O LIXO MATA A FOME
Apesar dos diversos programas assistenciais, há quem busque entre restos o seu alimento |S7 |D8 |S9 |T10 |Q11 |Q12 |S13
PIRATAS
NO AR
André T. Susin/O Caxiense
Com programação muito comercial e pouco ou nada comunitária, pelo menos duas rádios ilegais funcionam despreocupadamente em Caxias
Renato Henrichs: decisão interna do TSE reduz ainda mais as esperanças de Mauro Pereira | Roberto Hunoff: Febramec projeta R$ 100 milhões em negócios | Quantos somos: recenseadores esquadrinham a cidade | Vôlei: as últimas chances do ex-time da UCS
Caxias do Sul, agosto de 2010 | Ano I, Edição 36 | R$ 2,50
Índice
www.OCAXIENSE.com.br
A Semana | 3
SÍMBOLO DEGRADADO Monumento Nacional ao Imigrante virou ponto para encontros sexuais
As notícias que foram destaque no site
|S31 |D1º |S2 |T3 |Q4 |Q5 |S6
DA ELEIÇÃO
Roberto Hunoff | 4
Alianças como a do PT com o PMDB, rivais históricos em Caxias, geram confusão e desconforto nos candidatos locais
20 mil técnicos e empresários são esperados na Febramec, que começa segunda (9)
Questão de estrutura | 5
Fotos: André T. Susin/O Caxiense
Comitês, ainda sendo montados, são os pontos irradiadores da campanha eleitoral
Clandestinos no dial | 7
Rádios piratas atuam livremente em Caxias, anunciando até festa dos comunicadores
Miséria aguda | 10
No bairro Santa Catarina, famintos procuram comida na lixeira
Roberto Hunoff: Visate alerta que passagem vai a R$ 2,60 se nada for feito | Loss x Julinho: as ideias dos comandantes da dupla CA-JU para o clássico e para a Série C | Filiais da filantropia: Aapecan arrecada R$ 7,75 milhões em unidades espalhadas pelo RS
Caxias do Sul, julho de 2010 | Ano I, Edição 35 | R$ 2,50
OS EMBARAÇOS
Parabéns a O Caxiense pela edição 35. Criativa e esclarecedora a reportagem sobre as eleições. Agora entendi melhor quem está com quem!! Clarissa Silveira
@viniciusbusatta Há tempos nota-se descaso com o Monumento ao Imigrante e a reportagem de @ocaxiense provou que temos problemas maiores ali. Esperamos soluções! #edição35
Expoentes teatrais | 12
Atores da Cia. 2 dividem funções, somam talentos e elevam Ao Quadrado
@jeanberlanda Um bom negócio. Acabo de renovar minha assinatura de @ocaxiense. Não quero perder nenhuma edição.
Artes | 13
A arte de Nadilce dita as regras da vida e Jane mostra a arte do desenho sem regras
@Donanas @ocaxiense Pelo comprometimento deste jornal com nossa população, eu falo com admiração: É Bom este O Caxiense!!
Cálculo demográfico | 14
Mesmo derrapando na largada, Censo pretende chegar a conclusões importantes
@petersondanda @ocaxiense Tá na hora de quebrar a hegemonia da imprensa caxiense, chega da informação unilateral. Tá na mão de vocês serem o diferencial
Guia de Cultura | 16
Trama policial argentina no cinema e tramas artísticas caxienses na galeria
Guia de Esportes | 18
A dupla CA-JU decide quem é o melhor time Sub-20 do Estado na segunda-feira (9)
Parada grená | 19
De folga na rodada, o Caxias pensa no Criciúma
Vôlei | 20
Abandonada pela UCS, equipe de vôlei luta pela chance de se manter nas quadras
Desafio alviverde | 22
Mal na tabela, Ju precisa arrancar pontos do Brasil de Pelotas fora de casa
Renato Henrichs | 23
Com Mauro Pereira praticamente fora, PMDB não tem plano B para a Câmara Federal
Expediente
Redação: André Tiago Susin, Camila Cardoso Boff, Cíntia Hecher, Fabiano Provin, Felipe Boff (editor), Graziela Andreatta, José Eduardo Coutelle, Luciana Lain, Marcelo Aramis (editor assistente), Marcelo Mugnol, Paula Sperb (editora), Renato Henrichs, Roberto Hunoff, Robin Siteneski e Valquíria Vita Comercial: Leandro Trintinaglia e Cláudia Pahl Circulação/Assinaturas: Tatyany Rodrigues de Oliveira Administrativo: Luiz Antônio Boff Impressão: Correio do Povo
Assine
Para assinar, acesse www.ocaxiense.com.br/assinaturas, ligue 3027-5538 (de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h30 às 18h) ou mande um e-mail para assine@ocaxiense.com.br. Trimestral: R$ 30 | Semestral: R$ 60 | Anual: 2x de R$ 60 ou 1x de R$ 120 Jornal O Caxiense Ltda. Rua Os 18 do Forte, 422, sala 1 | Lourdes | Caxias do Sul | 95020-471 Fone 3027-5538 | E-mail ocaxiense@ocaxiense.com.br www.ocaxiense.com.br
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O Caxiense
7 a 13 de agosto de 2010
Pepe: Janine Moraes, Div./O Caxiense; Aurora e Ayrton: Div./O Caxiense
Erramos | Na reportagem Os embaraços da eleição, capa da edição 35, quem se embaraçou foi o jornal. Na página 14, uma declaração do prefeito José Ivo Sartori (PMDB) foi incorretamente editada, atribuindo a ele a frase “A Dilma é ótima. O vice dela que é ruim”. Na verdade, a frase foi ouvida por Sartori e reproduzida por ele à repórter. Assim, o texto correto é o seguinte: Questionado sobre como fica um militante do PMDB tendo um candidato a vice de uma petista, ele (Sartori) ri e diz que já ouviu dizerem: “A Dilma é ótima. O vice dela que é ruim”. No infográfico das páginas 12 e 13, da mesma reportagem, faltaram os seguintes candidatos: Ayrton Correa (DEM), candidato a deputado federal, faz campanha para José Serra (PSDB) à presidência, mas ainda está indeciso para o governo do Estado.
Aurora Jesus Oliveira (PSOL), candidata a deputada estadual, faz campanha para Plínio Arruda à presidência e para Pedro Ruas ao governo do Estado, ambos do PSOL.
Pepe Vargas (PT), candidato a deputado federal, faz campanha para Dilma Rousseff à presidência e para Tarso Genro ao governo do Estado, ambos do PT. Também esquecemos de creditar a foto de capa: André T. Susin.
Agradecemos | Sirlei Rech da Silva; Claudia Borges Machado, Juliana Aquino Pletsch Moreira e Márcia Maria Dosciatti de Oliveira, do Zoo da UCS; Noemi Possolo, Helena Bazei e Rafael, o papagaio. Importante destacar que Rafael é um papagaio legal em todos os sentidos: foi comprado em criadouro autorizado pelo Ibama, como comprova a anilha em sua pata esquerda.
Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.
A Semana
Maicon Damasceno/O Caxiense
felipe.boff@ocaxiense.com.br
Maicon Damasceno/O Caxiense
André T. Susin/O Caxiense
editado por Felipe Boff
Aapecan não entra na pauta do Conselho Municipal de Saúde por decisão do presidente; trânsito poderá ter 125 controladores; UCS concede 400 bolsas de estudo
SEGUNDA | 2 de agosto Ensino
UCS abre inscrições para 400 bolsas de estudo
A Universidade de Caxias do Sul abriu inscrições para candidatos a 300 bolsas de estudo integrais e 100 com cobertura de 50% da mensalidade no 2º semestre. A oferta beneficia estudantes com renda familiar de até R$ 765, no primeiro caso, e de até R$ 1.530, no segundo. O número de bolsas é bem menor do que o do 1º semestre (2.499), mas há possibilidade de mais vagas surgirem no decorrer das aulas.
Futebol
Caxias será uma das sedes do Brasileiro Sub-20
A união da dupla CA-JU com o poder público conquistou para Caxias do Sul uma das vagas de cidade sede do Campeonato Brasileiro Sub-20, que ocorrerá de 5 a 17 de dezembro. O secretário do Esporte e Lazer, Felipe Gremelmaier, já colocou o município na disputa para ser palco de uma semifinal.
TERÇA | 3 de agosto Lucro filantrópico
Debate sobre a milionária Aapecan é negado
O presidente do Conselho Municipal de Saúde, Paulo Cardoso Alves, disse não ao pedido da secretária Maria do Rosário Antoniazzi, de reunir os membros em sessão extraordinária. Maria do Rosário queria o
encontro para rediscutir o atestado de pleno e regular funcionamento concedido pelo Conselho à Associação de Apoio a Pessoas com Câncer (Aapecan) – aquela que em 2009 arrecadou R$ 3 milhões, mas só investiu 1/3 em filantropia. Alves diz que só irá tratar do assunto em reunião ordinária.
básica em Caxias. Mais precisamente, economizou R$ 12,02 em julho – queda de 2,46% em relação a junho – para encher o carrinho com os 47 produtos alimentares e não alimentares que compõem a cesta. No acumulado de um ano, a redução foi de R$ 27,05, ou 5,34%.
Política
Política
Com registro de candidato a deputado federal impugnado pelo TRE, o vereador Mauro Pereira recebeu o apoio do PMDB local. “Vamos ajudá-lo porque acreditamos que ele pode reverter isso. Existem muitas barbaridades bem mais graves”, disse a vereadora Geni Peteffi. Mauro está recorrendo da decisão (baseada na rejeição de sua prestação de contas de campanha em 2008) no TSE.
João Pedro Stédile, fundador do Movimento dos Trabalhadores SemTerra (MST), na aula inaugural do curso de História da UCS foi contundente: “Temos que ter a clareza de que uma vitória de Serra (PSDB) seria um inferno para nós, o fim do mundo. Devemos derrotar sua candidatura e incentivar a base para vetar o avanço da direita. Temos que impedir o avanço da direita. Nesse momento, isso significa a eleição de Dilma”, discursou o ativista na noite de terça (3).
Mauro Pereira é impugnado, mas apoiado
Economia
Fras-le vai faturar mais do que esperava A recuperação da economia no 1º semestre e o clima de otimismo para o resto do ano fizeram uma das maiores empresas de Caxias, a Fras-le (do grupo Randon), rever seus cálculos. A fabricante de lonas de freio planeja fechar 2010 com receita bruta total de R$ 663 milhões, 4% a mais do que previa.
QUARTA | 4 de agosto Supermercado
Cesta básica mais barata
Pelo terceiro mês seguido ficou mais barato comprar uma cesta
Vitória de Serra seria “o fim do mundo” para Stédile
QUINTA | 5 de agosto Economia
Caxias cresce em 6 meses o que o país prevê para 1 ano
Em seis meses, a economia caxiense cresceu o equivalente ao que a brasileira projeta para crescer em um ano. No acumulado de 12 meses, registrou avanço de 7% – no semestre, chegou a 19%. Em junho o desempenho econômico evoluiu 20,8% na comparação com igual mês do ano passado e 5% em relação a maio último. Os dados foram apresentados por dirigentes da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC) e Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL).
Trânsito
125 controladores serão instalados
Quem costuma reclamar de lombada, semáforo e radar, já deve se preparar para diminuir a velocidade no trânsito urbano de uma vez por todas. A Secretaria de Trânsito vai instalar 125 controladores em diferentes pontos da cidade. “O foco é a mudança comportamental e a segurança das pessoas”, diz Carlos Roberto Noll, diretor da Secretaria.
H1N1
Professores receberão última dose da vacina
Uma medida inteligente. A partir de segunda, as últimas mil doses da vacina contra o H1N1 serão destinadas aos professores de escolas públicas, particulares e de escolas infantis. É preciso apresentar documento que comprove a profissão. Cada professor deve procurar o posto de saúde mais próximo de sua casa para se vacinar no prazo máximo de duas semanas, que é quanto deve durar o estoque.
SEXTA | 6 de agosto Cidade
20 novos relógios digitais
A licitação para empresas que queiram assumir os 17 relógios digitais desativados será acompanhada de uma novidade. Conforme o secretário de Obras Celso Empinotti, mais 20 relógios que indicam temperatura devem ser instalados. “A ideia é colocar mais, no Monumento ao Imigrante e no aeroporto, por exemplo. Vão ser mais uns 20 relógios”, adianta.
ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
PODER JUDICIÁRIO
Edital de Citação - Execução 6ª Vara Cível - Comarca de Caxias do Sul
Prazo de: vinte (20) dias. Natureza: Processo de execução. Processo: 010/1.08.0008387-6. Exequente: Banco do Brasil S.A.. Executado: CJM Montagem e Instalação de Equipamentos Frigoríficos Ltda e outros. Objeto: CITAÇÃO de CJM Montagem e Instalação de Equipamentos Frigoríficos Ltda, Jander Correa e Cátia Adriana Felicetti, atualmente em lugar incerto e não sabido, para que pague(m), no prazo de TRÊS (3) DIAS, o débito principal e demais cominações legais, ficando ciente(s) de que havendo o pagamento integral no prazo legal, a verba honorária arbitrada será reduzida pela metade. Na mesma oportunidade, intime o executado, para, querendo, oferecer EMBARGOS no prazo legal de QUINZE (15) DIAS, contados da juntada da primeira via do mandado aos autos, devidamente cumprido. No prazo de embargos, reconhecendo o executado o crédito do exequente e comprovando o depósito de, no mínimo, 30% (trinta por cento) do valor exequendo, inclusive custas processuais e honorários advocatícios, poderá o executado requerer seja admitido a pagar o restante em até SEIS (6) parcelas mensais, acrescidas de correção monetária e juros de 1% (um por cento) ao mês. Valor do débito: R$ 48.927,27 em março/2008. Caxias do Sul, 13 de novembro de 2009. SERVIDOR: Zélia Thomasini. JUIZ: Sérgio Augustin.
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O Caxiense
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Roberto Hunoff roberto.hunoff@ocaxiense.com.br
Uma semana para negócios
Caxias do Sul e região ganharam nova proposta na área de produtos e serviços automotivos. A AutoK Autocenter opera no conceito de autocenter, reunindo num espaço de 450 m² completo e diversificado mix de produtos e serviços automotivos, atendendo desde carros populares até veículos 4x4 e off-road. A loja é licenciada exclusiva em Caxias dos acessórios de personalização da Keko e dos racks e bagageiros da Thule, além de ser revendedor oficial dos pneus Michelin e BFGoodrich.
A 17ª Feira Brasileira da Mecânica e Automação Industrial (Febramec 2010) reunirá mais de 150 expositores no período de 9 a 13 de agosto nos Pavilhões da Festa Nacional da Uva. O evento estará centrado na apresentação de inovações tecnológicas e lançamentos de produtos e serviços para os segmentos de automatização e robótica, medição, manutenção, instrumentação, controle de qualidade, ferramentas, máquinas e equipamentos, motores e redutores, válvulas industriais e informática. A projeção do diretor da feira, Lélis da
Culinária brasileira
Silas Abreu, Divulgação/O Caxiense
Brazuca, Restaurante Verde e Amarelo, é a nova opção gastronômica em funcionamento em Caxias do Sul. A iniciativa de Marly Ribeiro tem a proposta de explorar a comida típica brasileira, com pratos elaborados de forma simples, sem sofisticação, mas à base de ingredientes naturais. O Brazuca, localizado na Avenida Júlio de Castilhos, no bairro de Lourdes, atenderá inicialmente ao meio-dia pelos sistema de buffet a quilo.
Cunha, é atrair público superior a 20 mil técnicos e empresários e gerar em torno de R$ 100 milhões em negócios, crescimento de 11% sobre o evento realizado em 2008. Dentre as novidades estão o Fórum Febramec de Tecnologia e o Encontro do Projeto Piloto Petróleo, Gás e Energia. Na quarta-feira (11) ocorre a solenidade de entrega do Prêmio Febramec Meio Ambiente, que destaca projetos industriais voltados à produção limpa e ao desenvolvimento sustentável. O evento inicia às 20h30 na Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul.
Capacitação
O Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares da Região Uva e Vinho e o Ministério do Turismo investirão na oferta de mais de 60 cursos e palestras envolvendo em torno de 1,4 mil pessoas. O objetivo é a capacitação do pessoal que trabalha em empreendimentos do setor. Para o presidente João Leidens, será oportunidade única de qualificação.
