Edição 33

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HISTÓRIA PRECIOSA

Antes do vinho, Caxias fabricava cervejas como Pérola, Zebú, Caxiense Branca e Crioula Dupla |S17 |D18 |S19 |T20 |Q21 |Q22 |S23

Caxias do Sul, julho de 2010 | Ano I, Edição 33 | R$ 2,50

Roberto Hunoff: as empresas daqui entre as Melhores e Maiores da revista Exame | Deixa para depois: as importantes decisões que terão de aguardar a eleição passar | O que não está nos livros: histórias cotidianas da Biblioteca Municipal

RUMO À

SÉRIE B

André T. Susin/O Caxiense

A dupla CA-JU começa sua escalada para deixar para trás a terceira divisão nacional


Índice

www.OCAXIENSE.com.br

A Semana | 3

As notícias que foram destaque no site

Roberto Hunoff | 4

A matéria de capa retratou muito bem o crescimento de construções, loteamentos e, por que não dizer, uma nova realidade que está surgindo.

Marcopolo, Randon, Agrale e mais empresas da cidade e região estão no ranking da revista Exame

Tática política | 5

Fotos: André T. Susin/O Caxiense

Na época de caça ao eleitor, decisões polêmicas são deixadas para depois

Fonte do saber | 7

As histórias dos mais de 60 anos da Biblioteca Pública Municipal

Artes | 9

O jogo de palavras de Jônatas e o jogo de cena de Vitor Hugo

Passado engarrafado | 10

Cristian Rodrigues

@CianaMoraes @ocaxiense A Edição desta semana está ótima como sempre! Adorei a matéria dos versos filosóficos! #edição32 @Deiasusin @ocaxiense linda a matéria sobre Jayme Paviani! Parabéns! #edição32

Os registros da cervejaria que fabricava a famosa Pérola estão preservados

Guia de Cultura | 12

Festival celebra o rock e exposição mostra a arte da (in)sanidade

@mfurlann o @ocaxiense está se transformando no melhor jornal da Serra Gaúcha. Excelente #edição32

à moda antiga | 14

Forqueta faz uma festa familiar para homenagear as tradições e o vinho novo

Liberdade de Expressão | 15

@leandroucs As campanhas de assinatura do @ocaxiense não param. Logo logo todos em Caxias serão pegos por alguma dessas ações.

Quadrinhos | 16

@thesunrises muito boa notícia, @ocaxiense acho maravilhoso que haja a associação de livreiros!!! #associaçãodelivreiros

Estudantes do Cetec utilizam os palcos para explorar a capacidade de aprender e de conhecer a si mesmos Personagens inesquecíveis da Copa do Mundo

@josemar_almeida @ocaxiense como muitos outros problemas sociais, o assunto AIDS deve ser tratado sim, desde cedo, junto às crianças! #edição31

Guia de Esportes | 17

De campo, de salão, de mesa, profissional e amador: o fim de semana é de futebol

Dupla CA-JU | 18

A rivalidade empurra Caxias e Juventude na briga para subir à Série B

O fotógrafo André T. Susin registrou o trabalho dos estudantes do Cetec durante o festival que lembrou Cleópatra, Santos Dumon, Chico Xavier e outras personalidades históricas.

Copa 2010 | 23

Ganso, polvo e muitos números no balanço do Mundial

Imagens da época da cervejaria Leonardelli complementam a reportagem publicada nesta edição. Assista em www.ocaxiense.com.br.

Expediente

Redação: André Tiago Susin, Cíntia Hecher, Fabiano Provin, Felipe Boff (editor), Graziela Andreatta, José Eduardo Coutelle, Luciana Lain, Marcelo Aramis (editor assistente), Marcelo Mugnol, Paula Sperb (editora), Renato Henrichs, Roberto Hunoff e Valquíria Vita Comercial: Leandro Trintinaglia e Cláudia Pahl Circulação/Assinaturas: Tatyany Rodrigues de Oliveira Administrativo: Luiz Antônio Boff Impressão: Correio do Povo

Assine

Para assinar, acesse www.ocaxiense.com.br/assinaturas, ligue 3027-5538 (de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h30 às 18h) ou mande um e-mail para assine@ocaxiense.com.br. Trimestral: R$ 30 | Semestral: R$ 60 | Anual: 2x de R$ 60 ou 1x de R$ 120 Jornal O Caxiense Ltda. Rua Os 18 do Forte, 422, sala 1 | Lourdes | Caxias do Sul | 95020-471 Fone 3027-5538 | E-mail ocaxiense@ocaxiense.com.br www.ocaxiense.com.br

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O Caxiense

17 a 23 de julho de 2010

Agradecemos | Bruno Vaz, Eduardo Vaz, Guilherme Comim, Rogério Censi e Matheus Corrêa. Erramos | O nome do álbum recém lançado da banda Anaxes é Antithesis, diferentemente do publicado na edição 32. Retificamos | Diferentemente do informado na reportagem sobre a expansão de Caxias (Crescimento para todos os lados), na edição 32, os loteamentos Vila Lobos e Vergueiros encontram-se em processo de regularização, mas ainda não são loteamentos regulares. A arquiteta e urbanista Sandra Mara de Brum, da Secretaria de Planejamento, também esclarece o que quis dizer com a declaração de que “Caxias e Farroupilha vão se integrar e nem vai dar para saber qual é qual”: “No futuro poderá haver um processo de conurbação, isto é, a unificação da malha urbana de Caxias e Farroupilha, em consequência de seus crescimentos geográficos. Talvez haja dificuldade em se identificar visualmente os limites físicos entre os dois núcleos urbanos, pela integração entre ambos, como citamos, a exemplo do que ocorre hoje entre Canoas e Porto Alegre”.

Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.


A Semana

paula.sperb@ocaxiense.com.br Divulgação/O Caxiense

editado por Paula Sperb

O tão esperado cinema 3D deve chegar a Caxias ainda neste mês no GNC, conforme anunciou o Shopping Iguatemi

SEGUNDA | 12 de julho Copa 2014

Fifa reserva em hotéis em Caxias do Sul

salas com a novidade, que deverão ser inauguradas só em dezembro.

Ordovás terá sessões de cinema para cegos

A Copa do Mundo de 2010 mal acabou e Caxias do Sul já tem hotéis reservados pela Fifa para 2014, quando a Copa será realizada no Brasil. A reserva de 203 leitos em quatro hotéis da cidade (Bela Vista Parque Hotel, Intercity Premium, Norton Express e Personal Royal Hotel) deixa hoteleiros otimistas e fortalecem a candidatura de Caxias a subsede. Em 2009, o representante da Match Paul Whelan esteve em Caxias e conversou com representantes da rede hoteleira. Segundo Geremias Rech, diretor de política turística e enogastronomia da CIC, a empresa suíça está coletando informações no Brasil há dois anos.

Enquanto muitos poderão se divertir com o 3D, deficientes visuais também irão usufruir da sétima arte. O Projeto Cinema AD exibirá filmes com audiodescrição (AD) no Centro de Cultura Ordovás. A primeira sessão será no dia 7 de agosto, às 15h. A Associação de Pais e Amigos dos Deficientes Visuais (Apadev) vai ajudar o Centro de Cultura a preparar material de divulgação em braile. Os filmes AD são distribuídos pela Programadora Brasil, ligada ao Ministério da Cultura, a preços populares – alguns chegam a custar R$ 10. Até agora, além da Apadev, a Associação Educacional Helen Keller confirmou presença no projeto.

TERÇA | 13 de julho

Caxias terá 10 novas bibliotecas comunitárias

Cultura

Iguatemi anuncia cinema 3D para julho

O Shopping Iguatemi anunciou terça que a tecnologia 3D vai estrear em Caxias ainda neste mês de julho. O equipamento dos Estados Unidos já está na cidade para ser instalado no GNC Cinemas. Até o final do ano serão três salas 3D na cidade. O San Pelegrino Shopping, que abrirá em 30 de setembro, terá mais duas

A literatura estará ainda mais próxima dos caxienses. O município ganhará 10 novas bibliotecas comunitárias. Os moradores de Santa Lúcia do Piaí e do Belo Horizonte poderão consultar o acervo a partir deste sábado (17).

Política

Procuradoria pede impugnação de Mauro Pereira O vereador Mauro Pereira (PMDB),

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que concorre a deputado federal, terá que se defender no Tribunal Regional Eleitoral (TRE). A Procuradoria Regional Eleitoral (PRE) pediu ao TRE a impugnação da candidatura em função da rejeição da prestação de contas da eleição passada. O TRE deve decidir até o dia 5 de agosto. Mauro atribuiu a algum equívoco da Procuradoria a presença de seu nome na lista das candidaturas ameaçadas, pois diz não ter sido candidato em 2006. Segundo a Procuradoria Regional Eleitoral do RS, ocorreu um erro de digitação no texto do pedido de impugnação, onde está escrito “contas referentes às eleições de 2006”, o correto seria 2008.

QUARTA | 14 de julho Negócios

Livreiros criam associação

Quinze livrarias estão unidas para fortalecer o mercado de livros da cidade. A Associação de Livreiros Caxienses teve sua primeira assembleia geral no dia 6. A entidade irá participar da organização da Feira do Livro (1º a 17 de outubro). Segundo o presidente da nova associação, Cristiano Bartz Gomes, que é consultor da área de livros da Livraria do Maneco, a união dos estabelecimentos não podia mais ser adiada. Além de organizar o mercado livreiro de Caxias do Sul, o presidente promete atividades para os amantes da leitura.

QUINTA | 15 de julho Justiça

Processos podem ser consultados no Prataviera

Consultar processos, retirar documentos e protocolar ações pode levar bastante tempo. Para facilitar a rotina de advogados, o Espaço Judiciário funciona desde o dia 9 na sala 215 do Shopping Prataviera. A iniciativa segue Porto Alegre, que possui serviço semelhante no Shopping Praia de Belas.

Arte

Maior grupo de painéis artísticos da América Latina

Serão 15 painéis – 4 foram apresentados na última sexta (8) – de 2,7m x 1,8m, que integram o Monumento Epopeia do Imigrante. A obra foi idealizada pelo padre João Leonir Dall’Alba e ganha forma pelas mãos de Jesiel Bellini.

SEXTA | 16 de julho Economia

Oferta de emprego cai 40%

A geração de novos empregos em Caxias caiu 40% em junho na comparação com maio. Houve saldo positivo de apenas 572 vagas entre admissões e demissões, o menor número do semestre.

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O Caxiense

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Roberto Hunoff roberto.hunoff@ocaxiense.com.br

Primeiros 15

Galgando posições dentre as maiores A edição especial da Revista Exame do mês de julho apresenta o ranking nacional das Melhores & Maiores, em que Caxias e região tem posição destacada dentre as 1.000 relacionadas. A melhor colocada é a RGE no 136º lugar. Tem as companhias da Marcopolo, Randon, Colombo (Farroupilha), Vipal (Nova Prata) e Suspensys, estas no grupo das 500. Desta posição até a milésima apare-

A BitcomNet, provedora de serviços de internet, completa 15 anos de atividades neste sábado (17). O diretor do Grupo Visão, ao qual pertence a empresa, Fabiano Vergani, destaca que atualmente a organização está presente em praticamente todas as regiões do Estado.

Fim de festa

cem Agrale, Fras-le, Meincol (que não constava em 2008), Tramontina Cutelaria (Carlos Barbosa), Guerra, Unimed Nordeste, Master, Pettenatti, Todeschini e Unicasa (ambas de Bento Gonçalves). Dentre os 200 maiores grupos do Brasil despontam três da região: Randon, Marcopolo e Colombo. A Randon ainda aparece como a centésima no grupo das 100 maiores de capital aberto. Divulgação/O Caxiense

Contabilizando 30 mil visitantes em quatro finais de semana, a Feira de Inverno de Flores da Cunha termina domingo, 18. O evento se consolida pela venda direta de fábrica de malhas, confecções, móveis e vinhos, além de atrações culturais e gastronomia. No restaurante Polenta, Formaio e Vin foram servidas 2 mil refeições. Outra programação que vai até domingo é a da Festa do Vinho Novo, em Forqueta. Duas excelentes opções de lazer para caxienses e visitantes.

Destaque agrícola

Na terça-feira (20) a Câmara de Vereadores fará a entrega da Medalha Agricultor Destaque do Ano. Daniel Zanette e Francisco Dal Corno serão condecorados durante sessão solene que se iniciará às 19h30.

Ponto eletrônico

O Sindilojas promove na quinta-feira (22), a partir das 19h30, em sua sede, workshop sobre a portaria do Ministério do Trabalho e Renda, que torna obrigatório o uso do ponto eletrônico a partir de agosto. Também proíbe a restrição de tempo para marcação de ponto, estabelece requisitos para o equipamento de registro e exige emissão de comprovante da marcação.

Vocação automotiva

A força local fica evidente no segmento automotivo: das 13 melhores classificadas, considerando vários critérios, três são de Caxias do Sul e uma da região. Destaque para a Suspensys, controlada das Empresas Randon, segunda melhor classificada, seguida pela Vipal. Marcopolo e Randon ocupam, respectivamente, a sexta e sétima colocações. A Randon lidera o ranking das empresas do setor no quesito liquidez corrente. A cidade também aparece dentre as 400 maiores do setor agropecuário por meio da Agrale, Lavrale e Tondo.

Qualificação

A CDL de Caxias promove a 2ª edição do Ponto de Encontro na quinta-feira (22). São esperados 300 comerciantes para debater crédito, estratégias de competitividade e fortalecimento do Sistema de Proteção ao Crédito. Será no restaurante Tulipa Festa da Uva, a partir das 19h30.

Pressão

As entidades da classe empresarial de Caxias do Sul e região filiadas à Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC) desencadearam movimento que objetiva centralizar informações para agir em defesa dos interesses de suas empresas associadas. O grupo quer influenciar e intervir nas políticas públicas que digam respeito aos segmentos econômicos, analisando e tomando providências a respeito de projetos de lei, em nível municipal, estadual e nacional. As lideranças se encontrarão mensalmente na CIC e pretendem atuar de forma unida e engajada. É uma medida acertada, que pode resultar em benefícios para toda a região. Quem sabe até encontrar consenso em questões polêmicas, como a localização do novo aeroporto da Serra.

Qualidade

Divulgação/O Caxiense

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O Caxiense

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Trintona

Na terça (20), na sede da Federação das Indústrias, em Porto Alegre, a Randon Implementos recebe o Troféu Ouro na 15ª edição do Prêmio Qualidade RS 2010. Além dela, outras quatro organizações de Caxias do Sul serão premiadas pelo Programa Gaúcho de Qualidade e Produtividade (PGQP). A Mantova Indústria de Tubos Plásticos conquistou Troféu Prata e a unidade local do Senac levou Bronze. A Associação Criança Feliz e a Express Restaurantes Empresariais receberão Medalha de Bronze. O Comitê Qualidade Serra Gaúcha, conduzido pela CIC de Caxias, foi eleito destaque entre os 79 em atividade no Estado.

Globalizadas

Merecem destaque três empresas por suas ações no processo de globalização. Dentre as 20 organizações mais internacionalizadas aparecem a Lupatech (foto) na 12ª posição e Marcopolo na 15ª. Este índice é composto pela média das receitas brutas das subsidiárias no exterior e totais da empresa, valor dos ativos no exterior e total da empresa, e o número de funcionários no exterior e total da organização. Quando a internacionalização considera o número de países onde há subsidiárias, a Randon ocupa a 13ª posição e a Marcopolo a 20ª.

Premiação

O aluno Lucas Cezar, do MBA em Logística e formado em Administração com ênfase em Comércio Internacional pela Faculdade da Serra Gaúcha (FSG), foi o primeiro colocado no 3º Prêmio Setcergs de Logística, na categoria Trabalhos de Conclusão de Curso. Ele expôs a proposta de gerenciamento da cadeia logística internacional na aquisição indireta de materiais de segurança isolantes utilizados pela RGE. O prêmio integrou a programação da 12ª Transpo-Sul, maior evento de transportes e logística do Estado. Outros dois alunos da FSG também foram selecionados para a final: Regis Johann e Silvana Erlo.

