Edição 11

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Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.

Pare, olhe, escute e vibre:

A FESTA DA UVA ESTÁ CHEGANDO

Há 100 anos, Caxias recebia o trem e se tornava cidade. A partir de quinta-feira, a agora metrópole reverencia o passado, celebra o presente e antecipa o futuro em sua maior festa

Assis Melo, líder do protesto na Randon: “Fui preso no exercício do trabalho” | Roberto Hunoff conta que há 1,5 mil vagas à espera de profissionais capacitados em Caxias | Um guia das primeiras atrações da Festa da Uva

Maicon Damasceno/O Caxiense

Caxias do Sul, fevereiro de 2010 | Ano I, Edição 11 | R$ 2,50


Índice

www.OCAXIENSE.com.br Fotos: Maicon Damasceno/O Caxiense

A Semana | 3

Um resumo das notícias que foram destaque no site

Roberto Hunoff | 4

Da falta de mão de obra especializada à falta de aço, o que atrapalha a recuperação da indústria

Festa da Uva| 5

VÍDEO

(Acompanhe em www.ocaxiense.com.br/multimidia)

Cheia de datas e motivos para comemorar, nossa maior festa reconta a história de Caxias

Guia da Festa | 8

Muito pagode, danças folclóricas variadas, um musical local e atores recebendo os visitantes

Festa da Uva | 10

l Quatro vídeos mostram como foi o conflito entre Sindicato dos Metalúrgicos, Randon e Brigada Militar. O momento da prisão de Assis Melo, o confronto entre manifestantes e brigadianos e uma entrevista do líder sindical logo após ser liberado estão entre as cenas reunidas no nosso site.

Atrações culturais para levar todos os públicos aos Pavilhões

Guia de Cultura | 11

É Carnaval, monstros e heróis chegam às telas e trajes históricos estão à mostra

l O Caxiense completou 10 edições de bom jornalismo e comemora mostrando aos leitores como são produzidas suas capas. Felipe Boff, editor, Maicon Damasceno, fotógrafo, e Marcelo Aramis, repórter e diagramador, contam as ideias e os bastidores de cada criação.

Artes | 13

As pavonices da vida e as vivas cores dos beija-flores

l Filmamos o trabalhoso processo de produção da capa desta 11ª edição – que tem reportagem sobre a chegada do trem a Caxias, tema da Festa da Uva 2010 – na Maria Fumaça, em Garibaldi. Veja como chegamos ao resultado final.

Quem vai pagar? | 14

No dilema da tarifa de ônibus, só uma coisa é certa: a conta vai sobrar para alguém

TWITTER

Destaque científico | 16

(Acompanhe em www.twitter.com/ocaxiense)

A principal enzima na pesquisa brasileira do bioetanol é desenvolvida na UCS

@cianamoraes @ocaxiense Parabéns pelas 10 edições!!!! E parabéns pelo trabalho! Ciana Moraes, às 7h58 de 10 de fevereiro

Guia de Esportes | 18

Pilotos saltam do Ninho das Águias e a dupla CA-JU define se voará mais longe no Gauchão

@lianecastilhos Lindas e criativas as capas de @ocaxiense. Liane Castilhos, às 15h03 de 9 de fevereiro

Estetoscópio alviverde | 19

@Djbigus O @ocaxiense está matando a pau na cobertura dos jogos da dupla CA-JU!! Parabéns !! Rodrigo Bueno, às 12h17 de 9 de fevereiro

Estrategista grená | 21

@Donanas @ocaxiense Está muito bacana o jornal por aqui! Sucesso! Ana Ruzzarin, às 19h14 de 5 de fevereiro

Dr. Iran Cercato, o homem que cuida da saúde do Ju

Júlio Soster, o professor que planeja o futuro do Caxias

COMENTÁRIO NO SITE

Renato Henrichs | 23

(Acompanhe em www.ocaxiense.com.br/multimidia)

Assis Melo fala de detenção, repressão, mobilização e repercussão

Paralisação na Randon | Deveriam ficar sem salário e sem emprego. Na hora de trabalhar são gatinhos, mas na hora de receber são leões. Carlos Alberto Bordin, às 10h07 de 11 de fevereiro

Expediente

Redação: Cíntia Hecher, Fabiano Provin, Felipe Boff (editor), Graziela Andreatta, José Eduardo Coutelle, Maicon Damasceno, Marcelo Aramis, Marcelo Mugnol, Paula Sperb (editora do site), Renato Henrichs, Roberto Hunoff e Valquíria Vita Comercial: Leandro Trintinaglia Circulação/Assinaturas: Tatyany Rodrigues Administrativo: Luiz Antônio Boff Impressão: Correio do Povo

Assine

Para assinar, acesse www.ocaxiense.com.br/assinaturas, ligue 3027-5538 (de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h30 às 18h) ou mande um e-mail para assine@ocaxiense.com.br. Trimestral: R$ 30 | Semestral: R$ 60 | Anual: 2x de R$ 60 ou 1x de R$ 120 Jornal O Caxiense Ltda. Rua Os 18 do Forte, 422, sala 1 | Lourdes | Caxias do Sul | 95020-471 Fone 3027-5538 | E-mail ocaxiense@ocaxiense.com.br www.ocaxiense.com.br

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O Caxiense

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Concordo com o leitor Carlos Bordin! A economia no ano passado teve uma retração, mas o Sindicato não consegue visualizar isso porque não lhe convém! Olha que se não querem trabalhar, muitas pessoas querem uma oportunidade. André Dalathéa, às 11h34 de 2 de fevereiro Agradecemos | Juliano Agostini de Morais (maquinista), João Carlos Farias (foguista), Valmor Marasca (músico), Evandra Stringhini e demais funcionários da Giordani Turismo, que realiza o Passeio de Maria Fumaça entre Bento Gonçalves e Carlos Barbosa (na capa, a estação de Garibaldi). A propósito, O CAXIENSE RECOMENDA: agende seu passeio pelo telefone (54) 3455-2788 ou se informe pelo site www.giordaniturismo.com.br. O Caxiense na Festa da Uva | Surpresas aguardam os visitantes do nosso estande, a partir de quinta-feira, dia 18. Estaremos no primeiro piso do Centro de Eventos.

S e m an alm e nte n a s b an c a s , di ar i am e nte n a inte r n e t .


A Semana

Maicon Damasceno/O Caxiense

Maicon Damasceno/O Caxiense

Márcio Schenatto, Divulgação/O Caxiense

Márcio Schenatto, Divulgação/O Caxiense

Piquete na Randon se transformou em conflito violento com a Brigada Militar

BM prendeu o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Assis Melo, que depois de ser liberado voltou para a frente da Randon e, à tarde, se reuniu com a empresa

SEGUNDA | 8 de fevereiro

TERÇA | 9 de fevereiro

UCS

Economia

A segunda etapa das obras do novo acesso à Universidade de Caxias do Sul vai atrasar muito por causa das chuvas. Prevista para estar pronta no final de fevereiro, a obra, que consiste em melhorias na rótula em frente ao quiosque de informações da UCS e na construção de uma nova via de saída, terá, no mínimo, três meses e meio de atraso. Ela custará em torno de R$ 1,2 milhão.

O Índice de Preços ao Consumidor de Caxias do Sul apresentou elevação de 0,75% em janeiro, acima dos 0,60% de dezembro e da média de 0,44% dos últimos 12 meses. É o maior aumento do período anualizado. A inflação anual de 5,35% está acima da meta central de 4,5% estabelecida pelas autoridades monetárias para o ano de 2010.

Saúde

QUARTA | 10 de fevereiro

Obras não estarão prontas para a volta às aulas

Ano inicia com inflação elevada na cidade

Mais de 50 mil preservativos Escola técnica serão distribuídos Aulas não iniciarão A Secretaria Municipal da Saúde de no mês que vem Caxias do Sul pretende aumentar em 20% a quantidade de preservativos distribuídos nas unidades básicas de saúde este mês. No total, serão mais de 50 mil unidades, enviadas pelo Ministério da Saúde. A partir da próxima semana, com a realização da Festa da Uva, os preservativos também estarão à disposição junto aos Pavilhões do Parque Mário Bernardino Ramos e nas ações de agentes em vários pontos da cidade.

As aulas na unidade de Caxias do Sul do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS), conhecido como Escola Técnica, não iniciarão mais em março, como pretendia a diretora do campus, Giselle Ribeiro de Souza. A causa da mudança de planos é um atraso na publicação de uma autorização do governo federal para a nomeação dos professores que lecionarão na escola.

QUINTA | 11 de fevereiro Trem regional

Estudos começam em março Uma equipe da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e da Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre (Trensurb) se reuniu com a prefeitura de Caxias na quinta-feira. No encontro foram discutidas as estratégias para o estudo de viabilidade técnica que será realizado a partir de março para a implantação do trem regional. Essa avaliação custará R$ 400 mil e está sendo financiada pelo governo federal. Ainda não há prazo para a sua conclusão, mas ao final dos trabalhos deve ser apresentado um diagnóstico definitivo sobre a viabilidade do trem para a Serra.

SEXTA | 12 de fevereiro Randon

Confronto com detenções e feridos marca paralisação Funcionários da Randon paralisaram a produção desde quarta-feira, dia 10. O motivo do protesto é o descontentamento com o percentual recebido pelo Programa de Participação de Resultados (PPR). Na sexta-

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feira, houve conflito entre o Sindicato dos Metalúrgicos e Brigada Militar. O presidente do sindicato e vereador do PCdoB, Assis Melo, foi detido. “Foi humilhação, ficar de pé. Fiquei uma hora com as algemas, o braço arrochado. Precisou a Comissão de Direitos Humanos ir lá para eles tirarem as algemas”, contou Assis. “A ação nunca é suave. Ela sempre vai criar um tipo de trauma. Mas o clima foi criado pelo sindicato”, disse o comandante do 12º BPM, tenente-coronel Júlio César Marobin. “Como presidente da Comissão dos Direitos Humanos, vou entrar em contato com o comandante Marobin e exigir uma resposta deste ato de violência”, reclamou o vereador Renato Oliveira (PRB). Segundo Maria Tereza Casagrande, gerente administrativa da Randon, a empresa vai manter sua posição, já que está seguindo as normas do seu PPR. “Vamos cumprir o que está acordado com nossos funcionários. Acho que, entre aspas, não devemos nada aos nossos funcionários. É a regra do jogo” Na tarde de sexta-feira, o Sindicato dos Metalúrgicos e a Randon se reuniram na Justiça do Trabalho, mas não chegaram a um acordo. A empresa não aumentará o PPR e o sindicato promete continuar paralisando a produção.

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O Caxiense

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Roberto Hunoff roberto.hunoff@ocaxiense.com.br

Obstáculo à recuperação

A NC2, empresa criada a partir da associação da Navistar e Caterpillar, confirmou que terá fábrica para a produção de caminhões no Brasil. Tudo indica que será em Guaíba, ocupando parte da área de 900 hectares desapropriada para o projeto da Ford, que não se consumou no início da década de 90. Os detalhes do projeto serão anunciados em março. Atualmente a International Caminhões, controlada da Navistar, mantém parceria com a Agrale, que monta os veículos para exportação. Com a fábrica própria desdobram-se duas situações. É pouco provável que a parceria com a Agrale se mantenha além de 2012, quando se espera que a fábrica esteja pronta. A não ser que por aqui se concentre a produção de caminhões para exportação. Em compensação, abre-se um novo e potencial cliente para a indústria de autopeças de Caxias e região, que precisa, desde já, se preparar para este momento.

No ano passado, nesta mesma época, as preocupações estavam centradas em buscar soluções para minimizar ao máximo os impactos da crise financeira mundial, principalmente quanto à manutenção dos quadros funcionais. A flexibilização de jornada, adotada por quase 30 empresas da cidade, com aval dos trabalhadores, poupou o emprego de muita gente. Houve quem projetasse até 15 mil demissões sem a medida. Mesmo assim, seis mil ficaram sem emprego na indústria metalúrgica. Número de empregos formais 2009

Maicon Damasceno/O Caxiense

48,9

Otimismo cauteloso

A indústria metalúrgica da região fechou o ano passado com retração de 11% em seu faturamento, que chegou a R$ 14,3 bilhões – Caxias do Sul participa com 82%. Todos os mercados apresentaram queda, mas foi nas exportações que a crise se acentuou. O volume de negócios com o exterior caiu quase 40%, pouco mais de R$ 1,2 bilhão, e 10% de representatividade no faturamento total de Caxias do Sul. A lembrar que este índice foi de 20% em 2005. Para 2010 reina o otimismo, com expectativa de reverter o quadro ainda no primeiro semestre. Mas o recado do presidente do Simecs, Oscar de Azevedo, é claro: tenhamos cautela, porque freadas e acelerações bruscas, como as recentes, são perigosas na economia.

Repaginação

Por duas semanas, a contar de segunda-feira, dia 15, a loja Volpato de Caxias do Sul estará fechada para a realização de uma ampla reforma. O atendimento será feito em sala localizada no Shopping Triches ou pelo SAC 0800 6453300. O investimento será na troca de todo mobiliário, adoção de sistemas modernos de vendas e criação de ambiente mais confortável.

Sem queixas

A Vonpar Refrescos, franqueada da Coca-Cola e distribuidora do portfólio da Femsa Cerveja Brasil no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, bateu recorde de faturamento em 2009. Ultrapassou a casa de R$ 1,6 bilhão, crescimento de 14% sobre 2008, e atingiu 60,3% de participação no mercado gaúcho e catarinense, de acordo com pesquisa de dezembro último da Nielsen. O índice é cinco pontos acima do que tinha no final de 2008. Em 2009 a empresa investiu R$ 150 milhões, dos quais R$ 120 milhões em marketing para ações de relacionamento com o consumidor, trade e promoção de novos produtos.

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O Caxiense

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Neste ano a situação é completamente oposta. São empresas em busca de mão de obra qualificada, dispensada durante a crise passada, e que buscou outras formas de sobrevivência. Criou seu negócio, migrou para outros setores da economia, o comércio em especial, ou voltou para suas cidades de origem. Na indústria metalúrgica de Caxias do Sul existem mais de 1,5 mil vagas à disposição de pessoal capacitado, como prenseiros, soldadores, ferramenteiros, todos para chão de fábrica.

47,9

JAN.

Fonte: Simecs

2008 48,3

48,5

49,7

50,2

50,7

51,3

51,6

51,8

51,9

50,6

49,9

47,6

45,9

45,0

44,2

43,7

43,2

43,4

43,9

44,7

45,9

46,5

FEV. MAR.

ABR.

MAI.

JUN.

JUL.

AGO.

SET.

OUT.

NOV. DEZ.

Problema nacional

Aço também preocupa

Encontrar este pessoal não será tarefa fácil, porque o problema é nacional. Na catarinense Joinville, por exemplo, a indústria plástica tem 500 vagas em aberto. A MVC, empresa do Paraná, onde a Marcopolo tem participação acionária, são mais 100. Isto tudo tem se refletido em outro fato: para reter ou contratar este trabalhador a empresa precisa elevar os salários. Para agravar o quadro, a notícia de que a Escola Técnica Federal só iniciará as aulas na metade do ano. A saída tem sido a capacitação emergencial dos novos trabalhadores, embora gere custo elevado para as indústrias, com reflexos na rentabilidade. Exemplo clássico vem da Randon. Seu diretor corporativo de operações, Erino Tonon, lembrou em recente encontro público que a empresa investiu, no ano de 2009, mais de R$ 4,3 milhões em treinamento, num total de quase 640 mil horas ou 80h/aula por trabalhador.

