de participações compreende a atuação da empresa no alumínio, fertilizantes, papel e celulose e siderurgia. Em 2001 a empresa tinha vínculos com 21,6 mil trabalhadores, contando com 1,6 mil empregados associados às operações com o alumínio. O faturamento global da empresa em 2001 alcançou cerca de US$ 4,7 bilhões, exibindo forte concentração em minério de ferro e derivados (minério de ferro, pelotas e aço), com cerca de 64% do total. A distribuição do faturamento por produto é a seguinte: minério de ferro, 37,7%; pelotas de ferro, 16,1%; logística, 13,5%; aço, 10,4%; alumínio, 10,1%; manganês e ferro-ligas, 5,7%; ouro, 3,0%, entre outros produtos (CVRD, Demonstrações Contábeis, 2001). Nota-se nessas três empresas (BHP Billiton, Rio Tinto e CVRD) que parte considerável do volume de extração dos diversos minérios alimenta os estágios subseqüentes da cadeia produtiva de cada uma delas. Esses dados revelam clara estratégia de verticalização industrial por segmento mineral, especialmente na BHP Billiton. Somam-se a isso as sinergias quanto à amortização de custos de tecnologia de processo industrial, dadas as semelhanças existentes no refino e manufatura de diversos minérios, bem como o aproveitamento das estruturas e tecnologia de logística e energia como suporte às operações em todas as cadeias minerais. Nesse último aspecto ressalta-se o desempenho da CVRD, na qual os sistemas de logística representam cerca de 13,5% do seu faturamento global.

Assim, a BHP Billiton, Rio Tinto e CVRD conjugam atuação horizontal na mineração com verticalização da produção por cadeia produtiva mineral, envolvendo a extração, refino e manufatura de produtos, em geral, de semielaborados. No alumínio, as empresas atuam em diversas fases da cadeia produtiva, mas a partir da posição privilegiada que detêm em reservas e extração de bauxita. É o contrário das empresas especializadas na produção do alumínio, nas quais o foco de suas operações concentra-se na produção de alumínio primário e produtos de alumínio, mesmo que detenham fontes próprias e excedentes de suprimentos de bauxitas. Essas empresas exibem perfil de inserção ao longo da cadeia produtiva, no qual se observa sensível concentração nas fases iniciais (bauxita e alumina). No entanto, desde a metade nos anos noventa, seus investimentos (em aquisições e ampliação de capacidade instalada) estão sendo direcionados a, de um lado, consolidar posições em minérios nos quais possuem posições já consideradas relevantes e, de outro lado, na agregação de valor à produção. Disso resulta que, a rigor, tais empresas estão distanciando-se progressivamente da condição típica de mineradoras. Estão se colocando como concorrentes das empresas especializadas na produção de alumínio ou desenvolvendo parcerias por fases produtivas com algumas delas, especialmente com as detentoras de tecnologia de processo e produto (Kaiser, Pechiney e Hydro). Entre os maiores projetos de expansão recente de investimentos (ampliação de capacidade instalada e aquisições), bem como nos programados para os próximos anos (Norsk Hydro, Rusal, Chinalco, Aditya Birla, Pechiney, entre outras), destacam-se os da BHP Billiton e CVRD em alumínio primário e alumina. Na categoria de empresas com forte perfil intersetorial de atuação nos mercados estão a Norsk Hydro, Aditya Birla e Glencore. A Norsk Hydro (de capital norueguês) obteve faturamento de US$ 19,92 bilhões em 2001, com cerca de 37 mil trabalhadores, dos quais 17 mil estão vinculados à produção de alumínio. A empresa estrutura seu negócio em quatro divisões: óleo e energia, agricultura, alumínio e outras atividades, incluindo plantas de material plástico, especialmente de PVC. A divisão de alumínio engloba os segmentos de produtos metálicos de alumínio, extrusão

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de alumínio, produtos axiais de alumínio, estruturas automotivas e magnésio. A divisão

de agricultura estrutura-se nos segmentos de nutrição vegetal, gás e química e petroquímica.

Tabela 20 – Principais empresas de alumínio do mundo – 2001 Empresa Alcoa Chinalco * Rusal * Alcan Hydro** Pechiney Aditya Birla Kaiser BHP Billiton Rio Tinto CVRD

Emprego no alumínio 99.330 78.804 73.000 40.249 17.020 14.747 11.880*** 5.800 5.306 3.253 1.626

Emprego global 129.000 78.804 73.000 51.800 37.000 33.395 72.000 5.800 58.953 36.141 21.618

Emprego no alumínio (%) 77,0 100,0 100,0 77,7 46,0 44,2 16,5*** 100,0 9,0 9,0 7,5

Elaboração: DESEP/CUT Fonte: Empresas (relatórios anuais e demais informações dos sites das empresas). *Os dados relativos ao emprego da Rusal e Chinalco, segundo as informações dos sites das empresas, são anunciados como o volume de emprego da cadeia do alumínio. No entanto, não foi possível confirmar se essas empresas atuam exclusivamente na cadeia do alumínio. Além disso, o número de empregados da Chinalco refere-se à informação da Chalco de 2000. **Dados não contemplam a aquisição da VAW pela Norsk Hydro. Agregando os valores da VAW, obtêm-se 52.000 trabalhadores no grupo, sendo 33.000 no alumínio (63% do total). ***O número de empregados do grupo (Hindalco e Indal, empresas da Aditya Birla) foi estimado a partir do número aferido na Indal (5.760), tendo como parâmetro o seu coeficiente de produção de alumínio por empregado.

Em 2001 as receitas da Norsk Hydro por divisões operacionais obedecem a seguinte distribuição: óleo e energia (34,0%), alumínio (33,0%) e agricultura (32,0%). Naquele mesmo ano, o faturamento da divisão de agricultura apresenta distribuição na qual os segmentos de nutrição vegetal, petroquímica e gás e química representam 22,0%, 7,0% e 3,0%, respectivamente, do faturamento global da empresa. A expressiva participação do segmento de nutrição vegetal no faturamento reflete a liderança da empresa em fertilizantes, respondendo por mais de 15% da produção mundial. A participação de 33,0% do alumínio no faturamento da empresa equivale a US$ 6,6 bilhões. Esse resultado insere a Norsk Hydro na quarta posição mundial, a qual é assegurada por meio de expressiva participação na fabricação de produtos de alumínio, contabilizando a produção da VAW (maior empresa de capital alemão), adquirida pela Norsk Hydro no início de 2001, cujo processo encerrou-se no princípio de 2002. Em produtos

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de alumínio, a Norsk Hydro (considerando a incorporação da VAW Aluminium) detém a terceira posição mundial, superando assim a Pechiney. A aquisição da VAW insere-se na estratégia da Norsk Hydro de reforçar sua produção de alumínio primário, dotando-a de condições para aumentar sua participação na produção mundial de 2,5% para 5,5% e em produtos de alumínio, especialmente nos segmentos de produtos laminados (Norsk Hydro, janeiro de 2002). Nesse segmento o potencial para aumentar sua participação no mercado europeu é elevado, podendo crescer de 4,0% para cerca de 23%. Deve-se observar que a Norsk Hydro já detém a liderança no mercado europeu de extrudados. Por meio de plantas da VAW nos EUA, reforça ainda mais sua presença mundial no segmento de extrudados. Apesar de estar presente em todas as fases da cadeia produtiva do alumínio, a Norsk Hydro concentra-se em particular nos produtos de alumínio, agregando mais valor e conteúdo


tecnológico à sua produção. Ainda detém participação relevante na produção de outros setores industriais. O que diferencia a Norsk Hydro das empresas caracterizadas aqui como mineradoras, já que também detém atuação diversificada por setor industrial, é a posição da empresa na cadeia produtiva dos diversos setores, concentrando-se mais nas fases de refino e manufatura de produtos finais. E isso ocorre também na produção de alumínio, na qual a Norsk Hydro está mais concentrada na fase final da cadeia produtiva, se comparada às demais empresas. Estas também possuem atuação destacada no segmento e são, em grande medida, especializadas na produção de alumínio (Alcoa, Alcan e Pechiney). Tratase de estratégia diferenciada quanto às fontes de suprimentos de bauxita e alumina. Enquanto a Alcoa e Alcan contam com fontes próprias, embora nem sempre excedentes, de produção nessas fases para alimentar as suas plantas de alumínio primário e de produtos de alumínio, a Norsk Hydro, assegura tais fontes por meio de contratos de longa duração (longterm), em geral, com as mineradoras que atuam na cadeia do alumínio ou com empresas que possuem excedentes (Rio Tinto, BHP Billiton e CVRD). A CVRD está entre as maiores fornecedoras de longo prazo da Norsk Hydro. Essa relação é, em geral, assegurada por meio de participações acionárias, ainda que minoritárias, em empreendimentos conjuntos. Há ainda mais duas empresas com perfil intersetorial que devem ser consideradas exceções em relação às demais: a Aditya Birla e a Glencore. A Aditya Birla (de capital indiano) possui configuração econômica típica dos grandes grupos asiáticos, com elevada diversificação de seus negócios por setor e, ao mesmo tempo, elevada integração de suas operações por cadeia produtiva, como, por exemplo, a do petróleo. A empresa constitui-se em conglomerado econômico com atuação na indústria do alumínio, petróleo e gás, química e petroquímica, telecomunicações, software e sistema financeiro (banco múltiplo, inclusive em seguros). Nota-se que esse grupo possui a atuação mais diversificada por setor de atividade econômica, em relação às demais empresas. Porém conjuga tal característica de atuação com a verticalização para frente na cadeia produtiva dos diversos setores em que está presente ou por meio da aglomeração de atividades conexas às suas operações no

sistema bancário e nas telecomunicações. No alumínio, o grupo Aditya Birla atua através de duas empresas: Hindalco e Indal. O grupo adquiriu a totalidade do controle acionário da Indal no ano passado por meio da Hindalco. Atualmente suas operações e divisões de negócios estão em processo de fusão. Com isso, o grupo Aditya Birla reforça sua atuação na cadeia do alumínio, o qual passa a responder em 2001 por cerca de 17% (US$ 1,03 bilhão) do seu faturamento global, equivalente a pouco mais de US$ 6 bilhões. No mesmo ano, o grupo emprega cerca de 72 mil trabalhadores, dos quais 11,88 mil (16,5% do total) vinculam-se à produção de alumínio (tabelas 19 e 20). As empresas controladas pelo grupo (Hindalco/Indal) atuam em todas as fases da cadeia do alumínio, destacando-se na fabricação de produtos de alumínio, particularmente de produtos laminados e de componentes automotivos (rodas de alumínio, entre outros). Assim, as empresas do grupo Aditya Birla, bem como a Rusal já tratada aqui, detêm configuração econômica mais próxima das empresas líderes (players), nas quais se observa expressiva concentração da produção nas fases finais da cadeia do alumínio. Apesar das semelhanças, deve-se salientar a menor diferenciação quanto ao market-share entre as fases iniciais e finais na cadeia produtiva, além da notável diferenciação quanto à sofisticação dos produtos de alumínio. As empresas líderes (Alcoa, Alcan, Pechiney e Norsk Hydro) colocam-se como fornecedoras de produtos de maior valor agregado e conteúdo tecnológico, especialmente nos segmentos aeroespacial e automotivo. Em determinadas situações elas também se responsabilizam por custos de P&D e produção crescente de blocos de motores/transmissão e carrocerias. Até se co-responsabilizam na construção e pré-montagem de sub-conjuntos de aviões comerciais e veículos de transporte para as suas principais clientes. Em sentido oposto, a atuação do grupo Aditya Birla e Rusal concentram-se em produtos finais com padrão tecnológico mais maduro dos segmentos de embalagens, automotivo, entre outros. Já a Glencore (de capital suíço) atua especialmente como empresa de comercialização de commodities mineral, agrícola e seus derivados; e secundariamente na produção efetiva de bens e serviços. Não foi possível desagregar do faturamento global da empresa o percentual e os valores correspondentes ao faturamento proveniente de

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suas atividades vinculadas à produção. Além disso, o faturamento da empresa em 2001, cerca de US$ 44,5 bilhões, não encontra correspondência nas fontes internacionais que geram bases de dados sobre as empresas multinacionais, particularmente na UNCTAD (Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento). Provavelmente há divergências quanto a critérios de reconhecimento de empresas declaradas como suas filiais ou controladas. De todo modo, no alumínio foi possível identificar a participação da Glencore International AG no controle acionário da Century International Aluminium, a qual detém participações acionárias em plantas de alumínio primário ou ainda participações acionárias efetuadas diretamente pela Glencore em plantas de metal primário e alumina (Anexos 2 e 3). Para efeito de análise, tomaremos como referência a Glencore e sua respectiva participação acionária na Century ou demais refinarias (alumina) e usinas de alumínio primário, bem como o faturamento global declarado pela empresa em seu site na Internet. Assim, pode-se admitir que as operações de alumínio representam somente 1,4% do faturamento global da empresa, equivalentes a cerca de US$ 615,8 milhões. E esse faturamento no alumínio, entre os maiores grupos e empresas, só é superior ao

faturamento em alumínio da CVRD. A empresa parece atuar somente em duas fases da cadeia produtiva (alumina e alumínio primário), ausentando-se da produção nos extremos (bauxita e produtos de alumínio). Apesar disso, esse perfil de atuação ao longo da cadeia do alumínio deve ser tomado apenas como uma referência. A empresa parece utilizar, com freqüência e relevância comercial, contratos de longa duração (long-term), nos quais a empresa, na prática, promove a terceirização e subcontratação de produção, tanto de sua capacidade operacional ou de outras empresas em seu benefício. Isso reforça ainda mais sua condição de empresa que detém atuação expressiva no mercado de minerais, porém especializada na intermediação comercial de produtores e consumidores de matérias primas, semi e manufaturados. Essas distintas configurações econômicas dos grupos e empresas identificadas como maiores produtores mundiais de alumínio tornam-se mais evidentes quando se observa a presença de cada uma delas em todas as fases da cadeia produtiva do alumínio. Pode-se ainda identificar políticas distintas de suprimentos e de encadeamento do fluxo produtivo das empresas. A seguir daremos tratamento especial ao estudo da inserção da Alcoa e da Alcan no segmento do alumínio.

Organização e atuação mundial da Alcoa Atuação global por segmentos e localização geográfica Em meados de 1880, o alumínio ainda era um metal semiprecioso tão escasso quanto a prata. Inspirado pelas aulas na faculdade de química, Charles Martin Hall desenvolveu a redução eletrolítica 1 da alumina em seu pequeno laboratório. Isso ocorreu no início de 1886. O processo desenvolvido por Hall para a obtenção de alumínio consistiu em mergulhar a alumina numa solução de criolita e submeter a solução a uma corrente elétrica. O metal obtido foi o alumínio puro. O processo de redução separa o alumínio do oxigênio, rompendo sua ligação iônica. Feita a descoberta, Hall buscou financiamento

1 Ver Cadeia Produtiva do Alumínio

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para iniciar a produção. Obteve-o junto a um grupo de industriais de Pittsburg. O grupo de empreendedores e Hall formaram a Pittsburg Reduction Company. Em fins de 1888, a planta produzia os primeiros lotes de alumínio comercial. A preliminar ausência de clientes foi contornada ao longo do tempo, enquanto a empresa de Hall elaborava os primeiros artefatos comerciais de alumínio, tais como utensílios de cozinha, fios elétricos, partes de motores etc. Em fins de 1893, o custo do alumínio produzido nas plantas de Hall era de US$ 0,78 ante US$ 4,86 em 1888.


Na primeira década do século XX a companhia já possuía minas de bauxita no Arkansas, uma refinaria de alumina em Illinois e três smelters de alumínio primário em Nova Iorque e no Canadá. Por essa época modificou-se o nome da empresa para Aluminium Company of America. Após a internacionalização da sua produção em meados da década de sessenta, o nome modificou-se para Alcoa. No início da Segunda Guerra Mundial o custo do alumínio havia declinado para US$ 0,20. A Guerra trouxe expressivo estímulo às operações da empresa. Dobraram-se as quantidades demandadas de alumínio. O governo norte-americano financiou a expansão da companhia. Após o fim da Guerra, as plantas novas construídas com o financiamento estatal foram vendidas para firmas concorrentes. Durante a segunda metade do século XX, a companhia promoveu a internacionalização da sua produção na esteira do expressivo crescimento no uso do alumínio em diversas indústrias. O processo de redução eletrolítica do alumínio, descoberto por Charles Martin Hall, viabilizou a exploração comercial do alumínio, que se tornou uma importante matéria prima para diversos segmentos da indústria de transformação. Isso aconteceu em 1888. Uma vez que empresas só se estruturam pela viabilidade econômica do que pretendem produzir, a descoberta da redução eletrolítica, etapa primordial da transformação da alumina em alumínio, possibilitou a criação da Alcoa Inc. A Alcoa Inc. é a principal produtora mundial de bauxita, alumina, alumínio primário e produtos de alumínio. Atua em diversos segmentos industriais e de prestação de serviços vinculados à utilização do alumínio, tais como transporte comercial, indústria aeroespacial, construção civil, embalagens de alumínio, indústria automobilística, entre outros. Atua inclusive na produção de maquinaria para a elaboração e tratamento de marketing de embalagens de alumínio. Em 2002, a Alcoa Inc. contava com 127 mil empregados em 350 unidades de produção e de comercialização, espalhadas em 37 países, inclusive no Brasil. Ainda em 2002, a empresa obteve faturamento de US$ 20,2 bilhões. O lucro líquido chegou a US$ 420 milhões. A Alcoa Inc. está estruturada em oito segmentos de atuação: Transporte comercial;

Embalagens e produtos para consumidores; Lingotes de alumínio, Edificação e construção; Alumina e Química, Aeroespacial, Automotivo e Componentes industriais (Anexo 1). No segmento de Transporte Comercial, a Alcoa Inc. produz componentes para sistemas eletro-eletrônicos, alumínio, rodas de alumínio e acessórios para veículos de transporte pesado, estruturas para motores, compressores e outros componentes, chapas, além de perfis e chicotes de alumínio. O faturamento desse segmento deriva das vendas para a indústria automobilística, inclusive para transporte comercial, e para a indústria aeroespacial. As expectativas da empresa para este segmento estão pautadas nas projeções de aumento da utilização de alumínio em automóveis de passeio na Europa e nos EUA. Em especial nos EUA, as expectativas de maiores faturamentos estão centradas no fato de que veículos de transporte leve (vans, utilitários e caminhões leves) absorveram parcela majoritária das vendas totais de veículos. Ultrapassam a parcela dos veículos de passeio, que usam menos alumínio em relação aos veículos de transporte leve. As plantas do segmento de Transporte Comercial estão presentes no Canadá, México, EUA, Venezuela, Alemanha, Hungria, Irlanda, Itália, Países Baixos, Noruega e Reino Unido. Em relação aos segmentos de Produtos e Serviços Aeroespaciais, a Alcoa Inc. produz barras, tubos, folhas, formas de alumínio, superfícies, fuselagens, condutores térmicos, rodas e produtos forjados, rodas para trens de pouso, gabinetes para turbinas, alças e ferrolhos de alumínio para fixação, entre outros produtos. As plantas deste segmento estão fortemente concentradas nos EUA. No que diz respeito às vendas para a indústria aeroespacial, a empresa tem expectativas de que a China venha a ser o maior mercado (excluindo-se os EUA) de aviação comercial até 2020. O segmento de Produtos Automotivos possui interfaces com os de Transporte Comercial, em especial por produzir plantas, estruturas e sistemas elétricos para automóveis. Mas distingue-se desse segmento pelos escritórios de design automotivo. As plantas e escritórios desse segmento estão presentes no Canadá, México, EUA, Venezuela, Alemanha, Hungria, Irlanda, Itália, Noruega e Reino Unido. A divisão de Embalagens e produtos para

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consumidores produz injeção e compressão plástica, embalagens de alumínio, garrafas de plástico, filmes, equipamentos para decoração de latas de alumínio, latas de alumínio, chapas de alumínio para a produção de latas para bebidas, garrafas plásticas, embalagens para comida, embalagens flexíveis e máquinas para embalagem, em especial máquinas de acabamento para latas de alumínio. Nos últimos anos a Alcoa Inc. expandiu a capacidade produtiva desse segmento nas suas plantas da América Latina e da Ásia. As plantas estão localizadas na Costa Rica, México, EUA, Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Peru, Alemanha, Hungria, Países Baixos, Rússia, Espanha, Barein, Japão e Filipinas. A produção de alumina e de derivados químicos

da alumina está estruturada no segmento de Alumina e Química. A Alcoa Inc. é a maior produtora mundial de alumina, com 26,2% da produção mundial em 2002, que foi de 49,8 milhões de toneladas, segundo o World Bureau of Metal Statistical. Os produtos principais deste segmento são: bauxita para a produção de alumina a ser utilizada no processamento de hidrocarbonetos; alumínio de alta pureza; pó de alumínio atomizado; alumina; e produtos químicos baseados em alumina para refratários, cerâmica, abrasivos, plásticos e polímeros, e tratamento de água. As plantas de Alumina e Química estão distribuídas na Jamaica, EUA, Brasil, Suriname, Alemanha, Países Baixos, Espanha, China, Índia, Japão, Cingapura, Austrália e Guiné. O Gráfico 1 e o Gráfico 2 detalham a distribuição geográfica da produção de, respectivamente, bauxita e alumina da Alcoa.

Gráfico 1 - Distribuição geográfica da produção de bauxita da Alcoa Inc. (%). 2001 e 2002

Elaboração: DESEP/CUT. Fonte: World-Aluminium, relatórios anuais das empresas, US Geological Survey e World Bureau of Metal Statistical.

Gráfico 2 - Distribuição geográfica da produção de alumina da Alcoa Inc. (%). 2001 e 2002

Elaboração: DESEP/CUT Fonte: World-Aluminium, relatórios anuais das empresas, US Geological Survey e World Bureau of Metal Statistical.