Jantar beneficente
A Associação de Dirigentes Cristãos de Empresas de Caxias do Sul realiza neste sábado (7), no Salão dos Capuchinhos, mais uma edição do evento gastronômico beneficente Tá na Mesa com a ADCE. A arrecadação será dividida dentre nove entidades assistenciais: Casa Hospedaria Coração de Jesus, Entida-
Distinção O diretor corporativo e de relações com investidores das Empresas Randon, Astor Schmitt, recebeu nesta semana o Prêmio Walter Fredrich. A distinção foi conquistada pelo fato de a Randon ter realizado a melhor reunião da Apimec-Sul de 2009 dentre as mais de 80 empresas que fizeram suas apresentações ao mercado no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. A premiação foi entregue pelo presidente da Apimec-Sul, Christian Klemt.
Inovação
Valmoci Vasconcelos, Divulgação/O Caxiense
Curtas
A consultora de empresas Emilia Gischkow Fattori será a palestrante de quarta-feira (11) do projeto Somando Ideias, da CIC de Caxias do Sul. Ela discorrerá sobre os processos de mudança para se obter sucesso. A XII Jornada Interiorana de Dermatologia do Rio Grande do Sul está marcada para os dias 13 e 14 de agosto no Personal Royal Hotel, em Caxias do Sul. A realização é da Sociedade de Dermatologia da Serra Gaúcha, com o apoio da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
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O Caxiense
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de de Assistência à Criança e Adolescente, Associação Centro de Promoção do Menor Santa Fé, Fundação Bandeirantes do Brasil - Toca Neusa Teixeira, Pastoral da Criança, Escola Laurindo Formolo, Centro Educativo Casa Anjos Voluntários, Associação Mão Amiga e Associação Criança Feliz.
O diretor de Inovação da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), Eduardo Moreira Costa, será o palestrante da reunião-almoço de segundafeira (9), da CIC de Caxias do Sul. O evento integra a programação do 1º Fórum de Inovação, uma iniciativa da diretoria de Projetos, Inovação e
Inteligência da CIC. Moreira Costa falará sobre conceitos de inovação e os caminhos para o financiamento de projetos. Durante o dia, das 8h30 às 18h, ocorrerão palestras sobre inovação. Para terça (10) estão programadas rodadas de negócios entre instituições financeiras estatais e empresas.
Roupa para os pais O comércio de roupas e calçados será o grande beneficiado com a comemoração do Dia dos Pais. É o que revela pesquisa realizada pela Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL). As roupas aparecem na preferência de 50% dos consumidores e calçados na de 40%. Já o valor médio gasto será inferior ao do Dia dos Namorados, que variou de R$ 101 a R$ 200. Para os pais a média será de R$ 61 a R$ 100. Os lojistas de rua, no entanto, não estão muito otimistas com a data. A maioria acredita em incremento de apenas 5% sobre o mesmo período do ano passado.
Promoções
Para atrair consumidores o Prataviera Shopping está dando como presente um rádio walkman FM personalizado. Basta o consumidor juntar notas e cupons fiscais no valor acima de R$ 120 em compras feitas entre 28 de julho e 7 de agosto e trocar pelo brinde. Com isso, a direção espera incrementar as vendas em 10% em relação ao mesmo período do ano passado. No Iguatemi a expectativa de crescimento nas vendas para o Dia dos Pais em relação a 2009 varia de 10% a 70%, conforme as lojas. Para atrair os consumidores são oferecidos descontos de até 70%.
Investimento
Depois da venda da divisão automotiva TDK para a Keko Acessórios, a TDi Cromo, de Caxias do Sul, planeja a unificação de suas duas maiores linhas de banhos e o aumento do volume de banhos de níquel. O projeto, com previsão de implementação até a metade de 2011, deve resultar na maior linha galvânica de terceirização de banhos de cromo decorativo para móveis do Brasil e num ganho de produtividade na ordem de 50%.
Liquidação
A mostra Sala de Visitas será encerrada neste domingo na Estação Férrea. Um dos atrativos é o Liquida Sala, onde estão sendo comercializados, com descontos de até 50%, objetos das grifes patrocinadoras e apoiadoras.
Estão à venda obras de arte, lustres, abajures, persianas, tapetes, poltronas e peças trazidas do exterior. No último dia ocorre o sorteio dos cinco prêmios para quem visitou a mostra e preencheu o cupom.
Parceria
A Faculdade Anglo-Americano, unidade de Caxias do Sul, firmou parceria com a Associação Riograndense de Imprensa (ARI Serra Gaúcha). Os profissionais de comunicação ligados
à associação recebem desconto de 20% no curso de pós-graduação em Gestão da Comunicação Empresarial, o primeiro do gênero realizado no Rio Grande do Sul.
Os melhores vinhos
O jantar de premiação dos vencedores do XIII Concurso dos Melhores Vinhos de Caxias do Sul – 2010 ocorrerá na quarta-feira (11), no Restaurante Tulipa, nos Pavilhões da Festa da Uva. A edição deste ano reuniu 229 amostras de 55 cantinas, avaliadas por
Divulgação/O Caxiense
Novidade automotiva
32 enólogos. Os vinhos foram separados nas categorias branco de mesa, rosado de mesa, tinto de mesa, branco vinífera, tinto vinífera e tinto vinífera engarrafado. Além dos vinhos, foram avaliados os sucos de uva.
Premiação
Desenvolvedora caxiense de soluções em softwares para a indústria moveleira, a Procad recebeu o troféu Top Móbile 2010 na categoria softwares. A distinção é conferida anualmente a partir de pesquisa realizada em todo o Brasil. A Procad emprega atualmente 130 pessoas, detém 90% do market share no Brasil e atende 230 clientes personalizados. Já comercializou 60 mil licenças de uso do software em 30 países.
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André T. Susin/O Caxiense
Campanha local
PONTO DE
PARTIDA
Estratégicos para a corrida eleitoral, comitês começam a ser organizados em Caxias por CAMILA BOFF camila.boff@ocaxiense.com.br
H
Daneluz montou um QG central (acima) e comitês nos bairros
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nida Júlio de Castilhos, em Lourdes, funciona desde o dia 8 de julho o QG de campanha do candidato a deputaá um lugar onde começa toda a movi- do estadual pelo PT Marcos Daneluz. mentação da campanha eleitoral que O imóvel, alugado diretamente com o nestes dias passa a ser percebida nas proprietário, um apoiador da camparuas. Por mais que as estratégias para nha, é considerado pela coordenação angariar votos se repitam a cada ano o espaço ideal para sediar o comitê: eleitoral, bandeiraços, distribuição de um ponto central, próximo a paradas santinhos e o outras ações para dar vi- de ônibus e a um Ponto de Safra, que sibilidade aos candidatos são planeja- concentram grande número de pessodas previamente em espaços que têm as. Repetidas faixas com uma foto do vida curta, mas concentram intensa candidato e as cores do partido – vermão de obra. Ainda de forma tímida, melho e amarelo – compõem a identios comitês eleitorais vão sendo insta- ficação visual. Estacionada em frente, lados em Caxias do Sul. Alguns são uma caminhonete adesivada fica à disinaugurados antes de ficarem prontos, posição para distribuição de materiais outros funcionam provisoriamente e outros serviços. nos diretórios dos partidos. Por ora, o No primeiro andar, em uma sala trabalho consiste muimais ampla, uma mesa to mais na organização de madeira serve de física dos lugares e na “Por ser um suporte para panfleelaboração das ações. tos e outros materiais aluguel para A procura por esgráficos. Embaixo dela pouco tempo, os ses imóveis nas imoestão hastes de madeira biliárias caxienses se proprietários não que aguardam a monintensifica a partir da têm muito tagem de faixas. Um segunda quinzena de interesse no biombo separa o maior julho, sem grandes das mesas da negócio”, lamenta espaço exigências. Candidatos coordenação. Na parequerem saber quais são Waldemar de, há mapas e murais as salas comerciais dis- de Lima improvisados com inponíveis e quanto cusformações da agenda tam, levando em conta do candidato e dos coos orçamentos da campanha. A tem- mitês regionais espelhados pela cidade. porada breve do aluguel não costuma Faz parte da estratégia eleitoral de gerar grandes interferências nos valo- Daneluz a presença nos bairros de res praticados no restante do ano. O Caxias, onde foram instalados comique pode causar variação no preço do tês regionais. As casas de apoiadores espaço é a relação que o proprietário da campanha reforçam a propaganda do imóvel mantém com o candidato. visual do candidato. A legislação perApoio à candidatura e amizade com o mite que faixas de no máximo quatro político são elementos frequentemen- metros sejam instaladas e muros sejam te presentes nas negociações. Para o pintados com a mesma medida em mercado imobiliário, a demanda tem- propriedades particulares. Para esses porária e sazonal não chega a repre- espaços se tornarem comitês, a versentar um aquecimento nos negócios, ba da campanha deve prever o valor uma vez que trata-se de contratos que do aluguel, que precisa ser declarado dificilmente serão mantidos a médio e como doação do proprietário da casa. longo prazo. No segundo andar do comitê cenEm uma sala térrea com dois tral, a sala de reuniões com cadeiras pisos em um centro comercial na Ave- de palha divide lugar com a mesa do
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O Caxiense
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A percepção do período de ço reservado para quando o candidacampanha como abertura de vagas to está na cidade ladeia vestígios do temporárias para uma pequena e pecu- coquetel ocorrido na noite anterior. A liar fatia do mercado de trabalho infor- festa marcou a inauguração do comitê, mal é comum em outros partidos. “É mas a procura por uma sala começou como se a campanha fosse uma opor- um mês e meio antes da abertura. tunidade como qualquer outra, tanto Com os candidatos de menor orçaque cada candidato mento para campanha, tem um CNPJ. Mas a busca por um QG coquem vem aqui no co- “A criação de meça mais tarde, mas mitê com interesse de um espaço da levando em consideratrabalhar de forma re- Dilma segue uma ção os mesmos desejos munerada a gente endos outros. Locais que determinação caminha para o depargarantam visibilidade, tamento jurídico. Até nacional do em ruas movimentadas agora, são todos volun- partido: cidades e na área central são tários”, afirma Artêmio que tenham 2º os que mais desperDall’Acua, apoiador de tam interesse. “Podeturno devem ter Ruy Pauletti (PSDB), ria também ser algum candidato à reeleição QG”, diz Vitor lugar na Avenida Rio para a Câmara dos DeBranco, já que eu tenho putados. identificação com a reO comitê a que se refere Dall’Acua é gião por morar aqui. Mas está sendo uma grande sala na Avenida Itália, em complicado encontrar um local. Por São Pelegrino, decorada com balões, ser um aluguel para pouco tempo, os tecidos e fitas, sempre em azul e ama- proprietários não têm muito interesrelo, as cores do PSDB. Uma grande se no negócio”, lamenta Waldemar de faixa com uma foto do candidato está Lima, candidato a deputado estadual fixada na porta de vidro, além de pe- pelo PTB, que, por enquanto, realiza quenos cartazes dos candidatos às elei- reuniões na sede do partido. ções majoritárias. No começo da tarde A candidata à Câmara dos Deputade terça-feira (3), uma equipe enxuta, dos Maria Ferranti (PSB) já conta com formada exclusivamente por mulheres, um espaço que funcionará como codistribuía as mesas de apoio para os mitê – um pavilhão pertencente a um materiais de divulgação da campanha. amigo na Rua Visconde de Pelotas –, As bandeirolas já vieram prontas de mas que ainda não tem um grupo trafábrica. Cadeiras de plástico dispos- balhando lá regularmente. A inaugutas em círculo ficam à disposição para ração está prevista a próxima quartareuniões. Ao fundo da sala, um espa- feira (11).
Para os candidatos à presidência, os comitês têm a mesma motivação – visibilidade –, mas levam em conta um contexto mais complexo. “A criação de um espaço de campanha da Dilma Rousseff (PT) em Caxias segue uma determinação nacional do partido: cidades que tenham segundo turno devem ter um QG. Além disso, Caxias é estrategicamente importante devido à economia e densidade eleitoral, e pelo fato de ser o polo da Serra”, explica Vitor Hugo Gomes, coordenador político da campanha da petista na região . A sede, na Os 18 do Forte, funciona como comitê suprapartidário, que aglomera todos os partidos que apoiam a petista. Por enquanto, a ampla sala fica praticamente vazia, com algumas cadeiras estofadas para reuniões, uma tábua sobre cavaletes servindo de mesa para panfletos e, próximo da porta de entrada, uma lista para cadastrar colaboradores. A decoração fica por conta de bandeiras dos partidos da coligação, ao lado de duas maiores, do Estado e do país, todas penduradas no parapeito de um mezanino. “O trabalho consiste na organização das atividades relacionadas à candidatura majoritária, o que não costuma ter ações semelhantes às proporcionais, como panfletagem e bandeiraços, por exemplo. O que ocorre é o fornecimento de material para os comitês dos partidos que apoiam a candidatura. Por isso, não temos demanda de muitas pessoas trabalhando, contamos somente com os militantes voluntários”, diz Vitor Hugo. André T. Susin/O Caxiense
candidato, que começa e encerra o dia passando pelo comitê, e com um balcão que faz as vezes de cozinha. Ali são preparados o cafezinho e o chimarrão, além das futuras refeições que serão oferecidas aos militantes que trabalharem na campanha. Hoje, o comitê central de Daneluz é o local de trabalho de cerca de 15 pessoas, todas atuando voluntariamente. É o caso dso coordenadores de comitês. Jorge Andreazza, 36 anos, é administrador de empresas e licenciou-se do emprego para trabalhar pela primeira vez na corrida eleitoral. “Eu e o Daneluz éramos vizinhos e temos as mesmas ideias, por isso eu topei ajudar”, explica Jorge, que comanda a organização dos compromissos do candidato, material de divulgação e formação das equipes, além de alimentar sites e redes sociais. Marcelo de Souza dos Santos, 28 anos, é bacharel em Direito e atua num escritório de advocacia cujo dono também é militante do partido. Chefe e empregado combinaram a liberação dele para atuar na campanha. “Não contratamos pessoas (para trabalhar na campanha) porque é necessário ter engajamento, identificação com as ideias do partido”, argumenta Marcelo. No entanto, Jorge admite que mais tarde, a partir do dia 15 deste mês, quando as ações devem ganhar mais força, pode haver a participação de militância paga. “Contratos temporários, sem vínculo empregatício, que são autorizados pela Justiça Eleitoral”, acrescenta.
Comitê de Pauletti, inaugurado segunda (2), demandou um mês e meio de procura por imóvel
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O Caxiense
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Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.
