SÍMBOLO DEGRADADO Monumento Nacional ao Imigrante virou ponto para encontros sexuais
|S31 |D1º |S2 |T3 |Q4 |Q5 |S6
OS EMBARAÇOS
DA ELEIÇÃO Alianças como a do PT com o PMDB, rivais históricos em Caxias, geram confusão e desconforto nos candidatos locais
Roberto Hunoff: Visate alerta que passagem vai a R$ 2,60 se nada for feito | Loss x Julinho: as ideias dos comandantes da dupla CA-JU para o clássico e para a Série C | Filiais da filantropia: Aapecan arrecada R$ 7,75 milhões em unidades espalhadas pelo RS
Caxias do Sul, julho de 2010 | Ano I, Edição 35 | R$ 2,50
Índice
www.OCAXIENSE.com.br Fotos: André T. Susisn/O Caxiense
A Semana | 3
As notícias que foram destaque no site
Roberto Hunoff | 4
Sem impostos e gratuidades a passagem do ônibus urbano seria de R$ 1,55
Filantropia milionária | 5
Aapecan está 12 cidades gaúchas. Somando o desempenho de 5 filiais à matriz, arrecadação chega a R$ 7,75 milhões
Muito boa reportagem de capa da edição 34 de O Caxiense, “Lucro filantrópico”. Bem apurada, bem redigida, com bons dados. Parabéns à jornalista. Branca Sólio
Ponto Anti-turístico | 6
De atração turística, Monumento ao Imigrante se transformou em local para encontros sexuais
@cristina20suhsu Sem dúvida, acredito que o melhor jornalismo de Caxias do Sul, sem desmerecer os outros jornais, seja @ocaxiense #edição34
Cinema indígena | 8
Vídeo Índio Brasil exibe 14 filmes de uma cultura muitas vezes esquecida
Megaprojeto de trânsito | 10
@mauvanelli As capas do @ocaxiense podem ser estudadas na faculdade como exemplo de uma semiótica muito bem aplicada. Parabéns para a equipe do jornal! #edição34
Legendas embaralhadas | 11
@pedroffr Fantástica a edição @ocaxiense desse sábado. Eu me surpreendo a cada semana com a qualidade editorial do jornal. Parabéns aos envolvidos.
Artes | 15
@jeanberlanda @ocaxiense Excelente matéria sobre certa “filantropia”. Para mim, esta e a da maçonaria são as melhores do ano até aqui. Parabéns ao Jornalismo! #edição34
Com cerca de 224 mil veículos, Caxias poderá ter anel viário com túneis e seis viadutos
Coligações políticas nacionais e estaduais desafiam a compreensão de políticos (e eleitores) locais A vitória da vida e a morte de um monstro de braços compridos
Guia de Cultura | 16
@JuVirginiana Satisfeitíssima! Fiz minha assinatura de O Caxiense. Além de ser excelente jornal, o pessoal é atencioso, responsável. Parabéns a todos! #assinatura
Lábios carnudos na estreia de Salt; Teatro ao quadrado com a Cia. 2; passagem do tempo na música
Comando alviverde | 18
@danieldalsoto Edição do final de semana do @caxiense ficou boa! Matéria da capa rica em detalhes! Parabéns! #edição34
Osmar Loss fala da experiência do Gauchão e analisa o Caxias
Guia de Esportes | 20
O clássico mais esperado do ano deve encher o Jaconi no domingo à tarde
@fabianolk @ocaxiense Tenho orgulho em dizer que minha filha e minha enteada estudam nessa escola. Saíram das particulares e estão muito bem #escolarecebe500laptops
Comando grená | 21
Julinho Camargo fala da posição confortável no Centenário e dos planos para o clube Pesquisa para o Senado aponta empate técnico, mas com Ana Amélia na dianteira
@Donanas @ocaxiense Caxias precisa de uma outra linha de ônibus além da Visate! São 400 mil habitantes circulando em 1 única linha de ônibus! #ônibusmenoresdaVisate
Expediente
@marcioramostrip @ocaxiense Queria agradecer pela divulgação da peça Ao Quadrado, da Cia2. Muito obrigado pelo apoio com a cultura local! #edição34
Renato Henrichs | 23
Redação: André Tiago Susin, Cíntia Hecher, Fabiano Provin, Felipe Boff (editor), Graziela Andreatta, José Eduardo Coutelle, Luciana Lain, Marcelo Aramis (editor assistente), Marcelo Mugnol, Paula Sperb (editora), Renato Henrichs, Roberto Hunoff, Robin Siteneski e Valquíria Vita Comercial: Leandro Trintinaglia e Cláudia Pahl Circulação/Assinaturas: Tatyany Rodrigues de Oliveira Administrativo: Luiz Antônio Boff Impressão: Correio do Povo
@Entubo @ocaxiense Parabéns pelo trabalho que estão fazendo. De primeiríssima qualidade, tanto pra internet quanto o impresso. #edição34
Assine
Para assinar, acesse www.ocaxiense.com.br/assinaturas, ligue 3027-5538 (de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h30 às 18h) ou mande um e-mail para assine@ocaxiense.com.br. Trimestral: R$ 30 | Semestral: R$ 60 | Anual: 2x de R$ 60 ou 1x de R$ 120 Jornal O Caxiense Ltda. Rua Os 18 do Forte, 422, sala 1 | Lourdes | Caxias do Sul | 95020-471 Fone 3027-5538 | E-mail ocaxiense@ocaxiense.com.br www.ocaxiense.com.br
2
O Caxiense
31 de julho a 6 de agosto de 2010
Capa | Vinícius Padilha e Gabriel Zeni, atores da Cia 2.
Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.
SEGUNDA | 26 de julho
QUARTA | 28 de julho
Visate
Trânsito
Dez ônibus menores e mais modernos, já em processo de finalização na Marcopolo, devem substituir ônibus que trafegam em linhas com poucos passageiros. Além de diminutos, não terão cobradores, conforme o diretor-presidente da Viação Santa Tereza (Visate), Fernando Ribeiro. Outra novidade anunciada durante a reunião-almoço de segunda (26), na Câmara de Indústria e Comércio de Caxias do Sul (CIC), é a recarga do cartão dos estudantes diretamente nos veículos, como ocorre com cartões de empresas. Atualmente, a recarga precisa ser feita no posto da Visate. Conforme Ribeiro, a tarifa deve aumentar para R$ 2,60, já que as medidas para reduzir custos, como cortar gratuidade, podem não ter resultado antes do necessário.
Previsto no Plano Diretor de Caxias do Sul, o megaprojeto do terceiro anel viário poderá ter um túnel de cerca de 600 metros. A Serviços Técnicos de Engenharia (STE) foi contratada por licitação para fazer o plano funcional da obra. Não há previsão de quando o anel será construído. O terceiro anel viário começará em frente ao Campus 8 da Universidade de Caxias do Sul, na RSC-453, e terminará na mesma rodovia, próximo à comunidade de Santo Homobom. A exemplo da Rota do Sol, ligará as regiões sul e leste para que aqueles que apenas passam pela cidade não precisem utilizar a malha urbana. No estudo preliminar ao qual O Caxiense teve acesso estão previstos seis viadutos e dois túneis, o maior deles na região de São Virgílio.
Ônibus menores e sem cobradores
Túnel de 600 metros no projeto do 3° anel viário
Educação
Empreendedor Individual
Regularização gratuita na Praça Dante
Até este sábado, os trabalhadores informais podem se regularizar procurando o posto de atendimento gratuito na Praça Dante Alighieri. A modalidade de Empreendedor Individual (EI), criada pelo governo federal, permite que pessoas que faturam até R$ 36 mil por ano e não tenham participação em alguma empresa (como sócio ou titular) regularizem seu negócio. Durante esta semana, 130 pedidos de informações foram efetuados, em média.
da 26ª Feira do Livro. A Associação dos Livreiros, juntamente com as secretarias municipais de Cultura e de Educação, tomaram a decisão unânime em uma reunião que acabou às 21h de quinta-feira (29). O homenageado da Feira deste ano também foi indicado: será o Frei Aldo Colombo. O evento ocorrerá entre os dias 1° e 17 de outubro.
Comércio
Prêmio avalia qualidade do atendimento
Lojistas podem se inscrever, até 10 de setembro, no 3º Selo de Qualidade do Comércio do Sindicato do Comércio Varejista (Sindilojas). A competição tem foco no atendimento. A inscrição custa R$ 325 para sócios do Sindilojas e R$ 535 para não-sócios. Cada lojista recebe, no final da valiação, um relatório com apontamentos de melhorias.
SEXTA | 30 de julho Aapecan
Escola municipal recebe 500 laptops
TERÇA | 27 de julho
Os alunos da Escola Municipal Caldas Júnior terão uma excelente surpresa na volta às aulas. O programa “Um computador por aluno”, do Ministério da Educação, entregou 500 laptops educativos à instituição.
QUINTA | 29 de julho Literatura
Marcos Kirst é patrono da Feira do Livro
O escritor e jornalista Marcos Fernando Kirst foi escolhido patrono
Secretária pede anulação de atestado de funcionamento
A secretária municipal da Saúde, Maria do Rosário Antoniazzi, encaminhou um ofício ao presidente do Conselho Municipal de Saúde, Paulo Cardoso Alves, solicitando a realização de uma assembleia extraordinária para tratar do atestado de pleno e regular funcionamento da Associação de Apoio aos Portadores de Câncer (Aapecan). A entidade recebeu a certificação no início deste ano. Mas Maria do Rosário, que representa a prefeitura no órgão, diz que a autorização desse documento para a Aapecan não foi aprovada em assembleia, como determina a lei. Leia mais na página 5.
ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
PODER JUDICIÁRIO
Caldas Júnior recepcionará alunos com 500 laptops
Esposa, Lourdes Maria Vanin Miotti; filhos, filha, noras e genro: Rodrigo Miotti e Loreci Gobi Miotti, Gustavo Miotti e Lisiane Dossin Miotti, Janaina Miotti e Ricardo Damasceno, Leonardo Miotti e Karen Paz Bastos; netos: Diego Gobi Miotti, Isabela Gobi Miotti, Bernardo Dossin Miotti, Joaquim Miotti Damasceno e Antonia Miotti Damasceno,
Edital de Citação - Execução 6ª Vara Cível - Comarca de Caxias do Sul
Prazo de: vinte (20) dias. Natureza: Processo de execução. Processo: 010/1.08.0008387-6. Exequente: Banco do Brasil S.A.. Executado: CJM Montagem e Instalação de Equipamentos Frigoríficos Ltda e outros. Objeto: CITAÇÃO de CJM Montagem e Instalação de Equipamentos Frigoríficos Ltda, Jander Correa e Cátia Adriana Felicetti, atualmente em lugar incerto e não sabido, para que pague(m), no prazo de TRÊS (3) DIAS, o débito principal e demais cominações legais, ficando ciente(s) de que havendo o pagamento integral no prazo legal, a verba honorária arbitrada será reduzida pela metade. Na mesma oportunidade, intime o executado, para, querendo, oferecer EMBARGOS no prazo legal de QUINZE (15) DIAS, contados da juntada da primeira via do mandado aos autos, devidamente cumprido. No prazo de embargos, reconhecendo o executado o crédito do exequente e comprovando o depósito de, no mínimo, 30% (trinta por cento) do valor exequendo, inclusive custas processuais e honorários advocatícios, poderá o executado requerer seja admitido a pagar o restante em até SEIS (6) parcelas mensais, acrescidas de correção monetária e juros de 1% (um por cento) ao mês. Valor do débito: R$ 48.927,27 em março/2008. Caxias do Sul, 13 de novembro de 2009. SERVIDOR: Zélia Thomasini. JUIZ: Sérgio Augustin.
paula.sperb@ocaxiense.com.br Ricardo Stuckert, Divulgação/O Caxiense
editado por Paula Sperb
A Semana
Convidam para as missas de 7º. dia de falecimento de
ADELINO MIOTTI Agradecemos nosso Pai Eterno pela graça de termos convivido aqui na Terra com uma pessoa tão especial e iluminada. Nós te amamos muito e seguiremos os teus ensinamentos. Somos gratos por todas as demonstrações de carinho recebidas e convidamos para as missas de 7º. dia de falecimento do nosso querido ADELINO MIOTTI a realizarem-se:
AGRADECIMENTO Queremos imensamente agradecer aos médicos: Dr. Darcy Pinto Filho, Dr. Adré Borba Reiriz, Dr. Paulo Roberto Zimello, Dr. José Carlos Dal Ponte, Dra. Susan Brancher Brandão, Dra. Lisiane Dossin Miotti, Dr. Ruy Reinert Júnior e Dr. Marcelo Mattana pela dedicação e profissionalismo. Agradecemos também a toda equipe da UTI-1 , da Ala Sul-II, e demais funcionários do Hospital da Unimed Nordeste – Caxias do Sul. Nosso agradecimento em especial às técnicas Rose, Velonice, Rosana, Lessandra e Marisa. Durante este período tão difícil para nossa família, pudemos sempre contar com o empenho e o amparo destes grandes profissionais.
Nosso muito obrigado. Dia 31 de julho/2010, às 17:00, na Igreja São Pelegrino, Caxias do Sul; Dia 01 de agosto/2010, às 16:00, no Santuário de Caravaggio, Farroupilha.
www.ocaxiense.com.br
Família de Adelino Miotti
31 de julho a 6 de agosto de 2010
O Caxiense
3
Roberto Hunoff roberto.hunoff@ocaxiense.com.br
Diretas e certeiras
A Associação dos Administradores da Região Nordeste do Estado do Rio Grande do Sul lança na terça-feira (3) a 22ª edição do Fórum de Administração, marcado para os dias 23 e 24 de agosto na Universidade de Caxias do Sul e no auditório da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC).
Com o tema As oportunidades em jogo, a proposta é discutir oportunidades para os administradores da região, visando o planejamento com relação à infraestrutura, serviços, turismo e imagem do Brasil para a Copa de 2014 e Olimpíadas de 2016. O lançamento será às 18h30 na CIC. Júlio Soares, Divulgação/O Caxiense
Em manifestações nas últimas duas reuniõesalmoço da entidade, o presidente da CIC de Caxias do Sul, Milton Corlatti, não poupou palavras para criticar posições. Durante exposição sobre a missão técnica à África do Sul cobrou que se elogie menos os municípios vizinhos e se enalteça mais o que Caxias tem de positivo. Nesta semana, durante palestra do diretor da Visate, Fernando Ribeiro, afirmou, na frente de vários políticos, “que as leis são feitas por quem não paga salários, sem levar em conta que os custos dos benefícios para uma parcela da comunidade são repassados para o restante”. Corlatti referiase à decisão municipal de ampliar a gratuidade do transporte coletivo para quem tem de 60 a 65 anos.
Posse I
O Sindicato da Indústria de Material Plástico do Nordeste do Rio Grande do Sul (Simplás) tem novo diretor executivo. Recentemente reeleito para o cargo de vice-presidente da diretoria executiva, Victor Oscar Borkoski assumiu a função exercida por muitos anos por Luiz Triches dos Reis, que faleceu no final de 2009.
Posse II
Exclusividade cara
O superintendente executivo do Círculo, Roberto Toigo, assumirá a vice-presidência geral da nova diretoria da Associação de Medicina de Grupo do Estado do Rio Grande do Sul (Abramge) - gestão 2010/2013. A posse ocorrerá segunda-feira (2), em Porto Alegre. Desde 1978 a associação defende os interesses dos grupos médicos. Pouco antes, na reunião-almoço da CIC de Caxias do Sul, o presidente da entidade, Francisco Santa Helena, abordará o tema O papel da Abramge no sistema de atendimento nacional de saúde.
A isenção de pagamento de tarifa no transporte coletivo urbano para pessoas de 60 a 65 anos é uma exclusividade de Caxias do Sul. Nos demais municípios brasileiros, por regramento federal, a gratuidade é válida para quem tem mais de 65 anos. Juntando-se estas condições a outras, como desconto de 50% nas passagens estudantis e isenções para lideranças comunitárias, o percentual de usuários que não paga pelo transporte é de 23%. Se a faixa etária dos 60 a 65 pagasse a tarifa ou houvesse limitação de uso o índice cairia para 14%. Para o Fernando Ribeiro,
Liquidação
Entre as diversas novidades da última semana do XIII Sala de Visitas destaque para o Liquida Sala. Por meio desta ação, a maioria dos objetos expostos será vendida com desconto de até 50%. A exposição segue até o dia 8 de agosto na Estação Férrea.
