Edição 52

GUERRA x FRIZZO Bate-boca expõe diferenças políticas, pessoais, financeiras...

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Caxias do Sul, novembro de 2010 | Ano I, Edição 52 | R$ 2,50

BARRADOS na FESTA DE NATAL Fotos: André T. Susin/O Caxiense

O auspicioso fim de ano projetado pelo comércio caxiense, no que depender das autoridades, não irá tolerar penetras. Com fiscalização e apreensão de mercadorias consideradas ilegais (e estimadas em mais de R$ 1 milhão), prefeitura e Receita Federal obrigam o Camelódromo a mudar seu perfil – e a questionar sua própria identidade

Memória: a riqueza do Museu dos Capuchinhos | Futebol: as incertezas de Lauro, ídolo alviverde | Roberto Hunoff: comércio de rua vai estender o horário de atendimento para o período natalino

Índice

www.OCAXIEnSE.com.br

A Semana | 3

As notícias que foram destaque no site

Roberto Hunoff | 4

A proposta e a prática do jornal O Caxiense são únicas no RS, fruto de equipe afinada, animada pelo ideal do verdadeiro bom jornalismo. Parabéns!

Reges Schwaab

Como serão (ou não serão) as férias na Randon e na Marcopolo

Mérito Metalúrgico | 5

Os talentos do empreendedorismo premiados pelo sucesso profissional Fotos: André T. Susin/O Caxiense

Camelódromo | 6

Cresce a pressão para que os camelôs só vendam produtos legalizados

Impasse no Santa Catarina | 10 Tradição bate o pé para nova diretoria, que pede autonomia ou a saída do CTG do pátio do colégio

Guia de Cultura | 12

@BiaSirena Parabéns para a competente, inovadora e queridíssima equipe do @ocaxiense!!

Muitos desafios, conquistas e sucesso pra vocês!! #ocaxiense1ano @_Smk93_ @ocaxiense Agradeço demais a lembrança no convite da festa do melhor jornal da cidade! #ocaxiense1ano

Triângulo amoroso no palco e suspense no elevador

Artes | 14

A sutileza de um traço solitário

@Gabeemendez Adorei o convite do @ocaxiense para a festa de um ano. Demais! #ocaxiense1ano

Capuchinhos | 15

Relíquias religiosas de uma ordem que guarda de tudo @RoseBrogliato Um ano do jornal O Caxiense (@ocaxiense). Vitória da inteligência. #ocaxiense1ano

Hóquei | 18

Movido por dois times rivais, esporte tenta avançar em Caxias

Guia de Esportes | 19

@RC_Dias @ocaxiense Parabéns ao jornal e toda a equipe. Vida longa para que tenhamos cada vez mais qualidade na comunicação. #ocaxiense1ano

Fim de semana de decisões no futsal e no futebol amador

Lauro | 20

Com contrato encerrando na terça-feira (30), o ídolo alviverde diz que aguarda proposta para ficar no Ju

@CianaMoraes Muitos e muitos parabéns ao @ocaxiense por este 1 ano com um jornalismo de extrema qualidade! Adoro! #ocaxiense1ano

Dupla CA-JU | 21

A crise no Jaconi e a volta de Borja ao Centenário

@vfelipe Nossa, já um ano de @ocaxiense? Tempo passa. Que o 1 se torne 10 e o 10 se torne 100. #ocaxiense1ano

Renato Henrichs | 23

Um dia de fúria na Câmara de Vereadores @fran_becher Não estarei na festa do @ocaxiense, mas vou tuitar de POA! #ocaxiense1ano

Expediente

Redação: André Tiago Susin, Camila Cardoso Boff, Cíntia Hecher, Fabiano Provin, Felipe Boff (editor), José Eduardo Coutelle, Luciana Lain, Marcelo Aramis (editor assistente), Paula Sperb (editora), Renato Henrichs, Roberto Hunoff, Robin Siteneski e Valquíria Vita Comercial: Pita Loss e Cláudia Pahl Circulação/Assinaturas: Tatyany Rodrigues de Oliveira Administrativo: Luiz Antônio Boff Impressão: Correio do Povo Distribuição: Dinâmica Assessoria de Distribuição

Assine

Para assinar, acesse www.ocaxiense.com.br/assinaturas, ligue 3027-5538 (de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h30 às 18h) ou mande um e-mail para assine@ocaxiense.com.br.

Trimestral: R$ 30 | Semestral: R$ 60 | Anual: 2x de R$ 60 ou 1x de R$ 120 Jornal O Caxiense Ltda.

Rua Os 18 do Forte, 422, sala 1 | Lourdes | Caxias do Sul | 95020-471 Fone 3027-5538 | E-mail ocaxiense@ocaxiense.com.br www.ocaxiense.com.br

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O Caxiense

27 de novembro a 3 de dezembro de 2010

@Adro76 Bacana saber que Caxias tem gente fazendo jornalismo sério. Parabéns @ocaxiense, cada dia melhor. #ocaxiense1ano @npianegonda Parabéns ao @felipeboff e ao @ ocaxiense pelo ARI na Serra! Na minha opinião, um dos melhores exemplos de jornalismo sério e diferente. #premioaridejornalismo @delanopieta Parabéns, @felipeboff e equipe de O Caxiense! Prêmio mais do que merecido! #premioaridejornalismo

Confira no site www.ocaxiense.com.br um vídeo com parte do acervo visual do Museu dos Capuchinhos. O material, digitalizado pela Spaghetti Filmes, inclui produções clássicas de Hollywood, além de imagens de eventos da Ordem dos Capuchinhos.

Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.

editada por Felipe Boff

A Semana Saúde

SEGUNDA | 22 de novembro R$ 6 milhões para ampliar o Hospital Geral Economia

Mais empregos temporários no comércio O fim de ano com economia aquecida está ampliando as oportunidades de emprego no comércio caxiense.

A previsão do Sindilojas é que sejam criadas 1 mil vagas. No ano passado, foram 750. Entretanto, o setor enfrenta dificuldades para contratar, especialmente em shoppings. O motivo é o horário, uma das queixas do sindicato dos comerciários – a outra é o salário.

A melhor remuneração, diz o sindicato, está nas lojas de eletroeletrônicos.

Saúde

24 horas contra as drogas Caxias ganhou reforço no combate a um dos problemas mais graves da atualidade. A prefeitura inaugurou, no bairro Cinquentenário, o Caps 24h, com tratamento para adolescentes, adultos e idosos viciados em álcool e drogas. Uma equipe multidisciplinar presta atendimento também aos familiares dos dependentes químicos. A desintoxicação ambulatorial tem 10 leitos à disposição.

TERÇA | 23 de novembro Economia

Randon segue com receita em alta Para quem ainda tinha dúvidas, o grupo Randon deu mais uma prova do vigor da retomada econômica em 2010, especialmente na indústria. Fechando as contas de janeiro a outubro, comemorou aumento de 51,5% na receita líquida, na comparação com o mesmo período de 2010.

Nada menos do que R$ 3 bilhões.

Nos próximos dois meses, o conglomerado caxiense espera acrescentar R$ 400 milhões a essa conta.

Com verbas estaduais e federais, somando cerca de R$ 6 milhões, o Hospital Geral ganhará mais leitos e um novo setor de oncologia, agora também com serviço de radioterapia – hoje, só oferece a quimioterapia.

As obras devem começar em janeiro, com previsão de conclusão em 2012. Além do reforço no combate ao câncer, há um número específico a se comemorar: 136. Essa é a quantidade de leitos a mais que o HG passará a ter, saltando de 236 para 372.

QUARTA | 24 de novembro Carnaval

Desfile na Sinimbu será antecipado em 2011 Os foliões, desta vez, vão evitar a Quaresma – e as críticas por fazerem festa durante o período religioso, como aconteceu no ano passado.

As escolas de samba de Caxias irão desfilar na Sinimbu uma semana antes da data oficial do Carnaval (8 de março) em 2011. As noites de 26 e 27 de fevereiro já foram reservadas pela Liga Carnavalesca, evitando bater com os desfiles de Porto Alegre, já que as agremiações caxienses têm parcerias com as da Capital. Mas a ideia de se ajustar de vez ao calendário já foi declarada: em 2012, é para o Carnaval caxiense acontecer no Carnaval mesmo.

Economia

Caxias Plaza Shopping também vai atrasar Depois do San Pelegrino – que finalmente abriu suas portas em 9 de novembro –, agora é o Caxias Plaza Shopping que adia sua inauguração.

Um dia depois de anunciar o início da operação para este sábado (27), o responsável pela comercialização

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das lojas voltou atrás. Agora, não tem data para a abertura. O San Pelegrino iniciou com 44 das 115 lojas em funcionamento, e a previsão era fechar o mês com 66. O Plaza deverá reunir 40 lojas, das quais somente três já foram divulgadas. O adiamento foi atribuído a um atraso no cronograma de obras, mas deixa a dúvida no ar: tem comerciante suficiente para tanto espaço novo?

QUINTA | 25 de novembro Artes

felipe.boff@ocaxiense.com.br fevereiro para assumir na Assembleia, volta a ter três nomes no primeiro escalão: Edson Néspolo, como Chefe de Gabinete, Jaison Barbosa, na Secretaria de Turismo, e Pedro Incerti, na Secretaria de Governo (que vinha sendo acumulada por Néspolo).

SEXTA | 26 de novembro Transporte

Facilidade para 33 mil estudantes

Bem acomodado e aberto ao público. Assim ficará, finalmente, o Acervo Municipal de Artes Plásticas.

A inauguração dos novos espaços – galeria e sala de reserva – do Amarp, no Ordovás, está marcada para 14 de dezembro, com exposição de algumas de suas 634 obras. Para março, já se anuncia a abertura do Salão de Artes, que funcionará como teatro.

Uma parceria da Visate com escolas e faculdades deverá poupar os estudantes caxienses de uma tarefa extra a cada início de ano: o recadastramento para obter o desconto de 50% na passagem. As instituições de ensino deverão enviar a lista de alunos à concessionária de ônibus. Com o nome nela, o estudante só precisará comprar a passagem nos pontos de venda. A previsão é de 33 mil beneficiados. A iniciativa, porém, também vai depender da eficiência das instituições em cumprir a sua parte.

Agricultura

Política

Com 1,3 mil hectares de plantações e 50 quilômetros de estradas danificados pelo granizo nos dias 15 e 17 deste mês, a área rural de Caxias teve Situação de Emergência decretada pelo prefeito José Ivo Sartori (PMDB).

Válida por 90 dias, a medida auxiliará produtores conseguir reavaliação ou novas linhas de crédito para esta safra, além de outros benefícios.

Um dia depois de ter sido confirmado – pouco antes do embarque do governador eleito Tarso Genro para suas férias –, como futuro secretário estadual do Esporte e Lazer (pasta hoje inexistente), o deputado estadual caxiense Kalil Sehbe Neto (PDT) já deu força a Caxias na briga por ser subsede da Copa do Mundo. “Caxias tem toda a infraestrutura e potencial para isso. E temos tempo para corrigir as deficiências”, disse Kalil, ainda empolgado com sua entrada no governo.

Em breve, porém, o secretário deverá adotar um discurso mais político, já que o interior gaúcho também tem Bento Gonçalves e outras cidades na disputa pelo posto. Vale lembrar que a Fifa já fez pré-reserva de leitos em hotéis de Caxias e Bento para 2014.

Galeria e sala de reserva do Amarp inauguram dia 14

Interior caxiense está em Situação de Emergência

Política

Pedro Incerti (PDT) assume Secretaria de Governo O PDT, que garantiu assento no futuro governo de Tarso (PT), retomou visibilidade também no governo Sartori (PMDB). Além do vice-prefeito, que deixará o cargo em

Kalil apoia Caxias como subsede da Copa 2014

27 de novembro a 3 de dezembro de 2010

O Caxiense

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Roberto Hunoff roberto.hunoff@ocaxiense.com.br

Divulgação/O Caxiense

Acima do projetado

As Empresas Randon estimaram para este ano receita bruta total de R$ 5 bilhões e líquida de R$ 3,4 bilhões, números que serão superados.

O próprio diretor de relações com investidores, Astor Schmitt, admite esta possibilidade e revela que, além da excelente receita, o grupo apresentará rentabilidade expressiva. Diga-se de passagem, uma necessidade para a sobrevivência de toda a organização. Até outubro a receita líquida supera os R$ 3 bilhões, acréscimo de 51,5% sobre os 10 primeiros meses do ano passado, e a bruta ficou próxima dos R$ 4,6 bilhões, aumento de 53,6% na mesma base de comparação.

Ao contrário do final do ano passado, quando não usou o sistema de férias coletivas, em 20 de dezembro próximo as unidades das Empresas Randon interromperão suas atividades por até três semanas – o período varia em cada uma das organizações. A decisão nada tem a ver com problemas de mercado, mas exclusivamente com o objetivo de melhorar a produtividade ao longo do próximo ano. Astor Schmitt afirma que a empresa, em 2010, passou por dificuldades em alguns momentos para atender a demanda porque havia grupos de funcionários em férias.

“Decidimos parar para evitar problemas semelhantes em 2011, que esperamos seja, como este ano, de crescimento.”

Sem férias

Já a Marcopolo optou por não conceder coletivas no final do ano. O fato deve-se ao grande volume de pedidos em carteira que precisam ser entregues no prazo. Mesma decisão foi tomada pela Neobus, também encarroçadora de ônibus.

Seminário

As perspectivas do setor automotivo para 2011 no Rio Grande do Sul serão discutidas em seminário promovido pela AutoData Editora na próxima quinta-feira (2), no Hotel Intercity Premium em Caxias do Sul. O evento terá palestras e painéis com alguns dos principais executivos de empresas ligadas diretamente ao setor automotivo na Região Sul. Casos da General Motors, que hoje trabalha para dobrar a capacidade da fábrica de Gravataí, e da NC², joint-venture das empresas Caterpillar e Navistar International que ampliará a produção de caminhões na unidade da Agrale. Os mais de 150 participantes esperados terão ainda a oportunidade de conhecer os números de vendas e fabricação das principais montadoras do Brasil para 2011. A AutoData é uma editora com sede em São Paulo e sucursal em Caxias do Sul, especializada no setor automotivo nacional e internacional sob o ponto de vista da economia e negócios.

