Edição 21

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Caxias do Sul, abril de 2010 | Ano I, Edição 21 | R$ 2,50

A Ca pesa O V xia r d A s a e su LO ind as a c de R D on sva O qu nt ista ag CE mo ens, NT rad o c RO ore ora s c ção on de vic tos |S24 |D25 |S26 |T27 |Q28 |Q29 |S30 Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.

NO CAMINHO

DO TRÂNSITO SEGURO Uma reflexão sobre os desacertos cotidianos entre pedestres e motoristas indica como eles podem tomar o rumo de uma relação melhor

Renato Henrichs revela carta do PDT local que pede exclusividade a Alceu Barbosa Velho | Roberto Hunoff analisa o aumento das demissões | Duas décadas de Mancha Verde | Paulinho, personagem da memória grená


Fotos: Maicon Damasceno/Ocaxiense

Índice A Semana | 3

Um resumo das notícias que foram destaque no site

Roberto Hunoff | 4

Número de demissões é maior do que em 2009, exceto na indústria de transformação

Informática acessível | 5

www.OCAXIENSE.com.br TWITTER

(Acompanhe em www.twitter.com/ocaxiense) C arm om BO an o a d LA do P pa upla AR ra en CA-J AD fre U nta est A r a á se Sé rie C Caxias do Sul, abril de 2010 | Ano I, Edição 20 | R$ 2,50

|S17 |D18 |S19 |T20 |Q21 |Q22 |S23

Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.

As vantagens do software livre são discutidas e apresentadas na UCS

Acusação de cartel | 8

Por que a Justiça condenou seis responsáveis por 24 postos de Caxias

A LETRA PERSISTENTE DE

POZENATO

Faixa de convivência | 11

Aos 71 anos, o professor e escritor José Clemente Pozenato não quer descanso: arquiteta uma segunda trilogia

O rumo da conciliação é o melhor caminho para motoristas e pedestres

Rafael José dos Santos pede um busto para padre Giobbe | Roberto Hunoff analisa os números da inflação caxiense | Renato Henrichs discute a proposta de eleições para subprefeito | O presente e o futuro da Festa da Uva

No coração da cidade | 14

20ª edição | @gustavotoigo @ocaxiense Que início de sábado. Grande entrevista com Pozenato. Produto jornalístico de alta qualidade. Continuem prestigiando nossa gente. Vereador Gustavo Toigo, em 17 de abril @jeanberlanda @ocaxiense Que maravilha! Entrega funcionando como relógio suíço e conteúdo lembrando bom vinho francês. A cada dia melhor. Coisa de 1º mundo! Jean Berlanda, em 17 de abril

@tonificante Demais essa capa! Não precisa nem de legenda! Tonificante (Marketing), em 17 de abril

Moradores trocam o sossego dos bairros pela comodidade do Centro

@danieldalsoto Hoje comprei a edição do @ocaxiense Me surpreendi com a capa da 20ª edição, e com a reportagem da jornalista @paulasperb, PARABÉNS! Vale destacar acima de tudo a grande reportagem sobre o @sercaxias. O @marcelomugnol foi muito bem! Daniel Dalsoto, em 17 de abril

Guia de Cultura | 16 Mitologia em palíndromo e Alice adolescente no cinema

Artes | 18

Guia de Esportes | 19

@RoseBrogliato Em tempos de mídias digitais e instantaneidade da informação, os jornais precisam ser menos informativos e mais analíticos, como @ocaxiense. Rose Brogliato, em 21 de abril

Memórias grenás | 20

@zarabatanacafe @ocaxiense + Clemente Pozenato na capa é leitura de mão cheia! Bela arte, ótimo argumento! Equipe do Zarabatana Café, em 21 de abril

Bandeiras alviverdes | 21

@vinnibiazzus Terça vi o @ocaxiense impresso, ainda não tinha visto. Diagramação muito legal.. o conteúdo dispensa comentários. Vinni Biazzus, em 22 de abril

Renato Henrichs | 20

@elvcampagnollo @ocaxiense para os caxienses residentes em outras localidades este é o melhor jornal da serra gaúcha. Elvis Campagnollo, em 22 de abril

Distrações amorosas de uma tarde de verão As estrelas do handebol brilham em casa no fim de semana Paulinho, o lateral esquerdo que consertava os furos de Felipão Mancha Verde completa 20 anos de fidelidade ao Ju

Carta para diretório estadual do PDT exclui Gustavo Toigo e Vinicius Ribeiro

COMENTÁRIOS NO SITE Obra na chácara dos Eberle | Mesmo sendo um estudante de Engenharia Civil acho um abuso a dilapidação da Chácara. As árvores cortadas, a Casa Rosa “enterrada” no meio dos prédios e tudo mais. Acho uma falta gravíssima com a natureza e com os habitantes da cidade. A Chácara dos Eberle é emblemática e a Casa Rosa então, mais ainda. Marcus Vinicius dos Reis, em 22 de abril

Expediente

Redação: Cíntia Hecher, Fabiano Provin, Felipe Boff (editor), Graziela Andreatta, José Eduardo Coutelle, Maicon Damasceno, Marcelo Aramis, Marcelo Mugnol, Paula Sperb (editora do site), Renato Henrichs, Roberto Hunoff e Valquíria Vita Comercial: Leandro Trintinaglia Circulação/Assinaturas: Tatyany Rodrigues de Oliveira Administrativo: Luiz Antônio Boff Impressão: Correio do Povo

Assine

Para assinar, acesse www.ocaxiense.com.br/assinaturas, ligue 3027-5538 (de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h30 às 18h) ou mande um e-mail para assine@ocaxiense.com.br. Trimestral: R$ 30 | Semestral: R$ 60 | Anual: 2x de R$ 60 ou 1x de R$ 120 Jornal O Caxiense Ltda. Rua Os 18 do Forte, 422, sala 1 | Lourdes | Caxias do Sul | 95020-471 Fone 3027-5538 | E-mail ocaxiense@ocaxiense.com.br www.ocaxiense.com.br

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O Caxiense

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R$ 100 mil para documentário | Parabéns pela matéria, fico feliz pelo grande amigo e mestre Michelin. Esse Michelin realmente era de muito talento, garra e trabalho, e por incrível que pareça este pioneiro na produção. Aos responsáveis pela coisa pública, sejam vereadores ou integrantes do Executivo, fica a lembrança de melhor se informarem sobre o assunto, antes de tomarem suas decisões. Paquito Masiá, em 21 de abril Agradeço a abordagem sempre bem estruturada d’O Caxiense durante a luta dos produtores locais por justiça e igualdade junto a Prefeitura de Caxias e a Secretaria da Cultura. O Michelin é mais um exemplo do esforço dos artistas locais em retratar a nossa cidade por amor e não por dinheiro! Lissandro Stallivieri, em 21 de abril Fico chateado de ver pessoas que respeito atacando o filme sobre Caxias. O Financiarte é uma ferramenta importante de apoio, mas não é – e nem pode ser – a única. Sugiro que usem o mesmo tempo que gastam reclamando do patrocínio para desenvolverem e apresentarem projetos à prefeitura e às outras esferas do poder público que concedem esse tipo de benefício. Tenho certeza que se o projeto for bom será contemplado. Raphael Di Tommaso, em 23 de abril

S e m an alm e nte n a s b an c a s , di ar i am e nte n a inte r n e t .


A Semana

Fotos: Maicon Damasceno/O Caxiense

Mais policiais para segurança e menos médicos atendendo em Caxias do Sul

Caxias e Juventude, pelos Juniores, ficaram no 1 a 1; Mato Sartori deve abrir em maio; obra na chácara dos Eberle está estagnada

SEGUNDA | 19 de abril Segurança

Caxias conta com mais 74 policiais Caxias do Sul conta com 74 novos policiais militares que se formaram em uma solenidade no 12° Batalhão de Polícia Militar, na última sexta (16). Outras solenidades ocorreram em todo o Estado resultando, no total, 3.552 policiais formados no todo o Rio Grande do Sul. Segundo o Capitão do 12° Batalhão, Jorge Emerson Ribas, o treinamento dos soldados durou pouco mais de seis meses e ocorreu no interior de Flores da Cunha. Os novos policiais atuarão no 12° BPM.

Greve dos médicos

Quase 11 mil consultas perdidas Durante cinco dias de greve dos médicos, que durou de 5 a 10 de abril, 10.880 consultas deixaram de ser realizadas em Caxias. Nos serviços de saúde especializados foram 3.226 consultas, e nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs), 7.654. A perspectiva é que com a nova greve dos médicos, marcada para dia 26 de abril, os próximos números sejam ainda maiores. Os dados de consultas não realizadas foram divulgados pela secretária da Saúde, Maria do Rosário Antoniazzi. Ela cita também a adesão dos médicos à paralisação: nos serviços especializados, 204 médicos pararam de trabalhar (41,4%) e nas UBSs, 161 (49,8%).

Ca-ju

Juniores empatam Caxias e Juventude empataram em 1 a 1 no primeiro clássico da categoria Junior, válido pelo Gauchão da categoria. A partida, disputada no Centenário, foi marcada por um maior volume de jogo alviverde em contraponto a maior demonstração de raça grená. Pouco mais de 200 torcedores grenás e 25 alviverdes (da Mancha Verde) acompanharam o jogo. O primeiro gol da partida foi do lateral direito Pedro Henrique, do Caxias. O gol de empate do Ju veio só no segundo tempo.

TERÇA | 20 de abril Zona Azul

Reclamações poderão ser feitas por 0800 Os usuários do Zona Azul poderão contar com um número de telefone 0800 para expor problemas como parquímetros estragados, tíquetes com impressão ilegível e solicitar informações. Para que o canal de comunicação seja colocado em prática, a Câmara de Vereadores terá de aprovar um projeto de lei do vereador Gustavo Toigo (PDT), protocolado nesta segunda, que determina a criação do 0800 para atender as demandas da população. Conforme o projeto, a empresa detentora da exploração do serviço deverá divulgar em todos os parquímetros a existência do telefone. A central atenderá somente durante o horário normal de funcionamento do Zona Azul.

QUARTA | 21 de abril Samae

Atendimento próximo de 12 bairros O Samae abriu, na quinta, a loja comercial do bairro Kayser em novo endereço. Os serviços estarão disponíveis a toda a comunidade da região na Perimetral Bruno Segalla, nº 122, junto ao Posto Portal Sul. Serão beneficiados com a descentralização da loja e agilidade no atendimento os bairros Kayser, São Caetano, Arco Baleno, Bom Pastor, Esplanada, Salgado Filho, Planalto Rio Branco, Charqueadas, Consolação, Santos Dumont, Nossa Senhora das Graças e Oriental, num total de 15.357 ligações de água.

QUINTA | 22 de abril Construção

Obra na chácara dos Eberle está parada A construção de dois prédios de 14 andares no terreno localizado em frente à Casa Rosa da chácara da família Eberle está temporariamente suspensa. A decisão foi da própria empreendedora, a ADLA Comércio e Representações Ltda, empresa pertencente à família. O motivo seria um estudo de remodelação do empreendimento em parceria com construtoras interessadas em realizar a obra. O projeto apresentado pela ADLA foi autorizado pela prefeitura em 2006, antes da aprovação do Plano Diretor do município, portanto foi

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enquadrado na legislação antiga. Segundo a empresa, com a nova lei, há possibilidade de negociar um aumento no tamanho dos prédios a partir de trocas de índices construtivos. Como ainda não foi vendido nenhum apartamento, os proprietários da área tentarão ampliar os edifícios. O diretor-geral da secretaria de Urbanismo, Nelson Carlos Sartori, lembra que qualquer eventual mudança deverá passar novamente por avaliação na prefeitura. A realização dessa obra gerou polêmica na cidade devido ao valor histórico da chácara da família Eberle e do corte de vegetação.

SEXTA | 15 de abril Mato Sartori

Parque abrirá na primeira quinzena de maio O Parque Municipal Mato Sartori deve finalmente ser aberto para visitação na primeira quinzena de maio. Esta é a previsão do secretário municipal do Meio Ambiente, Adelino Teles. O último empecilho, a falta de segurança, já teria sido resolvido com a instalação de 20 câmeras e a colocação de quatro guardas municipais, dois de dia e dois à noite. A data exata da abertura ainda não está definida, mas deve ser depois do dia 8, quando o secretário pretende concluir um roteiro de visitas oficiais que estão programadas para o Parque na semana de 3 a 7 de maio. “Receberemos no máximo 40 pessoas por dia. Colocaremos um telefone à disposição para que os interessados possam combinar a visita”, explica o secretário.

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Roberto Hunoff roberto.hunoff@ocaxiense.com.br

Confiança

Clima já com cara de inverno, confiança na economia e Dia das Mães são os ingredientes que devem incrementar em 8,5% as vendas de maio deste ano sobre o mesmo período de 2009. É o que projeta o presidente do Sindicato do Comércio Varejista, Ivanir Gasparin.

O levantamento sobre o número de empregos gerados em Caxias do Sul no mês de março traz interessantes dados para análise. O mais significativo é de que o número de desligamentos é superior aquele apurado no igual período do ano passado, situação que se estende ao acumulado do primeiro trimestre. Em março último 9.677 trabalhadores foram demitidos ou pediram para sair contra 8.310 no mesmo mês de 2009. No trimestre Evolução do emprego 2009

Novas marcas

Depois da Riachuelo, sua mais nova âncora que ocupa área superior a 2 mil metros quadrados, o Iguatemi Caxias conquistou mais uma marca. A rede de moda íntima feminina Scala, com 78 lojas no Brasil, abrirá suas portas em maio sob o comando da empresária Virgínia Cruz Alves.

Transporte elétrico

A Feira de Hannover, realizada esta semana, delineou um novo marco no uso de combustíveis pelo segmento automotivo. O veículo deixou de ser apenas um conceito e foi apresentado na forma de produto acabado, pronto para ser colocado à disposição do consumidor tão logo os países criem as condições para sua homologação. Para tratar deste tema atual a seção Caxias do Sul da Sociedade de Engenheiros da Mobilidade (SAE Brasil) promove na terça-feira, dia 27, a partir das 19h30, no Bloco M da UCS, palestra sobre os desafios e as oportunidades do desenvolvimento dos veículos elétricos no Brasil e no mundo. O palestrante será o supervisor de engenharia da Mitsubishi do Brasil, Fabio Maggion, que irá para detalhar o projeto i-MiEV, veículo compacto movido somente por eletricidade, já comercializado no Japão, ao preço base de US$ 40 mil, e em testes no Brasil.

Eleições na CIC

Os associados da CIC de Caxias elegem na próxima quarta-feira, dia 28, os novos membros do Conselho Deliberativo, atualmente presidido por André Vanoni de Godoy. Na ordem do dia da assembleia que se iniciará às 17h também consta apreciação do relatório anual de atividades da diretoria executiva, das demonstrações financeiras do exercício de 2009 e dos pareceres de auditores independentes e do Conselho Deliberativo.

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O Caxiense

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A Unidade Caxias do Sul da Faculdade de Tecnologia obteve autorização do Ministério da Educação para ofertar, a partir do vestibular de inverno próximo, o curso superior de Tecnologia em Design de Moda. Com duração de dois anos, o curso funcionará pela manhã e noite.

