Edição 5

Page 1

D tít ez a G ulo no L do s d ÓR Ca epo IA xia is, s r a h GR ec is E on tór N tad ia Á a e do m ma de io tal r he s

|S2 |D3 |S4 |T5 |Q6 |Q7 |S8

Semanalmente nas bancas, diariamente na internet. Maicon Damasceno/O Caxiense

Caxias do Sul, janeiro de 2010 | Ano I, Edição 5 | R$ 2,50

VAI VIRAR

ENERGIA

Como Caxias do Sul planeja lucrar (financeiramente e ambientalmente) com aquilo que joga fora

Renato Henrichs entrevista o prefeito José Ivo Sartori | Roberto Hunoff analisa a desaceleração da inflação | Desventuras do Homem Vulcão | Costumes do vendedor de chapéus | Ambientes de trabalho alternativos


Índice

www.OCAXIENSE.com.br

A Semana | 3

VíDEOS (Acompanhe vídeos, áudio e fotos em www.ocaxiense. com.br/multimidia)

Um resumo das notícias que foram destaque no site

Roberto Hunoff | 4 Inflação termina 2009 em desaceleração em Caxias

Vanguarda ambiental | 5

Fotos: Maicon Damasceno/O Caxiense

Como o nosso lixo irá gerar energia, adubo e, consequentemente, economia

Modas e costumes | 8 A longa trajetória do vendedor de chapéus

Local de trabalho | 10

Quando o escritório tradicional deixa de ser o endereço profissional

Aventuras circenses | 12

l A terra tremeu novamente em Caxias do Sul. Cachorros latiram, janelas abriram e as pessoas ficaram assustadas com o tremor e barulhos. Assista a um mini documentário de 7min20s com depoimento de quatro moradores do bairro Jardim América.

O dia em que o público não aplaudiu o engolidor de fogo

Guia de Cultura | 14

l O Hospital Pompéia será ampliado. A nova estrutura abrigará o PET-CT, q e tem a função de função de mapear o corpo com maior precisão visual. São dois vídeos, o primeiro mostra a ampliação do Hospital e o segundo o funcionamento do aparelho.

Lula no shopping, blues na estação e circo na perimetral

Artes | 16

Imagens nos outdoors, pinceladas na memória e uma garota em busca de traços

FOTOS

O Caxias venceu o Santa Cruz no Estádio dos Plátanos em um dia de muito calor. Veja as imagens da equipe grená em campo.

Guia de Esportes | 17

MAPA

Vôlei, futebol e esportes náuticos dão a largada de 2010

O Litoral Norte recebe os caxienses que procuram um refúgio no feriado de Ano Novo. Confira no mapa as praias e as condições de banho.

Emoções grenás | 18

Washington passa por Caxias e pensa no retorno ao Centenário

PLURK

(Acompanhe em www.plurk.com/ocaxiense)

Ambições alviverdes | 21

Vocês estão de parabéns pela iniciativa, é muito saber das novidades em primeira mão. Vera Lucia Mariani da Silva, às 16h de 29 de dezembro

Juniores vão a SP inspirados por um craque do passado

Renato Henrichs | 23

TWITTER

José Ivo Sartori fala de contas, planos e equívocos

(Acompanhe em www.twitter.com/ocaxiense) @leandroucs @ocaxiense Adoro as suas postagens aqui no Twitter! Me informo muito por aqui. Continuem assim! Leandro Magalhães às 11h28 de 28 de dezembro

ORKUT Era o que faltava em Caxias do Sul. Um jornal que nas matéria do esporte tivesse apenas a dupla CA-JU. Vocês estão de parabéns! Sem contar as matérias com links para áudios e fotos! Daniel Dalsoto, 29 de dezembro

Expediente

Redação: Cíntia Hecher, Fabiano Provin, Felipe Boff (editor), Graziela Andreatta, José Eduardo Coutelle, Maicon Damasceno, Marcelo Aramis, Marcelo Mugnol, Paula Sperb (editora do site), Renato Henrichs, Roberto Hunoff e Valquíria Vita. Comercial: Leandro Trintinaglia Administrativo: Luiz Antônio Boff Impressão: Correio do Povo

Assine

Para assinar, acesse www.ocaxiense.com.br/assinaturas, ligue 3027-5538 (de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h30 às 18h) ou mande um e-mail para assine@ocaxiense.com.br. Trimestral: R$ 30 | Semestral: R$ 60 | Anual: 2x de R$ 60 ou 1x de R$ 120 Jornal O Caxiense Ltda. Rua Os 18 do Forte, 422, sala 1 | Lourdes | Caxias do Sul | 95020-471 Fone 3027-5538 | E-mail ocaxiense@ocaxiense.com.br www.ocaxiense.com.br

2

O Caxiense

2 a 8 de janeiro de 2010

E-MAIL

(Escreva para ocaxiense@ocaxiense.com.br) Gostariamos de parabenizar toda a equipe do jornal O Caxiense pela matéria realizada sobre o Encanto de Natal de Ana Rech. O conteúdo das entrevistas foi pontual e todos os quesitos abordados foram de muita pertinência, tornando a matéria bastante esclarecedora. Exemplos como o de vossos profissionais engrandecem o jornalismo em nosso Estado e em nossa cidade. Nei Alexandre Rech, Bairro Ana Rech

Erramos | A fotografia sobre asfaltamento no interior (Onde vamos inves-

tir em 2010) publicada na página 5 da última edição é de Cristofer Giacomet, e não de Luiz Chaves.

S e m an alm e nte n a s b an c a s , di ar i am e nte n a inte r n e t .


A Semana

Maicon Damasceno/O Caxiense

Abalos apavoraram o bairro Jardim América; cooperativas vitivinícolas tiveram boas e más notícias

Gigante do varejo no país, a Casas Bahia fechou suas cinco lojas no Estado, entre elas a da Avenida Júlio de Castilhos, no Centro

SEGUNDA | 28 de dezembro Comércio

Casas Bahia encerra atividades no Estado As cinco lojas da rede Casas Bahia que ainda funcionavam no Rio Grande do Sul foram fechadas no feriado de Natal. Dentre elas a localizada na Avenida Júlio de Castilhos, 1906, no Centro, em Caxias do Sul, que determinou a demissão de 62 trabalhadores. No Estado todo são perto de 250 dispensas. A decisão do fechamento das lojas é atribuída à lavratura pela Secretaria da Fazenda do Estado do Rio Grande do Sul de 45 autos de infração no valor total de aproximadamente R$ 52 milhões. A gerência local da Casas Bahia agendou para a primeira semana de janeiro, junto ao Sindicato dos Comerciários, as homologações de 32 demissões do seu quadro de 62 funcionários. Este grupo tem mais de um ano de carteira assinada.

TERÇA | 29 de dezembro Infraestrutura

Hospital Pompéia será ampliado O Hospital Pompéia está em obras. Uma nova ala está em construção com espaço para abrigar o PET-CT, sigla em inglês para Tomografia por Emissão de Pósitrons e Tomografia Computadorizada. A ampliação do Pompéia, iniciada em setembro, terá sua primeira fase completada

entre janeiro e fevereiro. Os recursos são provenientes do Projeto Amigos do Pompéia, que viabilizou a obra de 191,69m², totalizando um investimento de R$ 366.280,00.

Contas

Câmara devolve quase R$ 4 milhões à prefeitura

As cooperativas Aliança e São Victor, de Caxias do Sul; Linha Jacinto, de Farroupilha; e São Pedro e Santo Antônio, de Flores da Cunha, querem garantir sobrevivência e ganhar maior presença no mercado de vinhos.

Tremores

Terra voltou a tremer

QUARTA| 30 de dezembro

A terra voltou a tremer forte no bairro Jardim América. A primeira série de tremores ocorreu às 5h, mas não foi tão forte. Às 9h ocorreu novo e mais forte tremor de terra, seguido de três mais fracos. Conforme o chefe do Observatório de Sismologia da Universidade da Universidade de Brasília (UNB), George Sand França, não há motivo para preocupação e os equipamentos do Observatório não registraram nenhum abalo em Caxias do Sul. O tenente-coronel Francisco Barden da Rosa, presidente da Comissão Municipal de Defesa Civil e comandante do 5º Comando Regional de Bombeiros, assegura que a comunidade não está correndo risco.

Vitivinicultura

Finanças

Edio Elói Frizzo apresentou a prestação de contas de 2009 da Câmara de Vereadores. De acordo com as contas do Legislativo, a receita projetada para 2009 foi de R$19.764.010, sendo que os repasses realizados pelo executivo foram de R$ 18.719.217, até o mês de novembro. O depósito do valor referente ao último mês do ano fica nos cofres públicos. Isso porque os recursos não utilizados pela Câmara chegaram ao valor de R$ 4.400.927,55, mas, por conta do duodécimo de dezembro, o cheque entregue à prefeitura na quarta-feira foi de R$ 3.394.513,02.

União de 5 cooperativas investirá R$ 30 milhões

Cooperativa Forqueta tenta recuperar prédio

Cinco organizações formarão a Central Cooperativa Nova Aliança. Serão investidos R$ 30 milhões na construção de nova planta de vinificação na cidade de Flores da Cunha. O empreendimento, que deve ser consolidado no início de 2011 terá capacidade de processamento de até 30 milhões de quilos de uvas, que serão transformados em sucos, espumantes e vinhos finos.

A Cooperativa Vitivinícola Forqueta espera ver encaminhada nos primeiros dias de janeiro uma solução para sua delicada situação financeira, que lhe custou, em dezembro, a perda de seu prédio em dois leilões. O problema resume-se, em essência, a um passivo fiscal e tributário com os governos da União e do Estado. O imóvel fica no distrito de Forqueta e o prédio em que

w w w . o c a x i e n s e . c o m . b r

2 a 8 de janeiro de 2010

é feita a vinificação também abriga um museu, aberto ao público, com documentos e objetos que resgatam a história da imigração italiana.

QUINTA | 31 de dezembro

Conselho Tutelar

Candidatos devem frequentar curso preparatório Os candidatos a conselheiros tutelares para 2010 deverão passar por um curso preparatório. A medida é uma decisão do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (Comdica). O curso está marcado para ocorrer entre 18 e 19 de janeiro, na UCS. O investimento é de R$194,00.

SEXTA | 1° de janeiro Ensino

Pedágios não serão reajustados Um impasse entre governo estadual e federal fez com que o índice de reajuste dos pedágios concedidos, que normalmente começa a valer no primeiro dia do ano, ainda não esteja decidido. As quatro praças de pedágio da Serra – São Marcos, Vila Cristina, Flores da Cunha e Farroupilha – manterão o preço estipulado no dia 1º de janeiro de 2009. Veículos de passeio continuam pagando R$ 6. O único que sofreu reajuste foi o de Gramado (1,49%), por ser formado apenas por rodovias estaduais. O Caxiense

3


Roberto Hunoff

roberto.hunoff@ocaxiense.com.br | www.ocaxiense.com.br/roberto-hunoff

Estímulo às Compras Com o objetivo de motivar os consumidores a comprarem nos primeiros meses do ano, entidades do comércio de Caxias do Sul e do Estado lançam a campanha Verão Premiado. A apresentação da campanha desenvolvida pela Câmara dos Dirigentes Lojistas local e Federação Estadual, com patrocínio da Prefeitura de Caxias do Sul, será na terça-feira, 5, às 9h30. Estruturação e metas serão expostas pelo presidente da CDL Caxias, Luiz Antônio Kuyava, e pelo diretor de economia e estatística da entidade e representante da FCDL-RS, Miguel Fortes.

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) de Caxias do Sul encerra 2009 em processo inflacionário desacelerado. É o que revela o índice de difusão do estudo realizado pelo Instituto de Pesquisas Econômicas e Sociais (IPES) da Universidade de Caxias do Sul (UCS). Quanto mais elevado o índice, mais acele-

O governo do Rio Grande do Sul estimou para dezembro receita líquida disponível de R$ 1,499 bilhão, descontados os valores que precisam ser repassados aos municípios. Já as despesas chegarão a R$ 1,890 bilhão, gerando déficit mensal de R$ 391 milhões. Segundo a Secretaria da Fazenda do Estado isto deve-se, principalmente, às despesas do pessoal em função do pagamento do 13° salário.

Carteira ampliada

A Keko, fabricante caxiense de acessórios para veículos utilitários, será a fornecedora oficial de capotas marítimas da nova Saveiro da Volkswagen. O processo foi aprovado diretamente na sede da montadora na Alemanha, gerando ampliação de 12% no faturamento da empresa caxiense. O fornecimento das capotas para a linha de montagem da VW se inicia em janeiro, gerando a contratação imediata de 20 pessoas para essa área. Em 2010 o quadro da Keko terá acréscimo de 30 pessoas, totalizando 430 funcionários. O incremento dá continuidade ao projeto de crescimento da Keko e faz parte do chamado “Plano 100”, como a empresa trata internamente sua intenção de chegar a um faturamento de R$ 100 milhões em 2010, registrando crescimento de 41% sobre 2009.

Comunicação qualificada

As Empresas Randon colocaram no ar o portal corporativo www.randon.com.br com informações de suas sete organizações. O portal tem links que direcionam aos sites de cada uma das empresas. As práticas corporativas relativas à sustentabilidade são apresentadas nas áreas social, ambiental e negócios, inclusive com link próprio para o Instituto Elisabetha Randon, criado com o objetivo de desenvolver ações de responsabilidade social para a comunidade. O portal conta ainda com espaço para publicações, relação com investidores, sala de imprensa e hotsite para o Memorial Randon, onde há toda a trajetória da empresa ao longo dos 60 anos de existência.

4

O Caxiense

2 a 8 de janeiro de 2010

O ano de 2009 fechou com chave de ouro para os supermercadistas gaúchos. Os dados preliminares liberados pela Associação Gaúcha de Supermercados (AGAS) mostram que os supermercados do Estado obtiveram acréscimo de 10% nas vendas de Ano-Novo na comparação com o mesmo período de 2008. Aliado ao crescimento de 9% registrado no desempenho no Natal, o fim de ano de 2009 é um dos mais positivos para o setor na década. Ao contrário do período pré-natalino, quando a área de não-alimentos, como eletroeletrônicos, brinquedos e têxteis, impulsionou o crescimento das vendas, os produtos que puxaram os bons resultados no Ano-Novo foram, pela ordem, cervejas, refrigerante, espumantes, carnes suínas e lentilha. Destaque para a expansão de 30% nas vendas do espumante moscatel nacional. O presidente Antônio Cesa Longo estima que dezembro represente incremento de R$ 320 milhões às vendas do setor no Estado. Com base no desempenho de dezembro, o crescimento do setor supermercadista no Estado deverá ser de 5% em 2009, sendo que 23% dos supermercados gaúchos deverão ampliar o número de lojas em 2010. Para atender a demanda do Natal e Final de Ano os supermercados contrataram 2 mil pessoas.

