Fim V de do o ÍTI mo ut MA rad ono ore dá S D s d iní O e r cio FR ua e d ao to IO a p rm eri ent fer o ia |S12 |D13 |S14 |T15 |Q16 |Q17 |S18
André T. Susin/O Caxiense
Caxias do Sul, junho de 2010 | Ano I, Edição 28 | R$ 2,50
COMO O SEU
VIRA CULTURA
Financiarte transforma migalhas do IPTU e do ISSQN em um bolo de meio milhão de reais – que pode dobrar de tamanho antes do fim do ano – para a classe artística
Índice
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Um resumo das notícias que foram destaque no site
Roberto Hunoff | 4
Só 5% dos 6 mil prestadores de serviço caxienses aderiram ao Empreendedor Individual (EI)
ESPECIAL PARA GUARDAR
Uma tabela exclusiva mostra os caminhos do Brasil para chegar ao Hexa na África |S5 |D6 |S7 |T8 |Q9 |Q10 |S11
Caxias do Sul, junho de 2010 | Ano I, Edição 27 | R$ 2,50
OS RISCOS
André T. Susin/O Caxiense
Fotos: André T. Susin/O Caxiense
A Semana | 3
DO INGREDIENTE
OCULTO Na cidade que mais produz hortifrutigranjeiros no Estado, o uso intenso de agrotóxicos planta uma dúvida sobre a saúde dos alimentos
Frio de verdade | 5
O fim do outono é o começo do sofrimento de quem vive na rua ou mal abrigado
Parabéns pela matéria sobre os venenos agrícolas. Veneno sempre é veneno e mata. É o primeiro jornal de Caxias que trata agrotóxicos como venenos agrícolas. Ricardo Camatti
Roberto Hunoff: abril freia expansão da atividade econômica no ano | Renato Henrichs: Câmara de Vereadores discute formas diversas de preconceito | Pare, Olhe, Escute: impressões cruzadas na linha do trem
Problemas caseiros | 8
Invasões e reintegrações de posse expõem o drama do déficit habitacional em Caxias
@regesschwaab Salva o #DiaMundialdoMeioAmbiente o ar puro na pauta competente do @ocaxiense #edição27
Espetáculo público | 11 Quem, como e o que o Financiarte vai custear este ano
@gineuls @ocaxiense Excelente capa, hein! #edição27
Resistência épica | 14
Videolocadoras enfrentam seus inimigos mais cruéis: DVDs piratas e downloads
Guia de Cultura | 16
@leandroucs @ocaxiense sai do padrão com suas capas, parabéns! #edição27
Artes | 18
@pedroledmar @ocaxiense a julgar pela criatividade da capa, o conteúdo deve estar ótimo #edição27
Paranoia para rir e conferência-espetáculo para experimentar
Características extraídas e um braço arrancado à noite
Estrelas precoces | 19
Garotos do Ju repetem grande campanha da Copa SP na Taça BH
Copa 2010 | 20
Capas maravilhosas!!!! Parabéns aos envolvidos, cada dia melhor. Nádia Giovana Toscan
Guia de Esportes | 21
Linda capa, mais uma vez. Parabéns.
O que vem da terra de Messi e da boca de Verón Basquete, rústica e decisões na Copa União
Pra variar show de capa. Fico só aguardando para ver qual vai ser a criativa capa da próxima semana. Parabéns! Catia Regina Laner
Política grená | 22
A noite em que faltou torcida para reeleger Osvaldo Voges
Ótima foto de capa, muito criativa, parabéns! Denise Werner de Oliveira
Renato Henrichs | 23
O superlotado Hospital Pompéia comemora autorização para ampliação
NO SITE
Financiarte | Pra bom entendedor é vergonhoso esse número baixíssimo de aprovação dos projetos. Vai ver ocorreu a desmoralização do Financiarte por conta do repasse dos R$ 100 mil pro filme que nunca fica pronto. Valéria Nunes
Expediente
Redação: André Tiago Susin, Cíntia Hecher, Fabiano Provin, Felipe Boff (editor), Graziela Andreatta, José Eduardo Coutelle, Luciana Lain, Marcelo Aramis (editor assistente), Marcelo Mugnol, Paula Sperb (editora), Renato Henrichs, Roberto Hunoff e Valquíria Vita Comercial: Leandro Trintinaglia e Cláudia Pahl Circulação/Assinaturas: Tatyany Rodrigues de Oliveira Administrativo: Luiz Antônio Boff Impressão: Correio do Povo
Assine
Para assinar, acesse www.ocaxiense.com.br/assinaturas, ligue 3027-5538 (de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h30 às 18h) ou mande um e-mail para assine@ocaxiense.com.br. Trimestral: R$ 30 | Semestral: R$ 60 | Anual: 2x de R$ 60 ou 1x de R$ 120 Jornal O Caxiense Ltda. Rua Os 18 do Forte, 422, sala 1 | Lourdes | Caxias do Sul | 95020-471 Fone 3027-5538 | E-mail ocaxiense@ocaxiense.com.br www.ocaxiense.com.br
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O Caxiense
12 a 18 de junho de 2010
Franciele Becher
Prefeitura libera funcionários na Copa | Maravilha. E se eu não puder pagar o IPTU nesse novo horário da prefeitura? Vou poder pagar sem juros no dia seguinte? Oscar Menezes Durante a apuração da reportagem “Castigados pelo frio”, a repórter Graziela Andreatta e o fotógrafo André T. Susin depararam com surpreendentes relatos. Algumas dessas histórias são contadas no audioslide que está no site.
Agradecemos | Márcia Malicheski e Rafael Carvalho, do Teatro São Carlos.
Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.
A Semana
paula.sperb@ocaxiense.com.br Maicon Damasceno/O Caxiense
André T. Susin/O Caxiense
Andréia Copini, Divulgação/O Caxiense
editado por Paula Sperb
Nos dias frios, a doação de sangue diminui 30%; 50 famílias ficaram sem casa e animais da Soama seguem sem dono
SEGUNDA | 7 de junho Saúde
Doação de sangue cai 30% Surpreende a constatação de que o frio diminui as doações de sangue para o Hemocentro Regional de Caxias do Sul (Hemocs). Neste período do ano, a queda chega a 30%. O ato voluntário não deve ter época para ocorrer, deve ser constante em dias quentes ou gelados. Infelizmente, o Hemocs precisa ligar para possíveis doadores e enviar correspondência. Doar sangue não leva mais do que 40 minutos. Quem não se intimida com o frio e quer ajudar deve procurar o Hemocentro, na Rua Ernesto Alves, 2.260, Centro, de segunda a sexta, das 8h às 18h30, e no sábado, das 8h às 12h.
do MP e prejudica a resolução dos problemas da chácara. A alegação é que a decisão judicial afeta as ações do Executivo para ajudar a Soama, que abriga mais de 2 mil animais abandonados. Entretanto, não se vê quais são essas ações. “É atribuição do Município cuidar dos animais. Então, não será uma coisa que nos darão porque são queridos. Queridos somos nós, que trabalhamos de graça para eles”, desabafou a diretora de marketing da Soama, Natasha Valenti.
TERÇA | 8 de junho Habitação
50 famílias são despejadas
Enquanto a maioria dos moradores da área invadida no bairro Planalto estava trabalhando, a Brigada Militar e o oficial de justiça Antônio Vargas Soama iniciaram a reintegração de posse do terreno da MZ EmpreendimenPrefeitura reclama do tos. Casas de madeira começaram a Ministério Público ser desmanchadas às 8h de terça e, Para a prefeitura de Caxias, a segundo o oficial de justiça, com o iniciativa do Ministério Público que tempo bom, ainda se levaria toda a levou a Justiça a condenar o Municísemana para concluir o desmanche pio a pagar indenização pela situação das residências. Mesmo tendo sido na chácara da Sociedade Amigos dos avisadas, cerca de 50 famílias ficaAnimais (Soama) extrapola as funções ram sem teto. Apesar do sentimento
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de revolta, não houve conflito com a polícia, que agiu sob o comando do capitão Jorge Emerson Ribas.
QUARTA | 9 de junho Cultura
Ocas serão construídas na Estação Férrea Já era hora da contribuição dos índios para a cultura de Caxias ser celebrada e, o mais importante, lembrada. Duas ocas – uma lembrando os kaingang e outra os xokleng – serão construídas na área da Estação Férrea, local onde habitaram indígenas antes da chegada dos imigrantes. As ocas receberão visitas de escolas e da comunidade no Seminário Integrado Origens de Caxias, que discutirá a importância de todas etnias para a cidade com palestras na UCS e FSG.
QUINTA | 10 de junho Cultura
Financiarte deve abrir novo edital Excelente oportunidade para quem teve iniciativa reprovada por falhas
no projeto ou porque não conseguiu se inscrever. O Financiarte (Financiamento da Arte e da Cultura Caxiense), que contemplou 29 projetos, deverá abrir um novo edital no segundo semestre. Se aplicada a lei atual, mais da metade do valor destinado ao financiamento voltaria para os cofres públicos, já que apenas um edital era lançado por ano. É para aproveitar esses recursos que a Secretaria da Cultura encaminhou à Procuradoria Geral do Município uma solicitação de mudança na lei que permita o lançamento de um segundo edital.
SEXTA | 11 de junho Copa do Mundo
Caxias vai parar A cidade conhecida pelo trabalho árduo vai parar nos jogos do Brasil na Copa do Mundo. Pelo menos será assim nas repartições públicas. Prefeitura, Câmara de Vereadores e Ipam vão liberar os funcionários para assistirem aos jogos. Quando as partidas começarem às 11h, o expediente externo da prefeitura ocorrerá apenas à tarde. Nos jogos das 15h30, o expediente será encerrado às 14h45. O mesmo ocorrerá no Ipam.
12 a 18 de junho de 2010
O Caxiense
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Roberto Hunoff roberto.hunoff@ocaxiense.com.br
Os presentes preferidos
Inscrições abertas
A Associação Brasileira de Enologia recebe até 25 de junho inscrições de vinícolas interessadas em participar da 18ª Avaliação Nacional de Vinhos – Safra 2010. Serão recebidas amostras divididas em seis categorias: branco fino seco não aromático, branco fino seco aromático, rosé seco, tinto fino seco, tinto fino seco jovem e vinho base para espumante. A avaliação dos 16 vinhos selecionados está confirmada para o dia 25 de setembro em Bento Gonçalves. Em 2009 o evento reuniu 308 amostras de 70 vinícolas.
Ampliação
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O Caxiense
12 a 18 de junho de 2010
A Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais programou para o dia 20 de junho, no Restaurante Tulipa, nos pavilhões da Festa da Uva, a tradicional feijoada anual com objetivo de arrecadar recursos para a sua manutenção. A meta é vender 1,1 mil ingressos ao preço de R$ 40. O cardápio, um dos mais completos, será preparado pelo grupo de casais voluntários Amigos do Rangaço, que trabalha em favor de ações sociais e beneficentes. Interessados podem adquirir os ingressos pelo telefone 3028.2416.
Aquisição
4% Roupas
Feijoada beneficente
Câmara de Dirigentes Logistas de Caxias do Sul (CDL)
11% Calçados
Perfumes
Chocolates
Celulares, Lingeries e joias e flores livros
Baixíssima adesão a novo programa Instituída por legislação federal desde julho do ano passado, a figura do Empreendedor Individual (EI) ainda não deslanchou na cidade. Nesta semana, o secretário da Receita Municipal da prefeitura de Caxias do Sul, Ozório Rocha, relatou que pouco mais de 300 profissionais aderiram ao sistema, que simplifica a formalização dos chamados autônomos ou trabalhadores por conta própria e gera benefícios, como aposentadoria e auxílio-doença, para os regularizados. O número representa em torno de 5% dos cerca de 6 mil prestadores Júlio Soares/Fotobjetiva/Divulgação/O Caxiense
Especializada em malhas, a Lio’s abriu sua segunda loja em Caxias para atender o público feminino. Com estrutura montada desde 2005 no Shopping Triches, agora a empresa conta com espaço no Centro Executivo Rio Branco.
21%
A Unicred Nordeste/RS ampliou a concessão de crédito aos profissionais ligados ao Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia. A presidente da instituição, Deize De Zorzi Piccoli, justifica a medida como forma de atender a uma demanda que o mercado solicitava há algum tempo, lembrando que a atividade da construção civil é uma das que mais cresce atualmente. A Unicred é instituição financeira cooperativa criada para emprestar dinheiro a taxas inferiores as do mercado e com menos exigências. As sobras anuais são distribuídas igualmente entre os associados.
cartão de crédito. Para o presidente do Sindicato do Comércio Varejista, Ivanir Gasparin, que prefere não apontar índices de expansão, no ramo do vestuário e dos calçados os produtos de maior saída são casacos pesados e botas, apropriados para esta época do ano. Quem também bota fé em bons negócios por conta do Dia dos Namorados é o segmento de restaurantes. Pesquisa da Associação Nacional de Restaurantes revela estimativa de crescimento de 10% na avaliação de 87% dos entrevistados. Embora haja otimismo em relação ao desempenho nos negócios nessa data, apenas 17% farão contratações temporárias para atender o aumento de demanda, o que é explicado pelo fato de se tratar de apenas um dia.
9%
Crédito mais barato
O romantismo está perdendo espaço na escolha do presente do Dia dos Namorados em Caxias do Sul. As lingeries, sinônimo de sensualidade, e flores não estão na preferência dos caxienses. No topo do ranking de compras aparecem calçados e vestuário, desbancando também os celulares que são o primeiro item no Brasil. A opção, certamente, é uma forma de prevenção ao frio rigoroso que já mostrou a que veio. A pesquisa de expectativa de vendas realizada pela Câmara dos Dirigentes Lojistas de Caxias do Sul também revela que o lojista projeta incremento de 10% nas vendas deste ano na comparação com a data de 2009. A maioria dos consumidores, 46%, pretende gastar de R$ 101 e R$ 200. A forma de pagamento preferida, para 62%, é o
10%
Em manifestação no II Seminário do Transporte Ferroviário de Cargas, realizado pela CIC de Caxias do Sul nesta semana, o presidente da Associação Brasileira da Indústria Ferroviária, Vicente Abate, deixou escapar que a Marcopolo ingressará no mercado de componentes para o setor. Procurada a confirmar a informação, a empresa, por meio de sua assessoria de imprensa, garantiu que avalia a possibilidade de fornecer alguns itens para aplicação no interior dos vagões, como pega-mão e poltronas, já usados em ônibus. No entanto, adiantou que não há, até o momento, definição sobre como isto será feito, nem a partir de quando. Em Caxias do Sul, a Randon tem forte presença no segmento ferroviário, devendo fechar neste ano o fornecimento de 1,5 mil vagões de carga. A Fras-le, controlada do grupo, já fornece sapatas de freio para trens e a Techbus Componentes e Technologia, pertencente ao grupo Lupapar, controlador da Lupatech, produz janelas para ônibus, trens, metrôs e carros especiais.