Fazenda Souza

A comunidade de Fazenda Souza programou a realização da 4ª Festa do Agricultor para o período de 23 de julho a 1º de agosto. À frente da divulgação estão a rainha Bruna Masochi e a princesa Sandra Turella, juntamente

com representantes da comunidade. Com o tema Das flores nascem os frutos, a edição deste ano terá desfile de carros alegóricos, shows, missa, palestras, almoços e trilha de gaiolas, motos e jipes, dentre outras.

A Metalgusa inicia as comemorações de seus 30 anos de atividades com o lançamento de novo site, que traz informações, notícias e tabelas de aplicação e o uso de variados tipos de matérias-primas utilizadas no beneficiamento de corte de aços. A empresa é especializada em serviços de corte plasma de alto desempenho, oxicorte CNC, corte serra e alívio de tensões. Também está investindo em novos equipamentos para elevar a capacidade de produção.

Tour gastronômico

Mesmo que tardiamente em relação a outros municípios, Caxias do Sul desenvolverá uma programação diferenciada nesta segunda quinzena de julho. Até o dia 31 ocorre o evento denominado Viagem dos Sabores, uma iniciativa do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares da Região Uva e Vinho, da Secretaria Municipal do Turismo, do Sebrae Serra Gaúcha, da Divina Cozinha Top e do Caxias do Sul Convention e Visitors Bureau. O objetivo é apresentar um roteiro gastronômico para o período, com dicas em 50 casas associadas ao sindicato e que aderiram ao evento. A apresentação oficial foi na sexta-feira (16). A meta de João Leidens, presidente do sindicato, é tornar o evento anual para divulgar a gastronomia aos visitantes e caxienses.

Copa 2014

A reunião-almoço de segundafeira (19) da CIC de Caxias do Sul será dedicada à apresentação dos resultados da missão técnica à África do Sul, realizada de 4 a 17 de junho. A iniciativa da entidade empresarial, com a participação de representantes de nove instituições da cidade, teve o objetivo de averiguar e relatar as demandas que serão necessárias num horizonte de três anos e meio para que a cidade reúna condições de tornarse campo base da Copa do Mundo de 2014. O grupo, que se reúne há um ano e meio, deve manter uma agenda permanente de trabalho para definir os próximos passos até a realização do Mundial. A ideia é disseminar os resultados da viagem à África do Sul para mobilizar a comunidade para a viabilização do projeto. Que a ideia saia da teoria para a prática e que entidades públicas e privadas tenham objetivos idênticos. E mais: que as ações, a partir de agora, sejam regionalizadas, a fim de evitar disputas que sempre trazem prejuízos e, normalmente, abrem oportunidades para outras regiões mais organizadas e unidas.

Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.


A arte de postergar

ELEIÇÕES m ano eleitoral pode ser um período de ouvir promessas tentadoras. Assim como pode ser também, para os eleitores observadores, uma época de ver importantes decisões sendo adiadas, lá para o longínquo “depois das eleições”, quando os candidatos, já eleitos, não precisam se preocupar tanto em agradar ou desagradar. Para irritação de entidades empresariais da região, a definição do local do novo aeroporto deverá ocorrer apenas depois de outubro. O impasse entre as áreas em Vila Oliva (em Caxias) e em Monte Bérico (na divisa entre Flores da Cunha e Farroupilha) não parece estar próximo de ser resolvido. O presidente da Associação das Entidades Representativas da Classe Empresarial Gaúcha (CICS-Serra), Ademar Petry, conta que, nas visitas que fez à região, a governadora Yeda Crusius frustrou muitas expectativas

das eleições”. Para ele, está claro que as questões ficaram na busca por informações em razão do momento político: “Essa tomada de decisão, qualquer outro candidato faria isso, jogaria lá pra depois das eleições. Não é uma crítica à governadora. Porque depois, de uma forma descompromissada do ponto de vista político e eleitoral, ela toma a decisão que quiser”. O subprefeito de Vila Oliva, Nelson Marcarini, complementa: “Que eu saiba ficou para depois das eleições. Uns falam que ela tem medo de perder voto aqui em Caxias, ou em Flores. Esse assunto está meio parado ultimamente, não tem se falado sobre isso. Era bom que se decidisse logo, para não ficar esse negócio de empurrar. Mas não temos resposta”. A informação do presidente da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC) de Caxias do Sul, Milton Corlatti, é que desde março há um estudo sobre as duas áreas para o ae-

fotos tiradas por satélite, analisando as lâminas, comparando as áreas, tudo o que tem em uma e na outra, para oferecer ao governo a indicação do melhor sítio aeroportuário da Serra”. O trabalho, nas palavras de Coronel, é apurado e meticuloso, “queremos fazer com total isenção e imparcialidade”. São apenas três técnicos responsáveis por analisar as fotos, e eles, segundo o diretor do DAP, têm muitas outras demandas, pois estão analisando estudos de todo o Estado. Para evitar comprometimento, Coronel não responde quando o trabalho ficará pronto. “Queremos entregar esses relatórios o mais rápido possível, mas cada técnico tem suas demandas e uma agenda de viagens. No meio disso, um faz, dois viajam. Entendeu? Não é full time nisso. Temos muitas obras”, justifica. Quando a palavra “eleições” é mencionada, ele desconversa. “Não necessariamente tem a ver com isso. O tempo é tão rápido, acontece com a gente mesmo, hoje começa a semana, quan-

levava à lógica conclusão de que, para que o valor da passagem não subisse, seriam necessárias mudanças nos descontos. Depois disso, uma audiência pública foi realizada na Câmara dos Vereadores, em abril, sem que alternativas reais para evitar o aumento fossem levantadas. E, em junho, o resultado de uma consulta popular feita pela Associação dos Usuários de Transporte de Passageiros (Assutran) indicou que a maioria dos entrevistados não sabia que pagava pelas gratuidades embutidas no custo da passagem. A Secretaria dos Transportes, porém, não se manifestou mais sobre o assunto. E o atual secretário, Jorge Dutra, não mostra muita disposição de falar do tema. “Mas que aumento? Não está sendo feito estudo nenhum sobre isso. Um dia as passagens vão aumentar”, diz, enfatizando “um dia”. A tendência, explica o secretário, é que a tarifa sempre suba, por isso se Maicon Damasceno/Caxiense

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VALQUÍRIA VITA valquiria.vita@ocaxiense.com.br

Definição do novo aeroporto e reajuste do ônibus são exemplos do que acontece com decisões polêmicas em tempos de campanha

André T. Susin/Caxiense

SÓ DEPOIS DAS

Anúncio do local para construção do novo aeroporto segue gerando expectativa entre Vila Oliva e Monte Bérico; revisão da tarifa deveria ter ocorrido no início do ano

por não anunciar onde será o aeroporto. “Ainda há pedido de marcação de audiência com a governadora para quem defende a região do Mato Perso (vizinha a Monte Bérico e parceira na reivindicação). Mas ela insiste em não nos receber, e agora com muito mais razão para isso. Com as eleições, com certeza ela não vai tomar decisão nenhuma, pois seria um desgaste político para a região que não fosse privilegiada”, explica. A CICS-Serra é formada por entidades empresariais de Antônio Prado, Bento Gonçalves, Carlos Barbosa, Farroupilha, Garibaldi, Guaporé, Nova Prata, Serafina Corrêa e Veranópolis, portanto, defende a decisão por Monte Bérico, o que beneficiaria toda a região. Petry explica que Yeda solicitou mais estudos complementares, o que, para a entidade, é “jogar um pouco mais para frente para que essa decisão se prorrogue até depois da data

roporto no Departamento Aeroportuário (DAP), órgão ligado à Secretaria de Infraestrutura e Logística do Estado. “Eu acredito que esteja pronto. Não pode demorar tanto assim”, ressalta. Corlatti diz que conversou com a governadora, depois da última vinda dela a Caxias, em março, e que ela lhe disse que tudo estava sendo estudado. Não houve confirmação oficial, e o presidente da CIC não espera uma definição tão cedo: “Só vai sair depois das eleições. Porque existem dois lados querendo o aeroporto, ela não vai querer se indispor nem com um lado nem com o outro”. Enquanto a região aguarda com expectativa, o estudo parece estar sendo feito a passos lentíssimos pelo DAP. O diretor do departamento, Fernando Coronel, diz que o processo ainda está na metade, e explica, metodicamente: “Estamos ainda produzindo um relatório através da análise das

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do vê está na quinta...” Em âmbito municipal, não é muito diferente. No começo deste ano, o reajuste da passagem de ônibus acendia acirradas discussões – afinal, são 150 mil usuários dos ônibus da Viação Santa Tereza (Visate) por dia. Hoje, quando se fala do tema, ninguém parece lembrar muito bem do que ocorreu. Um Fórum dos Usuários de Transporte Coletivo, que ocorreu na União das Associações de Bairros (UAB) em março, abriu oficialmente o debate sobre o aumento da tarifa em Caxias. Na ocasião, o secretário Vinicius Ribeiro (que já dizia que tanto ele quando o prefeito José Ivo Sartori eram contra a elevação da passagem, de R$ 2,20 para R$ 2,50, o equivalente a 13,63%) apresentou um estudo desenvolvido pela Secretaria dos Transportes. A análise demonstrou que as gratuidades representavam impacto de R$ 0,33 nas passagens pagas integralmente, o que

definiu que a cada início de ano seria feita a revisão tarifária. Em 2010, porém, ela não chegou a ocorrer. “A lei da prorrogação do contrato com a Visate definiu isso, que deve ser feita a revisão no início do ano. Mas este ano foi excepcional, pela renovação do contrato”, argumenta. Dutra participou dos debates públicos sobre as passagens. Ele diz que serviram para evidenciar que as gratuidades trazem impacto negativo na questão tarifária, a ponto de o preço ser revisado, mas ressalta que a questão não foi levantada pela Secretaria – tratou-se de um efeito colateral da prorrogação do contrato. “Daí, no início do ano, como rescaldo daquilo tudo, veio a discussão da comunidade usuária e foi feita essa ampliação do debate para explicar para a comunidade toda qual é a consequência de a gente não ter controle das gratuidades”, diz. O passo seguinte a este, de acordo com o secretário, foi desenvolver ações 17 a 23 de julho de 2010

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como a mudança de alguns itinerários de ônibus, o que reduziu o tempo das viagens. O secretário dos Transportes anterior, Vinicius Ribeiro, desligou-se do cargo em abril para concorrer a deputado estadual, sem que houvesse uma solução ao impasse. “Em janeiro, a empresa encaminhou a atualização da planilha. O cálculo concluiu que iria para R$ 2,50. Tomamos medidas administrativas, de eficiência de consumo, retirada dos terminais do Centro, tudo para evitar que subisse. Com isso, optamos por não aumentar este ano”, disse Vinicius, na terça-feira (13). A informação de que a passagem de ônibus não subiria este ano, porém, nunca antes havia sido divulgada por ele. A Visate não comenta a questão. Reserva-se apenas a aguardar uma definição da prefeitura. A protelação de decisões polêmicas em época de eleição acontece normalmente, segundo o professor de Ciência Política da UCS João Ignácio Pires Lucas. “Tentar diminuir desgastes é uma prática corriqueira. Em tese, isso não deveria acontecer. Porque são decisões impopulares, mas necessárias, que deveriam ocorrer”, diz. O caso mais emblemático, conta o cientista político, é o Plano Cruzado, lançado em 1986 pelo governo José Sarney, que congelou os preços e os salários e ajudou, naquele ano eleitoral, que o partido de Sarney, o PMDB, vencesse em quase todos os Estados. “Tão logo terminaram as eleições, um mês depois, o plano já foi flexibilizado”, explica. De acordo com o professor, há um jogo, tanto de decisões que são postergadas, “quanto menos se comprometer

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melhor”, quanto de algumas que são Por conta disso, diz o professor Vadefendidas sem que aconteçam, como nin, algumas decisões acabam sendo “prometer o fim do pedágio”. “Nesse adiadas. “Não é só questão política, é caso, eleição federal e estadual, deci- de administração pública. É atraso, sões aqui em Caxias têm impacto mais mas é atraso positivo, para não fazer reduzido. Mas tem esse contorno esta- com que eleitor se empolgue com aldual, como o caso do pedágio, ou o do guma decisão administrativa”, afirma. aeroporto. As decisões podem ajudar Vanin ressalta que a administração ou atrapalhar um candidato”, afirma precisaria estar preparada para não Pires. ter de postergar algumas medidas. “A Segundo Fábio Scopel Vanin, coor- eleição não deveria influenciar, mas denador do Curso de Ciência Política acaba influenciando. Porque alguns da Faculdade América Latina, um dos secretários se afastam para concorrer pontos importantes da e qualquer modificação lei das eleições, que nos comandos acaba foi alterada em outu- “Tentar diminuir interferindo nos goverbro do ano passado, é desgastes é nos. Como ocorreu nos a conduta vedada aos Transportes em Cauma prática agentes públicos. Uma xias”, exemplifica. mudança proibiu to- corriqueira. Não dos os candidatos de deveria acontecer. Além do adiamento participar de qualquer São decisões de decisões que afetam evento de inauguração Caxias, será notada impopulares, mas em de obra pública, a fim uma mudança na rotide evitar a exploração necessárias”, na da cidade por conta eleitoral. “Na eleição diz Pires Lucas do período eleitoral. de 2008, em Caxias, só Dos 17 vereadores, não podiam participar quatro estão concordas inaugurações o Pepe e o Sartori, rendo: Assis Melo (PC do B) e Mauro mas todos os candidatos a vereador Pereira (PMDB), a deputado federal, podiam. Com a nova regra, este ano, e Marcos Daneluz (PT) e Vinicius não só os candidatos a presidente e go- Ribeiro (PDT), a deputado estadual. vernador estão proibidos, como todos Até agora, segundo a líder de goveros candidatos a deputado e senador”, no da Câmara, vereadora Geni Peteesclarece. ffi (PMDB), não houve ausência dos Pela nova regra, portanto, a primeira- candidatos nas sessões em função de dama Maria Helena Sartori, candidata compromissos da campanha, mas ainpelo PMDB a uma vaga na Assembleia da é cedo para afirmar se isso não vai Legislativa, não poderá acompanhar ocorrer. “Depois, de repente tenham o prefeito Sartori em inaugurações, que viajar, aí pode ser. Mas pelo históassim como o vice, Alceu Barbosa rico das outras campanhas nunca houVelho,candidato a deputado pelo PDT. ve ausência dos candidatos, raramen“E ele também não pode substituir o te. Até porque é descontado”, diz ela. prefeito”, completa o procurador-geral “Agora, com os candidatos a deputado, do Município, Lauri Romário Silva. que têm que viajar, uma que outra au-

sência é compreensível. Mas são raras”, completa o jornalista Guiomar Chies, que trabalhou na Câmara de Vereadores por 28 anos como assessor de imprensa, assessor de bancada e diretor. Para Chies, a mudança na exibição pela TV Câmara – que agora está sendo reexaminada – é a maior alteração nas sessões neste período. De julho a outubro, as sessões não são mais transmitidas ao vivo pelo canal 16 da NET, por causa da campanha eleitoral. As sessões são editadas e somente depois vão ao ar. “Por falta de experiência, teve um episódio que a Câmara foi multada pela Justiça, no início dos anos 2000, e a partir daí se estabeleceu uma resolução interna do uso da TV na Câmara de Vereadores, para evitar manifestação que fugisse ao controle da transmissão. Como as sessões não são mais transmitidas ao vivo, a vereadora diz que elas podem ficar menores. “Muitos abrem mão de falar porque não está indo ao ar. Aqueles que gostam de falar muito, os vereadores que usam as sessões para se mostrar na TV, hoje não vão fazer isso.” A Assembleia Legislativa e o Congresso Nacional são mais atingidos pelo processo eleitoral, explica o professor de Ciência Política da UCS. “Porque a esmagadora maioria dos deputados e senadores muda a rotina de reuniões, tem muito menos quórum, a dinâmica das decisões é muito mais lenta, porque os deputados já começaram campanha e precisam estar nelas”, diz Pires. Na Assembleia, dos 55 deputados estaduais, apenas dois não estão concorrendo nessas eleições. O restante, portanto, está em campanha.