Me parece exagerada e algo fora de contexto toda esta polêmica sobre a necessidade de alterações contundentes no sistema viário da Avenida Rio Branco para atender demandas que virão da localização do San Pelegrino Shopping Mall. O próprio presidente da Gazit, Daniel Bernd, quando da entrega simbólica das chaves aos
Esta promete ser uma semana movimentada para o comércio em função do Dia dos Pais, em 8 de agosto. A Associação Brasileira de Lojistas de Shopping projeta incremento de 10% sobre a mesma data de 2009, com gastos médios de R$ 60 a R$ 100. Bolsas, calçados e malhas em geral estão entre os itens mais procurados. A data deverá representar uma retomada das vendas nos centros de compras após o leve declínio sofrido durante a Copa do Mundo e a fraca participação da Seleção Brasileira. Ela é considerada a quinta mais importante para o comércio, atrás do Natal, Dia das Mães, dos Namorados e das Crianças.
31 de julho a 6 de agosto de 2010
lojistas, mencionou que a expectativa da organização é de que em torno de 70% dos frequentadores do local sejam pedestres, justificativa para sustentar que as cerca de 500 vagas cobertas no estacionamento são suficientes. Talvez seja mais adequado alargar as calçadas! Ou o shopping estará equivocado na sua visão?
Grandeza
André T. Susin/O Caxiense
O Caxiense
diretor da Visate, concessionária do transporte na cidade, a situação seria administrável. Ele também apontou que sem impostos e gratuidades a passagem atual de R$ 2,20 poderia cair para R$ 1,55; somente sem gratuidades, R$ 1,70. E advertiu na sua manifestação desta semana na CIC de Caxias do Sul: “Não sabemos até quando suportaremos a atual tarifa sem reajuste.” Preparem-se, pois, os 160 mil usuários/dia do transporte coletivo, porque a passagem, em breve, baterá em R$ 2,60 se nada for feito para mexer na composição dos custos.
Contrassenso
Semana de compras
4
Reação
Negócios com jogos
Ausente do ranking gaúcho de 2008, a Rede Multimercados, de Caxias do Sul, aparece na nona colocação no ano passado. Apresentou faturamento bruto de R$ 98 milhões, 28 lojas, 97 check-outs e 405 funcionários, somando 11,8 mil m² de área de vendas. A rede tem a quarta melhor relação entre
faturamento e funcionários com valor de R$ 242,9 mil. De acordo com dados da Associação Gaúcha de Supermercadistas, o faturamento real das 19 redes cresceu 7% no ano passado em relação a 2008, totalizando R$ 2,5 bilhões. O setor supermercadista como um todo somou R$ 14,9 bilhões em 2009.
Fortalecimento
As unidades “Pioneira” e “Caxias do Sul” do sistema Sicredi passam a funcionar sob mesmo guarda-chuva a partir da união das duas cooperativas de crédito. A formalização deu-se nesta semana em assembleia geral. A nova instituição é a maior cooperativa de crédito do Brasil, com mais de 70
mil associados, 450 funcionários, 40 unidades em 18 municípios e mais de R$ 100 milhões em capital social. Também será responsável pela gestão de cerca de R$ 650 milhões em recursos. A sede será mantida em Nova Petrópolis, assim como o nome Pioneira.
A indústria nacional de moldes e matrizes, que tem em Caxias do Sul um de seus principais polos, se mobiliza para enfrentar a concorrência de produtos importados. A mais recente preocupação é com a possibilidade de o governo autorizar a importação de moldes usados sem pagamento de tributos. Um molde vindo da China pode chegar em Caxias do Sul com preço final equivalente ao custo da matériaprima local. De acordo com Gelson de Oliveira, que coordena a criação da Associação Nacional dos Fabricantes de Matrizes, esta situação é prejudicial ao setor e aos seus trabalhadores.
Reconhecimento
O vídeo ambiental desenvolvido pelo Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul foi selecionado para exibição na II Mostra Nacional de Produção Audiovisual Independente – Circuito Tela Verde do Departamento de Educação Ambiental do Ministério do Meio Ambiente. O personagem Sid-Sementinha, que orienta estudantes sobre preservação ambiental, foi exibido em mais de 1,1 mil espaços em todas as regiões do Brasil, com estimativa de ter sido visto por mais de 300 mil pessoas. Em 2011, a exibição deverá chegar a 4 mil espaços.
Registro eletrônico
O Ministério do Trabalho e Emprego cedeu aos apelos e prorrogou por mais 90 dias o prazo final para a obrigatoriedade do novo ponto eletrônico nas empresas. A data para incorporação do sistema, 26 de agosto, está mantida, mas pelos três meses seguintes os fiscais do trabalho farão apenas visitas educativas para orientar os empregadores, sem aplicação de multa. De acordo com o presidente do Sindilojas, Ivanir Gasparin, o empresariado queria mais tempo para compreender o processo e adquirir equipamentos. Dúvidas que poderão ser dirimidas na terça-feira (3) durante ação da Associação Serrana de Recursos Humanos e do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul. Neste dia, a partir das 8h30, na CIC, cerca de 150 gestores e gerentes de RH assistirão à palestra sobre Controle da Jornada de Trabalho e a Portaria 1.510/2009 apresentada pelo gerente do ministério em Caxias do Sul, Vanius João de Araujo Corte. O gasto médio para substituir cada relógio gira entre R$ 3 mil e R$ 5 mil e a compra só pode ser feita de empresas com produtos homologados junto ao ministério.
Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.
André T. Susin/O Caxiense
Lucro filantrópico
Sede da entidade é um prédio simples no bairro Universitário, em Caxias. Mas a Aapecan está presente em 12 cidades gaúchas
MILIONÁRIA E
ESTADUAL P
por GRAZIELA ANDREATTA graziela.andreatta@ocaxiense.com.br
resente em 12 cidades gaúchas, a Associação de Apoio a Pessoas com Câncer (Aapecan) arrecada no Estado muito mais do que os R$ 3.083.160,52 declarados no balanço publicado pela empresa de Caxias do Sul. Sete dessas 12 unidades são filiais, com arrecadação própria. Juntas elas conseguiram captar em 2009 pelo menos mais R$ 4.675.303,99 em doações da comunidade, além do acumulado pela matriz. Ou seja, todo esse esforço rendeu à Aapecan no ano passado pelo menos R$ 7.758.464,51. O Caxiense chegou a esse valor somando as quantias declaradas nos balanços publicados em jornais locais, da matriz e de cinco filiais: Farroupilha, Bento Gonçalves, Santa Maria, Pelotas e Lajeado. Os números das unidades de Porto Alegre e Santa Cruz do Sul, que não tiveram os balanços localizados pela reportagem, não entraram nessa conta. As outras quatro sedes, em Ijuí, Lagoa Vermelha, Rio Grande e Bagé, são postos de atendimento, que repassam sua receita. O Caxiense solicitou as duas prestações de contas que faltavam ao diretor executivo da entidade, Paulo Siqueira Vasques, mas ele se recusou a fornecê-las. Vasques também se negou a explicar como utilizou as doações recebidas. Dos quase R$ 8 milhões, apenas R$ 2.675.454,30, ou 1/3 do total, foram usados em filantropia. E não foi por falta de dinheiro. Os seis balanços analisados indicam um superávit de R$
863.410,53. Questionado sobre o motivo de não utilizar esse recurso com os pacientes, Vasques bota a culpa no governo federal: “Isso você deve perguntar lá em Brasília, para quem faz as leis”. O valor aplicado em filantropia e o superávit não são os únicos números que o diretor executivo não explica. Além da sede de Caxias do Sul, que fechou o último exercício com R$ 612.618,55 em caixa, como mostrou a reportagem publicada na edição passada, as filiais também acumularam uma boa quantia em seus cofres, de acordo com os balanços publicados. Em 31 de dezembro de 2009, elas tinham (ou deveriam ter), em dinheiro vivo, R$ 1.199.342,68 em caixa, mais R$ 327.907,64 depositados em bancos. Vasques não aceita dar declarações a respeito desse dinheiro. Aliás, na última semana, o diretor executivo da Aapecan se negou a responder todos os questionamentos d’O Caxiense. Na quarta-feira (28), ele recebeu a reportagem acompanhado do contador Araguary Marques Rosa, que assina os balanços, do assessor jurídico Ricardo Luis Gauer, da assessora de comunicação Sílvia Rodrigues e da assistente social Cassiana Weber. O contador argumentou que Vasques, embora dirija a instituição, não sabe explicar o destino dos recursos apontados no balanço por uma razão simples: “Ele não é contador”. Em seguida, Araguary tomou nota das perguntas dizendo que responderia por escrito – mais tarde, porém, informou que fora proibido por Vasques de responder ao jornal.
www.ocaxiense.com.br
Somando o desempenho de 5 filiais ao da matriz caxiense, a Aapecan arrecadou pelo menos R$ 7,75 milhões em 2009
Na entrevista, o diretor executivo também foi questionado sobre a relação de bens da Aapecan. Mas seu assessor jurídico interveio, dizendo que Vasques não precisaria responder pois era protegido pela lei do sigilo fiscal. Gauer também citou o artigo 5º da Constituição Federal para afirmar que Vasques não tinha o dever legal de repassar informações sobre a entidade a um veículo de imprensa. E o diretor se recusou a dar informações simples, como os nomes dos integrantes da diretoria e do Conselho Fiscal. A assessora de comunicação prometeu atender a esses pedidos depois, o que também não aconteceu. A única resposta foi o seguinte e-mail: “Conforme orientação da direção executiva da Aapecan, informo que as informações solicitadas pelo jornal O Caxiense não serão fornecidas. Temos certeza da sua compreensão. Att, Paulo Vasques.” Antes, ainda na entrevista, Vasques garantiu que prestava contas a uma série de órgãos municipais e estaduais. Disse isso apontando para algumas folhas impressas sobre a mesa, que serviriam como prova do que estava falando, mas não permitiu que a reportagem lesse o que estava escrito nelas. De acordo com a legislação, a Aapecan deveria prestar contas ao Conselho Municipal em que estivesse inscrita. No momento, a entidade possui vinculação com o Conselho Municipal de Saúde, de quem recebeu um Certificado de Pleno e Regular Funcionamento este ano, após ser descredenciada do Conselho Municipal de Assistência
Social. A secretária municipal da Saúde, Maria do Rosário Antoniazzi, que integra o Conselho de Saúde como representante da prefeitura, anuncia que pretende pedir a anulação do atestado concedido à empresa, que se autodenomina como “sem fins lucrativos”. Maria do Rosário leu todas as atas de reuniões do Conselho realizadas este ano e não encontrou em nenhuma delas a aprovação da Aapecan como entidade filantrópica de saúde. “Se ele tem esse certificado, foi concedido por conta e risco do presidente do Conselho (Paulo Cardoso Alves), sem autorização da assembleia. Portanto, pedirei a anulação.” Maria do Rosário já encaminhou um ofício a Alves solicitando uma reunião extraordinária para tratar do assunto. “Na área da saúde, os filantrópicos atuam prestando serviços de saúde. Isso significa que eles precisam oferecer consultas especializadas, exames ou leitos, no caso dos hospitais, e devem fazer parte da rede pública. Além disso, esses atendimentos devem representar 60% da sua capacidade instalada. No meu entendimento, a Aapecan não se enquadra nesse perfil.” Paulo Cardoso Alves diz que se amparou em um parecer da assessoria jurídica do Conselho para conceder a certificação. “Como o advogado me disse que não tinha problema nenhum com a entidade, eu assinei. Mas não é verdade que tomei a decisão sozinho.” Na avaliação de Alves, não há problemas com a Aapecan que justifiquem uma assembleia extraordinária, como pede a secretária.
31 de julho a 6 de agosto de 2010
O Caxiense
5
André T. Susin/O Caxiense
Atração nada turística
No largo que abriga a escultura de Caringi e o obelisco, a 10 metros do nível da BR-116, assédio e relações ao ar livre constrangem turistas
MONUMENTO À
DEGRADAÇÃO
T
6
por JOSÉ EDUARDO COUTELLE jeduardo.coutelle@ocaxiense.com.br uristas e turmas escolares guiadas por professores não visitam o Monumento Nacional ao Imigrante às segundas-feiras. É que nesse dia a porta de bronze do museu, localizado na cripta sob os pés da escultura de Antonio Caringi, permanece fechada. Entretanto, o entorno do casal de italianos com o filho no colo, ícone da colonização italiana de Caxias, é ocupado por um público específico, que frequenta o local independentemente de dia e horário. Homens de idades diversas transformam o ambiente em ponto de encontros sexuais, que acontecem no mato que envolve o monumento. Ao lado da estátua, situada em uma espécie de promontório a 10 metros de altura, a vista é abrangente. Além do movimento intenso da BR-116, enxerga-se um bom pedaço da extensão da Avenida Júlio de Castilhos. Quem está no nível do solo, porém, não pode ver as pessoas que ficam no largo entre a estátua e o obelisco que a emoldura. Por volta das 15h de segunda-feira (26), três homens sobem, um por vez, as escadarias até o topo do monumento e se sentam na mureta que circunda o espaço. Um veste calça social bege, sapatos marrons e pulôver de lã. Outro usa jeans, tênis e jaqueta de couro preta. O terceiro cobre a cabeça com uma boina. Todos aparentam mais de 40
O Caxiense
31 de julho a 6 de agosto de 2010
anos e boa condição econômica. Voltados para o centro do largo, eles esperam. Observam-se em silêncio, aguardando sinais. Não há conversação. Vagarosamente, o homem de pulôver levanta-se e segue para uma trilha que adentra ao bosque. Em seguida, o de jaqueta vai atrás. Protegidos pela vegetação, eles não podem mais ser vistos. Pouco depois, retornam ao largo, separadamente.
O procedimento se repete inúmeras vezes, com homens que não param de chegar. Mais tarde, idosos, aparentando em torno de 70 anos, se aproximam. Da mesma forma, entram no mato isoladamente e voltam, também separados, depois de alguns minutos. O movimento na trilha que avança entre as árvores é contínuo. Em seguida, um jovem com não mais do que 20 anos, magro e de roupas justas, senta-se na mureta, de onde fica encarando os outros homens com um sorriso malicioso. Nesse ínterim, um casal de visitantes sobe a escadaria e aprecia a vista lá de cima por alguns instantes. Eles nem chegam a perceber, ao redor, a discreta movimentação e os sinais que os homossexuais trocam entre si. Os turistas vão embora, e em seu lugar senta-se um rapaz, que subira os degraus apressado. Ele tira uma marmita de alumínio da sacola e acomoda-se na mureta para almoçar. A refeição dele, porém, é interrompida pelo assédio de outro ho-
Imigrante virou ponto para encontros sexuais, inclusive durante o dia
mem. “Seu velho veado”, berra o rapaz cos aqui. São pessoas que têm grana. em direção ao mato, para alguém que Alguns levam os rapazes para o carro, se esconde atrás da vegetação. “Vai te mas o prazer maior, o que dá adrenalimasturbar em outro lugar!” na, é irem para o mato”, observa, meio Saindo imediatamente daquele local constrangido. para um ponto oposto do largo, ele reSegundo o zelador, o sexo também clama, exaltado: “Viu só? O velho tava é praticado no banheiro masculino. se masturbando lá. O cara nem pode “Acho um abuso. Aqui é um banheicomer em paz. Até perdi a fome”. Em ro público que os turistas usam. Uma minutos, resume sua história. “Sou de vez peguei dois homens fazendo sexo e Pelotas e vim pra Cacorri com eles”, lembra. xias em busca de emApesar de um agente da prego. Mas me canso “De noite Guarda Municipal estar fácil das cidades. Já tem mais gente. no local fazendo a ronmorei em Florianópoda sempre que o museu Eles não têm lis, Curitiba, e estou está aberto, os frequenvoltando pra Pelotas dia, nem tadores não se sentem agora. E ainda falam horário, nem constrangidos. Reinalda minha cidade, né”, vergonha”, do chega a conhecê-los diz. O jovem migrande vista, de tanto que afirma o te desce os degraus e comparecem ao ponvai ao banheiro. Mas zelador to de encontro. Para retorna subitamente, Reinaldo ele, uma solução seria esbravejando. “Tu não acabar com o mato e vais acreditar. Tinha implantar câmeras de outro cara se masturbando lá dentro. vigilância ao redor do monumento. Com essa eu vou embora!” “São jovens, dos 20 aos 40 anos, e também pessoas mais velhas. NorUm dos zeladores do monu- malmente, às 9h já estão lá. Os coroas mento, Reinaldo de Oliveira, 52 anos, chegam com seus carrões e estacionam habituou-se a ver situações constran- na pracinha (Praça Abramo Eberle, do gedoras como essa. “De noite tem mais outro lado da BR-116). Pegam os ragente. Eles não têm dia, nem horário, pazinhos e levam para o carro ou vão nem vergonha”, afirma. Reinaldo conta para o mato. A situação é feia. Até no que essas pessoas que procuram a área banheiro rola. Pelo que sei, isso aconpública atrás de sexo geralmente apa- tece há anos”, descreve um funcionário rentam uma boa condição social. “Já vi de uma empresa próxima ao Imigranmuitos médicos e até assessores políti- te, que também já se acostumou a pre-
Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.