Fonte: Caged do Ministério do Trabalho 9.840

2010

6.349

1.004 102

Março

Assessoria

A TOV Corretora de Câmbio, Títulos e Valores Mobiliários, por intermédio da Majorem Engenharia Financeira, chega à Caxias do Sul para prestar assessoria em investimentos. A empresa é segunda maior corretora independente do Brasil no segmento varejo e oferece, por meio de parcerias estratégicas, uma gama de produtos e serviços, como fundos de investimento, hedge cambial, carteira administrada de ações e operações na BM&F Bovespa.

são 23.619 desligamentos neste ano e 21.026 no passado. Interessante é observar que em todos os setores produtivos da cidade, exceto em um, houve este aumento. Apenas na indústria de transformação há mais admissões que saídas, mesmo assim a diferença é pequena: pouco mais de 100. O fenômeno pode ser atribuído à disputa por mão-de-obra qualificada entre empresas e setores, já que é comprovada a carência de profissionais na cidade.

Novo curso

Acumulado no trimestre

Acumulado em 12 meses

-3.076 -2.101

Carreiras

Mais 1 mil vagas

Contradição

O importante, no entanto, é a manutenção do quadro de crescimento na geração de empregos. Em março foram mais 1.004 e, no trimestre, mais de 6,3 mil. Nos mesmos períodos de 2009 os números eram negativos: 2.101 em março e 3.076 no acumulado do ano. O grande gerador de empregos continua sendo a indústria de transformação com 926 em março e 4.576 no ano.

Número que desperta curiosidade é o da construção civil. O setor fechou 144 vagas, fato estranho quando se tem informações sobre o expressivo aumento de obras em construção. No ano o saldo também é negativo: 15. A desativação de 386 postos de trabalho na agropecuária é normal em função do fim das safras de frutas na região, como uva, que emprega grande número de pessoas.

Especializada em orientação de carreira e recolocação profissional, a Ser Humano Consultoria instala-se em Caxias do Sul com o serviço de outplacement, ainda inédito na região. O programa consiste em 10 etapas desenvolvidas ao longo de 12 meses, em que o participante tem acesso a uma assessoria pessoal, com treinamentos específicos visando à recolocação no mercado de trabalho. Com sede em Porto Alegre e escritórios em São Paulo e Curitiba, a Ser Humano Consultoria será gerida em Caxias do Sul pela consultora Sílvia Bernardi. Arko, Divulgação/O Caxiense

Com crescimento de 30% no número de expositores, a 4ª Feira Internacional de Tecnologia para o Meio Ambiente (Fiema Brasil) congregará, na exposição, avançadas tecnologias, equipamentos e soluções voltadas às questões ambientais e, nos mais de 15 eventos simultâneos, ideias e ações focadas na sustentabilidade. O evento ocorre nos pavilhões da Fundaparque, em Bento Gonçalves, das 10h às 18h de 27 a 30 de abril. A Fiema Brasil terá como expositoras mais de 200 empresas e entidades, do Brasil e do exterior. Entre os atrativos estarão a Casa Sustentável e o voo inaugural de um dirigível.

Disputa pela mão-de-obra

Liliane Giordano/Div./O Caxiense

Meio Ambiente

Tecnologia diferenciada

A expansão da construção civil tem possibilitado o crescimento de mercados não relacionados diretamente ao setor. É o caso da tecnologia digital, que agora estará presente em obras de Caxias do Sul e região por meio da Arko Imagem, empreendimento de Diego de Lima. A empresa trabalha com maquetes eletrônicas com perspectivas digitais, plantas humanizadas, passeios virtuais, estudos de insolação e fotomontagens 3D. Também irá inserir as maquetes eletrônicas em ambientes de realidade virtual e aumentada.

Curtas A Eletrobras, RGE e Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro realizam nos dias 29 e 30 de abril, em Caxias do Sul, o treinamento Economizando energia elétrica nas prefeituras. Mais de 50 órgãos municipais já confirmaram presença no treinamento, que transmitirá conceitos e dicas de eficiência na gestão energética municipal, na iluminação e nos prédios públicos, o que ajudará as prefeituras participantes a reduzirem seu consumo de energia elétrica, sem prejuízo aos usuários. Os encontros serão realizadas das 8h às 18h, no auditório da RGE.

feitura de Caxias do Sul promovem na terça-feira, dia 27, workshop do programa Mais Varejo. O objetivo é avaliar os aspectos internos e externos de 293 lojas localizadas na Avenida Júlio de Castilhos e a infraestrutura da área a fim de diagnosticar os pontos fortes e fracos, oportunidades e ameaças. O workshop terá início às 19h30 no 2º andar do Edifício Sindilojas.

O Festival Latinoamericano de Instalação de Software Livre 2010 ocorrerá neste sábado, dia 24, das 8h30 às 19h, no Bloco 71 da UCS, com entrada franca. Realizado desde 2005 de forma simultânea em diversos paíSebrae, Sindilojas, CDL e Pre- ses da América Latina, o evento busca

estreitar e ampliar o contato de usuários de computadores com o mundo do software livre. Uma abordagem regional do estudo de lembrança e preferência de marcas, realizado há 12 anos no Rio Grande do Sul pela QualiData em parceria com o Jornal do Comércio, será o tema da reunião-almoço de segunda-feira da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul. O consultor de marketing e gestão de marcas da QualiData, Paulo Rogério Di Vicenzi Rodrigues, e o diretor comercial do Jornal do Comércio, Luiz Borges, apresentarão o tema As Marcas de Quem Decide na Serra Gaúcha.

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Maicon Damasceno/O Caxiense

Mentes abertas

Liberdade

Tecnológica Os softwares livres, que a cada dia conquistam mais usuários, são tema de debates e demonstrações

A Casa Brasil, que atende gratuitamente à população no bairro Reolon, adota o software livre - simbolizado por Tux, o pinguim do Linux, pendurado nas paredes

A

por JOSÉ EDUARDO COUTELLE jeduardo.coutelle@ocaxiense.com.br lternativa crescente para quem quer economizar passando longe da pirataria, o software livre é muito mais do que um programa gratuito de computador (aliás, nem sempre é gratuito). É um movimento, que será explicado e debatido em Caxias, na UCS, e em diversas cidades do Brasil e de países vizinhos simultaneamente, no Festival Latino Americano de Software Livre. “Muitas pessoas associam o livre com o grátis. O objetivo é associar a liberdade com a evolução contínua do software”, revela o analista Jeronimo Zucco, um dos palestrantes do encontro. Essa liberdade de ele fala se baseia em quatro pressupostos: liberdade para executar o programa, com qualquer propósito; liberdade de estudar como o programa funciona e de adaptá-lo para as suas necessidades; liberdade de redistribuir, inclusive vender, cópias de modo que você possa ajudar ao próximo; e liberdade de modificar o programa e liberar essas modificações de modo que toda a comunidade se beneficie. Para os profissionais da computação, entra-se até em uma questão filosófica: é ético aprisionar o conhecimento? O software livre se desenvolve por meio da colaboração de centenas de pessoas, de todos os cantos do mundo, para produzir programas que atendam determinadas demandas. Jerônimo conta que o movimento iniciou nos anos 80, com o programador Richard Stallman, depois que muitas empresas começaram a impor restrições aos usuários com os contratos de licença de software. “Stallman compara os programas de computador com receitas culinárias. Você tem uma receita de bolo de chocolate, que é o código fonte, e o bolo, o código de máquina. Se a receita for fechada, o bolo fica sempre igual e ninguém consegue alterá-lo. Se for aberta, se pode alterar a receita, colocar no-

vos ingredientes e melhorá-la continuamente”, conta Jeronimo. De forma geral, pode-se traduzir software livre com outras duas palavras: trabalho colaborativo. O coordenador geral do festival na UCS e analista de redes do Núcleo de Processamento de Dados da universidade, Amador Pahim destaca que, além das palestras – que iniciam às 9h e terminam no final da tarde, em no Bloco 71 –, será realizado o Install Fest. É a chance de muitos usuários conhecerem ferramentas livres, que serão distribuídas e instaladas gratuitamente. “Temos uma sala com estrutura elétrica e monitores. Pessoas capacitadas auxiliarão na instalação dos programas. Não é necessário mudar o sistema operacional. O Linux pode funcionar em paralelo com o Windows. Acreditamos que devem circular de 100 a 150 pessoas no Install Fest”, diz Pahim. No dia a dia, a universidade dá preferência ao uso de software livre sempre que possível. “Todos os computadores da UCS usam o OpenOffice. Podemos citar também o Firefox, ferramentas de e-mails, multimídia, player de vídeo, entre outros”, diz o analista. A redução de custos com o uso desses programas é grande. “Temos quase 5 mil computadores. A economia total é difícil de dimensionar. Só o Office custa em torno de R$ 600 por computador o upgrade, e R$ 1 mil a versão standard, no varejo, para o computador caseiro. Claro que comprando em um grande número esse valor diminuiria bastante.” Mesmo com essa vantagem econômica, ainda é necessário manter em alguns computadores o sistema operacional comercial devido à necessidade de executar programas sem suporte para Linux. É o caso do Photoshop (edição de fotos) e do Premier (edição de vídeo), ambos da empresa norteamericana Adobe. “Não existe outro programa que possa ser comparado a

eles no mercado. Há similares, como o Gimp, mas não são tão bons. Os laboratórios de Publicidade e Propaganda precisam de softwares de ponta. Outro programa que precisamos comprar a licença é o AutoCAD, destinado para os cursos de Arquitetura e Engenharia”, explica Pahim. Uma licença desse software custa em torno de R$ 4,5 mil.

cisamos dar suporte para os usuários. As novas aquisições já vêm com o Linux instalado. Ainda mais que as suas funções já estão bem semelhantes às do Windows”, compara Jacob. Uma forma de fazer com que o funcionário aceite melhor essa substituição é a aquisição de novos computadores. “Não adianta colocar o Linux num micro velho. Máquina nova, ambiente novo. Assim se compra o usuário.”

Na prefeitura, o software livre também gera economia. O diretor do Departamento de Informática, AntôNo Estado, um dos principais nio Jacob Bracht, conta que os compu- promotores do uso e do desenvolvitadores dos 14 Centros mento dos programas de Inclusão e Alfabenão proprietários e tização Digital (Ciad), “Se a receita for defensores da inclutrês telecentros, a Casa fechada, o bolo são digital é Sady JaBrasil e cerca de 58 la- fica sempre igual. cques, embaixador e boratórios das escolas membro fundador da Se for aberta, municipais possuem Associação Softwasomente programas pode-se re Livre – sediada em desse tipo instalados. melhorá-la Porto Alegre, desde A primeira experiên- continuamente”, 1999. Naquele ano, a cia do Município com entidade promoveu o cita Jeronimo software livre ocorreu 1° Fórum de Software ainda em 1998. “Nos- Zucco Livre, que reuniu proso primeiro site foi cofissionais de diversos locado no ar já sob a lugares do mundo. Na plataforma Linux. Depois começamos última edição, 10 anos depois, mais a instalar o Star Office, predecessor do de 8 mil pessoas estiveram presentes. BrOffice”, lembra. “Esse é um processo que está em plena Atualmente, todos os servidores da expansão e cresce a passos largos. Do administração têm sistema operacio- ponto de vista numérico, a Microsoft nal Linux. O programa de bancos de ainda tem nove em cada 10 computadados é livre. O pacote BrOffice está dores no mundo. E é bem possível que instalado nos 1,3 mil computadores seis deles tenham um produto pirata. da prefeitura. A tecnologia dos sof- Hoje, o que mudou é que o mundo twares de gestão também é livre, sen- começou a trabalhar com o software do necessário apenas o pagamento de livre. Não pode haver uma impressora uma licença de uso para a empresa que que não rode em Linux, por exemplo”, desenvolve o programa. Fora o siste- afirma. ma operacional Windows, presente Sady lembra que, do ponto de vista em 85% desses computadores, o úni- histórico, o software sempre foi livre. co programa pago instalado neles é o Com a criação dos primeiros computaantivírus. As exceções são o AutoCad, dores, precisava-se de uma programao Corel Draw e o Photoshop, em algu- ção para que eles executassem determas máquinas. minados comandos. Essa lógica, que “Temos uma tendência de migração não era simples, foi sendo construída para o Linux. Vamos devagar pois pre- dentro das universidades, principal-

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Foi com a criação do Fórum de Software Livre que o jovem programador caxiense Dorneles Treméa conseguiu seus primeiros contatos internacionais na área. Junto com outros colegas universitários, ele criou a empresa X3ng, em maio de 2001. “Nosso primeiro contrato foi com a UCS. Eles queriam reformular o site da universidade usando como plataforma software livre. Mesmo sem muita experiência, apresentamos uma proposta e acabamos sendo contratados”, lembra. Os jovens empresários optaram por trabalhar com uma plataforma chamada Zope, em uma linguagem denominada Phyton. No Fórum de 2002, Dorneles teve o primeiro contato pessoal com os representantes da Zope. “Nós e os americanos que vieram trabalha-

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mos em alguns conceitos, e a nossa empresa acabou desenvolvendo o próprio site da Zope”, conta. Dorneles é formado em Ciência da Computação pela UCS, com ênfase em Segurança de Informação. “Meu interesse na época era trabalhar com segurança. Depois comecei a investir na a programação pesada. Pensamos que era mais futuro investir nessa área com poucos concorrentes. Existiam apenas duas empresas no Brasil que programavam com Zope”, lembra. Após expirar o primeiro contrato de um ano com o UCS, a X3ng migrou para o Sistema de Gerenciamento de Conteúdo chamado Plone, também em código aberto. “Entrávamos nas listas de discussão para perguntar como se fazia tal coisa. Para nossa surpresa, os criadores eram muitos abertos. No segundo ano já estávamos respondendo dúvidas de outros usuários. O pessoal da Plone perguntou se não queríamos terceirizar alguns serviços. Aí abandonamos o mercado nacional e trabalhamos exclusivamente para os EUA e Noruega. Na UCS, nosso contrato era de 10 reais a hora. Nos contratos internacionais passou para 50”, relata. Chegar a esse estágio de sucesso, evidentemente, não é fácil. “Precisa-se de muita dedicação e mostrar um serviço bem feito. Trabalhar com software livre é plenamente sustentável, e para o Exterior é ainda mais vantajoso. É como estar morando na América Latina ganhando padrão de salário americano”, conclui Dorneles.

Maicon Damasceno/O Caxiense

mente dos Estados Unidos e Europa. O objetivo era desenvolver softwares que ajudassem a resolver determinados problemas. E a comunidade científica fazia isso trocando códigos, no início pelo correio, e mais adiante usando a rede telefônica para transferir dados. Assim se elaboravam softwares de forma coletiva, sem a preocupação de se apropriar desse conhecimento. Segundo Sady, esse modelo de mercado faz com que o profissional da programação deixe de ser apenas um “apertador de botões”, que vende e instala programas fechados, e transforma-o em um programador de verdade – o que, inclusive, pode ser uma forma de trabalho bem rentável.

