LIXO VALIOSO
Catadores e recicladores caxienses transformam a poluição em renda fixa |S30 |D31 |S1° |T2 |Q3 |Q4 |S5
Caxias do Sul, outubro de 2010 | Ano I, Edição 48 | R$ 2,50
O JOGO No momento decisivo da disputa presidencial, peças da política local foram chamadas ao centro do tabuleiro, candidatando-se a posições influentes no futuro governo do país
Dupla CA-JU: a volta de Brunoro e a chance grená na Copinha | Renato Henrichs: Tarso vai inaugurar
a ampliação do aeroporto | Roberto Hunoff: enquanto isso, companhias ampliam suas rotas aéreas – em SC
Índice
www.OCAXIENSE.com.br
A Semana | 3
As notícias que foram destaque no site
Roberto Hunoff | 4
Mais uma capa que me levou a ler o jornal. Olhei duas vezes pois parecia estar pegando fogo mesmo. Parabéns pelo ótimo trabalho! Carlane Cuccarolo
Novas regras para os ambulantes que vendem comida em Caxias
Reforço rebelde | 5
Fotos: André T. Susin/O Caxiense
O PMDB caxiense saiu de vez da neutralidade para receber José Serra
Cânion mais aberto | 6
Parque dos Palanquinhos promete abrir um grande espaço ao turismo ecológico
Movimentos na corte | 8
A participação explícita de líderes caxienses no fim da campanha presidencial indica quem pode ganhar poder após a eleição
Mercado do lixo | 11
@alexandregolive Fiquei muito feliz, adquiri jornalismo crítico e bem bolado, assinei @ocaxiense #assinaturas @delanopieta Parabéns pela cobertura do comício de José Serra, @ocaxiense! Mais uma vez jornalismo de primeira qualidade. #aovivo
A rotina de quem se sustenta esvaziando lixeiras para que não transborde o aterro sanitário
Revisão legal | 14
@bruno_txt @ocaxiense Já soa até repetitivo elogiar vocês, mas parabéns mais uma vez pela iniciativa e cobertura. #aovivo
O minucioso trabalho para organizar e simplificar a legislação municipal
Guia de Cultura | 16
Música erudita e rock na igreja; blues e samba nos trilhos
@dbvivi @ocaxiense Parabéns @ocaxiense pela transmissão do comício, pela não censura e agilidade ao publicar os comentários! Mídia responsável. #aovivo
Artes | 18
Duas imagens da Virgem Maria
@leo_tportella @ocaxiense serve a população conectada com informação rápida. Importante meio que cresce a cada dia! #aovivo
Dupla CA-JU | 20
O recomeço com Brunoro e a chance de finalizar o ano com um título na Copinha
Guia de Esportes | 21
@paulinhagpj Parabéns @ocaxiense pela cobertura do comício, pela não censura e agilidade pra postar os comentários que a galera manda! #aovivo
Cidades em disputa pelo basquete e botões em confronto no torneio de futebol de mesa
Renato Henrichs | 23
Termina a reserva de mercado dos táxis no aeroporto
@vereadoradenise Cobertura do @ocaxiense está muito boa! Rápida e dinâmica! Parabéns! #aovivo
NO SITE
Eleições ao vivo | Acompanhe neste domingo, da manhã à noite, a cobertura especial das eleições, com transmissão ao vivo da Redação no site www. ocaxiense.com.br. Entrevistas com políticos, análises e apuração dos votos.
Expediente
Redação: André Tiago Susin, Camila Cardoso Boff, Cíntia Hecher, Fabiano Provin, Felipe Boff (editor), José Eduardo Coutelle, Luciana Lain, Marcelo Aramis (editor assistente), Marcelo Mugnol, Paula Sperb (editora), Renato Henrichs, Roberto Hunoff, Robin Siteneski e Valquíria Vita Comercial: Pita Loss e Cláudia Pahl Circulação/Assinaturas: Tatyany Rodrigues de Oliveira Administrativo: Luiz Antônio Boff Impressão: Correio do Povo
Assine
Para assinar, acesse www.ocaxiense.com.br/assinaturas, ligue 3027-5538 (de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h30 às 18h) ou mande um e-mail para assine@ocaxiense.com.br. Trimestral: R$ 30 | Semestral: R$ 60 | Anual: 2x de R$ 60 ou 1x de R$ 120 Jornal O Caxiense Ltda. Rua Os 18 do Forte, 422, sala 1 | Lourdes | Caxias do Sul | 95020-471 Fone 3027-5538 | E-mail ocaxiense@ocaxiense.com.br www.ocaxiense.com.br
2
O Caxiense
30 de outubro a 5 de novembro de 2010
Audioslide | O que é lixo para muitos é fonte de renda para outros tantos. O repórter Robin Siteneski narra a rotina de catadores de papel, com imagens captadas pelo fotógrafo André T. Susin. Um vídeo postado no canal do Youtube do Blog do Noblat, do jornal O Globo, relembra a confusão ocorrida em Caxias do Sul na reta final da campanha de Fernando Collor (então PRN, hoje no PTB), em 1989. Erramos | Na edição anterior, as fotografias do Índice foram ligadas às matérias erradas. O correto: a foto de um vendedor de churrasquinho se referia à reportagem sobre os bastidores do comício de Dilma; a imagem de porcos se relacionava à reportagem sobre o abate de animais.
Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.
paula.sperb@ocaxiense.com.br André T. Susin/O Caxiense
editado por Paula Sperb
A Semana
Paulo Vasques, diretor da Aapecan (segundo da esquerda para a direita) ocupou a tribuna da Câmera de Vereadores, causando constrangimento entre alguns legisladores
SEGUNDA | 25 de outubro Avenida Rio Branco
Obras deverão ficar para dezembro
A polêmica modificação na Avenida Rio Branco não deve ocorrer até a abertura do Shopping San Pelegrino, marcada para o próximo dia 9. A secretaria de Trânsito, Transportes e Mobilidade deve liberá-las somente após o término do período letivo, por causa do grande número de escolas e faculdades na região. “O Samae identificou a necessidade de trocar a rede de distribuição de água daquele trecho porque foram construídos muitos prédios altos e ainda existem terrenos com grande potencial de consumo”, explica o secretário Jorge Dutra. Conforme o secretário de Transportes, o Samae estuda as obras necessárias para corrigir os problemas de abastecimento da região. Para Dutra, não valeria a pena liberar as modificações de trânsito neste momento. “Depois teríamos que cortar o asfalto novamente.” Parte das obras de trânsito no entorno do shopping já estão prontas. As ruas La Salle e Cremona, parte da Machado de Assis, entre a Rio Branco e os trilhos, e da Teixeira Mendes, entre a Machado de Assis e a Padre Anchieta, já foram pavimentadas. Enquanto isso, vereadores solicitam estudo técnico sobre a circulação de pedestres na avenida.
TERÇA | 26 de outubro
de dezembro, adianta o secretário da Cultura, Antonio Feldmann.
Educação
Extensão da UFRGS na Serra QUINTA | 28 outubro A possibilidade de instalação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) na Serra foi acenada pelo reitor, Rui Oppermann, em audiência pública na segunda (25). Assis Melo (PC do B), que preside a Comissão Temporária Especial PróUniversidade Pública de Caxias do Sul, destacou que foi criado um comitê para sensibilizar a UFRGS. Quanto à futura sede da extensão da universidade pública, Assis sugeriu um plebiscito entre a população da Serra.
QUARTA | 27 de outubro Natal
Brilha Caxias começa dia 17 Assim como muitas das atividades deste ano, a edição do Brilha Caxias estará relacionada aos 100 anos da chegada do trem. Com o tema “Embarque no espírito desta estação”, o Brilha Caxias iniciará no dia 17 de novembro. Uma das principais atrações será a Noite Encantada, que estreou no ano passado, com crianças cantando nas janelas do Clube Juvenil – as músicas natalinas são, na verdade, dubladas. Desta vez, a apresentação especial ocorrerá em duas noites, nos dias 16 e 17
www.ocaxiense.com.br
Iguatemi
Cobrança começa na quarta Na quarta-feira (3), quem for ao Iguatemi precisará enfrentar as cancelas e pagar R$ 3 para estacionar. Há isenção do estacionamento para quem ficar apenas 15 minutos no shopping. Em novembro, os clientes que consumirem o valor mínimo de R$ 10 em alimentação, das 11h30min às 14h, poderão validar seu ticket e serão isentos. Para isto, basta apresentar o cupom ou nota fiscal em um dos guichês localizados próximos às portarias. Clientes que apresentarem comprovante de compras feitas no Carrefour, no valor mínimo de R$ 20, serão isentos da cobrança. Lojistas e funcionários têm a opção do plano para 30 dias (R$ 40) e de segunda a sexta (R$ 20). Clientes que quiserem o plano de 30 dias precisarão desembolsar R$ 60 ou R$ 40 por mês para estacionar de segunda a sexta.
SEXTA | 29 de outubro Filantropia Milionária
Aapecan pede apoio à Câmara de Vereadores
Os 20 minutos ocupados pela
Associação de Apoio a Pessoas com Câncer (Aapecan) na tribuna da Câmara de Caxias do Sul nesta quintafeira (28) constrangeram alguns vereadores. A maioria desconhecia os números da entidade e o documento que a permitiu ocupar a tribuna livre – que recebe dois representantes da sociedade civil por mês –, apesar de ter sido lido em plenário, não foi votado. Usuários e o diretor executivo da Aapecan, Paulo Vasques, deram seus depoimentos. Modesto Alvanir Paz, que assumiu a presidência em agosto substituindo o vigia noturno do Paraná, Emílio de Oliveira, não é mais o presidente da Aapecan em Caxias. Paulo Vasquez não informa quem é o novo presidente. Os usuários presentes na sessão desconhecem que o supervisor de Recursos Humanos da Aapecan, Cláudio Ciusz, foi preso em 2006 no Paraná suspeito de fazer parte de uma quadrilha que desviou pelo menos R$ 30 milhões de organizações não governamentais de apoio a pessoas com câncer. O presidente da Câmara de Vereadores, Moisés Paese (PDT) e a vereadora Geni Peteffi (PMDB) demonstraram preocupação por não conhecerem o balanço da Aapecan, que recebeu pelo menos R$ 8 milhões em doações em 2009, apesar de ter gasto somente 1/3 desse dinheiro em filantropia e ter fechado o ano com um superávit de R$ 863.410. Os vereadores Renato Nunes (PRB) e Arlindo Bandeira (PP) elogiaram a Aapecan no espaço dedicado às pequenas comunicações.
30 de outubro a 5 de novembro de 2010
O Caxiense
3
Roberto Hunoff roberto.hunoff@ocaxiense.com.br
Destaques em RH
Comemoração
A Cemar Legrand, pertencente ao grupo francês Legrand desde 2006, comemora 30 anos de atividades. É atualmente a maior produtora nacional de centros e quadros, fabricando mais de oito mil itens. Instalada em área de 183 mil m², emprega mais de 500 pessoas. Neste ano a projeção de crescimento é da ordem de 20%. Na busca por redução dos impactos ambientais, a empresa eliminou o chumbo na fabricação de toda a linha de canaletas e o cromo hexavalente na maioria dos produtos.
Inauguração
O primeiro projeto realizado em parceria pela Fisa e a Goldsztein Cyrela, o Altobelli Residence Club, foi entregue esta semana. Localizado na região conhecida como Altos da Pinheiro, o prédio é composto por 30 apartamentos com 198 m² de área privativa, todos com três suítes e opção na planta para quatro dormitórios, banheira de hidromassagem e garagem para três carros. Nas áreas comuns há piscinas adulta e infantil aquecidas, lounge bar, fitness, espaço kid’s, espaço teen, SPA com sauna e descanso, playground e salão de festas com estar externo e espaço gourmet.
Ocupação de espaço
As 43 participantes da primeira turma do Programa Mulher Aprendiz começam a receber conhecimentos práticos a partir de quarta (3). Elas poderão escolher dois cursos dentre os oferecidos: auxiliar de azu-
As transportadoras de resíduos gerados pela construção civil formaram um consórcio para compra de área de terra onde pretendem localizar uma central de triagem. Até o final do ano o local deve estar preparado para receber os equipamentos e iniciar o recebimento dos detritos. A informação foi repassada esta semana pelo secretário municipal do Meio Ambiente, Adelino Teles, em reunião da Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Câmara de Vereadores.
4
O Caxiense
lejista, eletricista, pintura, segurança no trabalho e apontador. Na primeira fase elas receberam formação genérica e aulas teóricas. O programa é da Secretaria do Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Emprego.
Investimento pesado
Luiz Chaves, Divulgação/O Caxiense
Os ambulantes que comercializam alimentos e outros produtos na área central da cidade terão de se adequar à legislação municipal vigente. Foi o que determinou o secretário de Urbanismo, Francisco Spiandorello, em encontro com vendedores ambulantes e o Ministério Público. O objetivo é recadastrar, disciplinar e orientar esse comércio na cidade. Todos os ambulantes terão de usar crachás personalizados e o tamanho dos quiosques não pode ter mais de 1,50 x 1,50 metro para que o passeio público fique desobstruído. O uso de guarda-pó, luvas descartáveis e álcool gel será estimulado como forma de melhorar a higiene dos ambulantes. Será proibida a colocação de mesas e cadeiras ao redor do local e a venda de bebidas alcoólicas. A venda de churrasquinhos terá delimitação de espaço na área central e será preciso usar equipamento a gás.
Agricultores de Caxias do Sul conhecerão in loco as modernas tecnologias de precisão usadas em Israel. Eles viajam ao país na quinta-feira (4) numa iniciativa da Secretaria Municipal da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. A missão ainda é integrada por representantes dos sindicatos dos Trabalhadores Rurais e Patronal, Sebrae, UCS, Senar e CIC. Em Israel serão visitados centros de pesquisa e de qualificação, propriedades e órgãos governamentais ligados ao setor agrícola.
Inveja
Resíduos da construção
Ambulantes
Aperfeiçoamento
InterCity. A 18ª edição do evento organizado pela Associação Serrana de Recursos Humanos teve como tema Ideias que fazem a diferença. Anahi Fros, Divulgação/O Caxiense
Os indicados ao Prêmio Destaques do Ano em Recursos Humanos receberam a distinção nesta semana em solenidade realizada no Hotel
A Caixa Econômica Federal projeta investir R$ 1 bilhão em financiamentos habitacionais na Serra Gaúcha neste ano, constituindo-se em recorde histórico de contratações. Até esta semana, de acordo com o superintendente regional, Renato Scalabrin, os valores superaram os R$ 550 milhões, cabendo mais de 50% para clientes de Caxias. A informação foi repassada à vicepresidente da instituição, Clarice Coppetti, que esteve na cidade para a inauguração de duas novas unidades do banco e para visitas às obras
de quatro empreendimentos em andamento na cidade, que somam recursos superiores a R$ 65 milhões e beneficiarão quase 800 famílias. Ela esteve no bairro Nossa Senhora do Rosário, onde são construídos três empreendimentos do Programa Minha Casa Minha Vida, e no Loteamento Victorio Trez, no Fátima Baixo, incluído no Programa de Aceleração do Crescimento. A Caixa abriu uma sala de auto-atendimento na Montaury, em frente à Praça Dante, e a nova Agência Imigrante, na Luiz Michelon, no Cruzeiro.
