Edição 13

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BRIGA FERRENHA

As razões (e versões) de cada um no conflito Sindicato x Randon

Caxias do Sul, fevereiro de 2010 | Ano I, Edição 13 | R$ 2,50

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Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.

NOVO

olhar para a velha

caxias

Mascarados pela contemporaneidade, prédios antigos do Centro guardam a história da formação da cidade. A revelação dessa trajetória surge como alternativa para mantê-los de pé

Roberto Hunoff atesta a reação do mercado de trabalho em janeiro | Renato Henrichs fala da disputa eleitoral pela reitoria da UCS | A colônia que mora nos Pavilhões e um guia para aproveitar a festa | O Caxias garimpa talentos | Os planos de um juventudista de estirpe

Antônio Júlio Giacomin/O Caxiense


Índice

www.OCAXIENSE.com.br

A Semana | 3

VÍDEO

(Acompanhe em www.ocaxiense.com.br/multimidia) Maicon Damasceno/O Caxiense

Um resumo das notícias que foram destaque no site

Roberto Hunoff | 4

Retomada do segmento industrial impulsiona abertura de vagas de emprego em Caxias

Festa da Uva| 5

A Caxias “colona”, com muito orgulho, expõe seus costumes e delícias nas réplicas e no salão paroquial

Guia da Festa | 7

Música, dança e teatro tomam todos os espaços dos Pavilhões, enquanto a história desfila na Sinimbu

Arquitetura da preservação | 10 Márcio Schenatto, Divulgação/O Caxiense

A observação das fachadas antigas do Centro convida a cidade a refletir sobre seu patrimônio histórico

Artes | 13

As cores da simplicidade andina e a glória do colar de pérolas falsas

Trégua na fábrica | 14

Depois de 14 dias, Sindicato dos Metalúrgicos suspende a greve, mas segue em pé de guerra com a Randon

Guia de Cultura | 16

Um drama norte-americano nas telas e um blueseiro norte-americano no palco A dupla CA-JU volta ao Gauchão e o vôlei ganha as quadras e areias

Seleção grená | 19

Juarez Ártico, o vice de futebol que planeja um dia ser como o pai: presidente do clube do coração É tempo de definições eleitorais (nos partidos e na UCS) e homenagens na cena política

@cdjardim @ocaxiense Finalmente tenho em minhas mãos uma exemplar impresso do O Caxiense, parabéns pela qualidade gráfica e diagramação. Daniel Jardim, em 21 de fevereiro

Expediente

ORKUT

Redação: Cíntia Hecher, Fabiano Provin, Felipe Boff (editor), Graziela Andreatta, José Eduardo Coutelle, Maicon Damasceno, Marcelo Aramis, Marcelo Mugnol, Paula Sperb (editora do site), Renato Henrichs, Roberto Hunoff e Valquíria Vita Comercial: Leandro Trintinaglia Circulação/Assinaturas: Tatyany Rodrigues Administrativo: Luiz Antônio Boff Impressão: Correio do Povo

Para assinar, acesse www.ocaxiense.com.br/assinaturas, ligue 3027-5538 (de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h30 às 18h) ou mande um e-mail para assine@ocaxiense.com.br. Trimestral: R$ 30 | Semestral: R$ 60 | Anual: 2x de R$ 60 ou 1x de R$ 120

27 de fevereiro a 5 de março

Estande na Festa da Uva | @anahifros @ocaxiense Fui ontem com a jornalista Vera Damian ao estande de vocês. Parabéns, além de bonito aos olhos, fomos muito bem atendidas. Anahi Fros, às 9h de 25 de fevereiro

@adriantunes @ocaxiense Puxa hein, o jornal tá ficando cada vez mais bacana a cada edição! Parabéns! Adriana Antunes, em 22 de fevereiro

Renato Henrichs | 23

O Caxiense

(Acompanhe em www.twitter.com/ocaxiense)

12ª edição | @danieldalsoto A matéria do @m_aramis (Marcelo Aramis) na edição do final de semana do @ocaxiense matou a pau! Parabéns! Daniel Dalsoto, em 22 de fevereiro

Herança alviverde | 21

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TWITTER

@leandroucs @ocaxiense Parabéns pelo estande na Festa da Uva. Alta tecnologia. O futuro do jornal promete. Leandro Magalhães, às 8h de 25 de fevereiro de 2010

Na primeira peneira do ano, o Caxias tenta descobrir craques entre dezenas de jovens sonhadores

Jornal O Caxiense Ltda. Rua Os 18 do Forte, 422, sala 1 | Lourdes | Caxias do Sul | 95020-471 Fone 3027-5538 | E-mail ocaxiense@ocaxiense.com.br www.ocaxiense.com.br

l Um almoço com o sabor da tradição. Assista imagens dos bastidores do almoço colonial realizado no Salão Paroquial, da Festa da Uva

@maurevel @ocaxiense Tchê! Tô curioso, ainda não consegui ir para ver o estande de vocês, tá todo mundo comentando... mas este finde rola! Maurício Antunes, às 8h de 25 de fevereiro

Guia de Esportes | 18

Assine

l Passeio desvenda a arquitetura e a formação urbana de Caxias do Sul. Em vídeo, uma amostra da memória da cidade

12ª capa | Perfeito... ótimo jornal, ótimas fotos... Parabéns! Márcio Azamba, em 23 de fevereiro A imagem diz tudo, parabéns pro fotógrafo. J. M. Costa, em 21 de fevereiro Capa | No croqui Nossa Praça, Antônio Júlio Giacomin registra em poéticas tintas sua visão, a partir da Praça Dante Alighieri, da esquina da Rua Sinimbu com a Rua Marquês do Herval, onde o relógio do Eberle desponta, ainda, como sinal dos tempos.

S e m an alm e nte n a s b an c a s , di ar i am e nte n a inte r n e t .


A Semana Rodrigo Lopes, Divulgação/O Caxiense

Maicon Damasceno/O Caxiense

Rodrigo Lopes, Divulgação/O Caxiense

Construções tradicionais passam por reformas; shopping San Pelegrino inova

Hotel Itália vira prédio residencial; torcedora lamenta desclassificação do Juventude; e San Pelegrino será shopping “verde”

SEGUNDA | 22 de fevereiro Metalúrgicos

Tribunal suspende multa de R$ 150 mil Cerca de 300 funcionários da Randon marcharam pelas ruas de Caxias do Sul. O grupo saiu da empresa e seguiu a pé até a sede do Sindicato. Os trabalhadores, protegidos por guarda-chuvas, prejudicaram o trânsito no Centro. Os metalúrgicos protestaram por revisão do valor do Programa de Participação nos Resultados (PPR) e contra a violência ocorrida durante a mobilização na sexta-feira passada. Na assembleia, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Assis Melo, insistia para um maior engajamento na greve. O presidente afirmou que a greve é um direito dos trabalhadores e que, portanto, os funcionários não poderão ser demitidos por causa disso.

TERÇA | 23 de fevereiro

a construção é caracterizada como de interesse histórico da cidade. Neste caso, toda reforma necessita acompanhamento da Secretaria do Urbanismo e aprovação do Conselho Municipal de Patrimônio Histórico e Cultural (Compac), o que não está ocorrendo. Conforme o presidente da UAB, Daltro da Rosa Maciel, as reformas são apenas para melhorias internas. Entretanto, estão sendo construídas duas rampas com corrimão para cadeirantes e uma nova porta. A quadra inteira onde fica o prédio histórico integrava o conjunto da Companhia Vinícola Luiz Antunes. A parte ocupada pela UAB é o antigo setor de engarrafamento. O processo é realizado desde 1999, quando passou a fazer parte da Lei Orgânica. Nenhum projeto foi recebido na Secretaria de Urbanismo para ser analisado. Reunião no dia 10 de março discutirá a situação do prédio.

QUARTA | 24 de fevereiro Samae

História

Abaixo-assinado pede investigação de gastos

A sede da União das Associações de Bairros de Caxias do Sul (UAB), na Rua Luiz Antunes, número 80, está sendo reformada. Entretanto, como o prédio tem mais de 50 anos,

Panfletos contra o reajuste de 21,42% na taxa de água foram entregues na Praça Dante Alighieri. A vereadora Ana Corso (PT) e um assessor do deputado federal Pepe Vargas (PT), Miguel Dall’ Alba, além de representantes do

Prédio da UAB é reformado sem aprovação de Conselho

vereador Rodrigo Beltrão (PT) e de associações de bairros abordavam populares para colaborar com um abaixo-assinado. As assinaturas serão anexadas ao pedido de reconsideração de um processo para investigar, no Ministério Público, os gastos do Samae, documento a ser entregue na próxima segunda-feira, dia 1º.

QUINTA | 25 de fevereiro Negócio

Hotel Itália será prédio residencial Obras em toda a extensão do Hotel Itália, fechado desde 2008, revelam mais do que simples interferências na estrutura física. Anunciam mudanças radicais no foco de atuação do empreendimento: até outubro, parte do local deverá abrigar um prédio de 32 apartamentos, de um e dois quartos, todos com garagem e acesso pela Avenida Itália. Depois da conclusão dessa primeira etapa, será a vez de a recepção, pela Avenida Júlio de Castilhos, defronte à Panambra, ser posta abaixo. Nesse espaço, está prevista a construção de um edifício de até oito andares.

Copa do Brasil

Juventude é eliminado O Juventude não teve competência para reverter o placar adverso da

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partida de ida pela Copa do Brasil, foi novamente derrotado por 1 a 0 no Jaconi e acabou eliminado na primeira fase. O Corinthians-PR veio fechado, mas não se intimidou, foi para cima poucas vezes e conseguiu fazer o gol da vitória em um erro de marcação alviverde, ainda no primeiro tempo. No jogo de ida o time havia vencido pelo mesmo placar.

SEXTA | 26 de fevereiro Negócio

San Pelegrino será shopping sustentável O San Pelegrino poderá ser um dos primeiros shoppings verdes do país. O prédio, na esquina da Avenida Rio Branco com a Rua Machado de Assis, integra a lista de empreendimentos inscritos na certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), espécie de selo de qualidade concedido a construções que obedecem aos mais avançados conceitos de sustentabilidade e preocupação ecológica. Entram nesse rol aspectos como o bom desempenho energético e o maior aproveitamento possível de iluminação natural, além do uso de vidros especiais e de uma cobertura na cor branca, fatores que contribuem para diminuir a transmissão de calor – a atual colocação de estruturas metálicas no alto e nas laterais do prédio é um dos estágios desse processo.

27 de fevereiro a 5 de março

O Caxiense

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Roberto Hunoff roberto.hunoff@ocaxiense.com.br

Mesmo com redução de 18,7% na receita líquida, que totalizou R$ 2,057 bilhões no ano passado, a Marcopolo aumentou em 1,6%, para R$ 136,5 milhões, seu lucro final, com margem de 6,6%. A empresa faturou mundialmente 19.207 ônibus, dos quais 11.937 para transportadores brasileiros, queda de 10% na comparação com 2008. Exportou 1.585 unidades completas e 606 desmontadas e produziu 5.685, acréscimo de 4,6%, no exterior. Este resultado positivo decorre da expansão das vendas na Índia, onde foram colocados 2.517 ônibus. A expectativa da Marcopolo para este exercício é produzir 24,7 mil ônibus e faturar R$ 2,550 bilhões. A organização encerrou o ano passado com 13.715 colaboradores, apenas 40 a menos do que havia em 2008. Em Caxias do Sul houve redução do quadro em 8%, para 7 mil pessoas. Nas coligadas – Ciferal e Neobus – crescimento de 14%, para 3 mil. No exterior o incremento foi de 28%, superando a casa de 4 mil, dos quais 2 mil só na Índia.

Empregos em alta Voltando a acompanhar a tendência nacional, o primeiro mês do ano foi de forte recuperação no mercado de trabalho de Caxias do Sul. A abertura de 2.259 vagas foi resultado direto da retomada do segmento industrial, responsável por 1,7 mil postos. Em janeiro de 2009 o setor havia fechado mais de mil vagas. Dado também

significativo é o de que a indústria de transformação da cidade respondeu por 25,6% de todos os empregos gerados na atividade do Rio Grande do Sul. Já o comércio local participou com 62% dos postos fechados no Estado. Em Caxias do Sul o varejo gerou saldo negativo de 86 vagas, enquanto no estado todo foi de apenas 138.

Força dos serviços

Representatividade

Em 12 meses a economia de Caxias do Sul gerou 2,9 mil postos de trabalho. A área de serviços é a grande impulsionadora de empregos no período anualizado, com quase 1,7 mil vagas. Seguem-se comércio com 858 e construção civil com 452. A indústria fechou 112 vagas e a agropecuária, 79. Foram admitidas 78.423 pessoas e demitidas 75.505.

As 8.527 admissões realizadas na cidade corresponderam a 7,98% do total estadual e as 6.268 demissões a 7,12%. As 29.798 empresas registradas fecharam janeiro com 151.566 empregos formais, representando 6,91% do todo estadual. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Demitidos do Ministério do Trabalho e Emprego.

A Microempa programou para terça-feira, 2, às 19h30, em seu estande nos pavilhões da Festa da Uva, o lançamento oficial do projeto de divulgação da figura do Empreendedor Individual. O objetivo é levar informações detalhadas sobre este novo sistema jurídico, que busca reduzir a informalidade. Para tanto a entidade desenvolverá campanha nos meios de comunicação e terá um serviço de orientação aos interessados. Até 7 de março o atendimento será prestado gratuitamente no estande da entidade na Festa da Uva. O Empreendedor Individual é figura jurídica criada pelo governo federal para estimular trabalhadores de pequenas atividades, como costureiro, cabeleireiro, eletricista e encanador, entre tantos outros, a se formalizarem. Para ser um empreendedor individual é necessário faturar no máximo R$ 36 mil por ano e não ter participação em outra empresa como sócio ou titular. Nesta condição o empreendedor paga por mês somente R$ 56,10 para a Previdência e R$ 1 para o Estado caso a atividade for comércio ou indústria ou R$ 5 para o Município se for prestação de serviços.

Qualificação

Projeto desenvolvido com apoio da Embrapa e Sebrae, o Selo de Qualidade dos Produtos da Agricultura de Caxias foi entregue nesta semana a 11 produtores de uvas protegidas. A iniciativa da Secretaria Municipal da Agricultura identifica produtores que desenvolvem suas atividades sob critérios socioambientais, tecnológicos, de gestão e alimentos saudáveis com objetivo de ampliar suas redes de comercialização. A secretaria também confirmou a realização do 4º Horti Serra Gaúcha para o período de 18 a 21 de maio de 2011, nos pavilhões da Festa da Uva, com o tema Tecnologia e Negócio. O secretário municipal da Agricultura, Nestor Pistorello, explicou que o objetivo da exposição é qualificar ainda mais a questão tecnológica e fazer com que os produtores assimilem os conhecimentos que serão oferecidos por meio de rodadas de negócios.

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O Caxiense

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Júlio, Objetiva, Divulgação/O Caxiense

Apoio à formalidade

Posse

O empresário Tiago De Boni Dal Corno assume na quinta-feira, 4, 19h30, em solenidade no Intercity, a presidência do Sescon-Serra Gaúcha (Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis, Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas da Região Serrana). Integrante da diretoria da entidade desde 2007, o novo presidente, eleito no final do ano passado em assembléia geral, é sócio da Organiza Contabilidade, onde iniciou suas atividades aos 12 anos como office-boy.

Campo de provas

Com 18 pistas, que totalizam 15 quilômetros, o Campo de Provas das Empresas Randon foi liberado para funcionamento. Após o cumprimento de uma série de requisitos ambientais, a Fundação Estadual de Proteção Ambiental concedeu a Licença de Operação. O empreendimento, que ocupa parte de uma área total de 87 hectares em Forqueta, exigiu aporte de R$ 15 milhões. Além de servir para testes dos produtos Randon, o local também será usado por terceiros.

Encontro do plástico

Novas instalações A Scapini Mitsubishi Motors investiu R$ 5 milhões na estruturação de sua nova concessionária em Caxias do Sul. As instalações de 4 mil metros quadrados, quatro vezes maiores do que a sede anterior de 1 mil metros quadrados, foram erguidas em área total de 6 mil metros quadrados. Com a expansão, a empresa ampliou as áreas já existentes e agregou o serviço de funilaria e pintura, antes terceirizado. O número de funcionários cresceu de

22 para 35 e deve chegar aos 40 no decorrer do ano. A loja de Caxias do Sul é a primeira no Rio Grande do Sul que segue a nova padronização de revenda definida pela montadora japonesa. Com matriz em Lajeado, a Scapini se prepara agora para inaugurar, no segundo semestre, concessionária em Passo Fundo. A projeção para o ano é crescer 12%, acompanhando as estimativas da Mitsubishi, que tem fábrica na cidade de Catalão, Goiás.

Curtas

A Criare Móveis Planejados abriu, nesta semana, nova sede em Caxias do Sul com 350 metros quadrados. No mercado há sete anos, a marca está localizada agora no Bairro Santa Catarina, próximo à Casa de Pedra. Com votos de 98,3% dos eleitores, Ivanir Gasparin foi reconduzido para mais um mandato à frente do Sindicato do Comércio Varejista. A chapa única encabeçada pelo atual

presidente assume mandato de quatro anos em 1º de abril. Das empresas aptas a votar, 63% se fizeram presentes. A posse festiva está agendada para 8 de abril.

