CARRO NOVO
Os lançamentos do Salão do Automóvel que logo estarão rodando em Caxias |S6 |D7 |S8 |T9 |Q10 |Q11 |S12
Caxias do Sul, novembro de 2010 | Ano I, Edição 49 | R$ 2,50
POLÍTICA E POLÊMICA
NA ESCOLA
Trabalhos de alunos expostos no dia da votação em um colégio da cidade – e retirados pela Justiça Eleitoral – provocam uma reflexão sobre como as crianças estão aprendendo a lidar com a democracia
Renato Henrichs: quem pagou as campanhas dos políticos caxienses | Roberto Hunoff: Florescer ensina a conseguir 99,8% de aprovação escolar | Esquecidos na estação: a vida nas ruínas da RFFSA
Índice
www.OCAXIENSE.com.br
A Semana | 3
Fotos: André T. Susin/O Caxiense
As notícias que foram destaque no site
Roberto Hunoff | 4
As notáveis lições do projeto Florescer, da Randon
Rescaldo eleitoral | 5
O PT tenta atrair o PDT, o PC do B tem novas ambições e o PMDB busca resolver sua crise de identidade
O Caxiense é a mídia de vanguarda em Caxias. Faz jornalismo de qualidade, com imparcialidade e usando os recursos com sabedoria! Parabéns! Peterson Danda
Política na escola | 6
Trabalhos polêmicos de alunos abrem um novo debate: como a democracia está sendo vista por crianças e adolescentes?
@rafaelalgures Parabéns ao @ocaxiense pelo ótimo trabalho desde o 1º turno das eleições. Imparcial, informativo e inventivo. Jornalismo em todos os níveis. #eleiçõesaovivo
Patrimônio ferroviário | 10
Zeladores do abandono, moradores da área da RFFSA aguardam a definição de um rumo
@felipestoker @ocaxiense Parabéns pela cobertura! Se todas as mídias impressas se empenhassem assim, a cidade cresceria bem mais! #eleiçõesaovivo
Salão do Automóvel | 12
A chegada dos chineses e os modelos que logo estarão rodando por aqui
San Pelegrino | 14
@thesunrises Sério mesmo! Parabéns para @ocaxiense. Sempre afinados e comprometidos com os leitores. #eleiçõesaovivo
Uma semana acelerada encerra a demorada obra do novo shopping
Artes | 16
Laura lírica e Carolina circense
Guia de Cultura | 18
@joaodorlan @ocaxiense Parabéns pela cobertura magnífica e completa nas eleições do 2º turno. Profissionalismo e inovação. #eleiçõesaovivo
Guia de Esportes | 20
@Menegolla Parabéns para o @ocaxiense na eleição! Prova de profissionalismo e inovação! #eleiçõesaovivo
Velhas lembranças do Woodstock caxiense no cinema e memórias da obra de Eva Schul na dança Basquete para todos os gostos e habilidades na UCS
@Kely_Melo Como já era de se esperar, @ocaxiense fazendo uma cobertura impecável do 2º turno das eleições. #eleiçõesaovivo
Dupla CA-JU | 21
O suspense de Voges e Julinho paira sobre o Centenário
Renato Henrichs | 23
@FelipeBavaresco @ocaxiense com dados relevantíssimos sobre Caxias nas eleições, parabéns! Dá até orgulho de ser assinante #eleiçõesaovivo
Quanto e de quem os candidatos locais arrecadaram para suas campanhas
@FilipeGraal @ocaxiense A galera trabalha muitooooo! Parabéns pela cobertura das eleições! #eleiçõesaovivo
Expediente
Redação: André Tiago Susin, Camila Cardoso Boff, Cíntia Hecher, Fabiano Provin, Felipe Boff (editor), José Eduardo Coutelle, Luciana Lain, Marcelo Aramis (editor assistente), Paula Sperb (editora), Renato Henrichs, Roberto Hunoff, Robin Siteneski e Valquíria Vita Comercial: Pita Loss e Cláudia Pahl Circulação/Assinaturas: Tatyany Rodrigues de Oliveira Administrativo: Luiz Antônio Boff Impressão: Correio do Povo
Assine
Para assinar, acesse www.ocaxiense.com.br/assinaturas, ligue 3027-5538 (de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h30 às 18h) ou mande um e-mail para assine@ocaxiense.com.br. Trimestral: R$ 30 | Semestral: R$ 60 | Anual: 2x de R$ 60 ou 1x de R$ 120 Jornal O Caxiense Ltda. Rua Os 18 do Forte, 422, sala 1 | Lourdes | Caxias do Sul | 95020-471 Fone 3027-5538 | E-mail ocaxiense@ocaxiense.com.br www.ocaxiense.com.br
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O Caxiense
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@Clariiiiissa Mais uma vez, o jornal @ocaxiense está de parabéns pela cobertura! Grandes debates de pessoas que apoiam Serra e Dilma! #eleiçõesaovivo @_Smk93_ @ocaxiense Muito obrigado pela rápida informação! Parabéns novamente pelo jornalismo de qualidade! #eleiçõesaovivo @_JuVieira Que maravilha essa capa do @ocaxiense! Mais uma vez, como sempre. o/ #edição48
@fran_becher @ocaxiense Bela capa. Parabéns, mais uma vez. #edição48
Capa | Ilustração de Luciana Lain.
Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.
editado por Paula Sperb
A Semana
SEGUNDA | 1° de novembro
QUARTA | 3 de novembro
Finados
Eleições do DCE
150 mil pessoas visitam cemitérios
Cerca de 150 mil pessoas compareceram entre o último sábado (30) e a terça-feira (2) nos cemitérios Municipal I e Municipal II. Ao todo, o Municipal I mantém 4 mil lotes e 7,3 mil gavetas. A direção do cemitério estima que cerca de 100 mil mortos estejam enterrados. No Municipal II, chamado de Rosário, existem 1,6 mil gavetas, sendo que 694 estão ocupadas.
TERÇA | 2 de novembro Basquete
Três chapas concorrem Três chapas concorrem ao Diretório Central de Estudantes (DCE) da Universidade de Caxias do Sul (UCS). A votação será nos dias 16, 17 e 18, quando serão apurados os votos da Cidade Universitária (campus central) e de 9 campi e núcleos da região. Os 31 cargos do DCE são compostos de maneira proporcional: as chapas indicam representantes de acorco com a votação recebida. As chapas são 1 - Movimentação, 2 DCE por Você e 3 - É hora de avançar.
QUINTA | 4 de novembro
Caxias perde invencibilidade Censo 2010 População de Caxias é de no Gaúcho pelo menos 427 mil O feriado não foi muito agradável para o Caxias do Sul Basquete. Na disputa pela liderança do Campeonato Gaúcho, perdeu para a Pepsi/Sogipa por 65 a 54.
O Diário Oficial da União publicou os primeiros dados da coleta do Censo 2010, que mostram que a população caxiense é de 427.664. Entretanto, segundo o chefe da
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agência de Caxias do Sul do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Rubens Benato, este número já está defasado e a parcial se aproxima de 430 mil. O IBGE em Caxias estima que cerca de 1,5 mil domicílios ainda não foram recenseados.
Greve dos médicos
Cremers desiste de intermediar negociação Frustrado com a falta de diálogo, o Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul (Cremers) se retirou da negociação entre a prefeitura e o Sindicato dos Médicos de Caxias do Sul, que sustenta uma greve dos profissionais do SUS há mais de dois meses. Após reunião com representantes da prefeitura nesta quarta (3), o Sindicato não aceitou a proposta da criação de uma comissão. Com o fracasso, o Conselho se retirou das negociações.
Cidade
Alceu Barbosa Velho é prefeito até 14 de novembro O prefeito José Ivo Sartori está
paula.sperb@ocaxiense.com.br em Israel, para uma visita técnica. O vice, Alceu Barbosa Velho, permanecerá como prefeito até o dia 14 de novembro.
Direito
Congresso Nacional ocorre na UCS O X Congresso Nacional de Direito está sendo realizado na UCS até sábado. Na abertura do evento, quinta-feira (4), Juarez Freitas e Luciano Timm falaram respectivamente sobre o novo papel do jurista e os dilemas da profissão no século 21.
SEXTA | 5 de novembro Cultura
Maria Rita Kehl palestra em Caxias A psicóloga e jornalista Maria Rita Kehl palestrou na UCS nesta sextafeira (5). Maria Rita era colunista do jornal O Estado de São Paulo, de onde foi demitida no início deste mês por ter escrito sobre a desqualificação dos votos dos pobres um dia antes das eleições de 3 de outubro.
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O Caxiense
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Roberto Hunoff roberto.hunoff@ocaxiense.com.br
Homenagem
A rede de postos de combustível Ditrento foi homenageada em sessão ordinária pela Câmara Municipal de Caxias do Sul. A empresa, dirigida por Neco Argenta, completa 25 anos de atuação em 2010. A rede é pioneira na região na instalação dos estabelecimentos com o selo Cidadão Capaz, adaptados para receber colaboradores e clientes com necessidades especiais. Atualmente emprega mais de 700 pessoas em 40 postos espalhados por diversas cidades da região.
O Florescer, um dos programas de responsabilidade social do Instituto Elisabetha Randon Pró Educação e Cultura, mantido pelas Empresas Randon, registrou índices de aprovação escolar de 99,8% entre seus educandos. O desempenho é superior à média nacional em 2010, que é de 83,8%. Os concluintes do Florescer, jovens de 15 e 16 anos, que passam à etapa de formação básica do Programa Qualificar têm 94% de ingresso
Curva ascendente
no mercado de trabalho em relação à média nacional de 62,5%, conforme dados do IBGE. O programa completa nove anos de atividades com incremento de 60 vagas nos núcleos das Empresas Randon, em Caxias do Sul, onde são atendidas 400 crianças e adolescentes de seis a 14 anos, selecionadas dentro do critério de vulnerabilidade social. Somando as franquias o atendimento se estende a 1.009 educandos no Brasil.
Liderança regional
A Tondo S/A construirá novo moinho na unidade de Forqueta, que elevará em 40% a sua capacidade total de moagem de trigo. O investimento de R$ 20 milhões a tornará, a partir do segundo semestre de 2011, na maior empresa do segmento em capacidade instalada no Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Neste valor também está incluída a ampliação em 50% da capacidade de produção de pacotes de farinhas para uso doméstico. Nos últimos 12 meses, a Tondo investiu R$ 40 milhões, dos quais R$ 15 milhões em nova fábrica para biscoitos, que funcionará a partir de janeiro próximo. O faturamento da empresa para este ano deverá superar os R$ 200 milhões.
Expansão externa
Pelo segundo ano consecutivo, a Keko Acessórios usou o Sema Show, maior evento das Américas especializado em peças, som e acessórios automotivos, para apresentar suas novidades ao mercado mundial. A feira, que se encerrou na sexta-feira, 5, em Las Vegas, nos Estados Unidos, serviu para apresentação da linha de protetores frontais K3, produzida em plástico ABS 100% reciclável e com design exclusivo alinhado às
A Agrale consolidou a marca de 35 mil chassis de miniônibus fornecidos à Volare, unidade de negócios da Marcopolo. Os chassis têm como diferencial permitir maior espaço útil no salão e, consequentemente, transportar até quatro passageiros a mais em relação aos demais modelos concorrentes comercializados no mercado brasileiro.
O Caxiense
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tendências mundiais do segmento. A participação também objetivou prospectar clientes e parceiros na América Central, Caribe e Estados Unidos. A receita da Keko, em 2010, deverá ser de R$ 82 milhões, em alta de 25%, dos quais 15% provenientes de exportações. Com ações como esta realizada nos Estados Unidos a meta para o ano que vem é de elevar a participação das vendas externas na receita para 23%.
Mais verbas
O Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) receberá R$ 3,3 milhões do Governo do Estado para ser usado ao longo do ano que vem para incentivar o setor vitivinícola gaúcho. Além Júlio Soares, Divulgação/O Caxiense
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Licença ampliada
As trabalhadoras de três empresas do segmento metal-mecânico de Caxias do Sul já são beneficiadas pela adoção da licença-maternidade de 180 dias. Nautos, Keko Acessórios e TDI Cromo aderiram ao programa Empresa Cidadã, criado por legislação federal, que prevê abatimento nos impostos àquelas empresas que prorrogarem por mais dois meses o período de licença-maternidade de suas funcionárias.
Congresso
Marco
A passagem dos 60 anos de fundação da Intral foi registrada nesta semana durante a reuniãoalmoço da CIC de Caxias do Sul. Nascida Sociedade Eletroluz, ganhou a atual denominação em outubro de 1967, quando se tornou sociedade anônima. O diretor-presidente Edson D’Arrigo recebeu homenagem do presidente da entidade empresarial Milton Corlatti.
A Hidro Filtros do Brasil, de Caxias do Sul, desenvolveu o Acqua Star Economy, mais recente produto no mercado de purificadores. O Economy vem com processo de tripla filtragem e reduz o cloro e substâncias indesejáveis da água. Ele pode resultar na economia de até 200 galões de água por ano, pois elimina as trocas dos vasilhames plásticos.
Magrão Scalco, Divulgação/O Caxiense
A Fras-le acumula até setembro receita líquida de R$ 377 milhões, em alta de 21% sobre igual período do ano passado. O valor bruto superou a casa dos R$ 515 milhões. O lucro líquido do período foi de R$ 39,3 milhões, com crescimento de 42%. Destaques para a elevação dos negócios fechados no Exterior, quer por exportações, quer por resultados das controladas localizadas nos Estados Unidos, China e Argentina. As receitas externas totalizaram US$ 94,2 milhões, representando avanço de 43,6% e participação de 44% no valor líquido total.
Sexagenária
Água mais pura
Exemplo a ser seguido
dos pontos usuais de aplicação da verba, a entidade também pretende investir em informatização e capacitação de profissionais e coordenação e administração de metas.
Curtas
A reunião-almoço de segundafeira da CIC será alusiva aos 45 anos da Câmara dos Dirigentes Lojistas. O palestrante é o frei Jaime Bettega, que falará sobre o tema Líder servidor.