Pahim espera ter entre 100 e 150 pessoas experimentando software livre no Install Fest

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Comércio de combustíveis

DIÁLOGOS

CONDENADOS Justiça aceita, em primeira instância, interceptações telefônicas e uma reunião gravada como provas de formação de cartel

Maicon Damasceno/O Caxiense

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Responsáveis por 24 postos teriam combinado preços em Caxias

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O Caxiense

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por VALQUÍRIA VITA valquiria.vita@ocaxiense.com.br ois anos de interceptações telefônicas, uma reunião de empresários gravada e a análise de documentos cedidos pela Agência Nacional de Petróleo (ANP) resultaram na condenação de seis donos de postos de gasolina de Caxias do Sul por formação de cartel. A denúncia do Ministério Público sustentou que, em conversas travadas entre 2004 e 2006, os acusados combinaram preços de gasolina e álcool. A decisão de condená-los – e de absolver outros dois proprietários envolvidos no processo – foi tomada pela juíza da 3ª Vara Criminal, Sonáli da Cruz Zluhan, na terça-feira (13). Dois dias depois, foi divulgada pelo jornal Pioneiro. Na última quinta (22), entretanto, os seis réus ainda não tinham sido intimados – teriam ficado sabendo da condenação pela imprensa. Por causa disso, tanto eles quanto seus advogados evitam falar sobre o processo. Ademir Antonio Onzi (sócio-gerente de dois postos Onzi), Darci José Tonietto (diretor de dois postos Coocaver), Deunir Argenta (sócio-gerente de 11 postos Di Trento), Iur de Souza Lavratti (sócio-gerente do posto Petrolium), Roberto Tonietto (administrador de seis postos Rodeio) e Vilson Luiz Pioner (sócio-gerente de dois postos Comboio) foram condenados a dois anos de reclusão em regime aberto, podendo ser substituídos por multa de R$ 153 mil. Como a decisão é em primeira instância, os acusados poderão recorrer. Darci: (...) O, Deunir, eu vou.. vou usar da sinceridade contigo, tá, nós se reunimos: o Jaoquim, o Nene, o Dirceu e eu, tá, nós vamos alterar esse preço aí segunda, quando subir o combustível segunda ou terça-feira, tá. Veja bem, eu quero deixar bem uma coisa clara pra ti, não sou só eu que decido aí nós somos em quatro pra decidir isso aí, tá. (...) Oh, segunda ou terça, tu pode ter certeza de uma coisa, nós não vamos ficar abaixo de ninguém, tá, Deunir, tenha certeza disso. (...) Deunir: E nós teríamos que mexer, né, tchê. Darci: Sim, eu vou mexer, eu não tenho como aguentar aqui. Deunir: Espera aí só um pouquinho, deixa que o (...) vem na bomba, tu sabe que eu nem sei quanto tá aqui. Nós estamos aqui com R$ 1,49 tá. Se tivesse que subir R$ 0,14... R$ 1,49 ponto R$ 0,14, eu tenho que ir pra R$ 1,63. Darci: Não, não, tem que ficar na faixa de R$1,58, R$ 1,57 por aí.

Deunir: Então vou botar R$ 1,59. Darci: Eu vou botar R$ 1,57. Deunir: Não, por que tu? Então tu R$ 1,59 e eu R$ 1,57. O trecho, transcrito na sentença judicial (e reproduzido aqui inclusive com alguns erros de digitação e grafia), é de uma das ligações telefônicas que, de acordo com o Ministério Público, comprovam que havia combinação de preços. A conversa, entre Deunir Argenta, dos postos Di Trento, e Darci Tonietto, dos postos Coccaver, se comparada a outros excertos citados no documento, é uma das mais fáceis de se compreender – na sentença, há um trecho de diálogo repetido e nomes que não são explicados, por exemplo. Nada, porém, que afete a convicção da promotora Janaína De Carli dos Santos da acusação contra os donos de postos. “A base é o conjunto da prova. A juíza que condenou usou poucas ligações perto das que nós colocamos à disposição. É difícil mesmo entender só pela sentença. Tem que olhar o conjunto de todas as ligações, porque ele demonstra que o cartel existia”, afirma. Outro trecho, de uma conversa de Deunir Argenta com um irmão, demonstraria a existência da pressão para o ajuste de preços. Deunir: (…) Agora com o Coccaver ficamos duas horas ontem pro cara, porque ele botou R$ 2,30 pra botar R$ 2,32, aí ele disse que ia botar hoje e não botou. Aí fomos almoçar, eu e o Beto do Rodeio (….), então o que fizemos? Fomos vê pra ele disse que vai aumentar amanhã. Aí agora fui lá no Coccaver, ele não aumentou, agora vou ter que ir no Rodeio porque o Rodeio, o Beto me disse que tem uma portaria lá de Minas Gerais que os caras entraram com um mandado no MP e tão conseguindo que as cooperativas não podem vender combustível. Elas são cooperativas, elas só podem vender pros seus associados e eles estão irregular. Ele vai me dar tudo que tá na portaria aí pra levar pra eles, ou eles se ajustam de um lado, ou nós vamos ajustar por outro, entendeu como é que tá? O uso de alguns códigos, segundo o Ministério Público, também dificulta o entendimento dos diálogos. “Eles diziam que iam se reunir para falar sobre futebol, sobre segurança. Às vezes isso significava falar sobre preço. Às vezes, não”, relata Janaína. Sem dizer o que as expressões “boiadeiro” e “alavancar o espírito” significam, ela aponta outro trecho das conversas, desta vez entre Deunir e Iur Lavratti, do posto Petrolium: Deunir: (...) Viu, outra coisa, o coisa, o boiadeiro lá, tu falou a respeito do

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A promotora Janaína, que apresentou a denúncia: “Não que eles não tinham outros assuntos, mas a gente sustenta que em determinadas reuniões eles combinavam preços”

porquê que não tem jeito de alavancar tos esses encontros. Não que eles não o espírito? tinham outros assuntos, mas a gente Iur: Bah, eu não tou sabendo de sustenta que em determinadas reuninada, eu estava fora da cidade, eu vol- ões eles combinavam preços”, completa tei hoje só. Janaína. Deunir: Vê aquele O conteúdo das linúmero do espírito lá gações serviu para que que o teu tá baixo e fala “A formação o MP denunciasse 12 com o rod... com o cara de cartel é donos de postos. Dois dos boiadeiros aí, né. foram absolvidos e organização, Iur: Tá legal, deixa aceitaram uma acordo, convênio, quatro pra mim. suspensão condicional Deunir: Eu acho que ajuste ou aliança do processo, comproele está segurando isso dos postos no metendo-se a cumprir aí, né. tchê. certas determinações. intuito de fixar Iur: Tá, deixa pra outros seis optaram preços artificiais”, Os mim. por deixar o processo A constatação do MP diz a juíza Sonáli correr. “A promotoria e da juíza Sonáli é que só denunciou quem se os acusados não estitinha indícios suficienvessem visando à fixação de preços não tes. A gente investigou outros postos, utilizariam códigos para ludibriar a in- que também faziam parte disso, mas terceptação. A combinação de valores, não havia provas suficientes para consegundo Janaína, vai contra o princípio dená-los”, diz Janaína, que já anunciou da livre concorrência, e, além de pre- que o MP vai recorrer da absolvição de judicar outros postos, diminui a opção um dos envolvidos. dos consumidores. “Não precisa que se O Ministério Público também uticomprove um dano. Basta que o acu- lizou a documentação da ANP como sado infrinja o que está na lei. A for- prova contra os seis donos de postos. mação de cartel é organização, acordo, Os relatórios da agência demonstram, convênio, ajuste ou aliança dos postos segundo a promotoria, que depois desno intuito de fixar preços artificiais. sas reuniões a gasolina aumentava nesE isso fere o consumidor”, diz Sonáli. ses postos. Ela explica que não importa se houve dano efetivo nem se a combinação era Paulo Tonolli, presidente do para aumentar ou para baixar o valor Sindicato do Comércio Varejista de do litro da gasolina e do álcool, pois o Derivados de Petróleo (Sindipetro/ proibido é combinar. Serra Gaúcha), explica que cartelização se configura quando existe a totaDe acordo com a promotora lidade de empresas. “E aqui em Caxias Janaína, a investigação começou em são seis postos de um total de 85 na 2004, a partir de questionamentos da cidade. A visão de fora é que essa forcomunidade sobre o preço da gasolina mação de cartel fica deturpada, porque em Caxias ser mais elevado do que em teria que ter um número de empresas outras cidades. Durante dois anos, os que causasse dano à população. Repreacusados tiveram seus telefones gram- sentamos uma categoria muito maior peados e, sem que soubessem, um en- do que esses seis envolvidos. Não sencontro deles foi gravado – em 12 de do contra a decisão, mas seis é univernovembro de 2004 –, mediante autori- so muito pequeno”, considera. zação judicial. O MP concluiu que os “Não interessa quantos, poderia ser envolvidos se encontravam também dois postos. O intuito do delito é forem outros lugares para falar sobre pre- mar acordo com a intenção de fixar arços: restaurantes, residências, sedes tificialmente os preços. Se vários colode empresas, sítios e até nos próprios cam o mesmo preço o consumidor não postos de combustíveis. “Com os tele- tem opção”, rebate Sonáli. fonemas a gente sabia onde iam ser feiEm relação ao encontro gravado

pelo MP, Tonolli nega que tenha ocor- isso não aconteceu nas gravações. Nas rido no Sindipetro: “Não somos favo- minhas, eu digo”, defende-se Tonietto. ráveis à formação de cartel nenhum. Para ele, não houve formação de Nossa razão de existir é a defesa dos cartel, mas sim um processo abusivo combustíveis. Queremos fazer que seja de escuta telefônica por parte do MP: justo. Não tenho conhecimento dessa “Dois anos fazendo escuta na vida de reunião. Uma vez por mês reunimos uma pessoa, isso não é simplesmente os sócios, mas é para debater diversas uma investigação, isso é bisbilhotar demandas do nosso setor.” a vida dela. Eu questionei muito esse Ele diz desconhecer que os telefones processo porque a promotora descredos acusados estavam grampeados. veu coisas pessoais e coisas íntimas miPelo menos um dos envolvidos, porém, nhas no processo a partir das ligações. afirma saber que estava sendo gravado. Me deu a impressão de ser alguma perIsso aparece em um trecho da conversa seguição maior do que simplesmente entre Roberto Tonietto, dos postos Ro- fazer o trabalho dela”. deio, e Bilú (apelido do dono de outro posto, que não foi condenado). Conforme o texto da decisão Bilú: (…) Me diz uma coisa, o com- judicial, todos os acusados negam ter bustível aí aumentou, né? Caxias? realizado combinação de preços e diRoberto: Caxias subiu, subiu bastan- zem que as reuniões sempre foram te por causa do alcool, né. para defender outros interesses da caBilú: Tá R$ 2,85. E os meus vizinhos tegoria. Essas alegações deverão ser reali do lado tá com R$ 2,83. petidas nas instâncias superiores. “Vai Roberto: Bah, Bilú, falar isso por te- mais de ano até julgarem recursos, tanlefone é complicado. Tu tá em Caxias? to da defesa quanto do MP”, diz Sonáli. Bilú: Não, não, não, eu tou... eu vou Airton Barbosa de Almeida, advopra Caxias de tarde. gado de Deunir Argenta, Iur Lavratti, Roberto: Tá, tu não quer dar uma Roberto Tonietto e de mais dois acupassadinha aqui no posto? sados que foram absolvidos, explicou Bilú: Não, porque daí eu não sei, daí que quer entender o processo, já que de repente eu sou obrigado a botar R$ ainda não foi intimado: “Dois dos 2,83 igual. meus clientes foram absolvidos, quero Roberto: Tá tudo grampeado esse analisar o motivo dessas absolvições”, telefone, não dá pra falar em preço né, disse na sexta-feira (23). tchê. Adauto Afonso Viezze, advogado “Lógico que eu sabia (que estava de Vilson Pioner, disse que nem ele grampeado). Porque a nem o réu haviam repromotora se imporcebido a intimação ta mais com holofotes “Uma coisa é até a tarde de quinta. do que com o proces- combinar preço, “Posteriormente pode so. Falar em preços ter apelação”, antecipaoutra é falar em em qualquer empresa va. O mesmo afirmou é a coisa mais normal preço. Tenho que o advogado de Darci do mundo. Uma coi- saber a quanto Tonietto, Tarcilo Mansa é combinar preço, e meu vizinho está tovani. Como o seu não existe prova disso, cliente ainda não havia vendendo”, outra é falar em preço recebido a intimação, constantemente. Tenho rebate Roberto alegou que não podeque saber a quanto meu Tonietto ria se manifestar sobre vizinho está vendeno qual seria o próximo do. Se ele coloca um passo. Erivelto Ferreicentavo a menos, vou colocar o mes- ra, advogado de Ademir Onzi, adianta mo preço pra não perder venda. Não que irá recorrer: “Não houve esse cartem como ter diferenciação de preço. tel, não existe cartel de seis pessoas. O O que não pode é combinar, dizer ‘eu que houve nas reuniões foi por causa vou colocar dois e tu coloca dois’. Mas das eleições do Sindipetro”.

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Desafios urbanos

A travessia é mais complicada na região central, em ruas como a Visconde de Pelotas, onde as faixas de segurança nem sempre são respeitadas – por quem está a pé ou de carro

PARA ACERTAR O PASSO

NO TRÂNSITO

a

por GRAZIELA ANDREATTA graziela.andreatta@ocaxiense.com.br

yrton Lobo é um homem simples e modesto. Ingênuo e talvez um pouco ignorante. Não estudou muito, trabalha como uma espécie de faz-tudo para a casa de comércio Sá, Pato & Cia, e tem uma ambição: comprar um carro. Mas o que move Ayrton não é puramente o desejo de ter um automóvel. É a cobiça de poder “esmagar” os “pobres e assustadiços” pedestres. Esse homem divide a humanidade em duas castas, a dos pedestres e a dos “rodantes”, como apelidou os motoristas. E ele definitivamente odeia pertencer à primeira. Segundo Ayrton, o pedestre “é um ser inquieto de pouco rendimento, forçado a gastar a sola das botinas, a suar em bicas nos dias quentes, a molhar-se nos dias de chuva e operar prodígios para não ser amarrotado pelo orgulhoso e impassível rodante, o homem superior, que não anda, mas desliza veloz.” Ayrton, felizmente, não existe. É o personagem principal do único romance adulto publicado por Monteiro Lobato, O Presidente Negro, de 1926, quando o trânsito brasileiro era ainda bem diferente, mas já trazia consigo conceitos de classe e segregação. Era a ficção sinalizando uma realidade que só viria a se agravar: a da difícil convivência entre pedestres e motoristas. Em Caxias do Sul, existem 145.851 automóveis, 23.150 motocicletas e 1.381 ônibus, segundo os dados mais atualizados do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), com

base nos cadastros de emplacamento. Juntas, essas três categorias somam 170.382 veículos. Se a elas forem acrescentadas caminhonetes, caminhões, reboques e outros tipos de veículos menos comuns, o número chega a 218.924. Não há dados sobre pedestres para se fazer um comparativo. Mas, se levarmos em conta que a Viação Santa Tereza (Visate) transporta, por dia, cerca de 165 mil passageiros e que até quem dirige um carro se transforma em pedestre a partir do momento em que estaciona o veículo, a quantidade de gente que anda a pé é bem maior do que a de quem, como descreveria Ayrton, “circula sobre quatro pneus”. Mas essa superioridade numérica não se reflete em vantagem. A Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes calcula que uma pessoa precisa de um segundo para dar cada passo ao atravessar uma rua. Em uma via como a Sinimbu, seriam necessários 13 segundos para se chegar de uma calçada à outra. Mas ninguém tem esse tempo. Quando não há tráfego na rua principal, o das perpendiculares rapidamente reivindica seu espaço. Ao pedestre, cabe correr. O office boy Jader Luis Pereira de Medeiros, 20 anos, dribla carros e sinais da região central da cidade há três anos e aconselha: “Não dá pra ratear. Se vê que dá pra atravessar a rua tem que apressar o passo. Do contrário, ou não atravessa, ou é atropelado”. Jader garante que aprendeu que a faixa de segurança é o melhor lugar para cruzar a via, porque andar fora dela pode enraivecer motoristas mais impacientes. “Tem motorista que ace-