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Com relação à bauxita, as minas de extração estão concentradas na Austrália, com pouco menos da metade da produção total do grupo. Há duas plantas (minas) na África (Guiné e Gana), cujos desenhos de joint ventures são traçados com grandes empresas públicas, em especial na Guiné. O Brasil aparece com cerca de 9% (1,7 milhões de toneladas) da capacidade de produção, atrás da Jamaica e do Suriname. A produção de alumina está mais concentrada nos EUA. Como se verá, a produção de alumínio primário e mesmo de produtos de alumínio concentra-se nos EUA e no Canadá. Assim, a própria composição da cadeia produtiva do alumínio traduz a especialização geográfica da produção. Os países industrializados são o locus dos processos de maior agregação de valor. Os países em desenvolvimentos emergem como fontes de matérias primas ou produtos semi-elaborados de baixo valor agregado. Desse modo, a transformação da bauxita em alumina ocorre principalmente nos EUA e Austrália. Secundariamente, no Brasil (7% da capacidade de produção, o que corresponde a 768 mil toneladas) e Jamaica. A produção de alumínio primário está incluída no segmento de Lingotes de Alumínio. O lingote de alumínio é uma commodity com preço determinado internacionalmente. Em 2001, a retração na oferta de energia elétrica na costa ocidental dos EUA e o racionamento de energia elétrica no Brasil implicaram na

redução do volume produzido pela Alcoa Inc. nessas regiões. O lingote de alumínio é um insumo utilizado pela própria Alcoa para a elaboração de produtos de maior valor agregado. Adiante, ao tratarmos das estratégias da empresa, poderemos delinear as expectativas em relação a esse segmento. As plantas produtoras de alumínio primário estão nos seguintes países: Canadá, Venezuela, EUA, Gana, Brasil, Itália, Noruega, Espanha e Austrália. A Alcoa Inc. concentrou 14,2% da produção mundial de alumínio primário em 2001, correspondente a 24,521 milhões de toneladas (World Bureau of Metal Statistical). O Gráfico 3 mostra a distribuição geográfica da produção de alumínio primário da Alcoa. Mais da metade da produção está concentrada no país de origem do capital. Outros 23% estão concentrados no Canadá. Apenas parte marginal da produção de alumínio primário é distribuída em outros países. Uma vez mais emerge a concentração dos processos tecnológicos no país de origem do capital ou em países industrializados, particularmente na América do Norte, que concentra 75% da produção global da empresa. Deve-se ressaltar que, excluída a produção de alumínio primário da América do Norte, o Brasil, com 6% da capacidade de produção do grupo, o que representa 244 mil toneladas, disputa posições de liderança com a Austrália e Espanha. Já no segmento de alumina a Austrália divide a liderança mundial da produção do grupo com os EUA.

Gráfico 3 - Distribuição geográfica da produção de alumínio primário do grupo Alcoa Inc.(%). 2001 e 2002

Elaboração: DESEP/CUT Fonte: World-Aluminium, relatórios anuais das empresas, US Geological Survey e World Bureau of Metal Statistical.

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O segmento de Edificação e Construção provê estruturas de alumínio para a construção civil, além de escritórios de design para a elaboração dessas estruturas. As fábricas e os escritórios de desenho estão presentes no Canadá, EUA, França, Alemanha, Hungria, Itália, Países Baixos, Polônia, Espanha e Reino Unido. O período de crescimento da renda nacional norte-americana, após a recessão de 1991-92, deu fortes estímulos para este segmento. Em 2001 houve aumento de 2,3% no total de casas em construção nos EUA. Tal valor é o maior em 15 anos.

consumidores e de Transportes (automotivo e comercial). Cada um contribui com 24,6% e 25,1%, respectivamente. Processos de distribuição dos produtos representam 15% do faturamento. O segmento de Química e Alumina contribui com 24,3% das vendas. O de Lingotes de Alumínio, no qual está alocada a produção de alumínio primário, concentra 24,3% do faturamento (Tabela 21).

O último segmento que compõe a Alcoa Inc. é o de Produtos Industrializados, que agrega uma ampla gama de mercadorias relacionadas aos outros segmentos da empresa. As plantas estão distribuídas pelo Canadá, Costa Rica, México, EUA, Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Peru, Suriname, Venezuela, Bélgica, República Tcheca, França, Alemanha, Hungria, Irlanda, Itália, Países Baixos, Portugal, Rússia, Espanha, Reino Unido, China, Índia, Japão, Filipinas, Cingapura, Marrocos e Austrália. O faturamento global da Alcoa Inc. chegou a US$ 20,3 bilhões em 2002, o terceiro ano consecutivo de queda nas vendas (Gráfico 4). A distribuição do valor total das vendas, segundo os segmentos, está disposta na Tabela 21. Observa-se que pouco menos da metade do faturamento global deriva dos segmentos de Embalagens e produtos para

Gráfico 4 - Faturamento e receita líquida da Alcoa Inc. (US$ milhões correntes). 1992 - 2002.

Elaboração: DESEP/CUT Fonte: www.alcoa.com

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Tabela 21 - Distribuição do faturamento segundo os segmentos da estrutura da Alcoa. (US$ bilhões correntes e %). 2002. Segmento Transporte (automotivo e comercial) Embalagens e produtos para consumidores Distribuição e outros Edificação e Construção Alumina e Química Total

Valor (US$ bi) 5,1 5,0 3,1 2,2 4,9 20,3

Participação (%) 25,1 24,6 15,3 10,8 24,3 100,0

Elaboração: DESEP/CUT Fonte: www.alcoa.com

Em concordância com a distribuição geográfica das plantas da Alcoa Inc., constante do Anexo 2, a maior parte do faturamento no ano de 2002 está concentrada nos EUA, com cerca de 63%.

A Europa gera 21% do faturamento. Ásia e Oceania produzem juntas 8% do faturamento, mesmo percentual do Canadá e da América Latina (Tabela 22).

Tabela 22 - Distribuição do faturamento segundo as áreas geográficas de atuação da Alcoa. 2002 Área Geográfica EUA Europa Pacífico (Ásia e Austrália) Canadá a América Latina e Outros

Participação % 63 21 8 8

Elaboração: DESEP/CUT Fonte: www.alcoa.com

Principais empresas e presença nos mercados mundiais Dado o escopo deste estudo, centramos nosso foco nos segmentos de Alumina e Química e de Lingotes de Alumínio. O primeiro segmento refere-se à rede mundial da Alcoa Inc. de produção de alumina a partir da extração de bauxita. A alumina produzida é transferida para unidades da própria Alcoa Inc. (inclusive às unidades de produtos químicos) ou vendida para outras empresas. Pouco mais da metade da produção de alumina é vendida para outras empresas e o restante é utilizado pela própria Alcoa Inc. (proporções para 2000 e 2001). Os produtos das unidades químicas da Alcoa são utilizados na produção de abrasivos, refratários, elementos de cerâmica, entre outros. Logo, trata-se de um segmento básico, já que fornece a matéria prima

primordial do espectro de produtos elaborados pela empresa. A participação da Alcoa Inc na produção mundial de alumina pode ser observada na Tabela 23. Verifica-se que a empresa concentra 26% da produção mundial de alumina em 2002. Esses valores indicam que o mercado mundial de alumina, ao contrário do mercado mundial de lingotes de alumínio, ruma para uma estrutura oligopolística no qual a Alcoa Inc. insere-se como líder e a Chinalco (China) e a Alcan como empresas seguidoras e concorrentes. Os valores indicados na Tabela 23 denotam, desde logo, a importância relativa da Alcoa Inc. e da Alcan, bem como a justificativa para seu estudo.

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Tabela 23 - Produção mundial da alumina e produção de alumina de grupos selecionados. (mil t e %). 1998 – 2002 Grupos Alcoa Chinalco Alcan* BHP Billiton** Kaiser Rusal Hydro**** CVRD Total Mundial

1998 12.938 Nd 5.013 1.750 Nd Nd 578 719 47.400

1999 13.273 Nd 3.991 1.800 2.094 1.756 530 768 47.000

Produção (mi t) 2000 2001 13.968 12.527 Nd 4.900 3.941 4.170 2.000 2.940 1.927 2.583 1.989 2.246 898 1.070 819 808 49.300 48.488

2002 13.027 Nd 4.300 4.043 Nd 2.657 1.120 859 49.785

Participação (%) 1998 1999 2000 2001 2002 27,3 28,2 28,3 25,8 26,2 Nd Nd Nd 10,1 Nd 10,6 8,5 8 8,6 8,6 3,7 3,8 4,1 6,1 8,1 Nd 4,5 3,9 5,3 Nd Nd 3,7 4 4,6 5,3 1,2 1,1 1,8 2,2 2,2 1,5 1,6 1,7 1,7 1,7 100 100 100 100 100

Elaboração: DESEP/CUT Fonte: World-Aluminium, relatórios anuais das empresas, US Geological Survey e World Bureau of Metal Statistical. * Para 2001 capacidade de produção. ** Entre 1998 e 2000, capacidade de produção. *** Para 2001 agrega a aquisição da VAW, finalizada em janeiro de 2002

As principais empresas da Alcoa Inc. que atuam nesse segmento estão alinhadas na Tabela 24. As plantas estão geograficamente

dispersas, mas do ponto de vista da capacidade de produção de alumina, há concentração na Austrália e nos EUA.

Tabela 24 - Principais empresas da Alcoa do segmento de Alumina e Química Localização Jamaica/América do Norte EUA/América do Norte e Central EUA/América do Norte e Central Brasil/América do Sul Brasil/América do Sul Brasil/América do Sul Suriname/América do Sul Alemanha/Europa Países Baixos/Europa Países Baixos/Europa Espanha/Europa China/Ásia Índia/Ásia Japão/Ásia Japão/Ásia Cingapura/Ásia Guiné/África Austrália/Oceania Austrália/Oceania Elaboração: DESEP/CUT Fonte: Anexo 2 1 - Encerrou suas operações em 2001

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Empresa Alcoa Minerals of Jamaica LLC Alcoa World Alumina LLC. St. Croix Alumina LLC 1 Alcoa Alumínio S.A. Comércio de Alumínio do Maranhão Mineração Rio do Norte S.A. Suriname Aluminium Company LLC Alcoa Chemie GmbH Alcoa Chemie Nederland BV Alcoa Moerdijk BV Alúminia Española S.A. Qingdao Alcoa Co. Ltd. Alcoa-ACC Industrial Chemicals Limited Alcoa Kasei Limited Moraico Limited ACAP Singapore Pte Ltd. Halco Inc. Alcoa World Alumina - Australia Australian Fused Materials Pty Limited


O segmento de Lingotes de Alumínio recebe alumina do segmento de Alumina e Química e produz lingotes de alumínio ou alumínio primário. O pó de alumínio e as farpas de alumínio, entre outros derivados, são transferidos para outras unidades da Alcoa Inc. e/ou revendidos para clientes, comerciantes. São ainda negociados nos mercados de alumínio primário, o qual, como já foi dito, está

estruturado sob a forma de concorrência internacional, com os preços definidos na Bolsa de Londres. A produção de alumínio primário está distribuída nas plantas da Alcoa pelo mundo. A Tabela 25 mostra as principais empresas, bem como a localização geográfica das plantas da Alcoa Inc., responsáveis pela transformação da alumina em alumínio primário.

Tabela 25 - Principais empresas da Alcoa do segmento de Lingotes de Alumínio Localização Canadá/América do Norte e Central Canadá/América do Norte e Central Canadá/América do Norte e Central EUA/América do Norte e Central Brasil/América do Sul Brasil/América do Sul Suriname/América do Sul Itália/Europa Noruega/Europa Espanha/Europa Espanha/Europa Austrália/Oceania Austrália/Oceania

Empresa Aluminiere Lauralco Inc. Alumiere de Bécancour Inc. Alumiere de Baie-Corneau Inc. Eastalco Aluminium Company Alcoa Alumínio S.A. Comércio de Alumínio do Maranhão Suriname Aluminium Company LLC Alcoa Italia SpA Elken Aluminium ANS1 Alúminia Española S.A. Alcoa Inespal S.A. Alcoa World Alumina – Australia Australian Fused Materials Pty Limited

Elaboração: DESEP/CUT Fonte: Anexo 2 1 - A Alcoa adquiriu 40% do controle acionário no início de 2002.

A participação relativa da Alcoa na produção mundial de alumínio primário pode ser vista na Tabela 26. À semelhança do mercado de alumina, a Alcoa detém a liderança mundial, seguida pela Rusal e Alcan. Pode-se observar

ainda que a Alcoa amplia ainda mais sua posição na oferta mundial de alumínio primário entre 1998 e 2002, sofrendo um pequeno refluxo em 2001, em decorrência das crises na oferta de energia na costa oeste dos EUA e no Brasil.

Tabela 26 - Produção mundial de alumínio primário e de grupos selecionados. (mil t e %). 1998 – 2002 Grupos Alcoa Rusal Alcan Hydro* Pechiney BHP Billiton** CVRD Total Mundial

1998 2.471 Nd 1.481 736 Nd 890 719 22.600

Produção (mi t) 1999 2000 2001 2.851 3.539 3.488 2.360 2.416 2.459 1.518 1.562 2.042 746 762 1.400 1.122 1.122 1.140 910 890 984 768 819 808 23.600 24.000 24.521

2002 3.500 2.544 2.238 1.562 1.163 1.047 859 21.199

Participação (%) 1998 1999 2000 2001 2002 10,9 12,1 14,7 14,2 16,5 Nd 10 10,1 10 12 6,6 6,4 6,5 8,3 10,6 3,3 3,2 3,2 5,7 7,4 Nd 4,8 4,7 4,6 5,5 3,9 3,9 3,7 4 4,9 1,5 1,6 1,7 1,7 1,7 100 100 100 100 100

Elaboração: DESEP/CUT Fonte: World-Aluminium, relatórios anuais das empresas e US Geological Survey *Para 2001 agrega a aquisição da VAW, finalizada em janeiro de 2002. ** Entre 1998 e 2000, capacidade de produção.

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Por último, é possível observar, por meio da Tabela 27, um movimento geral dos processos de alianças e de aquisições da Alcoa Inc. Alguns eventos parecem indicar que a estratégia empresarial está centrada em, de um lado, reforçar sua capacidade de produção de alumínio primário e, de outro, expandir ainda mais suas operações nos segmentos automotivo, aeroespacial e de embalagens. A Ásia concentra parte expressiva das iniciativas de

fusões e aquisições em 2000 e 2001. Em especial no Brasil é possível identificar um movimento de expansão em 2000, direcionado ao segmento de embalagens e de latas de alumínio. Em 2001 as ações da Alcoa no Brasil voltaram-se para a consolidação de oferta de energia elétrica para as plantas da Alumar e da Alcoa Alumínio S.A. em Poços de Caldas (MG), por meio da participação da Alcoa em consócios de construção de usinas hidrelétricas.

Tabela 27 - Processos de aliança e de aquisições da Alcoa.2000 - 2002 Natureza da Operação (Ano) Empresa/ Localização Produtos

Aquisição (2002) Richwood Building Products/ EUA Insumos para a construção civil

Natureza da Operação (Ano) Empresa/ Localização Produtos Observações

Aquisição (2002) Engineered Plastic Components Inc./EUA Modelos de alta precisão para a indústria automobilística A aquisição ocorreu mediante a compra de 50% das ações anteriormente detidas pela Plastics Management, Inc.

Natureza da Operação (Ano) Empresa/ Localização Produtos Observações

Expansão de Controle Acionário (2002) Shibazaki Seisakusho Ltd./Japão Vedamentos para embalagens A Alcoa elevou sua participação acionária na Shibazaki Seisakusho Ltd. de 50,5% para 95,9%.

Natureza da Operação (Ano) Empresa/ Localização Produtos

Aquisição (2002) Dooray Air Metal Co Ltd./ Coréia do Sul Usinas para produtos extrudados utilizados na Indústria Aeroespacial. Aquisição da única planta com essas características na Coréia do Sul

Expectativas

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Natureza da Operação (Ano) Empresa/ Localização Produtos Expectativas

Aquisição (2002) Fairchild Fasteners/EUA Sistemas de Presilhas para a Indústria Aeroespacial Ampliar a competitividade e a profundidade técnica do segmento de produtos aeroespaciais da Alcoa

Natureza da Operação (Ano) Empresa/ Localização Produtos Expectativas

Aquisição (2002) Ivex Packing Corp/EUA Produtos Plásticos para embalagens Ingressar no mercado de plásticos para embalagens

Natureza da Operação (Ano) Empresa/ Localização Produtos Expectativas

Observações

Aliança (2001) Aluminum Corporation of China Ltd. (Chalco)/ China Alumina e Alumínio Primário O mercado chinês de alumínio é o que tem a maior taxa mundial de crescimento. Presença da Alcoa na produção de alumina e alumínio primário viabiliza novas expansões de outros segmentos da empresa na China. Expectativa de novas Joint-ventures na China. A aliança refere-se à compra de 50% da fábrica de Pingguo.

Natureza da Operação (Ano) Empresa/ Localização Produtos

Acordo de Fornecimento (2001) Siemens/ Alemanha e Boeing/ Reino Unido Fornecimento de alças e artigos de alumínio para motores à turbina.


Natureza da Operação (Ano) Empresa/ Localização Produtos Expectativas

Participação em projetos de energia hidrelétrica (2001) Machadinho, Santa Isabel, Barra Grande e Serra do Falcão/ Brasil Alumina, alumínio primário, chapas, folhas, plantas, formas e estruturas de alumínio. A Alcoa Alumínio S.A. adquiriu 27,23% da energia gerada pela usina de Machadinho e começou a receber suas quotas de energia em 2002. Participou também do consórcio vencedor para a construção da usina de Santa Isabel. A Alumínio detém 20% das ações. Espera-se que a usina de Machadinho seja responsável por 55% da energia utilizada pela planta de Poços de Caldas (MG). A expectativa é de que a usina de Santa Isabel oferte 30% da energia utilizada pela Alumar. A Alcoa Alumínio S.A. detém 35,30% das cotas da usina de Barra Grande, que entrará em operação em 2005. Espera-se que a usina oferte energia para a planta da Alumar e para a planta da Alcoa Alumínio S.A..em Poços de Caldas. A participação da Alcoa Alumínio S.A. na construção da usina de Serra do Falcão implica em 26% da necessidade de energia da planta da Alumar. A usina funcionará em 2005.

Natureza da Operação (Ano) Empresa/ Localização Produtos Expectativas

Aliança (2001) Nilkamal Plastics Group of Mumbai/ Índia Invólucros e embalagens plásticas para bebidas. Construção de uma fábrica de embalagens plásticas na fronteira entre Nepal e Índia.

Natureza da Operação (Ano) Empresa/ Localização Produtos Expectativas

Aliança (2001) BHP Billiton/ EUA e Canadá Distribuição de metais A joint-venture (50%-50%) resultou na criação da Named Integris Metals. Esperam-se receitas anuais superiores a US$ 2 bilhões.

Natureza da Operação (Ano) Empresa/ Localização Produtos Expectativas

Aquisição (2001) Korea Packing System/ Coréia do Sul Embalagens plásticas para bebidas. A Macro Corp. Alcoa adquiriu 51% das ações da Korea Packing System, rebatizando-a de Alcoa CSI Korea. A empresa é líder nacional no segmento de embalagens plásticas para bebidas.

Natureza da Operação (Ano) Empresa/ Localização Produtos Expectativas

Aquisição (2001) Elken ASA/ Noruega Alumínio primário e silício A Alcoa adquiriu 40% das ações da Elken ASA e fez oferta para a aquisição do restante das cotas, a ser aprovada pelo governo norueguês. A Elken ASA é a segunda maior produtora norueguesa de alumínio primário e a maior produtora mundial de metal de silicone.

Natureza da Operação (Ano) Empresa/ Localização Produtos Expectativas

Aquisição (2001) Dooray Air Metal Co./ Coréia do Sul Alumínio Primário A aquisição da Dooray representa a penetração da Alcoa no mercado coreano de alumínio.

Natureza da Operação (Ano) Empresa/ Localização Produtos Expectativas

Aquisição (2001) Reynolds-Lemmerz Industries/ EUA Rodas de alumínio A Alcoa adquiriu as plantas da Reynolds-Lemmerz por meio da compra dos 25% de ações restantes da empresa.

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Natureza da Operação (Ano) Empresa/ Localização Produtos Expectativas

Aquisição (2001) Siemens VDO Automotive AG/ Alemanha Fios e sistemas elétricos e eletrônicos para automóveis A AFL Telecommunications adquiriu quatro plantas da Siemens na Alemanha e se tornará a principal fornecedora da Volkswagen AG.

Natureza da Operação (Ano) Empresa/ Localização Produtos

Aquisição (2001) Preferred Machinery Corp./ EUA Manufatura de máquinas e equipamentos para embalagens de bebidas.

Natureza da Operação (Ano) Empresa/ Localização Produtos Expectativas

Venda (2001) Alcoa Fios e Cabos Elétricos/ Brasil Fios e cabos elétricos A Alcoa vendeu 40% de sua parte na empresa para sua coproprietária, a Phelps Dodge.

Natureza da Operação (Ano) Empresa/ Localização Produtos Expectativas

Aquisição (2000) British Aluminium Ltd. /Reino Unido Formas, folhas e estruturas de alumínio Fortalecimento no mercado britânico e europeu de alumínio. A operação envolveu não somente a aquisição de ativos produtivos, como também escritórios de distribuição espalhados pelo Reino Unido. A empresa adquirida emprega 1.500 funcionários e teve receitas de US$ 360 milhões em 1999.

Natureza da Operação (Ano) Empresa/ Localização Produtos Expectativas

Aquisição (2000) C-KOE Aluminium Inc./ EUA Alumínio primário em lingotes para produtos químicos e de metais. A empresa adquirida agregou-se à divisão de metais primários da Alcoa.

Natureza da Operação (Ano) Empresa/ Localização Produtos

Aquisição (2000) ConAgra, Inc´s Arrow Industries Division Sacos plásticos para embalagem de alimentos

Natureza da Operação (Ano) Empresa/ Localização Produtos Expectativas

Aquisição (2000) Itaipava Embalagens Flexíveis Ltda. / Brasil Latas de alumínio e embalagens de alumínio para consumo. A Alcoa Alumínio S.A. comprou a referida empresa, que converte cerca de 12 mil toneladas de alumínio em latas e embalagens para consumo. Trata-se da segunda aquisição da Alcoa em 2000 no segmento de embalagens no Brasil. A primeira foi em maio de 2000, que decorreu da aquisição da Reynolds pela Alcoa. Isso implicou na aquisição dos 25% das cotas que a Reynolds detinha da Latasa, a maior produtora brasileira de latas de alumínio.