À primeira vista, o bosque parece um local comum. A mureta que serve de banco se encontra a poucos metros de distância dos arbustos e árvores e da trilha que se abre entre eles. Esse caminho começa por uma pequena subida gramada. Através dela se entra em um ambiente úmido, de chão embarrado e com galhos de todos os lados. Cães de uma residência próxima latem ao ouvir o som do movimento no mato logo na entrada. Em poucos metros, o trajeto se bifurca em dois, que adiante se multiplicam. Por todos os cantos estão espalhados preservativos usados. Um velho colchão de espuma serve de cama para os encontros sexuais. Seguindo por outra trilha, há um sofá rasgado, emaranhado entre galhos e folhas. Ao lado, uma cueca abandonada pende de um galho. No percurso dentro do mato existem diversos refúgios abertos entre as árvores. Além das camisinhas, dezenas de frascos e ampolas ficam espalhados pelo chão. Uma das bifurcações leva a um outro colchão, cercado de camisetas rasgadas e um par de sandálias. Ao fundo, o bosque faz divisa com um condomínio residencial. Outro edifícios, além dos casebres ao lado do monumento, fazem divisa com as margens do mato. Os vizinhos dizem
que percebem a movimentação ali e se preocupam com a segurança. A vegetação é densa, e poderia abrigar delinquentes. Jonathan Goss, síndico de um condomínio na Rua Ângelo Segalla, conta que, nos últimos quatro anos, duas vezes tentaram invadir o prédio, que tinha como proteção apenas uma grade. Agora, os moradores instalaram uma cerca elétrica. Procurado pela reportagem na terça-feira (27), o diretor da Guarda Municipal, Sebastião Freitas da Silva, disse que a fiscalização no Monumento ao Imigrante ocorre periodicamente. “Fazemos ações em que entramos com seis a oito homens e tiramos todo mundo do mato. Revistamos e identificamos eles. Mas não é comum encontrar pessoas com registros criminais. Normalmente são indivíduos abastados. E também não dá para provar que há prostituição. Por isso fica muito difícil deter alguém”, informa. O diretor diz que as atividades verificadas pela reportagem poderiam ser classificadas como atentado ao pudor, mas que, para isso, a pessoa ofendida precisaria acompanhar o agressor até uma delegacia – o que, é claro, dificilmente acontece. Depois da entrevista, o diretor ordenou novas ações no mato, realizadas de terça a quinta-feira passadas. Segundo ele, outras medidas seriam tomadas, como a retirada do lixo, dos colchões e do sofá. “Vamos entrar em contato com a Codeca para que seja feita a limpeza no local.”
www.ocaxiense.com.br
André T. Susin/O Caxiense
senciar a situação. Ele recorda de um momento ainda mais constrangedor, quando um grupo escolar, levado por uma professora, percebeu dois homens fazendo sexo atrás da vegetação.
No meio do mato há preservativos, cuecas, sofá e até colchões
31 de julho a 6 de agosto de 2010
O Caxiense
7
Divulgação, VIB/O Caxiense
Cultura à mostra
Documentário de Vincent Carelli, Corumbiara, que levou 20 anos para ser feito, procura vestígios de massacre indígena
BRAVO ÍNDIO
brasileiro N
por Cíntia Hecher cintia.hecher@ocaxiense.com.br
as aulas do colégio, se aprende que nativos brasileiros foram encantados por espelhos oferecidos pelos navegantes portugueses. Em seguida, foram dizimados, explorados, catequizados e limitados a reservas indígenas. Foram tema de canções de Caetano Veloso, Djavan, Legião Urbana e Jorge Ben Jor. Todo dia era dia de índio. Agora, a realidade deste povo é diferente e precisa ser mostrada. É justamente este o objetivo da mostra Vídeo Índio Brasil (VIB), que terá Caxias como uma das 112 cidades brasileiras a recebê-la. Deste sábado (31) até o próximo (7) serão exibidos 14 filmes, entre curtas e longas-metragens, na Faculdade da Serra Gaúcha (FSG). Nos sábados, serão pela tarde e durante a semana, a partir das 20h. O VIB teve origem no segundo estado com maior população indígena do Brasil, o Mato Grosso do Sul, em 2008. A primeira edição foi local, na capital Campo Grande e nas cidades
8
O Caxiense
31 de julho a 6 de agosto de 2010
de Corumbá e Dourados. De acordo com o diretor-geral do evento, Nilson Rodrigues, foi uma maneira de utilizar o audiovisual como meio de propagar as tantas culturas indígenas do país. “É uma riqueza significativa para o Brasil. Com essas novas tecnologias, a possibilidade se tornou real”, conta Rodrigues. O povo indígena, em sua multiplicidade, encontra representantes dispostos a eternizar costumes e comportamentos, pois grande parte dos vídeos selecionados para a mostra são feitos por índios. Eles passam por oficinas e cursos de formação ministrados por outros indígenas já envolvidos com o meio audiovisual. Com o estímulo, de câmera em punho, eles têm a oportunidade de registrar sua realidade e mostrá-la ao mundo. “Queremos contribuir com essa difusão dessas culturas, tão significativas na formação cultural do país, além de trabalhar com a conscientização da realidade indígena”, resume Rodrigues. Os primeiros passos, há dois anos, foram tomados por conta da observação, principalmente da situação dos índios da região de Dourados, a 225
Caxias é uma das 112 sedes da mostra de filmes sobre a diversidade cultural indígena
km de Campo Grande. Os índices de pobreza e suicídio eram cada vez mais alarmantes. Os indígenas, comprimidos em reservas e pequenos pedaços de terra, se mantêm em luta constante para recuperar território. O VIB faz sua parte ao contribuir com o debate e a conscientização. “Há pouco espaço, tanto na televisão aberta quanto na fechada, para a diversidade cultural indígena, para revelar a riqueza dessas culturas.” No ano seguinte, 2009, o evento já se expandiu para mais quatro cidades além das iniciais, mas ainda somente no Mato Grosso do Sul.
Neste ano, a mostra itinerante viajará por todos os estados brasileiros, contemplando 112 cidades. “Estamos colocando as imagens em evidência e discutindo o motivo deste assunto aparecer pouco na televisão”, diz Rodrigues, ao lembrar que, ao lado da exibição dos filmes há espaço para palestras e painéis. Caxias do Sul cadastrou-se para receber esses vídeos e exibi-los. O responsável é o cineclube Cine Como Le Gusta, prestes a comemorar seu segun-
do aniversário. Um de seus coordenadores, Adriano Richardi, explica que esse é um meio de colaborar com a divulgação e debate da questão indígena. A evidente imigração italiana, amplamente retratada, cede espaço. “É um olhar para outras culturas que estão se perdendo, e a indígena é muito rica”, diz Richardi. O evento terá a incumbência de, além da diversão audiovisual, trazer o debate. Dois painéis serão realizados por professores da FSG. Um, da área do Direito, atualizando sobre leis indígenas e outro, do curso de Design, falando da utilização de material típico, artesanal e natural, como palha, em criações contemporâneas. Neste sábado, serão apresentados três filmes a partir das 14h. Dois são curta-metragens, Já me transformei em imagem e De volta à terra boa. O terceiro, Corumbiara, é um documentário de história conturbada. Dirigido por Vincent Carelli, ele tenta retratar os vestígios de um massacre ocorrido em Rondônia. Carelli foi preso por fazendeiros durante a apuração para o documentário, que levou aproxima-
Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.
www.ocaxiense.com.br
Fotos: Divulgação, VIB/O Caxiense
damente 20 anos para ficar pronto. “A os interessados, com equipamentos e gente foi procurar os índios exatamen- ilha de edição disponíveis, além de ofite naquelas fazendas que impediam cinas. O requisito para um índio partinosso acesso. Evidente que tinha uma cipar é o retorno em forma de produrazão pra isso. Eles eram suspeitos nú- ção sobre sua cultura. “O resgate é pelo mero um”, afirma Carelli em entrevista olhar deles, não pelo olhar de quem ao programa Zoom, da TV Cultura. vem de fora.” Nove destes anos de Richardi revela que produção foram ocuuma das ideias é, após pados somente para “Existiam índios a realização da moster acesso à terras do aqui sim, e a tra, levar a estrutura e crime sempre barra- população foi alguns dos filmes para das por advogados rea aldeia kaingang em removida pelo presentantes de donos Farroupilha, já citada das fazendas adjacen- Império para na 17ª edição de O Cates. Uma entre tantas ocupação de xiense. “A intenção é dificuldades foi a co- imigrantes exibir e também incenmunicação com os íntivar, quem sabe, uma europeus”, dios, isolados, traumaprodução.” tizados e com atitude aponta Braga O historiador Márinconstante diante de cio André Braga, prouma câmera. “Esses ínfessor de antropologia dios, que já sofreram muitas agressões, cultural do curso de Design da FSG, evidentemente associavam a câmera afirma que o maior valor dessa moscom uma arma. Todos eles ficaram tra é o registro em si da realidade atual apavorados com a câmera, então são dos índios, “que faz parte da cultura e momentos de muita tensão”, explica o é desprezada pelo sistema capitalista”. diretor. Segundo ele, o número de produções Vencedor do prêmio de Melhor Lon- audiovisuais têm aparecido em volume ga-Metragem Brasileiro no 37º Festival amplo, o que indica o quanto a questão de Gramado, em 2009, Corumbiara étnica se reavivou. é uma espécie de prova concreta da A chegada do VIB a Caxias é fundaexistência daquela tribo. A satisfação mental, principalmente pela crença de do diretor, segundo ele, existiria se o que a cidade nasceu com os italianos. Ministério Público de Rondônia abris- “A cidade era densamente povoada se uma investigação sobre o crime, que pois era ponto de transição. Existiam Carelli chama de “uma cadeia de omis- índios aqui, sim, e a população foi resões e atos de brutalidade”. movida pelo Império para ocupação Na segunda-feira à noite, Kuhi de imigrantes europeus”, aponta Braga. ikugü, os Kuikuro se apresentam e Pi’õnhitsi, Mulheres Xavante sem O VIB tem apoio cultural do nome serão exibidos. Na terça, tem jornal O Caxiense, da FSG e da preexibição de Pajerama (a única anima- feitura. Além dos horários já firmados ção), Porahey e Imbé gikegü - Chei- durante a semana, há a possibilidade ro de Pequi. Na quarta, Mokoi Tekoá de agendamento de sessões para escoPetei Jeguatá - Duas Aldeias, Uma las e grupos de interessados, pela maCaminhada. Quinta tem Kré e Kene nhã e pela tarde. As inscrições devem Yuxi, As Voltas do Kene. Na sexta, ser feitas na FSG pelo telefone 2101Indígenas Digitais e A Gente Luta, 6000, com o professor João Heitor SilMas Come Fruta. O sábado de encer- va Macedo. ramento tem a tarde reservada para a O Vídeo Índio Brasil ainda é curuficção Terra Vermelha, dirigida pelo mim. Tem um longo trabalho em buschileno Marcos Bechis, com Matheus ca da conscientização, da divulgação e Nachtergaele. da preservação da vasta cultura indígena, que agora conta com a tecnologia Parte dos filmes vem com a como aliada. assinatura da Vídeo nas Aldeias, uma organização não-governamental que Leia a sinopse de todos os filmes que funciona como escola de cinema para serão exibidos no Vídeo Índio Brasil no índios. Richardi conta que a ONG ofe- Guia de Cultura, que começa na página rece suporte técnico e profissional para 16.
Os índios se autorretratam em 14 filmes da mostra
31 de julho a 6 de agosto de 2010
O Caxiense
9
André T. susin, Reprodução, Seplan/O Caxiense
Trânsito Planejado
No projeto, seis viadutos e dois túneis auxiliariam o escoamento do tráfego pela via, com extensão de 26 quilômetros
TRAÇADO PARA
O FUTURO U
por ROBIN SITENESKI robin.siteneski@ocaxiense.com.br
m ousado plano de engenharia pode ser a alternativa a um dos principais problemas de trânsito em Caxias do Sul: o movimento da BR-116. A prefeitura planeja construir um novo anel viário, que deverá atravessar o município e absorver parte do tráfego atual dessa rodovia e também da RSC-453, diminuindo o movimento nas zonas urbanas e facilitando a vida de motoristas e pedestres. O megaprojeto está sendo elaborado pela canoense Serviços Técnicos de Engenharia (STE), contratada por licitação para desenvolver o plano. Ele prevê a construção de uma estrada de 26 quilômetros de extensão com um itinerário quase todo projetado para a zona rural. Não há previsão de quando tudo isso sairá do papel. Mas cada detalhe será incluído na documentação do Plano Diretor do município para que as áreas por onde passará o anel viário fiquem reservadas para este fim. O traçado da nova rodovia começará na área urbana de Caxias, em frente ao Campus 8 da Universidade de Caxias do Sul (UCS). Mas seguirá pelo interior, passando pela comunidade de Nossa Senhora da Conceição, na Linha Feijó, próximo ao bairro Vila Lobos e nos arredores de Nossa Senhora das Graças (ao sul do aeroporto Hugo Cantergiani). Neste último ponto, cruzará a BR-116, seguindo pela região de São Virgílio até a Rota do Sol
10
O Caxiense
31 de julho a 6 de agosto de 2010
(RSC-453), nas proximidades de Santo Homobom. “A ideia inicial era construir a estrada o mais próximo possível do perímetro urbano, o que poderia diminuir os custos. Mas o terceiro anel acabaria como as perimetrais, uma via de tráfego urbano. Acredito que foi uma decisão acertada”, avalia o coordenador do plano da STE, Adriano Panazzolo. A modificação para a área rural foi um pedido da prefeitura e acabou impondo um desafio aos engenheiros: lidar com o relevo acidentado da região. Para se adaptar às diferenças do terreno, eles planejaram obras de contenção de encostas, seis viadutos e dois túneis. Um dos túneis, próximo a São Virgílio, pode medir cerca de 600 metros, e a expectativa do engenheiro civil da Secretaria de Planejamento (Seplan) Sandro Royes Bittencourt é de que o outro seja eliminado do projeto. A rodovia deve se parecer com as perimetrais. Terá duas faixas de cada lado, um canteiro entre elas e uma área de acostamento. Cada sentido terá cerca de 10 metros de largura, e o canteiro deve medir entre 5 e 10 metros, dependendo do trecho. Quem quiser construir próximo ao anel deverá respeitar uma faixa de domínio entre 70 e 80 metros, reservada para escoamento da chuva e possíveis ampliações. Para facilitar o tráfego de veículos pesados, a futura rodovia não terá pontos de inclinação maior do que 9%, conforme indicação do Departamento Nacional de Infraestrutura e Trans-
Prefeitura prevê a construção de terceiro anel viário para a cidade, em alternativa à BR-116 e à RSC-453 portes (DNIT). Para se ter uma ideia do que isso significa, o trecho da Rua Dom José Barea próximo à prefeitura e ao Parque Getúlio Vargas tem inclinação de 18%. O plano procura aproveitar ao máximo as estradas rurais existentes e prevê ligações, via rótula ou viaduto, a várias delas. A STE e a Seplan preferem não revelar quanto a obra vai custar, sob a alegação de que ela ainda está em fase de estudos e pode sofrer modificações nas três principais vias de acesso – as duas da RSC-453 e a da BR-116. Mas o valor não deve ser baixo. Somente o estudo da empresa de engenharia custou R$ 132 mil. O viaduto entre a Perimetral e a RSC-453, por exemplo, teve orçamento de R$ 11 milhões. Para a nova estrada, estão previstos seis viadutos. O terceiro anel viário deve ajudar a desafogar o tráfego nos dois anéis atuais, apesar deles serem principalmente urbanos. O primeiro é composto pelas ruas Ernesto Alves, Feijó Júnior, Os 18 do Forte e 13 de Maio. O segundo é formado pelas perimetrais e a BR-116, e é o mais problemático. A finalidade da rodovia federal foi modificada em Caxias. Projetada para ser uma via de acesso, a BR-116 se tornou uma estrada primariamente urbana. Segundo o chefe da 5° Delegacia da Polícia Rodoviária Federal, Leandro Lins da Silva Baía, 90% dos 42 mil veículos que trafegam diariamente no trecho dentro da cidade são de tráfego urbano. Segundo o secretário de Trânsito,
Transportes e Mobilidade, Jorge Dutra, até o final de julho, Caxias deve ter cerca de 224 mil veículos. “O nosso diagnóstico é que o trânsito cresce assustadoramente na cidade, por isso, é importante termos uma ligação que atenda ao tráfego de passagem. Hoje, não existe nenhuma alternativa para a zona leste e sul que não passe pelo segundo anel.” Não existem prazos para a finalização do projeto nem para o início da obra. Uma das responsáveis pelo estudo na STE, Chaiana Teixeira, afirma que “já perdeu as contas” de quantas versões do plano foram apresentadas ao município – ela calcula pelo menos oito. Adriano Panazzolo, que esteve em Caxias do Sul nesta quarta (28) e quinta-feira (29), revela que, acertada a localização exata das três principais entradas, a empresa deve entregar a proposta para a obra em aproximadamente dez dias. Daí até inciarem-se os trabalhos, deve levar mais um tempo. O secretário de Planejamento, Paulo Roberto Dahmer, acredita que, pelo ritmo de crescimento atual da cidade, as obras deveriam ser iniciadas em cerca de seis anos. “Nos próximos quatro ou cinco anos deveríamos captar recursos para começar a construção, que necessitará de ajuda federal. O terceiro anel deve ser apresentado como uma alternativa à BR-116 e gerará novos empreendimentos. Poderá ajudar no trânsito do novo aeroporto e em um possível novo distrito industrial”, projeta.
Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.
Unidos venceremos?
laços
duvidosos Coligações que colocam partidos rivais no mesmo bloco embaralham campanhas, candidatos e eleitores
André T. Susin/O Caxiense
p
www.ocaxiense.com.br
por VALQUÍRIA VITA valquiria.vita@ocaxiense.com.br ara vencer o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) de José Serra, em 2002, o Partido dos Trabalhadores (PT) de Luiz Inácio Lula da Silva mudou de estratégia. Pragmaticamente, afrouxou suas fronteiras ideológicas e incluiu na chapa o Partido Liberal (PL) – hoje Partido Republicano (PR) – do vice José Alencar. Repetiu a dose em 2006 e, agora, segue a mesma receita, porém com o Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), cujo presidente, Michel Temer, virou o candidato a vice de Dilma Rousseff. Unidos nacionalmente, PT e PMDB vão enfrentar novamente o PSDB de Serra e o Partido Verde (PV) de Marina Silva – por sinal, ex-PT –, além de outras legendas menores, na disputa pela Presidência da República. Porém, o voto de Germano Rigotto, que concorre ao Senado pelo PMDB gaúcho, não vai para o líder de seu partido nem para o aliado PT. Deverá ser de Marina Silva. Rigotto já foi adversário do PT na disputa pela prefeitura de Caxias do Sul. E a cidade, hoje administrada pelo PMDB de José Ivo Sartori, já foi governada pelo PT de Pepe Vargas. Candidato à reeleição como deputado federal, Pepe apoia a aliança nacional PT-PMDB, mas no Estado é diferente: é o PT de Tarso Genro contra o PMDB de José Fogaça, o PSDB de Yeda Crusius e candidatos de siglas menores. Em Caxias, o peemedebista Fogaça tem o apoio de integrantes do Partido Democrático Trabalhista (PDT), que nacionalmente está coligado com PT e PMDB. Um deles é o vice-prefeito Alceu Barbosa Velho, candidato a deputado estadual. Mas, voltando um pouco no tempo, veremos o PDT de Alceu ao lado do PT de Pepe, em seu primeiro governo. Até para os eleitores mais interessados – e talvez até mesmo para alguns políticos – fica difícil entender a complicada teia de relações entre os partidos. Ora estão de braços dados, ora são inimigos ferrenhos. Em um lugar se aliam, em outro se repelem. Entretanto, a falta de coerência dessa união de forças, que muitas vezes coloca lado a lado siglas com ideologias discrepantes, tem uma explicação fácil quando se atenta para seu objetivo: vencer. Hoje, estão registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) 27 partidos políticos. A coligação entre eles, de acordo com Fábio Vanin, assessor da bancada do Partido Progressista (PP) na Câmara de Vereadores e coor-
denador do curso de Ciência Política na Faculdade América Latina, pode ser feita apenas para a período eleitoral, e traz vantagens como maior espaço na TV e no rádio, além do aumento no valor do fundo partidário. “PT, PSB (Partido Socialista Brasileiro) e PC do B (Partido Comunista do Brasil) estão normalmente do mesmo lado em nível de Estado, essas coligações se repetem. Em nível nacional, é PSDB e DEM (Democratas). Em tese, as coligações deveriam partir de um princípio de afinidade ideológica”, afirma Vanin. Antes de 2002, lembra o cientista político, caso os partidos lançassem candidatos a presidente, os estados não poderiam se coligar de forma diferente na esfera estadual. Uma resolução do TSE modificou a legislação eleitoral e desobrigou a vinculação entre as candidaturas. É o que ocorre hoje com o PMDB e com o PDT, que estão numa coligação nacional e em outra estadual. Outro exemplo é o PP, que não está na coligação de Dilma, mas tem 20 de seus diretórios estaduais apoiando a candidata petista. Seis apoiam Serra, entre eles o do Rio Grande do Sul. Para José Carlos Monteiro, professor de sociologia da Universidade de Caxias do Sul (UCS), que já foi candidato a vereador e a deputado federal – pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB) e pelo PSB –, as legendas são apenas suportes, que garantem seus espaços de sobrevivência no meio político. Ele cita o caso de uma jornalista que saiu de Caxias e foi trabalhar em Brasília, e lá escreve discursos de candidatos de qualquer sigla. “Em Brasília os partidos trabalham muito juntos, por isso tudo é negociado e fácil de negociar. Aqui no Rio Grande do Sul as bases dos partidos são menos flexíveis, e a esquerda é mais ortodoxa. O PT de São Paulo tem origem histórica distinta do PT do RS, o daqui é mais à esquerda. Por isso a dificuldade de fazer aliança, diferente do PT do Lula”, explica Monteiro. Ele concorda com Vanin ao dizer que as coligações são naturais, mas que devem ser feitas com coerência: “Lá (em Brasília) o programa coliga, aqui (em Caxias) parece que não. E isso confunde mais o povo, fortalece a ideia de que tem que votar nas pessoas e não nos partidos”, afirma Monteiro, que defende que as pessoas votem pelos programas das legendas, e não apenas pelos candidatos. “O problema é que os programas estão cada vez mais semelhantes. Há anos o Brasil intercala no governo PSDB e PT, os dois com ideologias que falam muito de democracia. Se pegar a origem teórica dos dois partidos, tem alguns pontos se-
31 de julho a 6 de agosto de 2010
F
Continua
O Caxiense
11
12
O Caxiense
31 de julho a 6 de agosto de 2010
Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.
por VALQUÍRIA VITA (texto), MARCELO ARAMIS e LUCIANA LAIN (arte)
Eleições: o jogo, as apostas e as cartas na manga |
www.ocaxiense.com.br
31 de julho a 6 de agosto de 2010
O Caxiense
13
Créditos: Plínio Sampaio: Fábio Pozzebom/ABr; Abgail Pereira: Arquivo pessoal/Div./O Caxiense; Alceu Barbosa Velho: Diego Netto/Div./O Caxiense; Assis Melo: Diego Netto/Div./O Caxiense; Dilma Rousseff: Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr; José Fogaça: Jefferson Bernardes/Palácio Piratini; Guilherme Leal: Valter Campanato/ABr; Indio da Costa: Laycer Tomaz/Ag Câmara; João Carlos Schneider: Artphotos Produções; Maria Ferranti: Foto Scalco; Maria Helena Sartori: Luiz Chaves; Marina Silva: Wilson Dias/ABr; Mauro Pereira: Diego Netto; Paulo Paim: Agência Senado; Pedro Ruas: Elson Sempé Pedroso/Câmara Municipal de Porto Alegre; Germano Rigotto: Jorge Schener; Tarso Genro: Itamar Aguiar/Palácio Piratini; Michel Temer: José Cruz/ABr; Vinicius Ribeiro: Diego Netto/Div./O Caxiense; Yeda Crusius: Silvio Alves/Palácio Piratini; Daniel Borghetti: Berenice Stallivieri/Div./O Caxiense; Ivani de Lima: Marcio Schenatto/Div./O Caxiense.
melhantes”, pondera.
PALESTRA PONTO ELETRÔNICO Já estão encerradas as inscrições para a palestra que o SIMECS e a ARH Serrana irão promover no dia 03 de agosto sobre o Controle da Jornada de Trabalho e a Portaria 1.510/2009 do MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) que trata do Sistema de Registro Eletrônico de Ponto (SRPE). O evento acontecerá no Restaurante do Subsolo da CIC. A partir de 26 de agosto, as corporações que se utilizarem do ponto eletrônico terão que se adequar seus sistemas às novas regras, que exigem a impressão de comprovantes de entrada e saída para os funcionários. O evento terá como palestrante Vanius João de Araujo Corte, Auditor-Fiscal da Gerência Regional do Trabalho e Emprego de Caxias do Sul. Serão focados itens como: A Evolução da Legislação; Legislação Atual; Portaria 1.510/2009 (Objetivos, A Quem se Destina, Obrigações do Empregador, O Registrador Eletrônico do Ponto (REP), O Programa de Tratamento, Fiscalização pelo MTE, Penalidades). BALANÇO SOCIAL / PRAZO FINAL As empresas representadas pelo SIMECS e que ainda não enviaram o formulário contendo as informações sobre os investimentos sociais concedidos aos seus funcionários no ano de 2009, devem providenciar de forma urgente. Estes dados serão utilizados pela entidade para editar o Balanço Social 2010. O Balanço Social do SIMECS que chega à sua 11ª edição tem por objetivo informar os investimentos feitos na área social pelas mais de 2.600 indústrias representadas pela entidade, beneficiando seus mais de 50 mil funcionários e dependentes. Entre os benefícios concedidos, destacam-se: salários, programas de saúde, educação, transporte, alimentação, participação nos lucros e resultados. A entrega dos dados deverá ser feita da seguinte forma: Fax: (54) 3228.1855; E-mail: viviane@simecs.com.br; Web site: www.simecs.com.br; Correio: Rua Ítalo Victor Bersani, 1134 – Jardim América – CEP: 95050-520 – Caxias do Sul –RS. PROJETO ELETROELETRÔNICO Durante o mês de julho, o SIMECS, em parceria com o Sebrae-RS realizou reunião com as empresas do setor eletroeletrônico. Na oportunidade, foi discutido o plano de trabalho através da realização de diagnóstico do setor, visando promover estratégias de desenvolvimento na gestão empresarial, qualidade e mercado. Este projeto conta com a participação do SIMECS e Abinee e a coordenação geral do Sebrae-RS. A partir da avaliação do cenário do setor e de dados coletados com pesquisa realizada pelo setorial, foi identificada a necessidade das empresas em ampliar mercado, buscar desenvolvimento tecnológico, obter certificações de produtos e de qualidade e, promover uma melhora na qualificação da cadeia produtiva. No mês de agosto deverá ocorrer nova reunião de avaliação e ser consolidado o diagnóstico do setor e, após, a preparação do plano de ação para as empresas. GESTÃO DE VIAGENS CORPORATIVAS Uma importante palestra focada para secretárias, profissionais de Recursos Humanos e que atuam na área de planejamento de viagens corporativas, será realizada pelo SIMECS no dia 10 de agosto. O evento, denominado: “Gestão de Viagens Corporativas” visa esclarecer noções básicas de como administrar o processo como um todo, maximizando recursos internos e externos da organização, visando eficiência e economia. Programa: contextualização do mercado de viagens; o que é viagem corporativa; política de viagens; documentação e vistos consulares; tarifas aéreas; hotelaria; locação de carro; seguro viagem; como participar de feiras internacionais. A palestra será ministrada por Gilmar Gianni, profissional que atuou por 22 anos na área de agenciamento de viagens, sendo o primeiro franqueado da Flytour do Brasil. Idealizou e ministra na UCS a disciplina Gestão de Viagens Corporativas. As vagas são limitadas e gratuitas junto ao SIMECS, fone: (54) 3228.1855. MISSÃO ALEMANHA Está previsto para o mês de agosto um encontro de preparação para o grupo de mais de 30 pessoas que irá participar da 20ª Missão Técnico-Comercial do SIMECS ao exterior. A missão ocorrerá no período de 15 a 26 de setembro. Na oportunidade, serão visitadas as feiras: Automechanika em Frankfurt e a IAA em Hannover, ambas na Alemanha. A Automechanika é uma feira voltada para o setor automotivo e especializada em equipamentos para oficinas, acessórios para automóveis, reparação de automóveis, plataformas elevatórias, carroçarias, pintura de veículos, entre outros. Enquanto isso, A IAA International é a Feira mais completa da indústria automotiva e terá a exposição de caminhões de carga, ônibus e trailers, logística, equipamento para garagem e automóveis. A Missão 2010 do SIMECS conta com a parceria do Sebrae/RS. EVENTOS DE SEGURANÇA CONTINUADA Estão agendados para os dias 09 e 16 de agosto novos eventos relativos ao Programa Segurança Continuada do SIMECS. O tema abordado será relativo à NR 10 – Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade. Esta Norma Regulamentadora estabelece os requisitos e condições mínimas objetivando a implementação de medidas de controle e sistemas preventivos, de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores que, direta ou indiretamente, interajam em instalações elétricas e serviços com eletricidade. Os eventos técnicos destinamse aos profissionais da área de segurança do trabalho das empresas metalúrgicas. A apresentação será do engenheiro Vitor Hugo Facchin, da Assessoria em Saúde e Segurança Ocupacional do SIMECS. Informações e inscrições pelo fone: (54) 3228.1855. SEMINÁRIO AUTOMOTIVO Contando com o apoio do SIMECS, será realizado no dia 28 de Setembro, no auditório da CIC de Caxias do Sul o I Seminário Automotivo da Serra Gaúcha. O evento promovido pela ASERV- Associação Serrana da Reparação Veicular tem como objetivo incrementar a qualidade nos serviços automotivos prestados à população e divulgar as tecnologias disponíveis e acessíveis a toda a sociedade em termos de qualidade para a reparação automotiva em forma de certificação de serviços. No programa constam diversas palestras sobre a qualidade na reparação automotiva, com destaque para a Inspeção Veicular a ser introduzida em breve no Rio Grande do Sul. O destaque será a entrega de certificados às primeiras oficinas mecânicas que participam do projeto de qualificação e certificação de oficinas. Este certificado desenvolvido pelo IQA (Instituto da Qualidade Automotiva) com o INMETRO, inédito em Caxias do Sul e região, é específico para oficinas mecânicas e equivale a ISO 9001. FÓRUM DE INOVAÇÃO O SIMECS está divulgando para as empresas do seu segmento a realização do 1º Fórum de Inovação, que acontecerá nos dias 09 e 10 de agosto no auditório da CIC de Caxias do Sul. Estão previstas durante o evento importantes palestras, entre as quais: “O que é a Inovação no Brasil” a ser ministrada pelo professor Marcelo Nichele - coordenador de inovação, desenvolvimento e extensão da UCS; “Inovar para ampliar as estratégias e oportunidades de negócios,” a qual será apresentada por Claudio Tervydis, diretor da Agência de Inovação da USP. No dia 09 de agosto haverá reunião-almoço com a apresentação da palestra: Inovação e dinheiro para Inovação, o que fazer? A apresentação será do diretor de Inovação da FINEP, Eduardo Costa. No dia 10 de agosto está prevista Rodada de Negócios entre BRDE, BNDES, FINEP e empresa, mediante agendamento. Informações e inscrições: (54) 3218.80.06. SIMECS - Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul. Rua Ítalo Victor Bersani, 1134 - Caixa Postal 1334 Fone/Fax: (54) 3228.1855 – Bairro Jardim América. CEP 95050-520 – Caxias do Sul Rio Grande do Sul. www.simecs.com.br - simecs@simecs.com.br
14
O Caxiense
31 de julho a 6 de agosto de 2010
