ECOS DE APLAUSOS
Programação diversificada do 12° Caxias em Cena atrai novo público ao cenário local |S25 |D26 |S27 |T28 |Q29 |Q30 |S1º
O SUS CONTRA O Sem recorrer a telemarketing e motoboys nem contar com superávit quase milionário – como a Aapecan –, o poder público investe em uma rede de combate à doença, com o auxílio de voluntários
Contas do ensino: mudança na lei da filantropia obriga a UCS a fazer cortes | Roberto Hunoff: carros da
chinesa Chery estão chegando a Caxias | Renato Henrichs: candidatos de hoje sabem que 2012 é logo ali | Máquina da democracia: os segredos e a segurança da urna eletrônica
André T. Susin/O Caxiense
Caxias do Sul, setembro de 2010 | Ano I, Edição 43 | R$ 2,50
Índice
www.OCAXIENSE.com.br Enrique Litman, Divulgação/O Caxiense
A Semana | 3
As notícias que foram destaque no site
Roberto Hunoff | 4
Caxias ganha concessionária da chinesa Chery e filial da Auxiliadora Predial
Batalha pública | 5
A estrutura, os tratamentos e os medicamentos do SUS para enfrentar o câncer
Parabéns pela matéria da Eberle, uma descrição perfeita que faz o leitor sentir-se naquela época. Daniela Dall Agnol
Reflexão eleitoral | 8
Debate na CIC teve muito político para pouco eleitor
@jornalisi Emocionante matéria da @val_borboleta no @ocaxiense. Os homens não preservam o que constroem, sua própria história. Parabéns! #edição42
Franca dedicação | 9
André T. Susin/O Caxiense
Bióloga caxiense coordena trabalho de proteção e observação das baleias no litoral catarinense
Calculadora de votos | 10 Especificações técnicas e histórias de confiança na urna eletrônica
@Sechaus Ótimo o conteúdo do @ocaxiense nessa última edição. Tão mantendo o nível. #edição42
Grande temporada | 12
@rachelzilio Parabéns a Valquíria Vita pela reportagem sobre o descaso com o prédio da antiga Eberle. Viajei no tempo. #edição42
Com 17 dias de programação, Caxias em Cena investe em peças de fora para atrair público aos espetáculos locais
Ajustes filantrópicos | 14
@rafaelalgures Boa iniciativa do @ocaxiense de mostrar ao vivo o debate dos deputados. Aproveitem para saber em quem votar #debatecic
Adequando-se à nova lei, a UCS enfrenta a dolorosa tarefa de cortar orçamentos
Guia de Cultura | 16
Atriz de vestido vermelho no palco e homens de terno em Wall Street
@fgremelmaier Assistindo de casa pelo site do @ocaxiense o debate na @ciccaxiasdosul. Parabéns, bela iniciativa. #debatecic
Artes | 18
Sensações, sentimentos e carências femininas
@evilfun Gente, que sofrimento estar na praia e não poder estar no estádio vendo o jogo da @sercaxias. Pelo menos tem a transmissão do @ocaxiense! #transmissãoemvídeo
Perdas e ganhos | 19
Ao se despedir de alguns craques, Caxias reforça o cofre e busca novos investimentos
@adrio_gelatti Matéria “Tempos Preocupantes” fala sobre abandono e reconhecimento de vida de idosos. Excelente reportagem. #edição40
Guia de Esportes | 20
Tacos para golfe, remos para canoagem e motos aceleradas
Movimentos alviverdes | 21
@Donanas @ocaxiense muito bacana a promoção da assinatura + biografia do Sr. Raul Randon! #assinaturas
A reformulação do Juventude após a queda à Série D
Renato Henrichs | 23 O que as candidaturas de hoje dizem sobre 2012
@mcjaoo seguindo o melhor jornal da cidade, @ocaxiense #edição42
Expediente
Redação: André Tiago Susin, Camila Cardoso Boff, Cíntia Hecher, Fabiano Provin, Felipe Boff (editor), José Eduardo Coutelle, Luciana Lain, Marcelo Aramis (editor assistente), Marcelo Mugnol, Paula Sperb (editora), Renato Henrichs, Roberto Hunoff, Robin Siteneski e Valquíria Vita Comercial: Pita Loss e Cláudia Pahl Circulação/Assinaturas: Tatyany Rodrigues de Oliveira Administrativo: Luiz Antônio Boff Impressão: Correio do Povo
Assine
Para assinar, acesse www.ocaxiense.com.br/assinaturas, ligue 3027-5538 (de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h30 às 18h) ou mande um e-mail para assine@ocaxiense.com.br. Trimestral: R$ 30 | Semestral: R$ 60 | Anual: 2x de R$ 60 ou 1x de R$ 120
No Site
Estacionamento do Iguatemi | Que coisa mais ridícula pagar por um estacionamento que não é coberto e não oferece a mínima comodidade de acesso até o shopping. Mensalidade? É muita falta de concorrência mesmo! Pode ter certeza que o movimento vai baixar e muito. Rafael Diniz Mensalistas? É o fim do mundo mesmo, o sujeito pagar R$ 60 por mês para poder fazer compras num shopping. Everton Rigatti
Jornal O Caxiense Ltda. Rua Os 18 do Forte, 422, sala 1 | Lourdes | Caxias do Sul | 95020-471 Fone 3027-5538 | E-mail ocaxiense@ocaxiense.com.br www.ocaxiense.com.br
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O Caxiense
25 de setembro a 1º de outubro de 2010
Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.
editado por Paula Sperb
A Semana
Nos dias 23 e 24 de outubro, a melodia do jazz vai tomar conta de Caxias do Sul no evento promovido pelo Aristos London House e Arquivo Design. O New Jazz Festival terá apresentações de artistas locais e oficinas como a Circuit Bending, cuja técnica é tirar som de dispositivos eletrônicos que os inscritos levarão de casa, como rádio, brinquedos ou pedais de efeito.
atuarem na agência do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) de Caxias. Até terça (21) só havia um inscrito. Hoje, existem 10 peritos em Caxias, quantidade de profissionais insuficiente para atender às pessoas que procuram pelo INSS. Os novos médicos contratados não precisam cumprir carga horária determinada e recebem de acordo com a quantidade de perícias realizadas. Uma perícia demora em média 20 minutos, e o médico pode fazer, no máximo, 520 perícias ao mês. Por cada perícia ele recebe R$ 21. Portanto, se realizar o número máximo de consultas por mês, o salário será de R$ 10,9 mil.
TERÇA | 21 de setembro
QUARTA | 15 de setembro
Iguatemi
Brigada Militar
mento do Shopping Iguatemi custará R$ 3 para carros e motos, sem limite de permanência. Haverá um período gratuito, de tolerância e tempo de desistência, de 15 minutos. Nos próximos dias, o cliente deverá apenas validar o seu ticket para a liberação em um dos guichês próximos às portarias (em frente ao Carrefour, Renner e no Lifestyle). A cobrança será feita após este período de validação. Serão oferecidos planos mensalistas para os clientes no valor de R$ 60 e R$ 40 de segunda a sexta. Além disso, nos meses de outubro e novembro, os clientes que consumirem o valor mínimo de R$ 10 em alimentação, no horário das 11h30 às 14h, poderão validar seu ticket e serão isentos do pagamento.
O comandante-geral da Brigada Militar, coronel João Carlos Trindade Lopes, manifestou nesta quarta-feira (22), na CIC, a vontade de ver o Colégio Tiradentes de Caxias funcionando já em 2011. O coronel anunciou que deverá lançar edital de um novo concurso público para servidores militares do Estado na próxima semana. Para Caxias, Trindade prevê três turmas, o que representa 120 novos policiais.
SEGUNDA | 20 de setembro Cultura
New Jazz Festival reúne artistas locais
Estacionamento custará R$ 3 Comandante quer Colégio Tiradentes pronto em 2011 A partir de outubro o estaciona-
Trabalho
Vaga de perito tem apenas um interessado Precisa-se de médicos peritos para
Câmara de Vereadores
Suco de uva está mais próximo da merenda
Apenas dois vereadores, Ari Dallegrave (PMDB) e Elói Frizzo (PSB), foram contra a derrubada do parecer de inconstitucionalidade da Comissão de Constituição, Justiça e Legislação (CCJL) da Câmara ao projeto da vereadora Ana Corso (PT), que trata da inclusão do suco de uva na merenda
escolar, na rede municipal de ensino. O parecer foi derrubado por 8 votos a 2 e o suco de uva na merenda das escolas da cidade da Festa da Uva está mais próximo de ser realidade.
Título de eleitor
Prorrogada até o dia 30 retirada da segunda via
Caxienses terão mais uma semana para retirar a segunda via do título eleitoral. O documento poderá ser solicitado até o dia 30 de setembro. A Central de Atendimento ao Eleitor fez 360 atendimentos na terça-feira (21) para retirar o documento. A Central fará um novo plantão nesse sábado (25) e domingo (26), das 12h às 19h, para a emissão do título. O plantão fica na Central de Atendimento ao Eleitor, na Rua Garibaldi, número 596.
QUINTA | 23 de setembro San Pelegrino Shopping
Novo pedido de desembargo
paula.sperb@ocaxiense.com.br Caxias do Sul e região deverão integrar a rede nacional de sismógrafos. A nova estação de monitoramento, a terceira no Estado, será no Parque do Caracol, em Canela. A rede nacional é financiada pela Petrobrás e coordenada pela Universidade de São Paulo (USP), de Brasília (UnB), e pelas federais do Rio Grande do Norte e do Rio de Janeiro. Segundo o coordenador da instalação da rede para os estados da região sul, Afonso Vasconcelos, pesquisadores da USP visitaram Caxias no dia 10 de setembro para escolher um local para os equipamentos. Os aparelhos vão monitorar as atividades sísmicas de Caxias do Sul, Gramado e Canela. Os dados coletados serão enviados em tempo real, via satélite, para o Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG-USP), onde serão disponibilizados para a análise de pesquisadores da universidade paulista e das instituições que participam do projeto e para um centro de estudos nos Estados Unidos.
SEXTA | 17 de setembro
A administração do Shopping San Pelegrino encaminhou nesta quarta-feira (23) um novo pedido de desembargo das obras ao Ministério do Trabalho Emprego (MTE). As obras na fachada do centro comercial foram embargadas no dia 5 de agosto. A construção do Supermercado Nacional foi liberada no dia 2 de setembro. Segundo o chefe do MTE em Caxias do Sul, Vanius Corte, o órgão público não tem prazo para realizar nova vistoria.
Tremores de terra
Sismógrafo deverá ser instalado dentro de 30 dias Dentro de um prazo de 30 dias,
Responsabilidade Social
Atividades comemorativas ocorrem no sábado Para comemorar o Dia Nacional da Responsabilidade Social, diversas atividades serão realizadas em Caxias neste sábado (25). A Faculdade Anhanguera promoverá palestras sobre cuidados com animais, ecologia, trânsito e saúde. As atividades ocorrem na sede da Anhanguera (Rua Sinimbu, 2.590), das 14h às 17h. A Faculdade da Serra Gaúcha (FSG) oferecerá serviços de avaliação física, consultoria jurídica e oficina de bem-estar a partir das 10h30, também na sua sede (Rua Os Dezoito do Forte, 2.366).
Assine: 3027-5538
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25 de setembro a 1º de outubro de 2010
O Caxiense
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Roberto Hunoff roberto.hunoff@ocaxiense.com.br
Caxias do Sul abriga atualmente 21 concessionárias autorizadas de montadoras de veículos. A próxima está a caminho: trata-se da Chery, montadora chinesa que anunciou no dia 17 de setembro a localização de fábrica na cidade de Jacareí, interior de São Paulo. A loja da primeira concessionária de marca chinesa na cidade está sendo erguida na Avenida Ruben Bento Alves. A empresa tem outras três representações no Estado: Porto Alegre, Pelotas e Passo Fundo, onde já comercializa os veículos Face, Tiggo e Cielo, todos importados diretamente da China. No país já são 40 autorizadas, número que chegará a 70 até o final do ano.
Expansão imobiliária
Uma das principais imobiliárias do Estado chega a Caxias do Sul em outubro. A Auxiliadora Predial abrirá uma filial, em forma de franquia, para atuar exclusivamente com venda de imóveis. Seu supervisor de marketing, Luis Maffini, observa que o mercado caxiense sempre atraiu a empresa, mas a viabili-
zação da expansão deu-se somente por meio do sistema de franquia. Com matriz em Porto Alegre, a Auxiliadora Predial completará 80 anos em 2011 e atualmente tem 30 lojas no país, das quais seis próprias e o restante franqueadas, seguindo tendência na Europa e nos Estados Unidos. André T. Susin/O Caxiense
Primeira chinesa
Representação
Um grupo de empresários ligados à CDL de Caxias do Sul participa, de domingo (26) a quarta-feira (29), da 51ª Convenção Nacional do Comércio Lojista em Florianópolis. Serão tratados temas como associativismo, cenário econômico, oportunidades de negócios e qualificação profissional. A profissão de engenheiro, seja qual for o segmento de atuação, nunca esteve tão em alta como neste momento. As oportunidades de emprego surgem em todos os cantos do país e jovens universitários são procurados com propostas de estágios ou colocações. Para despertar alunos de escolas de Caxias do Sul e região para o universo das engenharias, a UCS promoverá a segunda edição da Mostra Científica e Tecnológica das escolas de Ensino Médio da Serra Gaúcha. No período de 28 a 30 de setembro haverá programação para jovens de 14 a 18 anos estudantes das áreas de ciências, tecnologia e comunicação.
Feira de imóveis
Até o dia 3 de outubro os interessados na aquisição de imóveis terão a oportunidade de conhecer projetos de 16 empresas de Caxias do Sul. A Expoimóvel ocupa a Praça de Eventos do Iguatemi, onde serão
Capacitação
Estreia
Pela primeira vez, a Marcopolo participa do Salão Internacional de Veículos Comerciais, que ocorre em Hannover, na Alemanha, até domingo (26). A empresa expõe o modelo de ônibus rodoviário Paradiso 1200 Geração 7. O objetivo, segundo Ruben Bisi, diretor de Estratégia e Marketing, é a apresentação mundial do último lançamento da companhia.
Comemoração
Especializada em soluções para solda e corte para diversas atividades industriais, a Sumig comemora 30 anos. A empresa dirigida por Gemir Antônio Susin e os filhos Wilian, Wagner e Diego opera em todo o Brasil com mais de 500 distribuidores credenciados e, desde 1998, atende ao mercado externo, atuando no Paraguai, Uruguai, México, Argentina, Bolívia, Cuba e Austrália. No momento negocia contrato de distribuição para a Europa a partir de parceria na Holanda. A Sumig emprega 200 funcionários.
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O Caxiense
O educador físico Paulo Bof consolidou parceria com o administrador Rafael Rigotto que resultou em novas instalações para a academia Base 1. O espaço de 1,1 mil m², o dobro do anterior, abrigará várias modalidades esportivas, além de grupos de corrida. Dentre as novidades está a oferta de aulas de inglês no espaço fitness.
Desaceleração
A economia brasileira desacelera no início de 2011 e a taxa de crescimento do ano ficará abaixo da estimada para 2010, que é de 7,8%. É o que projeta a Associação Comercial de São Paulo em seu relatório de setembro sobre Indicadores Antecedentes. O estudo indica crescimento de 4,5% a 5%.
Cooperação
Sensibilização
Mais 195 alunos receberam certificados por conclusão de cursos oferecidos pelo Programa Trabalho 10 – Cidadania com Responsabilidade, iniciativa que reúne o poder público, a iniciativa privada e entidades comunitárias e sindicais. A 21ª turma preparou mão de obra nos cursos de Lid/Metrologia, Informática, Auxiliar Administrativo, Confeitaria, Padaria, Cabeleireiro e Manicure. Realizado desde 2003, o programa já certificou aproximadamente 7 mil pessoas em situação de vulnerabilidade social.
Saúde
apresentadas mais de 1,2 mil opções de imóveis, entre apartamentos, casas, salas comerciais, boxes de garagem e terrenos para vendas, situados em Caxias do Sul, no litoral e outras cidades da região.
Primeira impressão
A qualidade dos vinhos da Safra 2010, suas peculiaridades e diferenciais serão conhecidas neste sábado (25), em Bento Gonçalves. A 18ª Avaliação Nacional de Vinhos, organizada pela Associação Brasileira de Enologia, terá a participação de 750
apreciadores da bebida. Nesta edição foram inscritas 260 amostras por 55 vinícolas. Após julgamento por 87 enólogos brasileiros foram selecionadas 16 amostras para representarem a safra deste ano.
Em torno de 400 colaboradores das Empresas Randon deixaram de ser fumantes no último ano. Em 29 de agosto de 2009 a companhia lançou uma campanha pela erradicação do fumo em suas dependências. Na época, dos 9 mil trabalhadores, em torno de 13% era fumante, algo como 1,1 mil, segundo as estatísticas da área
de Medicina do Trabalho. Atualmente, dos 11 mil empregados, pouco mais de 750, correspondendo a 7% do total, são fumantes declarados, incluindo a unidade de São Paulo. A campanha faz parte do Programa Viver de Bem com a Vida, que no ano passado recebeu aporte de R$ 90 mil da empresa.
Ação antifumo
A Parceiros Voluntários de Caxias do Sul promoverá o 4º Encontro Regional de Lideranças do Voluntariado. Será na quinta-feira (30), a partir das 17h, na CIC. O palestrante será Hermes Gazzola, vice-presidente da Rede Parceiros Voluntários. O candidato ao Piratini Tarso Genro, da Coligação Unidade Popular pelo Rio Grande, expõe sua plataforma de governo na segunda-feira (27), em
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Curtas
A região da Serra ganhou duas novas redes de cooperação, numa iniciativa da UCS e governo do Estado. A Associação Gaúcha de Ferragens é formada por empresas do segmento de comércio de ferragens sediadas em Caxias do Sul e Bento Gonçalves. A Associação dos Vinicultores de Garibaldi reúne 24 vinícolas e microchampanharias, concentrando várias especialidades do segmento. A UCS atende atualmente a 26 redes de cooperação ativas, envolvendo mais de 500 empresas, responsáveis por quase 8 mil empregos.