Outro obstáculo à recuperação é a oferta de aço, principal matériaprima da indústria metalúrgica de Caxias do Sul. Desde dezembro as empresas enfrentam instabilidade no abastecimento e, em alguns casos, a falta total, obrigando-as a investir na compra de insumos mais caros e nobres. É o caso do aço revestido, básico para os segmentos de ônibus, moveleiro e construção civil, e fornecido por uma única usina. Nos demais a falta é menos preocupante. O problema é o aumento que deve vir por aí. Para contrapor a política das usinas nacionais, o Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul já acionou o Ministério do Desenvolvimento cobrando medidas compensatórias, caso ocorram reajustes. Entre elas, isenção da taxa de importação. Calcula-se que o aço asiático custe, hoje, de 30% a 35% menos que o nacional.

A Duroline, fabricante de materiais de fricção para o mercado de reposição, conquistou a certificação ISO 9001, versão 2008. A auditoria foi realizada pela Det Norske Veritas (DNV).

A L&R Pedroni é a mais nova agroindústria em funcionamento na cidade. Localizada em São Marcos da Linha Feijó, comercializará ovos. A iniciativa é de Laércio e Roseli Pedroni.

Curtas

Especialização

A Universidade de Caxias do Sul, em parceria com PUC-RS, lançou o primeiro curso de Doutorado em Administração na modalidade Associação Ampla de Instituições de Ensino Superior. O processo seletivo está com inscrições abertas até o dia 22 de fevereiro, com início das aulas previsto para março. O doutorado tem como linha de pesquisa Gestão da Inovação e Competitividade. O número está limitado a oito participantes.

Tecnologia avançada

A Tone Derme, empresa caxiense focada na fabricação de equipamentos para a medicina, estética, genética e fisioterapia, registrou crescimento de 34% no seu faturamento em relação a 2008. Para 2010, a expansão projetada é de 70%. Parte virá de ações no exterior, como a busca de novos mercados na Europa e no Japão. A empresa já tem distribuidores na Colômbia, na República Dominicana, Venezuela, no Equador, Panamá, Peru e nos Estados Unidos, além do Brasil. A meta é abrir 20 novos distribuidores no ano. Na linha de produtos as novidades estarão centradas na biologia molecular. A empresa de Caxias do Sul é pioneira na fabricação nacional de termocicladores, usados para exames de DNA. E prepara novidades para este segmento.

Contestação

A empresa que teve aumento no seu Seguro Acidente de Trabalho (SAT), por conta do FAP (Fator Acidentário de Prevenção), tem prazo até o dia 20, sexta-feira, para ingressar com ação judicial, contestando o aumento. Instrumento que flexibiliza a alíquota para acidentes laborais, o FAP prevê redução ou multiplicação do SAT das empresas a partir de índices resultantes de um cálculo previdenciário. O mecanismo entrou em vigor em janeiro deste ano e, ainda que preveja a redução do seguro acidente, gerou mais custos às empresas. Em alguns casos, segundo especialistas, de até 100%. A ação judicial objetiva pleitear a suspensão da aplicação dos novos valores da alíquota antes do vencimento da primeira parcela.

Ganhando espaço

Com base no desempenho atual, o consumo de aço em Caxias do Sul deve subir para 850 mil toneladas neste ano, alta de 51% sobre o volume de 2009, que representou queda de 21% na relação com o exercício anterior. Concretizada esta projeção a cidade terá consumido 58% do aço que vem para o Estado, três pontos acima do registrado em 2009. O Brasil deve produzir em torno de 31 milhões de toneladas para uma capacidade instalada de 41,5 milhões de toneladas. S e m an alm e nte n a s b an c a s , di ar i am e nte n a inte r n e t .

Mariana Granzotto, Div./O Caxiense

Respingos aqui


Estúdio Mancuso e Fonini, Acervo Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami/O Caxiense

Festa da Uva

Em 1º de junho de 1910, boa parte das “trinta e duas mil almas” que habitavam Caxias compareceu à Estação Férrea

UMA FESTA PARA A

HISTÓRIA

QUE TRILHAMOS

o

por GRAZIELA ANDREATTA graziela.andreatta@ocaxiense.com.br compasso do trem vai ditar o ritmo da Festa da Uva que começa na próxima quinta-feira com a promessa de fazer turistas e caxienses viajarem pelo tempo e pela história de Caxias do Sul. O tema da edição deste ano, Nos trilhos da história, a estação da colheita, deve estar presente em tudo: nos Pavilhões, nos desfiles de carros alegóricos, na decoração das lojas e nas muitas histórias que as pessoas irão ouvir e conhecer se decidirem assistir às 941 apresentações, realizadas em 12 locais fixos do parque, entre 18 de fevereiro e 7 de março. É que este ano a Festa da Uva comemora os 135 anos de imigração italiana, os 120 anos de município e o centenário da chegada do trem e da elevação à categoria de cidade. O trem, aliás, tem tudo para dividir o estrelato dessa Festa com a uva, rainha absoluta das 27 edições anteriores do evento que acontece desde 1931 com o objetivo principal de festejar a vindima. E não é para menos. “Duas iniciativas levaram Caxias ao que ela é hoje: a estrada de ferro e a Festa da Uva”, resume o jornalista caxiense Jimmy Rodrigues, 84 anos, que dedicou quase toda a vida a descrever os fatos e a história da cidade. Jimmy não é descendente de italianos, como a maioria das pessoas que viviam aqui quando ele nasceu. “Por parte do meu pai, sou gaúcho de bota e bombacha. E por parte da mãe, sou Villas Boas, sobrenome português”, orgulha-se. A primeira recordação

que ele tem da Festa da Uva também não tem nada de italiana. E está diretamente ligada ao trem. A avó de Jimmy morava perto da Estação e era funcionária da rede ferroviária – numa época em que as mulheres trabalhavam apenas como professoras, enfermeiras ou domésticas. “Meu avô era maquinista, mas ele morreu prematuramente e a viação, com pena da minha avó, que ficou com cinco filhos para criar, deu a ela um emprego”, relata. A avó de Jimmy tinha função pesada para uma mulher. um pouco difícil de se compreender hoje, mas muito importante para a época. Ela alimentava com lenha uma espécie de fornalha, que produzia o vapor usado no motor que bombeava a água de um poço até a caixa d’água da estação, localizada em um ponto bem mais alto. O poço não existe mais, mas o reservatório permanece no mesmo lugar e pode ser visto ainda hoje de diversos pontos do bairro São Pelegrino. Ele servia para abastecer os trens que, em época de Festa da Uva, chegavam sem parar. “Eu era pequeno e lembro da minha avó trabalhando a noite toda para manter acesa a fornalha que bombeava água para a caixa, já que a Festa da Uva fazia aumentar o movimento de trens e, consequentemente, era preciso ter mais a água. Lembro-me ainda da imagem dela sentada ao lado da fornalha lendo a Bíblia em alemão. Fez isso por muitas Festas da Uva. Até morrer.” A Estação Férrea de São Pelegrino foi totalmente abandonada após a desativação do trem. Mas começou a ser restaurada em 2006. Foram recuperados o prédio da Estação, onde hoje

A partir de quinta-feira, Caxias celebra o centenário de dois marcos: a chegada do trem e a elevação à categoria de cidade funciona a Secretaria da Cultura, e o criança travessa. “Esse poço que abasDepósito de Cargas, que é usado por tecia o trem ficava no meio de um açuprojetos da Secretaria. Ainda falta re- de onde eu adorava brincar. Ali havia cuperar a Oficina e a Casa do Admi- também um campinho de futebol e nistrador da estação, que hoje é usada dois jacarés, sendo que um deles morcomo moradia particular. reu atropelado pelo trem e outro acaDos 13 quilômetros de estrada de bou desaparecendo. O trem era só um ferro do perímetro de Caxias, a maio- dos lugares onde eu fazia molecagens”, ria não existe mais. O secretário da diverte-se o jornalista, que costumava Cultura, Antonio Feldmann, diz que entrar escondido nos vagões quando um estudo que será realizado a partir eles faziam a volta na estação. de março pela Universidade Federal de Quando fez a primeira viagem lonSanta Catarina (UFSC) ga, ele já era adulto deverá apontar o que e recém-casado. “Foi restou do patrimônio “Duas iniciativas minha viagem de núpférreo. “Acredito que levaram Caxias cias a Porto Alegre. para um veículo leve Viajamos o dia inteiro ao que ela é sobre trilhos nem seria e tínhamos que usar possível mais aprovei- hoje: a estrada um tipo de guarda-pó tar essa estrutura. Mas de ferro e a branco para proteger a é importante saber o Festa da Uva”, roupa da fumaça e até que existe e o que pode evitar que uma cinza resume o ser aproveitado.” ainda quente pudesse Feldmann conta que jornalista queimá-la.” o estudo foi encomen- Jimmy Rodrigues Mais tarde, como dado pelo governo fejornalista, Jimmy pôde deral com o objetivo compreender a imporde avaliar a viabilidade de uma linha tância da estrada de ferro e do que ela de passageiros ligando Caxias a Bento trazia e levava da cidade. E era muito Gonçalves. “O patrimônio é do gover- mais do que passageiros. “Na Rádio no federal. Mas a prefeitura contribui- Caxias se dizia ZYF3, Rádio Caxias, a rá com os pesquisadores no que for voz da metrópole do vinho.” Até hoje, possível. A reativação desse tipo de ele não se conforma com o fim destransporte seria muito importante para se meio de transporte. “Enquanto na a região.” Europa se cavava um túnel para ligar a França e a Inglaterra por trens, aqui O jornalista Jimmy Rodrigues se acabava com eles. Ainda não entenconta que demorou para entender a di qual foi a inteligência que teve essa importância do trem. Ele lembra que ideia.” o barulho do apito o irritava e que as O trem foi um dos marcos do deestações tinham outros atrativos mui- senvolvimento de Caxias e também to mais interessantes aos olhos de uma um dos fatores determinantes para que

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13 a 19 de fevereiro de 2010

O Caxiense

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O coordenador de projetos especiais da Secretaria, Eduardo Dall’Alba, comandou a equipe que elaborou o tema da Festa com a atenção voltada para essas datas e para a importância que os caxienses dão a itens como a tradição, o resgate das origens, a integração e o desenvolvimento da cidade. “Nos trilhos da história, a estação da colheita tem inúmeros significados. Mas uma das leituras que se pode fazer é que essa cidade, na qual o desenvolvimento passou pelos trilhos do trem, hoje pode colher seus frutos, que são muito mais do que apenas a uva”. Essa passagem do tempo, que parece tão grande para muita gente, poderá ser revisitada de múltiplas maneiras nessa Festa. Imagens, sons e objetos que integram esses pouco mais de

presente. O que para muitos será uma novidade, para ela será apenas o resgate de um conjunto de situações que ela vivenciou. Tia Itália é uma senhora franzina e sorridente, com uma memória impressionante. Sofre de catarata, seu único problema de saúde, que não lhe deixa enxergar direito, mas também não lhe impede de lembrar das cenas que presenciou quando ainda via tudo com nitidez. Ela trabalhou na roça, plantou uva e ajudou a produzir vinho desde pequena. “As crianças eram encarregadas de esmagar as uvas com os pés. Não era tão divertido assim quanto parece, porque era trabalho sério, embora fôssemos muito jovens. A gente acabava de esmagar uma cesta e já despejavam outra.” Mais tarde, tia Itália ficou encarre-

para passar a rua. E a Sinimbu era um matagal cheio de buraco. Eu ia visitar meu irmão, que morava em São Pelegrino, e passava por essa rua a pé. Só mais tarde colocaram transporte.” Da Festa da Uva, Itália tem principalmente duas lembranças. A primeira é de 1933. “Lembro que a rainha era uma filha do Eberle”, diz, referindo-se a Adélia Eberle (ninguém menos do que a primeira soberana da Festa). Sua outra recordação é da visita que o presidente Getúlio Vargas fez à cidade em 1954, ano em que inaugurou o Monumento ao Imigrante. Ele se hospedou na casa do presidente da Festa da Uva daquele ano, Júlio Ungaretti, onde Itália trabalhou como doméstica. “Lembro do Getúlio tomando chimarrão no jardim. É como se eu pudesse vê-lo ainda hoje. Querido, era gordo”. Maicon Damasceno/O Caxiense

fosse elevada à categoria de cidade. Ela havia deixado de ser uma colônia de São Sebastião do Caí ainda em 1890, quando recebeu a distinção de vila e se tornou uma unidade autônoma. Já fazia 15 anos desde o início da imigração italiana na região, e Caxias já era independente, com produção agrícola, casas de comércio e um princípio de indústria. Mas ainda faltava o reconhecimento oficial de sua importância, que só veio com o decreto assinado em 1º de junho de 1910. O texto da época era bastante rebuscado: “O Presidente do Estado do Rio Grande do Sul, considerando que o movimento commercial e industrial da villa de Caxias cada vez avulta mais, principalmente, após a sua ligação férrea a outros centros; considerando também que esse municipio conta ac-

A primeira lembrança que o jornalista Jimmy Rodrigues, 84 anos, tem da Festa da Uva está relacionada ao trem – e, para ele, não há como separar as duas coisas

tualmente população superior a trinta e duas mil almas; resolve, no uso da attribuição que lhe confere o artigo 7º da Constituição, decretar: Artigo 1º - fica elevada à categoria de cidade a villa de Caxias (...)”. O diretor da Secretaria Municipal da Cultura, João Tonus, explica que a Festa da Uva decidiu comemorar os marcos mais importantes da cidade na Festa da Uva de 2010 por uma coincidência, já que todas elas completariam datas redondas este ano. “Mas foi uma oportunidade que tivemos de poder contar a história da cidade através do tempo.”

