Edição 39

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TROCA NA AAPECAN Cabeleireiro que era tesoureiro virou presidente da entidade milionária

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Caxias do Sul, agosto de 2010 | Ano I, Edição 39 | R$ 2,50

CA-JU

André T. Susin/O Caxiense

Em um clássico histórico, o Caxias batalha para subir e o Juventude luta para não cair

já arrecadaram R$ 405 mil | O Caxiense entrevista: as ideias de Medina (PRP) e Montserrat (PV)

ser feliz no

Galerias: pioneiras do consumo resistem ao avanço dos shoppings | 1ª parcela: candidatos locais

só um pode


Índice

www.OCAXIENSE.com.br

As notícias que foram destaque no site

Roberto Hunoff | 4

Quem diz que Caxias abriu mão dos turistas ao se tornar industrial? O governo federal

Troca de turno | 5

O vigilante Emilio, do Paraná, cede lugar ao cabeleireiro Modesto, de Caxias, na presidência da Aapecan

RAÍZES DA AAPECAN

Metade da diretoria mora no Paraná, onde o atual supervisor de RH responde por estelionato |S21 |D22 |S23 |T24 |Q25 |Q26 |S27

Caxias do Sul, agosto de 2010 | Ano I, Edição 38 | R$ 2,50 André T. Susin/O Caxiense

Vera Damian, Divulgação/O Caxiense

A Semana | 3

UM DRAMA EM CARTAZ

Uma histórica tragédia caxiense preocupa os personagens do teatro local: a plateia reclama da escassez de atrações nas agendas; os artistas repetem as falas da falta de espaço e de incentivo; os administradores das casas de espetáculos fazem coro. A casa vazia, porém, é cena rara na cidade

Parabenizo a equipe de O Caxiense pela ótima nova capa, e por desvendar os verdadeiros objetivos da Aapecan! Bravo! Franciele Becher

Renato Henrichs: coquetel pode causar indigestão eleitoral em Alceu e Kalil | Caxias, o filme: retrato de uma cidade contraditória

Período fecundo | 6

Documentário sobre o Cio da Terra conta uma história de luta por liberdade em Caxias do Sul

@jczulian Parabéns ao pessoal do @ocaxiense pela cobertura dessa história por trás da Aapecan. #edição38 André T. Susin/O Caxiense

Mutualismo econômico | 7 Ancestrais dos shopping centers, galerias comerciais persistem com variedade de serviços

Dinheiro na urna | 10

Arrecadação das campanhas começa devagar – e com problemas nas prestações

O Caxiense entrevista | 11

O major Medina, candidato do PRP, quer extinguir a Secretaria de Segurança

@heitor245 Há anos pagamos a Aapecan pensando que ajudávamos os necessitados. Vou correndo atrás dessa edição de O Caxiense. #edição38 @BetaMattana Se não fosse o JORNALISMO COMPETENTE do @ocaxiense, será que ficaríamos sabendo da maracutaia da Aapecan? #edição38 @danieldalsoto Mais uma vez, parabéns, @ocaxiense Uma grande reportagem e capa. Vale destacar a entrevista com o Julio Flores do PSTU. #edição38

Galeria acústica | 13

Lindonês pinta Blues Jazz Dance ao vivo

O Caxiense entrevista | 14

Montserrat, do PV, pede votos no 1º turno – e que se escolha o “menos pior” no 2º

@_Carlane Obrigada pela boa leitura que vocês proporcionam para nós. Fiquei com vontade de ler a #edição38, pois as fotos da capa estão show!

Guia de Cultura | 16

Colete vermelho infantil e ofício do escritor anônimo nas telas

@andrepelinser É que os médicos já ganham pouco, né. O operário nem consegue pagar a consulta, os médicos acham pouco pra comprar suas BMWs. #grevedosmédicos

Artes | 18

Equívocos libertadores na poesia e uma falha poética na pintura

Clássico dos clássicos | 19

No Site

O CA-JU histórico deve decidir o futuro da dupla

Estacionamento pago no Iguatemi | O Iguatemi teve 10 anos para implantar o estacionamento pago, vão fazer justamente quando será aberto o San Pelegrino. Parece que não é o momento mais adequado. Isto poderá aumentar o fluxo para o concorrente e tirar o único diferencial que tinham. Rodrigo Collaro

Guia de Esportes | 22

No futebol amador, campeonatos chegam às fases finais

Renato Henrichs | 23

Jobim reconvoca o general De Nardi. E Dilma poderá chamar José Martins

Expediente

Redação: André Tiago Susin, Camila Cardoso Boff, Cíntia Hecher, Fabiano Provin, Felipe Boff (editor), José Eduardo Coutelle, Luciana Lain, Marcelo Aramis (editor assistente), Marcelo Mugnol, Paula Sperb (editora), Renato Henrichs, Roberto Hunoff, Robin Siteneski e Valquíria Vita Comercial: Leandro Trintinaglia e Cláudia Pahl Circulação/Assinaturas: Tatyany Rodrigues de Oliveira Administrativo: Luiz Antônio Boff Impressão: Correio do Povo

Assine

Para assinar, acesse www.ocaxiense.com.br/assinaturas, ligue 3027-5538 (de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h30 às 18h) ou mande um e-mail para assine@ocaxiense.com.br. Trimestral: R$ 30 | Semestral: R$ 60 | Anual: 2x de R$ 60 ou 1x de R$ 120 Jornal O Caxiense Ltda. Rua Os 18 do Forte, 422, sala 1 | Lourdes | Caxias do Sul | 95020-471 Fone 3027-5538 | E-mail ocaxiense@ocaxiense.com.br www.ocaxiense.com.br

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O Caxiense

28 de agosto a 3 de setembro de 2010

Financiarte perde R$ 700 mil| E o que vão fazer com essa verba? Vai ser inserida no cenário da “capital da cultura” ano que vem ou vai ficar perdida? Vivi Rasia Cardoso Greve dos Médicos | Absurdo. Fazem greve toda hora, não se importam com o povo doente nas filas, querem R$ 15 mil para trabalhar 4 horas. Cristhine Spido Basso Erramos | Diferentemente do publicado na página 15 da edição 38 (A fé que edifica), 2,5 mil famílias, e não pessoas, receberam alimento com o dinheiro das doações de Brasil e França a Béraud, comunidade do Haiti. Resposta | Solicitamos que a leitora Patricia Nabinger entre em contato conosco pelo telefone 115, pois não temos registro da sua reclamação e ela não é usuária. Para que possamos averiguar o ocorrido, precisamos do endereço da obra. Marcus Vinicius Caberlon Diretor-Presidente do Samae

Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.


Maicon Damasceno/O Caxiense

paula.sperb@ocaxiense.com.br

Maicon Damasceno/O Caxiense

Divulgação/O Caxiense

editado por Paula Sperb

A Semana

Iguatemi terá estacionamento pago neste ano e reformas na arquitetura em 2011; 1 quilômetro de distância entre postos na área central; mais bancos preferenciais nos ônibus

SEGUNDA | 23 de agosto Shopping Iguatemi

Estacionamento pago

Conforme O Caxiense antecipou na sua versão online, o Shopping Iguatemi Caxias vai cobrar pelo estacionamento ainda neste ano. A previsão é que a cobrança comece a ser feita em outubro. Comenta-se, que o valor deve ser entre R$ 3 e R$ 4,50. Outra alteração importante é o início do processo de transição na superintendência. Nos próximos meses, Julio Duso participará da procura por um novo executivo para o cargo. “É uma decisão madura, de longa data, que eu tomei com muita calma. Mas eu continuo no shopping nos próximos meses, assumindo um papel de fazer a transição em busca de um novo superintendente”, diz Duso.

Cultura

Apenas 8 inscritos para verba de R$ 1,8 milhão

postos do Anel Central, onde hoje se concentra a maior quantidade de estabelecimentos desse ramo na cidade. Assim que o projeto chegar na prefeitura, o prefeito tem até 15 dias úteis para sancioná-lo ou não.

Greve dos médicos

QUARTA | 25 de agosto

Município tentará impedir paralisação na Justiça Os médicos do município querem um aumento de 240% e confirmam greve para a próxima segundafeira (30). O Município recorreu, na sexta-feira (27), da decisão judicial que permitiu que os médicos retomassem a greve interrompida em abril. Segundo o procurador-geral, Lauri Romário Silva, os médicos não podem retomar a paralisação até o julgamento do recurso da prefeitura.

TERÇA | 24 de agosto Postos de gasolina

Distância de 1 quilômetro Se a lei aprovada na Câmara de Vereadores (17) for sancionada pelo prefeito José Ivo Sartori, os postos de combustível deverão respeitar distância de 1 quilômetro entre os

Cultura

Financiarte sem R$ 700 mil

Os cerca de R$ 700 mil que sobraram do Financiarte voltarão para o caixa geral do Município. Um segundo edital, que seria lançado ainda em julho para disponibilizar a verba excedente às produções culturais, não será viabilizado a tempo, conforme o secretário da Cultura, Antonio Feldmann. A devolução dos recursos se deve à legislação atual, que prevê apenas um edital por ano para o Financiarte. Para alterá-la, a prefeitura enviou à Câmara um projeto, que foi aprovado na sessão de quinta (26).

QUINTA | 26 de agosto Visate

Mais assentos preferenciais Será ampliado de quatro para seis o

número de assentos preferenciais nos ônibus urbanos de Caxias do Sul. Um projeto de lei de autoria do vereador Gustavo Toigo (PDT) e sancionado pelo prefeito José Ivo Sartori (PMDB) definiu que a Visate deve implementar a mudança na reserva dos bancos para idosos, gestantes, lactantes ou mulheres acompanhadas por crianças de colo, pessoas obesas e portadores de deficiência. A Visate tem até 12 de outubro para se adaptar.

SEXTA | 27 de agosto Saúde

Sindiserv também faz greve

Segunda-feira (30), no mesmo dia em que o Sindicato dos Médicos iniciará uma nova greve que reivindica 240% de aumento, o Sindicato dos Servidores Municipais (Sindiserv) iniciará uma paralisação na área da saúde. O presidente do Sindiserv, João Dorlan da Silva, explica que a ideia é paralisar parcialmente, enquanto o Sindicato conversa com os servidores na secretaria e Unidades Básicas de Saúde (UBSs). O Sindiserv reivindica aumento real de 8,9%, e rejeitou a primeira proposta da prefeitura, de 2,4%, feita no dia 18. Mais paralisações devem ser feitas.

Apoio: O Caxiense

Depois da baixa procura pelo Prêmio de Incentivo à Montagem Teatral (apenas 4 inscritos para R$ 60 mil), mais uma excelente iniciativa não recebe respaldo da comunidade cultural. Oito projetos foram inscritos

para se tornarem Pontos de Cultura em Caxias do Sul. A iniciativa para descentralizar a cultura na cidade conta com verba do Ministério da Cultura de R$ 1,2 milhão e de contrapartida da prefeitura de R$ 600 mil, totalizando R$ 1,8 milhão.

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28 de agosto a 3 de setembro de 2010

O Caxiense

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Roberto Hunoff roberto.hunoff@ocaxiense.com.br

O empresário José Antônio Fernandes Martins, integrante do Conselho de Administração da Marcopolo, foi feliz em sua definição sobre o Aeroporto Hugo Cantergiani. Afirmou tratar-se de algo virtual, que existe, mas não funciona. A observação foi feita na reunião-almoço da CIC de Caxias do Sul desta semana na presença do secretário adjunto da Secretaria Estadual Extraordinária da Copa, Luiz Fernando Krieger, que veio falar sobre as ações para preparar o Estado para a competição. Para ele, a cidade reúne todas as condições de ser campo base por sua gastronomia, hotelaria e infraestrutura. Faltou lembrar que a Copa se dará em julho, em pleno inverno serrano, quando a neblina é uma constante. Por isso, além de ampliar e modernizar a parte física do aeroporto, é imprescindível que se invista em equipamentos. Dá para imaginar uma seleção precisando ir jogar em São Paulo e o aeroporto de Caxias fechado?

Turismo de Caxias ficou no passado

O diretor do Ministério do Turismo, Ricardo Martini Moech, despejou um latão de água gelada nas lideranças empresariais e políticas que defendem investimentos para a promoção turística da cidade. Durante exposição no 22º Fórum de Administração, sustentou que Caxias tinha, em função de suas cantinas, potencial de turismo até a década de 70, quando optou pela industrialização. Por conta disso, abriu espaços hoje ocupados por Bento Gonçalves, que explora a vertente vitivinícola, e Gramado, por sua rede hoteleira e gastronômica. Essa foi, segundo ele, a razão para que os dois municípios tenham sido eleitos para integrar a lista de 65 destinos de turismo que estão sendo promovidos pelo Ministério, com repasses signi-

ficativos de recursos, e Caxias não. Moech afirmou – dirigindo-se ao secretário municipal de Turismo, Jaison Barbosa, que o questionara sobre essa conduta –, que a cidade ainda assim se beneficia por estar na rota dos visitantes de Gramado e Bento. Muitos deverão se questionar: para que tanto esforço para trazer feiras, eventos de negócios, congressos e turistas se o Ministério do Turismo sacramentou que a cidade não tem esse potencial por ser industrial? É de se perguntar qual a cidade mais industrializada do país e, ao mesmo tempo, a que recebe um dos maiores números de visitantes no Brasil por dia com a realização de feiras? Vamos ajudar: São Paulo. Está provado que uma condição não exclui a outra. Cleiton Thiele, Divulgação/O Caxiense

Contra o fumo

A Agrale desenvolveu a cartilha denominada Respire Melhor direcionada aos filhos dos colaboradores com idades de sete a 16 anos. A iniciativa, que integrou a programação do Dia de Combate ao Fumo, realizado em 29 de agosto, objetiva conscientizar sobre os perigos do cigarro à saúde. O material traz informações, jogos, desenhos e curiosidades que despertam para o tema.

Mês da Cultura

O ministro da Cultura, João Luiz Silva Ferreira, será o palestrante da reunião-almoço de segunda-feira (30) da CIC de Caxias do Sul. Sua presença marcará o lançamento oficial da segunda edição do Mês da Cultura, organizada pela entidade com o objetivo de integrar expressões artísticas e valorizar talentos. No evento também ocorrerá a entrega do Troféu Empresa Amiga da Cultura, uma iniciativa da Secretaria Municipal da Cultura. Até o final de setembro haverá atividades diversas na CIC e em outros espaços públicos.