Investimento

A Tomé Indústria de Autopeças consolidará, ao longo de cinco anos, investimento de R$ 30 milhões na construção da segunda unidade de fundição em Caxias do Sul. A planta de 3,3 mil m² terá capacidade para fundir 2,5 mil toneladas/mês de aço e ferro nodular, dobrando os volumes atuais, exclusivamente de ferro cinzento. Também incorporará novo processo de moldagem, que aumentará a produtividade, melhorará a

Ágio no varejo

Oportunidade

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A produção de cimento, concentrada em duas grandes empresas no Rio Grande do Sul, está sendo insuficiente para atender a demanda do mercado. O resultado é que o principal insumo da construção civil está sofrendo majoração de preço em até 10%. O saco de 50 quilos, que custava, em média, R$ 18, agora já passou dos R$ 20 em algumas lojas.

A situação atinge o comércio, que abastece principalmente o usuário final, e a indústria, que compra diretamente dos fabricantes. Se antes o pedido era atendido na hora, agora demora de dois a três dias. E não há expectativa de solução no curto prazo.

do é a partir de R$ 90 mil, com estimativa de faturamento mensal de R$ 45 mil e margem final de 15% a 20%.

O serviço não exige ponto comercial fixo, pois o serviço é realizado com unidades móveis de aplicação. A SuperSAN tem 21 lojas e pretende alcançar 47 até o final do ano. Sua meta é faturar R$ 4,8 milhões em 2010 e chegar a R$ 18 milhões no ano que vem.

Feira

Prossegue até domingo, no Centro de Eventos da Festa Nacional da Uva, a 4ª edição da Construfair, que reúne 160 marcas de produtos voltados à construção civil. Aberto ao público em geral, o evento tem como

A nova diretoria da Câmara de Dirigentes Lojistas, eleita em assembleia geral no dia 25 de outubro, toma posse em 3 de dezembro, sexta-feira próxima, em solenidade no Samuara Hotel. A presidência será exercida por Paulo Ricardo Magnani, que terá na diretoria a companhia de Analice Carrer, Davenir Darci Dreher, Ricardo Regal Comandulli, Arcangelo Zorzi Neto e Nelson Minetto.

O Caxiense

A partir da próxima quarta-feira (1º de dezembro) até o dia 23 o comércio de rua da cidade estenderá o horário de atendimento até 20h para qualificar o atendimento ao consumidor. A proposta do Sindicato do Comércio Varejista é que nos próximos quatro sábados o atendimento seja feito até as 19h e, nos domingos, das 13h às 19h. Na sexta-feira (24), véspera de Natal, o encerramento do expediente será às 18h.

Transferência

A SuperSAN, única rede de franquias no mundo a oferecer serviços de sanitização do ar e de superfícies, colocou Caxias do Sul na rota do seu plano de expansão. Para o diretor da empresa, Eric Stöcker, a cidade é ótima oportunidade de mercado. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, uma em cada três pessoas no mundo habita ambiente doente.

O investimento inicial do franquea-

Considerada a maior campanha promocional do varejo gaúcho, o Natal de Prêmios ocorre até 15 de janeiro de 2011 com o objetivo de fomentar as vendas de final de ano. Em Caxias do Sul, a iniciativa é da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), com patrocínio da Prefeitura. Todo o consumidor que juntar notas fiscais no valor de R$ 50 de produtos adquiridos nas lojas participantes concorrerá a 60 prêmios.

O primeiro sorteio será em Caxias do Sul no dia 27 de janeiro.

De acordo com Luiz Antônio Kuyava, presidente da CDL, a meta é elevar as vendas de final de ano em 15% na cidade na comparação com a mesma data do ano passado, gerando receita de R$ 120 milhões para o comércio.

Horário

O Grupo Voges dará início em dezembro às obras de sua nova fundição em Caxias. A Fepam liberou a licença de instalação, autorizando o início da construção em terreno no Distrito Industrial. A expectativa é que a partir de 2013 toda a estrutura esteja operando no novo local, com a consequente desativação da unidade da Rua Dom José Barea, quase no Centro. A capacidade de produção atual de 35 mil toneladas/ano será duplicada com o investimento que supera a casa dos R$ 50 milhões. O grupo, que também atua no mercado de motores elétricos e inversores de frequência, projeta receita bruta próxima a R$ 400 milhões em 2010 e quadro de 2,3 mil colaboradores.

Posse

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qualidade dos produtos e reduzirá os níveis de emissão de poluentes e geração de resíduos. Com faturamento projetado para R$ 72 milhões neste ano, a empresa tem como meta alcançar R$ 360 milhões em 2015.

Neste período deve confirmar a abertura de seu capital por meio de venda de ações em bolsas. A Tomé é uma sociedade anônima de capital fechado, tendo como sócios os irmãos Humberto e José Antônio.

objetivo central promover insumos e serviços para distribuidores, lojistas, engenheiros, arquitetos, construtores e demais profissionais da construção.

A expectativa de vendas é de R$ 310 milhões, alta de 30% sobre 2009.

Beverli Rocha, Divulgação/O Caxiense

Coletivas

Campanha

Curtas

O secretário do Meio Ambiente do Rio Grande do Sul, Giancarlo Tusi Pinto, será o palestrante da reunião-almoço de segunda-feira (29) da CIC de Caxias do Sul. Ele discorrerá sobre o Programa Estadual de Recuperação de Áreas de Preservação Permanente e Reserva Legal. Durante o evento ocorrerá a posse da nova diretoria do Sindimadeira-RS - gestão 2010/2013. O atual presidente Serafim Quissini foi reeleito para o cargo da entidade, que completa 45 anos em 2010.

Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.

Mario Franzen, Autodata, Divulgação/O Caxiense

Mérito Metalúrgico

Tomiello trabalhou 11 anos na Marcopolo, apaixonou-se pelos ônibus e montou a própria empresa. A Neobus deve fechar 2010 com a produção de 4 mil unidades

DETERMINAÇÃO CENTENÁRIA Simecs reconhece empreendedorismo atual e homenageia quem desencadeou a metalurgia em Caxias do Sul no final do século XIX

A

por ROBERTO HUNOFF roberto.hunoff@ocaxiense.com.br determinação em superar obstáculos, tornando sonhos realidade, sempre foi uma característica daqueles que conduziram o processo de colonização de Caxias do Sul. Nomes para comprovar esta verdade não faltam. Mas há um em especial: Luigia Carolina Zanrosso Eberle, mais conhecida por Gigia Bandera. Foi por suas mãos que a hoje mundialmente reconhecida indústria metalúrgica de Caxias do Sul começou a ser forjada no início dos anos 1900.

Nascida na Itália em 1854, ela chegou ao Brasil em 1884 com o esposo Giuseppe e quatro filhos.

Depois de trabalhar como agricultor por dois anos, Giuseppe resolveu comprar uma funilaria localizada na Rua Sinimbu. Mas passado um ano decidiu voltar às atividades agrícolas deixando para Gigia Bandera a responsabilidade de tocar o negócio. Por mais de seis anos ela atendeu no balcão, trabalhou na oficina como funileira, fabricou e consertou peças para depois vendê-las, sem nunca descuidar da família. Neste ambiente criou-se o filho Abramo Eberle, que mais tarde tornou-se gestor do negócio e o grande responsável pela consagração da cidade no ramo metalúrgico com a criação da metalúrgica que levou seu nome.

Embora os tempos sejam outros, e os desafios diferentes, a determinação em superar os obstáculos permanece a mesma. Para homenagear empresários que renovam o espírito empreende-

dor de Gigia Bandera, o Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul (Simecs) entrega, anualmente, desde 1987, o Troféu Mérito Metalúrgico Gigia Bandera. A solenidade deste ano ocorreu na noite de sexta-feira (26) e destacou façanhas de Edson Tomiello, presidente da Neobus, encarroçadora de ônibus; de Ricardo Borghetti, diretor da Master Power, de São Marcos; e de Oscar Azevedo, ex-presidente da entidade e atual diretor industrial da Aspro do Brasil, de Campo Largo, PR. Edson Tomiello, que sob sua mesa de trabalho expõe uma lamparina de querosene fabricada pela antiga funilaria de Gigia Bandera, tem na ousadia a sua grande característica empresarial. Nascido em Caxias do Sul em 1960, começou a trabalhar aos 13 anos auxiliando o pai que era pedreiro.

Ingressou na Marcopolo aos 20 anos e de lá saiu em 1991, depois de passar por várias funções, para empreender o seu negócio. Financiou em 12 vezes a compra de duas máquinas de solda para prestar serviços para encarroçadoras de ônibus.

A paixão pelos veículos o levou a adquirir a San Marino Implementos, que deu origem a atual Neobus em 1999. Em 11 anos construiu uma empresa que tem mais de 2 mil funcionários, parque fabril de 40 mil m² de área construída e capacidade instalada para produzir 25 ônibus por dia. Este ano deve fechar com produção de 4 mil unidades e projeção de crescer em tor-

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no de 10% no próximo exercício.

A ousadia de Tomiello vai longe. Associado à Marcopolo, que comprou a parte de dois sócios, equivalente a cerca de 40% do capital, o empresário foi buscar parcerias no Exterior. Em 2008 encaminhou tratativas para a formação de joint-venture com a Camiones y Motores International do México, nada mais do que uma subsidiária da potência chamada Navistar. O objetivo é produzir no México em torno de 1,5 mil unidades por ano. A deflagração do processo acabou prejudicada pela crise financeira mundial de 2008, mas a sua efetivação é questão de tempo. De acordo com Tomiello, este é o primeiro passo para a consolidação da Neobus no cenário mundial.

O diretor comercial da Master Power Turbos, Ricardo Letti Borghetti, dá sequência ao empreendimento iniciado pelo pai Nelson, homenageado pelo Simecs em 2001. Nascido em São Marcos em 1964, o primeiro filho da família Borghetti dedica-se à empresa desde os tempos de garoto. Atualmente a Master Power é uma das principais fabricantes de turbos no Brasil, com fornecimento para os segmentos automotivo, industrial e marítimo. Com 16 mil m², a planta abrange os departamentos de pesquisa e projeto, fundição, microfusão, usinagem, montagem e expedição. Uma de suas recentes estratégias incorporou a verticalização na fabricação de todos os componentes usados nos turbo-alimentadores.

Sustentada por esta nova estrutura

de produção, a Master Power projeta expansão de 20% em sua receita deste ano, o que resultará em incremento de 830% na década. Com cerca de 30% do mercado nacional de reposição, a empresa espera vender 120 mil turbos em 2010. Parte de sua produção segue para mais de 50 países, dentre eles o Irã, que responde por quase 30% das exportações para o Oriente Médio. Atualmente sua capacidade de produção é de 240 mil turbos/ano.

Ex-presidente do Simecs e atual diretor industrial da Aspro do Brasil, Oscar de Azevedo também segue o caminho do pai, Ary Osório, homenageado em 1997 com o mesmo troféu.

Começou sua carreira na Engemaq, empresa da família, em 1978, após formar-se em Engenharia Mecânica e Administração de Empresas. Em 1997 ele ingressou na Weatherford, onde trabalhou por 10 anos e dirigiu fábricas em Caxias do Sul, São Leopoldo e Belford Roxo, no Rio de Janeiro.

O passo seguinte foi aceitar o desafio de assumir o cargo de diretor industrial na Aspro do Brasil. A empresa pertence desde 2007 ao Grupo Luxxon, associação da caxiense Lupatech com o fundo de investimentos Axxon. Hoje é líder mundial de sistemas de compressão para gás natural, com atuação comercial em 34 países, em quatro continentes. A organização de origem argentina foi fundada em 1975 e chegou ao Brasil em 2002, com fábrica em Campo Largo, no Paraná.

Emprega, atualmente, 450 pessoas.

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Comércio Alternativo

e

camelôs CONTRA A PAREDE

André T. Susin/O Caxiense

Com apreensão e fiscalização, autoridades querem obrigar os lojistas do Camelódromo a se livrarem de vez dos produtos ilegais

Das 60 bancas, 33 tiveram tiveram mercadorias recolhidas pela Receita

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O Caxiense

27 de novembro a 3 de dezembro de 2010

por VALQUÍRIA VITA valquiria.vita@ocaxiense.com.br

Fonseca observa que em 2010 as apreensões já estão 30% maiores do que no ano passado. “Temos mais de 1,7 mil quilômetros de fronteira. Estamos atuando bastante na interceptação de cargas. Somente este ano foram cinco cargas de cigarro que vinham do Paraguai para o Estado que conseguimos interceptar, cada carreta com mais de 400 caixas. Isso desabastece esses camelódromos que vivem do comércio ilegal.”

xiste um local onde você pode comprar tênis Nike a R$ 80, camisa Lacoste a R$ 45, bolsa Adidas a R$ 15, óculos RayBan a R$ 20. Onde as Barbies se chamam Sue, Loretta ou Betty. E podem ser adquiridas por menos de R$ 30. As falsificações, entretanto, não foram o alvo da operação que apreendeu 400 caixas de mercadorias, na quarta-feira da semana passada (17), no local onde a pirataria ocupa um espaço cedido A banca de bolsas, óculos, pela prefeitura há 17 anos: o Cameló- bijuterias e relógios de uma lojista fidromo de Caxias. cou vazia depois que os servidores da Às 10h daquela quarta, 50 servido- Receita deixaram o local. “Levaram res da Receita Federal, com apoio do tudo. Minha banca virou nada. Ficou Batalhão de Operações Especiais da branquinha”, lamentou. As perdas calBrigada Militar, Polícia Federal e Po- culadas pela proprietária, que busca lícia Rodoviária Federal entraram no as mercadorias em São Paulo, foram Camelódromo em busca de produtos de R$ 20 mil: “Uns 80% tinham nota. com procedência duvidosa. Tranca- Mas eles não quiserem nem olhar as ram as duas entradas, da Sinimbu e notas, só quiseram levar”, queixa-se, da Os 18 do Forte, e até as 15h30 nin- explicando que os 20% restantes eram guém entrou ou saiu de lá. Foram ho- produtos que não passaram pelo conras preenchidas com silêncio e tensão. trole de qualidade, já que são relógios Os fiscais adentraram e bolsas imitando maro camelódromo quiecas. “Nem todas as lojas tos, e quietos ficaram “Levaram tudo. têm mercadoria legal. também os vendedores Minha banca Em R$ 1,99 é a mesma das 60 lojas. Mercado- virou nada. Ficou coisa, do mesmo jeito rias avaliadas em mais que o nosso. Ninguém de R$ 1 milhão foram branquinha”, declara 100%”, diz a levadas pela Recei- lamentou uma vendedora, que conta Federal das bancas vendedora de siderou o fechamento que não apresentaram bolsas, óculos, dos banheiros do Caprovas da importação melódromo durante a regular dos produtos bijuterias e operação uma das pio– entre eles, celulares, relógios res partes daquele dia: videogames e brinque“Ninguém podia nem dos. entrar. E sabe como O plano do coordenador da ope- mulher nervosa precisa ir no banheiro. ração, André Luiz Fonseca, chefe da Falei para um policial que, se não me Divisão de Repressão ao Contraban- deixassem ir, eu faria lá na frente dele do e Descaminho da Receita Federal mesmo. Daí me deixaram”. do Estado, era apreender produtos de Para a dona de outra banca, o mais 23 bancas – já se sabia quais, pois ha- desagradável foram os comentários via sido feita análise prévia do local. que ela ouviu depois da operação. “As “Foi mais eletrônico. Eu não tinha o pessoas disseram ‘bem feito’ para a genque eles queriam”, diz uma vendedo- te depois da batida, nos compararam a ra de camisas e tênis falsificados, que, bandidos. Alguém defendeu, dizendo como a maioria dos entrevistados no que os camelôs têm família para susCamelódromo, não quis se identificar. tentar, e responderam que os bandidos Chegando lá na quarta-feira, porém, também têm família. A gente compra, a Receita verificou irregularidades em paga, não é nada roubado”, defende-se. outras 10 bancas, ao encontrar produ- “Já pensou alguém chegar na tua casa, tos como cigarros do Paraguai e perfu- pegar tuas coisas e levar tudo embora? mes do Uruguai.