APEDIDO

100 anos de Caxias vão estar representados nas estações temáticas dos pavilhões, nos desfiles de carros alegóricos e nas recordações de pessoas que viveram, se não toda, pelo menos a maior parte da trajetória da cidade. É o caso de Olívia Itália Zanol, ou simplesmente tia Itália, como é mais conhecida. “Se eu morrer e me chamarem de Olívia não aparece ninguém no velório”, brinca. Com 100 anos completados no ano passado, ela viu a evolução de Caxias acontecer diante de seus olhos e até participou de alguns episódios importantes, na maioria das vezes como coadjuvante, mas sempre

gada de capinar e cuidar dos legumes, desde a plantação até a comercialização, o que a colocou em contato com a área urbana e permitiu que pudesse acompanhar seu desenvolvimento. “Todas as noites, preparava uma cesta para, de manhã cedo, ir para a cidade vender de casa em casa. Eu percorria quase toda Caxias”. A cidade não era grande como hoje. Mas também não era tão pequena. Itália morava em Santa Corona, onde vive hoje. Ou seja, a caminhada era longa. “Não tinha ônibus na época. A Avenida São Leopoldo tinha capoeira e um potreiro, que eles roçaram mais tarde

Itália viu chegar o rádio e a tevê – e gostou dos dois. Pescou lambaris no Arroio Pinhal e já teve como principal diversão ir à missa aos domingos, como faziam todas as famílias de origem italiana. Hoje, sua principal ocupação é orar. Reza cinco terços por dia, “un pò per i santi, un pò per la gente” (um pouco para os santos, um pouco para as pessoas). Um deles, no entanto, é dedicado especialmente ao presidente Lula, de quem é fã. “Ler, não posso mais; nada, não faço; então eu rezo”, simplifica. A tradição italiana continua sendo seguida à risca na casa dessa senhora

ESCLARECIMENTO À SOCIEDADE

A Randon S.A Implementos e Participações vem a público para lembrar que sua trajetória de 60 anos de atividades foi construída com base no trabalho, na verdade, na seriedade e principalmente no respeito aos seus funcionários para quem mantém diferenciados programas de valorização. No recente episódio do Programa de Participação nos Resultados (PPR), que motivou o questionamento de alguns funcionários, através de seu sindicato de classe, a empresa reafirma que pagou o valor calculado conforme estabelecido no Programa PPR, fruto do resultado aferido no segundo semestre de 2009, e que é do conhecimento dos funcionários que acompanharam o desempenho mensalmente. A cada semestre, a empresa distribui até 8% do lucro, o que está acima do proposto no projeto da nova lei, que tende a estabelecer um percentual de 5%. Também é do conhecimento de todos que o PPR não é corporativo. Cada uma das empresas que integram o grupo Randon conta com o seu PPR específico e com diferentes resultados em função de indicadores, metas e lucro. Esta forma de remuneração variável adicional foi instituída na Randon em 1994, antes da vigência da lei que instituiu a participação nos lucros, sendo revisada periodicamente por comissões de representantes dos funcionários e da empresa e com a participação do sindicato da categoria, portanto, conhecedor dos critérios previamente estabelecidos. Pelas razões expostas, nos causa estranheza a atitude do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos que lidera a paralisação das atividades na Randon, causando prejuízo não só à empresa mas também aos funcionários, pois o próprio PPR do corrente semestre será afetado, uma vez que haverá menos dias trabalhados e, consequentemente, menor receita e menor lucro a ser distribuído. Ressaltamos que as Empresas Randon oferecem à sociedade empregos de alta qualidade, com reconhecimento nacional, e por isso, estiveram várias vezes entre as 10 Melhores Empresas para se Trabalhar no Brasil. A FIRMA ESTÁ RECONHECIDA NA FORMA DA LEI Diretoria das Empresas Randon

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Maicon Damasceno/O Caxiense

Aos 100 anos, tia Itália acompanhou de perto a história e a evolução de Caxias, que serão lembradas nesta edição da Festa

que adora café preto e não troca por nada uma refeição com pão, queijo, salame e salada de radicci, sua favorita. “Nunca fiz dieta e nunca fiquei doente. Salame me faz bem. Remédio é que faz mal”, garante. Tia Itália mora sozinha, porque não quer ninguém por perto incomodando. Mas sua casa fica ao lado da residência de duas sobrinhas, que cuidam dela – quando precisa e quando deixa. Sua principal companhia é um gato chamado Mickey e as estátuas de santos para quem reza. Ela diz que não esperava chegar aos 100 anos, principalmente com a saúde que tem hoje. E em abril completará 101. “Até que Deus me deixa, eu fico aqui. Deus ou o Diabo, né. Não se sabe”, brinca. A simplicidade de tia Itália e o modo como ela conta os fatos que viveu e presenciou não são exclusividade dela. É uma das peculiaridades de Caxias, que cresceu mas manteve suas características coloniais, seja na culinária, no modo de falar ou nos hábitos do cotidiano. E é tão forte que até quem vem de outras cidades para viver aqui acaba assumindo essa cultura. Isso se reflete também na Festa da

Uva. No livro Festa e Identidade, Cleodes Maria Piazza Julio Ribeiro fala da relação das pessoas daqui com a comemoração e do orgulho que sentem. “Se até hoje ela é uma festa emblemática não só para os caxienses, mas para toda a Região Colonial Italiana, é porque ela provavelmente foi, e talvez continue sendo, a oportunidade mais destacada para o povo de Caxias do Sul e da região contar e cantar, para si próprio e para os que celebraram com ele, a sua própria história”. Pensando também nisso, a Comissão Comunitária da Festa da Uva de 2010 procurou ampliar o resgate histórico para além do tema do evento. As mudanças programadas para os Pavilhões também tiveram esse objetivo. Quem visitar o parque passará por 15 estações temáticas, sendo que em cada uma delas haverá palcos e lugares par as pessoas sentarem. “As estações dos trens eram os lugares onde as pessoas paravam, descansavam. A nossa ideia segue essa linha. Os visitantes poderão passear pelos estandes e, em cada estação, se desejarem, parar para descansar antes de seguir o itinerário”, explica o diretor-geral da Secretaria de Cultura, João Tonus.

Algumas estações terão atrações in- da Secretaria, Eduardo Dall´Alba, enterativas, em uma tentativa de fazer o tende que não há como deixar de reavisitante viajar no tempo e na cultura lizar as feiras comerciais e industriais, com a ajuda da tecnologia. Mas, na porque elas fazem parte da tradição do maioria dos lugares, os atrativos serão evento caxiense. Mas acredita também simples: um cenário que as pessoas que não inspirado no passado, gostam da feira devem bancos de praça, apre- “Essa Festa é ter a opção de simplessentações culturais tra- um convite para mente festejar. “Estadicionais, como música mos tentando fazer que as pessoas e teatro, ou simplesmais do que um resgate mente caxienses que embarquem do tempo em que a fesgostam da Festa da Uva em uma viagem ta era somente festa. e estarão dispostos a inesquecível Queremos trazer de transmitir isso a quem volta o aconchego para de alegria e visitar seus estandes. a Festa da Uva”. A intenção é tentar de emoção”, O presidente da Cofazer cada vez mais as destaca Palavro missão Comunitária, pessoas se sentirem em Gelson Palavro, diz que uma festa, onde elas a edição deste ano está poderão passar uma hora ou um dia sendo elaborada para emocionar os inteiro, com todas as opções que uma visitantes. Ele lembra que haverá atracelebração pode ter. “As feiras indus- ções culturais em todos os espaços do triais da Festa da Uva perderam seu parque para que as pessoas tenham, o significado há alguns anos, quando tempo inteiro, o sentimento de particicada setor passou a realizar suas pró- par de uma comemoração. “Essa Festa prias feiras. Hoje, o que existe é um da Uva é um convite para que as pesmovimento que vem crescendo a cada soas embarquem em uma viagem inesedição para tornar a Festa da Uva mais quecível de alegria e de emoção. Quem festiva”, explica Tonus. visitar a Festa vai realmente se emocioO coordenador de projetos especiais nar”, garante o presidente.

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Guia da Festa

Fotos: Maicon Damasceno/O Caxiense

Estações temáticas recebem visitantes com singelos abraços e tecnologia sofisticada

Ingressos à venda nas bilheterias dão direito a todos os shows; no pórtico de entrada, a Estação do Abraço; Salão Paroquial servirá almoço colonial

Horário dos Pavilhões Segunda a sexta: das 14h às 22h Sábado e domingo: das 9h às 22h

Ingressos

Menores de 10 não pagam. Todos os shows e apresentações culturais no parque já estão incluídos no valor dos ingressos Segunda a quarta: R$ 7 (geral) e R$ 3,50 (acima de 60 anos) Quinta a domingo: R$ 10 (geral) e R$ 5 (acima de 60 anos)

Estacionamento

Os pavilhões têm dois estacionamentos: o tradicional, em frente ao portão principal, e outro lateral, também na Rua Ludovico Cavinatto, porém com entrada pelo Portão 8 (abaixo do monumento Jesus Terceiro Milênio). Segunda a quarta: R$ 7 Quinta a domingo: R$ 10

Estações

Os espaços nos pavilhões da Festa da Uva serão divididos em estações. No total, serão 15 estações, que servirão para demarcar e dividir áreas específicas. Em cada uma delas haverá lugar para as pessoas se sentarem e descansarem, além de atrações culturais como exposições, esquetes teatrais e apresentações musicais. As atrações interativas também serão instaladas em algumas dessas estações. Estação do Abraço | No pórtico de acesso do Parque de Exposições. É onde os visitantes serão recebidos com abraços Estação das Soberanas | Onde a Rainha e as Princesas irão cumprimentar os visitantes, no alpendre do Centro de Eventos Estação da História e da Colheita | No primeiro andar do Centro de Eventos. Nesse espaço ficará a exposição de uvas

Estação do Conhecimento | Localizada no térreo do Centro de Eventos, retratará a Universidade de Caxias do Sul Estação da Comunicação | Na saída

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do Centro de Eventos para o Pavilhão 1. O tema dessa estação será a primeira transmissão de televisão em cores ao vivo no Brasil Estação da Serra | No Pavilhão 1, abrigará as vinícolas Estação da Colônia | Entre o Pavilhão 1 e o Restaurante, o espaço abrigará a Casa do Colono, a padaria e os fornos Estação do Trabalho | Localizada no interior do Pavilhão 2, homenageará o trabalhador Estação Praça da Convivência | Na antiga Praça de Alimentação do Pavilhão 2, essa estação deve mostrar diversidade cultural brasileira Estação da Música | Na estrutura coberta para shows. Essa estação contará com o palco principal para os grandes shows nacionais e um palco auxiliar para apresentações locais Estação da Fé | No Monumento Jesus do Terceiro Milênio. Durante a Festa da Uva, devem ser realizados cultos típicos e missas crioulas Estação da Leitura | Na Casa de Vidro, organizada pela Biblioteca Pública Estação da Saúde | Ao lado da Estação da Leitura, na Casa de Vidro. Neste espaço devem ser prestados serviços de saúde, como medição da pressão arterial, glicose, exames de visão, entre outros Estação do Gaúcho | Na antiga arquibancada do Som & Luz. A exposição de artefatos e artigos na forma de museu deve ser a característica do espaço Estação da Réplica de Caxias 1885 | Nas Réplicas, que retratam a Vila de Santa Teresa, embrião de Caxias do Sul. É onde foi construído o novo Salão Paroquial

Desfiles

Os desfiles de carros alegóricos percorrem a Rua Sinimbu no trecho que vai da Rua Do Guia Lopes à Rua Moreira César e podem ser assistidos

da calçada. São cobrados somente os ingressos para ver as alegorias das arquibancadas situadas em frente à Catedral. Nesse caso, os valores são R$ 25 (área coberta e sentada) e R$ 15 (área coberta de pé ou descoberta sentada). Os ingressos podem ser comprados antecipadamente das 14h às 17h pelo telefone 3222-1875, ramal 203, diretamente na Réplica 6 dos pavilhões ou pelo e-mail rdaneluz@caxias.rs.gov.br. Quinta, 18 de fevereiro, 17h Domingo, 21 de fevereiro, 18h Quarta, 24 de fevereiro, 20h Domingo, 28 de fevereiro, 18h Quarta, 3 de março, 20h Sábado, 6 de março, 18h

Alimentação

Durante a Festa da Uva funcionarão 52 postos de alimentação, que servirão desde lanches rápidos até refeições completas, além de bebidas. A maior parte deles estará concentrada em uma grande praça de alimentação no Pavilhão 2. Mas haverá opções de comida também nos outros espaços do parque. Os preços serão de R$ 3 a R$ 25.

Salão Paroquial

O Salão Paroquial servirá aos finais de semana refeições semelhantes às que são servidas em festas coloniais, com sopa, carne lessa e galeto, entre outras opções. Diariamente, será realizado a partir das 16h o Café da Colônia, com comidas típicas como queijo, salame, copa, grôstoli e cuca. O lugar tem capacidade para 450 a 500 pessoas, e quem cuidará da alimentação serão os moradores dos distritos de Caxias. Diariamente, Café da Colônia, a partir das 16h: R$ 20 Sábados e domingos, almoço colonial: R$ 25

Shows

Durante todo o horário de funcionamento dos pavilhões haverá apresentações musicais nos palcos espalhados pelo parque. Mas, em algumas noites, serão realizados shows de destaque nacional e até internacional no palco principal. Não será necessário

pagar a mais para assistir a essas apresentações, pois o ingresso de entrada nos pavilhões já dá direito aos espetáculos. Entretanto, haverá entradas para uma ala vip (R$ 20) e dois tipos de camarotes, o prata (R$ 20) e o ouro (R$ 25). Alexandre Pires | Pagode, Sexta, 19 de fevereiro, 22h Bonde do Forró | Forró, Sábado, 20 de fevereiro, 22h Roupa Nova | Romântica, Sexta, 26 de fevereiro, 22h Leonardo | Sertanejo romântico, Sábado, 27 de fevereiro, 22h Armandinho | Pop, Quinta, 4 de março, 22h Jota Quest | Pop, Sexta, 5 de março, 22h César Menotti & Fabiano | Sertanejo, 6 de março, 22h Patrik Dimon | Pop internacional, Domingo, 7 de março, 20h

Posto de saúde

A Unimed terá um posto de atendimento gratuito na saída do Pavilhão 2, no final da alameda principal. Nesse local serão prestados os primeiros atendimentos caso algum visitante não se sinta bem. Uma ambulância também ficará no local para casos de emergência.

Passeios turísticos

Durante toda a Festa da Uva serão realizados passeios diários pelos roteiros turísticos do município com saídas dos pavilhões, passando pelos hotéis. Em cada dia será promovida uma atividade diferente nas áreas cultural, gastronômica e de aventura. A saída deve ocorrer sempre entre 8h30min e 9h, com retorno por volta das 14h. O agendamento deverá ser feito no dia anterior ou no mesmo dia, se ainda houver vagas, na Estação do Abraço, na entrada dos pavilhões. Informações: 0800-541-1875.

Parque de diversões

O Parque Tupã ficará instalado nos pavilhões durante a Festa da Uva, com 18 brinquedos adultos e infantis. Até o fechamento desta edição, os preços ainda não estavam definidos.

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l Jéssica e Rosana | Nativista. Sexta, dia 19, 19h | Estação do Gaúcho l Magnitude | Pagode. Sexta, dia 19, 19h | Estação da Música – Palco Auxiliar l Miguel Angelo | Música italiana.

l Grupo EDZ - Foco 3 Eventos | Sexta, dia 19, 14h | Quatro artistas, interpretando pessoas que viveram na época da chegada do trem – um maquinista, um empresário, um agricultor e uma dona de casa –, interagem com os visitantes, fazendo brincadeiras e falando italiano. Estação da Convivência l Médicos do Sorriso | Sexta, dia 19, 15h | Os atores Everton Pradella e Grasiela Müller apresentam a esquete

apresenta coreografias em trajes típicos que retratam diferentes regiões da Polônia. Estação da Serra l CTG Marco da Tradição | Sexta, dia 19, 18h e 20h | Apresentação de danças tradicionalistas. Estação da Serra

CORO/ORQUESTRA l Orquestra Municipal de Sopros de Caxias do Sul | Quinta, dia 18, 14h | O concerto é o evento de abertura da Festa da Uva 2010.

Maicon Damasceno, Div./O Caxiense

carolinebittencourt, Div./O Caxiense

l Alexandre Pires | Pagode. Sexta, dia 19, 22h | No show nacional da noite, o pagodeiro canta seus maiores sucessos. Além de canções da carreira solo, apresenta as do antigo grupo, Só Pra Contrariar, criado em 1989 em Minas Gerais, que ficou famoso anos 90 com hits como A barata e Que se chama amor. No repertório, músicas que todos sabem cantar, como Pode chorar, Sai da minha aba, Essa tal liberdade e Mineirinho. Estação da Música Palco Principal

Alameda em frente aos parreirais de uva

NON ONON, Divulgação/O Caxiense

BANDAS

l Giovani e Marilda | MPB e outros gêneros. Sexta, dia 19, 20h | Com mais de 10 anos de estrada, a dupla apresenta repertório com MPB, forró, música country, sertaneja, gaúcha, samba e covers de bandas internacionais. Restaurante Tulipa

Pagodeiro Alexandre Pires faz o primeiro show nacional; musical Celebration apresenta os talentos locais; Orquestra Municipal faz concerto de abertura

l Dan Ferreti | MPB. Quinta, dia 18, 18h | Músico caxiense apresenta o show intitulado Elis, o canto da saudade, com canções que se eternizaram na voz da cantora gaúcha Elis Regina – falecida em janeiro de 1982 –, como O bêbado e a equilibrista, Como nossos pais e Fascinação. Estação da Convivência l Adão Léo | Sexta, dia 19, 17h e 19h | Músicas ao saxofone. Estação das Soberanas l Declarasamba | Pagode. Sexta, dia 19, 20h | Estação da Música – Palco Auxiliar

Sexta, dia 19, 20h | Estação da Colônia l Puracaso | Pagode. Sexta, dia 19, 21h | Grupo toca músicas próprias, como História resumida e Feliz assim, e sucessos do pagode. Estação da Música – Palco Auxiliar l Só Se Kizé | Pagode. Sexta, dia 19, 17h | Grupo toca músicas próprias, como Nossa história, e sucessos do pagode. Estação da Música – Palco Auxiliar

TEATRO

l Dibobera | Pagode. Sexta, dia 19, 18h| Estação da Música – Palco Auxiliar

l C.I.A. Uerê | Sexta, dia 19, 14h | A Companhia Independente de Artistas recepciona os visitantes. Estação do Abraço

l Extudo | MPB. Quinta, dia 18, 20h | Estação da Convivência

l Grupo Aprontação Experimental | Sexta, dia 19, 14h | Apresentação de teatro de bonecos.