Observações

Natureza da Operação (Ano) Empresa/ Localização Produtos

Aquisição (2000) MCG Closurers Ltd /Inglaterra, Itália e Países Baixos Invólucros plásticos

Elaboração: DESEP/CUT Fonte: Relatórios anuais 2000, 2001 e 2002.

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Organização e atuação da Alcoa no Brasil A Alcoa Inc. atua no Brasil desde 1965. Em 2001 empregava cerca de 5.162 funcionários (Revista Exame, Maiores e Melhores/2002) e produzia, em 13 unidades fabris, alumina, alumínio primário e produtos de alumínio. Além da Alcoa Alumínio S.A., a Alcoa Inc. tem outras empresas no país: Alcoa Fios e Cabos Elétricos S.A., Companhia Geral de Minas, Mecesa Embalagens Plásticas S.A., AFL do Brasil Ltda, além da participação na Mineração Rio do Norte, ampliada após a aquisição da Reynolds2. O perfil de inserção da Alcoa no Brasil caracteriza-se pela presença em todos os segmentos da cadeia do alumínio. Segundo dados da ABAL (Associação Brasileira do Alumínio), a empresa ocupa a liderança na produção de alumina (23,4% da produção nacional de 3,5 milhão de toneladas), alumínio primário (21,5% da produção nacional de 1,1 milhão de toneladas) e produtos de alumínio (exceto no sub-segmento de embalagens). Além disso, a Alcoa ocupa a terceira posição no

ranking nacional de produção de bauxita, com 15,4% do total de 13,2 milhões de toneladas. Com exceção da América do Norte, somente a Austrália detém perfil similar ao Brasil na cadeia global da Alcoa, ou seja, com atuação em todos os segmentos. Apesar disso e do relativo equilíbrio entre os diversos segmentos, especialmente entre alumina e alumínio primário, o Brasil, assim como todos os países de industrialização tardia, detém participação pouco expressiva na fabricação de produtos de alumínio da empresa, especialmente nas áreas de fronteira tecnológica (indústria automobilística e aeroespacial). A Tabela 28 mostra alguns indicadores contábeis selecionados para determinadas empresas do grupo Alcoa. A Tabela 29 descreve a composição acionária do Grupo Alcoa no Brasil, evidenciando que parcela significativa dos ativos da empresa está nas mãos da própria Alcoa Inc. norte-americana.

Tabela 28 - Indicadores contábeis para algumas empresas do Grupo Alcoa no Brasil (US$ milhares). 2001* Empresas

Ativo Total

Lucro Líquido

Alcoa Alumínio S.A. 1.115 Alcoa Fios e Cabos Elétricos S.A.** 67.730 Mecesa Embalagens Plásticas S.A. 2.604 Mineração Rio do Norte*** 48.816 Tamboré Embalagens S.A. 5.792 Cia Geral de Minas 16.322 Total 1.256.393

76.070 (2.095) 196 13.693 537 -9 88.392

Receita Líquida por Funcionário 94 151 52 29 154 17 499

N.º de Funcionários 5.162 383 46 129 19 20 5.759

Elaboração: DESEP/CUT Fonte: Gazeta Mercantil (2002). * Exclui a AFL do Brasil por inexistência de informações ** A Alcoa Alumínio S.A. desfez-se de 40% das ações dessa empresa, mediante venda para a co-proprietária, a Phelps Dogde. Os valores apresentados na Tabela não estão ponderados por essa operação de venda. *** Indicadores ponderados pela participação acionária da Alcoa, contabilizando-se a parcela referente a Reynolds, o que totaliza 13,13% das ações ordinárias da MRN.

Tabela 29 - Controle acionário do Grupo Alcoa no Brasil. (%). 2001 Empresas Alcoa Brazil Holdings (EUA) Construt. Com. Camargo Correa (BRA) Trelawney Inc. (EUA)

Particip. Acionária (%)* 58% 28% 12%

Elaboração: DESEP/CUT Fonte: Gazeta Mercantil (2002) * Total 98% - 2% pulverizados 2 Com a aquisição da Reynolds a participação acionária da Alcoa na Mineração Rio do Norte passou de 8,50% para 13,13%.

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A Alcoa Alumínio S. A. insere-se no segmento de alumínio e artefatos. Nele a empresa é líder nacional em geração de receita líquida. Contudo, quanto à produtividade, a empresa detinha em 2001 uma receita líquida por funcionário de US$ 94.000. No mesmo ano a Alcan, concorrente da Alcoa no mercado mundial de alumínio primário, apresentou uma produtividade de US$ 128.000. Além da Alcan, a Alcoa Alumínio concorre no mercado nacional com a Albras S.A., CIA Brasileira de Alumínio

S.A., Billiton S.A., Valesul S.A., entre outras. A Tabela 30 mostra uma radiografia completa da Alcoa Alumínio S.A. no Brasil, indicando as localidades das fábricas e seus principais produtos. No Brasil, a empresa segue a mesma estrutura mundial, ou seja, a Alcoa Alumínio S.A. também possui plantas de embalagens flexíveis, produtos químicos derivados do alumínio, além da produção do alumínio primário e da alumina, por meio da redução da bauxita.

Tabela 30 - Localização das fábricas da Alcoa Alumínio S.A. e seus principais produtos. Fábrica/Empresa AFL do Brasil Ltda. Alcoa Alumínio S.A.

Localização Itajubá (MG) Poços de Caldas (MG)

Alcoa Alumínio S.A. Alcoa Alumínio S.A. Alcoa Alumínio S.A. Alcoa Alumínio S.A. Alcoa Alumínio S.A. Alcoa Alumínio S.A. Alcoa Alumínio S.A. Alcoa Alumínio S.A. Alcoa Alumínio S.A.

Alphaville (SP) Salto (SP) Santo André (SP) São Caetano do Sul (SP) Sorocaba (SP) São Paulo (SP) Lages (SC) Tubarão (SC) Itapissuma (PE)

Consórcio Alumínio do Maranhão São Luís (MA) Alcoa Alumínio S.A. Queimados (RJ) Mineração Rio do Norte Oriximiná (PA) CIA Geral de Minas Poços de Caldas (MG) Alcoa Alumínio S.A. São Paulo (SP)

Principais Produtos Chicotes elétricos Alumínio primário, pó de alumínio, alumina e produtos químicos Tampas, preformas e garrafas plásticas Carboneto de silício e alumina eletrofundida Extrudados de alumínio Extrudados de alumínio Extrudados de alumínio Embalagens flexíveis Tampas, preformas e garrafas plásticas Extrudados de alumínio Extrudados de alumínio, folhas, chapas, evaporadores, telhas e tampas plásticas, garrafas PET Alumínio primário e alumina Preformas de plástico Mineração de bauxita Mineração de bauxita Escritório central

Elaboração: DESEP/CUT Fonte: www.alcoa.com.br

Organização e atuação mundial da Alcan Atuação global por segmentos e localização geográfica A Alcan Inc. é a segunda maior empresa de alumínio do mundo, detendo a terceira posição na produção de alumínio primário, com 10,6% da produção mundial, e a segunda posição mundial em produtos de alumínio. Em 2002 a empresa obteve faturamento de US$ 12,5 bilhões, empregando cerca de 48.000 pessoas em 38 países. A empresa é de capital canadense, mas com ações negociadas nas bolsas de Nova Iorque, Montreal, Londres, Genebra e Sidney. A Alcan está estruturada em quatro grandes áreas de atuação:

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- Metais Primários; - Fabricação de Alumínio América e Ásia; - Fabricação de Alumínio Europa e - Embalagens. O Anexo 3 apresenta a distribuição geográfica das plantas responsáveis pelos principais grupos de produtos da Alcan Inc. Ao longo deste tópico apresentamos as quatro divisões da empresa, com especial atenção para o segmento de Metais Primários. O Quadro 1 descreve os ativos da empresa em dezembro de 2001. O Gráfico 5 apresenta a evolução do faturamento bruto e da receita líquida entre 1991 e 2001.


Quadro 1 - Ativos mundiais da Alcan em dezembro de 2002 48.000 funcionários 7 jazidas de bauxita 5 refinarias de alumina 16 refinarias de alumínio primário 27 unidades produtoras de chapas e folhas 47 plantas de produtos planejados 76 fábricas de embalagem Elaboração: DESEP/CUT Fonte: Alcan Facts (2001)

Gráfico 5 - Faturamento bruto e receita líquida. Alcan. (US$ milhões). 1991-2002. Valores entre parêntesis indicam prejuízo

Elaboração: DESEP/CUT Fonte: Alcan Facts (2001)

A divisão de Metais Primários engloba a extração de bauxita, refino de alumina, geração de energia elétrica, além de produtos de alumínio primário na forma de lingotes de alumínio, produtos extrudados etc. A extração de bauxita ocorre em sete minas em cinco países (Brasil, na Mineração Rio do Norte com 12,5% de participação; Guiné,

Gana, Austrália e Jamaica). Em 2002, a Alcan extraiu 10,3 milhões de toneladas de bauxita. O Gráfico 6 descreve a distribuição geográfica da produção de bauxita da Alcan. Há forte concentração na Austrália, a exemplo do que se observou para a Alcoa. Também à semelhança da Alcoa, há minas em Gana e na Guiné. O Brasil aparece com cerca de 10% da produção de bauxita do grupo.

Gráfico 6 - Distribuição geográfica da produção de bauxita. Alcan. (%). 2001 e 2002

Elaboração: DESEP/CUT Fonte: World-Aluminium, relatórios anuais das empresas, US Geological Survey e World Bureau of Metal Statistical

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Em 2002, a Alcan produziu 4,3 milhões de toneladas de alumina. As plantas de refino estão presentes no Canadá, Brasil, Austrália e Reino Unido. A planta em Jonquière, Quebec, produz alumina e químicos especiais. Produtos químicos especiais a partir da alumina também são elaborados pela refinaria de Burtisland, na Escócia (Reino Unido). As refinarias de alumina no Brasil estão em Ouro Preto (Saramenha) e em São Luís (Alumar). Toda a alumina refinada e produzida nas plantas do Canadá e do Brasil é utilizada pela própria Alcan nesses países na produção de alumínio primário. O Gráfico 7 detalha a distribuição geográfica da produção de alumina do grupo. Observa-se que, assim como a extração de bauxita, a Alcan concentra parcela considerável do refino de alumina na Austrália. Da mesma forma que a Alcoa, o refino de alumina acontece no país de origem do capital. Neste caso, o Canadá, que é a segunda maior base de produção de alumina do grupo.

Gráfico 7 - Distribuição geográfica da produção de alumina. Alcan. (%). 2001 e 2002

Elaboração: DESEP/CUT Fonte: World-Aluminium, relatórios anuais das empresas, US Geological Survey e World Bureau of Metal Statistical

A produção de alumínio primário está disposta em 16 smelters por 7 países (Canadá, Brasil, Islândia, Noruega, Suíça, Reino Unido e Estados Unidos). A produção de alumínio primário chegou a 2,4 milhões de toneladas em 2002. Os

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principais gêneros de produtos oriundos do alumínio primário são lingotes de alumínio e formas de alumínio extrudados. A Tabela 31 indica as plantas de refino e produção de alumínio primário da Alcan, bem como a capacidade de produção.


Tabela 31- Refinadoras e produtoras de alumínio primário da Alcan Localidades

Capacidade de produção (mil toneladas)

Canadá Arvida (Jonquière) Grande-Baie (La Baie) Lanterrière (Chicoutimi) Shawinigan (Quebec) Alma (Alma) Beauharnois (Melocheville) Kitimat (Columbia Britânica) Brasil Ouro Preto (MG) Aratu (BA) Islândia Isal Noruega Soeral Suíça Steg Reino Unido Lynemouth Lochaber EUA Sebree Total

248 196 219 91 400 50 277 51 58 168 62 36 160 40 196 2.252

Elaboração: DESEP/CUT Fonte: Alcan Facts (2001)

Cerca de metade da produção de alumínio primário da Alcan é vendida para outras empresas. O restante é utilizado pela própria Alcan na fabricação de produtos de maior valor agregado a partir do alumínio primário. Tais produtos são elaborados nos outros segmentos da Alcan, dos quais começamos a tratar agora. O Gráfico 8 detalha a distribuição geográfica da

produção de alumínio primário do grupo. À semelhança da Alcoa, as plantas e sua produção estão concentradas no país de origem do capital (65%). As tabelas 32 e 33 descrevem o fluxo produtivo da empresa, envolvendo a utilização da bauxita, alumina e alumínio primário em todas as suas unidades.

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Gráfico 8 - Distribuição geográfica da produção de alumínio primário. Alcan. (%). 2001 e 2002

Elaboração: DESEP/CUT Fonte: World-Aluminium, relatórios anuais das empresas, US Geological Survey e World Bureau of Metal Statistical

Tabela 32 - Interação entre a extração de bauxita e o refino de alumina na Alcan Mina de bauxita Brasil (Mineração Rio do Norte - 12,5% de participação)

Guiné (Compagnie des Bauxites de Guinée) Gana (Ghana Bauxite Company Limited)

Austrália (Gove Complex e Comalco Limited)

Encaminhamento da bauxita extraída Refinaria de Jonquiére em Quebec, Refinaria Saramenha em Ouro Preto e Refinaria Alumar em São Luís1 Refinaria de Jonquiére em Quebec Refinaria de Jonquiére em Quebec Refinaria de Burntsland na Escócia e Vendas externas Refinaria de Gove e Queensland Alumina Limited

Elaboração: DESEP/CUT Fonte: Alcan Facts (2001) 1 - Toda a alumina produzida no Brasil pela Alcan tem como matéria prima bauxita extraída no país pela própria empresa.

Tabela 33 - Interação entre o refino de alumina e refinadoras de alumínio primário na Alcan Fonte da alumina Refinaria Saramenha em Ouro Preto e Refinaria Alumar em São Luís Refinaria de Jonquiére em Quebec

Refinaria de Burntsland na Escócia Australian Alumina (Gove Complex e Gladstone) Compras externas da Irlanda Compras externas da Jamaica Elaboração: DESEP/CUT Fonte: Alcan Facts (2001)

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Refinadora de alumina Saramenha em Ouro Preto e Aratu na Bahia Jonquière, Arvida, Gande-Baie, Lanterrière, Shawinigan, Alma, Beauharnois e Kitimat, todas no Canadá A produção desta refinaria é concentrada em produtos químicos pautados em alumina Kitimat Refinadora no Canadá e Isal Refinadora na Islândia e compras externas Refinadoras no Reino Unido, Noruega e Suíça Refinadoras no Canadá e nos EUA


O núcleo de Fabricação de Alumínio América e Ásia e de Fabricação de Alumínio Europa provê produtos de alto valor agregado a partir do alumínio primário para diversos segmentos industriais e da construção civil. Dentre os segmentos industriais para os quais a Alcan oferece seus produtos estão a indústria automobilística, a de bens de capital e a de embalagens. Além disso, as estruturas de alumínio primário, produzidas neste segmento, também são utilizadas pela construção civil. No Anexo 3 é possível observar a distribuição espacial do segmento. Dentro desses segmentos estão os

seguintes sub-segmentos: produtos cilíndricos, produtos de valor agregado por engenharia, reciclagem e automotivo. Do volume total de alumínio produzido pela Alcan, 90% são produtos cilíndricos (chapas, ligas, formas e lâminas de alumínio). O segmento de embalagens dispõe de plantas no Canadá, EUA, Porto Rico, Brasil, França, Alemanha, Irlanda, Itália, Holanda, Espanha, Suíça, Reino Unido, China, Cazaquistão e Turquia (Anexo 3). O segmento tem como principais produtos embalagens para tabaco, produtos alimentícios, farmacêuticos e cosméticos a partir de alumínio, plásticos e papel, vidro e aço.

Principais empresas e presença nos mercados mundiais Como afirmado anteriormente, a Alcan ocupa a vice-liderança mundial na indústria do alumínio. A consolidação dessa posição está vinculada à presença da empresa em toda a cadeia produtiva. Por meio da Tabela 34 é possível observar a participação relativa da Alcan na produção mundial de alumina. Notase que a Alcan ocupa a segunda posição mundial (a ausência de dados para a Chinalco pode superestimar a colocação relativa da Alcan na produção mundial da alumina). Além disso, a Alcan tem como competidoras globais neste segmento a Kaiser e a BHP Billiton.

A Alcan ocupa a terceira posição na oferta global de alumínio primário. Tem como concorrentes mais próximos a Rusal e a Norsk Hydro (Tabela 35). A Alcan exibiu maior dinamismo produtivo, se comparada à Rusal, mas ampliou-se a diferença em relação à Alcoa. Assim, embora a participação da Alcan tenha se elevado de 6,6% em 1998 para 10 6% em 2002, a Alcoa aumentou sua participação no mercado mundial de alumínio primário de 10,9% para 16,5% no período analisado. Além disso, a Hydro, por meio da aquisição da VAW Aluminium, ampliou sua participação de 3,3% para 7,4% em 2002.

Tabela 34 - Produção mundial da alumina e produção de alumina de empresas selecionadas. (mil t e %). 1998 - 20021 Grupos Alcoa Chinalco Alcan* BHP Billiton** Kaiser Rusal Hydro**** CVRD Total Mundial

1998 12.938 Nd 5.013 1.750 Nd Nd 578 719 47.400

Produção (mi t) 1999 2000 2001 13.273 13.968 12.527 Nd Nd 4.900 3.991 3.941 4.170 1.800 2.000 2.940 2.094 1.927 2.583 1.756 1.989 2.246 530 898 1.070 768 819 808 47.000 49.300 48.488

2002 13.027 Nd 4.300 4.043 Nd 2.657 1.120 859 49.785

Participação (%) 1998 1999 2000 2001 2002 27,3 28,2 28,3 25,8 26,2 Nd Nd Nd 10,1 Nd 10,6 8,5 8 8,6 8,6 3,7 3,8 4,1 6,1 8,1 Nd 4,5 3,9 5,3 Nd Nd 3,7 4 4,6 5,3 1,2 1,1 1,8 2,2 2,2 1,5 1,6 1,7 1,7 1,7 100 100 100 100 100

Elaboração: DESEP/CUT Fonte: World-Aluminium, relatórios anuais das empresas, US Geological Survey e World Bureau of Metal Statistical. * Para 2001 capacidade de produção. ** Entre 1998 e 2000, capacidade de produção. *** Para 2001 agrega a aquisição da VAW, finalizada em janeiro de 2002

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Tabela 35 - Produção mundial de alumínio primário e de grupos selecionados. (mil t e %). 1998 – 2002 Grupos Alcoa Rusal Alcan Hydro* Pechiney BHP Billiton** CVRD Total Mundial

1998 2.471 Nd 1.481 736 Nd 890 719 22.600

Produção (mi t) 1999 2000 2001 2.851 3.539 3.488 2.360 2.416 2.459 1.518 1.562 2.042 746 762 1.400 1.122 1.122 1.140 910 890 984 768 819 808 23.600 24.000 24.521

2002 3.500 2.544 2.238 1.562 1.163 1.047 859 21.199

Participação (%) 1998 1999 2000 2001 2002 10,9 12,1 14,7 14,2 16,5 Nd 10 10,1 10 12 6,6 6,4 6,5 8,3 10,6 3,3 3,2 3,2 5,7 7,4 Nd 4,8 4,7 4,6 5,5 3,9 3,9 3,7 4 4,9 1,5 1,6 1,7 1,7 1,7 100 100 100 100 100

Elaboração: DESEP/CUT Fonte: World-Aluminium, relatórios anuais das empresas e US Geological Survey *Para 2001 agrega a aquisição da VAW, finalizada em janeiro de 2002. ** Entre 1998 e 2000, capacidade de produção.

É importante ressaltar que o perfil de inserção da Alcoa Inc. e da Alcan Inc. no segmento mundial de alumínio possui alguma similitude em relação ao maior foco sobre os produtos de alumínio. Trata-se do segmento da cadeia em que a agregação de valor é superior aos estágios anteriores e que, portanto, demanda maior intensidade de utilização de tecnologia e mão-de-obra qualificada. Essa circunstância viabiliza a ambas as empresas uma específica forma de consolidação de contratos de expansão ou de construção de plantas de alumina e de smelters (usinas) de alumínio primário. Tais contratos possibilitam a ampliação de fornecedores, ao redor do mundo, de suprimentos de bauxita e especialmente

de alumina e alumínio primário. As duas empresas juntas detêm 68% do total produzido pelas sete maiores empresas do mundo no setor de produtos de alumínio. É possível verificar o peso de cada segmento no faturamento total da Alcan em 2002 por meio da Tabela 36. Observa-se que cerca de 55% das receitas estão concentrados no segmento de Fabricação de Alumínio América e Ásia, o qual é responsável por parte expressiva da produção de extrudados e transformados de alumínio do grupo. O segmento de metais primários detém pouco menos de 1/ 4 das vendas totais do grupo em 2001.

Tabela 36 - Distribuição do faturamento do Grupo Alcan segundo seus segmentos. 2002. (US$ bilhões e %) Segmento Bauxita, alumina e químicos Lingotes de alumínio Produtos extrudados Produtos transformados Embalagens Total

US$ bilhões 0,4 2,5 5,3 1,6 2,8 12,6

% 3 20 42 13 22 100

Elaboração: DESEP/CUT Fonte: Alcan Facts (2001)

Adicionalmente, a atuação na fabricação de produtos de alumínio (extrudados e transformados) tem requerido o desenvolvimento de parcerias globais com empresas do setor aeroespacial, automobilística e de bens de capital. Isso

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envolve custos compartilhados em P&D e até o envolvimento direto das empresas de alumínio na fabricação de carrocerias ou chassi, partes, peças e componentes especialmente de motor e transmissão. A Hydro e a Pechiney são as principais


concorrentes da Alcoa e da Alcan nestes segmentos intensivos em tecnologia e capital. A recente aquisição da empresa alemã VAW pela Norsk Hydro confere maior espaço no segmento de alto valor agregado da cadeia do alumínio, especialmente no mercado europeu.

Pechiney, contam com expressivos valores de vendas derivados de consultoria e vendas de tecnologia de fabricação para as demais empresas de alumínio do mundo, especialmente para a fabricação de alumínio primário.