de do Sul ficou numa posição muito complicada. A posição do partido está sendo de liberar, Entre os candidatos caxienses haverá cada um vota em quem bem entender. Hoje quem vai levantar bandeira pelo candidato de vejo com muita simpatia a candidatura da Masua coligação, assim como haverá aqueles que rina. Tenho achado as posições dela nos debanão se manifestarão. Para Arino Maciel, candi- tes mais claras. Mas se tu me perguntares se esdato a deputado federal pelo Partido Socialis- tou anunciando, digo que tenho que aguardar mo e Liberdade (PSOL), as siglas de hoje estão posição do Fogaça e do Simon para ter opinião todas na mesma linha. “Só diferem os pentea- mais clara. Isso não significa que ela já é minha dos”, critica. candidata, nem que vou pegar bandeira. Eu Para o pedetista Alceu Barbosa Velho, os vou votar”, afirma Rigotto. acordos feitos em nível superior e depois coMauro Pereira, candidato a deputado federal municados à base deixam os candidatos sem pelo PMDB, lembra que PT e PMDB sempre muitas opções. “Meu sonho, e o de qualquer foram adversários políticos no Estado, e prinpolítico, é que meu partido tivesse candidato cipalmente em Caxias. “Isso é histórico. Eu não a presidente e a governador, mas a realidade considero justo que nós apoiemos o PT nem é que tem que haver as coligações. E às vezes que ele nos apoie”, reclama Mauro, que prefere transformam uma andorinha num morcego”, assumir uma posição de neutralidade quanto à analisa, referindo-se às combinações estranhas disputa pela presidência – ele diz que não vai de algumas alianças. falar nem bem, nem mal de qualquer candidaAlceu foi líder de governo na Câmara de Ve- to. readores durante o primeiro mandato do peA projeção de um segundo turno no Estado, tista Pepe Vargas em Caxias. “O que fiz com por exemplo, que obrigaria os políticos a imamuito orgulho. Mas depois eles ginar possíveis apoios a con(do PT) se afastaram do PDT.” correntes de outros partidos ou Seu colega de partido e candi- “Essa coligação é coligações, é evitada a qualquer dato a deputado federal Kalil muito diferente custo nas entrevistas. “Não Sehbe prefere falar menos, e do que sonhamos. trabalho com a hipótese de o mais enigmaticamente, sobre Fogaça não ir para o segundo as coligações: “Eu sigo a orien- A gente sempre turno”, rechaça Mauro Pereira. tação partidária, posso ficar pensou que deve “Não tenho a menor dúvida mais quieto, menos quieto...”. ter afinidade, não de que Tarso vá para o segunSegundo Guiomar Vidor, só para ganhar do turno”, aposta Pepe Vargas. que concorre a deputado esta“Confio no segundo turno com dual pelo PC do B, tradicional eleição”, Yeda”, afirma Ruy Pauletti, canapoiador do PT, a aproximação diz Sartori didato a federal pelo PSDB. nacional com o PMDB foi necessária: “Isso não depende só Em Caxias do Sul, a aliande nós. Para garantir a vitória, haveria necessi- ça nacional entre PT e PMDB causa um nítido dade dessa aliança de centro-esquerda”. Entre- desconforto. Desde 1996 os dois partidos se tanto, Vidor se esquiva de opinar sobre Temer. revezam no comando da cidade. Foram dois “Ele como pessoa é deixado de lado, a gente mandatos de Pepe Vargas, seguidos de dois de tem que enxergar ele como uma força política”, José Ivo Sartori – o segundo vai até 2012. Nesafirma. ses 14 anos, acentuou-se a rivalidade entre os dois partidos no município. Para Assis Melo, que concorre a deSartori não esconde o descontentamento putado federal pelo PC do B, a falta de um com a chapa Dilma-Temer. “Essa coligação é candidato próprio do partido não dificulta a muito diferente do que sonhamos, como jocampanha. Em boa medida, isso se deve à ma- vens estudantes, como militantes. A gente semnutenção de uma aliança histórica e ideológica pre pensou que coligação deve ter afinidade com o PT de Dilma e Tarso. “Nós estamos na política e ideológica, não só para ganhar eleicoligação, vamos fazer campanha para quem?”, ção. Está tão embaralhado, não conseguimos resume Assis. Mas para outros candidatos a enxergar com olhos de quem lutou para consquestão não é tão óbvia assim. Maria Helena truir realidade diferente”, avalia. O prefeito diz Sartori, que disputa uma vaga na Assembleia que fica refletindo sobre como um militante do Legislativa pelo PMDB, diz que não está fazen- PT, que tanto condenou o PMDB por personado campanha oficial para nenhum candidato à gens como José Sarney, Jader Barbalho e Renan presidência, mesmo que seu partido integre a Calheiros, deve se sentir agora que todos estão coligação de Dilma. “Pessoalmente, podemos juntos. Quando a questão é invertida – como apoiar. E eu apoio o Serra, posso falar nele e fica um militante do PMDB tendo um candipedir votos para ele, mas o nome dele não pode dato a vice de uma petista –, responde com aparecer em nenhum dos meus materiais de bom humor: “A Dilma é ótima. O vice dela que propaganda”, revela Maria Helena, explicando é ruim”. “Mas não é bem aceita a aliança entre que em suas peças de campanha, assim como Temer e Dilma”, reforça, retomando a ar sério. na de outros peemedebistas, não aparecerá o Sartori, assim como o PMDB gaúcho, resolnome de nenhum candidato a presidente, gra- veu permanecer neutro na corrida presidenças a um acerto partidário no Estado. cial. “Vou acompanhar a decisão do partido, Almir Guedes, candidato do Partido Tra- embora preferia que se tivesse analisado mebalhista Brasileiro (PTB) a deputado federal, lhor. Estamos navegando no limbo”, filosofa. diz que, apesar de a orientação da sigla ser de Caso Dilma venha a Caxias, porém, o preapoio ao tucano José Serra, isso não significa feito não imagina situações desagradáveis. “Já necessariamente que todos defenderão seu recebi Dilma, assim como já recebi Serra. O nome nas ruas. “Pelo que está na mídia e que comportamento é respeitar quem disputa a foi passado, sim, o nosso partido apoia o José eleição. Sim, é evidente que é diferente agora, Serra. O meu candidato é ele, agora, é o andar com campanha. Não sei se vai acontecer de da carruagem. Meu voto é dele, mas dizer que novo.” eu vou trabalhar pela campanha dele é outra Sartori gostaria que no primeiro turno todos história”, pondera. os partidos tivessem candidato próprio, para só Quem também não fará campanha de nin- depois conjugarem forças em torno dos mais guém para presidente é Germano Rigotto votados. Enquanto isso é apenas uma vontade, (PMDB), que concorre ao Senado. Ele consi- o prefeito ameniza: “É complicado, mas não é dera uma vergonha o fato de sua legenda não o fim do mundo. No andar da carruagem, as ter candidato próprio. “O PMDB do Rio Gran- abóboras se ajeitam”.
Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.
Artes
Participe | Envie para artes@ocaxiense.com.br o seu conto ou crônica (no máximo 4 mil caracteres), poesia (máximo 50 linhas) ou obra de artes plásticas (arquivo em JPG ou TIF, em alta resolução). Os melhores trabalhos serão publicados aqui.
artes@ocaxiense.com.br
Ângelo Coffy | Sem título |
O cotidiano dos portadores da Síndrome de Down é tema da exposição A Beleza de Ser, da Special Kids Photography do Brasil, que estará em Caxias de 17 de agosto a 7 de setembro. São 21 obras de fotógrafos brasileiros. No clique de Ângelo, um momento especial entre mãe e filho - primo do fotógrafo. Para as lentes da sensibilidade, a beleza da vida - com ‘V’ de vitória - está nas coisas simples, como dois mais dois...
V
“
CASACO DE VELUDO por NATÁLIA BORGES POLESSO
ou contar uma história... Estava gasto. Pode ser que algum dia fora feliz, mas não agora, certamente. Trazia em suas fibras uma cor marrom-desmaiada ou amarelo-enjoo, tanto faz. De qualquer maneira, era algo que não se podia mais usar. Algo que parecia teimar em sair do guardaroupa. Algo que jamais pararia na sacola de doações. Ele insistia para ser usado. Na verdade, não era possível saber se o homem usava o casaco ou se o casaco usava o homem. Era tanto desmazelo que havia quase tomado outra forma. Não era mais um casaco. Era um monstro de braços compridos e malfeitos.
Por acaso, o monstrinho acabou num lugar muito importante, e lá encontrou alguns semelhantes. Não pode acreditar! Era o casaco mais desmilinguido e mais feliz de todos os tempos. Naquele momento ele percebeu que toda a insistência do uso se justificava e, mais do que isso, se recompensava! Quanta alegria ao abraçar os seus! Fibra rota roçando fibra rota. Desalinho e preguiça de ser bonito, todos juntos. Todos felizes. Todos emocionados. O amarelo-encardido sorria incrédulo. O marrom balançava tanto a lapela poída, que se caísse morto ali ninguém estranharia. O desbotado, mas alinhado, contia-se, pendurado em pouca vontade. Contudo, o verão finalmente chega-
www.ocaxiense.com.br
ra e, apesar da insistência, foi deixado no cabide. Semanas se passaram. O resto de mofo acumulado no inverno já o cutucava. E antes que pudesse pedir ajuda, a manga foi tomada. Triste e esquecido, sentia-se doente, um leproso. A manga asquerosa plena de bolor. Com a chuva e o calor daquela semana, foi rápido para que ficasse coberto. Verde acinzentado, cor de morto. Mas não estava, ainda não. Esperava confiante, o homem viria. Dias depois foi a vez das traças. Fartaram-se do banquete exótico. Veludo e mofo. Cardápio oferecido uma vez na vida. E foi com essa vontade que comeram grande parte do que um dia fora um casaco, roto, mas ainda casaco. A chegada do outono o fez acordar
do estranho pesadelo, uma réstia de luz tonteava os botões sobreviventes. Saindo do armário, levou um puxão. Foi jogado pra fora do armário e pisoteado com nervosismo. Estava mais morto do que vivo, isso é certo, mas aquilo era demais. Se algum dia teve dignidade, naquele momento ela foi aniquilada. Bom, dali foi para um saco preto. E do saco, direto para o lixo. Nem teve segunda chance.” “Nossa! Que história horrível!” “É que os casacos são cheios de ego, e nem percebem quando estão sendo usados” “Que horror!” “Mas não se preocupe! Nós somos saias...”
31 de julho a 6 de agosto de 2010
O Caxiense
15
Guia de Cultura
por Cíntia Hecher | editado por Paula Sperb
CINEMA l Vídeo Índio Brasil | De sábado (31) a sábado (7) | Mostra nacional aporta em Caxias com 14 vídeos sobre comunidades indígenas. Confira mais na matéria do O Caxiense, página 9, e a programação abaixo. Sábado, das 14h às 17h Já me transformei em imagem Índio da tribo Huni Kuin registra histórias do seu próprio povo, com depoimentos que trafegam pelos relatos dos velhos tempos e o trabalho nos seringais até a chegada do audiovisual. De volta à terra boa Epopeia dos Panará em busca da terra que um dia foi deles. Exilados no Parque do Xingu depois do contato com os brancos, que levou doença e estranheza para a tribo, os índios lutam para voltar ao lar, devastado pelo garimpo. Corumbiara Relato sobre vestígios de massacre de índios em Rondônia levou 20 anos para ficar pronto. Vencedor do prêmio de melhor longa-metragem no 37º
16
O Caxiense
31 de julho a 6 de agosto de 2010
guiadecultura@ocaxiense.com.br
Festival de Gramado. Segunda (2), a partir das 20h Kuhi ikugü, os Kuikuro se apresentam Prazer em conhecer a tribo Kuikuro, desde seus antepassados até os conflitos com os brancos e com o mundo contemporâneo. Pi’õnhitsi, Mulheres Xavante sem nome Dificuldades e relatos sobre o raro ritual de iniciação feminina de uma tribo. Terça (3), a partir das 20h Pajerama A animação mostra um garoto índio que se depara com a cidade grande e a invasão da civilização na floresta. Porahey Longa-metragem, resultado de oficina do projeto Ava Marandu, traz recortes do universo dos Guarani da aldeia Te´yikue, no Mato Grosso do Sul. Imbé gikegü - cheiro de pequi Índios kuikuro contam história do fim da estação da seca e a importância do pequi, fruto típico da região. Quarta (4), a partir das 20h: Mokoi tekoá petei jeguatá duas aldeias, uma caminhada A tribo Mbya-Guarani depende da
venda de seu artesanato para sobreviver. Três jovens acompanham o dia a dia dos indígenas de duas comunidades no Rio Grande do Sul, que têm em comum um histórico de contato com europeus e influência do intenso convívio com os brancos. Quinta (5), a partir das 20h Kré Curta-metragem conta história de uma moradora da reserva de Serrinha que vive da venda de cestos e balaios kaingang, desde a matéria-prima até o comércio no RS e em SC. Kene Yuxi, as voltas do kene Filho de professor tenta reverter abandono de tradições do seu povo e segue pesquisas do seu pai sobre as mulheres Huni Kuni. Sexta (6), a partir das 20h Indígenas digitais Representantes de várias etnias falam da sua relação com elementos modernos como celulares, câmeras fotográficas, computadores, filmadoras e internet, relatando a importância da relação com o mundo globalizado. A gente luta, mas come fruta Tribo Ashaninka realiza manejo agroflorestal em sua aldeia no Acre, tentando recuperar recursos naturais da
sua reserva. Ao mesmo tempo, luta contra a exploração de madeireiros que invadem suas terras na fronteira com o Peru. Sábado (7), das 14h às 17h Terra vermelha Longa-metragem de ficção, com os globais Matheus Nachtergaele e Leonardo Medeiros, fala sobre o resgate da cultura dos Guarani-Kaiowá pelo seu próprio povo, enfrentando conflito com fazendeiros da região. Faculdade da Serra Gaúcha (FSG) Entrada franca | Os 18 do Forte, 2.366 | 2101-6000 l Clube da Lua | Drama. Terça (3), 19h | Sesc Clube de dança clássico de Buenos Aires está prestes a fechar suas portas, mas descendentes de seus fundadores tentam impedir o triste acontecimento. Dirigido por Juan José Campanella. Com Ricardo Darín e Eduardo Blanco. 18 anos, 145 min., leg.. l Salt | Ação. 14h, 16h40, 19h10 e 21h30 | Iguatemi Mistério gira em torno da identidade de Evelyn Salt: ela é ou não espiã russa? Ela foge da CIA até comprovar
Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.
sua inocência, utilizando velocidade, truques, explosões e lábios carnudos. Dirigido por Phillip Noyce. Com Angelina Jolie e Liev Schreiber. 14 anos, 100 min., leg.. AINDA EM CARTAZ – Eclipse. Aventura. 13h50, 16h10 e 21h20 (dub.) e 21h40 (leg.). Iguatemi. 17h30 e 20h (leg.). UCS | Encontro Explosivo. Comédia romântica. 17h, 19h30 e 21h50. Iguatemi | O Escafandro e a Borboleta. Drama. 15h. Matinê às 3. Ordovás | Os homens que não amavam as mulheres. Suspense. 20h. Ordovás | Predadores. Terror. 18h50 e 21h10. Iguatemi | Shrek Para Sempre. Animação. 13h50, 14h20, 16h20, 16h50, 18h40, 19h20 e 21h. Iguatemi | Toy Story 3. Animação. 14h30. Iguatemi. 15h30. UCS | Toy Story 3 – 3D. Animação. 13h40, 16h30 e 19h (dub.) e 21h40 (leg.). INGRESSOS - Iguatemi: Segunda e quarta-feira (exceto feriados): R$ 12 (inteira), R$ 10 (Movie Club Preferencial) e R$ 6 (meia entrada, crianças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos). Terça-feira: R$ 6,50 (promocional). Sexta-feira, sábado, domingo e feriados: R$ 14 (inteira), R$ 12 (Movie Club Preferencial) e R$ 7 (meia entrada, crianças menores de 12 anos e sêniors com mais de 60 anos). Sala 3D: R$ 22 (inteira), R$ 11 (estudantes, crianças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos) e R$ 19 (Movie Club Preferencial). Horários das sessões de sábado a quinta – mudanças na programação ocorrem sexta. RSC-453, 2.780, Distrito Industrial. 3209-5910 | UCS: R$ 10 e R$ 5 (para estudantes em geral, sênior, professores e funcionários da UCS). Horários das sessões de sábado a quinta – mudanças na programação ocorrem sexta. Francisco Getúlio Vargas, 1.130, Galeria Universitária. 3218-2255. | Ordovás: R$ 5, meia entrada R$ 2. Luiz Antunes, 312, Panazzolo. 3901-1316 | Sesc: Entrada franca. Moreira César, 2.462. 3221-5233.