Fonte: Instituto de Pesquisas Econômicas e Sociais da UCS

46,5

41,1 40,8

Fev.

Mar.

Abr.

38,3 Mai.

40,6

39,9

39,2

38,0 Jan.

41,8

42,4

Jun.

Jul.

Ago.

38,1 Set.

Out.

36,3 Nov.

Dez.

Acima da média

Vilões dos caxienses

O IPC de Caxias do Sul fechou em 5,19%. Na comparação com o ano passado, 7,90%, recuou quase três pontos percentuais, mas acima dos 4,47% de 2006. E ficou acima dos demais indicadores inflacionários do País. No acumulado de 12 meses, sem incluir dezembro, o mais próximo ao IPC foi o IPCA, medido pelo IBGE, que soma 4,22%. Já o IGP-DI, da Fundação Getúlio Vargas, teve recuo de 1,76% no mesmo período. O IPC da Fipe atingiu 3,64% e o IPC, do IEPE, 3,65%.

Os itens que fazem parte do grupo de consumo saúde e higiene pessoal foram os responsáveis pela elevação do custo de vida do caxiense. Estes produtos tiveram reajustes, no ano, de 19,67%. Muito perto estiveram os itens que integram a cesta da educação, leitura e recreação com 16,18%. A situação foi compensada pela redução de 1,34% nos preços dos produtos alimentícios. O aumento do vestuário foi de 6,01%; transportes, 5,47%; despesas diversas, 2,64%; e habitação, 1,97%.

Alimentos mais baratos

Por conta da queda nos preços dos alimentos, a Cesta de Produtos Básicos do caxiense apresentou variação de apenas 2,02% em 2009. Em valores absolutos foi preciso desembolsar R$ 491,86 em dezembro, menos de R$ 10 do necessário no mesmo mês de 2008.

Pelo estudo do Instituto de Pesquisas Econômicas e Sociais da UCS, os produtos alimentares tiveram declínio de 0,02% na composição da cesta básica, enquanto os não-alimentares aumentaram 10,81%, pressionados pelos cigarros, com 36% de reajuste.

Arrecadação em alta

Expansão turística A Associação dos Produtores de Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos, em Bento Gonçalves, espera que 37 mil pessoas visitem a região no período de janeiro a março para colher uvas, degustar vinhos e participar de eventos típicos para celebrar a nova safra. A expectativa de crescimento de 15% sobre as 32 mil pessoas recebidas no primeiro trimestre de 2009 se baseia no movimento registrado no inverno deste ano. Gilmar Gomes, Divulgação/O Caxiense

Déficit mensal

rada está a inflação. Em dezembro foi apurado o menor índice do ano, na casa de 36,3%. O mais elevado foi registrado em março, 46,5%. O índice é o percentual dos subitens que compõem o estudo que sofreram aumento de preço num determinado mês na comparação com o imediatamente anterior.

Índice de difusão do IPC (em %)

Prêmios para motivar A Federação Estadual estima a participação de 45 mil lojistas de cerca de 300 municípios na campanha que se estenderá de 5 de janeiro a 10 de março de 2010. Até o ano passado, a iniciativa em Caxias do Sul limitava-se ao mês de fevereiro. O presidente da entidade, Vítor Augusto Koch, projeta que a campanha movimentará R$ 600 milhões, gerando R$ 120 milhões de ICMS. Serão distribuídos aos lojista 12 milhões de cupons, por meio dos quais os consumidores concorrerão a mais de 150 prêmios, incluindo automóveis, motos e TVs, entre outros produtos.

Riso solto

Inflação contida

O Governo do Estado estima que a receita do ICMS de dezembro alcance R$ 1,425 bilhão, superando a projeção inicial de R$ 1,383 bilhão. Será a única vez no ano que o Estado terá receitas mensais maiores de ICMS do que as previstas no Orçamento. Com esse resultado, o ICMS total arrecadado no ano será pouco superior a R$ 15 bilhões, apenas 5% abaixo da previsão orçamentária de R$ 15,8 bilhões, mas praticamente nos mesmos patamares da arrecadação de 2008. Sinal de que houve choro exagerado no decorrer do ano.

Força do consumidor Em 2004, quando chegou com grande alarde ao Rio Grande do Sul, a Casas Bahia abriu 29 lojas em 19 municípios e prometeu revolucionar o comércio gaúcho. Ficou na promessa como tantas outras que quiseram impor seu estilo de vendas ao consumidor do Rio Grande do Sul. Por aqui é preciso mais do que apenas preço. É necessário atendimento de qualidade. O resultado foi a demissão de 250 comerciários no Estado, dos quais 62 em Caxias do Sul. A rede ainda mantinha cinco lojas em atividade no estado.

S e m an alm e nte n a s b an c a s , di ar i am e nte n a inte r n e t .


Fontes alternativas

Lixo , UMA MONTANHA DE

Q

ENERGIA

Maicon Damasceno/O Caxiense

Projetos em andamento irão transformar aterros caxienses em usinas elétricas, gerando renda e, o que é mais importante, benefícios ambientais

Rafael Navajas informa que São Giácomo tem 1,5 milhão de toneladas de lixo

w w w . o c a x i e n s e . c o m . b r

2 a 8 de janeiro de 2010

por GRAZIELA ANDREATTA graziela.andreatta@ocaxiense.com.br uem visita ou simplesmente observa uma imagem do aterro santiário de São Giácomo não consegue ter ideia do que ele guarda. O lugar é bonito. Fica em uma área de 12 hectares com colinas cobertas de grama e cercada por árvores. E é aparentemente tão agradável que atrai até quero-queros para fazer seus ninhos. Seria a paisagem perfeita se esses montes não tivessem origem em pilhas e pilhas de lixo enterrado. Na verdade, 1,5 milhão de toneladas de lixo. É difícil até encontrar um comparativo para se tentar vizualisar toda essa quantidade. Afinal, são 1,5 bilhão de quilos. Talvez ajude dizer que é todo o resíduo orgânico e uma parte do seletivo descartados em Caxias do Sul desde 1989 e levados diariamente para o mesmo lugar. Em alguns pontos, a camada de lixo chega a ter 60 metros de profundidade. Tanta matéria orgânica em decomposicão produz uma infinidade de gases, sendo que o principal deles é o metano, um dos mais nocivos à camada de ozônio. Para tentar minimizar os prejuízos ambientais, esse material é queimado assim que entra em contato com o ar, em aproximadamente 70 chaminés instaladas em toda a extensão do aterro. Claro que queimar não é a melhor solução, porque gera gás carbônico, mas ele é 21 vezes menos prejudicial do que o metano. A boa notícia é que esse aterro deve ser encerrado no primeiro trimestre de 2010, quando entrará em funcionamento a Central de Tratamento de Resíduos (CTR) Rincão das Flores, situada quase na divisa com São Francisco de Paula, a quatro quilômetros do presídio regional. Nesse novo local também haverá resíduos e produção de gás. A diferença é que lá o lixo ganhará uma utilidade: será usado para gerar energia elétrica. A novidade vai colocar Caxias na vanguarda das cidades com iniciativas benéficas ao meio ambiente e pode, também, se transformar em receita ao município. Toda a energia gerada – ainda não há como quantificá-la – será disponibilizada para as operadoras de eletricidade, que precisarão pagar para usar esse recurso. Fazer o lixo virar energia e lançá-la na rede elétrica pode parecer complicado para um leigo entender e até acreditar – soa quase uma das invenções do professor Pardal –, mas é tudo “muito simples” para o geólogo Nerio Jorge Susin, diretor-geral da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Semma) e coordenador do projeto do novo aterro. Ele explica que a CTR Rincão das Flores já foi planejada para extrair do lixo seu potencial energético, reduzindo os danos ambientais causados pelos resíduos e dando uma utilidade a eles. E garante: “Não é nada tão absurdo que Caxias não possa fazer. E Caxias vai fazer”. Simplificadamente, o gás será extraído por meio de chaminés, semelhantes às que existem hoje em São Giácomo. Elas devem ser instaladas entre os resíduos com distâncias de O Caxiense

5


por uma triagem prévia em vez de ser tal Protection Agency, que fez um simplesmente aterrado. 20% devem estudo no aterro sanitário em 2007 e ser encaminhados às associações de entregou o documento com as conclurecicladores; 50% devem ser aprovei- sões da pesquisa à prefeitura no ano tados na geração de energia e com- seguinte. Conforme o relatório dessa postagem e apenas 30% serão aterra- insituição, o gás liberado pela decomdos. “Nós vamos separar os resíduos posição dos resíduos lá poderia gerar conforme o aproveitamento que eles pelo menos 1 MW de energia. E no podem ter. Hoje, a estimativa é de que próprio documento produzido pelo 20% do total do peso do lixo que vai órgão é considerada a possibilidade de para o aterro de São Giácomo seja re- que o rendimento seja maior, já que o ciclável ou reaproveitável, mas acaba estudo é “teórico e conservador”. sendo aterrado junto com o resto. Em Ainda segundo esse relatório, a Rincão das Flores, esse material será implantação de um sistema de aproseparado e encaminhado para as cen- veitamento energético seria econotrais de recicladores.” micamente viável, pois sustentaria a Com a redução na quantidade de produção de eletricidade por pelo meorgânico inutilizável, a vida útil do nos 14 anos. Depois desse período, a aterro, hoje estimada em 50 anos, produção passaria a cair até se tornar triplicaria. “Com isso, não se resolve inviável. totalmente os problemas ambientais A Codeca, no entanto, aposta que o causados pelo lixo, mas se reduz bas- potencial seja bem maior do que esse. tante.” Afinal, as cerca de 70 chaminés que Nem todos esses custos estão pre- liberam os gases decorrentes da devistos no Orçamento do Município composição ficam acesas 12 horas por para 2010. Mas Navajas informa que dia – são acionadas, aproximadamenhá financiamentos e interesse tanto no te, 35 em cada turno. Por causa dessa setor público quanto certeza, foi firmada nas instituições privauma parceria com a das de se apoiar essas “Não se vê muitos Eletrobrás, a maior iniciativas. “Já nos in- projetos sendo companhia do setor formamos e sabemos de energia elétrica da que há dinheiro para colocados em América Latina, conisso. Não se vê muitos prática porque trolada pelo governo projetos sendo coloca- faltam iniciativas brasileiro. dos em prática porque das prefeituras. E O diretor-presidente faltam iniciativas das da Codeca, Adiló Anprefeituras. E esse não é esse não é o caso gelo Didomenico, rede Caxias”, o caso de Caxias.” vela que as tratativas com a Eletrobrás codiz Navajas Pa r a l el a m e n te meçaram a ser feitas ao projeto de Rinainda em 2006, foram cão das Flores, a prefeitura e a Codeca interrompidas em 2008 devido a protambém trabalham na possibilidade blemas internos da companhia ocorride gerar energia elétrica no aterro de dos no Rio Grande do Sul, mas retoSão Giácomo. Estudos apontam que a madas no início de 2009. Desde então, produção de gás nesses locais atinge funcionários da Eletrobrás se reúnem seu pico um ano após o encerramento com o pessoal da empresa caxiense e das atividades, o que irá acontecer no fazem visitas técnicas a São Giácomo. primeiro trimestre de 2011. Adiló explica que a Eletrobrás tem Esse potencial foi atestado em Ca- interesse na energia gerada em São xias pela United States Environmen- Giácomo por se tratar de um projeto Maicon Damasceno/O Caxiense

aproximadamente 25 metros uma da mentos que não fazem parte das obras outra. Como os gases produzidos du- da Central de Tratamento de Resídurante a decomposição do lixo são mais os. Mas, como o projeto original já foi leves que o ar, eles subirão por essas concebido para produzir eletricidade, chaminés. Mas, em vez de queimados, o geólogo acredita que o custo não como ocorre hoje, seserá muito elevado. rão conduzidos, atra“Não tenho como te vés de canalizações, Central de dizer quanto vai cuspara uma estação onde tar porque é necessário Tratamento de serão usados na gerafazer alguns estudos Resíduos ção de eletricidade. e desenvolver projeClaro que no meio Rincão das Flores tos. Mas como o novo desse caminho entre deve produzir, aterro já foi construíos resíduos e o gerador do para gerar energia, em um ano de de energia ocorrerão acredito que com pouprocessos tecnológi- funcionamento, co mais de R$ 500 mil cos e sofisticados para 1 Megawatt já seja possível colocar colocar os gases na de energia em funcionamento o temperatura adequaprojeto energético.” da, medir suas quanO geólogo acrescenta tidades e purificá-los – este último, ainda que, além da eletricidade, a cenum processo que consiste em retirar tral de Rincão das Flores irá produzir da composição elementos corrosivos, adubo orgânico. Uma estação de comcomo o enxofre, que poderia danificar postagem converterá parte dos resíduos motores. “Já existe tecnologia para os, que poderão ser usados em projefazer tudo isso sem complicações, e tos municipais ou até comercializados o município está preparado desde a para a indústria. “Está tudo preparado fase de planejamento do novo aterro, para que o municipio tenha condições quando foi decidido que ele teria tec- de o mais breve possível estar produnologia para produzir eletricidade.” zindo adubo e energia.” E não será pouca energia. CaComo o aterro será administraxias produz atualmente 340 toneladas do pela Codeca, a companhia incluiu de lixo orgânico por dia. Isso equiva- no seu planejamento estratégico para le a aproximadamente 50 caminhões 2010 a realização de um estudo para de coleta lotados. Em um ano, tempo definir a melhor maneira de colocar aproximado para o lixo começar a li- o projeto em prática. Rafael Navajas, berar os gases resultantes da decom- engenheiro civil da empresa, espera posição, será possível produzir com a que até o final do ano se chegue à conajuda desses resíduos, segundo cálcu- clusão sobre qual deve ser a melhor los da Semma, 1 Megawatt (MW) de maneira de aproveitar os resíduos deenergia. A expectativa é de que esse positados na CTR. número possa triplicar em três anos, Navajas explica que o objetivo prinquando a produção poderá atingir a cipal de tudo isso é aproveitar ao mámesma marca de uma Pequena Cen- ximo o lixo causando o menor dano tral Hidrelétrica, que tem sido um dos possível ao meio ambiente. Medidas principais recursos de geração elétri- como a compostagem e a geração de ca. É suficiente para abastecer cerca de energia são apenas integrantes de um 9 mil moradias, conforme estimativas plano maior para reduzir o volume de da Semma. descarte que acaba sendo enterrado Susin explica que, para essa geração, sem utilidade alguma. ainda será necessário instalar equipaNo novo aterro o lixo deve passar

Cerca de 70 chaminés realizam a queima de gases produzidos pela decomposição dos resíduos

6

O Caxiense

2 a 8 de janeiro de 2010

S e m an alm e nte n a s b an c a s , di ar i am e nte n a inte r n e t .