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André T. Susin/O Caxiense

Patrimônio das letras

No setor de pesquisa, o ambiente fica mais sossegado durante o período das férias escolares

HISTÓRIAS DA

BIBLIOTECA

e

JOSÉ EDUARDO COUTELLE jeduardo.coutelle@ocaxiense.com.br

m frente à Praça Dante Alighieri, um prédio de arquitetura simples pulsa conhecimento. Nos três andares superiores da Casa da Cultura Percy Vargas de Abreu e Lima, o silêncio é a característica predominante. Milhares de livros, cuidadosamente dispostos em estantes, aguardam o momento em que serão folheados e transmitirão sua história (ou estória) para mais uma pessoa. No terceiro pavimento, adolescentes sentados em torno de mesas redondas

fazem trabalhos escolares. Descendo dois lances de escada, gente de mais idade acompanha as notícias em revistas e jornais retirados das prateleiras. Esses são espaços da Biblioteca Pública Municipal Dr. Demetrio Niederauer. Apesar da rigidez estrutural que uma biblioteca mantém, desde 2007 esse perfil vem sofrendo transformações. Uma política mais maleável foi iniciada. Conforme a diretora, Maria Cristina Tiburi Pisoni, ela está levando conhecimento para além de suas salas. Ao contrário da biblioteca fictícia criada por Umberto Eco no romance

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Fundada em 1947, a Biblioteca Pública Municipal armazena saborosos relatos não escritos O Nome da Rosa, que mantinha seus manuscritos trancafiados atrás de sólidas paredes e labirintos infindáveis, Maria Cristina acredita na democratização do saber, levando-o às comunidades mais distantes. Essa política pode ser percebida no programa Leitura Sem Fronteiras, realizado nos últimos três anos, destacando-se os projetos Contapete, Livro Livre, Rodas de Leitura, Livros para Ouvir, Estância da Leitura e Monteiro Lobato. “Em 2007, a biblioteca servia apenas como fonte de pesquisa. Algumas pessoas iam até ela. Agora a biblioteca vai até as pes-

soas. Começamos com esse projeto de expansão. Estamos esperançosos e a comunidade também”, revela. Além de incentivar a leitura em diversos lugares, esses projetos visam também desafogar um pouco a estrutura interna da biblioteca, que sofre pela falta de espaço. Mesmo com o surgimento da internet, o mais rápido sistema de busca já criado, a demanda da biblioteca vem progredindo constantemente. Conforme Maria Cristina, só no ano passado houve um aumento de 33% na procura. No primeiro semestre deste ano, foram realizados mais de 53

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mil acessos. “A biblioteca está sendo informatizada, a parte histórica está organizada. Só nos falta um espaço maior”, completa a diretora. A proposta de realocação da biblioteca em um ambiente mais amplo parece ainda um pouco tímida, mas já vem sendo pensada. Conforme o secretário municipal de Cultura, Antonio Feldmann, esse foi um compromisso da campanha do atual governo, e o processo já está em andamento. “Estamos estudando um lugar para colocar a nova biblioteca. O problema é que tem de ficar em uma área central da cidade. A biblioteca não será só um espaço para colocar livros, mas sim um centro de conhecimento, com locais para restaurações de livros e realização de oficinas. Temos a ideia de fazer um concurso para escolher o seu projeto. Mas, antes de tudo, precisamos definir o local”, revela o secretário, sem adiantar datas. Enquanto isso, algumas reformas estão sendo feitas na biblioteca atual, como o telecentro, com previsão de ser inaugurado até o final de agosto. Ele contará com 18 computadores.

Troian Pulita auxilia duas meninas a encontrar um livro no acervo infantil. “Vocês já são sócias da biblioteca?”, pergunta. Elas balançam a cabeça negativamente. “Para retirar o livro é preciso se associar. É bem fácil. Vocês precisam me trazer um documento de identificação com foto e um comprovante de residência”, explica. Atualmente, a biblioteca conta com pouco mais de 4,2 mil sócios. Para ter acesso ao acervo adulto, a pessoa precisa, além disso, pagar uma anuidade de R$ 10 ou doar um livro em bom estado. Logo em seguida, a pequena Nicole entra junto com a mãe para retirar um livro. A tímida menina de apenas oito anos se agarra à cintura da mãe e olha para o chão. Com os cabelos loiros em frente ao rosto, ela diz baixinho que gosta de ler os livros da personagem Judy Moody, da escritora americana Megan McDonald. Juliane Mincato, 33 anos, explica que a filha adora ler – normalmente, quando chega da escola, vai direto para os seus livros. No setor dos adultos, a atendente Ana Cláudia Vieira diz que a maior procura é de mulheres. Isso pode ser percebido pelo fato de os cinco livros mais lidos dos últimos seis meses serem da escritora americana Nora Roberts. O grande campeão é Tesouro Secreto. Outros autores muito solicitados são Meg Cabot, Jim Benton André T. Susin/O Caxiense

Enquanto a mudança é só um plano, os cerca de 50 funcionários da biblioteca se encarregam de dar seguimento aos seus serviços. Apenas três bibliotecárias são responsáveis pela organização de mais de 62 mil livros catalogados. No quarto andar, na am-

À direita de quem entra na sala, após feira, pois os principais usuários desse uma divisória de vidro, se encontram setor estão de férias escolares. Além dezenas de prateleiras com quatro co- de estudantes, o ambiente costuma lunas cada. É o lugar das Coleções Es- ser frequentado por pessoas que vão peciais. “Estes livros são designados prestar concursos públicos e também para um público específico, geralmente autodidatas que querem se aprofundar de professores ou pesquisadores. Aqui em determinado assunto. A professora temos os livros mais antigos, literatu- de educação física Vera Zanato, há 20 ra de antes de 1950”, explica Nair, com anos trabalhando na biblioteca, ocupa seu leve sotaque que entrega a origem o outro lado do balcão. Sua função é pernambucana. Das milhares obras, al- encontrar o livro adequado para cada gumas se destacam pela singularidade. pessoa. Ao lado dela fica a colega Leila Caminhando entre as colunas de estan- Pessoa Hoffmann. Ela revela a importes, umas mais amplas, tância de uma pequena com fácil mobilidade, e entrevista com o esoutras bem justas, com “Em 2007, a tudante para que não espaço para apenas biblioteca servia aconteçam equívocos, uma pessoa transitar, apenas como como no caso em que Nair busca alguns lifoi solicitado um livro vros, muitos deles en- fonte de pesquisa. sobre os Tigres Asiátivoltos em papel pardo Algumas pessoas cos e uma atendente foi que os protege da po- iam até ela. buscá-lo no setor dos eira e da umidade. A Agora ela vai até animais. bibliotecária retira da No caso de Filipe Veestante um dicionário as pessoas”, diz rona e Gabriel Nunes de Francês-Português Maria Cristina Amaral, ambos de 16 publicado em 1877 em anos, que ocupavam Paris e outro com deuma mesa do canto da finições de palavras para seis idiomas, sala, não houve nenhum engano com com capa de couro, de 1902. Nair conta relação aos materiais. Os colegas, que que estas obras não podem ser classi- cursam o 1° ano no Colégio Murialficadas como raras – para isso, preci- do, estão fazendo uma pesquisa sobre sariam ter sido publicadas em número células-tronco para um trabalho de restrito –, mas podem ser chamadas de biologia. Livros e reportagens sobre o especiais. Outro exemplo é um livro assunto estão espalhados sobre a mesa. do escritor Paulo Ribeiro, no qual ele Kátia Verona, mãe de Filipe, auxilia no

Mais de 62 mil volumes catalogados ocupam os três andares superiores da Casa da Cultura, onde o espaço já é insuficiente

pla sala ao fim do corredor, dezenas de exemplares estão empilhados sobre algumas mesas. Eles são separados um a um, carimbados e registrados. Os infantis vão para um lado, os adultos para outro. Os repetidos são separados para outra pilha, e o seu destino, entre uma prateleira ou a doação para outra biblioteca, será avaliado. O setor chama-se Processamento Técnico. Na tarde da última terça-feira (13), a bibliotecária Maria Nair Sodré Monteiro da Cruz manuseava os livros e fazia marcações coloridas em obras destinadas ao público infantil. Estas não são catalogadas com o número de busca na estante, como os livros adultos, mas com um pequeno círculo com uma cor específica. Amarelo é para os pequenos que estão iniciando no mundo dos livros. São obras que contêm apenas figuras. Vermelho é para os que já dividem o espaço das ilustrações com pequenas descrições. A cor azul é para os que possuem metade da página de texto e metade de figuras. A verde é para as obras com mais texto, que em algumas páginas têm gravuras. “Nós mesmos criamos este processo”, conta a bibliotecária, na função desde 1993.

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próprio fez correções a mão quando encontrou um erro na impressão. Ao longo dos 17 anos na biblioteca, Nair coleciona histórias curiosas. “A antiga bibliotecária me disse que há uns 20 anos havia um senhor que vinha ler o jornal pela manhã vestindo roupão e chinelo”, relata. Mais recentemente, Nair lembra de uma senhora que queria retirar dois livros e, para isso, associou também uma funcionária sua. Outro caso foi de uma moça que procurava o jornal do dia do seu nascimento. “Ela não queria saber o que tinha saído na edição, e sim o dia da semana em que tinha nascido”, lembra. Nair também menciona a história do rapaz que todos os dias ia no setor dos periódicos ler os jornais. “Uma vez, saiu uma foto de uma colega nossa em uma reportagem e ele comprou uma edição e pediu para ela autografar.”

trabalho. “A professora nos deu um roteiro e pegamos o material. Aqui tem muita coisa”, diz ela, que, a propósito, também é professora de biologia. Eles poderiam fazer o trabalho na comodidade de casa, consultando a internet. Só a poderosa ferramenta de pesquisa do Google aponta 420 mil resultados para a busca. Entretanto, para evitar o famoso “copiar e colar”, o professora exigiu que o trabalho fosse feito com publicações impressas. Além dos cochichos e do farfalhar do manuseio dos livros pelo pequeno grupo, a calmaria reina no ambiente. Próximo à máquina copiadora, um arquivo de ferro com gavetas cataloga, de forma impressa, todos os livros do setor, por ordem de autor e título. “Isso é muito importante. Temos acesso ao catálogo mesmo que o sistema fique fora do ar”, explica Vera Zanato.

Descendo as escadas para o terceiro andar se encontra o setor de pesquisa. Atrás do longo balcão estão alinhadas, lado a lado, 11 prateleiras repletas de livros didáticos para consulta local. A maioria das nove mesas circulares estava vazia na última terça-

No primeiro andar da biblioteca, o segundo do prédio, se encontram a Seção Circulante (destinada aos empréstimos) e os Periódicos, além da sala onde é realizado o Contapete e o Telecentro, ainda em obras. A professora e contadora de histórias Marta

e Stephany Meyers, da saga Crepúsculo. A média mensal de empréstimos é de 2 mil. Além das versões impressas, o setor conta com cerca de 150 audiolivros, que incluem obras de Augusto Cury, Paulo Coelho, literatura em geral, auto-ajuda e romances espíritas. Na última sala do andar, junto aos periódicos, aglomera-se grande parte dos leitores, predominantemente homens. Lá, o vigilante Paulo Tarso Xavier Rodrigues, 32 anos, diz que tem preferência por reportagens sobre História e saúde. “Quando sobra um tempinho venho aqui e leio um pouco. Já tirei muitos livros na biblioteca”, conta, sentado ao lado do memorial ao patrono Demetrio. Como Paulo, dezenas de pessoas visitam o local todo dia para se manter informadas. Outros usam o espaço apenas como uma referência para encontros ou para se proteger do frio, que às 19h da última terça levava a 0°C o relógio da praça. Maria Nair ressalta que a biblioteca é um lugar aberto e acolhedor. “Muitas pessoas vêm para conversar, esperar por um amigo ou namorado. A biblioteca está sempre de portas abertas. Só não se pode comer nem fumar aqui dentro”, completa.

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MORFOLOGIA por JÔNATAS LUIS MARIA Vida minha é futuro do pretérito. Ilusão mais que perfeita. Empirismo puro e platônico E os domingos são grandes pleonasmos. Parte que me cabe, subjuntiva, É figura de linguagem inexpressa. Lual em que a lua morre toda noite E com lua voam sibilantes os ideais. Portos em que navego intransitivo Retém em parte, minhas formas reflexas, São corações abstratos, transeuntes, Agentes da passiva sob pronomes pessoais. Assim se formam estes dias condicionais Num fascínio bobo de criança substantiva. E estas horas todas, átonas e sem hiatos Levam-me a tempos d’oração sem sujeito.

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Vitor Hugo Porto | Sem título |

Nesta obra da série Fragmentos - em acrílico, serigrafia e carvão -, Vitor Hugo Porto põe as Marias na plateia. Na fresta das cortinas, as cores e os olhares da expectativa. No palco - o lado de fora da tela - o espectador, sob os holofotes da arte.

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História em rótulos

“Tu sabias que na terra conhecida pela fartura da uva e do vinho fabricou-se primeiramente cerveja?”, indaga João Carlos Leonardelli, bisneto do fundador da cervejaria Leonardelli

Pérolas escondidas

Acervo da primeira cervejaria com produção industrial fundada em Caxias do Sul, em 1887, é mantido intacto pelo bisneto do fundador

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por RODRIGO LOPES oão Carlos Leonardelli, 56 anos, nunca tinha ouvido falar em Mercado Livre, o site de compra e venda de toda sorte de produtos. Tampouco imaginava que um rótulo antigo de cerveja pudesse custar R$ 60. Muito menos que esse tipo de souvenir despertasse o interesse de colecionadores virtuais espalhados pelo Brasil. Espantou-se mais ainda quando soube que rótulos da Cerveja Pérola, uma das tantas variedades produzidas pela maltaria fundada por seu bisavô, ainda quando a empresa denominava-se Cervejaria Ambrogio Leonardelli, em 1887, integrasse esse rol de raridades à venda na internet. “Tenho pencas desses rótulos aqui”, diz, surpreendido. O “aqui” a que ele se refere não se resume a um reles baú de objetos pessoais. Trata-se do maior acervo particular sobre cerveja – e tudo o que diz respeito à sua produção em Caxias do Sul desde que os Leonardelli acreditaram, um século atrás, no ousado projeto de fabricar a bebida para consumo e distribuição em nível nacional. Todo esse material repousa há praticamente 40 anos no porão de um amplo casarão na Rua Bento Gonçalves, área central da cidade. São rótulos, garrafas, copos e canecos personalizados, centenas de fotografias, documentos, recortes de jornal, souvenirs, tampinhas, abridores, válvulas, antigos engradados de madeira, equipamentos de cutelaria, reguladores de gás, até o apito e a máquina de cartão-ponto originais da fábrica. Enfim, tudo o que deixaria,

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com o perdão do trocadilho, babando consumidores da bebida, fãs e frequentadores de blogs e sites especializados. O começo de toda essa história remete à chegada de Ambrogio Leonardelli a Caxias em 1876. Conforme João Laner Spinato, autor do livro E Assim Eles Contavam... – organizado por ocasião dos 100 anos de imigração italiana na Serra, em 1975, e editado somente em 1998 pela filha, Lori Spinato Torresini –, o pioneiro Leonardelli atuou como técnico cervejeiro em uma pequena fabriqueta caseira na Rua Tronca, de propriedade de Felice Laner, por volta de 1878. Até então, a cerveja consumida em Caxias vinha de São Sebastião do Caí e Porto Alegre, vendida por aqui a 200 réis a garrafa – as que chegavam da Europa, como as alemãs Münchenbier e Klosterbier, alcançavam a custar 1,2 mil réis. Segundo o autor, Leonardelli “estreou” no local substituindo o primeiro técnico da cervejaria, o italiano Piccini de Cremona, quando este optou por instalar um fábrica de cola de marceneiro em Porto Alegre. Após o casamento com Maria Laner, irmã de Felice, e o nascimento dos cinco filhos, Leonardelli recebeu 10 lotes urbanos nas imediações da atual rodoviária. Seguindo os conselhos do cunhado, lá instalou, em 1887, sua própria fábrica de cerveja e de limonada gasosa, com produção industrial e marca Ambrogio Leonardelli – posteriormente, o nome da empresa mudou para Irmãos Leonardelli & Cia e, nos últimos anos de atuação, foi reduzido apenas a Pérola.