O consultor Rodrigo Cardoso conduz neste sábado, 6, o treinamento denominado Day Mastery – Programação Neurolinguística/PNL e Coaching. O evento ocorrerá das 9h às 18h30 no escritório Branco & Mieli Advogados, em Caxias do Sul. Em parceria com a XP Investimentos, a Microempa realiza palestra gratuita sobre o tema Como administrar suas finanças pessoais. Será na terça-feira, 9, às 19h30, na sede da entidade empresarial.
de palestras de 2010 do projeto Prazer em Conhecer. O palestrante comportamental e motivacional, José Luis Montejano, abordará o tema Sou empreendedor. Agora sei empreender?, a partir das 19h30, na CIC. O presidente da Associação Médica de Caxias do Sul, João Cavalheiro, participa até quinta-feira, 11, nos Estados Unidos, do ACR, um dos maiores congressos mundiais de reumatologia. No evento são debatidos os últimos avanços nessa área.
O Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul programou para terça-feira, 9, coletiva de imprensa. Nela fará a apresentação dos empresários que serão agraciados A Microempa realiza quarta- com o Mérito Metalúrgico Gigia Banfeira, 10, a última atividade do ciclo dera 2010.
O XVI Congresso Nacional do Mercado Imobiliário está programado para o período de 14 a 17 de novembro em Gramado. O evento visa a disseminar conhecimentos e compartilhar experiências, além de novas práticas e tecnologias que venham a contribuir para o aperfeiçoamento do setor. A iniciativa do congresso é do Sindicato da Habitação do Rio Grande do Sul e da Associação Gaúcha de Empresas Imobiliárias.
Avanço tecnológico Para marcar seus 40 anos de fundação, a Tecnitubo investe em um centro tecnológico próprio. Por meio dele a indústria de móveis corporativos e para escritório pretende desenvolver projetos com eficácia, utilizando softwares adequados e pessoal treinado para atuar em ambiente exclusivo para criação e inovação. Segundo o presidente da empresa, Rudimar Grillo, o investimento torna a Tecnitubo mais competitiva. Além de fornecer produtos que atendam às normas da ABNT de segurança e ergonomia, os engenheiros podem integrar novas matérias-primas no desenvolvimento dos móveis.
Congraçamento
A Microempa programou para este domingo (7) a realização do Dia do Associado, evento que marca os seus 26 anos de atuação. Na Escola da Natureza haverá atividades sociais e esportivas para o congraçamento dos associados. Também serão apresentados os integrantes da nova diretoria e do conselho fiscal. A eleição ocorreu na noite de sexta-feira (5).
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Fotos: André T. Susin/O Caxiense
Ecos das urnas
RESSACA
O PMDB de Sartori, que subiu unido no palanque de Serra, avalia até criar uma nova legenda. O PT de Pepe Vargas tenta atrair o PDT para o governo estadual
ELEITORAL O
por ROBIN SITENESKI robin.siteneski@ocaxiense.com.br
s santinhos foram varridos das ruas, as lágrimas secaram e a euforia da vitória passou. Depois da eleição, é hora de cicatrizar as feridas e avaliar as estratégias, vitoriosas ou não. A opinião de 259.681 eleitores caxienses – deduzidos os 50.654, ou 16.32%, que simplesmente não compareceram às urnas – esboça planos para a disputa municipal de 2012 e revela incoerências partidárias, negadas ou ignoradas em período eleitoral em prol do trabalho pelos candidatos, que clamam por ser debatidas. O PT ganhou força no Estado e no país com a eleição de Tarso Genro e Dilma Rousseff. Em Caxias, no entanto, José Serra chegou a ampliar a vantagem sobre Dilma no segundo turno. O tucano passou de 46,76% para 60,61%, enquanto a ex-ministra fez pouco mais que manter a votação, oscilando de 36,82% para 39,39%. “É absolutamente natural. Tivemos a participação efetiva do prefeito e uma migração dos votos da Marina para o Serra. Caxias é uma cidade conservadora que tem dificuldades de entender os movimentos solidários”, avalia o presidente local do PT, Alfredo Tatto. O petista completa alfinetando o PSDB: “Foi uma vitória de mentira. Não elegeram governador, deputados, nem senador. Simplesmente tiveram a maioria dos votos para presidente.” Nem todos os caxienses que ajudaram, com 121.882 votos, a eleger Tarso Genro no primeiro turno deram seu aval ao PT no segundo. Dilma, que teve o apoio de 96.010 eleitores em Caxias, também não foi a mais votada pelos gaúchos: recebeu 49,06% dos votos, contra 50,94% de Serra. O presidente estadual do PT, Raul Pont, lembra po-
lêmicas da campanha para explicar por que o Estado não escolheu o mesmo projeto político-partidário para o Rio Grande e para o Brasil. “A vitória do Serra não foi tanto uma negação do voto ao Tarso, foi fruto de uma campanha difamatória. Não tivemos força para reordenar esse voto marcado pelo preconceito em um Estado que é laico”, opina, citando a controvérsia sobre o aborto. Os tucanos, obviamente, têm uma visão diferente, minimizando a derrota no Rio Grande. “O Tarso conseguiu se descolar do PT, como Lula fez em 2002. As pessoas votaram nele, o que não significa que sejam votos do PT”, diz Ademir Piccoli, presidente da comissão provisória do PSDB caxiense. O PC do B comemora o aumento da participação do partido. Passou de 13 para 15 deputados federais e manteve um estadual. Os comunistas são unânimes em apontar a maior razão para o crescimento do partido: chamase Manuela d’Ávila. O presidente estadual da sigla, Adalberto Frasson, também cita a modernização do PC do B e a política de alianças – rejeitada por outros partidos de esquerda, como o PSOL – como fatores importantes. O resultado das urnas anima a legenda para o pleito de 2012. “O partido se credenciou para dar passos maiores nas eleições municipais. Projetou novas lideranças e mostrou sua cara para o Estado.” Um nome que se gabarita a disputar a sucessão de Sartori é Abgail Pereira. A próxima secretária de Turismo do Estado foi candidata ao Senado e recebeu 1.551.151 votos, chegando em quarto lugar. Além da pasta que ela irá comandar, Abgail revela que o PC do B deve ocupar uma autarquia. Por ora, ao menos, a comunista se recusa
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Depois das eleições, partidos lustram seus troféus ou tentam colar seus cacos, já pensando em 2012 a discutir uma possível candidatura à prefeitura em 2012. Convidado a participar do governo petista no Estado, o PDT volta a se debater com suas divergências internas. O partido faz parte da coligação que elegeu Dilma, mas, em Caxias, subiu, ainda que timidamente, no palanque de José Serra. “Tenho a impressão de que pelo menos 80% do partido na cidade estavam com Serra. Como presidente, não fui ouvido sobre a aliança com o PT, e me achei no direito de apoiar o candidato que considero melhor”, afirma o comandante da legenda em Caxias, Luiz Carlos Muniz. O pedetista critica parte de seu partido diante do assédio petista: “Eles estão loucos para se jogar no colo do Tarso para conseguir empregos”. Para Muniz, a ferida do primeiro turno ainda está aberta. “Eles que cuidem do PDT de Porto Alegre que nós cuidamos daqui. No primeiro turno, colocaram em risco a eleição de um deputado estadual (ele se refere à autorização dada pelo comando estadual para que Vinicius Ribeiro concorresse com Alceu Barbosa Velho). Não existe mais líder capaz de dizer como o partido deve ser conduzido. Brizola não iria gostar do que está acontecendo.” Se depender de Muniz, Alceu não terminará o mandato de deputado. “Claro que temos a pretensão de concorrer à prefeitura em 2012, e certamente o nome mais forte hoje é o de Alceu.” O presidente estadual do PDT também se diz contra a entrada no governo Tarso. “Seria se aproveitar de um espaço político que a população não nos concedeu. Mas tudo depende do partido”, diz Romildo Bolzan Jr., lembrando que foi contra a aliança com o PMDB no Estado. Segundo Bolzan, o PDT irá consultar as coordenadorias do partido e dará uma resposta no dia 21.
As divergências dentro do PMDB são ainda maiores. Apesar de o vice-presidente eleito, Michel Temer, ser do partido, a sigla em Caxias não apoia a aliança com o PT. A presidente do PMDB na cidade, Geni Peteffi, quer mudanças até a metade do próximo ano. “O partido saiu com sequelas e problemas, mas mostramos que em Caxias o PMDB é unido. Muita coisa precisa mudar para alinhar o partido nacionalmente, ou é melhor formar um partido novo, o que a militância já começou a demandar.” Geni prefere não comentar o cenário de 2012. “Ainda estamos de ressaca do primeiro e do segundo turno.” Políticos tucanos reconhecem a importância do apoio do PMDB para que Serra aumentasse a diferença em relação a Dilma em Caxias e para a virada no Estado – no primeiro turno, Dilma venceu no Rio Grande, com 46,95%. Para o PSDB caxiense, a hora é de tentar unir os correligionários, segundo Francisco Spiandorello. “Agora o partido tem que verificar como proceder, temos que unir e segmentar as bases do PSDB, que tem a vantagem de ter um projeto nacional.” Presidente da comissão provisória, Piccoli defende que o PSDB realize eleições para criar um comando permanente. A certidão da Justiça Eleitoral que instaurou a comissão termina no dia 31. Piccoli acredita que se o partido tivesse defendido mais suas ideias o resultado das urnas poderia ter sido diferente. “Deveríamos ter exposto melhor as realizações do governo FHC”, avalia. Antes de discutir as eleições de 2012, o tucano pretende reestruturar a sigla em Caxias. “Está na hora de passar a régua nas divergências e começar uma nova caminhada, respeitando acordos.” E não haverá momento melhor do que este para curar a ressaca.
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Lições da democracia
AS CRIANÇAS
TOMAM
PARTIDO
Bombardeados por informação e opinião dos pais, do colégio e dos meios de comunicação, estudantes expressaram suas posições nesta eleição – algumas vezes, de forma agressiva
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O Caxiense
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O chefe de cartório Edson Borowski retirou trabalhos considerados impróprios no dia da votação do segundo turno: “Não podia ter nenhuma ofensa”
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por CAMILA BOFF camila.boff@ocaxiense.com.br e VALQUÍRIA VITA valquiria.vita@ocaxiense.com.br mbaixo da estátua de São João Batista de La Salle rodeado de crianças, símbolo mais conhecido da fachada do colégio La Salle Carmo, foi colocada uma faixa: Aqui se desenvolve consciência crítica. A alguns metros dali, ficaram expostos durante um mês cartazes de alunos desenvolvendo o que a escola considerou um exercício desse lema. Os candidatos à presidência Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) foram os protagonistas de centenas de trabalhos, alguns com cenas que incitavam violência e deboche, colocadas no papel, sob supervisão dos professores, por alunos da 8ª série e do ensino médio, que têm entre 13 e 17 anos – a ilustração da página anterior, assim como a da capa do jornal, não é de estudantes; ambas foram feitas por O Caxiense para representar o teor das manifestações das crianças e adolescentes. Em um dos desenhos dos alunos, uma menina chora. Enquanto com uma mão ela segura um pirulito, com a outra ela aponta para uma fogueira. Entre as chamas há o número 13. Ao lado do fogo há uma árvore, com o
número 45. Outro desenho mostra os dois candidatos sobre uma árvore. A candidata do PT está com uma serra nas mãos e corta o galho onde está o candidato do PSDB. Trocadilhos com a palavra serra aparecem em outros trabalhos: Por que Lula não tem chifre? Porque José Serra, diz um cartaz, que, com recortes de revistas, mostra o candidato tucano serrando a cabeça de Lula. Frases de impacto, como Dilma ladra mas não morde ou Dilma na mira de Serra, com o candidato tucano segurando um fuzil, também estavam no mural. Em outro desenho, um eleitor encara um cartaz escrito Vote Tiririca, ao lado de outro: Vote mendigo da Júlio. Dentre os trabalhos, um malicia uma fala de Serra no horário eleitoral e outro apresenta uma imagem impactante. Feito em cartolina preta, passa a seguinte mensagem em letras grandes: Seu voto pode salvar vidas. Diga não ao aborto. É uma alusão a uma das polêmicas de campanha, que acusava Dilma de ser favorável a essa prática. O chefe de cartório da 169ª Zona Eleitoral de Caxias do Sul, Edson Borowski, foi ao Carmo pessoalmente, no domingo (31), ao ser comunicado de que as paredes do colégio exibiam cartazes polêmicos, principalmente
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por ser uma seção eleitoral. Naquele geu. Ele explica que os trabalhos foram dia, Borowski retirou 17 trabalhos das desenvolvidos em diferentes discipliparedes e murais. “Foi a primeira vez nas, fazendo parte da programação das que chegou esse tipo de denúncia para atividades do trimestre, que pretendia nós. E foi a única vez que eu vi uma desenvolver a consciência crítica dos manifestação absurda assim, dessa alunos, tal qual diz a faixa pendurada forma tão virulenta. Nenhum dos tra- na fachada. “Era para estudar a melhor balhos dizia que a democracia é boa”, escolha de cada pessoa e desenvolver a observa. conscientização de liberdade de cada Segundo Borowski, o La Salle Car- um para escolher um representante. mo desrespeitou a Foi trabalhado qual o orientação dada aos melhor candidato para locais de votação, que representar e quais “Foi a única proíbe que no dia da qualidades ele deveria eleição seja divulgada vez que eu vi ter”, afirma o superviqualquer manifestação manifestação sor educativo. política. “Além de ser tão virulenta. A atividade tinha ofensivo, o trabalho sentido positivo, conNenhum trabalho forme Sebastião, “não tinha o número 13 e o número 45, e isso é for- dizia que a pensando em denegrir ma de divulgação que democracia a imagem de ninguém, não é legal. Não podia é boa”, diz mas tratando o aspecter nenhuma ofensa e to positivo dessa disBorowski nenhuma informação puta”. “O objetivo era que levasse o eleitor a ver o que eles estavam ter informação sobre o pensando”, explica o voto”, esclarece. supervisor, que não se espantou com o A escola não considera os trabalhos resultado de alguns trabalhos: “Às veofensivos, muito menos uma forma de zes, a pessoa está pensando, mas não propaganda. “Essa foi uma avaliação da expressa”. Justiça Eleitoral”, diz o supervisor eduSebastião diz que a atividade foi cativo e professor do Carmo, Sebastião apartidária: “não era para discutir canCarlos Velho, que em 2008 concorreu didatos nem partidos, nem falar de a vereador pelo PMDB, mas não se ele- Dilma ou de Serra”. A orientação dada 6 a 12 de novembro de 2010
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André T. Susin/O Caxiense
Sebastião, supervisor do La Salle Carmo, quis ser fotografado ao lado da faixa. “O objetivo era ver o que eles estavam pensando”, explica pelos professores, de acordo com ele, ela ter sido guerrilheira foi deturpada foi livre: “Não foi o colégio que fez, foi pela falta de contextualização. O fato o aluno. Era a opinião de quem fez, não de ela ter lutado contra a ditadura foi da escola. A escola não estava fazendo positivo, mas nesse caso foi tratado propaganda para quem negativamente. Isso quer que seja, era só a gera um clima de luta expressão da liberdade “A escola não do bem contra o mal”, do aluno. Dentro da estava fazendo analisa. No entanto, liberdade de cada um, afirma que propaganda para Elisabeth se quis expressar o que toda forma de censura é eles sentiam, não indu- quem quer que negativa e que os jovens zir”, defende Sebastião, seja, era só a precisam de liberdade destacando que não se expressão da para se expressar. “Papode esquecer, no caso rece reacionário, mas é liberdade do do cartaz sobre o aborliberdade de expressão to, que trata-se de um aluno”, afirma e precisa ser estimulacolégio católico. “So- Sebastião da”, pondera. “É parte mos uma escola que do comportamento do trata da valorização da adolescente ser do convida. Não é para o cartaz chocar, mas tra, ele precisa ser agressivo ou rebelde sim para orientar o aluno.” para marcar seu território”, afirma EliA intenção das obras, conforme o sabeth. irmão lassalista Valter Zanatto, foi deA psicóloga e psicopedagoga Masenvolver a consciência política dos es- risete Tânia Rossi contesta, além da tudantes. Entretanto, no dia da eleição, agressividade dos trabalhos, a sua falta ele admitiu à reportagem do jornal O de conteúdo. “Foi a crítica pela crítica. Caxiense que a direção deveria ter fei- A ideia que passou é que não teve refleto uma seleção. “Talvez tenha faltado xão, parece que foi uma catarse”, avalia. fazer uma peneira, como se diz no dito Tratar política com crianças e pré-adopopular”, afirmou o religioso. lescentes, segundo ela, deve ir muito além de partidos políticos. “Com esses A psicóloga e psicanalista Eli- trabalhos ficou aquilo de ‘eu sou 13’ ou sabeth Mazeron Machado, mestre em ‘eu sou 45’ e a gente está se matando”, Sociologia, surpreende-se com o con- afirma. teúdo dos trabalhos, já que considera A visão radical de política, como a os jovens alienados a assuntos políticos demonstrada em alguns trabalhos, de nessa fase da vida. Para ela, a tendência acordo com a psicóloga, vem da socieé que a atitude seja uma reprodução do dade, da família, da televisão, da interdiscurso dos pais. “Houve algum tipo net, mas isso não exime pais e educade estímulo, porque os jovens, e a so- dores de “diluírem o assunto” para as ciedade em geral, estão muito despoli- crianças e de explicar a importância tizados”, avalia. “A campanha contra a do dever político, ou seja, ultrapassar Dilma foi muito pesada, a questão de o embate entre partidos.