Presentes menos românticos
20%
Negócio ferroviário
Vendas em alta
A Companhia Paranaense de Energia agregou à sua frota mais 39 unidades do utilitário Marruá AM200, produzido pela Agrale. São 24 veículos com cabine dupla e carroceria modular, 13 com cabine simples e cesto aéreo e dois com cabine dupla e carroceria de madeira. Até abril deste ano a montadora caxiense havia vendido 87 unidades, em alta de 80% sobre o mesmo período do ano passado, todas colocadas no mercado nacional.
de serviço estimados para a cidade. Quem adere paga pouco mais de R$ 54 mensais em taxas e tributos e legaliza sua atividade. Até mesmo o registro da empresa é feito de graça por escritórios de contabilidade. Para reverter este quadro a prefeitura integra um comitê de mobilização envolvendo entidades empresariais. O Sescon-Serra Gaúcha, por exemplo, que representa os escritórios contábeis, realiza no dia 24 de junho, em sua sede, mais um treinamento gratuito para informar sobre os aspectos e benefícios do programa.
A EJRos Brasil, empresa de Caxias do Sul, assumiu a franquia da EVS Brasil (Entidade Verificadora de Sistemas), especializada em inspeções e certificações de sistemas de gestão de diferentes segmentos. A companhia, que atua com planejamento estratégico, sistema de gestão, gerenciamento de marketing e vendas, metrologia, call center, software e representações, passa a ter agora uma unidade de certificação. A EVS-RS, nova denominação da franquia, tem como principal objetivo permitir o acesso à certificação para as empresas de pequeno e médio porte e atuará em todo estado, com foco inicial na Serra.
Mercado concorrido
A D-AçoSul é a mais nova concorrente do mercado local de distribuição de aço para a construção civil e mecânica. Representará os produtos Votoraço, braço da Votorantim. O empreendedor Edir José Adami destaca que a empresa surgiu para atender um mercado em pleno crescimento.
Curtas A Associação Brasileira de Empresas de Eventos promove na quintafeira (17), na UCS, o seminário Eventos do Sul. Direcionado para estudantes e profissionais de eventos e turismo ou áreas correlatas, o encontro é o segundo de uma série de etapas regionais programadas para o ano. Informações adicionais pelo e-mail abeocrs@abeoc.org.br.
Milton Corlatti e os vice-presidentes Carlos Heinen, Nelson Sbabo e Fúlvia Stedile Angeli Gazola se revezarão para falar das realizações e encaminhamentos de pleitos para cidade e região.
Com apoio do Sebrae Serra Gaúcha, a Microempa realiza a 4ª edição do Troféu Empreendedorismo Feminino. O lançamento da edição deste ano ocorre As estratégias e ações da atual di- na quarta-feira (16), na CIC de Caxias do retoria da CIC serão tema da reunião-al- Sul, e a entrega do troféu será em 21 de moço de segunda-feira (14). O presidente outubro.
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Vítimas do clima
A fragilidade da moradia de Rosimeri Teles Rosa de Melo, no bairro Belo Horizonte, não consegue impedir o vento de entrar na casa
CASTIGADOS
PELO FRIO O
por GRAZIELA ANDREATTA graziela.andreatta@ocaxiense.com.br
sorriso de Gabriel, seis anos, é um dos cartões de visita da Rua dos Relojoeiros, uma das travessas do Belo Horizonte, bairro pobre da zona norte da cidade. Correndo e brincando pela via íngreme e sem calçamento na frente de casa ele passa o dia. Quando algum estranho se aproxima, vai logo saber quem é ou por quem está procurando. “Está sempre na rua. É terrível”, diz a mãe, Rosimeri Teles Rosa de Melo, 26 anos, descrevendo o menino inquieto em um dos poucos momentos em que ele suspende a diversão e entra em casa para pedir comida. “Só para de brincar para comer. Nunca vi coisa igual.” Terça-feira (8) tinha sol, mas fazia frio, e lá estava Gabriel. De bermuda e com os tênis da mãe – porque os seus haviam molhado em uma travessura –, ele corria para cima e para baixo com dois amigos brincando de polícia e ladrão. “Eu sou o policial e eles dois são os ladrões”, se antecipou rapidamente, apontando para os companheiros. Ao avistar a reportagem d’O Caxiense, logo quis saber quem a repórter e o fotógrafo buscavam. E ficou muito feliz quando descobriu que era a mãe dele. A partir daí, divertiu-se como ninguém fazendo poses para fotos. Pelo menos enquanto brinca, Gabriel não sente frio, o problema que
mais preocupa Rosimeri no momento. Além do garoto, ela tem mais quatro filhos, dois meninos (um de oito anos e um de dois meses) e duas meninas (de três e quatro anos). Os seis moram em uma casa de madeira de uma peça só construída nos fundos do terreno da mãe de Rosimeri. “Ganhamos o material de um vizinho que não iria mais precisar dele. Mas não era suficiente, então tivemos que dar um jeito com o que tínhamos”, justifica a mulher, indicando as frestas na parede que, em alguns pontos, chegam a um palmo de largura e deixam circular livremente o vento que vem da rua. O bebê não resistiu e teve bronquite. “Eu tento protegê-lo o máximo possível, mas criança é muito frágil”, explica a mãe, enquanto prepara a mamadeira. “Hoje de tarde, tive que levá-lo ao postinho para fazer nebulização. Ele está passando por isso todos os dias. Mas de noite ele vem pra casa e pega esse frio todo.” Há aberturas por toda a pequena casa de Rosimeri: ao lado da porta, em cima do fogão a lenha e até sobre a cabeceira da cama de casal, onde a mulher dorme com as duas meninas. Gabriel e o irmão maior dividem um colchão no chão e o bebê fica no carrinho. Todos sentem frio, mas a mulher garante que o local de dormir ainda é o mais quentinho. “O fogão a lenha não dá conta porque entra mui-
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Famílias que moram em condições precárias, andarilhos e migrantes são quem mais sofre com as baixas temperaturas – e quem mais precisa de ajuda to vento aqui dentro. Então, quando época do ano, e pouco dinheiro para aperta mesmo, vai todo mundo pra tornar o local quente e aconchegante. cama.” Rosimeri está preocupada. Ela diz A Fundação de Assistência Soque nunca tinha enfrentado uma si- cial (FAS) não sabe o número de pessotuação tão delicada. Sempre morou as afetadas tão gravemente pelo frio em de aluguel em lugares Caxias, mas informa melhores. Por último, que estão concentradas dividia a moradia com “O fogão a lenha nos bairros e loteamena sogra, mas ao se se- não dá conta tos pobres e irregulares parar do marido ficou porque entra das zonas norte e oessem ter para onde ir. te, onde também estão muito vento. Como estava grávida localizados os Cende cinco meses e não Então, quando tros Assistência Social trabalhava, precisou aperta mesmo, (CRAS) do município. improvisar uma casa vai todo mundo O dado utilizado como nos fundos da resiindicador de necessipra cama”, dência da mãe. “Para dade para a prefeitura é melhorar minha situa- diz Rosimeri o da renda. Ele aponta ção e dar uma ajeitada a existência de 27 mil aqui, eu precisaria confamílias com renda até seguir um emprego. Mas o que eu vou meio salário per capita, sendo que desfazer com as crianças?” se total 13 mil vivem com no máximo Ela recebe uma ajuda financeira da R$ 140 mensais por pessoa. “É um inprefeitura, mas acaba gastando toda a dicador de pobreza. Pode ser que entre verba em comida. “São cinco crianças! as dificuldades enfrentadas por essas Eu preciso escolher: ou ajeito a casa, pessoas esteja o frio”, diz a presidente ou compro comida. Não posso deixar da FAS, Maria de Lurdes Grison. meus filhos passarem fome.” Na Campanha do Agasalho do ano Rosimeri não está longe de ser a úni- passado foram arrecadadas 206 mil ca pessoa a enfrentar dificuldades no peças, e todas foram distribuídas. “Não bairro onde mora. A poucas quadras sobra agasalho, pelo contrário”, obserdali há mais uma série de famílias em va Maria de Lurdes. Este ano, a expeccondições muito parecidas: moradias tativa é de que sejam doados 180 mil precárias, totalmente inadequadas itens, entre roupas, calçados e cobertas. para o frio que faz na cidade nesta A arrecadação vai até 20 de junho, em 12 a 18 de junho de 2010
O Caxiense
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Vanda diz que entre os albergados há pessoas que vivem em Caxias, como Marcelo Rodrigues, mas a maioria é de migrantes que chegam em busca de emprego ou andarilhos. “Não ter agasalho é comum. Tem gente que chega aqui até sem documento. A roupa é o de menos.” A casa que acolhe essas pessoas tem regras. Os albergados não podem beber nem entrar com drogas e são obrigados a tomar banho. Só podem ficar no lugar de noite ou para fazer as refeições, pois durante o dia precisam sair para procurar emprego. Para receber agasalhos, também existem critérios, pois muitos albergados são dependentes químicos e acabam trocando roupas por drogas. Por causa disso tem gente que acaba preferindo ficar na rua mesmo e encarar as baixas temperaturas, que castigam até quem já está acostumado a elas.
comprar mais cachaça e me aquecer de novo.” Barbosa conta que teve muitos empregos: foi gráfico e metalúrgico, e, por último, trabalhou na colheita da maçã. Também teve casa e roupas para se proteger do frio. Mas perdeu tudo e acabou na rua. “O frio castiga quem vive na rua. Quando eu não aguento mesmo peço ajuda para as senhoras de idade. Elas sempre dão roupa e arranjam alguma coisa para eu comer. Mas acabo bebendo, porque é mais fácil”, lamenta.
O andarilho pensa em sair de Caxias e ir para Porto Alegre. Não tem grandes perspectivas a respeito de trabalho ou uma vida melhor. Pelo contrário, pensa em juntar-se a papeleiros que, segundo ele, “bebem até ir caindo, um a um”, mas na Capital faz menos frio, o que para um morador de rua já é uma grande vantagem. O andarilho Diomar de Quadra Ele pensa, inclusive, em percorrer Barbosa, 47 anos, é natural de São José o trajeto a pé. Há duas semanas endos Ausentes, a Capela dos Ausentes, frentou uma façanha pior ao vir anna boca da Serra, como ele chama. dando de São Joaquim, em Santa CaMorou em São Joaquim (SC) e Vaca- tarina, para Caxias do Sul. Tinha ido ria, entre outras cidades frias da região, até lá para trabalhar em um pomar, mas passa a maior parte do tempo em mas como foi flagrado bebendo pelo Caxias. Passa frio todos os invernos – e proprietário e teve que sair, acabou às vezes em alguns vevoltando para a Serra rões –, mas não deixa Gaúcha. Ainda com de sofrer com as baixas “O frio castiga os pés calejados pela temperaturas. caminhada, que durou quem vive na Alcoólatra, ele aduma semana, Barbosa mite que o principal rua. Quando caiu de um barranco de motivo das dificulda- não aguento peço quase dois metros de des que enfrenta é o ajuda para as altura, o que lhe rendeu vício. Mas acaba semuma internação hospisenhoras de pre repetindo o mesmo talar. Um calombo na erro. “Quando eu vejo idade. Elas dão face e o olho roxo ainda que vem uma barra de roupa e comida”, são heranças do tombo. frio se aproximando, já conta Barbosa “Me acharam desmaiapreparo o estoque de do. Se não tivessem me cachaça porque sei que socorrido, estava mornão vai ser fácil encarar.” Bebe até ficar to.” inconsciente e se esquecer do frio. “Eu No albergue municipal, Diomar Barrecobro a consciência no dia seguinte. bosa recebeu atenção e agasalho. Fez a Às vezes acordo deitado no chão com barba, que há três meses não era cora grama branqueada. Aí levanto e saio tada, e um pedido: “Queria não passar caminhando bem rápido pra me aque- mais fome, não sentir frio e parar de cer e catar latinha, que eu vendo para beber”. Fotos: André T. Susin/O Caxiense
cerca de 400 pontos fixos, como lojas e principal problema que leva as pessoas supermercados, e mais 300 ônibus da até o albergue. Marcelo Rodrigues, 28 Viação Santa Tereza (Visate). O geren- anos, perdeu o emprego e teve que pete da Fundação Caxias, Ermilio Gui- dir ajuda no abrigo municipal para não zzo, acredita que aproximadamente 30 ficar na rua. “Eu alugava um quarto na mil pessoas serão atendidas. casa de um senhor, mas sem trabalho As doações são entregues a entidades eu não teria mais como pagar. Ele prede assistência social do cisava do dinheiro do município, que se enaluguel. Então, tive que carregam de distribuir “Quem sente sair.” entre as famílias assis- frio só de vez Rodrigues é natural tidas ou em locais onde de São Gabriel, mas em quando há circulação de pessomora em Caxias há as que normalmente porque esqueceu pelo menos 10 anos e pedem auxílio, como o casaco não sabe diz já ter se acostumao Albergue Municipal. o que é passar do ao frio, motivo pelo A instituição, no bairro qual não gosta nem de frio por não ter Fátima, acolhe pessoas lembrar do que sofreu que, além de não ter opção. Eu sei”, em um dos invernos onde morar, precisam conta Rodrigues caxienses. “Quando me de agasalho. mudei para Caxias fiquei 15 dias morando O uruguaio Luis Xavier, 26 na rua. Estava de bermuda, chinelo anos, veio para Caxias atrás de empre- e uma camisetinha. Faz tempo, mas go. Não conhecia ninguém na cidade nunca esqueci.” e não tinha onde ficar. Mas achou que Em menos de uma semana no alcomo era terra de italianos, com fama bergue, Rodrigues conseguiu um novo de cidade bem-sucedida, ele se daria emprego – começaria a trabalhar na bem e não enfrentaria dificuldades. quarta-feira em uma empresa de reciNo Uruguai também faz frio, mas Xa- clagem. Ele só está esperando receber vier subestimou o inverno caxiense e o primeiro salário para, assim como o a temperatura que enfrentaria na rua. companheiro Xavier, alugar algo e ce“Quando cheguei, não sabia que tinha der seu lugar a outro. um albergue na cidade e passei a priRodrigues conta que, desde que premeira noite na rua. Foi terrível.” cisou enfrentar uma temporada na Xavier diz que nunca se importou rua, usar parte do salário em roupas com o frio, que considera “chique e apropriadas passou a ser um dos seus glamouroso”, mas admite que a rea- principais investimentos. “Quem sente lidade não é tão bonita quanto os ad- frio só de vez em quando porque saiu jetivos que poder ser atribuídos a ela. de casa desprevenido ou esqueceu o “Sabia que fazia frio aqui, mas não casaco não sabe o que é passar frio por imaginei que fosse tanto.” Em Caxias, não ter outra opção. Eu sei.” já conseguiu dois empregos. Trabalha de pedreiro de segunda a sexta-feira e O albergue tem capacidade de pizzaiolo aos finais de semana. As- para aproximadamente 40 pessoas e sim que receber o primeiro salário, o está sempre cheio. A assistente social uruguaio pretende comprar roupas e Vanda Ferreira Vittorazzi diz que a loencontrar uma moradia para ceder seu tação tem sido a mesma no verão e no lugar no albergue a outra pessoa que, inverno. A diferença é que nos meses assim como ele ao chegar, não tenha frios as pessoas que procuram abrigo agasalho nem casa para se proteger do precisam mais de ajuda. Quase todos frio. chegam sem agasalhos suficientes. “Como recebemos muitas doações, Aliás, não ter onde morar é o sempre damos um jeito.”