Destaque turístico
A abertura oficial da 1ª Semana Municipal de Turismo será marcada pela entrega do troféu Destaque Turismo Caxias. A iniciativa da Secretaria Municipal do Turismo ocorrerá na segunda-feira (27), a partir das 20h, no Restaurante Don Claudino. O troféu, dividido em 10 categorias, destacará profissionais, lideranças, empreendedores e personalidades da área turística que atuam em Caxias do Sul. A eleição foi feita pelos integrantes do Conselho Municipal do Turismo. As atividades da semana prosseguirão até sexta-feira, quando ocorrerá o V Fórum Municipal do Turismo, nas dependências da CIC.
reunião-almoço da CIC de Caxias do O empresário Paulo Geremia, Sul. fundador e presidente da Casa Di Paolo, com três operações em Caxias do Sul, foi O Procon de Caxias do Sul man- eleito o melhor restauranteur de 2010. A terá contato direto com a população premiação do Guia Quatro Rodas ocorneste sábado (25). Orientará e distribui- reu nesta semana em São Paulo. rá matérias educativas para a população como parte das comemorações dos 20 O 1º Seminário de Agroindústrias anos de vigência do Código de Defesa de Caxias está programado para segundo Consumidor. As atividades ocorre- da-feira (27). A iniciativa é da Secretaria rão na Praça Dante Alighieri, das 10h às Municipal da Agricultura, Emater e Sin15h. dicato dos Trabalhadores Rurais.
Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.
Rede de assistência
LUTA PÚBLICA
CONTRA O
O
CÂNCER
André T. Susin/O Caxiense
Dois hospitais em Caxias atendem 1,4 mil pacientes da região pelo Sistema Único de Saúde, apoiados por voluntários
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por GRAZIELA ANDREATTA
mento em que um doente oncológico é encaminhado ao HG, ele passa a ser responsabilidade do hospital. “As consultas são feitas aqui e levam em média uma semana para serem marcadas, dependendo da urgência. Também fornecemos os remédios, fazemos exames, cirurgias e quimioterapia. Os serviços que não disponibilizamos nós encaminhamos para outro local conveniado, assim como a radioterapia. Mas não deixamos nenhum paciente sem atenção. Esse serviço funciona muito bem no SUS.”
dete Maria Gassenn, 48 anos, recomeça todos os dias. Portadora de um tumor maligno que avançou sobre vários de seus órgãos, ela diz que se acostumou a levantar-se todas as manhãs e, antes de qualquer outro ritual, agradecer por estar viva. Faz isso há mais ou menos dois anos, desde que descobriu a doença. Nas palavras de Odete não há nada de ressentimentos ou tristeza. Durante a entrevista, ela não derrama uma lágrima, nem se queixa. Sorri o tempo todo e repete inúmeras vezes a palavra O Hospital Geral também é o gratidão: ao pediatra do filho que viu lugar para onde Elizabeti Gomes de nela sinais do problema de saúde, aos Almeida, 53 anos, recorre quando as médicos que a operaram, às enfermei- crises de dor ficam insuportáveis. Ela ras que cuidam dela nas seções de qui- teve câncer no útero em 1987, passou mioterapia, às entidades que a ajudam por um tratamento de radioterapia e à família, sempre ao seu lado. “Eu re- e conseguiu controlar o tumor. Mas cebo muito apoio de todos. Nunca me como a doença deixou sequelas, contifaltou nada e preciso ser grata a isso.” nua recebendo atenção na rede públiOdete passou por uma cirurgia que ca. “O tumor era do tamanho de uma resultou na retirada laranja e, para retiráde partes de diversos lo, os médicos que me órgãos afetados pelo atingiram “Quando cheguei operaram câncer e, em função da o intestino e a bexiga, quimioterapia, perdeu no HG, a doença o que fez com que eu o cabelo por duas ve- já tinha se tivesse infecções e prezes, mas não se impor- espalhado, e eles cisasse fazer exames de ta com isso. Ela sabe controle com frequênfizeram de tudo que sua doença não cia para saber se a doestá controlada, mas para me salvar. ença não voltou.” procura pensar naqui- Só tenho elogios Elizabeti nunca mais lo que possui, e não no para eles”, foi a mesma. Usa fralque pode perder. Os das e uma bolsa de diz Odete que se aproximam dela colostomia (espécie de são recebidos com bom saco plástico colado humor – ela fala com ao corpo e que recolhe empolgação até mesmo quando o as- o material fecal). Por causa disso, não sunto é sua condição de saúde, e não pode mais trabalhar fora e viu mudanse despede de ninguém sem desejar ças ocorrerem também na vida pessoal. bênçãos. “Eu me converti logo depois No entanto, não se deixa abater. “Um de ter feito a cirurgia, ainda na cama dia ouvi uma mulher reclamar porque do Hospital Geral, após receber a vi- tinha saído da academia cansada e ainsita de dois pastores. Pedi a Jesus que da tinha tudo por fazer em casa. Aí eu me desse um dom para que eu pudesse lhe contei que ela iria pra casa, enconretribuir a vida que estava recebendo. traria o marido, tomaria banho, farias Essa coisa boa que transmito deve ser suas coisas e no dia seguinte acordaresultado do meu pedido.” ria renovada. Mas eu tinha uma bolsa Como não tem dinheiro para ajudar que tornava tudo mais difícil e poderia outros pacientes na mesma condição, dormir que no dia seguinte seria tudo Odete procura retribuir o auxílio que igual, e mesmo assim não me queixava. ganha conversando com os doentes e Ela ficou em silêncio.” familiares que cruzam seu caminho A fé e a maneira positiva com que nas consultas e terapias realizadas no encara a vida têm sido as principais Hospital Geral, onde recebe a assistên- aliadas de Elizabeti nos últimos 23 cia que a mantém viva. anos. “Quando meu câncer foi descoberto, os médicos haviam me dado Odete havia começado a pagar três meses de vida. Eu conversei com um plano de saúde quando ficou do- Deus e pedi que me deixasse viver para ente. Mas precisou acionar o convênio cuidar do meu filho. Fui atendida. Enantes que completassem os dois anos tão, quando desanimo, normalmente de carência estipulados no contrato. quando enfrento crises fortes de dor, Resultado: não obteve atendimento pego a minha mala e corro para o HG. e acabou recorrendo ao SUS. “Quan- Sempre volto para casa pronta para do cheguei no HG, a doença já tinha mais uma.” se espalhado, e eles fizeram de tudo O Hospital Geral atende em média para me salvar. Só tenho elogios para 1.070 pacientes oncológicos por mês, eles”, lembra. No hospital, passou pela conforme dados oficiais da Secretacirurgia e, depois, pela quimioterapia. ria Municipal da Saúde (SMS). Há 10 Também recebeu todos os remédios anos, é a referência em atendimento necessários para tratar o câncer, além de adultos com câncer para 27 municído encaminhamento para os exames pios gaúchos. E há cinco anos assumiu de controle da doença. E foi informa- também o tratamento pediátrico de da sobre os apoios social e psicológico 48 cidades da região. Além do HG, os disponíveis, dos quais só não usufruiu doentes que recorrem ao SUS podem porque sua terapia “é a fé”. procurar o Hospital Pompéia, que diSegundo a enfermeira gestora do vide essa responsabilidade com o Geserviço de oncologia ambulatorial ral há três anos. A demanda é menor do HG, Ana Maria Oliveira, no mo- – recebe cerca de 330 pessoas por mês 25 de setembro a 1° de outubro de 2010
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Fotos: André T. Susin/O Caxiense
O HG, que tem ala oncológica pediátrica, oferece consultas, exames e terapias
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–, mas o atendimento também é integral. Os dois hospitais realizaram no ano passado 472 cirurgias oncológicas – 375 no HG, 97 no Pompéia. O único serviço que as duas instituições não disponibilizam ainda é o de radioterapia, que no momento é prestado pelo Centro Regional de Radioterapia, no Hospital Saúde, por meio de convênio com o Município. Mas o HG já está se habilitando para passar a oferecer também esse tratamento a partir do próximo ano. O coordenador do Instituto do Câncer do Hospital Pompéia, Joemerson Osorio Rosado, garante que as críticas normalmente feitas ao SUS não se aplicam à área oncológica. Na opinião dele, os pacientes sob cuidado do serviço público não ficam em desvantagem em relação aos de planos privados. “A única diferença é que no SUS não temos como comprar medicações muito novas porque elas são caras e inviabilizariam o serviço. Mas com os recursos tecnológicos e farmacêuticos de que dispomos atendemos a todos.” Joemerson conta que, além dos tratamentos convencionais, o Pompéia participa de pesquisas internacionais de desenvolvimento de novas medicações usadas no tratamento de alguns tipos de câncer. “As pessoas que aceitam participar das pesquisas recebem tudo o que existe de melhor em termos de medicação, coisa que o SUS e a maioria dos planos privados jamais teriam condições de fornecer. Sem contar que a contribuição de quem se dispõe a fazer parte dos testes é imensa.” A secretária municipal da Saúde, Maria do Rosário Antoniazzi, defende enfaticamente o atendimento do SUS.
Para ela, a atenção que o sistema público disponibiliza na área oncológica é muito maior do que em grande parte dos convênios particulares. “Muitos planos de saúde oferecem o tratamento até a cirurgia, mas não cobrem os custos de quimioterapia e radioterapia, que são altíssimos, e acabam abandonando os pacientes no meio do tratamento. O SUS jamais faz isso.” Maria do Rosário lembra que no momento em que um paciente procura ajuda do serviço público ele é acolhido e passa a ser atendido em todas as suas necessidades. “O SUS não pode ser farmácia para os médicos particulares ou de planos de saúde. Por isso, quando um paciente oncológico nos procura, ele passa a ser responsabilidade nossa, desde as consultas médicas até exames, terapias e fornecimento de remédios, pois nosso cuidado precisa ser integral.” A secretária garante que não costuma faltar remédios, porque os médicos que atendem no HG e no Pompéia seguem um protocolo sugerido do SUS e geralmente não prescrevem medicações que não possam ser oferecidas – salvo exceções, como em caso de tumores raros. “Isso não significa que os pacientes não tenham bons tratamentos. As indicações são baseadas em protocolos internacionais de tratamento que visam a salvar a vida das pessoas.” O problema do SUS está no cuidado complementar aos pacientes. Essa deficiência, embora não os coloque em risco de morte, não minimiza o sofrimento que enfrentam no tratamento. É nessa lacuna que entra a contribuição das entidades assistenciais.
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Na Liga, o dinheiro é contado.
Mas as voluntárias conseguem atender quase toda a demanda que recebem. Além dos remédios, procuram fornecer passagens de ônibus a quem faz tratamento em Porto Alegre e fraldas para adultos. “Nosso orçamento mensal é de R$ 10 mil, R$ 12 mil. Nem sempre é suficiente. Mas aí entramos em contato com outras entidades, como a Casa Madre Teresa, ou falamos com os médicos que receitaram os remédios para saber se há como fazer uma substituição. O importante é que sempre damos um jeito e jamais deixamos alguém sair sem dar algum tipo de ajuda”, explica Fátima. A falta de recursos é a principal dificuldade da Liga hoje para complementar o atendimento fornecido pelo SUS, mas nunca foi motivo de desânimo para as voluntárias. A artista plástica Isalina Fanton Brustolin, 72 anos, que integra a Liga há 22, garante que às vezes o trabalho principal é ouvir as histórias de sofrimento e superação e retribuir com bem-estar. “Temos muito mais do que imaginamos a oferecer. Receber com carinho e um pensamento positivo pode ser um grande remédio para quem está sofrendo e precisa de medicamentos, mas também de apoio psicológico”, diz Isalina. A voluntária Ivete Basotti, 53 anos, também acredita na força desse cuidado, que precisa estar presente em quem se dispõe a lidar com vítimas de tumores e pode ser tão valioso quanto as terapias de apoio modernas e caras. “Nunca vou esquecer de uma passa-
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gem que acompanhei: uma paciente havia feito um exame de diagnóstico de um tumor no Hospital Geral, mas por motivos religiosos não foi buscar o exame. O médico se preocupou e pediu para irem atrás dessa paciente para que ela fosse ao hospital, pois precisava saber do resultado. Quantos médicos fazem isso? Isso aconteceu no centro oncológico do HG.” Odete Maria Gassenn é a prova do quanto essa ajuda que está por trás das técnicas e remédios é importante. O câncer fez com que ela descobrisse a fé e as atitudes positivas. Foi depois de uma visita de dois pastores que ela encontrou forças para enfrentar a doença. “Quando eu passei pela primeira quimioterapia e perdi o cabelo foi um choque. Hoje estou passando por isso pela segunda vez e já não me importo mais, porque eu sei que o mais importante é viver para cuidar dos meus filhos, que são os amores da minha vida e precisam de mim.” Uma das atividades favoritas de Odete é cuidar da horta que mantém no terreno ao redor da casa. Planta alho, cebola, alface, milho, vagem, pimentão. “A natureza acalma a gente. Plantar uma semente e vê-la germinar e crescer nos faz pensar no que é a vida. Quero viver bastante ainda, mas não tenho mais medo do que pode me acontecer e espero que Jesus ilumine a todos que passam pelo mesmo problema que eu para que eles também possam enfrentá-lo e lutar pela vitória.”
André T. Susin/O Caxiense
A Liga Feminina de Combate ao Câncer mantém uma sala de atendimento dentro do Hospital Geral duas tardes por semana (às segundas e quartas-feiras). Nesse espaço, as voluntárias conversam com os doentes e seus familiares e ajudam na compra de remédios e suprimentos que não são distribuídos gratuitamente na rede pública. A vice-presidente da Liga, Fátima Cirena Müller, conta que as pessoas em tratamento quimioterápico, por exemplo, enfrentam sintomas como náuseas e enjoos, alguns sentem dores muito fortes e outros entram em depressão. “Alguns remédios é possível obter nas unidades básicas de saúde. Mas os que as pessoas não conseguem no posto a gente procura fornecer.” A Liga não possui a verba milionária da Associação de Apoio a Pessoas com Câncer (Aapecan) – que, conforme O Caxiense mostrou nas edições 34 e 35, declarou ter arrecadado no ano passado R$ 7.758.464,51 em doações da comunidade à matriz, em Caxias, e às filiais em outras cinco cidades gaúchas. Ao contrário da Aapecan, a Liga não tem operadores de telemarketing pagos para telefonar à comunidade com o intuito de pedir dinheiro nem motoboys contratados exclusivamente para ir até as casas buscar as doações. Todas as pessoas que trabalham na Liga são voluntárias – em vez de pedir, elas doam parte dos seus recursos e do seu tempo para atender os doentes.
Odete ampara-se na rede pública e na fé
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CIC, Divulgação/O Caxiense
Fórum Político
Cada concorrente à Assembleia ou à Câmara teve 10 minutos para mostrar suas ideias. Ao final, eles ouviram perguntas da pequena plateia presente
“DEPOIS, NÃO ADIANTA
RECLAMAR” A
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por CAMILA BOFF camila.boff@ocaxiense.com.br
o longo de quatro horas e quinze minutos, na última terça-feira (21), candidatos da região à Assembleia Legislativa e à Câmara de Deputados tiveram a oportunidade de demonstrar por que querem ser representantes da sociedade. E a sociedade representada também teve uma oportunidade, a de avaliar quais deles merecem ser eleitos. Mas enquanto os postulantes a cargos públicos cumpriram o que lhes foi proposto, os eleitores deixaram a desejar. O CIC Debate – Fórum Político, realizado pela Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul, contou com a participação de 20 candidatos e praticamente o mesmo número de eleitores – menos mal que O Caxiense colaborou para multiplicar essa audiência, transmitindo o evento ao vivo em seu site. Participaram do debate os concorrentes à Câmara Federal Arino da Rosa Maciel (PSOL), Assis Melo (PC do B), Jane Andreola Oliboni (PP), Kalil Sehbe (PDT), Maria Neli Ferrante (PSB), Mauro Pereira (PMDB), Pepe Vargas (PT) e Ruy Pauletti (PSDB). Entre os candidatos locais a uma vaga na Assembleia Legislativa, estiveram presentes Alceu Barbosa Velho (PDT), Aurora Jesus de Oliveira (PSOL), Daniel Borghetti (PSDB), Guiomar Vidor (PC do B), José Adamoli (PSB), José Carlos Gollo (PSOL), Marcia Ramos (PP), Marcos Daneluz (PT), Maria Helena Sartori (PMDB), Marisa Formolo (PT), Vinicius Ribeiro (PDT) e Waldemar de Lima (PTB). Entre as frases mais proferidas nos discursos estavam “Eu sou contra o atual modelo de pedágio” e “Vou lutar para que o aeroporto regional seja instalado em Caxias”. Não poderia ser diferente. A maioria dos participantes conhecia bem as demandas dos articulados donos da casa. A CIC está mo-
O Caxiense
bilizada para as eleições e deixa claro quais são suas reivindicações. Ao fim do evento, cada candidato recebeu um documento assinado pela entidade e por 20 sindicatos patronais contendo 28 pleitos da classe empresarial de Caxias. Entre eles, redução da carga tributária, recuperação da malha rodoviária, ampliação da oferta de educação profissional e técnica, promoção da saúde e atenção à segurança pública, além, é claro, dos pedidos de extinção dos pedágios e de definições sobre o aeroporto internacional de cargas e passageiros. Ao término do fórum político, o presidente da entidade, Milton Corlatti, avaliou positivamente a iniciativa. “Saímos felizes desse encontro. Certamente a CIC está, mais uma vez, contribuindo com a democracia”, afirmou. Entretanto, na reunião-almoço alusiva à Semana Farroupilha, no dia seguinte, Corlatti lamentou a baixa adesão dos eleitores ao debate. “O que se viu em termos de público demonstrou que há um sentimento de apatia em relação às eleições. Excluindo candidatos, assessores e nossa equipe, talvez tivéssemos 30 pessoas no auditório. Conclui-se que não há interesse em conhecer o que os candidatos irão fazer caso sejam eleitos. Depois, não adianta reclamar”, afirmou, direcionando o recado principalmente a diretores da entidade. Cada candidato teve 10 minutos para se apresentar, em um debate em que não eram permitidas réplicas e tréplicas. Tempo suficiente para demonstrar a capacidade retórica de futuros parlamentares e o despreparo de outros, ao menos nessa área. Aqueles que se sentem prejudicados pelo pouco espaço no horário eleitoral agradeceram a oportunidade. Ao final do tempo estabelecido, o microfone era cortado. Porém, num auditório com poucas pessoas, quem continuasse a falar depois disso conseguia ser ouvido.