TEATRO l Ao Quadrado | Sábado, 20h30 | O próprio elenco da Cia. 2 escreve e dirige as cenas do espetáculo. Em quatro histórias, a comédia satiriza as relações que as pessoas constroem na vida. E na morte também, como não. Os assuntos variam de bastidores de um programa de TV infantil a um casal sobrevivendo à TPM, passando por uma aula de orientação sexual e um julgamento pós-vida, sob perspectiva pouco religiosa. Teatro Municipal – Casa da Cultura R$ 20 (na hora) e R$ 10 (estudante e sênior) | Dr. Montaury, 1.333 | 3221-3697 l Loco Véio – Fala home véio | Sexta (6) e sábado (7), 20h | Show de risadas com o humorista Valdenir da Silva Sanches, um gaudério que conta seus causos. Teatro São Carlos R$ 40, R$ 30 (antecipado) e R$ 20 (estudante e sênior) | Feijó Júnior, 778, São Pelegrino | 3221-6387
l Os Meninos Verdes de Cora Coralina | Segunda (2), 15h | O grupo de teatro de bonecos Voar, de Brasília, pousa na cidade para apresentar espetáculo sobre vida e obra da autora Cora Coralina. Infelizmente, os ingressos já estão esgotados. Teatro do Sesc Entrada franca | Moreira César, 2.462 | 3221-5233
EXPOSIÇÕES l Abstrato Contemporâneo | Até 27 de agosto. De terça a sábado, das 17h às 21h | Alex Milesi mostra 11 fotografias. Galeria em Transição Entrada franca | Augusto Pestana, s/nº | 8404-1731 l Arte em Rede | De segunda a sexta, das 8h30 às 18h e sábados, das 10h às 16h | Genoveva Parmeggiani Finkler apresenta 18 instalações representando aranhas e suas teias. Galeria Municipal – Casa da Cultura Entrada franca | Dr. Montaury, 1.333 | 3221-3697 l Um olhar sobre a CIC | Segunda a sexta, das 9h às 21h. Sábados e domingos, das 15h às 21h | Exposição itinerante de fotografia revela diferentes ângulos da instituição. Abre terça (3) e vai até o dia 15. Ordovás Entrada franca | Luiz Antunes, 312, Panazzolo | 3901-1316 AINDA EM EXPOSIÇÃO – Felicidade. De segunda a sexta, das 8h30 às 18h e sábados, das 10h às 16h. Galeria Municipal de Arte – Casa da Cultura. 3221-3697 | In Sana Mente. Segunda a sexta, 10h às 16h. Saguão – Centro Administrativo. 3218-6001
FESTA l 9ª Festa do Pescador | Até 8 de agosto | Não é verão, mas o caminho para a praia está aberto. Arroio do Sal sedia evento que traz seminários, apresentações culturais e gastronomia. PROGRAMAÇÃO – Sábado: Seminário de Carnaval. 8h. | Provas Cavalo Crioulo. 10h. | Palco Gastronomia com Surfistas da Paz. 11h30. | Escolas de Samba. 19h30. | Marcelo Valêncio. Pop. 21h. | Garotos da Rua. Rock Gaúcho. 22h15. | Chimarruts. Reggae. 23h30. | Domingo: Crioulaço e campeonato de pesca. 8h. | Grupo de Danças Tio Xico. 11h. | Palco Gastronomia Elis Cardoso. 11h30 | Laço Aberto. 13h. | Baile da Melhor Idade. 14h. | Beto Mayer. Nativista. 19h. | Hugo Pena e Gabriel. Sertanejo universitário. 20h. | Quarta (4): Olimpíada do Pescador. 8h. | Palestra Ceclimar. 9h. | Palco Gastronomia Lúcio Alexandre. 11h30. | Visitação da rede escolar. 14h. | Valores Locais. 20h. | Quinta (5): Palco Gastronomia Guido Greno. 11h30. | Encontro de Pastores Evangélicos. 14h. | Andrisa Rosson. Gospel. 20h. | Sopro de Vida. Gospel. 21h. | Jhenisis. Gospel. 22h. |
Sexta (6): Encontro de Vereadores. 10h. | Palco Gastronomia Surfistas da Paz. 11h30. | Feira do Produtor. 13h. | Escolha da Corte 2011/2012 e desfile de modas. 20h. | Balanço de Galpão. Nativista. 21h30. | Garotos de Ouro. Nativista. 23h.
ARTESANATO l 3º Encontro de Artistas e Artesãos da Serra – Quebrando Muralhas | Até 8 de agosto. De segunda a sexta, das 11h30 às 19h, sábados das 10h às 21h e domingos das 11h às 19h | Serão mais de 70 expositores provando que existe sustentabilidade e estilo no artesanato local. Durante o evento haverá o 1º Salão do Lixo ao Luxo, com objetos feitos a partir de materiais como garrafas pet e tecidos. Martcenter Shopping Entrada franca | RSC-453, 4.140
DANÇA l Edição Especial – Esperando por Alguém... | Domingo, 20h30 | Coreografias que passam pelo ballet clássico, modern jazz e hip hop. Teatro Municipal – Casa da Cultura R$ 15 (na hora) e R$ 7,50 (estudante e sênior) | Dr. Montaury, 1.333
MÚSICA l The Blues Beers | Blues. Sábado, 22h | A banda com vocal de Camila Dengo traz a força e a delicadeza do ritmo americano ao pub inglês. Mistura fina. Leeds Pub R$ 5 | Os 18 do Forte, 314 | 3238-6068 TAMBÉM TOCANDO - Sábado: A Bela e a Fera. Eletrônico. 23h. Studio 54 Mix. 9104-3160 | Acervo. Pop rock. 21h30. Zarabatana. 3228-9046 | Adriano Pasqual. Pop. 23h. La Boom. 3221-6364 | Chocantis. Pop rock. Pepsi Club. 3419-0900 | Dinamite Joe. Pop rock. 23h. Portal Bowling. 3220-5758 | Festa Latina. 23h. Vagão. 3223-0007 | Libertá. Nativista. 22h30. Libertá. 3222-2002 | K Samba. Pagode. 23h. Move. 3214-1805 | Mayron de Carvalho e Gustavo Reis. Pop rock. 22h. Badulê. 3419-5269 | Pop Star. Eletrônico. 23h. Luau. 3221-0277 | Preview Nectar Weekend. Eletrônico. 23h. Havana. 3215-6619 | Seresteiros do Luar. Chorinho, samba e bossa nova. 18h. Aristos. 3221-2679 | Terça (3): Yuri e Juliano. Pop rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Quarta (4): Jarrah Thompson. Blues. 22h30. Mississippi. 3028-6149 | Quinta (5): Batukabilly. Pop rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Bóra Balançá. Sertanejo universitário. 23h. Portal. 3220-5758 | Décio Caetano Acústico. Blues 22h30. Mississippi. 3028-6149 | Marcus Koza. MPB. 21h. Aristos. 3221-2679 | Sexta (6): A4 e Léo Mandelli. Pop rock. 23h. Portal Bowling. 3220-5758 | Décio Caetano & The Brothers. Blues. 22h30. Mississippi 3028-6149 | Poder da Criação. Samba. 22h. Bier Haus. 3221-6769.
www.ocaxiense.com.br
Música | Passagem
Da arte de batucar em copo d'água por CÍNTIA HECHER Os irmãos Gustavo e João Viegas e a produtora Katherine Brusa visitaram duas reservas indígenas, uma em Cacique Doble e outra em Mato Preto. Lá, encontraram índios Kaingang e Guarani, respectivamente. Também visitaram casas de religião afro em Viamão, Porto Alegre e aqui em Caxias. Viagem para observar a função dos instrumentos e sua ligação com a espiritualidade. Tudo para absorver a relação que estas melodias travavam com a religião. E, ao absorvê-las, transformá-las em outras sonoridades, juntando um pouco de rock, de música popular brasileira, de jazz. Vários ritmos se misturando, sempre respeitando a origem étnica da ideia. De acordo com o baixista Gustavo, quem mais contribuiu foram os batuques. O povo Kaingang foi o de menos colaboração musical, mas para compensar apresentou um dos instrumentos mais interessantes: uma espécie de berimbau de boca. Os instrumentos utilizados passeiam dos mais comuns, como bateria, percussão, baixo, guitarra e violão, até chegar nos mais lúdicos e representativos, como o tal berimbau, bacias d'água e até uma harpa de vidro. Esta última consiste em copos e recipientes com quantidades diferentes de água. Ao vibrar, cada um emite um som diferente. Há também um violino, que representa um instrumento Guarani chamado ravé, parente da rabeca nordestina. A representatividade é uma forma de simbolizar os instrumentos pesquisados e trazê-los aos ouvidos do público. Passagem ganhou esse nome pela maneira cronológica em que foi concebido. Foram compostas músicas para cada fase da vida de uma pessoa. O ponto comum entre todos entrevistados durante as viagens foi que contaram suas vidas e trajetórias, o que inspirou a ordem. Retratados musicalmente, estão desde o nascimento até a morte e, em seguida, a volta ao mundo espiritual, tudo baseado nas histórias ouvidas e crenças dos povos. Para eles, aqui é uma experiência antes de voltarmos para o outro lado. Quem assistiu Passagem no ano passado não vai vê-lo repetir fórmulas. “Mudou a cara do espetáculo. As músicas estão mais maduras. Antes era uma fase de experiência”, diz Gustavo. Seu outro irmão, André, também parte do show, conta que um dos motivos da mudança é a gravação do DVD, pelo Financiarte, ainda em fase de pós-produção. “Não é o produto final”, avisa. Acompanhando a trinca Viegas, os músicos Juliano Brito, Cássio Vianna, Lucas Secconi e Rodrigo Maciel. Enquanto se aguarda o resultado audiovisual, que deverá ser lançado no final do ano e complementará o projeto, pode-se conferir a única apresentação como maneira de se aproximar de raízes que podem não ser suas, mas mostram a beleza da diversidade cultural. Bem intitulado o cartaz do espetáculo, com a frase “quem se prende à terra batida que encontra pelo caminho esquece de olhar para céu”. O céu é o limite para os donos da criatividade e da mente aberta. l Passagem | Sexta (6), 20h30 | Experiência em tribos indígenas e casas de batuque transformaram-se na inspiração dos irmãos André, Gustavo e João Viegas. Teatro Municipal – Casa da Cultura R$ 12 (público em geral) e R$ 6 (estudante e sênior) | Dr. Montaury, 1.333 | 3221-3697 31 de julho a 6 de agosto de 2010
O Caxiense
17
Fotos: André T. Susin/O Caxiense
CA-JU 267
Loss enfatiza a postura positiva: “Quem tiver mais certeza vai vencer. É fundamental ter atitude da vitória. É ela, a vitória, que vamos buscar a todo o momento no CA-JU”
ELE QUER ATITUDE. Osmar Loss, técnico do Ju,
E VITÓRIA O
18
por FABIANO PROVIN fabiano.provin@ocaxiense.com.br smar Loss Vieira, sem dúvida, é um estudioso do futebol. Aos 19 anos começou a trabalhar no Inter, em Porto Alegre, como recreacionista, e tinha o sonho de se tornar treinador. Passou por várias categorias e conquistou títulos até o sonho se tornar realidade plena, como técnico da equipe profissional, no Juventude. Uma realidade difícil, principalmente no primeiro trimestre do ano, durante o Gauchão, competição em que o alviverde terminou em 13º lugar entre 16 participantes. Passada a turbulência, o foco do planejamento do clube desde o início do ano foi mantido: montar um grupo competitivo para disputar a Série C e garantir uma vaga na segunda divisão do Campeonato Brasileiro em 2011. Os atletas foram contratados e Loss teve tempo para trabalhar. Na estreia pela Série C, um empate em casa contra o Criciúma, 1 a 1. Neste domingo, às 16h, o clássico CA-JU de número 267 será a segunda oportunidade para a torcida ver um novo Juventude no Estádio Alfredo Jaconi. Loss terá um time bem diferente daquele que empatou em 1 a 1 com o Caxias na noite de 4 de fevereiro, no Estádio Alfredo Jaconi, pelo Estadual. Para quem não lembra: Silvio Luiz; Luiz Felipe, Ferreira, Jorge Fellipe e Calisto; Victor, Umberto, Lauro e Gustavo; Marcos Denner e Amoroso. Depois entraram Ivo, Edenilso e Bruno. Destes, apenas Luiz Felipe e Calisto continuam na equipe. Talvez Gustavo possa aparecer na lista – Loss não adianta quem usará no lugar de Cristiano, expulso na estreia. O que o treinador papo diz é que o grupo está mobilizado, principalmente pelo fato de o Ju não vencer o rival há nove clássicos – são cinco vitórias grenás e quatro empates. O último placar favorável ao clube esmeraldino
O Caxiense
31 de julho a 6 de agosto de 2010
foi no Estádio Antônio David Farina, em Veranópolis, no clássico 257: 3 a 1, válido pela Copa FGF, em novembro de 2005. Em mais de sete décadas de confrontos, os dois últimos válidos por uma competição nacional ocorreram na Série B de 1991, com uma vitória para cada lado. Para quebrar essa hegemonia do Caxias, Osmar Loss, 34 anos, têm acompanhado o modo de jogar do adversário – comandado pelo amigo Julinho Camargo. Falando firme como em dezembro do ano passado, quando foi apresentado no Jaconi, o técnico considera que o Ju chegará bem no clássico.
O Osmar Loss de hoje é diferente daquele que foi apresentado pela direção do Juventude no final da manhã do dia 23 de dezembro de 2009? Respondo a essa pergunta como falo para meus amigos: amadureci em seis meses talvez três anos de trabalho no futebol. Por toda essa situação de convivência com a imprensa, com uma comunidade que clama por resultado – na verdade, coisas que sempre existiram no departamento amador, mas muito mais internas, com diretores e familiares dos jogadores. Essa experiência, por mais que tu estejas fazendo uma boa campanha, seja na Copa São Paulo de Futebol Júnior ou no Brasileiro Sub-20, a exposição na mídia não chega a 10% do que eu tive e estou tendo aqui no Juventude. Isso, para mim, é o mais determinante na mudança, ou seja, saber trabalhar com essas situações. Em segundo lugar é realmente comprovar aquilo que eu imaginava dentro do futebol profissional: não se tem a condição de colocar tantas coisas como eu colocava para a categoria de base. Tem que ser mais objetivo, mais sucinto e muito mais específico. Na base se tem mais tempo para trabalhar?
aprendeu com os tropeços no Gauchão e mostra que estudou bem o adversário para o clássico
Não só questão de mais tempo, mas no amador o jogador está mais aberto a receber qualquer tipo de situação. No profissional já se tem uma doutrina, uma cultura, porque tu não vais pegar jogadores com a mesma faixa etária. Tu pegas jogador com 33, 32, 30 ou até 29 anos, que já passaram todas as situações possíveis e estão chegando naquela fase de não querer mais aceitar uma nova metodologia, novas ideias. Isso deveria ocorrer a passos muito pequenos para conseguir mudar. Eu tive não que me adaptar, mas reconhecer que é mais difícil colocar no profissional toda aquela gama de coisas mais abertas nas categorias de base. Esse contato com a imprensa, mais intenso, também não existia na base. Está sendo difícil para ti? Existia contato, mas só quando estava na fase boa. Nem quando caíamos, ninguém nos procurava, nem havia divulgação. Mais era quando tu estava chegando numa decisão, o time indo bem... Claro que também quando um jogador era promovido para o grupo profissional, que daí não é um mérito do resultado do time e sim mérito do trabalho, também te procuram para conhecer características. Digamos que eram doses homeopáticas, e sempre para o positivo, nunca para o negativo. E aqui em Caxias mudou tudo. Aí repito que o amadurecimento que estou tendo é muito rápido, também no trato com a imprensa. Sobre o Gauchão, o que tu gostarias de ter feito de diferente para evitar uma campanha ruim? Certamente que eu gostaria de ter tido mais opções, poder ter escolhido mais jogadores. E também mais poder de investimento. O tempo era pequeno e o poder de investimento muito baixo para aquele momento. São coisas, na verdade, que eu não tinha gerência. O
que eu queria, no segundo turno, era ter classificado para jogar aquele CAJU decisivo. Isso era o que eu gostaria, e por isso investi todas as minhas fichas contra o Grêmio. Quando terminou o jogo, com a derrota por 2 a 1 para o Grêmio aqui no Jaconi, e todos os resultados paralelos nos ajudavam, foi muito frustrante. Acho que seria um bom momento para talvez iniciar uma retomada: completamente inferiorizado em relação a um adversário em uma situação muito superior, aonde tu jogarias como um franco atirador. Em algum momento no Gauchão tu chegaste a pensar “Bah, tá difícil” sobre os resultados que não vinham, cobrança da imprensa e da torcida? Olha, até tenho que fazer um voto de satisfação sobre como a imprensa tratou o Juventude no Gauchão, de um modo geral. Todos entenderam muito bem a situação, as críticas foram poucas e brandas. Eu esperava mais pelo que apresentamos e pelo tamanho do Juventude. É uma ressalva que eu faço. E, na realidade... (pausa) Pô, tanta coisa que eu achei que poderia ter feito... Mas os piores momentos foram os jogos dentro do Jaconi. Era uma insatisfação muito grande de chegar aqui, preparar bem, mas não vencer. Diante do que você passou, mudando de assunto e de competição, como é que chega o Juventude para disputar o clássico CA-JU pela Série C? Chega muito bem. É claro que se tivéssemos feito nosso dever de casa contra o Criciúma chegaríamos com uma condição de tabela melhor. Mas a condição dos atletas e da comissão técnica de enxergar... Na verdade, estamos vendo com outro foco. Todo mundo, talvez – e isso é uma tendência do ser humano –, olha primeiro o lado negativo. “Bah, se perder o clássico, olha a situação que fica...” Mas nós
Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.
estamos olhando a vitória no clássico. Nós vamos para a zona de classificação independentemente do resultado de Chapecoense x Brasil-Pe, e com um jogo a menos do que dois adversários. Então, pensamos nessa hipótese. Podemos passar um ponto do rival, com um jogo a menos. E se fizermos um resultado positivo fora de casa vamos abrir quatro pontos. E aí a gente muda completamente o panorama. Sabemos que pode acontecer um resultado negativo, mas estamos dando o enfoque positivo. Não é nada anormal o Juventude ganhar o clássico dentro do Jaconi. Vamos jogar para vencer, respeitando o Caxias, que tem nove jogos de invencibilidade contra o Juventude – esse é outro ponto que a gente considera que vale na disputa do clássico, além da Série C e dos três pontos, tem essa questão de o Juventude retomar as vitórias nos CA-JUs. Com equilíbrio e cautela. Sobre o time tu tens apenas uma dúvida, no meio-campo: o substituto do Cristiano, expulso contra o Criciúma, é isso? Isso, exatamente. O Tiago Silva vai estrear no lugar do Éverton, como volante. Não tem muito o que explicar, na verdade. É o time que treinou e está treinando, que jogou bem contra o Criciúma. O que temos de ter agora é a percepção de como os jogadores estão se sentindo. O Júlio César não treinou segunda-feira à tarde porque saiu fatigado do treino de sábado de manhã. Em princípio, tendo todos os jogadores à disposição, a dúvida é quem entra no lugar do Cristiano. E aí, claro, tenho duas alternativas em cima do que o Caxias pode apresentar, porque o Caxias jogou de uma maneira em Pelotas e de outra contra a Chapecoense.