Deve-se destacar, ainda, que a Alcoa e a Alcan, seguidas pela concorrência da Hydro e

No Anexo 3 apresentamos uma relação das principais empresas da Alcan.

Organização e atuação da Alcan no Brasil A Alcan está presente no Brasil desde 1940. Nesse ano a Alcan Aluminium LTDA fundou em São Paulo a Alumínio do Brasil S.A. Alubrasil. A produção de alumínio, contudo, só teve início em 1948. A formação do consórcio da Mineração Rio do Norte (PA) iniciou em 1974, com a Alubrasil integrando o grupo. Apenas em 1989 a Alcan começou a fabricar embalagens de alumínio no Brasil, por meio da planta de Pindamonhagaba (SP). Naquele ano, a Alcan já estava presente em todos os segmentos da cadeia produtiva do alumínio (extração de bauxita, refino de alumina, produção de alumínio primário, embalagens e reciclagem). Em 1997 a razão social da empresa passou a ser Alcan Alumínio do Brasil Ltda. No mesmo ano, a Alcan adquiriu 10% do controle acionário da Alumar (MA). A Alcan está estruturada no Brasil por meio de unidades próprias de extração de bauxita, refino de alumina e fabricação de produtos acabados de alumínio primário. A Mineração Rio do Norte (MRN) constitui-se num consórcio de empresas nacionais e estrangeiras na mineração de bauxita, no qual

a Alcan detém 12% das ações ordinárias. Parte da bauxita extraída pela Alcan é direcionada para o Canadá (Jonquière Quebec). A MRN está localizada no Porto Trombetas (PA). A Alumar - Consórcio de Alumínio do Maranhão - está localizada no distrito industrial de São Luís e faz refino de alumina. Em 1997, a Alcan detinha 10% das ações ordinárias da Alumar. Em Aratu (BA) é produzido alumínio primário. A unidade está em pleno controle da Alcan. A capacidade instalada é de 58 mil toneladas de alumínio primário por ano. Os principais produtos são placas e lingotes de alumínio. A unidade de Ouro Preto (MG) engloba todo o processo do alumínio, da extração da bauxita à produção de alumínio primário sob a forma de lingotes, tarugos e placas. A capacidade de produção da unidade é de 51 mil toneladas por ano. Em Mauá (SP), região metropolitana de São Paulo, a Alcan fabrica embalagens flexíveis. Esta unidade é líder no mercado de embalagens para laminados para cigarros, produtos farmacêuticos etc. Na região industrial do ABC paulista (Santo André, distrito de Utinga), a Alcan possui uma unidade produtora de laminados de alumínio que abastece a indústria automobilística da região e a indústria de bens de consumo duráveis. A unidade de Pindamonhangaba foi objeto do maior investimento em ampliação da capacidade instalada em uma unidade fora do Canadá (US$ 370 milhões). O investimento de caráter estratégico permite a Alcan alcançar uma posição competitiva na oferta de laminados de alumínio e na reciclagem do alumínio. Por fim, a Alcan detém participação em unidades calcinadoras de petróleo para a obtenção de coque, uma matéria prima necessária no refino da alumina.

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Posição relativa das empresas na cadeia produtiva e fontes de suprimentos Nota-se na Tabela 37 que cerca de 54% da capacidade instalada de produção de bauxita concentram-se na Alcoa, Rio Tinto, Alcan e BHP Billiton. Essas empresas possuem participações relativas em capacidade de extração mineral que oscilam de 17,2% a 9,8%. Deve-se salientar que a concentração geográfica da produção e das reservas de bauxita é superior à concentração da capacidade instalada por grupos e empresas (tabelas 6 e 7). Observa-se elevada participação relativa da Rio Tinto e BHP Billiton e, ao mesmo tempo, posição privilegiada da Alcoa e Alcan. Notamse, ainda, posições destacadas da Kaiser, Sual e CVRD em capacidade produtiva de bauxita. Em situação oposta está a baixa penetração da Rusal, Pechiney, Hydro e Aditya Birla no início da cadeia produtiva, se comparada às demais fases de produção do alumínio. As posições dessas empresas na produção

de bauxita encontram relativa semelhança em suas respectivas inserções na produção mundial de alumina (Tabela 38). De fato, notase que entre as quatro maiores empresas, a Alcoa, Alcan e BHP Billiton mantêm as mesmas posições de liderança alcançadas em bauxita. Porém a Chinalco eleva-se da 6a para a 2a colocação mundial. Já a Rio Tinto, que detém a vice-liderança em capacidade instalada na produção de bauxita, desloca-se para a 9a posição na produção mundial de alumina. A Rusal, Pechiney e Hydro elevam suas participações na produção de alumina, se comparadas à inserção delas em bauxita. A Kaiser e a Aditya Birla mantêm colocações idênticas nas duas fases (5a e 12a posição mundial). Já a Sual e CVRD, além da Rio Tinto, perdem posições relativas na produção mundial de alumina frente às suas respectivas colocações em capacidade instalada de bauxita.

Tabela 37– Principais empresas de alumínio do mundo – 2001 Empresa Alcoa Rio Tinto Alcan BHP Billiton Kaiser Chinalco Sual CVRD* Rusal*** Pechiney Hydro** Aditya Birla Sub-total (4) Sub-total (12) Produção Mundial

Capacidade de produção de bauxita (mil/ton/ano) 23.561,0 19.960,0 17.195,0 13.426,8 6.340,0 5.000,0 4.760,0 4.283,0 2.500,0 2.480,0 1.895,0 1.550,0 74.142,8 102.950,8 137.000,0

% na produção mundial de bauxita 17,2 14,6 12,6 9,8 4,6 3,6 3,5 3,1 1,8 1,8 1,4 1,1 54,2 75,1 100,0

Elaboração: DESEP/CUT Fonte: Empresas (Relatórios Anuais e demais informações da Home Page das Empresas), US Geological e UNCTAD. *Produção calculada de acordo com a participação acionária da CVRD (Aluvale) na Mineração Rio do Norte (MRN). Não está incluída a produção por equivalência acionária que a CVRD (Aluvale) detém na Mineração Vera Cruz (MVC). ** Não inclui eventual produção da VAW Aluminium.

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As mudanças de posição entre as empresas na produção de bauxita e alumina, bem como a participação relativa que as empresas detêm nessas duas fases da cadeia produtiva do alumínio (tabelas 37 e 38), sugerem políticas diferenciadas de fontes de suprimentos de bauxita para a produção de alumina. De acordo com a World Aluminium (BNDES e Alcoa), para a produção de uma tonelada de alumina são necessárias em média 2,5 toneladas de bauxita. Ao se adotar esse critério é possível identificar, de modo aproximado, as empresas que geram excedentes de bauxita ou aquelas que se voltam para o mercado com vistas a assegurar o volume necessário de bauxita para suas refinadoras de alumina. Deve-se observar, contudo, o critério que este estudo adota para algumas empresas: são atribuídos volumes de produção ou capacidade instalada, de acordo com a posição acionária dos grupos e empresas de alumínio nas minas, refinadoras e usinas de alumínio primário. Esse critério pode resultar em relativa distorção da inserção desses grupos e empresas nas diversas fases da cadeia produtiva do alumínio, como geradoras de excedentes ou consumidoras líquidas. No entanto, são distorções pouco representativas, já que para a maioria da empresas foi possível obter sua capacidade de produção ou volume de produção (envolve direitos comerciais de longo prazos com acionistas), validando a utilização dos coeficientes produtivos de alumina e alumínio primário como pistas das políticas de suprimentos e de estratégias comerciais das empresas por fases da cadeia produtiva do alumínio.

Desse modo, observa-se que as mineradoras (Rio Tinto, BHP Billiton e CVRD) tornam suas posições privilegiadas em bauxita em fontes relevantes de operações comerciais com as demais empresas que, entre outros aspectos, não são auto-suficientes em bauxita para a produção de alumina. A rigor, essas empresas absorvem percentual relativamente baixo de suas capacidades de produção de bauxita para as necessidades de suprimentos de suas refinadoras de alumina, embora suas necessidades sejam crescentes ao longo dos últimos anos. Ao utilizar o critério mencionado, pode-se concluir que as empresas que detêm, em termos relativos, os maiores excedentes de produção de bauxita são a Rio Tinto, CVRD, BHP Billiton, Alcan e Sual. A Rio Tinto conta com excedente produtivo de bauxita superior a 78,0% de suas necessidades para a produção de alumina, seguida pela CVRD e BHP Billiton, com 51,5% e 47,0%, respectivamente. Em valores absolutos, esses percentuais correspondem a 15,56 milhões, 2,2 milhões e 6,3 milhões de toneladas, respectivamente. Já a Sual gera excedente produtivo de bauxita equivalente a 21,0% de seu consumo mineral, resultando em pouco mais de 985 mil toneladas. A Alcan é a única empresa que, apesar de concentrar seu foco de negócios nas fases à frente da cadeia produtiva, detém excedente produtivo de bauxita superior a 39,0% de suas necessidades para a produção de alumina em suas refinarias.

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Tabela 38– Principais empresas de alumínio do mundo – 2001 Empresa Alcoa Chinalco Alcan BHP Billiton Kaiser Rusal Glencore Pechiney Rio Tinto Hydro* Sual Aditya Birla CVRD** Sub-total (4) Sub-total (13) Mundial

Produção de alumina (mil/ton/ano) 11.523,0 4.900,0 4.183,0 2.848,0 2.583,0 2.246,0 2.198,0 2.130,0 1.761,0 1.598,0 1.510,0 919,0 830,0 23.454,0 39.229,0 48.488,0

% na produção mundial de alumina 23,8 10,1 8,6 5,9 5,3 4,6 4,5 4,4 3,6 3,3 3,1 1,9 1,7 48,4 80,8 100,0

Elaboração: DESEP/CUT Fonte: Empresas (Relatórios Anuais e demais informações da Home Page das Empresas), US Geological e UNCTAD. *Produção consolidada do grupo na Hydro Aluminium e VAW (projeção da própria empresa Hydro Aluminium ASA , mantendo a participação que elas detinham em 2000 para 2.001) e participação na Alunorte. Utilizando-se os dados isolados da Norsk Hydro tem-se produção de 1.002,0 mil t. em 2001, equivalente a 2,1% da produção mundial. ** Produção calculada de acordo com a participação acionária da CVRD (Aluvale) na Alunorte.

As indústrias que utilizam a produção de bauxita de outras empresas para alimentar suas refinadoras são a Glencore, Chinalco, Norsk Hydro, Rusal, Pechiney, Aditya Birla, Alcoa e, em menor proporção, a Kaiser.

alumina são supridos por outras empresas. O baixo percentual da Alcoa resulta em volume elevado de aquisição no mercado de bauxita, somando mais de 5,2 milhões de toneladas ao ano.

A Glencore adquire 100,0% de suas necessidades de bauxita, totalizando cerca de 5,5 milhões de toneladas ao ano. Já na Chinalco, Norsk Hydro, Rusal e Pechiney a proporção da compra de suprimentos de bauxita na demanda global desse mineral varia de 59,0% a 53%, resultando, no entanto, em volumes de compras muito diferenciados. O volume de compras de bauxita efetuadas pela Chinalco é superior a 7,25 milhões de toneladas, enquanto a quantidade adquirida pela Rusal, Pechiney e Hydro corresponde a 3,1 milhões, 2,84 milhões e 2,5 milhões de toneladas, respectivamente.

Desse modo, pode-se aferir que as empresas com capacidade em gerar mais excedentes de bauxita para a produção de alumina são a Rio Tinto, Alcan, BHP Billiton, CVRD e Sual. Já as empresas mais dependentes de suprimentos de bauxita para alimentar suas refinadoras de alumina são a Chinalco, Glencore, Alcoa, Rusal, Pechiney, Hydro e Aditya Birla.

Em nível inferior às demais empresas encontram-se a Aditya Birla e a Alcoa. Nelas cerca de 32,0% e 18,0%, respectivamente, do consumo de bauxita para a produção de

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No entanto, as empresas que de fato transformam seus excedentes de capacidade instalada de bauxita em operações comerciais são a Rio Tinto, CVRD e BHP Billiton (mineradoras). A Alcan vislumbra seus excedentes, em geral, como fonte de reservas e de alianças na cadeia produtiva. Posições expressivas em capacidade instalada


de produção de bauxita podem configurar-se em relativa vantagem competitiva, embora a necessidade global de bauxita para a produção mundial de alumina apresente relativa capacidade ociosa. De todo modo, podem colocar-se como vantagem competitiva para a celebração de parcerias em empreendimentos conjuntos com outras empresas na produção de alumina e em fases subseqüentes da cadeia produtiva, especialmente com empresas que necessitam adquirir no mercado parcela expressiva de suas necessidades de bauxita para a produção de alumina. Em sentido oposto, para as empresas que atuam mais nas fases finais da cadeia produtiva do alumínio e que, ao mesmo tempo, não detêm fontes próprias consideráveis de bauxita, pode representar vantagem competitiva a celebração de contratos de longa duração (long-term) com empresas que geram excedentes. É uma forma de assegurar fontes estáveis de suprimentos, prescindindo da imobilização de capitais fixos nessa fase de produção. Isso permite às empresas investir na ampliação de economias de escopo (desenvolvimento tecnológico de produto e processo), buscando agregar mais valor à produção, criando contínuas barreiras tecnológicas ao ingresso das mineradoras e demais produtoras de excedentes de bauxita nos mercados mais rentáveis da cadeia do alumínio. Em razão disso, a maioria das empresas busca focalizar suas estratégias

de negócios em alumínio primário e na produção de manufaturados de alumínio. Nota-se na Tabela 39 que as maiores produtoras de alumínio primário são a Alcoa, Rusal, Alcan e Norsk Hydro. A participação dessas empresas na produção mundial corresponde a 17,0%, 10,0%, 9,2% e 5,6%, respectivamente. A Alcoa detém expressiva margem em relação às demais empresas, tal como também ocorre na produção de alumina. As quatro maiores empresas somam cerca de 42% da produção mundial de alumínio primário. Deve-se salientar que esse percentual equivale ao menor índice de concentração na cadeia produtiva, revelando a importância relativa das demais empresas. Ao mesmo tempo, o processo de concentração da produção é mais acentuado nos extremos da cadeia produtiva do alumínio, já que em produtos de alumínio as quatro maiores empresas somam mais de 60% do mercado, como consta na Tabela 40. A posição das maiores empresas na produção de alumínio primário é distinta daquela observada na produção de alumina. Somente a Alcoa, Alcan, Aditya Birla e CVRD mantêm posições iguais nessas fases da cadeia produtiva. A Rusal, Norsk Hydro e Pechiney são as empresas que obtêm maior relevância na produção de alumínio primário, em função de suas colocações na produção de alumina. Em sentido inverso encontram-se a Chinalco e Kaiser, que perdem importância relativa na produção de alumínio primário, ao compararse com a produção de alumina. De acordo com a World Aluminium (BNDES e Alcoa), para produzir uma tonelada de alumínio primário são necessárias em média 2,0 toneladas de alumina. Ao se adotar esse critério, pode-se identificar, de modo aproximado, as empresas que geram excedentes de alumina ou aquelas que se voltam para o mercado com vistas a assegurar o volume necessário para suas usinas de alumínio primário. As empresas que mais exibem capacidade excedente de produção de alumina para a produção de alumínio primário, em termos absolutos, são a Chinalco, Alcoa, Kaiser, Glencore e BHP Billiton. Os volumes de excedentes da Chinalco e Alcoa correspondem a 3,48 milhões e 3,15 milhões de toneladas. Já a Kaiser, Glencore e BHP Billiton exibem volumes de produção excedentes equivalentes a 1,54 milhão, 1,1 milhão e 924 mil toneladas.

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Tabela 39– Principais empresas de alumínio do mundo – 2001 Empresa Alcoa Rusal Alcan Hydro* Pechiney BHP Billiton Rio Tinto Chinalco Sual Glencore Kaiser Aditya Birla CVRD** Sub-total (4) Sub-total (13) Mundial***

Produção de alumínio primário (mil/ton/ano) 4.184,0 2.459,0 2.252,0 1.379,0 1.229,0 962,0 766,0 710,0 652,0 541,9 519,0 362,0 258,0 10.274,0 16.273,9 24.521,0

% na produção mundial de alumínio primário 17,0 10,0 9,2 5,6 5,0 3,9 3,1 2,9 2,7 2,2 2,1 1,5 1,0 41,8 66,2 100,0

Elaboração: DESEP/CUT Fonte: Empresas (Relatórios Anuais e demais informações da Home Page das Empresas), US Geological, UNCTAD e World Bureau of Metal Statistical. * Produção consolidada da Hydro Aluminium e VAW (Fonte: Norsk Hydro). Utilizando-se os dados isolados da Norsk Hydro tem-se produção de 767 mil t. em 2001, equivalente a 3,1% da produção mundial. ** Produção calculada de acordo com a participação acionária da CVRD (Aluvale) na Albrás e Valesul.

Já as empresas que parecem ter necessidades de consumo de alumina para a produção de alumínio primário acima de suas fontes próprias de produção são a Rusal, Norsk Hydro, Pechiney e Alcan. A Rusal e a Norsk Hydro necessitam de volumes adicionais de alumina correspondentes a 2,67 milhões e 1,16 milhão de toneladas, respectivamente. As demais empresas exibem excedentes de produção de alumina em relação a suas necessidades. Quanto às empresas que exibem excedentes, deve-se considerar que essa condição não corresponde necessariamente ao foco prioritário de operações comerciais no médio e longo prazo. Há situações em que as empresas adiantam-se na programação de investimentos para ampliar a capacidade instalada de alumina, no contexto de programas globais de ampliação da capacidade de produção de alumínio primário e de produtos de alumínio. As empresas mais representativas são a Chinalco e Aditya Birla, pois têm programações de elevados investimentos para aumentar a produção de alumínio primário. O caso da Aditya envolve também investimentos adicionais em alumina.

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Além disso, tais excedentes de alumina podem refletir situações temporárias de capacidade ociosa na produção de alumínio primário, além da intenção em manter elevada capacidade de produção de alumina para eventual ampliação da capacidade de produção de alumínio primário. Nessa situação inserem-se a Alcoa e Kaiser, pois o racionamento de energia nos EUA resultou na redução da produção de alumínio nos últimos anos. No caso específico da Alcoa trata-se também de política na qual o excedente de capacidade instalada em alumina subordina-se ao persistente processo de aquisições de empresas ou usinas de produção de alumínio primário. Assim, a capacidade de produção de alumina está voltada a assegurar a expansão da produção de alumínio primário. Entre as demais empresas que exibem elevado excedente de produção de alumina, é possível identificar duas políticas distintas. A BHP Billiton vem progressivamente reduzindo a disponibilidade de alumina para a venda no mercado, dados os investimentos em ampliação da produção de alumínio primário.


Já a Glencore e a CVRD têm transformado a alumina em seus principais centros de negócios e de formação de receitas na cadeia do alumínio. Assim, os excedentes de alumina ou de necessidades adicionais para a produção de alumínio primário refletem não apenas aspectos das políticas de composição de seus suprimentos ou de estratégia de vendas. Refletem também o encadeamento das decisões de investimentos em direção às fases finais da cadeia produtiva do alumínio, tanto do primário quanto dos produtos de alumínio. A composição das empresas líderes na produção de alumínio primário reflete-se na composição das empresas líderes na fabricação de produtos de alumínio, como poder ser observado na Tabela 40. Entre os cinco maiores produtores mundiais, altera-se somente a posição da Rússia, ao deslocarse da vice-liderança na produção mundial de alumínio primário para a 5a colocação em produtos de alumínio. As demais empresas (Aditya Birla, Kaiser e BHP Billiton) elevam suas posições de alumínio primário para os produtos de alumínio. Mas o perfil de seus produtos, assim como no caso da Rusal, destina-se aos

segmentos industriais nos quais a utilização do alumínio como insumo industrial vêm apresentando relativa estabilidade de padrão tecnológico, quando comparados a outros segmentos. É o caso do segmento de material de embalagens, mas especialmente do automovido e aeroespacial, quanto às inovações de processo, de produto e de cooperação entre empresas. Na indústria automobilística, segundo o International Aluminium Institute (IAI), o consumo de alumínio deve evoluir de 90,0Kg/ veículo nos EUA e de 85 Kg/veículo na Europa no início dos anos noventa para cerca de 230 kg/veículo no final desta década. E são nos segmentos industriais mais dinâmicos que a Alcoa, Alcan, Norsk Hydro e Pechiney exibem atuação destacada, revelando características distintas de inserção na cadeia produtiva do alumínio. Os preços por tonelada produzida em algumas fases da cadeia produtiva sugerem multiplicadores elevados na agregação de valor. Segundo a ABAL, os preços internacionais da bauxita, alumina, alumínio metal e semi-elaborados correspondem em 2000 a US$ 23,0/t, US$ 192,0/t, US$1.560,0/ t, US$ 3.440,0/t. Nota-se que não constam os preços médios dos produtos de alumínio.

Tabela 40– Principais empresas de alumínio do mundo – 2001* Empresa Alcoa Alcan Hydro** Pechiney Rusal Aditya Birla Kaiser BHP Billiton Sub-total (2) Sub-total (4) Total

Produção de produtos de alumínio* (mil/ton/ano) 3.161,0 2.490,0 1.280,0 899,0 352,0 231,0 192,5 145,0 5.651,0 7.830,0 8.750,5

% na produção mundial de produtos de alumínio 36,1 28,5 14,6 10,3 4,0 2,6 2,2 1,7 64,6 89,5 100,0

Elaboração: DESEP/CUT Fonte: Empresas (Relatórios Anuais e demais informações da Home Page das Empresas). * Não há fontes primárias de totalização do volume de produção mundial de produtos de alumínio. Utiliza-se o total da produção dessas empresas, apenas para indicação do grau de concentração entre elas e, ao mesmo tempo, obter indicações aproximadas da importância relativa dessa fase da cadeia do alumínio na configuração produtiva das empresas. ** Produção consolidada da Hydro Aluminium e VAW. Utilizando-se os dados isolados da Norsk Hydro tem-se 700 mil t. em 2001, representando cerca de 8,6% da produção mundial, enquanto que a produção da Alcoa, Alcan e Pechiney, equivaleriam a 38,7%, 30,5% e 11,0%, respectivamente.