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Candidatos da região foram à CIC apresentar propostas. Pena que pouca gente apareceu para ouvi-los
O deputado estadual Kalil sidência, Plínio de Arruda Sampaio. Sehbe (PDT), que concorre a uma Criticando o que chamou de processo vaga na Câmara, foi o primeiro a se “imbecilizatório” do país, defendeu a inscrever no fórum, mas não compa- reforma agrária e pediu que sua sigla receu. Em vez disso, enviou uma carta fosse pronunciada de maneira correta. explicando estar em sessão na Assem- “Não é PISOL, é PSOL, sem ‘i’”, enfableia e um vídeo apresentando história tizou. pessoal, leis de sua autoria e propostas Quando o espaço de perguntas foi de campanha, como incentivo para a aberto, ao final das apresentações dos educação, combate às políticos, veio à tona drogas e investimentos a curiosidade e preoem saúde. cupação dos poucos “O que se viu José Carlos Gollo em termos presentes em relação a (PSOL), que é cadeioutros temas. Após crirante, não pôde ir até de público ticar a falta de público, o púlpito para se apre- demonstrou que o presidente do Simsentar do mesmo lugar há um sentimento plás, Orlando Antonio que os colegas políti- de apatia em Marin, observou que a cos. Para vencer uma questão previdenciária série de largos degraus relação às não havia sido citada e chegar pelo menos à eleições”, por nenhum candidato, frente do palco, Gollo avalia Corlatti e chamou de “câncer da precisou da ajuda de sociedade” as aposenassessores. A relevântadorias milionárias. cia de sua principal proposta estava ex- Serafim Quissini, presidente do Sinposta. “A acessibilidade é uma questão dimadeira, provocou: “A questão dos para ontem. Aqui mesmo na CIC, eu pedágios deve melhorar, já que quase encontrei uma escada e não pude subir todos os candidatos se manifestaram no púlpito. Nós estamos no Século 21! contra o modelo atual”. Ontem eu fui na Festa da Uva e lá não Candidato à reeleição, o deputado encontrei um banheiro para deficien- federal Ruy Pauletti (PSDB) foi questes”, relatou. tionado sobre supostos gastos excessiO candidato a deputado estadual vos com alimentação e transporte utiDaniel Borghetti (PSDB) foi o dono lizando a verba da Câmara – números de um dos discursos mais efusivos. que circularam recentemente em um Criticou políticas de assistencialismo e-mail anônimo. Pauletti disse que e o posicionamento (ou a falta de) dos a mensagem tratava-se de um crime candidatos da cidade quanto ao apoio eletrônico, que está sob investigação aos presidenciáveis. Borghetti, que é da Polícia Federal. Argumentou ser o advogado, disse ainda que a inseguran- 23º deputado no ranking de gastos da ça jurídica do país é fruto do desprepa- Câmara e lembrou ser um dos parlaro de legisladores. mentares que diminuíram seu patriO candidato à Câmara dos Deputa- mônio durante o mandato. “Isso que dos pelo PSOL Arino da Rosa Maciel fizeram foi uma maldade”, desabafou, iniciou sua apresentação lembrando já com microfone desligado em função sua trajetória pública, a exemplo dos do término de tempo estabelecido para demais. Mas também utilizou o espaço resposta. Quem estava lá, ouviu. para fazer o público rir, aparentemente seguindo os passos do representante Online | Veja a cobertura do debate na íntegra em www.ocaxiense.com.br. de seu partido na disputa pela pre-
Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.
Enrique Litman, Divulgação/O Caxiense
Arquivo pessoal de Mônica Pontalti/O Caxiense
Trabalho gigantesco
Apaixonada pela vida marinha desde a infância, Mônica Pontalti hoje é coordenadora do Instituto Baleia Franca, em Garopaba (SC), onde os animais aparecem perto da costa
ELA SALVA AS
D
BALEIAS por VERA DAMIAN
e binóculos na sua casa em Itapeva, em frente ao mar, a menina Mônica avistou maravilhada as baleias que passavam próximas à costa, indiferentes ao encantamento da criança de sete anos. “Lembro que eram férias de julho”, conta. O litoral era o destino prioritário para o descanso de inverno da família. No verão, a rota era a mesma, com uma temporada iniciando em dezembro e indo até março. “Sempre amei o mar.” A menina cresceu e decidiu estudar Biologia na UCS. Paralelamente à faculdade, fez diversos outros cursos pelo Brasil sobre animais marinhos como cetáceos (baleias e golfinhos), pinípedes (lobos e leões marinhos) e aves marinhas. Foi adquirindo experiências e conhecimentos. Em 2006, foi aprovada para um estágio no Instituto Baleia Franca (IBF), em Garopaba (SC), onde também coletou dados para seu trabalho de conclusão de curso, em 2007 – o primeiro trabalho sobre cetáceos da UCS . Hoje, aos 27 anos, é a coordenadora do instituto, que atua em pesquisa, educação e turismo na Área de Proteção Ambiental (APA) da Baleia Franca, no litoral sul de Santa Catarina. A APA comemorou 10 anos de criação em setembro de 2010. Desde então, a população de baleias-francas tem aumentado significativamente, projetando a região entre as 500 áreas marinhas protegidas mais relevantes do mundo. Seu modelo de gestão participativa e de educação ambiental tem servido de exemplo a outras localidades. A caxiense Mônica Pontalti tem parte nisso. Ela está entre as pioneiras na pesquisa de baleias-francas no Brasil. É a bióloga, a bordo das embarcações do instituto, que explica aos turistas do Brasil e do mundo sobre os comportamentos, características e cui-
dados com o animal. É a pesquisadora que desenvolve o monitoramento, censo populacional, distribuição, comportamento e identificação da baleia-franca-austral (Eubalaena australis). É a coordenadora do censo aéreo, que identifica anualmente o crescimento da presença da baleiafranca na APA e registra cientificamente cada indivíduo. Mônica leva as baleias para as escolas através de um trabalho de educação ambiental com crianças de Imbituba e Garopaba, cujos avós possivelmente eram exímios caçadores de baleias. Somam-se oficinas de arte e educação, trilhas ecológicas, teatro e palestras. Dez estagiárias trabalham no Instituto Baleia Franca sob sua coordenação. No dia 18 de setembro, elas desenvolveram atividades com as comunidades do Rosa, Ferrugem e Garopaba para limpar a orla. Foi o Dia Mundial de Ação de Praia, que mobiliza mais de 120 países.
A bióloga leva as baleias também para casa e para o futuro. No final deste ano, vai prestar prova para o Mestrado em Ecologia na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), com linha de pesquisa em baleiasfrancas. No próximo verão, vai para a Península Valdés, na Argentina, fazer um comparativo sobre os estudos de baleias-francas no Brasil e naquele país, considerado o maior expoente latino-americano em pesquisas sobre esse animal. “Trabalho o dia todo, o tempo todo! Almoço lendo e-mails, tomo banho atendendo o telefone, sem hora para comer nem para dormir. Amo este trabalho, por isso não me importo com dias sobrecarregados. Meu período de descanso é quando as baleias deixam o litoral, próximo ao verão”, diz Mônica. Quando criança, ela testemunhou a presença de filhotes de baleia
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Bióloga caxiense comanda instituto que espera comemorar este ano um recorde na preservação das baleias-francas
mortos na praia de Itapeva. Em 2010 vem acompanhando de perto o encalhe de baleias no litoral sul catarinense. Uma baleia adulta de 15,8 metros de comprimento apareceu na praia de Itapirubá, em Laguna (SC), e ficou sete dias agonizando em setembro. A bióloga se defrontou com a falta de estrutura da APA para pelo menos tentar rebocar o animal de volta ao oceano. “Sabemos que o sucesso de um resgate é muito difícil. Quando o animal chega à praia é porque normalmente já está em processo de morte. Mesmo assim queríamos poder contar com um rebocador para pelo menos tentar”, lamenta. Neste ano, em Santa Catarina e no Rio Grande de Sul foram registrados vários encalhes de baleias. Uma jubarte encalhou viva na praia de Capão Novo (RS) e, após um resgate aparentemente bem-sucedido, acabou retornando à mesma praia para morrer. Mais encalhes, de filhotes e adultos, se seguiram. Embora sejam frequentes, os pesquisadores ainda não sabem explicar exatamente por que acontecem. “As baleias da espécie franca migram para o sul do Brasil em busca de águas tranquilas para acasalar e parir seus filhotes, no período de julho a novembro. Geralmente, as baleias morrem no mar, e a corrente marítima se encarrega de levar o corpo até a areia. Se a baleia chegar viva à praia, pode ser por vários fatores. Uma das causas é que o animal esteja doente, com parasitoses que acarretam em problemas neurológicos, ou até mesmo que tenha sido vítima de uma rede de pesca ou de atropelamento por embarcação,” enumera Mônica. A boa notícia é que em 2010 o número de baleias no litoral pode bater recorde. O primeiro censo aéreo, realizado em agosto, indicou 84 indivíduos, e a temporada estava recém começando.
Uma baleia fêmea adulta pode medir 18 metros de comprimento, pesar 40 toneladas e viver até 80 anos. Isso significa que parte das que existem hoje talvez tenham presenciado as armações e matanças de baleias com dardos e explosivos que aconteceram até 1973 em Imbituba (SC), apesar de a caça estar proibida no Brasil desde 1935. A baleia-franca tem comportamento pacífico e se mostra amorosa e protetora do filhote. Estima-se que sua população no hemisfério sul era de 70 mil até o século XVI, quando iniciou a caça para a extração e comercialização do óleo, usado em iluminação pública e como argamassa em construções. A carne era pouco apreciada, mas as barbatanas tinham bom valor comercial por serem utilizadas em espartilhos, acessórios vip da vaidade feminina nos séculos passados. Com as consecutivas temporadas de caça, a população atual da baleiafranca-austral acabou reduzida para pouco mais de 7 mil indivíduos. Mas vem crescendo. Como também vem crescendo o número de pessoas que se sensibilizam para o turismo de observação de baleias. Legítima dona dos mares do Sul, a baleia-franca-austral vive na Antártida e, com a chegada do inverno, migra para águas mais quentes, a fim de se acasalar. A velocidade de cruzeiro é de apenas 6 km/h, portanto a viagem dura meses. A região da APA em Santa Catarina está entre as áreas preferidas. Após 12 meses de gestação, volta à mesma baía para dar à luz e amamentar o filhote. Assim, a baleia que nasceu em Garopaba retornará depois de sete anos para se reproduzir. Algumas das baías da APA foram definidas como área de proteção, e a entrada de barcos para observação não é permitida. Tudo isso contribui para que o litoral de Santa Catarina registre a maior incidência de baleias-francas no país.
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André T. Susin/O Caxiense
Eleições 2010
ABRE-TE, SÉSAMO Cerca de 1 mil urnas receberão os votos caxienses em 880 seções eleitorais no dia 3 de outubro
Os segredos e caminhos da urna eletrônica, considerado o mais seguro método de votação
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por CÍNTIA HECHER cintia.hecher@ocaxiense.com.br o dia 3 de outubro, domingo, os eleitores brasileiros têm encontro marcado com ela. É um momento de grande responsabilidade, em que os dados que você e mais milhões de brasileiros depositarem nela decidirão os próximos presidente da República, governador, senadores, deputados federais e estaduais. A peça física central dessa escolha é a urna eletrônica, que em cada seção eleitoral fica quietinha em uma mesa e envolta por papelões do Tribunal Regional Eleitoral que impedem qualquer acesso bisbilhoteiro ao que será colocado em sua tela. Caxias do Sul mantém guardadas no Cartório Eleitoral cerca de 1 mil urnas para serem usadas em períodos eleitorais. Na hora em que precisam voltar à ativa, elas são retiradas de suas caixas e alimentadas com os dados dos eleitores e candidatos da vez. Para estas eleições, desde o dia 15 de setembro o Cartório recebe diariamente 12 técnicos que introduzem as informações necessárias para o funcionamento da urna: identificação dos eleitores por seção e números de todos os candidatos aos cargos elegíveis. Esses técnicos são da maior isenção possível, contratados somente para o período das eleições. São eles também que ficam de prontidão e acodem as urnas quando falham. Os escorregões técnicos dos equipamentos são evitados com testes realizados no dia anterior à votação, sempre
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um sábado, quando o Cartório distribui as urnas e o presidente de mesa de cada uma das 880 seções eleitorais da cidade é responsável por recepcionála. Elas são então testadas e, se algum defeito aparece, logo é corrigido por um técnico ou substituída por uma das urnas sobressalentes. Lourdes Maria Scheidt Didomenico viu isso acontecer somente uma vez desde que começou a lidar com a votação eletrônica. Ela trabalha em eleições há mais ou menos 25 anos, sempre na seção 190, uma das localizadas na igreja dos Capuchinhos, “só uma vez como mesária, a primeira, depois sempre como presidente de mesa”. Lourdes aprovou a chegada deste método em substituição ao voto em cédula de papel e à urna de lona. Para ela, agora é tudo mais ágil, mais rápido e sem chance de fraude. “Aquela urna não passava essa segurança pra gente”, compara.
paralela. No Rio Grande do Sul, duas urnas do interior e uma da capital são sorteadas e levadas para o Palácio da Justiça, onde é realizado um pleito especial. Qualquer pessoa pode participar e observar o procedimento, no qual se faz uma votação aberta e sem validade oficial. As pessoas votam em quantidade suficiente para preencher os requisitos da urna, ou seja, o número de eleitores das seções determinadas. Ao final do dia, é feita uma comparação entre esses dados e os das urnas oficiais, que devem ser os mesmos. Uma fraude impossível de acontecer é a de se utilizar do voto em branco de algum eleitor desavisado. Antigamente, com uma cédula de papel em branco nas mãos, era possível alterála. Hoje em dia, os votos branco e nulo significam a mesma coisa. “Têm a mesma falta de importância”, explica Reginatto.
Essa aura de que nada pode fraudar uma urna eletrônica é justificada por vários procedimentos, de acordo com o chefe do Cartório da Zona Eleitoral Coordenadora de Caxias, Marcelo Reginatto. Um deles é a assinatura digital que, de acordo com o site do Tribunal Superior Eleitoral, é uma técnica que “busca garantir que o programa de computador não foi modificado de forma intencional ou não perdeu suas características originais por falha na gravação ou leitura”. Então, se a assinatura digital for válida, significa que o arquivo não foi alterado. Outra maneira é a chamada votação
Na hora da apuração, o primeiro passo é encontrar os votos nulos e os brancos e excluí-los da contagem. Depois, são contabilizados os votos nos candidatos. Na disputa da presidência e do governo estadual, vence quem conquistar a porcentagem de 50% mais um voto, ou o caminho é o segundo turno. Depois do pleito encerrado, cada seção tem a responsabilidade de levar o disquete inserido na urna, que armazena todos os votos, para o Cartório. De lá, eles são enviados para o TSE e para o TRE, responsáveis pelos resultados. Além do arquivo, também é gerado um
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boletim de urna de cada seção. Se no meio do caminho algo acontecer ao disquete, ou mesmo se durante a votação a urna sofrer algum acidente ou demonstrar defeito, é possível recuperar os dados diretamente do aparelho. Não há perigo também caso faltar luz. A urna é ligada à eletricidade, mas tem autonomia de energia por possuir uma bateria interna que chega a durar 14 horas. A urna eletrônica é um microcomputador composto por dois terminais. O primeiro é o do mesário, que faz a identificação do eleitor e autoriza-o a votar. O segundo é aquele que você encara frente a frente, o do eleitor. No processo, três luzinhas fazem sua dança. Uma pisca para avisar que o terminal do eleitor está disponível, outra quando a pessoa completou o seu voto e uma terceira informa se a urna está ligada na corrente elétrica ou na bateria interna. Em 1995, uma comissão técnica comandada por pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e do Centro Técnico Aeroespacial (CTA) de São José dos Campos criou um protótipo, inicialmente chamado coletor eletrônico de votos (CEV). Deixando no passado a urna de lona com suas cédulas, 57 municípios do Brasil fizeram uso das primeiras urnas eletrônicas em 1996, tornando o país o primeiro a ter a eleição informatizada. Com isso, o processo de votação foi acelerado, assim como o da apuração. “Tempo e resultado foram otimizados. O que podia levar semanas e ainda
Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.
estar sujeito a recursos agora é muito mais rápido. Um exemplo são as eleições para prefeito em 2008, quando o resultado oficial foi concluído às 19h30”, afirma Reginatto.
o comprovante de votação em troca. Também são ensinados a se portar na mesa da seção e em diferentes situações. A mais nova delas é evitar conflito quando algum desavisado não obedecer a nova legislação, segundo a qual Parece que a urna eletrônica só só pode votar quem apresentar título recebe elogios. Outra fã do aparelho eleitoral e documento de identificação é Fabiana Sirlei Sarafim, que este ano com foto. “As pessoas estavam acostutrabalhará nas eleições pela terceira madas a votar só com um deles. Agora, vez – agora, como presidente de mesa. ou apresenta os dois, ou não vota”, senEla conta que, nestes anos de serviço, tencia Reginatto. nenhuma urna deu problema. O único Há também uma aula prática sobre entrave que Fabiana presenciou dian- o funcionamento da urna eletrônica. te da urna foi humano. Uma senhora, Todos os macetes devem ser conheciao chegar na frente do dos, para que ela seja equipamento, contou eficientemente testaque era analfabeta e “Têm a mesma da no dia anterior ao não sabia o que fazer. falta de pleito. No domingo de Então foi necessário importância”, votação, presidente de que os mesários fizesmesa e mesários devem sem uma justificativa. explica, sobre estar presentes em seus Isso pode acontecer os votos nulos e locais determinados às também caso a pes- brancos, o chefe 7h, a fim de deixar tudo soa esteja enferma ou do Cartório pronto para começar a precise levar alguém a receber os eleitores a acompanhá-la e votar Eleitoral, Marcelo partir das 8h. Reginatto por ela. Os mesários, porém, Ansiosa pela sua não podem se envolprimeira participação, ver de nenhuma maneira ou ajudar na Michelle Haesliger Lusa, 18 anos, não hora de apertar os botões. O costume havia ainda realizado o treinamento é perguntar, ainda na fila, se a pessoa para mesários quando conversou com está com a sua “cola”, papel com os nú- O Caxiense, mas já tinha noção do meros que pretende votar. Uma exce- que esperar. A mãe dela já foi mesáção, apontada por Fabiana, acontecerá ria diversas vezes, o que a motivou a se alguém votar no primeiro cargo e ser voluntária este ano. “É influência e simplesmente sair, esquecendo dos incentivo dela, com certeza. 90% dos outros. “O mesário termina a votação meus amigos não se ofereceram para anulando o resto”, conta. trabalhar nas eleições. Eu faço para Fabiana, como todos os mesários e ajudar e para participar disso tudo.” presidentes de mesa que trabalharão A urna eletrônica parece a mocino dia 3 de outubro, passaram por nha do bangue-bangue que é a eleiuma orientação no Cartório Eleitoral. ção. Ela é neutra, confiável e segura. Realizada entre os dias 13 e 24, essa Nada a abala e, principalmente, nada atividade tem o objetivo de esclarecer a altera. Quando o chefe dos quarenta suas funções e apresentar a eles os de- ladrões da história de Ali-Babá falava talhes da eleição. “Fecha-te, Sésamo” à grande pedra que São reuniões teóricas, em que são escondia a entrada da caverna onde informados sobre a papelada envol- repousava seus tesouros afanados, era vida no processo, como os cadernos exatamente isto que ele desejava. Mas onde você deixa sua assinatura e leva essa é outra história.