A governadora Yeda Crusius abre, segunda-feira, 1º, o calendário semanal de reuniões-almoços da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul. Ela falará sobre as ações do Estado na Serra Gaúcha. O encontro começará ao meio-dia.

A primeira reunião-janta do Sindicato das Indústrias de Material Plástico do Nordeste do Estado terá a presença de Rui Chama, vice-presidente executivo da unidade de polímeros da Braskem. Ele abordará as novas perspectivas da empresa, que acaba de anunciar sociedade com indústria do México e se prepara para colocar no mercado o plástico verde, produzido a partir da canade-açúcar. O programa, que se inicia às 20h de segunda-feira, dia 1º, no restaurante da CIC, ainda terá apresentações de dois projetos de desenvolvimento do setor e a realização do 3º Encontro Nacional de Ferramentarias.

Reação

As atividades produtivas das duas maiores empresas da cidade, Randon e Marcopolo, no primeiro mês do ano, reforçaram a convicção de que 2010 poderá ser de números recordes. O conjunto de oito empresas da Randon apresentou receita líquida consolidada de R$ 242,4 milhões em janeiro, alta de 57,8% sobre igual mês do ano passado. Na quinta-feira, dia 4, em Porto Alegre, o grupo anuncia os resultados financeiros do ano passado. Já as duas unidades da Marcopolo de Caxias do Sul elevaram a produção de carroçarias de ônibus em 184%, atingindo a marca de 555 unidades.

S e m an alm e nte n a s b an c a s , di ar i am e nte n a inte r n e t .

Júlio, Objetiva, Div./O Caxiense

Lucro mantido


Maicon Damasceno/O Caxiense

135 anos de imigração

As mulheres do clube de mês Santa Rota de Cássia, do bairro Desvio Rizzo, trabalham nos Pavilhões há 18 anos e fazem o pastel mais famoso do parque de exposições

A COLÔNIA

H

É AQUI por GRAZIELA ANDREATTA graziela.andreatta@ocaxiense.com.br

A tradição italiana vai muito além da tarantela – que, aliás, nem faz parte da cultura regional daqui, exceto pelos grupos de dança folclórica que a apresentam. Está no jeito de falar, nas preferências culinárias, nos hábitos, nos costumes e no orgulho incontestável das origens – pobres, trabalhadoras e imigrantes. Imigrantes, sim, e não italianas, como muitos podem pensar. “Nosso orgulho é porque nossos antepassados nasceram na Itália, mas deixaram tudo para vir pra cá. Eram muito pobres lá e enfrentaram muitas dificuldades na viagem de navio para o Brasil e também quando chegaram aqui. Mas venceram”, conta a agricultora Graciema Oliva Zanotti Bonatto, 73 anos, moradora de Santa Lúcia do Piaí. Em 2010, essa travessia marítima descreve completa 135 anos, que estão sendo lembrados no tema da Festa da Uva, nas alegorias dos desfiles e também na história de muita gente espalhada pelos Pavilhões e com toda a disposição do mundo para contar as aventuras e vitórias das suas famílias desde que decidiram deixar a Itália para viver aqui. O historiador Juventino Dal Bó explica que essa exaltação das origens é um processo muito recente que começou a se popularizar somente a partir de 1975, quando foi comemorado o centenário da imigração italiana. “Historicamente, o que havia era uma certa vergonha de pertencer a uma camada social tão pobre que precisou imigrar.

E tinham ainda as campanhas do governo brasileiro contra os imigrantes, principalmente os italianos e alemães. Mas o centenário trouxe à tona uma nova visão, que tem se fortalecido de lá para cá.” Dal Bó lembra que a Festa da Uva também tem um papel importante nesse resgate às origens. Ele teria começado em 1950, quando foi lançada a pedra fundamental para construção do Monumento Nacional ao Imigrante, inaugurado na edição seguinte, em 1954. E tem se mantido sobretudo nas festas mais recentes. “Todas aquelas dificuldades da fome e da pobreza foram ficando distantes e deixando de ser motivos de vergonha. Acredito que, por isso também, ficou fácil exaltar as coisas boas e deixar as ruins para trás.” Quem não viveu essa época nem acompanhou sua história pode ter uma pequena mostra disso visitando os Pavilhões. Basta apurar um pouco mais o olhar, parar para ouvir e provar da comida típica daqui que um simples passeio pode se transformar em uma aula de cultura. Para saber como descobrir tudo isso, propomos um roteiro diferente do tradicional, que até passa pelo itinerário comum do Centro de Eventos e dos pavilhões 1 e 2, mas concentra maior atenção nos arredores desse itinerário grande e tumultuado. Assim é possível descobrir a parte mais colonial da Festa – aquela que tanto agrada turistas e que pode surpreender também os caxienses. Essa visita começa por onde iniciou a cidade: a Réplica de Caxias

Descendentes de italianos preservam, em alguns espaços dos pavilhões, características culturais que encantam turistas e caxienses de 1885. A fileira de 20 casas, incluin- interior e à padroeira de Caxias do Sul. do uma igreja e um coreto, à direita de Ele fica bem pertinho de uma capela quem entra nos Pavilhões, é uma re- onde são celebradas missas todos os produção da arquitetura da cidade na sábados, às 18h, e domingos, às 11h, época. As moradias eram de madeira, durante a Festa da Uva. “Não podetinham varandas na frente e, as mais mos esquecer que antes de alimentar caprichadas, lambrequins nos telha- o corpo é preciso alimentar o espírito”, dos. lembrou o vereador Ari Dallegrave no Durante a Festa da Uva, os descen- primeiro dia de almoço no salão, deidentes daqueles se instalam nas casas xando claro que a missa aos domingos com produtos típicos coloniais, pro- vai além da religiosidade, faz parte da duzidos por eles mescultura dos descendenmos para vender aos tes de imigrantes, prinvisitantes. Em algumas cipalmente dos mais delas é possível comer “Nosso orgulho é antigos. sanduíche de pão casei- porque nossos E por falar dos mais ro com salame, cuca e antepassados antigos... Eles têm um outras delícias da culivocabulário proprio nasceram na nária local. para se referir às coisas Na casa de Forqueta Itália, mas da colônia. O salão patem grostoli quentinho deixaram tudo roquial, por exemplo, e uma sonorização toda para vir pra cá, é chamado de bodeespecial, providenciada ga, ou bodegão, se for onde venceram”, pelos próprios moragrande. O bar e o caixa dores, que em alguns diz Graciema são chamados de copa, horários se sentam na e o distrito ou subdisvaranda com um viotrito, carinhosamente, lão e começam a entoar músicas italia- de comunidade. nas. Logo acima, na do Clube de Mães Comunidade tem um conceito muiSanta Rita de Cássia, do Desvio Rizzo, to importante no interior, onde as é feito o pastel mais famoso da Festa pessoas fazem questão de se conhecer da Uva há 18 anos. “Para o pastel ficar e se ajudar. É pela comunidade que bom, a massa tem que ser caseira. Não costumam fazer esses almoços, nos se compara com essas massas compra- quais trabalham de graça e espontanedas”, garante Lidia Rossini, 80 anos, a amente. “Ajudo desde os 12, 13 anos. dona da receita. Nunca parei para pensar se eu gosto. Faço porque precisa e pronto”, resume E tem muito mais atrativos nas a agricultora Mari Marcarini, 58 anos, réplicas. Este ano foi construído o sa- que no salão paroquial dos Pavilhões lão paroquial Santa Tereza, uma dupla estava trabalhando de garçonete. homenagem, aos almoços típicos do Assim também é com o pessoal da

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27 de fevereiro a 5 de março

O Caxiense

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Fotos: Maicon Damasceno/O Caxiense

Ilva frita o pastel feito por Lidia ; Graciema (E) e Osvaldina vendem delícias de Santa Lúcia; a cozinheira Elsa fez do trabalho nas festas coloniais sua profissão

valdina Bonatto, 68, que ainda trabalha levar muito tempo ainda até que se na lavoura e faz questão de contar isso percam. para os turistas. “Eu adoro trabalhar na O historiador Juventino Dal Bó roça. Planto tudo o que você imagina: acredita que muitas coisas deixarão de milho, feijão, batata, amendoim, bata- existir, e a principal delas é a língua. doce e até fava”, diverte-se. Osvaldina Segundo ele, não faz mais sentido tendiz que não compra quase nada de tar forçar as pessoas a aprenderem um comida. Só aquilo que não pode pro- dialeto que é falado apenas aqui. “Isso duzir. Em sua casa, só tem sopa de ag- precisa ser preservado, mas através de nolini quando ela mesma faz a massa, documentos, registros orais e filmes, assim como o pão, a cuca e a chimia. pois não se deve impôr uma cultura. “Não tem comida melhor que essa nos- O que deve ficar mesmo são aquelas sa feita em casa”, assegura Graciema. coisas que estão entranhadas na alma.” “Você precisa ver o pão que eu faço”, Entre essas coisas estão hábitos e cosconcorda Osvaldina. tumes bons e ruins que acabam sendo A música típica italiana – aquela transferidos de pai para filho. “É aquela que a gente ouve nos desfiles e apre- alegria do italiano, a maneira espontâsentações artísticas em época de Festa nea de ser, a desconfiança em relação da Uva – não faz parte da rotina nem às pessoas que não se conhece bem e do gosto de nenhuma delas. Graciema até a inveja que move a pessoa a ter o gosta de ouvir músicas de igreja, e Os- mesmo que o vizinho, característica valdina, as gaúchas, que a fazem dan- que pode ser traduzida como defeito çar. Ligam o rádio todos os dias de ma- ou como aquela fome de progresso que nhã bem cedo para ouvir suas canções faz a cidade crescer.” e acompanhar as notícias e só desligam O motoboy Moris Albert Biano, 32 depois das 13h, quando o locutor ter- anos, que está trabalhando de padeiro mina de ler as notas fúnebres. “Nem na Festa da Uva, diz com orgulho que todo mundo telefona lembra do avô fazendo pra avisar quando alqueijo, salame e vinho, guém morre. Se a gente “Não comi pão costume que a mãe ouve no rádio fica sa- melhor do que dele interrompeu. Ele bendo de tudo”, explica mesmo confessa que só esse nosso Graciema. aprendeu a fazer pão caseiro. E com por necessidade, já que Se tudo isso irá se queijo e salame, trabalhou por 14 anos perder quando a imi- então, nem se em uma padaria. gração italiana comMas se você lhe perpletar 150 ou 200 anos, fala”, garante guntar sobre seus hábinão se sabe. As crianças o motoboy e tos e preferências, logo já não falam dialeto, padeiro Biano perceberá que algumas estão mudando o sotacoisas a passagem do que e não devem ouvir tempo não consegue notas fúnebres no rádio. Não há como apagar. “Não comi pão melhor do que prever nem se a Festa da Uva conti- esse nosso caseiro. E com queijo e salanuará existindo e preservando certos me, então, nem se fala.” Alguém duvicostumes. Mas alguns hábitos podem da que a origem dele é italiana? APEDIDO

cozinha, da copa e da churrasqueira. diz Maria Sirlei Sarafin, 65 anos, que Nelson José Copeli, 59 anos, Jané An- não é descendente de italianos, mas tonio dos Santos, 64 anos, e Jucelino assumiu a cultura. “A gente só não faz Antonio Suzin, 52 anos, trabalham na o salame”, diz Nádia Zucolotto Rodrichurrasqueira da cogues, 51 anos. “Mas, munidade de Vila Seca antigamente se fazia há décadas e adoram o Falar em dieta esse também”, emenda serviço. “Só que lá na é tão grave Lucia rapidamente. capela tem que virar o Falar em dieta perto que chega a espeto na mão. Não é dessas mulheres não moderno como aqui na ser “pecado”. pode ser considerado Festa da Uva”, compa- Afinal, não tem uma pequena gafe. É ra Suzin. A cozinheira nada menos tão grave que chega Elsa Paloski Camello, a ser “pecado”, diante italiano do 60 anos, cozinhou de tanta comida boa. tanto para as festas de que comer Afinal, não tem nada Fazenda Souza que pouco menos italiano do que acabou se tornando comer pouco. profissional. Hoje, vive O hábito de comer de fazer almoços em capelas aos finais bastante está diretamente ligado à hisde semana. tória da imigração. Os primeiros imiTodas as pessoas que estão traba- grantes enfrentaram a fome na Itália, lhando no salão paroquial são mo- na viagem para o Brasil, depois nas radoras de distritos e unidades ad- viagens a pé ou a cavalo até a região e ministrativas de Caxias. Em comum, novamente depois de estabelecidos nas elas têm a experiência de fazer aqueles terras onde iriam ficar. Quando comealmoços tradicionais – que sempre co- çaram a produzir alimentos e vinho, a meçam pela sopa de agnolini e sempre mesa farta passou a ser, além de motiterminam pelo rifão – e uma habilida- vo de orgulho, um símbolo de vitória. de incrível para trabalhar pela comuni- Afinal, tinham vencido a fome e prosdade onde elas vivem. perado. Mas não é só almoço que elas serMas, se nessa visita aos Pavivem. Nesse lugar, também se toma café lhões, você estiver cansado de tanto todas as tardes. E não é qualquer café. comer e quiser só ouvir alguma históÉ café de italiano. Tem salame, queijo, ria ou ver alguma demonstração desse polenta brustolada, pão caseiro, cuca – orgulho típico dos descendentes de itade uva, claro –, suco e até vinho. Tudo lianos, pode visitar também os estanà vontade. “Comida tem que ser à von- des dos distritos, dentro do pavilhão 2. tade”, garante Lucia Maria Minuzzi, 65 Claro que lá tem comida. Mas também anos, moradora de Forqueta e uma das tem os moradores do interior, com seu cinco voluntárias responsáveis pelo sotaque e sua simplicidade. café do salão. É onde fica a Graciema Oliva Zanotti As voluntárias dizem que é quase Bonatto, que vende, na banca de Santa tudo caseiro, simples e fácil de fazer Lúcia, produtos feitos por moradores em casa. “Nasci e cresci comendo isso”, do distrito. Ao lado dela, a vizinha Os-

NOTA DE ESCLARECIMENTO

Em face de notícias veiculadas sobre irregularidades na compra de ações da Randon S.A. Implementos e Participações (“Randon”) e de sua controlada Fras-le S.A. (“Fras-le”), por parte de acionistas e executivos em 2002, vimos, a fim de bem esclarecer as operações realizadas, informar que: 1. Raul Anselmo Randon, Astor Milton Schmitt, Alexandre Randon, Nilva Therezinha Randon, Daniel Raul Randon e Erino Tonon (“Acionistas e Executivos”), têm por hábito realizar investimentos adquirindo ações da Randon e Fras-le. 2. A norma tida por violada, recém editada à época do fato, não é clara com relação ao período em que seriam vedadas compras de ações, e a decisão da CVM – Comissão de Valores Mobiliários que as julgou irregulares foi objeto de recurso junto ao Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional, que ainda se encontra pendente de julgamento. 3. Com exceção feita a um dos envolvidos, que por questão de divórcio, viu-se obrigado a transferir uma parte de suas ações, os Acionistas e Executivos não venderam as ações da Randon e da Fras-le adquiridas e, portanto, não realizaram lucro com estas operações. 4. As compras citadas pela CVM foram em quantidades e valores inexpressivos, se comparadas ao histórico das pessoas abrangidas, variando, individualmente, de R$ 2.680,00 (dois mil, seiscentos e oitenta reais) à R$ 241.800,00 (duzentos e quarenta e um mil e oitocentos reais). Nesse sentido, ainda cabe esclarecer, que as aquisições realizadas não objetivaram a obtenção de vantagem ou proveito próprio e que dúvidas na interpretação da nova lei ensejaram os questionamentos jurídicos. Caxias do Sul (RS), 25 de fevereiro de 2010. Raul Anselmo Randon

Astor Milton Schmitt

A firma está reconhecida na forma da lei.