Aqui não levaram porque tenho reza Batidas como essa não são tão fre- branca.” Outro vendedor também se quentes porque a fiscalização mais sentiu discriminado: “Foi humilhante intensa da Receita Federal, segundo o jeito como eles chegaram aqui. Nos Fonseca, se dá nas rodovias. “Este ano trataram como criminosos. Fui para já apreendemos R$ 25 milhões em São Leopoldo (para onde foram levamercadorias no Estado. Muitos veícu- das as mercadorias) apresentar as nolos apreendidos tinham como destino tas e o tratamento foi pior”.

Caxias do Sul. Em uma das bancas o Quem não teve prejuízo financeiro, proprietário contou que teve quatro teve prejuízo moral, segundo o proveículos detidos pela Receita, e que prietário de uma banca de eletrônicos. agora estava indo para o Paraguai de “O público se afastou. Eles desmoraônibus para buscar mercadoria. Com lizaram o camelô aos olhos da sociebase nesse volume apreendido ao lon- dade. É fácil você vir com a polícia, go do ano foi necessário fazer fiscaliza- armado até os dentes, fazer apreensão ção”, explica. em quem não se defende. Difícil é fazer As ações são mais protetoras da so- uma operação na favela da Rocinha, ciedade do que arrecadatórias, confor- onde o PIB é de R$ 16 milhões ao mês, me o chefe da divisão: “O que ocorre é ou até numa favela daqui de Caxias”, que trazem do Paraguai e do Uruguai, compara. não recolhem impostos, pois não pasAssim como a vendedora de bolsas, sam pela aduana, e revendem. Essa ele diz que 80% de seus produtos têm mercadoria não teve tributação. Isso nota fiscal. “Uma vez era 100% sem prejudica a concorrência e a economia nota, tudo contra a lei. Hoje somos do nosso país. Além do consumidor”. quase 100% com nota, com alvará de

Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.

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Os produtos eletrônicos foram o principal alvo da batida do dia 17. Alguns camelôs, entretanto, alegam ter os mesmos fornecedores do comércio tradicional pequena empresa. É só ver essas máquinas de cartão de crédito. É preciso nota para poder tê-las. Cai para eles (Receita Federal) com imposto”, argumenta. “Isso aqui deixou de ser Camelódromo. Somos lojistas.”

“Apreenderam o que não tinha o selo de importação. Esse selo deve vir no próprio produto, com o nome da importadora, com CNPJ, mas em alguns produtos não vêm”, reclama o presidente da Associação Camel Shopping Tropical (o nome oficial do Camelódromo), Gilberto Lima dos Santos.

Embora Santos sustente que a maioria dos produtos vem de São Paulo, a busca da Receita centrou-se naqueles trazidos de outros países.

O problema de como as mercadorias chegam ao Brasil hoje, para o professor de Processo de Importação da UCS, Fábio Verruck, é que elas não pertencem formalmente à nossa economia.

E é tão fácil trazer produtos sem pagar uma bateria de impostos, segundo ele, porque falta fiscalização – e a que existe é burlada. “Muitos dos produtos do Camelódromo são originais, mas chegam com preço menor porque lá no Paraguai as políticas de importação são mais flexíveis”, explica.

Para que uma mercadoria de outro país seja legalizada, existem alguns protocolos do governo federal. Pessoa física tem direito de trazer do Exterior, sem precisar declarar, ou seja, sem pagar imposto, até U$ 300 em mercadorias. Empresas só podem declarar os produtos que comprarem se forem autorizadas no registro de exportadores e importadores do governo: “Hoje, pequenas empresas não conseguem fazer importação, porque não têm direito de

fazer isso. No ano passado o governo timo no banco para comprar as mercaemitiu a chamada Lei dos Sacoleiros, dorias. E teve gente que perdeu tudo”, tentando permitir que microempre- relata. sários possam trazer mercadorias imO presidente, que possui uma banca portadas pagando imposto único de de eletrônicos, assegura que a intenção importação, de 49,25%”, explica Ver- dos camelôs sempre foi trabalhar de ruck. O imposto seria bem menor do forma legal. “Não posso botar mão no que uma empresa paga – somadas, as fogo pelo que os outros fazem. Cada tributações (IPI, PIS, um escolhe o seu camiCofins, ICMS) chegam nho, mas há intenção a quase 100% do valor “Nem todas grande de trabalhar de do produto. Para que a as lojas têm forma adequada. Não lei comece a valer, po- mercadoria legal. tem por que a genrém, é preciso autorizate não querer ter vida ção da Receita Federal. Em R$ 1,99 é a com mais dignidade, Outro entrave é que as mesma coisa. trabalhar de forma leempresas, logicamente, Ninguém gal. Eu percebo uma são contrárias à nova declara 100%”, cultura da população, legislação, que favorede que comprar no diz a dona ceria os camelôs. camelô é sem nota e O presidente da As- de uma banca então é mais barato, sociação do Camelóo que nos prejudica. dromo explica que as Nossos produtos vêm bancas estão buscando novos forne- com nota e garantia, é como comprar cedores para se adequar às exigências em qualquer loja. Damos nota para o da Receita. “Procuramos empresas cliente, isso é um fato quase ignorado. que vendem produtos nacionais, por- Não é mais barato, hoje o preço está que não temos conhecimento de onde semelhante”, afirma. “No Camelódroconsegui-los.” Santos considera a Lei mo está a sobrevivência do pessoal, dos Sacoleiros uma alternativa. “Ou ninguém trabalha fora dali. Queremos talvez trazer da China ou dos Estados mudar porque nossos filhos na escola Unidos, tudo de acordo com o que a são muito criticados. ‘Teu pai é um criReceita exige: nota e selo. Conversei minoso’, dizem”, completa Santos. com as bancas depois da batida, para Nos últimos tempos, mudanças visíencontrarmos novos fornecedores, veis ocorreram no Camelódromo. Em mas está todo mundo acabado. Porque outubro, a prefeitura chamou o presirecolheram tudo, e todos agora só pen- dente da associação para falar sobre os sam em seu problema pessoal. Talvez produtos piratas, principalmente CDs se tivesse havido diálogo pudesse ter se e DVDs, que eram vendidos nas banpensado em outra alternativa. Pode-se cas. Vale ressaltar que entende-se por chegar a um nível de comerciante lega- pirataria toda prática de vender ou dislizado, mas é preciso poder aquisitivo. tribuir produtos sem a autorização dos Essa ação eliminou as possibilidades. proprietários de uma marca ou produMuitos de nós tinham tomado emprés- to, e a sua manifestação mais comum é

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no setor fonográfico. De acordo com a Associação Antipirataria de Cinema e Música (APCM), o setor tem 65% de seu mercado tomado pela concorrência ilegal, o que já ocasionou, nos últimos anos, perdas em arrecadação de impostos que já ultrapassam os R$ 500 milhões anuais.

A reunião da prefeitura não teve relação com a batida da Receita que ocorreria um mês depois, mas deu resultado. Depois dela, já não se encontravam CDs e DVDs piratas no Camelódromo, além de jogos de computador falsificados. “Acabamos com a pirataria de CDs e DVDs. A gente agiu e mudou a situação, que era um problema gravíssimo”, diz Santos.

DVDs piratas não ocupam mais as prateleiras da banca de Lures Seco, que vende principalmente brinquedos no Camelódromo desde que o local abriu.

“Hoje vendo DVDs a R$ 10, que não são falsificados, mas de locadoras que se desfizeram. Só não são lançamentos. É mais negócio para a gente vender original, porque não vamos nos incomodar. Erramos aí: ter começado vendendo pirataria”, diz ela. “No início vendíamos apenas do Paraguai, porque não tinha outra opção. Hoje vem de São Paulo, Porto Alegre, mas é cada banca por si. Devido à diversificação de mercadorias, damos liberdade”, explica Santos.

Desde 2001, época da primeira apreensão da Receita Federal no Camelódromo de Caxias, Lures não vende mais produtos que não tenham nota para apresentar. Porém, ela mostra vários carregadores de celular, pendurados na banca para expor aos clientes, que, como estão fora das caixas, seriam considerados ilegais pela Recei-

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ta, por não estarem com a informação de onde vieram. “Não compete a nós conhecermos a índole de quem nos fornece. Isso compete à Receita. Eles batem no Camelódromo porque temos nome de camelôs”, critica.

A má fama, segundo a lojista, é injusta, já que ela vende os mesmos produtos de uma loja do comércio de rua: “O representante que me traz os produtos vem de São Paulo. No dia que ele vem aqui me trazer, passa com os mesmos produtos nas lojas tradicionais”, diz Lures. “O fato de comprar no mercado nacional não regulariza o bem. Um produto de São Paulo pode ter entrado de forma irregular no país.

Não é a nota fiscal que ampara legalmente a entrada. Tem que ir atrás de onde comprou, tem que ter documentação que regule importação”, rebate Fonseca, da Receita Federal.

não sabíamos da ação da Polícia Federal, que é superior e independente em relação ao Município. Tem produtos sem nota, a gente sabe. A apreensão foi por causa disso”, completa.

E por que a prefeitura autorizou por tantos anos um local, no meio da cidade, que comercializa produtos ilegais?

Sebben para, pensa por alguns segundos e diz: “A resposta é que não deveriam estar sendo vendidos produtos ilegais. Estamos dialogando, poderíamos só fazer uma batida semanalmente. Mas não queremos que parem de trabalhar, só que não vendam ilegal”, argumenta ele.

O que ocorreu na reunião de outubro foi um ultimato aos camelôs para que a venda de produtos piratas cessasse, segundo Rodrigo Lazzarotto, gerente da fiscalização da Secretaria do Urbanismo. “Quase todas as ban“Esse negócio da pirataria é cas vendiam produtos piratas. Fazíacomplicado. É um cuspe para cima. Por mos essas apreensões apenas na rua. que existe camelô, então?”, questiona a Daí avisamos ‘parem, ou poderá ter proprietária de uma banca que vende cassação das bancas’”, relata, mostrancamisas falsificadas de do na secretaria uma times de futebol. O Casalinha entulhada de melódromo funciona “Pode-se chegar produtos apreendiem Caxias desde 1993, a um nível de dos dos ambulantes. quando os vendedores comerciante “Existe uma dúvida ambulantes ganharam legal se podemos cheum lugar específico da legalizado, mas gar e fazer apreensões prefeitura. A lei de cria- é preciso poder no Camelódromo. ção, que autoriza a ocu- aquisitivo. Essa Porque é um espaço pação de espaço público, ação eliminou as cedido. Então, fazedefine um camelô como mos apreensões ape“aquele que comercializa possibilidades”, nas com mandado mercadorias de pequeno diz Santos judicial e Polícia Civil valor e escala, em local junto. Nossa tarefa público e aberto”. Cada é cuidar do cadastro camelô, conforme a lei, tem direito a das pessoas e tentar fazer a fiscalizacinco metros quadrados dentro do tre- ção com a polícia. A grande questão é cho da Moreira César entre a Sinimbu a venda ilegal em um espaço público. e Os 18 do Forte. Pode ocupar apenas Na rua não tem essa concessão, por um espaço e é vedada a sua ampliação. isso apreendemos mais frequentemenOs vendedores do Camelódromo te do que no Camelódromo”, explica não são trabalhadores informais, mas Lazzarotto, ressaltando que a função sim registrados como proprietários de da prefeitura não é fiscalizar a origem microempresas, como explica o secre- – competência que é da Receita Fedetário do Desenvolvimento Econômico, ral. “A prefeitura está de mãos atadas Trabalho e Emprego, Guilherme Seb- para a origem dos produtos, para ver ben. Ele diz que a prefeitura mantém se entra ‘quente’ ou ‘frio’. Isso dificulta um bom relacionamento com a asso- a fiscalização também. Mas vamos inciação dos camelôs, tanto que ele se tensificar. A apreensão é duvidosa, mas refere ao presidente, Gilberto, como a cassação pode ocorrer”, alerta.

Giba.

Fiscalização mais intensa também Três secretarias estão envolvidas no é o aviso do secretário de Desenvoldiálogo com o Camelódromo: além da vimento. E ele será dado a todos os de Desenvolvimento, a de Urbanismo, proprietários das bancas do Cameque fiscaliza a pirataria, e a da Recei- lódromo na quarta-feira (2), em uma ta, para onde vai o pagamento da taxa reunião a portas fechadas no auditório mensal dos camelôs – cada banca de- da prefeitura, onde, pela primeira vez, sembolsa cerca de R$ 35, segundo o Município, Polícia Federal, Polícia Cipresidente da associação. vil, Brigada Militar, Ministério Público Sebben conta que a reunião que quis e camelôs conversarão sobre produtos erradicar a venda de CDs, DVDs e jo- ilegais – Sebben diz que estão dentro gos de computador e de videogame pi- dos ilegais, além dos falsificados, os ratas foi uma precaução por causa da sem procedência. “Não queremos diproximidade do final de ano. “O pes- minuir, mas sim que não tenha mais soal quer ganhar mais e sabe que tem produto pirata no camelô de Caxias. A quem compre para o Natal. Dissemos prefeitura não vai aceitar essa comerpara não estimular isso, para não tra- cialização. A expectativa é que as banbalhar com ilegais. E alertamos para cas se ajustem a isso. Se forem pegas falar com todas as bancas. Sempre tem (vendendo mercadorias irregulares), produto pirata no camelô, eles vendem será aberto um processo que pode tirar o ano todo, mas agora é a safra deles, o direito da banca. Se depois da reude brinquedo e eletrônico. Antes que nião continuarem vendendo produto eles se munissem para o Natal, pensa- ilegal vamos cassar a licença e colocar mos em dialogar”, conta o secretário. outra empresa no lugar. Mas isso não é “Concordamos em estancar a questão uma ameaça. É um diálogo”, conclui o do contrabando e da pirataria. Mas secretário.