Maicon Damasceno/O Caxiense

Por dia, Caxias produz 340 toneladas de lixo orgânico,o equivalente a 50 caminhões de coleta lotados

de fonte alternativa de energia. Essa é acredita que será mais fácil conseguir uma das diretrizes do governo federal parcerias para implementar também o na tentativa de reduzir a dependência projeto de Rincão das Flores, que será brasileira das termelétricas, devido muito mais simples, porque o local já ao alto grau de poluição que causam. foi concebido para gerar energia. “Eles precisam de energia alternativa e aqui em Caxias nós teO diretor-presimos uma riqueza que dente da Codeca fala poderia ser utilizada, “Aqui em Caxias com orgulho desses mas está sendo quei- nós temos uma dois projetos e, prinmada.” cipalmente, do novo A Eletrobrás contra- riqueza que aterro, que foi desentou a Universidade de poderia ser volvido exclusivamente Caxias do Sul (UCS) utilizada, por técnicos da prefeipara fazer um estu- mas está tura e deve servir de do de campo, já que a modelo para o país. pesquisa do instituto sendo queimada”, “Esse aterro novo vai norte-amercano é teó- diz Adiló, ter estação de composrica. O objetivo é saber da Codeca tagem, tratamento dos exatamente quanto gás gases, dos efluentes, geé liberado em São Giração de energia. Não ácomo e quanta energia isso deve ge- sei se existe outro igual no Brasil.” E rar. “Tem muito lixo enterrado lá. Nós é nisso que ele aposta para fazer com estamos apostando em uma produção que o lixo gerado em Caxias deixe de energética maior do que aponta o estu- ser apenas uma despesa e uma preocudo que temos hoje e por uns 20 anos, pação para se transformar também em pelo menos”, acrescenta Adiló. fonte de renda. Ainda não está definido quem irá O diretor administrativo e finanfinanciar a implantação da usina de ceiro da Codeca, José Luiz Zechin, conversão do gás em eletricidade nem informa que o lixo custa hoje ao mucomo será paga a manutenção. Mas o nicípio cerca de R$ 2,81 milhões por diretor da Codeca espera que a Eletro- mês, divididos entre a manutenção de brás banque todo o projeto, ou pelo São Giácomo, a coleta dos resíduos, a menos a maior parte dele, e depois varrição e a capina. Em contrapartiainda divida os resultados da venda de da, a taxa de lixo, cobrada junto com o energia com o município. “Acho justo, IPTU, consegue cobrir apenas metade porque eles precisam de energia e nós desse custo. temos a fonte”, argumenta. A Codeca não espera conseguir Não há prazo para a implantação arrecadar com a geração de energia desse projeto. Mas Didomenico espera dinheiro suficiente para abater todos que até o final de 2010 já esteja defi- os gastos gerados pelos resíduos. Mas nido, pelo menos, como será feito o Adiló Didomenico acredita em um aproveitamento do gás produzido no rendimento suficiente para ajudar o aterro sanitário atual. Depois disso, ele município a modernizar seus sistemas

de recolhimento e destinação do lixo. “Nós não vamos ceder essa energia de graça. Iremos cobrar por ela. E, além disso, no momento em que estivermos produzindo eletricidade de fontes alternativas, Caxias estará habilitada para receber créditos de carbono, que costumam render um bom dinheiro a quem tem projetos importantes, como esse nosso, na área ambiental”, aposta.

decomposição do lixo para gerar energia. Mas isso custaria 100 milhões de euros. Nerio Susin se impressionou com os métodos de incineração usados pelos europeus, que são obrigados a queimar o lixo por não possuírem áreas disponíveis para a construção de aterros, muito menos nas dimensões dos de Caxias – São Giácomo tem 12 hectares e Rincão das Flores terá mais de 250 Em uma visita técnica realiza- hectares entre o aterro propriamente da à Europa na metade de novembro, dito e a área de preservação. Mas esses Didomenico, o engenheiro Rafael Na- sistemas de incineração custam aprovajas, o geólogo Nerio Susin e outros ximadamente 600 milhões de euros. dois diretores da Codeca puderam Aplicar isso aqui seria quase imconhecer de perto projetos inovado- possível. Levando em conta que os res na área de destinação de resíduos recursos destinados a investimentos e analisar quais das iniciativas pode- no Orçamento de Caxias do Sul para riam ser implantadas 2010 serão de R$ 128 em Caxias. milhões, seriam necesAlgumas delas, Codeca firmou sários dois anos para como a triagem do lixo construir uma planta antes de ser disposto parceria com de biodigestão e no míno aterro, que é feita na a Eletrobrás nimo mais dez para o Alemanha, já entrará para que gás sistema de incineração. em funcionamento na gerado em São E isso se a prefeitura central de Rincão das não investisse em mais Flores. Outras jamais Giácomo nada. poderiam ser aplica- possa garantir Didomenico acredita das aqui devido ao alto energia por pelo que, no futuro, todos custo que teriam. “A menos 20 anos precisarão incinerar o Comunidade Europeia lixo, inclusive Caxias tem uma legislação do Sul. Mas estima única para os resíduos, que eu consi- também que isso ainda está muito dero a mais avançada do mundo. Mas longe de acontecer. Até lá, talvez a cieles têm muito dinheiro. Trouxemos dade já tenha descoberto outras altermuito material para analisar e acredi- nativas, além da geração de energia, to que poderemos aproveitar algo”, diz capazes de transformar o lixo em algo Didomenico. tão rentável ao ponto de permitir que Navajas visitou uma planta de pro- se implante aqui projetos e tecnologias dução de eletricidade e compostagem que hoje podem ser vistas apenas de com resíduos orgânicos que usa um longe, como privilégios de primeiro sistema de biodigestão, que acelera a mundo.

w w w . o c a x i e n s e . c o m . b r

2 a 8 de janeiro de 2010

O Caxiense

7




Ambientes de trabalho

Maicon Damasceno/O Caxiense

ADEUS , ESCRITÓRIO

Para cortar custos, empresas encontram alternativas em salas alugadas por hora, cafés ou mesmo em casa

H

10

por GRAZIELA ANDREATTA graziela.andreatta@ocaxiense.com.br

guém por perto. Não precisamos nos deslocar todos os dias para trabalhar. Podemos viajar tranquilos. É muito prático e confortável”, revela Rech.

á 20 anos, quando o empresário Nelson Mario Rech Filho, 55 anos, decidiu transferir o escritório da empresa para Praticidade também foi um dos a casa dele, o motivo era econômico. motivos que levaram a representante A moradia era grande e o terreno era comercial Suelen Griebeler, 27 anos, espaçoso, o que facilitaria a mudança a optar por não alugar uma sala para e reduziria os custos com telefone, se- trabalhar. Como tudo o que ela precigurança e deslocamento, por exemplo. sa é um celular e um notebook, optou Assim, o escritório da Pratamil Aná- por não ter uma sede fixa. Há 12 anos, lise e Beneficiamento de Prata come- faz negócios assim: sem escritório, sem çou a funcionar em uma pequena peça burocracia e, de preferência, na mesa da ampla residência. E a extração da de um café. “Tem uma frase que diz prata passou a ser realizada no pátio, que negócios entre pessoas jurídicas que também tinha lugar suficiente para são feitos por pessoas físicas. Por isso, o estacionamento dos carros da família priorizo ambientes agradáveis para fae do caminhão da empresa. zer isso.” Os filhos do empresário foram cresE foi em um desses lugares, entre cendo e se incorporando ao negócio um cliente e outro, que ela recebeu a que é conduzido por reportagem, em uma Rech com a ajuda da mesa situada entre a mulher, Guiomar Bam- “Se alguém janela e a estante de pi Rech, 54 anos, e dos quiser uma livraria-café. Sem filhos Nelson, 27 anos, e ficar um chefe por perto, secreGiovana, 19 anos. Cada tária ou o barulho de um foi encontrando pouco mais computadores e teleseu espaço na peça usa- na cama, fones tocando, Suelen da como escritório e o não tem conversou tranquilalocal, que poderia ter problema, nos mente enquanto bebia sido temporário, acaum café e acessava a inbou se tranformando revezamos”, ternet. “Viu por que eu em sede definitiva. Mas conta Guiomar não tenho escritório? ninguém achou ruim. Bem melhor trabalhar Pelo contrário. assim.” A empresa tem horário para começar Suelen é representante de uma ema funcionar, às 8h45min, que é quando presa que oferece infraestrutura para a chega o único funcionário que não é instalação de redes de computadores, e de casa. Se um dos membros da famí- nunca teve escritório. Sempre resolveu lia estiver acordado para abrir a porta tudo em cafés ou restaurantes. “Eu proou atender o telefone já é suficiente. “A curo tirar o cliente do ambiente dele e gente procura respeitar o horário por- levá-lo para um lugar mais neutro e que tem trabalho para ser feito. Mas se agradável, que tenha rede de internet alguém quiser ficar um pouco mais na sem fio. Isso facilita o relacionamento, cama, não tem problema, nos reveza- que é muito importante hoje em dia.” mos”, revela Guiomar. A representante garante que a fórEsse não é o único conforto de quem mula que escolheu para trabalhar é trabalha a 10 passos da cozinha e tem boa tanto para ela quanto para seus o privilégio de poder passar o dia de clientes, que podem negociar mais à abrigo ou de chinelo, sem se preocu- vontade longe das formalidades e bupar com a impressão que isso causaria rocracias das corporações. “A minha aos colegas de trabalho. “Nós ficamos primeira conversa é normalmente muito à vontade mesmo”, diverte-se dentro da empresa. Depois, eu procuro Giovana. transferir a negociação para um café. Se eles voltariam a separar casa e E a diferença nos clientes é visível. Faz empresa? Dificilmente, responde Rech. bem para eles sair daquele ambiente Ele lembra que, além de continuar corporativo, mais pesado”. sendo uma alternativa econômica, Suelen diz que trabalhar assim abre essa unificação moradia-escritório é sua mente, porque a coloca em contato prática e todo mundo já se acostu- com diversas outras pessoas de interesmou com a rotina. “Por estarmos em ses e ideias diferentes. “Muito negócios casa não precisamos nos preocupar surgiram de conversas informais em com segurança, pois sempre tem al- cafés onde eu estava trabalhando. Isso

O Caxiense

2 a 8 de janeiro de 2010

A representante Suelen negocia em cafés e restaurantes: “facilita o relacionamento”

S e m an alm e nte n a s b an c a s , di ar i am e nte n a inte r n e t .


Maicon Damasceno/O Caxiense

Maicon Damasceno/O Caxiense

Por economia, a família Rech transferiu a sede da empresa para casa; No escritório virtual, a telefonista atende as ligações como se estivesse na empresa do locatário

jamais aconteceria se estivesse trancada dentro de um escritório. Acho que nunca mais conseguirei trabalhar assim”.

ponibilizados durante um mês. “Eu costumo comparar a estrutura que a gente oferece à de um flat. Ele parece uma casa, mas tem toda a estrutura e os serviços de um hotel, e a despesa E ela não é a única a pensar vai depender do tempo que a pessoa dessa maneira. A mobilidade da inter- permanecer no lugar e do que ela irá net e a dinamização do mundo corpo- consumir nele”, explica Dossin. rativo têm derrubado No escritório virtual, barreiras e também as o locatário não preciparedes. O número de “A diferença sa se preocupar com profissionais que deci- nos clientes móveis, secretária ou diram abolir os escritótelefone. A empresa é visível. rios cresceu tanto que que oferece o servios empresários Gabriel Faz bem para ço disponibiliza tudo Roberto Paniz, 31 anos, eles sair isso. E o usuário paga e Luciano Dossin, 32 daquele a conta depois conanos, abriram um neforme os serviços que ambiente gócio para atender jusutilizou. “No momento tamente essas pessoas. corporativo”, que aluga o escritório Eles trouxeram para diz Suelen virtual, a pessoa recebe Caxias um tipo de seruma linha telefônica viço cada vez mais utiexclusiva para utilizar lizado em capitais como Porto Alegre e enquanto estiver aqui. Quando a linha São Paulo: os escritórios virtuais. dela tocar, a telefonista da nossa emNa verdade, eles não são tão virtuais presa atenderá a ligação como se fosse assim, porque existem fisicamente. Os da empresa de quem alugou o escritóescritórios ficam normalmente em um rio. Se o cliente quiser, não precisa diprédio onde há diversas salas com me- zer que o escritório é virtual”, esclarece sas, cadeiras, armários, linhas telefôni- Paniz. cas independentes e rede de internet, além de salas de reuniões e de treinaQuem já utiliza esse tipo de mento com projetor e serviço de café. serviço aprova a alternativa. É o caso A diferença é que esses espaços não da empresária Ariane Tanise Marchi. pertencem às pessoas que os utilizam, Ela tem uma agência de promoção de mas sim a uma empresa que os aluga eventos e merchandising cuja sede é por hora, por dia ou por mês, depen- um escritório virtual de Porto Alegre. dendo da necessidade do inquilino. Quando precisa fazer treinamento e O aluguel tanto pode custar R$ 20, contratação de pessoal em Caxias, a que é o valor para ocupar uma sala empresária aluga estruturas semelhansimples durante uma hora, quanto R$ tes aqui. 2,5 mil, que seria o gasto com o uso Um dos trabalhos da empresa de dos diferentes serviços e espaços dis- Ariane é contratar e treinar pessoas

para trabalhar como demonstradoras adotam essa alternativa. Ela mesma em supermercados – aqueles profissio- não possui escritório. “Eu atendo os nais que explicam o funcionamento de clientes na empresa deles ou, quando algum produto ou servem amostras de eles fazem questão de mais sigilo, em alimentos e bebidas. Antes dos escri- um espaço dentro do Sebrae. Se eu não tórios virtuais, quando precisava fazer tivesse essa opção, poderia alugar um seleção de pessoal fora da Capital, era escritório virtual. Mas não manteria obrigada a desenvolver a atividade em uma sala alugada, pois o custo fixo seshoppings ou hotéis. “Nos shoppings ria muito alto.” não era muito adequado e nos hotéis Maria Cristina lembra que no munera caro. O custo chegava a ser 30% do inteiro as empresas, inclusive as maior do que o preço cobrado em um grandes corporações, estão buscando escritório virtual, onde há todo o con- meios para reduzir seus custos. E abrir forto e infraestrutura necessários.” mão de uma sede fixa tem se tornado Ariane, que realiza esse trabalho há uma alternativa cada vez mais vantaoito anos, conta que já teve escritório josa, principalmente para os emprepróprio. Há três anos adotou o servi- endedores que estão iniciando uma ço de salas virtuais, e não se arrepen- vida profissional. “Manter uma sala de. Seus gastos caíram comercial, com todos quase pela metade e aqueles gastos, como o número de clientes “A imagem da aluguel e telefone, não dobrou. “A imagem da minha empresa sai por menos de R$ 1 minha empresa melho- melhorou. E meu mil. Esse custo poderia rou, porque, embora ser aplicado em estratéseja pequena, ela está custo é 40% gias e projetos visando bem localizada, possui menor do o desenvolvimento da móveis novos e uma que antes”, empresa.” estrutura ampla e mo- calcula Ariane, A consultora acrediderna, o que causa uma ta, inclusive, que essa boa impressão a quem com sede em um tendência, mais do procura meus serviços. escritório virtual que uma alternativa E meu custo é 40% mepara empresários que nor do que antes”. desejam reduzir seus custos, é uma oportunidade para emComo cortar custos é preocu- preender. “Quem está querendo abrir pação de toda empresa, abolir os es- seu próprio negócio e ainda não sabe critórios se transformou em tendência, o quê pode estudar a possibilidade de que conquista cada vez mais profissio- montar um condomínio de escritórios nais. A administradora e consultora virtuais”, aconselha. E para aqueles para o Sebrae na área financeira Maria profissionais que poderiam abrir mão Cristina de Lima Frosi, 34 anos, in- do escritório mas ainda têm dúvidas forma que é cada vez maior o núme- sobre suas vantagens, a consultora dá ro de companhias e profissionais que o incentivo: “Eu recomendo”.