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De todo modo, entre os semi-manufaturados e a bauxita, os preços por tonelada multiplicamse por cerca de 150 vezes. E esses gigantescos diferenciais de preços justificam, em grande medida, a igualdade de posições das empresas líderes (Alcoa, Alcan, Norsk Hydro e Prechiney) na produção de semi e manufaturados de alumínio com as empresas líderes por faturamento, considerando suas operações em todas as fases da cadeia produtiva. A Tabela 41 permite comparar, sinteticamente, a participação já descrita aqui das empresas na produção mundial de todas as fases da cadeia produtiva. Pode-se notar algumas semelhanças de inserção na cadeia do alumínio. A Alcoa e Alcan lideram a fabricação de produtos de alumínio, porém exibem forte concentração nas fases anteriores. A rigor, a Alcoa é líder em todas as fases da cadeia do alumínio, revelando maior concentração relativa na produção de alumina, além dos produtos de alumínio. Já a Alcan, ao menos nas fases

anteriores, detém maior participação relativa na produção de bauxita. A Norsk Hydro e Pechiney inserem-se de modo mais nítido que as demais empresas ao final da cadeia produtiva, com participação crescente desde a produção de bauxita até a fabricação de produtos de alumínio. A Rusal exibe alguma semelhança de perfil produtivo por fases da cadeia produtiva, mas perde participação relativa exatamente na fase final, a de produtos de alumínio. As mineradoras (Rio Tinto, BHP Billiton, CVRD) revelam enorme identidade de inserção na cadeia do alumínio. A participação dessas empresas é decrescente à medida que se deslocam ao final da cadeia produtiva. Somente a BHP Billiton conta com unidades de fabricação de produtos de alumínio. As demais mineradoras limitam suas estratégias de produção da bauxita ao alumínio primário. Notase ainda que, na cadeia do alumínio, a Sual conta com perfil produtivo similar às mineradoras.

Tabela 41 – Principais empresas de alumínio do mundo – 2000/2001* Empresa

Alcoa Alcan Hydro Pechiney Rusal BHP Billiton Chinalco Kaiser Rio Tinto Aditya Birla Sual Glencore CVRD Sub-total (4)

% na produção mundial de bauxita 17,2 12,6 1,4 1,8 1,8 9,8 3,6 4,6 14,6 1,1 3,5 3,1 54,2

% na produção mundial de alumina 23,8 8,6 3,3 4,4 4,6 5,9 10,1 5,3 3,6 1,9 3,1 4,5 1,7 48,4

% na produção mundial de alumínio primário 17,0 9,2 5,6 5,0 10,0 3,9 2,9 2,1 3,1 1,5 2,7 2,2 1,0 41,8

% na produção mundial de produtos de alumínio ** 36,1 28,5 14,6 10,3 4,0 1,7 np 2,2 np 2,6 np nd np 89,5***

Elaboração: DESEP/CUT Fonte: Empresas (Relatórios Anuais e demais informações da Home Page das Empresas). * Ordem por faturamento na cadeia do alumínio e participação da capacidade de produção dos grupos na produção mundial. ** Não há fontes primárias de totalização do volume de produção mundial de produtos de alumínio. Utiliza-se o total da produção dessas empresas, apenas para indicação do grau de concentração entre elas. *** Sub-total dos quatro maiores produtores mundiais.

A Chinalco, a Kaiser e a Glencore inserem-se de modo distinto na cadeia produtiva, se comparadas às demais empresas. A Chinalco e Kaiser revelam maior concentração nos elos

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intermediários da cadeia produtiva, particularmente em alumina. A Glencore é a única empresa que atua em apenas duas fases da cadeia produtiva do alumínio (alumina e


alumínio primário), destacando-se na produção de alumina. A Chinalco não atua em produtos de alumínio, ao contrário da Kaiser, que está presente em todas as fases de produção. A inserção das empresas em cada fase da cadeia produtiva por distribuição geográfica

permite identificar aspectos adicionais da configuração econômica, particularmente o grau de internacionalização e a importância relativa dos países para as empresas por fases da cadeia produtiva. Este último aspecto pode ainda sugerir a configuração espacial do fluxo produtivo das empresas.

Internacionalização e fluxo espacial de produção por empresa Quanto à distribuição geográfica da produção, dois aspectos revelam características distintas de inserção das empresas na cadeia de produção do alumínio: empresas que concentram a totalidade da produção de todas as fases em seus países de origem e empresas com níveis distintos de internacionalização da produção, segundo a agregação de valor no processo produtivo do alumínio (tabelas 41 a 43). Pode-se observar também o fluxo produtivo espacial das empresas, segundo a condição da bauxita e alumina como fontes de suprimentos para a respectiva produção de alumina e alumínio primário. A Chinalco, Sual, CVRD e Aditya Birla concentram a totalidade da produção de todas as fases da cadeia do alumínio em seus países de origem. Esse dado revela que as relações econômicas de tais empresas com o mercado mundial ocorrem somente por meio de fluxos comerciais. As demais empresas apresentam níveis distintos de internacionalização por fases da cadeia do alumínio.

australianas de mineração e produção de semi e manufaturados de metais. A distribuição da produção de bauxita entre as demais empresas apresenta situações distintas. A Kaiser e a Rusal dependem exclusivamente da Jamaica e Guiné para comporem suas fontes próprias. A Norsk Hydro divide suas fontes de bauxita entre a Jamaica (66,0%) e Brasil (33,0%). A Pechiney extrai 62,0% de suas fontes próprias na Guiné e o restante na Grécia. Já a Alcoa e Alcan contam com distribuição geográfica mais descentralizada das minas, bem como da produção de bauxita, se comparadas às demais empresas. A Alcoa extrai cerca de 48% de suas fontes próprias de bauxita na Austrália. O restante é proveniente da Guiné, Suriname, Jamaica, Brasil e Guiana. A Alcan, à semelhança da Alcoa, conta com cerca de 55% de sua capacidade de extração de bauxita na Austrália. O restante advém de minas na Jamaica, Guiné, Brasil e Gana.

Na bauxita (Tabela 41), nota-se que somente a Rio Tinto e a BHP Billiton contam com produção no país de origem. A Austrália responde por 97,0% e 70,0%, respectivamente, da capacidade de extração de bauxita da Rio Tinto e BHP Billiton. O restante da capacidade de produção da BHP Billiton concentra-se no Suriname e Brasil. A Rio Tinto conta com pequena produção na Guiné.

A concentração da extração de bauxita de todas as empresas em número pequeno de países e, ao mesmo tempo, a importância relativa desses países como fonte de suprimentos das empresas são coerentes com a composição dos países líderes na produção mundial de bauxita (Tabela 6). Nela a Austrália, Guiné, Brasil e Jamaica respondem por 39%, 11%, 10% e 9,5%, respectivamente, da produção mundial.

As demais empresas não têm minas de bauxita em seus países de origem. Isso torna evidente que a localização geográfica das minas de bauxita, ainda que dotadas de elevada capacidade de produção, não assegura a internacionalização de empresas. Exceto no caso da Rio Tinto e BHP Billiton, que resultam em processos de fusão de empresas anglo-

Apesar disso, as empresas integradas, listadas neste texto, não detêm fontes próprias de bauxita na Venezuela, Cazaquistão, Indonésia, Hungria e Irã, mesmo inserindo-se entre os quinze maiores produtores mundiais. Isso ocorre devido à manutenção de restrições à participação do capital privado na extração mineral, mas especialmente ao capital externo nesses países.

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Tabela 42 - Distribuição espacial da capacidade de produção mundial de bauxita por grupos (%) – 2.001* Grupo/País Austrália Guiné Brasil Jamaica Suriname Guiana Grécia Gana Total (%)

Alcoa 48,4 14,9 8,6 10,6 11,1 6,4 100,0

Rio Tinto 97,2 2,8 100,0

Alcan BHP Billiton 55,2 70,5 13,7 10,1 11,8 15,1 17,7 5,9 100,0 100,0

Kaiser 100,0 100,0

Rusal Pechiney 100,0 61,7 38,3 100,0 100,0

Hydro 33,5 66,5 100,0

Elaboração: DESEP/CUT Fonte: Empresas (Relatórios Anuais e demais informações da Home Page das Empresas), US Geological e UNCTAD. *Chinalco (100,0% na China), Sual (100,0% na Rússia), CVRD (100,0% no Brasil), Aditya Birla (100,0% na Índia).

Quanto ao perfil da internacionalização da produção de alumina e do encadeamento produtivo da bauxita com a alumina por distribuição geográfica, nota-se na Tabela 42 que somente a Glencore e a Norsk Hydro não têm refinadoras de alumina em seus países de origem. Isso reflete menor grau de internacionalização de quase todas as empresas na produção de alumina, quando comparado à produção de bauxita.

dividem-se entre o Suriname e Brasil.

Na Glencore cerca de 53% da alumina provêm de sua refinadora na Jamaica e o restante divide-se entre a Irlanda e Itália. Somente a refinadora da Jamaica conta com suprimentos de bauxita do próprio país, enquanto na Itália e Irlanda a bauxita utilizada na produção de alumina é totalmente importada de outros países. Vale lembrar que a bauxita empregada na produção de alumina na Jamaica não é proveniente de fontes próprias do minério nesse país, pois a empresa adquire a sua totalidade de outras empresas.

Nas demais empresas identificam-se situações relativamente distintas de localização das refinadoras de alumina por país de origem e de encadeamento produtivo da bauxita com a alumina por distribuição geográfica.

Na Norsk Hydro, somente a produção de alumina em suas filiais na Alemanha não conta com suprimentos próprios de bauxita desse país, apesar de a empresa inserir-se entre as maiores compradoras de bauxita no mercado mundial. Em situação oposta à Glencore e à Hydro, notase que a BHP Billiton e Rio Tinto exibem produção destacada em seu país de origem. A Austrália representa 68% e 56%, respectivamente, da produção de alumina da Rio Tinto e BHP Billiton. A fonte secundária de produção de alumina da Rio Tinto está localizada na Itália. As demais refinadoras da BHP Billiton

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A BHP Billiton conta com suprimentos próprios de bauxita nos países em que se localizam todas as suas refinadoras de alumina, enquanto na Rio Tinto esse fluxo produtivo ocorre somente na Austrália. A mina de bauxita da Guiné, na qual a Rio Tinto detém participação acionária, insere-se apenas como fonte de suprimentos para as refinadoras da empresa.

Na Alcan cerca de 62% de sua produção de alumina concentram-se na Austrália, a qual responde, em grande medida, por suas fontes próprias de suprimentos de bauxita. O Canadá (país de origem) representa 28% da produção e o restante é distribuído entre o Brasil e a Escócia. Em razão disso, pouco mais de 31% da produção de alumina da empresa, proveniente do Canadá e Escócia, não conta com fontes próprias de bauxita para alimentar o fluxo produtivo da alumina. Já as minas da Jamaica, Guiné e Gana apenas contribuem com suprimentos de bauxita para as refinadoras da empresa. Na Alcoa, Kaiser, Rusal e Pechiney, seus países de origem dividem com os demais a parcela da produção de alumina, ainda que com níveis diferenciados de importância relativa. E isso ocorre, apesar da ausência de fontes de suprimentos de bauxita nos países de origem dessas empresas, revelando clara estratégia em


possuir refinadoras de alumina próximas ou mesmo integradas às suas usinas de produção de alumínio primário, como pode ser observado na Tabela 43. Com exceção da Kaiser, essas empresas detêm forte inserção no mercado como compradoras líquidas de bauxita para a produção de alumina. Na Alcoa, os EUA dividem com a Austrália a liderança da produção de alumina, seguidos pela Espanha, Brasil, Jamaica e Alemanha. As minas da Guiné, Suriname e Guiana colocamse no fluxo produtivo apenas como fonte de suprimentos das refinadoras de alumina da empresa, especialmente para aquelas localizadas nos EUA, Alemanha e Espanha. Em posição similar, a Rusal divide sua produção de alumina entre a Rússia e Ucrânia, seguida da Romênia. Deve-se observar a dependência do refino de alumina dos suprimentos próprios da mina de bauxita da Guiné.

Quanto a Kaiser, a produção de alumina nos EUA destaca-se, representando 42% do total, enquanto a Jamaica e Austrália contribuem com 32% e 25%, respectivamente. Apesar da produção de alumina na Austrália, a Kaiser detém fontes próprias de suprimentos de bauxita somente na Jamaica. Em situação diferenciada encontra-se a Pechiney, cujo país de origem responde pela menor parcela da produção de alumina da empresa. A Austrália representa cerca de 35% da produção, enquanto a Grécia e a França respondem por 34% e 30%, respectivamente. De todo modo, apesar da elevada participação da Austrália na produção de alumina da empresa, observa-se a ausência de suprimentos próprios de bauxita nesse país. A mina de bauxita da Guiné insere-se apenas como base de suprimentos de bauxita para as refinadoras da empresa.

Tabela 43 - Distribuição espacial da capacidade de produção mundial de alumina por grupos (%) – 2001 Grupo/País Austrália EUA Jamaica Brasil Rússia Ucrânia Irlanda Canadá Itália Escócia Suriname Grécia França Alemanha Espanha Romênia Total (%)

Alcoa 38,0 39,1 4,3 6,7 3,3 8,6 100,0

Alcan BHP Billiton 62,2 56,2 6,7 13,9 28,7 2,4 29,9 100,0 100,0

Kaiser 25,5 42,5 32,0 100,0

Rusal Pechiney 35,2 45,5 45,2 34,3 30,5 9,3 100,0 100,0

Glencore Rio Tinto 68,4 52,8 26,5 20,7 31,6 100,0 100,0

Hydro 31,8 33,0 35,2 100,0

Elaboração: DESEP/CUT Fonte: Empresas (Relatórios Anuais e demais informações da Home Page das Empresas), US Geological e UNCTAD. *Chinalco (100,0% na China), Sual (100,0% na Rússia), CVRD (100,0% no Brasil), Aditya Birla (100,0% na Índia).

Deve-se fazer uma observação de natureza mais geral da descrição anterior quanto à distribuição geográfica da produção por fases da cadeia produtiva e países de origem: o grau de internacionalização da produção reflete-se de modo mais enfático

no controle das fontes de suprimentos de bauxita, se comparado à fase subseqüente, a produção de alumina. Isso significa que na cadeia produtiva do alumínio, a produção das fases finais tende a concentrar-se nos países de origem.

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Pode-se observar na Tabela 43 que quase todas as empresas (exceto a Glencore e Pechiney) concentram mais de 50% da produção de alumínio primário nos seus países de origem. Em posição destacada quanto à internacionalização no alumínio primário encontra-se a Glencore (Suíça), na qual 100% da produção concentram-se nos EUA, enquanto suas fontes próprias de suprimentos de alumina estão distribuídas na Jamaica, Irlanda e Itália. Em sentido oposto, coloca-se a Rusal, concentrando 100% da produção de alumínio primário em seu país de origem, enquanto nas fases iniciais da cadeia produtiva a empresa conta com minas de bauxita e refinadoras de alumina localizadas em outros países. Na Pechiney, o país de origem concentra volume de produção de alumínio primário inferior à soma do total produzido nas demais plantas localizadas em outros países. A França detém cerca de 39% da produção do metal, seguida pela Austrália, que concentra cerca de 19% da produção mundial da empresa. Já a Grécia e Holanda contam com percentual quase idênticos, cerca de 13%. Canadá e Camarões também exibem o mesmo percentual de participação, com cerca de 8%. Entre os países onde a empresa produz alumínio primário, a França, Austrália e Grécia também contam com refinadoras de alumina da empresa. Na Alcoa, os EUA representam pouco mais de 50% da produção da empresa de alumínio primário, seguido do Canadá com 23%. O restante é composto pelas filiais localizadas na Austrália, Brasil, Espanha, Itália, Noruega e, em menor medida, Venezuela e Gana. Entre os países que contam com usinas de produção de alumínio primário da Alcoa, os EUA, Canadá, Austrália, Brasil e Espanha contam também com refinadoras de alumina integradas ou não à produção de alumínio primário. Além disso, a Jamaica e a Alemanha inserem-se apenas como fontes de suprimentos de alumina. Na Alcan, o Canadá representa cerca de 66% da produção de alumínio primário, seguido dos EUA, Islândia e Inglaterra, com 8,7%, 7,5% e 7,1%, respectivamente. Após esses países insere-se o Brasil, respondendo por cerca de 4,8%, seguido de participações menores da Noruega, Escócia e Suíça. Entre esses países, apenas no Canadá, Brasil e Escócia a empresa conta com fontes próprias

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de suprimentos de alumina para alimentar o fluxo de produção de alumínio primário. Esses três países, no entanto, somam apenas 37,8% da produção de alumina da Alcan, enquanto a Austrália isoladamente produz mais de 62%. Dada a ausência de usinas de produção de alumínio primário da Alcan na Austrália, podese deduzir que o refino da alumina nesse país ocupa papel destacado no fluxo produtivo de alumínio primário da empresa. Já na Norsk Hydro, a Noruega concentra cerca de 56% da produção de alumínio primário da empresa. Em seguida vem a Alemanha e a Austrália, com 24% e 15%, respectivamente. A empresa conta ainda com cerca de 3% de sua produção no Canadá. A Eslováquia contribui com apenas 1%. Entre os países onde a empresa detém produção de alumínio primário, apenas a Alemanha também possui refino de alumina integrada ou não à produção do metal. As refinadoras na Jamaica e Brasil inserem-se no fluxo produtivo da empresa apenas como fontes de suprimentos de alumina para a produção de alumínio primário. A Rio Tinto, Kaiser e BHP Billiton, diferentemente das empresas já descritas, concentram a produção de alumínio primário em número menor de países, tal como também ocorre na produção de alumina. De todo modo, na Rio Tinto, a Austrália responde por cerca de 57% da produção de alumínio primário e o restante é distribuído entre a Nova Zelândia e País de Gales, com 33% e 9%, respectivamente. A Austrália também detém expressiva participação na produção de alumina, alimentando a produção de alumínio primário nesse país, enquanto a Itália pode apenas fornecer suprimentos próprios de alumina para o fluxo produtivo da empresa. Na Kaiser, os EUA somam mais de 52% da produção de alumínio primário, Gana responde por quase 35% e o restante advém da usina no País de Gales. Os EUA também ocupam a liderança na produção da alumina utilizada na produção de alumínio primário. A empresa não conta com refinadoras de alumina em Gales e Gana.


Tabela 44 - Distribuição espacial da produção mundial de alumínio primário por grupos – 2001* Grupo/País EUA Canadá Austrália Brasil Noruega Venezuela Alemanha França Espanha Inglaterra Escócia N.Zelândia Gales (R.U.) Moçambique Islândia Suíça Grécia Holanda Camarões Gana Eslováquia Itália Total (%)

Alcoa 50,5 23,3 7,1 5,8 3,0 0,4 4,9 0,5 4,5 100,0

Alcan 8,7 65,8 4,8 2,8 7,0 1,8 7,5 1,6 100,0

Hydro 3,2 14,7 56,6 24,6 0,9 100,0

Pechiney 8,0 19,1 38,8 13,1 13,3 7,7 100,0

BHP Billiton 70,2 20,1 9,7 100,0

Rio Tinto 57,3 33,5 9,2 100,0

Kaiser 52,5 12,8 34,7 100,0

Elaboração: DESEP/CUT Fonte: Empresas (Relatórios Anuais e demais informações da Home Page das Empresas), US Geological e UNCTAD. *Chinalco (100,0% na China), CVRD (100,0% no Brasil), Aditya Birla (100,0% na Índia), Rusal (100,0% na Rússia), Sual (100,0% na Rússia) e Glencore (100,0% nos EUA).

A BHP Billiton é a segunda empresa com maior percentual da produção de alumínio primário proveniente do país de origem, com cerca de 70%, superada apenas pela Rusal. O Brasil responde por cerca de 20% da produção

mundial de alumínio primário da empresa e Moçambique contribui com apenas 10%. Observa-se que apenas a produção de alumínio em Moçambique não conta com o refino de alumina, pois isso ocorre na Austrália e Brasil.

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Panorama Nacional

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Produção nacional A produção nas principais fases da cadeia do alumínio apresenta comportamentos distintos desde o princípio dos anos noventa (Tabela 45). Na fase do alumínio primário, a produção exibe variação negativa, cerca de 5%. Já nas fases que se colocam nos extremos da cadeia produtiva, o crescimento da produção é muito superior à média mundial e impulsionou o Brasil

a ganhar fatias do mercado mundial, como já foi possível identificar no item 4.1 de produção mundial. Enquanto a produção de bauxita e alumina cresce 41% e 92%, respectivamente, a produção de transformados de alumínio (fase final da cadeia produtiva) exibe aumento de 113%. A reciclagem de sucata, no período, revela a maior taxa de crescimento, com cerca de 280%.

Tabela 45 - Produção nacional de bauxita, alumina, alumínio primário e produtos de alumínio – mil/ton/ano Produto 1992 (*) Bauxita 9.366,0 Alumina 1.833,0 Alumínio primário 1.193,3 Transformados 360,9 Sucata 67,1

1994 1996 1998 2000 2001 92/01 (%) 8.673,0 10.997,5 11.961,1 13.224,1 13.178,4 40,7 1.868,0 2.759,0 3.322,1 3.754,1 3.519,7 92,0 1.184,6 1.197,4 1.208,0 1.271,4 1.132,0 -5,1 519,0 569,7 640,4 718,1 768,6 113,0 91,0 145,6 180,1 229,2 257,2 283,3

Elaboração: DESEP/CUT Fonte: DNPM, ABAL. U.S. Geological Survey, Mineral Summaries, janeiro de 2002. (*) A produção de bauxita desse ano totaliza também a bauxita refratária, enquanto a produção para os demais anos limita-se à bauxita metálica.