Ação educativa

O projeto Caravana RGE – Educando para a Eficiência promove, de 30 de agosto a 2 de setembro, ação interativa educativa em Caxias do Sul. Na segunda-feira (30) será na escola Padre João Schiavo, em Fazenda Souza, e na terça e quartafeira no Parque da Festa da Uva para alunos das escolas de ensino fundamental do município. Os participantes serão orientados para o consumo responsável e utilização segura da energia elétrica a partir de ações que podem fazer a diferença na vida dos cidadãos. Dentre elas, apagar a lâmpada ao sair do ambiente, diminuir o tempo no banho ou programar o desligamento da televisão antes de pegar no sono.

Bem à frente...

Enquanto aqui na Região dos Vinhedos se faz pesquisa para saber se é viável reativar o transporte ferroviário, em Gramado a situação está praticamente definida. O colunista Miron Neto, em seu site, revela que o formato do projeto do Trem Regional do Sapato deverá estar concluído até o final do ano. A iniciativa de um empreendedor criará um roteiro por Canela, Gramado, Três Coras e Igrejinha, cidade onde será construído um centro comercial com 50 lojas de calçados a preços de fábrica. Nada melhor do que ter iniciativa e criatividade!

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O Caxiense

28 de agosto a 3 de setembro de 2010

Contundência

Na segunda noite do Fórum de Administração, realizado na semana que passou pela Associação dos Administradores da Região Nordeste do Estado, o presidente da CIC, Milton Corlatti, não se conteve e desabafou. Sem exceção, todos os palestrantes apontaram a cidade como a que reúne as melhores condições no estado de ser campo base, desde que se resolvam algumas questões, especialmente transporte aéreo e rodoviário. Corlatti foi contundente. Para ele, Caxias está ilhada no alto da Serra e seu desenvol-

vimento barrado por interesses políticos. Lembrou que os estudos sobre o aeroporto estão prontos há muito tempo, mas falta a decisão política. “Está na hora desta gente parar de brincar conosco”, resumiu. Infelizmente, por compromissos profissionais, Corlatti não pôde fazer esta cobrança à agora também candidata à reeleição Yeda Crusius, que expôs seu plano para um eventual segundo governo em reunião-jantar extraordinária da CIC na noite de sexta-feira (27), ajustada para atender à agenda da governadora.

Curtas A Seção Caxias do Sul da Sociedade de Engenheiros da Mobilidade promove na terça-feira (31) palestra com Mauro Ekman Simões, gerente executivo da MAN Latin America. Ele falará sobre os mecanismos adotados pela montadora para captar os sinais do mercado que mostram as necessidades do consumidor de caminhões. Destinado a associados e público em geral, o encontro ocorrerá a partir das 19h30 na Sala Florense da UCS.

par áreas na Incubadora Empresarial. Podem se candidatas organizações com até dois anos de existência. Atualmente o prédio de 450 m² abriga oito módulos.

Intermediação

A Ferrer & Marcon Negócios Imobiliários é a mais nova empresa do segmento de compra e venda de imóveis. Comandada por Francisco Ferrer e Elvo Marcon Jr., a empresa aposta na adoção de um projeto inovador, com vendas personalizadas e produtos diferenciados.

Degustação

Os vinhos premiados no XIII Concurso dos Melhores Vinhos de Caxias do Sul poderão ser degustados na segunda-feira (30), à noite, em coquetel na CIC. A iniciativa, que encerra as atividades do concurso, é da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Das 229 amostras inscritas por 55 cantinas, 67 foram premiadas.

Moda ousada

O Prataviera Shopping inclui mais uma novidade em seu mix de lojas. Comandada pela empresária Liliane Farias, a Sexy Secret oferecerá moda feminina ousada, especialmente peças mais elaboradas.

Moda infantil

As empreendedoras Gabriela Vieira e Fernanda Tomassoni Moreira inauguram terça-feira (31) a Yellowfante Baby, loja especializada em artigos para crianças de até dois anos. Localizada na Rua Os 18 do Forte, o espaço de 250 m² oferecerá roupas, acessórios, móveis e artigos para puericultura, entre outros itens. Também haverá área exclusiva para a realização de chás de fraldas.

Reformulação

A Agência Orca foi a responsável pelo desenvolvimento da nova identidade visual da marca do Havana Café. A mudança consolida o “H” como elemento gráfico diferenciado, agora sintetizado em um brasão de formas mais delicadas e contemporâneas. Segundo Douglas Tessari, diretor da agência, a marca sintetiza os três principais elementos do público e o ambiente da casa noturna: luxo, moda e sensualidade.

O administrador e professor Gabriel Sperandio Milan receberá do Conselho Regional de Administração do Rio Grande do Sul o Prêmio Mérito em Administração no Setor Ensino. A indicação partiu da Associação dos Administradores da Região Nordeste A Prefeitura de Caxias do Sul do Estado do Rio Grande do Sul. A cerecebe até segunda-feira (30) inscri- rimônia de entrega ocorrerá na sextações de empresas interessadas em ocu- feira (3), em Porto Alegre.

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Divulgação/O Caxiense

Aeroporto virtual


André T. Susin/O Caxiense

Lucro filantrópico

O presidente,

pelo menos,

é modesto A bem-sucedida Aapecan, que arrecadou mais de R$ 7,7 milhões em 2009, agora é presidida por um humilde cabeleireiro

O cabeleireiro Modesto Alvanir Paz, 61 anos, teve câncer em 2007: “Estava no fundo do poço e a Aapecan me resgatou”

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por GRAZIELA ANDREATTA om o rádio ligado – de preferência numa emissora que toque música – e a tesoura em mãos, Modesto Alvanir Paz, 61 anos, se realiza. É cabeleireiro conhecido na cidade. Está no ramo há mais de 40 anos e coleciona alguns orgulhos. Cortou o cabelo de soldados e oficiais do exército por 29 anos e há mais de 30 atende sua clientela no mesmo lugar, uma das salas da Galeria São Pelegrino. “Olha que teve gente que passou pelas minhas mãos”, diz, satisfeito. Modesto aparenta ser exatamente como seu nome descreve: um homem de origem simples, que herdou o ofício do pai, em Cachoeira do Sul, quando tinha ainda 14 anos. “Depois que aprendi a cortar cabelo não me imaginei mais querendo fazer outra coisa da minha vida. Tem gente que pergunta se eu não enjoo de fazer a mesma coisa há tanto tempo. E eu respondo: até agora, não.” Veste-se com roupa alinhada, de preferência camisa, mantém o cabelo e o bigode impecáveis e diz não fazer questão de luxos. Com a mesma humildade que fala do trabalho ele relaciona os motivos que o levaram a assumir a presidência da Associação de Apoio a Pessoas com Câncer (Aapecan) de Caxias. Modesto foi conduzido ao cargo em uma reunião extraordinária realizada na sede da entidade, no bairro Universitário, na segunda-feira (23), quando também foram trocados todos os outros membros da diretoria. Até a semana anterior, Modesto era o tesoureiro da Aapecan, cargo que ocupou por apenas três meses. Antes dele, o posto era da manicure Viviani Salete da Silva Correa, que resolveu deixar a entidade. Viviani não quis dar detalhes, mas disse que entre as razões

da sua saída estava o entendimento de que não tinha preparo suficiente para o trabalho que executava. “A entidade movimentava muito dinheiro e era eu quem assinava os cheques. Mas não entendo de contabilidade e me preocupei com isso. Por isso, pedi para ser substituída”, justifica a manicure. Modesto diz que não teve tempo de conhecer a função, porque no período em que a ocupou a tesouraria não precisou executar nenhuma tarefa. E antes que pudesse ficar por dentro de qualquer atividade da área financeira foi promovido a presidente. O cabeleireiro assumiu o posto do vigilante noturno Emilio de Oliveira, que mora em Jacarezinho, interior do Paraná. Emilio acompanhava de longe a associação que presidia, junto com a mulher, Maria Ivonete Medeiros, que era secretária da diretoria da instituição – apesar de também viver a 880 quilômetros de Caxias do Sul. A exemplo dos dois ex-dirigentes paranaenses, Modesto também não sabe muita coisa sobre a Aapecan. O novo presidente admite que não conhece a fundo a entidade e que ignora as situações e números revelados pelo jornal O Caxiense nas últimas edições. Para o cabeleireiro, sua função é apenas retribuir a ajuda que recebeu. “Eu tive um câncer de pulmão em 2007 e entrei em depressão profunda. Estava no fundo do poço e a Aapecan me resgatou. Minha família foi até a entidade falar de mim e eles foram à minha casa e ajudaram a me reerguer.” Modesto afirma, por exemplo, que não tem ideia da arrecadação da entidade no Estado. Segundo levantamento d’O Caxiense feito com os balanços publicados em jornais, a Aapecan arrecadou R$ 7.758.464,51 em 2009 na matriz e em cinco de suas filiais. Desse total, apenas R$ 2.675.454,30, aproximadamente 1/3, teriam sido aplicados

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em filantropia. o cabeleireiro, tudo que ele sabia soModesto também diz não saber bre a entidade era na condição de quem são os principais funcionários da beneficiário. “Não posso te dar mais associação. Um deles é Cláudio Ciusz, informações sobre a Aapecan porque supervisor de Recursos Humanos da desconheço. Se você quiser saber mais Aapecan, que chegou a ser preso pela coisas, vai ter que perguntar ao Paulo.” Polícia Civil do Paraná e, mais tarde, Além de Modesto, compõem a nova denunciado pelo Midiretoria Marli Larannistério Público, em di, como vice-presi2006. Ciusz é acusado “Conversamos dente, Euclides Jacinto de integrar um esque- e achei melhor Appio, tesoureiro, e ma que desviou pelo sair”, diz o vigia Vera Brandão, secretámenos R$ 30 milhões ria. Diferentemente da de duas organizações noturno Emilio composição anterior, não governamentais de Oliveira, que tinha metade dos (ONGs) que atuavam que presidia a membros no Paraná, no auxílio a pessoas entidade mesmo o cabeleireiro garante com câncer no Paraná. que todas essas pessoas Apesar disso, Mo- morando a moram em Caxias, são desto diz que não está 880 km de Caxias portadores de algum muito preocupado, tipo de câncer e recebeporque quem contiram ajuda da entidade. nuará conduzindo o negócio será seu Teria sido isso que motivou a troca? fundador e diretor-executivo, Paulo Si- Modesto também diz não saber. De queira Vasques. “É ele quem preside o acordo com o estatuto da Aapecan, Conselho Administrativo. Então, tem as eleições devem ocorrer a cada quaresponsabilidades que não assumo”, tro anos. Como a entidade tem cinco diz o cabeleireiro. anos, deduz-se que o grupo liderado por Emilio a distância – note-se, granModesto garante que não de distância – teria ainda cerca de três sabe de problemas ou desconfianças a anos pela frente. respeito do modo como a associação utiliza o dinheiro que arrecada com O vigilante noturno Emilio, doações da comunidade. Segundo que deixou o cargo antes do previsto, ele, tudo que ouviu foram boatos, que também não quer falar sobre a Aapeele prefere ignorar, porque nunca viu can. Ele atendeu O Caxiense por tenada. “Eu não vi nada com meus olhos. lefone, mas a conversa durou menos O que não se vê, não se escreve. E eu de dois minutos. O ex-presidente disse não escrevo aquilo que não vejo.” que a pessoa mais indicada para dar Até quarta-feira (25), ele também entrevista seria, também, Paulo Vasnão havia lido nenhuma das reporta- ques. “Nós conversamos e achei megens d’O Caxiense sobre a entidade da lhor sair”, foi a única e breve explicação qual assumiu a presidência. O contato de Emilio. Vasques, como em todas as feito pela repórter, porém, o deixou in- últimas vezes em que foi procurado trigado. “Me causou preocupação de- pelo jornal, preferiu não se manifestar. pois que falei com você. Até então não Não quer mais comentar o impressioera sabedor de vários fatos.” nante sucesso financeiro da Aapecan. Até pouco tempo atrás, conforme Seria por modéstia? 28 de agosto a 3 de setembro de 2010

O Caxiense

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Fotos: Vera Damian, Divulgação/O Caxiense

Festival nos Pavilhões

Com uma máquina fotográfica e dois rolos de filmes, a jornalista Vera Damian registrou o histórico encontro organizado pelo movimento estudantil

TerrA fértil

para o cinema

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por CÍNTIA HECHER cintia.hecher@ocaxiense.com.br

olos de Super-8, o formato cinematográfico mais em voga no final dos anos 70 e início dos 80, registravam um evento histórico realizado nos Pavilhões da Festa da Uva em outubro de 1982. O Cio da Terra, encontro organizado pelo movimento estudantil, reuniu 15 mil pessoas em torno de debates e manifestações artísticas. Os responsáveis pelos registros foram Jair Torelly e Mário Nascimento, ambos falecidos. Essa filmagem original virou um documentário longa-metragem que ficou em cartaz no circuito alternativo de cinema da capital gaúcha da época. Quem foi atrás destes registros foi o professor e pesquisador da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), Glênio Póvoas. O professor conseguiu os originais com a mãe de Torelly para transformá-los em vídeo. Depois da morte do filho, ela guardou os rolos, juntamente com outros pertences. Quem realizou a telecinagem do Super-8, processo que reverte película em vídeo, foi o cineas-

O Caxiense

ta porto-alegrense Cacá Nazário, por meio do Fundo Pró-Arte, lei de captação de Porto Alegre. Na sexta-feira (20), o Santander Cultural, em Porto Alegre, sediou a pré-estreia do filme Cio da Terra, dirigido por Cacá e apreciado, segundo ele, por uma plateia lotada. “Umas 40 ou 50 pessoas ficaram do lado de fora, sem poder entrar”, afirma. São mais de 80 minutos de material “bruto”. Entre aspas, porque já era editado, mas foi utilizado por Cacá como pano de fundo para diversos depoimentos de participantes do Cio da Terra. “Obtive um discurso contemporâneo e não saudosista”, explica Cacá. Para o diretor, a importância do Cio foi a de “irradiar discussão sobre ecologia, sexualidade, corpo e política”. A política foi o diferencial do evento, fato que faz Cacá divergir de quem chama o Cio da Terra de Woodstock caxiense. “A relação estética com Woodstock é grande, mas não de conteúdo. Existia vanguarda cultural. Woodstock foi somente um festival de música.” Na época, ditadura correndo

28 de agosto a 3 de setembro de 2010

Três dias de paz, amor e política, na primavera de 1982, são relembrados pelo documentário Cio da Terra

solta, Caxias foi invadida por bandos para trazer Cio da Terra para Caxias, de cabeludos e de roupas largas. “Foi na mesma época em que o festival foi em Caxias, mas podia ser em outro lu- realizado há 28 anos, nos dias 29, 30 e 31 de outubro. O grupo que organizou gar”, admite Cacá. A captação de recursos, por meio a comemoração dos 25 anos do Cio se de lei de incentivo, obteve R$ 50 mil. prepara para trazer o documentário, O Banrisul investiu mais R$ 30 mil, de acordo com a jornalista Vera Damian, uma das envolvium valor não muito das. Para Vera, “a cidaalto para o cinema. “A imagem do Super-8 “A cidade não de não entendeu muito tem peso grande, tem entendeu muito o que estava acontecentextura. É o filme den- o que estava do e precisou de uns tro do filme, é meta20 anos para assimilar linguístico”, explica o acontecendo e que não foi aquilo que diretor. Na próxima precisou de uns quiseram entender na semana, o documen- 20 anos para época.” tário entrará em cartaz assimilar”, conta Três dias de paz, na sala de cinema P. amor e política deseF. Gastal, da Usina do a jornalista nharam uma Caxias Gasômetro, em Porto Vera Damian diferente do que seria Alegre. Será apresentasem a efervescência e a ânsia de liberdade do do sempre às 19h, dos dias 1 a 5 e de 7 a 12 de setembro, no Cio da Terra. Para Vera, o resultado foi dia 4 haverá um debate. Os nomes dos além. “Bom é ver que quem participou debatedores ainda não estão confirma- traz tatuado na pele esta experiência dos, mas fortes candidatos são o histo- multicultural, que acabou interferindo riador Eduardo Bueno, o Peninha, e o inclusive no futuro profissional daqueles guris e gurias, hoje quarentões e cineasta Giba Assis Brasil. Um evento está sendo planejado cinquentões.”