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MAILSON DA NÓBREGA “Brasil pós-eleições: tendências econômicas e políticas”. Este será o tema da palestra especial de final de ano que o SIMECS promoverá no dia 09 de dezembro, às 16 horas, no auditório da CIC em Caxias do Sul com o ex-ministro Mailson da Nóbrega. O evento é destinado aos empresários, representantes das empresas dos segmentos automotivo, eletroeletrônico e metalmecânico da base regional representada pelo SIMECS, convidados e imprensa. Economista foi ministro da Fazenda depois de desempenhar longa carreira no Banco do Brasil e no setor público, da qual se destacam os seguintes cargos: Consultor Técnico e Chefe da Divisão de Análise de Projetos do Banco do Brasil; Chefe da Coordenadoria de Assuntos Econômicos do Ministério da Indústria e do Comércio; Secretário Geral do Ministério da Fazenda. Foi Diretor Executivo do European Brazilian Bank-EUROBRAZ, em Londres. Como ministro, presidiu vários orgãos, entre os quais o Conselho Monetário Nacional e o CONFAZ. Inscrições junto ao SIMECS, fone: (54) 3228.1855.

MÉRITO GIGIA BANDERA Em solenidade que aconteceu nesta sexta-feira, 26 de novembro, no Clube Juvenil em Caxias do Sul, os empresários Edson Tomiello (presidente da Neobus), Ricardo Borghetti (diretor comercial da Master Power Turbos, de São Marcos) e Oscar de Azevedo (diretor industrial da Aspro do Brasil, empresa pertencente a Luxxon - Grupos Lupatech e Axxon, receberam o Mérito Metalúrgico Gigia Bandera. Os nomes foram escolhidos por uma comissão especial do SIMECS. O mérito Gigia Bandera chega à sua 18ª edição. Durante o evento foi lançada a edição 2010 do Balanço Social do SIMECS, evidenciando os investimentos feitos pelas empresas do segmento metalmecânico aos seus funcionários. Entre os benefícios sociais constam: Saúde, Educação, Transporte e Alimentação. Desde 1987, o SIMECS faz de Gigia Bandera a síntese do Mérito Metalúrgico. Anualmente, reconhece com o Troféu Gigia Bandera personalidades que, com sua visão estratégica, representação institucional, empresária e de defesa da livre iniciativa, conseguem projetar suas organizações.

DELEGAÇÃO ITALIANA Uma delegação de empresários italianos, proveniente de Schio, Província de Vicenza, terra natal de Luigia Carolina Zanrosso Eberle, a Gigia Bandera, está em Caxias do Sul. A comitiva foi recebida nesta quinta-feira, 26 de novembro, pelo presidente Getulio Fonseca e diretores do SIMECS. Na oportunidade, houve uma apresentação e troca de informações entre os empresários caxienses e italianos. A convite do SIMECS, o grupo italiano participou do Mérito Gigia Bandera além de manter contatos com as empresas do segmento metalmecânico da região visando futuras parcerias. Integram o grupo o Prefeito de Schio, Luigi Dalla Via e o Presidente da Associazione Industriali di Vicenza – DPT de Schio, Luigi Schiavo. A comitiva foi coordenada pelo empresário Dario Vivian, diretor da empresa Stil Service, cuja matriz se localiza em Schio e possui escritórios no Brasil em Novo Hamburgo e São Paulo.

ENCONTRO PROMINP O diretor do SIMECS Oscar de Azevedo representou a entidade no 7º Encontro Nacional do PROMINP (Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural) realizado recentemente em Porto Alegre. O evento contou com a presença de cerca de 500 empresários do setor de petróleo e gás. Como parte da programação foram realizadas visitas técnicas a importantes complexos do setor de petróleo e gás natural do Rio Grande do Sul. Em Caxias do Sul, um grupo de 65 pessoas esteve visitando empresas do segmento metalmecânico. Os empresários estiveram conhecendo o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Lupatech, empresa que atua no setor de óleo e gás. Ato contínuo, foi realizada visita ao grupo Voges, que preparou uma exposição de seus principais produtos.

RECURSOS PARA O IFRS Reivindicar a dotação de verba através de emendas parlamentares para o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Caxias do Sul – IFRS. Com este objetivo, o presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul, Getulio Fonseca e o diretor executivo da entidade Odacir Conte estiveram recentemente em Brasília. Acompanhados pela diretora geral do IFRS Campus Caxias do Sul, Giselle Ribeiro de Souza, os dirigentes do SIMECS mantiveram contatos com o Senador Paulo Paim e com os deputados federais Pepe Vargas, Beto Albuquerque, Ruy Pauletti e Manuela dÁvila. Existe a necessidade de aquisição de equipamentos que farão parte de diversos laboratórios do IFRS. Estes equipamentos serão utilizados para ensino, através de aulas práticas das disciplinas, as quais os laboratórios fazem parte e ainda, para atividades de pesquisa e extensão. Fonseca enfatiza que para a liberação de mais recursos é importante a formalização do pedido de emenda orçamentária ao governo federal. Desta forma, torna-se necessária nova liberação de recursos em mais de R$ 1,7 milhão para equipar a Escola.

SIMECS ENERGIA Iluminação Eficiente, Tecnologia com Retorno Garantido. Este foi o tema da palestra que o Engenheiro Anderson Soares dos Santos proferiu no dia 17 de novembro no auditório do SIMECS para um público composto de representantes das empresas metalmecânicas. O evento focou a eficiência em sistemas de iluminação industrial e administrativo/comercial. Na oportunidade foi feita a de apresentação das tecnologias disponíveis e realizada uma demosntração da relação custo/benefício para as empresas. O evento integrou o Ciclo de Palestras Técnicas do Programa SIMECS Energia, quando mensalmente são trazidos palestrantes para abordar a eficiência de usos finais da energia com grandes potenciais identificados nas empresas participantes. O programa SIMECS Energia, coordenado pelo engenheiro Frederico Ostermayer, terá sequência em 2011 com uma grade de atividades técnicas previstas.

TRATAMENTO DE EFLUENTES / CURSO O SIMECS através de sua Comissão de Meio Ambiente realizará em seu auditório no mês de dezembro o Curso de Capacitação para Operadores de Estações de Tratamento de Efluentes. Na oportunidade, os participantes do evento terão na pauta importantes assuntos relacionados ao tema, tais como: Noções básicas de química; Tratamento primário de efluentes; Segurança no manuseio dos produtos; Resíduos gerados no processo; Parâmetros de controle de efluentes; Padrões legais. O curso terá duração de 16 horas e será realizado em quatro dias.

O evento terá como instrutora a engenheira química Fátima Rosele Evald, da empresa, Riavere – Assessoria Química e Ambiental CONTRATO DE TRABALHO / PALESTRA No dia 02 de dezembro o SIMECS realizará em seu auditório a palestra: Homologação de Rescisão de Contrato de Trabalho. A palestra destina-se às empresas do segmento metalmecânico. Serão abordados itens como: obrigações legais referentes às rescisões; documentação necessária; verbas devidas em cada tipo de rescisão; procedimentos a serem observados pelo assistente do sindicato em caso de impasse para a homologação; Novidades da IN – SRT 15/2010; Itens da IN SRT 03/2002 que foram revogados pela IN SRT 15/2010. O palestrante do evento será Rui Oliveira Bueno (Graduado em Ciências Contábeis e Direito, possui formação em Consultoria Organizacional, Pós-Graduação em nível de especialização em Gestão de Pessoas e em Direito do Trabalho.

SIMECS - Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul. Rua Ítalo Victor Bersani, 1134 – Caixa Postal 1334 – Fone/Fax: (54) 3228.1855 – Bairro Jardim América. CEP 95050-520 – Caxias do Sul Rio Grande do Sul. www.simecs.com.br – simecs@simecs.com.br

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Intriga por herança

Peleia

Construído pela parceria entre a escola, Associação Educacional Santa Catarina e tradicionalistas, o CTG é pouco utilizado para atividades da escola

no pátio O

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por por ROBIN SITENESKI robin.siteneski@ocaxiense.com.br

s alunos da Escola Estadual de Ensino Médio Santa Catarina se esforçam para lembrar quantas vezes neste ano entraram no Centro de Tradições Gaúchas Herdeiros da Tradição, que fica no pátio da escola. “Umas três”, contabiliza a estudante do terceiro ano do Ensino Médio, Camila Mezzomo. “É muito raro, a não ser que precisemos do palco para teatro ou quando tem apresentação de todos os segundos ou terceiros anos, mas não vejo a necessidade de usar mais”, afirma a aluna, que estuda no Santa desde a pré-escola.

Aqueles que passam quatro horas por dia no Santa não sabem dizer se o CTG faz parte do colégio ou é independente. Até pouco tempo, nem o corpo docente tinha certeza. Conforme a direção da escola e a patronagem do centro tradicionalista, o CTG é uma entidade privada com administração própria. E aí mora o impasse. O Herdeiros da Tradição ocupa terreno público e, por isso, a atual diretoria do Santa quer que o CTG seja administrado pela escola ou procure novo local.

Antes da instalação do CTG, o local onde está instalado o galpão de madeira era ocupado por pinheiros e alguns bancos. A professora Tânia Maria Martinazzo, que trabalha na escola

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Escola Santa Catarina vive impasse sobre a permanência do CTG Herdeiros da Tradição, entidade privada, na área pública. Após 15 anos de convivência conturbada, é declarada a guerra

desde maio de 1979, conta que o espaço ocioso era frequentado por pessoas estranhas à escola. O convite para que o Herdeiros da Tradição se instalasse no local foi do ex-diretor Sidinei Luiz Libardi, que coordenou a escola entre 1991 e 1999 e 2002 e 2009. Procurado pela reportagem, o professor não quis falar sobre o assunto. Segundo Tânia, o galpão foi erguido por integrantes da Associação Educacional Santa Catarina, professores e pessoas ligadas ao CTG, que existia antes de ocupar parte do pátio. A construção seria, portanto, da escola.

O coordenador do Herdeiros da Tradição na época da instalação, Nelson Nora, tem uma versão diferente. O patrão de honra do CTG presidiu a entidade durante nove anos e alega que o galpão foi erguido principalmente por tradicionalistas. “O pessoal do CPM nos ajudava, mas era pouca coisa.”

Nelson explica que o acordo era para que a escola utilizasse o espaço em dias em que os tradicionalistas não precisassem dele. Em contrapartida, o CTG ajudaria na realização de eventos da escola no local e repassaria o dinheiro arrecadado neles para o colégio. Esse pacto já havia sido questionado. Maria de Lourdes Madruga, que dirigiu a escola entre 2000 e 2001, relata que tentou contestar o modo como o galpão estava sendo usado, mas o Herdeiros

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da Tradição recebeu o apoio do CPM e as discussões não avançaram.

em eventos com os alunos. Na última quinta-feira (18), estudantes que se apresentaram em uma peça de teatro A atual diretora Ione Branda- se trocaram fora do galpão porque o lise Biazus assumiu em dezembro de Santa não tem mais a chave da cozi2009 e também acreditava que a enti- nha. No ano passado, no dia da Feira dade era parte do Santa Catarina. Ione de Ciências, professores encontraram conta que começou a um cartaz na porta do questionar o CTG, não prédio permitindo a recebeu os documen- “Existem duas entrada somente com a tos que gostaria e teve hipóteses: que autorização do patrão. que buscar registros fiquemos no local “Eles se adonaram do em cartório. “Para uma espaço”, afirma a direescola pública, pagar ou que o Estado tora.

R$ 400 por documen- construa um O patrão do Herdeitos é muito, mas não novo espaço”, ros da Tradição afirma tínhamos resposta”, re- sustenta Hildo que todas as chaves e clama, apontando para documentação foram a pasta cheia de cópias. Delfes, patrão repassadas à escola e “No início das reuni- do CTG que o galpão foi cedido ões o Hildo (Hildo Deltodas as vezes que a adfes de Lima, patrão do ministração do colégio Herdeiros da Tradição há 12 anos) dizia solicitou. “O que ela (a diretora) quer ‘O meu CTG’ e eu o corrigia, ‘O CTG é nos tirar dali”, afirma Hildo. O patrão é da escola’. No final, descobrimos que conta que a proposta de transição inrealmente é deles.” Ione relata que, des- cluiria o pagamento de aproximadacoberto o fato que uma entidade priva- mente dois salários mínimos mensais. da ocupava espaço do Estado, propôs “Como é que eu vou tirar do pessoal que o CTG tivesse um ano de transição nosso para dar para eles, que é um copara encontrar novo local. “Ninguém légio Estadual, se o Estado ajuda eles?” é contra o CTG, mas é uma forma de De acordo com Hildo, o acordo inicial, regularizar essa situação”, explica a di- feito “no fio do bigode” porque “o pesretora. soal era mais tradicionalista”, dizia que Segundo Ione, a escola enfrenta- metade das receitas do CTG seriam reva dificuldades para utilizar o galpão passadas ao colégio por meio da Asso-

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A 4ª Coordenadoria Regional de Educação (4ª CRE) já encaminhou recomendação, a pedido da escola, para que o CTG tome cuidado com as bebidas e cigarros. A coordenadora da 4ª CRE, Marta Fattori, afirma que a intervenção quer apenas regularizar o espaço. “Se é uma entidade jurídica, tem que ter a cessão de uso para ocupar espaço na escola ou convênio com a rede pública municipal.” Os bares das escolas estaduais, por exemplo, funcionam por cessão.

Jó Arse, coordenador da 25ª Região Tradicionalista, prefere não se envolver na disputa. “Não podemos falar se deve ou não ficar no local porque, na verdade, é uma questão interna do colégio. Claro que torcemos para que o CTG permaneça.” Como o Herdeiros e o Santa desistiram de negociar, a resolução do impasse virá pela Justiça.

A 4ª CRE encaminhou documentação do processo que pretende abrir através da Procuradoria Geral do Estado para que a Secretaria da Educação faça um parecer, que não tem data para sair.