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O Caxiense

27 de fevereiro a 5 de março

Alexandre Randon

Nilva Therezinha Randon

Daniel Raul Randon

Erino Tonon


Guia da Festa

NON ONON, Divulgação/O Caxiense

Simone Ramme, Divulgação/O Caxiense

Maicon Damasceno, Divulgação/O Caxiense

Música, circo, teatro e desfiles animam a semana nos Pavilhões e na Sinimbu

Mineiros do Jota Quest são atração na sexta, dia 5; o Tholl traz suas cores, acrobacias e fantasias, no domingo; o romântico Leonardo se apresenta no sábado

SÁBADO | 20

Música

l Coral Anima D’Itália | 10h, 12h e 14h | Estação das Soberanas l Banda Amigos | 11h | Estação da Convivência l Quinteto de Metais da Orquestra Municipal de Sopros | 11h, 13h e 15h | Estação das Soberanas l Grupo Sonata | 12h | Salão da Igreja l Guido Gremo | 12h | Estação da Colônia l Sidinei Lucas | 12h | Restaurante Tulipa l Di Kaios | Rap. 13H | Estação da Convivência l Elmo de Freitas | Sertanejo universitário. 14h | Estação da Convivência l Maral Gurgel | Nativista. 14h | Estação do Gaúcho l Bora Balançá | Sertanejo univer-

sitário. 15h | Estação da Convivência l Jéssica e Rosana | Nativista. 15h | Estação do Gaúcho l Coral da Associação Cultural Germânica de Caxias do Sul | 16h, 18h e 20h | Estação das Soberanas

l Paulo Cardoso da Silva | 18h e 20h | Estação da Colônia l Xiruzinho | Nativista. 18h | Estação do Gaúcho l César de Freitas | 19h | Restaurante Tulipa

l Hold Riff | Hard rock. 16h | Estação da Convivência

l Italianíssimo Benhur Toledo | Música italiana. 19h | Estação da Colônia

l Maiquinho do Acordeon | Tradicionalista. 16h | Estação do Gaúcho

l Sertanejo Show | Sertanejo universitário. 19h | Estação da Música – Palco Auxiliar

l Grupo A Festa Chegou | 17 h | Estação da Colônia

l Grupo Felicitá | 20h | Estação da Serra

l Luiz Felipe Brando | 17h | Estação do Gaúcho

l Grupo Sul Mania | Musica nativista. 20h | Estação da Música – Palco Auxiliar

l Madeira de Lei | 17h | Estação da Convivência l Paulo Johann | 17h e 19h | Estação das Soberanas l Gringos e Troianos | Pop rock. 18h | Estação da Convivência l Lázaro e Luizinho | 18h | Estação da Serra

l João Paulo & Fabiano e Pop Star | Sertanejo universitário. 21h | Estação da Música – Palco Auxiliar l Luciano Cesa | Clássica/ Italiana. 21h | Estação da Colônia l Barracuda Project | Rock eletrônico. 22h | Estação da Convivência

l Leonardo | Sertanejo. 22h | O cantor goiano apresenta sucessos como Pensa em mim, Entre tapas e beijos e Festa de rodeio Estação da Música – Palco Principal

Dança

l Shutzenhaus Tangruppe | 13h e 17h | Estação da Serra l CTG Campo dos Bugres | 14h e 19h | Estação da Serra l MIXTU | 20h | Estação da Convivência

Teatro

l C.I.A. Uerê | 10h | Estação do Abraço l Tem gente teatrando | 10h | Réplica l Grupo Aprontação Experimental | Das 13h às 18h | Alameda em frente aos parreirais l Associação Artística Sempre Amigos | 15h | Estação da Colônia l Grupo Hora Vaga | 15h | Pórtico

APEDIDO

A FIRMA ESTÁ RECONHECIDA NA FORMA DA LEI w w w . o c a x i e n s e . c o m . b r

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O Caxiense

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DOMINGO | 21

l As Princesinhas | Nativista. 17h | Estação do Gaúcho

Desfile

l Corso alegórico | 18h | São 10 quadros temáticos que contam 135 anos de Caxias em 1 hora. Rua Sinimbu R$ 25 arquibancada coberta, R$ 15 arquibancada descoberta (bilheteria da Casa da Cultura, das 9h às 19h)

Música

l Quarteto de Saxofones da Orquestra Municipal de Sopros | 10h e 12h | Estação das Soberanas l Grupo de Câmara do Coral Municipal | 11h, 13h e 15h | Estação das Soberanas l Acordes Instrumentais | 12h e 14h | Estação da Colônia l Giovani e Marilda | MPB. 12h | Restaurante Tulipa

l Canteriando | Nativista. 17h | Estação da Música – Palco Auxiliar

l Valdir Anzolin | Italiana. 17h | Estação da Colônia l Infra Blue | Hard rock. 17h30 | Estação da Convivência l João Maria Ribeiro | Nativista. 18h | Estação do Gaúcho |

l Dan Ferretti | MPB. 19h | Estação da Convivência

l Jesus Oliveira | 20h | Estação da Convivência

l Guido Gremo | 13h | Estação da Colônia

l Trovador da Serra | 14h | Estação da Colônia

l Marcos De Ros | Rock. 17h e 19h | Estação das Soberanas l Julio César | 18h e 20h | Estação das Soberanas l Coral Típico Italiano Ana Rech | 18h; 20h | Estação da Colônia; Estação da Serra l Coral Pamiatki | Música polonesa. 20h | Estação da Colônia l Paulo Roberto | 21h | Estação da Convivência l Grupo Estrela Sirius | 20h | Estação da Convivência

l Lázaro Nascimento | MPB. 21h | Apresenta músicas de seu novo álbum, Simplicidade. Estação da Convivência

Dança

l Grupo Avanti | Típica italiana, 15h | Estação da Serra

TERÇA | 23

Música

l Marcos De Ros | Rock. 18h e 20h | Estação das Soberanas l Coro Monte Carlo | 18h e 20h | Estação da Serra l Coimbra Jones | Pop rock. 19h | Estação da Convivência

Maicon Damasceno, Div./O Caxiense

l Grupo Os Colonos Zo Scarpon | 15h | Estação da Música – Palco Auxiliar

Música

QUARTA | 24

Desfile

l Corso alegórico | 18h | São 10 quadros temáticos que contam 135 anos de Caxias em 1 hora. Rua Sinimbu

Música

l Sul Paion | Nativista. 15h | Estação da Convivência l Adão Léo | MPB. 17h e 19h | Estação das Soberanas l Grupo Felicitá | 18h e 20h | Estação da Colônia l Luiz Carlos | 8h e 20h | Estação das Soberanas l Anaxes | Heavy metal. 9h | Estação da Música – Palco Principal l Coral São Brás | 19h | Estação da Colônia l Eletric Blues Explosion | Blues. 19h | Estação da Convivência l Inheritours | Power metal. 20h | Estação da Música – Palco Auxiliar l Pedro Lima e Daiane Show | 19h | Estação da Serra l Darkshadows | Metal. 21h | Estação da Música – Palco Principal l André Viegas e Banda | Rock. 21h | Estação da Convivência

Simone Ramme, Div./O Caxiense

l Coral Nova Trento | Típica italiana. 14h e 16h | Estação da Serra

SEGUNDA | 22

Dança

l Jota Junior | 20h | Salão da Igreja

l Edon | New metal. 13h | Estação da Convivência

l Tem gente teatrando | 15h | Réplica

Trupe circense de Pelotas traz espetáculo que mistura cor, acrobacia e fantasia. Estação da Música – Palco Principal

l Sul Paion | Nativista. 20h | Estação da Serra

l Samuel Sodré | MPB. 13h | Estação da Serra

l Grupo Hora Vaga | 15h | Estação da Réplica l Tholl Imagem e Sonho | 22h |

l Querência Serrana | Nativista. 19h | Estação do Gaúcho

l Grupo Vozes da Terra | 12h | Salão da Igreja

l Médicos do Sorriso | 15h | Estação da Leitura

Circo

l Júlio César | 17h e 19h | Estação das Soberanas

l Vagabundos Iluminados Rock. 18h30 | Estação da Convivência

l Grupo EDZ | 14h | Estação da Convivência

Isadora Secchi Silveira, Div./O Caxiense

l Exilados | Rock. 16h30 | Estação da Convivência

Médicos do Sorriso alegram com esquetes; banda caxiense Edon toca new metal, mesmo estilo de outro conjunto local, o Mouai

l William Pontes Leite | 15h | Estação do Gaúcho l Grupo A Festa Chegou | 16h | Estação das Soberanas l Itajaiba Mattana e Quarteto | 16h | Estação da Música – Palco Auxiliar l Airton Arruda | 16h | Estação do Gaúcho l Xiruzinho | Nativista. 16h | Estação da Colônia

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O Caxiense

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l Grupo de Danças Folclóricas Maristela Gadens | 17h e 19h | Estação da Serra

Teatro

l C.I.A. Uerê | 10h | Estação do Abraço l Tem gente teatrando | 10h | Réplica l Grupo Aprontação Experimental | das 13h às 17h | Alameda em frente aos parreirais

l Lady Jam | Rock. 20h | Estação da Convivência

l Exit 11 | Heavy metal. 22h | Estação da Música – Palco Auxiliar

l Mouai | New metal. 21h | Estação da Convivência

l Predator | Death metal. 23h | Estação da Música – Palco Principal

Teatro

Dança

l Cia. Uerê | 14h | Estação do Abraço l Grupo EDZ | 14h | Estação da Convivência l Grupo Quiquiprocó | 15h e 16 | Estação da Serra

l Grupo Diapositivo | 20h | Estação da Convivência

Teatro

l C.I.A. Uerê | 14h | Estação do Abraço l Cia. Nazareno Bonecos | 14h |

S e m an alm e nte n a s b an c a s , di ar i am e nte n a inte r n e t .


Salão da Igreja l Médicos do Sorriso | 14h | Estação da Leitura l Tem gente teatrando | 15h | Réplica l Casa das Marocas | 15h e 15h30 | Estação da Serra

QUINTA | 24

Música

l Adão Léo | MPB. 14h e 16h | Estação das Soberanas l Paulo Johann | 16h e 18h | Estação da Colônia l Grupo de Câmara do Coral Municipal de Caxias do Sul | 17h e 19h | Estação das Soberanas l Coro do Samae | 18h e 20h | Estação da Colônia l Ladrões de Diamantes | Indie rock. 18h30 | Estação da Convivência l Grupo A Festa Chegou | 19h | Estação da Colônia l Hard Rockers | Hard rock. 19h | Estação da Convivência l Inácio Amado de Souza | Nati-

vista. 19h | Estação do Gaúcho

l Grupo EDZ | 14h | Estação da Convivência

l Orquestra Municipal | 20h | Estação da Música – Palco Auxiliar

l Multiverso | Reggae. 19h | Estação da Música – Palco Auxiliar

l Grupo Aprontação Experimental | Das 17h às 21h| Alameda em frente aos parreirais

l Zava | Power rock. 21H | Estação da Música – Palco Auxiliar

l Trahma | Reggae/ Pop rock. 20h | Estação da Música – Palco Auxiliar l Irmãos Rasta | Reggae. 21h | Estação da Música – Palco Auxiliar l Os Pipocas | 21h | Estação da Convivência l Armandinho | Reggae. 22h | Reggaeiro canta seus sucessos, como Desenho de Deus. Estação da Música – Palco Principal

Dança

l CTG Ginetes da Tradição | 9h | Estação da Serra

l Médicos do Sorriso | 15h | Estação da Leitura l Grupo Tem gente teatrando | 15h | Réplica l Molhados na Chuva | 15h, 16h e 17h | Estação da Serra

SEXTA | 26

Música

l Giovani e Marilda | MPB. 12h | Restaurante Tulipa

l Escola Carla Barcellos | 20h | Estação da Convivência

l Som Duetos | 15h; 20h | Estação Convivência e Soberanas

l Imaginário | 20h | Estação da Colônia

l Grupo de Canto Vozes do Sul | 18h | Estação da Colônia

l Os Gaudérios | Gaúcha. 20h | Estação da Serra

l Apocalypse | Progressivo. 22H | Estação da Convivência l Jota Quest | Pop rock. 22h | Mineiros apresentam sucessos como Encontrar alguém e Na moral. Estação da Música – Palco Principal

Dança

l CTG Mirim da Cohab | Tradicionalista. 17h e 19h | Estação da Serra l Grupo Kalina | 18h e 20h | Estação da Serra l Grupo Convivendo a Tradição | Tradicionalista. 20h | Estação da Colônia

Teatro

l Cia. Nazareno Bonecos | 14h | Salão da Igreja

l Oltz | Rock. 19h | Estação da Música – Palco Auxiliar

l Grupo Aprontação Experimental | Das 17h às 21h| Alameda em frente aos parreirais

l C.I.A. Uerê | 14h | Estação do Abraço

l Ibanês de Oliveira | 20h | Restaurante Tulipa

l Médicos do Sorriso | 15h | Estação da Leitura

l Cia. Nazareno Bonecos | 14h | Salão da Igreja

l Kriz | Pop. 20H | Estação da Música – Palco Auxiliar

l Tem gente teatrando | 15h | Réplica

Teatro

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Maicon Damasceno/O Caxiense

Nosso patrimônio

Estátuas do antigo Cine Theatro Central, no prédio do Recreio da Juventude (que hoje abriga a Manlec), chocaram o vigário e parte da sociedade no fim da década de 20

UM PASSEIO PELA

MEMÓRIA DAS RUAS No roteiro arquitetônico que percorre o Centro, a história de Caxias do Sul se revela na face antiga das construções que pontuaram sua trajetória

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por MARCELO ARAMIS marcelo.aramis@ocaxiense.com.br uem passa apressado pelo Centro de Caxias pode até não perceber, mas anda por uma cidade que conserva vestígios da época em que começou a ser construída, há mais de cem anos. Entre as grandes placas comerciais, banners e anúncios – ornamentos do nosso tempo – resistem os antigos e imponentes prédios que representam a trajetória e a identidade cultural do município. Ainda que tenham as fachadas caladas pela modernidade da propaganda, as paredes sussurram histórias, dessas que os velhos gostam de contar repetidamente até solidificar a tradição. Falam de um tempo em que era mais difícil e trabalhoso erguer um prédio, mas harmonizá-lo com a estrutura arquitetônica coletiva da cidade, um desafio para a Caxias contemporânea, era algo que fluía naturalmente. O arquiteto e urbanista Roberto Filippini percorre as ruas de Caxias com o olhar de admirador. É essa sensibilidade, de aficionado pela história, e a responsabilidade de quem a preserva

O Caxiense

27 de fevereiro a 5 de março

que Filippini procura transmitir aos participantes dos Caminhos da Memória, um projeto realizado em parceria entre a prefeitura e a Associação dos Amigos da Memória e do Patrimônio Cultural de Caxias do Sul (chamada Moúsai, do grego “musa”), via Lei Municipal de Incentivo à Cultura. Em um ano do projeto, mais de 100 pessoas foram guiadas por Filippini por cinco quarteirões do centro de Caxias. A visita está marcada para o último sábado de cada mês, mediante agendamento no Museu Municipal. O objetivo do passeio é fazer com que as pessoas andem por ruas conhecidas e, com um caminhar mais lento e um novo olhar sobre os prédios, sintam-se forasteiros na própria casa e redescubram uma cidade mais interessante do que o cotidiano é capaz de revelar. O roteiro parte do Museu Municipal, na Rua Visconde de Pelotas, passa pela Avenida Júlio de Castilhos, no entorno da Praça Dante, e vai até a entrada do Parque Getúlio Vargas (Macaquinhos), na escadaria da Rua Os 18 do Forte. Nesse percurso, que dura cerca de uma hora, Filippini fala sobre as ar-

quiteturas, os ornamentos e o contexto figuras femininas. Sentadas, as muhistórico de 16 prédios. Antes de ini- sas da música e da pintura ladeiam a ciar a caminhada, os participantes têm musa da literatura, que está de pé e lê uma aula introdutória sobre os princi- para a cidade”, descreve Filippini. Em pais elementos e estilos arquitetônicos. 1944, a poesia das estátuas que hoje passam despercebidas “Quem acertar o nome fazia uma referência à de um ornamento dufunção comercial do rante a visita ganha um “(O Eberle) prédio, que abrigava a pote de chimia”, brinca. é o 1º arranhalivraria das ircéu da região. Foi famosa mãs Nina e Ninetta. No Museu, o priO passeio prossegue meiro prédio a ser construído com pela Avenida Júlio de descrito, a visita já se o objetivo de Castilhos. A essa alturevela interessante. “A dar melhor ra, os participantes já residência da família assistência caminham pela Rua Otolini, construída entre 1880 e 1884, mostra aos funcionários”, Grande, como era chamada a principal rua a herança dos sobrados diz Filippini da cidade na origem da época do Brasil Codo desenvolvimento lônia. Antes de funcionar como prefeitura, já foi Centro da de Caxias. Na esquina com a Rua Dr. Intendência, abrigou a Guarda Mu- Montaury, que Filippini chama de nicipal e uma cadeia”, conta Filippini, ponto didático, o arquiteto fala sobre o entre histórias de assaltos à diligência, estilo eclético (estilo arquitetônico que em clima de faroeste. Na próxima pa- mescla elementos de outros estilos), rada, a esquina entre a Avenida Júlio de predominante nos prédios ao redor da Castilhos e a Rua Visconde de Pelotas, Praça Dante. “Ali eu mostro as variaestá a antiga Casa Saldanha (atual loja ções do eclético, que se apresentam de da TIM). “No alto do prédio temos três acordo com a intenção do arquiteto.”

S e m an alm e nte n a s b an c a s , di ar i am e nte n a inte r n e t .