O andarilho Diomar de Quadra Barbosa cogita a possibilidade de se mudar para Porto Alegre; Marcelo Rodrigues (E) e o uruguaio Luis Xavier buscaram abrigo no albergue municipal
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O Caxiense
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Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.
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O Caxiense
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SONHOS
DESMANCHADOS Cerca de 200 migrantes chegam a Caxias toda semana. Boa parte deles acaba em invasões como a que foi desmantelada no Planalto
Em uma área particular de um hectare, aproxidamente 50 casas irregulares tiveram de ser derrubadas – e outras 100, ali perto, aguardam uma decisão judicial
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por JOSÉ EDUARDO COUTELLE jeduardo.coutelle@ocaxiense.com.br vigor da economia caxiense, que pode ser comprovado pela criação de mais de 8 mil empregos neste ano, exerce uma atração de força equivalente sobre quem sonha com a prosperidade ou simplesmente luta para fugir da miséria. A estimativa da prefeitura é de que a cada semana 200 pessoas se mudem para a cidade, sendo 90% delas com baixo grau de instrução. Desempregadas em sua maioria, elas se agregam às casas de parentes, que muitas vezes já estão morando em situação irregular. Assim, o crescimento econômico alavanca também a aglomeração da pobreza e, por consequência, da violência. Sem renda fixa e fiadores com imóveis, torna-se praticamente inviável a esses migrantes alugar uma moradia. Diante desse quadro, eles escolhem a opção que lhes parece mais viável: fixar-se em alguma área invadida, montar o seu barraco e aguardar o dia em que algum juiz os obrigue a se retirar, levando consigo os seus parcos pertences. Soluções simples e rápidas para essas situações não existem, relata o secretário da Habitação, Flávio Cassina. Com um sorriso amarelo, ele cita os programas habitacionais do Município, que não conseguem atender a grande demanda gerada pela migração. “Uma alternativa é as pessoas não virem para Caxias”, sugere, meio sem jeito. “Muitas vezes, quando a pessoa se arrepende, ela nos procura e a levamos de volta para sua cidade. E ainda oferecemos um rancho para que ela não chegue de mãos vazias. Isso sai mais barato para nós. De 2005 para 2010, mais de 500
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pessoas passaram por esse processo. Atualmente, de seis a sete pessoas por semana retornam para sua cidade de origem”, revela o secretário. Como alternativa para as invasões de terras, o programa Caxias Minha Casa oferece financiamentos de baixo custo, em uma parceria da prefeitura com a Caixa Econômica Federal. Entretanto, existem pessoas que aguardam por um auxílio desse tipo desde 1993, e a lista do programa, que começou em 2009, acumula cerca de 10 mil inscritos. Com a conclusão do loteamento Campos da Serra, prevista para o final deste ano, pouco mais de 900 famílias receberão suas casas. Outras 2 mil moradias deverão estar prontas até o final de 2011, acrescenta o secretário, que acredita que o déficit habitacional de Caxias supere 20 mil unidades. No final da Rua Francisco Boniatti, no bairro Planalto, policiais militares armados entraram com seus veículos na estreita ruela aberta por invasores na manhã da última terça-feira (8). Por ordem judicial, atendendo a um pedido de reintegração de posse, cerca de 50 casas foram desmanchadas em uma área de um hectare, na encosta do morro, onde a situação de outras 100 ainda aguarda julgamento. Sob proteção, o oficial de justiça Antônio Vargas da Fonseca autorizou a ação da BM, e pelas trilhas embarradas e sinuosas, alguns moradores e operários, munidos de pés de cabra, começam a desmanchar as pequenas residências de madeira. A maioria das pessoas que lá estavam era de mulheres com crianças pequenas, que choravam por não ter para onde ir com os filhos – em função do horário, muitos dos homens
estavam trabalhando. gamos R$ 5,2 mil. Teve pessoas que O desenlace dessa história resultou deram o que não tinham. Agora que de pouco mais de 60 dias de conver- precisamos dele, ele não aparece nem sação entre os invasores e a Brigada atende o telefone. Sem dinheiro, não Militar. Mesmo tendo sido avisados temos como pagar um aluguel”, comna manhã da segundapletava ela, aos soluços. feira (7), muitos dos O oficial Antônio Varmoradores só compre- “Quando a pessoa gas, ao lado do dono enderam a real situa- se arrepende, a da terra, Marco Valério ção quando a primeira Zaro, explicou que o levamos de casa começou a ser processo de reintegradesmontada. O co- volta. E ainda ção de posse já havia mandante interino do oferecemos um sido aprovado em últi12º Batalhão da Polí- rancho. Sai mais ma instância, não cabia cia Militar (BPM) de recurso para os barato para nós”, mais Caxias do Sul, Jorge invasores. “Em vez de Emerson Ribas, teve diz o secretário procurar novos lugares a ingrata função de Flávio Cassina para morar, ficam gasmanter a segurança no tando o pouco dinheiro local e coibir qualquer que têm para contratar reação violenta. “Minha preocupação advogados que iludem a população em era saber se existia alguma destinação causas perdidas”, lamentou. para essas pessoas. Dá pena, né. Pensamos em primeiro lugar na segurança A oferta que beneficiaria todelas. Fiz um trabalho especial com os dos os envolvidos foi levantada pelos homens da Brigada, para eles saberem proprietários das outras duas faixas que não estão tratando com bandidos, de terra invadidas no bairro. O secree sim com pessoas pobres”, afirmou Ri- tário Flávio Cassina lembra que houve bas. uma tentativa de negociação com os Enquanto alguns moradores ainda moradores. A proposta era construir estavam mudos e desnorteados, outros 400 unidades populares para os invapediam pelo menos mais um dia para sores. Eles precisariam desmanchar procurar um novo local para se abri- suas residências para que fosse abergar. Michele Ribeiro Taques assumiu to o canteiro de obras. “Iriam ganhar a função de representante dos inva- quase de graça. Com o projeto Caxias sores. “Nós vamos sair. O problema é Minha Casa, pagariam 10% do seu saque muita gente não tem para onde ir”, lário por 10 anos, sendo uma prestação dizia Michele, usando óculos escuros mínima de R$ 50. Todos ganhariam. para esconder as lágrimas e os olhos Os proprietários receberiam o valor inchados. Ela contou que a comunida- da venda dos terrenos à vista da Caixa de chegara a contratar um advogado Econômica Federal, a construtora Viepara tentar reverter a ação e permane- zzer receberia conforme o andamento, cer ali. “Ele nos cobrou R$ 9 mil para os moradores receberiam uma casa cuidar do caso, 200 por família. Já pa- praticamente de graça e a prefeitura se
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Drama habitacional
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veria livre do problema. Os invasores Justiça já determinou a reintegração de precisariam apenas se apertar um pou- posse do terreno de quase 12 hectares. co mais para abrir espaço para a cons- “Na semana que vem, vamos começar trução”, relata. a pensar o que será feito no Distrito Para o vereador de oposição Ro- Industrial”, adianta o comandante Ridrigo Beltrão (PT), que acompanhou bas. Com uma média de três pessoas a ação, a aglutinação dos moradores por residência, o número de desabrinão é uma opção. Ele diz que se tra- gados chegaria perto dos 600. Em uma ta de um caso emergencial, e acusa o escala bem menor, Caxias tem outras governo de omissão. “A questão da ha- 100 invasões, revela o secretário Flávio bitação é um problema generalizado Cassina. em Caxias. A proposta de criação de Desconsiderando o programa Caum conjunto habitacional resolveria xias Minha Casa, que está com as insneste caso. Só que os moradores vão crições encerradas para este ano e não se virar como durante esses 10 meses é capaz de acompanhar a velocidade de obras?”, questiona. Flávio Cassina da demanda habitacional, uma opção rebate dizendo que não houve pedido para a população carente é a negociajudicial para que fosse realizada inter- ção direta entre a Caixa e a construferência na área e que a prefeitura não tora. Para isso, o mutuário precisa ter tem legitimidade para agir em pro- uma renda familiar a partir de três sapriedades particulares. lários mínimos. “Neste O secretário pondera plano, a pessoa recebe que no dia 2 de julho um subsídio de R$ 17 “Em vez de haverá uma audiência mil e pode escolher o de conciliação entre as procurar novos local para construir a partes, e os morado- lugares para sua casa. Se o trabares poderão aceitar ou morar, ficam lhador ganha em torno não a proposta. Caso o R$ 1.100 por mês, gastando o pouco de impasse permaneça, o já colocamos ele nesse destino destas famílias dinheiro que têm programa”, aponta o continuará incerto, e para contratar secretário. Segundo ele, o comandante Ribas advogados”, não existe um sistema poderá novamente ser de auxílio emergencial lamenta Vargas requisitado para ocuna cidade. Assim, com par a área com seus as baixas temperaturas homens. do fim do outono, resta às pessoas que não têm parentes em Em outro ponto da cidade, si- Caxias e não conseguiram se realocar tuação semelhante se repete. No Distri- na casa de vizinhos após serem retito Industrial, cerca de 200 casas foram radas das terras invadidas procurar o construídas em uma área invadida. A Albergue Municipal.
Ação da BM na terça provocou choro e, por fim, resignação dos invasores
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Mecenato público
A CULTURA
O monólogo O Fauno, proposto por Gabriel Zeni (D), que fará a sonoplastia, e interpretado por Márcio Ramos (C), foi a única peça de teatro contemplada
QUE VOCÊ FINANCIA
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por MARCELO ARAMIS marcelo.aramis@ocaxiense.com.br
úsica para todos os gostos e CDs suficientes para ouvir durante um ano; seis livros; dois produtos de artes visuais – um livro de fotografias e quatro xilogravuras; dois documentários; dois cursos e dois espetáculos de dança; e apenas uma peça de teatro. Esses são os projetos culturais (leia mais sobre todos eles na página 13) que cada contribuinte caxiense ajudou a custear este ano com o pagamento de impostos municipais. O percentual de 1% sobre a arrecadação do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN) e do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) é revertido ao Financiamento da Arte e da Cultura Caxiense (Financiarte). Na última edição, 96 artistas pleitearam verbas de até R$ 22 mil para projetos nas áreas de Artes Visuais, Cinema e Vídeo, Dança, Folclore e Artesanato, Literatura, Música e Teatro. Dizer que apenas 1% do ISSQN e 1% do IPTU são destinados ao financiamento cultural pode parecer pouco para o potencial artístico de Caxias. Mas, conforme o parecer da Comissão de Avaliação, Seleção e Fiscalização (Casf) sobre os projetos apresentados neste concurso, é dinheiro demais. A soma dos valores dos projetos aprovados pela Casf totalizou cerca de R$ 521 mil, apenas 42% do total da verba disponível. Ainda sobraram cerca de R$ 700 mil, que, conforme prevê a lei que regulamenta o Financiarte, deveriam retornar aos cofres públicos. A Secretaria Municipal da Cultura aguarda a liberação da proposta que altera a Lei do Financiarte para possibilitar que mais um edital seja lançado este ano. E o secretário Antonio Feldmann está confiante na aprovação da mudança, que depois de liberada pela Procuradoria Geral do Município será votada na Câmara de Vereadores. “Vamos mudar esse aspecto da lei porque,
do contrário, a verba que não foi destinada aos projetos volta para o caixa da prefeitura”, explica Feldmann. Caso a proposta seja aprovada na Câmara, o segundo edital deve sair no final de julho. No concurso deste ano, os projetos receberam em média R$ 17,9 mil cada. Se toda a verba fosse distribuída seguindo esse parâmetro, seria possível contemplar mais 39 projetos. Excluindo os 25 que foram inabilitados por problemas técnicos – não por falta de qualidade – e, portanto, nem passaram pela avaliação da comissão, apenas três teriam que ficar de fora por falta de recursos. Mas Feldmann referenda a decisão da Casf. “Não vamos aprovar projetos só porque tem verba suficiente. São aprovados os projetos que, na avaliação da CASF, têm qualidade e mérito suficientes para serem contemplados com a verba do Financiarte.” O secretário está ciente dos protestos daqueles que não foram aprovados, situação comum em concursos. “A avaliação ocorre da forma mais justa e imparcial possível, mas quem não é contemplado sempre se acha injustiçado. Ninguém inscreve um projeto achando que está ruim. A secretaria chamou cada proponente e apresentou o parecer. Eu tenho recebido as reclamações e meu gabinete está aberto para explicar e discutir formas de melhorar cada projeto.” O processo de avaliação, por sinal, foi a principal mudança que ocorreu na transformação do antigo Fundoprocultura para Financiarte. Conforme a diretora do Financiarte, Lídia Tonus, no Fundoprocultura a então Comissão de Avaliação e Seleção (CAS) tinha 14 membros: um titular e um suplente para cada uma das sete áreas culturais. “Quando chegava um projeto de música, por exemplo, o titular dava o seu parecer e passava o projeto para outros dois avaliadores de outras áreas, porque eram necessários três pareceres para cada projeto. E a crítica era muito
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Este ano o contribuinte caxiense financiou cerca de R$ 520 mil para projetos culturais, e deve investir mais R$ 700 mil até julho
grande. Os proponentes reclamavam das licitações e concorrência pública. que o seus projetos estavam sendo ava- É preciso ter critérios objetivos para liados por pessoas que não entendiam julgar projetos de financiamento. Não do assunto”, lembra Lídia. há clareza em avaliações que julgam o Agora, cada área cultural conta com mérito com pareceres como ‘é de gosto cinco avaliadores – três eleitos em duvidoso’”. plenária pública e dois indicados pelo A avaliação da qualidade técnica dos secretário da Cultura. A partir do Fi- projetos também é mais rígida no Financiarte, os avaliadores passaram a nanciarte. Até o ano passado, após o analisar somente projetos da área que encerramento das inscrições, os prorepresentam e a antiga CAS ganhou jetos passavam por uma avaliação técum F de fiscalização. Depois da libe- nica da Secretaria da Cultura. Quando ração das verbas, o tradetectava-se algum balho dos avaliadores problema no projeto, continua e eles são res- “A arte é como erros de preenponsáveis por acompa- subjetiva, mas chimento do edital e nhar o andamento dos o projeto não falta de documentação, projetos e fiscalizar o os proponentes receuso do dinheiro públi- pode ser. É biam uma carta de corco. É trabalho dobrado. preciso ter reção e ainda tinham E recompensado: cada critérios objetivos o prazo de cinco dias membro recebe R$ 20 para julgar para complementar o por projeto avaliado, projeto. A partir deste R$ 30 por reunião e R$ projetos”, ano, os projetos com 40 por fiscalização, di- afirma Feldmann pendências técnicas são nheiro que, conforme automaticamente inaafirma Lídia e diferenbilitados. “No ano pastemente do que prevê o polêmico ar- sado, de 174 projetos inscritos em um tigo 9° da lei, “não sairá do orçamento edital, 110 foram entregues no último do Financiarte, será pago com verba da dia e 150 receberam cartas de corresecretaria”. ção. A gente acabava fazendo o projeto para as pessoas. Isso é comodismo”, O parecer da Casf sobre os afirma Lídia. A diretora do Financiarte projetos também mudou substancial- diz que é fácil elaborar um bom projemente. No Fundoprocultura, cada to e que a Secretaria presta serviço de avaliador redigia um parecer com as consultoria. “No último edital, oferecesuas considerações sobre cada proje- mos reuniões todas as segundas-feiras, to. Agora a avaliação é feita em uma desde o lançamento até o encerramenplanilha. Na Grade de Avaliação de to das inscrições. Estamos disponíveis Mérito, específica para cada área cul- para esclarecer dúvidas por telefone e tural, os avaliadores dão notas para o edital tem um checklist, para facilitar itens como relação entre orçamento e o preenchimento de forma didática.” custo-benefício, capacidade operacio- Lídia conta que os encontros das senal, criatividade, inovação e currículo. gundas-feiras reuniam cerca de 15 proA partir do edital deste ano, o projeto ponentes, que, em geral, tiveram seus precisa atingir 60% da pontuação total projetos aprovados pelo crivo técnico. para ser recomendado. Há quem diga Para quem não ache suficiente o que não há como objetivar a avaliação apoio técnico da secretaria, existem da arte. Feldmann discorda: “A arte é profissionais especializados em forsubjetiva, mas o projeto não pode ser. matar projetos. É o caso do produtor Eu não fujo da adequação à legislação cultural Cláudio Troian, que orientou 12 a 18 de junho de 2010
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oito proponentes neste concurso, entre os quais cinco tiveram seus projetos contemplados. Para Troian, que adequa as propostas à legislação e às normas do edital sem se envolver nas questões de qualidade artística, um bom projeto deve ter bons argumentos, ser original e “alimentar a fome de cultura”. Além disso, é fundamental ser pertinente às solicitações do edital. “O artista entende bem de arte, mas pode ter dificuldades com o projeto.” O serviço de Troian custa entre R$ 800 e R$ 1,2 mil, valor que sai do bolso do proponente, já que o Financiarte “não admite a figura do produtor cultural”.