“Ele era um visionário, apostou em um negócio que ia na contramão do que mais se fazia aqui, o vinho”, recorda o bisneto. A Cervejaria Irmãos Leonardelli & Cia, já comandada pelos irmãos João e Carlos, funcionou junto ao número 127 da Rua Ernesto Alves até o início da década de 50, período em que a direção adquiriu um novo terreno no quarteirão vizinho. O objetivo era claro: modernizar as instalações e dar conta da enorme demanda estadual e nacional pelos produtos fabricados. Entram nesse rol variedades como as cervejas Zebú, Preta, Caxiense Branca, Crioula Dupla, Nanica, Pérola, o Chopp Caxiense, a Água de Soda, a Gazosa (com ‘z’ mesmo), o Guaraná e a Água Tônica. A partir daí, a Leonardelli entrou em seu período áureo. Acompanhando o crescente processo de industrialização da cidade, foram adquiridas modernas máquinas de pasteurização, engarrafamento e rotulagem, além de um gerador de energia elétrica próprio. O empreendedorismo do grupo, porém, já saltava aos olhos bem antes. Em 1936, por exemplo, a empresa instalou a primeira maltaria de Caxias do Sul e a segunda do Rio Grande do Sul - até aí, o malte utilizado vinha de fora. Conforme Leonardelli, o processo de fabricação da cerveja envolvia praticamente todos os cerca de 300 funcionários da fábrica. No novo prédio de quatro pavimentos, a cevada era primeiramente classificada. Depois, molhada nos tanques e enviada para a seção de germinação, onde permane-

cia de oito a dez dias. Posteriormente, era encaminhada aos fornos de secagem, instalados nos dois primeiros andares do conjunto. Lá, permanecia por 12 horas em cada uma das fornalhas. A seguir, a cevada passava para a chamada máquina desbotadeira e por um rigoroso processo de “limpagem”. Nos depósitos, parte da cevada costumava ser ensacada e parte consumida na fabricação da cerveja – à época da inauguração do novo parque, Caxias fornecia cerca de um milhão de quilos, o que correspondia a cerca de 200 mil sacos. “Os produtos Leonardelli gozavam de prestígio nacional, as cargas eram transportadas de navio”, recorda o bisneto do fundador. Tudo isso até 1973, quando a Antarctica adquiriu, de uma só vez, o controle acionário da empresa caxiense, já denominada Cervejaria Pérola, e da Companhia Itacolomy de Cervejas, de Pirapora (MG). Um final acompanhado de perto inclusive pelos vizinhos do bairro. Cleusa Boz, 58 anos, sempre residiu na Rua Vinte de Setembro, exatamente em frente ao posto de combustíveis que abriga o que restou do legado dos Leonardelli: a chaminé e os silos. Quando o novo prédio da cervejaria foi inaugurado, em 1953, ocupando todo o quarteirão entre as ruas Ernesto Alves, Vereador Mário Pezzi, Venâncio Aires e Vinte de Setembro, a hoje professora de Yoga tinha apenas um ano. De toda movimentação que sempre rondou o lugar, ela recorda principalmente da fila de caminhões defronte à casa e dos motoristas aguardando para carregar os veículos com pilhas e pi-

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Iguatemi.

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Fotos: André T. Susin/Caxiense

lhas de engradados. “Em época de fé- Mas não evoluíram para mais do que rias, eles vinham com mulheres e filhos comentários como “isso nem vale a e ficavam sempre por ali, acabávamos pena falar, pois sempre tem muita gacriando um vínculo”, conta. nância e interesses no meio”. Cleuza também acompanhou, da vitrine da escola, a demolição de todo Entre um cigarro Parliament e ouo restante do complexo, no início dos tro, o representante da quarta geração anos 2000. Tudo isso depois de um da família preferiu lembrar dos áureos período de abandono, degradação e tempos em que a Leonardelli/Pérola marginalização do lugar, em função abastecia consumidores do Pará, chedas pendências judiciais. “Era um gava a ser transportada até de jegue grande império, tinha toda uma his- com quatro engradados de cada lado tória de trabalho e sucesso que ruiu. do animal, patrocinava times de futeDe uma hora para outra, escavadei- bol e rádio-jornais, decorava paradas ras e tratores botaram de ônibus, apoiava a tudo aquilo abaixo. Por Festa da Uva, integrava pouco não foram os si- “Em 1978 já se a seu slogan o discurlos também. Acho que tomava cerveja so ufanista propagase deram conta de que feita aqui. O do durante a Segunda eles faziam parte do paGuerra Mundial (Tudo trimônio histórico da primeiro vinho pela pátria, tudo pelo da nossa uva só cidade”, completa. Brasil), entre tantos outros eventos – todos foi fabricado O encerramento das com a vindima devidamente registraatividades da cervejados nas fotos que deria, na década de 90, de 1882”,recorda coram o lugar. Fotos, integrou-se à complexa Leonardelli equipamentos e docuconjuntura econômica mentos históricos que que levou ao fechamenpor pouco não se perto de outras sete fábricas no Rio Gran- deram no lixo. “Graças à doação do exde do Sul entre os anos de 1996 e 2006: funcionário administrativo Elói Caa Serramalte, de Feliz; a Bavária, de sara e do empresário Aldo Vanin, dos Getúlio Vargas; a Polar, de Montene- Guinchos Vanin, é que grande parte gro; a Skol, de Passo Fundo; a Brahma, desse material está aqui hoje. Na hora de Porto Alegre; a Polar, de Estrela, e de remover os escombros, Vanin atena Antarctica/refrigerantes, de Canoas. tou para a relevância de tudo aquilo Conforme o pesquisador Airton En- para a família e a memória da cidade”, gster dos Santos, integrante da ONG recorda o herdeiro. Aepan (Associação Estrelense de ProO bisneto também retomou a imteção ao Ambiente Natural), do muni- portância dos químicos cervejeiros cípio de Estrela, o episódio em Caxias que marcaram a trajetória da emprerendeu muita especulação na imprensa sa, como o já citado Piccini, o alemão estadual e entre empresários e autori- Carlos Henn, o avô, João Leonardelli, o dades locais. pai, Ambrósio (falecido em 1994, aos O pesquisador cita fontes da época: 84 anos), e o primo Nelson Leonardelli, “o jornalista Políbio Braga, em sua co- último cervejeiro da casa. “O filho desluna no jornal Correio do Povo de 15 te, aliás, herdou a profissão do pai e de março de 1996, fez um alerta: ‘O hoje atua como cervejeiro do Grupo Caso Antarctica: a empresa nega, mas Schincariol”, completa Neco. Conforsabe-se que a decisão do grupo paulis- me ele, na terra da uva, a cerveja cheta Antarctica/Polar de fechar a cerveja- gou antes do que o vinho.“Tu sabias ria, em 31 de março, foi uma represália que na terra conhecida pela fartura da à decisão do governo gaúcho de con- uva e do vinho, fabricou-se primeiraceder incentivos inéditos para a Brah- mente cerveja? Ela era produzida em ma’”. Segundo o texto destacado por um lote localizado na esquina das ruas Santos, “a Antarctica possui outras sete Tronca com Visconde de Pelotas, antes fábricas no Rio Grande do Sul, fruto de o Ambrogio instalar sua primeira de uma política desenvolvida ainda fábrica própria, onde hoje funciona a nos anos 70, quando a empresa acabou rodoviária”, esclarece ele, enumerancom as cervejarias regionais gaúchas do outras peculiaridades nem sempre por absorção”. O pesquisador comple- trazidas à tona pela história oficial da ta em seu artigo que “exatamente no imigração italiana. dia 7 de março de 1996, um projeto “Em 1878 já se tomava cerveja feita do então governador Antônio Britto, aqui, enquanto que o primeiro vinho que ampliaria os benefícios fiscais do da nossa uva só foi fabricado com a Fundopen, teria dado entrada na As- vindima de fevereiro de 1882 e degussembleia Legislativa do Rio Grande do tado em março daquele ano”, recorda. Sul. De sua aprovação resultou a insta- Assim como a presença indígena anlação de uma nova fábrica de cervejas tecedeu a chegada dos primeiros coloda Brahma em solo gaúcho, no distrito nos, a “loura” também saiu na frente. Online | Confira em www.ocaxiense. de Águas Claras, em Viamão. Através com.br o vídeo oficial de inauguração, do Fundopen, o governador teria conem 1953, da segunda sede da Cervejacedido a Brahma 75% de isenção de ria Leonardelli, localizada na esquina das ruas Ernesto Alves e Vereador Maimpostos sobre o pagamento do ICMS rio Pezzi. O filme, que integra o acervo devido”. do bisneto João Carlos Leonardelli, traz Toda essa movimentação, incluindo imagens dos sócios-proprietários, do a inauguração da fábrica, em 1998, a então prefeito de Caxias do Sul, Euclimega-fusão entre a Brahma e a Andes Triches, autoridades políticas e religiosas e de trabalhadores da fábrica. tarctica, a concorrência, as estratégias Parte dessas cenas também vai integrar de mercado e o surgimento da gigante o documentário Caxias – Tradição e Ambev, foram relembradas por Neco, Inovação de um Povo, que deve estrear como Leonardelli é mais conhecido. em agosto, no Pepsi/GNC Cinemas, do

Rótulos, fotos, reguladores de gás, documentos e canecos da época estão preservados 17 a 23 de julho de 2010

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Guia de Cultura

por Cíntia Hecher | editado por Marcelo Aramis

guiadecultura@ocaxiense.com.br

CINEMA l A Marcha dos Pinguins | Documentário. Quarta (21), 14h e 18h30 | Sesc A reprodução dos pinguins imperiais mostra-se um ritual, onde machos e fêmeas caminham 200 quilômetros para o centro gelado da Antártida para terem seus bebês em segurança. É a natureza enfrentando dificuldades incalculáveis para seguir seu curso. Livre, 85 min.. l Do Começo ao Fim | Drama. Sábado e domingo, 20h | Ordovás Último final de semana para ver o polêmico filme do amor entre dois irmãos. Quer saber mais? Leia a resenha em www.ocaxiense.com.br. No domingo tem sessão comentada pelo publicitário João Alfredo Ramos Junior e a psicanalista Dionéia Chies Zampieri. 18 anos, 90 min.. l Kiriku e a Feiticeira | Animação. Sexta (23), 14h e 18h30 | Sesc Na avertura de um menino que luta contra uma malvada feiticeira, a descoberta de bons valores, para crianças e adultos. Livre, 74 min.. l Os homens que não amavam as mulheres | Suspense. Quinta (22) a domingo | Ordovás Filme escandinavo baseado no primeiro livro da Trilogia Millenium, de Stieg Larsson. Jornalista e investigadora particular tentam descobrir mistério sobre crime acontecido há 40 anos. 16 anos. 152 min., leg..

Sonho, obra de Helena Bolfe, na exposição In Sana Mente, dos usuários do Caps

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AINDA EM CARTAZ – Cartas para Julieta. Romance. 21h20. Iguatemi | Eclipse. Aventura. 13h30, 16h10, 18h50 e 21h30 (dub.) e 13h50, 16h30, 19h10 e 21h50 (leg.). Iguatemi | Encontro Explosivo. Comédia romântica. 14h30, 17h, 19h30 e 22h. Iguatemi | Plano B. Comédia Romântica. 18h15. UCS | De Encontro com o Amor. Comédia. Quinta (22), 15h. Ordovás. Matinê às 3 | Príncipe da Pérsia. Aventura. 16h e 20h. UCS | Shrek Para Sempre. Animação.

13h40, 14h20, 16h20, 16h50, 18h40, 19h20, 21h10 e 21h40. Iguatemi | Toy Story 3. Animação. 14h, 16h40 e 19h. Iguatemi INGRESSOS - Iguatemi: Segunda e quarta-feira (exceto feriados): R$ 12 (inteira), R$ 10 (Movie Club Preferencial) e R$ 6 (meia entrada, crianças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos). Terça-feira: R$ 6,50 (promocional). Sexta-feira, sábado, domingo e feriados: R$ 14 (inteira), R$ 12 (Movie Club Preferencial) e R$ 7 (meia entrada, crianças menores de 12 anos e sêniors com mais de 60 anos). Horários das sessões de sábado a quinta – mudanças na programação ocorrem sexta. RSC-453, 2.780, Distrito Industrial. 3209-5910 | UCS: R$ 10 e R$ 5 (para estudantes em geral, sênior, professores e funcionários da UCS). Horários das sessões de sábado a quinta – mudanças na programação ocorrem sexta. Francisco Getúlio Vargas, 1.130, Galeria Universitária. 3218-2255. | Ordovás: R$ 5, meia entrada R$ 2. Luiz Antunes, 312, Panazzolo. 3901-1316 | Sesc: Entrada franca. Moreira César, 2.462. 3221-5233.

TEATRO

l A História e Vida de Ana Rech | Sábado e domingo, 20h | A Associação Artística Sempre Amigos já apresentou esta peça mais de dez vezes e se acostumou a ter casa lotada. A montagem conta a história da pioneira Ana Rech, cultuada como heroína. Teatro Municipal – Casa da Cultura R$ 10 (público em geral) e R$ 5 (estudante e sênior) | Dr. Montaury, 1.333 | 3221-3697 l Desvario | Quinta (22), 20h | Comédia do grupo Teatro de Emergência, de Porto Alegre, mostra um casal desgastado e a chegada de duas novas pessoas para agitar o relacionamento. Teatro do Sesc R$ 15 (público em geral), R$ 7,50 (estudante e sênior) e R$ 5 (comerciários) | Moreira César, 2.462 | 3221-5233

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l O Analista e a Sexóloga de Bagé | Quarta (21) e quinta (22), 20h30 | O personagem de Cláudio Cunha faz uma análise do humor, de Aristóteles a Millôr Fernandes. O surgimento de uma sexóloga (Luna Alves), traz o tema sexo à baila. Teatro Municipal R$ 40 (na hora), R$ 30 (antecipado) e R$ 20 (estudante e sênior) | Dr. Montaury, 1.333 | 3221-3697 l Primeiro as Damas | Quarta (21), 20h | Espécie de stand up comedy com casal interpretando situações cotidianas em esquetes. UCS Teatro R$ 30 (público em geral) e R$ 20 (estudante e sênior) | Francisco Getúlio Vargas, 1.130 | 3218-2309 l Zão e Zoraida | Sábado e domingo, 20h | Dois palhaços se encontram e partem em busca da Felicidade Eterna, com muita música e alegria. A peça é obra do grupo Produtos Notáveis. Teatro do Sesc R$ 10 (público em geral) e R$ 5 (comerciários, estudantes e sênior) | Moreira César, 2.462 | 3221-5233

FESTAS l 21ª Feira de Inverno | Até domingo | Opoortunidade final para aproveitar as novidades em roupas de inverno e a tradicionalmente farta gastronomia italiana. Sábado: Almoço no Rest. Polenta, Formaio e Vin. 12h. | Hora do Galito. Às 14h e às 17h | Domingo: Almoço no Rest. Polenta, Formaio e Vin. 12h. | Hora do Galito. Às 11h30, às 14h e às 16h. | Show da Rádio Mais Nova FM: Flor da Serra, Os Campeiros e Galera do Chapéu. 14h. Parque da Vindima – Flores da Cunha Entrada e estacionamento gratuitos l Festa do Vinho Novo | Até domingo | Último fim de semana para visitar a comunidade de Forqueta e se encantar com o que ela tem de melhor. Palco Principal – Sábado: Grupo Coração Italiano. 11h30. | Due Amicci. 12h30. | Coral Stella Alpi-

na. 13h30. | Desfile temático. 14h45. | Felice Personne. 16h30. | Banda Municipal Cinquentenário. 18h. | Lílian e Carina. 19h. | Valmor Marasca. 20h30 | Domingo: Missa italiana. 10h. | Coração Italiano. 11h. | Everson Casagrande. 12h. | Grupo da Amizade. 13h. | Olimpíadas Coloniais. 13h. | Desfile temático. 14h45. | Luciano Cesa. 16h30. | Banda São Pedro. 17h30. | Grupo de Danças Caminho das Pedras. 18h30. | Sul Paion. 20h30. Coreto – Sábado: Due Amicci. 14h. | Stella Alpina. 16h30. | Coração Italiano. 17h30. | Coral da Unimed. 18h30. | Coral São Carlos. 19h30 | Domingo: Everson Casagrande. 14h. | Grupo Coração Italiano. 16h30. | Coral Tirol. 17h30. | Grupo da Amizade. 18h30. Palco Alternativo – Sábado: Carla Cristine. Sertanejo universitário. 14h. | Overkiss. Pop rock. 16h30. | Velocetts. Pop rock. 18h. | Ackin. Pop rock. 19h30 | Domingo: Albino Paulo e Alcides Machado. Sertanejo. 14h. | Malucos Mimordão. Pop rock. 16h30. | Antares. Pop rock. 17h. | Vórtice. Rock. 18h.