Reciclagem de lâmpadas
A Associação dos Comerciantes de Material para Construção de Caxias do Sul e a Apliquim-Brasil Recicle realizaram o primeiro treinamento com lojistas para integrá-los à Campanha Recicla Lâmpada. O objetivo foi reforçar a importância da campanha e esclarecer aspectos relacionados aos processos de recebimento das lâmpadas encaminhadas pelos consumidores e de descontaminação
das mesmas. Das 80 lojas associadas, 52 participam da campanha, que visa estimular a devolução de lâmpadas após o uso, evitando seu descarte no lixo comum. Os estabelecimentos coletarão as lâmpadas e as destinarão à Apliquim-Brasil Recicle, encarregada da descontaminação e reciclagem dos componentes do produto. A devolução terá custos para os clientes.
Gestão qualificada
A fabricante de implementos rodoviários Guerra concluirá no início de janeiro investimento de R$ 5 milhões na implantação de novo sistema de gestão empresarial, denominado ERP (Enterprise Resource Planning), considerado o mais avançado do
Contra o desperdício
A Marelli Ambientes Racionais, em parceria com a GRSA Restaurantes Empresariais, responsável pela alimentação na empresa, lançou a campanha Seja 10 contra o Desperdício. A iniciativa, já utilizada pela
30 de outubro a 5 de novembro de 2010
momento. O diretor de administração e finanças, Alex Sandi, explica que o novo sistema influenciará todos os níveis da empresa e resultará em maior rentabilidade para a companhia e agilidade na entrega do produto. GRSA em alguns clientes desde julho de 2004, objetiva a conscientização dos 200 colaboradores da fabricante de mobiliário corporativo sobre o desperdício de alimentos e o consumo responsável.
Enquanto por aqui as obras de ampliação do aeroporto regional parecem andar em ritmo cada vez mais lento, em Santa Catarina mais duas companhias aéreas apresentaram planos de voo a partir de Navegantes. A Webjet quer voar da cidade para Belo Horizonte e Ribeirão Preto. A Sol, por sua vez, quer fazer a ligação com Curitiba. E a Azul, que já opera por lá, quer ampliar o leque de destinos servidos, voando para Belo Horizonte. Já por aqui...
Câmbio
A Consultur Câmbio iniciou suas operações nesta semana no Prataviera Shopping. O empreendimento é comandado pelos empresários Mariel Oliveira e Danilo Diniz e oferece portfólio completo de serviços de câmbio, incluindo remessa expressa para o Exterior e emissão de cartão Visa que substitui o traveller check.
Curtas A grife de fragrâncias L’Occitane abriu em Caxias do Sul, no Shopping Iguatemi, sua primeira operação no interior do Estado. A empresa trabalha com produtos para cuidados faciais, corporais e fragrâncias para homens e mulheres. O Hospital Virvi Ramos foi recertificado na norma NBR ISO 9001:2008, versão atual da norma ISO 9001, que referenda qualidade no sistema de gestão da instituição hospitalar. O hospital Virvi Ramos foi o primeiro do interior do Estado a receber o certificado ISO 9001:2000 em 2007. O economista sênior do Bradesco, Robson Pereira, palestrará quarta-feira (3) na reunião-almoço da CIC de Caxias do Sul, que teve a data alterada em função do feriado. Ele falará sobre Cenário macroeconômico global e nacional em 2011. O encontro será alusivo aos 60 anos da Intral.
Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.
André T. Susin/O Caxiense
Rebeldia local
APOIO
Não foi surpresa, mas o prefeito José Ivo Sartori finalmente abriu o voto, acompanhando o presidenciável tucano no palanque
EXPLÍCITO E
por CAMILA BOFF camila.boff@ocaxiense.com.br
nfim a neutralidade do PMDB gaúcho em relação às eleições presidenciais pôde ser deixada de lado. A presença de apoiadores no comício de José Serra, realizado em Caxias do Sul terçafeira (26), extrapolou a coligação O Brasil Pode Mais, formada nacionalmente por PSDB, DEM, PTB, PPS, PMN e PT do B. No palco montado nos Pavilhões da Festa da Uva, PMDB e PDT, que compõem a chapa da petista Dilma Rousseff, e PP, integrante da base de governo Lula, demonstraram publicamente o posicionamento a favor do candidato tucano. Nestas eleições, o desconforto com a chapa formada por Dilma e pelo presidente nacional do partido, Michel Temer, acompanhou o PMDB gaúcho, que no Estado sempre manteve a postura de embate com o PT. A saia justa parecia ainda mais apertada no primeiro turno, quando PMDB e PSDB tinham candidaturas distintas ao governo do Estado. Respectivamente derrotados no Palácio Piratini e no Senado, José Fogaça, defensor ferrenho da neutralidade, e Germano Rigotto, que votou em Marina Silva (PV), declararam voto e subiram no palanque de Serra. Com eles, vieram outras lideranças do PMDB. De Caxias, Serra contou com o apoio da militância, além da vereadora Geni Peteffi, presidente do partido na cidade, e dos vereadores Mauro Pereira, Alaor de Oliveira e Ari Dallegrave. “A banda boa do PMDB e do PP estão do lado do Serra. A banda podre está do lado da Dilma”, discursou o deputado federal eleito pelo PP Luís Carlos Heinze. O secretário da Cultura, Antonio Feldmann, afirma que o PMDB caxiense nunca sofreu pressão para se-
guir a orientação nacional do partido. “Nós sempre combatemos o PMDB que está com o Lula, que é a pior parte do partido, com o Renan Calheiros e o José Sarney, por exemplo. A parte boa, que é a do Pedro Simon, do Rigotto e do Fogaça, está com o Serra. Mas o PMDB do Rio Grande do Sul nunca teve força suficiente para combater isso. Essa aliança não é nem pragmática nem ideológica, só tem interesse em manter os cargos do poder”, avalia. “Nós tínhamos que ter coerência. Não iríamos trair a nossa base em Caxias somente por causa de interesses eleitorais. 99,9% do PMDB caxiense estava com o Serra desde o primeiro turno.” Faltava a manifestação explícita do prefeito. José Ivo Sartori abriu seu voto pela primeira vez com um discurso inflamado, quase em tom de desabafo. “Caxias do Sul não é diferente do nosso Rio Grande, não é melhor do que nenhuma cidade, mas uma coisa é certa: aqui existe um povo que tem diferenças culturais, mas que convive com respeito. A sua eleição (de Serra) representa a valorização de todos aqueles que lutaram para construir a nossa democracia, a nossa liberdade e as oportunidades que nós temos”, bradou. Ao fim, citou Ulysses Guimarães, um dos fundadores do PMDB: “política não se faz com ódio porque não é função hepática. É filha da consciência, irmã do caráter e hóspede do coração”. A primeira-dama, a deputada estadual eleita Maria Helena Sartori, também discursou, representando as mulheres presentes no palanque. Maria Helena, que já havia manifestado apoio a Serra no primeiro turno, pediu que o país fosse governado com respeito à democracia. “Nós não queremos Plano Nacional de Direitos Humanos feito em gavetas para impor o que pensa um partido só. Nós queremos alguém
www.ocaxiense.com.br
Comício era a oportunidade que faltava ao PMDB caxiense, assim como parte do PDT, para manifestar preferência por José Serra que assinou a Constituinte que hoje nos rege. Queremos um presidente que vai governar para todo o Brasil, independente dos partidos”, defendeu. Sartori, Maria Helena e outros políticos caxienses ressaltaram a passagem de Serra na Festa da Uva, em contraponto à ausência de Lula na última edição do evento. Outro integrante da coligação nacional da petista Dilma Rousseff, o PDT caxiense foi mais discreto no apoio ao tucano, exceto pela presença do chefe de gabinete, Édson Néspolo, no comício. O presidente da sigla, Luiz Carlos Muniz, disse que não aceita “as coisas enfiadas goela a baixo”, classificando a candidatura de Dilma como “engodo”. Da bancada pedetista na Câmara de Vereadores, somente o presidente da Casa deixou clara sua posição pró-Serra indo ao comício. Gustavo Toigo disse que tinha outro compromisso e Vinicius Ribeiro não compareceu. Alceu Barbosa Velho alegou que estaria em viagem. “Não fui no comício da Dilma porque não gosto dela, mas respeito a decisão nacional do PDT. Quanto ao comício do Serra, não vou porque não estarei em Caxias”, ponderou o vice-prefeito e deputado estadual eleito, sem querer afirmar quem levará seu voto. Algumas lideranças do próprio PSDB não compareceram ao ato de campanha. O deputado federal Ruy Pauletti estava no Peru, em um compromisso marcado antes da confirmação da data do comício. A governadora Yeda Crusius não veio, e um partidário local contou que a rejeição associada à imagem da governadora não era desejada por Serra. Antes de subir ao palco, José Serra encontrou empresários da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC)
de Caxias do Sul. Para a entidade, ainda faltava que o documento contendo as reivindicações do setor, entregues a candidatos ao governo do Estado e a cargos parlamentares, chegasse às mãos do presidenciável. A Dilma Rousseff o documento havia sido entregue ainda em abril, quando ela era pré-candidata e veio palestrar na entidade. Entre os temas elencados pela CIC estão a política cambial, a defesa da jornada de trabalho de 44 horas, redução da carga tributária, manutenção e ampliação dos programas habitacionais e mais investimentos em infraestrutura. Por ser o único comício de Serra no Rio Grande do Sul, o ato de campanha reuniu militantes de todas as regiões do Estado, e talvez por isso tenha sido tão ambientado com tradições gaúchas: bandeiras, músicas, chimarrão e hino integraram as cenas carregadas de simbolismos. O paulista Serra fez questão que o Hino Riograndense fosse executado, apesar de não saber cantá-lo. Deu um ou dois goles no chimarrão antes de devolver a cuia e permaneceu de lenço verde no pescoço até o fim do comício. “Eu vivi nesse Estado em outra encarnação ou estou me preparando para numa próxima vir morar aqui numa próxima. Que não me ouçam, mas o hino do Rio Grande é o mais bonito que tem no Brasil. Quero ser cidadão honorário da pátria gaúcha”, elogiou. O comício teve ainda participação de representantes de times gaúchos – duplas CA-JU e Gre-Nal –, operários e agricultores, além de crianças com pombas da paz não muito dispostas a voar. O discurso de Serra foi pontuado por informalidades. Ao final, o presidenciável foi embora da cidade contando com a vitória, ao menos por aqui: “já ganhamos em Caxias, vamos ganhar por mais.”
30 de outubro a 5 de novembro de 2010
O Caxiense
5
Flori Verlinde, Divulgação/O Caxiense
Planos ambientais
“O parque pretende preservar o cânion. A área de campo e mato que vêm junto com ele fazem com que o parque se sustente”, diz a arquiteta Fernanda
O MINI-ITAIMBEZINHO CAXIENSE Com cerca de 80 hectares destinados ao ecoturismo e um cânion como atração principal, o Parque Municipal Palanquinhos é aguardado para o segundo semestre de 2011
D
6
por VALQUÍRIA VITA valquiria.vita@ocaxiense.com.br aqui a menos de um ano, você poderá admirar o Cânion Palanquinhos, em Criúva, de um mirante. E percorrer trilhas íngremes e longas, assistir a uma aula sobre ecologia em um anfiteatro, acampar, fazer churrasco ou até se arriscar no rapel. Tudo dentro do Parque Municipal Palanquinhos, espaço que, se o plano do secretário municipal do Meio Ambiente, Adelino Teles, der certo, estará aberto à visitação na segunda metade de 2011. A criação do parque, além de propiciar vantagens turísticas a Criúva, manterá preservados 92 hectares de vegetação. Para quem nunca foi ao lugar e quer imaginar como ele ficará, o secretário compara o projeto ao parque dos
O Caxiense
Aparados da Serra, do Cânion Itaimbezinho. A diferença é que o cânion de Criúva é bem menor. “Será um mini-Itaimbezinho. Um parque voltado para o turismo ecológico”, resume Teles. Fernanda Frigeri, arquiteta da Secretaria do Meio Ambiente, explica que o Palanquinhos primará pela preservação ambiental, com um suporte de visitação. “Haverá um pórtico com estacionamento, sanitários, área com churrasqueiras e mesas, um bar (cuja licitação será realizada quando o parque estiver pronto), dois mirantes e um anfiteatro. Mas a ideia é que o parque seja mais de preservação ambiental, por isso não terá tanta estrutura.” A arquiteta ressalta que todas as atrações do parque, como o turismo de aventura, não irão interferir no meio ambiente. “O parque pretende preser-
30 de outubro a 5 de novembro de 2010
var o cânion. A área de campo e mato A entrada no parque, a princípio, que vêm junto com ele fazem com que deverá ser gratuita, mas o secretáo parque se sustente”, diz. As trilhas, rio adianta que há possibilidade de que serão guiadas por funcionários ser cobrada uma taxa para garantir a contratados pela prepreservação da área. feitura, de acordo com O cuidado e a limpeTeles, não alterarão a “Haverá um za, acrescenta Teles, vegetação. Também pórtico com provavelmente ficarão nada poderá ser feito estacionamento, também por conta da empresa que vencer a na faixa mais próxima licitação para adminisdas margens do Ar- sanitários, trar o bar: “Porque está roio Palanquinhos e do churrasqueiras e explorando o espaço. Rio Lajeado Grande, mesas, um bar, Senão fica muito fácil”. na chamada mata ci- dois mirantes liar, por serem áreas de O grandioso parpreservação ambiental. e um anfiteatro”, que não será investiTirando esse espaço, a conta Fernanda mento público, mas de área do parque será de uma iniciativa privada, 78 a 82 hectares. Para fazer uma comparação, o recém-inau- ação que Teles chama de “unir o útil gurado Mato Sartori tem 6,6 hectares. ao agradável”. A Hidrotérmica S.A.,
Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.
o parque possam ser atingidos”, diz a nota da Hidrotérmica.