SEMINÁRIO AUTOMOTIVO
As empresas do segmento automotivo e de reparação de veículos estão sendo convidadas a participar no dia 28 de Setembro, do I Seminário Automotivo da Serra Gaúcha. O evento que conta com o apoio do SIMECS e promovido pela ASERV- Associação Serrana da Reparação Veicular, visa incrementar a qualidade nos serviços automotivos prestados à população e divulgar as tecnologias disponíveis e acessíveis a toda a sociedade em termos de qualidade para a reparação automotiva em forma de certificação de serviços. O evento terá rodadas de negócios e os seguintes temas e palestrantes: Gestão Ambiental no setor de Reparação Veicular - Cristiane Maciel (Diretora da Tecnoambi Consultoria e Engenharia Ambiental); Programa de Inspeção Veicular e Segurança no Trânsito: Resolução da Comana 419/2009; Legislação sobre Inspeção Ambiental Veicular e Programa de Inspeção Veicular em São Paulo - Salvador Parisi (Consultor Técnico e Conferencista); Importância da Qualidade para a Empresa Veicular Automotiva - José Palacio (Coordebador de Certificação de Serviços Automotivos do IQA). O destaque será a entrega de certificados às primeiras oficinas mecânicas que participam do projeto de qualificação e certificação de oficinas. As inscrições são gratuitas paras empresas do SIMECS e podem ser feitas através do fone: (54) 3228.1855.
SID-SEMENTINHA / EMPRESAS
Continua repercutindo positivamente o vídeo ambiental do SIMECS com o personagem SidSementinha. Estando entre mais assistidos em nível nacional pelo Circuito Tela Verde do Ministério do Meio Ambiente, o vídeo do SIMECS está sendo utilizado como ferramenta de trabalho por diversas empresas do segmento metalmecânico de Caxias do Sul e região. Para se ter uma ideia, no dia 25 de setembro, a Randon Consórcios, através de suas Comissões de Cidadania e do Programa 6Ss, alinhadas as diretrizes do Instituto Elisabetha Randon, realizará na ENCA, entidade beneficente do bairro Belo Horizonte, uma palestra sobre o tema meio ambiente para aproximadamente 200 crianças. Na ocasião, haverá a exposição do vídeo produzido pelo SIMECS, bem como brincadeiras e reflexão sobre o tema. Além disso, será criado um pequeno totem do personagem Sid Sementinha para deixar na entidade, de forma a manter no local um símbolo da preservação ambiental. Em 2011, o Vídeo do SIMECS será mostrado em quatro mil espaços exibidores em todo o Brasil. Lançado para as escolas da rede pública estadual e municipal fazendo parte da atividade curricular em 2010, o vídeo transformou-se em campanha oficial do SIMECS neste ano.
PROGRAMA SIMECS ENERGIA
Dentro das atividades previstas para o Programa SIMECS Energia, aconteceu no dia 15 de setembro o início do Ciclo de Palestras Técnicas sobre Eficiência Energética. O evento abordou o consumo de energia elétrica pelas empresas em diferentes formas de utilização. Também focou o desperdício e o baixo rendimento, decorrentes de falta de atualização tecnológica no combate às perdas através das empresas metalúrgicas. O Programa SIMECS Energia inclui diversas atividades de capacitação e formação de grupos de trabalho nas empresas para aplicação das melhores técnicas de economia de energia. Também já foi realizado um curso de capacitação com a participação das 12 empresas classificadas para a realização de diagnósticos energéticos, sendo abordados os temas relativos à gestão de energia com vistas à implantação das medidas de eficiência energética. Para outubro e novembro serão realizadas novas palestras técnicas abordando temas como: Ar Comprimido, Ventilação e Exaustão, Iluminação, entre outros.
APL / PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO
As entidades parceiras do APL MMA – Arranjo Produtivo Metalmecânico - Automotivo concluíram a elaboração do planejamento estratégico para 2011. Coordenados pelo consultor Ivan Polidoro, os encontros de trabalho foram realizados no SIMECS. O processo iniciou por um diagnóstico que envolveu análise de documentos e entrevistas com cada parceiro. A partir dele, duas etapas do planejamento foram desencadeadas: o posicionamento estratégico do APL MMA, incluindo visão, missão e princípios, e os planos de ação, que incluem as atividades que irão materializar o posicionamento estabelecido. As ações do planejamento estão condensadas em 10 projetos. Participam do APL MMA, além do SIMECS que o coordena, a UCS, o SENAI, SEBRAE, GarantiSerra, Prefeitura Municipal e a Secretaria do Desenvolvimento Econômico e Institucional do Governo do Estado do RS. Até o final de outubro, o Termo de Cooperação que oficializa a existência do APL MMA será reeditado, com vigência para os próximos dois anos.
André T. Susin/O Caxiense
MISSÃO AO EXTERIOR
Dia 26 de setembro retorna ao Brasil o grupo de 38 pessoas que participa da 20ª Missão Técnico-Comercial do SIMECS ao exterior. Desde o dia 15 deste mês os participantes cumprem uma intensa agenda de visitas a importantes feiras e institutos de tecnologia da Alemanha. Em Frankfurt foi visitada a Automechanika, feira especializada em equipamentos para oficinas, acessórios para automóveis, reparação de automóveis, plataformas elevatórias, carroçarias e pintura de veículos. Outra participação acontece na feira IAA International, em Hannover. Tratase do evento de exposição mais completo da indústria automotiva no segmento de caminhões de carga, ônibus e trailers, logística, equipamento para garagem e automóveis. A Missão do SIMECS conta com o apoio do Sebrae/RS.
INOVAÇÃO E TECNOLOGIA
No dia 05 de outubro, o SIMECS realizará em seu auditório a palestra: Inovação e Tecnologia como Diferenciais Competitivos - Inovando para Crescer. O evento é voltado para as micro e pequenas empresas do segmento metalmecânico. Serão abordados os seguintes assuntos: conceitos e tipos de inovação; desenvolvendo a cultura da inovação; estratégia de inovação e inovação da estratégia; cases de sucesso em MPEs. A palestra terá a apresentação de Cleber Fernando Homem (Possui graduação em Engenharia Mecânica pela Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (2007) e cursa Especialização em, Engenharia de Produção no IBPEX - Instituto Brasileiro de Pós-Graduação e Extensão. Docente em cursos de tecnologia, ministra diversos cursos relacionados as temáticas em que atua. As vagas são limitadas. Inscrições pelo fone/fax: (54) 3228.1855.
SETOR ELETROELETRÔNICO
Em setembro, o SIMECS promoveu nova reunião tendo a participação das empresas do setor eletroeletrônico. Na oportunidade, foi avaliada a pauta de atividades do setor visando promover estratégias de desenvolvimento na gestão empresarial, qualidade e mercado. Este projeto conta com a participação do SIMECS e Abinee e a coordenação geral do Sebrae-RS. Após a avaliação do cenário do setor e de dados coletados com pesquisa realizada pelo setorial, foi identificada a necessidade das empresas em ampliar mercado, buscar desenvolvimento tecnológico, obter certificações de produtos e de qualidade e, promover uma melhora na qualificação da cadeia produtiva.
TECNOLOGIA LASER
Diversas empresas representadas pelo SIMECS participaram em setembro do Seminário sobre Aplicações Recentes da Tecnologia Laser nos Aços Inoxidáveis Ferríticos. O evento foi idealizado em parceria com as empresas Air Liquide, Arcelormittal e Trumpf. O seminário mostrou as últimas novidades no mercado sobre a aplicação da tecnologia a laser nos materiais. Os participantes do seminário conheceram as recentes aplicações dos aços inoxidáveis ferríticos. Outros temas também foram abordados, tais como: O Laser como Ferramenta de Manufatura; Novas Famílias de Gases para Uso nos Aços Inoxidáveis.
Cartório eleitoral deu treinamento a mesários e presidentes de mesa entre os dias 12 e 13
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SIMECS - Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul. Rua Ítalo Victor Bersani, 1134 - Caixa Postal 1334 Fone/Fax: (54) 3228.1855 – Bairro Jardim América. CEP 95050-520 – Caxias do Sul Rio Grande do Sul. www.simecs.com.br - simecs@simecs.com.br
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Primeiro ato
Na Casa da Cultura, no Sesc ou no Teatro São Carlos, a casa esteve quase sempre cheia para prestigiar as peças do festival
O ESPETÁCULO DA
FORMAÇÃO DE PLATEIA Com média de 180 espectadores por apresentação, o 12° Caxias em Cena se destaca pela atração de novos públicos aos teatros caxienses
A
por MARCELO ARAMIS marcelo.aramis@ocaxiense.com.br brem-se as cortinas. Acendem-se luzes de todas as cores. O teatro está lotado, alguém avisa na coxia. Os atores hesitam antes de entrar em cena. Um artista caxiense, protagonista da peça, é o primeiro a entrar no palco. Antes de iniciar o texto, ele para por um instante e admira a plateia. Os rostos conhecidos se perdem entre os estranhos e ele é tomado por um esquecido frio na barriga. Começa o primeiro ato e outros personagens se apresentam: uruguaios manipulam bonecos, paulistas fazem percussão com a boca e um global impressiona em papel de coadjuvante. A peça segue em uma rica mistura de gêneros para agradar os diversos tipos de público. Fecham-se as cortinas. É o fim do primeiro de muitos atos – uma longa e aguardada temporada. O público se levanta e antecipa os aplausos. Com uma verba de R$ 200 mil, o 12° Caxias em Cena, que encerra neste domingo (26), trouxe 31 espetáculos em 17 dias de programação ininterrupta nos teatros da Casa da Cultura, do Sesc e do São Carlos. O Caxiense acompanhou e aprovou a qualidade artística da maioria deles. Porém, se este festival fosse um concurso, o público – 4.163 pessoas até a quarta-feira
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(22), uma média de 180 pessoas por apresentação – certamente levaria o prêmio especial. A bancária Maria Inês Trombini, 48 anos, que só faltou a uma noite do Caxias em Cena, é a típica espectadora do teatro local. “Sempre que tem espetáculo eu venho.” Apesar de trabalhar com o público e frequentar a igreja e a faculdade, Maria Inês sente falta de amigos para o lazer. “Caxias é uma cidade difícil para fazer amizades”, diz ela, que mora mora na cidade há 20 anos e conta os amigos nos dedos das mãos. “Em Caxias tem pouca opção de diversão porque as pessoas se importam mais com o trabalho.” Maria Inês tem poucos amigos mas conhece bem os colegas de plateia. Tem cadeira fixa no Teatro Municipal, é popular entre os funcionários da casa e cumprimenta estranhos que, ali, são conhecidos de longa data. “Eu não sei o nome das pessoas, mas são sempre os mesmos que vêm. É sempre o pessoal de teatro”, afirma, surpresa com tanta plateia inédita que viu neste festival. Para Maria Inês, Hamelin, com o ator Vladimir Brichta, foi o melhor espetáculo desta edição do Caxias em Cena. Quando avalia as peças, ela mostra um conhecimento apurado sobre as artes cênicas e fala como crítica de teatro. No entanto, não tem o preconceito dos críticos para ficar desconfiada quando vê o nome de um astro da
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TV no elenco. “Hamelin praticamente nesta edição do Caxias em Cena. Ritnão tinha cenário. Era genial. Com um mos Hermanos, da Orquestra Munibom texto e um tema atual (pedofilia), cipal de Sopros, teve 440 espectadores. conseguiu manter o público atento o O Corpo do Som, do Barbatuques, de tempo todo. É o tipo de peça bem pro- São Paulo, e os bonecos uruguaios do fissional, até porque tem recursos de El Truco de Olej atraíram 402 pessoprodução e os atores têm mais tempo as cada. A reportagem concorda com para se preparar e Maria Inês sobre o profazer um bom trabafissionalismo de Hamelho”, analisa a bancá- “Caxias tem lin, embora considere o ria, sem desmerecer ótimos grupos e simples e surpreendente a produção local. “As peças melhores Cancionero Rojo, da Arpeças de fora sempre gentina, a melhor peça têm mais público do do que muitas do festival. Se Hamelin que as da cidade. Já que vêm de merece elogios, o maior vi peça de fora bem fora”, diz Maria deles é a maneira como ruinzinha lotada. Inês Trobini, aproveita o ator famoso. Caxias tem ótimos A presença de Brichta grupos e peças me- espectadora no elenco não é mera lhores do que mui- assídua de teatro estratégia de marketing. tas que vêm de fora”, O protagonista não faz compara Maria Inês. papel de galã e a atuação Questionada sobre suas peças prefe- mantém tal distanciamento dos especridas, cita a caxiense Ao Quadrado, tadores que é possível imaginar uma da Cia 2. “É com aquele menino ali”, vidraça na frente do palco. A seriedaaponta para o ator Gabriel Zeni, que de da peça contribuiu para destacar a foi ao Teatro Municipal assistir Ka- melhor atuação da noite: a da plateia. bul. O bajulado O Analista de Bagé, Aquele público assíduo do teatro cade Porto Alegre, está na lista de Maria xiense, ao qual Maria Inês se refere, Inês daqueles que não valem o que co- não gosta de visitas de estranhos. E bram. “Ganhei um ingresso para assis- em peças comerciais elas aparecem tir. Ainda bem, porque se tivesse pago em peso. Levam as crianças em espeteria odiado ainda mais.” táculos para adultos, não desligam os Hamelin foi assistido por 396 pesso- celulares, conversam durante a apreas, o terceiro maior público por sessão sentação. Em Hamelin, as visitas sur-
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preenderam. Nenhuma risada fora de hora, nenhum gritinho de tietagem, nenhuma criança entediada ou com medo do escuro. Um único celular tocou, mas Single ladies foi interrompida antes de soarem os shhhhh.