Eu tenho que ter uma leitura boa do Antes tu disseste que o Juventude que acho que o Julinho vai fazer para chega bem para o CA-JU. O Ju mosutilizar as peças certas, sem mudar o trou um poder de agrupamento muisistema de jogo, que é o 4-4-2. Qua- to rápido contra o Criciúma, evitantro jogadores brigam por essa vaga: o do espaços, comparando-se àquele Christian (meia urutime que a torcida guaio), o Gustavo (voassistiu no Gauchão. lante e meia), o Éverton “Amadureci As principais jogadas e o Umberto (volantes). em seis meses são pelas alas, com o Destes quatro, um vai Luiz Felipe e o Calistalvez três anos. jogar. to, e pelo meio com Por toda essa Cristiano e o Marcos Sobre o adversário, o convivência com Paraná, além do Júlio que é que tu viste e sa- a imprensa, com César (volante) sembes do Caxias? chegando bem de uma comunidade pre Contra o Pelotas o trás. O Ju chega bem Julinho usou os três za- que clama por defensivamente? gueiros, mas, na reali- resultado” Eu gostaria que o dade, jogou em duas litime tivesse atuado asnhas de quatro. O Neto, sim também no Gauo Cláudio Luiz, o Bill e o Alisson na chão. O tempo exíguo de trabalho não primeira linha de defesa. O Edenílson, nos permitiu treinar. Em todo o Gauo Marcos Rogério, o Renan e o Itaqui chão tivemos apenas duas semanas na segunda linha. Já no jogo do Cente- inteiras para trabalhar. O resto foram nário, contra a Chapecoense, ele disse apenas dois ou três dias disponíveis... que jogou no 4-4-2, mas, na verdade, Treina, viaja, joga, descansa; treina um foi um 3-5-2. O Renan foi um terceiro pouquinho, viaja, concentra e joga. zagueiro. Acredito que a base do futebol consiste na compactação. Os europeus fazem Dá para perceber que tu estudas bem isso muito bem. O brasileiro ainda está o adversário, principalmente o rival, defasado em relação a isso, pois marca que tem um amigo no comando... muito espalhado em campo, deixando A gente faz o mapeamento. Se ele espaço entre os setores. A gente pro(Julinho Camargo, técnico do Caxias) cura tanto chegar rápido e em bloco mantiver uma mesma rotina, fica mais na frente, porque tu estás compacto fácil. Eu vejo o jogo e, depois, no tape, e evitas uma saída de contra-ataque eu marco quantas vezes cada jogador do adversário, quanto fazer o retorno cai em cada setor. Não foge muito da- em bloco. Isso dificulta a entrada na quilo ali. Se o Julinho fizer uma sur- tua área. Se olharmos o jogo contra o presa durante o jogo, como fazer um Criciúma, dá para contar nos dedos da jogador cair para outro lado, pode nos mão quantas vezes o Criciúma entrou desestabilizar. Mas se um jogador atua dentro da nossa área. Eles até tiveram 90% do tempo na posição, ele não vai uma posse de bola razoável em nossa sair dali; aí é característica do atleta, intermediária. Quer dizer, essa defesa entendeu? compacta está funcionando. Nossa de-
www.ocaxiense.com.br
fesa joga fora da área. Acredito muito no futebol de qualidade, competitivo e de resultado. Tenho dito para eles: temos de fazer o que estamos fazendo, pois assim estaremos próximos da vitória. Claro que com um pouco mais de decisão, pois se trata de um clássico, um estímulo a mais, mas não podemos sair disso. Uma semana sem jogar aumenta a adrenalina dos atletas. Daqui a pouco tem que cuidar para não explodir, e por isso queríamos ter feito o jogo-treino no sábado, para gastar um pouco essa energia de jogo, mas infelizmente não deu. Antes de um clássico, o que é que se diz para os jogadores, dentro e fora do vestiário? Eu vou citar o que dizia um cara que trabalhou aqui no Juventude e no Inter, um grande amigo, o (Antônio Carlos Cruz) Dutra. O Dutra dizia o seguinte: muitas vezes tu não precisas dizer nada. Teu corpo está dizendo aquilo que tu queres deles. Então, nessa semana, quando entro no vestiário, procuro estar com um semblante sereno, mas sempre estampado no meu corpo que nós vamos vencer o jogo. Que nós vamos jogar muito bem. As palavras e o tipo de colocação sempre têm de ter a conotação da positividade, da confiança, porque esse é o momento que as dúvidas surgem. Quem tiver mais certeza vai vencer. Ou terá mais chances de vencer, porque muitas vezes pode ter certeza pra caramba e, num descuido, num desvio da bola na cabeça de alguém, como aconteceu contra o Criciúma, muda a rotina do jogo. É fundamental ter atitude da vitória. Nessa semana, estamos tendo atitude da vitória. É ela, a vitória, que vamos buscar a todo o momento no CA-JU.
31 de julho a 6 de agosto de 2010
O Caxiense
19
Guia de Esportes
guiadeesportes@ocaxiense.com.br Maicon Damasceno/O Caxiense
por José Eduardo Coutelle
No último CA-JU, em 4 de fevereiro, pelo Gauchão, os rivais empataram em 1 a 1. Neste domingo à tarde, voltam a disputar o clássico no Jaconi, com times bem diferentes
FUTEBOL l Juventude x Caxias | Domingo, 16h | O clássico CA-JU 267 esquenta o Campeonato Brasileiro da Série C. O técnico do Juventude, Osmar Loss, deve começar o jogo com: Jonatas no gol; Luiz Felipe, Rafael Pereira, Édson Borges e Calisto na linha defensiva; Tiago Silva, Julio César, Marcos Paraná e Christian (ou Gustavo) no meiocampo; Julio Madureira e Fausto no ataque. Já a equipe do Caxias possui indefinições tanto no esquema tático quanto na escalação dos titulares. O zagueiro Neto, que sofreu de problemas estomacais, treinou normalmente na tarde da última quinta. Caso ele esteja apto, Julinho Camargo deve entrar em campo com: Fernando Wellington no gol; Anderson Bill, Cláudio Luiz e Neto na zaga; Alisson e Edu Silva nas alas; Itaqui, Renan, Edenilson e Marcelo Costa no meio campo; e Aloísio no ataque. Alfredo Jaconi Ingressos: R$ 10 para torcedores do Juventude e R$ 5 para idosos e estudantes. Menores de 12 anos e associados têm acesso gratuito. Entrada pelo portões 1 (arquibancada) e 2 (associados e conselheiros) na Hércules Galló. Para o torcedor do Caxias, ingressos a R$ 20. Estudantes e idosos pagam R$ 10. Entrada pelo portão 5, Borges de Medeiros | Hércules Galló, 1.547, Centro | Online | Cobertura ao vivo, com os jornalistas Marcelo Mugnol e Fabiano Provin, participação do torcedor e fotos de André T. Susin no site www.ocaxiense.com.br.
l Juventude x Caxias Sub-20 | Segunda, 15h | Os jovens atletas do Caxias e Juventude superaram seus adversários e disputarão a decisão Campeonato Gaúcho Sub-20. A final será realizada em dois jogos. O primeiro será nesta segunda no estádio Alfredo Jaconi. Os times da capital caíram diante das bravas equipes da Serra na última rodada. O Juventude eliminou o Internacional no Gigante da Beira-Rio
20
O Caxiense
31 de julho a 6 de agosto de 2010
nas penalidades, e a equipe grená fez o mesmo, derrotando o Grêmio por 6 a 5 nas cobranças diretas. As campanhas das duas equipes seguiram um padrão muito parecido ao longo da competição. Dos 18 jogos disputados em todas as rodadas até a decisão da final, o Caxias conquistou 11 vitórias, 5 empates e apenas 2 derrotas. Seu arquirrival Juventude somou 12 vitórias, 3 empates e 3 derrotas. Nos confrontos diretos a paridade continua. Dos quatro CA-JUs disputados resultaram 2 empates e uma vitória para cada lado. Os técnicos Renan Tavares (Caxias) e Carlos Moraes (Ju) terão de usar todas as estratégias possíveis para desnivelar estes números e conquistar o título. Alfredo Jaconi Entrada gratuita | Hércules Galló, 1.547, Centro | 3027.8700 | l Futebol Sete Série B | Sábado, a partir das 10h | Serão realizados os últimos jogos da segunda rodada. A equipe do Tecbril teve um bom início de campeonato. Ela venceu as duas primeiras partidas, marcando nove gols e sofrendo apenas um, e segue líder na chave 1. O time folga neste sábado e retorna aos gramados apenas na próxima semana. Já a equipe Romamar tentará manter sua pontaria afiada contra o Doux. O time foi quem marcou mais gols em apenas um jogo, ao todo sete. Sábado, 10h: Silpa Peças x Brinox | 11h: Weatherford x San Martin | 12h: HidroFiltros x Eaton | 13h: Sulbras x Neobus | 14h: AP Demore x Mobitec | 15h: Correio x Reval | 16h: Doux x Romamar | 17h: Jost x Moferko | 18h: Rotamil x Metalúrgica Suzin | 19h: Jarflex x Caster Tech Centro Esportivo do Sesi Entrada gratuita | Cyro de Lavra Pinto, s/nº, Nossa Senhora de Fátima l Campeonato Municipal | Sábado e domingo, 13h15, 15h15 | Os jogos finais da Série Prata ocorrem neste sábado. O Hawaí atropelou o Kayser por 3 a 0 e conquistou a vaga para a decisão. Já o Águia Negra teve dificuldades para vencer o Esperança, mas assegurou a permanência
no campeonato através de um jogo disputado que acabou 2 a 1. Na Série Ouro, as chuteiras, enfim, pisaram novamente na grama. A rodada foi de muitos gols, somando ao todo 44 em seis jogos, uma média de 7,3 por partida. Restam apenas duas rodadas para o fim da fase de grupos e as equipes lutam para continuar brigando pela permanência no campeonato. SÉRIE PRATA – Sábado 13h15: Esperança x Kayser (Municipal 1) | 15h15: Hawaí x Águia Negra (Municipal 1) | SÉRIE OURO – Sábado 13h15: Vindima x Goiás (Enxutão), São Victor Cohab x Londrina (Municipal 2), | 15h15: Século XX x Fonte Nova (Enxutão) | Domingo, 13h15: União de Zorzi x União Reolon (Enxutão) | 15h15: Az de Ouro x Guarani (Municipal 1), União Industrial x XV de Novembro (Enxutão) Entrada gratuita l Campeonato Integração | Domingo, 13h45 e 15h45 | A 1ª rodada do campeonato foi interrompida pela chuva no último final de semana e será concluída neste sábado. O torneio conta com as equipes Aliança, Estrela, Santa Lúcia, Palmeiras e Madrid, que disputam as categorias sênior, veterano, suplente e titular. Ao todo, são 14 semanas de jogos em turno e returno, e em seguida as finais. SUPLENTE – Domingo, 13h45: Santa Lúcia x Palmeiras, Madrid x Aliança | TITULAR – Domingo, 15h45: Santa Lúcia x Palmeiras, Madrid x Aliança Entrada gratuita | Campo do time mandante
FUTSAL l 8ª Copa Ipam de Futsal Feminino | Sábado, 19h, 20h e 21h e domingo, 9h, 10h e 11h | Os times da Escola Santa Catarina dominam absolutos a Chave E. As meninas da equipe B cederam o lugar na liderança para o time principal após estas golearem por 8 a 0 o Pôr do Sol. Mesmo assim, a equipe da UCS, que vem logo atrás, com um jogo a menos,
tem uma chance de assumir a ponta ainda nesta rodada. Mas não será nada fácil: precisa vencer o União Flores da Cunha com um amplo saldo de gols. Na segunda divisão, as equipes União e UCS B dividem a liderança com 13 pontos cada uma e praticamente conquistaram duas das quatro vagas para a fase seguinte do torneio. Sábado, 19h: Força Jovem x FZ Futsal (Sta. Catarina) | 20h: UCS B x União (Sta. Catarina) | 21h: Sindicato dos Metalúrgicos x São Luiz (Sta. Catarina) | Domingo, 9h: FZ x Pradense (Sta. Catarina) | 10h: Força Por do Sol x Camisa 10 (Sta. Catarina)| 11h: UCS x União Flores da Cunha (Sta. Catarina) Escola Santa Catarina Entrada gratuita | Matheo Gianella, 1.160, Santa Catarina l Campeonato Futsal Feminino | Segunda (2) e quinta (5), 18h45 e 19h45 | Coser e Intral entram em quadra nesta semana para tentar conquistar a primeira vitória. Os dois primeiros jogos de cada equipe resultaram em derrotas. Segunda, 18h45: Invensys A x Coser | 19h45: Voges x Agrale | Quinta, 18h45: Invensys B x Intral | 19h45: Marcopolo x Randon Centro Esportivo do Sesi Entrada gratuita | Cyro de Lavra Pinto, s/nº, Nossa Senhora de Fátima l Campeonato Futsal Master | Terça (3), quarta (4), 18h30 e 19h30 | A Voges foi a única a vencer os três primeiros jogos do torneio. E fez isso de forma substancial. Ao todo, marcou 28 gols, e sofreu apenas sete. A Marcopolo, também na chave A, segue na mesma linha e joga pela vitória contra o time da Agrale para manter o 100% de aproveitamento nesta terçafeira (3). Terça, 18h30: Neobus x Correios | 19h30: Marcopolo x Agrale | Quarta, 18h30: Fras-le x Randon | 19h30: Eaton x Pisani Centro Esportivo do Sesi Entrada gratuita | Cyro de Lavra Pinto, s/nº, Nossa Senhora de Fátima
Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.