Na mesma edição, o arqueólogo Rafael Corteletti, autor do livro Patrimônio Arqueológico de Caxias do O projeto final do parque já foi Sul, mencionava que há um temor em aprovado pela prefeitura. O primeiro relacionar o território caxiense com o deles foi, inclusive, causa de desenten- passado indígena. Por isso a proposta dimentos, pois o desenho dos telhados de um parque com esse tema teria sido dos quiosques deixava-os em formato negada tão rapidamente. de ocas. A imprensa chegou a divulgar Corteletti encontrou em uma proque o parque seria indígena. Mas as priedade, na Gruta do Palanquinho, figuras eram meramente ilustrativas, resquícios de presença indígena: um segundo a Hidrotérmica, e o parque talhador (artefato para rachar madeira nunca teve a pretensão de ser temático. e ossos), dois fragmentos de cerâmica O projeto foi mudado, e no atual não da tradição Taquara e uma falange de há telhados em formato arredondado. pé humano. A gruta é considerada sítio Também não há mais quiosques. arqueológico desde os anos 60, regisA empresa explica, ainda por e-mail, trada no Instituto do Patrimônio Hisque foram realizados estudos pelos tórico e Artístico Nacional (IPHAN). arqueólogos dos empreendimentos, “Por que não colocá-la dentro do parem 2003, na época da instalação das que e dessa forma criar um plano de usinas, na área das PCHs, e que não manejo e conservação adequado para se encontrou qualquer ele?”, questiona o arvestígio de presença queólogo. “O legal da indígena ou uso pas- “Inserir um sítio criação do parque é sado na área. O secreque, se um sítio estiver arqueológico tário Teles reforça que dentro, ele estará em nunca foi dito que o demonstraria que uma situação privileparque seria indíge- a mantenedora giada. Inserir um sítio na. Na 17ª edição d’O e o poder arqueológico no parque Caxiense, quando foi seria mais um ponto público estão publicada uma matépositivo, e demonstraria sobre a história dos preocupados ria que a mantenedora índios da região, ele já com a cultura”, do parque e o poder afirmara que, quando diz Corteletti público estão preocufoi divulgada a inforpados com a preservamação de que o Palanção não só da natureza, quinhos teria temática indígena, mora- mas da cultura também”, enfatiza Cordores de Criúva reclamaram, “dizendo teletti, observando que a arqueologia que não tinha nada a ver, que lá é área poderia se tornar mais um produto tude camponeses, não de indígenas”. rístico oferecido no Palanquinhos. Hidrotérmica, Divulgação/O Caxiense
empresa porto-alegrense do Grupo TAC com o Município, mas da primeiBolognesi, que desenvolve empreen- ra vez desembolsou bem menos: um dimentos de energia, é a responsável ônibus para a Secretaria do Meio Ampelo Palanquinhos. A companhia con- biente e algumas árvores replantadas trola duas pequenas foram o suficiente para centrais hidrelétricas cumprir o termo, feito (PCHs) naquela região. “É melhor a gente depois de a empresa Conforme o secretário, assumir, não é ter cortado cerca de 1,5 a Hidrotérmica precimil árvores sem licensava de liberação para bom deixar na ça para a instalação das passar redes de trans- mão da iniciativa PCHs. missão em uma área privada”, diz o Com esse novo TAC, próxima a de onde será secretário Teles, de novembro de 2008, o parque. Para concea Hidrelétrica adquiriu der essa autorização, a que pretende a área do Palanquiprefeitura firmou um mudar essa nhos, que era privada. Termo de Ajustamen- parte do acordo Ela será repassada à to de Conduta (TAC). prefeitura. No contra“Como medida de to inicial constava que compensação, eles aceitaram fazer esse a companhia administraria o parque parque. Não dá nem 1/3 do que eles por cinco anos, mas Teles quer que a ‘devem’ para nós. Não foram cortadas responsabilidade do empreendimento árvores, porque a vegetação é baixa. passe para o Município assim que ele Mas causa impacto no meio ambiente, estiver pronto, e já há negociações para por isso foi feito o TAC. O impacto foi isso. “É melhor a gente assumir, não é pequeno, mas aproveitamos para fazer bom deixar na mão da iniciativa priuma coisa legal”, diz Teles. vada.” O secretário sustenta que a empresa A Hidrotérmica, que só se manifesta aceitou a troca pois precisava da insta- sobre o parque por e-mail autorizado lação das redes com urgência. “Quan- pelos diretores, não utiliza o termo to mais demorasse, mais dinheiro eles TAC. Diz que firmou um Termo de perdiam. Nós já tínhamos a ideia de Cooperação, uma parceria entre a emfazer um parque lá, mas não tínhamos presa e a prefeitura visando à preservao dinheiro”, relata, embora não saiba ção da paisagem do cânion e ao desenprecisar o investimento do parque, volvimento do turismo. “O projeto do pois “para a prefeitura isso não impor- Parque Municipal Palanquinhos, porta, desde que eles entreguem o proje- tanto, foi estruturado em comum acorto realizado no segundo semestre de do entre as partes desde a assinatura do 2011”. Termo de Cooperação, de modo que A Hidrotérmica já havia firmado um todos os objetivos estabelecidos para
No projeto antigo, quiosques teriam sido confundidos com ocas – e foram eliminados; parque vai preservar o Arroio Palanquinhos e o Rio Lajeado Grande
www.ocaxiense.com.br
30 de outubro a 5 de novembro de 2010
O Caxiense
7
André T. Susin/O Caxiense
As próximas jogadas
O FUTURO DO
Rigotto, que votou em Marina Silva no 1º turno, contrariou o PMDB nacional e subiu no palanque de Serra, assim como Fogaça
TABULEIRO POLÍTICO Com a escolha do(a) novo(a) presidente, lideranças locais são candidatas a ocupar novas posições no cenário do poder
O
8
por MARCELO MUGNOL marcelo.mugnol@ocaxiense.com.br filósofo Jayme Paviani reassume o risco do verso e vai lançar mais um livro de poesia. Na esquina da Rua Vereador Mário Pezzi com a Avenida Júlio de Castilhos, uma tresloucada menina continua a revirar o lixo como se dentro do contêiner verde houvesse algum fio de esperança. Na soleira da janela do mais esguio e charmoso edifício, no coração de Caxias do Sul, uma senhora de cabelos alvos debruça sua saudade. Na Rua Feijó Junior, o pastor Adriano, tomado pelo Espírito Santo, fala em línguas estranhas e profetiza as bênçãos na vida de uma irmã. Isso tudo dentro de uma vagarosa e nebulosa primavera. Tropa de Elite 2 esbofeteia na cara do espectador a enxurrada de corrupção que se derrama em todas as esferas do poder. O problema é que a sala é escura, e assim ninguém consegue fitar a cara de quem contempla o problema. Constrange quem precisa esconder; deixa irado quem vê tudo a perder. Inquieta quem pesquisa e encontra, nos dois lados da moeda, sordidez e farsa. Diante da urna eletrônica, clicar em “confirma” é mais do que escolher quem será o ou a presidente da República. A imagem do candidato estampada no visor da urna revelará com quem mais nos parecemos. Votar é gritar ao mundo se somos mais como
O Caxiense
a Dilma ou mais como o Serra. E nessa hora ninguém dá bola para a vida que segue silenciosa, alheia ao que se vota ou se decide lá em Brasília. Aquele pedaço de terra cimentada no meio do cerrado, como se constantemente jogasse mais para o lado a realidade que a oprime, ferve, esperneia e treme pelo poder, mas cala quando o coração pede um copo d’água. Dilma prometeu eliminar a pobreza absoluta no Brasil. Serra prometeu inserir 100% das famílias pobres do Nordeste em redes de proteção social e assegurou que 100% das residências terão água potável. Fossem sonhos construídos com tijolo e cimento, Oscar Niemeyer toparia a empreitada. Como topou, comunista de coração, desenhar Brasília como se brotasse através do traço desajeitado a lápis um novo Brasil. O velho Brasil continua enraizado nas alianças que renascem a todo instante para facilitar o modus operandi político brasileiro. Como confiar na erradicação da pobreza, qual fosse uma doença do século passado curada com vacina, se o simples premir do botão “confirma” exige um mergulho do eleitor pelas águas turvas de ideologias abandonadas e siglas embaralhadas? Um assessor político revela ter votado no primeiro turno em Marina, do PV (presidente); Tarso (governador), do PT; Rigotto, do PMDB, e Paim, do PT (senador); Pepe, do PT (deputado
30 de outubro a 5 de novembro de 2010
federal); e Maria Helena, do PMDB assessoria de comunicação do Ministé(deputada estadual). Estranha compo- rio da Saúde saiu que o trabalho deve sição, ele reconhece. Eis a justificativa: parar. E sempre há alguém disponível “Votei na Marina porque é um protes- para abraçar uma boa causa. to contra o PT. No Tarso, porque acho ele um bom político e não tinha outra Brota bondade do olhar cândisaída, né? Era o ‘menos do de Serra. Pelo menos pior’. No Rigotto e no é o que diz a campanha Paim, porque são de “Vim dar meu de marketing do tucaCaxias, e isso não deino e a penca de jingles apoio ao Serra xa de mostrar que voque ressoam por aí. Se tei em sintonia com a porque somos bem que Serra encarou chapa para presidente amigos e tenho milhares de pessoas no (risos), que tem a Dil- uma profunda comício da última terma (PT) com o Michel ça-feira (26) com um admiração por Temer (PMDB). No olhar mais preocupado Pepe eu sempre voto, ele”, disse o do que aparentemente mesmo que não seja ex-governador cansado pelas milhas do meu partido. E na Germano Rigotto de viagem. Recebeu Maria Helena, porque mais homenagens caré uma mulher muito regadas de simbolismo séria e ainda vai ser prefeita de Caxias”. do que sonha Lúcia Santaella, a mãe da O tempo de vida no cargo não con- semiótica brasileira. Do alto do palanta. O assessor político pegou carona na que, tratou de abraçar o ex-governador onda do emprego temporário, por cau- Germano Rigotto, um dos filhos ilussa das eleições, e caiu de cabeça no mo- tres da Pérola das Colônias. Depois de vimento. Essa oferta de trabalho não é dizer que agradecia o carinho e a enermoda só em Caxias. Lá no epicentro do gia do povo gaúcho, Serra confortou poder, na árida Brasília, terra do rock- Rigotto, derrotado na corrida ao Seatitude com acento político – mas que nado, com a mesma clemência de uma parece ter abandonado a verve na cur- estátua da Pietá. Chamou-o de “meu va dos 80 para os 90 –, a mania do mo- querido amigo Rigotto”. mento é trocar de gabinete. Enquanto Depois dos elogios, e de Serra traçar boa parte dos fichados abandonou o ar um paralelo entre as suas carreiras pocondicionado para entrar em campa- líticas, Rigotto reafirmou desinteresse nha, outros assumem seus postos. Afi- por um cargo no planalto central caso nal de contas, não é porque a titular da o tucano seja eleito presidente. “Não,
Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.
de esquerda”. Dizem alguns, com declarado acento anárquico, que a culpa dessa bagunça toda é do PT. Porque antes do PT assumir o poder era mais fácil identificar os de esquerda e os de direita. Ou os de centro-esquerda e os de extrema-direita. O problema é sempre dessa gente do ramo da linguística que ganha a vida modernizando as palavras. Enquanto alguns se debruçam para traçar o panorama da política e entender qual o melhor momento para encaixar o xeque-mate, gente como Abgail Pereira e Assis Melo, do PC do B, engatam a quinta marcha e ultrapassam, deixando na poeira o tucano Ruy Pauletti e até mesmo Rigotto.
palanque quase em frente à prefeitura, reduto de José Ivo Sartori (PMDB) desde 2004. “É importante sim para a cidade receber dois comícios na reta final de campanha. Mostra o quanto Caxias é valorizada. Mas não podemos negar que temos adversários políticos do outro lado. Nós tínhamos que dar uma resposta. Não podíamos ficar em silêncio”, disse Édson Néspolo (PDT), chefe de gabinete do prefeito Sartori, com uma bandeira de Serra a tiracolo no comício do tucano. Néspolo é da corrente do PDT caxiense que prefere assumir o voto em Serra a acompanhar a orientação do partido e votar em Dilma. Outro pedetista, Alceu Barbosa Velho, futuro exvice de Sartori (eleito deputado estadual), um homem que sonha de olhos acesos com a prefeitura de Caxias, prefere acatar – ou pelo menos dizer que irá acatar – a ordem nacional de apoiar Dilma. Nem por isso levantouse da cadeira para ir ao comício petista. Mesmo sem subir no palanque, pisar no recinto onde um candidato discursa parece ser uma dura missão para muitos. “Estou aqui como cidadão”, esquivou-se Fogaça.