Dos grupos caxienses que se inscreveram no festival, oito tiveram suas peças aprovadas, e só não entraram para a programação os que tiveram problemas de produção e elenco. Apenas um espetáculo da cidade ficou de fora, por desacordo financeiro com a organização, que fixou o mesmo valor para todos os cachês locais. No entanto, a prioridade do Caxias em Cena é trazer espetáculos de fora. “Para os espetáculos locais, temos a Temporada do Teatro Caxiense. Toda a segunda semana do mês está garantida para eles, com temporadas de até quatro dias”, justifica Magali. Com duas peças na maioria das noites, a programação do Caxias em Cena possibilitou que se assistisse a todas as apresentações. No ano passado, houve peças simultâneas, e os espectadores reclamaram. Conforme Magali, esta edição começou com grande público, e agora, no final do festival, perdeu um pouco o fôlego. “Talvez a medida seja 10 dias, mas vamos estudar isso a partir das inscrições.” Até a próxima edição, Magali garante que o Teatro Municipal vai oferecer programação cultural intensa. “Estamos com a agenda lotada até o final do ano. As pessoas me perguntam: ‘Quando vai ter alguma coisa na Casa da Cultura?’. Todos os dias. Pode vir aqui qualquer dia. Sempre tem algo acontecendo.” A movimentação promovida pelo Caxias em Cena é uma tentativa de manter bons públicos durante o ano inteiro. Espera-se que os novos espectadores atraídos pelo festival integrem plateias de outros espetáculos, viabilizem temporadas e se tornem fiéis frequentadores dos teatros, novos amigos estranhos para Maria Inês. Fotos: Franciele R. Soares, Divulgação/O Caxiense
Magali Helena de Quadros, diretora da Casa da Cultura, e Ângela Lopes, coordenadora da Unidade de Teatro da Secretaria da Cultura, também se impressionaram com a qualidade do público. “Tivemos uma boa plateia, atenta aos espetáculos e participativa”, comemora Ângela. Magali ressalta que a qualidade da plateia do Caxias em Cena é plausível, mas garante que a maior preocupação da política cultural do Município é a formação de espectadores. “Procuramos montar uma programação que atendesse à diversidade e fazer um festival para todos. Não dá para ter uma programação de espetáculos ultraintelectualizados ou muito performáticos. O público ainda não está preparado para algo tão hermético”, avalia Magali. “Atendemos ao que o público espera, o que tem mais apelo popular”, diz Ângela, que confia na experiência da realização da programação normal do Teatro Municipal como instrumento para perceber as expectativas da plateia. Mesmo com uma proposta de peças populares, o Caxias em Cena conseguiu inserir na agenda espetáculos mais densos, como o absurdo Cidade dos Outros, de Cuiabá; o monólogo espanhol Isadora Duncan: a Revolução da Dança; e a interativa performance porto-alegrense Alice. A mistura de gêneros foi sinônimo de equilíbrio para as plateias iniciadas e boas armadilhas para os espectadores
estreantes. “Em Alice, no Sesc, eu vi receita da bilheteria, mas Ângela diz chegar um casal com a filha adolescen- que o faturamento não chega a 5% da te. E pensei, ‘Ah, meu Deus. Será que verba investida. “O objetivo da bilheeles vão gostar?’. Eles foram lá porque teria não é custear o festival. Para isso tinham vindo no espetáculo anterior, tem a verba da Secretaria. O valor do aqui na Casa da Cultura.” A preocupa- ingresso é bem acessível e serve para ção de Ângela foi pela diferença brusca educar o público, mostrar que cultura entre as duas propostas. Com um show não é só o que se ganha de graça. Deve de efeitos visuais, os bonecos de Olej ser consumida e tem valor”, explica a agradam facilmente a qualquer públi- coordenadora. co. A intimista, excênAssim que se entrica e ótima Alice, que cerrar esta edição do convidava o público do “Procuramos Caxias em Cena, a teatro de arena a parti- montar uma próxima já começa a cipar do seu estranho programação ser planejada. “Querechá de desaniversário, mos adiantar a abernão é exatamente uma que atendesse tura das inscrições peça para todos. Como à diversidade e para ter mais tempo de a família que intrigou fazer um festival organizar e divulgar a Ângela, muitos espec- para todos”, programação”, afirma tadores foram surpreÂngela. Neste ano, a endidos pelo desco- diz Magali de maioria das peças foi nhecido e, por causa Quadros selecionada entre os da diversidade que o mais de 200 grupos festival propõe, acabainscritos. “Temos uma ram caindo em plateias das quais difi- boa visibilidade fora daqui. O festival cilmente fariam parte se as montagens tem credibilidade e boa divulgação. estivessem fora de um festival. O La Hija de Rapaccini, do Uruguai, ficou sabendo do Caxias em Cena em Além das quatro peças de teatro um festival no Peru. Uma artista cariode rua, o Caxias em Cena teve cinco ca, que participou em outra edição, foi espetáculos com entrada franca: os ca- quem indicou”, conta Ângela. A proxienses Em Cena e Ritmos Hermanos gramação também aproveita espetáe três infantis. “Optamos por deixar a culos do Porto Alegre em Cena, numa entrada franca nos infantis, para viabi- parceria entre as duas cidades. “Depois lizar o agendamento de escolas, que já que Porto Alegre fecha a programatêm custo de transporte para trazer os ção, a gente analisa o material que eles alunos ao teatro. É um investimento no liberam e escolhe o que se adapta ao futuro espectador”, afirma Ângela, so- nosso festival”, explica Magali. Caxias bre o público mais interessante ao ob- teve sete espetáculos em comum com jetivo de formar plateia. O preço para a programação da Capital, mas apenas os demais espetáculos foi fixado em R$ a três destes foram feitos convites espe10 – R$ 5 para estudantes e sênior. A ciais – os demais se inscreveram tamorganização ainda não contabilizou a bém em Caxias.
Trinta e um espetáculos – locais, nacionais e estrangeiros – atraíram plateia ao longo de 17 dias
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Readequação na UCS
Na universidade, cerca de 2,5 mil pessoas terão sido beneficiadas com bolsas, até o fim do ano, por causa da mudança na legislação
ACERTO DE CONTAS COM
A FILANTROPIA
Nova lei impôs R$ 14 milhões de gastos adicionais à universidade. Fim da equipe de vôlei, federalização da Etfar e cortes na UCS TV são feitos para compensar perdas
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por ROBIN SITENESKI robin.siteneski@ocaxiense.com.br orçamento estava praticamente fechado e previa-se um ano melhor do que 2009. A esperança era que, com a recuperação da economia por causa do fim da crise financeira, o déficit de R$ 8,8 milhões não se repetisse. Mas tudo mudou com a aprovação da Lei 12.101 no dia 27 de novembro de 2009. A Universidade de Caxias do Sul teve que rever suas contas para não perder o certificado de entidade assistencial. A certidão exime a instituição de pagar contribuições sociais, como a cota patronal do INSS, o Imposto de Renda, o Programa de Integração Social (PIS) e a Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins). Perder a filantropia não era uma opção para a Fundação Universidade de Caxias do Sul (Fucs), mantenedora da UCS. No entanto, a instituição tem que apertar o cinto para fazer caber os R$ 14 milhões em bolsas de estudo necessários para cumprir a regulamentação. “A lei causou um pouco de surpresa. Não esperávamos uma mudança tão significativa. Por isso a nossa correria em janeiro para dar bolsas”, expõe Adalmir Borges Antunes, coordenador de relações universitárias e do programa de bolsas. Instituições de assistência social precisam investir 20% da receita em filantropia. Antes da nova legislação, a Fucs dividia esse valor entre bolsas do Prouni e leitos do Sistema Único de Saúde (SUS) no Hospital Geral (HG). A lei aprovada em novembro obriga a universidade a investir toda a porcentagem em educação, atividade predominante da fundação.
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O Hospital Geral é patrimonialmente do Estado do Rio Grande do Sul. A universidade tem um contrato de gestão operacional em que o SUS envia recursos, do Estado e do Município, para que a fundação gerencie o hospital, segundo o pró-reitor administrativo Gilberto Henrique Chissini. De acordo com ele, a universidade não aloca recursos para a administração do hospital além dos cerca de R$ 50 mil por mês para cobrir gastos de estudantes que utilizam a estrutura do HG nos cursos da UCS. A instituição não teria problemas em se adequar à nova regra se fosse pelo hospital, já que 100% dos leitos são do SUS e a lei pede um mínimo de 60% para entidades de assistência social preponderante na saúde. Como a regulamentação determina que a gratuidade seja comprovada em educação no caso da UCS, a universidade lançou às pressas um programa de bolsas em janeiro. “Anunciamos muito mais bolsas (5.849) do que concedemos no primeiro semestre porque começamos o processo sem que as vagas do Prouni tivessem sido preenchidas e as matrículas fechadas”, afirma Adalmir. Na realidade, a universidade divulgou um número maior do que terá até o final do ano. Deverão ser cerca de 2,5 mil. No segundo semestre ocorreu a mesma coisa: a instituição anunciou 400 bolsas e não fechará esse total – segundo o coordenador, não haverá segunda chamada. “Em 2010, esperaremos fechar o processo de matrículas para lançar as bolsas, porque é ruim anunciar um número de bolsas e não conceder.” Além dos bolsistas Fucs, existem 3.821 do Prouni
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na UCS. As bolsas do Prouni somam cerca de R$ 23 milhões em despesas e as da Fucs, aproximadamente R$ 14 milhões. A universidade deve atingir o mínimo exigido por lei, 20% da receita, para manter o caráter filantrópico. O que falta é adequar o orçamento às despesas. O time de vôlei profissional foi uma das primeiras baixas nos planos de reestruturação. A equipe gerava, apesar de ter patrocinadores, um prejuízo de cerca de R$ 600 mil por ano, segundo o pró-reitor Chissini. A universidade já tinha cortado o time de futebol de salão. “Havia um compromisso filosófico da administração Zorzi de não financiar esporte de alto rendimento. Sem os dois times, deixamos de investir cerca de R$ 2 milhões.” Um prejuízo maior é gerado por outro setor da universidade. O Centro de Teledifusão Educativa de Caxias do Sul (Cetel) fechou 2009 com R$ 4 milhões no vermelho. A primeira ação foi repassar a rádio comunitária da UCS para a União das Associações de Bairro de Caxias do Sul (UAB), em junho deste ano. A rádio, que tem alcance de 1km a partir do Bloco T da UCS, não pode ser explorada comercialmente por ser comunitária – era usada para veicular a produção dos alunos de comunicação da universidade – e estava com a concessão vencida desde maio. O Cetel ainda conta com outras três rádios, em Caxias, Bento Gonçalves e Vacaria. De acordo com o vice-reitor, José Carlos Köche, estas passarão por modificações. “A partir deste ano, existe uma coordenação para as três rádios. Queremos que elas sejam sustentáveis e com programação adequada.”
As maiores mudanças nos veículos de comunicação da universidade, no entanto, acontecem na UCS TV, que segundo o vice-reitor apresenta “um desempenho bastante deficitário”. Programas foram cancelados – como o Mimex, Fórum, Cozinha Fácil e Projeto e Forma – e profissionais demitidos. A maior novidade na grade será a modificação da emissora retransmitida pelo canal. Atualmente, a UCS TV retransmite parte da programação da TV Brasil, emissora estatal criada pelo governo Lula em 2007. Nos bastidores, comenta-se que a partir do dia 4 de outubro a programação em rede será com o Futura, canal educativo ligado às Organizações Globo. Köche afirma que a mudança ainda está em negociação. O Futura, por meio de sua assessoria de imprensa, alega que só se pronunciará sobre o acordo depois que a UCS TV o fizer oficialmente. A administração da UCS TV foi alterada neste ano. O ex-diretor José Carlos Avino foi substituído por Jacob Hoffmann. Avino também confirma que o canal está em negociações com o Futura. O professor alega que as modificações em curso, além de conter gastos, seguem um projeto que começou há cinco anos. “É um processo de academização que vem sendo feito ao longo do tempo. Fui eu quem utilizou essa palavra (academização) pela primeira vez, pouco depois que cheguei lá.” O atual diretor do canal e apresentador do programa de debates X da Questão, Jacob Hoffmann, prefere comentar as mudanças depois de estabelecidas. No entanto, a apresentadora do extinto Mimex, Viviane Salvador, confirma o rumo que o canal deve to-
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não somente da nossa região, mas do país”, afirmou Zorzi. As mudanças de gestão impostas pela lei da filantropia poderão ajudar a instituição a cumprir a meta do reitor. Somente o Prouni, programa a que UCS aderiu em 2004, já ajudou 364 alunos de baixa renda a se graduarem. A nova lei também ressuscita um velho sonho do movimento estudantil: a construção de uma Casa do Estudante, já que a regulamentação fala que 5% das gratuidades podem ser concedidas em assistência estudantil. A UCS chegou a receber do Estado, em 1974, um terreno próximo à Cidade Universitária para essa função, mas alugou o espaço para a Serrana Materiais para Construção. A Procuradoria Geral do Estado entrou com uma ação pedindo o terreno de volta em 1998. O processo corre na Justiça. A universidade não pretende gastar os 5% em assistência estudantil no momento, já que entende, segundo o coordenador de relações universitárias, que esse percentual foi projetado para entidades filantrópicas com foco na educação básica e espera esclarecimento do MEC. Enquanto as pendências judiciais não se resolvem, a UCS pretende substituir integralmente as bolsas Fucs por Prouni nos próximos anos – apesar de encontrar dificuldades em selecionar o número de alunos suficientes por causa do critério de ter cursado o ensino médio em escola pública, que foi revisto nos editais das bolsas da instituição. Para tentar equilibrar a balança entre receitas e despesas, o vice-reitor acredita que uma nova medida de gestão possa ajudar a fechar a equação. “Estamos realizando uma série de mudanças que não queremos que sejam traumáticas. Uma troca no planejamento estratégico, que era feito por centro acadêmico e será por área do conhecimento, vai nos alçar a um patamar diferente de decisão”, afirma Köche, esperando que 2011 tenha “uma coesão maior do que o início deste ano.” Independentemente de as medidas da reitoria darem certo, os próximos reflexos da lei da filantropia já têm data marcada para aparecerem na UCS. O impacto das gratuidades deve pautar as discussões do aumento das mensalidades em outubro.
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A UCS também deixa de ter uma escola técnica em 2010. A Escola Técnica de Farroupilha (Etfar) é administrada pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS) desde 27 de julho. A Etfar passa a se chamar IFRS
– Núcleo Avançado de Farroupilha. por participar de seminários, publicaMesmo com a federalização concluí- ções acadêmicas e trazer investimentos da, o pró-reitor administrativo da UCS para pesquisa. O número de horas de revelou, no Conselho de Entidades de pesquisa de cada docente será reavaliaBase do Diretório Central de Estudan- do a cada três anos. tes (DCE), dia 11 de setembro, que a “Como este é o segundo ano, estamos Etfar deve representar chamando o pessoal um déficit de R$ 1,5 para conversar, fazenmilhão no orçamento “Estamos do uma avaliação mais deste ano. educativa. Em casos realizando uma “Como a estrutura série de mais extremos, como física foi financiada quem tem mais de três pelo governo federal mudanças que anos de pesquisa e não (através de recursos do não queremos publicou, cortamos Banco Interamericano que sejam as horas de pesquisa”, de Desenvolvimento re- traumáticas”, afirma Köche. Sobre passados pelo MEC), a o número de docentes UCS só retirou os in- afirma o horistas, o vice-reitor vestimentos que tinha vice-reitor Köche revela que o objetivo lá”, disse Chissini. A é que esses tenham no coordenadora de demínimo três turmas. senvolvimento institucional do IFRS “Temos ótimos professores que tamde Farroupilha, Rosane Maria Neves, bém atuam no mercado de trabalho, conta que dos cinco cursos hoje exis- mas não podemos contratá-los apetentes na escola técnica, dois ainda são nas para uma disciplina”, diz Köche, ministrados pela universidade. que também reclama da orientação do “Temos 290 alunos e três turmas MEC de que a cada três professores, continuam sob tutela da UCS, porque um deve trabalhar em tempo integral. os cursos não serão oferecidos pelo “Isso gera um custo muito alto. O núIFRS. Esses cursos terminarão no pró- mero de tempo integral e de pesquisaximo semestre.” Rosane revela ainda dores aumenta e temos que mantê-los que os funcionários e professores que em um patamar que seja viável.” trabalhavam na escola técnica quando O diretor do Sindicato dos Professoadministrada pela UCS já foram subs- res (Sinpro) de Caxias do Sul, Lademir tituídos por concursados. “Tivemos Luiz Beal, revela que as negociações inclusive professores da universidade para a criação do sistema de pontos que passaram no concurso, mas pre- duraram quase um ano. “Agora o que feriram continuar suas atividades na interessa é a produção, porque o proUCS.” Os alunos que estudavam na fessor pode não atingir os pontos neEtfar prosseguem em seus cursos e não cessários para subir de nível em três tiveram que passar por novo processo anos.” seletivo – e, a partir deste semestre, não pagam mais mensalidade. O reitor Isidoro Zorzi faz questão de lembrar, sempre que pode As promoções de professores – como fez durante o Conselho de Enpor tempo de serviço deixaram de tidades de Base do DCE, aliás – que a existir e passa a vigorar uma avaliação universidade não deve a bancos. Na qualitativa para aumentos de salário. quinta-feira (23), a UCS divulgou uma O objetivo é diminuir a quantidade de nota em seu site sob o título “Adequaprofessores horistas, não concursados, ção da UCS à gratuidade e revisão da e controlar os recursos destinados à política de descontos”. No comunipesquisa. No ano passado, uma modi- cado, Zorzi reforça que o objetivo da ficação no plano de carreira instituiu universidade é seguir trabalhando para um programa de pontos para medir a a comunidade, já que a UCS é uma insprodução dos educadores. tituição filantrópica. “Os pontos avaliam todas as ações “O compromisso da atual gestão é dos professores, pesquisadores e ges- trabalhar para que a universidade contores”, explica o vice-reitor, José Carlos tinue sendo uma presença marcante e Köche. Os professores recebem pontos indispensável para o desenvolvimento,
André T. Susin/O Caxiense
mar. “A TV vai seguir uma linha mais universitária, com programas voltados para a comunidade acadêmica. Como o X da Questão, por exemplo.” Viviane afirma que sabia da possibilidade de ser encerrada a produção que comandava. “Tinha ideia de que o programa acabaria se não conseguisse patrocínio. Realmente fiquei muito triste com o fim do Mimex, mas vender TV em Caxias é muito difícil.” A UCS TV tem uma condição diferente das outras TVs caxienses: pode ser vista em dois canais. A rede de televisão da Fucs tem uma outorga de TV educativa aberta e uma permissão de TV universitária, que funciona no cabo por obrigação da Lei 4.117. A regulamentação obriga operadoras de TV a cabo a carregarem, gratuitamente para o assinante, um canal universitário de sua região. Segundo o presidente da Associação Brasileira de Televisão Universitária (ABTU), Cláudio Magalhães, o canal duplo é comum no país. Diante das dificuldades em manter programas na UCS TV, surge uma dúvida: por que as outras 15 instituições de ensino superior da cidade não produzem conteúdo para o canal universitário? Cláudio defende que esses canais sejam compartilhados entre universidades e faculdades. “Na legislação está escrito universidade, mas sob qual ponto de vista? Foi um vacilo de quem escreveu a lei.” O presidente da instituição diz que no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte o canal universitário é ocupado também por instituições superiores que não são universidades. “O único lugar que o critério de ser universidade vale na prática é São Paulo, porque existem muitas instituições. O fato é que apenas 7% das escolas superiores no país ocupam os canais a cabo.” O ex-diretor da UCS TV Paulo Cancian afirma que a universidade procurou outras instituições para compor uma grade de programação mista, mas nenhuma demonstrou quis fazer o investimento.