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Simbiose comercial

Antigas vias comerciais de Caxias do Sul sobrevivem graças à segmentação dos produtos e serviços e à fidelidade dos clientes Salões de beleza convivem lado a lado na Galeria Central, uma das mais antigas

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André T. Susin/O Caxiense

A fama das galerias

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por RODRIGO LOPES ara chegar à loja de roupas onde trabalha, a comerciante Olga Montes Vedana, 35 anos, cruza diariamente o Centro Comercial São Pelegrino. Para quem não associa o nome ao lugar, trata-se da galeria que interliga a Avenida Júlio de Castilhos e a Rua Pinheiro Machado, entre a Feijó Júnior e a Coronel Flores. Além de servir de passagem, é lá dentro que Olga costuma cortar o cabelo e pintar as unhas. Nesse local, a comerciante também almoça, faz lanches rápidos durante os intervalos, leva casacos para pequenos consertos em um atelier de costura e acessa emails em um cyber café. Compra fumos aromáticos para narguilé em uma tradicional tabacaria e já adquiriu até um chapéu estilo panamá para o namorado em outra loja ícone da galeria, a Casa Londres (tema de uma reportagem de O Caxiense). Traduzindo: o local está intrinsecamente ligado ao cotidiano não apenas de quem trabalha lá mas de grande parte dos transeuntes do bairro. Dessa breve descrição vem um resumo do que o consumidor de rua tem à disposição em outras galerias tradicionais da cidade, como a São Pelegrino, a Jotacê, a Müller Martinato, a Fonini, a Central, a Galeria do Comércio e a Galeria Florida, entre tantas outras mais recentes. A diversidade de produtos e serviços costuma ser mais abrangente do que em muitos shoppings e centros comerciais, o espaço é mais democrático, os preços são competitivos (tanto para consumidores como para locatários) e, em comparação com os outros comércios de rua, trata-se de um espaço mais seguro. Símbolos de modernidade até meados dos anos 80, as galerias sobrevivem ao avanço dos shoppings, ao envelhecimento do Centro e à mudança verificada no comportamento de certas faixas de consumidores ao longo das últimas quatro décadas. O que não muda é a fidelidade de quem, assim como Olga, transita diariamente por esses corredores que cortam boa parte das ruas centrais de Caxias do Sul. “Já conheço todo mundo, eles me chamam pelo nome. Se não tivessem todos esses serviços e lojas ficaria meio órfã aqui”, argumenta. A partir da década de 90, com a chegada do conceito de shopping center a Caxias do Sul (o Prataviera abriu as portas em 1993, o Iguatemi, em 1996, o Martcenter, em 1997, e o San Pelegrino debuta em 30 de setembro próximo), alardeou-se o grande impacto que seria sentido pelo comércio tradicional de rua, incluindo aí as primeiras galerias da cidade – no início daquela década, elas já somavam três décadas de serviços prestados à população. Algo que não se concretizou de forma tão imediata, mas gradualmente, acompanhando tendências visíveis em qualquer grande centro urbano. Para o presidente do Sindicato dos Dirigentes Lojistas de Caxias do Sul (Sindilojas), Ivanir Gasparin, os shoppings nem chegaram a afetar significativamente as galerias, pois os perfis de um e outro são completamente diferentes. “Os estabelecimentos localizados em galerias são geralmente peque-

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que vale a pena sair daqui?”, questiona. Esse pensamento vai ao encontro do que afirma a economista e professora da Universidade de Caxias do Sul Maria Carolina Rosa Gullo. Segundo ela, algumas galerias da cidade figuram como guetos especializados em determinados produtos e serviços. “Aquelas que conseguem um nicho de mercado ou oferecem serviços que não são encontrados em shoppings tendem a sobreviver nessa nova realidade comercial”, aponta.

recorda Saule. Deixando de lado o nome de batismo, algumas galerias são lembradas por lojas e serviços que marcaram o passado recente da cidade. Para quem consumiu vinis e CD´s entre os anos 80 e meados dos anos 90, a Müller Martinato será sempre a Galeria da Piff Discos. A Fonini, no formato “L” e interligando a Sinimbu com a Dr. Montaury, ficou associada à locadora de vídeo Cinema Mudo, ainda quando as fitas de VHS dominavam as prateleiras. Já a Galeria Jotacê é lembrada Quase três décadas de atuação dos principalmente por quatro ícones: a Pezzi na Galeria Central fidelizaram extinta Discoteka Elpídio (também clientes, estreitaram laços com comer- tema de uma recente reportagem de O ciantes vizinhos, acompanharam até o Caxiense), a antiga sede da Câmara de crescimento de filhos de Vereadores de Caxias frequentadores do sado Sul, o Cine Impelão. Marcos de Oliveira, “Há uma clientela rial e o laboratório do 23 anos, visita regular- muito fiel. Círculo Operário Camente o Sansão há 22. xiense – não por acaAlgumas Era levado pelos pais, so, muitos passantes José Marcos Panassol tornaram-se chamam-na até hoje de Oliveira e Laudete segmentadas, de Galeria do Círculo. Pires da Silveira, para com serviços, Falando em nomes, cortar “as pontas” deso Centro Comercial como salões e de que tinha um ano. São Pelegrino poderia “O único que mexe no barbearias”, ser identificado como meu cabelo é o Saule”, diz Gasparin a Galeria dos Cabeleiargumenta Oliveira. O reiros. São 19 no total, analista de suprimentos batendo o número da já “experimentou todos os tipos de cor- Central (11). Só não leva a alcunha por te: curto, comprido, moicano, rapado, completo graças a presença de outros mas nunca “traiu” o Sansão. Aliás, só estabelecimentos. “Galeria é um espanão tira a barba no salão porque Saule ço democrático, tem espaço para tudo não faz. A opção, daí, é o Salão Cen- e todos”, argumenta Olga. tral. Obviamente, em outra galeria: a Já a criação, construção e consolido Comércio, entre a Júlio de Casti- dação da Galeria Müller Martinato, lhos e a Pinheiro Machado, defronte ligando a Avenida Júlio de Castilhos à Praça Dante Alighieri. É lá que en- e a Rua Sinimbu, entre a Marquês do contramos mais uma penca de salões Herval e a Borges de Medeiros, está de beleza, cabeleireiros, barbeiros e diretamente ligada à trajetória de Aldo manicures, lancherias, lan houses, sor- Martinato, 84 anos. O empresário apoveterias, relojoarias e lojas de bijuterias sentado é proprietário de exatamente e acessórios. Aliás, em função da loca- metade dela, a que vai da Av. Júlio até o lização, muitos costumam confundir a primeiro lance de escadarias – a outra, Galeria do Comércio com a Central. que desemboca na Sinimbu, pertence a “Já marcamos horário no Sansão e al- herdeiros da família Müler, daí o comguns clientes foram até a Praça Dante”, posto do nome.

Morador do último andar do edifício que abriga as salas comerciais, Martinato recorda que a galeria surgiu em 1962, após o empresário, então com 36 anos, ter passado um mês em Nova York e observado como os americanos usufruíam desses espaços. “Lá, todos os prédios são cortados por galerias. Elas tem formato de cruz, conectando todos os lados do quarteirão. Queríamos implementar isso aqui, mas ninguém da vizinhança e da prefeitura apostou no formato. Não acreditavam que as pessoas fossem passar dentro. Daí, a galeria saiu assim”, lembra. O “marketing” da galeria Müller Martinato, segundo o proprietário, foi o clima. “Torcíamos para ter muito frio e chuva. As intempéries do tempo obrigavam as pessoas a se abrigar lá, passar pelas lojas e conhecer o espaço”, recorda. Outro fator que contribuiu para a popularização do local foi o movimento de trabalhadores da antiga Eberle. “Eles cruzavam a galeria para pegar o ônibus, que na época passava somente pela Júlio de Castilhos.” Quase meio século depois, histórias como essa soam até engraçadas, mas denotam em parte o conservadorismo que Caxias demonstrou ante à chegada desse formato de comércio e como ele hoje não é devidamente reconhecido como impulsionador da economia pelas novas gerações. Principalmente da geração shopping center. A longevidade das galerias – e a clientela fiel em alguns serviços - em plena era dos shoppings tem uma explicação embasada em outras frentes, segundo a economista Maria Carolina. Para ela, o comércio de rua e as galerias atendem a um público específico, mais voltado às camadas populares, mas não somente a elas, pois oferecem uma gama de serviços que nem sempre se encontra em um grande centro comercial. “Por exemplo, não há shopping com uma sapataria, uma ferragem, um “armarinho”, etc. Tem ainda o fato de André T. Susin/O Caxiense

nos, acabam tendo um atendimento bastante personalizado e mais próximo do cliente”, compara. E isso explica sua longevidade. “Há uma clientela muito fiel nesses locais. Além disso, algumas tornaram-se mais segmentadas, com prestação de serviços, como salões de beleza e barbearias”, completa Gasparin. A Galeria Central, aberta na primeira metade da década de 1960, é um exemplo disso. São 11 salões de beleza abrangendo toda sua extensão entre a ruas Sinimbu e a Os 18 do Forte. Fora as três casas especializadas em produtos para cabeleireiros, que oferecem os mais variados tipos de cosméticos, desde shampoos, cremes, esmaltes, laquês, grampos, escovas e alisadores até cabelo artificial. Os irmãos Saule, 50, e Jair Pezzi, 42, do Sansão Cabeleireiros, fazem da Central uma segunda casa. Atuam no local desde 1981. Desde então, já passaram por quatro salas, sem jamais cogitar sair do ponto. De 1981 a 1986, os Pezzi atuaram no Jean Cabeleireiros, um dos precursores do conceito “galeria de salões de beleza”. Depois, em parceria com um terceiro colega, abriram um salão próprio em meia sala, defronte ao antigo patrão. O trio permaneceu lá por seis meses. Logo depois, migrou para a sala 11, na metade do corredor, onde atuou por 19 anos. Em 1º de setembro, completamse exatos quatro anos que os Pezzi, já sem o terceiro sócio, atendem na sala atual, de número 14. Bem em frente, trabalha a esposa de Saule – a também cabeleireira Mary Pezzi – e os sobrinhos, tatuadores e especialistas na aplicação de piercings. Ou seja, tudo em família. “A galeria já é ponto de referência na cidade para corte de cabelo, manicure, pedicure, depilação, podologia e tratamento facial. Inclusive deixamos de fazer estoque de produtos. Se falta tinta, é só dar um pulinho aqui do lado”, argumenta Saule, referindo-se ao comércio de cosméticos vizinho. “Tu achas

O salão Sansão Cabeleireiros funciona na Galeria Central desde 1981. Os irmãos Saule e Jair não cogitam sair do espaço: “Tu achas que vale a pena sair daqui?”, pergunta Saule

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popular é mais uma sensação do que uma realidade propriamente dita. Mas isso está interligado com a questão do uso das áreas centrais. Para Maria Carolina, a tendência de envelhecimento do centro das cidades brasileiras levou ao empobrecimento destas regiões, visto que os pontos mais nobres agora se situam fora dele. “Caxias ainda não sente tanto essa pressão, mas já é o caso de Porto Alegre, que luta para resgatar o charme do seu Centro”, compara. A economista argumenta ainda que a descentralização do comércio, em função do surgimento dos shoppings em áreas mais retiradas e até das lojas nos bairros, levou à marginalização das áreas centrais. “Quando isso ocorre, as camadas mais abastadas da sociedade abandonam a região e ela passa a ser daquelas pessoas que utilizam o local como passagem. Dito de outra forma, a sensação é de que o Centro da cidade é lugar de transeuntes, de pessoas que trabalham ou que precisam passar por ali para chegar aonde querem, ao contrário do shopping, em que você vai até ele com o firme propósito de passear e fazer compras”, finaliza. Nesse cenário, o presidente do Sindilojas avalia que a sobrevivência das galerias, independentemente da classe social a que se destinam, deve estar atrelada a um princípio básico. “Elas devem tirar o melhor proveito dos diferenciais que tem, que são justamente a fidelização do cliente, o atendimento personalizado, e a combinação de comércio e serviços em um mesmo espaço”, completa Gasparin. Uma realidade que Saule, Jair, Olga, Aldo e Maria José trabalham para manter, seja na condição de consumidores, prestadores de serviço, proprietários ou locatários.