A cada troca de sinal, motoristas e pedestres estabelecem uma relação que deve ser encarada como convivência, e não como oposição

lera de propósito quando enxerga o pedestre. É melhor não arriscar.”

soa aperta um botão (o tipo do equipamento depende do ponto onde foi colocado). Nesses lugares, a sinaleira A Secretaria Municipal de fica vermelha para os carros de toTrânsito e Transportes não tem levan- dos os sentidos por alguns segundos, tamento oficial sobre conforme a largura da quais são os pontos de via. É o caso dos crutravessia e circulação “O que tem zamentos da Rua Pimais perigosos. Segunnheiro Machado com do o secretário Jorge que acontecer é a Visconde de Pelotas Spinelli Dutra, as me- motoristas e e a Dr. Montaury, por didas de segurança são pedestres exemplo. reforçadas a partir da começarem a Mas Dutra afirma observação dos técque as sinaleiras não nicos da prefeitura e fazer sua parte podem ser usadas em também das queixas de e respeitar a toda a cidade, principessoas e associações faixa”, diz o palmente no Centro. de moradores. “Claro secretário Dutra Ele argumenta que na que nós sabemos que Pinheiro Machado é todo o Centro é compossível porque a rua plicado e que algumas vias de acesso não tem engarrafamentos do porte de aos bairros também. O que podemos outras vias essenciais, como Os 18 do fazer para melhorar estamos fazendo.” Forte e Sinimbu. “Se eu parar a SinimDe acordo com Dutra, estão em an- bu por mais 13 segundos, vou parar damento na cidade 12 grandes obras Caxias.” de trânsito, como a remodelação na entrada do bairro Desvio Rizzo, o A travessia difícil não é excluacesso à UCS e as mudanças na Rua sividade do Centro. Há diversos ouMoreira César e na Avenida Rio Bran- tros lugares perigosos – e esta reporco, além de mais de 50 outras meno- tagem nem está levando em conta as res. Todas trarão benefícios aos pe- rodovias. A Rua Matteo Gianella é um destres, segundo ele. “Nosso objetivo deles. Além de ser acesso para diversos é fazer o tráfego fluir melhor e mais bairros, recebe o movimento de carros rápido. Mas temos consciência de que e pessoas do Colégio Santa Catarina. essas mudanças podem dificultar a Frentista do posto de combustíveis lotravessia e, por isso, estamos refor- calizado quase em frente à escola, Ivan çando a sinalização para quem precisa Paim, 52 anos, conta que em alguns atravessar a rua, e não só para quem horários a situação é complicada para passa por ela.” todos que tentam cruzar a Matteo, de O secretário informa que em 30 carro ou a pé. “Aqui tem batida toda a cruzamentos foram instaladas sinalei- hora. Hoje de tarde mesmo deu uma”, ras para pedestres, que são acionadas relatou na terça-feira (20). “Quem quiautomaticamente ou quando a pes- ser atravessar a rua tem que ser ligei-

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De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro, sempre que houver faixa de segurança e o sinal estiver aberto para o pedestre, é por esse local que a rua deve ser atravessada – e não pelo meio da quadra, como muitas pessoas ainda acreditam ser mais

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seguro. Os motoristas devem dar a preferência. Entretanto, quem está acostumado a circular pela cidade sabe que não pode levar a lei ao pé da letra. O auxiliar administrativo Fabrício Bellaver Guimarães, 28 anos, que gasta cerca de 50 minutos por dia em deslocamentos entre sua casa, no bairro Rio Branco, e o trabalho, no Centro, já adotou uma regra: “Eu só atravesso a rua se os carros estiverem parados, mesmo que o sinal esteja fechado para eles e eu esteja na faixa de segurança, porque nunca sei se eles vão realmente frear”. Fabrício admite que, assim como não é fácil para ele, também não é para os motoristas, pois nem todos os pedestres utilizam a faixa. Na opinião dele, os dois são culpados, mas perdem muito tempo responsabilizando um ao outro em vez de fazer sua parte. “Todo mundo tem pressa, ninguém quer esperar, e todos se acham meio donos da rua.” Na verdade, para transitar em segurança, o melhor é cuidar sempre. Inclusive na calçada. Roseli Mazzochi Ribas, 39 anos, varredora da Rua Visconde de Pelotas há quatro anos, garante que os pedestres também são perigosos. Trabalhando em um trecho movimentado, ela precisa prestar atenção nos carros e nas pessoas que andam a pé. “Se você estiver distraída, elas te atropelam mesmo.” Enquanto explicava como era varrer o meio-fio e as calçadas nesse ponto do Centro, ela ia desviando dos passantes

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ro”, completou. Na Avenida Bom Pastor, as funcionárias de uma farmácia dizem que às vezes precisam esperar até 10 minutos para ir de um lado ao outro da via. Isso ocorre porque só há uma sinaleira, no cruzamento com a Perimetral Sul. “Colocaram um quebra-molas e deu uma melhorada para os pedestres, mas agora são os carros que se acidentam. Uns minutos antes de você chegar teve um que bateu na traseira do outro em cima do quebra-molas”, contou a balconista Sabrina Canquerino Santos, 29 anos, naquela terça-feira. “Tinha que ser como algumas ruas em Canoas. Você levanta o braço e os motoristas param para você atravessar”, contou a colega Tauana Cristina Gehlen, 18 anos. Situações parecidas ocorrem também em trechos de ruas como a Luiz Michelon, a Moreira César e a Avenida São Leopoldo. Mas Dutra afirma que, mais do que intervenção do poder público, esses lugares precisam de bom senso por parte de quem os utiliza. “Não posso colocar um semáforo porque 10 minutos por dia tem travessia. O que tem que acontecer é motoristas e pedestres começarem a fazer sua parte e respeitar a faixa de segurança.”

No Cruzeiro, a movimentada Luiz Michelon é arriscada para pedestres e motoristas

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Na Avenida Bom Pastor, no bairro Esplanada, a falta de sinaleiras obriga as pessoas a esperar até 10 minutos para atravessar

que atravessavam a rua correndo e mantinham quase o mesmo ritmo ao atingir o outro lado. Seguiam com a pressa e a determinação de quem está disposto a ir eliminando obstáculos, mesmo que eles sejam outras pessoas. “Acredito que o problema no trânsito esteja na falta de respeito de alguns motoristas e também de alguns pedestres. As pessoas são muito individualistas”, diz Roseli. Se o individualismo cresceu na proporção dos carros nas cidades, talvez seja difícil dizer. Na obra de Monteiro Lobato, muitas décadas atrás, ele já era registrado como um ingrediente do trânsito. O personagem Ayrton, que muitas vezes precisou correr para fugir de atropelamentos e dos buzinaços – que ele interpretava como gritos de “Arreda, canalha” –, demonstrou não se preocupar com os pedestres, mas apenas consigo mesmo. Quando conseguiu comprar o seu primeiro automóvel, imediatamente assumiu a posição dos “rodantes” e passou a desprezar quem andava a pé. “Paguei diversas multas, matei meia dúzia de cães e cheguei a atropelar um pobre surdo que não atendera ao meu insolente ‘arreda’”, confessava. O taxista caxiense aposentado

João Isoton, 81 anos, diz que já não se impressiona com a urgência que move quem anda a pé ou de carro – nem com suas consequências. Do banco do ponto de táxi da Rua Marquês do Herval, em frente à Praça Dante Alighieri, com as mãos apoiadas na bengala, hoje observa tudo com apatia. Foi taxista por 54 anos, quase sempre naquele ponto. Só abandonou a profissão em 27 de dezembro do ano passado, por causa de uma dor nas pernas e da pressão da mulher, que não queria mais vê-lo se arriscando. “Quando eu comecei a trabalhar com o táxi não tinha uma sinaleira na cidade, tinha bem menos carros, menos pessoas, e já era assim”, relata. Isoton diz que agora só pega o carro de vez em quando, aos finais de semana. “A última vez que eu peguei o auto foi no domingo, para ir buscar um galeto. Fazia um mês que eu não dirigia.” Apesar da saudade do trabalho, ele confessa que já estava perdendo a paciência com o trânsito e seus personagens. “Tem motorista abusado, que se você para e deixa um pedestre passar já começa a buzinar, e tem pedestre sem-vergonha. Às vezes eu chegava bem perto pra dar um sustinho, pra ver se ele prestava mais atenção”, confidencia Isoton.

O “sustinho” e outros métodos politicamente incorretos, porém, em nada têm ajudado na pedagogia do trânsito. Ao contrário, só aumentam a tensão entre motoristas e pedestres. O Código de Trânsito Brasileiro, criado em 1997, vem tentando resolver esses problemas. Além de medidas de controle mais rígidas, o CTB reconheceu a importância da educação para melhorar a relação entre pedestres e motoristas. Graças ao código, as regras básicas de convivência no trânsito estão ganhando mais espaço na preparação dos novos motoristas. Nas aulas teóricas dos Centros de Formação de Condutores (CFCs) essas lições já ocupam mais espaço do que as imagens de acidentes de trânsito, que até um tempo atrás, acreditava-se, seriam a melhor maneira de conscientizar motoristas – ideia que se mostrou equivocada: milhares de cenas de acidentes foram estampadas nos noticiários, mas o número de mortes continuou crescendo. A legislação a partir de 1997 também forçou a introdução do tema nas escolas. Em Caxias, a educação para o trânsito faz parte do currículo nos colégios municipais. O vereador Vinicius de Tomasi Ribeiro (PDT), exsecretário dos Transportes e com for-

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mação em Arquitetura e Urbanismo, acredita que esse seja o melhor caminho para solucionar os conflitos existentes hoje. “Acho que vai acontecer com o trânsito, no futuro, o que aconteceu com o meio ambiente nos anos 80. O caminho passa pelas crianças, os adultos do futuro.” Vinicius reconhece que o poder público tem obrigação de instalar equipamentos de segurança, mas destaca que ele não consegue obrigar as pessoas a seguirem as sinalizações e as regras de bom senso. “Acredito que a palavra-chave para uma boa convivência seja respeito”, define. Quanto a Ayrton, o personagem de Monteiro Lobato, acidentou-se e perdeu o carro. Sofreu tanto que chegou a dizer que preferia ter perdido um braço só de pensar em seu retorno miserável à casta dos que andavam a pé. Durante sua recuperação, porém, deslumbrou-se com outras maquinações da trama – mais especificamente, com uma máquina que mostrava o futuro – e esqueceu seu ódio de pedestres. Por vias tortas e involuntariamente, Ayrton até que enfim deixou um bom exemplo: quem quiser pensar no futuro precisa pôr de lado as desavenças – especialmente no trânsito.

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Escolhas imobiliárias

Marilê, moradora do Caixa de Fósforo: “quem mora nos bairros tem um casa-dormitório, quem mora no Centro tem uma casa-casa. E isso faz toda a diferença”

A VIDA NO

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CENTRO por RODRIGO LOPES

uando a comerciante Marilê Procedi mudou-se para o Centro de Caxias do Sul, mais especificamente para a Praça Dante Alighieri, em 1986, o lugar possuía um Calçadão, os ligustros e as rosas vermelhas dominavam os canteiros, havia um parque para crianças e o fluxo de veículos não se sobrepunha ao vaivém dos transeuntes. Morar na Avenida Júlio de Castilhos e ter como vizinhos de porta a Catedral Diocesana, os lendários cinemas Guarany e Central, a extinta Livraria Ramos, o portentoso Clube Juvenil, a agência central do Banco do Brasil e a Loja Magnabosco ainda era considerado um símbolo de status social. Deixando esse cenário “de filme” um pouco de lado, a Caxias de 25 anos atrás já somava 250 mil habitantes e apresentava também evidências de tudo o que as áreas centrais das grandes cidades costumam abrigar na carona do desenvolvimento econômico: poluição visual e sonora, insegurança, proliferação de ambulantes, patrimônio histórico deteriorado, caos no trânsito. Não por acaso, o uso da expressão “degradação do Centro” passou a ser corriqueiro desde então. Hoje, ao abrir os janelões do apartamento localizado no sexto andar do Condomínio Galeria Auto João Muratore, popularmente conhecido como Caixa de Fósforo, Marilê observa que não só a Dante mudou. Mudaram o Centro, as pessoas, as referências de outrora. O Calçadão foi removido, a Júlio voltou a receber o tráfego de ve-

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ículos, a praça passou por um amplo (e polêmico) processo de revitalização, os jerivás substituíram os ligustros, as rosas sumiram, o fluxo de migração e o barulho aumentaram, o comércio popular se impôs, enfim, a cidade cresceu. Dados preliminares do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estimaram, em 2009, uma população de 410.166 habitantes. Acompanhando esse patamar, um total aproximado de 220 mil veículos em circulação, segundo o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), colocou Caxias do Sul entre as dez cidades acima de 400 mil habitantes com as maiores frotas do país: quase um veículo para cada dois habitantes. Em meio a índices que se refletem diretamente na área central e contribuem para inchá-la ainda mais, o que não mudou foi o pensamento da fiel moradora. “Adoro o Centro, tenho tudo o que preciso a poucos metros. Nunca sairia daqui, apesar do que costumam falar de ruim”, argumenta. Para quem relaciona o coração da cidade com engarrafamentos, sujeira, baderna noturna e outros substantivos menos nobres, a afirmação de Marilê pode soar provocativa. Mas ela não é a única a enxergar o Centro além de seus problemas. Gente como a publicitária e professora de Design Camila Cornutti, o médico Marco de Menezes, a farmacêutica Mara Zanatta e o empresário Felipe Grivot de Carvalho faz coro às vantagens de se morar em meio ao fervo. Todos residem a menos de três quarteirões uns dos outros e ra-