Não é sempre a mesma história – O fabuloso encontro entre o mui valoroso Don Quixote de La Mancha e a Chapeuzinho Vermelho. Personagens da literatura encontram-se na Festa da Uva e Don Quixote, ao mesmo tempo em que busca seus companheiros, ajuda a perdida Chapeuzinho. Também serão encenadas as esquetes de palhaço que o grupo Médicos do Sorriso costuma levar aos hospitais. Estação da Leitura l Tem gente teatrando | Sexta, dia 19, 14h | Com trajes típicos que fazem referência às réplicas da Estação, o grupo interage com os visitantes. Réplica

DANÇA l Auresóvia | Sexta, dia 19, 19h e 22h | Grupo de Danças Folclóricas Polonesas de Áurea, norte do Estado,

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Estação da Convivência l Coral Stella Alpina | Sexta, dia 19, 18h e 20h | Vindo de Piracicaba (SP), o coral folclórico traz canções trentinas, austríacas e italianas, com regência de Jânea Falcão. Estação das Soberanas l Coro Feminino Sylvinha Araujo | Sexta, dia 19, 19h | Coro da cidade de Mariana (SP). Estação da Colônia l Celebration | Sexta, dia 19, 20h | Espetáculo do Coral Municipal de Caxias do Sul interpreta a cultura rock, vinda dos anos 1950, 1960 e 1970, celebrando a pista de dança, a liberdade e a alegria de viver. O musical leva o público a uma viagem no tempo, guiada por uma trilha sonora que inclui The Mammas and the Pappas, Bee Gees, Abba e Donna Summer. Estação de Convivência

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Arte circense, show de reggae, teatro de bonecos e danças típicas são apenas uma pequena parte das atrações programadas para a Festa

todas as culturas cabem nos pavilhões

Integração e diversidade são as principais estratégias para encantar o público

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por CÍNTIA HECHER cintia.hecher@ocaxiense.com.br em só de cachos e vinhos é feita a Festa da Uva. As atividades culturais são o tempero principal do evento para atrair e, principalmente, manter os turistas circulando pelos Pavilhões. Com mais variedade do que as uvas expostas pelos corredores, há diversão para todos os gostos e idades. Alardeada como a Festa com maior número de atrações da história, esta edição terá em torno de 3 mil artistas distribuídos em 941 apresentações, divididas em espetáculos de dança, tanto tradicionalistas quanto típicas de países europeus, como Itália e Polônia, shows de bandas locais, grandes apresentações musicais de artistas reconhecidos nacionalmente e esquetes teatrais. De acordo com o secretário municipal de Cultura e diretor de Cultura da Festa, Antonio Feldmann, a interatividade é o principal meio de conquistar o público. Para tanto, o teatro tomará conta do Parque de Eventos. Logo na entrada, a Companhia Uerê fará jus ao nome da primeira estação dos Pavilhões: a do Abraço. Os componentes estarão recepcionando carinhosamente os visitantes. Quem vai dar as caras por lá também é o grupo Tem Gente Teatrando, coordenado pela atriz Zica Stockman. Atores estarão interagindo e improvisando com os turistas. Mais quatro artistas foram escalados pela Foco 3 Eventos, caracterizados como moradores locais da época da chegada do trem a Caxias, 100 anos atrás. O ator Davi de Souza se dividirá em três para atender a demanda teatreira da Festa. Como diretor, apresentará

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o espetáculo Não é sempre a mesma história – O fabuloso encontro entre o mui valoroso Don Quixote de La Mancha e a Chapeuzinho Vermelho, com os atores Grasiela Müller e Everton Pradella vivendo Chapeuzinho Vermelho e Don Quixote de La Mancha. O fidalgo chega nos Pavilhões em busca de seu fiel companheiro Sancho Pança e seu cavalo Rocinante e encontra uma perdida Chapeuzinho, mas percebe que ela não tem o coração cheio de bondade como no conto de fadas. Com a trupe dos Médicos do Sorriso, da qual é líder e idealizador, Davi se veste de palhaço para representar as mesmas esquetes que costumam realizar no Hospital da Unimed, onde animam pacientes adultos com piadas e canções. Uma das mais pedidas nos corredores hospitalares com certeza agradará ao tradicional público da Festa: Mérica, Mérica. A terceira face do ator é travestida de Dona Bastiana, sua conhecida personagem que, no Museu do Comércio, localizado nas Réplicas, levará o público às gargalhadas enquanto acolhe os visitantes e ajuda a resgatar partes da história caxiense. Os músicos locais também terão uma grande espaço, demonstrando na prática a diversidade cultural característica da atualidade. Com a capacidade de agradar gregos, troianos, italianos ou qualquer outra etnia que se faça presente, os shows abrangerão desde ritmos tradicionais, como música típica e nativista, até aqueles considerados mais distantes do público cativo da Festa. Um dos exemplos é a noite da quarta-

feira, 3 de março, com a Estação da anos 50 a 70. Outra atração tem caracMúsica dedicada exclusivamente ao terística circense: os artistas coloridos heavy metal e suas vertentes. A intitu- do Tholl – Imagem e Sonho, que se lada Noite do Metal abrigará bandas apresentam com acrobacias, malabada região que tocam o ritmo pesado. res, monociclos e figurino impecável. A Estação da Música, localizada no reDe acordo com o diretor do Deparcém inaugurado Espaço Multicultural, tamento de Arte e Cultura Popular da será formada por um palco principal e Secretaria Municipal de Cultura, Elvium auxiliar. No menor, as atrações fa- no Santos, há diferentes motivos para rão referência ao show do palco maior. a escolha das atrações. Os shows de “No dia em que se apresenta um cantor maior investimento, os nacionais, são sertanejo, por exemplo, o palco auxi- definidos para contemplar a maioria liar terá apresentações de cantores e da população. “No início, são escogrupos sertanejos de Caxias. As pesso- lhidos 150 nomes e depois vamos reas que estiverem aguarduzindo até chegar ao dando o show nacional número final”, explica terão a oportunidade Santos. Os shows locais de conhecer um pouco Atores vão também apelam para a mais os nossos grupos”, receber os variedade, mas com o explica Feldmann. diferencial da criação visitantes no O palco princide fomento. Como são parque de pal será ocupado por diversos artistas de diatrações nacionais, exposições, ferentes partes da cidaintegrando diversos que terá 941 de, eles atraem público públicos. A primeira apresentações em variado e geram uma grande atração será maior nos 18 dias, reunindo circulação no primeiro sábado da Pavilhões. “O objetivo Festa: o pagodeiro Ale- 3 mil artistas é ter todo mundo denxandre Pires, vocalista tro da festa.” do extinto grupo Só Uma das atividades Pra Contrariar. Seguindo o rastro, vi- de preparação para a Festa é a distrirão mais dez nomes, como Jota Quest, buição de 20 mil CDs da dupla de serLeonardo e Roupa Nova. Os shows tanejo universitário Cesar Menotti & nacionais ocorrerão sempre às 22h, de Fabiano em diversos pontos da cidade, quinta a domingo. como postos de gasolina e lojas, além de pessoas entregando o material na Corais com músicas típicas rua mesmo. Tudo para o público chepercorrerão as estações. Grupos de gar afinado no show da dupla, que irá danças folclóricas bailarão pelos Pa- gravar um DVD ao vivo nos Pavilhões. vilhões. O Coral Municipal de Caxias Com um repertório de atrações tão do Sul apresentará o espetáculo Cele- amplo, a Festa da Uva está preparada bration, que abraça os espectadores em para agradar os visitantes durante seus uma viagem no tempo, comemoran- 18 dias. Não deixará ninguém voltar do a alegria de viver com músicas dos para casa de olhos e ouvidos vazios.

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Clodoveu Ramos , Divulgação/O Caxiense

Arquivo grupo quiquiprocó, andréa Peres, Divulgação/O Caxiense

Arquivo andréa Peres, Divulgação/O Caxiense

Divulgação/O Caxiense

Festa da Uva


Guia de Cultura

guiadecultura@ocaxiense.com.br

Carnaval em múltiplos ritmos, monstros e heróis no cinema e vestidos no museu l 2012 | Aventura. De sábado a quinta, 20h | Mensagem de catástrofe iminente irá destruir a Terra, baseada no calendário maia, é espalhada por radialista de estação pirata. Com John Cusack, Danny Glover e Woody Harrelson. Dirigido por Robert Emmerich. Censura 12 anos, 161 minutos, dublado. UCS Cinema R$ 10 e R$ 5 (para estudantes e sênior) | Francisco Getúlio Vargas, 1.130 | Galeria Universitária l A Princesa e O Sapo | Animação. De sábado a quinta, 16h | Jovem beija sapo para ele voltar a ser príncipe, mas algo dá errado: a jovem é que vira sapo. Censura livre, 97 minutos, dublado. UCS Cinema l Alvin e os Esquilos 2 | Comédia. De sábado a quinta, 14h e 16h | Trio de esquilos participa de um concurso de bandas, mas um dos concorrentes é grupo formado por três fêmeas, as Chipettes. Dirigido por Tim Hill. Censura livre, 94 minutos, dublado. Pepsi GNC 5 - Shopping Iguatemi Segunda e quarta-feira (exceto feriados): R$ 11 (inteira), R$ 7,50 (Movie Club Preferencial) e R$ 5,50 (meia entrada, crianças menores de 12 anos e sêniors com mais de 60 anos). Terça-feira: R$ 6,50 (promocional) Sexta-feira, sábado, domingo e feriados: R$ 13 (inteira), R$ 10 (Movie Club Preferencial) e R$ 6,50 (meia entrada, crianças menores de 12 anos e sêniors com mais de 60 anos). RSC-453 nº 2.780, Distrito Industrial | 3209-5910

l A Hora da Estrela | Drama. De quinta a domingo, 20h | Baseado em livro homônimo de Clarice Lispector, filme conta a história de nordestina que vai para a cidade grande. Ela começa a namorar mas uma colega de trabalho rouba o pretendente, sob orientação de uma cartomante. Dirigido por Suzana Amaral. Com Marcélia Cartaxo, José Dumont e Fernanda Montenegro. 96 minutos. Sala de Cinema Ulysses Geremia R$ 1,99 | Luiz Antunes, 312, Panazzolo | 3901-1316 | 100 lugares l Embarque Imediato | Comédia. De sábado a quinta, 16h10, 18h20 e 20h20 | Supervisora impede que garçom de aeroporto embarque clandestinamente em voo e acaba se envolvendo com ele. Dirigido por Allan Fiterman. Com Marília Pêra e José Wilker. Classificação 14 anos, 87 minutos. Pepsi GNC 1 – Shopping Iguatemi l Eu me lembro | Drama. De quinta a domingo, dia 28, 20h | Vida de jovem desde o nascimento, impacto da morte da mãe e raiva pelo pai, até a fase adulta, acompanhada paralelamente pelos acontecimentos do Brasil nas décadas de 1950, 1960 e 1970. Dirigido por Edgard Navarro. Com Lucas Valadares. 108 minutos. Sala de Cinema Ulysses Geremia R$ 1,99 | Luiz Antunes, 312, Panazzolo | 3901-1316 | 100 lugares l High School Musical – O Desafio | Musical. De sábado a quinta, 13h45 | Versão nacional do sucesso americano, adolescentes voltam às aulas e resolvem participar de concurso de

l Invictus | Drama. De sábado a quinta, 15h45, 18h30 e 21h10 | Nelson Mandela, recém saído da cadeia e eleito presidente da África do Sul, resolve usar o rúgbi como meio de unir a população do país ainda devastado pelo apartheid. Para isso, incentiva a seleção nacional a ser campeã da Copa do Mundo de Rúgbi, realizada no país pela primeira vez. Dirigido por Clint Eastwood. Com Morgan Freeman e Matt Damon. Censura livre, 134 minutos, legendado. Pepsi GNC 3 – Shopping Iguatemi l Lua Nova | Aventura. De sábado a quinta, 17h40 | Nova aventura da saga Crepúsculo. Vampiro adolescente rivaliza com lobisomem pelo amor de uma humana. Censura 14 anos, 130 min., dublado. UCS Cinema

Chris Columbus. Com Logan Lerman e Pierce Brosnan. Censura livre, 123 minutos, legendado. Pepsi GNC 4 – Shopping Iguatemi l Premonição 4 | Terror. De sábado a quinta, 14h15 e 22h10 | No quarto filme da série, jovens escapam da morte em autódromo e depois são perseguidos um a um. Dirigido por Davir R. Ellis. Com Bobby Campo e Shantel Van Santen. Censura 18 anos, 81 minutos, legendado. Pepsi GNC 1 – Shopping Iguatemi l Um Olhar do Paraíso | Drama. De sábado a quinta, 13h50, 16h30, 19h10 e 21h50 | Menina de 14 anos é assassinada e acompanha do céu como sua família e amigos vão seguindo a vida. Dirigido por Peter Jackson. Com Mark Wahlberg e Rachel Weisz. Censura 14 anos, 135 minutos, legendado. Pepsi GNC 5 – Shopping Iguatemi

EXPOSIÇÃO

l O Lobisomem | Suspense/Terror. De sábado a quinta, 15h, 17h40, 19h50 e 22h | Ao voltar para sua terra natal, homem depara com o mistério da morte do irmão. Quando investiga o caso, acaba mordido por uma estranha criatura e sofre transformações na época de lua cheia. Baseado em clássico de 1941. Dirigido por Joe Johnston. Com Benicio Del Toro e Anthony Hopkins. Censura 14 anos, 102 minutos, legendado. Pepsi GNC 2 – Shopping Iguatemi

l Corina, elegância e tradição nos figurinos da Festa da Uva | De segunda a sexta, das 9h às 17h | Sob curadoria de Véra Stedile Zattera, mostra com trajes, desenhos, adornos e painéis traz história da indumentária de soberanas, evidenciando contribuição da costureira Corina Frigeri e artista plástico Darwin Gazzana. Museu Municipal Entrada franca | Visconde de Pelotas, 586, Centro | 3221-2423

l Percy Jackson: o ladrão de raios | Aventura. De sábado a quinta, 13h40, 16h15, 18h50 e 21h30 | Baseado em livro de Rick Riordan, conta a descoberta de que Percy é filho de um deus da mitologia grega com uma humana. Ele então vai para um campo de treinamento para aperfeiçoar seus poderes e tentará evitar uma guerra entre os deuses. Dirigido por

MÚSICA l Sargento Wilson | Samba rock e MPB. Sábado, 21h | Show especial de carnaval com sucessos de Seu Jorge, Tim Maia e Jorge Ben Jor, entre outros. Bier Haus Bar R$ 5 | Tronca, 3.086, Rio Branco | 3221-6769