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que o comércio de rua e as galerias, via de regra, estão concentrados no centro da cidade facilitando o deslocamento até eles, principalmente por aqueles que trabalham no Centro ou muito próximo”, analisa. Instalar-se em um shopping center é algo que já foi proposto à empresária Maria José Moreto Malaman, 66 anos, proprietária do Grão Café, junto à Via do Pátio, no coração de Caxias do Sul. “Nunca me interessei em sair daqui, pois os custos seriam muito mais altos”, argumenta ela, que mora a uma quadra da galeria e jamais cogitaria ficar “presa” dentro de um shopping. Uma extensão da Galeria Müller Martinato, a Via do Pátio concentra ainda papelaria, lojas de suplementos alimentares, boutique e uma casa de artesanato e cursos de pintura. O Grão Café fica nos fundos, no andar superior, adornado por um enorme pé de ficus - herança do pátio do antigo casarão que existia no terreno e cuja fachada original é mantida até hoje. Trata-se de uma espécie de refúgio em meio ao burburinho do Centro. Conforme Maria José, o café é frequentado por clientes que ela conhece pelo nome e que badalam o local graças à propaganda boca-a-boca. Esse, aliás, é um artifício involuntário de quem possui comércio em galerias. “Alguém comenta com outro, que comenta com outro, que elogia o sanduíche árabe, a sopa, o cappucino, e assim vai”, relata Maria José, há 13 anos no ponto. Pelo perfil dos serviços oferecidos e pela lojas, a Müller Martinato é considerada, entre as pioneiras da cidade, a galeria mais nobre do Centro. Para especialistas, dizer que os shoppings atraem um público A e B e as galerias ficam com o consumo mais

Grão Café, da Via do Pátio, oferece um refúgio no borburinho do Centro

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Caixa Eleitoral

R$ 405 MIL

Primeira prestação de contas parcial dos candidatos locais revela grandes diferenças de arrecadação e omissões nos gastos

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ão é só José Serra (PSDB) que tem encontrado dificuldades para arrecadar fundos para a campanha eleitoral. Assim como o candidato tucano, que reuniu menos dinheiro do que a presidenciável do PV Marina Silva, segundo os dados oficiais, a arrecadação dos concorrentes caxienses à Assembleia Legislativa, à Câmara de Deputados e ao Senado estão abaixo do esperado. A primeira prestação de contas parcial, entregue ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no dia 6 de agosto, comprova isto. Os candidatos de Caxias declararam ao TSE ter angariado, por enquanto, R$ 405.029,04 – a próxima prestação de contas parcial será no dia 6 de setembro, e a última, completa, em 2 de novembro. Baixos ou altos, os valores informados ao TSE podem modificar o futuro político dos candidatos. O chefe de cartório da 16ª Zona Eleitoral, Marcelo Reginatto, ressalta que, apesar de a lei não prever punição aos candidatos que não prestarem contas durante a corrida eleitoral, os relatórios parciais podem ser usados em uma investigação. “Não há penalidade para quem não prestar contas parcialmente, mas os números serão analisados pela Justiça Eleitoral. É muito difícil um candidato apresentar contas zeradas, mesmo na primeira parcial. Apesar de a conta não ter sido movimentada, ele provavelmente teve gastos pelo menos com combustível”, afirma Reginatto. No entanto, nove dos 26 candidatos de Caxias enviaram relatórios zerados ao TSE e dois nem sequer realizaram prestação de contas parcial. Entre os cinco candidatos do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), quatro anunciaram contas zeradas e um, Lucas de Souza, não apresentou suas

O candidato a deputado federal Mauro Pereira (PMDB) também afirma usar carro próprio para campanha, mas isso não está em sua prestação. Mauro é, entre os que declararam a arrecadação e os gastos parciais, o que menos arrecadou entre os candidatos daqui à Câmara: R$ 142,52. “Na verdade, minha campanha só vai começar mesmo na semana que vem, é quando o pessoal começa a pensar em quem votar. Até agora, não tenho material nenhum, nem adesivo no meu carro. Coloquei pouco mais de R$ 100 na minha conta, que gastei com um site que ainda não foi para o ar”, afirma. Na prestação de contas, os R$ 142,52 aparecem, no entanto, como doação do partido e como tendo sido gastos com publicidade por materiais impressos. Minutos depois da entrevista, Mauro ligou para corrigir a informação: o dinheiro foi doado pelo partido e gasto em publicidade oficial. O custo do site, cerca de R$ 35, segundo o candidato, deve aparecer na próxima prestação de contas. Pepe Vargas (PT) foi, até aqui, quem mais recebeu doações entre os candidatos locais a uma cadeira na Câmara: R$ 91 mil. O valor é praticamente a metade do que o candidato gastou na primeira vez que se elegeu deputado, R$ 206 mil. “Devo gastar um pouco

mais do que a última campanha, até por causa da inflação. Nós gastamos conforme arrecadamos, não podemos sair da campanha endividados”, diz Pepe. O petista afirma que a maior parte das doações de pessoas jurídicas, que totalizaram R$ 70 mil, é de empresas da região. Pepe ainda recebeu R$ 5 mil de pessoas físicas e depositou R$ 16 mil de recursos próprios. Os gastos, R$ 9.848,25 foram com locação/cessão de bens imóveis (R$ 7,5 mil), publicidade com materiais impressos (R$ 2.340) e taxas bancárias (R$ 8,25). O candidato caxiense que mais arrecadou foi Germano Rigotto (PMDB), que disputa uma vaga no Senado. O ex-governador recebeu R$ 100.139 – R$ 100 mil de pessoas físicas e R$ 139 do seu partido. Gastou com transporte (R$ 768,15), locação/cessão de bens imóveis (R$ 7.862,80), materiais de expediente (R$ 977,31), combustíveis e lubrificantes (R$ 1.384,34) e serviços de terceiros (R$ 2.042). A previsão inicial de Rigotto para toda a campanha é reunir R$ 2 milhões. “Estou economizando o máximo. Não tenho ideia de quanto ainda vou gastar com os programas de rádio, TV e folheteria.” A candidata do PC do B a uma vaga no Senado, Abgail Pereira, arrecadou bem menos, segundo a prestação: R$ 4.005, sendo R$ 4 mil de seu partido e uma doação de R$ 5 de pessoa física. Gastou R$ 4 mil em despesas com pessoal. “Está muito difícil conseguir fundos, o que até reafirma a necessidade de uma reforma política. Acredito que na segunda parcial a arrecadação deva chegar a R$ 13,5 mil”, aponta Abigail. Sobre a incomum doação de R$ 5 de pessoa física, a candidata comenta: “É uma candidatura inusitada.” Entre aqueles que querem ocupar um lugar na Assembleia Legislativa, Maria Helena Sartori (PMDB) foi

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a que mais arrecadou. Recebeu R$ 28 mil de pessoas jurídicas e R$ 142,52 de pessoas físicas. Até a primeira prestação de contas parcial, Maria Helena gastou R$ 1.780 com locação/cessão de bens móveis e R$ 142,52 com materiais impressos. “Os gastos com combustível devem aparecer na próxima prestação de contas, e não são baixos. Uso meu carro para fazer campanha e, às vezes, pego carona. Mas não vou botar o carro de todo mundo na prestação”, diz Maria Helena. Os únicos recursos angariados por Vinicius Ribeiro (PDT) até a primeira divulgação foram próprios. O candidato a deputado estadual depositou R$ 2 mil na conta da campanha e utilizou R$ 425 na confecção de materiais impressos. “Tivemos uma estratégia de arrecadação no mês de agosto que deve aparecer na próxima declaração. Dificuldades para arrecadar existem, mas todos e todas as campanhas têm.” Para o cientista político Rodrigo Giacomet, da Faculdade América Latina, esta eleição não receberá tantas doações quanto as anteriores. “É uma campanha com fluxo de recursos menor porque desde o episódio do mensalão, em 2005, que ficou caracterizado como um caso de caixa dois, órgãos de fiscalização passaram a ser mais rigorosos e uma série de empresas preferem não estar formalmente ligadas a políticos ou partidos.” Rodrigo avalia que isso é especialmente prejudicial para quem disputa as proporcionais. “Os candidatos dependem muito mais da campanha na rua, porque não têm tanto tempo no rádio e na TV. Mas, como todos estão com dificuldades, isso não atrapalha. Neste ano, certamente haverá um nível de clareza maior de que a doação formal tem que predominar. O caixa dois nas eleições é um problema que, aos poucos, o Brasil vai erradicar”, acredita Rodrigo.

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Marcos Daneluz (PT) | Contas zeradas Waldemar de Lima (PTB) | Contas zeradas

José Gollo (PSOL) | Contas zeradas

Ivani de Lima (PCdoB) | Contas zeradas

Daniel Borghetti (PSDB) | Contas zeradas

Claudenir Biglia (PSOL) | Contas zeradas

Aurora Jesus Oliveira (PSOL) | Contas zeradas

Vinicius Ribeiro (PDT) | R$ 2.000

José Antonio Adamoli (PSB) | R$ 6.000

Marisa Formolo (PT) | R$ 10.000

Alceu Barbosa Velho (PDT) | R$ 10.000

Deputados Estaduais

contas. O presidente do partido em Caxias do Sul, Paulo Souza, acredita que os representantes da legenda não receberam doações até o dia 3 de agosto, data limite para a entrega da prestação. A candidata a deputada estadual Aurora Jesus Oliveira confirma que está usando o fundo partidário e carro próprio para fazer campanha. Segundo Reginatto, as doações intra-partidárias devem ser declaradas, assim como o uso de veículos não alugados ou comprados para a campanha.

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Guiomar Vidor (PCdoB) | R$ 17.000

Maria Helena Sartori (PMDB) | R$ 28.142,52

Lucas de Souza (PSOL) | Não entregou primeira parcial

João Carlos Schneider (PTdoB) | Não entregou primeira parcial

Arino Maciel (PSOL) | Contas zeradas

Almir Guedes (PTB) | Contas zeradas

Deputados Federais por ROBIN SITENESKI robin.siteneski@ocaxiense.com.br

O Caxiense

Mauro Pereira (PMDB) | R$ 142,52

Maria Ferranti (PSB) | R$ 4.000

Kalil Shebe (PDT) | R$ 5.000

Ruy Pauletti (PSDB) | R$ 15.000

Assis Melo (PCdoB)

| R$ 43.500

80.000

Senadores

Pepe Vargas (PT)

Abgail Pereira (PCdoB) | R$ 4.005

Paulo Paim (PT)

Germano Rigotto (PMDB)

| R$ 69.100

| R$ 91.000

| R$ 100.139

NA ARRANCADA


O MAJOR

O Caxiense entrevista

ATACA Candidato ao Piratini pelo PRP, Aroldo Medina defende a extinção da Secretaria de Segurança Pública para “resolver de vez o problema da criminalidade”

David, Estúdio Delvaux, Divulgação/O Caxiense

A

Medina quer selecionar CCs com ajuda de um profissional de RH

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por ROBIN SITENESKI, ROBERTO HUNOFF e RENATO HENRICHS principal preocupação de Aroldo Medina, candidato da coligação Despertar Farroupilha – formado pelo Partido Republicano Progressista (PRP) e pelo Partido Trabalhista Cristão (PTC) – ao Piratini, é a segurança pública. Para melhorá-la, ele apresenta uma proposta radical e paradoxal: extinguir a Secretaria de Segurança Pública. Quer investir menos dinheiro em burocracia e mais nas forças policiais que estão nas ruas. Nascido em Santana do Livramento, Medina é major da Brigada Militar e formado em Jornalismo. No governo Germano Rigotto (PMDB), chefiou a Defesa Civil do Estado. O candidato do PRP dá continuidade à série de entrevistas do jornal O Caxiense com os concorrentes ao governo gaúcho.

Acho extremamente importante a tarefa legislativa, mas as pessoas estão clamando por respostas a curto prazo para questões como o aumento da criminalidade e a necessidade de escolas em tempo integral. No Poder Executivo vou dar uma resposta muito mais rápida do que como deputado. Por isso eu peço o voto das pessoas no primeiro turno. Porque mesmo não elegendo, teremos uma votação expressiva para apoiar outro candidato.

O Caxiense mostrou, na edição 37, que é comum a prática de ‘bicos’ entre PMs, e que ela sequer é coibida pela Brigada Militar. O senhor pretende acabar com os bicos ou legalizá-los? O bico na Brigada, infelizmente, é o reflexo de policiais gaúchos civis e militares, peritos criminalísticos e agentes penitenciários ganharem o menor salário de polícia do Brasil. Alguns policiais se obrigam a completar o orçamento Nas duas eleições em “É preferível e não raras vezes morque foi candidato – a essa atividade rem nessas atividades. prefeito de Canoas Mas é preferível essa (bicos de PMs), pelo Partido da Frenatividade, tolerável no te Liberal (PFL, atual tolerável no cenário que estou desDEM) e ao governo cenário que estou crevendo, do que aceido Estado pelo Par- descrevendo, tar a corrupção policial, tido Liberal (PL, atuo desvio de conduta. do que aceitar al PRP) –, o senhor Defendo uma parceria não se elegeu. Quais corrupção, desvio entre o Estado e o Musão suas chances em de conduta” nicípio para que o poli2010? cial faça esse bico na ciVários líderes mundade em que trabalha. diais concorreram várias vezes até serem eleitos, inclusive o próprio No seu governo os agentes de seguAbraham Lincoln. É importante que as rança teriam reajustes salariais difepessoas prestem atenção às propostas renciados dos demais membros do dos candidatos, porque a eleição pare- funcionalismo público? ce que vira, às vezes, um jogo de futeTodo o funcionalismo tem que ter bol, onde o eleitor se comporta como uma valorização permanente. Depois um torcedor. A vitória é o menos im- de formado, o funcionário tem que ter portante quando se trata do debate das um programa de qualificação. Defendo ideias, da proposta do candidato. Eu um investimento maior nas escolas de tenho a oferecer aos eleitores o meu formação policial, atualmente esquecicaráter. O meu desafio é ser conheci- das, abandonadas e sucateadas. Além do pelos gaúchos como sou pelos meus da formação e especialização é preciso amigos e familiares. Tenho certeza que, pagar um melhor salário. Tudo aquilo se isso ocorresse, os eleitores não he- que o Tesouro permitir eu vou pagar, sitariam em me conduzir ao governo. de forma responsável e gradual. Não vamos prometer algo que não possa Não seria melhor tentar se eleger de- ser cumprido. Os policiais precisam de putado antes de tentar o Piratini? atenção tanto quanto os professores. O grupo de pessoas que me procu- Eu quero pagar o piso nacional (para rou fez uma proposta para concorrer professores, de R$ 1.024 por 40h semaa governador. Tenho que me adequar nais), sem recorrer à Justiça, como o ao que as pessoas esperam de mim. atual governo está fazendo. Eu também me identifico mais com o Executivo do que com o Legislativo. Qual a sua opinião sobre a PEC 300, 28 de agosto a 3 de setembro de 2010