Transmissões clandestinas
PORTO SEGURO
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PARA OS PIRATAS
André T. Susin/O Caxiense
Rádios ilegais com características e objetivos comerciais funcionam livremente na cidade, desafiando Polícia Federal e Anatel
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por PAULA SPERB paula.sperb@ocaxiense.com.br uzzzzzz chhhhhhhhh rrrrrrrr cccccrrr rrrrrrrrr Agradeço a audiência do bairro São Ciro, ofereço uma música pra vocês (som de um acordeão) Sem serviço e sem dinheiro não posso pagar o mercado...a panela já enferrujou, não me vendem mais fiado cccooorrr chhhhhrrr buzzzz Chegando música para você que está ligado na nossa sintonia, a solicitação da ouvinte Fada, Rio Negro e Solimões chhhhhhhhrrrrrbuzzzzz Alô, Isaura, do bairro Mariani, para você A delegada, de João Neto e Frederico brrrrbrrrrchhhh Já sofreu muito na vida por se entregar à paixão buzzzzzzz Vamos tocar sua música com certeza, tranquilamente... Esses pedidos de música e a comunicação entre locutor e ouvinte poderiam ter sido escutados em qualquer uma das 11 rádios caxienses. São 6 FMs, 4 AMs e uma comunitária que funcionam legalmente dentro dos requisitos Ministério das Comunicações, conforme levantamento da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Porém, de forma ilegal, sem outorga do governo, pelo menos duas rádios estão em pleno funcionamento na cidade e podem ser ouvidas no momento em que você lê esta reportagem. São a Amiga FM 96.5 e a Mania FM 87.9, de onde foram retiradas as falas que abrem este texto. Mais populares do que deveriam ser – nos últimos três anos a Polícia Federal fez 54 apreensões de equipamentos transmissores em Caxias, conforme o chefe de PF na Serra, delegado Noerci da Silva Melo –, as rádios clandestinas espalham seu sinal em meio à confusão de legislação, fiscalização ineficiente, oligopólio de grupos de comunicação e ouvintes ávidos por, mais do que ouvir, serem escutados. Com dois anos no ar, a União 91.7 FM foi fechada pela PF pela última vez em 12 de maio deste ano. No total, ela foi lacrada seis vezes – foram seis inquéritos abertos, conforme o subchefe da Polícia Federal, Claudino Alves de Oliveira. O responsável pela rádio, ou o “diretor”, como consta no Orkut da União FM, Antonio Hoffmann, foi indiciado diversas vezes pelo artigo 183 da Lei 9.472 de 1997, que prevê pena de detenção de dois a quatro anos e multa de até R$ 10 mil. Ele responde o inquérito em liberdade. “É muito provável que a rádio esteja funcionando novamente”, admite o delegado Claudino, com o Código Penal em versão comentada sobre a mesa. “A rádio é ilegal, não tem autorização, a potência é forte, pega 150 w, o máximo seria 25 w, pega até na entrada de Caxias. Como o equipamento é barato, eles mudam de endereço novamente. Esse é o modus operandi dele: a gente fecha, apreende, ele adquire novo equipamento e abre de novo em outro endereço”, explica o delegado, que acrescenta: “Instalam as antenas em qualquer lugar, até em casa. Os equipamentos são baratos”, conta. Na internet é possível comprar antenas transmissoras de FM que custam de R$ 80 a R$ 2 mil. 7 a 13 de agosto de 2010
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O delegado provavelmente esteja e da Amiga 96.5 FM entre os dias 1º certo quando diz que a rádio União e 5 de agosto, nada, ou quase nada, se FM deve estar funcionando mais uma ouviu de caráter comunitário. Ambas vez. No site www.uniao97.com.br, um rádios veiculam músicas populares, dos telefones anunciados para contato principalmente nos estilos gauchesco, é o 3222-0090, o mesmo número di- romântico e sertanejo. Entre uma canvulgado pelos comunicadores durante ção e outra, recados dos ouvintes, ofea programação da rádio Mania 87.9 recimentos, brincadeiras entre os coFM. “Alou!”, diz a voz com a imposição municadores e chamadas comerciais. típica dos locutores de rádios. “É da Em apenas um momento a Mania – União FM?”, pergunta a repórter. “Sim, que se intitula a “número 1 em audiênhumm, não”, se confunde o locutor. cia em Caxias, conforme pesquisa da “Mas a Mania FM é a antiga União?”, universidade” (!) –, na voz do locutor “Ã-hããm”, responde afirmativamente que trabalhava no final da tarde de doo locutor, que atendeu a ligação feita mingo (1º), fez um apelo comunitário: para o mesmo 3222“Estamos pedindo um 0090. par de muletas. Caso Procurado pelo jor- Nos últimos você tenha e não esteja nal O Caxiense, Anto- três anos a usando, nós podemos nio Hoffmann não quis Polícia Federal buscar. 3222-0090”. E dar entrevista, apenas foi só. Entretanto, as disse que o número de fez 54 apreensões duas rádios dão espatelefone é coincidência, de equipamentos ço para artistas locais que não tem como ter de transmissão que normalmente não controle depois que a em Caxias do Sul, teriam suas músicas na União FM foi fechada grade de programação e que não tem envolvi- conforme o das rádios comerciais. mento com a Rádio Ma- delegado Noerci Se, por um lado, Mania. Hoffmann presidia nia e Amiga tocam a Associação Cultural músicas de artistas Esportiva Comunitária, responsável locais sem condições de entrarem em pela União FM, que tinha mais 11 in- uma FM convencional, por outro, não tegrantes. Atualmente, ele diz que se pagam os direitos autorais de artistas dedica a produzir vinhetas comerciais. conhecidos para o Escritório Central “A União FM fica de 4 a 6 semanas em de Arrecadação e Distribuição (Ecad). cada lugar”, denuncia uma fonte que Mais uma forma de pirataria. prefere não se identificar, acrescentando que a Mania FM é a continuação da Um dos problemas que favorecem União FM. as rádios piratas, além da legislação “Tem muita rádio livre ou comunitá- confusa e da facilidade para adquirir ria ilegal que não faz rádio comunitá- equipamento, é a fiscalização inefiria de verdade, faz uma pretensa rádio ciente. “Nós fazemos fiscalização 24h comercial. Montam uma pirata e, em por dia. Aí em Caxias nós temos uma um total desvio da legislação, fazem rá- antena que capta as frequências utilidios jovens ou popularescas, religiosas. zadas e temos unidades móveis que Alguns empresários chamam essas rá- percorrem o Estado”, garante o coordios, que são piratas e acabam fazendo denador da Agência Nacional de Telecomercialização, de rádio camelô. Tem comunicações (Anatel) no Rio Grande muita picaretagem, mas tem gente fa- do Sul, João Jacob Bettoni. Mas, então, zendo trabalho sério também”, explica como as duas rádios piratas citadas o doutor Luiz Artur Ferraretto, profes- nesta reportagem estão em funcionasor de disciplinas de rádio dos cursos mento? “Pode não ser tão rápido assim de comunicação da Universidade de (o fechamento) por conta de algumas Caxias do Sul (UCS). exigências de aspecto de lei. Às vezes “Eles dizem que estão se regularizan- não basta só a Anatel, às vezes as rádios do, que é teste. Não existe frequência estão escondidas em local residencial e para testes, elas têm a potência muito precisamos de um mandado. Às vezes além disso. A maioria ganha dinheiro os fiscais agem sem necessidade de ter com isso. Elas interferem no aeropor- uma autorização judicial, mas às vezes to, polícia, bombeiros...”, complementa também precisa de acompanhamento o delegado Claudino Alves de Olivei- da Polícia Federal”, responde Bettora. Na Mania 87.9 FM há, inclusive, ni. Em certo momento da entrevista, anúncio comercial de uma advogada ele tenta transferir a responsabilidade que oferece serviços nas áreas traba- para a repórter: “Se tu sabes de alguma lhista e de acidentes. rádio ilegal tens que ligar para o 133 e denunciar. Denuncia para a Polícia A Amiga 96.5 FM, cujo responsável Federal também”. Questionado novaé João Dreher – os próprios comunica- mente sobre como a Anatel fiscaliza dores divulgam o nome no ar e a infor- 24h mas não sabe das rádios ilegais, mação também está no site da rádio e o coordenador promete: “Elas vão ser no Orkut –, segue o mesmo modelo da fechadas, estão cometendo um crime. Mania, veiculando anúncios de peque- A lei considera crime a utilização de nos negócios como restaurantes, mer- frequência clandestina”. cados, açougues, mecânicas, lojas de móveis. Segundo o delegado Claudino, As rádios precisam de uma oua Amiga FM também foi fechada em torga do Ministério das Comunicações 2008. No site da Amiga consta o en- porque as ondas eletromagnéticas são dereço da rádio como Avenida Pedro consideradas um bem natural. A partir Mocelin, no bairro Cinquentenário, dessa concepção é que surge a diverpróximo ao Estádio Municipal (esse gência entre os que se posicionam a faendereço é confirmado por uma fonte vor ou contra as rádios ilegais. “De um que pede para não ser identificada). lado tem os que defendem um órgão Fazendo escuta da Mania FM 87.9 regulador, o Estado outorga a terceiros
“Tem muita picaretagem, mas tem gente fazendo trabalho sério também”, diz Ferraretto
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o uso do bem natural. A outra posição questionavam ‘por que no asfalto tem é que, se é um bem natural, todos de- rádio e na favela não tem’. Trabalham vem ter acesso. No primeiro caso, se direto na questão das drogas, na autonão tiver alguém que regule, pode ter estima do sujeito que mora na favela, interferência de outras coisas do es- uma questão de cidadania”, conta Ferpectro, transmissões raretto. de radiocomunicação A história da Rádio entre aeronave e aero- “Instalam as Favela inspirou o filporto, por exemplo. No antenas em me Uma onda no ar. segundo caso, sabemos O professor cita mais qualquer lugar, das dificuldades históum exemplo de rádio ricas de quem está fora até em casa. comunitária de sucesso do círculo dominante Os equipamentos no Brasil, a Heliópolis, para ter acesso ao po- são baratos”, de São Paulo, que fica der de radiodifusão”, em uma favela que já diz Claudino, analisa o professor Ferfoi considerada a maior subchefe da raretto. do país. A rádio foi a A denominação rá- Polícia Federal primeira clandestina a dio pirata, conforme conseguir uma outorga Ferraretto, surgiu nos de rádio comunitária. anos 60, quando as rádios da British Em Caxias, conforme o delegado Broadcasting Corporation (BBC) não Claudino Alves de Oliveira, também tocavam rock, estilo que os jovens da foram fechadas as rádios Nova Geraépoca mais queriam ouvir. “Eles co- ção 107.5 FM este ano, a Estúdio Evanmeçaram a montar emissoras de rádio gélica em 2009, e a Rádio Fátima 90.1 em barcos e saíam do mar territorial FM também em 2009. A Rádio Aubritânico. Por causa dos barcos, ficou rora Legal 91.5 FM foi fechada cinco a denominação rádio pirata, muito vezes no bairro Santa Fé e funcionava usada pelas rádios comerciais para de- na casa do comunicador Ubirajara de negrir. O pessoal de rádio comunitária Almeida. que não quer legalizar prefere a expresA Aurora e a Fátima são exemplos de são rádio livre”, diz o professor. rádios ilegais, sim, mas com intenção No Brasil, as tentativas de transgre- comunitária. A Fátima tem pedido de dir através da radiodifusão começam rádio comunitária no Ministério da durante a ditadura e seguem até os Comunicação há 3 anos. “Esperamos dias atuais. “Há um movimento políti- um ano e meio só com o pedido. Como co de conquista do espaço magnético não tinha jeito, foi para o ar de forma pelo público. Nesse contexto tem a Rá- ilegal, para pressionar. Ficamos um dio Favela, de Belo Horizonte. Eles se ano e pouco no ar, mas nosso trabalho
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apareceu, tivemos que recuar”, conta assídua da Fátima, e sente falta da proo responsável, Marcos Oliveira. A As- gramação. “Eu gostava pelo trabalho sociação Cultural, Esportiva e Benefi- que eles faziam pelo próprio bairro e cente Novos Horizontes, que conduzia bairros vizinhos, sou do Universitáa rádio, é a única das associações com rio. Eles fizeram muito, admiro aquele rádio que tem sede própria e a única pessoal lá. Davam oportunidade para que segue fazendo trabalho comunitá- as pessoas colocarem seus problemas, rio independentemente se a emissora todas religiões tinham espaço. Tantas está no ar ou não. coisas boas que tinham, foi tudo jo“Na associação damos aula de ca- gado pro alto... Tem tanta coisa errada poeira, danças, culinária, temos uma neste país. Não prejudicam nada, mas parceria com a Fundação Caxias, em- algumas rádios se sentiam prejudicaprestamos a sede para festas da co- das”, avalia Clarí. munidade, oferecemos refeições para Ferraretto resume a situação com a pessoas com necessidades especiais em história bíblica de Davi e Golias, “semum projeto com a Faculdade da Serra pre considerando Davi o pessoal do ráGaúcha (FSG)”, enumera Marcos. Se- dio comunitário sério e Golias grandes gundo ele, há mais um canal liberado empresas e gente sem a mínima conpara Caxias, e 14 assovicção do que é rádio ciações se inscreveram comunitária.” para obter o direito de transmitir o sinal. “Elas vão ser Diariamente, a Destas, duas têm mais fechadas, estão Rádio Mania 87.9 FM chances de receber a cometendo um anuncia na sua prooutorga: uma associa- crime. A lei gramação que haverá ção do bairro Santa picadinho, galeto, refriCatarina e a Novos considera crime gerante, cerveja e atraHorizontes, que está a utilização de ções musicais no Baile com o equipamento da frequência dos Comunicadores. A Rádio Fátima guarda- clandestina”, festa está marcada para do, transmitindo apeo dia 21 de agosto, no nas pela internet. Con- promete Bettoni Clube Calhambeque – forme Marcos, a rádio Grêmio Esportivo Crutambém tinha preocuzeiro do Sul, na Avenipação em formar seus comunicadores: da Rossetti, 205. Caso a Polícia Federal quatro fizeram curso no Senac e mais e a Anatel queiram acabar com a festa dois estão se preparando. de pelo menos uma das rádios piratas A professora aposentada Clarí An- de Caxias, já podem anotar este dia na tonia de Souza, 59 anos, era ouvinte agenda.