Darwin Gazzana, Divulgação/O Caxiense

l Avatar | Ficção científica. De sábado a quinta, 18h | Ex-fuzileiro naval é enviado ao planeta Pandora, onde encontra a raça humanoide Na’Vi. Dirigido por James Cameron. Censura 12 anos, 166 minu-

l Avatar | Ficção científica. De sábado a quinta, 21h20 | Classificação 12 anos, 166 minutos, legendado. Pepsi GNC 6 – Shopping Iguatemi

música. Dirigido por César Rodrigues. Com Olavo Cavalheiro, Renata Ferreira e Wanessa Camargo. Censura livre, 97 minutos. Pepsi GNC 6 – Shopping Iguatemi

Zanatta, Divulgação/O Caxiense

CINEMA

tos, dublado. Pepsi GNC 6 – Shopping Iguatemi

Figurinos das soberanas da Festa da Uva estão em exposição no Museu Municipal; banda Poder da Criação faz especial de Carnaval com chorinho, bossa nova e marchinhas

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l Ton e o Kara, Os Blugs, Polenta Rock e Os Procurados | Rock. Sábado, 23h30 | Bandas tocam na festa Carnaroxx Cuerbo. Roxx Rock Bar R$ 12 (até 23h30) e R$ 15 (depois) | Av. Júlio de Castilhos, 1.343, Centro | 3021-3597 | 400 pessoas l Salve Ferris | Rock. Sábado, 23h| Banda toca versões rock & roll de músicas de Sidney Magal e Balão Mágico, entre outros, além de marchinhas de Carnaval. Vagão Bar R$ 15 ou R$ 12 (com nome na lista e até meia-noite) | Coronel Flores, 789, São Pelegrino | 3223-0007 | www. vagaobar.com.br | 500 pessoas l Libertá | Nativista e outros gêneros. Sábado, 22h30 | Grupo com repertório variado, desde música gaúcha e sertaneja até MPB, passando por axé music e pagode. Libertá Danceteria R$ 10 (feminino) e R$ 20 (masculino) | 13 de maio, 1.684, Cristo Redentor | 3222-2002 | 700 pessoas l Vitrine do Samba | Pagode e samba. Sábado, 22h30 | Expresso Pub Café R$ 10 (feminino) e R$ 15 (masculino) | Garibaldi, 984, Centro | 3025-4474 | 150 pessoas l Fabricio Beck Trio e Alamo Leal & Blues Groovers | Blues. Sábado, 23h | Bandas tocam o melhor do blues em festa Mardi Gras 2010. Mississippi Delta Blues Bar R$ 15 (feminino) e R$ 20 (masculino) | Augusto Pestana, 810, São Pelegrino | 3028-6149 | www.msdelta.com.br l Retrato Falado | Pagode. Domingo, 20h | Roda com grupo que toca sucessos do samba e do pagode. Depois, festa continua com DJ Anderson. Chopp liberado a noite toda. Europa Lounge Garden Feminino: R$ 20 ou R$ 15 (com nome na lista). Masculino: R$ 40 ou R$ 35 (com nome na lista) | Feijó Júnior, 1.062, Via Decoratta | 3536-2914 ou 8401-2029 | 400 pessoas l Fabricio Beck Trio e Alamo Leal & Blues Groovers | Blues. Domingo, 23h | Bandas tocam na festa Mardi Gras 2010.

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Universal Pictures, Divulgação/O Caxiense

l Escolha da Rainha Gay do Carnaval 2010 | Música eletrônica. Sábado, 23h | Studio54Mix R$ 12 | Visconde de Pelotas, 87, Centro | 9104-3160 | www.studio54mix.com

Mississippi Delta Blues Bar R$ 15 (feminino) e R$ 20 (masculino) | Augusto Pestana, 810, São Pelegrino | 3028-6149 | www.msdelta.com.br l Los Infernales e Salve Ferris | Música latina e rock. Segunda, dia 15, 23h | Vagão Bar R$ 15 ou R$ 12 (com nome na lista e até meia-noite) | Coronel Flores, 789, São Pelegrino | 3223-0007 | www. vagaobar.com.br | 500 pessoas l Libertá | Nativista e outros gêneros. Terça, dia 16, 22h30 | Grupo com repertório variado, desde música gaúcha e sertaneja até MPB, passando por axé music e pagode. Libertá Danceteria R$ 10 (feminino) e R$ 20 (masculino) | 13 de maio, 1.684, Cristo Redentor | 3222-2002 | 700 pessoas l Los Infernales | Música latina. Terça, dia 16, 23h | Festa Charanga Latina. Vagão Bar R$ 15 ou R$ 12 (com nome na lista e até meia-noite) | Coronel Flores, 789, São Pelegrino | 3223-0007 | www. vagaobar.com.br | 500 pessoas l Poder da Criação | MPB e outros gêneros. Terça, dia 16, 21h | Show especial de Carnaval, com chorinho, bossa nova e marchinhas no repertório. Bier Haus Bar R$ 5 | Tronca, 3.086, Rio Branco | 3221-6769

Fox 2000 Pictures, Divulgação/O Caxiense

l A4 | Pop rock. Sábado, 23h | Banda traz músicas próprias e sucessos do pop rock nacional e internacional. Depois, DJ Eddy. Portal Bowling – Martcenter R$ 10 (feminino) e R$ 15 (masculino) | RST-453 Km 2, 4.140 | 3220-5758 | 1.000 pessoas | www.portalbowling. com.br

l Fabricio Beck Trio | Blues. Terça, dia 16, 23h | Mississippi Delta Blues Bar R$ 15 (feminino) e R$ 20 (masculino) | Augusto Pestana, 810, São Pelegrino | 3028-6149 | www.msdelta.com.br l Una noche de aquarianos | Música eletrônica. Quinta, dia 18, 23h | Festa com os DJs Federico Barco, Alibu e Thobias Wolff. Distribuição de mojitos e isenção de ingresso para aquarianos (na apresentação de documento). Havana Café Feminino: R$ 20 e R$ 10 (com nome na lista). Masculino: R$ 40 e R$ 20 (com nome na lista) | Augusto Pestana, 145, São Pelegrino | 3215-6619 | www.havanacafe.com.br l Candieiro | Nativista. Sexta, dia 19, 22h30 | Grupo de música gaúcha com 16 anos de carreira. Na abertura, grupo Libertá. Libertá Danceteria R$ 10 (feminino) e R$ 20 (masculino) | 13 de maio, 1.684, Cristo Redentor | 3222-2002 | 700 pessoas l Efervescentes e Severo em Marcha | Rock. Sexta, dia 19, 23h | Festa com as duas bandas portoalegrenses. Vagão Bar R$ 15 ou R$ 12 (com nome na lista e até meia-noite) | Coronel Flores, 789, São Pelegrino | 3223-0007 | www. vagaobar.com.br | 500 pessoas

Mitologia grega em Percy Jackson e terror em O Lobisomem

S e m an alm e nte n a s b an c a s , di ar i am e nte n a inte r n e t .


Artes

QUASE por UILI BERGAMIN

artes@ocaxiense.com.br

Leonor Aguzzoli

| Entre o céu e a terra | A artista plástica desempenha o papel dos beija-flores conforme algumas crenças indígenas: leva a mensagem de vida plena e repleta de amor. Com a técnica de encáustica e óleo sobre tela, o beija-flor viaja de planta em planta degustando essências e refletindo nuances cromáticas.

a vida é uma sombra errante o sonho triste dum comediante que se pavoneia tanto, tonto caindo sempre, a todo instante e no minuto que lhe reserva a cena sonha, se envaidece chega a dar dó chega a dar pena para depois não ser mais ouvido cair no abismo para sempre esquecido é um conto de fadas sem importância que nada significa mas que no auge dessa louca dança no meio frêmito dessa ânsia faz brotar uma pompa típica é só um discurso tépido narrado um canto longe meio mal cantado por um idiota cheio de lamúria por alguém que pensa ser algo por uma voz cheia de medo e fúria a vida é uma sombra quase a vida é um sonho quase e se a vida é mesmo sonho os sonhos, sonho quase Do livro Do Útero do Mundo, Maneco Editora, 2ª edição

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Maicon Damasceno/O Caxiense

Expectativa nas catracas

DE GRAÇA

O aposentado Trestani é compreensivo: “Eles têm que tirar de algum lugar o dinheiro da passagem que não pagamos”

É QUE

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NÃO VAI FICAR

por VALQUÍRIA VITA valquíria.vita@ocaxiense.com.br casal Lídia e Valdir Trestani esperava o ônibus para o bairro Serrano na parada ao lado da Catedral na tarde de quarta-feira, dia 10. Fazia muito calor e Lídia queria logo ir para casa, pois estava com uma forte dor de cabeça. Era a quarta vez que os dois pegariam um ônibus naquele dia. Se Lídia não tivesse 66 anos e Valdir 67, só naquela tarde os dois teriam desembolsado R$ 17,60. Amparados pela lei federal e pelo Estatuto do Idoso, que dizem que quem tem mais de 65 anos não paga passagem para usar o transporte coletivo, Lídia e Valdir andam de graça por toda a cidade. Na avaliação de Lídia, os deslocamentos – na maioria das vezes, para ir a consultas médicas – não saem tão de graça assim: “Quantos anos pagamos de impostos para a prefeitura para isso?”, questiona. A notícia de que a passagem de ônibus poderia aumentar de R$ 2,20 para R$ 2,50 não deixa o casal nem um pouco preocupado. Não só porque o acréscimo em nada os atingiria, mas porque entendem que o aumento é necessário. “Eles têm que tirar de algum lugar o dinheiro da passagem que não pagamos. Senão, não podem dar para nós, né?”, raciocina Trestani.

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O pensamento do aposentado está de acordo com o que vem sendo dito pela prefeitura de Caxias, que aos poucos e bem pelas beiradas tem preparado a população para um aumento de 13,63%, o equivalente a R$ 0,30, na tarifa do ônibus. Por enquanto, ninguém revela o que vai acontecer. Só adiantam que o único jeito de impedir com que o preço suba é passando uma peneira nas gratuidades, que hoje representam R$ 0,44 de cada passagem paga integralmente. Engana-se quem pensa que as gratuidades são concedidas apenas a aposentados como o casal Trestani. Em Caxias do Sul, uma pessoa com 60 anos já não precisa pagar para andar de ônibus. Também não paga se for deficiente físico com renda inferior a um salário mínimo per capita, avaliador popular (presidentes e integrantes das Associações de Moradores de Bairros, as Amobs), agente da dengue e agente penitenciário, funcionário dos correios ou Brigada Militar, oficial de justiça, portador do vírus da Aids e de doença renal crônica. Se for estudante, paga a metade. E vale lembrar também que uma vez por mês toda a população da cidade pode andar de graça de ônibus, no já conhecido Dia do Passe Livre. Em média, a Viação Santa Tereza (Visate) transporta quatro milhões de

Prefeitura alega que para evitar reajuste será preciso cortar benefícios: gratuidade acima dos 60 e Dia do Passe Livre estão a perigo

passageiros por mês. Hoje, a empresa O reajuste é a atualização de todos os tem cadastrados como usuários com custos do transporte coletivo, segundo direito à gratuidade 218 avaliadores Ribeiro. “Funciona da seguinte forma: populares, 13 mil idosos entre 60 e 65 a receita, que vem dos usuários, divianos, 17 mil de 65 anos ou mais e 2.780 dida pela despesa, vai dar o valor da pessoas com deficiência. Além disso, tarifa. Pelos cálculos, esse valor iria a cerca de 26 mil estudantes estão habili- R$ 2,50.” tados a receber 50% de desconto. O poder público analisou uma plaMas, obviamente, alguém custeia nilha de gastos anuais da empresa em esses benefícios. E não é a prefeitu- que estão detalhados os custos com inra nem a empresa que sumos, número de paspossui a concessão do sageiros transportados transporte coletivo em “Gratuidade e outros dados, e a parCaxias, mas sim todas sem critérios é tir dela está buscando as pessoas que utilizam injustiça. Sendo uma forma de equilia passagem integral de brar os investimentos e filho de rico e ônibus. o custo operacional da estudante, paga Visate do ano passado O secretário mu- 50%. Sendo filho com medidas adminisnicipal do Trânsito, de pobre trativas e políticas. Transporte e MobiliRibeiro diz que tantambém”, dade, Vinicius Ribeiro, to ele quanto o prefeitoma todo o cuidado diz o secretário to Sartori não querem com as palavras quanque a tarifa aumente, já do o assunto é reajuste que o reajuste prejudida passagem. Não se arrisca a anteci- caria quem mais precisa do transporpar uma provável decisão, pois diz que te: o trabalhador. Os critérios antigos, uma informação mal dada pode com- segundo o secretário, foram decididos prometer o misterioso estudo que a se- num período em que o valor da pascretaria está fazendo sobre o tema. sagem não pesava tanto na renda dos A necessidade do aumento – e o usuários. Em 1996, por exemplo, a paspercentual que ele teria – foi divulga- sagem custava R$ 0,50. da quando a Visate protocolou na preAs medidas administrativas às quais feitura um pedido de revisão tarifária. se refere o secretário são a mudança

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Seria o caso da vendedora Gladis a “gurizada fazer bagunça”, Laurita deBittencourt, 56 anos, que para se prote- fende o fim desse benefício. Principalger do sol se espremia com outras pes- mente sabendo que ele é um dos que soas debaixo de uma parada de ônibus acarretaria uma passagem mais cara. na Rua Bento Gonçalves. Ela esperava “É uma palhaçada. Acho que deveriam o veículo da Visate que completaria o ajudar os trabalhadores, e não quem transporte dela e de outros passageiros quer passear.” para o bairro Jardim Iracema, já que o O Dia do Passe Livre, que representa ônibus em que estavam havia recém R$ 0,06 em cada passagem – e, na opiestragado. nião de Ribeiro, não consegue prestar Como mora longe do Centro, Gladis um serviço com qualidade da maneira necessita do transporte coletivo para como é feito –, é outro benefício que se locomover. Cada vez que passa pela corre perigo. Na aposta da vereadora catraca, desembolsa R$ 2,20. Ela se Denise Pessôa (PT), analisando todas espantou ao saber que o benefício de as gratuidades, a concedida no últiquem tem mais de 60 anos pode ser mo domingo do mês é a que tem mais mudado, pois contava que precisaria chances de ser modificada. “Mas sou pagar o ônibus por mais quatro anos contra. Não sei se teriam coragem de apenas. “Para mim vai ser ruim se mu- cortar isso do trabalhador”, diz Denidar.” se, que teve aprovado um projeto de lei Por outro lado, se a prefeitura optar para que os estudantes utilizem a meia por aumentar a tarifa para R$ 2,50 em passagem também nos domingos e fevez de rever benefícios, afetará a quem riados. não tem desconto algum, como a empregada doméstica Laurita Bueno, 48 A Visate, que conseguiu a renoanos. Para que não precise ficar jun- vação do contrato para os próximos tando os trocados na bolsa duas vezes dez anos no final de 2009 – aprovada ao dia, Laurita prefere usar o cartão. pelos votos de 12 vereadores, com apeComo não é estudannas quatro contrários –, te, idosa, deficiente ou não se manifesta sobre outro tipo de benefi- “É uma o reajuste da tarifa. A ciária, paga passagem assessoria de imprenpalhaçada. integral. Mensalmente, sa da empresa informa ela tem R$ 52,80 des- Deveriam ajudar apenas que a revisão contados do salário os trabalhadores, das gratuidades foi uma por causa das duas pas- e não quem decisão da Secretaria de sagens gastas por dia. Trânsito, Transportes e quer passear”, Na quarta-feira, Mobilidade Urbana, e, quando Laurita passou diz Laurita, portanto, é de responcom o cartão da Visa- crítica do Dia sabilidade dela. “Como te na catraca, a leitora do Passe Livre órgão regulamentador, anunciou: 0 passagens. a Secretaria possui toSinal de que está na das as informações sohora de pedir aos patrões que recar- bre a empresa e a prestação do servireguem o cartão. Se a tarifa realmen- ço. A Visate não tem posicionamento te tiver o acréscimo de R$ 0,30, seu sobre este assunto, ela apenas acata as desconto salarial vai pular para R$ 60. orientações passadas pelo órgão regu“Não adianta. O trabalhador é sempre lamentador do serviço, que é o órgão o prejudicado”, lamenta. público”, responde por e-mail a assesContrária aos domingos de passe soria de imprensa. livre, que considera uma chance para Fotos: Maicon Damasceno/O Caxiense