Quem desprezava a companheira de chapa de Pepe Vargas na última eleição municipal terá de engolir agora a comunista, como se fosse Zagallo, a desfrutar das benesses de uma Secretaria de Estado. Dentro do gabinete de Abgail quem sabe a Festa da Uva seja vista de outra forma. Quem sabe seja pelo trabalho da camarada que novos olhares para o turismo, sua futura pasta, comecem a ser desvelados. Por enquanto, não se sabe. O certo é que a eleição de Tarso Genro (PT), associaCarlos Búrigo, secretário de da à ousadia de Abgail, que enfiou-se Gestão e Finanças de Caxias do Sul, direto na briga entre estava agitado naquela os grandes, com o clanoite de comício do José ro objetivo de barrar a “É importante Serra. Tivesse em mãos ascensão de Rigotto e receber dois um megafone, talvez de Ana Amélia Lemos comícios na alguns o confundissem (PP) para garantir a com Martin Scorsese, reta final de vitória de Paulo Paim o diretor de cinema da (PT), foi gratificada campanha. saudosa geração setencom um cargo. tista americana. “Sobe Mostra o Por isso soa estranho quanto Caxias aqui, Milton! Sobe que o PMDB caxiense, aqui!!”, gritava insisé valorizada”, sintetizado pelo ícone tentemente Búrigo. O Rigotto, não almeje um analisa Néspolo Milton em questão era lugar ao sol ao lado do Milton Corlatti, pretucano Serra. Porque a sidente da Câmara de corrente que enxerga o PT como ad- Indústria, Comércio e Serviços (CIC) versário político não se calaria diante de Caxias do Sul. “Não posso. Eu tenho do barulho que foi o comício da dupla um compromisso. Já fiz a minha parte”, Dilma e Lula. E quer maior ironia? Dil- respondeu-lhe Milton, sem muitas dema e Lula desfilaram em cima de um longas. O presidente da CIC não subiu
Fotos: André T. Susin/O Caxiense
não. Repito que nunca vou me colocar Fogaça. Talvez surja uma canção desse à disposição para ocupar cargo algum”. momento turbulento e tortuoso pelo E continuou, depois de uma breve pau- qual passam Fogaça e a facção sul do sa, seguida de um sorriso e um aceno: PMDB. Mas numa eventual vitória tu“Não posso me colocar à disposição cana esse bloco que hoje parecer ser se eu sempre questionei a postura do “do eu sozinho” pode entrar no Palácio PMDB em disputar do Planalto abraçado às cargos. Acho um erro causas de Serra, mesmo sair por aí brigando “Uma doutrina que hoje Rigotto e Fopor um espaço. Não é ou um gaça façam de conta assim que funciona”, que não. resiste Rigotto. E qual movimento seria então o motivo da só pode ser de A gênese da aprosua presença naquele direita ou de ximação entre o PMDB comício, perguntou o esquerda”, diz o e o PT, em Brasília, é repórter. “Eu vim dar tão sutil que não deimeu apoio ao Serra superado texto xa muitas pistas, mas porque somos amigos do filósofo recaem sobre Lula, no e tenho uma profun- Norberto Bobbio lado dos petistas, e de da admiração por ele”, Temer, no lado dos perespondeu Rigotto, reemedebistas, o ônus e o petindo os argumentos do progressis- bônus dessa relação. “Sabe o que é, o ta Mário Vanin, ex-prefeito de Caxias, pessoal do PMDB não se entende. Lá outro que contrariou a posição nacio- dentro tem o partido do Sarney, o parnal do partido. tido do Temer, o partido do Requião, Enquanto Serra era cercado por um o partido do Quércia, e por aí vai”, diz batalhão de repórteres ávidos por ou- Gerson Ben, assessor de Pepe Vargas vir as mesmas frases que entopem mi- (PT). Esse fisiologismo a que Gerson e crofones após um comício de final de Rigotto se referem, acerca do PMDB, campanha, o ex-prefeito de Porto Ale- sintetiza um pouco a chapa Dilma/ gre José Fogaça (PMDB) dizia ao pé Temer. Por outro lado, abre múltiplas do ouvido de um companheiro ao seu possibilidades para que novos (e oulado: “Ainda bem que não é comigo...”. tros nem tanto) políticos apareçam em E sorria. Rigotto e Fogaça pareciam cena. Porque o tabuleiro está disposto Romário e Bebeto na Copa do Mun- à mesa. E pode parecer estranho ver do de 1994, ou Garrincha e a bola em peças negras e brancas dos dois lados. qualquer jogo. Doce sintonia, até mes- Porque no jogo do poder cabe toda mo distantes. “De forma alguma vim ressalva, e é por isso que o eleitor fica aqui por causa de algum cargo”, asse- tão perdido na hora de votar, porque verou Fogaça. O que vocês, do PMDB as ideologias se dissipam com o vento. gaúcho, pretendem com esse apoio a Nunca na história deste país o livro DiSerra? Não ficarem ilhados caso a Dil- reita e Esquerda, de Norberto Bobbio, ma vença, porque o seu partido é vice pareceu tão descartável e desvalorizadela a contragosto de vocês? do. “Como termos antitéticos são [direi“Veja bem, não tínhamos outra saí- ta e esquerda], quanto ao universo a que da, e sempre será necessário fazer uma se referem, reciprocamente exclusivos e opção política. Mas o erro do partido conjuntamente exaustivos. Exclusivos, foi não ter uma candidatura própria no sentido de que nenhuma doutrina ou para presidente. O partido ainda não movimento pode ser simultaneamente superou o Ulysses Guimarães. E pior de direita e de esquerda. Exaustivos, no ainda foi encarar uma eleição a go- sentido de que pelo menos na acepção vernador sem que nenhum candidato forte dos dois termos, uma doutrina ou a presidente me apoiasse”, resignou-se um movimento só pode ser de direita ou
Sartori e Maria Helena foram os anfitriões de Serra em Caxias. A comunista Abgail foi anunciada como futura secretária estadual de Turismo
www.ocaxiense.com.br
30 de outubro a 5 de novembro de 2010
O Caxiense
9
André T. Susin/O Caxiense
Os petistas Pepe Vargas e Marisa Formolo e o comunista Assis Melo, todos eleitos, reforçaram a campanha de Dilma em Caxias no palanque, e assim não expôs sua voz pessoal nem a voz de uma entidade. Mas conferiu o discurso de Serra da lateral do palco, junto a outros cidadãos que ostentavam bandeiras e adesivos pró-tucano. Na manhã seguinte, dia 27, Milton Corlatti estava sentado junto à mesa com petistas e empresários. No auditório da CIC ocorria o seminário Pré-Sal e o Rio Grande do Sul – Oportunidades para a indústria, trabalhadores e sociedade. Na pauta, os desafios para o futuro da estatal que é a menina dos olhos de Lula – e também seria de Dilma, de Serra, de Aécio Neves (PSDB) e de quem mais sonhar um dia ocupar a presidência do país. “Peço licença aqui para usar a frase do Osvaldo Voges, que um dia, aqui mesmo na CIC, disse que pela primeira vez, com relação à Petrobras, o governo e os empresários estão em sintonia. E quando ocorre isso os dois lados vão lutar para encontrar as soluções do problema e fortalecer o crescimento”, disse Pedro Pezzi, representante do Comitê de Competitividade em Petróleo, Gás e Energia da Federação das Indústrias do Estado (Fiergs). Miguel Rossetto, presidente da Petrobras Biocombustível, agradeceu a gentileza. Essa sintonia parece atender aos interesses dos empresários, principalmente porque estão em votação reformas que podem contribuir para o fortalecimento da indústria brasileira, com ênfase na metalurgia e fomento da pesquisa em ciência e tecnologia. Para falar das propostas em andamento no Congresso estava presente o deputado federal reeleito Pepe Vargas, que vem sendo muito bem cotado para ocupar alguma secretaria no governo Tarso ou até, em caso de vitória, um ministério de Dilma. “Não é o momento de falar
10
O Caxiense
de quem vai ou não ocupar cargos”, Petrobras está dando. Vamos desendesviou Pepe. Mas o petista reconhece volver um motor especial, um produto que o partido tem lhe enxergado como que a Petrobras ainda não tem”, confium homem de confiança, que enfren- denciou Pezzi, rebatendo o temor de tou pautas difíceis e polêmicas, como uma mudança radical no planejameno Fator Previdenciário, por exemplo. to da Petrobras caso a Dilma perca a O silêncio de seu nome eleição. Confrontado no processo de formacom a mesma pergunção do secretariado de “Não é o ta, Rossetto procurou Tarso pode ser o maior dissipar qualquer esmomento de indicativo de que o parperança empreendetido pense em lhe en- falar de quem dora em um utópico tregar um novo desafio vai ou não desenvolvimento desem Brasília. Até porque ocupar cargos”, vinculado de uma ação o PT terá a maior banpolítico-partidária, afirmou Pepe cada do Congresso na disparando: “O que no comício de legislatura 2010-2014. orienta a Petrobras é o Dilma e Lula projeto político do PT. Nesse período fu- em Caxias Nosso compromisso turo de quatro anos, é com o desenvolviRossetto diz que o gomento que o Lula nos verno brasileiro investirá na Petrobras indica, que está atrelado aos projetos R$ 240 bilhões. Mesmo que sutilmen- que estão sendo realizados e planejate, durante o seminário na CIC havia dos pela Petrobras. É claro que a não a construção de um discurso da parte eleição da Dilma vai mudar esse rumo. dele que pretendia demonstrar por Porque detrás da Petrobras está a poque não há como fugir do “confirma” lítica econômica e social do Lula, do em Dilma. Diante da urna, pretendia PT”. Rossetto, o empresário não poderia O jogo de cena político é tão intencolocar em dúvida um Brasil expansio- so e estarrecedor quanto uma final de nista, que pretende fortalecer a indús- Copa do Mundo. Talvez por isso Neltria e entregar a faca e o queijo para o son Rodrigues sempre tenha provocapolo metal-mecânico de Caxias do Sul. do a tabelinha entre futebol e política. Pairava no ar que a linha de passe Pepe Nem sempre a bola voltava aos pés do (deputado federal, por Caxias), Tar- gênio indomável com a mesma maesso (governador) e Dilma (presidente) tria, porque nem sempre soa bem ler poderia mais facilmente atrair investi- que “Muitas vezes é a falta de caráter mentos, encurtar caminhos e provocar que decide uma partida. Não se faz liteo que o empresário de Caxias sonha: ratura, política e futebol com bons senoportunidades infinitas. timentos...”. Tão duro quanto chamar “Não tenho medo nem receio de que o povo de imbecil. Mas provocador. se mude o rumo se o Serra, por exem- Assim como algumas alianças têm paplo, for eleito. Não acredito nisso. Essas recido ao pobre eleitor. Provocadoras. questões estão acima da política. Estou Pena que a virtude de um Garrincha na Voges há seis meses e trabalhamos tenha se perdido dentro de um profunpara aproveitar a oportunidade que a do copo de cachaça.
30 de outubro a 5 de novembro de 2010
“O Lula será lembrado por muitos e muitos anos ainda”, projetava Pepe Vargas (PT) no dia anterior à visita do presidente, trazendo com ele Dilma, que aspira ser a primeira mulher a ocupar o assento do chefe. “Às vezes a gente, que é protagonista, não enxerga isso, mas o Lula é o maior presidente que esse país já teve. Se fala tanto do Getúlio Vargas, mas irão falar muito mais ainda do Lula”, reforçava Pepe. O PMDB ainda se ressente de Ulysses Guimarães; o PTB, de Vargas; o PDT, de Leonel Brizola. Resta saber quando PT começará a sentir saudades de Lula. “Não se cria uma liderança. Não nasce do dia para a noite. São muitas variáveis envolvidas”, filosofa Gerson Ben, tentando explicar por que o PT de Caxias não conseguiu formar um novo Pepe. “O PMDB também é assim... Depois do Victório Trez, só o Rigotto e o Sartori disputaram a prefeitura.” Quem acha o Planalto Central distante da vida como ela é na provinciana metrópole Caxias do Sul que anule o voto primeiro. Com Serra, um novo cenário desponta no horizonte político caxiense. Da mesma forma se Dilma vencer. Das incertezas, uma certeza: José Ivo Sartori, ao fim de seu segundo mandato consecutivo, não será candidato a prefeito. Novas peças aparecerão, e brigarão por um espaço. Mas a vida alheia à política, ainda recheada de asperezas e horror, ou de sutilezas e pudor, continuará imune às desavenças e alianças de toda sorte e poder. Em 2014, se tiver fôlego, o filósofo Jayme Paviani lançará um novo livro, e a saudade ficará trancafiada dentro do apartamento de janelas brancas no esguio e charmoso edifício, no coração de Caxias do Sul. E tudo isso dentro de uma vagarosa e nebulosa primavera.
Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.
André T. Susin/O Caxiense
Mercado da transformação
CATADORES DE
DIGNIDADE Vistos com indiferença, trabalhadores caxienses encontram no lixo que poluiria o meio ambiente uma boa fonte de renda
www.ocaxiense.com.br
30 de outubro a 5 de novembro de 2010
O Caxiense
11
N
ão é porque trabalho com lixo que preciso ser um lixo”, diz a catadora Ivanete de Oliveira, sobre suas roupas, incomuns na sua atividade. De tênis, calça jeans, blusa vermelha e óculos escuros, Ivanete puxa um carrinho cheio de papelão e vaidade: é adornado com flores. “Comecei a trabalhar com reciclado há dez anos para incentivar meus filhos a não ficarem na rua”, explica Ivanete, mãe de três filhos. Hoje, nenhum deles trabalha como catador. Ela faz parte de um setor pouco valorizado em Caxias do Sul, a reciclagem. Segundo a Companhia de Desenvolvimento de Caxias do Sul (Codeca), cerca de 70 das 410 toneladas de lixo que a cidade produz diariamente são recicladas. Na manhã desta quarta-feira (27), Ivanete pendurou mais uma adereço em seu car-
tária Bernadete Branchini, 18 pessoas trabalham no local, alguns deles através de uma parceria com o presídio para empregar ex-apenados. Maria Ângela Goes, 33, vai a Niki pelo menos duas vezes por dia. É o número de cargas que consegue completar diariamente. “Eu adoro catar lixo. Prefiro estar aqui do que trabalhar em firma ou fazer as tarefas em casa”, afirma Maria. Há quatro anos ela começou a coletar papelão para ajudar o filho que fazia o mesmo, então com 10 anos de idade. Hoje é a única da família que trabalha como catadora, exceto quando o marido, que atua na construção civil, fica desempregado. De chinelos de dedo, ela recolhe papelão em São Pelegrino, nas ruas Os 18 do Forte, Sinimbú e na Avenida Júlio de Castilhos. Maria recebe R$ 0,20 por quilo de papelão. Segundo ela, seu carrinho chega a pesar 200 quilos quando cheio. A catadora
horas por dia e em alguns domingos. seu lado – a maioria mulheres, hoOs recicladores separam o material em mens operam as prensas e carregam 19 categorias, divididas por latões. A o material separado – sobre as coisas Associação possui cinco prensas para estranhas que já encontrou: cobras e compactar o reciclácachorros mortos e até vel e uma esteira para dinheiro. Ana Maria da subir os fardos até os Silva, 62, lembra das di“Fizemos tudo caminhões das emficuldades do início da presas que compram com doações e Associação. “Era tudo o material. José Pedro dinheiro que no braço, não tinha esVeronez, 68 anos, tra- conseguimos com teira para carregar os balhou 30 anos como caminhões, e nós tivealmoços”, conta metalúrgico antes de mos que aprender muiser reciclador. Em José Veronez, um to sozinhos porque não frente à montanha de dos fundadores tinha reciclagem em lulixo, José conta que da Associação gar nenhum.” A situaajudou a erguer o pavição melhorou, associaSerrano lhão de madeira onde dos receberam cursos funciona a Associação sobre como separar o há 12 anos. “Fizemos lixo e alguns foram até tudo com doações e dinheiro que con- alfabetizados na Serrano. A Fundação seguimos com almoços.” de Assistência Social (FAS), que inteEm frente ao pavilhão existe uma gra a Cadeia Produtiva da Reciclagem, Fotos: André T. Susin/O Caxiense
“
por Robin Siteneski robin.siteneski@ocaxiense.com.br
Entre cães, gatos e toneladas de lixo deixadas pela Codeca, os 25 sócios da Associação de Recicladores Serrano ganham cerca de R$ 6 por hora trabalhada rinho: a placa de Catador Legal. Lan- reclama do tratamento que recebe nas çado em agosto, o projeto da Codeca ruas. “Muita gente passa e vira a cara, pretende catalogar e dar apoio a quem xinga. Mas é um serviço como qualusa carrinhos para coletar resíduos quer outro. Você não está roubando, recicláveis na cidade. “No começo, pedindo, está pegando coisas que estão pegava latinha com saco e morria de na rua.” vergonha porque as pessoas me viam abaixada e achavam que A Associação de eu estava procurando Recicladores Serrano comida. Hoje, só traba- “Muita gente emprega 25 pessoas lho com papelão porque passa e vira a em regime de socienão gosto de me sujar”, É a maior das 11 cara, xinga. Mas dade. justifica Ivanete. ligadas à Cadeia ProA catadora que pede, é um serviço dutiva da Reciclagem, bem-humorada, para como qualquer projeto da Prefeitura. que não lhe pergunte a outro”, diz a Os sócios dividem os idade, vende o papelão lucros da venda do catadora Maria que consegue nas ruas material reciclável, para a Niki Comércio Ângela Goes que é entregue na de Aparas, no bairro Pio Associação pela CoX. A distribuidora recedeca, de acordo com be cerca de 30 catadores as horas trabalhadas. diariamente e vende papelão e plásti- A renda média é de pouco mais de co, que também compra de empresas mil reais por mês, os associados rena cidade, à companhias recicladoras cebem cerca de R$ 6 por hora. E têm do Paraná. De acordo com a proprie- demanda suficiente para trabalhar 12
12
O Caxiense
30 de outubro a 5 de novembro de 2010
caixa de concreto para colocar vidro quebrado. Cercado por cães e gatos, o lixo é despejado nos fundos do pavilhão. Uma grade retém o material, que desce aos poucos para as mesas onde recicladores classificam os recicláveis. A média de idade de quem trabalha na Associação é de 50 anos. Zilda Zardo, 63, se aposentou trabalhando ali – apesar da Serrano não assinar carteira, o INSS é descontado da partilha dos associados. Exceto um dos dois guardas, todos os trabalhadores moram no bairro. O presidente da Associação, Otaviano Soares de Moraes, conta que além do material doado pela Codeca, a Serrano também compra resíduos recicláveis de catadores do bairro. “Muitas mães vêm vender para comprar leite para os filhos”, conta Otaviano. Enquanto separa o material em uma das mesas, onde os pilares são adornados por imagens de santos e terços encontrados no lixo, Madalena Melo Fernandes, 61, comenta com os outros classificadores que trabalham ao
verifica o cumprimento dos estatutos das associações, inclui associados em programas sociais e até empresta prensas em regime de consignação –há duas na Serrano. Além da FAS e da Codeca, quatro secretarias municipais e o Samae fazem parte da Cadeia Produtiva. Coordenada pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Emprego, o programa criou a Associação dos Recicladores de Caxias do Sul (Arcs), que compra material separado pelas associações e de catadores. Em 2011, a Cadeia Produtiva pretende instalar refeitórios e esteiras horizontais nas 11 entidades associadas. André Corrêa, 33, procurou a FAS na manhã de quarta para se recadastrar no programa Catador Legal. Sem carrinho próprio, há seis meses trabalha para um novo empregador. O carrinho com que trabalhava para o chefe anterior foi apreendido na semana passada, em frente ao Restaurante
Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.