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Flagrantes urbanos
Na manhã de sexta-feira, 30 de julho, dois homens e uma mulher vasculhavam um contêiner nos fundos de um mercado no bairro Santa Catarina para aproveitar as sobras
RESTOS QUE MATAM
A FOME S
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por VALQUÍRIA VITA valquiria.vita@ocaxiense.com.br
egurando as sacolas plásticas que trouxera em uma mochila, a faxineira Sílvia (o nome é fictício, para preservar sua identidade) enfia os braços e a cabeça em um grande contêiner marrom. Procurar frutas e verduras ali virou um hábito, que já tem mais de um ano, quando uma conhecida contou a Sílvia que no lixo que fica nos fundos de um grande mercado no bairro Santa Catarina era possível conseguir alimentos fora da validade, porém de graça. Depois disso, a faxineira passou a frequentar o local, de onde volta a pé para casa, no bairro Pioneiro, com sacolas carregadas de frutas e verduras. Às vezes, quando dá sorte, Sílvia consegue também pão e salsicha. Tudo o que ela recolhe no lixo ajuda a alimentar os cinco filhos. Na manhã em que Sílvia conversou com O Caxiense, ela havia encontrado maçã, manga, rabanete e chuchu. Uma parte ela congelaria, e a outra usaria para fazer sopa. “Eles colocam aqui porque tem que ir fora. O caminhão do lixo pegaria, então a gente leva o que dá para aproveitar. É tudo coisa do dia, ou que venceu no dia. Não é coisa velha”, conta. Sílvia divide a comida com outras pessoas que procuram o contêiner. Todos já se conhecem, e, segundo a faxineira, nunca houve briga na hora de repartir a comida: “Não dá problema entre a gente, porque todo o dia tem, nem que seja um pouquinho. E tudo dá para aproveitar. É tudo amigo. Não adianta pegar só para si”. Para os dias em que as pessoas precisam esperar até que a lixeira seja abastecida foram improvisados dois banquinhos de tijolos na calçada. Ovos quebrados, com cascas espalhadas pelo
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chão, um pedaço de melancia esmagada, paredes pichadas e um cachorro vira-lata completam o cenário ao redor do contêiner – uma visão desagradável. Quem vê pessoas procurando no lixo algo para comer nunca mais olha para a comida do mesmo jeito. Cláudio (o nome é fictício, para preservar sua identidade), catador de lixo e morador de rua, ainda lembra do dia em que descobriu o lugar e encontrou alimentos que não costuma ter. “Faz uns dois meses que eu estava passando pela rua, catando seletivo, e vi um monte de comida nesse lixo. Salame, mortadela, verdura”, relata. A comida normalmente está embalada em plástico, já que os funcionários do mercado sabem que as pessoas vão recolhê-la, segundo Cláudio, que vai à lixeira uma vez por semana. Ele já encontrou até carvão entre os restos de alimentos, e não desperdiçou. Guardou para um dia de muito frio, a fim de colocá-lo em uma lata e fazer fogo para se esquentar. “É tudo coisa boa o que tem aqui, se está estragado eles já dizem. É pouco mercado que faz isso, tem muitos que jogam comida fora. Tem um sacolão aqui perto em que eles não deixam pegar, jogam fora saco de arroz, feijão, tudo aberto. E isso é coisa que não estraga.” Cláudio diz que o que recebe recolhendo lixo seletivo não é o suficiente para comprar comida todos os dias. “Ganho R$ 1,30 com o quilo do plástico, que é o que dá mais, porque a lata é R$ 0,30 o quilo. Pegando aqui, dá para economizar”, explica. Enquanto alguns procuram nas lixeiras, o desperdício de alimentos na cidade, conforme Cláudio, é visível, principalmente dos mercados. “Poderiam deixar comida para as pessoas que não pudessem comprar. Tiram da prateleira porque está
No bairro Santa Catarina, pessoas buscam alimentos no lixo – apesar dos diversos programas de auxílio na cidade vencendo. Preferem botar fora do que ao seu redor, e que a partir daquele dia dar”, reclama o catador de lixo, que na ficaria guardado em um dos pavilhões maior parte dos dias ganha alimentos do estabelecimento. Pela legislação, o dos padres de um seminário próximo mercado poderia ser multado, já que ao mercado. quem doa alimentos pode responder Tanto Cláudio quanto Sílvia já ti- na Justiça caso a comida prejudique a nham enchido suas sacolas com o que saúde de quem a receber. haviam encontrado no lixo por volta O chão onde ficava o contêiner foi das 9h da manhã de sexta-feira, 30 de limpo. Não há mais cascas de fruta, julho. Eles aguardavam até perto das ovos quebrados, pessoas em volta. Res11h, quando normalmente vem a me- taram apenas os banquinhos de tijolos. lhor parte: as sobras da padaria. Naquele dia isso ocorreu mais cedo. PerSegundo entidades assistenciais to das 9h30, uma funcionária chegou de Caxias, não há necessidade de nincarregando um grande guém recorrer às lixeisaco de plástico azul. ras por causa da fome, Nem colocou o saco “O caminhão já que diversos projetos no contêiner, abriu-o do lixo pegaria, ajudam pessoas sem direto no chão. E foi então a gente condições de comprar embora sem falar nada. comida. Programas leva o que dá Igualmente em silêncio, sociais dos governos Cláudio, Sílvia e outro para aproveitar. municipal e federal homem que estava por É tudo do dia, ou servem mais de 6 mil lá se abaixaram para que venceu no refeições ao dia na cipegar a comida. Em dade. “Se tem alguém dia. Não é coisa menos de 10 segundos, buscando comida no os três esvaziaram o velha”, diz Sílvia lixo, não precisaria, se saco plástico, dividinacessasse a rede de Cado as sobras. Cláudio xias. São pessoas que conseguiu pegar uma embalagem de não querem se incluir em programas, salame fatiado e várias de salgados, porque esses programas têm trocas”, como pequenos cachorros-quentes. Os afirma a presidente da Fundação de produtos estavam com boa aparência, Assistência Social (FAS), Maria de Lurmas a data de validade havia expira- des Grison. do em 28 de julho, dois dias antes. A Não existe um número que indique quantidade recolhida pelo catador não quantas pessoas precisam de auxílio chegaria a ser armazenada: “Isso aí vai para se alimentar em Caxias, confortudo hoje”, afirmou. me Maria de Lurdes. Sabe-se apenas Cláudio e Sílvia, que na semana se- que há 53 pessoas em situação de rua, guinte provavelmente voltaram ao como Cláudio. “Nosso entendimenmercado, não encontraram nem comi- to é que existem pessoas que não têm da, nem contêiner. A lixeira não estava alimentação adequada, com todos os mais lá na segunda-feira seguinte (2). nutrientes para o bom desenvolvimenTampouco na terça. Um dos responsá- to, principalmente de carnes, legumes. veis pelo mercado informou que o lixo Mas não temos óbito por falta de alihavia sido retirado pois estava acumu- mento”, afirma a presidente da FAS. lando um grande volume de pessoas “É impossível em Caxias ficar sem
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comida”, complementa a diretora de precisa. Para muita gente, a única refeiSegurança Alimentar e Inclusão Social ção é a do restaurante. No sábado e no (Sais), Janete Tavares. domingo (quando o restaurante não Ao saber de gente que se servia no abre) eles contam os segundos”, relata a lixo do bairro Santa Catarina, Janete se diretora de segurança alimentar. surpreende, e diz que hoje é difícil ver Outros programas, como Troca e cenas assim. “Essas pessoas são as que Horta Solidária, complementam o não querem se encaixar nos critérios combate à fome. A Troca ocorre nos dos programas”, diz, repetindo Maria bairros mais necessitados, onde os de Lurdes. moradores trocam lixo seletivo por Por mais programas sociais que se hortifrutigranjeiros. “É para aqueles ofereçam, há ainda muita pobreza em que têm que comprar o essencial, que é Caxias, admite Janete. Principalmente arroz, feijão e massa, e não conseguem entre moradores que vêm de fora para comprar frutas e verduras”, resume tentar uma vida melhor por aqui. “Tem Maria de Lurdes. A Horta é um espaço pessoas que passam fome, sim. Caxias onde as famílias se alimentam do próé de aparência. Fora de casa estão bem prio plantio. “Eles levam para casa o vestidos, mas em casa não têm nada que precisam para comer, e o excedenpara comer.” te vendem e dividem”, explica Janete. No caso de Sílvia, que pegava comida no lixo para complementar o que Talvez o mais significativo comprava, Maria de Lurdes e Janete in- dos programas de alimentação de Caformam que ela pode se inscrever em xias seja o Banco de Alimentos, que se um dos programas de ajuda disponí- mantém com doações. Mercados como veis. “Ela tem que acessar um dos Cras BIG e Carrefour doam cerca de 60 cai(Centro de Referência de Assistência xas de mantimentos cada um todo fiSocial). Se ficar comprovado que ela nal de tarde. tem necessidade, vai reO Banco de Alimenceber ajuda”, diz a presitos não trabalha dire“É impossível dente da FAS. tamente com pessoas, A entidade atende em Caxias ficar como a FAS, mas com pessoas individualmen- sem comida”, entidades. No total, te por meio de quatro são 75 beneficiadas, afirma Janete Centros. Nos locais, que recebem todo o assistentes sociais ca- Tavares, diretora tipo de comida uma dastram os interessados de Segurança vez por semana. “O e ouvem suas histórias. Alimentar e banco quer combater o “A partir disso, a ajudesperdício em Caxias, Inclusão Social dam naquilo que ela arrecadar o excedente”, necessita. Se for a ne- do município ressalta Janete. cessidade de comida, Grande parte da arvai receber, já no dia, recadação do Banco uma cesta básica. Só não pode receber vem dos Sábados Solidários. No segunoutro tipo de auxílio, como o Bolsa Fa- do sábado de cada mês, 200 voluntámília, por exemplo. É difícil vir e sair rios se colocam na entrada de 45 mersem alimento, se for isso que pedir. A cados da cidade e sugerem às pessoas assistente social julga se a pessoa pre- que, além de suas compras, adquiram cisa, se o que está falando é verdade. também algum produto para doar ao Porque tem gente especialista em pas- Banco de Alimentos. Os sábados cossar em tudo o que é lugar e pedir ali- tumam arrecadar cinco toneladas de mento”, explica Maria de Lurdes. comida, mas os donativos dependem Há um Cras no bairro Santo Antô- do número de voluntários engajados. nio (fone 3901-1484), um no Reolon Neste sábado (7), é dia de arrecadação. (3901-1492), um no Serrano (3901Para ajudar, basta entrar em contato 1507) e outro no Centro (3220-8700). com o Banco de Alimentos, pelo telefone 3211-5943. Além de informarCaxias também tem cinco Co- se sobre como participar do Sábado zinhas Comunitárias. As famílias que Solidário, é possível saber como doar as frequentam são selecionadas, e além alimentos, que podem ser buscados na dos almoços diários gratuitos recebem sua casa. “De 1 kg a 100 kg, não imporacompanhamento. “Não é apenas a co- ta”, observa Janete. Podem ser doados mida. É segurança alimentar e inclusão produtos perecíveis ou não perecíveis, social”, diz Janete. Numa das cozinhas, só não são aceitas comidas prontas. no bairro Cânyon, ela conta que depois Aliás, o desperdício desses alimentos de ouvir das professoras que as crian- é, para Janete, a maior luta, principalças desmaiavam e dormiam na sala de mente nos restaurantes. Tudo o que aula, porque só tinham aquele almoço, sobra neles possivelmente alimentaria começaram a disponibilizar também o todas as pessoas que têm fome em Cacafé da manhã. xias, mas, para que isso acontecesse, Para quem pode pagar R$ 1,50 há a teria que haver equipamento e pessoal opção dos Restaurantes Comunitários dedicado a essa tarefa. “Dói na alma (um fica na Rua Os 18 do Forte, próxi- deles colocarem comida fora, mas eles mo ao Camelódromo, e outro na Vinte colocam. Não podem doar, por causa de Setembro, perto do Hemocentro). da lei”, explica Janete. Juntos, servem 800 refeições ao dia. E Enquanto não se pode aproveitar o cinco almoços são reservados em cada excedente dos restaurantes, a solução é restaurante, diariamente, para quem se cadastrar em um dos muitos progranão tem o dinheiro suficiente. “Para mas existentes. Todos os esforços das o Restaurante Comunitário as pessoas entidades no município têm o mesmo não recebem a visita de assistente so- objetivo: fazer com que ninguém em cial para ver se estão precisando mes- Caxias passe fome. E que ninguém mo comer a R$ 1,50, mas conscienti- precise chegar ao ponto de procurar zamos para deixar alimento para quem comida do lixo.
Lixeira foi retirada pelo mercado porque aglomerava pessoas em busca de alimento 7 a 13 de agosto de 2010
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Aritmética teatral
O ator Gabriel Leonardelli escreveu, dirigiu e atuou em Maria Orgulhosa, onde interpreta uma Maria sarcástica e cansada do título de A Virgem
MULTIPLICAÇÃO DE
EXPRESSÕES A
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por Cíntia Hecher cintia.hecher@ocaxiense.com.br
cumular funções é comum, inclusive na arte. Roman Polanski escreveu, dirigiu e atuou em A Dança dos Vampiros. Woody Allen é autor, diretor e estrela de grande parte de seus filmes. No papel de Chaves e Chapolin, Roberto Gómez Bolaños escrevia, dirigia, atuava e até vendia bala na porta do teatro. Diretores-roteiristas-atores, que são de tudo um pouco, ampliam a visão sobre a sua arte. Em Caxias, a proposta mais recente de uma cena multifuncional é da Cia. 2, companhia de teatro advinda do grupo Atores Reunidos. Duas companhias independentes com o mesmo núcleo de atores. A provocação veio do coordenador da Cia. 2, Márcio Ramos, no final de 2009. Com o nome de Novos Diretores, o projeto convidou os atores a uma troca de papéis. O resultado foi a peça Ao Quadrado, que motivou elogios além das atuações. A peça estreou na última sexta-feira (31) com o Teatro Municipal praticamente lotado. A sessão de sábado teve aproximadamente 250 pessoas, uma grande plateia para uma noite úmida e fria. São quatro esquetes com o pé na comédia. Não, com o corpo todo. Todas têm autoria e direção dos próprios componentes do grupo. A primeira é o pastelão LeguMaravilha, dirigido por Camila Cardoso e Vinícius Padilha. O ambiente é um programa infantil onde um casal vestido de tomate e cenoura animam a criançada e ao mesmo tempo se hostilizam. Em seguida, em Uma Vez Por Mês, com direção de Gabriel Zeni e Rachel Zílio, um marido enfrenta sua arqui-inimiga: a TPM da esposa. Depois, tem aula de educação sexual com três alunos mais do que escolados na esquete Do Fundão. A direção é de Gabriel Leonardelli, Gabriel Zeni e Márcio Ramos. O destaque da
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peça é Maria Orgulhosa, onde a Virgem é retratada como uma burocrata cansada do seu serviço: julgar as almas dos desencarnados. Direção nas mãos de Gabriel Leonardelli e Rachel Zílio. O nome Ao Quadrado é resultado da seguinte fórmula: “nos dividimos em quatro núcleos para desenvolver o trabalho. Perdemos a unidade para ensaiar em quatro grupos pequenos. Então, a Cia. 2 virou quatro, ao quadrado”, calcula Márcio, que segue carreira de ator profissional há nove anos e já teve experiência escrevendo e dirigindo anteriormente. Segundo o ator, esse era o momento de “colocar eles na roda”. A intenção foi dar liberdade para cada um cuidar do conjunto de uma peça teatral. A oportunidade foi uma resposta natural ao crescimento do grupo. “Juntou a fome com a vontade de comer”, brinca Márcio. O resultado superou expectativas e mostrou que o ator pode ter interesse – e sucesso - em outras áreas além da atuação. “Eu escrevo não porque quero ser autor nem dirijo porque quero ser um grande diretor. Eu me dedico a tudo que me interessa. Tudo reverbera no trabalho do ator”, diz Márcio. No início, eram três esquetes: a comédia dos legumes na TV e mais dois outros gêneros. Márcio, que seria só ator, envolveu-se com a energia do grupo e quis participar da criação também. Dois meses antes da estreia, escreveu a esquete Do Fundão. Uma das esquetes que tinha tom mais dramático era a escrita por Gabriel Leonardelli. Maria Orgulhosa já foi um drama sobre um garoto de programa e religião, bem distante da leveza da versão final. O tema religioso se manteve. Do drama à comédia, foram dois dias de adaptação. A facilidade para escrever de Gabriel vem da redação publicitária, por formação, e das aventuras por blogues e crônicas. A
Na peça Ao Quadrado, da Cia. 2, o elenco divide funções e encontra a fórmula para garantir resultados positivos
visão mais sarcástica presente nos seus escritos gerava reações: “ou o povo me achava nojento ou o povo ria”. O tema religião o incomoda, por isso foi escolhido como elemento principal da sua primeira experiência com o texto de teatro. “Mesmo sendo uma comédia, não pode ser vazio. Fico frustrado quando não consigo tirar nada do que estou assistindo.” Além de ser autor do texto, Gabriel também assumiu a direção, com a colega Rachel Zílio, que ocupou-se mais com a produção e a orientação de Gabriel na hora do ensaio, já que ele representa a Maria do título. Gabriel Zeni interpreta o Anjo Gabriel, assistente puxa-saco da Virgem. Bruno Parizotto é o dono da alma a ser julgada. Muito da construção dos personagens e da própria história veio de sugestões e improvisos. Como bem disse Márcio, repetido por Gabriel Leonardelli, “50% é texto ensaiado, outros 50% é improviso, é troca de energia com a plateia”. Gabriel exalta-se ao dizer que dirigir e escrever para si mesmo foi um trabalho difícil e um desafio, não que a atuação seja fácil. “Perco o sono, uma semana antes da estreia eu surto, um dia antes viro um demônio”, brinca. Quando a avaliação recai também sobre texto e direção, o nervosismo triplica. “Sempre espero ter essa preocupação e nervosismo. Não quero nunca estar pronto. Tenho muito chão pela frente”, ressalta. “Quero trabalhar para crescer, sempre me descobrir. Vou ser um velhinho caquético que diz ‘eu tenho muito que aprender’. No esquete Maria Orgulhosa, ele mexe com os brios do dogma católico da virgindade da mãe de Jesus. Gabriel procurou mostrar sua opinião de forma engraçada, mas sempre preocupado para que o texto não atacasse a ninguém. “Queria mexer na ferida mas não ofender. Mas não fiz nada para agradar. Comédia que faz isso é baba-
ca, é Zorra Total. Nunca fui de agradinho. Quero fazer vocês pensarem”, conta Gabriel. Os medos foram superados – ou pelo menos diminuíram - depois da estreia. O nervosismo todo passa quando Gabriel entra no palco e toma a plateia de assalto com uma Virgem fumante e com cara de poucos amigos, ao som de Like a Virgin, de Madonna. “Piso no linóleo e é só aquilo. É um êxtase. Palco é isso. Não me vejo fazendo outra coisa”, emociona-se. A experiência trouxe crescimento profissional, aumentou a autoconfiança e as responsabilidades. Gabriel não mede elogios aos colegas de companhia teatral, vendo neles grande potencial e ótimas amizades. “O grupo se fortaleceu, todos cresceram, mesmo quem não dirigiu. Todo mundo acaba se envolvendo e dando opiniões. Dá orgulho e sou grato de estar na Cia. 2. É uma honra. Sem pieguice”, sorri. Do que viveu nestes últimos meses, Gabriel comemora saldo positivo. “Crítica quando é necessária é um conforto. Estresse foi normal. Desconfiaria se a gente se amasse o tempo inteiro”, diz. Novas datas ainda estão em aberto, já que os próximos sábados até novembro estão comprometidos com ensaio da nova peça da Cia. 2, Alice. No domingo (8), às 17h, na sala de cinema Ulysses Geremia, do Ordovás, haverá um bate-papo sobre o processo para o nascimento da peça Ao Quadrado. O elenco da Cia. 2 e representantes da Associação Caxiense de Teatro (Acat) conversam sobre o tema Direção teatral. Quando Gabriel recebe um elogio fica levemente constrangido. Diz que às vezes não acredita que é para ele. “Fico tri sem jeito, bobalhão.” Conforme evoluem, Gabriel e a Cia. 2 inteirinha vão ter que se acostumar. Os aplausos se multiplicarão.
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Artes
Vida e Arte por Nadilce Beatriz Zanatta Ponsoni
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Jane de Bhoni | Sem título |
A partir da participação de um projeto de imersão em desenho, coordenado pelo curador Charles Watson, no Rio de Janeiro, Jane iniciou uma série de obras despretensiosas. Com grafite e papel, a artista ensaiou traços que ultrapassam os limites da coerência. Uma criança que rabisca em uma folha de papel e, ainda assim, cria peças de arte. A obra integra a exposição Disegni, até o dia 22 de agosto, no Catna Café.
Participe | Envie para artes@ocaxiense.com.br o seu conto ou crônica (no máximo 4 mil caracteres), poesia (máximo 50 linhas) ou obra de artes plásticas (arquivo em JPG ou TIF, em alta resolução). Os melhores trabalhos serão publicados aqui.