w w w . o c a x i e n s e . c o m . b r

2 a 8 de janeiro de 2010

O Caxiense

11


Maicon Damasceno/O Caxiense

Artes populares

o dia em que o

fogo tRAiu o homem vulcão Numa noite de circo em Caxias, o número do engolidor de fogo deu errado. Em vez de aplausos, houve pavor na plateia

e

12

por VALQUÍRIA VITA valquiria.vita@ocaxiense.com.br

leões”. No dia seguinte ao acidente com fogo, Rodrigo não quis dar entrevista, ra quarta-feira de primavera em Ca- alegando que a energia do circo não xias do Sul. O espetáculo das 21h do combinava com desgraça. Só falou soCirco Koslov se encaminhava para a bre o ocorrido duas semanas depois, apresentação de um dos seus melho- quando já estava com o rosto quase res números. O público não era gran- curado das queimaduras e pronto para de, mas aguardava ansiosamente pela encarar os palcos novamente. Falou promessa de ver o Homem Vulcão. O tranquilamente sobre a performance homem que colocaria fogo na própria mal sucedida, só não disse, nem sob pele e depois cuspiria um enorme jato muita insistência, qual o produto quíde chamas. mico usado – para não dar chance para Vestindo calça justa branca, botas e que alguém tente, corajosa e levianacolete prateado, o Homem Vulcão su- mente, imitá-lo em casa. biu no palco carregando dois bastões. Há 15 anos Rodrigo faz malabarisComeçou fazendo ágeis malabarismos. mos com fogo, e até então nunca havia Depois passou o fogo dos bastões na se acidentado. Mas sabia exatamente o pele. A plateia, já animada, se empol- que fazer caso isso acontecesse. E foi, gava cada vez mais. de fato, a preparação de anos de cirAté que chegou o momento final, co que o salvou. Para impedir que as aquele que costumava chamas fossem inalaarrancar mais aplausos das, imediatamente ao do público. Naquela Ao perceber perceber que o número noite de espetáculo, que as tinha dado errado ele porém, ninguém aplau- labaredas prendeu a respiração. diu. Ninguém tampouDepois, com o próco achou graça. Na aumentavam prio colete, conseguiu hora em que o Homem ao invés de apagar as chamas que Vulcão colocou o líqui- se dissipar, consumiam seu rosto e do na boca e cuspiu, Rodrigo pescoço. ao invés de as chamas Há quem ache, de se dissiparem, elas au- prendeu certa forma, até irônimentaram. E cobriram, a respiração co. O caso do engolidor por alguns segundos – de fogo que se queique para quem assistia mou. Foi algo realmenpareceram horas –, o rosto do Homem te inesperado, que Rodrigo não chamaVulcão. ria de acidente de trabalho. “Não, nem No dia 21 de dezembro, 13 dias de- pensar. Isso nunca havia acontecido. pois do acidente – provocado pelo uso Foi só um engano. As letras do produto de um produto químico errado – e trocado eram menores do que letras da duas sessões de laser já feitas para tirar Bíblia”, diz, com sotaque carregado no as profundas queimaduras do rosto, “R”, típico do interior paulista. Rodrigo Vox, o Homem Vulcão, fez 24 Por recomendações médicas, duanos. Ele sabia que aquele não era um rante duas semanas inteiras o Homem aniversário comum. Naquele dia, co- Vulcão teve que trocar o picadeiro pememorou a sorte que teve. los bastidores. Não pôde nem pensar em chegar perto do fogo por causa do Sendo filho de um artista, Ro- calor. Mesmo assim, não ficou parado. drigo, natural de Campinas (SP), nas- Com uma máscara, para não contamiceu e cresceu dentro de circos. Junto nar a pele e agravar as lesões, Rodrigo com as emocionantes apresentações, passou os espetáculos fotografando viveu situações em que ocorreu sério pessoas que assistiam ao circo. Impririsco de morte. Certa ocasião, quando mia as fotos em tamanho 3x4 e transintegrava o circo do Beto Carrero, caiu formava-as num chaveiro de plástico, de uma altura de 30 metros. Fraturou com a foto de um dos palhaços mais os dois cotovelos. Anos mais tarde, foi conhecidos do Koslov, o palhaço Dica, atacado por um enraivecido babuíno. no verso. Por causa dele, leva até hoje uma gran de cicatriz embaixo do braço direito. Só Rodrigo, o palhaço Dica e Rodrigo não deixa que a história do o palhaço Cheiroso é que não são da acidente com o animal seja contada família Signorelli, que administra o em detalhes, só acrescenta que “os ba- Circo Koslov. Mas, segundo Rodrigo, buínos não prestam. São piores que os é como se fossem. “Não é de sangue,

O Caxiense

2 a 8 de janeiro de 2010

Rodrigo: “me sinto mais confortável a 30 metros de altura do que no solo”

S e m an alm e nte n a s b an c a s , di ar i am e nte n a inte r n e t .


explica. Kyara foi o único motivo for- meira vez aos sete anos de idade. “Deste o suficiente para afastá-lo do circo. de então me sinto mais confortável a Nem o casamento, que já terminou, fez 30 metros de altura do que no solo.” isso. Durante quase três anos Rodrigo Fascinado também por fotografia e ficou longe das performances para po- música, Rodrigo faz trabalhos evender cuidar da filha petuais como DJ. Mas quena. não se imagina fora No momento, a casa “O melhor do do circo. “É uma coisa provisória de Rodrigo artista do que só quem nasceu tem sido uma barraca aqui para entender.” O circo é a abrigada debaixo da maior desafio, segundo ele, é driblar a falta de abafada lona amarela persistência. incentivo do governo e vermelha do Koslov, Por mais que para esse velho ramo que já ostenta alguns exista o medo do entretenimento poburacos pelo longo não, dá para pular. “Gastam milhões tempo na estrada. O para o Cirque du Soleil trailer em que ele cos- desistir”, diz o vir ao Brasil ao invés tumava morar está no Homem Vulcão de investir no trabalho conserto. “As pessoas nacional”, reclama o aracham que vida de circo é que nem de cigano. Mas não é não. tista. É como a dos outros, mas nossa casa é sobre rodas”, diz Rodrigo, que já teve a O Koslov ainda vai ficar sem o chance de conhecer 18 países por cau- bravo Homem Vulcão por mais alguns sa do trabalho. dias. Tudo depende do fim das sessões Além da emoção das chamas, ele a laser e da autorização do médico. Se também ama a adrenalina das apresen- dependesse de Rodrigo, isso acontetações que envolvem altura. Conta ter ceria o quanto antes. Ele diz não estar voado de um trapézio a outro pela pri- nem um pouco inseguro para voltar a

manusear o fogo. O sentimento é exatamente o oposto, e a ansiedade de voltar a apresentar o número aumenta a cada dia. “O melhor do artista do circo é a persistência. Por mais que exista o medo, não dá para desistir. Nasci, cresci e vou morrer fazendo isso. O circo é a minha vida”, resume. Mais ainda do que a superação, quando se pergunta a um apaixonado por circo o melhor de ser artista, ele responde sem pensar duas vezes: poder ver a satisfação do seu público. Rodrigo não é exigente, diz que não é preciso nem plateia lotada. “Olhar uma criança que está lá, triste na sua cadeira, e saber que um minuto da vida dela ficou mais feliz por causa do circo é com certeza o melhor do nosso trabalho.” No circo, supera-se um desafio a cada dia. Prova disso é que o rosto de Rodrigo, que todo mundo imaginava que nunca voltaria ao aspecto normal, hoje quase não tem marcas das queimaduras. Se ficar algum resquício, serão pequenas cicatrizes. Uma história a mais para, no futuro, poder contar a Kyara. Maicon Damasceno/O Caxiense

mas é de criação. Quando eu me acidentei, quem me levou para o hospital e quem tomou conta de mim depois foram eles.” Geralmente, a trupe passa apenas uma semana em cada cidade. Em Caxias, ficou todo o mês de dezembro e permanecerá até segunda-feira, dia 4, por causa do final do ano, época de baixo público e de descanso para os artistas. Quando não está nas funções de técnico de som e iluminação, acrobata em tecido ou trapezista em balanço, Rodrigo treina as crianças do Koslov. Nas horas livres, descansa ou sai para passear. Em Caxias só saiu para ir ao Centro fazer compras e para ir ao cinema. Foi assistir ao filme Avatar, no Shopping Iguatemi. Toda segunda-feira os artistas têm folga. E é nessas folgas, emendadas a um ou outro fim de semana, que Rodrigo consegue ir a Campinas ver a filha de três anos, Kyara. “Estou só esperando ela fazer quatro anos para que comece a fazer parte do circo também. Se não for por mim, vai ser pelo avô dela, que também trabalha com isso”,

Por ordens médicas, o artista teve de se afastar temporariamente do malabarismo com bastões em chamas EDITAL de 1º e 2º LEILÕES e INTIMAÇÃO Dias:1º em 15.01.2010 e 2º em 25.01.2010 às 16:15horas Local: Átrio do FÓRUM Cível de Caxias do Sul –RS. José Ary Flach, Leiloeiro Oficial, matrícula nº146/98, autorizado pelo(a) Exmo(a). Sr(a). Juiz(a) de Direito da 5ª Vara Cível da Comarca de Caxias do Sul-RS, venderá em Leilão Público, nas datas, hora e local, como acima, o bem penhorado nos autos do Processo nº 010/1.05.0007583-5 Execução de Título Extrajudicial, que Banco Itaú S A. move contra Marco Antonio Tubbs Lucena, Gilberto Muterle e Jussara Elvira Grillo de Lucena e chama interessados à arrematação - em 1º Leilão pelo valor da avaliação ou superior e, em 2º Leilão, poderá ser por valor inferior - desde que não vil - (art.686 Vl do CPC) – compreendendo: Um automóvel, marca VW/ SANTANA GLS, placas IBD-6086, cor azul, ano e modelo 1988/1989, chassi n°9BWZZZ32ZJP241720, Renavam 431963886, a gasolina. Possui: alarme, vidros elétricos, 04 portas, direção hidráulica, ar condicionado. Encontra-se em bom estado de conservação. Avaliado em R$7.401,00(sete mil quatrocentos e um reais). Conforme folha 120 e 135 do processo. Localização do bem: Rua Campos Junior, 1036 – Bairro Rio Branco, N/C. Detran: não consta valor pendente. Por este edital ficam, desde já, intimadas as partes, caso isto não seja possível por Oficial de Justiça, conforme Provimento 04/2002 da Corregedoria Geral de Justiça. A comissão do leiloeiro ficará a cargo do arrematante. Maiores informações pelos telefones: (54) 32011191 e 99772466 ou Internet: www.leiloeiroflach.com.br - email: leilofla@terra.com.br. Caxias do Sul, 26 de novembro de 2009. Escrivã – Dra. Rosane Zattera Freitas - Juiza de Direito – Dra. Zenaide Pozenato Menegat.