Tabela 46 – Produção nacional de produtos transformados – mil/ton/ano Tipos de produtos 1992 Chapas e lâminas 84,5 Laminação pura 60,7 Laminação artefatos 18,0 Laminação impactados 5,8 Extrudados 84,5 Fios e cabos condutores 50,5 Fundidos e forjados 73,5 Folhas 29,5 Usos destrutivos 25,2 Pó 11,6 Outros 1,6 Total 360,9

1994 124,6 88,6 29,8 6,2 119,8 86,3 105,0 40,2 27,0 12,3 3,8 519,0

1996 155,2 113,8 34,7 6,7 124,6 95,8 100,9 48,9 28,2 13,2 2,9 569,7

1998 183,5 147,0 30,3 6,2 139,3 114,0 97,7 52,0 30,7 17,5 5,7 640,4

2000 233,2 200,1 29,2 3,9 143,6 113,1 111,1 58,6 33,1 16,8 8,6 718,1

2001 265,9 236,5 25,4 4,0 139,3 128,1 111,5 57,4 31,9 24,3 10,2 768,6

92/01 (%) 214,7 289,6 41,1 -31,0 64,9 153,7 51,7 94,6 26,6 109,5 537,5 113,0

Elaboração: DESEP/CUT Fonte: DNPM e ABAL

Por meio da Tabela 46 é possível detalhar o crescimento de 113% na produção nacional de produtos transformados de alumínio. Esse crescimento é puxado basicamente pela fabricação de chapas e lâminas, em especial dos produtos de laminação pura. A fabricação de fios e

cabos condutores mostra crescimento maior do que a média dos produtos transformados, em grande medida derivada dos investimentos na ampliação da infraestrutura de comunicações. É provável que em 2002 esse ramo da produção tenha mostrado queda no nível de atividade.

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Tabela 47 – Capacidade instalada de produção de produtos transformados - mil/ton/ano Produtos Chapas Extrudados Cabos e vergalhões Folhas Total

1995 267,5 199,5 159,0 64,5 690,5

1997 315,0 217,0 156,0 73,0 761,0

1999 490,0 214,0 182,0 78,0 964,0

2000 494,0 195,0 182,0 80,0 951,0

2001 494,0 191,5 189,0 89,0 963,5

95/01(%) 84,7 -4,0 18,9 38,0 39,5

Elaboração: DESEP/CUT Fonte: DNPM e ABAL

Um elemento relevante para a aferição da sustentabilidade de médio prazo do crescimento expressivo de produtos transformados é a capacidade de produção. Verifica-se claro descompasso entre a produção realizada e a capacidade de produção

total, a qual aumenta somente 39,5% entre 1995 e 2001. Todavia, a capacidade de produção de chapas aumenta 85% no período. Como visto, esse produto é o principal responsável pelo aumento da produção de transformados de alumínio (Tabela 47).

Consumo Nacional Os dados gerais para o consumo de bauxita, alumina e produtos transformados podem ser vistos na Tabela 48. O consumo nacional de bauxita quase dobra de 1994 para 2001, ao passo que o consumo de alumina permanece constante. Isso denota a estratégia de

formação de estoques de bauxita pelos grupos que operam na cadeia do alumínio no Brasil. Como afirmado no panorama internacional, a Alcoa articula uma estratégia de formação de estoques de bauxita nos países onde detém participações na mineração desse elemento.

Tabela 48 – Consumo doméstico de alumínio, segundo a cadeia produtiva – mil/ton/ano Bauxita Alumina Transformados

1994 4.262,0 2.262,0 466,4

1996 7.700,0 2.400,0 547,2

1998 7.966,5 2.469,2 704,1

2000 8.851,4 2.664,0 667,0

2001 8.124,4 2.277,1 738,1

94/01 (%) 90,6 0,7 58,3

Elaboração: DESEP/CUT Fonte: DNPM e ABAL

Ao detalharmos o consumo nacional de produtos transformados, o desequilíbrio entre a produção nacional e o consumo doméstico ganha diferentes matizes. O crescimento do consumo de chapas e lâminas é superior ao aumento da produção desses materiais no período especificado. Os extrudados mostram taxas de

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crescimento similares entre a oferta e a demanda. Em relação ao total dos produtos transformados, o Brasil emerge como um produtor de baixo volume de excedente doméstico. Isso indica que sua produção nacional não tem caráter exportador, embora o país efetue exportações líquidas de transformados do alumínio (Tabela 49 e 61).


Tabela 49 – Consumo doméstico de alumínio por tipo de produto – mil/ton/ano Tipo de produto Chapas e lâminas Laminação pura Laminação artefatos Laminação impactados Extrudados Fundidos e Forjados Fios e cabos Folhas Usos destrutivos Pó Outros Total

1992 88,2 66,4 16,3 5,5 84,0 64,6 24,4 26,9 25,2 11,4 1,7 326,4

1994 136,4 103,6 26,9 5,9 116,9 91,2 31,1 38,9 27,0 11,9 13,0 466,4

1996 191,2 150,2 34,2 6,8 127,7 88,9 32,1 45,8 28,2 12,6 20,7 547,2

1998 277,6 240,7 30,8 6,1 141,6 82,6 90,3 53,7 30,7 17,3 10,3 704,1

2001 309,6 283,1 22,6 3,9 138,0 94,0 73,0 58,7 31,9 22,1 10,8 738,1

92/01 (%) 251,0 326,4 38,7 -29,1 64,3 45,5 199,2 118,2 26,6 93,9 535,3 126,1

Elaboração: DESEP/CUT Fonte: DNPM e ABAL

A composição do consumo doméstico de produtos transformados de alumínio pode ser visualizada na Tabela 50 a seguir. Observa-se que parte preponderante desse consumo referese a chapas e laminados, ou seja, produtos para a indústria de embalagens,

automobilística, aeronáutica e para a construção civil. De fato, as tabelas 51 e 52 indicam que os setores acima citados são justamente os que mais absorvem em termos absolutos e relativos a produção de transformados de alumínio (tabelas 50, 51 e 52).

Tabela 50 – Participação do tipo de produto no consumo doméstico de alumínio – (%) Tipo de produto Chapas e lâminas Laminação pura Laminação artefatos Laminação impactados Extrudados Fundidos e Forjados Fios e cabos Folhas Usos destrutivos Pó Outros Total

1992 27,0 20,3 5,0 1,7 25,7 19,8 7,5 8,3 7,7 3,5 0,5 100,0

1994 29,2 22,2 5,8 1,3 25,1 19,5 6,7 8,3 5,8 2,6 2,8 100,0

1996 34,9 27,4 6,3 1,2 23,3 16,2 5,9 8,4 5,2 2,3 3,8 100,0

1998 39,5 34,2 4,4 0,9 20,1 11,7 12,8 7,6 4,4 2,5 1,5 100,0

2001 42,0 38,4 3,1 0,5 18,7 12,7 9,9 8,0 4,3 3,0 1,5 100,0

Elaboração: DESEP/CUT Fonte: DNPM e ABAL

69


Tabela 51 – Consumo doméstico de alumínio por setor – mil/ton/ano Setor Embalagens Transportes Construção civil Indústria de eletricidade Bens de consumo Máquinas e equipamentos Outros Total

1998 189,8 124,9 119,4 110,8 55,9 28,8 74,5 704,1

1999 188,3 116,3 117,5 78,8 57,9 29,9 71,1 659,8

2000 194,9 135,4 112,5 66,0 60,6 24,2 73,4 667,0

2001 236,7 137,0 112,9 91,0 60,1 24,3 76,1 738,1

98/01 (%) 24,7 9,7 -5,4 -17,9 7,5 -15,6 2,1 4,8

Elaboração: DESEP/CUT Fonte: DNPM e ABAL

Tabela 52 – Participação dos setores no consumo doméstico de alumínio – (%) Setor Embalagens Transportes Construção civil Indústria de eletricidade Bens de consumo Máquinas e equipamentos Outros Total

1998 27,0 17,7 17,0 15,7 7,9 4,1 10,6 100,0

1999 28,5 17,6 17,8 11,9 8,8 4,5 10,8 100,0

2000 29,2 20,3 16,9 9,9 9,1 3,6 11,0 100,0

2001 32,1 18,6 15,3 12,3 8,1 3,3 10,3 100,0

Elaboração: DESEP/CUT Fonte: DNPM e ABAL

Comércio Exterior Importações As compras externas da cadeia produtiva do alumínio mostram que, ao mesmo tempo em que a alumina deixa de ser adquirida no mercado internacional, os produtos semimanufaturados expandem vertiginosamente seu volume de importações. Essa evolução está em concordância com a composição

do consumo doméstico. Dentro dos produtos semi-manufaturados, o crescimento de 500% no volume das compras externas está distribuído de maneira uniforme entre as ligas e os semi e manufaturados, no período de 1992 a 2001 (tabelas 53 e 54).

Tabela 53 – Importações de bauxita, alumina e alumínio - mil/ton/ano Tipo de produto Bauxita Alumina Metal primário, ligas, semi e manufaturados

1992 19,7

Elaboração: DESEP/CUT Fonte: DNPM e ABAL. * a variação corresponde ao período de 94/01.

70

1994 5,0 683,0 55,0

1996 1,1 90,3 83,7

1998 11,6 18,7 156,8

2001 92/01 (%)* 8,5 70,0 6,3 -99,1 118,2 500,0


Tabela 54 – Importações de alumínio - mil/ton/ano Tipo de produto Alumínio primário/ligas Semi e Manufaturados Total

1992 1,3 18,4 19,7

1994 7,3 47,7 55,0

1996 8,6 75,1 83,7

1998 5,8 151,0 156,8

2001 8,7 109,5 118,2

92/01 (%) 569,2 495,1 500,0

Elaboração: DESEP/CUT Fonte: DNPM e ABAL

A origem das importações de produtos transformados de alumínio segundo países e continentes, expressa nas tabelas 55 a 57, mostra que os EUA e o restante dos países das Américas são os principais fornecedores de alumínio primário do Brasil. A Alemanha e a Europa surgem em segundo lugar. Chama a atenção o expressivo crescimento do volume das importações de alumínio primário da África

entre 1998 e 2001. Os dados para 2000 dos produtos transformados importados indicam que o volume de importações relativo aos EUA e às Américas está concentrado em chapas de alumínio. As importações da Europa e, em especial, da Alemanha, distribuem-se prioritariamente em chapas e folhas (Tabela 56).

Tabela 55 – Importações de alumínio por continente e países de origem - mil/ton/ano Continente/país Américas Europa África Ásia Oceania EUA Alemanha Argentina África do Sul Reino Unido Luxemburgo Itália Espanha Japão China Sub-total (4) Sub-total (10) Total

1998 109,3 46,1 0,2 8,9 0,3 88,0 24,3 7,4 0,2 3,6 1,6 1,9 1,6 2,5 1,2 123,3 132,3 164,8

2000 53,9 42.9 4,5 9,5 0,2 43,2 25,5 7,0 4,5 5,2 3,2 1,9 1,8 2,5 2,6 80,9 97,4 111,0

2001 73,0 51,5 7,4 5,6 48,0 32,7 9,1 7,4 4,2 2,9 2,0 2,0 1,4 0,4 97,2 110,1 137,5

Var 98/01 (%) -33,3 11,6 3.842,2 -37,3 -85,7 -45,4 34,7 22,1 3.852,7 16,9 75,9 8,0 27,2 -43,1 -64,7 -23,7 -16,6 -16,6

Elaboração: DESEP/CUT Fonte: DNPM e ABAL

71


Tabela 56 – Importações por produto – continentes e países de origem - mil/ton/ano -2000 Produto/Origem Américas Europa Ásia África Oceania Estados Unidos Alemanha Argentina Reino Unido África do Sul Luxemburgo França Paraguai Total Continentes

Sucata 4,0 0,2 0,2 3,3 0,7 4,2

Chapas 40,8 20,1 3,1 4,4 40,2 13,8 0,3 4,9 4,4 0,4 68,4

Folhas 3,7 14,3 1,6 0,1 0,2 0,4 8,9 1,8 0,1 0,1 0,3 0,2 19,9

Extrudados 2,4 3,8 1,0 1,4 1,7 0,1 0,7 7,2

Outros 3,0 4,5 3,8 1,2 1,0 1,6 0,1 0,5 0,4 11,3

Total 53,9 43,0 9,6 4,5 0,2 43,2 25,6 7,0 5,2 4,5 3,2 1,7 0,7 111,2

Elaboração: DESEP/CUT Fonte: DNPM e ABAL

Tabela 57 – Participação dos continentes e países nas importações brasileiras por produto – 2000 – (%) Produto/Origem Américas Europa Ásia África Oceania Estados Unidos Alemanha Argentina Reino Unido África do Sul Luxemburgo França Paraguai Total Continentes

Sucata 94,4 5,6 3,0 78,1 16,3 100,0

Chapas 59,6 29,4 4,5 6,4 58,6 20,2 0,4 7,2 6,4 0,7 100,0

Folhas 25,6 83,2 11,5 0,9 1,4 3,2 62,3 12,7 0,5 0,9 18,9 1,5 100,0

Extrudados 32,9 52,8 14,3 0,0 19,2 23,8 0,7 2,0 9,7 100,0

Outros 27,0 39,4 33,6 0,0 10,6 9,0 14,0 0,7 4,8 3,2 100,0

Total 51,4 41,0 9,1 4,3 0,2 41,2 24,4 6,7 4,9 4,3 3,1 1,6 0,6 100,0

Elaboração: DESEP/CUT Fonte: DNPM e ABAL

Exportações Se as compras externas de alumina declinam fortemente em volume entre 1992 e 2001, as exportações elevam-se de maneira expressiva no mesmo período. Já as compras externas de bauxita e de metal primário, ligas e produtos semi e manufaturados decaem (Tabela 58).

72

O detalhamento das exportações, sempre em volume, desse último grupo de produtos indica que o metal primário/ligas tem peso expressivo nas vendas externas. Sua queda de 28% entre 1992 e 2001 é suficiente para neutralizar a expansão de 100% e de 156% nas vendas de sucata e de produtos semi e manufaturados (Tabela 59).


Tabela 58 – Exportações de bauxita, alumina e alumínio - mil/ton/ano Tipo de produto Bauxita* Alumina* Metal primário, ligas, semi e manufaturados

1992 1994 1996 - 4.416,0 4.569,4 289,0 427,2 872,6 1.166,1 804,9

1998 2001 96/01 (%) 4.315,6 3.426,7 -22,4 832,7 1.084,7 275,3 755,4 728,9 -16,5

Elaboração: DESEP/CUT Fonte: DNPM e ABAL. * a variação corresponde ao período de 94/01.

Tabela 59 – Exportações de alumínio - mil/ton/ano Tipo de produto Metal primário/ligas Sucata Semi e Manufaturados Total

1992 817,5 0,0 55,1 872,6

1994 777,8 98,3 876,1

1996 709,0 1,0 95,9 805,9

1998 692,4 11,7 73,7 777,8

2001 587,9 0,4 141,0 729,3

92/01 (%) -28,1 100,0 155,9 -16,4

Elaboração: DESEP/CUT Fonte: DNPM e ABAL

A distribuição das vendas externas segundo países e continentes de destino mostra que a Europa e a Ásia são os principais continentes para onde seguem os volumes exportados de produtos transformados de alumínio. No entanto, entre 1998 e 2001 observa-se clara

redução nos volumes embarcados para essas regiões. África e Oceania, embora tenham peso reduzido nos destinos das exportações brasileiras, apresentam expressivos crescimentos ao longo do período avaliado (tabelas 60 a 62).

Tabela 60 – Exportações de alumínio por continente e países de destino - mil/ton/ano Continente/país Europa Ásia Américas África Oceania Holanda Japão Bélgica EUA Suíça Argentina México Chile Itália Espanha Sub-total (4) Sub-total (10) Total

1998 446,5 205,3 123,0 1,5 0,1 206,6 197,3 204,1 50,8 5,0 38,8 1,1 2,0 20,3 1,1 658,8 727,1 776,4

2000 446,7 253,5 198,5 7,6 1,2 245,5 237,2 92,6 117,7 83,3 33,2 8,9 7,1 6,8 7,9 693,0 840,2 907,5

2001 371,0 194,0 153,4 8,9 1,0 212,0 172,6 108,4 67,5 37,0 28,8 8,2 6,1 0,9 560,5 641,5 728,3

Var. 98/01(%) -16,9 -5,5 24,7 485,9 725,7 2,6 -12,5 -46,9 32,8 638,7 -25,9 631,7 197,0 -95,6 -14,9 -11,8 -6,2

Elaboração: DESEP/CUT Fonte: DNPM e ABAL

73


A distribuição das exportações de produtos transformados de alumínio em 2000 segundo os continentes e países de destino indica que o lingote de alumínio é vendido para a Europa e Ásia. Ambos os continentes concentram

nada menos do que 95% de todo o volume exportado de lingotes pelo Brasil. Ligas, chapas e folhas são prioritariamente adquiridas pelos países das Américas, especialmente pelos EUA e pela Argentina (tabelas 61 e 62).

Tabela 61 – Exportações por produto - continentes e países de destino - mil/ton/ano –2000 Produto/Destino Europa Ásia Américas África Oceania Holanda Japão Estados Unidos Bélgica Suíça Argentina Arábia Saudita Venezuela República Tcheca Total Continentes

Lingote 342,4 242,4 31,1 157,6 235,8 26,8 88,9 83,3 0,9 615,9

Ligas 57,9 1,9 79,5 4,6 54,4 1,1 54,9 3,5 1,3 0,2 143,9

Chapas 2,1 0,8 19,4 0,2 0,4 3,0 10,9 2,3 2,0 22,9

Folhas 4,6 1,5 11,6 3,5 2,5 5,9 1,2 17,8

Cabos 32,1 5,7 28,2 2,5 0,5 30,0 20,0 0,1 5,2 5,0 69,0

Outros 7,5 1,2 28,6 0,3 0,3 0,2 10,5 9,0 0,4 37,9

Total 446,7 253,5 198,5 7,6 1,2 245,5 237,2 117,7 92,6 83,3 33,2 6,2 2,9 2,0 907,6

Elaboração: DESEP/CUT Fonte: DNPM e ABAL

Tabela 62 – Participação dos continentes e países nas exportações brasileiras por produto – 2000 – (%) Produto/Destino Europa Ásia Américas África Oceania Holanda Japão Estados Unidos Bélgica Suíça Argentina Arábia Saudita Venezuela República Tcheca Total Continentes

Lingote 55,6 39,3 5,0 25,6 38,3 4,4 14,4 13,5 0,1 100,0

Elaboração: DESEP/CUT Fonte: DNPM e ABAL

74

Ligas 40,2 1,4 55,2 3,2 37,7 0,8 38,1 2,4 0,9 0,1 100,0

Chapas 9,3 3,4 85,0 0,8 1,6 0,1 13,3 47,8 10,0 8,7 100,0

Folhas 26,0 8,7 65,1 0,2 20,0 13,8 33,1 6,9 0,39 100,0

Cabos 46,5 8,2 40,9 3,6 0,8 43,4 29,0 0,1 7,6 7,3 100,0

Outros 19,8 3,2 75,3 0,9 0,8 0,1 0,6 27,6 0,1 23,7 1,0 100,0

Total 49,2 28,0 21,9 0,8 0,1 27,0 26,1 13,0 10,2 9,2 3,7 0,7 0,3 0,2 100,0


Grupos Empresariais Os principais grupos empresariais que atuam na cadeia do alumínio, segundo o volume de vendas e o emprego, estão dispostos na Tabela 63. Alcoa e Alcan são os dois principais grupos, com faturamentos da ordem de US$ 895 e US$ 598 milhões, respectivamente. A Aluvale, subsidiária da Companhia Vale do Rio

Doce (CVRD), aparece como a terceira principal empresa atuando no Brasil. Como visto no detalhamento dos grupos empresariais em escala internacional, a CVRD estava entre as empresas com menores níveis de faturamento, ao passo que Alcoa e Alcan eram as principais players internacionais.

Tabela 63 - Faturamento dos principais grupos nacionais da cadeia do alumínio. (US$ milhões). 2001 Empresas/Grupos Alcoa Alcan Aluvale* CBA Billinton Hydro Memo CVRD** Votorantim**

Faturamento no seg. alumínio 894,8 597,6 592,4 556,6 285,4 135,9

Nº de empregados 5.162 2.562 1.626 5.445 1.159 267

4.746,0 4.094,7

21.618 nd

Fonte: Revista Exame (2002). Melhores e Maiores. Elaboração: Desep/CUT. * Refere-se aos valores da Aluvale integrada. Uma vez que a CVRD detém 94,74% das ações ordinárias, os valores computados nas demonstrações contábeis da CVRD referentes às operações com a Aluvale são os seguintes: faturamento, US$ 561,3 milhões; número de empregados, 1.541. Além disso, inclui as participações acionárias na Albras, Alunorte, Valesul e MRN. ** Refere-se a valores consolidados do grupo.

A produção de bauxita está distribuída entre a Mineração Rio do Norte (MRN), um pool de grandes empresas. A MRN

concentra nada menos do que 81% de toda a extração de bauxita no país em 2001 (tabelas 64 e 65).

Tabela 64 – Produção de bauxita das empresas líderes - mil/ton./ano Empresas MRN CBA Alcoa Alcan Outros Total

Localização Oriximiná (PA) Itamarati de Minas (MG) e Poços de Caldas (MG) Poços de Caldas (MG) Ouro Preto (MG)

1996 8.738,7 950,0

1998 9.320,9 1.184,2

2000 10.610,0 1.275,7

2001 10.708,0 1.217,0

96/01 (%) 22,5 28,1

658,1 393,0 257,7 10.997,5

650,0 442,2 363,8 11.961,1

556,9 389,8 391,7 13.224,1

562,5 400,4 290,5 13.178,4

-14,5 1,9 12,7 19,8

Elaboração: DESEP/CUT Fonte: DNPM e ABAL

75


Tabela 65 – Participação das empresas líderes na produção nacional de bauxita (%) Empresas MRN CBA Alcoa Alcan Outros Total

Localização Oriximiná (PA) Itamarati de Minas (MG) e Poços de Caldas (MG) Poços de Caldas (MG) Ouro Preto (MG)

1996 79,4 8,6

1998 77,9 9,9

2000 80,2 9,7

2001 81,3 9,2

6,0 3,6 2,4 100,0

5,4 3,7 3,1 100,0

4,2 3,0 2,9 100,0

4,3 3,0 2,2 100,0

Elaboração: DESEP/CUT Fonte: DNPM e ABAL

Em relação à produção de alumina, a Alunorte detinha, em 2001, 46% da produção total no país. Cerca de um quarto da produção nacional ocorre nas plantas

da Alcoa em Poços de Caldas e em São Luís. A Alcan mostra participação marginal na produção nacional de alumina (tabelas 66 e 67).