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Na opinião de Marisete, casos como o do La Salle Carmo apenas reforçam a agressividade, e o fato de os professores terem autorizado os trabalhos com aquele conteúdo é comparável, segundo ela, a uma prova cheia de erros de português devolvida a um aluno sem que ele receba a correção. “Que tipo de jovem estamos formando para o futuro? Esses vão ser os nossos eleitores, são as pessoas que vamos conviver no futuro. Mas o que é a democracia? É aceitar as diferenças. Poderia ter sido pensado: ‘a situação está ruim, então, o que eu, como cidadão, posso fazer para melhorar? O que eu vou fazer de diferente quando for votar?’. Preocupame essa questão da dificuldade de lidar com o que não se gosta e ter que agredir”, ressalta.
pais apoiam é o certo, não têm muito discernimento quando são crianças. Eles pensam por base no que a gente diz para eles”. O que dizem os colegas também influencia muito, como conta a mãe de um menino de 10 anos: “Ele vinha para casa da escola com bastante opinião, sempre falava muito mal do PT. Os colegas falaram para ele que a Dilma participou de um sequestro, e isso deixou ele muito impressionado”. Diante disso, ela resolveu ter uma conversa com o filho, explicando que todos os partidos, assim como todos os candidatos, têm pontos bons e ruins. Hoje, entretanto, a exposição das crianças à informação vai muito além do que elas ouvem dos pais ou na escola. “O meu filho dizia que ‘ia votar’ na Dilma. Mas daí começou a ouvir Conforme a psicóloga Mari- umas coisas no programa do Serra na sete, muitas vezes os pais não se dão TV, que ele gostava de assistir, e pasconta do tamanho de suas responsa- sou a dizer que ela não era boa”, conta bilidades. E os precona mãe de um menino ceitos políticos são tão de seis anos. Uma fortemente absorvidos professora do 4º ano pelos filhos quanto ou- “É parte do participou do seguintras discriminações. “Por comportamento te diálogo antes das exemplo: um pai racista do adolescente eleições: “Profe, tu faz com que o filho tamsabia que a Dilma já ser do contra, bém não goste de negros matou gente? Que ela e saia por aí repetindo ele precisa foi assassina?”, disse piadinhas. Tem tudo a ser agressivo um aluno. “Onde tu ver com os valores que os para marcar viu isso?”, perguntou pais passam, que os proela. “E ela tinha uma seu território”, fessores passam, depengangue. Tá na interde com quem essa crian- analisa Elisabeth net, profe”, completou ça convive.” Uma mãe de um colega. três filhos – de oito, 10 e 11 anos – reconhece a influência da Quando a influência parte da família no pensamento das crianças: escola, órgãos coordenadores assu“eles acham que o candidato que os mem a função de orientar, sem no en-
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tanto definir o que cada instituição irá têm a preferência por um candidato já abordar. Avani Negri, coordenadora definida, então teve alguma discussão, administrativa das Comissões de Pre- mas sem ânimos alterados”, conta a venção de Acidentes e Violência Es- professora de Sociologia Ângela Macolar (Cipaves) e assessora de grêmios ciel. Os trabalhos ficaram expostos até estudantis e círculos de pais e mestres a sexta-feira que precedeu a eleição. da Secretaria Municipal de Educação Como o colégio é local de votação, a (Smed), acredita que hoje a abordagem própria professora recolheu os cartazes da política nas escolas deixou de ser das paredes. um temor. Ela explica que a orientaNeste ano, a Escola Municipal de ção da Smed é que as escolas tratem os Ensino Fundamental Professora Ester anos eleitorais como anos letivos iguais Benvenutti teve sua própria eleição. aos outros, sem alterações nos conte- Em outubro, a época da votação coinúdos programáticos. cidiu com o estudo da “A noção de cidadania civilização grega para a partir do ensino deve “O que é a os alunos da 5ª série. permear todas as ações democracia? A professora de Históda escola, em uma ria Aracéli Kleemann É aceitar as abordagem interdiscie a estagiária Vanessa diferenças. plinar”, destaca. Francescato percePara Avani, um des- Preocupa-me a beram que poderiam ses momentos é a uti- dificuldade de aproximar os conceitos lização de urnas elede democracia, pólis e lidar com o que trônicas nas eleições povo da realidade das de grêmios estudantis, não se gosta”, crianças do bairro Fátiem uma parceria com a alerta Marisete ma. A proposta era que Justiça Eleitoral. “É claos alunos formassem ro que dá mais trabachapas e constituíssem lho, inclusive porque os mesários são candidaturas baseadas em plataformas alunos. Mas é uma maneira de apro- de campanha. ximar os jovens do processo eleitoral O aspecto lúdico de crianças de 10 a sem envolver a política partidária”, 12 anos não foi deixado de lado. Surexplica. A coordenadora cita também giram candidatos como o Polvo, já o projeto Vereador Por Um Dia, em que Lula Molusco seria uma analogia que alunos exercem atividades parla- muito forte ao atual presidente, a carimentares na Câmara de Caxias do Sul, catura do cantor Justin Bieber, que só sugerindo projetos que podem virar lei tinha propostas em benefício próprio, por meio dos vereadores, como forma e muitas referências ao palhaço recorde despertar o interesse e conscientizar dista de votos Tiririca. “Eles têm um os pequenos sobre a importância da olhar de brincadeira sobre a política, política. porque é assim que o assunto chega Conforme a coordenadora da 4ª para eles. Teve um candidato na turma Coordenadoria Regional de Educa- que prometia demais e eles riam, porção (CRE), Marta Fattori, a proposta que sabiam que não poderia cumprir”, pedagógica e os planos de estudo são afirma a professora Aracéli. elaborados independentemente por Em meio a santinhos, slogans e jincada escola. O que a CRE faz é indicar gles de campanha, as professoras aleras habilidades e competências a serem taram os alunos. “Queríamos que eles desenvolvidas, elencando assuntos tivessem a preocupação de analisar cotidianos e refletindo sobre proces- as propostas, apesar de as estratégias sos democráticos, voto livre e escolha de campanha chamarem muito mais consciente. “Talvez os jovens terem as- atenção”, afirma Vanessa. Os estudansistido alguma coisa na mídia pode ter tes apresentaram ideias que denunciasido o motivo de eles externarem po- vam a realidade que os rodeia. Surgiu sições mais radicais nos cartazes”, opi- um candidato que queria combater o na Marta sobre o episódio do La Salle crack, um Albert Einstein que ia lutar Carmo. “É bom que pela educação e oueles possam externar tro político mirim que as opiniões. Cabe ao “Eles têm prometia diminuir o professor coordenar os um olhar de preço do aluguel. trabalhos para o bem”, brincadeira Uma das tarefas a seconsidera a coordenarem cumpridas era assobre a dora. sistir e analisar os horápolítica, mas rios eleitorais gratuitos Alunos do Colé- porque é assim durante uma semana. gio Estadual Henrique que o assunto William da Costa HoffEmílio Meyer também mann, 12 anos, foi um utilizaram cartazes chega para eles”, dos poucos que não repara demonstrar o que diz Aracéli clamaram, já que esse é pensam sobre política. um hábito da família. Os painéis foram o reAo preparar as propossultado de um trabalho de Sociologia, tas de sua chapa, William uniu demoque abordou o tema de maneira infor- craticamente suas demandas com os mativa. A atividade partiu da análise colegas, entre elas a reforma na escola, de um texto sobre voto consciente e do uma Bolsa Celular e a distribuição de acompanhamento do horário eleitoral cestas básicas. Daqui a quatro anos, gratuito. As turmas de primeiro ano do William poderá votar. E ele já sabe o ensino médio foram divididas em gru- que quer. “Quando eu for eleitor, quepos para explicar nos trabalhos quais ro olhar bem cada candidato para ver os partidos com maior representação, quem vai ser melhor para o Brasil. E os recordistas de votação, a história também quero votar pela minha pródos principais partidos e curiosidades pria cabeça, ninguém vai me influenda eleição. “Alguns alunos já votam ou ciar”, garante o pequeno.