Fotos: Maicon Damasceno/O Caxiense

No quarteirão mais interessante do ro- ao Recreio da Juventude, foi erguido teiro, a partir do “ponto didático”, está em 1928 para abrigar uma casa de esa residência da família de Adelino Sassi petáculos. Na fachada, além das más(atual lojas Pompéia), o antigo Banco caras de teatro, três figuras humanas exibem-se seminuas, o Francês e Italiano para que foi um escândalo a América do Sul (que na época. “A mulher (no hoje abriga uma finan- “Em nome do centro) segura uma coceira) e a residência novo, se destrói roa de louros, o que inde Ângelo Chittolina. a história. Mas, terpretamos como uma Nessa última, Chittoreferência à conquista”, lina instalou, no final se destruímos, explica Filippini. A sodo século XIX, a sua é porque não ciedade eminentemenmoradia no segundo temos consciência te católica dos anos 20 pavimento e um cosobre identidade não interpretou dessa mércio no primeiro maneira. “O vigário – um tipo de cons- cultural”, João Meneguzzi achou trução característico analisa Marta uma afronta aquelas esdos antigos comércios tátuas de frente para a centrais. O local abrigou uma fábrica de produtos suínos e o catedral. E a sociedade que ele repreCafé América, famoso ponto de encon- sentava ficou desgostosa.” tro da elite local. A fachada do prédio, Na outra esquina da praça, Filippionde agora funciona o supermercado ni descreve a arquitetura da residênImec, sofreu sucessivas mudanças e cia da família de Álvaro Scotti (atual hoje conserva poucas referências da Farmácia Central), um dos prédios que melhor conservam elementos construção original. Ainda no antigo Calçadão, Filippi- originais, e apresenta o Clube Juveni conta a história do Theatro Central nil. Com cores pastéis, características (atual Manlec). O prédio, que pertence dos anos 20, o prédio, que sempre foi O palacete florentino da família Eberle, na esquina das ruas Sinimbu e Borges de Medeiros, foi erguida em 1938 com materiais nobres, que lhe garantem um ótimo estado de conservação

A Metalúrgica Eberle foi construída ao estilo do Empire State Building, em 1942; na antiga Casa Saldanha, as musas da música e da pintura ladeiam a da literatura

símbolo da elite caxiense, sediou um cinemas. momento histórico na política de CaNa sequência do roteiro, os particixias. “No segundo balcão, em 1942, pantes avaliam o prédio da Catedral se deu um grande comício, com mais Diocesana e a Casa Episcopal. A cade 900 pessoas, para discutir a parti- minhada segue pela Rua Sinimbu e cipação do Brasil na 2ª estuda a antiga MetaGuerra Mundial. Bralúrgica Abramo Eberdando contra o povo “Um prédio le. Conforme Filippini, alemão e italiano, se antigo mostra o prédio, construído decidiu apoiar o Bra- que a cidade em 1942, segue o estisil.” A volta na quadra lo art-déco do Empimostra o prédio do não nasceu re State Building, em Banrisul e chega ao naquele dia e Nova York. “É o priCine Guarany (atu- que a cidade meiro arranha-céu da al Deltasul), na Rua tem uma região. Foi construído Marquês do Herval. com vários ambien“O Cine Guarany, de história”, tes e o objetivo de dar 1939, foi o primeiro enfatiza Liliana melhor assistência aos a ser construído para funcionários”, explica ser cinema. O caxienFilippini. Em 1955, foi se sempre foi aficionado por cinema instalado o relógio que virou símbolo e nunca faltou uma sala para mostrar do centro. Antes de encerrar o passeio, o que acontecia no mundo”, discursa na entrada do Parque Getúlio Vargas, Filippini sobre o prédio que seguiu pa- onde se vê o antigo Pavilhão da Festa drões internacionais da construção de da Uva e Feira Industrial (atual Cenw w w . o c a x i e n s e . c o m . b r

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tro Administrativo), Filippini fala da ostentação na casa da família Eberle (esquina da Sinimbu com a Borges), construída em 1938. “Em cada detalhe, o palacete florentino representava a família de posses. A obra foi construída com muito esmero.” A qualidade e o requinte dos materiais utilizados na construção a conservaram em ótimo estado, quase como na época em que foi erguida. Enquanto reverencia os prédios que integram os Caminhos da Memória, Filippini lamenta a perda de outros tantos que foram substituídos pelo descontrolado crescimento urbano. Marta Slomp, coordenadora da Educação Patrimonial, acompanha o projeto e percebe que o público se surpreende com a história dos prédios antigos, o primeiro passo para sentir falta dos que não existem mais. “Em nome do novo, se destrói a história. A praticidade que um prédio novo oferece, um antigo não pode oferecer. Mas, se destruímos, é porque não temos consciência sobre a identidade cultural”, diz Marta. Para Filippini, a preservação do patrimônio histórico carece de um planejamento que organize o Centro. “Temos os prédios históricos mas não há uma unidade entre eles. Seria necessário um plano diretor que considere a implementação de diretrizes específicas e a adoção de instrumentos criativos que interpretem e proponham um modelo de arquitetura coletiva para o desenho urbano”, avalia Filippini. Liliana Henrichs, diretora do Museu

Municipal e do Departamento de Me- de destaque. Logo adiante, uma escada mória e Patrimônio Cultural, aposta de metal conduz à sala de exposições, nos Caminhos da Memória como uma onde um penico velho sob uma cadeira ferramenta para envolver a comunida- de palha, um rádio de madeira e uma de no debate e no desafio da preserva- mesa atacada pelo cupim mostram que ção patrimonial. “O projeto não é um o moderno combina com o antigo. Das roteiro cultural ou um passeio turísti- grandes vidraças, dá para ver um galco. As arquiteturas são como um livro, pão em perfeito estado de decomposique, para ler, é preciso estar alfabetiza- ção – pelo tempo. A paixão pelo antigo do”, analisa. Conforme Liliana, é preci- é visível em todas as obras do artista. so conhecer o contexto Canecas enferrujadas, histórico da arquitetura latas velhas, palha desurbana para entender a “Acordamos fiada e casas em ruínas sua importância na pre- tarde para ganham cores e destaservação da identidade que nas telas de Giacocultural caxiense. “Um preservar. A min. E o velho ganha prédio antigo mostra riqueza não status de relíquia. que a cidade não nas- está na fábrica Caxias também está ceu naquele dia e que a ou no banco. na obra de Giacomin, cidade tem uma históem um bloco de croria”. Ela diz que ainda é É bagagem quis. “Ando sempre possível valorizar o que cultural”, com um bloco, alguns restou da Caxias antiga ensina Giacomin lápis, tinta e pincéis no e evitar a deteriorização carro. Sempre que algo dos prédios históricos, me chama atenção, o que considera “uma arrogância e um faço anotações simples, que não levam desrespeito com os que passaram”. “Te- mais do que cinco minutos. Depois almos prédios maravilhosos dos séculos gumas viram telas. Às vezes acabam fiXIX e XX. E o que temos do século cando só no bloco. Mas o mais imporXXI? Banners e outdoors.” tante é conseguir capturar a essência.” Para Giacomin, Caxias não é a melhor O artista plástico Antônio cidade para um artista que procura Júlio Giacomin, 45 anos, escolheu um cenários antigos. “Lembro quando era lugar afastado da cidade para pintar moleque – e nessa época já tinham suas aquarelas. O seu ateliê, em Nossa destruído 90% do que era interessante Senhora da Saúde, é um prédio con- –, me chamavam atenção os detalhes temporâneo, que, pela sensibilidade dos prédios e casas antigas. Hoje não do artista, foi construído em harmonia enxergo mais a Caxias dos velhos temcom o antigo. Na entrada do prédio, pos”, diz Giacomin. uma bicicleta enferrujada tem lugar Outras cidades registradas pelo ar-

tista, que em abril inaugura uma exposição sobre sua viagem à Catalunha, na Espanha, são mais generosas na oferta de boas paisagens. “Nos lugares da Espanha onde estive, as guerras destruíram cidades inteiras. Mas ainda se preservam centros medievais inteiros. É só abrir o bloco e começar a trabalhar.” Para Giacomin, o patrimônio arquitetônico de Caxias também sofre uma guerra violenta: “a do mau gosto”. O artista prefere paisagens rurais, onde os novos prédios também avançam sobre a história. “É comum no interior ver aquela casa antiga, dividida em casa de dormitórios e copa, um porão de pedra e a casa de madeira. De repente, aparece do lado uma de material, com arquitetura muito duvidosa. E o antigo vem abaixo.” Ele lamenta a destruição das casas da Avenida Júlio, em nome do desenvolvimento econômico, e reclama a falta de matéria-prima. “Demoliram o que acharam que era ‘casa de pobre”. Havia casas geniais, e elas fazem falta pra mim.” Filippini, que não se sente muito à vontade quando os participantes dos Caminhos da Memória o chamam de professor, vai continuar dando lições de preservação do patrimônio. Liliana garante que o roteiro é um programa permanente de sensibilização e confia no envolvimento comunitário. Enquanto isso, Giacomin prefere apressar-se em registrar a história em suas telas, onde só o tempo tem o direito de agir. “Acordamos tarde para preservar. A riqueza não está na fábrica ou no banco. Riqueza é bagagem cultural.”

APEDIDO

Manifestação de apoio a Raul Randon A Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC) e os Sindicatos Patronais solidarizam-se com o empresário Raul Randon, que injustamente vem sofrendo graves agressões verbais nas manifestações promovidas pelo Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos em frente à Randon Implementos, na imprensa e na mídia. Nossas entidades não compactuam com atitudes grosseiras e desrespeitosas que têm a deliberada intenção de macular a imagem de um empresário cuja trajetória é reconhecida até no exterior. Aos 80 anos, Raul Randon é um exemplo de homem íntegro, empresário ético e totalmente dedicado à comunidade. Fruto do seu trabalho, da sua dedicação e espírito empreendedor, as empresas fundadas por Raul Randon empregam dez mil trabalhadores, proporcionando a eles e a suas famílias dignidade, qualidade de vida e oportunidades de crescimento, ao oferecer benefícios que vão além das suas obrigações legais. Além de dedicar toda sua vida ao trabalho, Raul Randon doou-se a outras causas, entre as quais à CIC, da qual foi presidente no período de 1975 a 1978. Sua visão social o levou a lançar o Programa Florescer, que consiste num Centro de Educação Livre para crianças e adolescentes, de 7 a 14 anos, que estudam em escolas públicas da região, com menos oportunidades econômicas e sociais, filhos de funcionários das Empresas Randon e jovens da comunidade. A integração de Raul Randon na comunidade também é marcadamente presente nas áreas da cultura e da segurança pública. As entidades empresariais de Caxias do Sul reiteram a defesa do diálogo na solução de divergências e alertam para o fato de que essas manifestações possam estar servindo a manipulações políticas que não representam a vontade dos trabalhadores. Temos certeza que os trabalhadores das Empresas Randon têm apreço pela liderança de Raul Randon e não concordam com a maneira pejorativa com que ele vem sendo tratado publicamente por pessoas que escondem suas reais motivações ao questionarem o PPR, cujas regras já eram do conhecimento do sindicato da categoria.

Sindicato da Construção Pesada e Terraplenagem – Sincoter Sindicato das Empresas de Refeições Coletivas – Sindercol Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis – Sescon Sindicato das Empresas de Veículos de Carga – Sivecarga Sindicato das Indústrias da Alimentação – Sindiali Sindicato da Indústria da Construção Civil – Sinduscon Sindicato das Indústrias da Madeira – Sindimadeira Sindicato das Indústrias de Fiação, Tecelagem e Malharias – Fitemasul Sindicato das Indústrias de Joalherias – Sindijóias Sindicato das Indústrias de Material Plástico – Simplás Sindicato das Indústrias do Vestuário e do Calçado – Sindivest Sindicato da Indústria do Vinho do RS - Sindivinho RS Sindicato das Indústrias Gráficas – Singraf Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico – Simecs Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares – SHRBS Região Uva e Vinho Sindicato do Comércio Varejista – Sindilojas Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo – Sindipetro Serra Gaúcha Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios – Sindigêneros Sindicato dos Representantes Comerciais – Sirecom Sindicato Rural – Sindirural

Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul – CIC Câmara dos Dirigentes Lojistas – CDL

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S e m an alm e nte n a s b an c a s , di ar i am e nte n a inte r n e t .


Artes artes@ocaxiense.com.br

Neusa Welter Bocchese | Natividade Andina |

Cores que lembram a terra revelam os contornos da tradição do povo dos Andes. A linguagem de plantar, colher, conviver com a natureza e os animais é universal e representada pela artista com a técnica acrílica.

COLAR DE PÉROLAS por NATALIA BORGES POLESSO

“Vou contar uma história... Era démodé. Aquele colar de pérolas falsas não combinava com mais nada. E o quão triste pode ser um colar de pérolas, mesmo falsas, socado num porta-joias velho? Uma indignidade! E o porta-joias tão velho! Desses que quando as pessoas abrem, salta uma bailarina carcomida e sem braço, girando, girando ao som de um realejo desmilinguido. Nem as crianças tinham mais interesse em brincar com aquilo. Logo, o colar estava condenado a um fundo de baú num porão úmido de casa velha. Esquecido, maltratado, desmerecido. Todo amontoado de vergonha e sem brilho, encolhia-se mais ainda por existir e prestar-se a nada. Nem as memórias ele pode guardar, pois a opressão e o escuro cubículo onde o enfiaram foram os carrascos de sua morte. Num dia de limpeza, desses em que

se tira tudo do lugar e joga-se fora o que não presta mais ou recupera-se o que pode ser ainda útil, o colar foi visitado. Temeroso, pois poderia virar brinquedo de gato ou voar direto para o lixo seletivo, espremeu-se todo, e foi preciso muito tempo para desfazer todos os nós. Foi cuidadosamente tratado e muito bem limpo. Quando a limpeza terminou já havia anoitecido e o colar dormia em cima da penteadeira do quarto. Ele nem imaginava a sequência dos eventos e o momento mais feliz de sua vida, sentir um colo quente de mulher e refletir-se brilhante no espelho. Cada bolinha deitava confortável na pele quente e sardenta da mulher. Que felicidade cruzar a casa novamente e ser elogiado, acariciado! Estar em evidência, ornando um colo, complementando um vestido de festa! Já no carro, a caminho do baile refletia as luzes da cidade à noite. Cada pérola falsa sorria entusiasmada, plena de glamour! Saltitando no peito, pe-

quenos corações despertando a glória. Ao chegar no baile foi tocado, com graça, inúmeras vezes. Os dedos escorregadios lhe faziam cócegas. Agora ele era um colar digno! Um colar feliz e útil. A certa hora do baile, quando os cabelos já escorrem pelo rosto e os vestidos já não rodopiam com tanta leveza, num enroscar de dedos em meio a um pas des deux, o cordão gasto que unia as pérolas resolveu ceder à pressão e arrebentar. Explosão de bolinhas, tudo pelos ares. Picavam frenéticas no salão e rolavam para baixo das mesas tac tac tac tac tac tac tac tactacatacacatactacat, solas de sapato, saltos inconvenientes. Paravam nos cantos, paredes, iam-se por debaixo das frestas e das portas de banheiro. Cada um a uma direção em compassos distintos, mas não menos que allegros andantes. As últimas, ainda nas mãos, escapavam pelo meio dos dedos, repetindo toda a coreografia das anteriores tac

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tac tac tac tactacatacatacatacatacat. E no fim de tudo, as mais resistentes foram lançadas para cima ao som de gargalhadas que se traduziam em ‘a vida é assim mesmo’ e ao aterrissarem partiam-se ao meio, ou em muitos caquinhos tamanho o impacto. Todo despedaçado, sem poder se ver por inteiro, o colar silenciou novamente. Aterrorizado. Lembrou-se da vida na caixinha de joias, do conforto da solidão e do confinamento. Das possibilidades de sonhar a vida como ele desejava que fosse. Mas ela não é. E sentiu mais dor e constrangimento quando foi varrido porta afora como se não tivesse valor algum, como se nunca fora parte de nada belo, nem humano, nem feio... nada.” “Nossa! Que história horrível!” “É que os colares de pérolas falsas são muito sensíveis e acabam assim.” “Que horror!” “Mas não se preocupe! Nós somos saias...”

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Márcio Schenatto, Divulgação/O Caxiense

Conflitos trabalhistas

Paralisação organizada pelos metalúrgicos teve seu ápice no dia 12, quando Assis Melo foi preso e BM entrou em conflito com manifestantes

braço de ferro na indústria

A greve promovida pelo Sindicato dos Metalúrgicos na Randon Implementos arrastou-se por 14 dias e está suspensa, mas a reivindicação de maior participação nos lucros continua

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por VALQUÍRIA VITA valquiria.vita@ocaxiense.com.br hovia naquela terça-feira, 16 de fevereiro. Às 6h20min, um grupo de integrantes do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos, usando capas amarelas, começou a se reunir próximo à entrada da Randon Implementos, no bairro Interlagos. Apenas uma viatura da Brigada Militar estava no local, mas a lembrança do conflito ocorrido quatro dias antes entre policiais e sindicalistas ainda era vívida. O presidente do sindicato, Assis Melo, usava botas, jaqueta e chapéu de gaúcho para se proteger da chuva fina, e ficou parado na esquina das Ruas Atílio Andreazza e Abramo Randon até que chegassem todos os ônibus que traziam os funcionários do turno das 7h. Os trabalhadores, à medida em que iam descendo dos veículos, davam de cara com sindicalistas dizendo “Randon não entra hoje”, “pessoal da Implementos permanece” e “parada obrigatória”. Com isso, até quem não queria participar da mobilização acabava ficando. Passado o tumulto dos ônibus, Melo subiu no caminhão de som do sindicato – um veículo provisório, já que o principal havia sido guinchado dias antes – e, com o microfone em mãos, começou a falar aos funcionários: “Queria pedir colaboração de vocês, companheiros, pra continuarem com nós (sic). A ideia é a gente ir lá para o sindicato fazer uma assembleia. Está certo, companheirada? Vam’bora?”, depois de aplausos e gritos