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A vida é célere qual lança aquecida, E se desferida A um peito sofrido de vingança, É uma matança, Qual óleo fervente em fonte sequiosa. Cuida então, tua palavra libertina. A língua é ferina, Se direcionar seu veneno a alguém sereno, Pode ferir um pequeno, E matar a inocência ainda que perdida. Iluda o rancor com a sabedoria da paciência. No mundo há sapiência. Pode acontecer que o amor perca o direito de voar, E teu coração, então, para Deus irá calar. Gira teus passos na direção da luz. Aprenda a andar com o cuidado de um idoso. Não seja medroso. Mas se correr, seja uma criança na jovialidade. Não use obstáculos como maldade. Cronômetros funcionam nas mãos de quem sabe usá-los. Esqueça os galhos caídos e apodrecidos. Há itens enobrecidos Em todo o Universo, que almejam mirar-te, Por isto, se aprenderes a viver, junte-se a arte. É consoante viver e ser parte da existência.
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Estatísticas fundamentais
REALIDADE
DE PORTA EM PORTA
O
André T. Susin/O Caxiense
O Censo 2010, que começou atrasado, pretende levantar dados para ajudar o país a adiantar seu desenvolvimento
Denise dos Santos Tamagno, uma das primeiras entrevistadas, informou que não tem esgoto canalizado
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por ROBIN SITENESKI robin.siteneski@ocaxiense.com.br Censo 2010 começou de forma conturbada em Caxias do Sul. O pontapé inicial foi dado no domingo, mas até quarta-feira (4) ainda faltavam equipamentos. Parte dos coletes, sem os quais os recenseadores não podem começar o levantamento, não havia chegado à cidade. O problema, que se repetiu no restante do país, não foi o único que atrasou o andamento do Censo. Dificuldades com o sistema informatizado – é a primeira vez que a pesquisa é feita de forma digital – também aconteceram. Orçado em R$ 1,67 bilhão, o Censo pretende fazer uma fotografia estatística do Brasil, apresentando o número da população e dados sobre saneamento básico e tendências sociais. A coleta de informações vai até o dia 31 de outubro, mas já no dia 27 de novembro, conforme exigido pelo Tribunal de Contas da União (TCU), o primeiro resultado da operação será conhecido: a estimativa da população brasileira. Os 450 recenseadores que trabalham na coleta de dados caxiense devem voltar a um dos sete postos do Censo para descarregar as informações armazenadas nos computadores de mão, chamados de PDA, que utilizam para o levantamento. Também é lá que se concentram os supervisores. O posto 5 fica no prédio da Secretaria de Trânsito, Transportes e Mobilidade. A sala não tem muitos equipamentos. Caixas com os PDAs e alguns coletes, um armário de madeira, cadeiras, um telefone e um notebook. Na segunda-feira (2), cerca de 15 dos 43 coletes necessários para o trabalho dos pesquisadores daquele posto haviam sido recebidos. Esta falha não aconteceu somente em Caxias do Sul. De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, a empresa contratada para confeccionar os coletes atrasou a produção. O representante da empresa disse que todos seriam entregues até sexta-feira (6). O coordenador do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – que organiza e faz o Censo – no Rio Grande do Sul, José Renato Braga de Almeida, minimiza o problema. “Os primeiros 20 dias são para implementação de pessoal. É um processo gradual, até em função de toda a estrutura envolvida.” Por causa do atraso, poucos recenseadores faziam a coleta nesta terça-feira (3). O clima no posto 5 era de agitação. Supervisores colavam mapas com destaques em amarelo nas paredes, organizavam a documentação dos recenseadores, que ainda estava sendo entregue, pois os contratos chegaram naquele dia, e lutavam para cadastrar os mapas digitais nos PDAs dos pesquisadores. De repente, o chefe do IBGE Agência Caxias do Sul, Rubens Benato, entra apressado para tentar resolver o problema com o computador. Ao mesmo tempo em que tenta cadastrar o PDA no sistema, fala ao telefone dando orientações para funcionários de outro ponto de coleta. Existem dois técnicos de informática contratados para atender as demandas dos sete
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de cada um, emigração internacional, ir até a residência para verificar as resse a residência é própria ou alugada e postas. sobre serviços públicos (água, esgoto, coleta de lixo e energia). O questionáNeste ano, o IBGE estima que rio de amostra é o que apresenta mais 58 milhões de domicílios serão visinovidades. Existem questões sobre tados. É a primeira vez que moradias uniões do mesmo sexo, acesso à inter- coletivas, como asilos e prisões, são innet e a programas de distribuição de cluídas na pesquisa. Outros 67 países, renda. Somente um morador de cada quase a metade da população mundial residência precisa responder ao Censo. (46,8%), serão recenseados em 2010. A Lei 53.534/68 prevê multa de até 10 Na tarde de quarta-feira (4), o recensesalários mínimos para quem não pres- ador Luis Eduardo Rodolphi foi fazer tar informações ao IBGE, o que pode suas primeiras entrevistas, no bairro ser feito por qualquer pessoa acima de Planalto. A supervisora Isabel Carva10 anos. Neste ano, quem não puder lho, que o acompanhou, aponta as diresponder às perguntas do recensea- ferenças entre esta e a última edição do dor pessoalmente poderá fazê-lo pela Censo, em que trabalhou como receninternet. seadora. “Para vocês é moleza. Quando O morador deverá receber um en- fui recenseadora era tudo em papel. Tivelope lacrado do representante do nha que largar no chão aquela pilha de Censo com uma senha para acessar o papel para fazer as entrevistas.” questionário online e terá 10 dias para Os primeiros entrevistados pelo reresponder ao levantamento. Termi- censeador são um bom exemplo dos nado o prazo, o recenseador voltará a resultados que o trabalho pode trazer. visitar a residência. O supervisor Lu- Os vizinhos e cunhados João Teixeira ciano da Costa Ramos alerta, porém, Tamagno e Denise dos Santos Tamagque o melhor é não utilizar o novo sis- no não têm coleta de esgoto canalizado. tema. “A intenção é fazer pessoalmen- “Vai tudo para o rio que desemboca no te, porque o questionário tem muitos Tega, apesar de pagarmos a taxa de esconceitos que as pessoas às vezes não goto”, reclama João. Os dados levantaentendem.” Os formulários não foram dos pelo Censo serão utilizados como desenvolvidos pelo IBGE. uma bússola pelo poder público para “O instituto é o executor do Censo. escolher as áreas em que são mais neQuem define o questionário é uma cessários investimentos. Pela primeiequipe de demógrafos e sociólogos. ra vez, serão apresentados resultados Começamos a pensar esse Censo em para cada quarteirão, exceto quando 2007”, revela o coordenador do IBGE existir somente uma casa. Entretanto, no Estado, José Renato Caxias não deve receBraga de Almeida. Anber mais recursos da tes dos levantamentos “Quando fui União por causa do serem contabilizados, o recenseadora número de moradores, sistema faz um cruza- era tudo em já que todos os munimento dos dados para cípios com mais de 200 verificar se não há di- papel. Tinha que mil habitantes recebem ferenças nas respostas largar no chão o mesmo valor do Funde uma residência. An- aquela pilha do de Participação dos tes da informatização, para fazer as Municípios (FPM). A esse trabalho tinha que constatação da necessiser feito manualmente. entrevistas”, dade de esgoto encanaConforme o coordena- lembra Isabel do no bairro Planalto dor, se alguma inconpode mudar a realidasistência for detectada, de de João, Denise, de o supervisor responsável pelo recense- suas famílias e também de parte da poador que aplicou o questionário deve pulação caxiense. Fotos: André T. Susin/O Caxiense
postos. Sete supervisores – contrata- outra casa atrás da que está recenseandos, assim como os recenseadores e do, principalmente em áreas de morro, técnicos, por concurso – trabalham no porque às vezes não as vemos”, orienposto 5. Nos meses de maio e julho, os ta Jaqueline. O setor de Luciana tem supervisores fizeram um trabalho iné- duas escadarias e um beco. Quando a dito em Caxias: uma recenseadora chegar a pré-coleta. esses locais, explica JaEles foram a campo “É melhor fazer queline, deve fechar a e cadastraram carac- o questionário quadra face e começar terísticas das ruas (se uma nova pelo lado pessoalmente, tem calçamento e ardireito do beco ou esborização, por exem- porque tem cadaria. No final, deve plo) e o número de conceitos que as abrir uma nova quadra casas em cada “quadra pessoas às vezes face para o lado esquerface”, como o IBGE do e outra quando volnão entendem”, chama o espaço entre tar a coletar dados da uma esquina e outra de recomenda rua. Apesar do sistema um lado da rua, de cer- Luciano complicado, Luciana ca de 712 regiões censinão desanima. tárias. Este trabalho foi “Fui a primeira a feito em toda a cidade, exceto em áreas entrar no Censo e quero ser a última rurais e nas chamadas de aglomerado a sair”, diz ela. Para a recenseadora, o subnormal, áreas invadidas ou favelas. trabalho permitirá cuidar de seu bebê Nesse caso, o recenseador deve fazer recém-nascido enquanto o marido tratodo o cadastramento antes de come- balha. Os pesquisadores não precisam çar as entrevistas. A reportagem acom- cumprir uma carga horária, somente panhou a orientação da supervisora fazer o levantamento nos setores peJaqueline Bernardi à recenseadora Lu- los quais são responsáveis. “Não é um ciana Fernandes em uma dessas áreas. trabalho fácil. Ir para a rua, enfrentar chuva e frio. Tem muita gente que deRuas estreitas e casas incrusta- siste”, conta Jaqueline. Nos próximos das em morros compõem a Vila Feliz, dias, moradores da Vila Feliz e de topróxima ao bairro Planalto. Luciana das as outras regiões de Caxias devem deve completar o setor, aproximada- receber a visita de recenseadores. mente uma quadra, para receber sua remuneração – os recenseadores são Os caxienses podem identificar pagos por produção. Logo na chegada, os representantes do Censo pelo colete Jaqueline começa a dar instruções. “O – se quiserem, também têm o direito ombro direito sempre deve estar sem- de pedir a carteira de identidade para pre ‘encostado’ na parede, aí você não conferir a foto do recenseador – e pelo se perde.” Por causa da regra, circula- boné. Existem dois questionários. Um mos a Rua Adelar Faciolli, que tam- básico, com cerca de 38 quesitos – o bém recebe o nome de Gigia Bandera, número de perguntas varia de acordo até a Rua Sílvio Mondin, que termina com as respostas –, e um de amostra, em uma estreita trilha de terra batida. escolhido por sorteio eletrônico para É lá que a recenseadora deve fazer o 10% da população, que contém aproxiprimeiro cadastramento, se esquivan- madamente 109 perguntas. Responder do dos cachorros. A supervisora alerta ao questionário básico não leva mais para o modo como as casas devem ser do que 10 minutos. Quem for escoregistradas no sistema. lhido para o de amostra necessitará de “Como não tem número, esta é a cerca de 40 minutos. casa 1, sobrado e porão. Verifique se As questões do formulário mais simexiste outra família morando embaixo. ples são sobre o número de pessoas na É importante sempre preguntar se tem família, o salário, estado civil e a raça
Computadores de mão agilizam o trabalho que antes era todo feito no papel; em um posto do Censo, mapas organizam os pontos a serem visitados
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Guia de Cultura
por Cíntia Hecher | editado por Marcelo Aramis
guiadecultura@ocaxiense.com.br
María Antolini, Divulgação/O Caxiense
Cinema | O Segredo dos Seus Olhos
No puede cambiar de pasión por CÍNTIA HECHER Alguns fatos sobre argentinos: são bons de tango, produzem alfajores deliciosos, usam mullets que enfeitam as suas nucas e são inferiores no futebol. Estas características são conhecidas, clichês, nada novo. Também não é tamanha novidade, mas é bom lembrar que o país vizinho é rico em produções cinematográficas de grande qualidade. Hacer la película!, dizem. Agraciado com o Oscar 2010 de Melhor Filme Estrangeiro, O Segredo dos Seus Olhos é um filme policial. Não, um romance. Não, uma comédia. Na realidade, misture tudo, junte drama, suspense e uma fotografia cheia de significados – digna de êxtase no plano-sequência da cena de perseguição no campo de futebol, que teve três meses de planejamento, três dias de filmagem e nove meses na mesa de edição. O oficial de justiça aposentado Benjamin Esposito (Ricardo Darín) volta ao velho local de trabalho para conversar com a promotora e antiga colega Irene Hastings (Soledad Villamil), para envolvê-la na sua atual ocupação: escrever um romance. O livro é baseado num caso de homicídio que marcou sua vida de diversas maneiras, não tanto pela violência do fato quanto pelo amor que parece brotar de uma situação tão trágica. Acompanhe o raciocínio: Esposito investiga o assassinato de uma moça e acaba se compadecendo do marido, Ricardo Morales (Pablo Rago). O viúvo não deseja uma vingança olho por olho, quer que o assassino viva muitos anos, cheios de nada. O amor de Morales é pura dedicação, mesmo após a morte da esposa. É invejável o seu empenho em manter a lembrança da morta. Ao mesmo tempo, vai crescendo uma paixão entre Esposito e sua chefe, Irene. A edição não-linear, nada cansativa, leva o expectador a 1974, quando o crime aconteceu, e ao presente. O passado tem grande importância para Esposito, já que percorreu a vida e agora, aposentado, encontra-se sozinho, melancólico e com tempo de sobra. “Me vi jantando sozinho e não me gostei”, disse, como se a solidão fosse uma roupa que não lhe servisse. No geral, o tema que permeia, vai e volta, pinta e borda, é a paixão. É a chave para o mistério, tanto para a polícia e quanto para uma vida vazia. Bem diz o fiel escudeiro de Esposito, o ébrio Pablo Sandoval (Guillermo Francella): “As pessoas podem mudar tudo: de cara, de casa, de família, de namorada, de religião, de Deus. Não podem mudar de paixão”. O Segredo dos Seus Olhos desvenda um crime, o maior de todos: não podemos chamar de vida se o que nos habita não for a paixão. Se os olhos falam, os seus vão sair mudos da sessão. l O Segredo dos Seus Olhos | Drama. Sábado e domingo e quinta (12) a domingo (15). 20h | Ordovás Ao escrever livro, oficial de justiça aposentado percorre o passado ao lembrar de crime. Dirigido por Juan José Campanella. Com Ricardo Darín e Soledad Villamil. 12 anos, 129 min., leg..
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O Segredo dos Seus Olhos mistura drama, comédia e suspense para falar de paixão e mostra a qualidade do cinema argrentino
CINEMA l A Origem | Suspense. 13h10, 16h, 18h50 e 21h40 | Iguatemi Os sonhos são um grande jogo, onde espião tem que realizar o trabalho oposto do que está acostumado. Ao invés de roubar uma ideia, terá que implantá-la nas mentes. Dirigido por Christopher Nolan. Com Leonardo Di Caprio e Marion Cotillard. 14 anos, 148 min., leg.. l Entre os Muros da Escola | Drama. Terça (10), 19h | Sesc Choques culturais da França contemporânea são representados por adolescentes de escola da periferia parisiense. Dirigido por Laurent Cantet. Com François Bégaudeau e Laura Baquela. 12 anos, 128 min., leg.. l Meu Malvado Favorito – 3D | Animação. 13h30, 15h40, 17h50, 20h e 22h | Iguatemi A estrela do filme é o supervilão Gru, que ao mesmo tempo que duela pelo posto de maior vilão tem que cuidar de três pequenas órfãs. Dirigido por Pierre Coffin e Chris Renaud. Livre, 95 min., dub.. l Meu Malvado Favorito | Animação. 13h40, 15h50, 18h, 20h10 e 22h10 | Iguatemi l O céu que nos protege | Drama. Quinta (12), 15h | Ordovás O projeto Matinê às 3 apresenta um clássico do diretor Bernardo Bertolucci, onde casal viaja à África para recuperar seu relacionamento. Tão grande quanto o Saara é a distância que os separa, talvez irremediável. Com Debra Winger e John Malkovich. 16 anos, 138 min., leg.. l Vida de Menina | Drama. Sábado, 15h | Ordovás Durante a abolição da escravatura e proclamação da República, garota
mantém diário que acompanha tanto seu crescimento quanto o do Brasil. Primeira exibição do projeto Cinema AD, com audiodescrição e legendas closed-caption. A sessão é voltada ao público deficiente auditivo. Os dotados de visão receberão uma venda para entrar no clima. A entrada é franca. Dirigido por Helena Solberg. Com Ludmila Dayer e Daniela Scobar. Livre, 101 min.. l Vídeo Índio Brasil | Sábado, das 14h às 17h | Mostra nacional encerra sua semana de atividades com filme nacional. Terra vermelha Longa-metragem de ficção, com os globais Matheus Nachtergaele e Leonardo Medeiros, fala sobre o resgate da cultura dos Guarani-Kaiowá pelo seu próprio povo, enfrentando conflito com fazendeiros da região. Faculdade da Serra Gaúcha (FSG) Entrada franca | Os 18 do Forte, 2.366 | 2101-6000 AINDA EM CARTAZ – Eclipse. Aventura. 18h40 e 21h30 (dub.). Iguatemi. 17h30 e 20h (leg.). UCS | Encontro Explosivo. Comédia romântica. 19h e 21h20. Iguatemi | Salt. Ação. 16h40, 19h10 e 21h10. Iguatemi | Shrek Para Sempre. Animação. 13h50, 14h20, 16h20 e 16h50. Iguatemi | Toy Story 3. Animação. 14h10. Iguatemi. 15h30. UCS | INGRESSOS - Iguatemi: Segunda e quarta-feira (exceto feriados): R$ 12 (inteira), R$ 10 (Movie Club Preferencial) e R$ 6 (meia entrada, crianças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos). Terça-feira: R$ 6,50 (promocional). Sexta-feira, sábado, domingo e feriados: R$ 14 (inteira), R$ 12 (Movie Club Preferencial) e R$ 7 (meia entrada, crianças menores de 12 anos e sêniors com mais de 60 anos). Sala 3D: R$ 22 (inteira), R$ 11 (estudantes, crianças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos) e
R$ 19 (Movie Club Preferencial). Horários das sessões de sábado a quinta – mudanças na programação ocorrem sexta. RSC-453, 2.780, Distrito Industrial. 3209-5910 | UCS: R$ 10 e R$ 5 (para estudantes em geral, sênior, professores e funcionários da UCS). Horários das sessões de sábado a quinta – mudanças na programação ocorrem sexta. Francisco Getúlio Vargas, 1.130, Galeria Universitária. 3218-2255. | Ordovás: R$ 5, meia entrada R$ 2. Luiz Antunes, 312, Panazzolo. 3901-1316 | Sesc: Entrada franca. Moreira César, 2.462. 3221-5233.