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a proposta de emenda constitucional que pretende criar um piso salarial para todos os policias militares a partir do piso da PM de Brasília? É claro que sou favorável. O soldado da Brigada, que hoje ganha R$ 1 mil, passaria a ganhar R$ 3 mil. Isso representa uma melhora na qualidade do serviço para a população, que está clamando por mais segurança, por uma polícia mais ágil e educada. Sempre que pagamos um melhor salário, podemos exigir muito mais. Mas acredito que a PEC 300 não sai tão cedo. O senhor quer extinguir a Secretaria de Segurança do Estado. Por quê? Eu peço o voto dos gaúchos para buscarmos a força política necessária para essa proposta arrojada que é a extinção da Secretaria de Segurança. A pessoa que ler esta entrevista vai se perguntar: ‘o que faz a Secretaria de Segurança na prática?’. Quem está na rua é a Polícia Civil, a Brigada Militar, o perito criminalístico e o agente penitenciário. O que fazem os camaradas lá no gabinete? A população me responda. Pesquisa aí na internet, vai lá olhar o resultado prático desse trabalho, dessa grana enorme que vai para o funcionamento burocrático da Secretaria. Quero eliminar essa Secretaria porque os gaúchos não aguentam mais o bandido solto na rua. A polícia prende e o camarada está solto no dia seguinte. O governo recebe dinheiro para construir presídios e a Secretaria não fez nenhum presídio com o dinheiro de-

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positado pelo governo federal. Por que a gente precisa de uma coisa que não funciona? Eu quero pegar essa grana e botar direto na Brigada, na Polícia Civil, fazer uma escola de polícia melhor. E, se não der certo, a responsabilidade vai bater direto no meu peito. Eu não quero interlocutor para resolver de vez o problema do aumento da criminalidade. Daqui a pouco estamos que nem o Rio e São Paulo, aí vamos levar 20 anos para tomar controle da situação. E a questão da corrupção policial, como o senhor pretende enfrentar? Tem que ser combatida com toda a força e vigor. É inadmissível o policial mudar de lado. Esse cara tem que ser colocado pra rua. Eu quero, além de fortalecer as corregedorias das polícias, cobrar do chefe de polícia e do comandante da Brigada mais agilidade no processo de expulsão de policiais comprovadamente corruptos. Quero criar, junto ao meu gabinete, um gabinete de combate à fraude. O policial corrupto é um traidor. Em outros tempos, tinha que ir para a forca pelo perigo e pela lesão que causa à sociedade. Como o seu governo lidaria com movimentos sociais como o MST? Antes de falar no MST, quero dizer que os movimentos sociais no geral jamais serão tratados como questão de polícia. Vou estar ao lado dos professores, por exemplo. O senhor aprova o modo como o go-

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verno Yeda (PSDB) usou o aparato da BM nas manifestações do Cpers? Claro que não. Jamais vou usar a Brigada como barreira entre o governo e os professores. Mas o MST tem invadido propriedades, isso é inaceitável. Se o MST fizer uma manifestação ordeira e pacífica, vou ser ordeiro e pacífico com eles. Se o MST quiser invadir terras, eu vou bloquear o acesso deles à propriedade que querem invadir. Tenho que garantir, em primeiro lugar, o direito da propriedade. Deixando o MST à vontade, como ele fica aí, estou mostrando para o resto do mundo que não cumprimos a lei. Essa garantia jurídica para o investidor eu tenho que dar. Qual sua posição quanto à guerra fiscal entre os estados? Sou a favor. Eu tenho dois candidatos ao Senado, Roberto Gross (PTC) e Germano Rigotto (PMDB). Para mim, o Rigotto é a maior autoridade nacional em reforma tributária. Eleito, creio que ele vai executar essa reforma tributária para estabelecer um equilíbrio nas relações fiscais entre os estados. Enquanto isso não acontecer, vou entrar na guerra fiscal. Quero trazer de volta ao Estado a Grendene, por exemplo, e a Dell, que foi para São Paulo silenciosamente, ninguém falou nada. Que setores já poderiam ser beneficiados com redução de impostos? Temos que ter uma equipe técnica, e não política, na Secretaria da Fazenda. Esse é um setor que não dá para ter

o amigo nomeado secretário. Quero valorizar os quadros do Estado, abrir uma seleção pública para agregar pessoas que tenham perfil histórico e a experiência para lidar com uma matéria tão importante como essa. Os setores metalmecânico e da informática precisam de incentivo porque representam uma mão de obra qualificada. Precisamos de escolas em tempo integral com cursos na área técnica de eletrônica, de informática e de infraestrutura aeroportuária. O Simples Gaúcho, por exemplo, tem que voltar. O senhor falou em abrir seleção pública. Pretende diminuir o número de CCs e aumentar o de concursados? A seleção que eu me refiro para os cargos de confiança seria trazer um recrutador de recursos humanos. Dá o perfil do candidato para preencher aquele cargo e ele faz a seleção baseado no histórico da pessoa. Até os atuais militantes dos partidos podem concorrer. Concurso público é outro assunto. Mas o secretariado seria escolhido por um profissional de RH? A Secretaria da Fazenda e a de Infraestrutura têm que ser comandadas por pessoas escolhidas, além das indicações que os partidos políticos fazem, com critério técnico, não só amizade, compadrismo, troca de favores. Hoje esses cargos são moeda de troca entre os partidos. Tudo bem, vamos agregar outros partidos ao governo, mas vamos submeter essas pessoas a uma prova.

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André T. Susin/O Caxiense

Arte na vitrine

O artista plástico Lindonês Silveira levou seu ateliê para a Galeria Arte Quadros, onde expõe 11 acrílicos sobre tela

MÚSICA SOBRE TELA

Exposição Blues Jazz Dance, de Lindonês Silveira, realiza shows diários de pintura

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por CÍNTIA HECHER cintia.hecher@ocaxiense.com.br

A coleção vermelha não é novidade, mas ele avisa que as pinturas envolvendo dança são inéditas, só conhecidas estidos em trajes de festa, os mane- por Caxias. A inspiração não é de um quins de uma das vitrines da Via De- Barishnikov. “Vem da levada da músicorata aguardam ansiosos a oportuni- ca, não sou dançarino”, ri, para depois dade para estrear as roupas. Passam os dizer que até arrisca uns passos. A ideia dias invejando o movimento em uma de pintar na galeria surgiu da proprieloja do outro lado da rua, onde mú- tária do espaço, Maria Inês Salvador. sicos monocromáticos tocam blues e Ela e o artista se conhecem há muito jazz para bailarinos que riscam o sa- tempo, o que possibilitou uma maneilão com passos coloridos. Durante as ra diferente de divulgar o trabalho do tardes, um dueto – pintor e tela – au- amigo. “É uma vernissage única. As menta o clima de inveja, e cria novos pessoas podem entrar e conversar com instrumentos e coreografias, ao vivo. o artista enquanto ele está pintando”, O espetáculo, de segunda a sexta-feira, diz ela. Lindonês aprova a ação, pois fica em cartaz até o dia 18 de setembro. gosta da interação com o público. “O pessoal gosta de ouvir historinhas do O artista plástico Lindonês Sil- quadro, de onde veio.” Maria Inês conveira levou o seu ateliê para a galeria ta que todas as pessoas que entraram Arte Quadro. Algumas horas defronte na galeria, que também é loja de decoao cavalete e à tela, ladeado por suas ração, gostaram tanto das obras quanto obras expostas e por uma mesa com da maneira de expô-las: “é um trabalho potes de tinta e pincéis, são suficientes de impacto, expressionista.” Ela afirpara o surgimento de mais um qua- ma que, às vezes, só a exposição não dro. “Agora estou nos chama tanta atenção e macros”, diz Lindonês, clientela como poderia. referindo-se a duas de “É uma A Arte Quadros suas obras mais recen- vernissage única. sempre traz exposites que traduzem de- As pessoas podem ções com temas variatalhes, como mãos ao dos e abertas a diverpiano. Nos 11 acrílicos entrar e conversar sas manifestações de sobre tela que integram com o artista arte. “Semana passada, a série, preto e bran- enquanto ele está eram cadeiras pintaco servem ao jogo da pintando, explica das. Agora tem três ao oposição. Ao inverso, mesmo tempo.” Maria ao confronto e à atra- Maria Inês Inês se refere, além da ção dos opostos. Yin Salvador Blues Jazz Dance, de e yang, o encaixe permais uma exposição feito. A cor vibrante é de quadros de diversos a forasteira que acaba encantando a artistas com preços promocionais e cidade. No caso, o vermelho, dono de uma de fotografias de magnólias, fruto significados apaixonantes, sensuais e de uma oficina de foto realizada pela fortes. esses tons da aquarela na sua galeria. coleção mais recente, chamada Blues Jazz Dance. Antes de Blues Jazz Dance, a

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música inspirou outras obras de Lin- cultura foi válida para alguém, foi pra donês. Em uma série anterior, o artista mim.” Com essa oportunidade, Lindopintou a cena jazz, somente em preto e nês tinha material para divulgar seu branco. Tudo começou em uma virada trabalho. Com telas prontas e material de ano. Ao invés de aceitar os convi- de divulgação, o artista viajou pintando tes dos amigos, resolveu ficar sozinho paisagens urbanas de diversos municíem casa, trabalhando. “Quis entrar o pios. “Querem que a lei resolva a vida, ano pintando. Peguei mas tem que batalhar, uma tela preta e acabou ir atrás”, diz Lindonês. saindo uma guitarra e “O pessoal gosta Alçando voos mais alum case”, diz. Depois, de ouvir tos, ele se viu em São nos meses seguintes, foi Paulo, visitando galehistorinhas do ao seu ateliê em Floriarias e oferecendo seu nópolis para produzir. quadro, de onde trabalho. O pintor, que Com telas menores, a veio”, diz ia de porta em porta intenção era pintar pai- Lindonês, sobre o com quadros embaixo sagens litorâneas para do braço, encontrou contato com vender aos turistas. grande receptividade. Surpreendentemente, o público O resultado: hoje 15 a inspiração mudou os na galeria galerias paulistas venplanos. “Só pintei cena dem obras suas. Com a jazz. Jam sessions ao incoleção atual, ele conta vés de coqueirinhos”, brinca o pintor. que chegou somente até Curitiba e teve A música, como inspiração, não é que voltar para casa porque não tinha um mero acaso na arte de Lindonês. mais trabalhos a vender. Sucesso abso“Em 1912 toquei em umas bandas”, diz luto. o artista, bem-humorado. Ele fez parte Com ateliê em Caxias, São Paulo de bandas caxienses como a Bandalie- e Florianópolis e visitas frequentes a ra, mas afirma que o trabalho de pintor outras cidades que abraçam seus quasempre esteve presente, paralelamente. dros, como Belo Horizonte e Goiânia, Em uma das suas bandas, as roupas de Lindonês sente falta de apoio de sua palco ganhavam pinceladas. A sua arte, cidade natal. O artista conta que, das porém, vem de muito antes. Lindonês cenas urbanas que pintou, apenas as recorda de sua primeira peça, um bus- de Caxias do Sul não foram vendidas, to de barro. O material era do quintal além de não haver outras galerias exde casa mesmo e não era proveniente pondo seus trabalhos. Mesmo assim, de nenhuma tarefa escolar. Ele tinha 9 ele fica feliz em estar na vitrine. Por anos. Hoje em dia, a peça só existe na enquanto. “Tenho a ideia louca de colembrança do artista. “Voltou para o locar o cavalete na rua essa semana”, barro de onde veio”, diz. diz Lindonês. Nada que não tenha feito antes. Finalizou quadros na rua para Conforme Lindonês, o que o ca- ganhar tempo. Colocou o material na tapultou foi a Lei de Incentivo à Cultu- calçada e trabalhou assim por pura ra, que financiou um projeto seu, onde vontade. Hoje, a carreira de Lindonês fotografava cenas urbanas e transfor- experimenta uma boa maré. “Estou mava em telas. “Se a lei de fomento à indo para onde sopra o vento.” 28 de agosto a 3 de setembro de 2010

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PRIMEIRO,

O Caxiense entrevista

O MELHOR. DEPOIS, O

MENOS PIOR Candidato do PV ao Piratini, Montserrat Martins pede votos para apoiar o programa do partido, voltado ao desenvolvimento ambientalmente sustentável, no 1º turno

M

por CAMILA BOFF camila.boff@ocaxiense.com.br ontserrat Martins, médico, 51 anos, candidato do Partido Verde ao governo estadual, que nunca exerceu um cargo público eletivo, mas acredita que o programa de governo seja suficiente para comandar o Rio Grande do Sul. Para por o plano em prática, preocupase com a eleição de colegas de partido, tanto nas eleições proporcionais quanto na presidência. “No primeiro turno a gente vota no melhor, no segundo turno a gente vota no menos pior”. Montserrat falou com O Caxiense por telefone na manhã do dia 19, dando sequência à série de entrevistas com os candidatos ao governo do Estado.

Caroline Bicocchi, Divulgação/O caxiense

É a primeira vez que o senhor concorre a um cargo eletivo. Que experiência em administração pública levaria ao Piratini? Eu levaria o programa de governo do PV, que propõe, entre outras coisas a desburocratização e a descentralização das ações. O partido apoia um governo local, afinal, os municípios é que estão mais próximos das demandas da população. Os servidores são quem atende a população e é importante que haja um ambiente humano sadio para que a população seja bem atendida. O PV é conhecido pela defesa do ambiente físico, mas tem no seu programa nacional também a preocupação com esse ambiente humano. Se o Estado não tem uma boa relação com os servidores da educação, da segurança, da saúde, se não ouve as demandas desses servidores, isso significa que ele não ouve a população. Então, em primeiro lugar, teria que desburocratizar essa relação do Estado com os servidores.