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de incentivo, Melo, os sindicalistas de capas amarelas e os funcionários que se recusaram a entrar na fábrica naquele dia foram até o Sindicato dos Metalúrgicos e lá discutiram ações para continuar a paralisação. Cenas como esta se repetiram de 10 a 25 de fevereiro, período em que funcionários da Randon Implementos, a maior das unidades do Grupo Randon, resolveram entrar em greve por causa do descontentamento com o valor que receberam referente ao Programa de Participação nos Resultados, cuja sigla, PPR, foi tão propalada nos últimos dias que se tornou de conhecimento de muitos que até então nunca tinham ouvido falar nela. Na quinta-feira, dia 25, o Sindicato anunciou que a greve está suspensa, pois a Randon se recusou a negociar. Eles aguardam o resultado de uma ação no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), que deve apresentar uma solução para o impasse. Uma espécie de guerra de forças, que muitos consideram uma guerra política, travou-se nas últimas duas semanas. De um lado, a empresa, que se mostrou irredutível ao tratar do assunto PPR, e do outro o sindicato, que não cogitou abandonar a ideia da paralisação. Enquanto isso, a Justiça de Caxias tomou decisões e voltou atrás de algumas delas. Nos despachos mais significativos, o Sindicato chegou a ficar proibido de organizar a manifestação a menos de 200 metros da empresa, e por ter descumprido o interdito proibitório

solicitado pela Randon teve R$ 150 cionários sofrem para não se juntar ao mil embargados de sua conta bancária. movimento. Depois de recorrer TRT em Porto AlePara o ex-presidente e atual secretágre, no sábado, dia 20, os sindicalistas rio-geral do sindicato, Jorge Rodrigues, conseguiram não só que a multa não a greve sempre é um processo de confosse cobrada, mas adquiriram autori- vencimento, engajamento e resistência zação para se aproximar a até 20 me- dos trabalhadores. “Fora o regime mitros da empresa. litar, qual outro período que teve uma Aos poucos, porém, forma de coação assim? a manifestação foi perAs empresas têm mais dendo a força. Raul “São anarquistas, câmeras que o Big BroRandon, em entrevista que não querem ther e todos os patrões à Radio São Francisco, têm os celulares dos que os outros no dia 19, disse que a trabalhadores. O nível maioria dos funcioná- trabalhem. Meia coercitivo da parte da rios estava trabalhan- dúzia que querem Randon é crescente. do. “É uma minoria ser os reis da O aparato usado hoje que não está, são anaro profisverdade. Querem transcende quistas mesmo, que sional. É uma tentativa não querem que os ou- ser candidatos”, de dominação”, diz Rotros trabalhem. Meia diz Raul Randon drigues, que esteve no dúzia que querem ser comando do sindicato os reis da verdade, e nos anos 90. não é isso. Querem ser candidatos só”, disse o dono e presidente do Conselho Assis Melo, sentado na sala de Administração do Grupo Randon. da diretoria da entidade, nem parece o O empresário chegou a afirmar que mesmo homem que discursa em cima manifestações como essa fazem com do caminhão de som para um agloque ele tenha vontade de diminuir a merado de trabalhadores nos dias de produção na fábrica de Caxias e procu- manifestação. Apoiado na cadeira, fala rar outra cidade para expandir o gru- tranquilamente sobre as duas semanas po. “Às vezes isso começa a trancar o em que liderou a paralisação, e só se negócio. Pra que eu vou fazer as coisas exalta quando lembra da atuação da aqui? Vou fazer em outro lugar”, decla- Brigada Militar. No dia 12 de fevereiro, rou à São Francisco. ápice da greve, os policiais utilizaram Enquanto a Randon vê a produção cassetetes, bombas de efeito moral e voltar praticamente ao normal de- balas de borracha para conter os mapois de dias de tormenta, o sindicato nifestantes. Melo chegou a ser preso. diz que a greve só perdeu adeptos por “Quando não era a BM agindo contra causa da pressão interna que os fun- nós era a Justiça de Caxias, que esta-

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Maicon Damasceno/O Caxiense

Tanto a empresa quanto o Sindicato criaram, da sua maneira, alternativas para diminuir os prejuízos que os dias paralisados trouxeram. A Randon anunciou que pagaria um bônus aos trabalhadores que não participaram de nenhum dia de greve. Maria Tereza prefere chamá-lo de “reconhecimento”. Para cada hora trabalhada, os funcionários ganharão 50% a mais, ou seja, receberão como se tivessem feito hora extra. “Esses funcionários tiveram que enfrentar uma situação diferente, trabalharam para suprir os que não estavam. Afinal, o mercado teve que ser atendido nesse período”, justifica a gerente. Para Melo, o bônus foi uma proposta, mesmo não atendendo a todos os funcionários da Implementos. “Até agora eles não haviam cedido financeiramente em nada. Nosso objetivo era que eles colocassem algo aos trabalhadores. Antes não tinham nada, agora apresentam 50% do salário. Não aceitaríamos proposta desse tipo, mas é uma proposta. Se eles tivessem colocado esse dinheiro antes, não teríamos parado”, afirma o presidente. “Com a medida do bônus que eles adotaram ficou provado que daria para pagar a reivindicação dos trabalhadores”, apóia Rodrigues. “Mas não estamos mexendo no PPR. E isso eles queriam”, rebate

demonstraram-se descontentes com a forma que o Sindicato dos Metalúrgicos conduziu a greve. “Somos a favor de tudo que seja discutido sentado na mesa, não podemos admitir agressões verbais que estão sendo feitas a empresários, principalmente ao Seu Raul Randon. Esses empresários ajudaram a construir Caxias, são eles que são os geradores de empregos”, posiciona-se Milton Corlatti, presidente da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC). Para ele, a grande quantidade de manifestações dos últimos meses tem fundo político, e está ocorrendo por tratar-se de um ano eleitoral. “Isso já está durando muito tempo. O ato de greve é constitucional, mas esse motivo do PPR é fútil para manifestação deste porte, sendo que ano passado lutávamos pela manutenção dos empregos”, diz Corlatti. O diretor-presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico (Simecs), Oscar de Azevedo, um defensor do pagamento do PPR por ser uma forma de fazer com que os trabalhadores sejam estimulados ao participar dos resultados da empresa, diz que é contra a falta de diálogo e a violência desnecessária. O que precisa acontecer agora, ele explica, é uma flexibilização de ambas as partes. “A companhia diz que não vai mexer nos resultados mas que está Maicon Damasceno/O Caxiense

milhões.

Magrão, Scalco, Divulgação/O Caxiense

va sempre favorecendo a empresa. Era A explicação, segundo a gerente adtodo mundo atirando em nós, e nós ministrativa da empresa, Maria Tereza nos defendendo.” Casagrande, é uma só: os reflexos da Segundo ele, as críticas sobre a ma- crise econômica, que fez com que a nifestação ter um fundo político – que empresa reduzisse a jornada por seis poderia beneficiar o hoje vereador do meses. Maria Tereza, que tem sido a PC do B e futuro canporta-voz da Randon didato a deputado (esno caso, desde o início tadual ou federal, ain- “Dizer não ao da greve tem estado à da não se sabe) – não patrão é uma disposição da imprensa o atingem. “Não preci- posição política. e não se cansou de resamos disso”, diz Melo, petir a mesma informaque em 2008 alcançou Faz parte da ção: “Estamos pagando a marca histórica de democracia. Lula o que acordamos”. 8.399 votos como can- também recebia Se pudesse voltar didato a vereador. atrás, na época que os as mesmas A luta de classes já protestos começaram, é por si só, segundo o críticas”, afirma Maria Tereza diz que a presidente, uma luta Assis Melo postura adotada seria política. “Dizer não ao exatamente a mesma. patrão é uma posição “É um princípio. Acrepolítica. Faz parte da democracia. Eu ditamos no PPR. Não faríamos difesou vereador da classe. O Lula também rente. Não por não querer voltar atrás recebia as mesmas críticas. Faço greve do que dissemos, mas porque a regra desde 1985, o que prova que não é de é essa.” hoje isso. O nosso problema é com a Ela explica que existe uma lei para Randon”, explica. o PPR desde 2000, mas que a empresa Manifestações do sindicato que pa- já adotava a prática antes disso. A lei ralisaram parte das empresas, só este não impõe que as empresas paguem o ano, já foram três: além da Randon, bônus, mas orienta como ele deve ser ocorreram na Tomé e na Keko. “Essa dividido. A Randon paga, em duas pargreve é de resistência, de opressão. A celas, o equivalente a 8% de seu lucro Randon acha que o sindicato é des- – sendo que cada unidade do Grupo pachante, só carimba papéis e manda Randon tem o seu – e divide entre os embora”, reage Melo. funcionários proporcionalmente ao Segundo Rodrigues, esta última gre- salário de cada um.

Enquanto Maria Tereza insistia que a Randon não voltaria atrás, as mobilizações continuaram, lideradas sempre pelo presidente do sindicato, Assis Melo

ve durou tantos dias por causa da falta de flexibilidade da empresa. Além disso, ele diz que os trabalhadores estão vendo crescer a produção, o lucro e o grau de cobrança da Randon, mas não estão recebendo por isso. “Tem que haver maior distribuição dessa riqueza. Não há necessidade de haver uma disparidade tão grande. Na revolução industrial, quebravam as máquinas. Hoje, se quebrarem os ônibus, têm esse valor descontado dos salários. Uma coisa é certa: enquanto existir capitalismo vai existir sindicato”, explica. A mobilização começou quando os funcionários da Randon Implementos receberam a segunda parte do PPR, no início de fevereiro - a primeira parte havia sido paga em agosto. A média do valor da segunda parcela foi R$ 70, enquanto funcionários das outras unidades do grupo, como Fras-le, Suspensys, Jost e Master, ganharam valores muito mais gordos em seus contracheques, próximos a R$ 1 mil, segundo o sindicato. “Até hoje não entendi o motivo que levou a Randon a praticar uma coisa dessas”, diz Melo.

Maria Tereza não diz quanto a Implementos sofreu com a crise no ano passado, pois a empresa está em um período de silêncio até o dia 4 de março, quando serão divulgados os resultados do Grupo Randon – data esta que vem sendo aguardada ansiosamente pelos sindicalistas, já que com o balanço poderá se comprovar se o valor do PPR está mesmo de acordo. “Mas posso dizer que foi muito atingida. Também fico triste de pagar menos para uns. Mas ninguém dá o que não tem”, explica a gerente administrativa. Os funcionários, segundo ela, já estavam cientes de que o valor seria baixo, pois a empresa faz reuniões mensais para tratar dos lucros de cada unidade. “Nesse semestre o deles foi menor, no outro foi o de outra unidade. Na Implementos foi diferente dos lucros das outras empresas porque, infelizmente, o mercado dela não foi bom, o lucro foi muito pequeno, esses 8% foram menores do que 2008.” Em 2008 o lucro líquido da Implementos foi R$ 124,9 milhões, e o valor correspondente ao PPR que foi dividido entre os funcionários foi R$ 9,9

Maria Tereza. aberta a conversar para os próximos Além do reconhecimento, a Randon contratos de PPR, e isso já é um grande vai descontar as horas paralisadas dos avanço. Quando acontece uma coisa grevistas em quatro etapas, para que a dessas a gente sempre tira lições. As diminuição do salário não seja sentida empresas têm que saber que, se vão enem um único mês. “Pensamos que esse frentar um mar turbulento lá na frente, pessoal que está voltando tem familia, têm que dar uma boia para cada um”, e ela não tem culpa disso. Queremos analisa Azevedo, que considera a Ranque voltem a trabalhar, don um orgulho para que não fiquem revolqualquer país. tados com a empresa”, “Também fico “Não é mais o sonho diz a gerente, acrescendo metalúrgico trabatando que os funcioná- triste de pagar lhar na Randon. Corios que participaram menos para uns. nheço muitos que deseda greve não serão de- Mas ninguém jam não trabalhar lá. O mitidos quando retor- dá o que salário não é mais atranarem. tivo, o plano de saúde O sindicato, por sua não tem”, é limitado, as relações vez, organizou um sor- explica a gerente com a chefia estão atriteio para ajudar quem administrativa tadas. Há estímulo para paralisou. Até maio, Maria Tereza que os funcionários funcionários da Impensem nas melhorias plementos e filiados da contínuas no processo entidade venderão a R$ 10 ao número de produção, mas os trabalhadores não de um talão que dá direito a concorrer são valorizados por isso”, ataca o exa um Gol zero quilômetro. A renda da presidente Rodrigues, demonstrando promoção será revertida aos grevistas. que sindicato patronal e sindicato dos trabalhadores estão, ainda, longe de Entidades patronais de Caxias chegar a um consenso.

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Guia de Cultura

guiadecultura@ocaxiense.com.br

Zumbis no cinema, nome internacional do blues e inscrições abertas para o Financiarte l Alvin e os Esquilos 2 | Comédia. De sábado a quinta, 14h e 16h | Trio de esquilos participa de um concurso de bandas, mas um dos concorrentes é um grupo formado por três fêmeas, as Chipettes. Dirigido por Tim Hill. Censura livre, 94 minutos, dublado. Pepsi GNC 6 - Shopping Iguatemi Segunda e quarta-feira (exceto feriados): R$ 11 (inteira), R$ 7,50 (Movie Club Preferencial) e R$ 5,50 (meia entrada, crianças menores de 12 anos e sêniors com mais de 60 anos). Terça-feira: R$ 6,50 (promocional) Sexta-feira, sábado, domingo e feriados: R$ 13 (inteira), R$ 10 (Movie Club Preferencial) e R$ 6,50 (meia entrada, crianças menores de 12 anos e sêniors com mais de 60 anos). RSC-453 nº 2.780, Distrito Industrial | 3209-5910 l Avatar | Ficção científica. Dublado. De sábado a quinta, 18h | Ex-fuzileiro naval é enviado ao planeta Pandora, onde encontra a raça humanoide Na’Vi. Dirigido por James Cameron. Censura 12 anos, 166 minutos, dublado. Pepsi GNC 6 – Shopping Iguatemi l Avatar | Ficção científica. Legendado. De sábado a quinta, 21h20 | Pepsi GNC 6 – Shopping Iguatemi l Avatar | Ficção científica. Dublado. De sábado a quinta, 16h30 e

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l Cheri | Drama. De quinta a domingo, 20h | Bela cortesã aposentada se apaixona por jovem. Tudo corre bem até a mãe do rapaz tramar um casamento arranjado para ele. Dirigido por Stephen Frears. Com Michelle Pfeiffer e Katty Bates. Legendado. Sala de Cinema Ulysses Geremia R$ 5 e R$ 2 (meia entrada) | Luiz Antunes, 312, Panazzolo | 3901-1316 | 100 lugares l Invictus | Drama. De sábado a quinta, 14h10 e 21h15 | Nelson Mandela, recém saído da cadeia e eleito presidente da África do Sul, resolve usar o rúgbi como meio de unir a população do país ainda devastado pelo apartheid. Para isso, incentiva a seleção nacional a ser campeã da Copa do Mundo de Rúgbi, realizada no país pela primeira vez. Dirigido por Clint Eastwood. Com Morgan Freeman e Matt Damon. Censura livre, 134 minutos, legendado. Pepsi GNC 3 – Shopping Iguatemi l O lobisomem | Suspense/Terror. De sábado a quinta, 13h30 e 21h30 | Ao voltar para sua terra natal, homem se depara com o mistério da morte do irmão. Quando investiga o caso, acaba mordido por estranha

criatura e sofre transformações na época de lua cheia. Baseado em clássico de 1941. Dirigido por Joe Johnston. Com Benicio Del Toro e Anthony Hopkins. Censura 14 anos, 102 minutos, legendado. Pepsi GNC 2 e 4 – Iguatemi

Divulgação/ O Caxiense

CINEMA

19h30 | UCS Cinema R$ 10 e R$ 5 (para estudantes em geral, professores e funcionários da UCS) | Francisco Getúlio Vargas, 1.130 | Galeria Universitária

Outono em Nova York | Drama. Quinta, dia 4, às 15h | Playboy cinquentão que foge de compromisso conhece jovem e se apaixona, mas ela está morrendo. De Joan Chen. Com Richard Gere e Winona Ryder. A exibição faz parte do projeto Matinê às 3. Censura 14 anos, 100 minutos, legendado. Sala de Cinema Ulysses Geremia Entrada franca. A participação pode ser confirmada por agendamento de sua entidade, retirando ingresso no local ou por reserva de ingresso, pelo telefone 3901.1312, com Tatiéli | Luiz Antunes, 312, Panazzolo | 3901-1316 | 100 lugares l Percy Jackson: o ladrão de raios | Aventura. De sábado a quinta, 13h40, 16h15 e 18h50 | Baseado em livro de Rick Riordan, filme conta a descoberta de que Percy é filho de um deus da mitologia grega com uma humana. Ele então vai para um campo de treinamento para aperfeiçoar seus poderes e tentará evitar uma guerra entre os deuses. Dirigido por Chris Columbus. Com Logan Lerman e Pierce Brosnan. Censura livre, 123 minutos, legendado. Pepsi GNC 4 – Shopping Iguatemi Caxias

Mississippi recebe James Wheeler

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Melinda Sue Gordon/ Universal Studios, Div./ O Caxiense

Lee Daniels Entertainment, Divulgação/ O Caxiense

Drama de jovem que enfrenta preconceitos em Preciosa; romance e reencontro entre adultos maduros em Simplesmente complicado

l Preciosa – Uma história Museu Municipal de esperança | Drama. De sá- Entrada franca | Visconde de Pelotas, bado a quinta, 16h40 e 19h | 586, Centro | 3221-2423 Jovem com vida difícil e experiências traumáticas muda para nova escola, onde imaginação é seu refúgio. A produção concorre a 6 Oscars: melhor filme, direção, atriz, atriz coadjuvante, edição de imagem e roteiro adaptado. De Lee Daniels. Com Gabourey Sidibe e Mariah Carey. Censura 16 anos, 110 minutos, legendado. Pepsi GNC 3 – Shopping Iguatemi l Simplesmente complicado | Comédia romântica. De sábado a quinta, 14h20, 16h50, 19h20 e 21h40 | Mulher mantém relação amigável com ex-marido, de quem se separou há 10 anos, mas acaba tendo um caso com ele, que casou novamente. No meio disso, aparece um novo pretendente. De Nancy Meyers. Com Meryl Streep, Alec Baldwin e Steve Martin. Censura 14 anos, 118 minutos, legendado. Pepsi GNC 5 – Shopping Iguatemi l Um olhar no paraíso | Drama. De sábado a quinta, 13h50, 16h30, 19h10 e 21h50 | Menina de 14 anos é assassinada e acompanha do céu como sua família e amigos vão seguindo a vida. Dirigido por Peter Jackson. Com Mark Wahlberg e Rachel Weisz. Censura 14 anos, 135 minutos, legendado. Pepsi GNC 1 - Shopping Iguatemi l Zumbilândia | Comédia. De sábado a quinta, 15h30, 17h20, 19h25 e 21h10 | A população mundial foi reduzida a zumbis. Os humanos restantes se reunem e lutam pela salvação. De Ruben Fleischer. Com Woody Harrelson e Abigail Breslin. Censura 14 anos, 88 minutos, legendado. Pepsi GNC 2 – Shopping Iguatemi

EXPOSIÇÃO l Corina, elegância e tradição nos figurinos da Festa da Uva | De segunda a sexta, das 9h às 17h | Sob curadoria de Véra Stedile Zattera, mostra com trajes, desenhos, adornos e painéis traz história da indumentária de soberanas, evidenciando contribuição da costureira Corina Frigeri e artista plástico Darwin Gazzana.