Na Ester Benvenutti (acima e ao centro), alunos viraram candidatos. No Emílio (abaixo), trabalhos pesquisaram o processo democrático 6 a 12 de novembro de 2010
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Rastros do trem
A Casa do Administrador – que, na verdade, era ocupada pelo Mestre de Linha – hoje é compartilhada por duas famílias
ESTAÇÃO ABANDONO Moradores das casas da antiga Rede Ferroviária Federal, sem poder reformá-las, convivem com a incerteza sobre o futuro do patrimônio
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por CÍNTIA HECHER cintia.hecher@ocaxiense.com.br ara conhecer um pouco mais da história da Estação Férrea caxiense e daquela área, tombada pelo Patrimônio desde 2001, desvie o olhar para além do prédio da Secretaria Municipal de Cultura. Atravesse os trilhos e encare uma construção que acompanha os 100 anos de história ferroviária em Caxias. Ela é conhecida como Casa do Administrador, mas, de acordo com assessor técnico e jurídico da Secretaria Municipal de Planejamento (Seplan), Paulo Roberto Viegas, o termo é incorreto. Segundo ele, o administrador morava em cima da própria estação, onde hoje hoje funciona a Secretaria de Cultura. Na chamada Casa do Administrador, quem vivia era a família do mestre de linha, o funcionário responsável pela fiscalização da linha ferroviária até a divisa com Farroupilha. “Em uma empresa, a graduação dele seria equivalente à de um gerente”, define Viegas. Nos arredores moravam outros funcionários da ferrovia. O pai de Viegas era um deles. O ex-vereador João Viegas teria sido o último chefe de estação, de acordo com o diretor da Secretaria de Cultura, João Tonus. O hoje asses-
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sor da Seplan cresceu na casa construída pelo pai, uma das que ainda existem na Rua Dr. Augusto Pestana, e só saiu de lá 20 anos depois. Foi um espectador do dia a dia da estação e, desde que consegue lembrar, a ferrovia teve o mesmo Mestre de Linha. Quando Paulo Viegas conheceu a Casa do Administrador, achou-a grande e confortável. A família do mestre de linha tinha 10 cômodos à disposição – além dos quartos, uma sala de estar, um banheiro e uma cozinha. Outra recordação de Viegas é o pátio, que a esposa do mestre cuidava com apreço. Tinha um gramado bem aparado, um jardim frondoso e árvores frutíferas que Viegas escalava para roubar peras. Hoje a visão é diferente. Em vez de árvores, há um mato espesso. A Casa do Administrador não pode ser reformada, como faz lembrar a placa na sua fachada: RFFSA Patrimônio 6205009. A sigla se refere à Rede Ferroviária Federal S.A.. Um portão retorcido, abatido por um galho de árvore que caiu durante uma tempestade, é o que restou da entrada. Em volta, uma cerca arruinada e incompleta já não protege a construção. O passar dos anos foi inclemente com a residência. Mas não foi só o
tempo que desgastou o prédio, que ainda aguarda uma resolução do governo federal sobre o repasse do patrimônio ao Município – o que poderia transformá-lo em ponto de visitação da história caxiense. Atualmente, duas famílias tomam conta da Casa do Administrador. Há dois anos, por influência do pai, Angela Ferreira mora lá com um casal de filhos. A casa oferece tantos cômodos, é tão grande e é tão bom morar lá que Angela fecha os olhos para as desvantagens de habitar uma construção centenária, erguida pelos operários da Viação Férrea. Algumas das poucas interferências que ela fez foi trocar vidros danificados e mexer no telhado, quando a árvore caiu sobre a casa e o portão. Angela conta que morou lá “várias vezes”. Em 1995, para estudar, poupando o dinheiro que seria gasto em aluguel. Foi embora depois de uns quatro ou cinco anos, mas voltou em 2008. A primeira estadia deu-se por conta do morador anterior: Vidal Ferreira Xavier, seu pai. Hoje com 67 anos, Vidal morou na Casa do Administrador com a família por três anos enquanto era funcionário da Viação Férrea, trabalhando como eletricista. Naquela época os passa-
geiros já tinham ido embora. O movimento consistia somente no transporte de cargas. E estava quase encerrado. “Foi acabando aos poucos, não foi de veneta”, relata Vidal. A mulher e os quatro filhos de Vidal ficavam em casa enquanto ele se deslocava para diversas cidades, como Jaboticaba, município de 4 mil habitantes na região Norte do Estado, em nome da ferrovia. “Trabalhador de rede ferroviária era que nem cigano, ia aonde precisava.” Em 1994, foi transferido para Vacaria, onde se aposentou. Da Casa do Administrador, só tem boas lembranças. “Morar lá é um paraíso, um oásis no meio da confusão toda.” A segunda família que mora na velha casa é a de Helenice Teixeira de Melo, que não se vê no Éden. Há seis anos, mudou-se para lá com o marido, Ivan Roberto de Melo, e três filhos. Sobrinho de Vidal, Ivan aceitou viver lá para fugir do aluguel. Trabalha em uma empresa de equipamentos de gastronomia e ganha pouco mais que R$ 600. Helenice ajuda na renda fazendo faxina. Mas, somando o que ganha, diante dos gastos com duas adolescentes e um menino de seis anos, o casal afirma que não tem condições de sair de lá. O fato de não poder modificar
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nada da residência foi explicado por que, como diz Vidal, o trâmite judicial fiscais da prefeitura assim que Heleni- parece estar parado. “O processo de ce se mudou. E, segundo ela, a regra é desocupação está na estaca zero”, conrespeitada. Só lamenta os vidros que firma. faltam nas grandes janelas. “É ruim no Enquanto isso, a vizinhança parece inverno por causa das crianças, mas aí distante do paraíso descrito por Vidal. a gente fecha com tampos de madeira”, Pelo menos segundo Matias Ruffato conforma-se. A filha mais velha, de 16 – o “homem que sabe tudo sobre a esanos, não esconde o descontentamento tação”, diz Tonus. Funcionário da precom o que sobrou da Casa do Admi- feitura há 24 anos, Ruffato é o responnistrador: “gosto só porque é Centro, sável pela manutenção da Secretaria de mas é muito antigo, e de noite é escuro Cultura. Criou-se nas redondezas, e demais”. hoje vê uma situação muito diferente. Ainda restam a pintura original nas Por um lado, houve melhoras. A paredes e as tábuas do chão, de brilho revitalização de prédios próximos, na intenso. Helenice encera o assoalho área do Moinho da Estação, trouxe para mantê-lo bonito, na mão mesmo, maior movimento ao lugar e tornou-o sem enceradeira. Nos fundos da casa, novamente transitável. A área da rede a carcaça queimada de uma Marajó ferroviária ainda se resguarda disso: acentua a decadência do cenário. “Era quatro portões dão acesso ao trecho um carro que meu cunhado queria dos trilhos, mas somente um é aberto vender, era bonito. Um dia a gente che- ao público (e apenas nos dias de feira gou em casa e tinham tacado fogo nele. na rua), ao lado do estacionamento da A gente não sabe quem foi.” Secretaria da Cultura. Porém, a somHelenice diz que ela e o marido fa- bra do tráfico de drogas e do roubo zem o que podem para manter o espa- paira sobre o lugar. Há muitas queixas ço, aparando o gramado, arrancando sobre moradores envolvidos com a criervas daninhas. Mas, com as mãos na minalidade: pequenos furtos e pontos cintura, observando a de tráfico de drogas. altura da vegetação ao Um senhor que vive redor, suspira: “Como “Morar lá nas proximidades e grama cresce depressa, é um paraíso, trabalha com restauro né?”. de móveis reclama da um oásis no Do lado de dentro, o “Já peguei meio da confusão insegurança. clima não é dos melhoum morador daqui lá res. Helenice e Angela toda”, lembra em casa, duas vezes, divergem sobre quem Vidal, saudoso tentando roubar mitem mais direitos sobre de seus tempos nhas madeiras. Tenho a Casa do Administradois bichos deste tamade funcionário dor. “Ela botou na canho que deixam qualbeça que é a dona da da Viação Férrea quer um entrar, mas casa”, critica Helenice. não deixam ninguém Angela, que estava em sair”, relata, agradecenVacaria, tem postura passiva, e preferiu do aos cachorros. não comentar a disputa. Para os moradores terem acesso às De qualquer modo, ambas sabem suas casas, há um espaço aberto em que a permanência não é vitalícia, e frente à Faculdade da Serra Gaúcha que terão que sair caso o patrimônio (FSG), nas primeiras construções – seja repassado ao Município. Cada consideradas “barra pesada” por Ruffauma, porém, resigna-se à sua maneira. to. O outro acesso, entre o antigo paviHelenice torce para que não seja tão lhão de cargas e a Secretaria,é mantido cedo, pois ela e o marido ainda tentam sempre fechado (exceto quando há alse reerguer financeiramente para ter gum evento na rua). No outro extremo condições de pagar aluguel. Angela ga- da área pública, há um pequeno portão rante que “não vai sair na boa”. Adiante que permite a entrada a partir da Rua que cobrará da prefeitura, ou de quem Feijó Júnior, bem ao lado dos galpões quer que venha a assumir o patrimô- abandonados. De acordo com Rufatnio, uma indenização pelos anos em to, o portão é repetidamente trancado, que a família tomou conta do lugar, “mas eles abrem”. Helenice conta que desde a época de seu pai. “Não podem esse portão está sempre aberto. me tirar. Espero que me deem um bom lugar para morar.” Rufatto aguarda ansiosamente o Helenice também pensa em pedir dia em que tudo se torne posse da preindenização ou realocação. Reza para feitura, para que o lugar possa ser revique, na hora da mudança, a prefeitura talizado e sirva à sociedade. No lugar ajude a família a ir para outro lugar. das casas ocupadas, sonha com uma O antigo morador Vidal concorda. Biblioteca Pública Municipal definitiva “Creio que tenho direito de morar ali, e ampla. Mas sabe que, por enquanto, se quisesse voltar. Deixei minha famí- não há nada de concreto, somente eslia cuidando quando saí. Se vão fazer tudos e projetos. outra coisa na casa, devem combinar Em meio à ação do tempo e à imalguma coisa, uma outra casa para eles possibilidade de reformas, o conjunto morarem.” No entanto, para ele, esse é tombado por sua importância cultural assunto para um futuro distante. “Uma e histórica se desgasta à espera de uma hora parece que vão começar a fazer definição. Exceto pelo prédio da Secrealgo, mas só fica na conversa.” taria de Cultura, cedido ao Município, sua conservação depende exclusivaDe acordo com João Tonus, mente do interesse de seus moradores há um processo para retirar as pesso- e da habilidade deles para contornas as as alojadas naquele terreno público. limitações legais e financeiras. “Pode Como o pedido não foi feito pela Se- dizer pra eles que, enquanto a gente cretaria de Cultura, ele não tem mais estiver aqui, vai ser bem cuidado”, proinformações a respeito. Sabe apenas mete Helenice.
Helenice, com o filho: “Enquanto a gente estiver aqui, vai ser bem cuidado” 6 a 12 de novembro de 2010
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Novidades automotivas
NÃO É SÓ PARA
OLHAR
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Chery
por ROBERTO HUNOFF roberto.hunoff@ocaxiense.com.br
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Kia
Salão Internacional do Automóvel, Div./O Caxiense
A montadora coreana destacou o Soul flex, desenvolvido especificamente para o mercado brasileiro. A nova versão chega às revendas em dezembro, com o mesmo preço do modelo movido a gasolina: R$ 52,9 mil. Também prepara o desembarque ainda neste ano da nova Sportage, do Cadenza, do Cerato Hatch e do Cerato Koup. Em fevereiro chega o Optima.
Toyota
A linha 2011 do utilitário esportivo RAV 4, versão 4x2, com vendas a partir de novembro, foi o único lançamento da montadora japonesa. Até agora só havia a versão 4x4. Também expôs seus conceitos elétricos, que atendem ao apelo por tecnologias limpas e renováveis, como o FT-EV, equipado com baterias de íon de lítio, e o Fine-S, movido a célula de hidrogênio, além do híbrido Prius Plug-In, que pode vir a ser vendido por aqui.
Ford
Os primeiros Fusion híbridos começam a chegar às concessionárias em novembro com preço a partir de R$ 133,9 mil. A montadora garante que o modelo consome 20% menos combustível que um compacto. Outra novidade é o Edge 2011, cheio de equipamentos tecnológicos e com preço reduzido de R$ 122 mil.
Subaru
A partir da segunda quinzena de novembro a montadora japonesa inicia a comercialização de mais dois modelos: o compacto Impreza XV e o sedã esportivo WRX/ STI. O primeiro custará de R$ 70 mil a R$ 75 mil, de acordo com a transmissão. O sedã ficará na casa de R$ 215 mil a R$ 220 mil, também em função da transmissão.
Fiat
Salão Internacional do Automóvel, Div./O Caxiense
Brasil já é o quarto maior mercado consumidor de veículos do mundo, atrás apenas da China, dos Estados Unidos e do Japão. De 2005 a 2009, a expansão foi de 85%, passando de 1,6 milhões para 3 milhões. Em 2010, até outubro, de acordo com dados da Federação Nacional dos Distribuidores de Veículos Automotores, as vendas locais atingiram mais de 2,6 milhões entre automóveis e veículos comerciais leves. A expectativa é de alcançar 3,3 milhões de unidades. E o futuro mostra forte potencial para a continuidade deste quadro. Aliado ao aumento de renda da população e à expansão do crédito, há o forte desejo do brasileiro em adquirir seu veículo. Pesquisa elaborada pela consultoria GfK apurou que 13 milhões de brasileiros têm planos de comprar carro zero quilômetro nos próximos seis meses. Mais: 10 milhões de pessoas pensam em adquirir o primeiro automóvel e, desse universo, 59% são das classes C e D. Pelos dados do Departamento Nacional de Trânsito, a frota de automóveis e comerciais leves, até agosto deste ano, superava a casa de 42,1 milhões de unidades. Se considerarmos a população estimada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, de 193 milhões de habitantes, tem-se um veículo para cada 4,5 brasileiros. O Rio Grande do Sul participa com 5,1 milhões, e Caxias do Sul tem 176,7 mil automóveis e veículos comerciais leves. No Estado, a relação é de 2,16 veículos por habitante e, na cidade, de 2,32. Com todos esses ingredientes, não surpreende o sucesso do Salão Internacional do Automóvel, que se encerra neste domingo (7), em São Paulo. A organização espera 600 mil visitantes, dos quais 280 mil turistas e, dentre eles, 47 mil estrangeiros. Há 42 montadoras expondo suas novidades – algumas, verdadeiras raridades, com valores superando facilmente a marca de R$ 2 milhões. Parte delas já tem produção nacional, mas muitas, em especial chinesas, usam a feira realizada no Parque do Anhembi para sentir o mercado e trazer seus veículos para cá. O Salão Internacional do Automóvel é um dos mais representativos eventos mundiais do setor. São mais de 450 veículos em exposição, desde aqueles voltados ao grande mercado até aqueles únicos, destinados a um consumidor de altíssimo padrão e disposto a despender verdadeiras fortunas. É o caso de um modelo Koenigsegg CCXR E100 Platinuss Special, que custa R$ 6 milhões. Há também modelos Ferrari, Jaguar, Porsche, Audi, Land Rover e outras marcas de importados, sempre com valores na faixa dos R$ 300 mil para cima. Para o grande público, é a oportunidade de ver, conhecer e sentar-se nessas máquinas. Mas o Salão também é feito por veículos que atenderão aos anseios daqueles 13 milhões que desejam investir na compra de um veículo até abril do próximo ano. Esses carros, em sua maioria, são produzidos no Brasil, mas marcas chinesas começam a se movimentar para concorrer no segmento. Nestas páginas, O Caxiense mostra parte desses veículos, que logo poderão ser encontrados em Caxias do Sul.
A montadora anunciou que produzirá no Brasil o primeiro carro flex de origem chinesa com motor 1.5. Enquanto o flex não chega, ela investe nos modelos importados que já estão prontos para ganhar as ruas por aqui: QQ, S18, S18D e Fulwin 2 nas versões hatch e sedã. A grande novidade é o QQ (foto), que chega em março de 2011 ao preço de R$ 22,9 mil, para competir com Fiat Uno.