Tabela 66 – Produção de alumina das empresas líderes -mil/ton./ano Empresas Alunorte

Localização Barcarena (PA)

Alcoa

Poços de Caldas (MG) São Luís (MA) CBA Alumínio (SP) BHP Billiton São Luís (MA) Alcan

Ouro Preto (MG) São Luís (MA)

Total

1996 827,7 863,1 267,4 595,7 437,7 397,1 233,4 123,2 110,2 2.759,0

1998 1.430,0 840,6 270,9 569,7 440,3 379,3 231,9 127,1 104,8 3.322,1

2000 1.627,7 952,9 278,0 674,9 487,1 447,9 241,5 117,1 124,4 3.754,1

2001 1.605,3 822,9 229,7 593,2 462,2 395,5 233,8 123,9 109,9 3.519,7

96/01 (%) 93,9 -4,7 -14,1 -0,4 5,6 -0,4 0,2 0,6 -0,3 27,6

Elaboração: DESEP/CUT Fonte: DNPM e ABAL

Tabela 67– Participação de empresas líderes na produção nacional de alumina – (%) Empresas Alunorte Alcoa CBA BHP Billiton

Localização Barcarena (PA) Poços de Caldas (MG) São Luís (MA) Alumínio(SP) São Luís (MA)

Alcan Total Elaboração: DESEP/CUT Fonte: DNPM e ABAL

76

Ouro Preto (MG) São Luís (MA)

1996 30,0 31,3 9,7 21,6 15,9 14,4 8,4 4,5 4,0 100,0

1998 43,0 25,3 8,2 17,1 13,3 11,4 7,0 3,8 3,2 100,0

2000 43,4 25,4 7,4 18,0 13,0 11,9 6,4 3,1 3,3 100,0

2001 45,6 23,4 6,5 16,9 13,1 11,2 6,7 3,5 3,1 100,0


O terceiro momento na cadeia, que é produção de alumínio primário, está distribuído de maneira um pouco mais uniforme entre as empresas. Observa-se que 30% da produção ocorrem na planta da Albras em Barcarena, no Pará. A Alcoa, que amarga retração de 14%

na produção de alumínio primário entre 1996 e 2001, retém 36% da produção nacional. A única empresa a expandir o volume produzido de alumínio primário é a Companhia Brasileira do Alumínio (CBA), responsável por 20% da produção nacional em 2001 (tabelas 68 e 69).

Tabela 68 – Produção de alumínio primário das empresas líderes – mil/ton/ano Empresas Albras Alcoa CBA BHP Billiton

Localização Barcarena (PA)

1996 339,7 283,4 220,0 210,7 93,4

1998 344,7 281,4 221,0 206,9 102,5

2000 369,2 291,1 91,7 199,4 240,1 213,6 171,5 42,1 106,9

2001 334,8 243,9 69,7 174,2 230,4 187,2 150,9 36,3 92,1

96/01 (%) -1,4 -13,9 4,7 -11,2 -1,4

Aratu (BA)

-

-

50,3

44,5

-

Ouro Preto (MG) Santa Cruz (RJ)

50,2 1.197,4

51,5 1.208,0

56,6 50,5 1.271,4

47,6 43,6 1.132,0

-13,1 -5,5

Poços de Caldas (MG) São Luís (MA) Alumínio (SP) São Luís (MA) Santa Cruz (RJ)

Alcan

Aluvale Total

Elaboração: DESEP/CUT Fonte: DNPM e ABAL

Tabela 69 - Participação de empresas líderes na produção nacional de alumínio primário - (%) Empresas Albrás Alcoa CBA BHP Billiton

Localização Barcarena (PA) Poços de Caldas (MG) São Luís (MA) Alumínio (SP) São Luís (MA) Santa Cruz (RJ)

Alcan Aluvale Total

Aratú (BA) Ouro Preto (MG) Santa Cruz (RJ)

1996 28,4 23,7 18,3 17,6 7,8 4,2 100,0

1998 28,5 23,3 18,3 17,1 8,5 4,3 100,0

2000 28,0 23,9 10,7 13,2 18,9 16,8 14,5 2,3 8,4 4,0 4,4 4,0 100,0

2001 25,0 26,1 13,1 13,0 20,4 16,5 13,3 3,2 8,1 3,9 4,2 3,9 100,0

Elaboração: DESEP/CUT Fonte: DNPM e ABAL

Nas tabelas 70 a 72 pode-se verificar a participação relativa de cada um dos grupos empresariais analisados, nas produções nacionais e na produção do grupo dos três principais elementos da cadeia produtiva do alumínio. A Alcoa e Alcan detêm participações na produção

nacional de bauxita superiores à participação relativa de suas plantas no Brasil face à produção do grupo. O inverso acontece com a Norsk Hydro. Os dados são para 2001. As duas empresas que extraem bauxita apenas no Brasil, CVRD e Votorantim, respondem por nada menos do que 50% da produção nacional (Tabela 70).

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Tabela 70– Principais grupos com atuação na produção doméstica de bauxita – 2001 * Grupo CVRD Votorantim Alcoa Alcan BHP Billiton Hydro

Produção de bauxita (mil/ton/ano) 4.283,2 2.287,8 2.027,3 1.685,4 1.584,8 535,4

% na produção nacional de bauxita 32,5 17,4 15,4 12,8 12,0 4,0

% na produção mundial de bauxita do grupo 100,0 100,0 8,6 9,8 11,8 28,2

Elaboração: DESEP/CUT Fonte: ABAL e empresas (relatórios anuais e demais informações dos sites das empresas). *Produção calculada de acordo com a participação acionária dos grupos nas empresas. CVRD (40% da MRN) exceto a participação até dez/01 na Mineração Vera Cruz. Votorantim (produção própria + 10% da MRN). Alcoa (produção própria + 13,7% da MRN, sendo 8,68% com Alcoa e 5% com Reynolds). Alcan (produção própria + 12% da MRN). BHP Billiton (participação acionária de 14,8% na MRN). Hydro (participação acionária de 5% na MRN). Essa distribuição da produção por participação acionária não reflete necessariamente acordos e alianças comerciais entre os acionistas que participam do controle acionário ou acordos long-term com clientes.

Tabela 71 - Principais grupos com atuação na produção doméstica de alumina – 2001 * Grupo Alcoa** CVRD Votorantim BHP Billiton** Alcan** Hydro **

Produção de alumina (mil/ton/ano) 822,9 807,6 462,2 395,5 233,8 520,0

% na produção nacional de alumina 23,4 22,9 13,1 11,2 6,6 14,8

% na produção mundial de alumina do grupo 7,1 100,0 100,0 13,9 5,6 32,5

Elaboração: DESEP/CUT Fonte: ABAL e empresas (relatórios anuais e demais informações dos sites das empresas). *A produção por grupo foi calculada de acordo com as informações prestadas pelas empresas a ABAL, Boletim Estatístico 2.001. Nos casos específicos da CVRD e Hydro referem-se a participação que elas detêm na Alunorte. **A participação na produção mundial do grupo deve ser ponderada, pois a sua quota de produção no Brasil pode ser cedida, parcial ou integralmente, a outras empresas por meio de contratos e associações. Em situação inversa, tais grupos podem deter produção acima de suas participações acionárias.

A maior produtora de alumina no país é a Alcoa, com 23% da produção nacional. Sua posição no Brasil, contudo, representa menos de um décimo da produção mundial do grupo. As empresas brasileiras cuja produção está concentrada apenas no Brasil, CVRD e Votorantim, respondem por pouco mais de um terço da produção nacional. Relevante notar que a Norsk Hydro tem um terço da sua produção de alumina no Brasil, ainda que o montante de 520 milhões de toneladas represente 15% da produção nacional em 2001 (Tabela 71).

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Tabela 72 - Principais grupos com atuação na produção doméstica de alumínio – 2001* Grupo Alcoa** Votorantim CVRD*** BHP Billiton** Alcan**

Produção de alumínio primário (mil/ton./ano) 243,9 230,4 214,3 187,2 92,1

% na produção nacional de alumínio primário 21,5 20,3 18,9 16,5 8,1

% na produção mundial de alumínio primário do grupo 5,8 100,0 100,0 19,5 4,0

Elaboração: DESEP/CUT Fonte: ABAL e empresas (relatórios anuais e demais informações dos sites das empresas). * A produção por grupo foi calculada de acordo com as informações prestadas pelas empresas à ABAL, Boletim Estatístico 2.001. **A participação na produção mundial do grupo deve ser ponderada, pois a sua quota de produção no Brasil pode ser cedida, parcial ou integralmente, a outras empresas por meio de contratos e associações. Em situação inversa, tais grupos podem deter produção acima de suas participações acionárias. ***Produção calculada de acordo com a participação acionária da CVRD (Aluvale) na Albras e somada à sua própria quota de produção na Valesul, que consta no Boletim da ABAL.

O alumínio primário tem como principal produtor uma vez mais a Alcoa, com pouco mais de um quinto da produção nacional. Os 244 milhões de toneladas feitos pela Alcoa no Brasil, contudo, representam apenas 6% da produção mundial do grupo. Votorantim e CVRD concentram pouco menos da metade da produção nacional de alumínio primário.

Dentre as empresas com capital estrangeiro, apenas a BHP Billiton mostra algum equilíbrio entre a produção no Brasil e a produção mundial do Grupo (Tabela 72). A Tabela 73 sintetiza as informações dispostas nas três tabelas anteriores, bem como parte da análise sobre o panorama internacional.

Tabela 73 - A presença dos grupos na produção doméstica e mundial na cadeia do alumínio - 2001 Grupos no Brasil Alcoa Alcan CVRD Votorantim BHP Billiton Hydro Grupos no Mundo Alcoa Alcan Hydro BHP Billiton CVRD Votorantim

% na produção % na produção nacional nacional de bauxita de alumina 15,4 23,4 12,8 6,6 32,5 22,9 17,4 13,1 12,0 11,2 4,0 14,8 % na produção mundial de bauxita 17,2 12,6 1,4 9,8 3,1 1,7

% na produção nacional de alumínio primário 21,5 8,1 18,9 20,3 16,5 -

% na produção mundial do grupo Bauxita Alumina Alumínio primário 8,6 7,1 5,8 9,8 5,6 4,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 11,8 13,9 19,5 28,2 32,5 Np

% na produção mundial de alumina 23,8 8,6 3,3 5,9 1,7 0,9

% na produção mundial de alumínio primário 17,0 9,2 5,6 3,9 1,0 0,9

Elaboração: DESEP/CUT Fonte: ABAL e empresas (relatórios anuais e demais informações dos sites das empresas)

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Cadeia produtiva do alumĂ­nio primĂĄrio

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A infiltração de água em rochas alcalinas (inverso do logaritmo da concentração de ions de hidrogênio maior do que 7) que entram em decomposição forma a bauxita (óxido de alumínio - AlO). A bauxita é encontrada na superfície terrestre, com espessura média de 4,5 metros. Isso permite a mineração de bauxita a céu aberto. A bauxita é o minério básico de toda a cadeia do alumínio. A bauxita é então moída e misturada a uma solução de soda cáustica, transformando o minério numa pasta. A pasta é aquecida sobre pressão e recebe nova quantidade de soda cáustica, formando o aluminato de sódio. A pasta então se dissolve e a partir disso passa por processos de sedimentação e filtragem. A solução resultante, agora filtrada das impurezas, permite a obtenção de alumina por meio do processo de precipitação. O resíduo da segunda precipitação é lavado e secado por meio da evaporação. Assim, obtém-se um pó branco de consistência semelhante ao açúcar. Tratase da alumina (Al2O3). Entre quatro e seis toneladas de bauxita produzem duas toneladas de alumina. A transformação de alumina em alumínio inicia-se pela dissolução da alumina num banho de criolita. Ou seja, dissolve-se a alumina em fornos eletrolíticos plenos de criolita. Submete-se a solução a uma intensa carga elétrica, que resulta na separação do metal de alumínio da solução. A eletricidade rompe a ligação iônica entre o alumínio e o oxigênio. O metal de alumínio liqüefeito é direcionado para a fundição de lingotes. Tem-se, enfim, o alumínio primário. O lingote de alumínio assume a forma apropriada à posterior utilização do metal: laminação e extrusão. A partir do processo acima descrito, identificamos os segmentos na cadeia produtiva do alumínio: Indústria extrativa mineral e indústria metalúrgica de não ferrosos.

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Conclus천es

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Conforme adiantado na Introdução, selecionamos o mercado de alumínio primário em virtude de se tratar da fase mais próxima dos produtos transformados e para os quais não dispomos de estatísticas suficientes. Iniciamos identificando que mais da metade da oferta do minério está concentrada em sete empresas, com a Alcoa sendo responsável por 17% do volume total produzido em 2001. A distribuição das outras empresas nos volumes totais produzidos nos capacita a identificar esse mercado como um

Oligopólio. Isso equivale a dizer que as estratégias empresariais de cada firma são definidas em função das reações estimadas das outras firmas. Assim, supondo que a Alcoa decida elevar seu volume de produção, esta empresa deverá estimar os impactos nos preços da tonelada de alumínio primário levando em conta a reação da Rusal, Alcan etc. Trata-se de um mercado concorrencial com uma empresa líder. O Gráfico 9 ilustra a distribuição da produção mundial de alumínio primário entre as sete maiores empresas para 2001.

Gráfico 9 - Distribuição da produção mundial de alumínio primário entre as sete principais empresas. (%). 2001

Em relação ao comércio internacional, os gráficos 10 e 11 exemplificam a distribuição espacial dos ativos produtivos das principais empresas, especialmente Alcoa, Alcan e Hydro, bem como a posição relativa da Rusal, tendo em vista que pouco mais de um quarto do volume mundial das exportações provém da Rússia. A posição do Canadá está vinculada à Alcan. A Austrália é sede de grande número das plantas da Alcoa.

Quanto às importações, fica mais clara a divisão internacional do trabalho. As plantas de transformação do alumínio primário em produtos transformados, com maior valor agregado, demandam o minério dos países acima especificados. Tem-se, portanto, que EUA e Japão são responsáveis por pouco mais da metade do volume mundial importado.

Gráfico 10 – Distribuição do volume das exportações mundiais de alumínio primário. (%). 2001.

Fonte: Tabela 14

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Gráfico 11 – Distribuição do volume das importações mundiais de alumínio primário. (%). 2001

Fonte: Tabela 15

No mercado interno, a distribuição do volume produzido de alumínio primário entre as principais empresas atuantes no Brasil é relativamente menos desconcentrada que a produção mundial. A Alcoa e a Votorantim são respectivamente a primeira e a segunda maiores produtoras do minério no Brasil, cada uma com 21% e 20% do total (Gráfico 12). A CVRD aparece como a terceira maior

produtora nacional. Essa distribuição pode ser estratégica na formulação de uma política de internacionalização dessas empresas na cadeia do alumínio, em especial se levarmos em conta a disponibilidade de minas de bauxita no Brasil. Trata-se uma vez mais de um mercado oligopolizado cujas empresas líderes são de capital nacional.

Gráfico 12 - Distribuição do volume produzido de alumínio primário no Brasil, segundo grupos empresariais. (%). 2001.

Fonte: Tabela 56

As vendas em volume de alumínio primário do Brasil traduzem os fluxos de comércio intrafirmas no caso da Norsk Hydro, da Alcoa, da Alcan e da BHP Billiton. Traduzem também a posição das empresas nacionais, que representam parte significativa da produção nacional do minério. O fato de a

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Holanda ser o principal importador de alumínio primário está vinculado ao seu papel de centro logístico das empresas transnacionais operando na Europa, especialmente a Norsk Hydro. A posição relativa do Japão deriva dos contratos comerciais da CVRD (Gráfico 13).


Gráfico 13 – Distribuição do volume das exportações brasileiras de alumínio primário. (%). 2001

Fonte: Tabela 44

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Anexos

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Anexo 1 - Estrutura da Alcoa Macrosegmento Transporte comercial (Commercial Transportation)

Segmentos Alcoa Fujikura Alcoa Produtos de Engenhos (Alcoa Mill Products) Alcoa Rodas e Acessórios (Alcoa Wheel Products and Alcoa Wheel Accessories) Produtos de Fundição (Howmet Castings) Alças e Presilhas de Segurança (Huck Fasteners)

Alumina e Química (Alumina and Chemicals)

Alcoa Absorventes e Catalisadores (Alcoa Adsorbents & Catalysts)

Alcoa Divisão Especial para Metais (Alcoa Specialty Metals Division) Alcoa Química Mundial (Alcoa World Chemicals)

Alcoa Redução de Alumina (Smelter Grade Alumina) Embalagens e produtos para consumidores (Packing and Consumer Products)

Alcoa Sistemas Internacionais de Invólucros (Alcoa Closure Systems International) Alcoa Embalagens Flexíveis (Alcoa Flexible Packing) Alcoa Produtos de Engenhos (Alcoa Mill Products) Alcoa Máquinas de Embalagens (Alcoa Packing Machinery) Alcoa Embalagens Rígidas (Alcoa Rigid Packing) Presto Reynolds Foodservice

Produtos Componentes para sistemas de distribuição elétrica e eletrônica Lâminas de alumínio, chapas e folhas de alumínio para uso em sistemas de troca de calor para automóveis e caminhões Discos de rodas forjados e acessórios para caminhões e veículos de carga Estruturas forjadas para gabinetes de motores e outros componentes Alças de ligamento de alumínio para caminhões e veículos de carga, trailers e ônibus escolares Alumina ativada e catalisadores baseados em alumina de alta pureza para uso nos processos de obtenção de hidrocarbonetos e para o mercado de catalisadores Alumínio de alta pureza, pó de alumínio e lingotes de alumínio Alumínio atomizado, alumina e produtos químicos baseados em alumina para refratários, cerâmica, abrasivos, plásticos, polímeros e para tratamento de água Estoque de alumina para a produção de alumínio e de produtos químicos baseados em alumínio Garrafas plásticas, injeção e compressão de plásticos e alumínio e equipamentos de embalagem Rolos de PVC e filmes de embalagem Lâminas de alumínio, chapas e folhas de alumínio para uso industrial Equipamentos para decoração de latas de alumínio Plantas e chapas de alumínio para latas e reciclagem de alumínio Rótulos de embalagens e produtos de embalagem Folhas, filmes, alumínio, sacolas e outros produtos de embalagem. Embalagens lisas e estampadas para brinquedos, comida e bebidas

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Macrosegmento Aeroespacial (Aerospace)

Lingotes de alumínio (Aluminium Ingot)

Automotivo (Automotive)

Edificação e construção (Building and Construction)

Componentes industriais (Industrial Components)

Elaboração: DESEP/CUT Fonte: www.alcoa.com

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Segmentos Alcoa Produtos Aeroespaciais (Alcoa Engineered Aerospace Products) Alcoa Produtos de Engenhos (Alcoa Mill Products) Alcoa Rodas e Acessórios (Alcoa Wheel Products and Alcoa Wheel Accessories) Produtos de Fundição (Howmet Castings) Alças e Presilhas de Segurança (Huck Fasteners) Alcoa Metais Primários (Alcoa Primary Metals) Alcoa Produtos de Carbono (Alcoa Carbon Products) Alcoa Engenharia de Automóveis (Alcoa Automotive Engineering) Alcoa Fujikura

Produtos Barras, tubos, varas de alumínio e formas de alumínio para uso da indústria aeroespacial Lâminas de alumínio, chapas e folhas de alumínio para uso industrial Rodas de alumínio forjadas para trens de pouso e estruturas encomendadas de alumínio para uso aeroespacial Gabinetes para motores de turbina Rebites, ferrolhos, trincos e artigos de fixação para a indústria aeroespacial Alumínio primário para diversos mercados e aplicações Ferro, dióxido de titânio, alumínio e ânodos de carbono para uso interno Desing e engenharia de suplementos de alumínio para automóveis

Componentes elétricos e eletrônicos para automóveis Alcoa Produtos de Engenhos Lâminas de alumínio, chapas e folhas de (Alcoa Mill Products) alumínio para uso industrial Alcoa Rodas e Acessórios (Alcoa Rodas, capas e outros acessórios de Wheel Products and Alcoa alumínio para automóveis Wheel Accessories) Alças e Presilhas de Sistemas de alças e de presilhas de Segurança (Huck Fasteners) alumínio para automóveis Alcoa Arquitetura (Alcoa Portas e janelas comerciais Architettura; Itália) Alcoa Bouw Groep Telhados, janelas, portas e estruturas de alumínio Alcoa Produtos para Construção Projetos e ligas de alumínio (Alcoa Building Products) para construção Alcoa Infra-estrutura Postes de iluminação, colunas e estruturas de alumínio Alcoa Produtos de Engenhos Lâminas de alumínio, chapas e folhas de (Mill Products) alumínio para uso na construção civil Alumax Box para banheiros e portas de banheiros Kawneer Sistemas de arquitetura e outros produtos de arquitetura Alcoa Produtos de Engenhos Lâminas de alumínio, chapas e folhas de (Mill Products) alumínio para uso industrial Alcoa Rodas e Acessórios Rodas fundidas para trens de pouso e (Alcoa Wheel Products and forjas encomendadas para usos Alcoa Wheel Accessories) industriais Produtos de Fundição Forjas de alumínio para componentes de (Howmet Castings) motores turbinados para uso industrial e forjas de grande escala estrutural Alças e Presilhas de Segurança Presilhas e alças de alta performance (Huck Fasteners) para usos industriais


Anexo 2 - Distribuição geográfica das unidades da Alcoa País/Continente Canadá/América do Norte e Central

Empresa Alcoa Fujikura Ltd. Aluminiere Lauralco Inc. Alumiere de Bécancour Inc. Alumiere de Baie-Corneau Inc. Canadian Reynolds Metals Company, Ltd. DBM Industries Ltd. Howmet Castings

Costa Rica/América do Norte e Central Jamaica/América do Norte México/América Central e do Norte

Kawneer Company Canada Ltd. Alcoa CSI de Centro América S.A.

Produtos Componentes automotivos Alumínio primário Alumínio primário Alumínio primário Artigos de fixação como presilhas e alças de alumínio Outros Artigos de fixação como presilhas e alças de alumínio Produtos de construção Invólucros e máquinas

Alcoa Minerals of Jamaica LLC Alcoa CSI de México em Enseada S.A. Alcoa CSI de México em Saltillo S.A. Alcoa Fujikura Ltd.