www.ocaxiense.com.br
Fotos: André T. Susin/O Caxiense
Popular, conduzido por um catador da precisa passar por pelo menos ouembriagado. André deverá esperar tra empresa, que lava, desinfeta e mói uma semana para receber a numera- o reciclável antes de ser vendido para ção novamente. O catador faz parte a companhia que o transformará em de outra categoria de recicladores que novo produto. trabalham em Caxias: contratados informalmente, coletam material na rua O engenheiro químico Assis e dividem os lucros com os donos dos Castilhos, professor do Instituto Fedecarrinhos ou são pagos por semana. ral de Educação, Ciência e Tecnologia André foi acompanhado do novo che- Sul-riograndense de Sapucaia do Sul e fe, Aimoré Alcides Martins, que é dono que implanta um projeto de especialide um comércio de sucata e compra zação das associações de recicladores material de catadores. Aimoré mora na região metropolitana, explica que com outro empregado, um material pode pasque separa o material sar de R$ 0,20 para R$ comprado para reven1,10 depois da prepa“Hoje, trabalhar der, e André, que reração para a indústria. colhe somente papelão com reciclado “Tentamos ajudar na e fica com a metade do é uma opção. gestão para preparar lucro da venda desse Trabalhar parado as associações para a material. O catador da tecnoloem um lugar e na recepção trabalha de segunda a gia desenvolvida pelo sexta, cerca de 10 horas rua é diferente”, Instituto porque os capor dia, nos arredores afirma o catador tadores desempenham do hipermercado Big. André Corrêa uma atividade social Nos finais de semana muito importante. Em fica com o filho de 10 Porto Alegre, certaanos. Antes de ser catamente recolhem mais dor, André foi auxiliar lixo seletivo do que a geral na construção civil. “Hoje, traba- coleta regular.” Para Assis, as prefeitulhar com reciclado é uma opção. Tra- ras deveriam fazer parcerias com o sebalhar parado em um lugar e na rua é tor privado para ajudar as associações diferente.” André casou aos 18 anos e de recicladores a adquirir maquinário. teve dois filhos. Quando acabou o ca- Conforme o engenheiro, o ideal seria samento, foi morar no depósito do an- se os centros de reciclagem fossem tigo empregador, no bairro Exposição. dentro dos próprios aterros sanitários, O catador não tem boas lembranças onde existe tratamento de afluentes do tempo em que morou no depósito. adequado. “Muitas associações trabaSem energia elétrica, André dormia lham na informalidade ambiental.” ao lado do resíduo reciclável e dividia Em Caxias do Sul, a instalação de asespaço com ratos. Durante o cadastro sociações de recicladores formou lídena FAS, os representantes da Codeca res que acabaram comandando novas alertaram André para não trabalhar na entidades. O Catador Legal, segundo área do antigo empregador. o diretor presidente da Codeca Adiló Didomenico, reduziu as reclamações. O centro de Caxias do Sul é di- Desde a implantação do programa, vido entre cinco grupos que contratam em agosto, a empresa recebeu uma recatadores informalmente. A divisão já clamação por causa da atividade dos gerou conflitos com mortes e pelo me- catadores. Antes, recebia uma por senos três grupos têm ligação direta com mana. Quando se inscrevem no proo tráfico de drogas na cidade. Os que grama, eles entram no cadastro da FAS comandam os grupos mantêm os cata- e podem receber auxílio social. Um dores trabalhando através da promessa dos próximos passos do Catador Legal de drogas ou por relações de afinidade. será regulamentar o tamanho dos car“Mas não é a maioria, são uns 20%”, rinhos, o que o secretário de Trânsito, afirma o encarregado do Departamen- Transportes e Mobilidade, Jorge Duto de Limpeza Urbana - Lixo Coletivo tra, afirma que já está sendo estudado da Codeca, Douglas Leal. Ele diz que pela secretaria. a situação melhorou, mas a aproximação entre a Codeca e os catadores foi A Codeca calcula que 150 cadifícil. “No início, não podíamos nem tadores trabalhem com carrinhos em chegar perto dos catadores porque a Caxias – 65 já foram cadastrados – e polícia os via e metia o pau.” A área que outros 300 pratiquem a atividade com contêineres e a promessa de que com sacolas. Segundo a Secretaria de o programa Catador Legal determina- Desenvolvimento Econômico, 200 faria espaços específicos para os grupos mílias se beneficiam das associações amenizou os ânimos, segundo Dou- de recicladores. A implantação do Caglas, que atua junto a catadores há seis tador Legal não teve consenso na Coanos. Quem trabalha na rua assegura deca e na Prefeitura. O poder público que “não quer confusão”. As lixeiras e a empresa estavam divididos entre estão deixando de ser alvos de disputa. aqueles que apoiavam a criação do Apesar da Arcs comprar cargas in- programa e os que queriam a extinção, dependentemente do peso, catadores de alguma maneira, da atividade de vendem o que recolhem para atraves- catador na cidade. Quem conhece Rosadores, como a Nik ou a empresa de mulo Carlos Barbosa, o Gringo, sabe Aimoré. A diferença de preço é grande. da importância desse serviço. Catador Um quilo de papelão é comprado por há oito anos, ele começou a recolher cerca de R$ 0,34 na Arcs e a R$ 0,15 em reciclado quando perdeu o emprego. atravessadores. Alguns tem “proble- Acompanhado por Pesteado, inseparámas” com a balança, que sempre pesa vel cão que encontrou no lixo, não é o menos do que a quantidade levada único que encontra nos resíduos uma pelos catadores. O material comprado maneira de se sustentar em uma cidapela Arcs ou pelos atravessadores ain- de envaidecida pela riqueza.
Entre os recicláveis, peças religiosas, móveis e materiais inclassificáveis 30 de outubro a 5 de novembro de 2010
O Caxiense
13
André T. Susin/O Caxiense
Consolidação legislativa
O presidente Paese (PDT) propôs a compilação das leis, trabalho que envolve a diretora legislativa Eliana e outros servidores da Câmara e da prefeitura
FAXINA
Leis municipais amarradas em estaduais e federais (que podem não valer mais), sobrepostas ou em conflito desafiam 14 servidores encarregados de arrumá-las
LEGAL O
14
por JOSÉ EDUARDO COUTELLE jeduardo.coutelle@ocaxiense.com.br
sistema de leis define um povo em um dado período histórico. Há mais de um século, os costumes da comunidade então chamada Santa Thereza de Caxias se adequavam à regras da época. O primeiro Código de Posturas do Município foi redigido 1893, pelo Conselho Municipal Constituinte, presidido por Ernesto Marsiaj. Nos dias atuais poderia soar extravagante, mas o documento impunha multas em dinheiro (réis) para quem levantasse “vozeiras” contínuas de modo que incommodasse a vizinhança, proferisse obcenidades em público e mendigasse sem licença da auctoridade – só os indivíduos caracterizados como “paupérrimos” poderiam obter essa permissão. Com o passar do tempo, a legislação se adaptou aos novos hábitos e necessidades dos caxienses. Hoje, o Código de Posturas está em sua quarta edição, e já contém 44 leis que alteram o texto original. No sistema legal vigente, cada inserção de artigo ou inciso, ou ainda a exclusão de um destes, se opera de forma a criar uma nova lei. Assim, somente consultando todas as leis separadamente é possível saber o que está vigorando. É preciso realizar 45 buscas para descobrir, por exemplo, se ainda é “obrigatória a utilização, para cada cliente, de lâmina nova e descartável, em barbearias, salões de beleza, salões
O Caxiense
de cabeleireiros e estabelecimentos congêneros”, conforme descreve o artigo 77 do código promulgado em 2003 – a resposta: sim, permanece em vigor. Para facilitar o acesso ao sistema das leis municipais, pouco depois de assumir a presidência da Câmara, no início do ano, o vereador Harty Moisés Paese (PDT) começou o ambicioso projeto de consolidá-las no menor número possível. Em termos genéricos, isso representa compilar todas as normas que tratam de um determinado tema em apenas uma. Assim, as 8.028 leis ficarão compactadas em aproximadamente 800. Além de descomplicar as buscas do pesquisador ou do cidadão leigo, impedirá que parlamentares, por desconhecimento, apresentem projetos iguais ou em conflito com leis que já existem. Paese relata como exemplo dessa duplicidade uma norma sobre elevadores encontrada no atual Código de Posturas. Lá são encontrados dois prazos diferentes para o responsável por um prédio entrar em contato com a municipalidade quando houver substituição da empresa encarregada da manutenção dos elevadores. “A culpa nem é do vereador, mas sim do emaranhado em que se encontram as leis”, analisa Paese. É importante ressaltar que a redução do número de leis não implica na diminuição dos direitos do indivíduo. O que ela pretende é organizar
30 de outubro a 5 de novembro de 2010
uma certa bagunça legislativa. Na situação de hoje, é como se, em casa, você guardasse todas as suas roupas em uma cômoda empilhando-as na ordem em que foram compradas. Assim, calças jeans ficam misturadas com abrigos de moletom, camisetas, blusões e camisas, das mais variadas cores e tamanhos. Para encontrar a roupa desejada, seria preciso procurar em todas as gavetas e remexer nas pilhas que se encontram dobradas. A consolidação das leis, nessa analogia, arruma as roupas na cômoda em gavetas diferentes, conforme o tipo, a cor e o tamanho. A organização da legislação municipal é amparada na Constituição de 88, que, complementada por um lei de 1998, estabelece normas para a consolidação dos atos normativos. Com base nela, Caxias do Sul é a primeira cidade do interior do Estado a fazer esse trabalho. Apesar de mais de uma década ter se passado, essa política ainda engatinha no país. Apenas em março deste ano a cidade de São Paulo aprovou a consolidação da sua legislação tributária. Em setembro foi a vez do Rio de Janeiro atualizar a mesma pasta. Porto Alegre se encontra a um passo à frente de Caxias. Todas as leis dos Conselhos Municipais já estão compiladas e revisadas, e as leis complementares que tratam do comércio ambulante e da criança e do adolescente já passaram pelo processo de consolidação. Em Caxias, uma força-tarefa forma-
da por 12 servidores da Câmara e dois da prefeitura trabalha na realização do projeto. A ideia inicial era realizar o levantamento e a compilação de todas as leis complementares municipais até o final do ano, ou melhor, até o dia 15 de dezembro, quando inicia o recesso legislativo. Entretanto, a ação teve resultado mais positivo do que o esperado. Essa parte já foi concluída, e agora começa a fase de consolidação. A diretora legislativa da Câmara, Eliana Gianni Tedesco, diz que a expectativa é de que os Códigos de Posturas, Obras, Política Municipal do Meio Ambiente, Estatuto dos Servidores Públicos e Previdência dos Servidores do Município sejam consolidados ainda este ano pelos vereadores. A partir de 2011, eles farão o mesmo com os decretos legislativos, leis internas da Câmara e leis ordinárias do município. É nessa hora que virão as maiores dificuldades. Trata-se de leis antigas, desde 1949, e que, mesmo não sendo rotineiras, permanecem vigendo. É o caso da lei que estipula que o Município dê um prêmio de 10 mil cruzeiros ao clube campeão caxiense que representar Caxias em campeonatos estaduais. Outra lei dessa época determina que 5% de todos os impostos arrecadados sejam destinados a uma taxa de fins hospitalares, direcionada à construção de um dispensário (espécie de hospital beneficente) para tuberculosos. Aproximadamente 65 anos após
Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.
o fim da 2ª Guerra Mundial, outra lei ainda isenta do imposto predial a casa habitada por soldados da Força Expedicionária Brasileira que estiveram em operação na frente de combate na Itália.
ra menciona uma situação ainda mais complicada, que uma simples ligação não seria capaz de resolver. Algumas leis municipais se remetem a decretos estaduais, que por sua vez baseiam-se em normas federais. Se nesse caminho cheio de interseções houver uma interrupção, uma lei revogada, todo o processo tem de ser adaptado.
Em uma repartição interna da Câmara, duas servidoras dedicam parte do tempo à revisão dos códigos municipais. Revisam calmamente o contePerto de onde trabalham Saleúdo dos textos impressos em pequenos te e Celita, em uma sala da Secretaria maços grampeados e fazem algumas de Governo da prefeitura a diretora anotações à caneta. Com a digitaliza- executiva Isaura Pistorello e a assessoção das leis municipais ra administrativa Kaem 2008, a atividade se ren Kayser começam tornou mais fácil, pois A partir a fazer a consolidação elas podem conferir o de 2011, do Código de Obras. O material diretamente a força-tarefa processo segue da seno sistema. A revisoguinte forma: enquanra de anais Salete Bett analisará leis to Karen faz a leitura trabalha no Código de antigas, desde do documento em voz Posturas, aquele mes- 1949, para alta, Isaura confere se mo citado no início do verificar se existe algum erro na texto, que recebeu 44 versão impressa. Todos leis complementares ainda têm razão os termos a serem cornos últimos sete anos. de existir rigidos são destacados O material já está comcom uma caneta amapilado em um único rela. A reclassificação arquivo, e agora se encontra na fase dos números dos artigos e incisos é mais complicada: a consolidação. Nes- marcada em vermelho. Com o desente momento, os revisores precisam, en- rolar do serviço, as páginas se transfortre outras coisas, atualizar a ortografia, mam em uma coletânea de rabiscos e os nomes das secretarias municipais anotações. e a numeração dos artigos e incisos, Os olhos atentos da diretora, com 37 além de todas as referências a outras anos de atividade no serviço público, leis encontradas no texto. Mesmo com facilmente detectam qualquer palavra longa experiência na área, Salete diz e expressão jurídica a serem corrigidas. que a atividade requer muita atenção. Assim como as colegas da Câmara, ela Na mesa ao lado, a assessora técni- explica que o que mais consome temca Celita Caran inicia a elaboração da po é conferir todas as leis remissivas. matriz de consolidação da lei da Po- Por exemplo, há uma norma municipal lítica Municipal do Meio Ambiente. que se refere ao Código Civil BrasileiAposentada, com grande parte da vida ro. Conferir se a referida lei continua dedicada ao serviço público, Celita foi vigente é simples: basta procurá-la na recrutada para incorporar a equipe, página de internet do governo fedepor parte da Câmara. Comparando ral. Mas nem sempre a localização é a versão em papel e a digital, a servi- tão fácil. Algumas leis de outra esfera dora verifica se há discrepâncias. Logo pública estão em páginas com acesso encontra um pequeno deslize, que restrito, por exemplo. Nesse caso, as passou despercebido por todos os pro- duas procuram ajuda na Procuradoria cessos da elaboração da lei e que nem do Município. a revisão final foi capaz de detectar. O esforço conjunto de funcionários No artigo 55, a palavra “excetuam-se” da Câmara e da prefeitura deve prosfoi equivocadamente grafado como seguir por mais dois anos, quando en“executam-se”. A mudança na ordem fim toda a legislação municipal estará de duas consoantes retirava qualquer consolidada. Com esse trabalho, os sentido da sentença, agora corrigida contribuintes poderão facilmente obpor Celita com uma caneta vermelha. ter informações sobre os seus direitos Mas a principal dificuldade não é e deveres; políticos saberão com precicom ciladas da língua portuguesa, mas são quais leis permanecem vigorando sim com todas as leis e termos remis- e quais se tornaram história. Além dos sivos encontrados no código. Com aspectos legais, esse processo irá modiseis anos de implementação da lei do ficar fisicamente a legislação. Todas as meio ambiente, alguns números tele- leis terão de ser reimpressas e ficarão fônicos 0800 podem não existir mais. lado a lado com os mais de 200 livros E só existe uma forma de descobrir: que atualmente compõe a sala de Arligando para cada telefone. A servido- quivo e Protocolo.