O Mio, carro-conceito desenvolvido pelo time de engenheiros da Fiat de Betim (MG), com a ajuda de internautas do mundo inteiro, é a grande atração do estande da fabricante. A montadora italiana também fez o pré-lançamento do Bravo (foto), novo modelo com produção nacional que deverá substituir o Stilo. Volkswagen, Div./O Caxiense
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Além das máquinas exuberantes, o Salão Internacional do Automóvel antecipa os lançamentos que logo estarão nas ruas – de Caxias, inclusive
Volkswagen
A montadora alemã aposta na introdução de tecnologias que reduzem consumo de combustível e de emissões de poluentes para elevar suas vendas. Depois do Gol EcoMotion, que diminui consumo de combustível e emissões em 10%, e do Polo BlueMotion, dotado de suspensão rebaixada e direção eletrohidráulica – com índice de redução elevado para 15% –, no ano que vem chegam o Fox 1.6 BlueMotion e o Gol 1.0 BlueMotion Technology, com
diminuições respectivas de 8% e 10%. Também aposta em modelos recém-lançados internacionalmente, que chegam ao Brasil a partir do primeiro semestre do ano que vem: Novo Jetta, a versão híbrida do utilitário esportivo Touareg e a sétima geração do Passat. A versão cabine simples da picape Amarok (foto), mostrada pela primeira vez como protótipo em Hannover, há dois meses, também estará no Brasil a partir do ano que vem.
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Chrysler
Em processo de desmembramento de suas operações da Mercedes-Benz, após sua venda para a Fiat, em novembro de 2009, a Chrysler investe no modelo Journey, que passa a ser comercializado nas versões SE e R/T. Uma das principais novidades é a nova configuração da versão SE com cinco lugares e que custará a partir de R$ 82,9 mil. O Grand Cherokee, nas versões Laredo e Limited, começa a ser comercializado em novembro com preços respectivos de R$ 154,9 mil e R$ 174,9 mil. Para o ano que vem a operação brasileira contará com o reforço do Dodge Challenger SRT8 e do Charger.
A partir de novembro as concessionárias da General Motors começam a vender o Camaro 2011, esportivo de luxo que chega por R$ 185 mil. Outro lançamento para este segmento de veículos é o novo Omega, igualmente à venda a partir de novembro, por R$ 128 mil. Além desses dois modelos, a GM apresenta o Malibu versão 2011 e a nova picape Montana, lançada no mês passado.
Nissan
O compacto mundial March, que a montadora japonesa produz em diversas fábricas do mundo, deve chegar ao Brasil no final de 2011. Será o primeiro compacto desenvolvido por uma empresa de origem japonesa a ser vendido no mercado nacional. O carro terá motores 1.0 e 1.6 flex, com parte produzida em São José dos Pinhais (PR) e outra no Japão. O elétrico Leaf só deve desembarcar no Brasil se houver incentivos do governo.
Mahindra
A montadora indiana trouxe para avaliação o modelo Xylo, lançado na Índia no início de 2009. A partir do salão definirá quais características do veículo mais se adaptam ao mercado nacional. As novidades concretas são a linha 2011 dos utilitários SUV (foto) e da picape cabine dupla. Ambos ganharam duplo airbag e sistema de freio equipado com ABS.
Peugeot
Mitsubishi
O sedã Lancer (foto) marcará o retorno da montadora ao mercado de veículos de passeio e chegará antes importado do Japão, assim como o crossover ASX, que já será lançado nas próximas semanas com preço a partir de R$ 82 mil. Antes dos dois, no primeiro semestre de 2011, a Pajero Dakar começará a ser produzida na fábrica brasileira, em Catalão (GO). Outra novidade ainda depende de possíveis descontos tributários: o elétrico i-Miev.
Nos próximos oito meses o portfólio da montadora francesa no Brasil ganhará três novos modelos, todos em segmentos diferentes. O primeiro, disponível a partir de 15 de novembro, será o crossover 3008 movido a gasolina. Até março virá o sedã 408, o primeiro da marca no Brasil com o novo motor 1.6 THP Turbo, desenvolvido em parceria com a BMW. Por fim, o cupê esportivo RCZ.
A partir de 2012 a montadora japonesa produzirá, no Brasil, o modelo Jimny. Até lá o jipe compacto 4x4 virá importado ao preço inicial de R$ 54.990. Ele é definido como um minicarro para uso em dias úteis e um off-road para estradas severas nos fins de semana. A empresa ainda apresenta duas novidades: o Gran Vitara 4x2, com preço a partir de R$ 75.990, e o SX4, nas versões 4x2 e 4x4, desenvolvido em parceria com a grife Mormaii, com objetivo de aliar a marca ao esporte e à qualidade de vida. O carro é 52 milímetros mais alto, tem pneus maiores e se aplica a uso misto.
Hyundai
Honda
Sem lançamentos para o Brasil, a montadora japonesa mostra um protótipo elétrico que pode tornar-se a base para um novo modelo compacto urbano: o EV-N (foto). Com capacidade para quatro passageiros, o conceito tem motorização 100% elétrica, equipado com baterias de íon de lítio, recarregável em tomadas convencionais ou com a energia gerada por meio de painéis solares em seu teto.
Suzuki
Renault, Div./O Caxiense
Honda, Div./O Caxiense
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Sem lançamentos, a montadora francesa investe forte no modelo Aircross, recentemente apresentado ao público brasileiro. Também anunciou o Pallas.com, primeiro veículo do Brasil com navegador de internet a bordo sem restrições, e a inclusão do DVD em série para a Gran C4 Picasso. Para estudo de mercado a montadora expõe um C4 Hatch exclusivamente nas cores branca e preta, que deve ser comercializado a partir de 2011.
Hyundai, Div./O Caxiense
GM
Citroën
Renault
O sedã Fluence (foto), produzido na Argentina, chega ao Brasil em fevereiro próximo. Ao lado dele a montadora francesa conta com o Sandero Stepway Concept, desenvolvido por profissionais brasileiros.
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A montadora coreana, que em 2012 começará a produzir em Anápolis (GO) o recém-lançado ix35, inclui em seu portfólio, a partir da segunda quinzena de novembro, o sedã Sonata (foto), que terá preços variando de R$ 90 mil a R$ 105 mil. No Brasil será vendido com motor 2.4 de 178 cv, que tem novo sistema de admissão de ar, o que proporciona maior potência e mais torque. Com objetivo de reduzir o consumo de combustível, adotou a transmissão automática de seis marchas.
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O parto de um gigante
O tráfego pesado de caminhões durante a construção já alterou a rotina do bairro. A expectativa, agora, é como ficará o trânsito com a afluência dos clientes
HORA DE CORTAR A FITA
e
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por JOSÉ EDUARDO COUTELLE jeduardo.coutelle@ocaxiense.com.br
stá marcado para segunda-feira o fim de uma corrida vagarosa e acelerada. Vagarosa porque esbarrou em uma série de obstáculos, atrasos e sucessivos embargos. Acelerada porque, nos últimos dias, a proximidade da linha de chegada revelou um formigueiro de operários correndo contra o tempo. Assim será inaugurado o San Pelegrino Shopping Mall, às 20h do dia 8 de novembro, diante de convidados, para ser aberto ao público no dia 9, terça-feira. Na última quarta-feira (3), restando apenas cinco dias para que o gigante canteiro de obras de 41.870 m² se transformasse em um reluzente shopping center, a aura de mistério permanecia vigorando. Nenhuma informação sobre o número e a lista completa de lojas a serem inauguradas era liberada pelo superintendente do shopping, Luis Felipe Tavares, ou por sua assessoria de comunicação. Confirmada com antecedência, a
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escalação das lojas âncoras contará com Nacional, Renner, Americanas, Colombo e Luigi Bertolli. O último pavimento abrigará seis salas de cinema (duas em 3D) da rede mexicana Cinépolis, a maior da América Latina e quarta do mundo, mas com abertura programada apenas para março. A pressa para aprontar o shopping a tempo chegava também ao prédio da prefeitura. Até a última quinta-feira (4), somente 24 das mais de 120 lojas e restaurantes previstas haviam recebido alvarás de funcionamento. Uma delas é a primeira filial da Trattoria Pastine, na praça de alimentação. Quarta-feira (3), início da tarde. Acompanhado de uma equipe encarregada de finalizar as obras do restaurante, o proprietário da Pastine, Evandro Comiotto, veste capacete e botas de borracha para se misturar a centenas de operários uniformizados que transitavam no San Pelegrino na quarta-feira (3). Entulhos são levados para fora da obra colossal, e uma incrível variedade de máquinas tripuladas entram e saem
Após uma semana frenética para aprontar as obras, San Pelegrino abre ao público nesta terça-feira
te. Dezenas de trabalhadores cumprem pelo estacionamento. Apesar da grande movimentação, as a etapa final das obras, completando 590 vagas destinadas para motos e au- instalações elétricas, ajustando luminárias, afixando caixas tomóveis estão desocueletrônicos e retocando padas. No elevador de a pintura das paredes. serviço, entretanto, a “Aqui, serão Algumas das 16 escadas disputa por um peque- 36m². O objetivo rolantes já dão seus prino espaço é acirrada. é manter a meiros passos. Em ouTiras finas de compentras, técnicos terminam sado rosa delimitam os qualidade num a instalação dos comescassos metros qua- espaço reduzido. ponentes do motor. De drados de seu interior, No shopping, forma geral, tudo paprotegendo as paredes é preciso ter rece um tanto esbrande eventuais danos quiçado. A luz vinda causados pelo impac- velocidade”, do teto se mistura com to de materiais carre- diz Evandro gados de um andar a a poeira que levanta do outro. Ainda sem luzes chão, e o cheiro de tinta no painel, o elevador conduz Evandro e cola domina o ambiente. ao segundo piso, onde fica a praça de Evandro, enfim, chega a seu restaualimentação. Lá, ele percorre um cor- rante, em uma das esquinas da praça redor escuro, quase um labirinto, com de alimentação. Entra no pequeno esfios no chão guiando o caminho. Nesse tabelecimento, de 7m de lateral e 4,5m espaço exíguo, o trânsito de operários de frente, esgueirando-se entre restos é intenso nos dois sentidos. Alguns de obra. “Até domingo tudo deve esmetros adiante, a luz do sol atravessa o tar pronto. Somente o letreiro com o teto de vidro e clareia todo o ambien- nome deve ser colocado na segunda-
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“Nosso diferencial vai ser o apelo criativo”, ressalta Jordana, que, com a loja pronta, desencaixotaria as mercadorias neste fim de semana. Na segunda-feira, os cinco funcionários estarão a postos para dar início às atividades da Trenteen, fruto de um investimento de aproximadamente R$ 200 mil, incluindo a aquisição do estoque.
fluxo de pessoas no bairro. Os imóveis, naturalmente, já estão ficando mais caros. A longo prazo, porém, a especulação imobiliária será absorvida pela região, diz a professora. “É claro que vai ficar um bairro mais valorizado, da mesma forma como ocorreu com o Iguatemi”, compara. Essas são algumas das questões que preocupam o presidente da Associação Às vésperas da inauguração, o dos Moradores (Amob) do Bairro São shopping já alterava a rotina do bair- Pelegrino, Antíoco Sartor. A associaro que lhe inspira o nome. A conse- ção já demonstrou sua força quando quência mais sentidas nas ruas era o foi contra o projeto da diminuição de movimento de veículos pesados nas 70 centímetros das calçadas da Aveproximidades, chegando com mate- nida Rio Branco para a elaboração da riais ou levando entulhos, que deve terceira via, alteração que não foi conser substituído pela grande afluên- cretizada. “Não admitimos que sejam cia de carros dos consumidores. A tomadas medidas paliativas para viabiprofessora do curso de Economia da lizar o trânsito. Somos contra. Temos Universidade de Caxias do Sul (UCS) um acordo com a prefeitura para que Maria Carolina Gullo acredita que, a nada seja feito antes de um amplo enlongo prazo, até mesmo o perfil dos tendimento”, afirma. Como alternativa, moradores da região deve mudar. “A o líder comunitário sugere a abertura tendência será de um bairro composto das ruas Feijó Júnior e Antônio Pisani por famílias dispostas a conviver numa até a Rio Branco. área movimentada e a pagar mais caro O adiamento de uma atitude da prepelo metro quadrado construído.” Um feitura para depois da inauguração do empreendimento desse porte, lembra shopping não será capaz, entretanto, a economista, traz consigo o cresci- de retardar os efeitos do aumento de mento da circulação trânsito da região. Por de pedestres e veículos enquanto, há intervendesde a manhã até o “Não admitimos ções nas ruas Cremofim da noite, e todos os que sejam na, Teixeira Mendes e dias. de Assis, em tomadas medidas Machado Mas não são só os fase final. Elas recehabitantes de São Pele- paliativas para beram recapeamento grino que sentirão mu- viabilizar o asfáltico e sinalizações danças no cotidiano. O trânsito”, avisa horizontais e verticais. impacto do shopping A grande questão, poAntíoco Sartor, deve afetar o comércio rém, segue estacionada já instalado na região, da Amob do na Rio Branco, via de e para melhor. Con- São Pelegrino saída do Centro para forme Maria Carolina, diversos bairros. Conexiste uma tendência forme o diretor-geral de ambos se complementarem, am- da Secretaria de Trânsito, Transportes pliando a oferta de diferentes serviços. e Mobilidade, Carlos Roberto Noll, só Ela acredita que o comércio de rua terá será tomada uma decisão quando hououtro perfil, beneficiando-se do novo ver consenso com a comunidade. André T. Susin/O Caxiense
feira”, aponta com o dedo, indicando na após o feriado da Proclamação da o local onde brilhará o nome da Trat- República, provavelmente no dia 19 de toria Pastine. Um ponto comercial novembro. como o dele custa entre R$ 80 mil e Mas a espera não o preocupa. Afinal, R$ 90 mil, e o aluguel trata-se de investimento e demais custos giram de médio prazo. Com por volta de R$ 6 mil “É claro que vai promessa de acervo vamensais. Seus vizinhos riado, área interativa ficar um bairro também estão no espara games e setor estágio de finalização: mais valorizado, pecífico para crianças, a Mini Calzone, Pequim da mesma forma Nobel de Caxias custou Express, McDonalds, como ocorreu cerca de R$ 500 mil, que Maxiburguer e Tchê planeja recuperar com o Iguatemi”, Felipe Gaudério – além de nos próximos três anos. dois espaços ainda não diz a economista Além de franquias ocupados. As mesas, Maria Carolina nacionais, o San Peleprotegidas por plásti- Gullo, da UCS grino abrigará, a exemco bolha, já estão insplo da Pastine, filiais de taladas no centro da estabelecimentos recopraça, e faixas amarelas de contenção nhecidos de Caxias. É o caso de Ivonei impedem que se chegue até elas. Pioner, que abrirá a quarta relojoaria e Com uma vida inteira ligada à culi- ótica com seu sobrenome. Dentro do nária, Evandro experimentará pela espírito do empreendimento da Gazit primeira vez o trabalho dentro de um Brasil, administradora do shopping, centro comercial. “Uma coisa é saber Ivonei abrirá uma loja conceito intifazer comida, outra é como funciona tulada Pioner Premium, com joias, rea operação de um restaurante dentro lógios, óculos de grau e de sol. Abrirá do shopping. A convivência e a logís- já nesta segunda. Na quarta-feira, só tica são diferentes. Na matriz, tenho restava limpar o pó e colocar os produ570m². Aqui, serão 36m². O objetivo é tos nos expositores e vitrines. A nova manter a mesma qualidade e operação filial, com sete funcionários, é resultanum espaço reduzido. Tudo tem de ser do de uma pesquisa de mercado realipensado. No shopping, é preciso ter zada com clientes e publico em geral, velocidade”, projeta. Para que todo esse que apontou o bairro de São Pelegrino processo ocorra, 10 funcionários esta- como local mais adequado para o emvam em treinamento na matriz para preendimento. começar o trabalho no San Pelegrino Outra loja do San Pelegrino que nesta segunda. carregará um sobrenome caxiense, ainda que com grafia alterada, é a da Ainda no segundo piso, do outro empresária Jordana Trentin. E será a lado da praça de alimentação, as obras primeira que a jovem irá administrar da Livraria Nobel aguardam os últimos sozinha. Os anos de experiência tradetalhes. As estantes de madeira ainda balhando com a sua mãe, Marli, foram estão vazias, mas a maioria do livros vitais para motivar Jordana a abrir a já se encontra estocada no interior da Trenteen, que incorpora a palavra teen loja. Apesar disso, o administrador da (adolescente, em inglês) à grife da fafranquia, Felipe Meurer, revela que a mília. Diversos produtos decorativos e livraria só será inaugurada depois do utilitários, destinados para um públishopping. A previsão é para a sema- co de 15 a 35 anos, serão oferecidos.