Apesar de seus problemas, a área central atrai quem procura conciliar moradia, trabalho e interação social ras vezes cogitaram abandonar a área em um escritório de design no bairro mais “nervosa” da cidade. Inclusive até Lourdes e atua como professora na Fapreteriram outras. culdade América Latina, a duas quaMarco e Camila chegaram a adqui- dras de casa. “Faço tudo a pé. Quando rir um apartamento no bairro Jardim preciso, tenho transporte praticamente América, nas proximidades do Hospi- na porta”, ressalta. tal Nossa Senhora Medianeira, onde Livrarias, cafés, shopping, lojas, suo médico atua. Imóvel novíssimo, 70 permercados, restaurantes, agências metros quadrados, tranquilo, 10 minu- bancárias e todo tipo de serviço tamtos a pé até o trabalho, nenhum desses bém pesaram a favor. Sem falar na fatores bateu a opção pelo Centro. Há vista de cartão-postal, que permite enum ano e meio, o casal xergar até bairros disvoltou atrás e mudoutantes, como Galópolis, se para uma espaçosa “Adoro o Centro, e municípios próximos, unidade no 16º andar tenho tudo o que como Nova Petrópolis do Edifício Vêneto, preciso a poucos e Gramado. “No oujunto à Galeria JC, na tro, a visão era para um metros. Nunca Rua Sinimbu. prédio vizinho e uma É aí que mora, lite- sairia daqui, parede”, recorda Marralmente, outra vanta- apesar do que co. No Centrão, os dois gem dos edifícios mais costumam falar incomodam-se apenas antigos da área central: com o barulho e o som de ruim”, o espaço físico. São 115 alto dos veículos, algo metros quadrados, di- diz Marilê que nem a altura do vididos em uma ampla apartamento consegue sala, dois quartos, cozibarrar. “Mas isso é apenha, dois banheiros, uma dependência nas em alguns horários. É tolerável”, de serviço e garagem. Traduzindo: a completa o médico. metragem média dos novos apartamentos de dois dormitórios em relação A menos de dois quarteirões, a às construções de três décadas atrás foi farmacêutica Mara Zanatta aprendeu praticamente reduzida à metade. a administrar a poluição sonora. No Para o casal, trocar um prédio por caso dela, não o ronco dos motores, outro com mais de 40 anos e carente de mas o som dos bailes promovidos pelo reformas não foi uma decisão difícil. Clube Juvenil e pelo Recreio da JuvenE por uma série de outros argumen- tude. Mara e o marido, o empresário tos. “Perderíamos essa integração com Felipe Grivot de Carvalho, moram no o movimento da cidade, algo de que último andar do Edifício Rian, na Marsempre gostei. Sair e ter tudo à disposi- quês do Herval, praticamente no fogo ção lá embaixo, sem depender de car- cruzado entre as duas sedes sociais. “Já ro”, enumera Marco. Camila trabalha acordei de madrugada ao som de ‘Eu

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A pompa que cercava o nome Condo- organizados. “O que incomoda mesmo mínio Galeria Auto João Muratore era é um certo abuso, principalmente najustificável. O edifício inaugurado em queles dias de Carnaval. É um inferno, 1961 foi o primeiro prédio de aparta- som alto demais, tudo extrapola o bom mentos da praça. São 18 pavimentos, senso”, reclama. incluindo térreo e sobreloja, mais 16 Outro comparativo traçado por ela andares ocupados por dois apartamen- ocorre entre os chamados templos do tos cada, um de frente para a Dante, consumo e o comércio de rua: “Shopoutro para a Pinheiro Machado. Os pings costumam excluir uma camada 170 metros quadrados englobam três da sociedade. O Centro da cidade acoamplos dormitórios, dois banheiros, lhe todo mundo”. uma sala de estar, uma sala de jantar, uma sala íntima, cozinha, área de serQuestões envolvendo exclusão, viço e dois acessos, o principal e o de migração e transformações da área serviço. Tudo impecável até meados urbana, aliás, motivaram um trabalho dos anos 70, mas com visíveis sinais da professora e coordenadora do curso de falta de manutenção quando Marilê de Geografia da Universidade de Cachegou, em 1986. A reforma, segundo xias do Sul (UCS), Giovana Mendes de ela, durou um ano e incluiu a troca das Oliveira. Natural de Porto Alegre, Gioinstalações elétrica e hidráulica, subs- vana mudou-se para Caxias em 2004 tituição dos azulejos, das louças dos e logo desenvolveu por aqui o estudo banheiros e das 11 portas e aberturas População e Desemprego: Análise de janelas, além de pequenos detalhes das Migrações. na decoração. “Quem opta por mudar Segundo ela, à medida em que uma para um prédio antigo já sabe que terá cidade cresce, a área central precisa se de passar por isso. Eu vi vantagens em expandir. “Isso acaba resultando em vir para cá e reformar, tem gente que uma série de aspectos negativos, ponão vê”, observa. luição, barulho, falta de vagas de estaTodo esse envolvimento atingiu o cionamento etc., que fazem muitos dos ápice quando a comerciante presidiu antigos habitantes procurarem bairros a Associação dos Moresidenciais ou mais radores (Amob) Cennobres”, avalia. tro, durante oito anos, “Talvez Caxias Embora Caxias ainentre a década de 90 e passe por um da não tenha sofrios anos 2000. São des- processo de do esse fenômeno de se período algumas descentralização na das maiores conquistas rescentralização mesma proporção das – e confusões – envol- antes mesmo da grandes metrópoles vendo a área. Marilê descentralização”, e capitais brasileiras, acordou de madrugada avalia a o que se percebe, secom as motosserras bogundo a pesquisadora, tando abaixo os antigos pesquisadora é um retorno às agloligustros da praça, em Giovana merações urbanas. “A 2000; chiou contra os valorização do Centro argumentos do então das cidades é um fesecretário do Planejamento, Mauro nômeno mundial. Talvez Caxias passe Cirne, para o corte; e apresentou, pio- por um processo de rescentralização neiramente, o projeto de instalação e antes mesmo da descentralização”, promonitoramento por câmeras de vídeo, jeta. Ou, como a moradora do Caixa de depois colocado em prática pela admi- Fósforo bem resume: “quem mora nos nistração municipal. Hoje, concorda bairros tem um casa-dormitório, quem que tanto a praça quanto o Centro em mora no Centro tem uma casa-casa. E geral estão mais seguros, iluminados e isso faz toda a diferença”. Maicon Damasceno/O Caxiense

perguntava Do You wanna dance?/ e te Em apartamento, continuo no Centro”, abraçava Do You wanna dance?’, pare- diz, enfática. cia que a banda estava tocando dentro Da janela tripla que percorre toda a de casa”, recorda, aos risos. extensão da sala, o Clube Juvenil pode Esses detalhes parecem mesmo risí- ser apreciado de cima a baixo – incluveis quando Mara enumera as vanta- sive internamente, em dias de festas, gens do local. Mãe da pequena Sophie, bailes e casamentos. E o exemplo mais de dois anos, ela não demora mais recente dessa “vantagem” ocorreu em do que cinco minutos dezembro. Nivelados para chegar à farmácom o último piso do cia de manipulação Aristocrático, Mara e “Faço onde trabalha, na Rua tudo a pé. Felipe reuniram amiBorges de Medeiros. gos para assistir, de Quando Em caso de necessidacamarote, ao espetáde, Mara pode dar um preciso, tenho culo Noite Encantada, pulo em casa ou na loja transporte apresentado por 100 de bolsas da mãe, que praticamente crianças nos janelões fica no mesmo prédio e varandas do clube. na porta”, da farmácia. Felipe co“Não teve vista mais manda uma loja focada ressalta privilegiada. Onde em vestuário infan- Camila mais isso seria possítil na Avenida Júlio e vel?”, questiona ela. também prefere deixar o carro na garagem, que, por sinal, é Interagir com a urbe, sentir-se alugada – como o prédio é antigo, não parte dela e acompanhar suas constanpossui vagas próprias. Esse é um dos tes mudanças é algo que Marilê Procepontos negativos. Outro é que o eleva- di também considera fundamental. “Se dor chega apenas até o 5º andar. Mara, hoje vou para um local mais tranquilo Felipe e Sophie precisam subir a pé e distante, sinto falta do movimento, mais um lance, até o 6º, já que o duplex da agitação, de tudo que pulsa aqui no original acabou dividido em dois apar- Centro”, exemplifica. tamentos distintos. Chegando-se lá em Há 24 anos, quando a comerciante cima, porém, compreende-se por que trocou a BR-116 pela Praça Dante, os nada disso tem muita importância. motivos eram também dispor de uma Transformado em um moderno e infraestrutura de serviços mais próxicharmoso loft, o espaço perdeu pare- ma e não depender de carro para levar des e ganhou em circulação e amplitu- os dois filhos à escola. “Aguardei um de. Cozinha integrada à sala, banheiro ano até o antigo inquilino esvaziar o com dois acessos, melhor aproveita- apartamento”, recorda Marilê, enumento dos nichos, novos revestimen- merando, da janela, alguns dos vários tos nas paredes e uma iluminação in- “personagens” que passam e já passatimista foram agregados à arquitetura ram pela Dante nessas mais de duas modernista dos anos 50. “Foi pratica- décadas de convivência. São boliviamente todo refeito, um trabalho que nos, equatorianos, tocadores de flauta, não acabava mais. Mas valeu a pena ter índios, artesãos, prostitutas, taxistas, decidido por ficar aqui”, observa Mara, vendedores de toda sorte de badulembrando que a opção inicial do casal laques, artistas de circo. “Daqui do era construir uma casa em algum bair- 6º andar é posssível reconhecer todo ro mais afastado, próximo à natureza. mundo”, observa. A ideia, segundo a farmacêutica, não Se externamente o Caixa de Fósforo está 100% descartada. “Mas só ser for lembra apenas o que motivou o apelido uma casa com uma grande área verde e não desperta grande curiosidade nos e mais espaço para ela (a filha Sophie). passantes, em seu interior surpreende.

A infraestrutura do Centro convenceu o médico Marco e a professora Camila a trocarem um apartamento novo em um bairro por um imóvel com mais de 40 anos

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Guia de Cultura Walt Disney Pictures, Divulgação/O Caxiense

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CINEMA l Alice no País das Maravilhas | Aventura. 13h30, 16h, 18h30 e 21h (dublado) e 14h, 16h30, 19h e 21h30 (legendado) | Iguatemi Uma Alice adolescente se desespera ao saber que será pedida em casamento e, ao fugir, segue um coelho branco e chega ao País das Maravilhas, lugar que não lembrava já conhecer. Dirigido por Tim Burton. Com Johnny Depp e Helena Bonhan Carter. 10 anos, 108 min.. l A Fita Branca | De quinta (29) a domingo, 20h | Ordovás Em 1913, vilarejo alemão é tomado por estranhos acidentes, com caráter punitivo, levantando clima de desconfiança geral. Dirigido por Michael Haneke. Com Susanne Lothar e Ulrich Tukur. 16 anos, 144 min., leg.. l Coração Louco | Drama. 14h20, 16h50 e 22h | Iguatemi Cantor country decadente, alcoólatra e anos longe do sucesso vê tudo mudar ao se apaixonar por jornalista. Dirigido por Scott Cooper. Com Jeff Bridges e Maggie Gyllenhaal. 12 anos, 112 min., leg.. l Ensinando a viver | Drama. Quinta (29), 15h. Entrada franca | Ordovás Escritor recentemente viúvo tem ajuda de amiga ao adotar menino órfão que acredita ser marciano. Dirigido por Menno Meyjes. Com John Cusack e Amanda Peet. Livre, 106 min., leg.. A exibição integra o projeto Matinê às 3.

A Alice adolescente de Tim Burton é atração no cinema do Iguatemi

AINDA EM CARTAZ - A Caixa. Suspense. 19h30. Iguatemi | Caçador de Recompensas. Comédia romântica. 13h50, 16h20, 18h50 e 21h20. Iguatemi | Chico Xavier – O Filme. Drama. 14h10, 16h40, 19h10 e 21h50. Iguatemi | Como treinar seu dragão. Animação. 14h45. Iguatemi | Ervas Daninhas. Drama. Sábado e domingo, 20h. Ordovás | O Fada do Dente. Comédia. 16h30. UCS | O Livro de Eli. Ação. 20h30. UCS | Simplesmente complicado. Comédia. 18h15. UCS | Uma Noite Fora de Série. Comédia. 17h10, 19h20 e 21h40. Iguatemi

INGRESSOS - Iguatemi: Segunda e quarta-feira (exceto feriados): R$ 11 (inteira), R$ 7,50 (Movie Club Preferencial) e R$ 5,50 (meia entrada, crianças menores de 12 anos e sêniors com mais de 60 anos). Terça-feira: R$ 6,50 (promocional). Sexta-feira, sábado, domingo e feriados: R$ 13 (inteira), R$ 10 (Movie Club Preferencial) e R$ 6,50 (meia entrada, crianças menores de 12 anos e sêniors com mais de 60 anos). Horários das sessões de sábado a quinta – mudanças na programação ocorrem sexta. RSC-453, 2.780, Distrito Industrial. 3209-5910 | UCS: R$ 10 e R$ 5 (para estudantes em geral, sênior, professores e funcionários da UCS). Horários das sessões de sábado a quinta – mudanças na programação ocorrem sexta. Francisco Getúlio Vargas, 1.130, Galeria Universitária. 3218-2255. No domingo haverá sessão extra do filme O Fada do Dente, às 14h30min, com ingressos no valor de R$ 3 para todos os públicos | Ordovás: R$ 5, meia entrada R$ 2. Luiz Antunes, 312, Panazzolo. 3901-1316

TEATRO l Os Três Porquinhos ou Confissões de Um Menino Levado | Sábado e domingo, 16h | Espetáculo infantil apresentado pelo grupo Teatro da Juventude, do Rio de Janeiro. Teatro Municipal – Casa da Cultura R$ 12 (criança, acompanhante, estudante e sênior) e R$ 24 (público em geral) | Dr. Montaury, 1333, Centro | 3221-3697 l 12° Caxias em Cena | Até 14 de maio | O festival recebe inscrições de grupos e companhias interessados em participar da programação do evento. Os candidatos devem enviar ficha de inscrição, ficha técnica, currículo do espetáculo, descrição das necessidades técnicas, material de divulgação, clipping e DVD/Vídeo do espetáculo na íntegra. O material pode ser entregue pessoalmente ou enviado pelo e-mail caxiasemcena@caxias.rs.gov.br. O regulamento e a ficha de inscrição do 12º Caxias em Cena estão disponíveis no site da prefeitura: www.caxias. rs.gov.br. Secretaria Municipal de Cultura Luiz Antunes, 312, Panazzolo | 39011316

Edital de Citação - Cível 6ª Vara Cível - Comarca de Caxias do Sul

Prazo de vinte (20) dias. Natureza: Cobrança Processo: 010/1.08.0024150-1 (CNJ: 0241501-80.2008.8.21.0010). Autor: Instituição Comunitária de Crédito da Serra. Réu: Lauro Antônio Cegieuka e outros. Objeto: CITAÇÃO de Lauro Antônio Cegieuka e Lauro Antônio Cegieuka, atualmente em lugar incerto e não sabido, para, no PRAZO de QUINZE (15) dias, a contar do término do presente edital (art. 232, IV, CPC), contestar, querendo, e, não o fazendo, serão tidos como verdadeiros os fatos articulados pelo autor na inicial. Caxias do Sul, 08 de abril de 2010. ESCRIVÃ: Zélia Thomasini. JUIZ: Sérgio Augustin.