utilizadas. Todas. Em algum lugar nós vamos colocá-las”, garante Lídia. Outro problema na área da Música é a divulgação das obras. É comum que 1 mil CDs gravados, em média, virem estoque permanente na casa do artista. Lídia explica que isso reflete uma realidade de mercado e destaca que o objetivo do Financiarte é investir na divulgação e impulsionar a carreira do artista, e não proporcionar a ele um retorno financeiro. “O trabalho do poder público é alavancar o artista. O Financiarte ajuda quem está começando e precisa desse incentivo. Mas cada artista tem que ter o seu próprio projeto de marketing”, explica Lídia. A agenda cultural proposta pelo Para a coordenadora da área musiFinanciarte, de agosto deste ano até cal na Casf, Ester Chaves Rodrigues, agosto do ano que vem – prazo que os a distribuição dos produtos musicais artistas contemplados têm para realizar é a parte do processo mais distante do os projetos – representa, conforme o se- controle dos avaliadores. “Na área da cretário da Cultura, o perfil artístico de música, 99% dos projetos são para graCaxias. O que provavelmente explique vação de CD. Hoje temos a fiscalização, a aprovação de 14 projetos de música, que acompanha o projeto até a fase de entre 60 inscritos, e uma peça teatral, execução, no estúdio. No projeto existe que concorreu com apenas outros dois um plano de divulgação e distribuição, projetos. “Não há muitos grupos de tea- mas ainda não temos um meio de fistro na cidade, mas banda... Todo mundo calizar isso. Acreditamos na boa-fé”, extem uma banda”, compara Lídia. Para plica Ester. A única maneira de avaliar a o ator Gabriel Zeni, que é sonoplasta e “boa-fé” dos artistas é pela experiência proponente do projeto Fauno, um mo- de cada em projetos aprovados em connólogo de Márcio Ramos cursos anteriores, que dirigido por Ana Fuchs, o consta no currículo, Prêmio Anual de Incenti- “Ninguém vai o que garante somenvo à Montagem pode ter conseguir retorno te que a Casf não erre dividido artistas, embora em casa tomando pela segunda vez. não haja nenhum impediA banda de heavy mento legal para inscrever banho de CD. metal Predator é um o mesmo projeto nas duas Tem que pegar a bom exemplo de como vias de incentivo. “No estrada, divulgar deve funcionar o apoio Prêmio Montagem o teto a tua música financeiro com a verba é de R$ 60 mil. O valor é pública. Em 2007, os dividido entre os selecio- e tua cidade”, músicos Gener Milani, nados, mas é possível que diz Hoffman Roberto Ceccato e Luuma única peça seja conciano Hoffman lançatemplada”, afirma Gabriel, ram seu primeiro CD. que já participou de dois espetáculos E os R$ 11 mil recebidos do Fundoprocusteados pela prefeitura. cultura foram convertidos em sucesso. Segundo o baixista Luciano, a banda Todos os projetos aprovados gravou um CD com oito faixas em um pelo Financiarte incluem uma contra- estúdio especializado em metal, em Flopartida do artista. É essa parcela que a rianópolis. Com 1 mil CDs prensados, a população recebe em troca do que in- Predator começou a divulgar sua música vestiu. Nas artes visuais, os artistas rea- pelo Brasil. O dinheiro arrecadado na lizam exposições gratuitas e dão exem- venda dos CDs permitiu à banda agenplares da obra ao poder público, como dar mais viagens. Ao todo, foram mais no caso do livro ilustrado aprovado no de 100 shows. Em três turnês, a banda último concurso; na área de Cinema e se apresentou na Argentina, no Paraguai Vídeo, são realizadas sessões abertas e e no Uruguai. “Ninguém vai conseguir oferecidos DVDs; os projetos de Dança, retorno se ficar em casa tomando banho Teatro e Folclore e Artesanato realizam de CD. Tem que pegar a estrada, divulespetáculos ou cursos gratuitos; e os gar a tua música e tua cidade. É dinheiro contemplados na área de Literatura dis- público que a cidade te dá, mas tu preciponibilizam cerca de 50 exemplares de sas dar algo em troca”, receita Luciano. suas obras à prefeitura; os músicos faA Predator, que em 2007 não tinha zem o mesmo com os CDs e DVDs. Os passaporte para entrar na Bolívia, já livros vão para as bibliotecas públicas. providenciou os documentos para fazer Os CD´s e DVDs musicais são distribu- turnê na Europa. Luciano solicitou uma ídos em eventos e em visitas especiais verba de R$ 22 mil ao Financiarte, mas aos gabinetes da prefeitura. Mas os cerca seu projeto não foi aprovado e, como de três shows musicais que cada pro- a maioria dos 67 proponentes na mesponente oferece nem sempre chegavam ma situação, discordou da Casf. “Existe ao público. Conforme Lídia, algumas muito preconceito com o metal. Muitas contrapartidas não eram utilizadas pela vezes os projetos são aprovados porque secretaria e não havia espaço na agenda são bonitos, são regionais, são cool... para inserir shows de tão variados estilos Mas o que importa é o que a banda vai musicais. A partir deste ano, a prefeitu- fazer pela cidade.” Luciano e a Predator ra vai corrigir o problema do mais caro, não guardam ressentimentos nem demais variado e mais inacessível segmen- sanimam. “Todo ano tem uma eleição to do Financiarte. “Com a fiscalização e muda a equipe de avaliadores. Se não dos projetos teremos mais controle so- deu certo agora, a gente tenta no outro bre a execução. E as contrapartidas serão ano. Tem sempre uma nova chance.”
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OS 29 PROJETOS MÚSICA
ções que farão uma releitura da milonga, com uma roupagem mais urbana.
l CD Mystic Mind | Alessandro Luiz Moreira | R$ 15 mil Moreira, que se diz o pioneiro na produção do psy trance em Caxias, trará 10 ou 12 faixas da batida no seu CD, em outubro.
l DVD Exit 11 Live | Rodrigo Bergmann Campagnolo Teixeira | Um dos shows enérgicos da banda de rock Exit 11 será gravado, em 11 de setembro, no Centro de Cultura Ordovás. O lançamento será em março.
l DVD Minhas Origens | Denival S. dos Santos | R$ 22 mil Os Colonos Zo Scarpon querem levar a sua comédia gringa dos palcos para as telas. No DVD, seis clipes fazem uma caricatura da imagem do colono italiano.
l DVD Quando as palavras cantam | Samuel Sodré | R$ 20 mil Samuel Sodré também tem um lado criança. Previsto para dezembro, o DVD terá 13 músicas voltadas ao público infantil. Os clipes serão gravados na garagem da casa de Sodré.
l CD Fernando Aver Jazz Trio | Fernando Ramos Aver | R$ 15 mil Há mais de 10 anos, Fernando Aver trabalha com o ritmo americano jazz. O resultado dessa paixão será lançado em dezembro.
l CD Torvo | Tiaraju de Lima e Silva | R$ 15 mil Com proposta reformulada, a Torvo lançará seu primeiro CD, com 12 faixas. A parte instrumental, no entanto, não mudou nada. Letras em inglês, como manda o guia do bom metaleiro. Para lançar o CD, entre dezembro e janeiro, a ideia é fazer um festival.
l CD Graal | Filipe Translatti Mello | R$ 17 mil O primeiro CD da band de rock Graal ganha verba para mixagem e divulgação, com a pretensão de lançamento para setembro. l CD Greek Van Peixe | Guilherme Santin | R$ 19 mil Com canções inspiradas em trilhas de videogames, o album será lançado até maio de 2011. Sons de socos, giros e chutes misturados aos acordes do rock. l CD Lavando a Alma em Canções | Luidhi M. Muller | R$ 21, 6 mil É música nativista para ouvir durante o churrasco de domingo ou o mate amargo da manhã, não para ser tocada em baile. O CD será provavelmente finalizado em dezembro. l EP Mindgarden | Luis Fernando Alles | R$ 14, 7 mil Classificado como rock experimental, pela influência de diversos outros ritmos, como blues, funk e jazz, o álbum da banda sai em março de 2011. l CD Mouai | Marcelo Poletto de Oliveira | R$ 19,9 mil A banda faz som pesado com, novidade, letras em português. Uma amostra está no site: www.myspace.com/ bandamouai). l CD Jéssica 2010 | Paulo Roberto E. da Rosa | R$ 19 mil Jéssica não é ninguém. Não há nenhuma na vida do autor. Mas o nome soa tão bem para ele que virou música pop rock. Jéssica, “uma mensagem para salvar o mundo”, e outras dez faixas saem até maio de 2011 . l CD Caminante | Rafael Froner | R$ 17 mil Inspirado na obra do poeta espanhol Antonio Machado, Caminante, faixa-título deste CD, sobre caminhar e abrir caminhos. Até janeiro de 2011 poderão ser ouvidas entre 12 e 14 can-
l CD Marcas do Tempo | Vicente Antonio de Lima Marques | R$ 19 mil Com pegada gaúcha tradicionalista, o CD terá participações de músicos como Lázaro Ramos e Luizinho Corrêa, com lançamento previsto para novembro.
LITERATURA l Miseri Coloni apresenta: três décadas de pés nos palcos | Clerí Ana Pelizza | R$ 21,5 mil Livro registrará os 30 anos de existência da Associação Cultural Miseri Coloni, com imagens e entrevistas. Deverá ser lançado na Feira do Livro. l A outra face: afrodescendentes no município de Caxias do Sul 1900 a 1950 | Lucas Caregnato | R$ 6 mil Baseado em pesquisa de pós-graduação, o livro, segundo o jovem historiador, preenche uma lacuna na historiografia local, que se volta muito para imigração italiana e não contempla outras etnias. O lançamento deverá ser na Feira do Livro. l Transformação/Transformazione | Luci Barbijan | R$ 10 mil Luci se dividiu em vários personagens para escrever o seu livro bilíngue de poesias: meio português, mezzo italiano. Publicação, só por março de 2011. l …E eu me lembro… uma história dos cem anos de Caxias do Sul | Rita Bromberg Brugger | R$ 16 mil Cinco exemplares do livro com ilustrações de Rita Brugger e relatos de an-
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por Cíntia Hecher (texto) e Luciana Lain (arte)
tigos moradores de Caxias foram publicados em comemoração 90 anos da cidade. No centenário, José Clemente Pozenato escreveu o capítulo que trata da última década. A obra será lançada na Feira do Livro 2010.
do pela família Geremia ao Arquivo Histórico Municipal, Kirst escolheu 130 para publicar em livro, que quer lançar na próxima feira, de 1° a 17 de outubro. l Brumas da saudade | Rafael Pa-
l Aspectos da fisionomia da arquitetura caxiense | Roberto Filippini | R$ 21 mil A ideia do autor veio pela experiência com o projeto Caminhos da Memória, que leva interessados por um passeio pela cidade apontando prédios históricos. Com ilustrações feitas por Filippini, o livro deve sair até abril. l O óbvio não é o bastante | Tito Armando Rossi | R$ 12 mil Aquela história, de a união fazer a força, será documentada neste livro, com lançamento na Feira do Livro, em outubro. O conteúdo vem da experiência de Rossi em cooperativas de saúde, crédito e serviços.
DANÇA l Grupo de Danças Germânicas Alles Gut | Associação Cultural Germânica de Caxias do Sul | R$ 21.716,80 A associação receberá apoio para manter o grupo de danças. A verba irá para compra de trajes típicos e a contratação de professores. O curso, para associados, inicia em agosto. l Carnaval Maior | Juçara de Quadros | R$ 20 mil O objetivo é preparar melhor as escolas de samba caxienses no quesito dança. Para 2011, os carnavalescos caxienses já poderão contar com passistas, mestres-sala e porta-bandeiras locais, formados por esse curso. l Bonecos – Sonhos e Memórias | Margô Teresinha Dalla Rosa Brusa| R$ 22 mil Até maio do ano que vem, o Ballet Margô estreia o espetáculo que transforma bailarinos em bonecos para fazer um tributo à infância. O espetáculo vai do clássico ao contemporâneo. l Gaudério | Raquel Alquatti | R$ 22 mil O acordeon sobe ao palco para novas experiências: quatro bailarinas desconstroem ritmos tradicionalistas como a chula. Os ensaios começarão logo: setembro ou outubro próximo.