“Existem duas hipóteses: que fiquemos no local ou que o Estado construa um novo espaço”, determina Hildo.

O patrão admite que algumas despezas do CTG são pagas pela escola. “Se tiver que pagar água e luz, nós pagamos. Mas nem são pagas pelo colégio, são pelo Estado. Como a maioria do CTG é de alunos e ex-alunos, é um direito que temos.” O Herdeiros tem cerca de 350 sócios. Conforme a lista entregue à Ione, apenas 12 alunos da escola frequentam a entidade. Hildo acusa a direção do Santa de querer utilizar o galpão para “visar lucro”. Ione alega que a ocupação teria “fins pedagógicos”. Enquanto aguarda o início do processo, o patrão do Herdeiros da Tradição confia em um abaixo assinado com mais de mil apoiadores para que o CTG fique no terreno do Santa.

Sem arredar o pé, Hildo dá a melhor definição para o impasse: “Hoje são dois beiçudos que não se beijam. Um beiçudo para lá e outro para cá.”

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ciação. “Depois, mudamos o estatuto e definimos que o CTG faria dois ou três eventos para o colégio. Vinhamos fazendo isso até entrar essa diretoria.”

Para Hildo, a indicação da administração do colégio, de que o Santa deveria administrar o centro tradicionalista, é inviável. “O CTG é uma coisa e a escola é outra.”

Os documentos que Ione apresenta – a diretora também guarda notas fiscais das compras de materiais de construção que a escola fez para o CTG –, indicam que a divisão de receitas ainda existe no estatuto do Santa, apesar de ter sido retirada daquele do CTG. A diretora reclama dos caminhões que usam o pátio da escola para descarregar bebidas no CTG em horário de aula e dos tocos de cigarro que ficam ao alcance dos estudantes. “Cansamos de dizer para os alunos da tarde para largar os tocos de cigarro.” Hildo afirma que os restos dos fumantes são depositados em cinzeiros.

Lista encaminhada à escola mostra que apenas 12 alunos frequentam o CTG

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Guia de Cultura

por Paula Sperb

Divulgação/O Caxiense

guiadecultura@ocaxiense.com.br

O farmacêutico Zé Teodoro, a cozinheira Dona Flor e Vadinho com bafo de cebola formam o triângulo amoroso mais conhecido do Brasil em Dona Flor e Seus Dois Maridos

CINEMA

l Demônio | Suspense. 14h30, 16h30, 19h10, 21h40 (leg.) | Iguatemi Dizer que o filme é dirigido por M. Night Shyamalan, de O Sexto Sentido, Sinais e A Vila, já explica muita coisa sobre o filme onde o próprio demônio entra num elevador onde estranhos ficam presos. Os atores não são famosos. 80 min.. l Megamente | Animação. 16h, 18h (dub) | Iguatemi Um vilão com uma cabeça gigante do tamanho de sua inteligência e maldade passa o tempo tentando derrotar o aparente indestrutível – e bonzinho

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O Caxiense

– Metro Man. O suspense fica por conta da resposta inesperada para a pergunta óbvia ' o bem vence o mal?'.

Dirigido por Tom McGrath, de Madagascar. 96 min..

AINDA EM CARTAZ – Destinos Ligados. 20h. Ordovás | Garfield – Um Super-Herói Animal (3D). Animação. 14h10. Iguatemi | Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 1. 13h, 15h50, 18h40, 21h30 (dub.) e 13h20, 16h10, 19h e 21h50 (leg.) | Iguatemi | Jackass (3D). Comédia. 18h e 22h10.

Iguatemi | Jogos Mortais: O Final (3D). Terror. 16h e 20h. Iguatemi | Muita Calma Nessa Hora. Comédia.

13h40, 16h20, 18h50 e 21h10. Iguatemi | Tropa de Elite 2. Policial. 14h20, 16h50, 19h20 e 22h. Iguatemi, 17h, 19h30, sem sessão na terça (30). UCS | INGRESSOS - Iguatemi: Segunda e

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quarta-feira (exceto feriados): R$ 12 (inteira), R$ 10 (Movie Club Preferencial) e R$ 6 (meia entrada, crianças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos). Terça-feira: R$ 6,50 (promocional). Sexta-feira, sábado, domingo e feriados: R$ 14 (inteira), R$ 12 (Movie Club Preferencial) e R$ 7 (meia entrada, crianças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos). Sala 3D: R$ 22 (inteira), R$ 11 (estudantes, crianças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos) e R$ 19 (Movie Club Preferencial). Horários das sessões de sábado a quinta – mudanças na programação ocorrem sexta. RSC-453, 2.780, Distrito Industrial. 3209-5910 | UCS: R$ 10 e R$ 5 (para estudantes em geral, sênior, professores e funcionários da UCS). Horários das sessões de sábado a quinta – mudanças na programação ocorrem sexta. Francisco Getúlio Vargas, 1.130,

Galeria Universitária. 3218-2255 | Ordovás: R$ 5, meia entrada R$ 2. Luiz Antunes, 312, Panazzolo. 3901-1316.

TEATRO

l Missão do Filho de Deus | Sábado (27), 20h | Espetáculo natalino da Companhia Teatro Luz e Cena faz parte da programação do Natal Brilha Caxias.

Parque dos Macaquinhos Entrada Franca | Dr. Montaury, s,n l Anita | Domingo (28), 20h | Dois mundos se encontram e tornam imortais os nomes de Giuseppe e Anita Garibaldi. A peça do Collettivo

Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.

di Ricerca Teatrale conta a trajetória desconhecida de Anita.

Teatro do Sesc R$ 5 (comerciários, estudantes e idosos) e R$ 10 (público em geral) | Moreira César, 2.462 | 3221-5233 l Dona Flor e seus dois maridos | Segunda (29) e Terça (30), 19h e 21h30 | A dialética brasileira toma forma em Dona Flor (Carol Castro) , dividida entre o amor do bom – e segundo – marido, Zé Teodoro (Duda Ribeiro), e do falecido – e ainda boêmio – Vadinho (Marcelo Faria), que aparece nu no palco. A adaptação da história de Jorge Amado é dirigida por Pedro Vasconcelos.

Teatro Municipal R$ 40 (19h) e R$ 60 (21h30). Estudante e sênior pagam meia entrada | Dr. Montaury, 1.333 | 3221-3697 l Cest' la vie, Anita | Segunda (29), 20h | Recém saída do monólogo (E)Terno, a atriz Tefa Polidoro desempenha nesta peça o papel de preparadora de elenco, que inclui Alyne Formolo e Bianca Zampieri. Subjetividades do cotidiano feminino adaptadas de textos de Julia Spadaccini, para a Mostra de Teatro Sala de Ensaio.

Teatro do Sesc R$ 10 | Moreira César, 2.462 | 32215233 l Mosaico | Terça (30) e Quarta (1º) | 20h | Trabalho de conclusão do curso de teatro da Sala de Ensaio tem direção de Davi de Souza, que foge da sua atuação humorística reconhecida. Texto intenso sobre frustrações e dilemas humanos. Com interpretação da jornalista Anahi Fros, que atua ao lado de um elenco democrático, com atores de 15 a 63 anos. Classificação: 14 anos.

Teatro do Sesc R$ 10 | Moreira César, 2.462 | 32215233 l Apenas Passa | Quinta (2), 20h | Nathalia Barp e Nalu Timm, da Sala de Ensaio, interpretam espetáculo de 50min. dirigido por Tefa Polidoro.

Teatro do Sesc R$ 10 | Moreira César, 2.462 | 32215233

DANÇA l Ballet Margô | Sábado (27), 20h30 | Novamente consagrada como melhor grupo no Bento em Dança 2010 e melhor conjunto de obras no Brasil em Dança, Ballet Margô apresenta coreografias premiadas executadas por diferentes grupos e figurinos.

Teatro Municipal R$ 15 (público em geral) e R$ 7,50 (estudantes e sênior) |Dr. Montaury, 1.333 | 3221-3697 l Viva, Sinta, Respire dança | Sábado (27), 20h | Espetáculo dirigido pela bailarina Adriana Bortoloto.

Teatro São Carlos R$ 18 | Feijó Júnior, 778, |3221-6387 | l Contemporâneo do Ballet Margô e Cia. Matheus Brusa | Domingo (28), 20h30| A turma infantil de dança contemporânea abre o espetáculo seguido das 29 crianças do projeto social Bonecos: Sonhos e Memórias. A Cia. Matheus Brusa apresenta a coreografia premiada Outro Nascimento e Nyabinghi, baseada em pesquisa de danças tribais Teatro Municipal R$ 15 (público em geral) e R$ 7,50 (estudantes e sênior) |Dr. Montaury, 1.333 | 3221-3697 l sobreVIVENTES | Quinta (2), 20h30 | A Cia. Municipal de Dança apresenta a versão para palco do prejeto Kit de Sobrevivência, que mescla fotografia e coreografia. A concepção é de Daggi Dornelles.

Teatro Municipal Entrada franca | Dr. Montaury, 1.333 | 3221-3697

PALESTRA l Orkut, MSN, Facebook... ali eu fui quase tudo o que sonhei | Sábado (27), 19h | Última edição do ano do Projeto Ciranda do Pensamento debate as redes sociais com os psiquiatras Caetano Fenner Oliveira, Adriano Agostini e

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Lino Ribeiro.

Ordovás Entrada Franca | Luiz Antunes, 312 | 3901-1316 |

MÚSICA

EXPOSIÇÕES l 3º Moinho da Estação Blues Festival | Sábado (27) a partir das 18h | l 33 Olhares | Até 11 de dezembro | O resultado de cursos no Atelier Cor da Terra, de Porto Alegre, e no Instituto Bruno Segalla, de Caxias, são apresentados por 33 artistas com curadoria de Mona Carvalho.

Deccor & Arte Entrada franca | Feijó Júnior, 1006 | 9954-4207 | AINDA EM EXPOSIÇÃO – As Loucas. Marcos Leal . De segunda a sábado, das 17h às 21h . Teatro Moinho da Estação. | Xilogravuras. De segunda a domingo, das 8h30 às 12h e das 13h30 às 21h. Casa de Teatro | Auto(Re)Velações. Karine Perez. De segunda a sexta, das 8h às 22h30. Hall Superior – Campus 8. 3289-9000 | Aves do Sul. Cristiano Dalla Rosa. De terça a sextas-feira, das 8h às 11h30 e das 13h30 às 18h, e sábado, das 9h às 11h30. Museu de Ciências Naturais – UCS. 32182100 | Badass. Matias Lucena. De segunda a sábado, das 10h às 19h30min, e domingo, das 16h às 19h. Catna Café.

3212-7348 e 3021-7348 | Construção da Identidade de Artista. Cristhian Caje. Segunda e terça, das 8h às 22h30.

Hall Inferior – Campus 8. 3289-9000 | Eu vivo, e você? Cristiane Marcante. Segunda a domingo, das 8h às 20h.

Jardim de Inverno – Sesc. 3221-5233 | Mostra Marcas da Cultura Gaúcha: Paisagens Gaúchas em Graffiti. Fábio Panone Lopes (Hauli), Henrique Padilha (HP) e Jonathan Souza de Oliveira (Favelinha). De segunda a sexta, das 8h30 às 18h30, e sábado, das 8h30 às 12h30. Espaço Cultural do Ipam.

3222-9270 | Mulher... no coração, no cérebro e... na madeira. Bob De Grandi. De segunda a sexta, das 8h30 às 18h, e sábado, das 10h às 16h. Galeria Municipal. 3221-3697 | Olhares II 2010 sobre a Memória de Caxias do Sul. Coletiva. De segunda a sexta, das 9h às 17h. Sala de Exposições Temporárias – Museu Municipal. 3221-2423.

Palco Principal: Alamo Leal & Blues Groovers (RJ), Solon Fishbone, Lucille Band, Dave Riley, Kenny Neal (USA) | Palco Highway 61: Uncle Cleeds & Quinteto de Sopros, Ale Ravanello Blues Combo, Lennon Z & The Sickboys, Electric Blues Explosion | Palco Mississippi Delta Blues Bar: The Headcutters | Palco Confraria do Blues (Boteco 13): Décio Caetano (PR) & The Brothers | Palco Serrano Amps & Perpétua (deck Vesúvio) Intervalos – Andy Boy & Tiago Dandréa. l God Save the Queen | Sábado (27) Considerada a melhor banda cover de Queen do mundo, a God Save The Queen apresenta aos caxienses clássicos de autoria do performático Freddie Mercury .

All Need Master Hall R$ 30 (1º lote), R$ 60 (mezanino), R$ 70 (camarotes) | Castelnovo, 13351| 3028 -2200 | TAMBÉM TOCANDO - Sábado: Tributo Iron Maiden. Rock. 23h30.

Vagão Classic. 9136-5071 | DJ Cabelinho. Sertanejo. Badulê Bar. 3419-5269 | Audiotronic. Pop. 23h30. La Boom.

3221-6364 | Aniversário 1 ano. Eletrônico. Move. 3214-1805 | Psicodelia e Tonny Trapaça. Rock. 23h. Santo Graal. 3211-1873 | Flávio Steffli.

Samba house. 23h. Pepsi. 3419-0900 | Fabrício Peçanha. Eletrônico. 23h.

Havana. 3215-6619 | Todos menos mi madre. Dj Cristian Caje. 23h. Aristos.

3221-2679 | Blues Heads. 21H30. Zarabatana. 3228-9046 | Festa Latina.

Djs convidados. 23h. Vagão. 32230007 | Domingo: Domingueira . Djs convidados. 17h. Zarabatana. 32289046 | Concertos ao entardecer. Especial Natal. 18h. Igreja Santo Sepulcro | Barracuda Project, Mystic Mind e Ale Celho. 15h. Parque dos Macaquinhos |

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Artes artes@ocaxiense.com.br

Rafael José dos Santos | sem título|

e eu lá pelas tantas perdido em sua imagem, feito amador nesse ofício de vertigem, peço um coração para a viagem Os traços em nanquim – mais firmes nos contronos, um pouco inseguros nas mãos e cabeças, como quem aguarda o futuro de um relacionamento – expõem a proteção e o consolo do incerto amor.

SOLIDÃO SÓ

por MARILENE CAON PIERUCCINI A manhã adormece o sol.

No beiral fundo do mundo Rouxinol acalanta o ninho, Trança de corda e espinho, Escondido no ramo vazio De caladas rosas, só rosas.

Sozinho voa o pássaro Das asas abertas na rua. Ícaro se faz sonho escorrido Nas violas desacordoadas De notas perdidas na aragem.