2010 Faça de

um ano de boas notícias.

w w w . o c a x i e n s e . c o m . b r

Assine O Caxiense e receba 52 edições do melhor do jornalismo impresso. Escreva para assine@ocaxiense.com.br ou ligue (54) 3027.5538

2 a 8 de janeiro de 2010

O Caxiense

13


Guia de Cultura

guiadecultura@ocaxiense.com.br

Otávio de Souza, Divulgação/O Caxiense

Lula no cinema, espetáculo no circo e blues embalando a primeira semana de 2010

O desconhecido Rui Ricardo Diaz interpreta Luiz Inácio da Silva quando este desponta para a fama em Lula, O Filho do Brasil

MÚSICA l Flávio Ozelame Trio | Blues. Terça, dia 5, 22h | O trio toca sucessos do blues e do rock na primeira festa de 2010 do bar blueseiro. Mississippi Delta Blues Bar R$ 8 (feminino) e R$ 10 (masculino) | Augusto Pestana, 810, São Pelegrino | 3028-6149 | www.msdelta.com.br l Rafa Schuler | Blues. Quarta, dia 6, 22h | O guitarrista caxiense faz show com covers do blues e do rock internacional. Rafa é compositor, arranjador, cantor, guitarrista e produtor. Começou a tocar piano aos seis anos, aos 11 ganhou o primeiro violão e aos 13, a primeira guitarra. Ganhou uma bolsa de estudos para a Los Angeles Music Academy, onde se formou em 1999. Mississippi Delta Blues Bar R$ 8 (feminino) e R$ 10 (masculino) | Augusto Pestana, 810, São Pelegrino | 3028-6149 | www.msdelta.com.br

14

O Caxiense

2 a 8 de janeiro de 2010

l DJ Mono | Pop. Quarta, dia 6, e quinta, dia 7, 23h | O DJ caxiense apresenta um set com músicas dançantes, com sucessos do pop rock, da black music, da soul music e do rhythm and blues, entre outros. Bier Haus R$ 5 | Tronca, 3.068, Rio Branco | 3221-6769 | www.bierhausbar.com.br | 120 pessoas l Blues Beers | Blues. Quinta, dia 7, 22h | Banda caxiense traz o blues em suas mais variadas vertentes, das mais tradicionais às mais contemporâneas, tocando covers de clássicos e também apresentando músicas próprias. Mississippi Delta Blues Bar R$ 8 (feminino) e R$ 10 (masculino) | Augusto Pestana, 810, São Pelegrino | 3028-6149 | www.msdelta.com.br l Havana 40° | Música eletrônica. Quinta, dia 7, 23h | Para comemorar a chegada do verão, a festa tem line up do DJ argentino Federico Barco, nascido

em La Plata, Buenos Aires, que hoje faz parte da cena eletrônica de Porto Alegre. É residente do Spin Club, mas toca também em outras festas na capital gaúcha, como Fulltronic, Motomix e Touch, e em casas como a E357, de São Leopoldo, e Venue, de Novo Hamburgo. A festa continua com os DJs Alibu, Thobias Wolff e Flá Scola. Havana Café R$ 20, com nome na lista R$ 10 (feminino) e R$ 30, com nome na lista R$ 15 (masculino) | Augusto Pestana, 145, São Pelegrino | 3215-6619 | www. havanacafe.com.br l Ale Ravanello Blues Combo | Blues. Sexta, dia 8, 22h30 | O baixista caxiense e sua banda apresentam sucessos do blues. Mississippi Delta Blues Bar R$ 10 (feminino) e R$ 15 (masculino) | Augusto Pestana, 810, São Pelegrino | 3028-6149 | www.msdelta.com.br l DJs Thobias Wolff e Alibu | Música eletrônica. Sexta, dia 8, 23h | Os DJs agitam a noite do bar com

sucessos eletrônicos emprestados das pistas de dança. Bier Haus R$ 5 | Tronca, 3.068, Rio Branco | 3221-6769 | www.bierhausbar.com.br | 120 pessoas l Flashback | Pop. Sexta, dia 8, 23h30 | Banda vem direto de Porto Alegre para animar a noite caxiense com sucessos das décadas de 70, 80 e 90. Portal Bowling – Martcenter R$ 10 (feminino) e R$ 15 (masculino) | RSC-453 Km 2, 4.140 | 3220-5758 | www.portalbowling.com.br | 1.000 pessoas

NATAL l Circo Koslov | Sábado, às 17h, 19h e 21h, e domingo, às 15h, 17h, 19h e 21h | Um dos circos mais tradicionais do país apresenta números de palhaços, malabaristas, mágicos e o ousado Globo da Morte. O Koslov é uma atração itinerante com mais de 130

S e m an alm e nte n a s b an c a s , di ar i am e nte n a inte r n e t .


EXPOSIÇÕES l Coletividade | De segunda a quinta, das 8h30 às 18h | A mostra reúne trabalhos de quatro artistas jovens, de Porto Alegre e São Paulo, com identidade bem marcada e linguagem específica, com produções que refletem a arte plástica contemporânea. Um deles é Kone, pertencente a um grupo de grafiteiros da capital gaúcha, que demonstra a vontade de tirar o grafite da rua e mostrar toda sua dimensão artística. Carlo Vidor é fotógrafo com inspirações surrealistas, como o pintor René Magritte, e traz um universo onírico em suas obras. Carla Barth é ilustradora, com trabalho reconhecido internacionalmente. Ela expõe pinturas com toque lúdico, lembrando desenhos infantis, mas que agregam filosofia, cores e movimentos das crianças. Mário Níveo, que trabalha com colagem e acrílico sobre tela, apresenta uma obra mais nervosa, que traduz o caos urbano e o dia-a-dia frenético e febril das grandes cidades. A exposição encerra na quinta-feira, dia 7. Galeria Municipal de Arte Gerd Bornheim - Casa da Cultura Percy Vargas de Abreu e Lima Entrada franca | Dr. Montaury, 1333, Centro | 3221-3697

CINEMA

l Alvin e os Esquilos 2 | Comédia. De sábado a quinta, 13h30 | O trio de esquilos Alvin, Simon e Theodore participa de um concurso de bandas para salvar a escola de música com o dinheiro do prêmio, mas um dos concorrentes é um grupo formado por três esquilas, as Chipettes. Dirigido por Tim Hill. Pré-estreia. Censura livre, 94 minutos, dublado. Pepsi GNC 4 - Shopping Iguatemi Caxias l Alvin e os Esquilos 2 | Comédia. De sábado a quinta, 16h20 | Pepsi GNC 6 - Shopping Iguatemi Caxias l Atividade Paranormal | Terror. De sábado a quinta, 16h30 e 20h30 | Casal de jovens, ao se mudar para uma nova casa, passa por experiências paranormais inexplicáveis, que se manifestam especialmente à noite. O rapaz decide instalar uma câmera de vídeo no quarto para documentar as estranhas manifestações. Dirigido por Oren Peli. Censura 14 anos, 87 minutos, legendado. Pepsi GNC 1 - Shopping Iguatemi Caxias l Avatar | Ficção científica. De sábado a quinta, 15h20, 18h30 e 21h40 | Ex-fuzileiro naval é enviado ao planeta Pandora, onde encontra uma raça humanóide chamada Na’Vi. A

missão dele é impedir que os Na’Vi atrapalhem a extração de minerais, mas o confronto com os alienígenas fica em segundo plano depois que um deles salva sua vida. Dirigido por James Cameron. Classificação 12 anos, 166 minutos, legendado. Pepsi GNC 4 – Shopping Iguatemi Caxias l Avatar | Ficção científica. De sábado a quinta, 13h20, 18h20 e 21h30 | Classificação 12 anos, 166 minutos, dublado. Pepsi GNC 6 – Shopping Iguatemi Caxias l Elsa e Fred – Um amor de paixão | Drama. Quinta, dia 7, 15h | Filme argentino retrata a mudança na vida do aposentado Fred, viúvo recentemente, com a chegada da nova vizinha, Elsa, uma louca senhora que adora contar mentiras e exagerar nas histórias. O sério Fred se encanta pela vivacidade de Elsa e acaba saindo de sua rotina pacata para descobrir, finalmente, o que é ser feliz. Com Manuel Alexandre e China Zorrilla. Dirigido por Marcos Carnevale. A exibição faz parte do projeto Matinê às 3. Censura 14 anos, legendado, 108 minutos. Sala de Cinema Ulysses Geremia Entrada franca. A participação pode ser confirmada por agendamento de sua entidade, retirando ingresso no local ou por reserva de ingresso, pelo telefone 3901.1312, com Tatiéli | Luiz Antunes, 312, Panazzolo | 3901-1316 | 100 lugares l Encontro de Casais | Comédia. De sábado a quinta, 13h10, 18h15 e 22h15 | Como tentativa de salvar o casamento, um casal vai para um resort em uma ilha tropical para participar de terapia de casais. Como forma de ganhar um desconto, eles convidam mais três casais de amigos, que pensam que só vão curtir o que a ilha oferece, mas ao chegar lá percebem que também precisarão partipar da terapia. Dirigido por Peter Billingsley. Censura 14 anos, 114 minutos, legendado.

Pepsi GNC 1 - Shopping Iguatemi Caxias l Lula, o Filho do Brasil | Drama. De sábado a quinta, 14h10, 16h50, 19h20 e 21h50 | Baseado no livro homônimo de Denise Paraná, o filme retrata a história do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), desde o nascimento no sertão pernambucano, passando pela infância na cidade portuária de Santos, em São Paulo, até o auge da atuação no movimento sindical, nos anos 80. Dirigido por Fábio Barreto, conta com a atuação de Glória Pires como Dona Lindu (mãe de Lula), Cleo Pires como a primeira mulher de Lula, Lurdes, e Juliana Baroni como a hoje primeira-dama Marisa Letícia. Censura 12 anos, 130 minutos. Pepsi GNC 2 - Shopping Iguatemi Caxias l Sempre ao seu lado | Drama. De sábado a quinta, 14h, 16h, 18h, 20h e 22h | O cão abandonado Hachiko, da raça akita, é encontrado por professor universitário em uma estação de trem no Japão. Inspirado na história real de um cachorro que acompanhava seu dono até o ponto de embarque e aguardava sua volta, todos os dias, e que virou símbolo de lealdade para o povo japonês. Com Richard Gere. Dirigido por Lasse Hallström. Censura livre, 88 minutos, legendado. Pepsi GNC 5 - Shopping Iguatemi Caxias l Xuxa e o Mistério da Feiurinha | Infantil. De sábado a quinta, 13h, 14h50 e 16h40 | A princesa Feiurinha desaparece e Chapeuzinho Vermelho pede ajuda a todas as princesas famosas dos contos de fada, como Branca de Neve, Bela Adormecida, Rapunzel e Cinderela para encontrá-la. Para isso, até o mundo real é convocado. Baseado na obra infanto-juvenil de Pedro Bandeira. Com Xuxa, Sasha, Angélica e Hebe Camargo. Dirigido por Tizuka Yamasaki. Censura livre, 82 minutos. Pepsi GNC 3 - Shopping Iguatemi Caxias

Liana Pulita, Divulgação/O Caxiense

l 2012 | Aventura. De sábado a quinta, 18h25 e 21h25| Escritor frustrado, que trabalha como motorista de limusine, tenta reaproximar a família ao saber que uma catástrofe iminente irá destruir a Terra. A mensagem apocalíptica é espalhada por um radialista de uma estação pirata, baseada no calendário dos maias, que termina em 21 de dezembro de 2012. Com John Cusack,

Danny Glover e Woody Harrelson. Dirigido por Robert Emmerich. Censura 12 anos, 161 minutos, dublado. Pepsi GNC 3 - Shopping Iguatemi Caxias Segunda e quarta-feira (exceto feriados): R$ 11 (inteira), R$ 7,50 (Movie Club Preferencial) e R$ 5,50 (meia entrada, crianças menores de 12 anos e sêniors com mais de 60 anos). Terça-feira: R$ 6,50 (promocional) Sexta-feira, sábado, domingo e feriados: R$ 13 (inteira), R$ 10 (Movie Club Preferencial) e R$ 6,50 (meia entrada, crianças menores de 12 anos e sêniors com mais de 60 anos). RST 453 nº 2780 - Distrito Industrial | 3209-5910

Mário Níveo/O Caxiense

anos de viagens Brasil afora, difundindo e divulgando a cultura do circo por onde passa. R$ 10, com convite R$ 5 | Avenida Rubem Bento Alves, em frente ao restaurante Gianella

Rafa Schuler toca quarta, dia 6, no Mississippi; Mário Níveo expõe até quinta, dia 7, na Galeria Municipal

w w w . o c a x i e n s e . c o m . b r

2 a 8 de janeiro de 2010

O Caxiense

15


Artes artes@ocaxiense.com.br

Antônio Giacomin | Nosso Museu |

A observação atenta do artista plástico capta detalhes da cidade que se transforma. Antônio Giacomin apreende a essência antes em um croqui e depois em aquarela sobre papel. No museu, a memória de Caxias do Sul é preservada, objetos de outro tempo, menos fugaz. Na rua, a vida é corrida e conturbada.

À PROCURA

DE TRAÇOS

S

16

por CAMILA ALEXANDRINI

e possuísse barba longa, feia, suja, suja. Se aquela garota de traços ofuscantes e ameaçadores possuísse um pouco do horror de ver. Ver o que eu, atônito, não vejo nas máscaras flutuantes que passam. Se ela possuísse a dor de existir inflamada como a minha, o querer longínquo, as feições enormes, a cólera insuportável de um andarilho apático – eu não poderia falar dela. O rosto de pele macia e rosada, resisti em tocá-lo. Se, por enquanto viver, ela possuísse as maçãs podres, as roupas amareladas, o instante perplexo entre chatices e crendices, mas não! Ouvi-a. Ingeri-a. Tive vontade de arrotar as suas palavras travadas em minha garganta. Palavras de alguém demasiado concentrado nas coisas que faz. Se ela fosse ao menos frágil, se não fosse tanto a dúvida do ser. Se procurasse a sua identidade como qualquer – que não acredita em destino. “Se a felicidade não fosse tão clandestina para ela” (Clarice Lispector). A garota de passos firmes, mas de

O Caxiense

2 a 8 de janeiro de 2010

tênis de pano, sabe pouco. Sabe e vê o claro. É estranho viver para ela. Sabe o que acha que sabe. Sabe o que acha ser verdade. Sabe o que a satisfaz para acreditar que sabe. E isso é horrível. As suas verdades acumulam-se. Não se contenta com parcelas do pouco. Um pouco de doçura, um pouco de crueldade nas suas convicções céticas sobre o amor. No entanto, alguma coisa sabe e grita para que todos conheçam a sua descoberta – tão inovadora para ela, naquele momento. Ela foge das teorias panfletárias, não gosta de slogans. As perguntas a corroem e uma borboleta de asas escuras, símbolo de sua inconstância e metamorfose, morre a cada dia dentro dela. Ela é um tanto quanto podre por dentro, mas é muito pouco. O pouco que todos têm. Pouco para poder odiá-la durante um pequeno devaneio. Preenche-se de segurança a cada momento, mas não sabe quem é. Aquela garota de formações vulneráveis não confessa que por muitas horas isso é cômodo. Ela é uma estrela de mil pontas, sem brilho, sem céu, mas com mil facetas incógnitas.

Contemporâneo por Guilherme Reolon de Oliveira Retratos fora do lugar Deslocamentos de um Real. O Simbólico reina as imagens proliferam nos outdoors que a cidade teima em celebrar. Semio-criação. O logos da representação, criada, re-criada, substancializada. Sim, pode comer, beber, pegar, apertar. O sentimento, agora, é palpável. O Imaginário delira O consumo impera E a saudade surge a toda hora. Retrôs, híbridos, coisas não-inventadas copiadas no face-a-face. As máscaras caem. “Onde foram parar?”

S e m an alm e nte n a s b an c a s , di ar i am e nte n a inte r n e t .