MÉRITO GIGIA BANDERA Foi confirmada para o dia 09 de novembro a entrevista coletiva com a imprensa quando o presidente do SIMECS, Getulio Fonseca apresentará oficialmente os nomes dos três empresários que irão receber o Mérito Metalúrgico Gigia Bandera 2010. A solenidade de entrega da outorga acontecerá nas dependências do Clube Juvenil, dia 26 de novembro. O Mérito Gigia Bandera visa homenagear personalidades empresariais, que tenham se destacado por sua performance ética, moral e profissional, evidenciada pela conduta empreendida e pelas atividades desenvolvidas em seu meio. PARTICIPAÇÃO ITALIANA A edição 2010 do Mérito Gigia Bandera terá a participação especial de uma delegação italiana, proveniente de Schio, Província de Vicenza, terra natal de Luigia Carolina Zanrosso Eberle. Confirmaram presença, o Prefeito de Schio, Luigi Dalla Via e o Presidente da Associazione Industriali di Vicenza – DPT de Schio, Luigi Schiavo. Também integram a comitiva quatro empresários da Província de Vicenza. O grupo italiano será coordenado pelo empresário Dario Vivian, diretor da empresa Stil Service, cuja matriz se localiza em Schio e possui escritórios no Brasil em Novo Hamburgo e São Paulo. Os industriais vênetos aproveitarão para manter contatos com as empresas do segmento metalmecãnio de Caxias do Sul e região visando futuras parcerias. PROJETO MÃO AMIGA Ciente de seu papel como entidade de classe representativa, o SIMECS apoia e é multiplicador de ações que visam o bem estar social. Desta forma, informa que as pessoas físicas e jurídicas, podem destinar parte do valor do imposto devido a ações sociais, pelo repasse desse recurso a programas executados por instituições governamentais e não governamentais de assistência social voltados para o atendimento às crianças e adolescentes abandonadas e desabrigadas. Ainda, às medidas sócio educativas aplicadas aos adolescentes autores de ato infracional, às crianças e adolescentes explorados sexualmente; aos usuários ou dependentes de drogas; às vítimas de maus tratos, à erradicação do trabalho infantil, à profissionalização dos jovens, à orientação e apoio sócio familiar e também para projetos de pesquisa e estudo, projetos de comunicação e divulgação de ações de defesa de direitos preconizados pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, sem que essa ação signifique acréscimo do valor do imposto a pagar. Em Caxias do Sul, o Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente – COMDICA é a instituição responsável pela arrecadação e aplicação dos recursos. Mais informações: www.contribuirnaocustanada.com.br PESQUISADORES DA ALEMANHA No dia 22 de outubro o SIMECS recebeu a visita de um grupo de 13 pesquisadores alemães. O grupo foi recebido pelo presidente Getulio Fonseca e pelos diretores Reomar Slaviero, Milton Susin e Odacir Conte. Os pesquisadores são representantes de diversos Institutos de Pesquisa e Universidades da Alemanha. A comitiva conheceu de perto a representatividade do segmento metalmecânico de Caxias do Sul e região onde o SIMECS atua. Também houve a apresentação de diferentes linhas de pesquisa com vistas a exploração de novos campos de negócio entre o Brasil e a Alemanha. Para se ter uma ideia, de abril de 2010 até abril de 2011 um grande número de organizações científicas e intermediárias da Alemanha e do Brasil irão realizar eventos, conferências, workshops e exposições, sempre com o objetivo de buscar soluções sustentáveis e inovadoras. O Ano da Ciência fortalece as instituições e os locais de pesquisa nos dois países e estabelece um novo tipo de cooperação entre ambos. CURSO EM FABRICAÇÃO MECÂNICA O SIMECS está divulgando a realização do curso Técnico em Fabricação Mecânica junto ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul – IFRS. O curso funciona da seguinte forma: o aluno cursa as disciplinas do ensino médio de maneira integrada às disciplinas de formação técnica, obtendo o diploma de Técnico em Fabricação Mecânica e cursando o ensino médio normal. Oferecido pelo IFRS, o curso tem duração de 04 anos, e será realizado no período da manhã. O foco do mesmo será voltado aos processos de conformação mecânica, abordando também na sua grade curricular processos de usinagem, soldagem e outros. A duração total é de 3.240 horas e mais estágio curricular obrigatório. O processo seletivo será efetivado através de uma prova com 40 questões a ser realizada no dia 05 de dezembro de 2010. O período de inscrição para o processo seletivo é de 13 de outubro a 11 de novembro através do site: www.bento.ifrs.edu.br/processoseletivo. Mais informações através do fone: (54) 3204.2100. PRÉ-SAL / OPORTUNIDADES O diretor do SIMECS, Oscar de Azevedo representou a entidade no Seminário Pré-Sal e o Rio Grande do Sul – Oportunidade para a indústria, trabalhadores e sociedade. O evento que teve a participação do presidente da Petrobras Biocombustível, Miguel Rossetto, foi realizado em Caxias do Sul no dia 27 de outubro. Oscar de Azevedo salientou que o encontro foi muito importante porque mostrou como o Pré-Sal irá mudar a vida e a economia brasileira e como as empresas deverão se preparar para participar dessa nova etapa com competitividade. A conscientização do segmento empresarial sobre a necessidade de se tornar mais competitivo deverá ser a tônica principal para aproveitar as oportunidades que virão através da exploração do PréSal. Conforme Azevedo, os desafios para o setor do gás e petróleo são enormes e o setor industrial gaúcho está inserido nesse contexto especialmente através do polo naval de Rio Grande. SIMECS ENERGIA Implementado para buscar a eficiência energética nas empresas do segmento metalmecânico, o Programa SIMECS Energia realizou no dia 27 de outubro importante evento técnico. O encontro abordou a Eficiência Energética na Geração e Tratamento do Ar Comprimido. Foi palestrante o engenheiro Carlos Eduardo Szyszko Maier, o qual apresentou as últimas inovações de controle e redução de perdas de energia, decorrentes da geração e utilização do ar comprimido. A escolha do compressor, a pressão a ser utilizada, os controladores CLP’S e a reeducação na utilização do ar comprimido também foram alguns dos tópicos abordados. O Programa SIMECS Energia inclui diversas atividades de capacitação e formação de grupos de trabalho nas empresas para aplicação das melhores técnicas de economia de energia. Também já foi realizado um curso de capacitação com a participação das 12 empresas classificadas para a realização de diagnósticos energéticos. LEI RESIDUOS SÓLIDOS Com o objetivo de esclarecer os principais pontos da Lei 12.305 - Política Nacional de Resíduos Sólidos, o SIMECS, através de sua Comissão de Meio Ambiente promoveu no dia 14 de outubro uma palestra com a Advogada especialista em Direito Ambiental, Luisa Falkemberg. Na oportunidade ela abordou os princípios, instrumentos e diretrizes da nova Lei. Os principais pontos levantados foram o estabelecimento da logística reversa, a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida do produto e integração dos municípios na gestão dos resíduos sólidos. A PNRS trás consigo a obrigatoriedade da elaboração por parte dos geradores de resíduos sólidos perigosos ou não (entidades públicas, indústrias, prestadores de serviço, estabelecimentos comerciais, construção civil, terminais e atividades agropastoris) do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos que deverá atender o disposto no Plano Municipal porém a inexistência desse não obsta a elaboração e a implementação do plano por parte dos geradores.
Texto é conferido nas versões impressa e digital
www.ocaxiense.com.br
SIMECS - Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul. Rua Ítalo Victor Bersani, 1134 – Caixa Postal 1334 – Fone/Fax: (54) 3228.1855 – Bairro Jardim América. CEP 95050-520 – Caxias do Sul Rio Grande do Sul. www.simecs.com.br – simecs@simecs.com.br
30 de outubro a 5 de novembro de 2010
O Caxiense
15
Guia de Cultura
por Cíntia Hecher | editado por Marcelo Aramis
Fotos: maicon Damasceno/O Caxiense
guiadecultura@ocaxiense.com.br
Em Hey! Blues, as 15 horas do 2° Moinho da Estação Blues Festival, de 2009, foram transformadas em 40 minutos de shows, entrevistas e bastidores
CINEMA l A Suprema Felicidade | Drama. 13h50, 16h20, 18h50 e 21h20 | Iguatemi Arnaldo Jabor não dirigia um filme desde 1986, quando lançou Eu sei que vou te amar. Neste, conhecemos Paulo e os personagens que passam pela sua vida até o re-encontro com o pai e uma torrente de nostalgia. 16 anos, 125 min.. l Garfield – Um Super-Herói Animal (3D) | Animação. 14h10, 16h10 e 18h10 | Iguatemi Nem só de lasanha vive um gato. De aventuras também. O comilão se junta a um super-herói felino vindo do mundo dos quadrinhos para salvar o planeta. Livre, 75 min., dub.. AINDA EM CARTAZ – Atividade Paranormal 2. Terror. 15h40, 17h40, 19h40 e 21h40. Iguatemi | Cio da Terra. Documentário. Sábado e domingo, 19h. Ordovás | Caxias, Tradição de Um Povo. Documentário. Sábado, 17h. Quarta (3), quinta (4) e sexta (5), 10h, 14h30min e 18h30min. Ordovás | Comer, rezar, amar. Drama. 15h50, 18h40 e 21h50. Iguatemi | Como cães e gatos 2: A vingança de Kitty Galore. Animação. 13h40. Iguatemi | Os Intocáveis. Policial. Quinta (4), 15h. Matinê às 3. Ordovás | Meu Malvado Favorito. Animação. 16h. UCS | Nosso Lar. Drama. 13h30. Iguatemi. 18h20 e 20h. UCS | Piranha (3D). Terror. 20h e 22h. Iguatemi | Tropa de Elite 2. Policial. 14h, 15h20, 16h30, 17h50, 19h, 20h20 e 21h30. Iguatemi |
16
O Caxiense
Vincere. Drama. De quinta (28) a domingo (7), 20h. Ordovás. INGRESSOS - Iguatemi: Segunda e quarta-feira (exceto feriados): R$ 12 (inteira), R$ 10 (Movie Club Preferencial) e R$ 6 (meia entrada, crianças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos). Terça-feira: R$ 6,50 (promocional). Sexta-feira, sábado, domingo e feriados: R$ 14 (inteira), R$ 12 (Movie Club Preferencial) e R$ 7 (meia entrada, crianças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos). Sala 3D: R$ 22 (inteira), R$ 11 (estudantes, crianças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos) e R$ 19 (Movie Club Preferencial). Horários das sessões de sábado a quinta – mudanças na programação ocorrem sexta. RSC-453, 2.780, Distrito Industrial. 3209-5910 | UCS: R$ 10 e R$ 5 (para estudantes em geral, sênior, professores e funcionários da UCS). Horários das sessões de sábado a quinta – mudanças na programação ocorrem sexta. Francisco Getúlio Vargas, 1.130, Galeria Universitária. 3218-2255 | Ordovás: R$ 5, meia entrada R$ 2. Luiz Antunes, 312, Panazzolo. 3901-1316.
TEATRO l O Canto do Jardim | Sábado e domingo, 20h30 | Onze alunos participam do primeiro espetáculo da 12ª Mostra da escola Tem Gente Teatrando, com direção de Carine Panigaz. A história é animalesca: o jardim vive em harmonia com seus animais e flores, até que duas aranhas resolvem chamar atenção e
30 de outubro a 5 de novembro de 2010
criam uma história mirabolante. Casa de Teatro R$ 20 (na hora) e R$ 10 (antecipado, sênior e estudante) | Olavo Bilac, 300 (esquina Regente Feijó) | 3221-3130 l Cinta-Liga/Desliga | Quinta (4), 20h | As três palhaças do Núcleo Trompas de Falópio, interpretadas pelas atrizes Aline Tanaã, Grasiela Muller e Odelta Simonetti, buscam incessantemente, inclusive na plateia, a sua cara-metade. A peça é feita sem palavras e muitas caras e bocas, fiel ao estilo clown. Desta vez, o show é exclusivo para servidores, que podem retirar seus ingressos no RH da Prefeitura. Teatro Municipal 1 kg de alimento não perecível | Dr. Montaury, 1.333 | 3221-3697
EXPOSIÇÃO l 4º Salão Campus 8 | Segunda (1) a segunda (15). De segunda a sábado, das 9h às 21h e domingos das 15h às 21h | Os trabalhos expostos são dos vencedores do concurso, onde o primeiro lugar ficou com Gelson Soares, pelo trabalho Inversão, em xilogravura. Em seguida vêm a instalação de Alessandra Baldissarelli (re des cobrir) e a litografia de Tânia Silvestre (El vacío descubierto). A menção honrosa ficou com Patrícia da Costa Rigo e sua instalação com fotografia digital Eu ainda existo, eu persisto. Galeria - Ordovás Entrada franca | Luiz Antunes, 312 | 3901-1316
l Mostra Marcas da Cultura Gaúcha: Paisagens Gaúchas em Graffiti | Quarta (3) a segunda (29). De segunda a sexta, das 8h30 às 18h30 e sábados das 8h30 às 12h30 | Visão dos grafiteiros Fábio Panone Lopes (Hauli), Henrique Padilha (HP) e Jonathan Souza de Oliveira (Favelinha) por meio de imagens da cultura gaúcha, como O Laçador. Espaço Cultural do Ipam Entrada franca | D. José Baréa, 2.202 | 3222-9270 AINDA EM EXPOSIÇÃO – Bez Batti – 70 anos. Bez Batti. De segunda a sexta-feira, das 8h30min às 18h e aos sábados, das 10h às 16h. Galeria Municipal. 3221-3697 | Combinações. Karen Axelrud. De segunda a sexta, das 8h às 22h30. Hall Superior – Campus 8. 3289-9000 | Cultura Tibetana nas peregrinações budistas. Ilka Filippini. De segunda a sábado, das 10h às 19h30min e domingos, das 16h às 19h. Catna Café. 3212-7348 e 3021-7348 | Eu vivo, e você? Cristiane Marcante. Até sábado, das 9h às 15h. Galeria Arte Quadros. 3028-7896 | Frames da dança. Coletiva. De segunda a sábado, das 17h às 21h. Galeria em Transição – Teatro Moinho da Estação. 8404-1713 | Quem é você? Cristiano Dub e Tiarle Camargo. Até sábado, 8h às 20h. Jardim de Inverno Sesc. 3221-5233.