ARTES VISUAIS l Um olhar de pai e filho | Marcos Fernando Kirst | R$ 21 mil Depois de olhar para as mais de 2 mil fotos do acervo doa-
gatini | R$ 7 mil Inspirado pela neblina, o artista faz 4 xilogravuras sobre fotografias captadas em caminhadas pela cidade. Filosófica, a neblina serve de metáfora, ao encobrir algo que, mesmo estando lá, torna-se ausente.
CINEMA E VÍDEO l Arte Caxiense – Leitura de Imagem | Elisabete de Souza da Silva | R$ 15,5 mil As impressões de adolescentes sobre a arte caxiense é comentada pelos artistas locais. O lançamento será em novembro. l Rua dos Aflitos, 70 | Leandro Daros | R$ 21, 9 mil Curta-metragem abordará um tema dramático, polêmico e atual: a pedofilia. No filme, uma família de classe média baixa vive esta relação doentia. Lançamento no 1ºsemestre de 2011.
TEATRO l O Fauno | Gabriel Zeni | R$ 21 mil O monólogo do ator Márcio Ramos, da Cia. 2, com autoria e direção de Ana Fuchs, conta a história do ser mitológico e promete muita interação com a plateia. A estreia está programada para março de 2011. * Os valores dos projetos, informados pelos artistas, são estimativas. O Financiarte ainda faz os cálculos finais para os orçamentos. 12 a 18 de junho de 2010
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Filme de suspense
CORAÇÃO
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A luta pela sobrevivência move as videolocadoras caxienses, que se esquivam como podem da pirataria e de outros males
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A tradicional San Remo levou seu valioso acervo para uma sede mais ampla...
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por CÍNTIA HECHER cintia.hecher@ocaxiense.com.br ercadas pela pirataria, pelo download da internet e pela TV por assinatura, as videolocadoras são sobreviventes. A popularidade dos anos 80/90, quando elas se espalharam por praticamente todos os bairros da cidade, começou a naufragar na década seguinte. Hoje, Caxias tem aproximadamente 200. E esse é o número extraoficial. Devidamente registradas, são cerca de 100, segundo o presidente da Rede Serrana de Videolocadoras (Redevideo), Nery de Atayde. Associadas à entidade, são apenas 18, que têm a vantagem de comprar em conjunto, com desconto, os DVDs. Para Nery, a pirataria foi o que de pior aconteceu ao ramo. “É uma concorrência desleal”, diz, afirmando que o mal contagiou até algumas locadoras de bairros, que adotaram as cópias ilegais. O controle da situação, segundo ele, depende de denúncias e da ação integrada de vários órgãos, como a prefeitura e a Polícia Federal. Na internet, a União Brasileira de Vídeo combate a pirataria divulgando um telefone 0800 e um formulário online para denúncias. No site da UBV, há também vídeos de conscientização do público e até uma cartilha, orientando os cerca de 10 mil estabelecimentos do gênero no Brasil sobre como se proteger. Os gráficos dessa cartilha, feitos a partir de um levantamento patrocinado pela Motion Pictures Association (MPA), demonstram que a faixa etária que mais faz uso de produtos piratas é de 16 a 28 anos. Uma outra pesquisa, do Datafolha/UBV, mostra que a capital brasileira que mais consome audiovisual ilegal é Brasília. Porto Alegre fica em quinto lugar, ao lado do Rio de Janeiro. O download de filmes e seriados da internet é a segunda maior preocupação dos donos de videolocadoras. Mas a já famosa atividade de “baixar filmes” é uma opção que não consegue atingir a todos os públicos. Há quem não saiba realizar o procedimento, ou que não consiga transferir o filme baixado do computador para um DVD e assisti-lo em uma TV. Há, ainda, os que nem computador possuem. A TV a cabo é vista como preocupação menor. Nery conta que ela pode até ser favorável em algumas situações. O exemplo dado por ele é o caso de alguém assistir um filme pela metade na televisão e querer vê-lo inteiro depois: “Na TV não tem como passar pra frente e pra trás quando se quer”.
Nas palavras do presidente da Redevideo, “simplesmente locadora está quase impossível de manter”. O que se procura, então, é criar alternativas que agreguem valor ao estabelecimento. Floricultura, lan house, eletrônica e até loja de roupas são opções de negócios em conjunto. Tudo para que o empreendimento não se esvaia. Nery é proprietário de uma das videolocadoras mais conhecidas da cidade, a San Remo. Recentemente, transferiuse para uma loja maior, na Rua Garibaldi. Lá, DVDs dividem espaço com uma pequena butique, onde pode-se encontrar os mais diversos acessórios femininos. Lenços, bijuterias, bolsas e carteiras. Com 21 anos de existência, a San Remo sobrevive, segundo Nery, pelo diferencial no acervo. Dificilmente serão encontrados em outro local da cidade títulos como Sr. e Sra. Smith e Perfume de Mulher. O primeiro passa longe do casal Angelina Jolie e Brad Pitt. É uma comédia de 1941, dirigida por Alfred Hitchcock. O segundo é de 1974, dirigido pelo italiano Dino Risi, e refilmado em 1992 com Al Pacino no papel principal. Isso dentre outras centenas de produções raras, de arte ou antigas. Nery explica que esses filmes atraem um público específico e não são interessantes ao mercado ilegal. “A pirataria é mais centrada em filmes comerciais, alternativos assim é mais difícil de encontrar.” Outra diferença é a adoção de uma nova mídia, o Bluray, que comporta arquivos de alta definição. Porém, para assistir a um filme em Blu-ray é preciso ter leitores específicos desse formato, além de alguns softwares. Mesmo assim, ele ainda é considerado a mídia do futuro. A Vídeo Fênix ainda não tem essa tecnologia, mas tem seus truques para manter a clientela. Localizada na Rua Carlos Bianchi, ao lado do Xis da Gringa, a pequena casa de madeira tem mais de 3 mil filmes para locação e, para ajudar no sustento, uma lan house. Vânia Mara Matias abriu a videolocadora há quatro anos, com o namorado da época, um cinéfilo cujo sonho era possuir uma locadora de filmes. Com o fim do relacionamento, quem assumiu o comando foi ela. A lan house é bem mais recente. Surgiu há quatro meses, quando Vânia, decepcionada com o rendimento da locação de filmes, resolveu instalar dois computadores nos fundos da loja. Hoje, já são quatro máquinas, número que daqui a dois meses subirá para seis. “Eu apenas sobrevivo com a locadora.
Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.
O lucro é o suficiente para o meu salário, para pagar as contas do mês. A lan house ainda não dá lucro, mas já se paga”, diz a proprietária. Vânia aposta nos filmes mais populares, que compra como seminovos de um fornecedor de Porto Alegre. “Ele compra muitas cópias de um mesmo filme, deixa na sua rede de locadoras um final de semana e depois revende a preço menor. Tudo que eu vejo que é comercial, eu compro”, explica. Porém, ainda existem os últimos dos moicanos, aqueles que se mantêm de pé somente com locação de filmes. No bairro Pioneiro, há a locadora Xerozo. De nome engraçado, fica numa casinha simples, de madeira, mas tem pérolas como a coleção completa dos filmes d’Os Trapalhões. A loja é antiga, segundo Sílvia Ziliotto, que comproua, com o marido, há sete anos – hoje ele cuida de outra locadora, no Serrano. O ambiente é familiar, um lugar para encontro de amigos e vizinhos, incluindo os moradores do Fátima Baixo e do Pôr-do-Sol. Mas Sílvia admite que a vida não está fácil neste ramo. Duas locadoras próximas fecharam há pouco tempo. “Baixou o movimento. As pessoas compram filme na rua, baixam da internet. É muito complicado”, desanima-se. O futuro, incerto, é pensado diariamente, mas desistir não é opção. “Até que dá para viver nós estamos aí”, afirma Sílvia. Uma das locadoras mais tradicionais da cidade, a Audiolar, no Centro, ainda se mantém só com DVDs – e com alguns dos poucos VHS remanescentes. Estes últimos são uma alternativa para quem procura filmes que não se encontram em mídia digital. Segundo o gerente, Nelson Junior Turella, a Audiolar, antes chamada Videolar, existe há mais ou menos 24 anos. Turella passou a maior parte desse tempo entre as prateleiras. É funcionário há 18 anos. Começou como atendente, e há 15 anos assumiu a gerência. A fidelidade da clientela é o que sustenta o negócio. A queda no movimento vem sendo mais sentido de um ano para cá. “O DVD custa R$ 3 aqui na frente!”, reclama Turella, indignado, apontando para fora da loja. A cidade que ele vê lá fora é bem diferente daquela que recebeu o VHS com entusiasmo há pouco mais de um par de décadas. E a Audiolar lembra bem disso. Afinal, foi a locadora que deu origem à Videolar, fabricante de fitas, CDs e DVDs hoje com unidades em São Paulo e Manaus, e um site de comércio de eletrônicos. O ex-sócio da Audiolar e dono da Videolar, Lirio Parisotto, conta no site da empresa que conheceu o videocassete em uma viagem a Nova York. Em 1985, a convite da Sony, conheceu um laboratório de legendagem e gravação de fitas VHS em Tóquio, fato que animou-o a fabricar mídias audiovisuais. Eram outros tempos, em que nada parecia ameaçar o futuro das videolocadoras. Com queda de movimento estimada em 40% nos últimos anos, os donos desses estabelecimentos têm receio do que virá. Resta-lhes explorar novas estratégias, como vender outros produtos e agregar lan houses, ou seguir confiando na clientela fiel.
... a fim de também ampliar as atividades (agora vende acessórios femininos), mas segue confiando na força dos clássicos e DVDs raros
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Guia de Cultura
por Cíntia Hecher | editado por Marcelo Aramis
André T. Susin, Divulgação/O Caxiense
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Na Revista da Casa, a Tem Gente Teatrando abre as portas para a mistura de manifestações artísticas, como a exposição virtual de André Tiago Susin sobre Beatriz Balen Susin
CINEMA l Esquadrão Classe A | Aventura. 13h50, 16h30, 19h e 21h20. Terça (15), 19h e 21h20 | Iguatemi Inspirado no seriado dos anos 80, promete cenas de ação bem barulhentas e piadinhas espirituosas, mas não tem a mesma mágica da nossa infância. Nem o Mr. T (ator que fazia o B.A. original) caiu nessa. Dirigido por Joe Carnahan. Com Liam Neeson e Bradley Cooper. Livre, 121 min., leg.. l Plano B | Comédia romântica. 14h20, 16h40, 19h20 e 21h50. Terça (15), 19h20 e 21h50 | Iguatemi Mulher encontra o possível homem dos seus sonhos logo depois que resolve fazer inseminação artificial. Ele que conviva com a disfunção hormonal de uma gravidez. Dirigido por Alan Poul. Com Jennifer Lopez e Alex O'Loughlin. 12 anos, l04 min., leg.. AINDA EM CARTAZ - A Hora do Pesadelo. Terror. 16h20 e 21h20. Terça (15), 21h10. Iguatemi | Alice no País das Maravilhas. Aventura. 13h40 (dub.). Terça (15) não haverá sessão. Iguatemi. 16h. Sábado e domingo, 14h e 16h15. Terça (15), não haverá sessão. UCS | Chico Xavier. Drama. 20h. UCS | Fúria de Titãs. Aventura. 14h10 e 19h10; terça (15), 19h10 (dub.) e 16h50 e 21h30; terça (15), 21h30 (leg.). Iguatemi | Missão Quase Impossível. Ação. 18h15 (dub.). UCS | Príncipe da Pérsia: As areias do tempo. Aventura. 14h, 17h10, 19h30 e 22h. Terça (15), 19h30 e 22h. Iguatemi | Robin Hood. Aventura. 13h30 e18h30. Terça (15) não haverá sessão. Iguatemi | Sex and The City 2. 18h50 e 21h40. Iguatemi
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| Vidas que se cruzam. Drama. De quinta a domingo, 20h. Ordovás
Teatro São Carlos Feijó Júnior, 778, 2° andar | 3221-6387
INGRESSOS - Iguatemi: Segunda e quarta-feira (exceto feriados): R$ 12 (inteira), R$ 10 (Movie Club Preferencial) e R$ 6 (meia entrada, crianças menores de 12 anos e sêniors com mais de 60 anos). Terça-feira: R$ 6,50 (promocional). Sexta-feira, sábado, domingo e feriados: R$ 14 (inteira), R$ 12 (Movie Club Preferencial) e R$ 7 (meia entrada, crianças menores de 12 anos e sêniors com mais de 60 anos). Horários das sessões de sábado a quinta – mudanças na programação ocorrem sexta. RSC-453, 2.780, Distrito Industrial. 3209-5910 | UCS: R$ 10 e R$ 5 (para estudantes em geral, sênior, professores e funcionários da UCS). Horários das sessões de sábado a quinta – mudanças na programação ocorrem sexta. Francisco Getúlio Vargas, 1.130, Galeria Universitária. 32182255. | Ordovás: R$ 5, meia entrada R$ 2. Luiz Antunes, 312, Panazzolo. 3901-1316
l Revista da Casa | Sábado, 20h30 |
TEATRO l Guri de Uruguaiana | Sábado, 19h e 21h e domingo, 18h e 20h | O bigodão do personagem gaudério do comediante Jair Kobe subirá ao palco para, entre causos, cantar as versões mais do que pop para o Canto Alegretense. A mais recente, Help, dos Beatles, terá apresentação especial, com participação de Daniel Torres. Mas nem se anime muito: as sessões, inclusive as extras, estão com ingressos esgotados. Além dos 442 lugares existentes, mais 32 cadeiras serão disponibilizadas em cada sessão.
A aconchegante nova casa da Tem Gente Teatrando abriga uma nova espécie de espetáculo. Nem tão nova, na verdade: a ideia é resgatar o espírito do teatro de revista. Apresentações curtas e de vários âmbitos das artes. No rol de atividades, um pouco das vozes de Fran Duarte e Mozart de Oliveira. Ainda na música, os irmãos Viegas (André, Gustavo e João) apresentam seu projeto Passagem, com sonoridade inspirada nas culturas indígena e afrodescendente. No teatro, performance de Alex Konze, quadro com Raulino Prezzi e Zica Stockmans e manipulação de bonecos com Andréia Peres. O fotógrafo do jornal O Caxiense André Tiago Susin apresenta exposição virtual sobre sua tia Beatriz Balen Susin, uma espécie mini-documentário em que a artista plástica fala do seu trabalho e de si. Contemplando a sétima arte há o lançamento do curta-metragem Al Cinema, de Lissandro Stallivieri, da Spaghetti Filmes, baseado em crônicas do italiano Gianfranco Sinico e com depoimentos dele filmados no que sobrou do cinema de Galópolis. Helô Bacichette contará uma história para adultos. Para esquentar, ao final haverá caldo quente e vinho. Aproveite, pois a próxima edição só daqui a dois meses. Casa de Teatro R$ 20 (somente 50 ingressos disponíveis, com venda antecipada) | Olavo Bilac, 300 (esquina com Regente Feijó) | 3221-3130
FOTOGRAFIA l Oficina de introdução à fotografia digital | Sábado, das 9h às 12h e das 13h30 às 16h30 | O fotógrafo Gustavo Pozza ministra aula para os interessados em aprender a utilizar ao máximo sua câmera digital. Este é o segundo módulo, mais complexo, para amadores mais avançadinhos. Interessados devem levar a própria câmera. Clube do Fotógrafo R$ 120 | Coronel Flores, 810, Térreo | 8401-2738
EXPOSIÇÕES AINDA EM EXPOSIÇÃO – XXVI Bienal de Arte Fotográfica Brasileira em Preto e Branco. De segunda a sexta, das 8h30 às 18h, e sábado, das 10h às 16h. Galeria Municipal – Casa da Cultura. 3221-3697 | No tempo dos trilhos. De terça a sábado, das 17h às 21h. Galeria em Transição – Teatro Moinho da Estação. 8404-1713 | Vitrine da História. De terça a sexta, das 9h às 17h. Arquivo Histórico Municipal. 3218-6114.