Reitor Isidoro Zorzi ressaltou que o compromisso da universidade continua sendo com a comunidade, já que a instituição é filantrópica
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Guia de Cultura
por Cíntia Hecher | editado por Paula Sperb
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Maria do Horto, 78 anos, literalmente Em Cena, dirigida por Raulino Prezzi em um texto da irmã, Maria de Lourdes
CINEMA l Flor do Deserto | Drama. De quinta (30) a domingo (10), 20h | Ordovás Para fugir de casamento arranjado, jovem de 13 anos da Somália é enviada a Londres. Ao voltar para seu país, já adulta, descobre que é ilegal. Passa por dificuldades até ser descoberta como modelo por um fotógrafo. Baseado em uma história real. Dirigido por Sherry Horman. Com Liya Kebede e Sally Hawkins. 14 anos, 120 min., leg.. l Gente Grande | Comédia. 14h15, 16h30, 18h45 e 21h | Iguatemi Depois de 30 anos da formatura do colégio, amigos se reencontram para um final de semana com mulheres, filhos e lembranças da juventude. Dirigido por Dennis Dugan Com Adam Sandler e Salma Hayek. 12 anos, 102 min., leg.. l O Último Exorcismo | Terror. 14h, 16h, 18h, 19h50 e 22h | Iguatemi Equipe de documentaristas acompanha o último exorcismo realizado pelo reverendo Marcus, que se surpreende com o mal encontrado em uma jovem possuída pelo demônio. Dirigido por Daniel Stamm. Com Patrick Fabian e Ashley Bell. 14 anos, 80 min., leg.. l Wall Street: o dinheiro nunca morre | Drama. 13h40, 16h20, 19h e 21h40 | Iguatemi Bolsa de valores, dinheiro, poder,
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confusão, morte. Sequência do filme estrelado por Charlie Sheen e Michael Douglas em 1987. Dirigido por Oliver Stone. Com Michael Douglas e Susan Sarandon. 14 anos, 133 min., leg.. AINDA EM CARTAZ – Karatê Kid. Aventura. 14h10 e 17h. Iguatemi | Meu Malvado Favorito. Animação. 16h. UCS | Nosso Lar. Drama. 14h10, 16h40, 19h20 e 21h50. Iguatemi | O Aprendiz de Feiticeiro. Aventura. Segunda a sexta às 18h e 20h. Sábado e domingo às 19h. UCS | Par Perfeito. Ação. 19h45 e 21h45. Iguatemi | Resident Evil 4: Recomeço – 3D. Terror. 13h30 e 15h40 (dub.) e 17h50, 20h e 22h10 (leg.). Iguatemi | Sempre ao seu lado. Drama. Quinta (30), 15h. Matinê às 3. Ordovás. INGRESSOS - Iguatemi: Segunda e quarta-feira (exceto feriados): R$ 12 (inteira), R$ 10 (Movie Club Preferencial) e R$ 6 (meia entrada, crianças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos). Terça-feira: R$ 6,50 (promocional). Sexta-feira, sábado, domingo e feriados: R$ 14 (inteira), R$ 12 (Movie Club Preferencial) e R$ 7 (meia entrada, crianças menores de 12 anos e sêniors com mais de 60 anos). Sala 3D: R$ 22 (inteira), R$ 11 (estudantes, crianças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos) e R$ 19 (Movie Club Preferencial). Horários das sessões de sábado a quinta – mudanças na programação ocorrem sexta. RSC453, 2.780, Distrito Industrial. 32095910 | UCS: R$ 10 e R$ 5 (para estudantes em geral, sênior, professores e funcionários da UCS). Horários das
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sessões de sábado a quinta – mudanças na programação ocorrem sexta. Francisco Getúlio Vargas, 1.130, Galeria Universitária. 3218-2255 | Ordovás: R$ 5, meia entrada R$ 2. Sessão de Cinema AD tem entrada franca. Luiz Antunes, 312, Panazzolo. 3901-1316.
TEATRO l A Megera Domada | Sábado, 15h | Apresentação da Ueba Produtos Notáveis que traz a obra de Shakespeare para o teatro de rua, ao explorar musicalmente e com interatividade. Faz parte da programação do 12º Caxias em Cena. Parque dos Macaquinhos Entrada franca | Dom José Baréa, s/nº l Tropeço | Sábado, 20h | Paranaenses do grupo Tato Criação Cênica apresentam peça onde os atores manipulam os objetos em cena, contando a história de duas velhas que moram juntas. Para maiores de 14 anos. 12º Caxias em Cena. Teatro do Sesc Entrada franca | Moreira César, 2.462 | 3221-5233 l Arande Gróvore | Domingo, 16h | Mineiros da Cia Arande Coletivo de Atores mostra seu teatro de rua. Com uma língua inventada, o gromelô, como meio de comunicação, o espetáculo conta a história de mãe e filhas que, ao passear com suas bicicletas malucas, deparam-se com uma fruta mágica, no 12º Caxias em Cena.
Parque dos Macaquinhos Entrada franca | Dom José Baréa, s/nº
OFICINA l Teatro para quem não quer fazer teatro... e para quem quer | Sábados (2, 9, 16 e 23), das 9h às 12h | Interessados em expressão corporal, ritmo, espaço e foco, dicção, composição de personagens, interpretação e desinibição – mesmo que não seja para colocar em prática no palco – podem inscrever-se nesta oficina ministrada pelo pós-graduado em Teoria do Teatro pela UFRGS, Miguel Beltrami. Tem Gente Teatrando R$ 220 ou duas parcelas de R$ 110 | Olavo Bilac, 300 (esquina Regente Feijó) | 3221-3130 e 3027-3102
DANÇA l Pessoas III – Memórias | Sábado, 21h15 | Parte da trilogia da Companhia H, de Porto Alegre, chamada Pessoas, cuja inspiração são heterônimos de Fernando Pessoa. Desta vez, o contemplado é Ricardo Reis que traz a unificação de dança contemporânea e poesia, no 12º Caxias em Cena. Teatro Municipal R$ 10 | Dr. Montaury, 1.333 | 3221-3697
PAINEL l Um sonho contado não é um sonho vivido – Reflexões sobre
Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.
a distorção e a criação onírica | Sábado, 18h | Os psiquiatras Caetano Fenner Oliveira e Adriano Agostini e o artista plástico Homero Ribeiro debatem sobre sonhos, simbologias, linguística, arte, espiritismo e psicanálise em mais esta edição do Ciranda do Pensamento. Ordovás Entrada franca | Luiz Antunes, 312 | 3901-1316
EXPOSIÇÕES l A biodiversidade da Serra Gaúcha se exibe | Até quinta (30), das 8h às 22h | Fotos de Cristian Marcelo Joenck e Otávio Valente Ruivo mostram retratos da diversidade da natureza da Serra. Saguão do Bloco M - UCS Entrada franca | Francisco Getúlio Vargas, 1.130 | 3218-2100 l Emoções | Até 10 de outubro, de segunda à sábados, das 10h às 22h, e domingos das 10h às 20h | Mostra fotográfica organizada por Luciano Souza e Elisa Souza, traz trabalho de 26 fotógrafos da Serra Gaúcha exibindo seus retratos de casamentos, noivas e trash the dress. Iguatemi Caxias Entrada franca | RSC 453, 2.780, km 3,5 | 3289-9292 l Memórias | Até segunda (27), segunda e sexta, das 8h às 18h. Terças, quarta e quintas, das 8h às 20h | Com organização da artista plástica Nana Corte, a exposição traz material desenvolvido pelos alunos do Ensino Fundamental/EJA da Escola Municipal de Ensino Fundamental Renato João Cesa. Nos trabalhos, os alunos contam suas histórias utilizando fotos, objetos, cartões e brinquedos. Câmara de Vereadores Entrada franca | Alfredo Chaves, 1.323 | 3218-1600 l Sensações e Emoções | Até 15 de outubro, de segunda a sexta, das 8h às 22h |
AINDA EM EXPOSIÇÃO – Caminhos do Interior. De segunda a quinta (30), das 8h30 às 18h, e aos sábados, das 10h às 16h. Galeria Municipal. 3221-3697 | Mostra Mutirão 30 Anos – Te Encontro Lá. Até domingo, das 10h às 22h. Praça de Eventos – Shopping Iguatemi. 3289-9292 | O Beijo. Até quinta (30), das 8h às 20h. Jardim de Inverno – Sesc. 3221-5233 | Sobretudo. De segunda a sexta, das 8h às 22h30. Hall Superior – Campus 8. 3289-9000 | Trajetórias de uma percepção. Sábado, das 10h às 19h30 e domingo, das 16h às 19h. Catna Café. 3212-7348 e 3021-7348.
CIRCO l Circo Bremmer | De segunda a sexta, 20h30. Sábados e domingos, 15h30, 17h30 e 20h30 | Paulistas trazem 20 artistas se dividindo em apresentações de Globo da Morte – com até quatro motoqueiros malucos enfrentando a morte, trapezistas, palhaços e show de mágica. Villagio Iguatemi, ao lado da RGE R$ 20 (público em geral) e RS 10 (infantil) | (51) 8220-8737
música l Canta Direito | Domingo, 14h | O bloco da Universidade de Caxias do Sul que abriga o curso e os acadêmicos de Direito terá vista privilegiada para o rock das bandas Impostores, Pinhead, Nantra e Open. Para acompanhar os shows, leva tua cuia que o mate e a água quente gratuitos a organização garante. Estacionamento – Bloco 58 Entrada franca | Francisco Getúlio Vargas, 1.130 | 3218-2100 l Ária Trio | Domingo, 18h | Trinca formada por Valdir Verona no violão e viola, Esmeralda Frizzo no piano e Ricardo Biga nas harmônicas, apresentam o recital Ad Libitum, com participação de Rosa Amélia na percussão. Quem quiser pode colaborar doando um quilo de alimento não perecível. Capela do Santo Sepulcro
Teatro | Em Cena
Entrada franca | Av. Julio de Castilhos, s/nº
Dança da cadeira
l Ordovás MPB | Domingo, 17h | Músicos caxienses homenageiam grandes nomes da música popular brasileira por conta do dia da MPB. As apresentações serão de Nino Henz, Tiago Moreira, Nina Fioreze, Ana Jardim e Mayron de Carvalho, Maikol Nora e Roberto Niederauer e Manuela Guerra e Jou Amadore. Ordovás Entrada franca | Luiz Antunes, 312 | 3901-1316
por CÍNTIA HECHER
l Re: Floyd | Sábado, 23h | Para quem curte viajar ao som progressivo do Pink Floyd, essa banda cover de Porto Alegre é a solução. Sucessos, performance e psicodelia. Aristos London House R$ 10 | Marquês do Herval, 1.677 | 3221-2679 TAMBÉM TOCANDO - Sábado: Cantariando. Tradicionalista. 21h30. Zarabatana. 3228-9046 | DJ Beto GG. Anos 80 e 90. 23h. Move. 3214-1805 | Flash Back. Pop rock. 23h. Portal Bowling. 3220-5758 | Fullgas. Rock. Santo Graal. 3221-1873 | Gambona. Blues. 22h30. Mississippi. 3028-6149 | Izequiel Carraro. Pop. 23h. La Boom. 3221-6364 | It's Pride. Eletrônico. 23h. Studio 54. 9104-3160 | Libertá. Nativista. 22h30. Libertá Danceteria. 3222-2002 | Mayron de Carvalho e Gustavo Reis. Pop rock. 22h. Badulê. 3419-5269 | MissTake. Pop rock. Pepsi Club. 3419-0900 | Overcast. Eletrônico. 23h. Havana. 3224-6619 | Southgroove. Eletrônico. Jockey. 32140198 | Tequila Baby. Punk rock. 23h. Vagão. 3223-0007 | Ton e os Karas. Pop rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Domingo: It's Pride #2 – Festa PósParada Livre. Eletrônico. 19h. Studio 54. 9104-3160 | Terça (28): O Legado. Pop rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Quarta (29): Pietro Ferretti e Bico Fino. Samba rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Rafa Gubert e Tita Sachet. Blues 22h30. Mississippi. 3028-6149 | Quinta (30): Ton e Trio. Pop rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Blueslave. Blues. 22h30. Mississippi. 3028-6149 | Sexta (1): Duda Velasquez. Blues. 22h30. Mississippi. 3028-6149 | Gustavo Reis. Pop rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Retrô – DJ Jaime Rocha. Anos 80. 23h. Havana. 3224-6619. Twentieth Century Fox Film Corporation, Div./O Caxiense
Cristiane Marcante foi influenciada pelo cubismo e pela pop-art neste trabalho, onde as cores têm vida própria. A realização é da Curadoria Independente, da artista plástica Mona
Carvalho. Espaço Cultural Ftec Entrada franca | Gustavo Ramos Sehbe, 107 | 3027-1300
O personagem de Michael Douglas sai da cadeia e busca dinheiro fácil novamente – desta vez, na companhia de Shia LeBeouf
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Quem foi ao Teatro do Sesc na última terça-feira (21), durante o 12º Caxias em Cena, presenciou casa cheia em um dia de chuva para apreciar a apresentação do espetáculo Em Cena, monólogo interpretado por Maria do Horto Coelho. Nele, uma atriz com o peso da idade nos ombros entra no palco portando traje, maquiagem e acessórios de estilo vitoriano. Até que, abruptamente, ela é arrancada do palco por dois personagens que a plateia não consegue ver. Somente ela sente aquele sair de cena. Ela acaba contando a sua história, como se fossem flashes que passam diante dos seus olhos. De acordo com a atriz, não tem nada de autobiográfico no texto, que mostra uma personagem órfã de mãe aos 5 anos, com um pai alcoólatra e uma madrasta que completou o inferno em sua vida. Tudo a fez fugir de casa na adolescência. Ênfase no “nada”. Maria do Horto conta que tanto a mãe quanto o pai morreram com idade avançada (“tiveram tempo de fazer bodas de ouro”) e ela está longe de ser filha única: tem mais oito irmãos. A autora da peça, Maria de Lourdes Torres, é uma destes oito. Poucas coisas foram retiradas da realidade de Maria. Uma delas é a história da tataravó, a Baronesa de Ibicuí, dona das joias da personagem. A baronesa é real, as joias não. “A única verdade é a que parece mais mentirosa!”, brinca Maria. As outras verdades são detalhes íntimos que ela citou só para surpreender as irmãs que a assistiam na plateia, sobre laços na cabeça e o doce da mãe. A irmã escreveu a peça e lhe mostrou. Maria do Horto a achou linda e pediu se a autora já tinha em mente alguma atriz para interpretá-la. “Sim, tu” foi a resposta. Quem também se apaixonou pelo texto foi o ator Raulino Prezzi, que a dirige neste espetáculo. Em um primeiro momento, houve a preocupação por ficar sozinha em cena e em não deixar nada monótono. Não tem como. Maria do Horto encanta e emociona ao desfilar seus 78 anos de um lado a outro do palco, de salto alto e vestido – tendo um dos usados por Bette Davis no filme Meu reino por um amor (em que ela interpreta a Rainha Elizabeth I), de 1939, como inspiração. E a idade não a assusta, de maneira alguma. Em dado momento, a personagem suspira e admite: velhice dói. “E dói”, diz Maria do Horto, “não porque estou perdendo a juventude, mas dói fisicamente. É normal da idade, tudo envelhece”. Ela esclarece: “a minha velhice não dói, muito pelo contrário, cada ano que passa me sinto melhor, mas meu físico dói”. Até fisioterapia Maria faz. O que não envelhece é a voz, com quem sempre foi cuidadosa, e a energia que parece emanar pelos poros. No palco, sua companheira é uma cadeira. Ela é seu cenário e sua marcação. Ela a arrasta de um lado para outro para contar suas peripécias, paixões e medos. É sua companhia naquele momento tão difícil de passagem. Depois de apresentar a peça por nove vezes, desde sua estreia em outubro do ano passado, o próximo palco que Maria do Horto vai frequentar é o Moulin Rouge. Como espectadora somente, em uma visita à Paris no início do próximo mês, além de outros países europeus. Ela não para. Falante, vivaz e amigável, a atriz enfatiza que a peça nada tem a ver consigo: “não gostaria de ter vivido aquela história. Prefiro a minha. A vida é muito boa”. É só vê-la em ação para notar.
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Cristiane Marcante | A tua espera |
A pop art e o cubismo dão cor e forma às mulheres de Cristiane Marcante. Em bares, jardins e salões de dança elas convidam a frear a rotina e aproveitar os bons momentos da vida. Graciosas bailarinas clássicas e de tango usam um sapato de cada cor - diversos caminhos para os mesmos pés. Sozinhas, seduzem e esperam um par. Acompanhadas, dançam com homens bem vestidos, com elegante postura mas sem qualquer traço no rosto. Harmonia é palavra feminina. A tua espera integra a exposição Sensações e Sentimentos (veja no Guia de Cultura), com curadoria de Mona Carvalho. Cristiane tem planos e convites para expor em Lisboa e Buenos Aires. Por ora, pinta as obras da exposição Eu vivo, e você?, em breve, na galeria Arte Quadros.
PREVENÇÃO por ADRIANA ANTUNES
repita as frases conhecidas para que eu não me esqueça repita os lugares já visitados para que eu não me perca repita repita que me ama para que eu não desista.
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Participe | Envie para artes@ocaxiense.com.br o seu conto ou crônica (no máximo 4 mil caracteres), poesia (máximo 50 linhas) ou obra de artes plásticas (arquivo em JPG ou TIF, em alta resolução). Os melhores trabalhos serão publicados aqui.