PAINEL l Ciranda do Pensamento | Sábado, 18h | Sob o tema Quem canta seus males
Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.
encanta – A relação da música com a mente humana, a conversa gira em torno da música como ferramenta social e meio de comunicação. Os debatedores serão os músicos e musicoterapeutas Chiara e Alberto Herrera e o psiquiatra Adriano Agostini. Ordovás Entrada franca | Luiz Antunes, 312 | 3901-1316 l Palestra de Maria Rita Kehl | Sexta (5), 20h Depois de ser demitida do jornal O Estado de São Paulo por expressar sua opinião sobre a desqualificação dos votos dos pobres em um artigo, a psicanalista e jornalista Maria Rita Kehl vai palestrar em Caxias do Sul. O tema da palestra não é política, mas Crença na palavra, aposta no sujeito. Entretanto, há espaço para perguntas no final... As inscrições podem ser feitas na Secretaria de Extensão, na Galeria Universitária da UCS. Auditório do Bloco H da UCS R$ 10 (alunos da graduação), R$ 25 (público em geral) | Francisco Getúlio Vargas, 1.130 | 3218 2100
DANÇA
l III Salão Sul – Mostra de Dança de Salão de Caxias | De 18 a 21 de novembro. Inscrições abertas |
MÚSICA l Concertos ao Entardecer | Domingo, 18h | O quinteto de metais da Orquestra Sinfônica da Universidade de Caxias do Sul e a Orquestra Municipal de Sopros apresenta mais uma edição deste evento. O repertório variado tem desde canções eruditas como Aida, de Verdi, até Penny Lane, dos Beatles. No trompete, Roberto Scopel e Samuel Douglas de Castilhos, Ramon Rizzon na trompa, Silas da Silva no trombone e o comando da tuba é com Felipe Istan. A participação especial é de Amauri Maciel, na percussão. Como sempre, uma doação de alimentos não perecíveis é bem vinda. Igreja do Santo Sepulcro Entrada franca | Júlio de Castilhos, s/nº l Movie and Music | Domingo, 19h30 | A banda marcial da escola Cristóvão de Mendoza comemora seus 45 anos tocando um repertório cheio de clássicos do cinema, com participação do vocalista Léo Mandelli. Teatro São Carlos Entrada franca | Feijó Júnior, 778 | 3221-6387 l Robison Boeira | Sexta (5), 20h30 | O acordeonista lança seu CD Alma Chamamecera, baseado nos ritmos chamamé e polca. O show e as gravações do CD têm participação de Maia (acordeon) e Lúcio Yanel (violão). O show prioriza as músicas do álbum, mas nada impede que alguma canção mais conhecida seja reproduzida. Indo ao show, também realize uma boa ação: todo o valor arrecadado vai ser dividido entre o Lar da Velhice e a Associação Criança Feliz.
Cinema | Hey! Blues
Teatro Municipal R$ 10 | Dr. Montaury, 1.333 | 3221-3697
Disneylândia do blues
l Aniversário Leeds Pub | Sexta (5), 21h | Em comemoração aos dois anos do verde pub irlandocaxiense, a comemoração começa indie. O primeiro show, na sexta, é da Ladrões de Diamantes e da ótima Bob Shut. No sábado, Os Oitavos e a porto-alegrense Casamadre. Preste atenção no brinde que vem com a compra do pacote para os dois dias: uma caneca e chopp liberado. Leeds Pub R$ 12 (por dia) ou R$ 30 (pacote) | Os 18 do Forte, 314 | 3238-6068
por Cíntia Hecher
TAMBÉM TOCANDO - Sábado: Andy & The Rockets. Blues. 22h30. Mississippi. 3028-6149 | Blues Heads. Blues. Santo Graal. 3221-1873 | Ding Dong Experience. Raul Seixas Cover. 23h. Aristos. 3221-2679 | DJ Alec Araújo. Eletrônico. 23h. Havana. 3224-6619 | Fullgas. Pop rock. 23h. Portal Bowling. 3220-5758 | Halloween. Pagode. 23h. Move. 3214-1805 | HardRockers. Hard rock. 23h. Vagão. 3223-0007 | Izequiel Carraro. Pop. 23h30. La Boom Snooker. 32216364 | Libertá. Nativista. 22h30. Libertá Danceteria. 3222-2002 | Nokia Fashion Night. Eletrônico. Pepsi Club. 3419-0900 | Poder da Criação. Samba rock. 21h30. Zarabatana. 32289046 | Trio Bem Baxado. Samba rock. 22h. Badulê. 3419-5269 | Domingo: DJ Mono. Anos 80. 19h. Zarabatana. 3228-9046 | Segunda (1): Agente Ed e Ligante Anfetamínico. Rock. 23h. Vagão. 3223-0007 | Branco no Preto. Do samba ao funk. Santo Graal. 32211873 | DJ André Sarate. Eletrônico. Pepsi Club. 3419-0900 | Fullgas. Pop rock. 23h. Portal Bowling. 3220-5758 | Izequiel Carraro. Pop. 23h30. La Boom Snooker. 3221-6364 | Quinta (4): Alex e Márcia. Sertanejo universitário. 23h. Portal Bowling. 3220-5758 | Sexta (5): Izzi Louise. Rock. 23h. Portal Bowling. 3220-5758 | Mãe do Norman. Rock. 21h30. Zarabatana. 3228-9046 | Rafa Schüler Trio. Blues. 22h30. Mississippi. 3028-6149. Companhia de Dança Carlinhos de Jesus, Divulgação/O Caxiense
Jair Dresch, Divulgação/O Caxiense
A terceira edição do evento, vindo da cabeça e dos pés dos bailarinos Giovani Monteiro e Sinara Suzin tem na programação festas, palestras, aulas e apresentações de dança. A abertura do evento será com Carlinhos de Jesus. Para os interessados em aprender algum passo de dança, as inscrições já estão abertas, com vagas limitadas, para participar de sexta (19) a domingo (21). Os ritmos oferecidos são samba de gafieira, samba rock, salsa, tango, forró, rock/soltinho e dança gaúcha. Os locais das aulas serão no Futuro Teatro Moinho da Estação (junto ao Boteco 13) e na Sala de Oficinas da Secretaria Municipal de
Cultura, das 9h30 às 12h15 e das 14h às 18h15, exceto no domingo, que terá oficinas até as 16h30. Clube Ballroom Entrada franca | Coronel Flores, 8010, sala 107 | 3223-2159
Quem teve o privilégio de observar a movimentação crescendo em torno dos palcos do Moinho da Estação Blues Festival do ano passado ficou com o coração na mão enquanto via as imagens passando durante a exibição do documentário Hey! Blues, com direção do Lissandro Stallivieri, da Spaghetti Filmes. O sol se pondo e o público se formando, a organização correndo e um espetáculo de som. A edição, com certeza, é o ponto alto da película. Até porque transformar 15 horas de imagens em 40 minutos de blues não é a tarefa mais mamão com açúcar do mundo. Cumprimentos efusivos ao jovem Marcelo Andrighetti e seu trabalho. A tentativa foi encaixar um pouquinho de cada atração de lá, o que demonstra claramente que o festival de blues não é feito de uma grande atração internacional ou de um organizador bem intencionado. Festival é coletivo, é todos juntos participando, colaborando do seu jeito e fazendo uma festa enorme, não somente em espaço físico mas principalmente no quesito troca. Troca de energia, de experiências, de impressões. A multiplicidade ficou explícita na edição, que dividia a tela em duas, três, quatro partes. Comentários captados de diversas atrações levavam a plateia ao riso ou àquele aceno positivo com a cabeça. O maestro Gilberto Salvagni, a cantora Fran Duarte, a família Azambuja, o guitarrista Rodrigo Campagnolo e mais tantos deram suas impressões bem humoradas do evento, o que deixa claro o clima de confraternização entre os músicos. Os convidados americanos, Billy Branch e Carlos Johnson, não paravam de exaltar o festival e, principalmente, o respeito do Brasil pelo blues. O blueseiro Fernando Noronha pensou que estava na Disneylândia do blues. Já o vocalista da banda Blues Etílicos, Greg Wilson, disse que aquilo era um parque de diversões para ele. Quem mais aproveitou, mesmo, foi o público. Várias imagens comprovam que bater a cabeça não é ato exclusivo de fãs de metal. A agitação é causada pela levada do blues. Qualquer uma. Da mais tristonha até aquela que faz dançar a alma. O documentário Hey! Blues é mais do que prova audiovisual de uma penca de shows realizados no Largo da Estação Férrea. É um convite. Ao próximo festival, à próxima reunião entre amigos, ao próximo show. Assistir ele dá uma vontade imensa de confraternizar. Por enquanto, há negociações para o documentário ser visto por outros gaúchos, como em Porto Alegre. Quem perdeu as exibições no Ordovás e no Mississippi Delta Blues Bar, pode um dia conseguir assistir nas telas do próprio bar, que reterá uma cópia. Uma boa desculpa para socializar e tomar uma cervejinha, em nome do blues. l Hey! Blues | Documentário
Quinteto de Metais da Osucs faz concerto na igreja Santo Sepulcro. Carlinhos de Jesus vem a Caxias dia 18
www.ocaxiense.com.br
Imagens compiladas pela Spaghetti Filmes do 2º Moinho da Estação Blues Festival, realizado em novembro de 2009. Dirigido por Lissandro Stallivieri. 40 min..
30 de outubro a 5 de novembro de 2010
O Caxiense
17
Artes artes@ocaxiense.com.br
Fabíola dy Cornuthi | Maria |
Foram as figuras sacras, no princípio a de São Francisco de Assis, que inauguraram a arte de Fabíola, em papel machê, colagem e gesso. Mais tarde, antes das estatuetas africanas encherem as vitrines de lojas de decoração, a artista criou bonecas negras, com vestidos estampados, lábios vermelhos e caras de Brasil. Nesta Maria, como nos outros santos de Fabíola, o rosto sem as características que diferenciam divinos e mortais, causaria estranheza na igreja. A Virgem com cara de gente normal? Sim. Porque ela foi gente de verdade, a artista a esculpe com a merecida expressividade. E esses pés e mãos enormes? Coisas da santa arte.
A NOSSA
SENHORA
À
por CLÁUDIO B. CARLOS (CC)
s vezes, aos fins de tarde (não recordo com que frequência), uma vizinha velha nos trazia a Nossa Senhora. A santa pousava em nossa casa. A mãe rezava, e no dia seguinte eu a entregava na casa de outro vizinho, fazendo seguir a romaria de visitas (não sem antes beijar o vidro que protegia a imagem. A mãe beijava, os vizinhos ao entregar a santa beijavam, beijavam ao receber a santa... Eu achava aquilo meio nojento. Era como tomar mate com estranhos: anti-higiênico.
Participe | Envie para artes@ocaxiense.com.br o seu conto ou crônica (no máximo 4 mil caracteres), poesia (máximo 50 linhas) ou obra de artes plásticas (arquivo em JPG ou TIF, em alta resolução). Os melhores trabalhos serão publicados aqui.
18
O Caxiense
30 de outubro a 5 de novembro de 2010
Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.
www.ocaxiense.com.br
30 de outubro a 5 de novembro de 2010
O Caxiense
19
CA-JU DUPLA
Fabiano Provin
Rodrigo Fatturi, Divulgação/O Caxiense
fabiano.provin@ocaxiense.com.br
Recomeço mais do que necessário dinheiro foi disponibilizado pela Parmalat. “Foram mais de US$ 3,2 milhões de dólares na época, ninguém sabia quanto era isso”, exemplifica. A entrada de polpudas verbas nos cofres do time que sagrara-se campeão da Série B no ano seguinte (1994) possibilitou uma grande reforma na casa da papada – desde as cabines de imprensa até os vestiários e a pista frontal das arquibancadas, que era coberta com cascalho. Nos anos seguintes a maior parte dos torcedores esmeraldinos sabe de cor o que aconteceu (campeão gaúcho invicto em 1998 e campeão da Copa do Brasil em 1999). A chegada de Brunoro em 2010
foi bem diferente do que a de 17 anos atrás. Sem muita pompa, mas com prestígio, ladeado por Milton Scola e pelo presidente do Conselho Deliberativo e ex-presidente papo, Carlito Chies, o empresário apresentou a Brunoro Sport Business (BSB), especializada em gestão e marketing esportivo. Ele firmou uma parceria com o Ju com o objetivo de reestruturar administrativa e financeiramente o clube. “Estou aqui por dois aspectos importantes: o lado do coração e o lado profissional. E ambos estão inseridos neste projeto”, sentenciou. A instituição precisa de ajuda: em 2007, disputou a Série A. Em 2011, jogará a Série D. Edgar Vaz, Juventude, Divulgação/O Caxiense
No início dos anos 1990 o empresário José Carlos Brunoro, que tinha vínculos mais do que profissionais com Caxias do Sul – casouse com a rainha da Festa da Uva de 1994, Cristina Briani –, ajudou a intermediar uma parceria de cogestão da multinacional Parmalat com o Juventude. Palmeiras e EttiJundiaí (hoje Paulista) foram outros clubes escolhidos pela empresa no Brasil. No Estádio Alfredo Jaconi, o projeto foi implantado em maio de 1993 e desativado em julho de 2000, no período em que o Ju disputava a Copa Libertadores da América. Na época, o atual presidente reeleito do Ju, Milton Scola, era dirigente. Ele lembra que muito
Brunoro disse que o primeiro passo será fazer uma radiografia do Ju. O plano é ter em mãos, em menos de 90 dias, a realidade de todos os setores do clube da Rua Hércules Galló. Essas informações coletadas serão utilizadas na montagem de um projeto com meta de ser implantado a curto e médio prazo. “Queremos algo que possa consolidar o Juventude, e para que a cada momento de crescimento não corra risco de uma nova queda. É importante frisar que não estamos
Etapas e prazos
aqui para uma caça às bruxas, e sim para analisar todos os processos do clube”, explicou Brunoro durante entrevista coletiva na tarde do dia 28 de outubro, concedida no Jaconi. Após essa etapa, caberá à direção do Ju optar ou não pela continuidade da BSB no desenvolvimento do projeto. O que foi divulgado é que a busca de patrocinadores já está em andamento. “A mídia já divulgou que existe uma negociação com a empresa de telefonia Oi, mas ainda não há nada concretizado, o que
Reeleito
Milton Scola foi reeleito presidente do Juventude para a temporada 2011. Com 77 votos favoráveis (mais 14 nulos, oito brancos e uma abstenção), o arquiteto, que desde 2002 produz vinhos, discursou na noite de 25 de outubro no Salão Nobre Walter Dal Zotto, no Jaconi. Antes, ouviu atentamente o recado de Carlito Chies: “Essa diretoria eleita sabe que o compromisso deles é o maior da história do clube”. “Teremos de ter responsabilidade para implantar um projeto de gestão profissional. Nosso sucesso está vinculado ao futebol profissional”, emendou Scola, que no início da reunião do Conselho Deliberativo estava rodeado de ex-presidentes papos. “Temos a obrigação de fazer
20
O Caxiense
um grande Gauchão. Temos uma base de equipe e brigaremos pela ponta da classificação geral para garantir uma vaga na Copa do Brasil.” O orçamento 2011 não deve ultrapassar os R$ 7 milhões, estima o presidente. Cerca de 70% desse valor será “consumido” pelo futebol. “O futebol é a nossa base de recuperação e, nesse momento, precisamos pensar o Ju no futuro”, disse o presidente. Questionado sobre a diferença entre o Milton que assumiu o clube em janeiro de 2010 e o que ficará no cargo em 2011, ele não hesita em responder: “Foi um ano de experiência, mesmo que tenha sido dolorida. Talvez tenha aprendido mais assim do que se tivesse sido de outra maneira”.