do tipo da frota, o aumento da idade apenas duas passagens, por causa das média dos veículos, a instalação de ge- linhas que fazem integração entre os renciamento via GPS e a retirada dos bairros em que faz estágio e onde esônibus do Centro de forma gradual, tuda. “Se aumentar, teremos que nos tudo para otimizar o transporte cole- sujeitar”, conforma-se Greice, que detivo. Ribeiro também conta com uma pende do ônibus, já que a prioridade diminuição dos impostos dos governos do carro da família é dos pais. estaduais e federais: “A mesma política para a redução de IPI (Imposto sobre Como o secretário dos Transportes Produtos Industrializados) para os au- considera que alguns descontos são tomóveis tem que ter direitos e outros são para o transporte coleprivilégios, critérios tivo. Só assim a gente “Tem gente que estabelecidos há muiconsegue priorizá-lo.” tos anos podem ser está muito bem A segunda (e polêEle cita o de saúde e ganha atualizados. mica) questão que está exemplo de que nem sendo discutida pela gratuidade. todas as pessoas com Secretaria é o impacto Há pessoas que deficiência atendem das gratuidades no cus- necessitam mas ao parâmetro de baixa to na tarifa. Mesmo sarenda fixado. “E sabia não se bendo que um ônibus que tem portador de faria seu trajeto normal enquadram”, deficiência física que ao transportar ou não afirma Hackbart não tem um dedo e um estudante que paga tem gratuidade? Existe a metade da passagem, uma comissão que faz por exemplo, Ribeiro explica que essa essa avaliação. Mas é uma avaliação diferença aparece na conta final. “A re- que está sendo muito questionada”, ceita aumenta com o número de usuá- afirma. rios pagantes, e, naturalmente, o valor Leonardo Costa de Oliveira Hackda tarifa não.” bart, presidente da Comissão do Passe Ele destaca que todas as gratuidades, Livre para as pessoas com deficiência, com exceção dos idosos com mais de explica que a definição da gratuidade 65 anos, serão revisadas. “Gratuidade ocorre depois da análise do atestado sem critérios é uma injustiça. A gra- trazido pelo deficiente, da consulta ao tuidade é universal. Sendo filho de rico CID (Código Internacional da Doene estudante, paga 50%. Sendo filho de ça) e do estudo da renda familiar. “O pobre também. Se Caxias optar por que poderia mudar é no critério do manter esses critérios, tem que estar CID. Hoje fazemos muitas visitas. Tem consciente que valor da tarifa só vai gente que está muito bem de saúde e aumentar”, adianta. mesmo assim ganha gratuidade. Por “Com R$ 2,50 pego um azulzinho, outro lado há pessoas que realmente que é bem melhor.” Esta é a forma da necessitam mas não se enquadram no estagiária de fisioterapia Greice Danie- Código”, exemplifica. li, 24 anos, mostrar a indignação com Além de mudanças para estudantes e o possível aumento da passagem de deficientes físicos, podem ser afetadas ônibus. Ela sabe que poderá ser uma pessoas com idade entre 60 e 65 anos, das atingidas caso o benefício para es- que por determinação de lei municitudantes seja modificado. Ou melhor, pal hoje não pagam. “Pode ser que os sabe que seus pais seriam afetados. São próximos que completarem 61 anos eles q bus por dia. O que impede com tenham que estar inseridos em novos que o gasto seja maior é que ela paga critérios”, ressalta Ribeiro.

A estudante Greice: “Com R$ 2,50 pego um azulzinho, que é bem melhor”. A empregada doméstica Laurita: “Não adianta. O trabalhador é sempre o prejudicado”

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Nossa ciência

MICROSCÓPIOS VOLTADOS PARA A

UCS

Pesquisa da Universidade de Caxias do Sul sobre bioetanol desponta em um cenário de corrida energética internacional

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volvimento da enzima sob a coordenação de Aldo, que, no entanto, acabou ficando sozinho. m 1979, o projeto parecia despretenO professor lembra que no início o sioso. Naquele ano, dois jovens pesqui- projeto recebeu impulso por causa do sadores da Universidade de Caxias do contexto econômico. Diante da crise Sul, Juan Luis Carrau-Bonomi e Rute mundial do petróleo nos anos 70 e 80, Terezinha da Silva Ribeiro, iniciaram o o governo brasileiro lançou o Pró-Álisolamento do fungo de uma larva que cool, que consistia na substituição, em comia madeira, com o objetivo de ma- parte, da gasolina importada pelo álcoximizar a produção do álcool da cana- ol nacional. Com isso, grandes investide-açúcar. Mas não sabiam, ainda, até mentos foram feitos na área de produonde sua pesquisa poderia chegar. Três ção e pesquisa do etanol, e os primeiros décadas depois, o que começou como carros com motores a álcool foram faum mero experimento bricados. Porém, essa poderá elevar o nome euforia do combustível da cidade e da UCS a brasileiro teve vida cur“Se soubermos patamares internaciota. Em pouco tempo, nais no campo cientí- negociar, esta o governo deixou de fico. apoiar financeiramente década que Após percorrer inú- virá será do o projeto, e as pesquisas meros centros acadas enzimas capazes de Brasil. Quem dêmicos no campus, quebrar a parede da cepassando pelo ginásio detém a energia lulose foram deixadas poliesportivo, há uma se colocará de lado. “Não tive apoio bifurcação que leva a na vitrine”, diz governamental, nem uma pequena rua asda própria UCS. Fiquei Maria Carolina faltada e coberta por completamente isoladensa vegetação. Ela é do. Mas mesmo assim acompanhada por um continuei tocando o riacho que só pode ser percebido pelo projeto aos poucos”, lembra o profesbarulho da água. Ao fim da via sinuo- sor. Agora, novamente a pesquisa do sa e sem calçadas encontra-se o Insti- bioetanol assume posição de destaque. tuto de Biotecnologia, no bloco 57. O “Trinta anos depois o projeto passou professor e coordenador do instituto, a ter grande relevância. Por isso que Aldo Dillon, também coordena o La- muitas pessoas não entendem a demoboratório de Enzimas e Biomassas. Ele ra de pesquisa científica”, conta a proé responsável pela produção de uma fessora Rute. enzima capaz de transformar a celulo se em álcool. Subindo a rampa para o A corrida mundial por combussegundo andar, chega-se ao local onde tíveis renováveis vem sendo acelerada. está resguardado o micro-organismo Não se aceita mais a queima descabida que propicia essa transformação. Em de petróleo. O professor Aldo conta uma sala totalmente branca, a profes- que a produção do álcool e do bioetasora Marli Camassola, acompanhada nol, e por conseguinte a sua queima, de uma porção de estagiários, trabalha afetam menos o meio ambiente que o na produção e no melhoramento ge- uso de combustíveis fósseis. Ele explica nético de uma enzima do fungo Peni- que toda planta, para crescer, precisa cillium echinulatum. de gás carbônico. Através da fotossíntese, ela libera oxigênio. Para se proNo fim da década de 70, pou- duzir o álcool ou o bioetanol no Brasil, cos olhos prestavam atenção no Peni- por exemplo, usa-se a cana-de-açúcar. cillium echinulatum. A professora Rute Assim, quanto mais se plantar a cana, lembra que o precursor desse interesse mais ela transformará o dióxido de foi o professor Carrau. “Eu era recém carbono, resultante da queima do álcoformada e segui no projeto dele. A es- ol, em oxigênio novamente, liberando colha do fungo foi feita meio no acaso, apenas uma parte do gás venenoso no quase de forma aleatória.” Em 1980, meio ambiente. o professor Aldo Dillon ingressou no Já o petróleo, conta o professor, está projeto de melhoria genética da enzi- enterrado no subsolo há milhares de ma. Na metade daquela década, Car- anos. Sua queima acarreta na emissão rau e Rute assumiram outras pesquisas direta e contínua de dióxido de carbona UCS e tiveram que deixar o desen- no, principal responsável pelo efeito por JOSÉ EDUARDO COUTELLE jeduardo.coutelle@ocaxiense.com.br

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Aldo, na estufa que armazena os fungos: “Continuei tocando o projeto aos poucos”

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Fotos: Maicon Damasceno/O Caxiense

O Penicillium echinulatum, visto na placa de Petri, é usado no desenvolvimento da enzima que incrementa a produção de álcool

estufa e pela destruição da camada de Dillon em 2006, na época em que Praozônio. della ainda fazia parte do Instituto de Outra questão que parece causar dú- Pesquisas Tecnológicas, sediado em vidas em muitas pessoas é o fato de o São Paulo. Trabalhando em conjunto, aumento da produção agrícola direcio- o CTBE visa a produzir o bioetanol de nada para a obtenção de energia afetar forma competitiva e em grande escala. a produção de alimentos, tornando-os Para isso, conta Pradella, é preciso venmais escassos e, concer alguns obstáculos, sequentemente, mais entre eles diminuir o caros. Aldo é enfático “Por que alguém preço da enzima. “Ela ao dizer que o espa- se arriscaria deve custar menos de ço para a produção a plantar tomate 10 centavos de dólar. de cana existe e pode Atualmente, varia de ser aumentado em até se a demanda 1 a 2 dólares”, explica. 10 vezes sem nenhum pela cana Como o próprio pesproblema. Segundo será enorme, quisador diz, é preciso ele, o que realmente é terá a venda resolver alguns “garpreocupante é o fato galos”. Isso quer dizer: de os produtores ru- garantida?”, realizar a produção em rais deixarem de plan- preocupa-se Aldo larga escala, reduzir o tar outros alimentos preço da enzima, mipara produzir somente nimizar os custos de a cana. “Por que alguém se arriscaria energia e diminuir o consumo de água, a plantar tomate, por exemplo, e cor- entre diversos outros fatores. rer o risco de não conseguir vender o Com pouco mais de três semanas de produto, se a demanda pela cana será atividades, o CTBE já tem prazo para enorme, e o produtor terá a venda ga- apresentar as primeiras respostas. “Até rantida?”, pergunta ele. o final de 2011 teremos uma avaliação do processo. Não sou muito otimista. De olho no meio ambiente, e Precisamos de um tempo mínimo de principalmente no mercado em as- cinco anos para termos um resultacensão, o Brasil, maior produtor de do”, projeta Pradella. Traçando uma cana-de-açúcar do mundo, retoma comparação entre várias tecnologias os investimentos mais fortes na ge- que iniciaram com preços inviáveis e ração de álcool. No dia 22 de janeiro, após um tempo se tornaram populafoi inaugurado o Centro de Ciência e res, o pesquisador tem certeza que o Tecnologia do Bioetanol (CTBE), ór- processo, no futuro, será competitivo. gão ligado ao Ministério da Ciência “O custo de produção será pressionado e Tecnologia, em Campinas (SP). Na para baixo. A evolução da tecnologia, semana anterior, no dia 16 de dezem- aliada ao aumento da produtividade, bro, já havia sido assinado um acordo fará o bioetanol entrar no mercado. A de colaboração entre o CTBE e a UCS. expectativa é que esse dia demore ainA principal enzima brasileira capaz de da uns cinco anos. Será como o telefotransformar a celulose da cana e qual- ne celular, que há 15 anos custava uma quer outro produto em açúcar – e, por fortuna e hoje atinge preços populares”, conseguinte, em álcool – vem da UCS. explica o pesquisador. A união entre essas duas instituições teve origem do contato direto entre o Os Estados Unidos, país que pesquisador do CTBE José Geraldo tem o maior consumo de energia do da Cruz Pradella e o professor Aldo mundo, já vêm pesquisando formas de

produzir bioetanol há muito tempo. O colhendo quase 80 toneladas por hecNational Renewable Energy Labora- tare plantado anualmente. Após a motory, instituto americano semelhante agem, cerca de 6,4 mil litros de álcool ao CTBE no Brasil, criado em 1977, são gerados por hectare. E aqui é que pesquisa a produção de enzimas eco- entra a enzima produzida e melhorada nomicamente viáveis. As empresas geneticamente pela UCS. O resultado Novozyme e Genecor, especializadas desse processo gera a soma de 11,2 na mutação de genes, são financiadas toneladas de bagaço de cana, que popelo governo para trabalhar ao lado da deriam produzir mais 2.690 litros de instituição federal. Porém, mesmo com etanol por hectare. todo o avanço científico e a supremaDe acordo com essas cifras, a direcia econômica, os americanos sofrem tora do Centro de Ciências Econômialgumas desvantagens com relação ao cas, Contábeis e de Comércio InternaBrasil. Em primeiro lugar, a cana-de- cional da UCS, Maria Carolina Gullo, açúcar, um dos vegetais que contêm acredita que a demanda crescente de maior quantidade de glicose, não cres- energia em todo o mundo deve conce na terra do Tio Sam. Os EUA usam duzir o Brasil a um panorama inédito. o milho. O professor Aldo explica que “Se soubermos negociar, esta década para o Brasil é muito prático produzir que virá será do Brasil. O mundo preo bioetanol. “O produtor colhe a cana cisa de combustível para se mover, e inteira. Do caldo faz o álcool, e do ba- quem detém a energia se colocará na gaço e das folhas, o bioetanol. Não há vitrine”, analisa. Entretanto, Maria Cacustos de transporte. Os americanos, rolina salienta que haverá uma forte devido ao seu clima, produzem o álco- concorrência, em curto e médio prazo, ol do milho. Contudo, colhem apenas por parte das grandes multinacionais as sementes. O resto fica na lavoura. que dominam a comercialização do Existiriam novos gastos de transporte combustível fóssil. “Existe a rejeição que aumentariam o seu preço final.” A natural por parte da concorrência. segunda desvantagem Isso sempre acontece americana é a enzima quando um produutilizada para trans- “A evolução to novo é lançado no formar a celulose em da tecnologia, mercado. Digo médio álcool. Ela necessita da aliada ao e curto prazo pois não adição de outros comsabemos se em 50 anos ponentes, o que a torna aumento da ainda haverá petróleo mais cara que a bra- produtividade, para ser comercializasileira. “A enzima que fará o bioetanol do”, explica. criamos é completa, ou entrar no Outro argumento seja, cria a glicose sem importante para o Braa necessidade da adição mercado”, sil assumir a posição de outros componen- aposta Pradella de produtor de âmbito tes”, conta o professor. internacional de bioetanol é o desmatamenAlguns números ajudam a enten- to das florestas para dar a abertura de der melhor essa corrida brasileira pelo novas fronteiras agrícolas, uma crítica álcool. O Brasil produziu, em 2008, mundialmente feita ao país. A profescerca de 27 bilhões de litros de etanol. sora Maria Carolina Gullo conta que Desse total, exportou pouco mais de esse argumento perderá seu valor, pois cinco bilhões. O Estado de São Paulo será possível produzir mais combustíé o maior produtor de cana do mundo, vel na mesma área já utilizada.