LITERATURA

l Rodas de Leitura | Segunda, dia 1, das 15h às 16h | Grupos de leitores lêem e comentam obras literárias no segundo andar da Biblioteca, acompanhado pelo escritor e funcionário Uili Bergamin. Biblioteca Pública Municipal Entrada franca | Dr. Montaury, 1333, Centro | 3221-1118

INCENTIVO l Financiarte | Até dia 7 de abril | Inscrições abertas para projetos culturais. Esclarecimentos e intruções sobre preenchimento de formulários podem ser obtidos nas segundas-feiras, às 14h, na Secretaria Municipal de Cultura. O edital está disponível no www.caxias.rs.gov.br. Secretaria de Cultura – Comitê Assessor do Financiarte Augusto Pestana, 50, São Pelegrino | 3901-1381

TEATRO l 12° Caxias em Cena | De 22 de fevereiro a 14 de maio | O Festival Internacional de Artes Cênicas abre inscrições para grupos e companhias interessadas em participar do evento, que devem enviar ficha de inscrição, ficha técnica, currículo do espetáculo, necessidades técnicas, material de divulgação, clipping e DVD/Vídeo do espetáculo na íntegra. O material pode ser entregue pessoalmente ou pelo email caxiasemcena@ caxias.rs.gov.br. Regulamento e ficha de inscrição estão disponíveis no site www.caxias.rs.gov.br. Unidade de Teatro da Secretaria Municipal de Cultura Luiz Antunes, 312 | Panazzolo | 39011316

MÚSICA l After Dark | Heavy metal. Sábado, 23h30 | Banda realiza cover de Iron Maiden, com sucessos como The number of the beast.

Roxx Rock Bar R$ 12 (até 23h30 com nome na lista) e R$ 15 (depois) | Av. Júlio de Castilhos, 1.343, Centro | 3021-3597 | 400 pessoas l Aniversário 2 Anos | Música eletrônica. Sábado, 23h | Boate comemora com show de Thalia Bombinha (SP) e os DJs Amanda Caldas e Rodrigo Dias. Terá também apresentação de gogo boys. Nox Versus R$ 15 (com nome na lista e até 0h30) e R$ 20 (após) | Darcy Zaparolli, 111, Villaggio Iguatemi | 3027.1351 | www. noxversus.com.br l Cinquentinha | Música eletrônica. Sábado, 23h | Festa com participação das drag queens Giovana Playmobil e Valma Classic Kieer, sob comando dos DJs Bebezão e Gui. Melhor show ganha R$ 50. Studio54Mix R$ 12 | Visconde de Pelotas, 87, Centro | 9104-3160 | www.studio54mix.com l Drink Me | Música eletrônica. Sábado, 22h | Festa comandada pelos DJs Fernando Jorej, Flá Scola, Alibu e Thobias Wolff. Havana Café Feminino: R$ 20 e R$ 10 (com nome na lista). Masculino: R$ 40 e R$ 20 (com nome na lista) | Augusto Pestana, 145, São Pelegrino | 3215-6619 | www.havanacafe.com.br l Eletric Blues Explosion | Blues. Sábado, 23h | Banda caxiense mistura rock e blues em covers e músicas próprias. Mississippi Delta Blues Bar R$ 10 (feminino) e R$ 15 (masculino) | Augusto Pestana, 810, São Pelegrino | 3028-6149 | www.msdelta.com.br l Festa Gloss | Pagode. Sábado, 23h | Na pista, DJ Greice Lee e DVJ Saimon Sun. No lounge, show com Kikarisma e DJ Vanucci. Move Ingresso liberado para quem mandar email para lista@movecaxias.com.br ou ligar para 8407-4942 | Gaston Luis Benetti, 849, Parque Sanvitto | 99311234 ou 8407-4942| 1.200 pessoas l Issac e Betta | Pop rock. Sábado, 22h30 | Acústico com covers de músicas na-

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cionais e internacionais. Badulê American Pub Entrada franca até as 22h . Após, R$ 5,00. | Rua Marechal Floriano, 1.504, sala 1, Centro | 3419-5269 | 70 pessoas l Libertá | Nativista e outros gêneros. Sábado, 22h30 | Grupo com repertório variado, desde música gaúcha e sertaneja até MPB, passando por axé music e pagode. Libertá Danceteria R$ 10 (feminino) e R$ 20 (masculino) | 13 de maio, 1.684, Cristo Redentor | 3222-2002 | 700 pessoas l Mr. Pi e banda | Rock. Sábado, 23h | Pijama show com o comunicador. Show de abertura com a banda Mãe do Norman. Vagão Bar R$ 15 ou R$ 12 (com nome na lista e até meia-noite) | Coronel Flores, 789, São Pelegrino | 3223-0007 | www. vagaobar.com.br | 500 pessoas l Que Prazer, Swing Muleki e Pura Ousadia | Pagode. Sábado, 22h30 | Grupos tocam sucessos do pagode e do samba. Expresso Pub Café R$ 10 (feminino) e R$ 12 (masculino) | Garibaldi, 984, Centro | 3025-4474 | 150 pessoas l Vicca | Música eletrônica. Sábado, 23h | Banda se apresenta na festa Sensações, que continua com DJs Marcelo Falcas, Daniel e Juliano Pontalti no lounge. DJs Leo Z e Elias Capellero e VJ Gustavo na pista. Pepsi Club R$ 20, com flyer R$ 15 (feminino) e R$ 40, com flyer R$ 35 (masculino) | Vereador Mário Pezzi, 1.450, Exposição | 3419-0900 | www.pepsiclub.com. br | 1.100 pessoas l James Wheeler | Blues.

Terça, dia 2, 22h |

Atração internacional, o americano já tocou com grandes nomes do blues, como B. B. King, Millie Jackson e Otis Clay e foi guitarrista da banda de Otis Rush por sete anos. Ingressos numerados. Compra antecipada no local. Mississippi Delta Blues Bar R$ 30 (feminino) e R$ 40 (masculino) | Augusto Pestana, 810, São Pelegrino | 3028-6149 | www.msdelta.com.br

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Guia de Esportes

Roberto de Freitas, Divulgação/O Caxiense

Claiton Stumpf, Divulgação/O Caxiense

Acervo pessoal, Daniel A. Maciel, Div./O Caxiense

Futebol jogado na mesa e no gramado; vôlei no Parque dos Macaquinhos e na UCS

Botões substituem bola e jogadores no futebol de mesa; equipes jogam vôlei na areia do parque e na quadra da universidade

BOCHA l Torneio Brasileiro de Bocha Ponto Rafa e Tiro Festa da Uva 2010 | sábado, 8h, e domingo, às 9h | Os quatro primeiros colocados receberão troféus e medalhas. Cancha de Bocha do Clube S.E.R. Medianeira e Sociedade Recreativa Santa Lúcia (Cohab) Entrada gratuita | Rua Nossa Senhora Auxiliadora, 200, Floresta/Medianeira (atrás do Quartel) e Rua Remo Gianella, 154, Cohab | l Torneio Festa da Uva de Bocha de Areia | domingo, às 10h | As 14 equipes enfrentam-se na cancha coberta. Pavilhões da Festa da Uva Entrada gratuita | Rua Ludovico Cavinato, 1431, Nossa Senhora da Saúde |

VÔLEI l 7º Torneio Aberto de Vôlei de Duplas Festa da Uva 2010 | sábado e domingo, às 9h | O campeonato funciona com eliminatória dupla. Parque Getúlio Vargas (Macaquinhos) Entrada gratuita | Rua Dom José Barea, s/nº, Exposição |

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l Superliga de Vôlei | quinta, às 20h | A equipe do Caxias enfrenta o Florianópolis pela nona rodada Ginásio Poliesportivo da UCS Ingressos: Para jogo único, R$ 4 funcionários da UCS e estudantes em geral mediante identificação e R$ 8 para público em geral. Para rodada dupla (os dois jogos), R$ 5 para funcionários da UCS e estudantes em geral mediante identificação e R$ 10 para público em geral. | Rua Francisco Getúlio Vargas, s/n - Vila Olímpica UCS, Petrópolis |

FUTEBOL DE MESA l 4º Torneio de Futebol de Mesa Festa da Uva 2010 | sábado e domingo, às 14h | Os jogadores estarão divididos em cinco grupos. Os oito melhores jogadores se confrontam. Os quatro primeiros colocados recebem troféus. Pavilhões da Festa da Uva Entrada gratuita | Rua Ludovico Cavinato, 1431, Nossa Senhora da Saúde |

CORRIDA l 1ª Corrida de Revezamento | domingo, às 8h | Trajeto começa na rua Ludovico

Cavinato e segue a estrada Vereador Marcial Pisoni. Os cinco primeiros colocados de cada categoria recebem prêmio em dinheiro e troféus. Estacionamento da Festa da Uva Entrada gratuita | Rua Ludovico Cavinato, 1431, Nossa Senhora da Saúde |

FUTEBOL SOCIETY l Circuito Caxiense de Futebol 7 Society | domingo, às 14h| São 16 equipes participantes, divididas em quatro chaves. Neste domingo, oito equipes se enfrentam na disputa por vagas para as rodadas finais. Os dois melhores colocados de cada chave se classificam para a fase de matamata. Sede do Sindicato dos Metalúrgicos de Caxias do Sul Entrada gratuita | Linha Rádio Nordeste, Capela Nossa Senhora das Dores, Travessão Cavour, Flores da Cunha | Para mais Informações, 9999-1705. Falar com Jair Oliveira |

FUTEBOL l Juventude x Inter-SM | quarta, às 17h | O Juventude estreia na segunda fase do Gauchão nesta quarta-feira, jogando contra o Inter-SM, em Santa Maria,

às 17h. A equipe alviverde, treinada por Osmar Loss, espera fazer uma campanha no mínimo igual a do primeiro turno para se classificar para as fases finais. Estádio Presidente Vargas Ingressos: R$ 20 para torcedor do juventude | Rua Ana Nery, nº 390, Patronato, Santa Maria | l Caxias x Universidade | quinta, às 19h30 | O Caxias estreia na Taça Fábio Koff jogando contra o último colocado do seu grupo no primeiro turno, o Universidade. A equipe grená, treinada por Julinho, que terminou a primeira fase em sexto colocado, terá um novo desafio: se classificar entre os quatro primeiros, jogando apenas contra as equipes de sua chave, consideradas as mais fortes. Estádio Francisco Stédile (Centenário) Ingressos arquibancada a R$ 10 para o torcedor do Caxias e R$ 20 para torcedores do Universidade. Cadeira a R$ 20. Sócios em dia com o clube não pagam entrada. Acompanhantes de sócios, R$ 15. Crianças menores de 12 anos, acompanhados de responsável, munidos de carteira de identidade ou certidão de nascimento não pagam entrada. Estudantes e pessoas acima de 60 anos, R$ 5 | Rua Thomas Beltrão de Queiroz, 898, Marechal Floriano |

S e m an alm e nte n a s b an c a s , di ar i am e nte n a inte r n e t .


Maicon Damasceno/O Caxiense

Peneira grená

Entre 149 inscritos para os testes, no Campo do Catarinense, restaram apenas quatro aspirantes à categoria Sub-20 (juniores) e oito à Sub-17 (juvenis)

um sonho

em jogo

n

por MARCELO MUGNOL marcelo.mugnol@ocaxiense.com.br

ão há no mundo maior democracia do que um jogo de futebol. Todas as diferenças caem por terra. Torcedores e jogadores, de classes sociais e vivências tão distintas, são tão iguais naquela redoma. Não importa se o cara nasceu num loteamento irregular, ou no Cinquentenário, se tem doutorado em geofísica ou é analfabeto, todos têm voz e vez. Invencíveis podem perder a majestade do dia para a noite. De rei, vira plebeu, e vai para reserva do pior time da várzea. Da mesma forma, pode sair do ostracismo às manchetes dos maiores jornais do mundo. Nessa batalha que é o futebol não importa o tamanho nem a cara feia. O rico, alto, forte e perfumado pode virar um zé ninguém, um perna de pau de araque, diante do drible desconcertante do pobre, feio e baixinho craque, que faz graça até de pés descalços. E nessa pátria de chuteiras, onde os desiguais e desconhecidos abraçam-se nas arquibancadas, comemorando o gol da vitória de um campeonato, ou mesmo o empate suado no amistoso contra sei lá quem, é onde se vê na prática o que muita gente só estuda na universidade: a tal de ascensão social. Milhares de moleques, talvez sem o menor espaço ou incentivo para ser alguém na vida, só conseguem ser vistos e notados, e talvez até admirados, dentro de um campo de futebol. Onde estariam hoje Robinho, Ronaldinho, Washington, e por aí vai, cada um pode fazer a sua lista, não estivessem eles empregados em algum clube de futebol? Hoje eles são a fonte de ins-

piração de uma penca de garotos deste brasilzão. País que ainda pena com tanto preconceito e tenta a todo custo driblar as injustiças sociais. Só sendo muito craque, persistente e abençoado por Deus para transpor tanta dificuldade e vencer.

Na semana que passou, 149 garotos jogaram a sorte das suas vidas. Uns mais apaixonados, outros menos, mas todos lutando para conquistar o sonho de virar um jogador de futebol. O mesmo sonho, disputado por tantos desiguais, mas com as mesmas condições. A mesma bola, o mesmo gramado, o mesmo tamanho da goleira. Essa seleção é chamada, no mundo do futebol, de peneira. É uma das formas que os clubes encontram de escolher os garotos que se diferenciam. O Caxias resolveu fazer sua primeira peneira do ano sem muito alarde. Não investiu em campanha de marketing para atrair a garotada. Anunciou no site e a notícia se espalhou. Quase 200 garotos, de vários lugares do Brasil, participaram da peneira, que ocorreu de segunda a quinta-feira passadas no Campo do Catarinense, próximo a Forqueta. A garotada disputava um lugar ao sol nas categorias Sub-20 (junior) e Sub17 (juvenil) do Caxias. Dos 149 inscritos, no final das contas ficaram apenas quatro garotos para o junior e oito para o juvenil. Durante a peneira a gurizada recebeu visita ilustre do treinador do Caxias, Julinho Camargo, porque apareceu bom jogador, quem sabe até para saciar carências lá dos profissionais. É lógico que é cedo para lançar um garoto recém chegado ao clube. Mas

Dezenas de garotos lutaram como bravos guerreiros durante quatro dias por vontade de vestir a camisa do Caxias é preciso dizer que nos juniores, por to é atrevido, não tem medo, é um joexemplo, apareceram dois laterais, um gador diferente”, revelou à boca pequedireito e um esquerdo, o que deixou a na Walter Neto, 42 anos, treinador dos comissão técnica com sorriso largo no juniores do Caxias, durante a tarde de rosto. Isso tudo na mesma semana em quarta-feira. “Se esse garoto tiver uma que o esquadrão grená contratava o la- boa orientação, pode ir longe, mas não teral esquerdo Edu Silva. pode desviar do caminho, nem se deiNessa batalha entre os desiguais, uns xar influenciar”, complementou Neto, foram sozinhos, outros tinham a com- em tom baixo, para que outros garotos panhia do pai e da mãe. Um franzino não pudessem ouvi-lo. carregava todos os dias a sacola plásCléber sonha viver dias melhores. tica. Dentro dela havia um par de chu- Os pais são separados e ele vive com teiras surrado e a passagem de ônibus. a mãe, Eva, e os irmãos, Patrick, 11 Outro, melhor nutrido, embarcava na anos, e Natiele, seis anos. O garoto dipossante caminhonete vide seu tempo entre a do pai e voltava para escola, umas partidas casa sentindo o frescor “Henrique, fecha de futebol no Atlético, do ar condicionado. As o meio. Henrique, clube amador do Lotecamisetas de clubes do olha as costas. amento Mariani, onde mundo afora entregaCléber mora, e os culHenrique, vam a fonte de inspiratos na igreja do bairro. ção de cada um. Ronal- pega ele. “Não sei o nome da dinho tinha vários. Mas Henriqueeee!”, igreja, mas gosto de tinha também gente gritava o orar a Deus. Quero ser com a camiseta do arjogador pra poder ajupai à beira gentino Messi a afrondar minha mãe a comdo gramado tar a defesa adversária. prar uma casa pra ela”, “Todo mundo quer revela, num dos raros arrumar trabalho pra momentos em que fimim, até o meu pai. Mas eu fujo”, sorri tou o repórter nos olhos. Cléber da Silva, 17 anos. Bom de drible, fora e dentro do campo. O garoNo lado de fora do gramado, to é mais um dos que sonham em ser uma legião de pais acompanhava o jogador de futebol. E mesmo vestindo teste dos filhos. Alguns silenciosos, a camisa do Ronaldinho Gaúcho, ain- caminhavam de um lado ao outro, da dos tempos áureos do Barcelona, ora chutando uma pedra de cascalho, Cléber tem outro ídolo: “Eu gosto do ora esfregando as mãos no rosto, em Robinho. Me inspiro nele. Acho as pe- declarado sinal de ansiedade. Outros, daladas dele muito massa”. como Euclides Preto, 56 anos, não conDe pedalada em pedalada, Cléber foi seguiam se conter. “Henrique, fecha o tomando ceifada de quase todos em meio. Henrique, olha as costas. Henricampo. Baixinho e rápido, infernizou que, pega ele. Henriqueeee! Henriquezagueiros, volantes e goleiros. “O garo- eeee! Henrique, não deixa ele sozinho,