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EXPOSIÇÕES l Alice no País das Maravilhas | Até sexta (30), das 8h às 20h | Mostra com 17 banners de imagens relacionadas à obra de Lewis Carroll. Sesc Entrada franca | Moreira César, 2.462, Centro | 3221-5233 l Desenhos | Quarta (27), 19h30 | Abertura de exposição da artista plástica Rosali Plentz. Campus 8 – UCS Entrada franca | RS-122, Km 69, s/nº | 3289-9000 AINDA EM EXPOSIÇÃO - Amor à primeira vista. Sábado e domingo, das 9h às 22h; segunda e terça, das 9h às 18h. Hall da Sala de Cinema – Ordovás. 3901-1316 | Passagem Permanente. Até sexta (23). Campus 8 – UCS. 3289-9000 | Sentimentos. De segunda a sexta, das 9h às 21h; Sábados e domingos, das 15h às 21h. Ordovás. 3901-1316 | Um olhar sobre nossa terra. Até sexta (30), das 17h às 21h. Galeria em Transição – Teatro do Moinho da Estação. 8404-1713 | Vitrine da História. De terça a sexta, das 9h às 17h. Arquivo Histórico Municipal. 3228-5757 e 3218-6114

LITERATURA l Livro Livre | Sábado e domingo, das 15h30 às 20h30 | Troca de livros do mesmo gênero, gratuitamente e sem necessidade de devolução. Ordovás Entrada franca | Luiz Antunes, 312,– Panazzolo | 3901-1316 l 11º Concurso de Trovas e Poesias Literárias | Até 7 de maio | Esta edição tem como tema O meio ambiente nos trilhos da história de Caxias contada em versos. Inscrições na Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Semma) ou pelo site www.caxias.rs.gov.br. Secretaria do Meio Ambiente Av. Rubem Bento Alves, 8.303 | 39011416, ramal 221

PAINEL l Falando de amor à beira do abismo | Sábado, 18h | Como parte do ciclo de painéis Ciranda do Pensamento, esta edição trará o psiquiatra Caetano Fenner Oliveira e o músico e poeta Marco de Menezes. Zarabatana Café Entrada franca | Luiz Antunes,312, Panazzolo | 3901-1316

CURSO l Clarice Lispector e a angústia | Quarta (28), das 18h às 19h40 | Palestra com a professora Cecil Gianini Albert Zinani, parte do curso Filosofia e Literatura – Leitura Recomendada de Textos Clássicos.

Auditório do Bloco E – UCS Entrada franca | Francisco Getúlio Vargas, 1.130, Galeria Universitária | 3218-2100

DANÇA l Tributo a Creedence | Rock. Sábado, 21h30 | Antes do show, o professor Giovani Monteiro dá uma aula de dança. Clube Ballroom R$ 15 (feminino), R$ 20 (masculino) e R$ 30 (casal) | Coronel Flores, 810, sala 107, São Pelegrino | 3223-2159 l 3º Encontro em Comemoração ao Dia Internacional da Dança | De terça (27) a quinta (29), 20h | O Teatro Municipal Pedro Parenti sedia apresentações de grupos de diversas modalidades de dança da cidade: Ballet Margô, Cia. Matheus Brusa, Cia. Municipal de Dança de Caxias do Sul, Diapositivo, Dora Ballet, Endança Jazz e Cia., Escola de Flamenco La Cueva, Grupo Atlantics Dança de Rua, G.E.E.L - Grupo de Estudos e Experimentação em Laban, Grupo Independente, Oito Tempos Escola de Dança de Salão, Quarta Parede Dança Contemporânea, Studio de Danças Camila Oliveira e Tablado Andaluz Caxias do Sul. Teatro Municipal – Casa da Cultura Entrada franca - retirada de ingresso na Casa da Cultura ou na secretaria da Unidade de Dança/Cia. Municipal de Dança (Ordovás) | Dr. Montaury, 1.333, Centro | 3221-3697 ou 39011316, ramal 203 l Idem [Variáveis] Ibidem | Sexta (30), sábado (1) e domingo (2), 20h30 | Espetáculo de dança apresentado pelo grupo ArticulAÇÕES, da Universidade de Caxias do Sul (UCS), e convidados. Teatro Municipal – Casa da Cultura Entrada franca | Dr. Montaury, 1333, Centro | 3221-3697 l Projeto Pôr-do-Sol | Danças latinas. Domingo | Em comemoração ao mês da latinidade, serão oferecidas atividades relacionadas à dança. 17h: Oficina gratuita de dança de salão para casais, mediante inscrição. Salão de Ensaios | 18h: Apresentação de tango de Vilmar Fagundes e Natiele de Souza Toledo, aluna deficiente visual. Após, Escola Chamamé, com espetáculo de bolero, chamamé, zouk, forró, samba no pé e samba de gafieira. Sala de Cinema. Ordovás Entrada franca | Luiz Antunes,312, Panazzolo | 3901-1316

FEIRA l Feira Internacional de Cultura e Artesanato Mãos da Terra e 2ª Mostra do Artesão Caxiense | Sábado e domingo, das 11h às 21h | Centro de Eventos dos Pavilhões da Festa da Uva Ingressos a R$ 5 (menores de 12 anos e pessoas acima de 60 não pagam) |

Ludovico Cavinatto, 1.431, N. Sra. da Saúde | 3027-1733 Sábado: Balaio Cultural. 16h. Estrela Sirius. 17h e 19h. Índios Tapajós. 18h. Grupo Equatoriano. 20h | Domingo: Grupo Equatoriano. 14h. Estrela Sirius. 15h. Coral Municipal de Caxias do Sul. 16h. Tablado Andaluz. 17h. Cia. Municipal de Dança. 19h. Índios Tapajós. 20h.

MÚSICA l Rock Parque | Sábado, 18h, e domingo, 15h | A primeira edição do festival em 2010 oferece dois dias de shows com bandas caxienses de estilos diversos. No sábado, sobem ao palco Lustrando os Trastes, Nantra, Pá Virada e Pindorália. O domingo tem rock mais pesado, com apresentações de AC/DC Cover RS, Agente Ed, Herdeiros e Pinhead. Parque dos Macaquinhos Entrada franca | Dom José Barea, s/nº, Exposição | 3901-1386 ou 3901-1388 l Concertos ao Entardecer | Domingo, 18h | Apresentação do Quarteto de Saxofones da Orquestra Municipal de Sopros que marca a abertura da temporada 2010. Os músicos mostram um repertório eclético, com composições que vão de Mozart e Bizet a Gleen Miller e Roberto Carlos. Capela do Santo Sepulcro Entrada franca (sugestão de doação de alimentos não perecíveis) | Júlio de Castilhos, s/nº, N. Sra. de Lourdes OUTROS SHOWS - Sábado: Blues de Bolso. Blues. 22h30. Mississippi Delta Blues Bar. 3028-6149 | Dona Dita. Rock. 22h. Leeds Pub. 32386068 | Explosion is Party. Música eletrônica. 23h. Studio54Mix. 9104-3160 | Festa do Twitter. Música eletrônica. 23h. Nox Versus. 3027.1351 | H5N1. Rock. 23h. Portal Bowling – Martcenter. 3220-5758 | Izequiel Carraro. Pop/música eletrônica. 23h. La Boom Snooker. 3221-6364 | Killer on the dance floor. Música eletrônica. 22h. Havana Café. 3215-6619 | Libertá. Nativista e outros gêneros. 22h30. Libertá Danceteria. 3222-2002 | Mayron de Carvalho e Gustavo Reis. Samba rock/pop. 22h. Badulê American Pub. 3419-5269 | Vintage. Anos 70, 80 e 90. 23h. La Barra. 3028-0406 | Zumbis do Espaço e Corpo Presente. Punk rock. 23h. Vagão Bar. 3223-0007 | Terça (27): Rodrigo Campagnolo e Graziano. Blues. 22h30. Mississippi Delta Blues Bar. 3028-6149 | Quarta (28): Blues Head. Blues. 22h30. Mississippi Delta Blues Bar. 3028-6149 | Só Batidão. Sertanejo universitário. 22h. Portal Bowling – Martcenter. 3220-5758 | Quinta (29): Franciele Duarte. Blues. 22h30. Mississippi Delta Blues Bar. 3028-6149 | H5N1. Rock. 23h. Vagão Bar. 3223-0007 | Sexta (30): Andy & The Rockets. Blues. 22h30. Mississippi Delta Blues Bar. 30286149 | Hecatombe e Mouai. Metal/ Nu metal. 23h. Vagão Bar. 3223-0007 | Wuilliam Mello & Os Canibais. Rock. 23h. Portal Bowling – Martcenter. 3220-5758.

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Livro | O tal Eros só - Osso relato

O mito ao contrário por PAULA SPERB

Se vivos e usuários do Twitter, James Joyce, Guimarães Rosa, Georges Perec e Erico Verissimo seriam seguidos pelo escritor e professor Paulo Ribeiro. Ele usa o exemplo para mostrar que esses expoentes da Literatura de Invenção são a “turma que ele segue” – e não a quem se compara. Seu recém lançado livro-palíndromo O tal Eros só – Osso relato reinventa a linguagem e exige do autor mais do que a criatividade inerente à ficção. Vai além de contar uma história, a do jovem Sores, interiorano que usa chapéu nos pés e caminha de costas. Cria, além desse universo inspirado na mitologia grega tão bem esmiuçada por Donaldo Schüler, um modo de narrar. Em troca do trabalho de quatro meses para ficar pronto, o livro pede apenas que o leitor aceite participar do jogo que é ler de trás para frente, de baixo pra cima, uma regra simples. A interação pode ser comparada à aplicada por Julio Cortázar em O jogo da Amarelinha, onde quem lê é que escolhe a ordem dos capítulos. Poderá se pensar que escrever um livropalíndromo é andar de costas, como faz Sore. Mas tanto para Paulo Ribeiro como para Eros a ação surge natural, não é para ser difícil ou incompreensível. O que pode ocorrer é a falta de um dos elementos da tríade autor-obra-público explicada por Antônio Cândido em Formação da Literatura Brasileira, de 1959. Não há dúvida sobre a consistência de autor e obra. Quanto ao público, este deve, no mínimo, ler a introdução, que certamente irá instigá-lo a ir adiante. A primeira parte de O tal Eros só conta uma versão do mito de Eros amaldiçoado por seu pai, Zeus. Sores é um jovem excêntrico. Filho de Zeda e Otto, namorado de Alma, aluno aplicado que, entretanto, não gosta da repressiva Matemática ensinada pelos freis. Após sua morte – “Ciclista que transita de costas é atropelado na BR”, Alma descobre uma caixa com os textos de Sore. Começa, então, a segunda e melhor parte do livro. A caixa cheia de poemas aberta pela namorada é como uma caixa de Pandora de onde sai o caos linguístico de frases que podem ser lidas no sentido contrário. Para Eros, o caos é o mundo ideal, e no caos sua expressividade atinge o auge. Os palíndromos de Paulo Ribeiro mostram um Sores contemplativo, que passa tempo no café, lê jornais e conversa laconicamente. As poesias são repletas de ah!, é, ôh!, interjeições típicas de quem observa a realidade e escuta e responde as indagações daqueles que o rodeiam. Na epígrafe, o autor seleciona um trecho de O Banquete, de Platão, que diz que tudo que Eros “consegue pouco a pouco sempre lhe foge das mãos”. Mas é na República que podemos entender a poesia de Paulo Ribeiro. Platão não diferencia o poeta do filósofo. O raciocínio filosófico, mesmo em versos, permanece filosofia. E O tal Eros só pode ser compreendido como uma filosofia erótica, niilista talvez, de poemas enxutos e concisos e, em raríssimos momentos, imperfeitos. A junção de lh no verso “em olho, olho-me” do primeiro poema gera uma ilusão de ótica que enganou até mesmo o autor. É metafórico, como todas poesias, que ao falar do olhar a visão seja embaralhada pelas consoantes. É na busca por um significado além do proposto que reside a maior riqueza de Osso relato. l O tal Eros Só - Osso relato Editora Belas-Letras, 112 pgs., R$ 25. 24 a 30 de abril de 2010

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UM AMOR

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DISTRAÍDO

por CLÁUDIO B. CARLOS

ra um amor distraído que se esquecia de dar beijo na boca e afagar as crianças. Mas a mãe gostava do pai, a seu modo e o pai gostava da mãe, a seu grosso modo. E na medida do impossível tudo se provia. O nosso tudo era pouca coisa mais do que o nada. Era o que podia o indecente salário mínimo do pai, que era atirado sobre a mesa todo dia 5. Ouvia-se na casa inteira o tilintar das patacas, que em rodopio iam se deitando e se acalmavam sobre a madeira carcomida pelo cupim, da mesa da cozinha. E depois o silêncio. O lampião de chama trêmula pendurado no baldrame, o cheiro do querosene queimado, a fumaça negra que subia. Picumã. Tudo tudo conti-

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nuava como antes. Manhã cedo o pai saía. A mãe lavava roupa pra fora pra engordar o que por insistência ou por deboche chamavam de orçamento familiar, descia pro açude com o menor nos braços e só vinha um pouco antes do almoço. À tarde repetia o trecho. O pai voltava no iniciozinho da noite e sempre se queixava de dores e cansaço. Serviço pesado. Eu passava os dias cuidando dos dois do meio, que ranhentos, brincavam com os cuscos e comiam terra. Eu era diferente. O pai falava que eu tinha um brilho nos olhos. Eu sonhava um amanhã e um depois de amanhã e um depois de depois de amanhã e conseguia perceber no meio do imenso nada, a distração. * Do livro Um arado rasgando a carne, Editora Maneco (2005), 68 páginas.

Vasco Machado | Tarde de verão |

Reconhecido pelas obras que retratam a história, as paisagens e os hábitos da cultura gaúcha, Vasco Machado mostra neste óleo sobre tela as marcas da colonização italiana. Um fundo de quintal é o local escolhido para revelar um cenário onde o lento passar do tempo preserva antigos costumes.

S e m an alm e nte n a s b an c a s , di ar i am e nte n a inte r n e t .


Guia de Esportes

Maicon Damasceno/O Caxiense

Claiton Stumpf, Divulgação/O Caxiense

guiadeesportes@ocaxiense.com.br

Atletas da UCS disputam em casa o Campeonato Brasileiro Júnior de handebol no fim de semana; no rugby. time de Caxias vai a Bento jogar pelo Estadual

TÊNIS l Brisa Open de Tênis | Sábado e domingo, 9h15 | Último final de semana do campeonato. No sábado, as partidas começam às 9h15h e se estendem até as 15h30. As finais serão disputadas no domingo pela manhã. Sede Esportiva do Clube Juvenil Entrada gratuita | Marquês do Herval, 197

FUTEBOL l Campeonato Municipal | Sábado e domingo, 13h15 e 15h15 | A quinta rodada do Campeonato Municipal ocorre neste final de semana. Os jogos são disputados nas categorias Ouro, Prata e Suplente. SÉRIE OURO - Sábado, 15h15: XV de Novembro x União de Zorzi (Enxutão), Goiás x Guarani (Serrano) | Domingo, 13h15: União Reolon x Cristal (Sta. Corona) | Domingo, 15h15: Fiorentina x São Victor Cohab (Municipal 1), Londrina x Vindima (S. Família), União Industrial x Século XX (Sta. Corona), Fonte Nova x Az de Ouro (Reno) SÉRIE PRATA - Sábado, 13h15: Mundo Novo x Ouro Verde (Municipal 2) | Sábado, 15h15: Kayser x

Vera Cruz (Municipal 1), Bom Pastor x Hawaí (Fátima) | Domingo, 13h15: Unidos da Esperança x Águia Negra (Reno) | Domingo, 15h15: Esperança x Uruguai (Enxutão), Unidos x Atlético (Fátima) SÉRIE SUPLENTE - Sábado, 13h15: XV de Novembro x Cristal (Enxutão), Az de Ouro x Londrina (Municipal 1), União Reolon x Guarani (Serrano), Hawaí x Século XX (Fátima) | Domingo, 13h15: Bom Pastor x Esperança (Enxutão), São Victor Cohab x Fiorentina (Municipal 1), Ouro Verde x Vindima (Sagrada Família), Kayser x Unidos (Fátima). Enxutão, Serrano, Sta. Corona, Municipal 1 e 2, Sagrada Família, Reno e Fátima Entrada gratuita l Copa União | Sábado, 13h30 e 15h30 | A disputa pela liderança continua acirrada na Copa União. Na categoria Juvenil, as equipes São Francisco da 6ª Légua, Pedancino e Forquetense estão empatadas com 12 pontos. Já na Sênior, o Esporte Clube São Virgílio dispara na frente, com cinco pontos de vantagem sobre o Juvenil, segundo colocado. Juvenil, 13h30: Botafogo x São Francisco, São Cristóvão x Pedancino, Bevilacqua x Forquetense |