A imagem de luz desaparece, Além da vida, as Três Marias Sopram forte o vento norte Sozinho canta o pássaro Das asas despidas de lua.

A roupagem da ave canora Seduz na cor da folha ausente, O trinado afina, ressente dor.

Criança ergue o véu e chora.

Na esquina a piorra balança É hora de sombras vazias Sozinho está o pássaro De asas partidas e nuas.

Participe | Envie para artes@ocaxiense.com. br o seu conto ou crônica (no máximo 4 mil caracteres), poesia (máximo 50 linhas) ou obra de artes plásticas (arquivo em JPG ou TIF, em alta resolução). Os melhores trabalhos serão publicados aqui.

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Fotos: André T. Susin/O Caxiense

História

LABIRINTOS DA

MEMÓRIA Museu dos Capuchinhos, no bairro Rio Branco, chega aos 10 anos em busca de parcerias e apoios para organizar acervo e aproximá-lo ainda mais da comunidade

R

por RODRIGO LOPES ecostado entre dois retratos seus pintados pela artista plástica e amiga Beatriz Balen Susin, frei Celso Bordignon, 56 anos, apresenta o convite para a abertura da exposição alusiva aos 10 anos do Museu dos Capuchinhos, no próximo dia 9 de dezembro. O slogan, MusCap: 10 Anos Cuidando da Memória, resume o caráter da mostra, mas nem de longe dá conta de tudo o que aqueles três andares, verdadeiros labirintos da trajetória capuchinha no Estado, escondem na esquina das ruas General Sampaio e General Mallet, no coração do bairro Rio Branco.

Em uma saleta no segundo andar do prédio erguido pela congregação há cerca de 60 anos para sediar o jornal Correio Riograndense, frei Celso desculpa-se pela série de interrupções.

Telefonemas, recados, formatação de textos no computador, distribuição de tarefas do cotidiano, pausas, atendimentos, pausas novamente. Um pequeno incidente doméstico no atelier de restauração e pintura, na tarde do último dia 19, altera ainda mais a placidez do lugar. Um composto químico esquecido no fogo obriga-o a correr mais do que o habitual. E tira o religioso do sério: “Tem dias que tudo está calmo, nada acontece aqui. Já hoje...”.

A visita da aposentada Ironita Pereira Wilbert, 56 anos, também interrompe. Em imagem acondicionada em uma pequena pasta, Ironita identifica os pais, Pedro Avelino Pereira e Teresa Batista da Luz Pereira, ambos já falecidos. A fotografia retocada, técnica bastante comum na região até a metade do século passado, exibe a sisudez típica das fotos “para a posteridade” daqueles tempos pré-Photoshop. Para os homens, terno, cabelo e bigode meticulosamente aparados; para as mulheres, colar ao redor do pescoço, maquiagem discreta e nenhum fio fora do lugar. Ao fundo, um aspecto de céu nublado. Mas traz também as marcas de quase seis décadas de conservação inadequada: mofo, infiltrações, manchas, desbotamento. “Fui até a Molduraria Caxiense para fazer um quadro e disseram para eu procurar o senhor antes”, diz Ironita ao religioso.

O “antes” equivale a um trabalho que frei Celso conhece bem: a restauração de material fotográfico antigo, uma das tantas atribuições do idealizador e diretor do MusCap. E antes de explicar o processo ele rememo-

ra a técnica. Segundo o capuchinho, víncia ao longo de quase um século doutor em Arqueologia Paleo-Cristã estava se perdendo. Não aos poucos, pelo Pontifício Instituto de Arqueo- mas rapidamente. Em meados de abril logia Cristã de Roma, depois de reve- de 1980, um grupo de freis estudantes ladas em preto e branco as imagens de Teologia, formado por Arlindo Itacostumavam receber uma espécie de cir Battistel, Agemir Bavaresco e Wilpintura em tinta a óleo ou pastel seco son Dallagnol, além do atual diretor, para adquirir nuances além do p&b e iniciou em Porto Alegre a coleta e a do sépia. “Algumas, datadas das déca- catalogação das peças encontradas nos das de 1910 a 1930, costumavam ser conventos, casas e igrejas pertencentingidas com anilina. Era o jeito que tes à Ordem Capuchinha. “No início, se tinha para colorir”, explica, enume- os trabalhos não contavam ainda com rando como maiores inimigos desses muitos critérios, pois o grupo de fiéis clássicos exemplares da casa da vovó não tinha nenhuma formação na área a exposição ao sol e à luminosidade, de museologia. Tínhamos boa vontade mesmo com o vidro protetor. e trabalhávamos nas horas de folga”, re“Nem o antirreflexo resolve, é até corda o frei. pior que o normal. Eu faço o restauro, mas dá um trabalhão”, diz o frei. EnCinco anos depois, em 1985, tram aí processos como a remoção do todo esse acervo foi transferido para papel de fundo, enxertos para preen- o Seminário São José de Veranópolis, cher os buracos e o nivelamento da su- onde permaneceu até 1993. “Infelizperfície do material fotográfico. “E tem mente, muitas dessas peças foram daainda de esperar o tempo para prensar, nificadas, mal conservadas, outras inideixar respirar, evaporar ciaram um processo a umidade. Para março de deterioração, algu“Algumas do ano que vem acho mas perderam-se para que consigo”, responde imagens, dos sempre”, completa frei a Ironita.

Celso. anos 10 a 30, A decisão de conO religioso tem costumavam centrar os materiais envolvimento perma- ser tingidas com em Caxias chegou nente não apenas com anilina. Era o com a mudança da a restauração de fotos, e Editora São jeito que se tinha Gráfica livros e esculturas, mas Miguel para uma mocom todos os processos para colorir”, derna sede no baire pessoas que fazem o diz frei Celso ro Desvio Rizzo, em MusCap funcionar des2000. Optou-se, então, de sua abertura oficial, por transferir todo o em 6 de dezembro de 2000. Os 10 anos, acervo para o prédio vizinho à Igreja na verdade, equivalem a 30, pois desde Imaculada Conceição, onde perma1980 o material vem sendo coletado nece até hoje. Atualmente, o MusCap pelos freis capuchinhos em dezenas de abriga uma biblioteca com aproximacidades do interior gaúcho. “Em 2000 é damente 35 mil volumes (15 mil deque conseguimos organizar tudo aqui, les já catalogados), uma infinidade de mas ainda tem muito por fazer”. estátuas e imagens sacras, paramentos O MusCap foi criado com o objetivo e vestes litúrgicas, fotografias, filmes, de preservar – e também levar ao co- centenas de discos de vinil e fitas casnhecimento público – a memória da sete, instrumentos musicais, manuscriProvíncia dos Frades Capuchinhos do tos, documentos dos freis e da Ordem Rio Grande do Sul, que se estabelece- dos Capuchinhos, além de fragmentos ram no Estado a partir de 1896. Ins- de altares e pias batismais. A maior tituído de forma não oficial em 25 de parte integra a reserva técnica, no termarço de 1980, o MusCap inicialmen- ceiro andar do prédio, riquíssima em te atendia pela pomposa denominação detalhes mas não acessível ao grande de Museu Antropológico-Religioso público. Pelo menos por enquanto.

Efrém de Bellevaux da Província dos Frades Menores Capuchinhos do Rio À medida em que enumera as difiGrande do Sul – por motivos óbvios, culdades referentes ao pequeno númerapidamente optou-se pela redução ro de funcionários e voluntários, inatual. versamente proporcional à quantidade A ideia de criar o espaço surgiu a de trabalho, frei Celso detalha um dos partir da constatação de que grande compartimentos mais curiosos do esparte do patrimônio histórico da Pro- paço: a sala de malas dos integrantes

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da Ordem já falecidos. Conforme o diretor, é para lá que são encaminhados e identificados os pertences de cada capuchinho após a morte, pelas famílias ou parentes próximos. Abrilas significa deparar com uma espécie de “herança”. São chapéus, pijamas, óculos, terços, crucifixos, máquinas de escrever, cartas e diários, alguns protegidos por uma curiosa mistura de especiarias. “Aqui nesse saquinho tem pimenta, cravo-da-índia, louro e alecrim seco. As traças e insetos odeiam o cheiro”, explica o frei. Essa prática é recorrente também na sala onde trabalha Ilizete Machado Studzinski, 54 anos. É ela a responsável pela organização de todos os documentos, novos ou antigos, que chegam ao museu.

“Nas malas ficam os objetos pessoais.

Aqui nessas caixas acondicionamos os papéis, documentos, livros e anotações dos freis, por data e conteúdo”, relata, confirmando a importância do tal saquinho enquanto a tecnologia digital não debuta no espaço.

Conforme o frei, uma série de iniciativas está sendo discutida pela equipe para que 2011 encerre melhor do que 2010: a criação da Associação dos Amigos do MusCap, a formulação de projetos para obtenção de recursos financeiros junto à iniciativa privada para a recuperação do acervo – principalmente de livros raros, alguns datados dos primeiros anos do século 20 – e a posterior disponibilização de todas essas obras para a consulta dos interessados.

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Em fase de estudos também está tivas já estão consolidadas no museu. a transformação de todo o acervo do Entre elas, os cursos e oficinas voltadas jornal Correio Riograndense, da Edito- para as áreas de conservação, restauro ra São Miguel e da Rádio São Francisco e encadernação e a aproximação com o AM, atualmente acondicionado sob meio acadêmico, principalmente entre lençóis e cobertores no sótão do pré- os estudantes do cursos de História e dio, em uma espécie de museu da co- Artes Visuais, por meio de estágios. municação. De maquiCassiano Renosto, 29 nário, mesas de som, anos, aluno do curso de telefones, válvulas e rá- “Trabalhamos Licenciatura em Artes dios até uma impresso- para mudar Visuais da Universira tipográfica manual dade de Caxias do Sul a concepção e o primeiro luminoso (UCS), é um exemplo colorido da editora, de que museus dessa parceria. Ao lado tudo aguarda por cata- não passam de Osvaldo Lucas Zeni logação e organização. de Matos, acadêmico de depósitos Lá também estão de História da UCS e de coisas projetores e caixas de integrante do quadro filmes em 16mm, par- velhas”, de funcionários do te deles encaminhada define Lucas MusCap, Renosto corecentemente à produlabora na pintura e retora caxiense Spaghetti cuperação de dezenas Filmes para identificação e digitaliza- de imagens sacras. “Quero me especiação. Durante esse processo, vieram à lizar na área de restauração, e esse estona documentos preciosos da história tágio nos aproxima da prática”, resume da ordem, como o registro do 36° Con- ele, enquanto testa uma série de cores gresso Eucarístico Internacional, ocor- para aproximar-se da original de uma rido no Rio de Janeiro em 1955 e apon- estátua. tado como o primeiro evento no então recém finalizado Aterro do Flamengo.

Frei Celso ainda não definiu Além disso, muitos rolos continham quais obras estarão na exposição que os filmes exibidos de forma itinerante abre no próximo dia 9 e substitui a anpelas comunidades da região, como terior em homenagem ao frei Rovílio os clássicos Piccolo Mondo Antigo, Costa (falecido no ano passado). “Tu dirigido por Mario Soldati em 1941, estás vendo tudo isso aqui, né? Podee Arrivederci Papá, de Camilo Mas- mos escolher desde objetos litúrgicos, troncinque, rodado em 1947. ícones, peças da estatuária, livros, maSe todo esse acervo ainda espera terial da rádio e do jornal, opções não atenção mais detalhada, outras inicia- faltam. Mas tudo será um trabalho de

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equipe, muito bem pensado para contemplar todas as áreas.”

Além da mostra, que se estenderá até 24 de junho de 2011, o MusCap ganhará visibilidade embalado pelos projetos citados acima. “Cogitamos abrir também um acesso extra para que o público circule entre a reserva técnica. A ideia é que mais pessoas possam visitar o local e interagir com a memória viva que ele possui”, adianta o frei.

Esse pensamento, se nem sempre ecoa além das paredes quase centenárias do prédio, já faz parte da rotina de quem passa boa parte do dia lá dentro.

“Trabalhamos para mudar a concepção de que museus não passam de depósitos de coisas velhas”, define Lucas.

Velharias para alguns, recordações preciosas para outros. Dona Ironita, citada no início desse texto, sai do Museu dos Capuchinhos com a foto dos pais – antes embalada em um saco plástico, agora acondicionada em um papel especial cuidadosamente dobrado pelo frei. Ainda não sabe se o restante da família vai aprovar o orçamento prévio para a recuperação da imagem. Mas não deve repetir o gesto de tantos outros que passaram por lá com o mesmo intuito. “Tem uma fotografia antiga aqui que o dono ficou de buscar há uns quatro anos. Ligamos para o telefone de contato e nada. Nem terminamos de restaurar. Quem sabe algum familiar vê no jornal a foto que vocês tiraram e lembra de vir pegar”, cogita o frei.

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André T. Susin/O Caxiense

Rodas alinhadas

A equipe Pirates, de Lucas (goleiro) e William, treina na quadra oficial ao lado do Ordovás, compartilhada com o maior adversário, o THC

CLÁSSICO NO

CONCRETO E

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por JOSÉ EDUARDO COUTELLE jeduardo.coutelle@ocaxiense.com.br

les mais se parecem com soldados.

Vestindo protetores da cabeça aos pés e portando um taco de fibra de carbono nas mãos, jogadores deslizam em altas velocidades em direção à meta adversária, rebatendo um pequeno disco plástico chamado de puck. O hóquei em linha é uma versão do hóquei no gelo, um dos esportes mais populares dos Estados Unidos, só que praticado em quadras de concreto. A lâmina do patins dá lugar às quatro rodinhas alinhadas que completam o nome do esporte. No Brasil, São Paulo e Minas Gerais são os estados que abrigam a maior concentração dos times que disputam a primeira e a segunda divisão do campeonato nacional. No Rio Grande do Sul, o hóquei ainda não atingiu tal expressão, mas Caxias do Sul se esforça alavancar a modalidade: abriga duas das cinco equipes gaúchas e tem uma quadra oficial.

Assim como os clubes de futebol Inter de Milão e Milan – os dois maiores da Itália – se dividem para usar o estádio municipal Giuseppe Meazza, o Time de Hóquei de Caxias (THC) e o Pirates compartilham a Arena Municipal, ao lado do Centro de Cultura Dr. Henrique Ordovás Filho. Desde 2004, a então quadra poliesportiva recebeu a adaptação necessária, como muros laterais, goleiras e pintura das marcações. A obra foi uma parceria entre a prefeitura e a Associação dos Patinadores In Line de Caxias do Sul. A história do hóquei na cidade, entretanto, tem mais de uma década.