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pega junto.” Por vezes, Henrique, 16 anos, um os garotos disputaram partidas uns contra os garoto alto e forte para a sua idade, olhava de outros, mas no quarto dia de testes a comiscanto para o pai, como se dissesse: “Tá, tá, en- são técnica resolveu colocar os 11 aspirantes tendi...mas me deixa jogar”. ao time sub-17 e os 11 aspirantes ao sub-20 a “Tem que ver o que come esse guri”, dizia duelar contra o elenco do Caxias, nas mesmas o pai, sem tirar os olhos do jovem zagueiro. categorias. “Ele faz academia, se cuida, não anda mais tomando nem refrigerante. Mas ele não é muito Na quinta-feira, antes mesmo de enacostumado a jogar futebol de campo. Ele joga cerrar a primeira peneira dessa nova etapa do mais futsal. Então, é diferente o posiciona- esquadrão grená, Luciano revelava a intenção mento”, ponderava, meio que antecipando as do clube em realizar novos testes. E com indesculpas por um eventual insucesso do filho. tervalos de um a no máximo três meses. “A E prosseguia: “O guri me disse esses dias que seleção de atletas é um processo contínuo e anda pensando em fazer um curso técnico. Eu nem mesmo essa garotada que está treinando acho bom, porque tem muito campo de traba- hoje nos juvenis do Caxias, integrada ao clube, lho em Caxias. Se ele fizer Senai, então ajuda está garantida. Porque hoje pode aparecer um bastante. Ele não é muito de estudar, acho que novo jogador para a mesma posição e decidiré da idade, gosta mais de ficar no computador.” mos trocar”, explica Claudinei Dutra de VarEm campo, Henrique tentava fazer o possí- gas, 41 anos, coordenador do Departamento vel para mostrar que tem condições de vestir a de Captação e Avaliação de Atletas. Para bom camisa do Caxias. Em cada dia de treino deve entendedor, uma espécie de olheiro. ter jogado pelo menos três partidas, divididas “Trabalhei com o Julinho Camargo no Inem 20 minutos cada lado. “É difícil vir zaguei- ternacional, em Porto Alegre, entre 1995 e ro, por isso ele está tanto tempo em campo. 1996. Eu era o coordenador da base, e ele, o Se tu perguntar aí quem é atacante, 15 vão le- técnico. Minha função é mais do que observar vantar a mão, agora pede quem é lateral, tem e perceber se o atleta tem condições de chegar um, dois”, ironiza Neto. “O Henrique não jo- a profissional. Mas, principalmente, tenho de gou bem na terça-feira, mas hoje está melhor”, manter um bom relacionamento, com os atleponderava o pai, ainda esperançoso. Pena não tas e os pais. Tem de conversar com os pais e ter jogado bem justo no dia em que o treina- falar que tipo de trabalho fazemos, dizer com dor do Caxias, Julinho Camargo, e o gerente respeito por que não vamos aproveitar o gade futebol, Júlio Soster, foram acompanhar a roto agora. E eu gosto muito desse trabalho”, peneira. declara Claudinei. Esses garotos nem sabiam, mas os Júlios O olheiro diz que, como o Caxias não tem foram responsáveis por um um perfil de formação de atlepunhado de revelações no tas ainda, aparecem aspirantes Grêmio. Aqueles jovens garo- “É difícil vir a jogador de diversos estilos. tos que salvaram o imortal tri- zagueiro. Se tu “Todo mundo sabe que o Flacolor de períodos turbulentos, mengo forma um jogador com perguntar aí como Lucas e Anderson, são bom toque de bola, habilidoso, fruto do empenho dessa dupla quem é atacante, sabe que no São Paulo é paque hoje está no Caxias. “Esse 15 vão levantar a recido, sabe que quem sai do trabalho que estamos fazendo mão, agora pede Inter ou do Grêmio tem mais é para médio e longo prazo”, pegada, é mais brigador, então quem é lateral, acrescenta Luciano de Oliveilogo o Caxias vai montar o seu ra Elias, 37 anos, coordenador tem um, dois”, estilo, aí vai ficar fácil pra todo das categorias de base do clu- conta Walter mundo identificar que tipo de be. atleta queremos formar no clube”, observa Claudinei. Se já é difícil para quem tem habilidade e faz o impossível para marcar um golaço “A hora de dizer não é muito difícil. na peneira, imagine como é dura a caminhada Eu espero ter errado na minha avaliação com de um goleiro. “O goleiro tem de ser testado. uma porção desses garotos. Espero que eles Mas se o adversário chuta uma bola só no gol possam encontrar seu espaço em algum oudele e a bola entra, o guri vai ficar marcado e tro clube, ou mesmo aqui no Caxias. Porque não vai passar no teste”, temia o industrial Val- é difícil, sabe, a gente acaba mexendo com o decir Rodrigues, 41 anos, pai de Vinicius, 17 sonho deles...”, revela, desolado, Walter Neto, anos, que disputava seu lugar ao sol na ingra- treinador dos juniores do Caxias. Os goleiros ta posição. “Eu também era goleiro, mas era Vinicius e Luis Henrique, o zagueiro Henrique muito baixinho. Meu guri tem 1m85cm. Ele e mais de uma centena de garotos receberam fala bastante em campo, porque é um líder. Na esse “não”. formatura dele no colégio praticamente orgaJá o veloz, valente e atrevido atacante Cléber, nizou tudo sozinho”, revela o pai, mostrando aquele que gosta de pedalar como o Robinho, uma qualidade extra do filho. tomou mais pancada no teste de quinta-feira, Valdecir tinha a mesma preocupação de mas acabou sendo selecionado para integrar o João Carlos de Castro Dorneles, 50 anos. Os elenco grená. “Nada ainda está garantido. Ele filhos deles queriam a mesma vaga, de goleiro. e os outros que escolhemos devem ficar mais Com a diferença que os Dorneles precisaram uns 15 dias conosco e, se aguentarem, poderão vir lá de Santa Rosa. “O Luis Henrique integra ficar”, explica Luciano, antecipando que se alo grupo de jogadores do Juventus, time da se- gum dos garotos esperava encontrar mais facigunda divisão do Gauchão, lá de Santa Rosa. lidade nessa nova etapa, melhor ficar em casa. Mas eu queria encontrar um lugar onde ele O futebol é uma batalha. Disso ninguém dupudesse treinar com garotos da idade dele e vida, nem questiona. Fosse diferente, ninguém não com homens de 30 anos, como acontece se importaria em perder, de um, dois ou 10 a lá no Juventus”, justifica o pai, dizendo que o zero. Um vence e goza do sabor de ter sido o filho recém fez 17. melhor. O vencido engole o dissabor a seco “Mesmo que meu filho não passe, estávamos e diz, em silêncio: “dias melhores virão”. Cléconversando antes do treino desta quinta-feira ber e outros 11 jovens atletas ainda poderão que é um resultado positivo ele ter sido pré- alimentar o sonho de se tornarem jogadores selecionado para esse teste de hoje com os ju- de futebol. Como ensina Valdecir Rodrigues, niores do Caxias. Mas a gente, como pai, sem- pai de Vinicius: “O futebol é uma loteria. Tem pre acha que pode mais, que ele pode ir mais de ser persistente para vencer, mas contar um longe”, entrega Dorneles. Durante três dias, pouco com a sorte também”.

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INFORME COMERCIAL

SINDICALISMO DE ALTO NÍVEL Há mais de meio século o SIMECS transformou-se em agente indutor do desenvolvimento econômico e social junto à comunidade onde atua, vencendo fronteiras e fazendo parte do surgimento de diversas organizações fabris no esteio metalúrgico de Caxias do Sul e região. Portanto, representar empresas emblemáticas como a Randon S/A, é confundir-se com a sua própria trajetória histórica de 60 anos, reconhecendo com coragem os dignos exemplos sociais que esta organização tem prestado em nosso meio. Além de servir como conciliador, o SIMECS está atento e acompanha de perto o movimento do Sindicato dos Trabalhadores envolvendo o questionamento de valores do Programa de Participação nos Resultados (PPR) da Randon S.A. Além de não concordar com a manifestação extremada, o SIMECS lamenta que nem mesmo o direito de ir e vir do cidadão não tenha sido respeitado. Os movimentos reivindicatórios são legítimos, desde que dentro das regras da civilidade. Lamentavelmente, o que aconteceu em nossa cidade, entretanto, foi um claro exemplo do que não se deve fazer. O SIMECS também lamenta a falta de respeito junto a empresários, os quais têm uma história de vida em comunidade. As relações entre capital e trabalho mudaram e avançaram no seu tempo. Ao manter a missão de representar e estimular suas empresas para que além do fator econômico, continuem oportunizando milhares de empregos e benefícios sociais como o próprio PPR aos seus trabalhadores, o SIMECS, igualmente vai defender sempre a relação saudável entre o capital e trabalho. Esta bandeira só será possível através da defesa de um sindicalismo de alto nível capaz de entender os novos tempos. EVENTO SOBRE GESTÃO DE RESULTADOS Será realizada no dia de 10 de março, importante palestra no auditório do SIMECS sobre Gestão voltada para Resultados. Num cenário de competência total em que o desafio das organizações está em sustentar seu crescimento, criando um modelo de gestão sustentável ao longo do tempo, o SIMECS realizará este evento que terá como palestrante o professor Volnei Pereira Garcia, o qual possui formação em Ciências Contábeis, pós-graduação em Administração RH, MBA Gestão Empresarial, Programa Estratégias para Crescimento ( Olin School of Business/Washington University in St. Louis – USA). Volnei Garcia irá mostrar aos participantes que a gestão voltada para resultados se fundamenta em duas dimensões: ampliar o conceito de resultados desejados, indo além da perspectiva econômica e financeira; estruturação de um processo de gerenciamento de resultados capaz de gerar uma cultura orientada para resultados. As empresas do SIMECS interessadas em participação devem entrar em contato pelo fone: (54) 3228.1855. CURSO RELAÇÕES TRABALHISTAS E SINDICAIS Promovido pelo SIMECS para representantes das empresas metalúrgicas, será realizado no dia 09 de março o Curso sobre Relações Trabalhistas e Sindicais: Prevenindo e Superando Crises. Será palestrante o professor Celso Van Der Halen (Graduado em Administração de empresas pela UFRGS. Os objetivos do curso são: caracterizar o ambiente interno e o ambiente externo das relações com os empregados; identificar e discutir o papel dos participantes/atores destas relações; caracterizar a atuação das entidades representativas; detalhar e analisar a atuação dos gestores; caracterizar e entender os processos de negociação coletiva. Estão disponíveis apenas 40 vagas. Informações e inscrições: (54) 3228.1855. PALESTRA / IMPOSTO DE RENDA 2010 Imposto de Renda – Pessoa Física 2010. Este será o tema da palestra que o SIMECS realizará em seu auditório no dia 04 de março. Será palestrante do evento, Miguel Pletsch (Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil – aposentado e ex-delegado da Receita Federal em Caxias do Sul). Na oportunidade, serão abordados itens como: Modelos de Declaração; Deduções; Multa por atraso na entrega; Principais novidades; Como evitar a Malha Fiscal. O encontro destina-se para as empresas do SIMECS e Escritórios Contabilidade. Informações e inscrições através do fone: (54) 32281855. MEIO AMBIENTE / PRAZO A Comissão de Meio Ambiente do SIMECS informa as empresas metalmecânicas que a renovação do Cadastro Técnico Federal do Ibama e o envio do Relatório Anual de Atividades vencem em 31 de março próximo. A finalidade do Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras e Utilizadoras de Recursos Naturais, é o controle e monitoramento das atividades potencialmente poluidoras ou a extração, produção, transporte e comercialização de produtos potencialmente perigosos ao meio ambiente, assim como de produtos e subprodutos da fauna e flora. As empresas devem ficar atentas a esta necessidade para que se mantenham legalizadas, prevenindose de multas e autuações. AUTOMEC / FEIRA DA MECÂNICA Estão abertas as inscrições para as empresas metalúrgicas interessadas em participar de duas importantes feiras em São Paulo. Nos meses de abril e maio de 2010 o SIMECS promoverá visitação à Automec Pesados e a Feira Internacional da Mecânica. A Automec Pesados é um evento bienal especializado em peças, equipamentos e serviços para veículos pesados e comerciais. Já a Feira Internacional da Mecânica irá expor: máquinas para trabalhar metal, plástico, madeira, além de ferramentas e uma série de outros equipamentos. O SIMECS alerta que as vagas para os participantes são limitadas. Inscrições devem ser feiras pelo fone: (54) 3228.1855. MISSÕES INTERNACIONAIS No mês de setembro o SIMECS realizará sua Missão Técnico-Comercial para o exterior. O grupo irá visitar a Automechanika em Frankfurt e a IAA em Hannover, ambas na Alemanha. A Automechanika é uma feira voltada para o setor automotivo e especializada em equipamentos para oficinas, acessórios para automóveis, reparação de automóveis, plataformas elevatórias, carroçarias, pintura de veículos, entre outros. Enquanto isso, A IAA International é a Feira mais completa da indústria automotiva e terá a exposição de caminhões de carga, ônibus e trailers, logística, equipamento para garagem e automóveis. CURSO DE MBA EM GESTÃO INDUSTRIAL O SIMECS informa que a Universidade de Caxias do Sul oferece o MBA Internacional em Gestão Industrial, voltado para as bases conceituais da gestão industrial no contexto de globalização da economia e acirramento da competitividade. Os temas abordados no curso referem-se à linha de Estratégia e Gestão da Produção e a linha de Gestão da Inovação e Competitividade. O corpo docente é formado por profissionais titulados em instituições de renome internacional, representando países da América do Norte, Ásia, Europa, Oceania e América do Sul. O objetivo principal é capacitar os profissionais de nível superior, vinculados a organizações da região para a gestão industrial profissional num contexto global. O público-alvo serão os profissionais envolvidos com a gestão industrial e de organizações, com experiência em gestão industrial e conhecimento básico do inglês. Início das aulas: março/2010. Informações e inscrições pelos fones: (54) 3218.2068 e 3218.2800. SIMECS - Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul. Rua Ítalo Victor Bersani, 1134 - Caixa Postal 1334 Fone/Fax: (54) 3228.1855 – Bairro Jardim América. CEP 95050-520 – Caxias do Sul Rio Grande do Sul. www.simecs.com.br - simecs@simecs.com.br

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Maicon Damasceno/O Caxiense

Juventudista de estirpe

Discreto, o vice-presidente de futebol (com a foto do pai no Memorial do Juventude) sempre atuou nos bastidores. Para o futuro, porém, os planos são outros

FILHO DA

GENEALOGIA ALVIVERDE

E

por FABIANO PROVIN fabiano.provin@ocaxiense.com.br le sabe, em detalhes, como foi aquela reunião na noite do dia 29 de junho de 1913, um domingo de inverno, realizada na área central da Caxias do Sul que fora elevada à categoria de cidade três anos antes. Juarez Ártico conta que, iluminados por lampiões, 35 homens assinaram a primeira ata, fundaram o Esporte Clube Juventude e elegeram o primeiro presidente: Antônio Chiaradia Neto. A narrativa desse e de outros fatos está gravada na memória do atual vice-presidente de futebol alviverde. Foi do pai, Oswaldo Ártico, que ele ouviu tantas histórias do time do coração. Oswaldo era um dos 35 jovens daquele encontro no início do século passado. Além de fundador, jogou na primeira equipe, como meio-campista. Tradição que foi passada de pai para filho. Nascido em Ana Rech – que na época era praticamente uma cidade vizinha, de tão longe que ficava do Centro –, Ártico conta que ficava ansioso quando chegava o final de semana. “O pai levava a família para o estádio. Eu acompanhava tudo”, recorda. Sentado no banco de reservas ocupado pelas equipes visitantes do Estádio Alfredo