TEATRO l Cinta-Liga/Desliga | De quinta (12) a domingo (15), 20h | Núcleo Trompa de Falópio apresenta trio de palhaças, Aline Tanaã, Grasi Muller e Odelta Simonetti, em busca de um pretendente amoroso. Teatro do Sesc R$ 10 (público em geral), R$ 8 (antecipado) e R$ 5 (comerciários, estudantes e sênior) | Moreira César, 2.462 | 32215233 l Dedé Santana e Turma | Domingo, 20h | O ex-trapalhão realiza suas travessuras no palco, com muita comédia. Em sua turma não está incluso o companheiro Didi Mocó, aquele mesmo, o Sonrisal Colesterol Novalgino Mufumbo. Teatro São Carlos R$ 40 (público em geral), R$ 30 (antecipado) e R$ 20 (estudante e sênior) | Feijó Júnior, 778, São Pelegrino | 3221-6387 l Loco Véio – Fala home véio | Sábado, 20h | Show de risadas com o humorista Valdenir da Silva Sanches, um gaudério véio que conta seus causos. Teatro São Carlos R$ 40 (público em geral), R$ 30 (ante-
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cipado) e R$ 20 (estudante e sênior) | Feijó Júnior, 778, São Pelegrino | 32216387 l Show de Improvisos | Sábado, 20h | Grupo InPeça reapresenta espetáculo em que a improvisação é o único norte. No stand up comedy, sempre uma estreia, a plateia é quem dirige a cena. Teatro do Sesc R$ 15 (público em geral) e R$ 7 (estudante) | Moreira César, 2.462 | 32215233
EXPOSIÇÕES l Pequenas Crises | Sexta (13), 20h | Abertura de exposição contemplada pelo Financiarte 2009, da publicitária Clarissa Daneluz. São 39 desenhos e uma videoarte que tem como foco o processo criativo e experiências estéticas. De segunda a sexta, das 9h às 21h. Casa de Teatro – Tem Gente Teatrando Entrada franca | Olavo Bilac, 300 (esquina com Regente Feijó) | 3221-3130 AINDA EM EXPOSIÇÃO – Abstrato Contemporâneo. De terça a sábado, das 17h às 21h. Galeria em Transição. 8404-1731 | Arte em Rede. De segunda a sexta, das 8h30 às 18h e sábados, das 10h às 16h. Galeria Municipal – Casa da Cultura. 3221-3697 | Um olhar sobre a CIC. Segunda a sexta, das 9h às 21h. Sábados e domingos, das 15h às 21h. Ordovás. 3901-1316
FESTAS
l 3º Encontro de Artistas e Artesãos da Serra – Quebrando Muralhas | Sábado, das 10h às 21h e domingo das 11h às 19h | Serão mais de 70 expositores apresentando seus trabalhos, provando que existe sustentabilidade e estilo no artesanato local. Durante o evento pode ser conferido o 1º Salão do Lixo ao Luxo, com exposição de objetos confeccionados a partir de materiais reciclados, como garrafas pet e tecidos. Martcenter Shopping Entrada franca | RS 122, 4.140 | 32271977
DANÇA l Caxias em Movimento | Até 27 de agosto | Abertas inscrições para grupos, escolas e companhias de dança interessados em participar da primeira edição do evento, que será realizado de 18 a 23 de outubro na Casa da Cultura. Serão aceitas somente coreografias de nível adulto (com integrantes acima de 15 anos), independente da modalidade. As fichas de inscrição podem ser retiradas na secretaria da Cia. Municipal de Dança. Também é possível inscrever-se por e-mail (ciadedanca@ caxias.rs.gov.br), mediante entrega de rider técnico, mapa de luz, release da coreografia e duas fotos do grupo. Unidade de Dança Luiz Antunes, 312 | 3901-1316
MÚSICA l Mississippi In Concert | Blues. Terça (10), 20h30 | Ritmo norte-americano tem show com abertura da banda caxiense Juke Joint. A banda principal, encabeçada pelo americano do Arkansas J. J. Jackson, tem Rafa Schüller na guitarra, Sérgio Selbach no baixo, Graziano Anzolin no piano e no teclado e Clark Caballo na bateria. Alguns convidados farão apresentações especiais, como Robson Fernandes, Décio Caetando e o argentino Danny Vincent. Teatro Municipal R$ 30 (público em geral) e R$ 15 (estudante e sênior) | Dr. Montaury, 1.333 | 3221-3697
Tramas genuínas por MARCELO ARAMIS
TAMBÉM TOCANDO - Sábado: Adriano Pasqual. Pop. 23h. La Boom Snooker. 3221-6364 | Bahq Samba Funk. Samba funk/samba rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Banda Disco. Anos 70 e 80. 23h. La Barra. 3028-0406 | Carlos Zanettini e Froner Y La Barrabrava. MPB e milonga. 21h30. Zarabatana Café. 3228-9046 | Décio Caetano & The Brothers. Blues. 22h30. Mississippi 3028-6149 | DJ Luca Di Napoli. Música eletrônica. 23h. Havana. 3215-6619 | Exit 11 e Pantera Cover. Rock/metal. 23h. Vagão. 3223-0007 | Fullgas. Pop rock. 23h. Portal Bowling. 3220-5758 | Libertá. Nativista. 22h30. Libertá Danceteria. 3222-2002 | Magnitude. Pagode. 23h. Move. 3214-1805 | Ponto e Vírgula. Pop rock. 22h. Badulê American Pub. 3419-5269 | Ton Rock and Roll e Robledo Rock. Rock. Santo Graal. 32211873 | Se joga no palco. Eletrônico. 23h. Studio 54 Mix. 9104-3160 | Trahma. Pop rock. Pepsi Club. 3419-0900 | Domingo: DJ Zé Beto. Eletrônico. 21h30. Zarabatana Café. 3228-9046 | Segunda (9): Festival Contramão – Ligante Anfetamínico, Made RS e Froner Y La Barrabrava. 23h. Vagão. 3223-0007 | Terça (10): Rafa Gubert e Tita Sachet. Blues. 22h30. Mississippi. 3028-6149 | Tiago e Ismael. MPB. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Quarta (11): Franciele Duarte. Blues. 22h30. Mississippi. 3028-6149 | Quinta (12): Danny Vincent e Robson Fernandes. Blues 22h30. Mississippi. 3028-6149 | Fabricio Beck e DJ Mono. MPB. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Só Batidão. Sertanejo universitário. 23h. Portal Bowling. 3220-5758 | Sexta (13): Danny Vincent e Robson Fernandes. Blues. 22h30. Mississippi. 3028-6149 | H5N1. Pop rock. 23h. Portal Bowling. 3220-5758 | Noite dos Mortos Vivos. 23h. Vagão. 3223-0007 | André T. Susin/O Caxiense
l 9ª Festa do Pescador | Até domingo | Mesmo no inverno os caminhos levam a Arroio do Sal, para o último fim de semana do evento que traz seminários, apresentações culturais e gastronomia. Programação – Sábado: 2ª Trilha do Pescador – Jipeiros e Campeonato de Bocha (SAAB). 8h. | Palco Gastronomia com Peixe Guido Greno. 11h30. | Motos Free Style. 15h. | Marauê. Reggae. 21h30. | Latino. Pop. 23h30. | Domingo: 6ª Etapa do Campeonato de Som Automotivo. 9h. | Palco Gastronomia Elis Cardoso. 11h30 | Futebol das Autoridades (Ecas). 15h. | Edu e Renan. Sertanejo universitário. 19h. | Papas da Língua. Pop rock. 20h.
ARTESANATO
Exposição | Arte em rede
l Orquestra Municipal de Sopros | Domingo, 20h | Sob regência de Gilberto Salvagni, os solistas são Bruno Gelmini (saxofone alto), Eliezer Vargas (trompete), Jhonatas V. A. Soares (tuba), Juliano Brito (violão) e Ramon Stein (Clarinete) apresentam Em Solo Caxiense. No repertório, lançamento de Divertimento em Fá menor para Tuba e Banda Sinfônica, regido pelo maestro Márcio Renato de Souza. Ingressos na Casa da Cultura ou na Racon Consórcios. Teatro Municipal – Casa da Cultura Entrada franca | Dr. Montaury, 1.333 | 3221-3697
Genoveva Parmeggiani Finkler, a Geno, lembra como se fosse hoje. Aos oito anos, ganhou algumas cabeças de alho brotadas. O pai, dono de um armazém na Avenida São Leopoldo, região onde a artista mora até hoje, incentivou o plantio. “Plante, que depois eu vendo para você.” No meio dos seis hectares de terra do pai, Geno fez uma pequena horta e levou a sério a tarefa do cultivo. Depois, a área foi lavrada para o plantio do milho, mas os alhos vingaram. Enquanto o milho crescia, as visitas diárias à horta foram ficando mais difíceis. Para a menina, o exercício de abrir as trilhas na plantação foi o primeiro contato – paixão à primeira vista – com a complexidade das tramas. Em uma dessas, Geno deparou-se com uma aranha. Uma surpresa, o susto e um torrão de terra arremessado marcaram a última visita ao canteiro. Nunca houve colheita daquele alho, mas a experiência traumatizante caiu em solo fértil: a imaginação e a arte de Geno. A boa colheita pode ser vista na exposição Arte em Rede, na Galeria Municipal. Geno aprendeu com os filhos a não matar as aranhas. Quando encontra uma pela casa, a recolhe com cuidado sobre folhas de papel. Enquanto as leva para fora, cuida cada movimento do animal e garante uma distância segura entre o bicho e o braço. Nessas situações em que encara o medo, ela observa melhor a beleza assustadora das aranhas. E se encanta sempre. Dos hábitos dos aracnídeos, que constroem a teia com saliva e têm pelos nas patas para não ficar presos na própria armadilha, o que mais chama atenção de Geno é a ecologia do trabalho das aranhas. Elas só abandonam a teia se tiverem a trama destruída, caso contrário, recolhem os fios sem deixar vestígios. A exposição de instalações conta com seis acrílicos sobre tela, três esculturas em vime, um painel e oito fotografias. Nas diversas formas como aparecem na exposição – nas telas e em esculturas de arame, tricô e vime – as aranhas perdem o aspecto assustador e chegam a parecer simpáticas. Nos olhos, a estética do medo permanece. Em aranhas de verdade, é impossível ver os olhos. Nas obras de Geno, eles são aumentados. Os olhos dessas aranhas são os olhos do pavor, que nós humanos emprestamos à representação dos seres repulsivos, maus na nossa imaginação. Essa é a primeira vez que Geno leva as aranhas para a galeria. Há mais de 20 anos ela constrói teias, mas demorou mais tempo para incluir os insetos. Geralmente, Geno vende as peças para parentes e amigos. E as teias povoam a cidade. A mais recente está pendurada em uma araucária na Praça Dante Alighieri. Em Arte em Rede se percebe que a semelhança entre as teias de aranha e a arte de Geno é a paixão por um trabalho árduo e efêmero. Expostas ao tempo, as complexas teias de Geno têm a mesma sorte das teias de aranha, e uma resistência parecida. Não se sabe quanto tempo vai durar. São fios fortes, mas um simples toque pode derrubar meses de trabalho. Na rua e na galeria, visite enquanto há tempo. l Arte em rede | De segunda à sexta, das 8h30 às 18h e sábados , das 10h às 16h. Galeria Municipal Entrada franca | Dr. Montaury, 1.333 | 32213697
Na exposição de instalações Arte em Rede Genoveva Finkler mostra a complexidade das tramas, das aranhas e dos medos
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Online | Veja uma galeria de fotos da exposição Arte em rede em www.ocaxiense.com.br. 7 a 13 de agosto de 2010
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Guia de Esportes
guiadeesportes@ocaxiense.com.br Fotos: Luiz Carlos Erbes, Divulgação/O Caxiense
por José Eduardo Coutelle
Segunda é dia de clássico CA-JU na categoria Sub-20. No último jogo, os garotos esmeraldinos venceram os grenás por 2 a 0
FUTEBOL l Brasil x Juventude | Sábado, 16h | O Juventude viajou para Pelotas na sexta-feira indefinido. O técnico Osmar Loss, durante a semana, testou duas opções na zaga, para substituir Édson Borges, lesionado (passou por cirurgia após o rompimento do tendão do tornozelo direito, ocorrido no clássico CA-JU), e Bruno Salvador, suspenso (foi expulso no mesmo confronto). Fred, titular no Gauchão, ou Victor podem compor a defesa com Rafael Pereira. Na frente, Cristiano retorna após cumprir suspensão contra o Caxias. No lugar de Marcos Paraná, Loss usou Gustavo, que é volante de origem, jogador que reforçaria a marcação no setor. O provável time do Ju que enfrentará o Brasil-Pe sábado, às 16h, no Estádio Bento Freitas: Jonatas; Luiz Felipe, Rafael Pereira, Fred (Victor) e Calisto; Júlio César, Tiago Silva, Cristiano e Marcos Paraná (Gustavo); Júlio Madureira e Fausto. Estádio Bento Freitas Ingressos: R$ 20 | João Pessoa, 694, Pelotas l Caxias x Juventude (Sub-20) | Segunda, 15h | A equipe alviverde saiu na frente no primeiro jogo da final do Campeonato Gaúcho Sub-20, disputado no Estádio Alfredo Jaconi. Os rapazes do Juventude fizeram dois gols e podem perder por até um de diferença para serem campeões. Entretanto, o time grená promete tentar reverter esse placar diante da sua torcida nesta segundafeira. Para erguer o caneco, a equipe treinada por Renan Tavares precisa vencer por um escore de três gols de diferença no tempo normal, ou 2 a 0 para levar o jogo para as penalidades. Estádio Francisco Stédile Entrada gratuita | Thomas Beltrão de Queiroz, 898, Marechal Floriano l Futebol Sete Série B | Sábado, a
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partir das 10h | As equipes Tecbril e Eaton irão definir quem segue na liderança do grupo A. Ambas estão empatadas com seis pontos. A equipe Irmãos Luvison, que perdeu os dois primeiros jogos, tenta a reabilitação contra a Mobitec. Sábado, 10h: Meincol x Reval | 11h: Dambroz x Rotamil | 12h: Irmãos Luvison x Mobitec | 13h: Soprano x Caster Tech | 14h: Engatcar x Brinox | 15h: Randon x Sulbras | 16h: Suspensys x San Martin | 17h: Luna x Romamar | 18h: Sauer x Jost | 19h: Tecbril x Eaton | 20h: CNCS x Soprano Centro Esportivo do Sesi Entrada gratuita | Cyro de Lavra Pinto, s/nº, Nossa Senhora de Fátima l Campeonato Municipal | Sábado e domingo, 13h15 e 15h15 | Por causa da chuva, tanto a final da Série Prata quanto a 13ª rodada da Ouro foram adiadas para este sábado. SÉRIE PRATA – Sábado, 13h15: Esperança x Kayser (Municipal 1) | 15h15: Hawaí x Águia Negra (Municipal 1) | SÉRIE OURO – Sábado, 13h15: Vindima x Goiás (Enxutão), São Victor Cohab x Londrina (Municipal 2) | 15h15: Século XX x Fonte Nova (Enxutão) | Domingo, 13h15: União de Zorzi x União Reolon (Enxutão) | 15h15: Az de Ouro x Guarani (Municipal 1), União Industrial x XV de Novembro (Enxutão) Entrada gratuita l Campeonato Integração 2010 | Sábado, 13h30 e 15h30, e domingo, 13h45 e 15h45 | A 1ª rodada do campeonato, que deveria ser completada no último domingo teve um novo contratempo: gramados encharcados (o que fez os jogos atrasados serem transferidos para o dia 7 de setembro). Neste final de semana iniciam os confrontos da segunda rodada. Quatro dos cinco times participantes jogam neste fim de semana, em quatro categorias, no mesmo local e no mesmo horário: Aliança x Santa Lúcia (Monte Bérico),
Palmeiras x Estrela (Linha 40). Sênior: sábado, 13h30 | Veterano: sábado, 15h30 | Suplente: domingo, 13h45 | Titular: domingo, 15h45. Campo do time mandante Entrada gratuita
FUTSAL l 8ª Copa Ipam de Futsal Feminino | Sábado, 19h, 20h e 21h, e domingo, 9h, 10h e 11h | A equipe das meninas da UCS tentou se impor na última rodada mas não saiu do 0 a 0 contra o União Flores da Cunha. A hegemonia da Escola Santa Catarina permanece no grupo E e será posta à prova neste domingo. Os dois times da equipe se enfrentam num duelo que deve revelar o líder da chave. No outro grupo, a ACBF irá defender a sua posição no topo da tabela contra o Real Madames, que míngua a quarta colocação. Escola Santa Catarina Entrada gratuita | Matheo Gianella, 1.160, Santa Catarina l Campeonato Futsal Feminino | Segunda (9) e Quinta (12), 18h45 e 19h45 | A Voges é a única equipe que segue invicta no grupo A. Segunda, 18h45: Voges x Correios | 19h45: Agrale x Coser | Quinta, 18h45: Marcopolo x Neobus | 19h45: Randon x Intral Centro Esportivo do Sesi Entrada gratuita | Cyro de Lavra Pinto, s/nº, Nossa Senhora de Fátima l Campeonato Futsal Master | Terça (10) e quarta (11), 18h30 e 19h30 | As duas melhores equipes do campeonato dos veteranos, Marcopolo e Voges, se enfrentam na terça. Terça, 18h30: Marcopolo x Voges | 19h30: Agrale x Correios | Quarta, 18h30: Randon x Pisani | 19h30: Frasle x Eaton Centro Esportivo do Sesi
Entrada gratuita | Cyro de Lavra Pinto, s/nº, Nossa Senhora de Fátima l Olimpíadas Comerciárias do Sesc | Terça (10) e quinta (12), a partir das 20h | Nesta terça ocorrerá a rodada de abertura dos jogos no naipe masculino. Ao todo, 27 equipes disputam o título. Enxutão Entrada gratuita | Luiz Covolan, 1.560, Santa Catarina
BASQUETE l Campeonato de Basquete Jogos do Sesi | Sábado, 9h30 | Este é o primeiro jogo dos play-offs. Centro Esportivo do Sesi Entrada gratuita | Cyro de Lavra Pinto, s/nº, Nossa Senhora de Fátima l Campeonato Estadual Sub-15 | Quarta (11), 14h e 20h | Após um longo período sem jogos a bola alaranjada volta a quicar nas quadras caxienses. Quarta, 14h: UCS x CEAT/Bira (UCS) | 20h: Clube Juvenil x CEAT/ Bira (Juvenil) UCS e Juvenil Entrada gratuita | Francisco Getúlio Vargas, 1130, e Marquês do Herval, 197
VÔLEI l Campeonato Aberto de Voleibol Feminino | Domingo, a partir das 8h30 | A categoria infanto feminina da UCS disputa a Série Ouro do Campeonato Aberto. No ginásio da Marcopolo, as meninas comandadas pelo técnico Fernando Lemos enfrentam o time da casa, às 8h30, a Feevale de Novo Hamburgo, a partir das 12h15, e a equipe do CEEF, às 16h. Ginásio da Marcopolo Entrada gratuita | Km 73, Linha São Giácomo, em frente à Euro Telhas
Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.