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Maicon Damasceno/O Caxiense
Negócios do futebol
O Centenário já contabiliza duas ausências para o próximo ano: Anderson Bill, que vai para o Grêmio Prudente, e o capitão Marcelo Costa, que vai para o Ceará
Jogo sem fim A Série C terminou para o Caxias, mas o clube segue à procura de mais investimentos para 2011
O
por MARCELO MUGNOL marcelo.mugnol@ocaxiense.com.br Caxias ficou mais uma vez pelo caminho. Fato. Contra isso não há argumentos. Em 2011 o clube grená terá novamente pela frente o piedoso deserto da Série C. Dor não se compara e não é isso que vai diminuir a do Caxias, mas felizmente a condição do clube é mais amena do que a do rival alviverde, rebaixado para a infernal Série D. Triste para a cidade, que perdeu a chance de figurar na tão sonhada janela da Série B. Mas 2011, mesmo disputando ainda a Série C, já se mostra muito mais favorável ao Caxias porque o clube retorna à Copa do Brasil. Enquanto isso, neste fim de 2010, resta ao Caxias aproveitar a Copa Enio Costamilan para o ensaio e teste dos jogadores que irão ficar no elenco para a próxima temporada. Isso, dentro de campo. Fora dele, é hora de planejar com zelo e uma dose a mais de ousadia o esperançoso 2011. Por ter conquistado a vaga da Copa do Brasil, aumenta a responsabilidade do clube. Porque o torcedor grená não espera ver o Caxias apenas apanhar na competição nacional. E, por outro lado, essa responsabilidade só pode dar bons frutos, para quem sabe, enfim, subir à Série B na segunda metade de 2011. Esse hiato até o Gauchão do próximo ano, ou pelo menos até as finais da Copinha, que tornarão a competição mais atraente aos olhos do torcedor, pode entediar o grená da arquibancada, mas não o grená das mesas de decisões. Quando o assunto é fazer bons negócios, o Caxias anda demonstrando gosto pela coisa. Pode não ter conseguido ainda montar um time ideal para ascender à Série B. Por outro lado, não se pode descartar todo o trabalho feito até aqui, pelo menos esse é o entendimento do gerente de futebol, Júlio
Soster. “Nessa nova etapa de trabalho vamos ter a oportunidade de trazer jogadores mais ajustados com o perfil de atleta que se deseja no Caxias. Não digo que vai ser mais fácil, mas pelo menos não estamos começando do zero, como ocorreu quando chegamos aqui”, justifica Júlio Soster. E já que o assunto é o mercado do fabuloso mundo da bola, é preciso reconhecer que o Caxias, mesmo que timidamente, vem formando atletas. Pode não ter ainda uma produção em larga escala, como se fosse uma montadora de veículos, mas já consegue disponibilizar ao mercado alguns talentos. Como é o caso particular do volante Edenilson. Formado pelo clube, ele vem sendo sondado por uma grande empresa de marketing esportivo do país. E se não for negociado agora, nessa janela que se abre após a derrocada na Série C, Edenilson já demonstrou que tem potencial para atuar em algum clube de mais elevada ascensão futebolística, por assim dizer. Valorizar o seu passe é uma das apostas do clube para o futuro. “O objetivo do Caxias para o próximo ano é ter 2 ou 3 Edenilsons”, prospecta Soster. Para ele, formar atletas e conseguir negociá-los a um bom valor faz parte do negócio do mundo da bola. “Ainda é cedo para falar em nomes, mas aqui no clube temos algumas apostas”, despista. Por outro lado, se Edenilson, nesta temporada é filho único da safra 100% grená, o clube pode se orgulhar de ter reconduzido alguns dos seus atletas para um mercado valoroso como a Série A. Na tarde de quinta-feira (23), pouco antes de Soster conceder entrevista para O Caxiense, o clube havia recebido a confirmação das negociações de Marcelo Costa e Anderson Bill. O ex-capitão do esquadrão grená e craque do Gauchão
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2010 vai disputar um dos campeonatos mais importantes do mundo vestindo a camisa do Ceará, que já foi até líder da competição. O xerife Bill terá um desafio um pouco maior, ajudar o Grêmio Prudente a permanecer na Série A em 2011. Outros dois atletas do Caxias que estão atuando em clubes da elite do futebol brasileiro são os atacantes Everton (emprestado ao Internacional) e Cristian Borja (que desencantou no último final de semana com a camisa rubronegra). Nos dois casos se trata de empréstimo e não de venda –ainda. Everton já ostenta no peito a medalha de Campeão da Libertadores da América. Borja ainda tenta ajudar ao Flamengo reencontrar o rumo que conduziu o clube ao título em 2009. No entanto, para que os dois tenham suas carreiras alavancadas vai ser preciso mostrar faro de gol. Talvez os gols que faltaram ao Caxias nesta Série C sirvam para o clube colher bons dividendos com uma eventual venda destes dois atacantes. Quem foi ao último jogo disputado pelo Caxias na Série C, no Centenário, contra o Brasil de Pelotas, pode ter ficado desapontado. Muito triste. Houve quem bradasse pelos corredores que nunca mais vai pagar a mensalidade de sócio, outros reclamaram que jogador vem e vai (nem todos se comprometem) e o fiel grená (seja funcionário do clube ou torcedor) permanece na arquibancada, apoiando. Sentimentos aflorados por causa da decepção. E isso se entende. Tem quem ache que precisa investir mais. Por outro lado, talvez nem saiba que o clube projetou para 2010 cerca de R$ 8 milhões. Valor revelado pelo presidente Osvaldo Voges, em reunião na Câmara de Indústria, Comércio e Serviços. O nó da questão parece ser o mesmo que persegue o Caxias des-
de outras eras, não apenas a Era Voges. A pergunta é: como conseguir atrair mais investimentos, mais parceiros, mais empresas interessadas em relacionar a sua marca à do Caxias? E com um adendo, que parece uma fisgada no rim, mas é baseado em fatos: como conseguir atrair investidores sem que ainda o Caxias tenha conquistado melhores resultados em campo? Ao término da partida contra o Brasil, o treinador Julinho Camargo tentava responder ao repórter da Rádio Caxias porque o clube não teve sucesso. Esforçando-se para apaziguar suas emoções e espantar o nevoeiro da insatisfação, o treinador respirou fundo e citou o exemplo de uma agremiação da Capital. “É preciso tempo para reestruturar um clube. Quando trabalhei no Grêmio, num dos piores momentos da sua história, apostamos na base, na formação de atletas.” Essa parece ser não apenas uma pista do futuro grená, mas uma declarada revelação do pensamento deste novo Caxias que vem surgindo no horizonte. Se o clube vai ter R$ 12, 15, 30 milhões de investimento para 2011, só Deus sabe. O certo é que a diretoria anda trabalhando com afinco. Mas aquela retumbante pergunta seguirá ressoando no ouvido dela: como atrair financiamento para um clube de Série C? A resposta, no caso do Caxias, parece estar em tudo o que circunda o futebol, mas não necessariamente no resultado em campo. Porque tem sido assim que o Caxias tem tentado atrair investimento. Defendendo a tese de que melhores resultados podem vir (subir para a B, quem sabe ser campeão gaúcho novamente) se houver mais investimento. Algum empresário disposto a dividir esse desafio com o Caxias? Osvaldo Voges e a nação grená agradecem.
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Guia de Esportes
guiadeesportes@ocaxiense.com.br Maicon Damasceno/O Caxiense
por José Eduardo Coutelle
Se o sol da primavera que se inicia finalmente aparecer, a Represa São Miguel receberá a Mini-Olimpíada Náutica
FUTEBOL l Futebol Sete Série B | Sábado, a partir das 12h45 | Apenas 12 equipes continuam disputando o título na terceira fase do campeonato que inicia neste sábado. A equipe Tecbril, que completou a segunda fase com três vitórias em três jogos disputados, irá tentar manter o faro apurado para a meta do time Keko. 12h45: Romamar x AP Demora | 13h45: Eaton x Moferko | 14h45: Neobus x Jost | 15h45: Suspensys x Luna | 16h45: Tecbril x Keko | 17h45: Dambroz x Sulbras Centro Esportivo do Sesi Entrada gratuita | Cyro de Lavra Pinto, s/nº, Nossa Senhora de Fátima l Juventude x Caxias | Sábado, 15h | Para os torcedores papos agora resta torcer pela equipe sub-19 no CA-JU. Os atletas alviverdes estrearam na Copa Alceo Bordignon Sub-19 goleando o Porto Alegre por 3 a 0 e esperam repetir o feito sobre o seu maior rival. Já o Caxias não iniciou tão bem. Perdeu para o Internacional em casa e precisa da vitória para a reabilitação no competição. Alfredo Jaconi Entrada gratuita | Rua Hércules Galló, 1.547, Centro l Campeonato Futebol Série B | Sábado, 16h | A grande final do campeonato ocorre neste sábado. As equipes Fras-le e Randon disputam o título. A Fras-le conquistou uma das vagas para a decisão usando da técnica, garra e força. Mas principalmente a força. Ao todo, a equipe recebeu 13 cartões, sendo um vermelho. Já a Randon foi um exemplo fair play. Recebeu apenas seis cartões. Centro Esportivo do Sesi Entrada gratuita | Cyro de Lavra Pinto,
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s/nº, Nossa Senhora de Fátima l Caxias x Cerâmica | Quarta (29), 15h | Com a desclassificação no Brasileiro, a Copa Enio Costamilan passou a ser o principal foco do time. O treinador Julinho Camargo deve usar os jogadores da equipe principal e testar os atletas das demais categorias. A equipe grená tem o melhor aproveitamento da competição. Ao todo foram três vitórias e dois empates em cinco jogos. Estádio Francisco Stedile (Centenário) Entrada gratuita | Thomas Beltrão de Queiroz, 898, Marechal Floriano
FUTSAL l 8ª Copa Ipam de Futsal Feminino | Sábado, 19h, 20h, 21h e domingo, 9h, 10h e 11h | A equipe da ACBF conquistou o seu segundo empate seguido contra as meninas do Santa Catarina, e está passando longe da campanha realizada na segunda fase quando fechou 100% de aproveitamento. Para tentar buscar a sua primeira vitória e se colocar na liderança do grupo G, a equipe precisa superar a UCS neste domingo, às 9h. Sábado, 19h: Sindicato dos Metalúrgicos x União Flores da Cunha (Enxutão) | 20h: Santa Catarina B x Real Madames (Enxutão) | 21h: BGF x Santa Catarina (Enxutão) | Domingo, 9h: ACBF x UCS (UCS) | 10h: Real Madames x União Flores da Cunha (UCS) | 11h: Sindicato dos Metalúrgicos x Santa Catarina (UCS) Enxutão e UCS Entrada gratuita | Luiz Covolan, 1.560, Santa Catarina e Francisco Getúlio Vargas, 1.130, Petrópolis l Campeonato Sesi Série B | Sábado, das 13h às 18h | Após a interrupção do jogos para a comemoração da Semana Farroupi-
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lha, os atletas voltam com energia reabastecida para o penúltimo confronto da segunda fase do torneio. A equipe Pisani estreou a segunda fase com derrota e precisa vencer a Automatus neste sábado se quiser permanecer viva no campeonato. Sábado, 13h: Sumig x Moferko | 14h: Eaton x Sauer Danfoss | 15h: Soprano x Intral | 16h: Lupatech x Guerra | 17h: Automatus Engenharia x Pisani | 18h: Coza x Romamar Centro Esportivo do Sesi Entrada gratuita | Cyro de Lavra Pinto, s/nº, Nossa Senhora de Fátima
GOLFE l IV Votorantin Private Bank Florense | Sábado e domingo, a partir das 8h | O maior evento de golfe de Caxias do Sul ocorre neste final de semana. Aproximadamente 100 participantes, alguns vindos de fora do Estado, irão mostrar toda a sua habilidade em manejar os diversos tipos de tacos. Os primeiros e segundos lugares das 17 categorias disputadas irão receber troféus durante o coquetel de encerramento, às 17h, na sede do clube. Caxias Golf Club Entrada gratuita | Estrada do Golfe, 1.111, Fazenda Souza
MOTOVELOCIDADE l 6ª Etapa do Campeonato Serrano de Arrancada de Motos | Domingo, a partir das 10h | Este domingo é um dia especial para os amantes da velocidade. As motos voltam a disparar na pista de arrancadas do Parque de Eventos da Vila Oliva. Ao todo serão disputadas 11 categorias com os mais variados tipos de carenagens e motores. Além disso, os veículos de quatro rodas terão um destaque especial. Paralelamente irá
ocorrer a 6ª Etapa do Campeonato de Som Automotivo e Carros Rebaixados. Parque de Eventos de Vila Oliva Entrada: R$ 5 | Rodovia BR-116, km 145, 1.410, distrito de Vila Oliva
BASQUETE l Campeonato Estadual Sub-15 Masculino | Sexta (1°), 21h | As equipes mirim e sub-15 de UCS voltam a jogar em casa pelo Campeonato Estadual. Os adversários são os times do União e da Sogipa. Com cinco vitórias em oito jogos, os meninos da sub-15 ocupam a 4ª colocação. Para subir na tabela eles precisam vencer o líder, União, que ainda não conheceu o sabor amargo da derrota. Sexta (1°), 19h: UCS x União (Mirim) | 21h: UCS x União (Sub-15) | Sábado (2), 14h: UCS x Sogipa (Sub15) | 16h: UCS x Sogipa (Mirim) Ginásio Poliesportivo da UCS Entrada gratuita | Francisco Getúlio Vargas, 1.130, Petrópolis
MINI-OLIMPÍADA l Mini-olimpíada Náutica do Caxias Navegar | Sábado, a partir das 8h30 | Aproximadamente 350 estudantes irão testar suas habilidades com os remos, canoas e velas na mini-olimpíada que ocorre na represa São Miguel durante todo o sábado. A atividade faz parte da 2ª Semana Municipal da Água e tem como tema, “Água: Incolor, Inodora, Insípida e Indispensável.” Apesar de ter o líquido precioso como foco, o evento só irá ocorrer caso não chova. Os três primeiros lugares de cada modalidade receberão troféus como premiação. Hangar da Represa São Miguel (Complexo Dal Bó) Entrada gratuita | Fátima
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João Pedro Alves, Criciúma Esporte Clube, Divulgação/O Caxiense
Drama alviverde
HORA DE
O goleiro Jonatas desabou no gramado do Estádio Heriberto Hülse ao final do confronto com o Criciúma, no dia 19
SE REERGUER
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por FABIANO PROVIN fabiano.provin@ocaxiense.com.br odos se perguntam, seja no ônibus, no bar, em casa ou no trabalho, afinal, o que é que aconteceu com o Juventude nos últimos anos. Ninguém sabe dizer ao certo, mas a queda foi vertiginosa. O fato é o seguinte: em quatro anos o clube sofreu três rebaixamentos. E em 2011 terá um dos anos mais difíceis de toda a sua quase centenária história (completa 100 anos em 2013). Em 2007, estava na Série A, mas terminou a competição em 18º lugar e foi rebaixado. No ano seguinte ficou em 8º na Série B. Em 2009 caiu para a terceira divisão após terminar em 17º. Este ano, ficou em último lugar no Grupo D da Série C e foi parar na quarta divisão, ao lado de São Raimundo-PA, Alecrim-RN e Gama-DF. Estamos em setembro, e o gramado do Estádio Alfredo Jaconi só voltará a ser usado pelo grupo principal em janeiro do próximo ano, quando começar o Gauchão. Até hoje, o retrospecto recente do Juventude só não é pior em todas as divisões do que o dos pernambucanos do Santa Cruz, que em 2006 caiu para a Série B, em 2007 foi para a C, em 2009 foi para a D, competição que disputou este ano e acabou eliminado. Ou seja, fará companhia ao Ju e a outros 38 clubes no ano que vem. De portas fechadas para trabalhos profissionais, a direção alviverde concedeu férias para os jogadores. A reapresentação está marcada para 25 de outubro – se
o prazo não for prorrogado –, quando o técnico Beto Almeida deve iniciar os trabalhos visando a preparação para a disputa do Estadual, diferentemente do que ocorreu na competição passada, quando o então treinador Osmar Loss teve 15 dias para treinar o time que estreou com um empate em 2 a 2 com o São José, em Porto Alegre. Beto, aliás, era o treinador quando o Ju caiu para a Série B em 2007 – ele sucedeu Cláudio Duarte, que entrou no lugar de Flávio Campos, que substituiu Ivo Wortmann naquela temporada. Aparentando estar calmo após o fatal empate em 1 a 1 com o Criciúma no Estádio Heriberto Hülse no dia 19 de setembro, Beto lamentou o resultado e disse que a equipe não merecia ser rebaixada. “Acho que faltou um pouco de sorte. Sem dúvida esse descenso representa um sentimento de muita tristeza. Como consolo ficam alguns números: nós tivemos a melhor campanha do segundo turno”, afirmou, parado na beira do gramado, na entrada do túnel de acesso ao vestiário, enquanto acenava para alguns torcedores. Sobre participar do segundo rebaixamento no comando do time, o treinador se mostrou frustrado. “Posso dizer que, se tivesse chegado antes, talvez daria (para escapar da Série D). Ficou marcado daquela vez (no rebaixamento à Série B), havia um interesse muito grande para que eu continuasse, mas a diretoria da época não quis”, comentou. O presidente era Iguatemy Ferreira Filho, que deu lugar a Sérgio Florian.