Sênior, 15h30: Conceição x Botafogo, Forquetense x Canarinho, Diamantino x Pedancino, Bevilacqua x São Virgílio, Juvenil x São Francisco. Campo do time mandante Entrada gratuita

Estádio da Montanha Entrada gratuita | Av. Osvaldo Aranha, 493 , Bento Gonçalves

l Campeonato Citadino Adulto | Terça e quinta, 19h45 e 20h45 | Os jogos do campeonato, que iniciou em 15 de abril, ocorrem sempre às terças e quintas no Enxutão. As 18 equipes estão divididas em quatro grupos e jogam entre si. Classificamse os dois primeiros colocados de cada grupo para fase seguinte. Terça, 19h45: Arsenal Futsal x SER Suruba Futsal | Terça, 20h45: Os Deva/América Rio Branco x G.E. Juventus | Quinta, 19h45: Pio X Futsal x São Vicente Futsal | Quinta, 20h45: Sulfer Futsal x SER Real. Enxutão Entrada gratuita | Luiz Covolan, 1.560, Santa Catarina

l Campeonato Brasileiro Júnior Feminino | Sábado, 17h30, e domingo, 16h30 | A equipe da UCS disputa o Campeonato Brasileiro Júnior Feminino neste final de semana. O evento iniciou na sexta-feira. No sábado, as meninas caxienses enfrentam a equipe da Feevale/Novo Hamburgo, e, no domingo, a FME Criciúma. Este será o primeiro teste antes do início da Liga Nacional que começa em maio. Os destaques da UCS são a goleira Lais Bordin da Silva, titular da Seleção Brasileira campeã do Campeonato Pan-Americano Juvenil, e as atletas Danielle Jóia, Karoline de Souza e Adriana de Castro, que retornaram da Seleção Brasileira Júnior após o vice-campeonato no Pan-Americano na Argentina. Sábado, 16h: Coca Cola x Criciúma | Sábado, 17h30: UCS x Feevale/Novo Hamburgo | Domingo, 15h: CocaCola x Feevale/Novo Hamburgo | Domingo, 16h30: UCS x Criciúma. Ginásio Poliesportivo da UCS Entrada franca | Francisco Getúlio Vargas, s/nº, Petrópolis

RUGBY l Farrapos x Serra | Sábado, 15h | Neste sábado a equipe do Serra tenta a reabilitação no Campeonato Gaúcho, após a derrota contra o San Diego, pela primeira rodada, jogando em Flores da Cunha.

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HANDEBOL

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Personagens grenás

SONATA DE OUTONO tude, do Alfredo Jaconi. União que não durou muito tempo.

essas úmidas tardes de outono o vento frio traz consigo a melancolia. Os pássaros agarrados às copas das árvores são os que mais sentem esse balanço. Nem todos resistem a essa brisa que cessa e ressurge como num improviso acentuado por notas breves e longas, como um jazz de Miles Davis. Mesmo um passarinho pode despencar lá do alto e morrer. Quase ninguém percebe porque logo cedo terá outro, assoviando, acomodado no mesmo galho. Essa sensação de tristeza pode-se enxergar no olhar de um passarinho em apuros, que percebe suas garras desgarrando-se do galho, ou na revisão da vida de um ex-jogador de futebol, que por muito pouco não se viu despencar lá do alto. E quem se importa?

Paulo Oliveira Pereira nasceu em Porto Alegre no dia 8 de julho de 1944. Jogava bola como quem toma um copo d’água. Pelo prazer de saciar a sede de ver a bola rasgar o céu. Não cogitava viver do ofício de chutar aquele pedaço de couro branco. Nos campos de terra batida divertia-se com a vitória apertada ou mesmo com a derrota de goleada. Porque no final das contas eram todos amigos mesmo vestindo camisetas de outras cores. Numa dessas peladas um olheiro maravilhou-se com a habilidade do lateral esquerdo do time Bagé, do bairro Petrópolis, de Porto Alegre. “Nessa época eu trabalhava no Banco Mercantil de São Paulo há um mês. Nosso time jogou dois amistosos con-

a produtora de eventos Liege Cazarotto Pereira, 57 anos. Casados há 40 anos, com dois filhos, sobreviveram a essa imperativa dança das cadeiras de quem ganha o pão correndo atrás de uma bola.

cobria o Luiz Felipe”, revela. Dias cinzas como o da entrevista com Paulinho são propícios para revisitar o passado. Felipão tem na bagagem uma série de títulos, enfim, uma vasta carreira vitoriosa e ainda um cobiçado troféu de “Sei que o Paulo “O Grêmio campeão da Copa de às vezes pensava que eu resolveu me 2002. Paulinho não. ou a mãe dele não queO ex-lateral esquerdo, emprestar para ríamos que ele jogasse versátil como descrevia futebol. Mas pensa só. o Flamengo. a imprensa da época, Naquela época os clu- Vim pra ficar não encontrou a mesbes não pagavam direi- um ou dois ma trilha de sucesso to. O Paulo não ganhatreinador. Quis anos e estou aqui como va mal, não. Eu tinha o destino que Paulinho empregada e babá para há 40”, recorda e Luiz Felipe tivessem cuidar dos meus filhos. Paulinho caminhos opostos. Mas o problema é que “Na temporada de às vezes o Paulo fica1982 para 1983 eu era va dois, três meses sem receber salá- treinador dos juniores do Caxias e o rio”, pondera Liege. Ou então tinha de Felipão do Juventude. Ganhei os dois Fotos: Maicon Damasceno/O Caxiense

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por MARCELO MUGNOL marcelo.mugnol@ocaxiense.com.br

Paulinho, o lateral esquerdo que cobria as costas de Felipão, não teve o mesmo sucesso que o ex-companheiro de clube

Paulinho defendeu o Flamengo, ACF (Associação Caxias de Futebol) e Caxias, de 1970 a 1976

Afinal de contas, é só mais um jogador dentre tantos. Ainda mais um lateral esquerdo. Tivesse ele estufado as redes do time adversário numa final de Copa do Mundo, ou por um lance de garra e sorte tivesse impedido o gol inimigo em pleno Maracanã abarrotado de torcedores mudos, como se fossem testemunhas de um crime perfeito a rezarem por um milagre. Mas Paulinho não foi esse homem flagrado pelas câmeras de televisão. Nunca virou manchete do Jornal Nacional. Tem em casa pouco mais de meia dúzia de fotos. E apenas uma dessas o revela como o protagonista da cena. Nesse retrato, Paulinho não fez gol, tampouco impediu. De certa forma parece aliviado pelo juiz ter marcado alguma coisa a favor do seu time. Dá pra ver ainda o suor de quem correu por meio time. O placar já não importa, faz tanto tempo, numa época em que Caxias do Sul tinha um só time dividido entre dois corações. Paulinho vestia a camisa alvinegra da Associação Caxias de Futebol, fusão entre o Flamengo da Baixada Rubra e o Juven-

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tra os juvenis do Internacional. Empatamos um e ganhamos o outro. Na semana seguinte desses jogos, chegou uma carta dizendo que era pra eu me apresentar no Inter. Fui lá e disseram que pagavam o mesmo salário que eu ganhava no banco. Eu tinha 16 anos, mas acabei não ficando”, conta Paulinho. Com essa idade, o jovem peladeiro precisava do aval dos pais. “Meu pai era adventista e não gostava que eu jogasse. Depois foi entendendo, mas no início ele não queria”. Se a vida muda em um breve segundo, assim também ocorre no mundo da bola. Um dia o garoto alto e esguio vestia o pano colorado, no outro, corria pra defender o tricolor porto-alegrense. Em 1969, Paulinho via-se no Grêmio. “Na minha posição o Grêmio tinha o Everaldo, que no ano seguinte, em 1970, seria o titular da Seleção Brasileira. Então o Grêmio resolveu me emprestar para o Flamengo de Caxias. Vim pra ficar um ou dois anos e estou aqui há 40”, recorda Paulinho, deixando escapar um breve sorriso de felicidade. E sorri fitando a esposa,

buscar o salário em boate de meninas prendadas. “Eu jogava no Internacional de Lages, quase no final da minha carreira. E depois de um jogo tive que ir numa boate, que nem me lembro o nome, pra buscar o meu salário. O presidente do time era dono da boate”, lembra Paulinho. Em Caxias, o lateral conheceu, jogou e conviveu com aquele que viria a ser o gringo mais conhecido desse mundão afora. Paulinho era alto, esguio e tinha uma cabeleira, que ao final das partidas ficava toda desgrenhada. Luiz Felipe era mais baixinho, troncudo, de pouco cabelo e um poderoso bigode. Como jogador ele era tão ruim como dizem?, questiona o repórter. “Ele era tosco sim”, sorri Paulinho. “Mas é gente boa”, pondera. Nos jornais da época é possível encontrar uma reportagem em que fica evidente como Paulinho era melhor jogador que Felipão. Numa delas diz que era Paulinho, lateral esquerdo, quem dava cobertura a possíveis falhas do zagueiro Luis Felipe. “O certo deveria ser o zagueiro cobrir as costas do lateral. Mas no nosso caso era eu quem

CA-JUs. Mas aí os profissionais do Juventude foram para uma excursão na Arábia Saudita e resolveram enviar o Luiz Felipe como treinador. No ano seguinte o Felipão foi para lá com contrato de dois anos para trabalhar no Al-Shabab.” O maior troféu da carreira de Paulinho é uma carteirinha que ele diz não saber onde está. Em 1973, o então lateral esquerdo queria a todo custo receber a menção honrosa do futebol brasileiro, o Belfort Duarte. Por jamais ter sido expulso na carreira, Paulinho ganhou uma carteirinha que concede entrada gratuita em qualquer estádio no Brasil. Essa condecoração Felipão não tem. Desde o ano passado, Paulinho abandonou de vez o futebol, fechou a escolinha que mantinha em convênio com o Grêmio. Torcedor do Caxias, diz não ir mais ao estádio. Cansou do futebol. Passa as manhãs guiando um carro de som que espalha aos quatro cantos as promoções dos supermercados. “À tarde venho pra casa descansar”, revela, acendendo um cigarro.

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Maicon Damasceno/O Caxiense

História alviverde

Da equerda para a direita: Rafa Gubert foi um dos fundadores do grupo hoje comandado por Dinho, com ajuda de Caroline e William

A FORÇA QUE VEM DA

TORCIDA F

por FABIANO PROVIN fabiano.provin@ocaxiense.com.br

undada na época em que briga de torcidas era empurra-empurra e troca de desaforos, a organizada Mancha Verde espera voltar a comemorar títulos. Apesar de os últimos três anos terem sido praticamente excluídos da memória de grande parte dos papos, a luta para aumentar o número de sócios, bem como de integrantes, é diária. “Os dois rebaixamentos foram difíceis. Mas o pior de tudo ainda acho que foram aqueles 8 a 1, na final do turno contra o Inter, em 2008”, desabafa o atual presidente da Mancha, Cláudio Júnior Spigolon, 27 anos, popularmente conhecido por Dinho. Ele está à frente do grupo desde 2002. Para saber mais sobre os grupos organizados que ocuparam as arquibancadas do estádio Alfredo Jaconi ao longo da história, nada mais justo do que ouvir o depoimento de um dos fundadores da Mancha, o músico Rafael Gubert, 34 anos. Segundo ele, até o final da década de 1980 o Ju tinha três torcidas: a Fiel Força Jovem, a Império Alviverde e a Verdão Bafo na Nuca. “A primeira foi a Força, eu era integrante. Mas eram torcidas muito pequenas. A Império praticamente desapareceu quando tivemos a ideia de juntar as restantes. Estavam tão pequenas que

nem conseguiam fazer barulho no estádio”, brinca o torcedor fanático, que participou da peça publicitária do clube que visa a conquistar novos sócios – os planos Papo Paixão (interessados podem acessar www.juventude.com.br ou ligar para o clube, no 3027-8700). O projeto da organizada surgiu no final de 1989 e, em março do ano seguinte, após uma reunião de final na tarde, realizada no estacionamento do Jaconi, um grupo de jovens papos criaram a Mancha Verde. “Queríamos fazer uma torcida forte. A principal dúvida foi definir o nome”, recorda Gubert. A opção adotada foi escolhida pela vinculação criada com o Palmeiras, de São Paulo. O músico, que na época ensaiava os primeiros acordes, escreveu cartas para os paulistas. “Os laços foram estreitados com o Palmeiras. Na época era uma torcida grande a Mancha, para os padrões do Ju. Hoje ela cresceu muito, tem escola de samba, paga o aluguel de uma sala própria. Em 2007 falei para o Dinho: ‘Meu, nunca imaginei que essa torcida ficaria desse tamanho’, ao olhar para a ferradura sul completamente lotada. Boas lembranças”, destaca Gubert. Naquela mesma noite de 30 de abril de 1990 foram desenhados modelos da camisa do grupo. Já no segundo encontro todas foram comercializadas.