FESTA l Festa Junina do Brique e Balaio Cultural | Domingo, 14h | Barraquinhas com comidas e bebidas típicas da festança de São João: quentão, pinhão, pipoca. Próximo a elas, o Balaio traz apresentações de seis grupos de dança das mais variadas, como gaúcha, do ventre e street. Às 15h, no Palco dos Trilhos, 14 mo-
Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.
LITERATURA l Livro-Livre | Até domingo, das 15h às 20h30 | O seu livro velho pode ser nova leitura para alguém. Leve seu exemplar a tiracolo no Ordovás e troque por um dos títulos disponíveis. Saguão do Ordovás Entrada franca | Luiz Antunes, 312 | 3901-1316 l Rodas de Leitura | Terça (14), 13h30 | A conversa com o escritor Uili Bergamin desta vez é sobre poemas de Emily Dickinson e contos de Sérgio Faraco. Dickinson não publicou mais que 10 poemas em vida, tendo a sua obra densa e misteriosa recebido crédito postumamente. O gaúcho Faraco tem obras publicadas desde 1970 e é conhecido pelo vigor dramático e anseio pela perfeição. Biblioteca Pública Municipal Entrada franca | Dr. Montaury, 1.333 | 3221-3697
CURSOS
MÚSICA l Coro da Universidade de Caxias do Sul | Sábado, 20h30 | No espetáculo Terra, 13 canções de um repertório popular gaúcho, brasileiro e latino-americano versando sobre o ser humano. UCS Teatro R$ 5 | Francisco Getúlio Vargas, 1.130 | 3218-2309 l Esuli, profughi, rifugiati e (in una parola) migranti | Domingo, 20h | Quem quer descobrir como funciona uma conferência-espetáculo terá sua chance na abertura do III Simpósio Internacional e XI Fórum de Estudos Ítalo-Brasileiros. O professor e pesquisador italiano Emilio Franzina, acompanhado da cantora Patrizia Laquidara e do bandoneonista Mirco Maistro, falará sobre o processo imigratório italiano e a história dos italianos nas Américas. UCS Teatro Entrada franca | Francisco Getúlio Vargas, 1.130 | 3218-2309 l Nanetto: A Saga e a Aculturação de um Imigrante | Quinta (17), 20h | O personagem Nanetto Pipetta vai ao palco em forma de boneco, pelas mãos do Grupo Nazareno de Bonecos, mostrando do que é feito um imigrante: uma mistura de culturas. Acompanhando o Sul Paion, o boneco interage com a plateia e canta junto com os sons representando diversas etnias e culturas, como alemã, polonesa, gaúcha – onde Nanetto dança chula e toca gaita – e brasileira. Palco dos Trilhos R$ 10 (público em geral) e R$ 5 (estudante e sênior) | Dr. Augusto Pestana, s/n° | 3901-1288 ou 3901-1388 l Orquestra de Madeiras e Coral Municipal | Domingo, 20h, e segunda (14), 20h30 | Para encantar os corações, seja dos beatlemaníacos acompanhando cada acorde, seja de quem conhece pouco da banda, o espetáculo Beatles – A Razão & A Paixão faz novas apresentações, acompanhadas por dois dan-
çarinos da Cia. Municipal da Dança. Teatro Municipal R$ 10 (público em geral) e R$ 5 (estudante e sênior) | Dr. Montaury, 1.333 | 3221-3697
Teatro | Paranoia
l Rock Parque | Sábado, a partir das 14h | Os trilhos recebem 8 bandas tocando músicas próprias (Hábitos Groove, Greek Van Peixe, Graal e Cucas Tortas) e covers (Pinhead, Agente Ed, Herdeiros e AC/DC Cover RS). Palco nos Trilhos – Estação Férrea Entrada Franca | Dr. Augusto Pestana, s/n° | 3901-1386 ou 3901-1388
As luzes focam a plateia. Não só algum elemento cênico diferenciado, um efeito. Elas apontam para como somos, fomos, nos comportamos. Como queremos ser, como evitamos aparecer. Talvez nem seja tão filosófico assim. Mas que tem o dedo apontado na direção do umbigo, isso tem. Com autoria e direção de Márcio Ramos, Paranoia tem ele e mais sete atores perambulando em cena. São esquetes, cada uma trazendo alguns dos anseios mais comuns ao ser humano. A peça, que estreou no final de 2008 – ano em que o pessoal da Cia 2 passou ensaiando e se preparando para ela –, terá suas últimas apresentações neste final de semana. Últimas na cidade, pelo menos. Será inscrita em festivais para ultrapassar os limites citadinos. E merece alcançar novos públicos, já que por mais espalhadas que estejam no mundo, as pessoas têm tanto em comum que nem fazem ideia. É uma daquelas peças para se identificar, seja na risada contida, na gargalhada,
Para rir descaradamente por CÍNTIA HECHER
TAMBÉM TOCANDO - Sábado: Dinamite Joe. Rock. 23h. Portal Bowling – Martcenter. 3220-5758 | Isaac & Beta. Pop rock. 22h. Badulê American Pub. 3419-5269 | Izequiel Carraro. Pop/música eletrônica. 23h. La Boom Snooker. 3221-6364 | Leandro Daros. Música romântica. 21h30. Zarabatana Café. 3901-1316 | Lovers. Música eletrônica. 23h. Studio 54 Mix. 9104-3160 | Na Kdência. Pagode. 23h. Move. 9198-3592 | Oltz. Pop rock. 23h. Pepsi Club. 3419-0900 | Os Oitavos. Indie rock. 21h. Aristos London House. 3221-2679 | Projeto Acme. Música eletrônica. 22h. Havana Café. 32156619 | Queen Tribute. Rock. 22h30. Mississippi Delta Blues Bar. 3028-6149 | Só Creedence e Bigger Band (Rolling Stones Cover). Rock. Roxx Rock Bar. 3021-3597 | ToolBox. Hard rock. 23h. Vagão Bar. 3223-0007 | Vini e Isack. Rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Domingo: DJ Castor. Música eletrônica. 17h. Zarabatana Café. 3901-1316 | Segunda (14): Festival Contramão. Rock. 23h. Vagão Bar. 3223-0007 | Terça (15): July e Fúlvio. Pop rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Uncle Cleeds. Blues. 22h30. Mississippi Delta Blues Bar. 3028-6149 | Quarta (16): Gustavo Reias. Pop. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Só Batidão. Sertanejo universitário. 23h. Portal Bowling – Martcenter. 3220-5758 | Quinta (17): Fabrício Beck e DJ Mono. Pop. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Rafa Gubert e Tita Sachet. Blues. 22h30. Mississippi Delta Blues Bar. 3028-6149 | Sexta (18): Dan Ferretti. MPB. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Flávio Ozelame Trio. Blues. 22h30. Mississippi Delta Blues Bar. 3028-6149 | Fullgas. Pop rock. 23h. Portal Bowling - Martcenter. 3220-5758 | Agente Ed, Ampex e Graal. Rock. 23h. Vagão. 3223-0007. Fotos: Lorenzo Guasti, Divulgação/O Caxiense
l Especialização em Cinema: Significação Fílmica e Fazer Cinematográfico | Até 30 de junho | A Universidade de Caxias do Sul, que já oferecia noções e técnicas de cinema para os cursos de Comunicação, promete aprofundar os conteúdos teóricos e práticos da sétima arte, como história do cinema mundial, cores, fotografia e roteirização. Entre os nomes do corpo docente estão os cineastas Carlos Gerbase e André Constantin e os professores Fernando Mascarello (Unisinos) e Myra de Oliveira Gonçalves (UFRGS/UCS). A coordenação é da professora Eulália Isabel Coelho. As aulas serão de agosto deste ano a julho de 2012. Como ato final, um curta-metragem será realizado pela turma. Secretaria-Geral de Pós-Graduação UCS
24 parcelas de R$ 316 | Francisco Getúlio Vargas, 1.130, Galeria Universitária | 3218-2800
Douglas Trancoso, Div./O Caxiense
radores de Caxias receberão uma homenagem pela contribuição à arte popular: uma placa de acrílico com sua foto impressa e palavras sobre amor e dedicação à arte. Estação Férrea Entrada franca | Dr. Augusto Pestana, s/n° | 3901-1388
O músico Mirco e a cantora Patrizia acompanham o pesquisador italiano Emilio Franzina em uma conferência-espetáculo, na UCS
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no choro deslavado. No sentido descarado da palavra. Este até é um bom adjetivo para a montagem como um todo. Sem compromisso com regras, frases feitas, pré-conceitos e sisudez. Como subtítulo, carrega a expressão sit down comedy, ideia de Márcio que é contraponto ao agora popular (mas nem sempre competente) stand up comedy. Em Paranoia, todo mundo fica é sentado mesmo. Mas nem só de comédia se vive. Mesmo que existam momentos hilários, há os instantes reflexivos. A solidão é assunto frequente, sendo o medo dela uma das inspirações. Uma dos esquetes é exatamente sobre isso, o que obriga o espectador a olhar para si e questionar-se “eu me basto?”. Gonzaguinha disse que ninguém é feliz sozinho, nem o pobre nem o rei. Tom Jobim corrobora, em Wave, de maneira mais enfática: “é impossível ser feliz sozinho”. Paranoia, como bem alerta com nome, provoca a discussão interna, amplia o “será?”. Situações cotidianas são o que aproximam o público, que acena que sim com a cabeça em várias das situações, desde conversas em banheiro público, secretária de empresa ao telefone, até durante uma festa. Com piadinhas que vão da delicadeza da cantora Sandy ao pavor que a falta de luz traz aos solitários, o espetáculo se constrói, com atuação marcante de talentosos atores da cidade que se vestem com uma roupa cor de pele, nude mesmo. Para marcar mais ainda aquela história de que, na verdade, somos todos iguais. No fundo, tememos o mesmo. l Paranoia | Sábado e domingo, 20h | A sit down comedy da Cia 2 faz suas últimas apresentações na cidade. Esquetes apresentam o que há de engraçado e trágico no comum. Teatro do Sesc R$ 10 (geral) e R$ 5 (estudantes, sênior e comerciários) | Moreira César, 2.462, Centro | 3221-5233 12 a 18 de junho de 2010
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CONVERSA
N
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Noturna por NATALIA BORGES POLESSO
ão deixe que eles levem. O quê? O meu braço... eles começam pelo braço... Começam o quê? A levar, acabar com a pessoa. Primeiro eles levam o braço e depois o resto. Do que tu tá falando? Tu tá bem. Não. Eles querem levar o meu braço, como eu posso estar bem? Mas o que tu sente? Uma dor estranha, como se alguém estivesse tentando arrancar meu braço. Qual braço? Faz diferença? ... Silêncio... Eles estão bem aqui. Aqui onde? Aqui, no quarto, esperando eu me distrair, não me deixa dormir! Eu não quero dormir, eu não posso dormir! Certo, certo, te acalma. Não tem ninguém aqui, não tô vendo nada. É claro que tu não tá vendo, não se pode vê-los! Lógico! Lógico por quê? Shhhhh! Ai, meu braço! O que foi? Eles levaram um pedaço, olha! Olha o quê? Onde? Aqui, bem aqui? Cadê
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o pedaço que deveria estar aqui? Está tudo aí. Não! Este pedaço não está. Me mostra. Olha, tem um vão aqui... eu sabia, droga! Não tem nada de errado com o teu braço, volta a dormir. Tenho que te dizer uma coisa. O quê? Meu braço tá doendo. É? Não é bem o braço, é esta parte das costas que junta com o braço, aqui ó. O que tá sentindo? É... é ... como se alguém estivesse tentando arrancar um pedaço. Eu te falei! Eu sei. Eles ainda estão aqui, bando de mercenários! Não, não... eu devo ter dormido de mau jeito... ai. O que foi? Uma coisa estranha, eu tô sentindo um vazio. É assim, eles já levaram um pedaço teu. Não. Está tudo normal, creio... Olha aqui pra mim. Não se pode ver por fora... as coisas continuam como elas parecem, o que muda é por dentro. Dentro? Sim, esse vazio, eles já levaram... é triste, mas em breve você vai estar oca. Quê?
Beatriz Balen Susin | Sem título |
Das pessoas que observa nas ruas, entre filas e calçadas, Bea Balen extrai as características mais marcantes de cada indivíduo. Nas telas, os acessórios, os gestos e as cores que cada um usa para representar a si mesmo são simplificados para formar figuras que, após 43 anos de carreira, já não são corpos completos, mas, ainda assim, cheios de expressividade. Este acrílico sobre lona é uma das obras mostradas no vídeo que André T. Susin apresenta na Revista da Casa, uma mistura de expressões artísticas que ocorre sábado (12) no palco da Tem Gente Teatrando.