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Rebaixamento para a Série D dá início ao processo de reformulação do time e da estrutura do clube Este ano foi diferente. Segundo o presi- sua vez, assinaram até 2012 com o Ju. dente Milton Scola, se classificasse o Ju Ente eles, alguns devem ser emprestaà próxima fase da Série C, Beto teria o dos ou negociados. contrato ampliado até o final de 2011. O lateral direito Luiz Felipe e o voAgora, ficará pelo menos até o final do lante Júlio César foram os primeiros próximo Gauchão. “Temos de digerir o a deixar o Ju. Atraídos por uma proamargo desse descenso posta do Guaratinguee, depois, reorganizar tá, eles vão para São e reestruturar o gru- “Tenho quase Paulo para disputar o po para fazer um bom certeza que restante da Série B e o campeonato gaúcho”, Paulistão do próximo precisamos usar projetou o treinador. ano. Os laterais esquerchinelos de dedo. dos Calisto e Planchón Essa reformulação, Ou seja, ter mais foram liberados. Deina verdade, começou humildade. Acho xaram a comissão téca ser feita na quartanica o preparador físique é isso o que feira (22), no terceiro co Rodrigo Poletto e o dia após o rebaixamen- está faltando”, preparador de goleiros to. Do grupo de 29 jo- desabafa Ártico Daniel Pavan. Rodrigo gadores profissionais Squinalli, que auxilia– sendo seis lesionava Poletto, assumiu a dos (o goleiro Follmann; os zagueiros preparação física, e Antonio Picoli foi Édson Borges e Rafael Pereira; e os mantido como auxiliar técnico de Beto meias Fabrício, Jander e Hiago) –, o Almeida. Preparador de goleiros da vice-presidente de futebol, Juarez Ár- equipe sub-20 (juniores), o ex-goleiro tico, adiantou que pretende prolongar Humberto Flores passará a trabalhar os contratos do zagueiro Fred, dos vo- com o time profissional. lantes Umberto e Éverton Garroni, do Segundo Ártico, muita coisa ainda meia Christian e do atacante Ismael vai mudar. “Vamos tentar rescindir Espiga, que se encerram no final des- com alguns e emprestar outros atletas, te ano. O goleiro Jonatas, os zagueiros principalmente aqueles que não tiveRafael Pereira, Bruno Salvador, Édson ram um retorno esperado”, explicou o Borges e Victor, os volantes Tiago Renz dirigente, que, após o empate em Santa e Tiago Silva, o meia Marcos Paraná e Catarina, foi com a família para a praia o atacante Júlio Madureira têm víncu- de Bela Torres (SC). “Pensei, refleti lo com o clube até o final de 2011. O muito. Assimilei o golpe e imaginei sozagueiro Bressan e os meias Cristiano luções. Numa hora dessas é preciso ter e Gustavo têm contrato até 2013. O go- alguém com equilíbrio para amenizar leiro Follmann e o atacante Fausto, por as coisas”, ensina Ártico. A remodela25 de setembro a 1° de outubro de 2010
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ano. Em termos financeiros, ele diz que a receita para 2011 será a mesma deste ano. Sobre a dívida – que era de R$ 14,3 milhões em fevereiro deste ano, segundo apresentação feita ao Conselho Deliberativo –, Scola garante que 70% dela (cerca de R$ 10 milhões) foi paga. O restante foi renegociado. “Perdemos no campo, mas o Juventude ganhou credibilidade fora dele, pois paga em dia todos os seus profissionais”, orgulha-se o presidente. Na liberação dos jogadores, ele não falou nada. “Falar o que numa hora dessas. Eu vou falar na reapresentação”, promete. Ainda tentando explicar o rebaixamento, o presidente esmeraldino avalia que o clube pagou para jogar na Série A durante 13 anos. “Nos últimos anos o patrimônio foi dilapidado, e agora nos encontramos nessa situação. Temos uma estrutura pesada que será totalmente revista”, diz, descartando a possibilidade de agir nas categorias de base. Scola, presidente que levou o Juventude ao título da Copa do Brasil em 1999, também credita o rebaixamento à pressão exercida sobre o clube, que tinha oito jogos pela frente para garantir a classificação ao primeiro mata-mata. “O tempo foi curto. Talvez nossa obrigação de subir tenha nos complicado. Por termos tido um passado recente vitorioso, nossa obrigação era maior que a dos outros”, avalia.
Cerca de 500 torcedores foram apoiar o time em Santa Catarina, mas o Ju ficou no empate. Após o apito final, a maioria da papada aplaudiu o time, mesmo rebaixado
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Edgar Vaz, Esporte Clube Juventude, Divulgação/O Caxiense
de ganhava por 2 a 1 quando o árbitro deu seis minutos de acréscimo. O empate grená veio aos 49 minutos da etapa final. “Aquilo ali nos rebaixou. Se nós tivéssemos dois pontos a mais e eles (Caxias) um a menos, eles estariam rebaixados. Nosso rebaixamento pode ser creditado ao Vinícius Costa da Costa, meu grande amigo.” Mesmo em meio a um ano ruim dentro de campo – em 26 jogos oficiais, foram 12 derrotas, 11 empates e apenas três vitórias –, o apoio da torcida cresceu. Em abril existiam 5.704 sócios ativos. Na segunda semana de setembro, antes do jogo contra o Criciúma, o número era de 9.489 associados. Desse total, 3.244 são de estudantes que visitaram o estádio e ganharam, por um ano, entrada liberada em jogos. Para o jogo decisivo em Santa Catarina, cerca de 500 papos viajaram de ônibus e de carro até o Estádio Heriberto Hülse. Ao final da partida, a maioria aplaudiu de pé os jogadores. Permanecendo no clube, Scola prevê o início de uma retomada já no próximo ano. “Nosso caminho será mais difícil, afinal, são 40 clubes na Série D. Agora é que veremos quem realmente ama o Esporte Clube Juventude acima de qualquer coisa, interesse ou vaidade... Conheço, porque vivi intensamente, e sei que só a humildade de alguns, o desprendimento de muitos e o trabalho e a paixão de todos Milton Scola cripoderá trazer de volta tica o formato da Série “Agora é que o Juventude ao lugar C – tem quatro grupos veremos quem que queremos”, discurregionalizados com sa. realmente ama cinco equipes cada – e Sua fala vai ao endefende uma compe- o Juventude contro do que disse tição mais longa, para acima de um torcedor ao deque os clubes tenham qualquer coisa, sembarcar do ônibus um calendário. “A Conem Caxias do Sul, já interesse ou federação Brasileira de na madrugada de seFutebol apronta essas vaidade...”, diz gunda-feira (20): “Não coisas para a gente. O o presidente era o que eu queria, que nossa torcida vai mas no ano que vem fazer agora? Vai ter que irei novamente com migrar para outro esporte, virar ciné- o Juventude para onde ele tiver de ir”. fila, ir pescar”, ironiza. Aliás, a ironia Ao saber dessa frase, Scola nada restambém aparece quando o presidente pondeu. Sentado na sala de imprensa lembra da arbitragem de Vinícius Cos- do Jaconi, ficou em silêncio, esfregou ta da Costa no CA-JU de 29 de agosto as mãos, encheu os olhos de lágrimas e no Estádio Centenário. O Juventu- baixou a cabeça.
João Pedro Alves, Criciúma Esporte Clube, Divulgação/O Caxiense
ção do plantel visa, também, à redução vestiário. de custos. Na Série C, a folha de pagaLá dentro, o retrato era de desolamento do futebol (comissão técnica e ção. Aos poucos os jogadores tiravam jogadores) foi de R$ 293 mil – R$ 260 o fardamento e iam para o chuveiro. mil só com atletas. Os valores serão No acesso ao campo, o auxiliar técnirevisados, mais uma vez, com os olhos co Antonio Picoli também estava basvoltados para as categotante abalado, choranrias de base. Dos juniodo, escorado em uma res, Ártico já adianta “Estávamos parede. O massagista que o volante Fabrício, preparados para Edson de Camargo, o o meia Ramiro e o ataMassa, era outro muia possibilidade cante Alex Telles serão to abatido. Na saída do integrados ao grupo do rebaixamento. túnel, Beto Almeida treinado por Beto Al- O Ju terá de e Milton Scola concemeida para um perío- ter o tamanho diam entrevistas. Scola do de estágio. “Vamos parecia atordoado. “A de um clube de fazer o mesmo que responsabilidade pela ocorreu com o Bressan, Série D”, afirma queda é minha, um o Follmann e o Hiago. Milton Scola pouco dos dirigentes. Minha ideia é ter um Mas a culpa, acredito, é grupo de 29 jogadores, de toda a cidade. A forcomo tínhamos agora. Do total, quero ça de Caxias do Sul ainda não é usada 15 da casa”, projeta o dirigente. para potencializar o futebol”, constatou o presidente. Com a cabeça mais fria, Sobre o rebaixamento, Ártico, no dia 21, ele concedeu entrevistas normalmente ponderado – que na para a imprensa de todo o país. Afinal, porta do vestiário em Criciúma estava todos queriam uma explicação para a cabisbaixo, olhando para o chão como primeira frase deste texto. Scola voltou se procurasse uma explicação –, fez na de carro de Santa Catarina no dominterça (21) uma declaração forte. Na go passado e passou o feriado farrouverdade, um desabafo: “Tenho quase pilha com a família, em casa, no bairro certeza que precisamos usar chinelos Exposição. E confessou: “Enchi a cara”. de dedo. Ou seja, ter mais humildade. Questionado por uma emissora de Acho que é isso o que está faltando tevê sobre o fato de ter insistido com aqui dentro. Parece que vivemos ainda o técnico Osmar Loss, respondeu com na pompa da Série A. Precisamos de firmeza. “Criticaram tanto o Loss, mas um banho de humildade e parar de ser basta olhar a campanha do primeiro arrogantes”. O Almirante, como Ártico turno da Série C: é a mesma do Julinho é chamado por alguns amigos dentro Camargo, do Caxias, no returno. Ou do Jaconi, se refere a todos: torcida, di- seja, três empates e uma derrota. Mas rigentes, funcionários e jogadores. Ele, eu não ouço ninguém da imprensa cricomo um juventudista de estirpe (é fi- ticando o técnico deles”, alfinetou. lho do ex-presidente Oswaldo Ártico, como O Caxiense contou em fevereiA principal preocupação de ro, na edição 13), sentiu muito o rebai- Scola para a próxima temporada é o xamento. Do lado de fora do vestiário balanço financeiro do clube. Ele conta esmeraldino em Santa Catarina, fuma- que três orçamentos foram montados va um cigarro apoiado em um corri- quando assumiu: um se o Ju ficasse mão. Ao seu lado, o zagueiro Fred, que na Série C, outro se subisse para a B foi um dos primeiros a tomar banho, e, o pior deles, se caísse para a quarta estava sentado no chão, olhando para divisão. “Estávamos preparados para a parede. Perto dali, a presidente do essa possibilidade. Ela não era cogitadepartamento Paixão Feminina, Carla da, mas agora será preciso fazer cortes. Pauletti, era uma das mais emociona- O Juventude terá de ter o tamanho de das. Chorando, observava atônita, um um clube de Série D”, alerta o dirigena um, os que passavam pela porta do te, que tentará a reeleição no final do
Renato Henrichs renato.henrichs@ocaxiense.com.br
Diego Netto, Div./O Caxiense
Guerreiro, Ag. AL/O Caxiense
No PT, o próximo candidato a prefeito deverá sair do grupo que hoje controla o diretório municipal do partido, capitaneado pelo ex-vereador Guiovane Maria e pelo atual vereador Marcos Daneluz, que concorre agora a deputado estadual. Se a deputada Marisa Formolo quiser disputar mais uma vez a prefeitura, como parece, deverá ter a anuência do hoje concorrente Marcos Daneluz.
Julio Soares, Div. /O Caxiense
André T. Susin/O Caxiense
Deputado e prefeito
Dez por cento
Os soldados não querem ficar aqui porque o custo de moradia é elevado
Câmara de Vereadores aprovou a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) referente ao ano que vem. A prefeitura vai utilizar 10% das receitas do município para investimentos. Mas o futuro prefeito, em função de financiamentos firmados agora, para a realização de grandes obras nas áreas de saneamento, saúde e asfaltamento, não terá tanta margem para investimentos – que cairão pela metade.
Comandante-geral da Brigada Militar, coronel João Carlos Trindade Lopes, ao explicar a falta de efetivo policial na cidade.
Salário e abono
Ficou para a próxima quarta-feira (29) a audiência de conciliação entre Sindicato dos Médicos e prefeitura, marcada pela juíza Maria Aline Brutomesso. Em greve desde 30 de agosto, os médicos do SUS aderiram às reivindicações da categoria em nível nacional: plano de carreira e salário não mais de R$ 7.500, mas de R$ 8.595. E, enquanto o novo salário não é definido, pedem um abono de R$ 1.286 por um período de seis meses (enquan-
to é formulado um plano de carreira para a categoria) – mas o sindicato se contentaria com R$ 500. O presidente da entidade, Marlonei Silveira dos Santos, espelha-se em proposta parecida em discussão na capital do Estado. Só que o acordo estacionou na Câmara Municipal de lá. Os vereadores sabem que não dá para privilegiar qualquer categoria profissional. Sob pena de todas as categorias do funcionalismo exigirem ganho semelhante.
2012 é agora
Mesmo assim, desenha-se um quadro com muitos candidatos a prefeito em 2012. Na verdade, muitos trabalham na atual campanha eleitoral com os olhos voltados para as eleições municipais. Ou alguém imagina que postulantes a um cargo na Assembleia Legislativa ou Câmara Federal não colocarão seus nomes para disputar a prefeitura daqui a dois anos?
Só doendo no bolso
Está na hora de os vereadores mudarem o regimento interno da Câmara. Aqueles que votam a favor da realização de determinadas homenagens – e depois não aparecem nas sessões – deveriam ter desconto no salário.
Na semana passada, na sessão solene em homenagem ao G. E. Loreto, dos 17 parlamentares, apenas seis estavam presentes: Ari Dallegrave, Geni Peteffi, Édio Elói Frizzo, Alaor de Oliveira, Renato de Oliveira e Gustavo Toigo.
Cena eleitoral
Divulgação/O Caxiense
Controle do diretório
No PDT, a situação está mais clara. Aquele que conseguir chegar a deputado estadual na eleição do próximo dia 3 – Alceu Barbosa Velho ou Vinicius Ribeiro – será o candidato natural do partido à prefeitura de Caxias do Sul. O cenário ficará complicado se os dois ganharem vaga na Assembleia. E mais difícil ainda se nenhum dos dois se eleger.
Luiz Chaves, Div./O Caxiense Alexandra Baldisserotto, Div./O Caxiense
Próximos a Sartori
Além do vice Alceu Barbosa Velho, o prefeito José Ivo Sartori (PMDB) tem ao seu lado dois potenciais candidatos à sucessão: o diretorpresidente da Companhia de Desenvolvimento de Caxias do Sul (Codeca), Adiló Didomenico, e o secretário de Gestão e Finanças, Carlos Búrigo. Adiló é nome certo do PTB para a disputa. E Búrigo, do mesmo partido do prefeito, só precisa ter um pouco mais de visibilidade. Indo para setores como a Secretaria de Obras ou o próprio Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae).
Estratégia
Germano Rigotto (PMDB) começou a reconhecer sua desvantagem na corrida ao Senado. Onde quer que vá, passou a pedir o segundo voto do eleitor.
Apatia explicável
O presidente da CIC, Milton Corlatti, criticou o empresariado caxiense por ignorar o evento que reuniu os candidatos a cargos eletivos pela região. A crítica – pública – atingiu diretores da entidade empresarial. Dos 70 da atual gestão, apenas cinco participaram do encontro. Dos 21 presidentes de sindicatos patronais, apenas 10 compareceram.
O motivo parece ser um só: os empresários estão felicíssimos – muitos deles jamais ganharam tanto dinheiro. E não querem saber de política numa hora dessas. Talvez para não interromperem o sonho. A situação explica também determinadas preferências eleitorais – inusitadas (ou inimagináveis) em outros tempos.
Apoio a Adamoli
O candidato a vice na chapa de Tarso Genro, Beto Grill, deverá estar presente ao jantar de encerramento da campanha do PSB, quinta-feira (30). O candidato preferencial do partido na
região, José Adamoli, estará ao lado dos colegas Beto Albuquerque e Maria Neli Ferrante. Se Tarso for eleito, Beto Albuquerque poderá ocupar a Secretaria de Infraestrutura e Logística.
Pela democracia
Empresário caxiense Dagoberto Lima Godoy, ex-presidente da Fiergs, subscreve o Manifesto em Defesa da Democracia, com críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O documento traz a assinatura de juristas que marcaram sua trajetória
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na luta pela preservação dos valores fundamentais. Uma parte do pensamento jurídico e acadêmico que endossou o protesto chamou Lula de “fascista, caudilho, autoritário, opressor e violador da Constituição”.
Recém-saído de uma negociação salarial difícil com a administração municipal, o presidente do Sindiserv, João Dorlan, escancarou quinta-feira à tarde seu lado partidário. Na saída dos funcionários do Centro Administrativo, distribuía santinhos ao lado dos candidatos Gilberto Pepe Vargas e Marisa Formolo (PT).
Fecha-se o ciclo
A CIC completa sua posição de liderança também na área política, na campanha eleitoral deste ano, ao trazer nesta segunda-feira (27) o candidato do PT ao governo do Estado. A exemplo de Yeda Crusius (PSDB) e José Fogaça (PMDB), Tarso Genro falará na reunião-almoço da entidade sobre seus planos para governar o Rio Grande do Sul. No mesmo dia, ele participará de um ato público organizado pela militância petista.
Majoritários
Ao final de campanha, o encontro regional do PMDB e PDT será na quartafeira (29), no salão de Nossa Senhora da Saúde. Falarão os candidatos majoritários José Fogaça, Pompeo de Mattos e Germano Rigotto.
Todos ficaram iguais
Do prefeito José Ivo Sartori (PMDB), a respeito da política e das eleições deste ano: “Na política, parece que se perdeu o norte, a postura e a linha. Não há diferentes, nem diferenças. Todos ficaram iguais. Como agente político, com mais de 30 anos de vida pública, posso dizer que, na política, nada é pior do que ‘os iguais’. Isso impede que se percebam as diferenças e as desigualdades. Os que lutavam contra algo no passado hoje posicionam-se a favor, e vice-versa. Não há conteúdo, apenas uma degeneração de atitude, de compromissos e de comprometimento”.
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