Montserrat quer tornar o Estado um polo de tecnologias limpas

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O seu programa de governo estabelece incentivos para atração de indústrias de tecnologias limpas. O que são tecnologias limpas e o que são tecnologias sujas, que não teriam aval para se instalarem no Rio Grande do Sul? O que o Partido Verde quer é estabelecer projetos de sustentabilidade, não só ambiental, mas também econômica. Já existe no Rio Grande do Sul, na Fiergs, o Centro Nacional de Tecnologias Limpas, que pesquisa o assunto, e o

trabalho deles não é aproveitado. Para dar um exemplo de tecnologia suja, eu cito a usina termelétrica Candiota III, que tem um equipamento obsoleto, importado da China, que é altamente poluente, além de não ser capaz nem de aproveitar adequadamente todo o potencial energético que a usina pode gerar. Vamos estimular as várias alternativas de implantação de tecnologias limpas, que dependem ainda de equipamentos habitualmente caros que empresas pequenas e médias teriam dificuldade de adquirir. O programa de governo estabelece a formação de equipes que trabalhem facilitando o acesso a esse tipo de equipamento. Quando falamos em tornar o Rio Grande do Sul um polo de tecnologias limpas nós queremos mostrar que vale a pena ter uma renúncia fiscal específica para esse tipo de indústria, que vai trazer benefícios para a sociedade. Por exemplo, a relação que a indústria do tabaco tem com a sociedade não é benéfica. Os problemas de saúde causados pelo fumo vão gerar um custo para o Estado na saúde. Com o aumento da incidência de doenças pulmonares, se gasta mais com tratamento, medicação. A Inglaterra já fez um estudo que apontou que os custos que o Estado tem com o atendimento hospitalar em função do uso do cigarro é maior do que os impostos arrecadados. Então não se trata de nenhum preconceito, e sim de uma questão ambiental, social e até econômica. A indústria do tabaco não precisa do incentivo do Estado porque a população já tem o hábito de fumar. Por outro lado, existe um estudo que indica que o Brasil deixa de ganhar R$ 8 bilhões por ano por causa do mau aproveitamento de materiais. Acaba enfrentando problemas de destinação de resíduos sólidos, mas se esses resíduos fossem bem aproveitados, gerariam toda essa receita. Ou seja, é preciso encarar os resíduos sólidos, o lixo, como uma matéria-prima reaproveitável. É isso que nós entendemos que seja a economia do século XXI. Estamos tendo a oportunidade de que se trate com inteligência a tecnologia limpa, com diretrizes científicas que já existem no Estado e não são utilizadas por nenhum partido para estabelecer incentivos e benefícios econômicos.

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Qual sua posição em relação à guerra fiscal dos governos para atrair empresas? A questão da guerra fiscal não é uma questão que dependa somente do Rio Grande do Sul, mas de uma política nacional. A nossa candidata à presidência, Marina Silva, já manifestou que quer viabilizar uma outra forma de relacionamento entre os estados para acabar com a guerra fiscal, que é extremamente onerosa para todos. No final, todas as unidades da federação perdem enormes parcelas do seu potencial de arrecadação. Há uma insatisfação geral que o governo federal não vem enfrentando. Tanto o Estado quanto os municípios deixam de arrecadar por falta de uma posição firme do governo federal. Por exemplo, naquela vez que o Estado perdeu aquela fábrica de automóveis, o governo federal teve uma posição a favor da Bahia em detrimento ao Rio Grande do Sul. Há casos em que o governo federal beneficia alguns Estados, e há casos em que ele simplesmente se omite. A candidata que está realmente comprometida com o fim da guerra fiscal no país, com uma política fiscal firme, é a Marina Silva. O senhor fala em retomar o projeto Pró-Guaíba. Mas como despoluir o Guaíba se os demais rios do Estado, que nele deságuam, não terão o mesmo tratamento? Na verdade, o Pró-Guaíba tem uma abrangência bastante grande, incluindo os efluentes. E ele é só um dos projetos que a gente tem para enfrentar a poluição das águas, que vem a ser um problema de saúde. O tratamento da água que foi poluída é necessário, mas a gente sabe que uma água muito tratada perde as propriedades originais e fica com uma maior quantidade de ativos químicos, que são potencialmente geradores de tumores. Então, além desse projeto do Guaíba, a gente quer que se estabeleçam parcerias com a sociedade para que se instale um projeto nos moldes do Água Limpa, de Horizontina (RS). É um projeto que trabalha na preservação das águas desde a nascente, passando pelo cuidado nas matas ciliares das margens dos rios, quer dizer, totalmente voltado para a sustentabilidade. E é algo que pode ser implantado em todos os municípios do Rio Grande do Sul. O Estado é um dos maiores produtores agrícolas do Brasil. Qual sua posição em relação aos transgênicos? Sou médico e sei que a preocupação com os transgênicos diz respeito à segurança alimentar. Ainda não se sabe o que pode ocorrer a médio e longo prazo do ponto de vista sanitário com quem consome. Então se depende ainda de uma dose de precaução, e isso se reflete no mercado. Existem países da Europa que estão atento a essas questões e estabelecem uma preferência por produtos agrícolas não modificados geneticamente. Ou seja, o Rio Grande do Sul poderia se preservar de cultivar produtos transgênicos e garantir exportação para a Europa, por exemplo. Isso é compensatório também do ponto de vista econômico. No plano de governo, consta a parti-

cipação de voluntários de grupos de autoajuda no tratamento de dependentes químicos em postos de saúde. O senhor acredita que seja possível contar com voluntários a longo prazo em um problema tão delicado como é o acompanhamento de usuários de drogas? O fato é que os melhores tratamentos a usuários de drogas, em qualquer lugar do mundo, são aqueles que seguem o modelo dos Alcoólicos Anônimos e Narcóticos Anônimos, grupos que partem da experiência das próprias pessoas para enfrentar esse problema. São entidades que não se vinculam a nenhum tipo de governo ou empresa, mas é o modelo mais eficaz, e pode ser aproveitado e implantado nos serviços de saúde pública, como os postos de saúde. Esses voluntários que comporiam as equipes de saúde seriam pessoas que superaram o vício e que vão ajudar aqueles que ainda precisam se livrar dele. A prática indica que é mais fácil contar com a ajuda de alguém que realmente conhece o teu problema porque viveu aquilo. No meio médico há uma aceitação dessa ideia. Mas quem aproveita esse métodos são unidades terapêuticas, que estão cobrando do Estado para tratar os pacientes de forma terceirizada. Logo, nada mais óbvio do que incorporar essa prática aos tratamentos de saúde oferecidos diretamente pelo Estado. O senhor diz que tornaria os cargos de coordenadores regionais de educação eletivos pela comunidade escolar, e não por indicação, como ocorre hoje. Quais práticas pretende combater com isso? Isso se refere a dar à comunidade escolar o poder de decidir. Um problema que assola a educação no Estado é a grande quantidade de servidores em cargos administrativos, o que sobrecarrega os professores que estão na sala de aula. Esse é um ponto. Outra coisa são as diretrizes orçamentárias da educação, que devem ser decididas diretamente pela comunidade, que é quem vivencia as dificuldades e vai saber direcionar os recursos conforme as demandas. Quem deve tomar a frente dessa decisão é uma pessoa indicada pela comunidade escolar, e não por outra que está lá simplesmente por uma questão político-partidária. O senhor acredita ter chances de se eleger? Não tratamos a eleição como uma aposta de quem vai ganhar, e sim que quem ganha com a eleição do PV, por esse comprometimento é a população. Em um eventual 2º turno sem a presença da sua candidatura, quem o PV apoiaria? Estamos focados no 1º turno porque é agora que se define quem vai para um eventual 2º turno. Além disso, já estarão eleitos os candidatos das proporcionais, e é extremamente importante a composição da Assembleia e da Câmara para a aprovação ou não das leis que interessam ao Estado e ao país. Por isso, para nós o mais importante é o 1º turno. Como disse a Marina Silva, no 1º turno a gente vota no melhor, no 2º turno a gente vota no menos pior.

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CONVENÇÃO COLETIVA 2010 Os diretores do SIMECS, Reomar Slaviero e Odacir Conte e o presidente em exercício do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos Leandro Velho assinaram no dia 24 de agosto a Convenção Coletiva 2010. Após a oficialidade do acordo, o próximo passo é registrar a convenção junto ao Ministério do Trabalho. A composição das principais cláusulas econômicas ficou sendo a seguinte: Reajuste de 8,1% a partir de agosto, sendo que o reajuste dos meses de junho e julho é de 6%. Não há diferenças a serem pagas nos meses de junho e julho para as empresas que praticaram os 6%, salvo diferença de quinquênio, horas extras, auxílio creche, etc. Os Pisos serão de R$627,00 para empresas com até 50 empregados e de R$710,60 para empresas com mais de 50 empregados. Auxilio creche: Para as mães empregadas metalúrgicas que possuam filhos com idade de até 36 meses matriculados em creche, será pago o valor de R$163,00. Por sua vez, para as demais mães trabalhadoras metalúrgicas que tenham filhos com idade de até 36 meses, será pago o valor de R$71,00 (que representa 10% do piso normativo). Horas extras: Até 22 horas, terá acréscimo de 50%, de 23 a 60 horas terá acréscimo de 100% e as excedentes de 60 mensais terão o acréscimo de 130%; Quinqüênio: 43,50. Todas as cláusulas são retroativas a junho, exceto o percentual de reajuste. A base para o reajuste do próximo ano é o resultado da aplicação dos 8,1%. A Convenção Coletiva atende aos municípios de Caxias do Sul, Farroupilha, Flores da Cunha, Garibaldi, São Marcos, Nova Pádua e Nova Roma do Sul. SIMECS ENERGIA Com o objetivo de orientar e acompanhar as empresas metalúrgicas visando atingir a eficiência energética, o Programa SIMECS Energia programou para as datas de 15 de setembro, 06 e 27 de outubro e 17 de novembro, importantes palestras técnicas, destinadas às 12 empresas participantes do programa e também para as demais indústrias dos segmentos automotivo, eletroeletrônico e metalmecânico interessadas neste processo. Os seminários de sensibilização irão esclarecer as formas de redução de consumo bem como a situação e perspectivas sobre a energia elétrica no Brasil. Lançado em 2009, o Programa SIMECS Energia já concluiu os diagnósticos energéticos em diversas empresas participantes, caracterizando os potenciais existentes, com medições e definição de pontos a melhorar e ganhos possíveis; constituição e treinamento das equipes internas multifuncionais para dar seguimento às ações de melhoria. Além disso, está sendo feita orientação para adequação de contratos e definições métricas de acompanhamento por empresa. A coordenação técnica do trabalho é do engenheiro Frederico Ostermayer. SEMINÁRIO TECNOLOGIA LASER No dia 1º de setembro, o SIMECS realizará o Seminário sobre Aplicações Recentes da Tecnologia Laser nos Aços Inoxidáveis Ferríticos. O evento será realizado em conjunto com a Air Liquide, Arcelormittal e Trumpf e destina-se às empresas metalúrgicas representadas pelo SIMECS. A aplicação dos aços inoxidáveis continua em crescimento no Brasil e seguindo esta tendência, novas famílias de aços estão chegando ao mercado, sendo necessário aprimorar os processos de trabalho nestes materiais. Diante desta realidade, importantes temas serão abordados no encontro, entre os quais: Visão do Mercado Industrial da Serra Gaúcha; Recentes Aplicações dos Aços Inoxidáveis Ferríticos; O Laser como Ferramenta de Manufatura; Novas Famílias de Gases para Uso nos Aços Inoxidáveis. Serão palestrantes: Guilherme Sebben Secretário de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Emprego; Walter Mello - Gerente de Vendas da Trumpf; Paulo Bálsamo - diretor de filial da ArcelorMittal; José Antônio Cunha - Gerente de Negócios da Air Liquide Brasil. Vagas limitadas. Inscrições gratuitas pelo fone: (54) 3228.1855. SID-SEMENTINHA O vídeo ambiental do SIMECS com o personagem Sid-Sementinha que está entre os mais assistidos em nível nacional pelo Circuito Tela Verde do Ministério do Meio Ambiente, já tem previsão de ser divulgado em pelo menos quatro mil espaços exibidores em todo o Brasil. Lançado em 2009 para as escolas da rede pública estadual e municipal fazendo parte da atividade curricular e, posteriormente, transformando-se em campanha oficial do SIMECS em 2010, o vídeo do SIMECS tornou-se referência nacional. Em 2010 o vídeo do SIMECS foi selecionado e enviado para 1.100 espaços exibidores distribuídos por todas as regiões do país. Conforme avaliações do Ministério do Meio Ambiente, a obra Sid-Sementinha esteve presente na maioria das exibições e, o que é ainda mais relevante, consta como um dos vídeos mais discutidos, principalmente pelo público jovem. O vídeo ambiental do SIMECS está sendo mostrando em universidades, escolas, instituições públicas e privadas, praças públicas, Salas Verdes, Pontos de Cultura, Coletivos Educadores, cineclubes, aldeias indígenas, além de contar com espaços exibidores em instituições como a Caixa Econômica Federal e Empresa Brasil de Comunicação. MISSÃO AO EXTERIOR Aconteceu no dia 24 de agosto um encontro de preparação para o grupo de mais de 30 pessoas que participará de 15 a 26 de setembro da 20ª Missão Técnico-Comercial do SIMECS ao exterior. Na oportunidade, os participantes receberam diversas informações sobre os procedimentos de viagem bem como detalhes das feiras a serem visitadas, a Automechanika em Frankfurt e a IAA em Hannover, ambas na Alemanha. A Automechanika é uma feira voltada para o setor automotivo e especializada em equipamentos para oficinas, acessórios para automóveis, reparação de automóveis, plataformas elevatórias, carroçarias, pintura de veículos, entre outros. Enquanto isso, A IAA International é a Feira mais completa da indústria automotiva e terá a exposição de caminhões de carga, ônibus e trailers, logística, equipamento para garagem e automóveis. O Sebrae/RS é parceiro do SIMECS nesta Missão. ELETROELETRÔNICO No mês de agosto o SIMECS realizou importantes reuniões com as empresas do setor eletroeletrônico. Os encontros serviram para dar andamento ao plano de trabalho através da realização de diagnóstico do setor, visando promover estratégias de desenvolvimento na gestão empresarial, qualidade e mercado. Este projeto conta com a participação do SIMECS e Abinee e a coordenação geral do Sebrae-RS. Após a avaliação do cenário do setor e de dados coletados com pesquisa realizada pelo setorial, foi identificada a necessidade das empresas em ampliar mercado, buscar desenvolvimento tecnológico, obter certificações de produtos e de qualidade e, promover uma melhora na qualificação da cadeia produtiva. PONTO ELETRÔNICO O SIMECS informa que governo federal prorrogou para 1º de março de 2011 o prazo para as empresas se adequarem à nova regulamentação do Registro de Ponto Eletrônico. As novas regras, previstas na portaria 1.510/09, começariam a vigorar no dia 26 de agosto deste ano. No entanto, a portaria nº 1.987, de 18 de agosto de 2010 publicada no Diário Oficial da União (DOU) estabelece a nova data. Segundo o Ministério da Previdência Social, a prorrogação se deu porque estudo da Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT) mostrou que poderia haver falta de equipamentos necessários para atender à nova regulamentação. A portaria atinge apenas as empresas com mais de dez funcionários e que utilizam o sistema eletrônico para controlar a jornada de trabalho dos empregados. Esse controle pode ser feito de forma manual (livro de ponto), mecânica (relógios de ponto) ou sistema eletrônico de ponto. GESTÃO DE VIAGENS CORPORATIVAS Profissionais que atuam na área de planejamento de viagens corporativas, secretárias e profissionais de Recursos Humanos das empresas do SIMECS, participaram no dia 10 de agosto do evento sobre Gestão de Viagens Corporativas. Na oportunidade, o professor Gilmar Gianni, palestrante do evento, esclareceu as noções básicas de como administrar o processo como um todo, maximizando recursos internos e externos da organização, visando eficiência e economia. Gianni que atuou por 22 anos na área de agenciamento de viagens, fez uma contextualização do mercado de viagens definindo o que é viagem corporativa, política de viagens, documentação e vistos consulares, tarifas aéreas, hotelaria, locação de carro, seguro viagem e como participar de feiras internacionais. SIMECS - Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul. Rua Ítalo Victor Bersani, 1134 - Caixa Postal 1334 Fone/Fax: (54) 3228.1855 – Bairro Jardim América. CEP 95050-520 – Caxias do Sul Rio Grande do Sul. www.simecs.com.br - simecs@simecs.com.br

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Artes

Participe | Envie para artes@ocaxiense.com.br o seu conto ou crônica (no máximo 4 mil caracteres), poesia (máximo 50 linhas) ou obra de artes plásticas (arquivo em JPG ou TIF, em alta resolução). Os melhores trabalhos serão publicados aqui.