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Maicon Damasceno/O Caxiense
Juventude promissora
Técnico disciplinador, Carlos Eduardo de Moraes (C) repetiu sucesso da Copa SP mesmo com a metade da equipe renovada
ESCOLA DE
CRAQUES N
por FABIANO PROVIN fabiano.provin@ocaxiense.com.br o primeiro mês do ano, uma campanha histórica na Copa São Paulo de Futebol Júnior. Até então, o melhor resultado do Juventude na competição havia ocorrido no ano de estreia (5º lugar), em 1994, quando o time de Lauro, Baggio e Humberto fora eliminado nas quartas de final pelo Guarani-SP de Luisão e Amoroso. Em 2010, o alviverde chegou à inédita semifinal (acabou em 4º). Em sete jogos, foram duas vitórias, quatro empates e uma derrota. Passados quatro meses, a manutenção do treinador e a reformulação de 50% do plantel, novo motivo para comemorar: a equipe alviverde chegou à semifinal da Taça Belo Horizonte de Futebol Júnior. Ou seja, ficou novamente entre os quatro melhores do país – e invicto (três vitórias e quatro empates), sendo eliminado nos pênaltis pelo Coritiba. Sem falar na campanha também invicta na primeira fase do Campeonato Estadual da categoria. Sorte? Segundo o treinador Carlos Eduardo de Moraes, resultado de um trabalho sério assimilado pela gurizada. A meta era chegar à final. “Sem dúvida nosso desempenho foi muito bom. Mesmo com a reformulação de
metade do grupo em relação à equipe que disputou a Copa SP, mantivemos a estrutura de jogo”, avaliou Moraes, por telefone, enquanto se deslocava de ônibus de Minas Gerais para Caxias do Sul com a comitiva esmeraldina. Para a disputa da Taça BH foram levados 21 atletas, sendo alguns juvenis (17 anos) recém-promovidos, além do zagueiro Bressan e do goleiro Follmann, que foram para os profissionais em fevereiro, com Hiago, depois de retornar de São Paulo. “Agora, nosso plano é focar na segunda fase do Estadual, mas também não podemos esquecer da Copa SP de 2011. Nosso planejamento está definido e o grupo sabe disso”, adianta o treinador de 34 anos, formado em Educação Física pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e com especialização em Futebol. Ele trabalhou 11 anos nas categorias de base do Inter, onde conheceu Osmar Loss, hoje técnico profissional do Ju. Moraes, que exige disciplina da garotada, “mas com argumento”, lamenta o fato de não poder ter um tempo para recuperar seus atletas. Após a eliminação da Taça BH na noite de terça-feira (8), a volta para Caxias do Sul se iniciou na manhã do dia seguinte, de ônibus. A chegada ocorreu na
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Juniores do Ju ficaram entre os quatro melhores na segunda competição nacional disputada em 2010, a Taça Belo Horizonte madrugada de quinta. E neste sábado é a preparação dos jogadores forma(12) o grupo viaja novamente, para a dos nas categorias de base. Os juvenis Região Metropolitana, onde enfrentará disputaram oito partidas em 16 dias, o Estância Velha, às 15h, pelo Estadu- após uma viagem de ônibus desgastanal de Juniores. O time contabiliza 22 te para Minas que teve duração de 30 pontos em oito jogos (sete vitórias e horas. Mesmo assim, o rendimento fíum empate). No início do ano passa- sico foi uniforme. Méritos do preparado, quando Moraes chegou ao Estádio dor Cristiano Pozzer, que tem vínculos Alfredo Jaconi e assumiu o Juvenil, a com o clube desde a década de 1990, equipe conquistou 30 jogos de invenci- quando atuou como atleta na base. bilidade no campeonato gaúcho, sendo eliminada pelo Grêmio na semifinal. Com o aval de ter feito a meEm novembro de 2009, o técnico foi lhor campanha do Ju na Copa SP, promovido ao comanMoraes teve o contrado dos Juniores. to renovado em 16 de Para Moraes, a cria- “Agora, nosso fevereiro. Na época, ele ção de um ambiente plano é focar contou à direção que favorável de trabalho recebera proposta para na segunda fase é capaz de proporcioretornar ao Inter. “Esnar, gradativamente, do Estadual, mas tou bem adaptado ao o destaque de todo o também não clube e à cidade, e por grupo. “Trabalhar as podemos esquecer isso decidi ficar. Quecategorias de base é o remos seguir formanda Copa SP momento. Os clubes do jogadores com base de futebol do país que de 2011”, diz em um planejamento deixaram de apostar o treinador elaborado para abastena garotada estão volcer o time profissional”, tando a investir nesprojeta Moraes. Abasse segmento”, diz, reafirmando uma tecer o time profissional e, quem sabe, avaliação feita em dezembro de 2009, em breve, o cofre do Juventude – como dias antes de viajar com o grupo para pode ser o caso do volante Gustavo, 18 São Paulo. Um ponto enfatizado por anos, que recentemente fez testes em Moraes e por dirigentes do Juventude um clube italiano.
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Marcelo Mugnol*
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MESSI NÃO É
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PIAZZOLA
Gran Café Tortoni tem mais história do que um dia sonhou Jorge Luis Borges. Sentado em uma daquelas mesas, Borges viu e ouviu de tudo, só não as escreveu nuas e cruas porque não era um canalha como o Nelson Rodrigues. Tivessem jogado futebol, Borges seria Sócrates, de passes precisos, inventivo sem perder a sobriedade e nada efusivo; Nelson alternaria lances de rara beleza e sutileza com cotoveladas e carrinhos sem a bola, como fazia o canhoto Rivellino. Com todo respeito a Borges e seus comparsas literários, mas entender a Argentina passa pela compreensão do que é o tango. Não só a estética e linguagem dessa música estranhamente envolvente, mas como essa sonoridade influenciou outras matizes sociais, como o mundo da bola portenho. Sobretudo o tango de Astor Piazzolla, que revolucionou a música assim como Alfredo Di Stéfano fizera com o futebol argentino. Em 2010 Di Stéfano não jogará a Copa da África. Talvez a Copa com menos jogadores excepcionais dos últimos tempos. Não tanto pela safra ruim, mas em parte por contusões, e outra por birra de alguns técnicos. Ao invés de Piazzolla tivemos Shakira na abertura. Nem por isso Messi deixará de bailar. Aliás, Messi está em todas as partes na Argentina. Nas costas das camisetas oficiais, em comercial de lâmina de barbear e até em roupas de cachorro. Para ser o Messi basta pagar entre 35 pesos argentinos (versão paraguaia) e 250 pesos
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(versão original). Tem também a do Carlitos Tevez, mas dizem que não veste bem. Vuvuzelas azuis e brancas são mais fáceis de encontrar pelas ruas Florida e Corrientes ou mesmo nas esquinas da Avenida de Mayo do que alfajor Havana. Na Feira de San Telmo, no entanto, as vuvuzelas só perdem para o livro As Veias Abertas da América Latina, de Eduardo Galeano. Em qualquer banca tem um. Seja empoeirado, novinho em folha, de capa dura ou com marca de café na lombada. A Argentina estreia neste sábado (12) contra a Nigéria. De motoristas de táxi a vendedores ambulantes, de músicos a toda sorte de magnatas argentinos, todos dizem que Messi é o melhor jogador do mundo, mas sozinho não leva nada. Argentinos parecem levar mais fé no Dunga. Só acham uma mancada não ter levado Ronaldinho Gaúcho. Maradona foi craque em campo, mas fora dele é aquele tiozão que não leu Galeano, mas adora a Cuba de Fidel, fuma charuto e mantém a forma de um ex-combatente do Vietnã. Mas Maradona tem Messi, o melhor do mundo enquanto veste a camisa do Barcelona. Em contrapartida, Dunga tem Kaká, meio coxa bamba atualmente. O que todo argentino quer é vencer o Brasil na Copa, independentemente de levar o caneco, porque mandar a Seleção Canarinho pro chuveiro mais cedo é tão comovente para os argentinos quanto ouvir Adios Nonino no Café Tortoni. * Enviado especial a Buenos Aires.
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Espetáculo para 3 bilhões
Não se fala em outra coisa. Ônibus, táxi, supermercado, quitanda, trabalho... A Copa do Mundo, ou melhor, o futebol, tem essa capacidade de mexer com as pessoas. Mesmo quem não é um fanático pelo esporte mais popular do planeta tem um comentário a fazer. Será assim até o dia 11 de julho, quando conheceremos o vencedor da 19ª edição da competição aberta oficialmente na quinta-feira (10). O mundo inteiro estará de televisão li-
gada. A previsão da Federação Internacional de Futebol Associado (Fifa), entidade que administra e dita as regras do esporte, é bastante otimista: acréscimo de 14% no número de telespectadores em relação ao torneio de 2006, disputado na Alemanha. Segundo o presidente da entidade, Joseph Blatter, 74 anos, a expectativa é chegar a 3 bilhões de pessoas. É quase a metade da população da Terra, estimada atualmente em 6,8 bilhões de habitantes.
Entende?
Mas vai rachar lenha
Vuvuzelas
Insegurança
O maior jogador de futebol do mundo aproveitou a cerimônia de abertura da Copa da África do Sul para dar sua opinião sobre prováveis candidatos ao título mundial. Para Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, 69 anos, algumas equipes estão jogando um futebol bonito, como Espanha, Portugal, Holanda e Brasil. “Infelizmente, em Copas do Mundo não é sempre o futebol bonito que ganha. É difícil dizer qual time pode chegar à final. Vai ser uma grande surpresa se o Brasil for para a decisão com um time da África. Espero que isso aconteça”, opinou o Rei.
O hermano Verón, volante do argentino Estudiantes, foi convocado por Diego Maradona para a Copa. Marrento, aproveitou a coletiva de imprensa do dia 10 para cornetear os brasileiros. “Se fosse pelo samba, os de amarelo seriam sempre campeões.” Tá certo que o clima de obaoba não ganha jogo, mas qual o problema de os comandados do senhor Carlos Caetano Bledorn Verri, o popular Dunga, comerem churrasco e mandarem ver num pagode na folga? Por que o Verón não toca um tango quando não tem nada para fazer? Eduardo Martins, Ag. A Tarde, Folhapress/O Caxiense
Copa 2010
Fabiano Provin
Você ainda vai ouvir falar muito das vuvuzelas, as cornetas assopradas insistentemente em qualquer lugar da África, principalmente dentro dos estádios. No dia 9, uma campanha parou o país, e a população soprou o instrumento simultaneamente ao meio-dia. O “vuvuzelaço” foi só uma amostra do que está por vir.
Notícias de assaltos divulgadas por agências de notícias internacionais têm preocupado o governo de Joanesburgo. Os casos mais recentes foram registrados em hotéis que tinham jornalistas como hóspedes. Equipamentos eletrônicos são o alvo principal, por serem facilmente revendidos.
Pode guardar a tinta
Xavi Hernández, habilidoso meia da seleção espanhola, está tão confiante em uma boa campanha da Fúria na Copa que fez uma promessa, após ser desafiado por um torcedor: se a Espanha ganhar o torneio, ele pintará o cabelo com as cores da bandeira – amarelo e vermelho. Posso errar, mas acredito que a Espanha não
chega novamente. É um time que sempre morre na praia. Mas a promessa que eu não quero que seja cumprida é a do técnico argentino Maradona. Ele disse que se sua equipe sagrar-se tricampeã mundial irá correr pelado em torno do Obelisco, monumento erguido no 4º centenário de Buenos Aires.
Curiosidades
Como estamos em época de Copa do Mundo, nada melhor do que atualizar seus conhecimentos gerais sobre o segundo maior evento esportivo do planeta (o primeiro é a Olimpíada): - O recorde de gols em Copas é do francês Just Fontaine, com 13 gols – Luís Fabiano poderia acabar com essa marca em 2010, não acham?
- O Brasil é o único país que participou de todas as Copas (viu, Verón, e com samba). - O Brasil é o país com mais títulos conquistados: cinco. A Itália foi quatro vezes campeã mundial. A Alemanha, três, seguida das bicampeãs Argentina e Uruguai. Inglaterra e França possuem um título cada.
Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.
Guia de Esportes
guiadeesportes@ocaxiense.com.br Claiton Stumpf, Divulgação/O Caxiense
Rafaela Conte, Divulgação/O Caxiense
por José Eduardo Coutelle
Dez quilômetros de sobe-e-desce aguardam participantes da Rústica de Caxias, domingo; time Sub-17 da UCS quer encestar o CEAT/Bira na próxima quarta, na Vila Olímpica
BASQUETE l Jogos Abertos de Basquete | Sábado e domingo, às 13h | Nove equipes, duas chaves, e muitas disputas cesta a cesta movimentam o Juvenil neste final de semana. Sede Esportiva do Clube Juvenil Entrada gratuita | Marquês do Herval, 197 l Campeonato Estadual Sub-17 | Quarta (16), 17h | Os meninos do basquete da UCS receberão a equipe do CEAT/Bira, na próxima quarta-feira. Ginásio Poliesportivo da UCS Entrada gratuita | Francisco Getúlio Vargas, s/n°, Petrópolis – Vila Olímpica
RÚSTICA l Rústica Cidade de Caxias do Sul | Domingo, 9h15 e 10h | Este será um looooongo final de semana para os inscritos na Rústica de Caxias. Eles terão que vencer 10 acidentados quilômetros. A largada e chegada estão programadas para as 10h, em frente ao largo da Estação Férrea. Os iniciantes disputarão a minirrústica de 3,4 quilômetros, que começará às 9h15. Neste mesmo percurso participarão os deficientes visuais e mentais. Para os cadeirantes, a prova será um pouco reduzida, somando 2,6 quilômetros. Largo da Estação Férrea Entrada gratuita | Augusto Pestana, São Pelegrino
FUTEBOL l Futebol Sete Master | Sábado, 9h45 e 10h45 |
A equipe da Randon, que venceu o Campeonato Sete Série A, agora aposta suas fichas nos jogadores mais experientes para levar para casa outro caneco. Sábado, 9h45: Madal x Guerra (Marcopolo), Randon x Voges (Randon), Pisani x Gpaniz (Pisani) | 10h45: Marcopolo x Fras-le (Marcopolo), Master x Lavrale (Randon), Neobus x Agrale (Pisani) Quadras da Marcopolo, Pisani e Randon Entrada gratuita | Marcopolo: Rota do Sol, Km 73, Linha São Giácomo, em frente à Euro Telhas; Pisani: Paulino Isoton, s/n, fundos da empresa, São Ciro; Randon: Estrada dos Imigrantes, s/n°, 3ª Légua l Campeonato Municipal | Sábado, 13h15 e 15h15, domingo, 13h15, 15h15 | O último jogo da segunda fase de grupos na Série Suplente definirá os times que prosseguem na competição. O Hawaí, apesar da discrepância com o clima local, está muito próximo da classificação. Venceu os dois primeiros jogos, e com um empate contra o Vindima se credencia para a semifinal. Na Série Ouro, o XV de Novembro segue na liderança, com 17 pontos, apenas um a mais que Século XX e Az de Ouro. Na Série Prata, com um empate em 2 a 2, o Bom Pastor quebrou a série de sete vitórias seguidas do Esperança – que, aliás, faz domingo o confronto mais esperançoso de todos os tempos, contra o Reino Unidos da Esperança. SÉRIE SUPLENTE - Sábado, 13h15: União De Zorzi x Águia Negra (Enxutão), São Victor Cohab x Kayser (Municipal 1) | 15h15: R. Unidos da Esperança x Cristal (Enxutão), Vindima x Hawaí (Municipal 1) | SÉRIE OURO – Domingo, 13h15: Vindi-
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ma x União De Zorzi (Municipal 2) | 15h15: Guarani x União Industrial (Enxutão), União Reolon x Londrina (Sagrada Família), Goiás x XV de Novembro (Municipal 1), Unidos x Ouro Verde (Serrano), Cristal x São Victor Cohab (Fátima), Az de Ouro x Século XX (Reno) | SÉRIE PRATA - Domingo, 13h15: Hawaí x Vera Cruz (Enxutão), Águia Negra x Mundo Novo (Sagrada Família), Uruguai x Kayser (Municipal 1), R. Unidos da Esperança x Esperança (Serrano), Atlético x Bom Pastor (Fátima), Fiorentina x Fonte Nova (Reno) Entrada gratuita l Copa União | Sábado, 13h e 15h | Este sábado será decisivo na Copa União. A equipe do Pedancino conquistou uma importante vitória por 2 a 0 no primeiro confronto da final da categoria Juvenil. Agora o São Francisco precisa vencer na casa do adversário para levar o jogo para os pênaltis. Vale lembrar que não há prorrogação. Na Sênior, a final é definida em um só jogo, na casa do melhor colocado da primeira fase, o São Virgílio. Se houver empate no tempo normal e na prorrogação, o título será resolvido nas penalidades. Juvenil, 13h: Pedancino x São Francisco | Sênior, 15h: São Virgílio x Pedancino Campo do time mandante Entrada gratuita l 8ª Copa Ipam de Futsal Feminino | Sábado, 19h, 20h e 21h e domingo, 9h, 10h e 11h | As meninas do Santa Catarina, líderes do grupo B, terão uma semana de descanso. Elas jogam apenas no dia 20 contra o São Luiz, 2ª colocado do mesmo grupo. Estas terão como teste enfrentar a equipe B da escola neste domingo, às 11h.