André T. Susin/O Caxiense
Folga grená
Depois do empate com o Juventude no Jaconi, a equipe grená ganha tempo para se preparar para o jogo contra o Criciúma, no dia 15
De olho nos
adversários O
por marcelo mugnol marcelo.mugnol@ocaxiense.com.br
baiano Cláudio Luiz usa luvas desde que pisou no estádio Centenário. Aliás, usava luvas mesmo quando o sol ainda conseguia furar a nebulosidade. Imagine agora, nesses últimos dias gélidos, de céu cinza escuro e vento frio. Lá na Bahia, inverno polar é garoa fina e frio de 20º C. Em Caxias do Sul, o zagueiro precisa treinar ou jogar com os termômetros marcando entre 5º C e 10º C. E olha que pode baixar ainda mais a temperatura. “No meu carro tava marcando 8º C quando eu tava vindo pro estádio”, disse Cláudio Luiz, enquanto esfregava as mãos uma na outra, mesmo envoltas num par de luvas grená. “Isso que nem baixou de zero graus ainda...”, brincou o repórter. “Vixi...”, retrucou Cláudio Luiz, fechando os olhos e temendo a sensação futura de incômodo por tanto frio. Incômodo. Pois é, na semana que
passou, o elenco grená pediu água. Teve jogador que não aguentou o frio na manhã da última quarta-feira (4) e pediu ao preparador físico Fabiano Vieira que terminasse o treino. “Minha mão tava dura de frio, mesmo com a luva”, entregou Cláudio Luiz, assumindo que foi um dos primeiros a correr para o vestiário após o treino físico da última quarta-feira. Pode chiar por causa do frio, mas Fabiano Vieira não vai mudar sua programação de treinos físicos. “O único problema do inverno, do frio mais rigoroso é a sensação de incômodo do jogador. No verão temos mais inconvenientes, por causa da insolação ou desidratação do atleta. Mas no frio não muda nada”, explica Fabiano Vieira, nascido na gélida Curitiba. E vai explicar pro baiano que inverno de 15º C ou zero graus é a mesma coisa... Cláudio Luiz tem entrado no time titular desde o início da Série C. Assim como o volante Renan, recuperado de lesão, anda lutando pra se manter titular, no lugar do xerife do meio-campo
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Caxias aproveita a pausa para aprimorar conceitos táticos
grená do Gauchão, Marcos Rogério. O zagueiro Cláudio Luiz também quer assegurar seu lugar na zaga do Caxias. Jogou a primeira partida contra o Brasil de Pelotas, no Bento Freitas, como titular, na formação com três zagueiros; entrou na partida contra a Chapecoense, no Centenário; e iniciou o clássico contra o Juventude, no Alfredo Jaconi, pela terceira rodada deste turno da Série C. Na próxima partida, mais uma das decisivas, Cláudio Luiz pode voltar a campo, dessa vez para entrar no lugar de Anderson Bill, suspenso por ter levado o cartão vermelho no CA-JU. Mais do que colocar Cláudio Luiz em campo, em detrimento de outro atleta, Julinho Camargo procura dar mais flexibilidade tática ao time. O treinador do Caxias vai aproveitar essa folga da tabela para trabalhar forte duas situações. Primeiro, a transição do meio para o ataque, em função das entradas de Aloísio e Adriano no time. E, segundo,
entrosar o sistema defensivo, por causa da titularidade do volante Renan e das sucessivas entradas do zagueiro Cláudio Luiz. “No jogo contra o Criciúma (domingo, 15) vou sair com o Neto e o Cláudio Luiz”, antecipa Julinho Camargo, já definindo Cláudio Luiz como o substituto de Anderson Bill, suspenso. “O Cláudio tem qualidade e é um jogador maduro”, acrescenta Julinho. E todo esse trabalho não é só porque o Criciúma vem pela frente. “Como a gente dizia semana passada, em relação ao Juventude, o Criciúma é mais uma grande batalha que o Caxias vai enfrentar. É mais um dos oito jogos que a gente vai fazer nessa Série C, o mais importante é que a gente está tentando crescer jogo a jogo”, defende Julinho. E pelas beiradas o Caxias vai cumprindo seu papel. Beliscou e quase faturou uma vitória fora de casa, na estreia, contra o Brasil, venceu em casa e empatou fora. E não é porque está de folga que o Caxias não vai trabalhar e deixar de secar os adversários nesta rodada. E que venha o Criciúma.
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Lances decisivos
O pró-reitor Gilberto Henrique Chissini diz que a UCS vai colaborar com a estrutura se outra entidade assumir o time, que custava R$ 400 mil por ano para a universidade
ESPERANÇA PARA
VENCER O BLOQUEIO
Com o fim do apoio da UCS, a equipe tem poucos dias para encontrar uma instituição que abrigue o único time de voleibol do Estado para disputar uma Superliga
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por José Eduardo Coutelle jeduardo.coutelle@ocaxiense.com.br ara a UCS, o voleibol de alto rendimento encerrou as atividades em abril deste ano, após a última partida. Todos os contratos de jogadores, comissão técnica e patrocínios foram encerrados. Entretanto, o sonho de manter uma equipe gaúcha na Superliga de Voleibol na temporada 2010/2011 ainda está vivo. Existem personagens que lutam para reacender a chama do esporte no Estado. O ex-técnico da UCS, Jorginho Schmidt, é uma dessas pessoas. Ele está numa rotina constante de contatos com prefeituras e empresas para dar seguimento ao trabalho feito no ano passado. “Aguardo uma ligação para fechar um acordo a qualquer momento. Já entrei em contato com representantes das prefeituras de Novo Hamburgo, Porto Alegre, Osório, Gramado e Campo Bom para alavancar vontade política”, revela. Além disso, o treinador conta que passou a última terça-feira (3) em Caxias do Sul, discutindo previsões e datas com o coordenador do programa UCS Olimpíadas, Carlos Bonone. A pressa de Jorginho é justificada. A assessoria de comunicação da Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) informa que a data final para as inscrições na Superliga é dia 12, a próxima quinta. Divulgada em nota oficial, a deci-
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são da reitoria de não apoiar mais a equipe pegou de surpresa jogadores e comissão técnica. Jorginho disse que, há pouco mais de dois meses, a manutenção da equipe teria sido acertada verbalmente. “Para nós, o que vale é o acordo verbal. O contrato no papel é uma mera formalização. Acho que aquilo que havia sido acertado pela universidade talvez tenha sido esquecido”, revela ainda chateado. E completa: “não consigo nem achar palavras a não ser tristeza para descrever o que sinto. Ficaria muito triste em ver todo esse trabalho acabar”. Assim como Jorginho, alguns jogadores da equipe que surpreendeu grandes adversários na última temporada, se mostram desapontados com a decisão da universidade de não apoiar mais o time. O levantador Felipe Gil Kreling, 22 anos, conhecido nas quadras como Fejão, diz que tinha planos de continuar no time. Com 10 anos de voleibol pela UCS, o jogador esperava que com os bons resultados desta temporada a equipe permanecesse ativa este ano. “É chato a única equipe do Sul acabar assim. Se aparecer alguma coisa, será fora do Estado, ou ainda resta ir para fora do país.” Seu colega de quadra, Clinty da Rosa, 23 anos, diz que ficou sabendo que a UCS não apoiaria mais o projeto através dos jornais e de alguns amigos. “Eu não fui informado em nenhum momento pela comissão
técnica. Quem avisou foram os cole- São Paulo. A gente sabe que os patrogas mais experientes, que faziam parte cinadores estão unidos. Ainda espero da equipe do ano passado. Mas mui- que essa equipe vá para Novo Hamburto mais pela imprensa. Não esperava go ou Porto Alegre.” que o time acabasse, independente de eu ficar aqui ou não. Minha ideia era O plano de saúde Fátima, um continuar. Agora eu estou procurando dos principais investidores, que acomalgum outro lugar para panha a equipe há quajogar.” O atleta que já tro anos, confirma que defendeu o Unisul de “Ficaria muito o grupo está a procura Santa Catarina e Vôlei de uma nova sede. O triste em ver Futuro de Araçatuba, diretor de negócios revela que a mudança todo esse e marketing, Roberpara outra equipe im- trabalho acabar”, to Zottis, explica que plicará na saída da sua revela Jorginho, a empresa tinha um cidade natal e também projeto de continuisobre o fim do precisará trancar a dade com a equipe de matrícula na faculda- apoio da UCS vôlei da UCS, e que a de, pois está cursando à equipe de Medquímica também Educação Física. apoiaria a próxima vôlei O jogador César temporada. “Existem Augusto Cichelero, 18 muitos contatos, pesanos, apesar de treinar com os juvenis, soas que estão interessadas em dar esteve escalado para a equipe principal prosseguimento ao projeto. A Sogipa na última temporada. Ele se mostra de- demostrou vontade em manter a equicepcionado com o fim do time. “O ob- pe. Certamente outras frentes estão jetivo da categoria de base sempre foi trabalhando assim como Jorginho Schlevar os atletas para a categoria adulta. midt tentou em Novo Hamburgo. Hoje Eu mesmo perco um pouco deste ob- 99% da possibilidade é Porto Alegre”. jetivo”, diz o jogador. César iniciou a Zottis conta que recebeu a informação sua carreira aos 10 anos jogando pelo da saída da UCS do projeto com a nota Bento Vôlei. Desde os 13 anos defende oficial veiculada na mídia, mas já sabia a equipe da UCS. No ano passado teve das dificuldades que a universidade sua primeira convocação para a Sele- vinha enfrentando. O diretor adianta ção Brasileira Juvenil. “Se essa equipe que, mesmo encerrando as atividades sair do Rio Grande do Sul meu objeti- em Caxias, se o time estiver sediado vo é sair também e possivelmente para em uma cidade onde a empresa atue,
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três acordos deram na trave. Algumas negociações podiam evoluir, oportunidades teríamos. Inclusive me ligaram ontem (segunda, dia 2), mas o prazo já tinha expirado.” Sem a equipe de voleibol, a UCS mantém agora apenas duas modalidades esportivas de alto rendimento: o handebol e a canoagem. O coordenador salienta que para conservar a equipe de handebol feminina é necessário no máximo 10% da receita gasta no vôlei.