30 de outubro a 5 de novembro de 2010
pode ocorrer – ou não – depois do feriadão de finados”, despistou. No Jaconi, a equipe da Brunoro Sport (fundada em 2001) atuará com três pessoas: César Giacomelli (atendimento), Alan Edelstein (marketing) e Thiago Scuro (futebol). “Não estamos chegando com cinco Parmalat nas costas, mas com a mesma vontade daquela vez, porque o Juventude não merece estar onde está”, afirmou o empresário, em tom de otimismo.
Troca de comando
Com a reeleição de Scola, houve uma troca no comando do futebol: saiu Juarez Ártico e entrou Raimundo Demore – este que já trabalhou com Scola em 1999. No dia 28, após a coletiva com Brunoro, o presidente papo anunciou que, além do vice Demore, o setor será composto pelo atual vice administrativo e financeiro, Luiz Carlos Ghiotti (diretor administrativo), pelo atual vice de Scola, Geandro Turcati (diretor de futebol com foco na base), Juarez Marcarini (mantido como diretor profissional), Túlio Cunha Lima (gerente de futebol) e Renato Tomasini (supervisor). Nos próximos meses, Thiago Scuro, da Brunoro Sport Business, trabalhará com o grupo.
A semifinal está aí O Caxias só depende dele mesmo para garantir uma vaga na semifinal da Copa Enio Costamilan. No dia 28 o time de Julinho Camargo voltou de Sapucaia do Sul com um empate sem gols com o Sapucaiense. O jogo de volta será no Centenário, no dia 2, às 16h. A decisão será em casa pelo fato de o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) suspender temporariamente a interdição imposta após julgamento do caso da confusão registrada ao término do CA-JU disputado no dia 29 de agosto, pela Série C. O recurso ainda será julgado no Pleno do STJD nos próximos dias – o departamento jurídico grená tenta reduzir a pena (multa de R$ 500, interdição e perda de dois mandos de campo na Série C de 2011) ou, pelo menos, agilizar a inspeção da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Somente após esse procedimento o Centenário poderá ser liberado.
O empate com o Sapucaiense não é considerado um mau resultado. Pelo menos o Caxias não perdeu. Agora, resta se impôr (como vem fazendo naturalmente na Copinha) no Centenário. Pela frente o técnico Julinho terá Porto Alegre (do treinador Luiz Antônio Zaluar) ou Cerâmica (treinado por Leocir Dall’Astra. No jogo de ida, o Porto Alegre perdeu em casa para o Cerâmica, por 3 a 2. Na fase classificatória (primeiro e segundo turnos), o Caxias bateu o Cerâmica por 3 a 2, em Gravataí, e por 2 a 0, no Centenário. Até terça, Julinho espera contar com os zagueiros Neto e Tiago Saletti, que sequer viajaram com o grupo para Sapucaia. Eles tratam de lesões. Nos outros confrontos, o Inter B leva vantagem sobre o Guarany de Camaquã – venceu por 3 a 1 e agora joga em casa. O Pelotas empatou em 2 a 2 com o Novo Hamburgo, em Pelotas.
Promoção Torcedor grená: se sobraram algumas “onças” na carteira neste final de mês, aproveite a promoção da Espaço Grená, loja oficial do Caxias, ao lado
do Centenário. Todo o estoque será comercializado com descontos de até 50%. Uma boa oportunidade para renovar o fardamento.
Manto
No dia 24 de outubro o Movimento Cenáculo de Maria realizou o tradicional almoço anual da entidade, no salão da Igreja Santa Rita de Cássia, no bairro Floresta. Durante o tradicional rifão, um brinde chamou a atenção de parte dos cerca de 300 presentes na
confraternização: uma camisa do Caxias. O departamento de marketing grená doou uma peça para estimular o aumento da arrecadação do evento – o dinheiro será revertido para ações sociais. O sorteado com o manto grená foi Roberto Debaco.
Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.
Guia de Esportes
TÊNIS l Copa RS de Tênis | Sábado a terça (2), a partir das 9h | Cerca de 145 tenistas mostram suas habilidades em quatro dias seguidos de jogos. Serão disputadas aproximadamente 160 partidas, em confrontos de duplas e individuais, entre os naipes masculinos e femininos. Esta é a 64ª edição de uma das copas interclubes mais importantes do Estado, que ocorre anualmente nas quadras da sede campestre do Recreio da Juventude. Os jogos decisivos serão na terça-feira, com premiação do 1º ao 3º lugar de cada categoria e dos três clubes que mais pontuarem. Recreio da Juventude Entrada gratuita | Atílio Andreazza, 3.525, Sagrada Família
BASQUETE l Caxias do Sul Basquete x Uruguaiana | Sábado, 19h | A equipe caxiense busca sua terceira vitória no Campeonato Gaúcho. Após derrotar os times de Estância Velha e Pelotas nas primeiras rodadas, o desafio deste final de semana é bater o Uruguaiana, jogando em casa. Será um confronto inédito. “Não conhecemos o ritmo de jogo do Uruguaiana, mas vamos jogar com determinação”, conta o treinador Rodrigo Barbosa. Ginásio de esportes do Clube Juvenil R$ 5 | Marquês do Herval, 197, Madureira
FUTEBOL DE MESA l 11° Torneio Proclamação da República | Sábado, das 9h às 20h | Os botões de acrílico voltam a deslizar neste final de semana. O campeonato reúne 20 entusiastas do futebol de mesa – além de Caxias do Sul, terá participantes vindos de outras oito cidades. Ao todo, 40 jogos serão disputados. O torneio será dividido em quatro chaves, com cinco competidores cada. Os quatro primeiros avançam para as fases eliminatórias até restarem apenas dois que disputam a final. Os quatro primeiros colocados ganham troféus. O evento é organizado pelo Associação de Futebol de Mesa de Caxias do Sul. Sede da AFM Caxias Entrada gratuita | José Soares Oliveira, 2.557, Pio X
FUTEBOL l Campeonato Municipal Infantil | Sábado, 14h30 e 16h30 | Os campos do Estádio Municipal recebem a 4ª rodada neste final de
guiadeesportes@ocaxiense.com.br Rodrigo Fatturi, Divulgação/O Caxiense
por José Eduardo Coutelle
semana. Os meninos do Projeto CAE estiveram com fome de bola no último jogo: aplicaram 10 a 1 no Galópolis Ativa. Embalados por esse resultado, neste sábado eles enfrentam a garotada do Grêmio Murialdo, que vem de derrota. Sábado, 14h30: Sagrada Família x G.E. Conceição (Municipal 1), Galópolis Ativa x Águia Negra (Municipal 2) | 16h30: Projeto CAE x Grêmio Murialdo (Municipal 1) Campo Municipal 1 e 2 Entrada gratuita | Av. Circular Pedro Mocelin, s/n°, Cinquentenário l Futebol Sete Série B | Sábado, 15h e 16h | Apenas seis equipes continuam em busca do título na 4ª fase do campeonato. Os jogos da rodada são vitais para Keko e Romamar, que perderam na estreia. Neste sábado elas tentam a reabilitação e a busca dos primeiros pontos diante de Luna e Eaton, respectivamente. Enquanto isso, Jost e Sulbras folgam até a semana seguinte. Sábado, 15h: Eaton x Romamar | 16h: Luna ALG x Keko Sesi Entrada gratuita | Cyro de Lavra Pinto, s/nº, Fátima l Caxias x Sapucaiense | Terça, 16h | A equipe grená define seu futuro na Copa Enio Costamilan nesta terça-feira, diante do Sapucaiense. O jogo vale vaga para a semifinal do campeonato. No primeiro confronto entre as equipes, que ocorreu na casa do adversário – no Estádio Arthur Mesquita Dias, em Sapucaia do Sul, na última quintafeira (28) –, o time treinado por Julinho Camargo não conseguiu marcar, e o jogo terminou em 0 a 0. Na tarde desta terça-feira, uma vitória simples classifica o Caxias, e novo empate sem gols leva a decisão para os pênaltis. Na partida de ida o time grená jogou com Matheus; Alisson, Caçapa, Marcelo Oliveira e Edu Silva; Marcos Rogério, Itaqui, Edenílson e Rodrigo Paulista (Sato); Balthazar (Renan) e Aloísio (Adriano). O Sapucaiense veio com Rodrigo; Rudi, Cirilo, Luis Henrique e Maurício; Douglas, Edilson, Gian e Ícaro (Felipinho); Tiago Matos e Anderson Catatau. A campanha do Caxias na competição é vitoriosa. Na primeira fase, classificou-se como líder da chave 2, e nas oitavas de final venceu o Bagé pelo placar acumulado de 4 a 2. O Sapucaiense encontrou maiores dificuldades pelo caminho. Na fase de grupos, foi terceiro colocado, e na sequência derrotou o Guarany de Bagé no acumulado dos jogos por 5 a 3. Estádio Centenário R$ 10 (normal) e R$ 5 (para estudantes e pessoas acima de 60 anos) | Thomas Beltrão de Queiroz, 898, Marechal Floriano
www.ocaxiense.com.br
Caxias decide terça-feira (2) a vaga à semifinal da Copa Enio Costamilan, no Centenário 30 de outubro a 5 de novembro de 2010
O Caxiense
21
Caxias do Sul, 30 de outubro a 5 de novembro de 2010
Ve铆culos
Im贸veis
Renato Henrichs renato.henrichs@ocaxiense.com.br
Com conclusão prevista para março do ano que vem, a ampliação do terminal de passageiros do Aeroporto Regional será a primeira obra do governo do Estado a ser inaugurada em Caxias pelo governador Tarso Genro – apesar de ter sido tocada pela gestão de Yeda Crusius. O novo terminal terá mais 400 metros quadrados, sala de embarque maior e desembarque com o dobro do tamanho, inclusive com esteira de bagagens ampliada. Terá cobertura para os passageiros na entrada e será totalmente climatizado.
Prefeito José Ivo Sartori, ao pedir esta semana que os médicos da rede pública voltem ao trabalho para continuar as negociações.
Transporte executivo
A reserva de mercado dos nove taxistas que atuam no aeroporto tem os dias contados. Terminado o contrato com a empresa que explorou durante três meses o transporte executivo no local, com reclamações de profissionais do setor, o Departamento Aeroportuário do Estado abriu licitação para regulamentar o serviço.
Visão de cada um
Governo unido
A eleição presidencial e a vinda de José Serra a Caxias ajudaram a agrupar e mostrar a unidade dos partidos que estão com José Ivo Sartori no governo do município. Houve exceções individuais, em função de decisões partidárias – como é o caso do secretário Paulo Dahmer, do PSB –, mas sem prejuízos a essa constatação.
Coringa
O ex-vereador Vitor Hugo Gomes (PT), homem de Tarso Genro na cidade, não ficará apenas nessa condição. Ele está sendo visto como um coringa do governador eleito na formação do grupo que comandará o Estado nos próximos quatro anos. O problema será Vitor deixar temporariamente a bem-sucedida carreira de advogado.
Ao vivo e a cores
Passado o período eleitoral, as sessões da TV Câmara voltarão a ser transmitidas ao vivo (pelo canal 16 do cabo) a partir da sessão de quarta-feira próxima, 3 de novembro. A retomada desse trabalho, que se mostrou útil para a comunidade caxiense e para o nível dos debates no Legislativo municipal, só não acontecerá no dia 2 porque é feriado e, portanto, não haverá sessão.
Não foi uma tarefa fácil para a imprensa local obter declarações de dom Paulo Moretto e de dom Alessandro a respeito da eleição presidencial. De acordo com o Papa Bento XVI, depois de voltar a condenar o aborto, os bispos brasileiros deveriam orientar politicamente os fiéis da Igreja Católica nesse sentido.
Não é lugar
Grupo de estudantes ligados ao DCE pretendia transformar a sessão solene em homenagem aos 50 anos do curso de História da UCS, realizada quinta-feira (28) pela Câmara, em palanque de discussão sobre o aumento das anuidades na instituição. A habilidade do vereador Elói Frizzo (PSB), proponente da homenagem, evitou a distorção. Por sinal, chamou a atenção o número mínimo de professores do curso presentes à sessão que, afinal, ressaltava o trabalho desenvolvido por eles ao longo de cinco décadas.
Ganhou pontos
Secretária Abgail
A única surpresa foi a pasta escolhida (Turismo), quando as especulações davam conta de que ela assumiria a futura Secretaria da Mulher. Mas o anúncio da presença de Abgail Pereira (PC do B) no secretariado de Tarso Genro (PT) foi bem
recebido. Por enquanto, ela é a representante maior de Caxias do Sul no novo secretariado estadual. Mulher de um milhão e 500 mil votos, Abgail cacifa-se para ser um nome forte na corrida eleitoral de 2012 à prefeitura.
Sem covardia
Pedetistas de diversos níveis trocaram e-mail, cartas, recados e até insultos esta semana. Mote de todas as conversas, ácidas ou não: a política não aceita mais os covardes.
Muitas vezes o candidato pode perder a eleição, mas, em função de posições claras, acaba por conquistar mais respeito e consideração de seus correligionários.
Direito
Paulo Brossard, Roberto Sbravatti e Percival Puggina são alguns dos palestrantes do 10º Congresso de Direito da Universidade de Caxias do Sul, que será realizado de quartafeira (4) a sábado. As inscrições
antecipadas custam R$ 40 e podem ser feitas no D.A. de Direito ou na sala 31 da Galeria Universitária. O evento, que ocupará o UCS Teatro e o Bloco J, assinala os 50 anos do curso.
Não é comum um político eleito voltar às bases para reafirmar compromissos. Por isso, a atitude da senadora eleita Ana Amélia Lemos (PP) foi tão festejada na Câmara de Vereadores e na Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC), onde esteve esta semana justamente para garantir que estará à disposição da comunidade caxiense no Senado Federal.
Segundo turno
Para não deixar dúvidas e ao contrário de outras lideranças pedetistas na contramão de partidos que estão com Sartori, o chefe de gabinete Édson Néspolo (PDT) tomou parte na organização do comício de Serra. Ficou o tempo todo no palco, ao lado do prefeito, que também assumiu a candidatura tucana sem qualquer receio. Aliás, é unânime entre os peemedebistas caxienses a certeza de que, se José Fogaça tivesse se posicionado a favor de Serra desde o início, a campanha eleitoral para o Palácio Piratini só terminaria neste domingo. André T. Susin/O Caxiense
O secretário Antonio Feldmann, da Cultura, viu com bom humor as desavenças sobre a estimativa de público no comício de José Serra, terça-feira (26) à noite, no pórtico dos Pavilhões da Festa da Uva: “Os mais otimistas calcularam 10 mil pessoas; os realistas, seis mil. A Brigada Militar estimou em três mil, os institutos de pesquisas em 500 e os petistas disseram que nem teve comício.”
Orientação
Não se pode confundir particularidades com o interesse coletivo
André T. Susin/O Caxiense
Primeira obra
Posição clara
Maria Helena Sartori falou em nome das mulheres no comício de José Serra em Caxias do Sul, na terça-feira (26). Na sexta, ela foi surpreendida ao chegar em casa e encontrar um ramalhete de flores com um cartão, parabenizando-a pela coragem e firmeza na defesa da candidatura de José Serra a presidente. Aliás, Maria Helena adotou a candidatura Serra desde o primeiro turno. Teve posição clara desde o início do processo eleitoral. Ganhou pontos com isso.
www.ocaxiense.com.br
30 de outubro a 5 de novembro de 2010
O Caxiense
23