EXPOSIÇÕES l In Sana Mente | Segundas a sextas, 10h às 16h | Caps Cidadania – Centro de Atenção Psicossocial expõe 40 obras, entre acrílicos sobre tela e xilogravuras. A exposição é resultado de seis anos de trabalho nas oficinas terapêuticas. Saguão – Centro Administrativo Entrada franca | Alfredo Chaves, 1.333 | 3218-6001 l Disegni | Terça (20), 20h | Abertura da exposição de Jane De Bhoni, com desenhos criados a partir de questões contemporâneas da arte utilizando papel e grafite, materiais tradicionais. A visitação pode ser feita de segunda a sábado, das 10h às 19h30 e domingos das 16h às 19h. Catna Café Entrada franca | Júlio de Castilhos, 2.854 | AINDA EM EXPOSIÇÃO – Felicidade. De segunda a sexta, das 8h30 às 18h e sábados, das 10h às 16h. Galeria

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Municipal de Arte – Casa da Cultura. 3221-3697 |

OFICINA l Técnicas Circenses | Sábado e domingo, das 10h às 18h | Paulinho Luz ensina truques de malabarismo com diversos materiais, equilíbrio em monociclo e pernas-depau, patinação entre outras técnicas. Informações: www.grupoedz.com.br. Espaço Multicultural R$ 150 | Pinheiro Machado, 2.968 | 3025-7600

MÚSICA l 1° Circuito Cena Promo Music | Domingo, 17h | Shows deste festival começaram na sexta, mas tem continuidade com Open, Os Impostores, Willy Wonka, Pinhead e Black Roses. O vencedor ganha um videoclipe. Eco Music Bar R$ 10 (antecipado) e R$ 15 (na hora) | Os 18 do Forte, 2.187 | 3215-6890 l Rafa Gubert e Tita Sachet | MPB. Sábado 21h30 | Mais uma edição de Noites Dançantes, com show especial só de música popular brasileira. Meia hora antes do show, terá pocket aula de dança com o professor Giovani Monteiro. Clube Ballroom R$ 25 | Coronel Flores, 810, s. 107 | 3223-2159 l Rock On | Sábado e domingo, 16h30 | É o segundo ano dessa comemoração ao Dia Mundial do Rock. No sábado, sobem ao palco as bandas Ampex, Mouai, Os Oitavos, Os Pipocas, Pedra Surpresa e Barracuda Project. No domingo, quem se apresenta são Fighter, Lennon Z & The Sickboys Trio, Velho Hippie, Vulkänianos e Zava. Vá ouvir diversos estilos, que vão de new metal e indie rock até rockabilly e power rock. Durante os shows, projeções de vídeos como Stones in the park, Metallica – S&M e o caxiense Volume Um! Em Alto e Bom Som, de Jorge de Jesus. Ordovás

Entrada franca | Luiz Antunes, 312 | 3901-1316 l Saudade de Elis | Sexta (23), 20h | A pimentinha da MPB é homenageada pelos músicos Fábio Petry (bateria), Gustavo Strapazon (baixo), Eduardo do Nascimento (percussão), Gilson Geiger (teclado), Pablo Santos (guitarra) e Rosana Marques (vocal). Teatro Municipal – Casa da Cultura R$ 20 (público em geral) e R$ 10 (estudante e sênior) | Dr. Montaury, 1.333 | 3221-3697 TAMBÉM TOCANDO - Sábado: Acervo. Rock. 22h. Zarabatana Café. 3901-1316 | Adriano Pasqual. Pop/ Eletrônico. 23h. La Boom Snooker. 3221-6364 | Ana Jardim e Mayron de Carvalho. MPB. 22h. Badulê American Pub. 3419-5269 | DJs Convidadas GStok. Eletrônico. Pepsi Club. 34190900 | Escolha da Top Drag Caxias 2011. Eletrônico. 23h. Studio 54 Mix. 9104-3160 | Lennon Z & The Sickboys Trio. Rockabilly. 22h30. Mississippi Delta Blues Bar. 3028-6149 | Libertá. Nativista. 22h30. Libertá Danceteria. 3222-2002 | Luana Pacheco e Banda. Pop rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Moby Dick. Rock. 23h. Portal Bowling – Martcenter. 3220-5758 | Saturday. Eletrônico. 23h. Havana. 3215-6619 | Só Batidão. Sertanejo universitário. 23h. Move. 3214-1805 | ZAVA e Telecines. Rock. 23h. Vagão Bar. 3223-0007 | Domingo: DJ Zonatão. Eletrônico. 18h. Zarabatana Café. 3901-1316 | Terça (20): Tiago e Ismael. Pop rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Quarta (21): Juke Joint. Blues. 22h30. Mississippi Delta Blues Bar. 3028-6149 | Vini e Isack. Pop rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Quinta (22): Fabrício Beck e DJ Mono. Pop rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Marca e Raiz. Sertanejo universitário. 23h. Portal Bowling – Martcenter. 3220-5758 | Rafa Gubert e Tita Sachet. Blues/rock. 22h30. Mississippi Delta Blues Bar. 3028-6149 | Sexta (23): Andy & The Rockets. Blues. 22h30. Mississippi Delta Blues Bar. 3028-6149 | Fernando Aver Jazz Trio. Jazz. 22h. Aristos London House. 3221-2679 | Gustavo Reis. Pop rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Rock Brasil. Pop rock nacional. 23h. Portal Bowling – Martcenter. 32205758 | Ton & Os Karas. Anos 80. 23h. Vagão Bar. 3223-0007 |

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André T. Susin/Caxiense

Alegria típica

No desfile temático – o último será às 14h45 deste domingo –, moradores da localidade se integram para mostrar os costumes dos antepassados e o trabalho vitivinícola

BRINDE AO ESPÍRITO

COMUNITÁRio

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por ROBIN SITENESKI avia algo diferente em Forqueta no último domingo (11). A esburacada avenida principal, Arthur Perottoni, que termina na Igreja Matriz, é tão comum que faz o bairro parecer qualquer cidadezinha do interior. Mas estava fechada logo no início, onde alguns moradores tomavam vinho de garrafão, às 9h da manhã. O motivo não era somente uma boemia que passou do ponto, mas a preparação para o segundo desfile do evento que movimenta a comunidade. Vestidos de colonos italianos, de religiosos ou simplesmente com a camiseta da 6ª Festa do Vinho Novo, cerca de 1 mil pessoas se aprontavam para desfilar. A idade variava entre três e 70 anos. Aquele foi o único desfile pela manhã, por causa da final da Copa do Mundo. “Tirando a parte de acordar cedo, gosto de desfilar”, contou Gabriel Perottoni Rossato, nove anos. Os figurantes se aglomeravam ao redor de tratores e caminhões estacionados na avenida principal ou nas ruas laterais. Os veículos são parte dos quadros, que neste ano variam de representações do mato que encontraram os primeiros imigrantes a bodegas e cenas religiosas. Doze das 15 comunidades que fazem parte da Igreja Matriz de Forqueta estão participando do desfile. Cada uma desenvolve um tema relacionado à parada, decora o carro alegórico e providencia a comida para distribuir durante o corso. E é muita comida. Grostoli, bolacha, uva e até churrasco. O homenageado da festa, é

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claro, também participa. Só fica com o copo de plástico vazio quem quer. A maioria das comunidades oferece vinho a quem assiste ao desfile, ao qual comparecem as figuras de Baco e Dionísio. A celebração, realizada a cada dois anos, é chamada de Festa do Vinho Novo porque o mês de julho é quando a primeira bebida da safra está pronta. “Trabalhamos com uva e vinho, e isso é que garante nosso sustento. O pessoal tem orgulho de ser colono”, conta a rainha da Festa, Aline Dallegrave. Os primeiros figurantes já desfilavam enquanto Aline e as princesas, prontas para subir no último carro alegórico, comentam por que se candidataram aos cargos. Aline teve um incentivo especial. Estudante de Letras da UCS, a rainha é professora do 1º ano do Escola Cenecista São Vicente. “Os meus alunos torceram para que eu vencesse e, hoje, provocam os coleguinhas de outras turmas dizendo ‘A minha professora é rainha, a sua não’.” A princesa Ana Paula Zuccolotto acrescenta que o espírito de colaboração é o que há de mais especial na festa. “É bom ver como as comunidades se unem para fazer os grostolis e, mesmo com as mãos calejadas de trabalho durante a semana, participam dos desfiles aos sábados e domingos.” Quem organiza todo o circo das paradas – a última é neste domingo (18), final de semana de encerramento da festa – é Jacira Dulce Onsi. O tema deste ano é ‘Ricordi del Cuore”, lembranças do coração, em italiano, e aglomera as comunidades, escolas e entidades de

Até este fim de semana, Forqueta festeja com lembranças do passado, comida e, obviamente, muito vinho Forqueta. Para a organizadora, as mudanças que fizeram a festa crescer (o primeiro desfile contava apenas com 300 figurantes) não modificaram sua essência. “Se tornou grande, mas mantém o que é a história da região. É um resgate da nossa identidade, sem contar a promoção do vinho, que é nosso principal produto.” A ideia da festa surgiu com a necessidade de movimentar a comunidade com o turismo. A sua gênese foi, segundo Felipe Slomp Giron, então subprefeito de Forqueta, a Virada da Polenta, evento que ocorreu somente uma vez. O padre Darci Bertolini sugeriu então que comemorassem o vinho. Até a terceira edição, em 2004, a Festa da Vinho Novo foi realizada no salão paroquial da Igreja Matriz. Atualmente, se realiza junto à Cooperativa Vinícola Forqueta. “Nosso apelo não é comercial, é de mostrar nossa gente e cultura e, principalmente, valorizar o agricultor”, afirma Giron. Entre os 49 expositores da festa, sete vinícolas marcam presença. Quem visita a feira também pode conhecer a Cooperativa Vitivinícola Forqueta, suas pipas de carvalho e as de concreto revestidas de fibra de vidro, além do museu da associação. Para Rosângela Pergher, da vinícola Nossa Senhora de Caravaggio, o principal atrativo para expor é a divulgação da marca. Opinião compartilhada por Rita Onzi, da Casa Onzi, que produz próximo à Capela Menino Deus, uma das que fazem parte da Igreja Matriz de Forqueta. “Além disso, nos sentimos quase obrigados a participar, porque a

comunidade se dedica tanto à Festa”, acrescenta Rita. E a intenção da celebração é exatamente essa, segundo o presidente da Festa do Vinho Novo, Valmor Frizzo. “Temos que nos manter bastante fortes para preservar a comunidade unida. O vinho é nosso produto, sim, mas nosso propósito fundamental é manter a comunidade próxima”, afirma. Aparentemente, o objetivo está sendo atingido. Perottoni, Frizzo, Slomp, Generosi e Bonetto são sobrenomes que se repetem ao conversar com quem passeia pela Festa e participa do desfile. “Aqui todo mundo é parente”, diz Geneci Bonetto. Enquanto Heloísa Frizzo participava da parada, sua filha Elaine Frizzo recepcionava quem chegava ao local de exposições e guiava as pessoas por uma visita à cooperativa. “A Festa só sai se a comunidade se envolver”, afirma Heloísa, mãe da atual rainha da Festa da Uva e ex-rainha da Festa do Vinho Novo, Tatiane Frizzo. Elaine já foi princesa da celebração forquetense. Durante a Festa, os cerca de 25 mil habitantes do bairro esbanjam espírito comunitário. Marlene Bampi trouxe a amiga Vera Inês Biondo, que mora em Ana Rech. “O que empolga as pessoas é que parece uma festa bem familiar”, acredita Marlene. A história da família da historiadora Loraine Slomp Giron, mãe de Felipe, se confunde com a de Forqueta. Ruas e praças levam o nome de seus ascendentes, que estavam entre os primeiros a comprar terras ali. Loraine saiu de Forqueta criança, mas quer voltar ao bairro. “São raízes. Se você tem terra, tem raízes. Somos como vegetais.”