Sábado, 19h: União Flores da Cunha x ACBF (Santa Catarina) | 20h: Aparecida x União Caxias Futsal | 21h: União FC’B’ x FZ Futsal (Santa Catarina) | Domingo, 9h: Pradense x União FC’B’ (UCS) | 10h: Pôr do Sol x Independente Serrano (UCS) | 11h: São Luiz x Santa Catarina B Ginásio do Santa e UCS Entrada gratuita | Matheo Gianella, 1.160, Santa Catarina e Francisco Getúlio Vargas, s/n°, Vila Olímpica, Petrópolis l Campeonato Citadino Adulto | Terça (15) e quinta (17), às 19h45 e 20h45 | Nos primeiros jogos da segunda fase, Águia Negra e Associação Caxias lideram seus grupos, ambos com 4 pontos. As partidas da semana completam a segunda rodada. Terça, 19h45: Os Deva x Puma Futsal | 20h45: SER Real x Marechal Floriano | Quinta, 19h45: Arsenal x Associação Caxias | 20h45: Planalto x São Vicente Enxutão Entrada gratuita | Luiz Covolan, 1.560, Santa Catarina
JOGOS DE MESA l Jogos Abertos | Inscrições até a próxima terça (15) | Encontrem suas raquetes e seus velhos botões. As inscrições para o tênis e o futebol, ambos de mesa, estão abertas até a próxima terça-feira (15). Ainda dá tempo para treinar um pouco e não fazer feio. Os Jogos Abertos serão realizados nos dias 19 e 20 de junho. Aproveite, as inscrições são gratuitas! Secretaria Municipal de Esporte e Lazer Inscrições gratuitas | 20 de Setembro, nº 2.721, São Pelegrino 12 a 18 de junho de 2010
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Fotos: André T. Susin/O Caxiense
Questões políticas
Voges bem que tentou dissuadi-lo, mas o presidente do Conselho, Ovídio Deitos (D, sentado), já decidiu: “Deixo o clube melhor do que encontrei e isso me deixa feliz”
SÓCIO É ELEITOR
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por MARCELO MUGNOL marcelo.mugnol@ocaxiense.com.br
svaldo Voges, presidente do Caxias, quer reeleger-se. Não porque enxerga no futebol uma porta de entrada para a política. Aliás, Voges tem repetido isso sempre que o Caxias apresenta aos torcedores alguma novidade no clube, da reforma da sala de musculação ao novo centro de treinamentos, que inaugura na segunda-feira (14). Voges apenas está mantendo a sua palavra, firmada em 14 de fevereiro de 2007, quando disse ao presidente do Conselho Deliberativo, Ovídio Deitos, que comandaria a reestruturação do Caxias por 15 anos. Em 13 de agosto do mesmo ano, Voges assumia a presidência. Na Era Voges, o Caxias começou a entender o que significa gestão profissional. O presidente nunca desdenhou do passado, até porque, mesmo aos trancos e barrancos, o esquadrão grená ergueu a taça de Campeão Gaúcho em 2000. Voges nunca se compara a Francisco Stédile, reconhecido por muitos como o grená mais importante, que não deu apenas um estádio aos torcedores, mas contribuiu para dar uma identidade a um novo clube que surgia depois do Flamengo e da Associação Caxias de Futebol (ACF). “Ainda não
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sou um presidente de títulos. Ainda não, mas a cada ano que passa pensamos mais em futebol e menos nas dívidas”, sintetizou Voges no dia seguinte à surpreendente não eleição. Voges quer reeleger-se. Na data marcada, mesmo dia da abertura da Copa do Mundo da África, aproveitaria o embalo e a convocação dos sócios e conselheiros para votar duas alterações no estatuto. Primeiro, o mandato do presidente e presidente do Conselho Deliberativo deixaria de ser de três para ser de dois anos. Segundo, seria criada mais uma vice-presidência. No entanto, como na história grená nada é fácil e é preciso sempre um tom dramático no enredo, a eleição não ocorreu por falta de quórum.
“O estatuto do Caxias hoje é adaptado a uma condição do Clube dos 13. É porque se amanhã ou depois o Caxias quiser participar do Clube dos 13, já está com o estatuto certo. Mas para proceder uma alteração dessa ordem precisamos de pelo menos 1/3 do total de sócios, que hoje está em 3.600, ou seja, 1.300 deveriam ter participado ou, em segunda chamada, pelo menos 100 associados. E não tivemos esse número”, explica Ovídio Deitos, atual presidente do Conselho Deliberativo,
Por falta de quórum, Caxias adia a reeleição de Osvaldo Voges
que sairá de cena na próxima gestão. Ovídio conversou pessoalmente com Osvaldo Voges, explicando os motivos da sua saída da presidência do Conselho. “Preciso de mais tempo para mim, tenho muitas atribuições na empresa e não posso ficar mais. Penso que outras pessoas devem entrar para fazer a sua parte, com ideias novas. Sei da responsabilidade que tive, deixo o clube melhor do que encontrei e isso me deixa feliz.” Voges relutou, mas acabou entendendo os motivos. Quando ninguém mais dava um tostão furado pelo Caxias, quando o cenário era de terra arrasada (pra ser fiel à narrativa melodramática que descreve a história grená, como se fosse um tango de Carlos Gardel), Ovídio, com uma pastinha embaixo do braço, encontrou Voges. E na época a Metalcorte virou não apenas a marca que estamparia a camisa grená, mas a consagração do milagre. “Sei que fui importante, mas não o único. Coube a mim apenas estar à frente de um grupo que buscava uma solução para o Caxias”, pondera Ovídio, do alto de sua simplicidade. Ovídio e Voges descartam qualquer complô nessa assembleia com menos de 100. “O estatuto é moderno demais pra gente”, brinca o pre-
sidente. “Na verdade, falando sério, tenho de agradecer ao Conselho, porque não havíamos nos dado conta de que era preciso ter pelo menos 100, entre sócios e conselheiros. Minutos antes de começar a assembleia dois ou três conselheiros nos alertaram. Se ratificássemos a alteração do estatuto e a eleição, com aquele quórum, iríamos criar um problemão. Porque não pode, tá no estatuto, tem de ser o mínimo de 100. E como tudo é transparente no Caxias desde que assumi, não seria agora que iria fazer diferente”, justifica Voges. Ovídio antecipa que em 15 dias deve ocorrer uma nova convocação. “Cada um dos conselheiros e sócios que esteve na assembleia disse que vai ajudar a trazer mais pessoas para a reunião”, acrescenta. Para Voges, a não eleição é mais um aprendizado. “Assim como os brasileiros estão aprendendo a tomar decisões políticas, o sócio do Caxias tem de aprender também”, disse, reconhecendo que faltou comunicação por parte do clube. Na hora do voto, faltou torcida: “Ninguém lê edital em jornal e gastamos um dinheirão com isso. Faço porque está na lei. Mas temos de criar outras alternativas. Nem todos conselheiros usam e-mail. Talvez a saída seja distribuir panfletos, mas o boca a boca é que vai ter de funcionar”, diz Voges.
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Renato Henrichs renato.henrichs@ocaxiense.com.br
Marketing
A construção do Sistema Marrecas segue um longo ritual estabelecido pelo Samae. Depois de cerimônias para abertura de licitação, para anúncio dos vencedores e para assinatura do contrato, sem contar tantos outros lançamentos para a realização de adutoras e estações de tratamento, chegou a vez da solenidade oficial de ordem de início da represa propriamente dita. Será no próximo dia 27.
Enfim, a posse
O professor José Carlos Köche assumirá a vice-reitoria da Universidade de Caxias do Sul apenas no dia 18 (sextafeira próxima). Preferiu-se aguardar o retorno de viagem ao exterior do exvice para a transmissão do cargo.
Mais Pompéia
Vereadores aprovaram ampliação das instalações do Hospital Pompéia, passando por cima da legislação que regulamenta a ocupação dos espaços urbanos de Caxias do Sul. Tudo em nome de uma boa causa: a direção do Pompéia construirá novo prédio para abrigar 50 leitos de traumato-ortopedia, mais 10 vagas na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). A ampliação vai minimizar os problemas enfrentados hoje pelos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS).
Vereador Édio Elói Frizzo (PSB), presidente da Liga Carnavalesca de Caxias do Sul, ao anunciar uma feijoada para arrecadar recursos para o Carnaval 2011
perguntas para
Francisco Ferrer
O administrador do Pompéia comemora autorização da Câmara de Vereadores para ampliação do hospital
O que significa, na prática, essa autorização aprovada na Câmara? Na realidade, fomos autorizados a ampliar o índice construtivo do Pompéia, que estava estrangulado. Agora poderemos obter financiamento do BNDES, na ordem de R$ 7 milhões, para a construção de nova unidade de trauma-ortopedia e para ampliação da UTI. São setores que apresentam hoje enorme demanda. Além disso, será construído um edifíciogaragem, na Marechal Floriano com a Pinheiro Machado. Hoje, o acesso de pacientes, familiares, médicos e dos 1.200 funcionários ao hospital está quase impossível. Essas obras vão comemorar os 100 anos do Pompéia, fundado em 1913? Elas deverão estar concluídas antes disso. Estimamos que teremos condições de iniciá-las a partir de outubro. A UTI, que é mais premente, deverá ficar pronta em meados do próximo ano. A área de traumato vai demorar um pouco mais. Agora em agosto, quando o hospital completa 98 anos, estaremos entregando a ampliação do pronto-socorro,
Tiro no pé
Vereadores derrubaram novo parecer contra a eleição de subprefeitos. A Comisão de Constituição e Justiça da Casa, presidida por Gustavo Toigo (PDT), entende que a nomeação de cargos de confiança é uma prerrogativa do gestor – no caso, o prefeito. Muitos vão além: acreditam que a proposta da bancada petista da Câmara poderá se constituir, no futuro, em um tiro no pé.
Outro foco
Retirada de moradores de área invadida no bairro Planalto não resolve o problema, que terá o encaminhamento de solução somente quando o tema passar de vez da área policial para o segmento habitacional.
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com mais 134 metros quadrados, e também a reforma do laboratório de análises clínicas e ampliação da área de diagnósticos. Tudo construído com recursos de emendas parlamentares e também investimentos próprios, a fim de proporcionar melhor atendimento. Qual é a média de atendimento no Pompéia? São 1.500 internações por mês. Só no pronto-socorro, mais 1.400 atendimentos por mês. No ambulatório, outros 3.200 atendimentos mensais. Nos 302 leitos do hospital, há uma ocupação média de 92%. A UTI está com 100% da ocupação dos leitos – e por isso a necessidade da obra. Os avanços tecnológicos nas cirurgias de alta complexidade, por exemplo, impõem uma disponibilidade maior de leitos. Na área de traumato, há 114% de ocupação. Esses 14% são atendidos em cadeiras, macas, onde der. A área de traumato aumentou muito nos últimos tempos. E há uma explicação para isso: a questão da saúde está diretamente ligada à violência dos nossos dias, à violência do trânsito, à violência doméstica ou da drogadição.
Feijão carnavalesco
De falta de organização prévia é que o Carnaval de rua caxiense não sofre. Ao contrário, a atual Liga Carnavalesca cuida de todos os detalhes para oferecer no ano que vem uma festa à altura da cidade – e sem questionamentos. No próximo dia 9 de julho, será realizada uma feijoada para arrecadação de fundos a serem destinados aos preparativos do Carnaval do ano que vem. O presidente da Liga Carnavalesca, vereador Édio Elói Frizzo (PSB), não esquece, porém, dos problemas herdados. “Queremos resolver também as pendências financeiras de anos anteriores”, garante Frizzo.
Licenciada
A deputada estadual Marisa Formolo (PT) não aparece como integrante do Conselho Diretor da Fundação Universidade de Caxias do Sul no site da UCS. Candidata à reeleição, Marisa preferiu licenciar-se da função de representante do Ministério da Educação (MEC) no Conselho a fim de evitar qualquer questionamento durante a campanha eleitoral. Mesmo que o papel de conselheira da fundação da universidade seja exercido sem qualquer remuneração.
Bem Brasil
Por exigência regimental, a sessão ordinária da próxima terça-feira, dia 15, da Câmara de Vereadores iniciará normalmente às 17h, mas com um artifício. O presidente Harty Moisés Paese (PDT) abrirá a sessão no meio do primeiro jogo da Seleção Brasileira, contra a Coreia do Norte, na Copa do Mundo. Em seguida, a sessão será suspensa, para ser retomada logo depois que acabar o jogo. Greice Tedesco, Divulgação/O Caxiense
Tudo indica que Caxias do Sul continuará em alta no Senado Federal. Dos três representantes atuais do Estado, dois são caxienses. Além de Pedro Simon (PMDB), que permanecerá por mais quatro anos em Brasília, dois políticos nascidos em Caxias do Sul buscam vaga como senador: o também peemedebista Germano Rigotto e o petista Paulo Paim (que concorre para mais oito anos). Outros dois caxienses permanecem cogitados para suplentes: o ex-prefeito Mário Vanin (na chapa da progressista Ana Amélia Lemos) e Abigal Pereira (PC do B). A ex-candidata a vice-prefeita na eleição municipal passada foi lembrada para suplente do petista Paim.
Queremos fazer um espetáculo bonito
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Suplentes
Equívoco Realizada pela Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC), com participação de outras entidades empresariais, educacionais e comunitárias da região, a segunda edição do Seminário de Transporte Ferroviário de Cargas, só merece elogios. O evento foi no ponto ao reconhecer, em documento oficial, o equívoco histórico cometido com a desativação do transporte ferroviário, “em favor de iniciativas nacionais estrategicamente voltadas à adoção do sistema rodoviário”.
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