Jaconi, acompanhando um treino comandado pelo técnico Osmar Loss, o dirigente acende um cigarro. Entre uma tragada e outra, lembra que jogou seis anos nas categorias de base do clube, na época chamadas de aspirantes. “Antes de um jogo dos profissionais sempre tinha uma partida dos aspirantes. Eu era zagueiro. Meu irmão mais velho, Ervaldo, já falecido, também atuava. Era conhecido como Nenê e chegou a jogar no time principal”, conta. Dentro de campo, naquela época, Ártico recorda a diferença de estatura entre os jogadores do Ju e da dupla Gre-Nal. “Aquilo me marcou muito. Eles eram muito altos no comparativo com nossos atletas. Talvez por isso – não é uma regra – eu leve muito em consideração hoje a altura de um jogador antes de ele ser contratado.” Além de acompanhar o pai na Quinta dos Pinheiros e, posteriormente, no Alfredo Jaconi, Ártico fazia questão de ir à sede social, que ficava na Avenida Júlio de Castilhos, bem na frente da Praça Dante Alighieri. Nos encontros, os associados conversavam sobre futebol e política, discutiam planos para o clube e jogavam cartas. “Durante a se-

Juarez Ártico, vice de futebol, herdou do pai, o ex-presidente e fundador Oswaldo Ártico, o amor ao clube

mana, lembro que, depois da janta, o pai ia para a sede. Era uma rotina.” Lá, Oswaldo se encontrava com os outros 34 fundadores do Ju, que veio a presidir em duas oportunidades (1917 e 1931) – ele também participou, em 1912, da fundação do Recreio da Juventude, rival do Juvenil (fundado em 1905).

servando atentamente o treino. Ártico foi gerente de compras por 33 anos da Guerra Implementos Rodoviários. No intervalo citado por ele, atuou nos bastidores, principalmente nas categorias de base do Ju. “O Marcos Guerra, dono da empresa, era presidente do Caxias. Eu não podia ter um cargo de dirigente, senão as coisas ficariam complicadas”, Depois das fases revela. Entre 1998 e de torcedor e jogador, “O nome do 2000, foi diretor dos Juniores e das categoÁrtico partiu para ou- Loss não foi rias de base alviverdes. tra etapa. Tornou-se escolhido por dirigente e, como priEm 2008, presidiu o meira tarefa, presidiu acaso. Esse é o Conselho Deliberativo a comissão dos Dra- projeto do Ju: por seis meses. Hoje, gões, antiga modalida- apostar nas aos 63 anos, é vice-prede de associados. Foi sidente de futebol. Está categorias em 1980, na gestão do aposentado e trabalha, presidente Adelar San- de base”, diz o conciliando horários, tarem. “Tínhamos até vice de futebol como representante coum cofre separado, tamercial. É casado e tem manha a importância um casal de filhos. “Ele que sempre foi dada ao torcedor”, frisa é arquiteto e está dando uma força em Biriba, como é chamado pelos amigos. algumas questões do clube. Ela mora Em 1993, quando Marcos Cunha Lima em Porto Alegre e vai a todos os jogos”, estava à frente do seu segundo manda- acrescenta, orgulhoso de ter mantido to como presidente, Ártico colaborou na família a tradição esmeraldina. como diretor administrativo. “Isso foi É difícil ver Juarez Ártico até 1995. Depois, veio um intervalo”, conta, já com o cigarro apagado, ob- irritado. Mesmo após uma derrota,

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ele não muda o tom calmo da voz, e Corinthians-PR. Sereno, falando muimantém o discurso feito quando o to baixo, opinou que o transcorrer da presidente Milton Scola assumiu, pela partida mostrou problemas típicos de terceira vez, o comando do Juventude. uma equipe em formação. Além dis“Sabíamos que o problema seria o or- so, a lesão do volante Julio César teria çamento. Mas não ima“desmoronado” o esginávamos encontrar o quema de jogo montaclube na situação que Segundo Ártico, do. “Logo em seguida o recebemos em 1º de atualmente o veio o gol adversário. O janeiro. Hoje, te digo clube gasta Juventude tentou venque gastamos R$ 160 cer, foi para cima. Mumil no futebol, somen- R$ 160 mil danças não são fáceis, te com salários. Nosso por mês com as lesões têm atrapaobjetivo é montar um salários de lhado. Estamos decepgrupo de no máximo atletas. A meta cionados, mas vamos 28 jogadores. Se gasmanter o caminho tarmos R$ 170 mil por é não passar planejado. No segundo dos R$ 170 mil mês, será muito”, avisa. turno do Gauchão o Antes de iniciar a grupo ficará mais fordisputa do segundo te”, aposta. turno do Gauchão (Taça Fábio Koff) e em meio à frustrante eliminação da Sobre a situação financeira Copa do Brasil na noite de quarta- do clube, Ártico conta que em 2000 feira, dia 24 de fevereiro, Ártico ainda a direção fora repassada com o medo analisa pedidos de reforços feitos pelo de que existiria uma dívida de R$ 300 treinador Osmar Loss. Ou seja, novas mil. No final, com o acerto das contas, contratações serão feitas. O último re- deu empate, ou seja, não houve lucro forço a desembarcar no Jaconi (o 12º nem prejuízo. “Depois de seis anos da temporada) foi o meia-atacante Ro- na Série A, sentimos que a dívida iria berson, que veio emprestado do Grê- crescer a cada ano. O rebaixamento mio. “Precisamos de mais um zagueiro iria acontecer, sabíamos disso, era uma e de um atacante. O primeiro virá de questão de tempo. Para ajeitar as coiSanta Catarina ou São Paulo. Soma- sas, a sede campestre foi vendida”, lados aos atletas que vieram da base, menta. No início da década, a torcida no início da Série C vamos analisar também cresceu – o Ju chegou a ter 12 pontualmente se precisamos ou não mil associados. “Reflexo de um marketrocar peças. Ainda não prometi que o ting atuante. O time ganhava jogos, o Juventude irá subir para a Série B este que ajuda bastante, mas depois veio a ano, mas é a nossa principal meta”, diz estagnação”, complementa. “Hoje, a fio vice de futebol. losofia mudou: o projeto é reconstruir Na quarta-feira, cabisbaixo e com os o clube.” olhos fechados, provavelmente penEssa reformulação pregada pela atusando no que irá fazer, Ártico esperava al direção começou a ser planejada no ser entrevistado na sala de imprensa do ano passado. Em meio ao processo deJaconi após a derrota por 1 a 0 para o sencadeado pelo Conselho Consultivo

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(formado por ex-presidentes do Juven- chamou Loss de “burro”. “Acompanho tude), que buscou Milton Scola para diariamente o trabalho da comissão encabeçar a chapa vencedora do pleito técnica. Eles estão fazendo a sua parte histórico realizado na noite de 17 de na reconstituição do Ju. Tomara Deus dezembro de 2009 (até então nunca que a sorte vire um pouquinho para havia ocorrido uma eleição no Ju), Ár- o nosso lado. O nome do Osmar Loss tico conclamou os demais dirigentes não foi escolhido por acaso. Foi conque integram a atual direção executiva. versando com meus contatos ligados à “Quando me aposentei, em 1998, pen- área do futebol que o nome dele surgiu sava em me dedicar exclusivamente ao como referência. Esse é o projeto do Ju: clube. Como tinha tempo, organizei a apostar nas categorias de base”, reforchapa. Eu planejava atuar no futebol”, ça. Como pontos positivos, ele cita a explica. afirmação de alguns atletas da base que A vitória na eleição, além de deixá-lo se firmaram no grupo, como o meia feliz, deixou-o preocupado. Isso por- Hiago, o volante Gustavo e o zagueiro que a diferença foi de apenas oito vo- Victor. tos. Scola recebeu 64, enquanto que o Antes de acertar com Loss, a direção titular da Chapa 2, José Antônio Boff, o também fez tratativas com Beto AlmeiBoffinho, fez 56. “Não pensei que seria da (hoje no Pelotas), Marcelo Rospide tão apertado. Fiquei um pouco decep- (auxiliar técnico de Silas no Grêmio) cionado, na verdade. Imaginava uma e Casemiro (Ypiranga). “O Osmar era vitória folgada”, admite o dirigente, o cara certo. E na minha cabeça eu tique garante que sabe separar a emoção nha o Picolli (ex-zagueiro do Ju) como de ser papo da responsabilidade de ser auxiliar. Desde 2000 imaginava ele na vice de futebol. “Consigo separar tanto comissão. O Rodrigo Poletto já havia que já no final de 2009 trabalhado comigo. Foi já tinha um esboço da um grupo formado por comissão técnica na “Poucos convicção”, defende Árcabeça. Mesmo chate- conhecem tico. ado com dois rebaixaA mesma convicção o Juventude mentos em três anos”, o dirigente tem com recomo eu. argumenta. lação a outro assunto. A Passei por vários tranquilidade com que Falando em co- setores. Um dia conta fatos históricos e missão técnica, Ársua trajetória no Ju está serei presidente, tico ressalta que está presente também quantranquilo por ter con- como meu pai”, do o tema é o futuro. tratado um técnico planeja Ártico “Sinceramente, não é jovem, acostumado a um sonho. Eu planetrabalhar com “a gujei tudo isso na minha rizada”. Mesmo após a queda na Copa vida. Poucos conhecem o Juventude do Brasil, com duas derrotas para o como eu. Passei por vários setores – Corinthians Paranaense, ambas por desde o administrativo até o futebol 1 a 0. Nessa partida, a papada perdeu profissional. Um dia serei presidente, a paciência: gritou “olé”, “timinho” e como meu pai.”

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Renato Henrichs renato.henrichs@ocaxiense.com.br

A principal expectativa diante da presença da governadora Yeda Crusius, segunda-feira na CIC, está descartada. O Departamento Aeroportuário do Estado adiantou esta semana que vai levar ainda mais um mês para concluir o estudo técnico a respeito da localização do futuro Aeroporto Regional de Caxias do Sul - para que não paire qualquer dúvida a respeito. Havia quase uma promessa de a governadora anunciar no encontro a opção pelo distrito caxiense de Vila Oliva, em detrimento de Mato Perso, em Farroupilha, preferida pelo empresariado de Bento Gonçalves e por alguns políticos petistas. Sem essa possibilidade, o interesse da reunião-almoço resume-se ao tema central de Yeda, em plena campanha à reeleição: as ações do Estado na Serra.

Contribuição

Os quatro vereadores da bancada petista (Ana Corso, Denise Pessôa, Marcos Daneluz e Rodrigo Beltrão), mais Édio Elói Frizzo (PSB) e Renato Nunes (PRB), assumem a façanha de encaminhar projeto de decreto legislativo que pretende conceder o título de Cidadão Caxiense a José de Oliveira, conhecido como Zé do Rio. Dizem os proponentes na exposição de motivos: “Homenagear José de Oliveira com o título de Cidadão Caxiense é externar o reconhecimento a esse homem, cuja contribuição histórica faz parte do contexto cultural, político, humano e social de nossa cidade”! Na dúvida, uma das proponentes, Ana Corso, pediu vistas ao projeto.

Dimensão

A festa de 62 anos do prefeito José Ivo Sartori (PMDB) quinta-feira à noite, no Grêmio Esportivo Gianella, não contou com a presença do guru de peemedebistas locais, senador Pedro Simon. Em compensação, o ex-governador Germano Rigotto fez um discurso inflamado a respeito da dimensão política do aniversariante, praticamente lançado candidato ao governo do Estado, em 2014. O vereador Assis Mello (PC do B) chegou depois da pregação.

Pela reitoria

Haverá surpresas de última hora para a eleição à reitoria da Universidade de Caxias do Sul? Com apenas um mês de campanha eleitoral pela frente (estima-se que o novo reitor será conhecido até 31 de março), parece não haver espaço para novidades além daquelas já divulgadas pelo site d’O Caxiense esta semana: a confirmação da candidatura da ex-pró-reitora de Graduação, Nilva Lúcia Rech Stédile, e do atual reitor, Isidoro Zorzi. O também expró-reitor José Clemente Pozenato

Daiane Nardino, Div./O Caxiense

Ex-governador Germano Rigotto ao sugerir vôos mais altos ao prefeito caxiense, aniversariante de quinta-feira.

ainda aguarda algumas movimentações internas para lançar-se como a terceira via dessa disputa, por ora flagrantemente favorável a Zorzi. Por quê? Por ser o atual reitor, por integrar o Conselho Diretor, pela experiência acumulada em quatro anos de mandato, pela proposta de dar continuidade às mudanças iniciadas na atual gestão – como ele mesmo diz, “visando a priorização dos fins da instituição e a consolidação da UCS como a Universidade Comunitária da Serra”.

Dentro de uma proposta mais ampla que procura priorizar o transporte coletivo em relação ao automóvel, a Secretaria de Trânsito, Transporte e Mobilidade implanta corredor de ônibus na Rua Bento Gonçalves, entre a Visconde de Pelotas e a Borges de Medeiros. O projeto só dará certo se as paradas não funcionarem como ponto de final das linhas de ônibus.

Dúvida cruel

O PC do B estadual avalia este fim de semana o futuro político do vereador Assis Melo, também presidente do Sindicato dos Metalúrgicos. A princípio, Melo disputaria uma cadeira para a Assembleia Legislativa. Mas há no partido quem defenda a idéia de que a deputada federal Manuela d’Ávila, candidata à reeleição, puxaria votos suficientes para eleger também o sindicalista caxiense para a Câmara Federal.

Carnaval caxiense

De acordo com a proposta da Liga Carnavalesca, o show de Neguinho da Beija-Flor, marcado para o Espaço Multicultural, servirá para pagar as contas do Carnaval do ano passado. Mas, e se a apresentação não render nas bilheterias aquilo que esperam os organizadores, quem pagará essas contas e o show?

perguntas para

Nestor Pistorello

Secretário, diretor de agricultura e encarregado da exposição de uvas na Festa da Uva No seu entendimento, a uva, motivo maior da festa, está bem contemplada no evento deste ano? Com certeza. Como nas últimas edições, a exposição de uvas está no acesso principal do parque, junto com a mostra que reúne o tema da festa, este ano a estação da historia e da colheita. É uma posição privilegiada. A outra inserção é no palácio das uvas. A cada festa, o local vem melhorando na forma de distribuição, na logística. Se a gente pegasse outras festas, a uva não chegava refrigerada ao visitante. Agora, ela é distribuída com qualidade e refrigerada, muito mais agradável ao consumo. Também aquela velha e nem sempre verdadeira reclamação de que não havia uva à venda no parque está resolvida. Sempre teve, talvez não na quantidade suficiente. Ela era colocada dentro do circuito do parque e acabava sumindo diante do fluxo das pessoas, que não chegavam a percebê-la. Instalamos três pontos de venda, na saida do pavilhão 2, em direção à réplica, no pórtico e na estação de embarque dos ônibus, junto ao salão paroquial. Tudo para facilitar a venda e dar visibilidade à fruta. No final das contas, qual foi o prejuízo provocado pelo clima este ano? O clima exigiu nesta safra mais

insumos, mais mão de obra, enfim representou um custo maior. Com mais umidade e pouco sol, o efeito é um baixo teor de açúcar. Dentro de certos limites, pode ser feita a correção do açúcar, com álcool vínico ou concentrado de mosto, sem comprometer a qualidade. Mas o custo aumenta. No caso da uva in natura, temos um trabalho forte com uva protegida (plasticultura), que não sentiu tanto os efeitos do clima, protegida que está da umidade. A uva normal, para consumo, teve o volume reduzido na colheita. Ela não ficou tão uniforme também em função da umidade, da chuva. Mas procuramos compensar tudo isso. Na festa, por exemplo, é prática repor a correção. Foi dado um plus ao produtor: estamos pagando um real ao quilo, quando o preço mínimo estabelecido pelo governo federal é de 46 centavos. Há quatro anos, aliás, esse valor da uva para a indústria não muda. Agora, é preciso admitir: o clima foi um fato negativo desta safra. Ainda vale a pena produzir uva? Vale, mas é preciso mais profissiona-

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lização, como em qualquer atividade. Mais recursos, mais tecnologia. Como em toda a atividade econômica existem problemas, principalmente quando há excesso de oferta. Não é diferente com a uva, com a maçã ou com o tomate. Não temos uma política de planejamento de safra. Cada um planta o que é interessante. Mas, este ano, com as chuvas, está sendo dificil alcançar os 15 graus. Houve um custo maior para produzir, foi mesmo um ano muito dificil para o produtor. Agora, quem tem uma produção mecanizada tem um custo menor. Os mais eficientes conseguem ter um ganho maior, mas a pequena agricultura familiar não mede a mão de obra para estabelecer seu custo. Por isso, a Secretaria Municipal da Agricultura tem procurado, neste governo, oferecer meios para mais qualificação, como assistência técnica e infraestrutura. Além disso, estimula a organização dos produtores, com a criação de associações de agroindústrias, de cantinas, de uva protegida e de comercialização nos pontos de safra. O que não pode é o produtor ficar desassistido. Luiz Chaves, Divulgação/O Caxiense

Ações de governo

Paradas

A liderança de Sartori extrapola Caxias do Sul

Douglas Trancoso, Div./O Caxiense

O salário atual do prefeito vai sofrer um reajuste de 3,65%. O projeto de lei foi enviado pelo Executivo municipal esta semana e deverá entrar na pauta de votações nos próximos dias. Prevê também aumentos salariais para o vice-prefeito, secretários municipais, procurador geral, chefe de Gabinete e diretores da Fundação de Assistência Social (FAS), Samae e Ipam. Os subsídios mensais do prefeito foram fixados pela lei 6.841, de 1° de julho de 2008, em R$ 16.512,09. Os vencimentos do vice são de R$ 11.564,76 por mês. O índice de 3,65% refere-se à inflação do período de 2009.

Jonas Ramos, Div./O Caxiense

Reajuste

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