Alumina e mineração de bauxita Invólucros e máquinas Invólucros e máquinas Componentes automotivos e produtos elétricos EUA/América do Norte e Central Alcoa Latas de alumínio, alumínio primário, plantas e estruturas de alumínio Alcoa Automotive Componentes automotivos, engenharia automobilística e artigos de fixação, como presilhas e alças de alumínio Alcoa Building Products Inc. Produtos de construção Alcoa Closure Systems International Invólucros e máquinas Alcoa Distribution and Industrial Products Produção de alumínio, tubos e formas de alumínio Alcoa Extruded Aerospace Products Produção de alumínio, tubos e formas de alumínio Alcoa Extruded Construction Products Produção de alumínio, arquitetura, formas e plataformas de alumínio Alcoa Extruded Heat Exchanger Products Produtos de alumínio que trocam calor Alcoa Fujikura Ltd. Engenharia automotiva ALCAO Wheel and Forged Products Rodas, plataformas e plantas de alumínio Alumax Foils Inc. Produtos de alumínio forjados American Trim, LLC. Outros B&C Resaerch Inc. Componentes de automóveis e plataformas de alumínio Howmet Castings Forjas de alumínio para componentes de motores turbinados para uso industrial e forjas de grande escala estrutural

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País/Continente Empresa EUA/América do Norte e Central Kawneer Company Inc. Stolle Machinery Inc. Teletech Company Inc. Alcoa Packing Machinery Inc. Alcoa World Alumina LLC. Alumax Mill Products Inc.

Argentina/América do Sul Brasil/América do Sul

Digi Sys Corp. Eastalco Aluminium Company Min Tel Communications LLC Permatech Inc. Quality Control Services Inc. Six R Communications LLC St. Croix Alumina LLC T.I.C.S. Corporation Northwest Alloys Inc Norton-Alcoa Proppants Alusud Argentina S.A. Feroscar S.A. Industrial y Comercial AFL do Brasil Alcoa Alumínio S.A.

Chile/América do Sul Colômbia/América do Sul Peru/América do Sul Suriname/América do Sul

Comércio de Alumínio do Maranhão Mineração Rio do Norte S.A. Alusud Embalajes Chile Ltda. Alusud Embalajes Colômbia Ltda. Alusud Peru S.A. Suriname Aluminium Company LLC

Venezuela/América do Sul

Alcoa Fujikura Ltd. Venezuela C A

Bélgica/Europa República Tcheca/Europa França/Europa

Ruedas de Aluminio C A Alcoa Fujikura Ltd. Alcoa Fujikura Ltd. Alcoa França S.A.

Kawneer France S.A.

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Produtos Produtos para construção Máquinas de embalagem. Outros Invólucros, máquinas para embalagens e outros Química e alumina Plantas, formas, folhas e lâminas de alumínio Outros Alumínio primário Outros Outros Outros Outros Alumina Outros Outros Outros Invólucros, máquinas e outros Tubos, plantas e folhas de alumínio Tubos, plantas e folhas de alumínio Invólucros, máquinas, produtos de construção, tubos, plataformas, formas de alumínio, alumina, química de alumínio, mineração de bauxita, produtos elétricos, alumínio primário etc. Alumina e alumínio primário Mineração de bauxita Invólucros e máquinas Invólucros, máquinas e outros Invólucros, máquinas e outros Mineração de bauxita, alumina e alumínio primário Componentes automotivos, produtos elétricos. Alças e ferrolhos de alumínio Outros Outros Plantas, folhas e formas de alumínio ferrolhos e alças de alumínio para fixação e produtos de construção Produtos de construção


País/Continente Alemanha/Europa

Empresa Alcoa Automotiva GmbH

Alcoa Chemie GmbH Alcoa Deutschland GmbH Alcoa Extrusions Hannover GmbH & Co, KG Kawneer Deutschland GmbH Michels GmbH & Co. KG Stribel GmbH Hungria/Europa

AFL Hungary Kft. Alcoa - Köfém Kft.

Irlanda/Europa

Alcoa Wheel Products Europe Mfg & Trading LLC CSI Hungary Manufacturing and Trading LLC Alcoa Fujikura Ireland Limited

Itália/Europa

Alcoa Italia SpA Alcoa Italia SpA Automotive Structures Reynolds Wheels SpA

Países Baixos/Europa

Alcoa Chemie Nederland BV Alcoa Moerdijk BV Alcoa Nederland BV

Noruega/Europa

Alumax Extrusions BV Alcoa Automotive

Polônia/Europa Portugal/Europa Rússia/Europa Espanha/Europa

Elken Aluminium ANS Kawneer Polska Sp. z oo Alcoa Fujikura Ltd. Alcoa CSI Vostok Ltd. Alúminia Española S.A.

Espanha/Europa

Alcoa Arquitetura SL Alcoa CSI España S.A. Alcoa Inespal S.A.

Alcoa Navarra S.A. Alcoa Transformacion S.A. Extrusion de Aluminio S.A.

Produtos Engenharia automotiva, componentes automotivos, alças e ferrolhos de alumínio para fixação e tubos de alumínio Química de alumínio e de derivados Invólucros, máquinas e outros Tubos, formas, plantas e folhas de alumínio Produtos de construção Componentes automotivos e produtos elétricos Componentes automotivos e produtos elétricos Componentes automotivos e produtos elétricos Produtos de construção, tubos, plataformas e formas de alumínio Estruturas, rodas e acessórios de alumínio Invólucros e máquinas Componentes automotivos e produtos elétricos Tubos, alumínio primário, plantas, plataformas, e folhas de alumínio Componentes automotivos Alças e ferrolhos de alumínio para fixação Química de alumina e de derivados Química de alumina e de derivados Produtos de construção, auto componentes, tubos, plataformas, plantas e folhas de alumínio Latas de alumínio e tubos Componentes automotivos de alumínio Alumínio primário Produtos de construção Outros Invólucros e máquinas Alumina, química de alumina e alumínio primário Produtos de construção Invólucros e máquinas Alumínio primário, tubos, fios, plantas, plataformas e folhas de alumínio Tubos, plantas, folhas e estruturas de alumínio Fios, plataformas, plantas e folhas de alumínio Tubos, folhas, formas e plantas de alumínio

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País/Continente Reino Unido/Europa

Barein/Ásia China/Ásia

Índia/Ásia Japão/Ásia

Filipinas/Ásia Cingapura/Ásia Guiné/África Marrocos/África Austrália/Oceania

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Empresa AFL UK Ltd.

Produtos Componentes automotivos de alumínio e produtos elétricos Alcoa Extruded Products UK Limited Tubos, folhas, plantas e plataformas de alumínio Alcoa Manufacturing GB Limited Plataformas e plantas de alumínio Alcoa Systems UK Limited Produtos de construção Howmet Castings Cerâmicas, núcleos de cerâmica, alças e ferrolhos de alumínio para fixação Kawneer UK Limited Produtos de construção Gulf Closures WLL Invólucros e máquinas Alcoa Aluminium Products Co. Ltd. Produtos forjados de alumínio Alcoa Closure Systems International Co. Ltd. Invólucros e máquinas Qingdao Alcoa Co. Ltd. Química de alumina e derivados Yunnam Xinmeliu Aluminum Foil Co. Ltd. Produtos forjados de alumínio Alcoa-ACC Industrial Chemicals Limited Química de alumina e derivados Alcoa Kasei Limited Química de alumina e derivados Alcoa Wheel Products Japan Ltd. Outros Howmet Castings Alças e ferrolhos de alumínio para fixação KSL Alcoa Aluminum Company Ltd. Plantas, plataformas, folhas e formas de alumínio Moraico Limited Química de alumina e derivados Shibazaki Seisakusho Limited Invólucros e máquinas Alcoa Closure Systems International Invólucros e máquinas ACAP Singapore Pte Ltd. Química de alumina e derivados Halco Inc. Mineração de bauxita Kawneer Maroc S.A. Produtos de construção Alcoa World Alumina - Australia Mineração de bauxita, alumina, química de alumina, plataformas e plantas de alumínio e alumínio primário Australian Fused Materials Pty Limited Química de alumina e alumínio primário Kaal Australia Pty Limited Plantas e plataformas e latas de alumínio


Anexo 3 - Distribuição geográfica das plantas da Alcan País/Continente Canadá/América do Norte e Central

EUA/América do Norte e Central

Bermudas /América do Norte e Central Porto Rico/América do Norte Brasil/América do Sul Aratu (BA) Cubatão (SP) Diadema (SP) Mauá (SP) Ouro Preto (MG)

Pindamonhagaba (SP) Porto Trombetas (MRN/PA) Santo André (SP) São Luís (MA) São Paulo (SP) Alemanha/Europa

Produtos Alumínio primário Refino de alumina e química Geração de energia Chapas e formas de alumínio Cabos Componentes e sistemas automotivos Embalagens para alimentos Embalagens para cigarros Embalagens para produtos farmacêuticos e cosméticos Escritórios comerciais e/ou de pesquisa e desenvolvimento Alumínio primário Chapas e formas de alumínio Reciclagem Cabos Compostos Embalagens para alimentos Embalagens para cigarros Embalagens para produtos farmacêuticos e cosméticos Escritórios comerciais e/ou de pesquisa e desenvolvimento Escritórios comerciais e/ou de pesquisa e desenvolvimento Embalagens para produtos farmacêuticos e cosméticos Alumínio primário Alumínio primário Embalagens para produtos farmacêuticos e cosméticos Embalagens para alimentos Mineração de bauxita Refino de alumina Alumínio primário Geração de energia Chapas e formas de alumínio Reciclagem Mineração de bauxita Chapas e formas de alumínio Refino de alumina Escritórios comerciais e/ou de pesquisa e desenvolvimento Chapas e formas de alumínio Reciclagem Compostos Componentes e sistemas automotivos Embalagens para alimentos Embalagens para cigarros Embalagens para produtos farmacêuticos e cosméticos Escritórios comerciais e/ou de pesquisa e desenvolvimento

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País/Continente Áustria/Europa Bélgica/Europa Dinamarca/Europa Eslovênia/Europa Espanha/Europa

Finlândia/Europa França/Europa

Hungria/Europa Irlanda/Europa Islândia/Europa Itália/Europa

Noruega/Europa Países Baixos/Europa

Portugal/Europa Polônia/Europa Reino Unido/Europa

República Tcheca Rússia/Europa Suécia/Europa Suíça/Europa

Turquia/Europa

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Produtos Outros produtos Outros produtos Escritórios comerciais e/ou de pesquisa e desenvolvimento Componentes e sistemas automotivos Escritórios comerciais e/ou de pesquisa e desenvolvimento Outros produtos Embalagens para alimentos Escritórios comerciais e/ou de pesquisa e desenvolvimento Escritórios comerciais e/ou de pesquisa e desenvolvimento Produtos extrudados Outros produtos Embalagens para alimentos Embalagens para produtos farmacêuticos e cosméticos Escritórios comerciais e/ou de pesquisa e desenvolvimento Outros produtos Embalagens para alimentos Alumínio primário Chapas e formas de alumínio Reciclagem Produtos extrudados Compostos Outros produtos Escritórios comerciais e/ou de pesquisa e desenvolvimento Alumínio primário Alumínio primário Outros produtos Embalagens para alimentos Embalagens para cigarros Embalagens para produtos farmacêuticos e cosméticos Escritórios comerciais e/ou de pesquisa e desenvolvimento Escritórios comerciais e/ou de pesquisa e desenvolvimento Escritórios comerciais e/ou de pesquisa e desenvolvimento Refino de alumina Alumínio primário Geração de energia Chapas e formas de alumínio Reciclagem Compostos Embalagens para alimentos Embalagens para cigarros Embalagens para produtos farmacêuticos e cosméticos Escritórios comerciais e/ou de pesquisa e desenvolvimento Produtos extrudados Escritórios comerciais e/ou de pesquisa e desenvolvimento Escritórios comerciais e/ou de pesquisa e desenvolvimento Alumínio primário Chapas e formas de alumínio Reciclagem Produtos extrudados Compostos Componentes e sistemas automotivos Outros produtos Embalagens para alimentos Embalagens para produtos farmacêuticos e cosméticos Embalagens para cigarros


País/Continente China/Ásia

Coréia do Sul/Ásia Japão/Ásia Cazaquistão/Ásia Malásia/Ásia

Cingapura/Ásia Tailândia/Ásia

Gana/África Guiné/África Austrália/Oceania

Produtos Produtos extrudados Compostos Embalagens para produtos farmacêuticos e cosméticos Escritórios comerciais e/ou de pesquisa e desenvolvimento Chapas e formas de alumínio Escritórios comerciais e/ou de pesquisa e desenvolvimento Escritórios comerciais e/ou de pesquisa e desenvolvimento Embalagens para cigarros Chapas e formas de alumínio Produtos extrudados Escritórios comerciais e/ou de pesquisa e desenvolvimento Escritórios comerciais e/ou de pesquisa e desenvolvimento Chapas e formas de alumínio Produtos extrudados Escritórios comerciais e/ou de pesquisa e desenvolvimento Mineração de bauxita Mineração de bauxita Mineração de bauxita Refino de alumina

Elaboração: DESEP/CUT Fonte: www.alcan.com

101


Anexo 4 Distribuição das unidades de produção dos grupos que pertencem ou que possuem participação acionária - Alcoa e Alcan - no Brasil nos segmentos da cadeia do alumínio A cadeia do alumínio divide-se em quatro segmentos de atividades: extração de bauxita (minas), produção de alumina (refinaria), produção de alumínio primário (usina) e transformados de alumina ou produtos de alumínio e plásticos, além dos semielaborados, os quais não são considerados propriamente um quinto segmento da cadeia,

mas que contribuem no fornecimento de insumos.1 Considerando somente as 27 unidades de produção dos grupos Alcoa e Alcan no Brasil, essas atividades encontram-se distribuídas geograficamente conforme segue:2

Extração de bauxita (minas): Município Oriximiná (Porto Trombetas)/PA Ouro Preto/MG Poços de Caldas/MG

Empresa Mineração Rio do Norte Alcan Alumínio do Brasil S.A. (*) Cia. Geral de Minas

Grupo(s) Alcoa + Alcan + outros Alcan Alcoa

(*) Empresa integrada com extração de bauxita, produção de alumina e alumínio primário

Produção de alumina (refinaria): Município Poços de Caldas/MG São Luís/MA Ouro Preto/MG

Empresa Alcoa Alumínio S.A.(*) Consórcio Alumínio do Maranhão – Alumar (*) Alcan Alumínio do Brasil S.A. (**)

Grupo(s) Alcoa Alcoa + Alcan Alcan

(*) Empresa integrada, com produção de alumina e alumínio primário (**) Empresa integrada com extração de bauxita, produção de alumina e alumínio primário

Produção de alumínio primário (usina) Município Poços de Caldas/MG São Luís/MA Candeias (Aratu)/BA Cubatão/SP Ouro Preto/MG

Empresa Alcoa Alumínio S.A.(*) Consórcio Alumínio do Maranhão – Alumar (*) Alcan Alumínio do Brasil Ltda. Alcan Alumínio do Brasil Ltda. Alcan Alumínio do Brasil Ltda. (**)

Grupo(s) Alcoa Alcoa Alcan Alcan Alcan

(*) Empresa integrada, com produção de alumina e alumínio primário (**) Empresa integrada com extração de bauxita, produção de alumina e alumínio primário

1 De acordo com a estruturação dos grupos empresariais abordados e em virtude da não identificação exata do insumo utilizado na produção em várias unidades (plásticos ou alumínio), esta classificação pode conter pequenas imperfeições. 2 Note-se que muitas empresas são integradas, participando simultaneamente de processos de produção em mais de um segmento da cadeia. Por isso são mencionadas em todos eles, quantas vezes necessárias.

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Transformados de alumínio e plásticos: Município Grupo(s) Itajubá/MG Itapissuma/PE Queimados/RJ Lages/SC Tubarão/SC Alphaville/SP Santo André/SP São Caetano do Sul/SP Sorocaba/SP Itaipava Cotia/SP Rio de Janeiro/RJ

Pindamonhangaba/SP Mauá/SP Santo André/SP Diadema/SP

Empresa AFL do Brasil Ltda. Alcoa Alumínio S.A. Alcoa Alumínio S.A. Alcoa Alumínio S.A. Alcoa Alumínio S.A. Alcoa Alumínio S.A. Alcoa Alumínio S.A. Alcoa Alumínio S.A. Alcoa Alumínio S.A. Alcoa Alumínio S.A. Alcoa Alumínio S.A. Alcoa Fios e Cabos Elétricos S.A. Macesa Embalagens Plásticas S.A. Tamboré Embalagens Alcan Alumínio do Brasil Ltda. Alcan Alumínio do Brasil Ltda. Alcan Alumínio do Brasil Ltda. Alcan Alumínio do Brasil Ltda.

Alcoa Alcoa Alcoa Alcoa Alcoa Alcoa Alcoa Alcoa Alcoa Alcoa Alcoa Alcoa Alcoa Alcoa Alcan Alcan Alcan Alcan

Semi-elaborados(*) Município Salto/SP

Empresa Alcoa Alumínio S.A.

Grupo(s) Alcoa

Empresa Alcoa Alumínio S.A.

Grupo(s) Alcoa

Outras(*) Município Rio de Janeiro/RJ

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Referências Bibliográficas 105


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Alcan, (2002). Annual Report 2001. Disponível em: <www.alcan.com> ______, (2003). Annual Report 2002. Disponível em: <www.alcan.com> Alcoa, (2002). Annual Report 2001. Disponível em: <www.alcoa.com> ______, (2003). Annual Report 2002. Disponível em: <www.alcoa.com> ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DO ALUMÍNIO, (2000). Anuário Estatístico, 2000. São Paulo. BRASIL, (2001). Revista do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. Rio de janeiro. BHP BILLITON, (2002). Annual Report 2001. Disponível em: <www.billiton.com> ________, (2003). Annual Report 2002. Disponível em: <www.billiton.com> COMPANHIA VALE DO RIO DOCE, (2002). Relatório Anual 2002. Disponível em <www.cvrd.com> _________, (2003). Relatório Anual 2002. Disponível em <www.cvrd.com> NORSK HYDRO, (2002). Annual Report 2001. Disponível em <www.norskhydro.com> _________, (2003). Annual Report 2002. Disponível em <www.norskhydro.com> PECHINEY, (2002). Annual Report 2001. Disponível em: <www.pechiney.com> _________, (2003). Annual Report 2002. Disponível em: <www.pechiney.com> REVISTA EXAME, (2002). Maiores e Melhores 2001. São Paulo RIO TINTO, (2002). Annual Report 2001. Disponível em <www.norskhydro.com> __________, (2003). Annual Report 2002. Disponível em <www.norskhydro.com> RUSAL, (2001). Annual Report 2002. Disponível em <www.rusal.com> _________, (2003). Annual Report 2002. Disponível em <www.rusal.com> UNCTAD , (2002). World Investment Report 2001. New York UNITED STATES. US Geological Survey, Mineral Commodity Summaries. Diversos números. New York. WORLD BUREAU OF METAL STATISTICAL, (1999). Alumiinnium Statistical Review. London

Abreviaturas ABAL – Associação Brasileira do Alumínio CVRD – Companhia Vale do Rio Doce IAI – International Aluminium Institute UNCTAD – Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento

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CENTRAL ÚNICA DOS TRABALHADORES R. Caetano Pinto, 575 São Paulo, SP - CEP 03041-000 Fone: (11) 3272-9411 Fax: (11) 3272-9610 E-mail: cut@cut.org.br Website: www.cut.org.bt

INSTITUTO OBSERVATÓRIO SOCIAL Av. Mauro Ramos, 1624, sala 202 Florianópolis, SC - CEP 88020-302 Fone/Fax: (48) 3028-4400 E-mail: observatorio@observatoriosocial.org.br Website: www.observatoriosocial.org.br

CONSELHO DIRETOR Presidente: Kjeld A. Jakobsen (CUT) João Vaccari Neto (Secretaria de Relações Internacionais, CUT ) Rosane da Silva (Secretaria de Políticas Sindicais, CUT) Artur Henrique dos Santos (Secretaria de Organização, CUT) José Celestino Lourenço (Secretaria Nacional de Formação, CUT) Maria Ednalva B. de Lima (Secretaria da Mulher Trabalhadora, CUT) Gilda Almeida de Souza (Secretaria de Políticas Sociais, CUT) Antonio Carlos Spis (Secretaria de Comunicação, CUT) Wagner Firmino Santana (Dieese) Mara Luzia Feltes (Dieese) Francisco Mazzeu (Unitrabalho) Silvia Araújo (Unitrabalho) Tullo Vigevani (Cedec) Maria Inês Barreto (Cedec) COORDENAÇÃO GERAL Arthur Borges Filho - Coordenador Administrativo Clemente Ganz Lúcio - Coordenador Técnico Nacional José Olívio Miranda de Oliveira - Secretário Geral Adjunto da CIOSL Kjeld A. Jakobsen - Presidente do Conselho Diretor Maria Ednalva B. de Lima - Coordenadora da CNMT/CUT Maria José H. Coelho - Coordenadora de Comunicação Odilon Luís Faccio - Coordenador de Desenvolvimento Institucional Pieter Sijbrandij - Coordenador de Projetos Rosane Silva - Secretário Nacional de Organização da CUT Ronaldo Baltar - Coordenador do Sistema de Informação

EQUIPE RESPONSÁVEL PELO PROJETO PANORAMA SETORIAL DO ALUMÍNIO E DAS EMPRESAS INTEGRADAS Equipe: Adriana L. Lopes e Fernando Ribeiro Elaboração: Carlos Augusto S. Gonçalves Jr. e Cleber de Melo Simões EDIÇÃO Coordenação de Comunicação do Observatório Social Capa: Maria José H. Coelho (MTB-PR 930-PR) Editoração: Sílvio da Costa Pereira (MTB-SC 00881) Revisão: Laura Tuyama (MTB-SC 00959) e Sandra Werle (MTB-SC 00515)

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Pesquisa realizada no período de: maio de 2002 a maio de 2003 Data de edição: setembro de 2003.


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