Mancha Verde, fundada após fusão de duas torcidas do Juventude, completa 20 anos no próximo dia 30 “Estávamos em uns 80, nem todos das o Ferreira saíram do ônibus e vieram três torcidas concordaram. A Mancha ajudar a gente”, diz o papo de berço, poderia ter iniciado muito maior, pois filho e neto de juventudistas. Na sua alguns desistiram. Era uma coisa muito opinião, as duas quedas em três anos louca, muito amadora”, relembra Gu- – da Série A para a Série B em 2007 e bert, que ficou ativo até 1994. Um inci- da B para a C em 2009 – começaram dente em Lajeado o fez a ser desenhadas com desistir de viajar com a a saída da Parmalat, organizada. “Aconteceu “Em 2007 falei em 2000. Mas, um ano uma briga generalizada para o Dinho: antes, uma campanha depois de um jogo pelo ‘Meu, nunca fraca rebaixou o Ju. O Gauchão. Um cara veio que de fato não ocorreu em minha direção e ar- imaginei que a devido à famosa “viraremessou um tijolo. Só torcida ficaria da de mesa” feita pela deu tempo de proteger desse tamanho’, Confederação Brasileio rosto com o braço”, ao olhar para a ra de Futebol (CBF). conta, mostrando um calombo no cotovelo ferradura lotada”, E sobre esse asdireito, resultado da lembra Gubert sunto cabe um parênagressão sofrida. “Está teses, porque muitos certo que as brigas torcedores não sabem eram mais frequentes, mas não eram realmente o que aconteceu no final da violentas. Tinha um lado mais român- década passada. Gubert e Dinho lemtico, meio lúdico, parece besteira o que bram muito bem do título da Série B estou dizendo, mas é o que penso”, opi- em 1994 e do Gauchão, conquistado de na o músico. forma invicta em 1998. Mas em 1999 Outro incidente citado por Gubert o Ju teve apenas cinco vitórias em 21 envolveu até jogadores do Juventude jogos, somando 22 pontos no Brasileiem Bento Gonçalves. O jogo contra o rão, o que decretaria seu rebaixamento Esportivo foi no desativado Estádio da ao lado de Gama, Botafogo-SP e ParaMontanha. “Está certo que provoca- ná. Em 2000, o alviverde não disputou mos... Uma bola caiu bem na torcida a Segunda Divisão por decisão do Sudo Ju. Escondemos e tentamos levá-la perior Tribunal de Justiça Desportiembora. Ao tentar sair ficamos encur- va (STJD) – leia-se Luiz Zveiter. Em ralados e o ‘pau comeu’. O Veneza e favorecimento ao Botafogo, o Gama

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foi prejudicado e acabou na Série B. peã da categoria e, convidada para o Os dirigentes brasilienses acionaram grupo especial, chegou ao 4º lugar no a Justiça comum e ganharam em todas Carnaval de Rua de Caxias do Sul em as instâncias. Para resolver o impasse, a 2010. “Nosso samba-enredo foi escoCBF fez um acordo e criou a Copa João lhido o melhor, com o tema Do PreHavelange (módulos conceito à perseguição Azul, Amarelo, Verde prevalece o amor no e Branco, lembram?). Organizada tem coração”, conta, orguNa ocasião, alguns ti- sede própria e lhoso, o atual presidenmes foram beneficia- uma Escola de te da organizada. dos, como Fluminense, Ao contrário de GuBahia, Gama, Botafo- Samba. São bert, que começou a ir go-SP e Juventude. O exatamente ao Jaconi acompanhaúnico que ficou na Sé- 1.120 os papos do dos familiares, Dirie B (Módulo Amare- cadastrados, nho foi convidado por lo) foi o Paraná. um vizinho da rua em Voltando ao pensa- mas nem todos que morava, no bairro mento de Gubert, as estão ativos Universitário. “Minha direções do alviverfamília não é ligada em de não se prepararam futebol. Minha primeipara a saída da Parmalat. “O custo do ra vez no Jaconi foi num amistoso do futebol era altíssimo, e assim foi sen- Ju contra o Parma (Itália), eu tinha 11 do mantido. Não fomos bem em 2001, anos. Meu vizinho pegava toda a gu2003, 2005 e 2006. Em 2007 caímos rizada da rua e levava para o estádio. para a B. Na época, até as cotas de tele- Até então eu não sabia como era um visão estavam sendo antecipadas para jogo de futebol. Foi quando me apaitentar montar um time bom e salvar a xonei pelo Juventude”, lembra. Mas foi temporada”, revela o músico, sem citar num jogo da segunda fase do Brasileia fonte da informação. rão de 1997 que Dinho considera seu início como torcedor. O Ju havia pasEntre as atividades desenvol- sado com Vasco, Atlético-MG, Santos, vidas para comemorar os 20 anos da Flamengo, Portuguesa, Palmeiras e Mancha Verde, conta Dinho, esteve Inter. “A partida foi em Porto Alegre, o 1º Campeonato de Futebol Society, no Olímpico, pois a determinação da sendo que sagrou-se campeã a equipe CBF era a de que os jogos deveriam da Mancha Zona Norte – ao todo 10 ocorrer em estádios com capacidade times participaram. A entrega da pre- mínima para 40 mil pessoas. A mobimiação foi feita pelo ex-técnico Valmir lização foi enorme. Foram 153 ônibus Louruz (campeão da Copa do Brasil com papos para a Capital, sem contar com o Ju em 1999) e o ex-goleiro Mar- os carros particulares”, frisa, emociocelo Conte Isoton (campeão da Série nado. O Ju perdeu aquele jogo por de 3 B em 1994). O evento reuniu cerca de a 0 – gols de Juninho, Adilson (contra) 300 pessoas na última semana de mar- e Edmundo. ço. O nome do time é alusivo à Escola Entre 1994 e 1997 o líder integrou a de Samba Mancha Verde, criada em torcida Comando Verde, que acabou 2009 como bloco. Neste ano foi cam- extinta. A maioria migrou para a Man-

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cha. Atualmente, o grupo tem 1.120 torcedores cadastrados, porém, nem todos comparecem nas partidas. “Muitos deixaram de vir até pela campanha do time. Outros ainda foram para a Loucos da Papada (outra organizada). Além disso, a maioria se aposenta, digamos assim, com 25 anos”, complementa.

convencer as pessoas, principalmente os jovens. Não existe outra palavra senão tristeza. Temos de fazer como meu vizinho fez há 16 anos: pegar a gurizada e levar para o estádio”, argumenta, citando o apoio dado à direção nas novas ações de marketing que estão sendo desenvolvidas. Além disso, a Mancha acompanha de perto a vida política do clube. Foi Há dois anos a Mancha Verde o que ocorreu no final do ano passado, tem uma sede própria na esquina das quando, pela primeira vez na história, ruas Hércules Galló com Borges de duas chapas disputaram a presidência Medeiros, onde são comercializados do Juventude. Segundo Dinho, o apoio produtos temáticos e realizados en- seria dado para quem ganhasse, mas contros para viagens. O motivo para era consenso que todos preferiam uma sair do estádio, segundo Dinho, era a renovação – a chapa de Milton Scola falta de espaço e o pedido da direção foi a vencedora. Nos últimos dias inpara ampliar a loja oficial do Ju. “Pre- tegrantes da Mancha acompanham cisávamos de espaço também para a de perto a apresentação de reforços Escola de Samba.” Na década anterior, para a disputa da Série C. Foi o caso incidentes registrados por integrantes do atacante Júlio Madureira, que marda Mancha Verde motivaram os diri- cou um gol pelo Caxias no CA-JU que gentes a fechar a sala. Após acordo, os decidiu a vaga na final da Taça Fábio torcedores voltaram ao estádio. Na sua Koff (segundo turno) do Estadual do gestão, Dinho foi detiano passado. O time do no dia 28 de março grená venceu por 2 a 0 de 2009, horas antes “Meu vizinho – Marcos Denner, que do Juve-Nal disputado pegava toda a foi para o Criciúmano Jaconi, válido pelo SC do técnico Argel, gurizada da Gauchão. Na época, em anotou o outro gol. No meio a uma confusão rua e levava final da manhã do dia com a torcida colora- para o estádio. 16 Dinho cobrou de da foram disparados Foi quando me Madureira gols contra três tiros de revólver. o Caxias. Ainda faltam apaixonei pelo Policiais militares prealgumas peças no time deram o presidente da Juventude”, que a direção está emorganizada, acusado lembra Dinho penhada em montar de ser o autor dos dispara que o clube disparos. Pela sua versão, pute a Série B em 2011. a arma fora jogada no chão, próxima “Vamos fazer de tudo para apoiar”, de onde ele estava. “Quem me conhe- resume Dinho. Ou melhor, citando ce sabe que luto pela paz nos estádios. o músico Rafael Gubert, “quem sabe Minha função é tentar unir a torcida. agora, no fundo do poço, o Ju cresça Depois dos rebaixamentos nosso tra- novamente, de forma ordenada, e volte balho dobrou, pois ficou mais difícil a ser o grande clube que sempre foi”.

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Renato Henrichs renato.henrichs@ocaxiense.com.br

Em reunião esta semana, o diretório municipal do Partido dos Trabalhadores deliberou pelo afastamento do padre Roque Grazziotin do Conselho Diretor da Fundação Universidade de Caxias do Sul. Os petistas caxienses ficaram descontentes com o voto de Roque a favor da reeleição do professor Isidoro Zorzi para a reitoria da UCS. A oposição de Roque bateu de frente com o resultado da consulta popular feita entre professores, funcionários e estudantes da universidade. A maioria deles optou pela candidata Nilva Rech Stédile. Detalhe: Roque representa o Ministério da Educação no Conselho Diretor não por força do PT caxiense mas por suas vinculações com o ministro Fernando Haddad, de quem é amigo pessoal e ex-colega de trabalho no ministério.

Canal direto

O projeto Câmara vai aos bairros pode ser imperfeito e criar problemas futuros, inclusive aos vereadores, mas é uma tentativa válida de aproximar o Legislativo da população e intermediar reivindicações comuns junto a órgãos públicos, a começar pela prefeitura. Neste sábado, o projeto irá à Escola Municipal Paulo Freire, no Mariani, para ouvir moradores e presidente de associações daquele bairro e também da região do Matioda, Vale Verde, Cidade Nova, entre outros.

Dentro dos trilhos

Luiz Chaves /O Caxiense

Uma realização a ser conferida de perto no fim de semana: a segunda edição da Conferência Municipal de Habitação. Além das políticas nacional e municipal de habitação e produção de moradia de interesse social, o encontro discutirá também um tema tão importante quanto: as regularizações fundiárias - em áreas de risco e em áreas consolidadas. A concretização das políticas habitacionais somente será possível com ações efetivas e amplas na área da regularização fundiária, que vêm sendo feitas pela Secretaria Municipal de Urbanismo. Mais pobre do que o encontro metalúrgico, que acontece no Hotel Samuara, a conferência está em realização na Câmara de Vereadores.

Sindicalismo e política

Os agentes penitenciários têm dificultado o trabalho da Brigada Militar Juiza Sonáli da Cruz Zluhan, sobre o conflito institucional existente na administração do novo presídio regional de Caxias do Sul

perguntas para

Adelino Teles

O secretário do Meio Ambiente comemora dois feitos: o início das operações do aterro sanitário de Rincão das Flores e a abertura do Mato Sartori, transformado em área de preservação ambiental.

Com a licença de operação liberada esta semana pela Fepam, o aterro entra em operação de imediato? Só na semana que vem. Ainda temos um restinho de vida útil na célula do São Giácomo e vamos aproveitá-la totalmente. Depois, vamos levar a imprensa e autoridades ao novo aterro para mostrar o que foi feito por lá e que ele não vai causar nenhum dano ao meio ambiente. Seguimos fielmente a legislação ambiental que a Fepam nos exigiu. E a prefeitura tem interesse que se cumpra tudo o que manda a lei. Todas as exigências foram cumpridas à risca. É um aterro que vai servir de modelo a todo o país. Tudo foi pensado para a preservação do meio ambiente. O chorume terá um tratamento constante e uniforme. Ele vai passar por 12 etapas de purificação. Quando chegar na etapa final estará na forma de água potável - não adequada para consumo humano, mas própria para irrigação da cobertura vegetal que implantaremos ali, um total de 26 mil árvores ao redor da primeira célula, de 35 mil metros quadrados. Os gases também passarão por um processo de purificaçao, um processo semelhante, mas mais demorado. Vamos levar um ano para deixá-lo pronto. Aí vamos saber se ele será utilizado como combustível ou para geração de energia. Haverá geraçao de energia suficiente para abastecer um bairro como o Reolon. Poderemos até vendê-la para a RGE, mas é quase certo que ela será usada

mesmo no próprio aterro. E o Mato Sartori? O trabalho todo estará concluído na primeira quinzena de junho. O Mato Sartori será voltado para a educação ambiental. A população não poderá ir lá para fazer um churrasco, por exemplo. Essa não é finalidade dele. O que se quer é a preservação e o estudo da vegetação e da pequena fauna existente naquela área tão nobre. A opção pela educação ambiental foi do próprio prefeito. Ele entendeu que, se liberássemos a área, ela não seria preservada como deve. Aquilo é um pulmão no meio da cidade. Todas as visitas serão agendadas, guiadas e monitoradas. Os grupos terão no mínimo 15 pessoas e no máximo 40. Ninguém poderá entrar desacompanhado. Luiz Chaves /O Caxiense

Vigilância

Os problemas de vandalismo, que atrasaram a entrega dos trabalhos feitos ali, estão resolvidos? Depois que colocamos as câmeras de vídeo cessaram os atos de vandalismo. A Guarda Municipal dizia que não tinha como policiar a área. Agora tem. Colocamos até infravermelho. Estamos gravando tudo o que acontece ao redor. Os vizinhos estão conscientes e sensíveis em relação à importância do Mato Sartori. É uma minoria que prejudicava a área. Faziam do mato o pátio do bairro Primeiro de Maio. Agora tiramos o quintal da casa deles, aquilo é uma área de preservação pública.

O presidente do Instituto de Pesquisas Econômicas (Ipea), Márcio Pochman, será substituído pela diretora adjunta de estudos e políticas macroeconômicas do órgão, Denise Gentil. Em compensação, o senador Paulo Paim e a deputada Manuela D’Ávila estão confirmados para participar, neste fim de semana, do 4 Congresso dos Metalúrgicos de Caxias do Sul, no Hotel Samuara. Os três participarão do painel “Novo projeto nacional de desenvolvimento - o futuro para quem trabalha”. O ápice do encontro terá, é claro, palestra do candidato a deputado federal pelo PC do B, vereador Assis Melo.

Falou e disse

Do vereador Gustavo Toigo (PDT), sobre nova greve dos médicos da rede municipal de saúde, marcada para esta segunda-feira: - A reivindicação é justa e a greve, um direito legal. Mas a população não pode ficar vulnerável à queda de braço entre poder público e classe médica. Além disso, o descontentamento com o salário não é motivo para muitos profissionais não cumprirem o horário de trabalho, com a justificativa de vencimentos insatisfatórios. A causa da paralisação deveria ser ao menos razoável.

Por sinal

A vereadora Ana Corso (PT) não chegou a defender a paralisação dos médicos, mas afirmou na Câmara esta semana que as reivindicações da categoria por melhores condições de trabalho são históricas e de dimensão nacional. E pregou o diálogo, o que, segundo ela, não está sendo preocupação do governo municipal.

Núcleo tucano

Os dados são do site do Tribunal Superior Eleitoral: No primeiro turno das eleições de 2006, o candidato do PSDB à presidência da República, Geraldo Alckmin fez em Caxias do Sul 138.225 votos, enquanto que Lula (PT) alcançou 62.352. No segundo turno, a votação de Alckmin chegou a 150.436. Exitoso em nível nacional na busca pela reeleição, Lula obteve na cidade 83.649 votos.

Carta ao comando pedetista: nada de Vinicius ou Toigo Correspondência do dirigente municipal pedetista Luis Carlos Muniz ao presidente estadual Romildo Bolzan Júnior deixa bem claro o posicionamento do PDT caxiense em relação ao resultado da reunião que definiu as précandidaturas de Alceu Barbosa Velho (foto) e Kalil Sehbe Neto à Assembleia Legislativa e à Câmara dos Deputados. Muniz pede que o diretório estadual referende apenas as précandidaturas de ambos, “a fim de assegurar um crescimento ainda maior do nosso partido não

só no âmbito do município de Caxias do Sul como de resto em toda a região serrana”. Escreve o presidente local do Partido Democrático Trabalhista: “Rogo que tais indicações sejam acolhidas e mantidas na sua plenitude pelo comando estadual, uma vez que aos demais participantes do processo, quais sejam os vereadores Vinicius de Tomasi Ribeiro e Gustavo Luís Toigo, foram asseguradas todas as prerrogativas legais e estatutárias vigentes”. Para Muniz, respeitar a decisão do encontro

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é uma medida que se impõe para reafirmação da unidade partidária e para que o PDT tenha condições plenas de desenvolver uma campanha eleitoral profícua, “sem correr o risco de alimentar quaisquer constrangimentos/animosidades entre os nossos milhares de militantes”. Ao final, o dirigente partidário lembra que o “D” inserido na sigla PDT “é a guia mestra que deve nortear o respeito que devemos trilhar diante da vontade manifestada pelo voto depositado pelas maiorias”.

24 a 30 de abril de 2010

O Caxiense

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