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Arte pedagógica

TALENTO

JUVENIL erça-feira (13), 19 horas em ponto no relógio digital plantado no estacionamento ao lado do UCS Teatro, na Universidade de Caxias do Sul (UCS). Ao piscar, mostrava a temperatura de 0°C. Felizmente, o frio não impediu que uma plateia formada por parentes e convidados dos 421 alunos das 10 turmas do Centro Tecnológico Universidade de Caxias do Sul (Cetec) praticamente lotasse o espaço para assistir à

a proposta das escolas tradicionais trabalha o talento individual, onde o aluno encontra seu papel e permanece sendo bom somente naquilo que sabe. O Cetec Festival vem interceder pelo oposto. Segundo Ana, as atividades da escola apontam o papel da coletividade aos alunos. “Essa é a riqueza do festival. O desafio é trabalhar pelo coletivo com seu talento individual.” Ela lembra que no festival não há o grande astro, mas todos participando com suas respectivas funções. O aluno vai se conhecendo melhor e amadurecendo

colégio. Conforme a jornalista e mãe de dois ex-alunos do Cetec, que também atua como assessora de imprensa do festival, Maria da Conceição Costa Afonso, eles “aprendem que o mundo não vai parar”. A evolução desses alunos é notada facilmente tomando por base seu comportamento e suas atividades durante o festival. “Os do 1º ano precisam levar um telefone para o palco, os do 3º já trabalham com a imaginação e só fazem o gesto de atender com a mão”,

mais disciplinados, preparados e, por que não, mais inteligentes. “Os próprios professores dizem que as turmas, com 35 a 40 alunos cada, ficam mais fáceis de trabalhar. Eles aprendem a lidar com a resolução de conflitos. A solução dos problemas do mundo se dá no coletivo”, diz Ana. Mesmo assim, não se pode esquecer que, na essência, são adolescentes. Durante as manhãs dos dias de apresentação, cada turma tem seu horário de ensaio. Na tarde, ensaio geral, onde uma turma pode observar os detalhes das Fotos: André T. Susin/O Caxiense

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por CÍNTIA HECHER cintia.hecher@ocaxiense.com.br

Apresentações dos 421 alunos do Cetec trazem à vida Cleópatra, Santos Dumont, Shakespeare e Chico Xavier

Apresentações das dez turmas do 1º, 2º e 3º ano mostram a subjetividade dos adolescentes, incentivam o convívio e educam para o futuro

apresentação do 15° Cetec Festival. Realizado desde a fundação da escola, há 15 anos, esta edição teve como tema “A história é um grande espetáculo”. Durante quatro noites, os alunos mostram seus talentos artísticos – em 2010, foi de segunda (12) a quinta (15). O assunto pode ser abordado livremente pelos estudantes, com as interpretações mais variadas, mas privilegiando risos, comédias e piadinhas. A prerrogativa para escolha dos personagens históricos a serem postos sob os holofotes foi estarem mortos e terem, de alguma forma, causado impacto na sociedade. Cleópatra, Santos Dumont, Shakespeare, Chico Xavier e Vladimir Herzog são alguns dos exemplos deste ano. Os alunos do 1º, 2º e 3º ano do ensino médio são os principais responsáveis pelos espetáculos. Quem não quer participar cantando, dançando e atuando pode se comprometer com outras funções de igual importância, como iluminação, sonorização, figurinos e construção de cenários. Ninguém fica de fora, mas não somente porque é uma atividade curricular, promovida pela aula de Linguagem. Mesmo que o resultado final sejam notas de participação e envolvimento, o que vai no boletim pouco importa. O que essas centenas de adolescentes querem é diversão. O aprendizado, normalmente relegado à sala de aula, ganha interdisciplinaridade. Conforme a diretora do Cetec, Ana Cristina Possapp Cesa,

ao se comprometer com suas responsabilidades no espetáculo. Identidade é palavra-chave na adolescência. Momento de escolher a profissão a seguir, de decidir o que gosta e não gosta, de aprender a dizer sim e a ouvir um belo não. Enfim, de dar o passo que falta à vida adulta e as responsabilidades que aguardam logo após a porta. O lema da escola é incentivar o aluno a escolher qualquer curso superior de seu agrado. “No ensino médio é preciso ver de tudo para saber aonde ir”, diz a diretora. A identidade adolescente é formada no grupo de relacionamentos. O festival estimula a criação dessa identidade para cada turma. Como diz Ana, “é um amontoado de gente, vindo de escolas diferentes de ensino fundamental, que vira uma equipe. Cria-se, então, uma harmonia”. O aprendizado vem de carona. Essas maneiras lúdicas e envolventes servem para trazer os fundamentos de aprendizagem para perto de quem precisa absorvê-los, não somente da maneira tradicional. “É a disciplina através do desafio”, resume a diretora. O resultado é um contraponto para aquele ensino clássico que conhecemos há tempos. “É possível ensinar outra coisa para essa gurizada”, diz Ana. No festival, eles aprendem a trabalhar em grupo e são estimulados a se aprofundarem no estudo dos conteúdos. Também passam a lidar com as responsabilidades. Quem está atuando na peça tem que decorar texto, saber quando falar, aprender a improvisar. Isso é uma amostra da volatilidade da vida fora do

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explica Ana. Claro que os estudantes não ficam sozinhos nessa empreitada. Os professores também se envolvem, supervisionando o uso da língua portuguesa nos roteiros e até participando de espetáculos. Uma das esquetes deste ano foi do atual professor da oficina de teatro do Cetec, Gabriel Zeni, com duas ex-professoras de teatro. Teatro, assim como música e dança, fazem parte da grade curricular do 1º e 2º ano do colégio. Existem as mesmas disciplinas, oferecidas como atividades complementares na forma de oficinas, para aqueles que se interessem um pouco mais do que o programado no ano. Atualmente, o grupo de teatro do Cetec possui 35 alunos, diz Zeni. Ele compara o festival a uma verdadeira festa, onde todos se divertem juntos e há uma integração de todas as turmas. Zeni bem sabe do que fala: é ex-aluno do Cetec, onde entrou em 1996. As observações sobre os pupilos são positivas. “É engraçado como no ensaio eles ficam nervosos, mas na hora a energia é diferente. E eles são muito bons no improviso!” As diferenças entre o antes e o depois do festival aparecem em sala de aula. Por mais que sejam centenas de adolescentes com hormônios borbulhando e criatividade à solta, eles são extremamente focados no objetivo de fazer com que tudo dê certo. De acordo com a diretora, a preparação anterior é uma loucura, uma agitação sem fim. Posteriormente, os alunos se mostram

apresentações das outras. De acordo com uma das coordenadoras pedagógicas do Cetec, Isabel Michelon Galli, esse é um espaço favorável até para discussão de elementos e cenários das peças. Sempre com o agito comum dessa fase. “A gente pede silêncio porque são espaçosos e volumosos, mas eles levam essa responsabilidade muito a sério.” Além de tudo, o festival é o espaço onde os alunos podem mandar seus recados, em forma de peça teatral, de dança, de música. Num ritmo cada vez mais alucinante de trabalho, pais têm tempo limitado a oferecer aos filhos. Assisti-los é uma maneira de perceber que aquela pessoa que ele criou tem pensamentos próprios e ideias a mostrar, dizer que cresceu. Os educadores também se surpreendem. O aluno irresponsável em sala de aula ou errático em uma disciplina pode se revelar verdadeiramente capaz diante dos olhos do professor-espectador. A visão sobre o estudante muda. O Cetec Festival é um laboratório para a vida, muito mais do que boas risadas entre colegas e horas a menos de sala de aula. A jornalista Conceição ressalta que os benefícios se estendem, inclusive, à futura vida acadêmica. “Se todos tivéssemos essa oportunidade na escola, apresentar um seminário no primeiro semestre da universidade não seria o parto que é.” Podemos até classificar isso como desenvoltura adquirida. Não é doença, é arte. Online | Veja galeria de fotos do Cetec festival em www.ocaxiense.com.br

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Guia de Esportes

guiadeesportes@ocaxiense.com.br Fotos: André T. Susin/O Caxiense

por José Eduardo Coutelle

O Caxias abre a participação da dupla CA-JU na Série C contra o Brasil, sábado, em Pelotas; o Juventude recebe o Criciúma domingo

FUTEBOL l Brasil x Caxias | Sábado, 20h | Na estreia da Série C, o Caxias tenta dar fim à sequência de jogos sem vitória da temporada de preparação. Após o empate de 1 a 1 contra o Pelotas no amistoso de domingo passado, a equipe treinada por Julinho Camargo retorna a Pelotas, onde enfrenta o Brasil e sua torcida em busca dos primeiros três pontos. O treinador grená já poderá utilizar o último reforço, o atacante Adriano, 23 anos, apresentado quinta-feira (16) no Centenário. Estádio Bento Freitas Ingressos: R$ 20 | João Pessoa, 694, Centro, Pelotas l Juventude x Criciúma | Domingo, 16h | O Ju estreia na Série C em casa contra o Criciúma, do técnico Argel. Para a Série C, a direção alviverde contratou 15 jogadores, sendo que oito deles já irão compor o time titular. A equipe do treinador Osmar Loss deve iniciar a partida com Jonatas; Luiz Felipe, Rafael Pereira, Edson Borges e Calisto; Tiago Silva (Éverton), Júlio César, Marcos Paraná e Cristiano; Júlio Madureira e Fausto. A arbitragem será de Antônio Denival de Morais, auxiliado por Ricardo Vilar Neves e Adair Carlos Mondini (trio paranaense). Estádio Alfredo Jaconi Ingressos: R$ 10 para a torcida do Juventude e R$ 20 para a torcida adversária | Hércules Galló, 1.547,Centro | 3027-8700 l Futebol Sete Série B | Sábado, a partir das 12h | Os jogos restantes da 1ª rodada, que iniciou semana passada, serão realizados neste sábado. As primeiras disputas foram caracterizadas por muitos gols. A única equipe que não conseguiu guardar a bola no fundo da rede foi a Irmãos Luvison, que perdeu para a AP Demore por 1 a 0. Sábado, 12h: San Martin x Lupatech | 13h: Eaton x Hyva do Brasil | 14h: Mobitec x Roal | 15h: Bronix x Keko | 16h: Caster Tech x CNCS |

17h: Romamar x Takarada | 18h: Reval x Fras-Le Centro Esportivo do Sesi Entrada gratuita | Cyro de Lavra Pinto, s/nº, Nossa Senhora de Fátima l 8ª Copa Ipam de Futsal Feminino | Sábado, 19h, 20h e 21h, e domingo, 10h e 11h | Neste final de semana começa a 2ª rodada. Com o empate entre a UCS e o Colégio Santa Catarina na estreia, a liderança do grupo ficou em aberto. O time B do Santa aproveitou a oportunidade e assumiu a ponta com uma vitória apertada por 1 a 0 contra o Pôr do Sol. Na outra chave, briga de siglas: a ACBF precisa vencer o BGF para se manter na liderança. Sábado, 19h: São Luiz x União Caxias (Santa Catarina) | 20h: Independente Serrano x UCS (Sta. Catarina) | 21h: BGF X ACBF (Sta. Catarina) | Domingo, 9h: Pôr do Sol x Pradense (UCS) | 10h: UCS B x Camisa 10 (UCS)| 11h: Sindicato dos Metalúrgicos x Real Madames (UCS) Escola Santa Catarina e UCS Entrada gratuita | Santa: Matheo Gianella, 1.160, Santa Catarina; UCS: Francisco Getúlio Vargas, s/n°, Petrópolis l Campeonato Municipal | Sábado, 13h15 e 15h15 | As equipes Esperança, Kayser, Hawaí e Águia Negra são as semifinalistas na Série Prata. Elas disputam neste sábado a vaga para a grande final. Os atletas da Série Ouro retornam aos gramados após uma semana de descanso e disputam a 12ª rodada. SÉRIE PRATA – Sábado 13h15: Esperança x Águia Negra (Municipal 1) | 15h15: Kayser x Hawaí Cruz (Municipal 1) | SÉRIE OURO – Sábado, 13h15: Guarani x Fiorentina (Enxutão), União Industrial x São Victor Cohab (Municipal 2) | 15h15: Fonte Nova x Vindima (Enxutão) | Domingo, 13h15: Goiás x Cristal (Municipal 1), Londrina x União de Zorzi (Enxutão) | 15h15: XV de Novembro x Século XX (Municipal 1), União Reolon x Az de Ouro (Enxutão) Entrada gratuita

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FUTEBOL DE MESA l 1° Campeonato Estadual de Futebol de Mesa | Sábado, a partir das 8h | Esta é a primeira edição do campeonato na modalidade Liso nas categorias Sênior e Júnior no Estado. Ao todo, 36 competidores mostrarão a habilidade com os botões. As finais devem ocorrer no início da noite. Associação de Futebol de Mesa Entrada gratuita | José Soares de Oliveira, 2.557, Pio X

FUTSAL l Festival de Futsal Talentos do Futuro | Sábado, a partir das 9h | O evento reunirá 184 atletas entre 10 e 12 anos. Os meninos, que fazem parte do projeto Centro de Convivência e Atividades Múltiplas, terão uma tarde recheada de futsal. Ao todo, serão 81 partidas. Ginásio Poliesportivo da UCS Entrada gratuita | Francisco Getúlio Vargas, s/n°, Petrópolis | 3215-5835 l Torneio Interdistrital | Domingo, a partir das 9h | A competição é realizada todo ano em comemoração ao mês do agricultor. Nesta edição, cinco equipes masculinas da categoria adulta disputarão o título. Paralelamente, serão realizados o Pedalando no Parque e o Festerando, ambos na praça de Galópolis. Lá, haverá atividades recreativas para crianças e também cama elástica, pingue-pongue, perna-de-pau, corrida dos bichos, futebol, voleibol, empréstimo de bicicletas, entre outros. Em caso de chuva o torneio ocorre normalmente, mas o Pedalando no Parque e o Festerando serão cancelados. Ginásio da Sociedade Recreativa Amigos de Galópolis Entrada gratuita | Edviges Galló, s/n°, 1.829, Galópolis l Campeonato Futsal Feminino | Segunda (19) e Quinta (22), 18h45 e 19h45 |

Agora é a vez das representantes femininas das maiores empresas de Caxias entrarem em quadra. O campeonato está iniciando a 2ª rodada nesta segunda-feira. Segunda, 18h45: Coser x Voges | 19h45: Correios x Invensys A | Quinta, 18h45: Intral x Marcopolo | 19h45: Neobus x Invensys B Centro Esportivo do Sesi Entrada gratuita | Cyro de Lavra Pinto, s/nº, Nossa Senhora de Fátima l Campeonato Futsal Master | Quarta (21), 18h30 e 19h30 | A Voges já começou mostrando que veio para ganhar. Goleou o time dos Correios na primeira rodada, e nesta quarta enfrenta a Neobus, que estreou perdendo para a Agrale. Quarta, 18h30: Correios x Marcopolo | 19h30 : Voges x Neobus Centro Esportivo do Sesi Entrada gratuita | Cyro de Lavra Pinto, s/nº, Nossa Senhora de Fátima

VÔLEI l Campeonato de Voleibol Masculino do Sesi | Sábado, a partir das 13h | As equipes disputam a 5ª e última rodada da 1ª fase. A Marcopolo, invicta, enfrenta a Voges, jogando em casa. Sábado, 13h: Randon x Agrale | 14h30: Fras-le x Invensys | 16h: Marcopolo x Voges Quadra da Marcopolo Entrada gratuita | Rota do Sol, Km 73, Linha São Giácomo

VELOCIDADE l 5º Etapa do Campeonato Serrano de Arrancadas | Domingo, a partir das 8h | Os motores voltam a roncar em mais uma etapa, que reúne os melhores pilotos da região e vale pontos para o campeonato geral. Estão inscritos 130 participantes nas diversas categorias. Parque de Eventos de Vila Oliva R$ 5 | BR-116, Km 145, 1.410, Vila Oliva | 3224-5613 ou 9112-0972 17 a 23 de julho de 2010

O Caxiense

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A nossa Copa do Mundo

O CAMINHO

DA SUBIDA

André T. Susin/O Caxiense

A dupla CA-JU, de eterna rivalidade, começa lado a lado neste fim de semana a busca de um sonho (ou a fuga de um pesadelo): a ascensão à Série B de 2011

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O Caxiense

17 a 23 de julho de 2010

Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.


Edenílson Alisson

O lateral direito sonha em colocar a bola na cabeça dos atacantes e vibrar com o triunfo grená

A revelação grená no Gauchão pode acabar no banco para a entrada de Lê, Maiquel ou Aloísio, no ataque

Cláudio Luiz Anderson Bill Mauro

Sem Borja e Everton, ganhou nova chance de Julinho, e se aproveitá-la pode virar ídolo grená

Volta a campo para disputar a tão sonhada vaga para Série B, que escapou das mãos do Caxias em 2009

Reforço que veio do Pelotas, destaque do Gauchão e arma secreta de Julinho no esquema com três zagueiros

Fernando Wellington O goleiro agarrou a vaga ainda no Gauchão e não pretende largar a bola

Fotos: Luiz Erber, Divulgação/O Caxiense | Arte: Luciana Lain

Série C

Julinho

O treinador do Caxias já foi assistente de Paulo César Carpeggiani, trabalhou nas categorias de base do Grêmio e do Inter e encara agora o desafio de levar o time grená à tão sonhada Série B

Marcos Rogério Neto

Entrou em campo com o Gauchão rolando e conquistou a vaga afastando a bola da área do Caxias

O volante tem cadeira cativa, porque roubar bolas é o seu ofício

Marcelo Costa

Capitão do time, eleito melhor jogador do Gauchão, é ele e mais 10 em campo. Precisa dizer mais?