Guia de Esportes guiadeesportes@ocaxiense.com.br

Luiz Carlos Erbes/Divulgação/O Caxiense

Claiton Stumpf, Divulgação/O Caxiense

Ano começa com vôlei na UCS, jogo-treino no Centenário e colônia de férias na represa

Fátima/Medquímica/UCS/SPFC quer manter sequência de vitórias contra o Álvares na terça, dia 5; Caxias recebe o Santa Cruz no dia 9

VÔLEI

l Superliga de Vôlei | terça, dia 5, às 20h | Depois da curta folga de fim de ano, o Fátima/Medquímica/UCS/SPFC retoma os treinamentos neste sábado, dia 2, buscando se preparar para o jogo de terça-feira, contra o Álvares, de Vitória (ES), em casa. O líbero Jair, que sofreu uma entorse no tornozelo, poderá ser substituído por Cássio. Enquanto o time caxiense tenta manter a sequência de vitórias, a equipe de Espírito Santo ocupa a lanterna do campeonato, com seis jogos e seis derrotas. A próxima partida completará a 8ª rodada da Superliga. Apesar de o Álvares ainda não ter vencido, o auxiliar técnico Luiz André Port diz que o adversário tem atletas de qualidade e deve proporcionar um confronto difícil. “Fizemos dois amistosos no início da temporada. Ganhamos um e perdemos outro. O campeonato é muito disputado, e não dá para levar em consideração a posição da tabela”, avalia. Caso vença, a equipe de Caxias chegará aos 11 pontos, empatando com Montes Claros, Santo André e Vôlei Futuro. No último jogo, em 22 de dezembro, o time do Fátima/Medquímica/UCS/

SPFC venceu o Volta Redonda (RJ) por três sets a um. “O jogo foi difícil e vencemos nos detalhes”, lembra Port. Nas partidas anteriores, a equipe local, treinada por Jorginho Schmidt, superou o Funvic/Uptime, de Cuiabá, Mato Grosso, o UPIS/Brasília, do Distrito Federal, e o Brasil Vôlei Clube, de São Bernardo do Campo, São Paulo. No ano passado, o time gaúcho terminou a Superliga em 8º lugar. A melhor colocação já alcançada foi 7º, três anos atrás. Ginásio Poliesportivo da UCS R$ 4 (funcionários da UCS e estudantes em geral, mediante identificação) e R$ 8 (público em geral) | Francisco Getúlio Vargas, s/n, Vila Olímpica UCS, Petrópolis |

FUTEBOL l Caxias X Santa Cruz | sábado, dia 9, às 17h | Depois de vencer o primeiro teste, fora de casa, o Caxias se prepara para receber o Santa Cruz no Centenário no próximo sábado, dia 9, pelo segundo jogo-treino. A equipe do técnico Julinho Camargo enfrentou o Santa Cruz na última quarta-feira, dia 30, no Estádio dos Plátanos, em Santa Cruz do Sul. Ganhou por 1 a 0, com

gol do atacante Cristian Borja. Em sua primeira partida como treinador do Caxias, Julinho testou todos os reforços em condições de jogo. O Caxias saiu com Fernando Wellington (substituindo o goleiro titular, Ricardo, com luxação de um dedo da mão esquerda); Alisson, Anderson Bill, Caçapa e Ismael; Marcos Rogério, Itaqui, Edenílson e Aloísio; Lê e Cristian Borja. Formaram o banco de reservas o goleiro Sidivan, os laterais Alexandre Bindé e Fabinho, os zagueiros Tiago Saleti e Rafael Dias, o volante Mika, os meias Guilherme e Rodrigo Antônio e os atacantes Mauro Silva e Tiago Adan. “A cada semana o trabalho tem melhorado. No meio de janeiro vamos ter uma cara de equipe”, projeta Julinho Camargo. Após o confronto de sábado, o Caxias só voltará a campo na estreia no Gauchão, no dia 16 de janeiro, no Centenário, diante do Inter-SM. Estádio Francisco Stedile (Centenário) Entrada gratuita | Thomas Beltrão de Queiroz, 898, Marechal Floriano |

ESPORTES NÁUTICOS l Colônia de Férias do Caxias

w w w . o c a x i e n s e . c o m . b r

2 a 8 de janeiro de 2010

Navegar | segunda, dia 11 | A partir de segunda-feira, as vagas restantes do projeto Colônia de Férias do Caxias Navegar poderão ser preenchidas diretamente na Secretaria Municipal de Educação (Rua Antônio Prado, 339, Centro, fone 3218-6092). As atividades começam na semana seguinte, no dia 11, no Complexo Dal Bó. O programa é direcionado aos alunos de escolas públicas, que tiveram prioridade no preenchimento das vagas iniciais. As demais estarão abertas a toda a comunidade. Além dos esportes náuticos, como canoagem, remo e vela, a parceria entre as secretarias de Educação, Esporte e Lazer e Turismo oferecerá passeios pelo interior do município. Conforme o secretário municipal de Esporte e Lazer, Felipe Gremelmaier, a meta é atender crianças cujos pais não poderiam pagar uma colônia de férias particular. O programa substitui, no verão, o Caxias Navegar, projeto que oferece aulas de esportes náuticos no turno inverso ao dos colégio. Seu objetivo é promover a melhoria do desempenho escolar, oferecer uma forma de lazer e proporcionar uma vida melhor por meio do esporte. Complexo Dal Bó Represa São Miguel, bairro Fátima, em Caxias do Sul | O Caxiense

17


Maicon Damasceno/O Caxiense

Memórias grenás

DEZINESQUECÍVEL ANOS

O ex-presidente D’Arrigo, com a taça de 2000, recusara a presidência seis anos antes ao ouvir, dentro do clube, que não deveria pensar em ser campeão

DE UM ANO

O

18

por MARCELO MUGNOL marcelo.mugnol@ocaxiense.com.br quase gol, a bola raspando junto à trave, o montinho artilheiro que trai o goleiro, tudo isso e muito mais, pode achar a desculpa que quiser, é o resumo da derrota. O quase nunca é, e nunca será, sinônimo de vencer. O quase é o primo pobre e feio da derrota. E aí vem todo aquele trololó de “se eu tivesse feito isso, se tivesse corrido mais, se... se... se...” para tentar justificar o injustificável. Calar-se e voltar a trabalhar é o melhor remédio para curar a ressaca de uma derrocada. É o que fez o Caxias na virada de 1999 para 2000. O Caxias quase subira para a Série B. Na última partida, contra o Serra, o centroavante Adão quase fez um gol nos acréscimos. Na primeira, no Centenário, vitória do Caxias. Na segunda, no Espírito Santo, vitória do Serra. E na terceira e derradeira, também fora, empate sem gols e classificação do Serra ao quadrangular que definiria os dois times que chegariam à B. “No vestiário tava todo mundo

O Caxiense

2 a 8 de janeiro de 2010

chorando”, emociona-se o então presidente do Caxias, Nelson D’Arrigo, 52 anos. “Lembro como se fosse hoje, o meu filho, o Daniel, agarrado nas minhas pernas chorando sem parar. Me arrepio de falar disso. Aí o nosso camisa 5, o Ivair, disse assim pra mim: ‘Presidente, dessa vez não deu não. Mas no ano que vem vai dar’. Foi f*** aquilo.” “Lembro do presidente D’Arrigo consolando o filho”, recorda Adenor Bacchi, o Tite, 48 anos. “P*** q** p****, não era possível aquilo. O time jogando o que jogou naquela temporada. Fizemos uma Sul-Minas brilhante, ganhamos do Internacional de 2 a 0, na estreia do Paulo Autuori e com o Dunga em campo. O Inter não chutou uma bola contra nós. Foi uma desgraça aquele time não ter chegado ao quadrangular final da série C”, avalia Tite. “Estava um clima pesado na volta do Espírito Santo. Estávamos no ônibus e eu pensava: ‘Esse grupo tem de permanecer junto’. Me emociono de falar disso, me arrepio todo de lembrar daquele momento. No ônibus falávamos

Abatido por um duro golpe em 1999, o Caxias reuniu forças e no ano seguinte deu a volta por cima, conquistando o Campeonato Gaúcho muito sobre isso, a equipe queria permanecer unida, era o sentimento de todos”, relata Tite. Hoje, distante quase 10 anos do mais importante título do Caxias, é fácil dizer que manter o mesmo time, equipe técnica e diretoria foi a melhor escolha. Mas é preciso imaginar o clima de cobrança da torcida, imprensa e um número incontável de invejosos e corneteiros. Para entender o tamanho da pressão, é preciso reconstituir o ano de 1999. Neste ano o Juventude da Era das Vacas Gordas, herança da Parmalat, conquistava a Copa do Brasil, diante do Botafogo, fazendo silenciar o Maracanã lotado de alvinegros. Imagine, então, como era triste e chato para todos no Caxias (do porteiro do Centenário ao presidente) ter de aguentar o constrangimento da própria torcida pelo insucesso na Série C e ainda a gozação dos papos, que esfregavam seu sucesso na cara dos grenás. Se no Juventude parecia jorrar dinheiro das torneiras, no Caxias havia minguados recursos e uma disputa interna velada, mas barulhenta. No Centenário, de um lado da mesa sen-

tavam-se os que apontavam com desprezo as causas do fracasso; do outro, os que tentavam gritar mais alto para fazer valer a persistência, na crença de que dias melhores viriam. “Nós éramos meia dúzia de gatos pingados trabalhando pra c******”, lembra Marcus Vinicius Caberlon, 54 anos, diretor de futebol do Caxias na gestão de D’Arrigo. “Dois fatores foram determinantes para a conquista do título de 2000”, revela Gilmar Dal Pozzo, 40 anos, então goleiro do Caxias, hoje treinador do Veranópolis. “Primeiro foi a manutenção do técnico e do elenco de 1999, mesmo com o insucesso na Série C. E segundo, a diretoria comprou uma briga com a imprensa e a torcida, pra nos bancar e bancar o treinador. Mas aí, quando tinha salário atrasado, a gente ajudou o clube e bancou sem reclamar. Fomos campeões com três meses de salário atrasado. Nenhum jogador, se não fosse identificado com o clube, iria ser campeão desse jeito”, orgulha-se Gilmar. A diretoria do Caxias, naquele período, tentava não deixar o assunto

S e m an alm e nte n a s b an c a s , di ar i am e nte n a inte r n e t .


e fizemos um churrasco. O Seu Ênio era colocar a mão no bolso e pagar a Costamilan disse pra mim: ‘Tite, fui reestruturação do Caxias. Também é no médico e ele me disse que estou preciso reconhecer as valorosas concom um problema e tenho de me ope- tribuições que vinham de toda parte, rar. Disse pro médico não me operar de empresários a torcedores ilustres, porque não quero morrer antes de ver como o cartunista Carlos Henrique meu Caxias campeão’.” Iotti. “Uma vez recebi meu pagamento Antes ainda de falar sobre as finais num envelope que tinha vários checontra o Grêmio megamilionário da ques, e um deles era do Iotti”, revela ISL, é preciso falar mais do malfadado Tite. quase. O Caxias, entre 1999 e o início de 2000, quase assinou também conImagine todos esses elementos tratos milionários. “O primeiro foi o extra-campo somados ao altíssimo banco Bozano, Simonsen”, conta Zoi- poder de fogo de Juventude, Grêmio lo. “Chegaram a montar uma direto- e Internacional. Difícil era encontrar, ria no clube, e para isso tivemos de antes de iniciar o Campeonato Gaúnos afastar, dizendo que iam investir cho de 2000, alguém que apostasse no milhões e, claro, que iam pagar tudo Caxias. Enquanto o trio privilegiado o que eu já tinha investido no clube”, (Ju, Grêmio e Inter) esperava para enlembra D’Arrigo. trar na segunda fase da competição, Como o Bozano não conseguiu le- o Caxias precisou passar por uma sevantar por si um centavo, queria mor- letiva. Não foi fácil, e a instabilidade der os empresários locais. Aí, D’Arrigo financeira afetava o time. bateu forte na mesa e não permitiu. “Na fase classificatória viemos jogar Voltaria a ser o presidente, mas desta em Veranópolis. E tinha toda aquela vez com uma conta ainda maior para história de salário atrasado, eu já tipagar, porque o banco já havia feito nha duas filhas, e conta de luz e água contratações de jogadores. “Voltei e pra pagar. Eu vim jogar meio desmotibotei mais um monte de dinheiro”, vado, vim a meio pau. Tomamos 4 a 2 dá risada, hoje, D’Arrigo. “É, mas saiu e eu fui muito mal na partida. No dia com o título”, aplaude Caberlon. seguinte, o Tite nos reuniu no vestiáO outro quase negócio foi com o rio e o primeiro em quem ele deu miRoma, da Itália. “Fizemos um con- jada fui eu. E olha que o Tite é padritrato com o Roma e, quando chegou nho do meu casamento. Ele me disse na hora de assinar, nos que, se não estivesse tiraram da diretoria satisfeito, eu que pee montaram um con- “Deixei 800 gasse as minhas coisas selho paralelo”, conta, sócios e um e fosse embora”, relata D’Arrigo. “Montamos monte de Gilmar, goleiro vicetodo um projeto que campeão em 1990 e foi aceito pelo pessoal corneteiro. campeão em 2000. do Roma, mas quando O futebol “O Tite é eleganchegou na hora de as- aproxima, mas te pra falar. Já eu sou sinarmos o contrato, o resultado mais ignorante, mas o Caxias nos tirou de aquele dia o Tite veio afasta”, camp”, esclarece Zoilo. pra dentro de mim. “É claro que o Roma diz D’Arrigo Fiquei revoltado, chedeu pra trás, né? Deve guei em casa e disse ter pensando, ‘não vapra minha esposa: ‘Ó, mos assinar com o Caxias, porque esse Cláudia, o homem ficou louco’. Mas clube é uma bagunça’. Como é que como comandante ele tinha de fazer iam confiar desse jeito?”, questiona, isso. E aquele foi o nosso ponto de indignado, D’Arrigo. A solução, por arrancada. No dia seguinte fomos jomais que retumbasse forte no caixa da gar contra o Avaí e ganhamos de 2 a Intral, empresa da família D’Arrigo, 1. Teve um pênalti a favor do Caxias Ricardo Giusti, Correio do Povo/O Caxiense