Edson Costa é um dos precursores da modalidade em Caxias. “Sou jogador, capitão, treinador e organizador do

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THC. Hóquei é mais que uma paixão, é a minha vida”, sintetiza. Eddy (como é mais conhecido), 33 anos, aprendeu a patinar aos 18. Antes havia tentado praticar futebol, basquete e atletismo, mas sem se manter por muito tempo em nenhum deles.

O capitão lembra que os primeiros movimentos do esporte em Caxias iniciaram em setembro de 1999, quando dois amigos trouxeram de Miami alguns tacos e bolinhas. Já no ano seguinte foi formado o time que viria a se tornar o THC, oficialmente estabelecido em 2004. Sem uma quadra específica, o grupo treinava em diversos locais, entre eles o estacionamento da prefeitura e no Parque dos Macaquinhos.

Hoje, o THC mantém uma equipe de 10 jogadores, que treina todos os sábados à tarde na Arena Municipal. A quadra tem 40 metros de comprimento por 20 de largura e, no centro, ostenta o símbolo do time pintado no chão.

Aos domingos o espaço é destinado ao rival, Pirates. Eddy destaca que a Arena é lar do THC, cedido aos adversários. Disputas à parte, ele informa que interessados em aprender a jogar hóquei, independentemente de idade, são bem-vindos e podem comparecer aos treinos de sábado. Só precisam levar um par de patins – o resto do equipamento e, claro, as instruções básicas, são fornecidos pelo THC. Mesmo contando com uma quadra oficial em Caxias, a maior barreira para o hóquei em linha é a inexistência dos equipamentos esportivos no mercado brasileiro. Eddy lamenta que todos os acessórios tenham de ser importados dos Estados Unidos, fato que encarece e restringe a prática do esporte. E quando se fala em equipamentos, não se tra-

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Com pouco mais de 10 anos de prática em Caxias, o hóquei em linha ganha espaço embalado por uma rivalidade local ta apenas do taco – chamado de stick Em 2005, enfim, teve a primeira expe–, do puck e dos patins. A vestimenta riência real no esporte. do jogador de hóquei inclui capacete Jogando pelo THC, único time da com viseira, cotoveleiras, caneleiras, cidade até então, Felipe aprendeu com calça, camisa de mangas cumpridas, Eddy os fundamentos do passe, do luvas e coquilha (muito importante chute e da movimentação. “Ensinei-o para a proteção dos genitais masculi- por mais de dois anos para depois ele nos). Todo esse vasto arsenal de defesa sair e fundar e sua própria equipe”, é necessário porque, além da grande lembra o líder do time rival. Em 2008, velocidade, o esporFelipe conheceu uma te é de muito contato, nova turma, que viria o que pode provocar “Sou jogador, a formar a equipe dos lesões. Um conjunto capitão, Pirates meses mais tarusado, segundo Eddy, de. “Éramos quatro ou pode ser adquirido por treinador e cinco jogadores e nunaproximadamente R$ organizador do ca tínhamos espaço no 800. Novo, o valor se THC. Hóquei é THC. Daí resolvemos multiplica, podendo mais que uma criar nosso próprio superar facilmente os time”, conta.

R$ 2 mil, conforme a paixão, é O Pirates tem 12 a minha vida”, qualidade e a marca. jogadores, entre eles Para amenizar essa conta Eddy Lucas Vigioli. Aos 20 situação, Eddy vem anos, ele cumpre uma trabalhando em uma das funções mais improposta de oferecer assessoria técnica portantes: evitar que o puck ultrapasse para que alguma loja invista na impor- a linha da meta. Com quase 20 quilos tação dos equipamentos. “Eu indicaria de proteções, sua presença é determios melhores produtos e a loja investiria nante para que haja jogo na tardes de pelo menos R$ 5 mil. É um negócio domingo. Lucas lembra que, quando garantido. É preciso ter um lugar para convidado a participar da equipe, foi comprar material. Eu tenho uma agen- mandado para o gol por não saber pada de pelo menos 1,5 mil contatos de tinar. Mas dois anos defendendo a gopraticantes em todo o Brasil”, oferece. leira do Pirates já lhe renderam bons

resultados. Ao lado de Felipe, Lucas Felipe Thomazi, o capitão do foi convocado para integrar a Seleção Pirates, sempre aproveita a viagem de Gaúcha no Campeonato de Seleções, um amigo ou parente aos Estados Uni- nos dias 11 e 12 de dezembro, em São dos para encomendar equipamentos. Paulo.

Felipe tem 21 anos e faz parte da nova Com pouco mais de uma década de geração do esporte em Caxias. Seu pri- experiência no esporte, Caxias é resmeiro contato com o hóquei foi através peitada no cenário gaúcho do hóquei dos jogos da NHL (a Liga Nacional de em linha. E a rivalidade local contriHockey norte-americana), que assistia buiu para isso. Assim como a dupla quando criança pela televisão. Em se- CA-JU nos gramados, a cidade tem um guida, passou aos jogos de videogame. clássico nas arenas de concreto.

Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.

Guia de Esportes

guiadeesportes@ocaxiense.com.br

por José Eduardo Coutelle

MOTOVELOCIDADE

ESPORTE NÁUTICO

l 7ª e 8ª Etapa do Campeonato de Arrancada de Motos | Sábado e domingo, a partir das 8h | Neste final de semana haverá dobradinha de motovelocidade em Vila Oliva. Para recuperar uma prova não realizada por causa da chuva, serão disputas a 7ª etapa no sábado e a 8ª no domingo. Vale lembrar que o espaço estará liberado para som automotivo e o lago para o uso de jet ski.

Parque de Eventos de Vila Oliva R$ 5 | BR-116, Km 145, nº 1.410, Vila Oliva | 3224-5613 ou 9112 0972

l Copa Navegar 2010 | Sábado, das 9h às 18h | Crianças de oito a 16 anos do Projeto Navegar mostram suas habilidades em canoas, remos e velas. Caso chova, o evento será adiado.

Hangar da Represa São Miguel Entrada gratuita | Fátima

ATLETISMO

l Torneio de Encerramento | Sábado, às 9h30 | O torneio entrega os troféus das competições do ano e faz uma confraternização entre os associados.

Caxias Golf Club Entrada gratuita | Estrada do Golfe, 1.111, Fazenda Souza

l Correndo 12h Caxias do Sul | Sábado, das 9h às 21h | Um cenário diferente ocupará o pórtico da prefeitura neste sábado. Ao todo, 14 esteiras ergométricas estarão colocadas lado a lado e atletas darão o seu máximo para correr sem sair do lugar. A competição, que prossegue por 12 horas contínuas, será disputada individualmente e em equipes de até 12 pessoas. A equipe e o corredor individual que percorrerem a maior distância serão os vencedores.

Pórtico da Prefeitura Entrada gratuita | Alfredo Chaves, 1.333, Exposição l | Quarta (1°), 19h | As inscrições para a 1ª etapa do Circuito Caxiense de Provas de Pista, na quarta, são gratuitas, e podem ser feitas na Secretaria de Esportes e Lazer (20 de Setembro, 2.721) ou no local, até uma hora antes da competição. Nesta etapa serão disputas as provas de 2.500m infantil e 5.000m adulto.

Pista de Atletismo do Sesi Inscrições e entrada gratuita | Cyro de Lavra Pinto, s/nº, Fátima

GOLFE

RUGBY l Serra x Farrapos | Sábado, 15h | O Serra disputa a sua terceira partida pela Copa RS contra o Farrapos de Bento Gonçalves. Os caxienses iniciaram o torneio vencendo o Novo Hamburgo. Depois, veio a derrota para o São Luiz. Para garantir vaga no quadrangular final, o Serra precisa pelo menos um empate neste sábado.

Estádio do E.C. Rui Barbosa Entrada gratuita | Linha 80, Flores da Cunha

BASQUETE l Caxias do Sul Basquete x Pelotas | Domingo, 11h | A equipe de Rodrigo Barbosa se prepara para o último confronto da fase de grupos do Campeonato Gaúcho. O adversário é o Pelotas, que luta para deixar a lanterna. O jogo é vital para as pretensões do técnico caxiense: vencer

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e classificar-se em primeiro do grupo.

Clube Juvenil Ingressos antecipados no Posto Tonolli a R$ 3. Na hora no local do jogo, R$ 5 | Marquês do Herval, 197

FUTSAL

l XV Copa Penalty Nordestão | Sábado, 8h30 e 9h30, quarta, 17h45 | Os meninos da escola Top Sport têm três importantes confrontos. O principal é o primeiro jogo da final da mirim, contra o Recreio da Juventude.

Sábado, 8h30: Top Sport x Vasco da Gama (Pré-mirim) | 9h30: Top Sport x Santa Catarina (Iniciação) | Quarta, 17h45: Top Sport x Recreio da Juventude (Mirim) Ginásio Salgado Filho Entrada gratuita | São Francisco de Paula, 44, Kayser l Campeonato Sesi Série B | Sábado, 14h e 15h | A última rodada demonstrou o quão parelha foi a fase final de grupos. Ao todo, seis equipes empataram nos pontos e tiveram de decidir no saldo de gols a disputa por uma vaga nas semifinais que ocorrem neste sábado.

Sábado, 14h: Eaton x Sauer Danfoss | 15h: Guerra x Sumig Centro Esportivo do Sesi Entrada gratuita | Cyro de Lavra Pinto, s/nº, Fátima l Campeonato Municipal Infantil | Sábado, 14h30 e 16h | A rodada final da fase de grupos confirmou o favoritismo de CFA Caxias do Sul e Águia Negra. As duas equipes venceram e classificaram-se em 1° e 2°, respectivamente. Sagrada Família e Grêmio Murialdo completam a disputa das semifinais.

Sábado, 14h30: CFA Caxias do Sul x Grêmio Murialdo | 16h: Águia Negra x Sagrada Família Enxutão

Entrada gratuita | Luiz Covolan, 1.560, Santa Catarina

FUTEBOL l Campeonato Integração | Sábado, 14h15 e 16h30, domingo 14h15 e 16h30 | Decisão nas quatro categorias da competição no campo do Madrid. O principal adversário do time da casa é o Estrela, que enfrenta o Madrid em três categorias.

Sábado, 14h15: Madrid x Estrela (Sênior) | 16h30: Madrid x Estrela (Veteranos) | Domingo, 14h15: Madrid x Palmeiras (Suplentes) | 16h30: Madrid x Estrela (Titulares) Campo do Madrid Entrada gratuita | Av. Benjamin Custódio da Oliveira, Desvio Rizzo l Copa União | Sábado, 14h30 e16h30, domingo, 9h30 e 16h30 | O mando de campo não influenciou os primeiros jogos das finais. Das quatro partidas disputadas, apenas duas equipes venceram em casa. Na categoria Titulares, o time do Juvenil bateu o Pedancino por 3 a 1 no campo do adversário. Com isso, agora pode perder por um gol de diferença que será campeão.

Sábado, 14h30: Botafogo x São Virgílio (Master) | 16h30: Canarinho x São Luiz (Veterano) | Domingo, 9h30: Bevilacqua x São Francisco (Suplentes) | 16h30: Juvenil x Pedancino (Titulares) Campo do time mandante Entrada gratuita l Futebol Sete Série B | Sábado, 17h | Eaton e Jost definem o título em jogo único. Para chegar até aqui, a Eaton acertou a pontaria de seus artilheiros e bateu o Luna na semifinal por 5 a 3. O time da Jost, por sua vez, venceu o Sulbras por 3 a 1 para garantir vaga na decisão do campeonato.

Centro Esportivo do Sesi Entrada gratuita | Cyro de Lavra Pinto, s/nº, Fátima

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O Caxiense

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Edgar Vaz, E. C. Juventude, Divulgação/O Caxiense

Dúvida alviverde

Como convidado, volante tem participado dos jogos do time Master do Ju. O último em que Lauro atuou foi contra o Planalto, equipe amadora de Veranópolis

Ele quer ajudar

o Juventude

E

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por FABIANO PROVIN fabiano.provin@ocaxiense.com.br

le é torcedor do Juventude e está triste assim como grande parte da nação esmeraldina. Afinal, o seu time do coração caiu para a quarta divisão do futebol nacional. Até jogo-treino com a Marcopolo – sem desmerecer os atletas amadores que atuam na equipe da empresa caxiense – o seu time não vence. Maior ídolo da história recente do clube, Lauro Antônio Ferreira da Silva ainda não sabe se irá ficar no Ju. Ele tem contrato válido até 30 de novembro. Só depois dessa data é que a direção alviverde, segundo Lauro, irá sentar para conversar sobre seu futuro no Estádio Alfredo Jaconi. Mas ele já adianta: gostaria de ficar para ajudar o Juventude. “Não quero preencher um lugar, mas realmente ser útil”, avisa.

O nome e a foto de Lauro não constam mais na relação de atletas profissionais disponível no site do clube.

Até a disputa da Série C eles estavam lá, apesar do alegretense não ter jogado a competição. No dia 10 de julho, ele participou da festa de despedida promovida pela direção, um amistoso contra o Grêmio que terminou empatado em 2 a 2 no Jaconi. A última partida do volante com a camisa alviverde foi marcada pela emoção. Os torcedores que compareceram ao estádio homenagearam o Guerreiro que atuou 571 vezes pelo clube que o revelou para o mundo do futebol. Laurinho, como também é chamado carinhosamente pela papada, jogou apenas os primeiros 15 minutos daquele jogo e, após, fez uma volta olímpica no gramado, quando foi aplaudido em pé. O Baixinho entrou no gramado com uma ca-

O Caxiense

misa especial, confeccionada especialmente para o jogo de despedida. Com listas verdes e brancas horizontais, o fardamento tinha às costas DLXXI, ou 571 em números romanos.

Um show de fogos de artifício foi seguido de um breve discurso de Lauro em sua última aparição pública como jogador do Ju, time no qual atuou pela primeira vez em maio de 1991. Antes do início da partida, o presidente do clube, Milton Scola, entregou uma placa agradecendo a dedicação do atleta nas 17 temporadas que defendeu as cores verde e branca.

Acompanhado do filho João Pedro, quatro anos, Lauro entrou caminhando no campo para ser homenageado.

Atrás, os demais jogadores do Juventude, carregando uma bandeira do clube. Logo depois a esposa, Manuela, 28 anos. “Esse clube é a minha casa. Agradeço ao Juventude por ter cuidado de mim nos momentos que mais precisei.