Renan

Enfim o xerife está recuperado fisicamente e pronto para entrar e não sair mais do time

Edu Silva

O lateral esquerdo não está ainda 100% fisicamente, e pode ser substituído por Itaqui ou até mesmo Tiago Saleti

A RAÇA entra em campo O Brasil de Pelotas é o primeiro inimigo a ser encarado pelo Caxias, fora de casa

Q

por MARCELO MUGNOL marcelo.mugnol@ocaxiense.com.br uando o Caxias caiu diante do Ypiranga, nos pênaltis, uma estranha sensação pairava pelo estádio Centenário. Era como se a derrota naquela altura do Gauchão não fosse verdade. Porque o time estava voando, tinha em campo um trio que tocava o horror em toda e qualquer defesa: Marcelo Costa, Everton e Cristian Borja. Tinha dois xerifes de impor respeito no meio-campo: Itaqui e Marcos Rogério. Na zaga, Neto montou uma verdadeira muralha ao lado de Anderson Bill. Sem falar do jovem Edenílson, que foi sendo lapidado por Julinho Camargo até se tornar o coringa que defendia e atacava com a mesma determinação. Naquela estranha noite, a festa virou velório. Terminava ali o sonho do Caxias de disputar mais uma final de Gauchão. Esse clima de frustração não abateu apenas o apaixonado torcedor grená. Dois dias depois da derrota, o treinador Julinho Camargo revelou que não havia dormido naquela noite. “A euforia da vitória dura uma noite só, mas o abatimento da derrota dura mais tempo”, dizia ele. Mas não é porque o Caxias tropeçou antes do fim que todo

o trabalho foi ralo adentro. “Nunca escondi do torcedor que nosso time tinha deficiências, mas nunca nos faltou empenho”, avaliou Julinho, revendo a eliminação do Gauchão. Mesmo não disputando a final o Caxias ainda seria reconhecido como o Campeão do Interior e acabou por tabela sendo agraciado com o troféu de craque do Gauchão, título concedido ao capitão Marcelo Costa. No final das contas, o desejo do presidente Osvaldo Voges, revelado antes do início do campeonato, de ficar entre os quatro melhores do Estado, consumou-se. Resta agora o maior desafio do ano, a Copa do Mundo do Caxias, a Série C, e no final desse percurso a tão sonhada vaga na Série B. O Caxias estreia na Série C fora de casa, neste sábado (17), às 20h, no Estádio Bento Freitas, em Pelotas. O adversário é o Brasil, um osso duro de roer. Não só porque tem um bom time em campo, mas porque a torcida xavante não para um segundo. Julinho avalia o Brasil: “É um clube que investiu muito e tem jogadores de nome, como o Ricardinho. O treinador Fahel Júnior tem o perfil de um time que propõe o jogo e vai tentar envolver o

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adversário com posse de bola”. Se de- o bordão: “Eu vim pra confundir, não pender da escrita dos últimos confron- pra explicar”. Confundir o adversário, tos, a disputa entre Caxias e Brasil vai é bom que se diga. Porque durante a acabar com uma vitória para cada um, fase preparatória para a Série C, Julicom saldo positivo para quem jogar nho resolveu testar novas possibilidaem casa. Ou seja, quandes táticas. Além do do o Caxias jogar fora esquema que o Caxias vai perder, mas quando “O clube não usou no Gauchão, jogar em casa vai vencer. faz loucuras. com duas linhas de No entanto, pra larquatro jogadores e no Mais do que a gar de vez a maldição ataque Borja recebenda Série C e alcançar o falta de um ou do a companhia de oásis da Série B, o Ca- outro jogador, Everton, que voltava xias precisa fazer mais. fica o legado do pra marcar no meio, Dentro de campo, poràs vezes liberando até trabalho de todo que fora anda vencendo Marcelo Costa para de goleada. É só o leitor o grupo”, diz ser atacante e não apebuscar na estante os nú- Julinho Camargo nas meia armador, Jumeros mais antigos d’O linho andou testando Caxiense e reler todas uma formação com as transformações que a atual direção três zagueiros. “Não sei nem se vou joanda realizando no clube. A mais re- gar”, desconversa Neto, ao ser perguncente, e que pretende empurrar o time tado sobre a linha de zaga ao lado de na Série C, é a campanha de marke- Anderson Bill e Cláudio Luiz. “Quem ting. “Agora vai” é o slogan estampado decide é o Julinho, mas já estamos bem nos muros do Estádio Centenário e entrosados e no São Caetano (clube de que deverá ser entoado pela torcida até onde Neto veio) eu joguei bastante temo final do campeonato, de preferência po com essa formação.” com a vaga debaixo do braço. Dentro de campo, Julinho CamarOutro que despista se joga ou go anda vestindo a carapuça do velho não, pelo menos na estreia, é o volanguerreiro Chacrinha. Assumiu de vez te Marcos Rogério. Líder no ranking 17 a 23 de julho de 2010

O Caxiense

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de roubar bolas, o jogador foi um dos mais importantes grenás em campo no Gauchão. É o tipo de volante que joga quase invisível, mas parece onipresente quando precisa resguardar a defesa. “Mas e se o Marcos Rogério não jogar, quem vai ser o ‘pegador’ do meio-campo?”, pode perguntar um afoito torcedor. Como diz Neto, quem manda, quem decide, é Julinho. Alisson, lateral direito, reforça: “A torcida tem de ter paciência e acreditar no time. Porque se saíram o Everton e o Borja, temos aqui o Lê, o Mauro, o Aloísio, e outros que podem resolver o jogo pra gente. Pode confiar”. Sem desmerecer outras torcidas, como a do Juventude, por exemplo, que também sonha em navegar por mares menos turbulentos, se tem uma nação que acredita sempre, que tem fé em dias melhores, é a nação grená. Seja com o 4-4-2 do Gauchão, ou 3-6-1, ou 3-5-2, de alguns jogos-treino dessa intertemporada, ou esquemas que surgirão na cabeça do enxadrista Julinho Camargo, de uma coisa o torcedor

pode estar certo, não vai faltar dedicação desse grupo que, mesmo abatido pela derrota antes da hora no Gauchão, percebeu que tem bala na agulha. E quem quiser cutucar o Falcão Grená com vara curta vai ter de aguentar as consequências. Quer um exemplo da força do grupo? Só um: se precisar, Itaqui vai jogar de lateral esquerdo, e não de volante, nesta Série C. Da mesma forma que Lê deixou o ataque e foi jogar no meio, por vezes marcando mais do que armando e atacando, em nome da manutenção do esquema de jogo proposto por Julinho. E isso sem que o treinador tivesse que vestir a armadura de um líder truculento, que só consegue as coisas na base da força e do autoritarismo, como uns tantos “professores” desse maravilhoso mundo da bola que andam por aí até de terno e gravata ou sobretudo Armani. Cada jogo será uma decisão. É com esse espírito que Julinho Camargo vai montar a estratégia das par-

ESCALADA GRENÁ

tidas. Além do estudo da maneira de jogar dos adversários que o Caxias vai enfrentar – Brasil de Pelotas, Juventude, Criciúma e Chapecoense –, ele vai ponderar o fator local e a condição física de cada atleta. O meia-atacante Adriano, por exemplo, recém contratado, deverá estar disponível já na segunda rodada, avisa Julinho. E aí o jogo é em casa, contra a Chapecoense. E no Centenário pode ser que Julinho deixe de lado a ideia de jogar com três zagueiros, já que vencer é necessário. Ganhar em casa é condição essencial para conseguir avançar neste campeonato de tiro curto com candidatos tão bem preparados como os que o Caxias vai enfrentar. Sem entrar na marola de discutir se a fórmula de disputa é a mais coerente, para usar o termo da moda Dunga de ser, Julinho quer vencer e levar o Caxias à conquista da vaga para a Série B. O treinador ainda bate no peito e diz que é parceiro do presidente, que por sua vez trabalha para amenizar os estragos do passado e deixar um bom ali-

cerce para o futuro grená. “O Everton vai fazer falta, sim, o Borja também, mas por outro lado tenho de entender a realidade financeira do Caxias. O clube não faz loucuras. Mais do que a falta de um ou outro jogador, fica o legado do trabalho de todo o grupo”, explica Julinho. Para entender esse novo Caxias, algo que nem todo mundo consegue, é preciso enxergar que mesmo por caminhos avessos ao interesse deste ou daquele o clube volta a encontrar sua identidade dentro de campo. O Caxias sempre teve um jogador mais técnico, habilidoso, que parece carregar a bola debaixo do braço, como é o caso de Marcelo Costa hoje. Por outro lado, sempre teve um senso coletivo, de brigar por cada bola, mesmo as que parecem perdidas. Raça é a palavra mais adequada. Quem sabe não se inspira no Uruguai dessa Copa da África do Sul e não cala a boca de muito corneteiro que ainda não acredita nesse novo Caxias e no velho sonho de voltar para a Série B.

Fotos: Luiz Erbes, Divulgação/O Caxiense (Neto) | Maicon Damasceno/O Caxiense (Julinho)

BRASIL-PEL X CAXIAS

JU X CAXIAS

Dia 17 de julho | 20 h Bento de Freitas

“O time é muito rápido e técnico. Transita fácil da defesa para o ataque. É uma escola diferente da nossa do sul.”

CAXIAS X BRASIL-PEL Dia 19 de setembro | 16h Centenário

“É um time qualificado, competitivo, que tem história. E a torcida deles motiva sempre, o jogo inteiro.”

NETO | ZAGUEIRO

Dia 1° de agosto | 16h Alfredo Jaconi

CAXIAS X JU

Dia 29 de agosto | 15h30 Centenário

JULINHO | TÉCNICO

“É uma equipe competitiva e com os jogadores muito fortes, característica do seu treinador. Tem no jogo aéreo seu forte, tanto no ataque quanto na defesa.”

CAXIAS X CHAPECOENSE Dia 24 de julho | 15h30 Centenário

CAXIAS X CRICIÚMA

CHAPECOENSE X CAXIAS Dia 12 de setembro | 16h Índio Condá

CRICIÚMA X CAXIAS

Dia 14 de agosto | 15h30 Centenário

Dia 5 de setembro | 16h Heriberto Hülse

“É uma equipe muito boa, forte e técnica. Tem uma transição rápida da defesa para o ataque.”

Regulamento

Quartas de final

- A Série C de 2010 será disputada por 20 clubes: 12 eliminados nas duas primeiras fases da Série C de 2009, quatro rebaixados da Série B de 2009 e quatro times que subiram da Série D de 2009. - A primeira fase terá quatro grupos com 5 clubes cada, com jogos em turno e returno dentro dos grupos

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O Caxiense

(ou seja, total de oito partidas para cada time). De cada grupo, os dois melhores classificam-se para as quartas de final. - O último colocado de cada grupo será rebaixado para a Série D de 2011. - Nas quartas de final, a disputa passa a ser em partidas de ida e

17 a 23 de julho de 2010

volta, em sistema eliminatório (mata-mata). Os vencedores dessa fase serão semifinalistas do torneio e já terão o direito de disputar a Série B de 2011. - Os quatro semifinalistas também farão jogos de ida e volta para definir quem disputará o título de campeão da Série C.

2 e 10 de outubro

Semifinais 24 e 30 de outubro

Finais 14 e 21 de novembro

Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.


Cristiano

Tem qualidades no passe e para definir. É outro que veio do MetropolitanoSC. Também pode ser substituído por Christian

Júlio César

O volante ganhou espaço após recuperar-se de lesão no primeiro trimestre

Rafael Pereira

Veio do MetropolitanoSC. Disputa posição com Bruno Salvador, que foi companheiro de Jonatas no Pelotas durante o Estadual

Júlio Madureira

Primeira contratação para a Série C. Já vestiu a camisa do Caxias, de onde saiu de forma turbulenta

Tiago Silva

Veio para ser titular, mas deve estrear somente na terceira rodada. Éverton, que jogou o Gauchão pelo Porto Alegre, e Umberto são opções

Jonatas

Goleiro contratado junto ao Pelotas, após ótima atuação no Gauchão

Fotos: Luiz Erber, Divulgação/O Caxiense | Arte: Luciana Lain

Série C

Osmar Loss

Ex-treinador de base do Inter, veio para o Jaconi no início do ano. No Gauchão, só conseguiu fugir do rebaixamento. Agora, com mais tempo e contratações, tem a confiança da direção para a disputa da Série C

Fausto Calisto

Remanescente do grupo que disputou o Gauchão

Tem fama de goleador. Na Série A2 paulista fez 24 gols em 25 jogos. Aqui, já marcou duas vezes

Marcos Paraná

Atuou pelo Veranópolis no Gauchão. O habilidoso uruguaio Christian é opção para substituí-lo

Luiz Felipe

Lateral direito titular desde o ano passado

Edson Borges

Alto (1,92m), jogou o Gauchão pelo Novo Hamburgo

renovado para a batalha O desafio do Juventude começa no Alfredo Jaconi, contra o Criciúma

e

por FABIANO PROVIN fabiano.provin@ocaxiense.com.br squeçamos o Gauchão. Nem para teste serviu a competição disputada no início de 2010. Foram embora 13 jogadores, outros 15 chegaram. Houve tempo para preparação física, para trabalhos táticos, para intertemporada em Santa Catarina e para amistosos. Nesse período, até agora, tudo saiu conforme o planejado. Mas, e sempre existe um mas, já diz a velha máxima, o futebol é uma caixinha de surpresas. Os jogadores do Juventude, que não querem ser surpreendidos, estão concentrados, e sabem do objetivo traçado pela direção: disputar a Série B em 2011. Para que o planejamento não seja deixado de lado, o Ju começa às 16h deste domingo, dia 18, no Estádio Alfredo Jaconi, a difícil caminhada pela terceira divisão do futebol brasileiro. Após 10 jogos (oito na fase classificatória e dois no mata-mata das quartas de final), saberemos se a meta foi ou não alcançada. O primeiro desafio será contra o Criciúma. Os demais adversários do alviverde, que está no Grupo D, serão Caxias, Brasil de Pelotas e Chapecoense-SC. Mas na cabeça do técnico Osmar Loss,

por enquanto, só as cores amarela e preta, do Criciúma, lhe tiram um pouco do sono. “Sempre faltarão alguns ajustes, mas posso afirmar que temos uma base de time bem montada. Ao longo da competição, naturalmente, são acertadas algumas coisas. Além de fazermos a nossa parte, quero aproveitar para convocar a torcida. Assim como ela veio e apoiou o time no empate com o Grêmio, tenho certeza de que apoiará nos jogos em casa pela Série C”, aposta Loss. Para o comandante do Ju, no mínimo 15 mil papos devem estar no Jaconi na tarde de domingo. “Se alguém ainda tinha receio, principalmente pelo que viu no Gauchão, o cartão de visitas foi dado no amistoso com o Grêmio. Enfrentamos um adversário de qualidade, da Série A. Fiquei muito contente com o desempenho da minha equipe”, elogiou o treinador. Antes do empate em 2 a 2 com o time do técnico Silas, o Ju disputou outros cinco amistosos. No primeiro deles, contra o Flamengo de Bento Gonçalves, vitória de 5 a 0. Depois, o adversário foi o Pelotas, lá no Estádio Boca do Lobo. Segurando as investidas organizadas por Beto Almeida, o alvi-