vazar. Afinal de contas, é vergonhoso seus dois fiéis escudeiros daquele ano, não conseguir honrar com suas obri- Marcus Vinicius Caberlon e Zoilo Flogações. No entanto, e é bom esse dis- ro Simionato (ex-diretor financeiro), tanciamento, a cobrança talvez fosse 43 anos. ainda mais intensa, pelo menos por “Quando saí, deixei 800 sócios parte da imprensa, porque o Juven- e um monte de corneteiro”, diverte-se tude não tinha esse D’Arrigo. “O futebol problema. Parecia que aproxima, mas o resulo Caxias tinha virado “Fomos tado afasta. E se eu não um primo ainda mais campeões tivesse sido campeão pobre do que já era. talvez não tivesse tancom três meses “A gente podia deta gente que não gosta morar, mas pagava”, de salário de mim lá dentro do reconhece D’Arrigo. atrasado”, Caxias”, avalia. Nel“O Tite fazia a parte conta o son D’Arrigo foi vicedele e segurava o time ex-goleiro presidente na gestão de no vestiário, mas aí às 1994 a 1996, quando o vezes ele aparecia e di- Gilmar presidente era Marcos zia ‘pô, presidente, não Dal Pozzo Guerra. “Em 1994, o tô mais conseguindo Nelson foi convidado segurar, tem de liberar pra ser o presidente pelo menos um pagamento’. Então eu do Caxias. Aí o Nelson olhou para os dizia: ‘querem receber no domingo, conselheiros do Caxias e perguntou: então façam o resultado na quarta-fei- ‘O que é que eu preciso fazer pra ser ra’. Então a gente arrumava o dinheiro campeão?’. Tu te lembra?” pergunta e pagava”, revela D’Arrigo. Uma passa- Caberlon, desviando o olhar do regem contada pelo próprio Tite reitera pórter e fitando D’Arrigo. “Lembro”, seu comprometimento e identificação responde D’Arrigo, sorrindo. E Cacom o clube desde que decidiu aban- berlon prossegue, entusiasmado: “E aí, donar o posto de comentarista espor- um cara que tem 30 anos de Caxias, tivo da Rádio Caxias, em 1998, para um cara conhecido lá, respondeu que voltar a ser treinador no Centenário. o Nelson tinha de esquecer essa ideia “Por causa de maus resultados na de ser campeão. Aí o Nelson disse pra primeira fase do campeonato gaúcho eles: ‘Então não quero ser presidente’”, eu tava balançando, na época até o Seu diverte-se Caberlon. Três anos depois, Ênio Costamilan saiu. Então o presi- Nelson D’Arrigo assumiu como predente, o D’Arrigo, me olhou e disse: sidente do Caxias, e seguiu até 2000. ‘eu não entendo muito de futebol, mas sei que o nosso time é bom. Se entra“Demoraram cinco anos pra mos nessa m**** juntos, vamos sair pintar no muro do estádio ‘Caxias juntos dessa m****’. Não é pra se doar? Campeão Gaúcho’. Falam muito do Quando o cara usa ‘nós’ é porque ele Seu Francisco Stedile, mas esse cara se compromete”, ensina Tite, emocio- aqui”, diz Caberlon, apontando para nado. D’Arrigo, “fez tanto para o Caxias quanto o Seu Stedile. Só que não é re“Tá sendo legal esse papo aqui. conhecido”. Porque desde o dia 21 de junho de “Tenho uma gratidão pelo D’Arrigo 2000 que não nos reuníamos pra falar e o Caxias tem de ser grato a ele e a dessas histórias. É claro que a gente todas as pessoas que trabalharam com comemorou, tomou champanhe, saiu ele. Foi muito bonito ser campeão no pra jantar. Mas não sentamos mais Caxias. Foi uma lição de vida pessoal pra lembrar do que passamos pra ga- e profissional”, avalia Tite. nhar esse título”, agradece D’Arrigo, O técnico lembra de outro episódio referindo-se ao encontro promovido que o tocou no aspecto pessoal. “Estápor O Caxiense entre o ex-presidente e vamos indo pra final contra o Grêmio

O ex-presidente D’Arrigo, com a taça de 2000, recusara a presidência seis anos antes ao ouvir, dentro do clube, que não deveria pensar em ser campeão

w w w . o c a x i e n s e . c o m . b r

2 a 8 de janeiro de 2010

O Caxiense

19


Ricardo Giusti, Correio do Povo/O Caxiense

O centroavante Jajá escapa da marcação na batalha final contra o Grêmio, em Porto Alegre

no final do jogo e o Tite me mandou todos, em turno e returno, o Caxias bater. Fiz o gol da vitória e nos classifi- jogou com todo mundo. É um título camos para a próxima fase da Copa do incontestável”, vibra Caberlon. Brasil”, conclui Gilmar, citando a duZinho, meio-campo do Grêmio, gapla jornada do Caxias, nhava um salário de R$ que naquela altura dis200 mil, mais do que a putava a seletiva para o “O meio-campo folha de pagamento inCampeonato Gaúcho e teira do Caxias. Além com Ivair, a Copa do Brasil. dele, o tricolor da caTiti, Maurício pital tinha o argenti“Vou te contar e Gil Baiano, no Amato, o prodígio uma coisa. Teve um era muito Ronaldinho Gaúcho, o Ca-Ju, não lembro bem guerreiro Roger e um bonito de se em 1999 ou 2000, sem fim de nomes de acho que em 2000, ver jogar”, peso. Mas foi o poder em que um grupo de recorda o de fogo do Caxias que conselheiros desceu técnico Tite começou a ser notado no vestiário pra nos no Estado. “Não vou oferecer premiação ser pretensioso, mas extra caso a gente vencesse a partida. o meio-campo com Ivair, Titi, MauCoisa normal no futebol. Mas olha só rício e Gil Baiano, além de eficiente, a reação do grupo”, faz suspense Tite. era muito bonito de ver jogar. Eles “O Maurício (meio-campo) pediu a criaram ao longo do campeonato um palavra e disse assim: ‘agradecemos nível de entrosamento maravilhoso”, o incentivo, mas queremos pedir uma recorda Tite. coisa a mais de vocês. Queremos que vocês ajudem a direção e o presidenO Caxias já havia vencido o te a conseguir recursos pra pagar os primeiro turno do campeonato em nossos salários. Queremos que vocês cima do Grêmio, em pleno Estádio se empenhem pra que o clube possa Olímpico, por 2 a 1. “Os jogadores me prosperar e sanar as dívidas. E, por entregaram a camisa do Gil Baiano, isso, abrimos mão do prêmio’. E nin- suja de sangue e assinada por todos, na guém contestou. Quando ele terminou pizzaria Paparella, quando fomos code falar, eu disse pra mim mesmo: ‘que memorar o título do primeiro turno”, grupo especial é esse’”, emociona-se recorda D’Arrigo. E novamente o CaTite. xias iria enfrentar o poderoso Grêmio Com um conjunto de atletas que na finalíssima. não pensava apenas na bola, nem só No primeiro jogo, no Centenário, em dinheiro, mas sobretudo na união dia 14 de junho, o esquadrão grená do clube, era difícil mesmo o Caxias atropelou o tricololor: 3 a 0. “Foi uma não ganhar o campeonato. “Naquele vitória ao natural”, sintetiza Paulo ano o Caxias só não venceu o XV de Turra, capitão do Caxias Campeão Campo Bom. Porque naquela fórmu- Gaúcho em 2000. Não há nenhum tom la, que acho a melhor, de todos contra de soberba nessa declaração. No final

20

O Caxiense

2 a 8 de janeiro de 2010

do primeiro tempo de um jogo em que só o Caxias atacava, Gil Baiano voou pra cabecear um cruzamento de Jajá e abriu o placar. O quase começava a ser deixado no passado. No segundo tempo, o Caxias manteve o Grêmio acuado. O juiz marcou uma falta na quina da grande área. Ivair tomou distância e, quem sabe lembrando do que dissera a D’Arrigo no Espírito Santo, chutou forte. Sílvio, reserva de Danrlei, não segurou o tirombaço. Encerrando a fatura – para alívio tricolor, porque poderia ter sido muito mais –, Márcio dominou um cruzamento toscamente desviado pela defesa gremista, ajeitou com tranquilidade e chutou forte, de perna esquerda. No placar do Centenário e da história do futebol gaúcho, Caxias 3 x 0 Grêmio.

plementar, e como lá não havia poça d’água... não precisa dizer mais nada”, corrobora Tite. Depois de muitas farpas trocadas nos bastidores, o jogo foi transferido para o dia 21 de junho de 2000, uma noite de quarta-feira gelada que os corações grenás tornaram tão quente quanto uma tarde de verão. “Fizemos um baita jogo, bom pra c******, emocionante. Não queria perder aquele jogo. Marcaram um pênalti esdrúxulo no final. Aí o Gilmar defendeu e foi consagrado, uma bênção. E na sequência o Jairo Santos deu um bago pra longe, então o Simon apitou o fim do jogo e invadimos o campo”, relata Tite. “Eu tive certeza e convicção de que pegaria o pênalti. Eu sempre estudo muito o adversário e estava estudando o Ronaldinho. Quando ele botou a bola no lugar, vi a postura e sabia onde O último confronto entre ia bater. A relação do pênalti que peGrêmio e Caxias, marcado para o do- guei é como a da conquista do título. mingo, dia 18 de junho, no Olímpico, Nos preparamos pra conquistá-lo. As foi encarado pelo tricocoisas não acontecem lor como um Kosovo, por acaso”, ensina Gilnuma analogia idiota “A relação mar, responsável por à disputa sangrenta na do pênalti segurar o 0 a 0. Iugoslávia. “Lembro Os mais de 30 mil que peguei é que o D’Arrigo puxou torcedores gremistas pra ele aquele conver- como a da que foram ao Olímpico sa de Kosovo e disse: ‘a conquista do assistiram de camarote coisa vai ser decidida título. Nos à queda do milionário dentro do campo, vaGrêmio diante do mopreparamos pra mos pra lá pra ser camdesto Caxias. Era a veconquistá-lo”, peões’”, conta Tite. lha e conhecida dispuA direção do Grêmio compara Gilmar ta entre Davi e Golias. conseguiu cancelar o Os sinais estavam senjogo de domingo, por do apresentados a todo causa das chuvas. “Eles fecharam a instante, coube ao Grêmio ignorá-los e drenagem do Olímpico”, atesta Ca- pagar por isso. E coube ao Caxias traberlon. “A primeira coisa que fiz ao balhar e honrar as cores grená, branco chegar no estádio foi ver o campo su- e azul, mesmo com salários atrasados.

S e m an alm e nte n a s b an c a s , di ar i am e nte n a inte r n e t .


Maicon Damasceno/O Caxiense

Apostas alviverdes

Preparação física e tática da gurizada começou no final de novembro, no Centro de Formação de Atletas e Cidadãos do clube

O FUTURO PASSA PELOS PÉS DELES

e

por FABIANO PROVIN fabiano.provin@ocaxiense.com.br m 1994, o Juventude participou pela primeira vez da Copa São Paulo de Futebol Júnior. A competição, que começou a ser disputada em 1969 somente com equipes paulistas, é considerada a porta de entrada para a categoria profissional. O alviverde terminou o torneio em 5º lugar, feito considerado inédito para um time estreante, e revelou uma série de jogadores que, no final daquele mesmo ano, ajudaram o clube a conquistar a Série B do Campeonato Brasileiro. O volante Lauro, o lateral Itaqui e o zagueiro Baggio, entre outros, estavam no time. O goleiro Humberto, que hoje é preparador de goleiros dos juniores e que viajou com o grupo no dia 1º de janeiro para Mogi Guaçu, cidade-sede do Grupo J, do qual faz parte o Juven-

tude, também jogou a copa em 1994. “O Guarani-SP foi campeão naquele ano, e tinha como destaques os atacantes Luisão e Amoroso e o goleiro Pitarelli”, relembra Humberto. O Ju estreia na edição 2010 no domingo, dia 3 de janeiro, contra o Juventus-SP. Naquela primeira experiência de 1994, a campanha alviverde na primeira fase teve vitórias sobre o Cruzeiro (1 a 0), sobre o Atlético-GO (3 a 2) e sobre o Corinthians (2 a 1). Na segunda fase, com dois empates e uma vitória (0 a 0 com Juventus, 1 a 1 com Nacional-SP e 1 a 0 sobre o Grêmio), o Ju passou para as quartas-de-final. Acabou eliminado pelo Guarani nos pênaltis por 3 a 2 (empate sem gols no tempo normal). Hoje, o ex-goleiro de 37 anos comemora o fato de poder participar novamente da competição, desta vez do lado de fora do gramado. Agora, pretende passar sua experiên-

Juniores participam, a partir deste domingo, da 41ª Copa São Paulo, porta de entrada para o futebol profissional

cia para os colegas de posição e demais passar tranquilidade para os rapazes. Principalmente para os goleiros”, jogadores. Humberto Alencar da Fontoura opina Humberto, ao lado das jovens Flores atuou como atleta por 10 anos promessas do Ju para esta posição: Ismael Basso e Jakson no Juventude, de 1992 Follmann, ambos com até 2002, e encerrou a 17 anos. carreira no Caxias, em “Hoje, não 2007. Sua primeira ex- vale só A experiência a periência como treinao treino. que Humberto se redor de goleiros, duranfere serviria para os te um ano, foi no clube Uma boa jovens terem noção em que se aposentou. conversa do que pode aconteDepois de passar seis ajuda muito”, durante um jogo. meses no Veranópodiz o preparador cer “Quando atuei na base lis, foi contratado pelo não existia treinador Juventude, trabalhou de goleiros de goleiros. Hoje, não na Copa RS e emen- Humberto vale só o treino. Uma dou a preparação dos boa conversa ajuda juniores, iniciada no dia 20 de novembro. “Atualmente, muito”, pondera, com o olhar fixo no a formação dos jovens jogadores de treinamento. Para ele, as condições futebol necessita de cuidados. Atle- de preparação dos atletas evoluíram tas com experiência, acredito, podem muito na última década, bem como as