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Guia de Esportes

Fotos: Julianna Sattler, Divulgação/O Caxiense

A dupla CA-JU decide sábado, na última rodada, a classificação para a fase final do 1º turno

Mais de 100 pilotos saltarão do Ninho das Águias neste fim de semana e na segunda-feira no campeonato de paraglider

FUTEBOL l Juventude x São Luiz | sábado, às 16h | Na última rodada do 1º turno do Gauchão 2010 – Taça Fernando Carvalho –, o técnico Osmar Loss terá cinco desfalques para escalar o Juventude. O adversário, o São Luiz, de Ijuí, 3º colocado da Chave 2, com 17 pontos, vem a Caxias do Sul para buscar a classificação. O Ju, 4º da Chave 1, com 5 pontos, precisa ganhar e torcer para que o Inter-SM não vença o Pelotas por diferença de mais de três gols, se quiser avançar para as quartas de final do 1º turno. Estão fora do confronto o zagueiro Ferreira, o volante Tiago Renz, o meia Alan, o atacante Amoroso e o lateral direito Luiz Felipe, todos lesionados. Dessa forma, Loss fez o último treino, na manhã de sexta-feira, utilizando Silvio Luiz (depois entrou Tiago Rocha); Diego Rosa, Fred (Victor), Jorge Fellipe e Calisto; Umberto, Julio César, Lauro (depois entrou Gustavo), Bruno e Hiago; Marcos Denner. A maior probabilidade é de que Victor não jogue, mantendo a linha de quatro na zaga, com possibilidade de recuo de Umberto para terceiro zagueiro. A arbitragem será de Leonardo Gaciba da Silva, auxiliado por Marcelo Oliveira e Silva e Cristiano Arlei Hennig.

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Estádio Alfredo Jaconi Ingressos: R$ 15 (arquibancadas), R$ 7 (idosos e estudantes com requerimento de matrícula ou histórico escolar). Ponto de venda: Central de Relacionamento, junto ao Estádio Alfredo Jaconi, no sábado, das 9h às 12h. Acesso liberado: menores de 12 anos acompanhados e com documentação, associados do Juventude com mensalidades em dia. Cadeiras: R$ 30 (associados), R$ 40 (não associados) e R$ 15 (menores de 12 anos). Torcida visitante: ingressos a R$ 15; idosos e estudantes com comprovantes, R$ 7 | Rua Hércules Galló, 1.547, no Centro | Informações: (54) 3027.8700 | l Caxias x Avenida | sábado, às 16h | Quem quiser conferir o horário do jogo do Caxias deverá ficar de olho nos termômetros. Segundo orientação da Federação Gaúcha de Futebol (FGF), as partidas da última rodada do Gauchão serão disputadas às 16h de sábado. Mas, se a temperatura passar dos 35 graus, os jogos vão começar às 18h. O Caxias joga contra o Avenida, no Estádio dos Eucaliptos, em Santa Cruz do Sul. O esquadrão grená precisa da vitória, com bom saldo de gols. Mas para se classificar à próxima fase, precisa ainda torcer para que Veranópolis (que pega o Ypiranga, em Erechim) e Pelotas (que enfrenta o Inter-SM, em San-

ta Maria) não vençam suas partidas. O time que deve começar o jogo deste sábado terá Fernando Wellington no gol; na lateral direita, Alisson (Alexandre Bindé se machucou no treino da manhã de sexta); na zaga, Anderson Bill e Neto; na lateral esquerda deve voltar Ismael – caso ele não tenha condições de jogo, entra Tiago Saleti; no meio-campo, Itaqui, Marcelo Costa, Edenílson e Mika no lugar de Marcos Rogério, suspenso; no ataque, Everton e uma dúvida: o aguardado o retorno do Gladiador Colombiano, Cristian Borja, ou Aloísio, que vem entrando bem nas partidas e pode ser escalado pelo técnico Julinho Camargo. Estádio dos Eucaliptos Ingressos: R$ 20 | São José, 487, Santa Cruz do Sul |

PARAGLIDER l Campeonato de Paraglider | sábado, domingo e segunda, às 12h | Entre 100 e 125 pilotos da regiões Sul e Sudeste participarão desta que é a primeira etapa válida para Copa do Brasil, Campeonato Gaúcho e Sul Brasileiro. Uma comissão de cinco pilotos define o trajeto de voo dos competidores através de GPS, baseando-se nas condições climáticas. Se o tempo não estiver propício, a prova será cancelada. O piloto que fizer o trajeto em me-

nor tempo é o vencedor. A média da duração dos voos varia de três a cinco horas, percorrendo entre 30 e 70 quilômetros. Uma das trajetória possíveis compreende as cidades de Caxias do Sul, Gramado e Nova Petrópolis. O espaço estará aberto para as pessoas que quiserem prestigiar o evento. Além disso, os visitantes terão a oportunidade de realizar voos duplos, ou seja, acompanhados por um instrutor. Ninho das Águias Entrada gratuita | Estrada vicinal, logo após o pedágio da BR-116, em direção a Nova Petrópolis |

BOCHA DE AREIA l Torneio Festa da Uva de Bocha de Areia | domingo, às 9h | Esta é a segunda etapa classificatória para a semifinal e final, que ocorrerão respectivamente nos dias 21 e 28 de fevereiro, nos Pavilhões da Festa da Uva. Dezesseis quartetos disputam as últimas vagas remanescentes para a próxima fase do campeonato anual. A novidade deste ano são as quadras cobertas, onde serão disputadas as rodadas finais. Conforme a organização do evento, cerca de 260 atletas participam do torneio. Clube Cruzeiro Entrada gratuita | Av. Rossetti, 205, Santa Catarina/Pio X |

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Patrimônio alviverde

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O DOUTOR

E SUAS HISTÓRIAS

Contratado inicialmente para fazer exames nas piscinas da sede campestre, Iran Cercato está no Juventude há 32 anos

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por FABIANO PROVIN fabiano.provin@ocaxiense.com.br os 15 anos, Iran José Cercato queria ser jogador de futebol. Mais especificamente, goleiro. Foi com esse sonho que entrou nas categorias de base do Juventude, onde seguiu até 1961, quando chegou a jogar nos profissionais. Os pais, porém, eram contra a opção pela carreira esportiva, e Cercato acabou se afastando dos gramados. “Eu queria jogar bola. Mas meus pais sempre falaram que ser jogador não era profissão. Atuei como profissional uma temporada, no tempo em que nenhum atleta era profissionalizado. Parei e virei bancário”, lembra. Depois de ter trocado o fardamento pelo traje social de funcionário do Banco da Lavoura, Cercato fez uma nova – e definitiva – mudança. Foi a Passo Fundo vestir um jaleco. Em 1977, ano em que concluiu sua formação em Medicina, voltou a Caxias, onde reencontrou o Juventude para, desta vez, começar uma outra carreira. Inicialmente, foi chamado para fazer

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os exames dos associados que frequentavam as piscinas da extinta sede campestre. “Aceitei o convite, e deveria ficar no máximo uns dois anos. Em 2010, completo 32 anos de Juventude”, resume dr. Iran, como é chamado por todos no Jaconi. “O Aribaldo Negri e o Lamperti me convidaram. Fiquei até o início de março de 1978. Nesse meio tempo, o time começou a treinar para o Estadual”, conta. Aí, em vez de seguir examinando os banhistas, assumiu um desafio maior. A convite de Francisco Michielin, então vice-presidente de Assuntos Médicos do Ju, passou a cuidar dos atletas alviverdes, que até ali não tinham um profissional só para atendê-los. “As dificuldades naquela época eram imensas. Não existiam planos de saúde ou convênios para encaminhar exames”, cita. Entre os principais métodos usados para tratar lesões dos atletas estavam a toalha úmida quente – tratamentos com gelo não eram comuns no início da década de 1980 –, o forno de vidro, “onde o cara era aquecido”, e as lâmpa-

Ex-goleiro do Ju, Iran Cercato não conseguiu ficar longe do futebol por muito tempo

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Testemunha de momentos importantes, o médico é discreto: “A fidelidade com a comissão técnica é fundamental para que tudo ocorra conforme o planejado”

das infravermelhas. Passados alguns dor)”, enumera o médico, um juvenanos, os casos de ortopedia foram en- tudista de coração. “Só lamento que caminhados ao médico Gelson Nor- meu irmão Sérgio Cercato (falecido) berto Mazzotti. Dr. Iran é clínico-geral foi presidente do nosso maior rival, o de formação, mas acabou se tornando Flamengo, em 1967 e 1968. Meu outro especialista em mediciirmão, Raulino Cercana esportiva. Sentado to, é ortopedista e retranquilamente numa Dr. Iran é o side no Rio de Janeiro”, cadeira no térreo do funcionário acrescenta. Jaconi, ele interrompe mais antigo a conversa para atender Mas é no meio da dois jogadores: o za- do Ju. Depois conversa sobre recorgueiro Ferreira e o ata- dele estão o dações e fatos históricante Amoroso. “Dou- roupeiro Zico, cos, ainda um pouco tor, temos que tomar o supervisor tímido, que se conhece anti-inf lamatório? ”, o verdadeiro dr. Iran. perguntou Ferreira. A Tomasini e o O alegre Iran Cercato resposta afirmativa do massagista Massa contador de histórias. médico foi seguida de Com tanto tempo de um pedido: “Passem lá clube, ele presenciou no vestiário e peguem, deixei reserva- dezenas de fatos interessantes, alguns do. À tarde avaliarei vocês novamen- curiosos, outros impublicáveis, mas a te”. Ambos se machucaram na derrota maioria engraçados. “Ah, se tu queres para o Santa Cruz, por 1 a 0, na 7ª ro- saber histórias é melhor eu não citar dada do Gauchão. nomes. Senão me complico”, ameniza. Aceita a ressalva, ele conta a do treiNascido em Caxias e casado nador que fazia a preleção no vestiácom Vera Maria Silva Cercato, com rio. No meio do papo motivacional, o quem mora no bairro Rio Branco, dr. técnico avisa o atacante que ele preIran é atualmente o funcionário mais cisa entrar na diagonal para receber a antigo do clube. Depois dele, pela or- bola. “Terminada a palestra, o atacandem, vêm Nilton Camargo, o Zico te levantou a mão, pediu para falar e (roupeiro), Renato Tomasini (supervi- largou: ‘Professor, o que é diagonal?’”, sor administrativo) e Edson de Camar- conta, aos risos, dr. Iran. go, o Massa (massagista). Outra envolvendo um treinador alApós citar a conquista dos maiores viverde aconteceu num jogo do Gautítulos do Ju – Série B em 1994, Gau- chão em Porto Alegre. O Grêmio estachão em 1998 e Copa do Brasil em va de aniversário e quis comemorar de 1999 –, ele resgata da memória algu- portões abertos – chegou a pagar uma mas temporadas no Exterior como quantia em dinheiro ao Ju para escofatos marcantes na carreira. “Em 1982 lher a data e a hora da partida. “Depois fizemos três jogos na Coréia do Sul e de reunir o grupo no quarto do hotel, outros três na Arábia Saudita. Em 1991 o técnico fez várias perguntas aos jofomos para a Itália, uma excursão de gadores. Bem sério, disse que o jogo 20 dias. No ano seguinte foi a vez do teria até bolo no centro do gramado. A Japão, outros 20 dias. Além disso, tem torcida cantaria os parabéns, a festa esa Libertadores, em 2000 (viagens para tava pronta. Só faltavam os palhaços”, La Paz, na Bolívia, e Quito, no Equa- recorda Cercato, citando a provocação

do comandante feita aos atletas. Resultado: o Juventude entrou em campo e venceu o jogo por 1 a 0. “Essa sim foi uma palestra motivacional”, complementa.

cintura do rapaz.”

Entre todos os treinadores com quem conviveu, um é citado com orgulho, em voz alta: “Se tu me pedires qual o melhor técnico com quem traEntre as mais engraçadas está balhei, sem menosprezar os demais, eu a do jogador que chegou ao aeroporto te respondo: Ênio Andrade. Não sei se de Porto Alegre carregando uma caixa é porque eu estava começando na carde sapatos. “Iríamos a São Paulo para reira, mas o trabalho dele era diferenum jogo do Brasileiro. Brinquei com te”. Seu Ênio, como era chamado o técele: ‘Não precisa carregar o sapato nico falecido em 1997, comandou o Ju novo nas mãos. Pode usar’. A resposta em 16 jogos do Campeonato Brasileiro me deixou encucado: ‘Não são sapatos, de 1978. O Juventude tinha Roberto; doutor, são ovos’. Pensei que eram ovos Alcyone, Gonçalves, Felix e Renato cozidos, vai ver ele queria comê-los na Cogo; Assis, Freitas, Plein e Toquinho; viagem.” Todos os jogadores do grupo Ivanildo e Maurinho. Entre tantos oucomeçaram a rir no saguão quando o tros treinadores com quem trabalhou, colega tentava esconder a caixa, que dr. Iran enumera: Émerson Leão, Seacabou abandonada em um banheiro. bastião Lazaroni e Ricardo Gomes “Cheguei e pedi o motivo das garga- (que tiveram passagens pela Seleção lhadas. Daí eles contaram que o dito Brasileira), Levir Culpi, Celso Roth, cujo havia levado os ovos para jogá-los Luiz Felipe Scolari, Geninho, Chiquipela janela do avião quando passasse nho, Marcos Eugênio, Daltro Menezes, por Vacaria, sua cidade natal. Ele não Cassiá, Gilson Nunes, Heron Ferreira, gostava de Vacaria. Mal sabia ele que Lori Sandri e Valmir Louruz. as janelas do avião não abriam. Fomos Profissional respeitado dentro e fora rindo até São Paulo”, lembra. do Juventude, o médico conta que o Sem querer se estenfutebol é cheio de amider, dr. Iran conta a úlzades. Com os treinatima. Um determinado “Se tu me pedires dores não é diferente. atacante vivia simulan- qual o melhor “Uma amizade sincera do lesões. “Só queria técnico com quem tem como base a conficar no departamento fiança. É a primeira médico, o famoso ‘chi- trabalhei, sem coisa que deve surnelinho’ que chamam menosprezar os gir. A fidelidade com hoje”, explica. Quando demais, eu te a comissão técnica é chegou a data de um respondo: Ênio fundamental para que jogo importante e o tudo ocorra conforme atleta estava “recupera- Andrade”, o planejado. Imagine do”, um médico ligado revela o dr. Iran um médico ‘trairão’: ao clube teve a ideia de complicaria a vida do engessar a perna dele treinador... Não é do – Cercato jura que não participou da meu feitio ser assim. Sou honesto no brincadeira. “O doutor não queria que que faço e não jogo contra o patrimôele jogasse. Disse ao jogador que pre- nio”, ensina dr. Iran, o contador de hiscisava engessar a perna para recuperar tórias do Jaconi, ele próprio um patriuma lesão e o fez. Colocou gesso até a mônio juventudista.

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Planos grenás

mestre

Formado em Educação Física, com especialização e mestrado, Soster veio para o Caxias pelo desafio: “Não vim para ficar pouco tempo”

a estratégia nas mãos de um

Júlio Soster, gerente de futebol, é mais um que pretende quebrar paradigmas no Caxias

N

por MARCELO MUGNOL marcelo.mugnol@ocaxiense.com.br em todas as melhores jogadas do futebol ocorrem num gramado, sob os olhares atentos de milhares de torcedores. Às vezes, o gol de placa, aquele gol que vai dar sobrevida ao time, é assinalado com uma caneta em punho e um contrato de trabalho. Na última semana, o Caxias ensinou como se faz futebol também fora de campo. Os homens que pensam o futuro grená perceberam que era preciso garantir agora a permanência de importantes jogadores para a disputa da Série C. Em dois dias, três dos titulares, que tinham vínculo apenas até o final do Gauchão, tiveram seus contratos ampliados. O primeiro foi Marcelo Costa, logo no dia seguinte ao golaço que ele marcou contra o Ypiranga, no Centenário. Aquele chute certeiro, de fora da área, de bate-pronto, parece ter sido o lance que faltava para a direção assinar logo a renovação antes que algum outro clube fizesse uma tentadora proposta. Precaução nunca é demais. Afinal de contas, em 2009, o Caxias perdeu no meio da Série C o atacante Marcos Denner, que vinha sendo o homem-gol grená até então. Vacinado pelo ocorrido, Osvaldo Voges, em comum acordo com o departamento de futebol do Caxias, resolveu renovar também com o volante Marcos Rogério e o zagueiro Anderson Bill.