Evandro, na primeira filial da Trattoria Pastine: “Uma coisa é saber fazer comida, outra é como funciona a operação de um restaurante dentro do shopping”
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Artes artes@ocaxiense.com.br
LAURA
por Jônatas Luis Maria Laura é face do sol E o negror da noite. Carne de antologias. Laura é fase da lua. Derramei-me afinal, No cálice dos licores Dos disfarces de Laura. Laura que é só menina – E é só vanguarda. Quando seus olhos de chuva Mostram a tarde lamurienta, Laura com a tarde se lamenta, Deixando tristeza nas estrelas. Que Laura, meiga Laurinha, É triste, pobre passarinha, Pois lhe faltam versinhos De paixão e laureio n’ ouvido. Amor áureo e machucado, Laureado pranto de Laura É silencio no azul da noite E por afeto Laura logo chora. Chora, pois, a meninice passada, Tão perto ainda, é quase consolo! E a vida lírica e mui bela da moçoila Corre paralela aos seus dias avessos. Desvanece a vida ante seus olhinhos, Pois Laura, com carinho, não voltará. Devagarzinho ter-se-á lembrança dela. Laura que por anseio, não é mais ela.
Participe | Envie para artes@ocaxiense. com.br o seu conto ou crônica (no máximo 4 mil caracteres), poesia (máximo 50 linhas) ou obra de artes plásticas (arquivo em JPG ou TIF, em alta resolução). Os melhores trabalhos serão publicados aqui.
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Daniela Antunes
| Carolinas - Trupe | De pernas cruzadas sobre prateleiras em quartos de menina ou de luxuosos projetos de arquitetura, posam as Carolinas, tops de Daniela. Bonecas de enfeite, elas não se contentam mais em exibir os decotes em cenários de decoração. Maduras, querem conquistar as passarelas da arte. Na nova série da artista, as Carolinas mantiveram a feminilidade da origem da escultura de Daniela, ganharam fantasias de circo e rostos mais mulher, menos boneca. Criadas como peças de arte, elas ainda topam figurar entre móveis planejados. Fotografam bem ali. Mas, em boa forma e com potencial descoberto, querem mesmo é enfeitar as galerias de arte.
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Guia de Cultura
por Cíntia Hecher | editado por Marcelo Aramis
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Alex Barbosa, Divulgação/O Caxiense
Cinema | Cio da Terra
A semear liberdade por Cíntia Hecher Um clima de paz, amor e abertura política subiu a Serra Gaúcha e fez dos Pavilhões da Festa da Uva seu porto em outubro de 1982. Dias de shows, teatro, palestras, contestação e barracas. Muitas barracas. Apinhadas nos pequenos morros verdes, onde amontoavam-se jovens que estavam lá pelo fim da ditadura, pela liberdade de expressão e pela legalização da maconha. Sim, porque logo no começo do documentário Cio da Terra, dirigido por Cacá Nazário, o jornalista e escritor Eduardo Bueno, o Peninha, afirma de cara que chegou devidamente chapado ao oásis caxiense. Diversos nomes que fizeram história no evento apresentam suas opiniões e lembranças, como Nei Lisboa, Nelson Coelho de Castro e Jorge Mautner. Ednardo contou de como se esquentou com o vinho gaúcho e, durante a exibição do filme, enquanto rolava na tela do Ordovás a canção Pavão Mysteriozo, grande parte dos espectadores juntou-se a ele e formou um breve coro. O bom humor e o clima de companheirismo é o que mais se repara no filme, e não um envolvimento maluco e desenfreado com drogas, como temiam os pais e conservadores da época. Discussão sobre drogas ou não, levantando a faixa Libertem a Maria – uma alusão à marijuana –, é o que tem menor relevância, mesmo que o simples mencionar da palavra “maconha” no documentário causasse risadinhas casuais a alguns espectadores. Não foi o assunto principal do documentário. Aliás, não há uma linha principal. O que torna-se um problema: falta profundidade ao contar tudo o que aconteceu por lá. Cadê o porquê da escolha de Caxias como essa Nova Woodstock? Cadê o tal Peladão? A superficialidade dos comentários é frustrante. Porém, acaba sobrepujada pelo valor histórico e documental do que foi captado à época. O que há de mais válido é a recuperação das imagens dos cinegrafistas Jair Torelly e Mário Nascimento, realizadas em Super-8, que estavam com o professor universitário Glênio Póvoas. Depois de uma telecinagem, Cacá pôde utilizar aquelas imagens históricas de dias de sol e de noites frias. Em meio a planos confusos, como o da astróloga e fã de Caio Fernando Abreu – o príncipe de Peninha –, em que não se consegue ver o rosto da entrevistada, ou a apresentações longas e quase entediantes de shows, como o de Ednardo cantando de pés descalços, há espaço para aquela magia romântica dos tempos em que se havia algo por que lutar. Como disse Nelson Coelho de Castro, conhecia-se a cara do inimigo, e era violenta. O Cio da Terra uniu um bando de jovens bem intencionados pela diversão, pela música, pela arte e pela beleza. Jovens sonhadores, como não. Diz a letra de Ednardo: “nossa sorte nesta guerra: eles são muitos mas não podem voar”. Quem estava por lá voou um pouco mais alto, seja pela ação de psicotrópicos ou pela vontade de fazer a diferença. Para visualizar melhor, depois da sessão deste sábado, serão projetadas mais de 100 fotos do festival em um telão no Zarabatana Café.
Em Dar carne à memória II, Luciana Paludo dança Solitude, solo de Eva Schul baseado em poema de Neruda
CINEMA
l Jogos Mortais: o Final (3D) | Terror. 16h, 18h, 20h e 22h | Iguatemi A sétima aventura sem pé nem cabeça das pessoas morrendo em nome de alguma lição de moral a escolher. O sobrevivente do primeiro filme volta neste. 18 anos, 90 min., leg.. l Juntos Pelo Acaso | Comédia romântica. 14h40, 17h, 19h30 e 22h10 | Iguatemi Homem e mulher que se detestam se unem para criar afilhada, depois da morte dos pais da bebê. Dirigido por Greg Berlanti. Com Katherine Heigl. 14 anos, 115 min., leg.. l Coco Chanel & Igor Stravinsky | Quinta (11) a domingo (21), 20h | Ordovás Caso de amor entre a estilista e o compositor, que pega fogo depois que ela, recém viúva, convida-o para morar em sua casa – com esposa e filhos. 16 anos, 120 min., leg..
l Cio da Terra | Documentário. Sábado e domingo, 19h | Ordovás
AINDA EM CARTAZ – A Suprema Felicidade. Drama. 13h50 e 19h10. Iguatemi | Atividade Paranormal 2. Terror. 13h40, 15h40, 17h40, 19h40 e 21h40. Iguatemi | Comer, rezar, amar. Drama. 16h20 e 21h50. Iguatemi | Garfield – Um Super-Herói Animal (3D). Animação. 14h10. Iguatemi | Meu Malvado Favorito. Animação. 16h. UCS | Nosso Lar. Drama. 20h. UCS. As sessões de terça (9) e quarta (10) não serão exibidas | Resident Evil: Recomeço. Terror. 18h. UCS | Tropa de Elite 2. Policial. 14h, 15h20, 16h30, 17h50, 19h, 20h20 e 21h30. Iguatemi | Vincere. Drama. Até domingo, 20h. Ordovás. | Caxias, Tradição e Inovação de Um Povo. Documentário. Quarta (10) e sexta (12), 10h e 14h30. Ordovás | A Festa de Babette. Drama. Quinta (11), 15h. Matinê às 3. Ordovás.
Sessões extra do documentário de Cacá Nazário sobre o festival ocorrido em Caxias em 1982.
INGRESSOS - Iguatemi: Segunda e quarta-feira (exceto feriados): R$ 12
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(inteira), R$ 10 (Movie Club Preferencial) e R$ 6 (meia entrada, crianças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos). Terça-feira: R$ 6,50 (promocional). Sexta-feira, sábado, domingo e feriados: R$ 14 (inteira), R$ 12 (Movie Club Preferencial) e R$ 7 (meia entrada, crianças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos). Sala 3D: R$ 22 (inteira), R$ 11 (estudantes, crianças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos) e R$ 19 (Movie Club Preferencial). Horários das sessões de sábado a quinta – mudanças na programação ocorrem sexta. RSC-453, 2.780, Distrito Industrial. 3209-5910 | UCS: R$ 10 e R$ 5 (para estudantes em geral, sênior, professores e funcionários da UCS). Horários das sessões de sábado a quinta – mudanças na programação ocorrem sexta. Francisco Getúlio Vargas, 1.130, Galeria Universitária. 3218-2255 | Ordovás: R$ 5, meia entrada R$ 2. Luiz Antunes, 312, Panazzolo. 3901-1316.
TEATRO
Casa de Teatro R$ 20 (na hora) e R$ 10 (antecipado, sênior e estudante) | Olavo Bilac, 300 (esquina Regente Feijó) | 3221-3130 l O Vale dos Sonhos | Quarta (10) e quinta (11), 20h | Grupo Quiquiprocó apresenta novamente seu teatro de bonecos infantil. Um menino precisa salvar a luz do arco-íris das garras do vilão. Teatro Municipal R$ 20 (público em geral) e R$ 10 (estudante e sênior) | Dr. Montaury, 1.333 | 3221-3697 l Super-Palhaço | Sexta (12) e sábado (13), 20h | Espetáculo infantil do grupo I-Clowns, em que palhaço se apaixona por palhacinha que sonha em ser modelo fotográfica. Há um vilão que quer atrapalhar, mas ele não conta com os superpoderes secretos do palhaço. Teatro Municipal R$ 10 (público em geral) e R$ 5 (estudante e sênior) | Dr. Montaury, 1.333 | 3221-3697
EXPOSIÇÕES l Bloqueio Criativo – Old Saybrook | Sábado, domingo e segunda (8), 20h30 | A 12ª Mostra da escola Tem Gente Teatrando continua com esta peça sobre quatro casais e suas aventuras – conjugais e extra-conjugais. Casa de Teatro R$ 20 (na hora) e R$ 10 (antecipado, sênior e estudante) | Olavo Bilac, 300 (esquina Regente Feijó) | 3221-3130 l O Tesouro da Emília | Domingo, 16h | Peça infantil em que a boneca falastrona Emília e seus amigos vão à caça de um tesouro depois de encontrarem um mapa. A peça faz parte da 12ª Mostra da escola Tem Gente Teatrando.