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Natália Bianchi | Percepções I |

Natália Bianchi enxerga em tons de cinza. A visão peculiar vem da acromatopsia, uma rara deficiência visual congênita que, no caso da artista, impede a percepção das cores. Entre o preto e o branco, Natália percebe uma infinidade de tons, através de contrastes de luz e sombra. E prefere a sombra. A claridade, que revela as cores para uma visão comum, ofusca os olhos da artista. O escuro que angustia as visões coloridas são para ela a zona de conforto. Natália, que já pintou em cores, iniciou recentemente uma investigação sobre o preto como expressão do seu olhar. O resultado está na exposição Trajetórias de uma Percepção (Veja no Guia de Cultura). É o escuro que toma a tela primeiro. Depois, os claros criam manchas – não para iluminar a obra, mas para destacar a escuridão. As colagens de rendas, presentes da avó, revelam o íntimo da artista. Essas também são cobertas de tinta escura, “até ficar esteticamente confortável”. Na obra ao lado, a renda mostra o seu rosa original. Natália explica: “Se aparece cor, é por um erro da artista que não as enxerga”.

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EQUÍVOCOS por JULIANE CASSINI

Vivo enganos que crio Crio lama e soterro os pés Os ventos me acariciam Enquanto não ando Venço soluços mas não a guerra Grito Entrego as armas Quebro a armadura Traio os dogmas Não venço Não perco Mas me liberto.

Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.


CA-JU 268

C

UM QUER

SUBIR.

OUTRO Só NÃO QUER

CAIR Se o Ju vencer o clássico, recupera o prumo para tentar se salvar do abismo da Série D. Se o Caxias vencer, ganha impulso para alcançar a Série B

ada clássico pode se tornar um jogo histórico. A chance de haver um fato extraordinário, que se instale por muitos anos na memória dos dois clubes, fica sempre à espreita na beira do gramado, pronta para entrar em campo. Um gol de placa, um frango ou uma goleada. Uma derrota ou uma vitória importante. A classificação ou a eliminação de um campeonato. Tudo isso tem um gosto – e um peso – diferente quando acontece justamente contra o maior rival. E marca mais. O CA-JU deste domingo, 29 de agosto de 2010, às 15h30, já coloca de antemão os dois times diante de uma possibilidade histórica. O Caxias, vencendo, ou mesmo empatando, além de pisar mais firme no rumo da Série B, pode dar o empurrão que falta à derrocada do Juventude. Pode condenar o adversário ao rebaixamento para a humilhante Série D do Campeonato Brasileiro, depois de passar mais de uma década (ainda recente) ofuscado pelo brilho alviverde na elite do futebol nacional. O Juventude, vencendo ou vencendo (não há saída) o Caxias, pode se reerguer de seu momento mais dramático em pleno Centenário e ainda interromper a embalada ascensão do esquadrão grená. Antes das hipóteses, porém, vamos aos fatos. Nem os papos mais pessimistas imaginaram ver o clube na situação em que se encontra atualmente. De técnico novo, precisando desesperadamente de vitórias – possivelmente três, mesma quantidade de partidas que ainda tem a disputar – para permanecer na Série C, o Juventude parece ter todos os astros conspirando contra si. E o pior de tudo é a necessidade de buscar essa reação urgente logo diante do Caxias. Se perder ou empatar, e dependendo do resultado entre Brasil de Pelotas e Chapecoense, o alviverde poderá sair do clássico inapelavelmente rebaixado. Estatisticamente, vencer será uma tarefa bastante complicada para o elenco esmeraldino. Desde o início do ano, o Ju ganhou apenas dois jogos: 3 a 2 em casa, sobre o Universidade, em 23 de janeiro; e 4 a 2 contra o Inter-SM, em Santa Maria, em 3 de março, ambos pelo Gauchão. Depois, só empates e derrotas. Resultados positivos vieram apenas em amistosos. A série de três empates – um deles o CA-JU do 1º turno da Série C – e a derrota para a Chapecoense decretaram a demissão do técnico Osmar Loss. Então veio Beto Almeida, “não para apagar um incêndio”, como declarou na chegada, mas para tirar o clube de uma situação terrível. E que situação.

André T. Susin/O Caxiense

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por FABIANO PROVIN fabiano.provin@ocaxiense.com.br e MARCELO MUGNOL marcelo.mugnol@ocaxiense.com.br

Assim que desembarcou no Jaconi, muito bem recebido por dirigentes – sete ex-presidentes prestigiaram sua contratação –, Beto deu início a um discurso confiante, ressaltando que o time não estava desmotivado, e garantiu: uma vitória contra o Brasil de Pelotas marcaria o início da recu-

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grau, para a Série C deste ano. Enquanto Beto falava, o presidente Milton Scola tirava os óculos, esfregava as mãos no rosto e respirava fundo. Finalmente, levantou a cabeça e disse: “Precisamos tirar força de algum lugar”.

resposta que os juventudistas esperam”, argumenta. Depois da derrota em Chapecó, Scola conta que foi difícil estar no vestiário. “Foi duro. Acho que toda a pressão a partir do jogo com a Chapecoense é que levou nosso grupo a ter essa queda vertiginosa de rendimento. Quanto mais pesada a camisa, obviamente, mais difícil de ser carregada”, constata.

Essa força alviverde será fundamental para que Julinho Camargo e seu grupo não entrem para a história como o time que rebaixou o Ju para a Esse trabalho de que fala o Série D. O histórico recente é de vanta- presidente papo, quem acompanha o gem grená: o Caxias está invicto há 10 dia a dia do clube sabe, está sendo feiclássicos, desde agosto to desde que ele assude 2008. “Está muito miu – sem desmerecer difícil. É hora de ver “O CA-JU será qualquer outra direção quem realmente pode decisivo, um jogo que passou pelo Juvenficar no barco para as tude. O plano no início que terá pressão batalhas decisivas. Dodo ano era disputar a mingo foi um dia mui- desde o início. Série B em 2011. Mas to duro. Nunca vi nada Teremos de estar primeiro veio o Gauigual. Mas, para quem muito atentos chão, e o Ju terminou trabalha honestamenem 13º entre 16 partise quisermos te, temos que enconcipantes. Até então, 14 trar um caminho que vencer”, diz jogadores tinham sido nos leve a algo melhor”, Tiago Silva, do Ju contratados. Depois, a escreveu Scola em sua eliminação na primeira página no Facebook. fase da Copa do Brasil, Scola ressalta que as perguntas que com duas derrotas para o Corinthianslhe são feitas nos últimos dias têm se PR. E, em seguida, nova reformulação repetido: “Por que estamos nessa situ- do grupo: 13 atletas não tiveram os ação, se todos acreditam no trabalho contratos renovados e outros 16 foram pesado que estamos fazendo?”. O pre- contratados para a Série C (o volante sidente lamenta que a principal área Tiago Silva foi 15º, e o atacante Jean do clube – o futebol profissional – não Coral, o 16º). Como é normal no futevá bem. “Patrimônio, administrativo, bol, a má fase serve, também, para que marketing e categorias de base fazem algumas críticas tomem proporções um trabalho exemplar, dedicado e com maiores. Principalmente de parte da resultados expressivos. No profissio- torcida. É o que está acontecendo no nal, estamos numa situação delicadís- Jaconi. Depois da derrota para o Brasima. Porém, mesmo assim, é preciso sil de Pelotas alguns papos ocuparam nesse momento identificar aqueles que o portão 3 e a grade lateral da saída das podem enfrentar a adversidade e dar a cadeiras para desabafar com os diri-

gentes. Afinal, os torcedores sabem que agora o Ju deve fazer o que não fez neste ano: vencer três partidas seguidas, sendo duas fora de casa. Depois do CA-JU deste domingo, a Chapecoense desembarcará no Jaconi no dia 5 de setembro. Na última rodada, o alviverde irá a Santa Catarina para enfrentar o Criciúma, no dia 19 de setembro. “Não planejamos essa situação. Nosso grupo tem qualidade, e a campanha era para ser melhor, mas não vencemos. O CA-JU será decisivo, um jogo que terá pressão desde o início. Teremos de estar muito atentos se quisermos vencer”, diz o volante Tiago Silva, um dos jogadores mais experientes do Ju, que disputará seu segundo clássico. Para se livrar do descenso com as próprias forças, o Juventude precisa pensar somente em vitórias. Se empatar uma partida, terá de torcer para que a Chapecoense perca seus três últimos jogos (Brasil fora, Ju fora e Caxias em casa). Ou, ainda, secar Brasil, Caxias e Criciúma para que um deles não ganhe mais um jogo sequer. Se depender do esquadrão grená, que está no páreo para conquistar uma das duas vagas à próxima fase da competição, essa possibilidade pode ser considerada muito remota. O Juventude tem motivos para estar mais preocupado do que o Caxias. Mas os grenás também estão com a calculadora na mão e revisando o planejamento estratégico. Na semana de preparação para o clássico, o treinador Julinho Camargo repetia o que dizia no início da Série C: “Nosso objetivo é vencer todas em casa”. Neste campeonato, Chapecoense e Criciúma André T. Susin/O Caxiense

peração alviverde na competição e a busca pela classificação. Mas esqueceram de avisar o adversário. O xavante não tomou conhecimento do Ju, jogou melhor e fez 1 a 0 dentro do Jaconi. A segunda derrota seguida na Série C ampliou para quatro pontos a vantagem do Brasil, 4º do Grupo D, sobre o Ju. Uma distância perigosíssima em um torneio com apenas 10 jogos para definir quem sobe de divisão – praticamente uma Copa do Mundo: a Espanha disputou sete partidas para ser campeã na África. O Juventude é o lanterna, em 5º, com apenas três pontos, conquistados nos empates de 1 a 1 com o Criciúma, 0 a 0 no CA-JU e 0 a 0 com o Brasil, em Pelotas. Depois da derrota na estreia de Beto Almeida, todos foram rapidamente para o vestiário. Treinador e dirigentes fecharam as portas para uma conversa de 15 minutos. O novo técnico foi o primeiro a ocupar os microfones que aguardavam na sala de imprensa. Ainda é possível reverter a situação, disse Beto. As medidas para isso, a partir de agora, passam também por nomes. Alguns jogadores estão pedindo passagem para o time titular. “De forma clara, coerente, vamos analisar isso. As mexidas acontecerão com critério. Trabalhar com perspectiva de rebaixamento é normal, já convivi com isso. O Ju não colheu ao longo da temporada os resultados que precisava. Nem 50% daquilo que se pretendia. Nosso tempo é curto, e a derrota diminuiu ainda mais esse tempo”, analisou o treinador, que estava no Jaconi quando o Ju caiu para a Série B, em 2007. No ano seguinte o time quase voltou para a elite. Mas, em 2009, depois de uma péssima campanha, despencou mais um de-

Primeiro clássico pela Série C, no dia 1º de agosto, no Jaconi, foi marcado pelo equilíbrio, terminando em zero a zero

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André T. Susin/O Caxiense

Júlio Madureira, atacante alviverde, já marcou em um CA-JU. Mas foi quando defendia as cores do Caxias, em 2009, pelo Gauchão

já sucumbiram no Centenário. O próximo da lista é o Juventude. “Não nos interessa o empate em casa, seja contra quem for, senão vou ter de recuperar esses pontos nas partidas fora de casa”, reitera Julinho. Quis o destino que Caxias e Juventude se enfrentassem em condições tão díspares. É como se o Tio Patinhas tivesse caído do cavalo, lhe tivessem surrupiado todas as economias depois da queda, e agora o azarado Pato Donald é que estivesse à beira da fortuna. É um clássico valiosíssimo para os grenás. Vale bem mais que 3 pontos. Vale a oportunidade de colocar o maior rival um degrau abaixo de si, ou até dois, se subir para a Série B e o Ju afundar à Série D. Na tarde de terça-feira (24), enquanto Julinho dava suas instruções aos jogadores, repetindo jogadas, testando formações diferentes, um senhor de cabelos brancos como a neve caminhava em direção ao Centro de Treinamentos da Baixada Rubra. Alceu Fassbinder, presidente do Conselho Deliberativo, é mais um daqueles que se entregam de corpo e alma ao clube. Ele já vivenciou na pele o que os papos estão sentindo. Não só o iminente rebaixamento, mas uma situação tensa e desesperadora que parece não ter fim. Num bate-papo informal, Fassbinder lembrou de momentos infernais do Caxias. E disse, com toda a tranquilidade, sem rancor, como alguém que aprendeu com o tempo: “Tem momentos em que a gente não tem saída. E acaba escolhendo quem pode, e não quem quer”.