Tudo isso para manter em casa peçaschaves desse grupo, que, mesmo com uma boa campanha, ainda está aperfeiçoando o seu modo de jogar. Quem anda assistindo os jogos do Caxias e vez ou outra pinta lá no Centenário para conferir os treinamentos já deve ter se dado conta que, mesmo vencendo, o treinador Julinho Camargo nunca parece contente. Quer sempre mais. E tem gente que anda estranhando essa sede de mais e mais do Caxias. Não tanto por inveja, porque isso é inerente ao homem (ao menos aos homens e mulheres sem nada para fazer), e sim por desconfiança e surpresa. Essa quebra de paradigmas não tem um pai, mas tem vários padrinhos. Um deles é o presidente Osvaldo Voges. Outro, o mais recente, que chegou de mansinho no Centenário e já prepara o que pode ser a revolução jamais vista na cidade em termos de organização do futebol, é Júlio Soster. Soster é um cara simples. Desses que podem frequentar a arquibancada do Centenário e serem confundidos com um torcedor de sempre. Como se já tivessem sido vistos centenas de vezes, sentados no mesmo lugar, vibrando com o time da mesma forma. Mas quem folheia o currículo de Soster percebe que, além ter de experiência no futebol, é um homem da academia. Formado em Educação Física, com especialização e mestrado, mantém, às segundas-feiras,

o ofício de professor universitário. “O Soster é um cara preocupado com a ciência do esporte. E essa parte organizacional, de gestão do clube, ele faz muito bem”, avalia Julinho, que trabalhou com ele no RS e no Grêmio. “Ele é uma pessoa serena. E isso é muito importante, porque geralmente as pessoas que trabalham no futebol são muito emotivas, trabalham apenas com a emoção.” Serenidade. Bingo. O treinador do Caxias acertou em cheio.

O homem que tem a missão de pensar estrategicamente, de ver lá na frente para onde o Caxias deve ir, e com quais peças irá se deslocar pelo tabuleiro de xadrez. Mas não pretende fazer isso sozinho, isolado na sua sala. “Pretendo criar um fórum para discutir o futuro do Caxias. Acredito que as decisões precisam ser tomadas de forma participativa. Até porque o clube não tem dono. Hoje é o Osvaldo Voges quem responde por ele, porque é o presidente e vai ficar bastante tempo, mas o clube Seja na sua sala, é maior do que isso”, seja na beira do gramadiz, explicando que do, seja atendendo ao “O Soster é um trabalham diretamentelefonema do pai de cara preocupado te com ele o assessor mais um jovem craque com a ciência do de futebol Vanderlei que o mundo precisa Bersaghi e o diretor de conhecer, Soster é se- esporte. É uma futebol, Carlos Alberreno. “Futebol é rela- pessoa serena. E to de Araújo Prestes. cionamento”, ensina isso é muito Soster, pra quem não Soster, com um tom importante”, sabe, é um dos resprofessoral. Alguns da ponsáveis pela asvelha guarda do futebol elogia o técnico censão de jogadores vão estranhar a forma Julinho Camargo como Carlos Eduarcomo o Caxias pensa do, Lucas e Anderson, hoje o futebol. “O que todos revelados no se busca é uma quebra de paradigma”, Grêmio. Mas o gerente do Caxias justifica Soster. E vai além: “O futebol desconversa quando perguntado que hoje, profissional, com um modelo de mágica é essa da formação de atleempresa, como o Caxias tem aqui, não tas: “Trabalho e busca”. Ou seja, para comporta mais uma administração revelar um craque, é preciso enconcomo se tinha uma vez, e ainda exis- trar antes esse jogador diferenciado. te nos times pequenos, do cara que só vem cuidar do clube depois das 18h”. Pouco depois desse papo, quanSoster é o gerente de futebol do Caxias. do já conversávamos sobre a vida do

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quase jogador Soster, o telefone dele rie B em 2011 pode resolver de vez os toca. Era um pai querendo saber se problemas financeiros do clube, poro filho poderia jogar no Caxias. Sos- que o Caxias vai atrair mais atenção, ter explicou que o Caxias só trabalha vai ter mais visibilidade. E um clube com garotos de 16 anos para cima, mas que faz 75 anos de história tem de que em breve o clube anunciaria uma estar pelo menos na Série B”, analisa. parceria com alguma escolinha da ci- Voltar para a Série B é o sonho tamdade para trabalhar com a criançada. bém do assessor de futebol do Caxias, “Nas férias aumenta o número de Vanderlei Bersaghi, 51 anos, mais copais querendo colocar o filho pra jo- nhecido pelo apelido: Pé. Elogiado gar?”, pergunto. “Muito...”, confirma por Soster, Pé é o único dirigente em Soster, com um ar melancólico. Essa atividade no clube que ganhou todos estranha melancolia atiça ainda mais os campeonatos que o Caxias carrega a curiosidade. “Mas quem sabe não é no peito, seja com juvenil, junior ou em momentos como esse que se pode profissional. “É bacana e dá orgulho descobrir um craque?”, insisto. “Não”, ver que aqui no interior a gente tamresponde, sorrindo. A expressão irôni- bém faz um bom trabalho, também ca delata um velho problema de quem temos potencial. Eu quero aprender trabalha com futebol, sobretudo na muito com o Soster, porque a gente formação de atletas: “Às vezes tu faz sempre tem o que aprender”, ensina Pé. uma peneira e não fica nenhum garo- Para quem não sabe, e isso mostra a to. A média, mais ou menos, é de um importância da agenda preciosa do Pé, em 1 mil. Porque é muito difícil achar foi ele quem primeiro fez contato com um garoto diferenciado hoje em dia”. o Marcelo Costa para que ele viesse Preocupado com essa busca, o Caxias jogar no Caxias nesta temporada. Jocriou recentemente um departamento gador que vem fazendo a diferença no de captação de atletas. Inicialmente, elenco grená e tem incomodado muio trabalho será regionalizado, mas a to os adversários. Além, é claro, de ter intenção, revela Sosdeixado a torcida papo ter, é ampliar para o verde de raiva, porque Estado todo. “Além, é “Nosso trabalho Marcelo Costa não claro, dos contatos que aqui é para foi aproveitado por lá. a gente tem, espalhaMas no Caxias caiu tornar o Caxias dos pelo Brasil todo.” como uma luva. Para Outro elo dessa estru- auto-suficiente. sorte do clube grená, tura, que se fortalece Um clube que tem Pé no elenco. cada vez mais, é a base. sem riscos. Elenco esse que tem Mesmo com a saída de Júlio Soster, um porO primeiro Edson Machado, que to-alegrense de fala cuidava dessas cate- ponto é subir mansa e muitas ideias gorias, está garantida para a Série B” na cabeça, como esa continuidade – e, trategista. Mas, afinal como pontua Soster, o de contas, por que um “aprimoramento” – das categorias ju- cara como Soster veio parar no Canior e juvenil. “Vamos tentar vaga nas xias? “Pelo desafio. Eu gosto disso”, grandes competições brasileiras dessas revela. E avisa: “Não vim aqui para o categorias. Para junho devemos parti- Caxias para ficar pouco tempo”. Soster cipar de competição de nível com os já foi tentado a ser empresário de joganossos juvenis, mas não posso te ante- dor. Mas diz que não tem talento para cipar nada ainda. E quando falo ‘nível’, isso. Prefere estar do lado do jogador falo em disputa com clubes com inves- e do clube. Na formação, na aliança. timento na base, clubes grandes, não Soster poderia ter sido jogador. Quem com o time do interior do interior.” sabe. “Mas meu pai não queria, ele queria me ver estudado”. Seu LourenEsse olhar atento de Soster ço tem 85 anos e vem acompanhando para a base tem um objetivo a mé- as notícias do Caxias. “Nós tivemos dio e longo prazo: dar possibilidade uma formação diferenciada lá casa. de o Caxias fazer dinheiro, seja para Meu pai se formou em contabilidamanutenção do clube, seja para bus- de, teve seu escritório e o sonho dele car melhores jogadores no mercado. era que eu fosse trabalhar com ele. “Nosso trabalho aqui é para tornar o Mas eu nunca quis”, conta Soster. O Caxias auto-suficiente. Um clube sem filho estudou, formou-se, tem mesriscos. Por isso, o primeiro ponto é trado e tudo, virou até professor. Mas subir para a Série B. A disputa da Sé- driblou o pai e acabou no futebol.

Aloísio e Everton já haviam trabalhado com Soster antes de vestir a camisa grená

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Renato Henrichs renato.henrichs@ocaxiense.com.br

(Colaborou Valquíria Vita)

Ausência sentida

Por uma questão de coerência, a promotora Janaína dos Santos resolveu não levar adiante a denúncia do PCdoB e da União das Associações de Bairros contra o aumento da tarifa d’água. Afinal, desde janeiro o Ministério Público é subsidiado com informações de Caberlon a respeito da necessidade do reajuste, em níveis que possibilitem a continuidade dos investimentos feitos pelo Samae para a construção do Sistema Marrecas.

Tempo de espera

Dificuldade para fiscalizar. Esse talvez seja o motivo real do veto (derrubado depois pela Câmara) do prefeito ao projeto que estipula tempo de espera máximo de 10 minutos nas filas de supermercados. O argumento oficial fala em inconstitucionalidade e vício de origem. Pronta para ser transformada em lei, a proposta havia sido aprovada por unanimidade no Legislativo, depois de ter tramitado durante um ano, sempre com pareceres favoráveis. Apenas Mauro Pereira (PMDB) e Édio Elói Frizzo (PSB) votaram pela permanência do veto.

Na medida

O IBGE vai contratar 435 pessoas em Caxias do Sul (191 mil em todo o país) para atuarem como recenseadores no Censo. As inscrições estão abertas e as provas serão realizadas em 30 de maio. São esses recenseadores que irão determinar se a cidade já passou dos 500 mil habitantes.

Vereador Édio Elói Frizzo (PSB), ao questionar as críticas da oposição à gestão de Marcus Vinicius Caberlon no Samae

perguntas para

Assis Melo

O vereador e presidente do Sindicato dos Metalúrgicos foi detido sextafeira pela Brigada Militar durante manifestação na empresa Randon Quais os motivos dados para a sua detenção? Me prenderam e deu. Não houve voz de prisão. A Brigada disse o seguinte: “Tira esse cara daqui, tira ele de circulação, porque ele é que está no comando”. Mas não funcionou, o pessoal (diretoria da entidade e funcionários da empresa Randon, que impediam o trânsito na Rua Atílio Andreazza) se manteve paralisado. Nós ficamos ali, íamos fazer assembleia ali e eles queriam tirar a gente da rua. Isso gerou o confronto. Meteram bomba de efeito moral, deram tiro pra cima. Daí deu uma recuada. Dois caras da BM se reuniram num canto, não sei se ligaram para alguém ou se receberam uma ligação. Daí me prenderam. Me colocaram a algema e deu. Foi uma humilhação. Fiquei uma hora na delegacia, algemado, o braço arrochado. Precisou a Comissão de Direitos Humanos (da Câmara de Vereadores) ir lá para eles tirarem as

algemas e me soltarem. O Sindicato dos Metalúrgicos de Caxias entende que esse tipo de ação é válida, mesmo atrapalhando a passagem, o direito de ir e vir das outras pessoas? É o direito da mobilização. Sempre vamos achar um jeito de nos manifestar. Se proibem manifestação na porta da fábrica, e a Justiça diz que podemos nos manifestar somente a uma distância de 100 metros dali, tenho que fazer alguma coisa. Nós fizemos. Como o senhor avalia que essa prisão possa repercutir na sua campanha eleitoral para deputado? Não estava cometendo um crime, nem uma coisa dessas. Fui preso no exercício do trabalho.

Diversidade Do secretário Antônio Feldmann, da Cultura, também vice-presidente cultural da Festa da Uva, a respeito da programação que vai ter, a partir de quinta-feira, quase 1 mil apresentações nos 18 dias do evento: “A Festa da Uva é a celebração da cultura de um povo. Um povo que se constituiu a partir da chegada dos imigrantes italianos em 1875 e que ao longo do tempo foi recebendo a contribuição de outros povos, de outras

etnias. Hoje Caxias do Sul se caracteriza pela pluralidade e pela diversidade étnico-cultural. E a programação artístico-cultural da Festa da Uva é uma representação disso. Tem arte e cultura para todos, representando todos, reunidos em um único espaço. Dá muito trabalho, é preciso investimento sim. Mas o resultado é gratificante. A Festa da Uva é a síntese da unidade conquistada na diversidade. Ou seja, é o convívio das diferenças.”

A crise de identidade do PT e do PMDB espanta o eleitorado gaúcho. Se os dois partidos apoiarem Dilma Rousseff para a presidência da República, não seria melhor ter apenas um candidato “situacionista” ao governo do Estado? E, no caso de um segundo turno entre José Fogaça e Tarso Genro, para quem Dilma declarará o seu voto? Os estrategistas de campanhas eleitorais terão muito trabalho este ano para justificar acertos partidários inexplicáveis..

Em campanha

Depois de Yeda Crusius, que vai abrir oficialmente os trabalhos do ano no próximo dia 1º, a CIC terá em sua reunião-almoço do dia 22 de março a presença do pré-candidato ao Senado pelo PMDB, o ex-governador Germano Rigotto (que, por sinal, apóia Dilma para a presidência da República). Tarso já veio, Yeda e Rigotto estarão aqui em março... José Fogaça e Ana Amélia Lemos também aguardam um convite da entidade empresarial.

E as contas?

Dois grupos de trabalho foram formados a partir da realização do encontro “Não deixe o samba morrer”, proposto pela vereadora Denise Pessôa para debater os problemas do Carnaval de rua caxiense. O primeiro grupo vai buscar apoio para o desfile deste ano. O outro terá a tarefa de elaborar uma legislação para a folia. Nas discussões, lembrou-se a “inconstância e frequentes mudanças na forma de tratamento por parte dos agentes públicos”. Só não se falou da origem do problema: a prestação de contas (ou falta de) do repasse de dinheiro público para as escolas.

Cidade urgente

A menos de uma semana do início da Festa da Uva 2010, a cidade precisa de um urgente mutirão da Codeca para oferecer um bom aspecto aos visitantes. Não é preciso capina química para garantir a limpeza de canteiros e vias públicas. Márcio Schenatto, Divulgação/O Caxiense

Em compensação

Estão transformando a Câmara em palco

Diego Netto, Divulgação/O Caxiense

A falta que faz Geni Peteffi. De licença para tratamento de saúde, a líder do governo na Câmara não compareceu ao plenário esta semana. Resultado: dois vetos do prefeito foram derrubados pela bancada oposicionista – com votos de parlamentares da base governista. Mas o pior, para o governo, foi a aprovação do requerimento que convoca o diretor-geral do Samae, Marcos Vinicius Caberlon, a prestar novos esclarecimentos sobre os cálculos do reajuste da tarifa da água em 21,42%.

Salada

Item de campanha

A Brigada Militar mobilizou parte de seu efetivo, na manhã de sexta-feira, para garantir o direito de ir e vir das pessoas, impedidas de transitar pela Rua Atílio Andreazza em função de uma manifestação do Sindicato dos Metalúrgicos. A interrupção da via (e não a manifestação que exigia maior participação nos lucros para os funcionários da Randon Implementos, uma decisão espontânea da empresa) culminou com a detenção, entre outros sindicalistas, do vereador Assis Mello (PCdoB), presidente da entidade sindical. Para efeito de campanha eleitoral, a detenção não poderia ser mais frutífera.

w w w . o c a x i e n s e . c o m . b r

13 a 19 de fevereiro de 2010

O Caxiense

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