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verde retornou para a Serra com uma o goleiro de 30 anos, que foi destaque vitória por 1 a 0. No Jaconi, frente ao do rival do Brasil no Gauchão. Sobre mesmo Pelotas, outro resultado posi- o primeiro adversário, Jonatas ressalta tivo: 2 a 1. Veio a intertemporada em que um grande investimento foi feito Santa Catarina e, com ela, mais dois no Criciúma, tanto na comissão técnitestes. Contra o Figueica quanto no grupo de rense, a primeira derrojogadores. ta, por 2 a 1. Já o Metro- “Sempre politano aplicou 3 a 1 no faltarão alguns Outro titular Ju, numa partida marcano time de Loss que ajustes, mas da por jogadas violentas está pronto para a es– o lateral esquerdo uru- posso afirmar treia é o volante Júlio guaio Planchón acabou que temos César. Afastado do expulso. time por praticamente uma base Planchón, o meia todo o segundo turno de time bem Christian e o atacante do Gauchão, após soIsmael Espiga foram os montada”, frer uma lesão musreforços “importados” diz Loss cular, ele avalia que o do país vizinho para a Criciúma passou por disputa da Série C. Além uma grande reformudeles, 12 atletas foram contratados lação, e lembra que tem no comando pela direção, de goleiros a atacantes. o técnico Argel. “Conhecemos o estiCom a despedida do volante Lauro, a lo de cobrança do treinador, ou seja, braçadeira de capitão deve ficar com podemos deduzir que eles virão para o goleiro Jonatas, um dos reforços, cima mesmo jogando fora de casa. que veio do Pelotas. “O Juventude está Precisamos estar preparados para isso”, pronto para a estreia. O amistoso com resume o volante, que conhece bem o o Grêmio nos deu muita confiança, jeito de trabalhar do técnico do Caxias, pois nosso desempenho tático foi satis- Julinho Camargo, segundo time que o fatório. Estamos preparados. A equipe Ju enfrentará no torneio – também no está segura e confiante e os adversá- Jaconi, no dia 1º de agosto. “O Julinho rios sabem que o Ju é forte”, discursa foi meu treinador na base do Grêmio. 17 a 23 de julho de 2010

O Caxiense

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Teremos bastante dificuldade contra o Caxias, pois eles mantiveram a base do Gauchão”, cita Júlio César, 22 anos. Osmar Loss acredita ser muito importante começar a Série C com dois jogos em casa. “Temos de iniciar bem, com 100% de aproveitamento”, projeta o treinador. “A partir de domingo, o bicho vai pegar. Esperamos o apoio da nossa torcida”, complementa o habilidoso meia Cristiano, 23 anos, que veio do catarinense Metropolitano. “Ele é um jogador que observamos ainda durante o Gauchão. Tem qualidade, bate muito bem de fora da área”, ressalta Loss. Sobre os adversários, o Criciúma do técnico Argel Fucks, como sabe o técnico alviverde, é um time alto, de imposição física. Destaque para Brida e Mika, reforços que saíram do Caxias, e Marcos Denner, ex-Ju. O goleiro Agenor formou-se nas categorias de base do Inter. No Caxias, Cláudio Luiz chegou para ser titular na zaga. O volante Renan, após meses de recuperação físi-

ca, é peça fundamental no esquema de Julinho, assim como o meia Marcelo Costa. As principais perdas no Caxias foram no ataque: o meia Éverton, que foi para o Inter, e o atacante Borja, que desembarcou no Flamengo. O Brasil de Pelotas é treinado por Fahel Júnior, e manteve a base da segunda divisão estadual. Entre as apostas está o meia Ricardinho, que veio do Sport-PE. Na Chapecoense, que disputou a Copa SC (equivalente à Copa FGF no Rio Grande do Sul) e foi eliminada pelo Criciúma, um dos reforços para o técnico Guilherme Macuglia foi o atacante Gustavo Papa, formado no Inter, que disputou o Gauchão pelo Novo Hamburgo. “O Brasil e a Chapecoense são os times dos quais eu menos tive informação até agora. Até porque vamos enfrentá-los somente no próximo mês, ou seja, vou observá-los durante a competição”, explica o treinador papo. O presidente alviverde, Milton Scola, está “muito esperançoso” para começar a disputa da Série C. Na sua opinião, um time de qualidade foi montado,

ESCALADA ALVIVERDE

alto e com experiência. “Contratamos o Fausto, um artilheiro que sabe fazer gols. É isso que esperamos dele”, conta, lembrando que o segundo gol contra o Grêmio, no dia 10, foi anotado pelo atacante, que estava na Linense-SP. Fausto fez 24 gols em 25 jogos na Série A2 paulista. A única preocupação de Scola e de Loss é a janela de transferências da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Por pressão de grandes equipes do país, o prazo para a regularização de documentos de jogadores que estavam no Exterior poderia ser antecipado – a data original é 1º de agosto. Dessa forma, o volante Tiago Silva, que atuava na Bélgica, e o lateral esquerdo Planchón teriam suas situações regularizadas. “Nossos documentos estão prontos. Só dependemos da CBF”, resume Scola. Alheios a essas decisões, os torcedores do Juventude sabem que um novo time foi montado para a disputa da terceira divisão. Reforçando a mobilização para subir à Série B, as

duas principais torcidas organizadas do Ju estarão juntas para apoiar a equipe. Na primeira semana de maio, logo após a eliminação do Gauchão, a Mancha Verde e Os Loucos da Papada selaram uma parceria para um movimento chamado Um por todos, todos pelo Juventude. A ação visa contagiar quem realmente é juventudista. “Queremos o apoio incondicional de todos os papos na cruzada que será a Série C”, destaca Cláudio Spigolon, o Dinho, presidente da Mancha. O mesmo pensamento é compartilhado pelos Loucos da Papada. “Vamos recuperar o fator Alfredo Jaconi, que precisa ser novamente um caldeirão que intimide o adversário e empurre o time, como era no passado”, salienta Léo Cemin. No domingo, eles estarão no estádio. E convocam os papos a levar amigos e parentes, a encher o Jaconi para que o plano não se torne apenas um sonho, ou vire pesadelo. Afinal, “a Copa do Mundo terminou no dia 11, mas a nossa Copa começa no dia 18”, diz Osmar Loss.

Fotos: Maicon Damasceno/O Caxiense (Loss) | Edgar Vaz, E.C. Juventude/O Caxiense e André T. Susin/O Caxiense (Jonatas)

JU X CRICIÚMA

BRASIL-PEL X JU

Dia 18 de julho | 16h Alfredo Jaconi

CRICIÚMA X JU

Dia 19 de setembro | 16h Heriberto Hülse

“O Criciúma é um time que foi remodelado para a disputa da Série C, é forte fisicamente e tem nas bolas paradas as suas principais jogadas.”

LOSS | TÉCNICO

“Assisti dois jogos do Caxias, mas acho que é uma equipe que vai mudar muito. O Julinho deixará o time muito próximo daquele que atuou no Gauchão.”

Dia 7 de agosto | 20h Bento de Freitas

JU X BRASIL-PEL Dia 22 de agosto | 16h Alfredo Jaconi

JU X CAXIAS

“É uma equipe competitiva e com os jogadores muito fortes, característica do seu treinador. Tem no jogo aéreo seu forte, tanto no ataque quanto na defesa.”

CHAPECOENSE X JU

Dia 1º de agosto | 16h Alfredo Jaconi

Dia 14 de agosto | 16h Índio Condá

CAXIAS X JU Dia 28 de outubro | 16h Centenário

JU X CHAPECOENSE Dia 5 de setembro | 16h Alfredo Jaconi

“O Brasil tem um treinador paulista, que trouxe muitos atletas do seu Estado. O ponto forte deles é o fator local, pois a torcida xavante apoia mesmo o time.”

JONATAS | GOLEIRO

Regulamento

Quartas de final

- A Série C de 2010 será disputada por 20 clubes: 12 eliminados nas duas primeiras fases da Série C de 2009, quatro rebaixados da Série B de 2009 e quatro times que subiram da Série D de 2009. - A primeira fase terá quatro grupos com 5 clubes cada, com jogos em turno e returno dentro dos grupos

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O Caxiense

(ou seja, total de oito partidas para cada time). De cada grupo, os dois melhores classificam-se para as quartas de final. - O último colocado de cada grupo será rebaixado para a Série D de 2011. - Nas quartas de final, a disputa passa a ser em partidas de ida e

17 a 23 de julho de 2010

volta, em sistema eliminatório (mata-mata). Os vencedores dessa fase serão semifinalistas do torneio e já terão o direito de disputar a Série B de 2011. - Os quatro semifinalistas também farão jogos de ida e volta para definir quem disputará o título de campeão da Série C.

2 e 10 de outubro

Semifinais 24 e 30 de outubro

Finais 14 e 21 de novembro

Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.


Marcelo Mugnol

marcelo.mugnol@ocaxiense.com.br

QUE VENHA O

A

GANSO

cabou. E pode-se falar de tudo dessa Copa que já foi embora. Muita gente colocava a Espanha entre os favoritos. Mas quase ninguém apostava nela como a vencedora. Melhor assim, na surpresa. Em 1950, a Espanha tinha sido a quarta colocada. Sua melhor colocação até então. Na fatídica Copa no Brasil, quando a seleção canarinho caiu diante dos uruguaios, em pleno Maracanã. Falando em vice, a Holanda parece ter ido à África apenas pra ferrar com o sonho brasileiro. Não diria estragar a festa, porque o time do Brasil parecia azedo desde o início e era questão de tempo tomar um rapa geral. Melhor que o fiasco tenha sido bem longe de casa. Quem sabe assim alguém enxerga que é preciso devolver ao Brasil a sua identidade. Afinal de contas, ninguém entendeu por que o Brasil andava copiando o estilo de jogo alemão da década de 90. Mesmo sem erguer o caneco o Uruguai voltou para casa com a identidade recuperada. Tivesse o Brasil cruzado o caminho uruguaio nessa Copa, mesmo numa final, os de verde e amarelo cairiam feito uma jaca diante dos bravos guerreiros da honrosa camisa azul celeste. Roberto, taxista uruguaio que mora em Buenos Aires há 30 anos, não botava muita fé na longevidade celeste na Copa, mas lembrava: “Temos Forlán”. E Forlán acabou como o melhor jogador da Copa da África. O camisa 10 uruguaio parecia ter domado a xucra Jabulani como poucos. Não importava de onde, nem com qual perna chutasse, a bola acabava sempre encontrando as redes. Nosso camisa 10, Kaká, ex-melhor do mundo, e o camisa 10 argentino, Messi, também exmelhor do mundo, voltaram pra casa sem marcar um golzinho.

Resta a eles aplaudir Forlán e comprar o filme da Copa para estudar até 2014. Falando em filme da Copa, no passado era tão raro ver um perna de pau na seleção canarinho. Mesmo zagueiros ou centromédios (quando ainda existia essa função) tocavam na bola com maestria. E na Copa da África vimos brasileiros como rebatedores de bola, como se jogassem beisebol. Vimos brucutus truculentos, como se fossem defensores de futebol americano. É preciso reconhecer que nosso samba perdeu a graça e virou polca de uma perna só. Alegria foi ver o Barcelona reforçado, e mesmo sem Messi, ganhar a Copa do Mundo. A Espanha foi impiedosa e majestosa. Com a mesma ginga e drible de um toureiro, o time espanhol fez todo mundo de gato e sapato. Esquecemos até da derrota na estreia, diante da Suíça. Assim a Espanha faz história. Primeiro, porque ganhou sua primeira taça numa Copa do Mundo. Segundo, porque é a primeira seleção campeã do mundo a perder na estreia. Vicente del Bosque, treinador espanhol, mostra ao mundo que o negócio é ter bigode. Imponente, aliás. Homem de bigode sempre aparenta ser mais respeitoso. Felipão, ex-zagueiro do Caxias, também já ergueu o caneco de campeão do mundo. Agora, reaparece ao Brasil como salvador da pátria. Resta decidir se vale a pena perder os últimos fios do bigode para encarar essa empreitada. O problema é saber se Felipão ou qualquer outro treinador vai aguentar quatro anos de pressão pra formar uma seleção imbatível. Torcer, a gente sempre torce, mesmo a contragosto. Que venha o Ganso, para ser o craque de 2014. O resto a gente encontra por aí.

fabiano.provin@ocaxiense.com.br

Ricardo Nogueira, Folha Press/O Caxiense

Copa 2010

Fabiano Provin

Eu e o polvo acertamos

A Espanha foi campeã porque apresentou um futebol melhor, simples, sem firulas. Numa competição de sete jogos – perdeu um (a estreia, para a Suíça) e venceu seis –, ganha quem é mais eficiente. Lógico que a qualidade técnica dos jogadores ajuda. Na verdade, só aumenta as chances, pois quem vence é o time, o grupo. Diferentemente da Holanda, que parecia estar em um campo de batalha viking, os espanhóis conseguiram jogar futebol. Vale lembrar que as chances mais claras de gol foram criadas pelos holandeses, ambas com Robben. Lembra do ditado? Quem não faz... Desta vez a Espanha chegou e levou. O trabalho desenvolvido nos últimos anos deu resultado. Apesar da troca de técnico após ganhar a Eurocopa, o time foi mantido. Sem dúvida, Iniesta,

Xavi, Xabi Alonso, Casillas e seus colegas acabaram de vez com a história de que a Espanha sempre amarelava na hora H. Não jogaram um bom futebol como o Brasil de 2002, por exemplo, mas jogaram bem até quando perderam. Numa Copa em que as vuvuzelas, a Jabulani e o polvo Paul foram as principais atrações, esperava ver a Alemanha na final. Até perder para a Espanha, era a seleção que apresentava o futebol mais bonito – e ofensivo. Para fechar os destaques da Copa, não esqueçamos de Sara Carbonero, jornalista e namorada do goleiro-beijoqueiro espanhol Casillas, e da belíssima Larissa Riquelme, modelo paraguaia que está contando os guaranis depois de ter sido flagrada com um celular entre os seios.

Mesmo sendo eliminado nas quartas de final da Copa, o Brasil saiu da África do Sul com um bom dinheiro no bolso. Ou melhor, nos cofres da CBF. A estimativa é de que a Fifa

tenha repassado R$ 26,3 milhões para a mandatária do futebol brasileiro. A Espanha levou R$ 54,5 milhões; a Holanda, R$ 43,9 milhões; e a Alemanha, R$ 36,9 milhões.

Grana no bolso

Brasil em 6º

Você sabe qual seleção terminou a Copa do Mundo invicta? A Nova Zelândia, que empatou seus três jogos na fase classificatória. No quesito gols marcados, mérito para os alemães, que balançaram as redes adversárias 16 vezes. Em segundo ficaram os holandeses (12), seguidos dos uruguaios (11), argentinos (10) e brasileiros (9). Argélia e Honduras não marcaram gols no Mundial. Na classificação geral

da Copa, o Brasil ficou em 6º, atrás da Argentina (5º). Os 10 primeiros, pela ordem: Espanha, Holanda, Alemanha, Uruguai, Argentina, Brasil, Gana, Paraguai, Japão e Chile. A Azzurra ficou em 26º, e a França, em 29º – entre 32 seleções. A Holanda fez mais faltas (128) e os uruguaios chutaram mais a gol (46 vezes). Quer saber mais estatísticas da Copa? Veja em pt.fifa.com.

Faltam menos de quatro anos

A Fifa pretende montar um escritório no Rio de Janeiro para monitorar de perto o uso da marca da Copa do Mundo por empresas que não possuam o direito de explorar a imagem e, também, para acompanhar o andamento das obras nos estádios. Depois da final, o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, criticou o Brasil,

dizendo que falta “praticamente tudo” para o país sediar a Copa de 2014. Easy, man, faltam quatro anos. Só falta construir alguns estádios, algumas estradas, alguns aeroportos... Passados dois anos e meio do anúncio do Brasil como sede em 2014 e um ano da escolha das cidades-sede, raros são os sinais de obras dos futuros estádios.

Próximos

Em dezembro, a Fifa irá definir quem sediará as Copas de 2018 e 2022. Será a primeira vez que as sedes de dois torneios serão definidas simultaneamente. Para 2018, disputam Inglaterra, Rússia, EUA e as candidaturas

conjuntas de Bélgica e Holanda e de Portugal e Espanha (a exemplo do que ocorreu em 2002, com Japão e Coreia do Sul). Para 2022, além de Japão e Coreia do Sul (agora separados), estão no páreo Austrália e Catar.

* A coluna de Renato Henrichs volta a ser publicada no dia 31 de julho.

www.ocaxiense.com.br

17 a 23 de julho de 2010

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