l Aves do Sul | De terças a sextas-feiras, das 8h às 11h30min e das 13h30min às 18h e aos sábados, das 9h às 11h30min | Exposição fotográfica resultado dos registros de Cristiano Dalla Rosa, biólogo e observador de aves, no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. Museu de Ciências Naturais – UCS Entrada franca | Francisco Getúlio Vargas, 1.300 | 3218-2100 l Badass | A partir de terça, (9), das 10h às 19h30min | As referências do artista e publicitário Matias Lucena passam pelos quadrinhos, cinema, street art, música e publicidade. Essa miscelânea pop é posta à mostra em suas ilustrações, com curadoria de Mona Carvalho. Visitação de segunda a sábado, das 10h
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às 19h30 e domingos, das 16h às 19h. Catna Café Entrada franca | Júlio de Castilhos, 2.854 | 32127348 e 3021-7348 l Construção da Identidade de Artista | Segunda (8), 20h | O paraguaio Cristhian Caje expõe fotografias, pinturas, colagens e textos que mostram sua trajetória por Caxias do Sul como aluno intercambista. Visitação é de segunda a sexta, das 8h às 22h30. Hall Inferior – Campus 8 Entrada franca | RS-122, km 69 | 3289-9000 l Eu vivo, e você? | Quarta (10), 20h | A exposição de Cristiane Marcante e seus questionamentos coloridos voltam à vitrine, desta vez no Sesc. A visitação é das 8h às 20h. Jardim de Inverno – Sesc Entrada franca | Moreira César, 2.462 | 3221-5233 l Mulher... no coração, no cérebro e... na madeira | Quinta (11), 20h | O italiano Bob De Grandi mostra suas obras executadas em madeira com inspiração nas curvas e emoções femininas. A figura da mulher está sempre presente em seus trabalhos. De segunda a sexta-feira, das 8h30 às 18h, e aos sábados, das 10h às 16h. Galeria Municipal Entrada franca | Dr. Montaury, 1.333 | 3221-3697 AINDA EM EXPOSIÇÃO – 4º Salão Campus 8. Coletiva. De segunda a sábado, das 9h às 21h e domingos das 15h às 21h. Galeria – Ordovás. 39011316 | Bez Batti – 70 anos. Bez Batti. Sábado, das 10h às 16h. Galeria Municipal. 3221-3697 | Combinações. Karen Axelrud. De segunda a sexta, das 8h às 22h30. Hall Superior – Campus 8. 3289-9000 | Cultura Tibetana nas peregrinações budistas. Ilka Filippini. Sábado, das 10h às 19h30, e domingo, das 16h às 19h. Catna Café. 3212-7348 e 30217348 | Frames da dança. Coletiva. De segunda a sábado, das 17h às 21h. Galeria em Transição – Teatro Moinho da Estação. 8404-1713 | Mostra Marcas da Cultura Gaúcha: Paisagens Gaúchas em Graffiti. Fábio Panone Lopes (Hauli), Henrique Padilha (HP) e Jonathan Souza de Oliveira (Favelinha). De segunda a sexta, das 8h30 às 18h30 e sábados das 8h30 às 12h30. Ipam. 3222-9270
DANÇA l Dar Carne à Memória II | Sábado, 20h | Encerramento do Caxias em Movimento, espetáculo de dança contemporânea tem solos e duos em seis coreografias de Eva Schul. Foi vencedor do Prêmio Funarte de Dança Laus Vianna em 2009. Com os bailarinos Eduardo Severino, Cibele Sastre, Mônica Dantas, Tatiana Rosa, Luciana Paludo, Luciano Tavares e Viviane Lencina. Teatro Municipal R$ 20 (público em geral) e R$ 10 (estudante e sênior) | Dr. Montaury, 1.333 | 3221-3697 l Picasso | Terça (9), 20h30 | Confira as fases das obras de Pablo Picasso impressas pela dança flamenca da escola La Cueva, com direção de Elisabete da Cunha. Teatro Municipal Entrada franca | Dr. Montaury, 1.333 | 3221-3697
MÚSICA l Evandro Demari | Sábado, 20h | O guitarrista lança seu CD Entropia em show com participação de Marcel van der Zwam no baixo, Mauricio Meinert na bateria, Fabian Steinert na contraguitarra na formação básica e o Projeto Ccoma como convidados na percussão e trompete.
Teatro do Sesc R$ 10 (público em geral) e R$ 5 (comerciários, estudantes e sênior) | Moreira César, 2.462 | 3221-5233 l ZAVA | Sábado, 23h | Banda mostra o resultado do clipe para a música Homo Volans, do álbum Dual. Confira le parkour, boa música e um show cheio de energia. Vagão R$ 12 (com nome na lista e até meia-noite) e R$ 15 (sem nome na lista ou depois da meia-noite) | Coronel Flores, 789 | 3223-0007 l Exaltasamba | Domingo, 20h30 | Grupo de pagode comemora seus 25 anos. Os shows de abertura são de Puracazuah e Grupo Tira Onda. Depois do show principal, a presença do grupo U Ki Mudou. Os portões abrem às 16h. Pavilhões da Festa da Uva R$ 20 e R$ 25 antecipado, R$ 30 (no local), R$ 40 e R$ 50 (ala VIP) e R$ 40 e R$ 50 (camarote – valor por pessoa) | Ludovico Cavinatto, 1.431 | 3028-2200 ou 7811-3036 l Projeto Instrumentistas | Domingo, 20h | Músicos como Leonel Costa, Iury Silva, Juliano Moreira e Lazaro Nascimento, entre outros, apresentam-se individualmente e juntos com seus instrumentos: violão, cavaquinho, percussão, sax e baixo. Teatro do Sesc R$ 10 (público em geral) e R$ 5 (comerciários, estudantes e sênior) | Moreira César, 2.462 | 3221-5233 l Blackbirds | Terça (9), 22h | Inauguração do novo espaço rock da cidade com aquele tributo a Beatles já clássico, filhote do Vagão Bar de Pubby e César Casara. A casa escolhida: a mesma que abrigou o saudoso Revival Rock Bar por anos. Vagão Classic R$ 12 (com nome na lista e até meia-noite) e R$ 15 (sem nome na lista ou depois da meia-noite) | Júlio de Castilhos, 1.343 | 9136-5071 l Zé Ramalho | Quinta (11), 23h30 | Cantor volta à Caxias com sotaque nordestino e toque folk. Entre os sucessos, Entre a serpente e a estrela e Admirável gado novo, versões para Bob Dylan, Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro. All Need Master Hall R$ 25 (1º lote), R$ 30 (2º lote), R$ 40 (3º lote) e R$ 50 (4º lote) (pista), R$ 60 (camarote e mezanino – valor por pessoa) | Castelnovo, 13.351 | 3028-2200 ou 7811-3036 TAMBÉM TOCANDO - Sábado: Adriano Pasqual. Pop. 23h30. La Boom. 3221-6364 | Ale Carminatti e Banda. Rock. 21h30. Zarabatana. 32289046 | Dan Ferretti. Samba rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Izzie Louise. Rock. Santo Graal. 32211873 | Jorje Macedônia e Moisés Oliveira. Samba rock/pop. 22h. Badulê. 3419-5269 | Killer on the dance floor. Eletrônico. 23h. Havana. 3224-6619 | Libertá. Nativista. 22h30. Libertá Danceteria. 3222-2002 | The Blues Beers. Blues. 22h30. Mississippi. 3028-6149 | Ton e os Karas. Pop rock. 23h. Aristos. 3221-2679 | Pagode Júnior. Pagode. 23h. Move. 3214-1805 | Radiofonia. Pop rock. 23h. Portal Bowling. 3220-5758 | Vicca. Pop rock. Pepsi. 3419-0900 | Terça (9): Ana Paula Chedid e Lazaro Nascimento. MPB. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Quarta (10): Ton Rock and Roll. Pop rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Quinta (11): Bóra Balançá. Sertanejo. 23h. Portal Bowling. 3220-5758 | Dan Ferretti. Samba rock. 22h. Bier Haus. 32216769 | Sexta (12): 4 de Paus. MPB. 21h30. Zarabatana. 3228-9046 | Pietro Ferretti e Bico Fino. Samba rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Rosa Tattooada. Rock. 23h. Vagão Bar. 3223-0007 | Vicca. Pop rock. 23h. Portal Bowling. 3220-5758.
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PODER JUDICIÁRIO
Edital de Citação - Cível 6ª Vara Cível - Comarca de Caxias do Sul
Prazo de: 30 dias. Natureza: Cobrança. Processo: 010/1.08.0038094-3 (CNJ:.038094191.2008.8.21.0010). Autor: Marcos Roberto Maino. Réu: União Automóveis e outros. Objeto: CITAÇÃO de Ricardo Palavro, atualmente em lugar incerto e não sabido, para, no PRAZO de QUINZE (15) dias, a contar do término do presente edital (art. 232, IV, CPC), contestar, querendo, e, não o fazendo, serão tidos como verdadeiros os fatos articulados pelo autor na inicial. Caxias do Sul, 01 de outubro de 2010. ESCRIVÃ: Zélia Thomasini. Juiz: Luciana Fedrizzi Rizzon
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Guia de Esportes
guiadeesportes@ocaxiense.com.br Alexander Fernandes, Foto Itália, Divulgação/O Caxiense
por José Eduardo Coutelle
Caxias do Sul Basquete joga sábado em Ivoti e na sexta-feira (12) faz sua revanche contra a Sogipa, em casa
BASQUETE l Festival de Basquete | Sábado, 9h30 | A UCS proporciona uma atividade especial e gratuita para os fãs do esporte neste final de semana. Para participar basta ter no máximo 13 anos e vontade de jogar. As equipes serão formadas com os participantes que comparecerem na quadra 3 do Ginásio Poliesportivo, não sendo necessário pertencer a nenhuma instituição ou time de basquete. Ginásio Poliesportivo da UCS Entrada gratuita | Francisco Getúlio Vargas, 1.130, Petrópolis l 2° Circuito RS de Streetball | Domingo, das 9h30 às 18h | A terceira e última rodada do campeonato de Streetball ocorre neste domingo no estacionamento da Vila Olímpica da UCS. O jogo consiste em uma forma simplificada do basquete tradicional. Apenas uma tabela é usada, e os times são formados por 3 jogadores. O objetivo é as equipes alcançarem 14 pontos ou somar o maior número no período de 8 minutos. O organizador Tiago Frank conta que a última edição, realizada no posto Ditrento, teve 20 equipes inscritas. Ao todo, serão disputadas três categorias: infantil, cadeirantes e livre. As inscrições devem ser feitas entrando em contato pelo e-mail frankbasquete@ hotmail.com ou na hora, se ainda houver vagas. Na primeira hora da tarde também terá campeonato de três pontos e enterradas. Estacionamento da Vila Olímpica Entrada gratuita | Francisco Getúlio Vargas, 1.130, Petrópolis l Caxias do Sul Basquete x Pepsi/Sogipa | Sexta (12), 20h | Neste sábado, o Caxias terá a oportunidade de se reabilitar após sofrer a
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O Caxiense
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derrota de 65 a 54 para a Sogipa. Às 19h, os atletas treinados por Rodrigo Barbosa enfrentam o time do Estância Velha, no Ginásio Municipal de Ivoti. Dentre os titulares, somente o pivô Rubinho, que está lesionado, e o ala Douglas, que cumpre suspensão por uma partida, ficam de fora. No confronto entre as equipes no primeiro turno, jogando em casa, o Caxias se saiu melhor e venceu a partida por de 94 a 81. O Caxias ocupa a segunda posição, com sete pontos em quatro jogos. Na sexta-feira (2), o Caxias do Sul Basquete volta a jogar em casa, em um grande confronto: bater a Sogipa, líder invicta do campeonato. O ginásio do Juvenil será o palco da revanche da única derrota até então sofrida pelo equipe caxiense. Juvenil R$ 3 antecipado, no Posto Tonolli, e R$ 5 na hora | Marquês do Herval, 197
GOLFE l Desafio Caxias x Gramado | Sábado e domingo, a partir das 9h | Este final de semana definirá quem manda melhor nos campos de golfe: os caxienses ou gramadenses. O campeonato é realizado em equipes, e a que obtiver maior número de pontos no conjunto será a vencedora. Paralelamente, ocorrerá o Torneio Presidente, disputado por jogadores do clube caxiense – é um dos eventos responsáveis pela definição do ranqueamento interno dos desportistas. Caxias Golf Club Entrada gratuita | Estrada do Golfe, 1.111, Fazenda Souza
FUTEBOL l Campeonato Municipal Infantil | Sábado, 12h30, 14h30 e 16h | O CFA Caxias é o único time invic-
to nestas quatro primeiras rodadas do campeonato. Os meninos folgaram na semana passada e vêm com energia renovada para se manter na ponta. Neste sábado, eles enfrentam o Projeto CAE, que foi goleado pelo Grêmio Murialdo por 5 a 1 no último final de semana. Outra equipe que está com moral é o Águia Negra, que massacrou o Galópolis Ativa por 8 a 0. Sábado, 12h30: Águia Negra x Grêmio Murialdo (Enxutão) | 14h30: Galópolis Ativa x Conceição (Municipal 1) | 16h: Projeto CAE x CFA Caxias (Municipal 1) Municipal 1 e Enxutão Entrada gratuita | Municipal 1: Av. Circular Pedro Mocelin, s/n°, Cinquentenário; Enxutão: Luiz Covolan, 1.560, Santa Catarina l Futebol Sete Série B | Sábado, 15h e 16h | O último e decisivo jogo da 4ª fase ocorre neste sábado. A Keko é a única das seis equipes que já deu adeus às possibilidades de seguir no campeonato. Luna e Sulbras estão com as vagas garantidas. Empatados, com três pontos, os dois times se enfrentam apenas para definir quem se classificará em primeiro. Pelo outro grupo, a Jost, já classificada, enfrenta a Eaton, que precisa de pelo menos um empate para seguir na competição. Sábado, 15h: Sulbras x Luna ALG | 16h: Jost x Eaton Sesi Entrada gratuita | Cyro de Lavra Pinto, s/nº, Nossa Senhora de Fátima l Caxias x Flamengo (juvenil) | Domingo, 16h | A equipe grená arrancou uma vitória de 2 a 1 contra o Flamengo de Alegrete no final da tarde da última quinta-feira (4), na partida de ida das oitavas de final do Campeonato Estadual Juvenil. Os gols do time treinado por Daniel Perin foram anotados por
Fausto e Carlos Leonardo. O time caxiense precisa de apenas um empate em casa neste domingo para avançar às quartas de final. Estádio Centenário Entrada gratuita | Thomas Beltrão de Queiroz, 898, Marechal Floriano
FUTSAL l Campeonato Sesi Série B | Sábado, 13h, 14h, 15, e 16h | Um grande duelo irá ocorrer neste sábado, válido pela 2ª rodada da 3ª fase do campeonato. A Romamar, que se classificou com 100% de aproveitamento na fase anterior e que possui a invejável média de 6,6 gols marcados por partida, enfrenta a Eaton, que teve o mesmo aproveitamento. Sábado, 13h: Sauer Danfoss x Moferko | 14h: Eaton x Romamar | 15h: Intral x Guerra | 16h: Pisani x Sumig Centro Esportivo do Sesi Entrada gratuita | Cyro de Lavra Pinto, s/nº, Fátima
VÔLEI l Campeonato Estadual Masculino | Quinta (11), 20h | Os meninos do infanto-juvenil da UCS disputam nesta quinta (11) o primeiro jogo dos play-offs finais do Campeonato Estadual. Como teve a melhor campanha da fase anterior, a equipe comandada pelo técnico Giovani Brisotto joga esta primeira partida contra o Colégio Sinodal em casa, a partir das 20h. O segundo jogo está programado para o próximo sábado (13), em São Leopoldo. Em caso de uma vitória para cada equipe, um terceiro confronto será realizado na quinta seguinte, dia 18, em Caxias. Ginásio Poliesportivo da UCS Entrada gratuita | Francisco Getúlio Vargas, 1.130, Petrópolis
Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.