w w w . o c a x i e n s e . c o m . b r

2 a 8 de janeiro de 2010

O Caxiense

21


22

O Caxiense

2 a 8 de janeiro de 2010

Fotos: Maicon Damasceno/O Caxiense

cobranças. “Em 1991, esperávamos até março e tivemos uma ótima campaos 22 anos para sermos promovidos nha. No Estadual, foram 30 jogos de para o profissional. Agora, com 16 ou invencibilidade”, lembra. O time foi 17 anos de idade isso já acontece. Bas- eliminado pelo Grêmio na semifinal. ta ver o caso do Zezinho, que pratica- Em novembro, Moraes assumiu os jumente nem jogou pelos juniores – saiu niores. “Vamos viajar com um grupo direto dos juvenis para os profissio- de 20 atletas. Trabalhamos com 27, nais”, exemplifica ele, o único ao lado mesclando nascidos em 1991 e 1992. do volante Lauro a ter conquistado a Nosso objetivo é variar experiência, Série B de 1994, o Gauchão de 1998 e a qualidade e força, pois a competição Copa do Brasil de 1999. é psicologicamente pesada (de quatro Os integrantes da comissão técni- times em cada chave, passa apenas ca do Ju lembram que o nível de exi- um para a próxima fase) e, ao mesmo gência dos jovens, principalmente na tempo, uma vitrine”, considera o treiCopa SP, é estressante. Por isso, quem nador. Para ele, “é preciso exigir disciestiver melhor preparado vai para o plina, mas com argumento, para lidar jogo. “Sempre digo a eles: tem mais va- com a garotada”. lor o jogador limitado e inteligente do Questionado sobre quem seria um que o craque burro”, sorri Humberto. destaque do grupo, o comandante, Na primeira fase serão três partidas. enquanto aguardava o aquecimento “Já avisei o Ismael e o Follmann: se dos atletas num dos campos do Cenperdermos a primeira, podemos ar- tro de Formação de Atletas e Cidadãos rumar as malas. O nível de competi- (CFAC) do Juventude, preferiu se estividade é muito alto. Quando joguei quivar: “Sobre isso prefiro blindá-los, em 1994, fui o goleiro menos vazado, deixando-os mais concentrados, sem ao lado do Nilson, do Vitória. Quan- criar falsa expectativa”. Aliado a isso, do retornei para Caxias do Sul, assinei Moraes acredita que a criação de um meu primeiro contrato. Este torneio ambiente favorável de trabalho é capaz serve para revelar jogadores”, contex- de proporcionar, gradativamente, o tualiza o ex-goleiro. Humberto cita destaque de todo o grupo. “Trabalhar jogadores que estão no atual grupo as categorias de base é o momento. Os principal do Ju – alguns deles jogaram clubes de futebol do país que deixaram a Copa São Paulo 2009 – e que devem de apostar na garotada estão voltando ser aproveitados pelo a investir nesse segnovo técnico Osmar mento”, analisa. Antes Loss: o goleiro Carlão, “Sempre digo de encerrar a entrevisos zagueiros Douglas a eles: tem mais ta, Moraes pediu um e Jorge Felipe, os vo- valor o jogador instante para reunir os lantes Gustavo e Tiago jogadores no centro do limitado e Renz, o meia Zezinho, campo de treinamento o atacante Diego Rosa inteligente e distribuir os coletes. e o lateral direito Jack- do que o A fisionomia de ansieson. dade era nítida no rosto craque burro”, O caxiense Ismael e dos adolescentes, que ensina o Follmann, de Alecrim aguardavam a defini(fronteira noroeste do ex-goleiro ção do time titular. Estado), garantem que entenderam o recado A competição em do treinador. “É o primeiro torneio São Paulo será realizada até 25 de jado ano. Todo mundo estará de olho. E neiro, oito dias após o início do Camcomo a direção anunciou que aposta- peonato Gaúcho, reunindo cerca de rá nas categorias de base, nada melhor 2 mil atletas. O Juventude terá como do que mostrar do que somos capazes. adversários na primeira fase o Vila Logo ali na frente pode aparecer uma Nova, de Goiás, o XV de Piracicaba e oportunidade no grupo principal”, o Juventus, ambos de São Paulo. Conanima-se Ismael, que está no Ju há forme o regulamento, os times jogam cinco anos e mora com a família no em turno único dentro dos próprios distrito de Mato Perso, em Flores da grupos. Os campeões das 23 chaves Cunha. e os nove melhores segundos colocaFollmann, há um ano no alviverde, dos se classificam para a segunda fase, concorda com o colega, e acrescenta: que passa a ser disputada no sistema “Precisamos ficar concentrados. No de mata-mata até a final. A compemeu caso, acompanho pela televisão tição ganhou destaque nacional em e pela internet o que posso dos outros 1972, quando o Inter revelou um dos times. Como a pressão é grande, o maiores craques do futebol brasileiro: apoio da família, mesmo a distância, é Paulo Roberto Falcão. Desde então, a fundamental”. Os parentes do goleiro Copinha, como também é chamado o de origem alemã moram em Boa Vista torneio, ficou reconhecida pelo potendo Buricá, cidade distante 95 quilô- cial de apresentar jovens craques ao metros de Alecrim. país e ao Exterior. O novo presidente alviverde, Milton Para comandar os juniores na Scola, já anunciou que a aposta para Copa SP de 2010 a direção do Ju que esta temporada que se inicia com o ficou no clube até quinta-feira, dia 31 caixa negativo será nas categorias de de dezembro, apostou no currículo de base. Ou seja, a Copa São Paulo de Carlos Eduardo de Moraes, 34 anos. 2010, além de vitrine para olheiros e O treinador atuou 10 anos no Inter, empresários do mundo da bola, será com passagens pelas categorias juve- uma ótima oportunidade para os ganil, infantil e juniores (como auxiliar). rotos do técnico Moraes e do prepara“Em 2008 decidi que daria um novo dor de goleiros Humberto provarem rumo em minha carreira. Analisei o que merecem uma chance no grupo mercado, fiz estágios e surgiu a opor- profissional. E quem sabe a história de tunidade no Ju. Assumi o juvenil em 1994 não se repete?

Ismael Basso (D) e Jakson Follmann (E) treinaram sob orientação de Humberto

S e m an alm e nte n a s b an c a s , di ar i am e nte n a inte r n e t .


Renato Henrichs

renato.henrichs@ocaxiense.com.br | www.ocaxiense.com.br/renato-henrichs

Salto de qualidade

Apresentado esta semana, o balanço da Câmara de Vereadores em 2009 – primeiro ano da 15ª Legislatura – mostra números positivos. Na avaliação do agora ex-presidente Édio Elói Frizzo (PSB), há muito um grupo de parlamentares não produzia tanto. Frizzo destaca o salto de qualidade no trabalho das comissões, permanentes e especiais, as 320 reuniões realizadas, os 1.432 pedidos de providências, as 799 indicações, os 666 requerimentos e os 343 projetos de lei apresentados ou discutidos. Em 2008, foram 208 projetos apresentados. Em 2005, primeiro ano da legislatura anterior, foram 267.

Transparência

Outros dados que indicam uma Câmara diferenciada, em que pese seus problemas, referem-se às medidas de transparência e controle de gastos. Os critérios para participação em eventos são cada vez mais rígidos. Acabou-se (ao menos em 2009) o tempo em que vereadores iam aos mais diferentes eventos em cidades turísticas, sem importância para o trabalho legislativo. Com a criação do Portal da Transparência, as contas da Casa agora podem ser acompanhadas pela internet (www. camaracaxias.rs.gov.br). E a implantação do programa de qualidade e produtividade garante um serviço melhor ao contribuinte caxiense.

Poupança

A devolução de um cheque no valor de mais de R$ 3,3 milhões à prefeitura (recursos do orçamento do Legislativo que não foram utilizados no exercício de 2009) mostra não só as boas relações entre Câmara de Vereadores e prefeitura de Caxias, mas também, e principalmente, o cuidado com a economia de recursos públicos. A Câmara abriu mão de utilizar todos os 6% da receita líquida do município porque foi previdente e soube economizar. “Essa devolução significa que poupamos recursos que agora podem ser revertidos em obras à população”, afirmou o ex-presidente Elói Frizzo ao entregar o cheque a Sartori,

Nem fui citado nas investigações, a não ser pela imprensa Deputado federal Ruy Pauletti (PSDB), magoado com a inclusão de seu nome do caso da farra das passagens aéreas, um dos escândalos do ano na Câmara

perguntas para

José Ivo Sartori

No primeiro ano do segundo mandato, o chefe do Executivo começa a colher os frutos de um trabalho que privilegia a infraestrutura Que avaliação o senhor faz de 2009? Foi um ano difícil. Em primeiro lugar, tivemos que mudar a imagem de que o segundo mandato seria pior que o primeiro. Tivemos que redobrar nossos esforços e acho que fomos felizes. O resultado está aí, nas ruas. As medidas tomadas em função da crise financeira, ainda no início do ano, ajustaram nosso trabalho. Ainda em janeiro contingenciamos o orçamento do município em 20%. O orçamento de 2010 resulta dessas dificuldades, mas conseguimos melhorar nossa capacidade de investimentos. Tivemos que mudar o perfil de muitas obras, inclusive para dar condições de garantir a contrapartida de compromissos de financiamentos. De qualquer forma, fomos grandes geradores de emprego ao abrirmos a cidade com obras como as estações de tratamento, os interceptores. Só no mês de dezembro, entre pagamentos de 13º, adiantamento de férias e salários, foram quase R$ 40 milhões na rua. E isso também ajuda a dar uma dinâmica no comércio, além da segurança que proporciona à comunidade interna, aos servidores municipais. Ao mesmo tempo que houve essas dificuldades, o governo teve maior visibilidade com essas obras que estão sendo realizadas. Isso não é uma contradição? A visibilidade já vinha de 2008. Mas agora as coisas se tornaram mais claras. Talvez a cidade tenha ficado muito tempo sem um arsenal de obras tão amplas,

tão importantes como estamos fazendo – e o caxiense vê isso. Estamos com uma equipe integrada, unida, pronta para trabalhar ainda melhor. Para 2010, já temos programada a primeira etapa do asfaltamento do interior, entre outras coisas, como a continuidade de todo o complexo Marrecas. O segundo mandato nos ensinou a perceber equívocos que fizemos de início. Essa é a vantagem da experiência que fomos adquirindo em cinco anos. Que equívocos foram esses? Não dá para resolver tudo de uma hora para outra. Tem que se ter planejamento, elencar prioridades e, a partir dessas prioridades, partir para o trabalho. Hoje, em função das obras que estão sendo feitas, começamos a perceber que falta alguma coisa em termos de manutenção. Então, estamos preparando o terreno. Depois que concluirmos todo esse trabalho de abertura de infraestrutura de esgoto, por exemplo, vamos refazer todas as vias da cidade, mas isso vai até 2012. Estamos bem. Só não dá para cair na euforia. Não fizemos assim quando o cenário econômico era favorável e também não fizemos quando enfrentamos problemas. E nem faremos agora, com a retomada do desenvolvimento, com a situação econômica brasileira encaminhada. Não podemos perder o controle e a serenidade. Nunca se sabe o que vai acontecer num mundo globalizado como o de hoje.

A vereadora Geni Peteffi pode embolar o meio de campo na eleição de 2012. Ela diz que é candidata à prefeitura pelo PMDB. Questionada sobre um acordo de seu partido com o PDT, possivelmente para fechar questão em torno do atual vice-prefeito, Alceu Barbosa Velho, como candidato dos partidos do Executivo, a líder do governo Sartori na Câmara pergunta: “Que acordo? Se alguém me mostrar algum compromisso assinado, eu desisto da minha ideia. Mas só assim”.

Frentes contrárias

Barbosa Velho é alvo de críticas por sua disposição em concorrer à Assembleia Legislativa este ano. Os contrários a essa pré-candidatura acham que Alceu vai bater de frente com dois obstáculos (ou descontentar duas vertentes): a candidatura de Vinicius Ribeiro a deputado estadual e a tentativa de Maria Helena Sartori (PMDB), esposa do prefeito, buscar outra vez um lugar na Assembleia.

Mercadoria ruim

No PMDB, há um outro impasse ainda não admitido publicamente: as dificuldades do vereador Mauro Pereira para aprovar suas contas da campanha passada. Muitos peemedebistas temem que, no meio da disputa para a Câmara Federal, Mauro sofra alguma penalidade. O caso está no TSE. O próprio Mauro desdenha o caso, que, segundo ele, está sendo supervalorizado por colegas de partido que não querem a sua candidatura: “Isso é coisa de mercadoria ruim que temos no PMDB”, avalia.

Alternativas

Os programadores do setor erram ao interromper atividades na última semana do ano, por entenderem que o público não está interessado em eventos culturais ou que metade da cidade transfere-se para o Litoral Norte. Fica muita gente por aqui, como comprovam os cinemas abertos e o movimento dos restaurantes que permaneceram atendendo entre o Natal e o Ano Novo. Diego Netto, Divulgação/O Caxiense

comercializam pacotes para a Festa da Uva 2010: a TAM Viagens e a CVC. Elas concentram as vendas, mas não estão sozinhas no propósito de trazer visitantes para o evento caxiense. Boa parte dos ingressos para o corso alegórico foi reservada por pequenas empresas da Grande Porto Alegre, de Santa Catarina e do Paraná. Um senão na divulgação da festa: quem ligava esta semana para o 0800541-1875 ouvia sempre a mesma gravação: “Neste momento, todas as linhas do serviço solicitado encontram-se ocupadas. Por favor, chame novamente daqui a alguns minutos”.

Geni candidata

Luiz Chaves, Divulgação/O Caxiense

Clima de festa Duas grandes operadoras turísticas

na quarta-feira (na foto, da esquerda para a direita, Frizzo, Sartori, o novo presidente da Câmara, Moisés Paese, e o secretário de Gestão e Finanças, Carlos Búrigo). Em tempo: a devolução total de recursos foi de R$ 4,4 milhões, já que a parcela de R$ 1 milhão, referente ao mês de dezembro, não chegou a ser efetuada. A troca de gentilezas continuou com Sartori, que viu o gesto da Câmara como exemplo a outras instituições públicas: “Junto com o valor em si, estão contemplados outros valores que a nossa política brasileira precisa. Quem agradece é a população de Caxias do Sul.”

w w w . o c a x i e n s e . c o m . b r

2 a 8 de janeiro de 2010

O Caxiense

23


Fotos

A fotografia digital mudou o modo

como as pessoas registram seu dia a dia. O jornalismo também foi afetado por essa revolução digital. Imagens podem ser publicadas quase que simultaneamente aos fatos. É isso que o Caxiense oferece no Flickr. www.flickr.com/photos/ocaxiense/

Redes sociais O Caxiense também dá notícias em 140 caracteres. O Twitter do jornal, além de reunir seus seguidores, é fonte de informação no ritmo ágil da internet. www.twitter.com/ocaxiense

Vídeos

São cerca de 21 milhões de brasileiros que acessam o YouTube mensalmente para assistir vídeos de diversos assuntos. O Caxiense também está neste popular canal de vídeos. www.youtube.com/ocaxiense

Home Assinaturas Fale conosco Quem somos RSS

Menu de notícias É simples encontrar as notícias de diferentes assuntos no site do jornal O Caxiense. O menu horizontal facilita a navegação e a visualização das editorias. Assim, basta um clique para acessar as colunas de Renato Henrichs e Roberto Hunoff ou matérias do Caxias e do Juventude, por exemplo. Destaques O Caxiense seleciona as notícias mais importantes da cidade, destacando-as com grandes fotos. As manchete é atualizada diversas vezes ao dia.

www.

.com.br


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.