Mas nem só de tristeza vive a recordação das pessoas envolvidas com a equipe. Até os eventos mais adversos são lembrados com saudosismo por Luiz Port. Ele recorda de uma situação que causou grande transtorno ao grupo na última temporada. “Nós estávamos em Cuiabá e tínhamos três jogos importantíssimos na seguida. A CBV nos ligou e disse que havia problemas para conseguir as passagens e que teríamos que ir de ônibus até Brasília. Eram 800 quilômetros. Respondi que a A luta constante por manter nossa equipe não iria. Enfim, eles conuma equipe de alto nível requer grande seguiram um avião que vinha de Madedicação das pessoas envolvidas, e seu naus e conseguiríamos nos encaixar no fim abrupto após uma boa temporada aeroporte de Guarulhos, às 3h horas da só causa decepção. Esse é o sentimen- manhã. Os transtornos continuaram. to de Gringo. “A gente fica triste né”, Pegamos o voo e quando chegamos sintetiza ele enquanto se encaminha em Brasília, o ônibus que a equipe nos para o vestiário onde a antiga equipe cederia não estava no aeroporto. Daí se preparava para os jogos no ginásio eles nos mandaram um micro, que não poliesportivo. Tudo lá se encontra da cabia toda a equipe e o material. Para mesma forma em que foi deixado após complicar ainda mais, pegamos engaro último jogo, no dia 11 de abril, quan- rafamento na rua. Apesar de tudo isso, do a equipe da UCS venceu a Cimed vencemos o jogo no dia seguinte por 3 por três sets a um. Logo na entrada, a 2 contra o Upis.” um mural agora vazio, Atualmente, todos os mantinha estatísticas jogadores e comissão de jogos, reportagens “A situação de técnica se dispersaram. de jornais e índices fíFicaram apenas as pessicos dos atletas. Mais terminar ou não, soas que têm outros à frente, o fardamento, ainda não houve. vínculos com a UCS. que deve ser repassa- O que se tem É o caso de Luiz Port do para as categorias é que a e mais quatro funciode base, está dobrado nários. Entretanto, o e guardado em pe- universidade time ainda não acabou. quenas pilhas em uma não apoiará Como diz Jorginho prateleira. Ao lado, as mais”, considera Schmidt, “a situação de bolas usadas nos trei- Jorginho terminar ou não, ainnamentos aguardam o da não houve. O que próximo jogo que não se tem é que a univervirá. Alguns pares de tênis dos atletas sidade não apoiará mais”. A luta por ficaram de recordação e serão doados. uma nova sede para o time transcenO ambiente mantém o clima de vitória de a questão do esporte em Caxias. A após o difícil confronto contra a equi- continuação do voleibol no Estado está pe do levantador Bruninho que mais em jogo. Agora, o principal desafio de tarde seria coroada campeã. Jorginho é contra o tempo. Fotos: André T. Susin/O Caxiense
como no caso da capital gaúcha, conti- junto à CBV uma vaga na Superliga nuará tendo apoio do Fátima. deste ano. Chissini informa que se surE por falar em dificuldades, ou polí- gir uma entidade esportiva que assuma tica da instituição, foi o pró-reitor ad- o time, a universidade vai colaborar ministrativo, Gilberto Henrique Chis- com a infraestrutura. sini, quem teve a árdua incumbência de assinar a nota oficial na qual a UCS Mesmo encerradas as atividades se retira do projeto do da equipe profissional voleibol de alto renapós oito temporadas dimento. O pró-reitor “É chato a seguidas, a universidaconta que desde 2006, única equipe do de mantém o projeto na primeira gestão de revelar jovens atletas Sul acabar assim. de Isidoro Zorzi, a meta no voleibol. Nas cateda UCS era que todas Se aparecer gorias de base treinam as modalidades es- alguma coisa será cerca de 180 atletas, portivas se tornassem fora do Estado, entre meninas e meautossustentáveis. Seninos. O coordenador ou ainda resta gundo ele, nas últimas do Departamento de temporadas a univer- ir para fora do Voleibol, Luiz André sidade bancou cerca país”, conta Fejão Port, lembra que Gus50% do custo da equitavo Bonatto, formado pe, algo próximo a R$ na UCS, tem no seu 400 mil por ano, além de ceder toda a currículo a Seleção Brasileira e atualinfraestrutura necessária. “Nossa meta mente joga na equipe Medley/Campiera não colocar o dinheiro da matrícu- nas. Mais conhecido como Gringo, o la dos alunos para bancar o projeto. O coordenador foi assistente técnico da custo vinha se mantendo através dos equipe principal na última temporada anos, e a classificação na tabela tam- e assumiu por duas vezes o comando bém”, revela. da equipe em anos anteriores. Sua vida Apesar de seguir a mesma propor- está entrelaçada ao desenvolvimento ção de investimento, a reitoria encer- do esporte na UCS. Em1985 ingressou rou definitivamente as atividades da como jogador na equipe adulta. Entre equipe de vôlei no dia 28 de julho. idas e vindas, quando se aposentou Algumas causas citadas foram a valo- como atleta, Gringo assumiu o cargo rização da equipe e gastos adicionais no departamento de voleibol da unicom transporte (na última temporada versidade. a Gol patrocinava a CBV e fornecia as Ao lado de Luiz Port, o coordenapassagens para todos os times). Outra dor do programa UCS Olimpíadas, questão decisiva, mas não envolvendo Carlos Bonone, diz que todas as inio esporte, é com relação as bolsas de ciativas para manter a equipe principal estudo que a UCS terá de fornecer nes- nesta temporada foram tomadas, mas te ano. “O valor do investimento que o grupo foi vítima da falta de apoio fazíamos na equipe do vôlei é uma fa- financeiro. Um fato mencionado por gulha comparado ao gasto das bolsas. Bonone foi o prazo menor neste ano Estamos falando na casa de milhões. estabelecido pela CBV para a inscriSão quase 7 mil alunos ao todo”, con- ção da equipe. “Foram dois meses a ta o pró-reitor. Apesar da UCS não ser menos. Com esse tempo, talvez conmais âncora do projeto, ela reservou seguíssemos patrocinadores. Dois ou
Coordenador do departamento de Voleibol, Gringo, que têm uma relação de 25 anos com o esporte na UCS, lamenta a derrota avassaladora de uma história de vitórias
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Ju vai a Pelotas
Volante Tiago Silva, que foi para a Europa depois de ser profissionalizado no Ju e de passar pelo Palmeiras, diz que a pressão e o estresse devem ser ignorados neste momento
ARRISCAR
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por Fabiano Provin fabiano.provin@ocaxiense.com.br
segundo empate no segundo jogo em casa do Juventude pela Série C não agradou parte da torcida que compareceu ao Estádio Alfredo Jaconi. Principalmente no clássico CA-JU 267, que terminou sem gols na tarde do dia 1º de agosto, pelo fato de que o ponto somado deixou o alviverde na lanterna do Grupo D da Série C do Campeonato Brasileiro, com apenas 2 pontos. Sem jogar na rodada passada, o Criciúma do técnico Argel – que assistiu ao duelo caxiense das cadeiras do Jaconi – permaneceu líder, seguido de perto pelo Caxias, que folga neste final de semana. O Ju de Osmar Loss vai a Pelotas enfrentar o Brasil neste sábado, às 16h, no Estádio Bento Freitas. Um confronto considerado mais do que perigoso. Se retornar com uma vitória o time esmeraldino, que contará com o retorno do habilidoso meia Cristiano chegará aos 5 pontos, embolará a disputa pelas duas vagas à próxima fase da terceira divisão. Se empatar, precisará buscar os pontos que deixou de conquistar em Caxias do Sul no Esta-
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do vizinho, contra a Chapecoense, o quarto jogo do Ju na competição (dia 14). Mas, se perder, as críticas poderão aumentar, e o segundo turno passará a ser vital se a equipe quiser realizar o objetivo traçado desde o início do ano, que é disputar a Série B em 2011. Restam seis jogos do total de oito da fase classificatória, sendo que quatro deles serão fora do Jaconi – o segundo CAJU será em 29 de agosto. Mesmo com esse olhar atravessado para a tabela de jogos, o volante de origem e agora meia Gustavo, aposta na mesma estratégia para quando o Juventude jogar fora de casa: pressionar o adversário. “O Criciúma e o Caxias vieram aqui e jogaram forte, pois sabem que o Ju é um time perigoso, principalmente dentro do Jaconi. Agora, mesmo com o desfalque na defesa, temos o retorno do Cristiano para enfrentar o Brasil-Pe. Considero esse um jogo-chave, pois precisaremos conquistar pontos. Nossa meta é a classificação”, discursa o jovem, que permanece no Ju após o Parma não ter aceitado a oferta da direção do Ju. Na sua opinião, como aconteceu con-
Ordem é trabalhar para buscar resultado contra o Brasil, sábado, e se recuperar na tabela do Grupo D
tra o Caxias, o Juventude deve buscar o resultado desde o primeiro minuto da partida, pois, se perder ou empatar, permanecerá na lanterna do grupo. “Isso será muito ruim. Temos de evitar os contra-ataques”, avisa Gustavo, que atuou pela primeira vez como meia contra o Grêmio, no dia em que completou 18 anos, no último jogo do segundo turno do Gauchão deste ano – o tricolor venceu por 2 a 1, sendo que Gustavo marcou o gol papo. Em todo o momento da entrevista concedida ao O Caxiense na fria manhã de terça-feira a palavra “pressão” não foi mencionada pelo garoto. Entretanto, um dos jogadores mais experientes do grupo, o volante Tiago Silva, 31 anos, profissionalizado no Jaconi em 1998, mesmo ano que sagrou-se campeão gaúcho invicto, não hesita em citá-la quando comenta o desempenho do time nas duas primeiras rodadas do torneio nacional. “Todos sabem que não pontuamos o que pretendíamos. É fato que o desgaste psicológico pode atingir o grupo. Conversei com a gurizada depois do jogo contra o Caxias e hoje (terça, dia 3) novamente. Não temos que ficar desesperados, pois a
competição é dificílima e não dá margem para muitos erros”, pondera Tiago. O volante, que depois do Ju e do Palmeiras foi para o futebol europeu, atuou grande parte da carreira na Bulgária. Lá, tornou-se amigo do craque Hristo Stoichkov, ex-companheiro de Romário no Barcelona e hoje técnico. Para Tiago Silva, os dois times que seguirão adiante na Série C só serão conhecidos na última rodada da primeira fase, marcada para 19 de setembro – o Ju atuará fora, contra o Criciúma. “O momento é tenso, mas três pontos mudam toda a história. Temos, agora, é de manter a tranquilidade para colocar em prática tudo o que treinamos até aqui.” Sobre a estreia fora de casa, Tiago ressalta que a mesma aplicação apresentada no Jaconi irá prevalecer, pois os atletas estão unidos em busca de um objetivo: a classificação. “Vamos manter a regularidade e não deixar a pressão ou o estresse nos abalar. Temos de transformar em gols o bom trabalho que o treinador está fazendo”, prega Tiago Silva. No Juventude, o discurso do foco no trabalho está mantido. Só falta o resultado.
Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.
Renato Henrichs renato.henrichs@ocaxiense.com.br
Para obter o registro eleitoral, o candidato não poderá mais apenas apresentar suas contas referentes à campanha anterior. É necessário que essas contas tenham sido aprovadas. A decisão do Tribunal Superior Eleitoral, tomada esta semana, compromete de vez a candidatura do vereador Mauro Pereira (PMDB) a uma vaga na Câmara Federal.
Terra de ninguém
O PMDB caxiense não tem, por enquanto, um plano B, a se confirmar a impossibilidade da candidatura Mauro Pereira. Os secretários municipais não podem mais disputar as eleições deste ano. Os integrantes da bancada peemedebista na Câmara não parecem dispostos a concorrer. O ex-presidente Guerino Pisoni Neto também não. Restaria ao partido deixar o voto para deputado federal em aberto.
Não queremos radicalizar. Mas, se não sair acordo, podemos paralisar
Por sinal
A pesquisa CNT/Sensus, divulgada esta semana, revela que o tucano José Serra mantém vantagem sobre a petista Dilma Rousseff na disputa presidencial apenas no eleitorado da região Sul. Embora não existam detalhamentos, imagina-se que a vantagem de Serra inclui a região. Mesmo que Dilma tenha construído sua carreira política no Rio Grande do Sul.
Seis dias
Uma correspondência postada sexta-feira (30) na agência Lourdes dos Correios chegou ao seu destinatário, no centro da cidade, apenas na quinta-feira (5). Esse é um dos motivos pelos quais se fala tanto em crise na outrora eficiente estatal.
Não é conosco
A ida de Fernando Ribeiro à reuniãoalmoço da CIC, a fim de chamar a atenção aos problemas do transporte coletivo da cidade, até agora não surtiu efeito. Prefeitura e Câmara permanecem indiferentes ao apelo do diretor superintendente da Visate para que sejam revistos determinados temas, como o excesso de gratuidades (que representam 23% do valor atual da tarifa). Online | Em áudio, o colunista Renato Henrichs comenta o primeiro debate entre os presidenciáveis transmitido pela Band. Escute em www.ocaxiense.com.br
De passagem por Caxias, o presidente do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, João Pedro Stédile, abriu o voto para Dilma Rousseff. Há quem aposte que a diferença pró-Serra na cidade aumentou alguns pontos com as declarações do líder do MST. Aliás, é estranho que ninguém do PT tenha ido recepcioná-lo.
Presidente Marlonei dos Santos, do Sindicato dos Médicos, ao retomar a reivindicação à prefeitura de R$ 7,5 mil de salário base para a categoria
Cegueira política
O clima entre os pedetistas Alceu Barbosa Velho e Vinicius Ribeiro está o pior possível. Muitos receiam que os dois candidatos a deputado estadual acabem partindo para as vias de fato, o que seria lamentável e prejudicial a ambos.
Mensagem do candidato Alceu Barbosa Velho em seu twitter durante esta semana: “Então Flores da Cunha apoiava um só candidato? Que coisa! Faltar com a verdade não é legal. Pior cego é o que não quer ver!”
Para refletir
Na ótica de muitos peemedebistas caxienses, não apresentar nenhum candidato a deputado federal por Caxias do Sul seria no mínimo uma desmoralização para o partido – tradicional e forte em toda a Serra Gaúcha. Ou resultado direto da política do pinus elliottii, mantida há anos por algumas lideranças.
Pró-Dilma
Suplente Lírio
Diego Netto, Divulgação/O Caxiense
Apresentada e aprovada
Candidato escoteiro
Escotismo rende votos? O vereador Vinicius Ribeiro (PDT), candidato a deputado estadual em 3 de outubro, confia que sim. Afinal, quase 200 pessoas compareceram à Câmara de Vereadores, na noite de quinta-feira (5), em sessão solene que lembrou o centenário do Movimento Escoteiro do Brasil e do Movimento Escoteiro Bandeirantes Mundial, além dos 30 anos do Gru-
po Escoteiro Imigrante, 30 anos do Grupo Escoteiro Saint Hilaire, 30 anos do Núcleo Bandeirante Irmão Bonifácio e também pelos 25 anos do Grupo Escoteiro Baden Powell. A ideia da homenagem partiu de Vinicius, há 26 anos no movimento escoteiro. “Não imagino a mim, e nem a sociedade, sem os valores que integram o escotismo”, declarou na oportunidade.
Sexta-feira, 13
Na próxima sexta-feira (13) data em que comemora aniversário, será a vez de Alceu lançar oficialmente sua candidatura a uma cadeira na Assembleia Legislativa do Estado.
Com direito à presença dos mesmos convidados que participaram da festa realizada no sábado passado em torno de Vinicius Ribeiro. Convites foram expedidos.
Lição incompleta
As desavenças entre os dois candidatos pedetistas e o fato de o PT também sair dividido, com dois concorrentes a deputado estadual (Marisa Formolo e Marcos Daneluz), mostram que a lição imposta ao PMDB não serviu para inspirar outros partidos.
Os peemedebistas precisaram ficar uma legislatura sem mandato na Assembleia para aprender. Pela primeira vez, o PMDB caxiense colocou este ano apenas um candidato para a Assembleia (no caso, candidata: a primeira-dama Maria Helena Sartori).
Franco atirador
Sem muito a perder, o candidato Plínio de Arruda Sampaio (PSOL) roubou a cena no primeiro debate entre os presidenciáveis, exibido quintafeira pela Rede Bandeirantes. Mais do que Dilma Rousseff (PT), José Serra (PSDB) e Marina Silva (PV), rodeados por assessores e marqueteiros, Sampaio soube entender que o debate é, antes de qualquer outra coisa,
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um programa de TV, em que é preciso chamar a atenção de alguma forma. E ele conseguiu fazer isso com raro humor, ao defender a luta contra as desigualdades sociais como sua principal bandeira. Mas, é claro, os candidatos que lideram as pesquisas de opinião, Dilma Rousseff e José Serra centralizaram o foco.
O ex-governador Eduardo Braga (PMDB), candidato ao Senado pelo Amazonas, colocou a mulher como primeira suplente. Como segundo suplente, aparece o fundador da Videolar, Lírio Parisotto, que começou sua trajetória empresarial em Caxias do Sul. Segundo levantamento feito pela revista Época, Lírio é o terceiro candidato mais rico do País, com um patrimônio de R$ 616 milhões.
Ameaça sindical
A decisão pela legalidade da greve dos médicos da rede municipal de saúde, anunciada esta semana pelo Tribunal de Justiça do Estado, deu novo ânimo ao presidente do sindicato da categoria. Marlonei dos Santos voltou a ameaçar com nova paralisação dos profissionais que atuam nas unidades básicas de saúde. E a prefeitura, mais uma vez, se encolhe.
Só com aprovação
A Comissão de Desenvolvimento Urbano da Câmara vai debater, na próxima terça-feira, a situação do novo serviço de transfer no Aeroporto Municipal. Estimulados pelos taxistas que atuam no local, os vereadores concluíram que qualquer serviço de transporte no município deve ser autorizado pela Secretaria Municipal dos Transportes. Depois de realizada uma licitação específica.
Ato público
O compromisso firmado pelo candidato ao governo do Estado pelo PT, Tarso Genro, de rever o modelo atual de concessão das rodovias estaduais tão logo findem os atuais contratos, colocou seus adversários contra a parede. Eles deverão seguir o exemplo do ex-ministro da Justiça e atender a essa aspiração da sociedade gaúcha. Seguirão?
Exercício democrático
Ao decidir pela interinidade de Renato Oliveira (PC do B) na presidência, a Câmara Municipal deu demonstrações de grandeza e cumprimento das normas democráticas. Sem sobressaltos, conforme prevê o regimento interno da Casa, Renato exerce a presidência até o retorno do titular Moisés Paese (PDT), previsto para o dia 12. Paese está afastado do cargo para tratamento de saúde.
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