CA-JU DUPLA
Fabiano Provin
Fabiano Provin/O Caxiense
fabiano.provin@ocaxiense.com.br
Final de semana tenso no Centenário
O presidente Osvaldo Voges deu algumas declarações para parte da imprensa caxiense e não mais atendeu ao telefone. Avisou que iria repensar as metas para a próxima temporada após a eliminação na Copa Enio Costamilan. Antes, o Caxias saiu da Série C. No primeiro semestre, sagrou-se campeão do Interior no Gauchão – na classificação geral ficou em segundo lugar, atrás apenas do Grêmio. Voges, que reestruturou o Centenário, não pode esquecer – e com certeza irá ponderar a respeito – que foi reeleito para dirigir o clube até o final de 2012. A prorrogação do mandato, definida no dia 20 de julho, não foi apenas um voto de
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apoio de associados e conselheiros, mas também ao seu projeto de reformulação do Caxias. Um projeto que visa à profissionalização do clube, com investimentos também na infraestrutura e nas categorias de base. Quando o elenco grená iniciou a preparação para a disputa da Série C, Voges ressaltou que era a hora de o Caxias subir para a B, principalmente pelo fato de estar completando 75 anos em 2010. “Fomos bem no Gauchão, mas para encarar a Série C temos de fazer mais e melhor do que no Gauchão. O clube está mais maduro, é o nosso melhor momento, mas é o time que vai ter de fazer por ele. São 10 jogos que
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podem conduzir o Caxias a outro patamar e os atletas a um novo nível na carreira”, defendeu o presidente na época. A classificação não veio, e com ela restaram frustrações e pensamentos. É o que pesará na decisão do comandante do Caxias sobre o que fazer na próxima semana, no próximo mês ou nos próximos anos, enquanto dirigente. Desde que assumiu, em 2007, ganhou somente uma taça – a Copa Amoretty. Na segunda-feira (8), às 11h, o empresário pretende fazer um pronunciamento na sala de imprensa Adelar dos Santos Neves, que fica na beira do gramado do Centenário, bem ao lado da entrada do vestiário.
Aproveitamento de 63%
Acima da entrada do vestiário grená, parte da torcida viu, no final da tarde do feriado, o treinador Julinho Camargo entrar pela porta cabisbaixo (foto). Depois de perder por 2 a 1 para o Sapucaiense, o Caxias amargou, nas quartas de final, a eliminação da Copa Enio Costamilan. Foi a terceira eliminação do ano diante da torcida – as outras foram contra o Ypiranga, pelo Gauchão, e contra o Brasil de Pelotas, pela Série C. Chamado de “burro” por alguns torcedores, Julinho desabafou: “Eu esperava passar desse jogo. Mas a exigência nunca é acompanhada do planejamento”. Julinho lamentou o fato de ter perdido todos os zagueiros do grupo – Bill e Cláudio Luiz saíram, Neto e Saletti se machucaram. “O Oliveira e o Caçapa são os nossos 5º e 6º zagueiros. Mas as coisas acontecem assim no futebol.” O treinador disse que as cobranças da torcida fazem parte da profissão.
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“A gente tentou e lutou do jeito que pôde”, emendou. Julinho lembrou que o grupo de atletas entraria em férias até o dia 6 de dezembro. Sobre a renovação do contrato, disse que ficará no Caxias enquanto se sentir bem. “Temos um planejamento para o Gauchão do próximo ano. Vamos trazer dois ou três atletas. Um deles será um atacante bom e caro”, revelou Julinho, que tem um ótimo retrospecto: em 38 jogos somou 20 vitórias, 12 empates e seis derrotas – aproveitamento de 63%. Entretanto, uma reunião na tarde de quarta-feira parece ter mudado o discurso do treinador. E se ele não estiver mais se sentindo bem, irá reavaliar os dois convites que recebeu para trabalhar em outra equipe? Sua situação deve ser resolvida até segunda, quando Osvaldo Voges dará a tão esperada entrevista coletiva no Centenário. A torcida grená não pensa em outra coisa.
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Gustavo e Bressan
Esses são dois dos jogadores do Juventude que estão sendo observados por analistas representantes de clubes estrangeiros. O meia Gustavo (foto), que é volante de origem, e o zagueiro Bressan podem deixar o Jaconi caso uma proposta concreta (leia-se financeiramente atraente) seja apresentada. O Ju, diz o presidente Milton Scola, é detentor de 70% do passe de Gustavo – seu empresário é Augusto Nogueira, o mesmo do atacante Zezinho, que amarga o banco de reservas
do Santos há um bom tempo, já entrou em 18 partidas e tem no currículo os títulos de campeão do Paulistão e da Copa do Brasil. “O Gustavo pode sair até o final do ano. Times da Europa manifestaram interesse. Tudo passa pela cidadania italiana dele, que estamos encaminhando. O Juventude não esconde que precisa fazer caixa. Não estamos rifando nosso atleta, apenas considerando a situação do clube”, explica Scola. Ele lembra ainda que Bressan também continua sendo observado.
Material esportivo
No meio de uma semana atribulada, o Caxias renovou contrato de fornecimento de material esportivo com a empresa paulista Kanxa até 1º de janeiro de 2012. A principal diferença em relação ao contrato anterior é que haverá um acréscimo de 30% na quantidade de peças entregues ao clube grená. Até o final deste ano será lançado o uniforme número 3.
No lado do Juventude, a Penalty, também de São Paulo, que apresentou os fardamentos de jogo e de passeio para 2010 no final de junho, comunicou o clube que não pretende manter o fornecimento na próxima temporada. Assim, a direção estuda uma parceria com outra empresa. Uma das que teriam se candidatado seria a Dal Ponte, de Veranópolis.
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Ve铆culos
Im贸veis
Renato Henrichs renato.henrichs@ocaxiense.com.br
Violência caxiense
Ela tem um jeito implacável de ser. Ela não é vagão, é locomotiva
São no mínimo curiosos os números do total de receita das campanhas eleitorais dos candidatos caxienses, conforme registro no Tribunal Superior Advogado Mário Grazziotin, amigo pessoal de Dilma Rousseff e assessor Eleitoral (TSE). da diretoria da Eletrobrás, sobre as convicções firmes da presidente eleita. O deputado reeleito Gilberto Pepe Vargas (PT) teve a campanha mais cara entre os candidatos à Câmara Federal: R$ 500.513. Entre assessores e militantes, que fizeram pequenas doações, muitas empresas contribuíram: Marcopolo (R$ 90 mil), Pettenati (R$ 70 mil), Gerdau (R$ 40 mil) e Voges (R$ 20 mil). Walter Fagundes, Divulgação, AL/O Caxiense
Com pelo menos 427 mil habitantes confirmados pelo Censo 2010, Caxias do Sul está na lista dos municípios mais violentos do Brasil – menos que São Paulo, mais que o Rio de Janeiro. A capital paulista apresenta média de 17,4 homicídios por 100 mil habitantes. O Rio vai mais longe: 35,7 assassinatos também por 100 mil moradores. Em Caxias, basta fazer as contas: 114 mortos até agora em 2010, contando os dois assaltantes mortos esta semana pela Brigada Militar.
Tudo de novo
Para quem teme a presença de Abgail Pereira na campanha municipal de 2010, em função do desempenho dela na corrida ao Senado, leitor lembra frase de um correligionário da futura secretária de Turismo, o deputado Aldo Rebelo, do PC do B de São Paulo. Para Rebelo, não há uma “caderneta de poupança de votos”. Segundo ele, a votação recebida hoje não se repete amanhã sem que se articule muito bem e com muito esforço junto aos eleitores.
Votos de Paim
Eventual candidato à sucessão municipal daqui a dois anos, o vice-prefeito Alceu Barbosa Velho (PDT) vai mais longe. Diz que nada há a temer em relação a Abgail Pereira na disputa pela prefeitura. Pelo simples fato de que, segundo Alceu, os votos para o Senado não são dela, mas de Paulo Paim, o senador petista reeleito para mais oito anos de mandato.
Recursos próprios
Pelo alinhamento
O coordenador local da campanha petista, advogado Vitor Hugo Gomes, descarta qualquer possibilidade de ocupar cargo no governo Tarso Genro. Não pretende abandonar seu escritório que, como se diz hoje, está bombando.
Frustrado na tentativa de permanecer na Câmara Federal, o deputado Ruy Pauletti (PSDB) arrecadou uma receita de R$ 300.393 para sua campanha eleitoral. O candidato aplicou recursos próprios (R$ 36,2 mil) e teve contribuições de empresas como Gerdau (R$ 40 mil), Marcopolo (R$ 25 mil), Voges (R$ 10 mil) e Randon (R$ 6 mil).
Vitor é um dos que lamenta – e critica – a opção pública do prefeito José Ivo Sartori à candidatura Serra. “O alinhamento Tarso-Dilma vai trazer um período de muita bonança, facilita a liberação de verbas, e Caxias do Sul deveria estar incluída”, lamenta.
Posição corajosa
No âmbito peemedebista, o posicionamento de Sartori é comemorado. Para o ex-presidente do PMDB caxiense Guerino Pisoni Neto, o
prefeito mostrou independência e coragem, inclusive ao se negar a subir ao palanque no comício de Lula e Dilma, apesar dos convites e telefonemas.
Diante de reclamações a respeito de pessoas que não foram ouvidas pelos recenseadores, o responsável local do IBGE, Rubens Benato, argumenta que foram visitados 150 mil domicílios em Caxias do Sul.
Calcula-se que não foram registrados os dados de 1,5 mil residências. “Pode acontecer de deixar alguma para trás”, reconhece. Aos reclamantes e esquecidos, o IBGE coloca à disposição o telefone 0800-7218181.
Menor receita
Com um total de R$ 92.376,00, o candidato Mauro Pereira (PMDB) teve a menor receita entre os postulantes a uma cadeira na Câmara dos Deputados pela região. Maiores apoiadores: Marcopolo (R$ 20 mil), Randon (R$ 7 ml), Acrilys (R$ 6,5 mil) e Rizzi (R$ 5 mil).
Algo para trás
Greve sem fim
Em compensação, Marlonei não quer saber da presença do Sindicato dos Servidores Municipais (SindiServ), nas negociações com os profissionais da rede municipal da saúde. Enquanto isso, a greve dos médicos do SUS parte para o terceiro mês.
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A campanha de Kalil Sehbe Neto (PDT), que não obteve vaga para a Câmara Federal, acumulou receita de R$ 416 mil. Entre seus maiores apoiadores, estão Gerdau (R$ 40 mil), Marcopolo (R$ 30 mil), Randon (R$ 10 mil), Voges (R$ 10 mil) e a Associação Nacional de Armas e Munições (R$ 10 mil). Eleito pelo PC do B, o vereador Assis Melo registrou receita oficial de R$ 326.740 em sua campanha para deputado federal. A Marcopolo foi a maior doadora do candidato: R$ 107 mil, seguida pela Voges (R$ 10 mil) e pela Randon (R$ 6 mil). Aparecem nos números encaminhados ao Tribunal Superior Eleitoral muitas doações de pessoas físicas.
tério, acumula experiência como secretária municipal da área e como presidente da comissão de Educação da Assembleia. A ideia esbarra num ponto: Marisa não pretende deixar as atividades de deputada, para a qual foi reeleita com 43.860 votos.
Assembleia e Senado
Luiz Chaves, Divulgação/O Caxiense
Cristofer Giacomet, Div./O Caxiense
O alinhamento da administração municipal com o governo Tarso Genro se dará via secretário de Planejamento, Paulo Dahmer, do PSB, partido que teve notável crescimento nas eleições deste ano. O trabalho de Dahmer terá participação de outro nome de peso do PSB local, o vereador Édio Elói Frizzo.
Duas mulheres de Caxias do Sul no secretariado de Tarso Genro? Depois de Abgail Pereira na pasta do Turismo, há uma torcida para que o governador eleito indique Marisa Formolo para a Secretaria da Educação. A torcida tem lógica: a deputada reeleita reúne 40 anos de magis-
Números de Kalil
Receita de Assis
Experiência educacional
Prefeitura-Estado
O impasse continua. Ao receber na prefeitura a diretoria do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers), o prefeito José Ivo Sartori deixou claro que não reconhece o presidente do Sindicato dos Médicos, Marlonei dos Santos, como interlocutor da categoria.
Registro oficial no TSE
As receitas dos candidatos a deputado estadual de Caxias ficam na média: Maria Helena Sartori (PMDB), R$ 323.476; Marisa Formolo (PT), R$ 200.723; Vinicius Ribeiro (PDT), R$ 193.876; e Alceu Barbosa Velho (PDT), R$ 122.912. Para o Senado, Germano Rigotto (PMDB) registrou receita de R$ 2,908 milhões, e Paulo Paim (PT), de R$ 1,985 milhão. Entre doações do diretório estadual do partido e da candidatura de Tarso Genro ao Piratini (R$ 550 mil), da Marcopolo (R$ 10 mil) e Randon (R$ 3 mil), a campanha da candidata Abgail Pereira (PC do B) obteve receita de R$ 817 mil).
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