Fotos: André T. Susin/O Caxiense
CA-JU 267
Pensamento de Julinho está sempre a médio ou longo prazo: “Sei da importância que é um clássico, mas não vou diferenciar os 3 pontos do CA-JU dos demais jogos da Série C”
JULINHO,
O ESTRATEGISTA
P
por MARCELO MUGNOL marcelo.mugnol@ocaxiense.com.br ara entender a mente do treinador Julinho Camargo, imagine um excelente jogador de xadrez. Concentração, domínio da técnica, um arsenal de possibilidades táticas fervilhando na cabeça e um só objetivo: vencer. Sem pressa, com cautela, protegendo bem as peças importantes e arriscando na hora certa, depois, é claro, de saber como fazê-lo, sem deixar o rei e a rainha descobertos. O detalhe, no entanto, é que Julinho não joga sozinho e suas peças não são inanimadas. O tabuleiro é a céu aberto, numa cidade em que chove muito, principalmente nos dias em que o Caxias entra em campo. E as peças são jogadores de carne e osso, que perdem a concentração por mil motivos, como eu e você. Mas a paciência de Julinho vale por cem. Impaciente ele fica quando precisa voltar a corrigir velhos erros. Principalmente aqueles que pareciam estar no baú do esquecimento, trancafiados lá no tedioso passado do início do Gauchão. Nem por isso Julinho baixa a guarda, porque tem no coração o desejo infinito de formar. Formar jogadores dentro e fora de campo. Jogadores obstinados, determinados, que desejam crescer. Julinho encontrou no Caxias, nesse novo Caxias que aos poucos volta a ser visto, respeitado e, quem diria, imitado e invejado, o espaço ideal pra desenvolver o seu trabalho. Não apenas levar o Caxias à tão sonhada vaga na Série B, mas sobretudo, ver renascer no clube a contínua e inextinguível capacidade de formar e revelar jogadores. A entrevista com Julinho Camargo, concedida após mais um treino tático, começa justamente falando de Cristian Borja e Everton, que fizeram um excelente Gauchão pelo Caxias e acabaram sendo emprestados a Flamengo
e Internacional, respectivamente, dois clubes da Série A do Campeonato Nacional. Formar e revelar jogadores é a saída para clubes como o Caxias? Aquele jogo entre Inter e Flamengo mostrou muito como os clubes têm visto o Caxias. A gente viu o Borja jogando (pelo Flamengo), o Everton entrando (pelo Inter). A gente tem interesses de outros grandes clubes por outros jogadores nossos. E esse perfil de atleta, jovem, que queira crescer junto com o clube, torna o Caxias uma vitrine. O clube cresceu muito também na categoria de base. Acho que essa organização, desde a implementação da gerência do Júlio Soster e que acaba se estendendo para o Luciano de Oliveira Elias, das categorias de base, deu um norte interno. Falando em formação de atletas, quando se revisa a tua história, se vê que tu tens um perfil de formar jogadores. Tu encontraste aqui essa semente ou foi preciso plantá-la? O Caxias sempre teve um bom trabalho, mas sem uma visão mais ampla. O fato de eu ter trabalhado durante 15 anos na base da dupla Gre-Nal, com um nível de exigência muito alto, me dá esse suporte para vislumbrar algumas coisas um pouco mais lá na frente. E, na verdade, tentei acrescentar coisas boas que vi ao longo do meu caminhar com as coisas boas que haviam aqui. Porque o Caxias tinha muitas coisas boas antes da minha chegada. Encontrei aqui mais do que um bom ambiente de trabalho, profissionais de alto nível. Te digo um exemplo, o meu supervisor, o Pé (Vanderlei Bersaghi). Trabalhei em grandes clubes, Vitória (BA), Seleção do Kuwait, Inter, Grêmio. E o Pé é um dos melhores supervisores com quem eu já trabalhei. O Caxias voltou a investir na for-
www.ocaxiense.com.br
Técnico grená, perfeitamente adaptado, repassa sua trajetória no Centenário
mação de atletas. De que forma isso E até para o entendimento do torcepode beneficiar o clube? dor, não é só vencendo ou ganhando A gente tem no plantel de 2010 só o títulos que o clube se torna reconheEdenilson que veio da base. E, não sei cido. É também revelando jogadose vou estar aqui, mas eu espero que res... em 2011 o grupo do Caxias tenha de O fato da gente, por exemplo, perder 4 a 8 jogadores da base. Isso auxilia o Borja e apostar nos jogadores que tee muito na formatação do elenco na mos, e ver o Aloísio fazer o jogo que ele questão orçamentária. E a ideia é que fez (contra a Chapecoense), dá suporte em 2012 a gente tenha num elenco de a todo esse discurso. Aí nós vamos co28 jogadores pelo memeter a loucura de panos uns 10 oriundos da gar R$ 40 mil de salário base. Então isso modi- “A gente está pra um cara que a gente fica muito. Se tu tiver nem sabe se vai vir aqui 40% formado na base lutando com pra jogar ou só botar o tu tens condições de todas as forças dinheiro dele no bolso? investir em jogadores para fazer o E um dinheiro que o pontuais, que hoje eu máximo que dá, Caxias não tem, entennão tenho. deu? Agora, o nosso mas não vou torcedor precisa entenJulinho, eu gostaria mentir. Tem der que a realidade do que tu esclarecesses dificuldades de clube é essa, que a gente ao torcedor, aquele investimento” está lutando com todas que ainda se ressente as forças para fazer o das perdas do Everton máximo que dá, mas e do Borja, que é preciso entender a não vou mentir. A gente tem dificuldarealidade financeira do clube... des de investimento e orçamento, mas Eu sou parceiro do meu presidente. é um clube que honra com seus comPorque ele é uma pessoa muito séria. promissos. E do pouco que eu conheço Caxias, se ele não tivesse assumido, tinha fechado Honra com seus compromissos e por o clube. E eu tentei agregar à seriedade isso acaba sendo um clube atrativo, dele a visão de um profissional que já não é? está há 21 anos no mercado e vendo o O Adriano, por exemplo. Largou que acontece hoje nos grandes centros. um time de Série A pra jogar a Série Por exemplo, a dupla Gre-Nal, se não C. Agora, por que ele fez isso? Ele só tiver potencial de venda de jogador, veio pra cá porque o clube está organão sobrevive. Então como é que nós nizado, paga em dia, sabe que a comisaqui vamos sobreviver... Os clubes au- são técnica é altamente profissional. tossuficientes são os que conseguem Porque o objetivo do clube é crescer fazer uma ou duas grandes vendas por e que todos cresçam juntos. Agora, é ano. E hoje o Caxias voltou a ser um uma caminhada difícil. Caminhada de clube com potencial de venda. Qual é dois a três anos para solidificar o clube. a receita hoje do Caxias? 3 mil sócios? Como ocorreu no Grêmio. Chegamos lá em janeiro de 2005. O Grêmio estaE também não é vendendo ingresso va na segunda divisão, com dificuldaque vai cobrir as despesas do clube... des financeiras, dois, três jogadores do Um jogo aqui dá R$ 6 mil de lucro. elenco principal vindo da base, o resto Vai manter uma folha de R$ 200mil, vindo de fora. E em 2006, 2007, o Grêcomo? mio já tinha 50% do seu elenco oriun31 de julho a 6 de agosto de 2010
O Caxiense
21
do da base. Foram quatro anos com 37 jogadores formados, sete vendas para a Europa, clube subindo da segunda divisão para a primeira, fortalecendo a entidade, passando de 5 mil sócios para 50 mil e fazendo final em Libertadores da América. Essa mesma receita pode ser aplicada no Caxias? A gente deu o primeiro passo, que foi o Gauchão. A gente teve dificuldades, é claro. E vamos ter até o dia em que o presidente chegar e disser: “A gente tem R$ 1 milhão pra investir em futebol no ano. O clube já tinha uma estrutura bacana quando chegamos, mas precisava inflar de dentro da fora. E o torcedor tem de entender isso e estar do lado do clube. Eu gosto muito da nossa torcida, conto muito com ela nesse resgate da identidade do clube. A gente foi Campeão do Interior no profissional, a nossa base hoje está sólida, fazendo final do Gauchão, que há muito tempo não fazia. Entendeu? A gente tem um Centro de Treinamentos lindo. Dá gosto de trabalhar aqui. Eu estou muito feliz aqui no clube. Tu és reconhecido como um treinador estrategista, que gosta de pensar o futebol. Agora, trazendo o Garrincha pra nossa conversa, certa vez um treinador explicava como seu time deveria se portar em campo e o Garrincha interrompeu a explanação do técnico perguntando se ele tinha avisado aos adversários o que eles deviam fazer. Essa provocação fica no campo da brincadeira ou os jogadores têm mesmo dificuldade em assimilar um conteúdo mais intelectual? Cada jogador reage de uma forma. Uns têm facilidade em assimilar esse
22
O Caxiense
31 de julho a 6 de agosto de 2010
conteúdo mais intelectual. Mas ou- no Inter. E futsal fui até os 22 anos. E tros têm bastante dificuldade. Eu acho na minha família, meu tio e meu prique cabe ao treinador utilizar vários mo eram jogadores de futebol. Então, métodos para fazer com que o joga- minha família é da bola. Sou apaixonador entenda. Para uns é só mostrar no do por futebol. Trabalho porque gosto, quadro, para outros, tens de mostrar não pelo dinheiro. Claro que hoje gano quadro e no campo, nho um bom salário, e tem uns ainda que a em termos de Brasil gente precisa mostrar “Não vou só é um excelente saláno quadro, no campo e manter o foco rio. Mas, sem dúvida, ainda pegar pelo braço no clássico e gosto do que eu faço. e caminhar com ele, en tendeu? Agora, de algu- depois baixar Agora, é inevitável ma maneira tu tens de a guarda, que por estar fazenfazer com que o jogador não. Cada do um bom trabalho entenda e progrida. no Caxias acabe apajogo vai ser recendo alguma proE qual é o papel de um encarado como posta. O que surgiu uma final” treinador de futebol? de concreto? Eu acho que o treiTive uma proposta nador nada mais é do concreta, de um clube que um facilitador. Tem de ter mui- do Kuwait. O resto foram sondagens, to cuidado porque muitas vezes, por nada concreto. Essa do Kuwait era o querer ajudar demais, a gente pode dobro do que eu ganho aqui, um pouaté atrapalhar. Como aquela história, co mais até. Contrato de um ano. Mas né, nenhum treinador perde o jogo não fui, porque não quero ir pro munna palestra, só ganha (afirma em tom do árabe de novo, tenho filho pequeno, de ironia)... O futebol nada mais é do entendeu? que a sobreposição de um pensamento sobre o outro. Mas o treinador tem de Tu já deves ter visto que o Caxias é ser inteligente. Trabalhar e treinar mo- abençoado em se tratando de treinadificações dentro do próprio jogo. Por dores. Muitos vitoriosos passaram quê? Porque em muitos momentos o antes pelos vestiários do Estádio teu pensamento não se sobrepõe ao do Francisco Stedile (Centenário). Agooutro. E tu te obrigas em 15, 20 minu- ra é o Mano Menezes, que já treinou tos, mudar alguma coisa, senão tu vai o Caxias e está na Seleção Brasileira. perder. Só que pra fazer essa modifica- Ser treinador da seleção é um objetição tu tens de treinar, treinar...Tem de vo pra ti? condicionar o teu jogador a isso, senão, Dentro da minha carreira acho que é não vai funcionar. cedo pra se pensar isso. Mas eu sei bem o que eu quero para o futebol e para a O que te encanta no futebol? minha vida. Eu quero chegar nos mais Desde que eu me entendi por gente altos níveis do futebol. Se eu vou cheeu jogava futebol. Joguei dos oito aos gar ou não, não sei. Daqui 10 anos a 12 anos, no Grêmio, e dos 13 aos 16, gente vai ver isso. Agora, trabalho para
isso, me preparo pra isso, tento evoluir para me tornar um cara com condições de conseguir isso, entendeu? Gosto de dar um passinho de cada vez, passo sólido. Não gosto desse papinho de “agora fui Campeão do Interior então sou um treinador assim e assado”. Não, cara. Tenho os pés no chão. Tenho de evoluir, de crescer. Vou fazer isso passo a passo. Hoje, na Seleção Brasileira, tem quatro jogadores formados por mim. Quem são eles? Tiago Silva, Éverson, Lucas, Carlos Eduardo. E não foram jogadores que trabalhei três meses. O Tiago, o Éverson e o Carlos Eduardo, eu trabalhei três anos com eles. E o Lucas, um ano. Claro, fui um dos que trabalharam, mas deixei a minha contribuição e com muito orgulho posso dizer que ajudei a formar quatro jogadores que hoje estão na Seleção. Semana de clássico muda o trabalho da semana? Muda, cara. Sou gaúcho e sei da importância que é um clássico CA-JU, mas também não vou diferenciar os 3 pontos do CA-JU dos demais jogos da Série C. Cada jogo da Série C é uma pequena batalha e o clássico não vai ser diferente. Não vou só manter o foco no clássico e depois baixar a guarda, não. Cada jogo vai ser encarado como uma final. Como tu gostarias de terminar este ano? Contribuindo para o acesso do Caxias à Série B, claro. Mas respeito os quatro clubes que estão disputando a vaga conosco. Todos têm as mesmas condições de subir.
Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.
Renato Henrichs renato.henrichs@ocaxiense.com.br
Ventos eleitorais
É preciso agir na causa e não na consequência
Concorrência aberta Taxistas que atuam no Aeroporto Regional foram à prefeitura reclamar da instalação de um serviço de transfers no local. Entendem que o novo trabalho significará concorrência desleal e, portanto, prejuízo a eles.
A reclamação é em vão por dois motivos: 1) o serviço é autorizado pelo Departamento Aeroportuário do Estado e não pela prefeitura; 2) as condições (a começar pelo preço) do novo serviço, direcionado a hotéis, são apontadas como melhores.
Formalização
Um dos maiores entraves ao crescimento econômico e à distribuição de renda no país tem sido os elevados custos relativos à burocracia. Mesmo assim, durante a Semana da Formalização, promoção do Sebrae com apoio da prefeitura, uma média de 130 pessoas por dia buscou informações para fugir da atividade informal e criar suas empresas. Esses empreendedores não têm medo do complexo sistema de arrecadação tributária. Nem do elevado número de tributos.
Tintim por tintim
Visitantes da exposição que se realiza em Xangai, na China, sobre projetos inovadores nas áreas de saneamento e limpeza urbana em municípios de todo o mundo (“Cidade melhor, vida melhor”), os secretários Carlos Búrigo, Edson Nespolo e Marcus Vinicius Caberlon vão cumprir agora o ritual previsto: encaminhar à Câmara um amplo relatório a respeito da viagem.
Cabos eleitorais
Reportagem d’O Estado de S. Paulo mostrou que senadores põem na campanha assessores que deveriam atuar em seus gabinetes em Brasília. Esses funcionários pagos pelo contribuinte estão nos estados ajudando na corrida eleitoral dos parlamentares.
Custos a galope
Por sinal
A nova sala de embarque do Aeroporto Regional poderá ficar pronta até o fim do mês – e começará a ser utilizada na sequência. É mais uma novidade que envolve o trabalho de ampliação do aeroporto, bancado pelo governo do Estado. As obras seguem
em bom ritmo. O movimento do aeroporto este ano deverá chegar aos 160 mil passageiros embarcados. Apesar das conhecidas deficiências de equipamento e da falta de concorrência na exploração da linha aérea para São Paulo. Clauber Bridi, Divulgação/O Caxiense
“A arrecadação vem a trote. As despesas, a galope”, garante o secretário de gestão e finanças, Carlos Búrigo. Ele se refere às demandas sociais crescentes no município, especialmente na área da saúde. O percentual orçamentário para o setor passou dos 15% para os 16,5% e não tem sido suficiente. A preocupação maior é com o orçamento do ano que vem. O custo das obras em realização aumentou, enquanto o dinheiro dos empréstimos é o mesmo, lamenta o secretário.
Embora o lamento generalizado, não houve surpresas diante da decisão da UCS de fechar o time de vôlei. Desde que assumiu o cargo, o reitor Isidoro Zorzi deixou claro que não investiria em esportes de alto rendimento - a não ser que a autossuficiência da atividade ficasse garantida por patrocínios. A falta destes levou ao fechamento. O empresariado caxiense ainda não se deu conta da importância do esporte para levar a marca Caxias do Sul a outras cidades e estados. Jonas Ramos, Div./O Caxiense
Fernando Ribeiro, diretor superintendente da Visate, ao defender esta semana na CIC agilidade na avaliação das gratuidades no transporte coletivo caxiense. Para Ribeiro, elas são responsáveis por 23% dos custos da tarifa urbana.
Maicon Damasceno/O Caxiense
Edu Andrade, Div. /O Caxiense
Na guerra das pesquisas, o Vox Populi diz esta semana que a jornalista Ana Amélia Lemos (PP) lidera a corrida para o Senado no Rio Grande do Sul, com 34% da preferência do eleitorado gaúcho. Paulo Paim (PT) vem atrás, com 33%, seguido de Germano Rigotto (PMDB), com 31%. Na verdade, um empate técnico. Na pesquisa espontânea (sem apresentação do nome dos candidatos), Rigotto empata com Paim: ambos com 13%. Ana Amélia fica com 9%.
Marca Caxias
www.ocaxiense.com.br
Linha sucessória
Com o vice-prefeito licenciado para concorrer e o presidente da Câmara ausente por doença (pneumonia), quem substituiria Sartori no cargo de prefeito, se necessário, seria o diretor do Fórum, Carlos Frederico Finger.
A desinformação das calçadas Os questionamentos feitos a respeito das mudanças do trânsito no entorno do futuro San Pelegrino Shopping surgiram apenas por um motivo: falta de comunicação da prefeitura. E não se trata da falta de publicidade, releases ou informações à imprensa. Mas da comunicação direta com a comunidade a ser atingida (no caso, os moradores do bairro São Pelegrino). Eles aguardavam uma explanação
das adequações propostas de forma mais direta, mediante convocação para um encontro, possivelmente na própria prefeitura. Como isso não ocorreu, prevaleceram as informações iniciais de estreitamento das calçadas e corte de árvores na Avenida Rio Branco. Sim, a proposta é muito ampla, mas ninguém se habilitou a esclarecer e discutir isso antes da mobilização empreendida pela associação de moradores.
31 de julho a 6 de agosto de 2010
O Caxiense
23