Engana-se quem pensa que Fassbinder está comemorando antes da hora ou tripudiando a má fase do alviverde. “Eu acho ruim para a cidade se o Juventude cair. O melhor seria o Caxias e o Juventude subirem e o Grêmio cair para a B. Aí sim nós teríamos um monte de clássicos”, sorri. Quem também dribla a ideia de desforra é o volante Edenílson. Um dos destaques do Caxias na temporada, o homem que tem pavor do frio e não perde uma piada pronta vira um cara sério sempre que o assunto é a bola rolando. “Vamos respeitar o outro lado, porque temos amigos lá. Mas temos de pensar em nós. Vamos jogar em casa e temos de vencer, porque isso vai nos ajudar a classificar. Vamos jogar pra cima deles”, avisa Edenílson. Seriedade é uma palavra que ronda o Centenário e transita fácil por todos os cantos do ninho do Falcão Grená. Começa lá em cima na diretoria, passa por todas as salas da administração e adentra o gramado. Em campo, todas as atenções estão em Marcelo Costa. O meia não é apenas a referência principal do time, mas o jogador que em um passe pode mudar uma partida. Ele reconhece sua responsabilidade. E o melhor, não foge dela. Talvez seja por isso que o perfil do Caxias, hoje, seja de um clube vencedor. O time pode não ter encantado a torcida (ainda) como fizera no Gauchão, mas cada um sabe o seu papel e não passa adiante a tarefa. “Eu sei que o Caxias me contratou principalmente por causa da Série C. É a principal competição do ano e tenho que honrar o compromisso que assu-

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mi com o clube e o presidente Osvaldo Juventude não foi construída por nós Voges”, ressalta Marcelo Costa, que se e não será por nós destruída.” diz recuperado da lesão que o incomoNo treino de terça, Julinho, apoiado dava. em uma das placas de patrocínio, adHá quem diga que ele ainda não é mirava o Centenário. Lá debaixo do o Marcelo Costa do Gauchão. Julinho campo, olhava para a arquibancada vaCamargo explica, dizia e a imaginava cheia zendo que o capitão de torcedores grenás. do Caxias já estava “Jogamos 10 partidas “Essa situação acostumado à forma aqui. Vencemos oito e como jogava Cristian do Juventude não empatamos duas. EspeBorja, referência do foi construída ro que o torcedor motiataque grená que foi por nós e não ve o time, como sempre parar no Flamengo. E tem feito. Vai ser um será por nós leva um tempo para jogo difícil, com altos e Marcelo ajustar-se aos destruída”, diz baixos, mas espero que novos atacantes, como o presidente a todo instante o torceAloísio e Adriano, que do Caxias, dor ajude a equipe, seja vinham jogando como quando estiver bem, em Osvaldo Voges titulares. E tem outra, cima do Juventude, seja Aloísio está de fora do quando sofrer alguma CA-JU, suspenso. Julipressão”, diz o técnico. nho antecipara ainda na terça que tra- “Espero mobilização máxima. Porque balhava com duas possibilidades para está em jogo mais do que um simples a vaga de Aloísio. Ou Palácios, o gran- CA-JU, se é que dá pra se dizer que o dalhão que quase fez um gol no finalzi- clássico é um simples jogo. É praticanho do CA-JU no Jaconi, ou Balthazar, mente uma decisão. Espero um CA-JU que vem entrando bem na Copa Enio pegado, de muita dificuldade, mas de Costamilan. casa cheia. Se o tempo ajudar, é jogo para 15mil pessoas”, acredita Voges. “Não vou dizer para os meus Mas não é preciso falar em números jogadores jogarem mais ou menos para explicar o que significa este clássiporque, se vencermos, o Juventude co. Na rua, na mesa do bar, na história pode ser rebaixado. Se o Juventude oral do mundo da bola, o CA-JU deste cair é ruim para a cidade. E se o jogo domingo entrará para a história como terminar empatado vai ser duplamente um dos mais importantes desde que o ruim, porque não ajuda muito o Juven- alviverde disputou uma partida contra tude e ainda pode nos atrapalhar para o então chamado Flamengo. Está em classificar. O Caxias quer vencer, por- jogo a corneta que poderá ressoar por que precisa”, enfatiza o presidente gre- décadas a fio. Ou a redenção mais gloná, Osvaldo Voges. “Essa situação do riosa que se possa imaginar. 28 de agosto a 3 de setembro de 2010

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Guia de Esportes

guiadeesportes@ocaxiense.com.br

Claiton Stumpf, Divulgação/O Caxiense

por José Eduardo Coutelle

FUTEBOL l Caxias x Juventude | Domingo, 15h30 | O Ju vai para o tudo ou nada. As duas prováveis formações do alviverde: no 4-4-2, Jonatas; Celsinho, Rafael Pereira, Fred e Calisto; Umberto (Tiago Silva), Júlio César, Marcos Paraná (Christian) e Cristiano; Jean Coral (Ismael Espiga) e Fausto; no 3-5-2, Jonatas; Rafael Pereira, Bruno Salvador e Fred; Celsinho, Umberto (Tiago Silva), Júlio César, Marcos Paraná (Christian) e Calisto; Jean Coral (Ismael) e Fausto. O Caxias, mais tranquilo, deve entrar com Fernando Wellington; Alisson, Anderson Bill, Cláudio Luiz e Edu Silva; Itaqui, Edenilson, Marcelo Costa e Renan; Adriano e Balthazar (Palácios). Estádio Centenário Torcida grená: arquibancada R$ 15, acompanhante de sócio R$ 20, cadeira R$ 30, estudantes, pessoas acima de 60 anos R$ 7. Para os papos: R$ 30. Estudantes e pessoas acima de 60 anos R$ 15 | Thomas Beltrão de Queiroz, 898, Marechal Floriano l Futebol Sete Master | Sábado, 10h45 | A Randon precisa só de um empate com o Master para chegar à final. Centro Esportivo do Sesi Entrada gratuita | Cyro de Lavra Pinto, s/nº, Nossa Senhora de Fátima l Futebol Série B | Sábado, 15h e 17h | A Fras-le tenta manter sua invencibilidade contra a Suspensys. Centro Esportivo do Sesi Entrada gratuita | Cyro de Lavra Pinto, s/nº, Nossa Senhora de Fátima

FUTSAL

CIDeF/UCS defende o título estadual neste domingo

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l 8ª Copa Ipam de Futsal Feminino | Sábado, 19h, 20h, 21h e domingo, 9h, 10h e 11h | Com 100% de aproveitamento, a ACBF pega o União Caxias domingo.

Escola Santa Catarina e UCS Entrada gratuita | Santa: Matheo Gianella, 1.160, Santa Catarina; UCS: Francisco Getúlio Vargas, s/n°, Petrópolis

BOLICHE l Campeonato de Boliche da 2ª Semana da Juventude | Sábado, 15h30 | Os jogos, que deveriam ocorrer no último final de semana, foram transferidos para este sábado. Portal Bowling Inscrições: R$ 30 por equipe. Entrada gratuita | RS-453, Km 2, 4.140, Shopping Martcenter | Mais informações, 3220-5758

BASQUETE l Campeonato Citadino de Basquete Adulto Masculino | Domingo, 14h e 15h30 | O time que ganhar automaticamente se classifica para o play-off final. Recreio da Juventude Entrada gratuita | Rua Atílio Andreazza, 3525 l Campeonato Estadual de Basquete em Cadeira de Rodas | Domingo, 9h, 11h, 16h e 18h | A equipe CIDeF/UCS, atual campeã, disputa as finais. Ginásio da Sociedade Recreativa Amigos de Galópolis Entrada gratuita | Edwiges Galló, 160, Galópolis l Campeonato Gaúcho Sub-15 Masculino | Quarta, 1 de Setembro, 14h30 | Os meninos da UCS e do Clube Juvenil se enfrentam em mais um confronto pelo campeonato. No confronto direto entre os times caxiense, o retrospecto favorece os meninos da universidade. Ginásio Poliesportivo da UCS Entrada gratuita | Francisco Getúlio Vargas, 1.130, Petrópolis

Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.


Renato Henrichs “Caxiense” nascido em Farroupilha, o general José Carlos De Nardi foi nomeado pelo presidente Lula chefe do recém-criado Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas. A posse será no próximo dia 6, em Brasília. De Nardi estava na reserva. Foi reconvocado a pedido do ministro Nelson Jobim, da Defesa. Vai coordenar as ações em conjunto do Exército, da Marinha e da Aeronáutica. Não é pouca coisa. Poderá ser o interlocutor de Caxias do Sul em reivindicações futuras – como a saída da área central da cidade da atual sede do 3º GAAAé.

Em campanha

Jaqueline, filha do deputado federal Ruy Pauletti (PSDB), entrou na campanha pela reeleição do pai. Em e-mails disparados a internautas da cidade, ela defende que Pauletti não é um político tradicional, mas “um professor que agora está político”.

A favor da maré

São Paulo e Rio Grande do Sul, últimos redutos de vantagem de José Serra, caíram na pesquisa Datafolha desta semana. Não há levantamentos específicos (apesar da proliferação este ano de pesquisas sobre as intenções de voto do eleitorado), mas Caxias do Sul deve ter acompanhado a tendência.

Greve da intransigência

Diante do anúncio de nova paralisação da categoria, a partir desta segundafeira, a secretária da Saúde, Maria do Rosário Antoniazzi, apela aos médicos da rede municipal que tenham consciência e evitem prejuízo à população. “Para que a comunidade não seja muito prejudicada”, argumenta. O problema é medir o tamanho do prejuízo diante da intransigência das partes envolvidas – Sindicato dos Médicos e prefeitura.

Se não ganharmos no TSE, vamos ganhar no Supremo Vereador Mauro Pereira (PMDB), cuja candidatura está impugnada, ao anunciar que a partir desta segunda-feira sua campanha a deputado federal estará nas ruas.

Fora dos anais

O presidente da Câmara, Harty Moisés Paese, aceitou o pedido de retirada do trecho do discurso da diretora da Escola Helen Keller, Maria Alice Rodrigues, no dia 17. Ela agradeceu a Kalil Sehbe e Alceu Barbosa Velho pelo patrocínio – que poderia se consi-

derado crime eleitoral, se confirmado – do coquetel oferecido pelos 50 anos da escola. “Deferi porque é direito dela, o homenageado pode revisar seu pronunciamento. Quem se sente prejudicado que faça denúncia”, diz Paese.

Erro de expressão

Maria Alice jura que tudo não passou de um engano. “Pediram para agradecer Kalil e Alceu, que sempre foram colaboradores da escola e da sociedade”, defende. Os dois candidatos do PDT demonstram irritação ao comentar o ocorrido. Segundo o deputado estadual Kalil Sehbe Neto, que busca uma vaga na Câmara Federal,

prender-se a um “erro de expressão” é coisa de pessoas mal intencionadas: “Isso deve vir de pessoas que pensam pequeno e se prendem em picuinha. Em vez de se prenderem em pedir cópia de fita e pedir retirada dos anais, deveriam ajudar a escola Helen Keller”, disse à repórter Valquíria Vita, d’O Caxiense.

Ajuda e envolvimento

Sem irregularidades

O vice-prefeito Alceu Barbosa Velho, candidato a uma cadeira na Assembleia Legislativa, argumenta que não participou do coquetel para a escola Helen Keller e que tampouco sabia que a instituição estava sendo homenageada durante aquela sessão da Câmara de Vereadores: “A gente sempre está envolvido e ajudando. Sempre ajudei a escola e participei ativamente das promoções deles, mas para a cerimônia eu nem sabia”, explica.

Programa do Ministério da Cultura, o Pontos de Cultura teve menos propostas do que recursos disponíveis. Ao todo, foram oito proponentes habilitados pela prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Cultura. Há dinheiro para até 10 projetos. Os objetivos do programa afastaram propostas superficiais: só podiam participar entidades, sem fins lucrativos e com histórico de atividades culturais, cujo trabalho contribua para a inclusão social e a construção da cidadania ao gerar emprego e renda ou ao fortalecer as identidades culturais. Financiamento público de campanhas? A tão defendida tese, na verdade, já está em prática. Candidatos em busca de reeleição colocam nas ruas seus assessores – cujos salários são pagos pelo contribuinte.

O fracasso de público de Caxias do Sul – Tradição e Inovação de um Povo revela outra faceta da cidade, esquecida pelos realizadores do filme: a indiferença (ou estagnação) cultural. De qualquer forma, poltronas vazias não devem significar prejuízo à produção. Que cobriu seus gastos com patrocínios prévios.

O diretor da Câmara de Vereadores e também presidente do diretório municipal do PDT (que apoia a candidatura Alceu), Luiz Carlos Muniz, confirma que foi um dos patrocinadores do coquetel: “Estão dando mais valor a isso do que a outras coisas muito mais importantes de uma campanha. Não houve nada de irregularidade. Todo mundo sabe que em momentos de campanha não se patrocina. Seria muita ingenuidade”, afirma Muniz.

Pontos de inclusão

Campanha pública

Tradição e indiferença

Cotado Cristofer Giacomet, Divulgação/O Caxiense

Estado-Maior Conjunto

Fotos: André T. Susin, Divulgação/O Caxiense

renato.henrichs@ocaxiense.com.br

Custo benefício

Prefeitura inaugura neste sábado o complexo esportivo da zona norte da cidade, menina dos olhos do secretário de Esportes, Felipe Gremelmaier. Com quadras para a prática de esportes, pistas de atletismo, ciclovia e

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A desenvoltura com que tem circulado nos meios empresariais caxienses não deixa dúvidas: o ex-vice-presidente do Conselho de Administração da Marcopolo, José Antônio Fernandes Martins, poderá ter cargo no primeiro escalão de um eventual governo Dilma Rousseff. A afinidade entre ambos vem de longa data.

Sempre na pauta

Proposta da vereadora Denise Pessôa (PT), que busca penalidades aos que cometerem qualquer tipo de violência moral no serviço público, não é exatamente uma novidade. Há muito na pauta de reivindicações do Sindicato dos Servidores Municipais, projeto semelhante foi apresentado, em 2001, pelo então vereador Alceu Barbosa Velho. E este ano o tema forma o item 5 da pauta de campanha salarial do Sindiserv.

Campi federais

outros itens, o complexo é fator decisivo para a inclusão social de jovens a um custo/benefício bem mais razoável do que qualquer investimento que o município deva fazer para tornar Caxias do Sul campo base da Copa 2014.

Antes do término de seu mandato, Lula deve vir ao Estado para inaugurar seis campi de universidades federais em Rio Grande, Jaguarão, Santa Maria, Dom Pedrito, Palmeira das Missões e Frederico Westphalen. Não estaria faltando uma cidade nessa lista?

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