Agora, estou esperando”, lembra.

A espera a que Lauro se refere é o dia 30 de novembro. Depois dessa data o Ju deve oficializar uma proposta para que o jogador atue no clube. Onde?

Ninguém sabe. O assunto não é muito comentado no Jaconi. Oficialmente, o Esportivo, de Bento Gonçalves, procurou o Baixinho para a disputa da Segundona do Gauchão 2011. “Já conversei com o pessoal do Ju, e me disseram que definiremos a minha situação mais para frente. A proposta do Esportivo é boa. Preciso pensar bem no que realmente é bom para mim, sem desmerecer os clubes envolvidos”, resume Lauro. Continuar a jogar não seria problema. Durante a semana ele garante que segue uma rotina de

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Volante Lauro tem contrato até 30 de novembro. Ele aguarda uma proposta para saber se irá ficar no clube em que se profissionalizou

atividades físicas: faz academia para reforço muscular, anda de bicicleta e corre para manter a parte aeróbica em dia. Além disso, “joga muitas peladas” e representa o Ju como convidado no recém-oficializado time Masters, formado por ex-jogadores que passaram pelo alviverde.

profissional –, a ter todos os grandes títulos da história recente juventudista (Série B em 1994, Gauchão em 1998 e Copa do Brasil em 1999). “Foram momentos especiais como tantos outros que tive dentro do Jaconi”, recorda o Guerreiro, assim chamado pela papada pelo empenho sempre apresentado dentro das quatro linhas.

No dia 19, Lauro esteve presente na festa de lançamento do DeLauro se considera uma pessoa partamento Masters. Porém, no dia feliz, com a bênção de Deus. Tranquiseguinte, na primeira lo, em sua casa, ele resapresentação do time salta que irá aguardar no Jaconi (vitória de 5 a por um desfecho sa1 sobre o combinado do “O Juventude tisfatório. Prefere não Recreio da Juventude), precisa, mais comentar se gostaria ele não esteve presente. do que nunca, de estar treinando com “Não consegui ir”, eso grupo que se prepade pessoas quivou-se. Atualmente, ra para o Gauchão de Lauro representa o Ju capacitadas. Eu 2011 e lembra que o em palestras em esco- gostaria de ficar. primeiro momento de las. Sempre que convo- Mas depende: eu indefinição na carreicado, vai até o clube e, ra, no Ju, aconteceu no vou produzir?”, de lá, é levado para um final do ano passado. colégio. “A última foi questiona Lauro Com contrato finalizana segunda-feira (22), do em novembro, ele fui, pela manhã, na Esaguardou uma proposcola Estadual Clemente Pinto. O pes- ta da direção recém-eleita. O valor do soal aproveita para pedir sobre a vida salário foi reduzido e ele renovou até de jogador e também para tirar fotos”, 30 de novembro de 2010. Depois do diz o Baixinho, que quando não está Estadual deste ano, a direção apresen“treinando”, palestrando ou nas aulas tou uma proposta para ele trabalhar no do curso de Educação Física que faz na Departamento de Marketing ou como Faculdade da Serra Gaúcha (FSG), fica auxiliar técnico. Ele sabe que se quiser em casa. Aliás, é na sua residência que continuar a jogar futebol terá de ser recebe o principal apoio: da mulher e fora do Jaconi. Entretanto, o Jaconi do filho. “Independente da decisão que também é sua casa. “É bom saber que o eu tomar, eles estão comigo”, afirma o Juventude me quer. O Juventude precijogador que chegou em Caxias do Sul, sa, mais do que nunca, neste momento, vindo de Alegrete, com 17 anos. de pessoas capacitadas. Eu gostaria de Dentro de campo, Lauro é o único ficar. Mas depende: eu vou produzir?”, atleta, ao lado do ex-goleiro Humber- questiona o Baixinho. Com a palavra, a to – treinador de goleiros do grupo direção do Juventude.

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CA-JU DUPLA

Fabiano Provin

fabiano.provin@ocaxiense.com.br

amistoso, 1 a 0 sobre o Serrano, de Canela. Quando parecia que a situação iria melhorar, veio o desastre: diante da própria torcida, o time do técnico Beto Almeida não teve forças para segurar o Porto Alegre, que também disputará o Estadual do próximo ano. Resultado: uma goleada de 4 a 1 em pleno Jaconi.

Vaias para alguns jogadores – Anderson Pico foi um dos alvos – e até músicas irônicas (como ão, ão, ão, Paraná na Seleção...) foram entoadas das arquibancadas do estádio. Uma evidência de que o torcedor cansou. Após o jogo, o treinador assumiu a culpa pela derrota e e considerou o placar e a atuação um desastre. “O Porto Alegre mereceu o resultado. O Juventude foi uma equipe apática, bem diferente dos treinamentos que promovemos até agora. Ainda

bem que isso aconteceu agora, não queríamos, mas aconteceu a derrota. Vou trabalhar para corrigir os problemas que verifiquei no time”, afirmou logo após o jogo.

Com o semblante fechado, o vice-presidente de Futebol eleito, Raimundo Demore, frisou que o Juventude pode começar a pensar em trocas e contratações. “É o momento de botar o pé no chão e trabalhar. Nosso time precisa voltar a vencer. Precisamos melhorar muito”, desabafou. Após o amistoso, Demore, Scola e os diretores de futebol Geandro Turcatti e Luiz Carlos Ghiotti conversaram separadamente no estacionamento do Jaconi. Scola gesticulava muito. Só parava para atender às ligações do telefone celular. Talvez fosse alguém ligando para avisar onde o sapo está enterrado.

Como se não bastasse a goleada do Porto Alegre, no dia 23 os reservas do Juventude e alguns titulares chamados pelo técnico Beto Almeida enfrentaram o time da Marcopolo em um jogo-treino. Depois de estar

vencendo por 1 a 0, a rapaziada alviverde diminuiu o ritmo e permitiu a virada da equipe formada por funcionários da empresa fabricante de ônibus.

No Twitter, a corneta rolou solta.

O retorno

Boa contratação fez o Caxias para a lateral direita. O experiente Patrício, 36 anos, retorna ao clube que o projetou ao Grêmio em 2005. Antes do Centenário, ele jogou pelo 15 de Campo Bom quando o técnico era Mano Menezes – hoje na Seleção Brasileira.

Além de Patrício, segundo o gerente de futebol grená, Júlio Soster, já estão confirmados no grupo o goleiro André Sangalli (ex-Ceará), o zagueiro Edson Rocha (ex-Guaratinguetá-SP) e o atacante Waldison (ex-Chapecoense-SC). Oficialmente, só Patrício foi apresentado.

Fabiano Provin/O Caxiense

Nada contra o anfíbio, mas deve ter um sapo enterrado no Estádio Alfredo Jaconi. A lenda alimentada no meio futebolístico para explicar o período em que um determinado clube não ganha títulos ou está em uma maré de azar é perfeitamente aplicável ao Juventude. Como se não bastasse a queda para a Série B em 2007, veio a Série C em 2010 e, por incrível que pareça, teremos a Série D em 2011. No Gauchão deste ano, entre 16 participantes, o Ju foi o 13º. Os dois últimos caíram para a Segundona.

O presidente Milton Scola foi reeleito, algumas peças da diretoria executiva foram trocadas, e o novo trabalho, visando 2011, iniciou no dia 25 de outubro. Alguns jogadores tiveram seus contratos renovados, outros não. Cinco atletas foram contratados. Veio o primeiro

Jogo-pesadelo

Daniel Zappe, Vipcomm/O Caxiense

Onde está enterrado o sapo?

Por que o senhor não permaneceu no cargo na chapa que reelegeu Scola? “Tem como não responder a essa pergunta?” Essa foi a resposta de Juarez Ártico, atual vicepresidente de Futebol do Ju, após ser questionado por este colunista.

Dizem – e não foi o sapo – que as críticas feitas ao seu trabalho ao longo deste ano teriam lhe motivado a trocar de cargo. Em 2011 o juventudista, filho de um dos

Diferente

fundadores do Ju, Oswaldo Ártico, será vice-presidente de Patrimônio.

A declaração de Ártico dias após o jogo contra o Criciúma, em Santa Catarina, que decretou o rebaixamento do Juventude para a quarta divisão, teria incomodado algumas pessoas. Na época, ele disse: “Tenho quase certeza de que precisamos usar chinelos de dedo. Ou seja, ter mais humildade. Acho que é isso o que está faltando aqui dentro.

Planejamento

Os coordenadores das categorias de base do Juventude fizeram uma programação visando a disputa da Copa São Paulo de Futebol Júnior em 2011, porém, no dia 23, ficaram sabendo que o clube não participaria da competição. Quarto colocado na edição 2010, o Ju não foi relacionado entre as 92 equipes que disputarão o torneio entre 4 e 25 de janeiro. A mesma equipe foi 4ª colocada na Taça Belo Horizonte de Futebol Júnior e campeã gaúcha da categoria. O presidente alviverde, Milton Scola, foi informado que o clube deve disputar a 42ª edição da Copinha, garantia dada pelo presidente da Federação Gaúcha de

Futebol (FGF), Francisco Noveletto. Do Rio Grande do Sul estão confirmados Inter, Grêmio e São José-PoA. Noveletto encaminhou pedido à Federação Paulista de Futebol (FPF) para que o Ju ocupe a vaga do Zequinha, como é conhecido o São José.

Em termos de visibilidade, o Ju perderia muito, visto que o torneio é, nas últimas duas décadas, uma verdadeira vitrine para o lançamento de novos jogadores. Enquanto isso, times sem expressão nacional, como Jaguaré-ES, Oratório-AP, 7 de Setembro-MS, Gurupi-TO, Funorte-MG e Vitória das Tabocas-PE estão confirmados na competição.

Parece que vivemos ainda na pompa da Série A. Precisamos de um banho de humildade e parar de ser arrogantes”. O Almirante, como o dirigente é chamado por alguns amigos dentro do Jaconi, se referiu à torcida, dirigentes, funcionários e jogadores. Desde a reapresentação, Ártico (o último à direita na foto) tem acompanhado os treinamentos comandados pelo técnico Beto Almeida.

Os notáveis

Além de definir Zoilo Simionatto como vice-presidente de Futebol, o presidente do Caxias, Osvaldo Voges, anunciou no dia 25, após reunião no dia anterior, alguns integrantes do chamado Conselho de Notáveis, grupo formado por torcedores “com a ficha limpa”, que receberá tratamento diferenciado e terá contato direto com o presidente para tratar assuntos relacionados ao futebol. Os nomes dos associados escolhidos: André Vecchi, Eduardo Sachet, Marcus Vinicius Caberlon e Vitacir Pellin – este, ao lado de Volnei Marzotto, um dos “ficha-limpa”, também terá livre circulação no vestiário.

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Borja a caminho do Caxias

Após um acordo, Flamengo e Cristian Borja decidiram rescindir o contrato que venceria em junho de 2011.

O colombiano vinculado ao Caxias decidiu deixar o clube carioca após uma conversa com seu empresário, Jorge Machado. “Achamos melhor sair. Foi uma decepção, sim, mas a gente sabe que isso acontece no futebol. O jeito é seguir trabalhando. Ainda não sei qual será o meu futuro, mas vou voltar para o Caxias por enquanto, já que tenho contrato com eles”, disse o jogador em entrevista à rádio Brasil. No clube grená, será recebido de portas abertas. A direção tentará negociar para que Borja fique no time. Caso não haja um acerto, o jovem deve ser novamente emprestado.

Aos 22 anos, Borja, fez oito gols no último Gauchão e foi para o Flamengo em julho deste ano. Na Gávea, foi duramente criticado pela imprensa e pela torcida pelas chances claras de gol que desperdiçou. Como não balançou as redes, caiu na equipe sub-23 do rubro-negro, que disputou o Campeonato Brasileiro da categoria.

Cristian Borja (foto) também foi centro de uma polêmica entre o Caxias e o Flamengo. No início de setembro, o presidente grená Osvaldo Voges cobrou publicamente a falta de pagamento do empréstimo de Borja, de R$ 300 mil, que deveria ser pago em três parcelas.

Houve um acordo entre as partes para solucionar o problema.

27 de novembro a 3 de dezembro de 2010

O Caxiense

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Imóveis

Caxias do sul, 27 de novembro a 3 de dezembro de 2010

Veículos

Malagrine Estúdio, Divulgação/O Caxiense

Por dentro do setor

AsX, o crossover da Mitsubishi

Lançado no país este mês, durante o Salão do Automóvel de São Paulo (na Europa, foi apresentado seis meses antes), o novo crossover da Mitsubishi aposta na velha cara de mau para seduzir os consumidores mais arrojados. Mas não é só: o ASX tem linhas modernas, recursos inteligentes e perfil urbano. Vem para disputar uma fatia de mercado na qual a montadora ainda não dispunha de um produto específico.

“Somos uma marca que tem muito bem definido e delineado o que é um SUV e o que é crossover, tanto que temos produtos destas duas categorias em nosso portfólio, onde ambos mantêm a forte vocação 4X4 da marca. No entanto, tínhamos uma lacuna a ser preenchida na categoria de crossover, basicamente em função de preço. Com o lançamento do ASX, teremos mais uma opção de crossover em um nicho de mercado no qual nós não estávamos presentes ainda, uma vez que o ASX

terá seu custo entre R$ 80 mil e R$ 100 mil. Além disso, o ASX também terá uma versão 4x4, característica presente no nosso DNA”, explica Robert Rittscher, presidente da Mitsubishi Motors do Brasil.

A ideia da montadora é buscar um consumidor diferente daqueles que compõem o atual perfil de clientes.

O ASX, conforme apresenta a Mitsubishi, serve confortavelmente tanto a uma família pequena quanto a um executivo que esteja à procura de um segundo carro mais compacto. “Optamos por trazer um veículo que não só atenda às nossas necessidades comerciais como também vá ao encontro do que os consumidores estão buscando atualmente: produtos modernos, com design arrojado, que tenham ótima relação custo x benefício, excelente autonomia, potência e, acima de tudo, segurança em função da tração 4x4, um atributo já conhecido da nossa marca”, diz Rittscher.

Com motor 2.0 16v, acionado apenas com um toque no botão Start & Stop, e potência de 160cv, o ASX atinge velocidade máxima 194 km/h na versão manual (2WD) e 190 km/h e 188km/h nas versões automáticas (2WD e 4WD). Tem, segundo a Mitsubishi, a melhor relação peso-potência da categoria (8.4kg/ CV), fator determinante na performance do veículo.

Na versão manual, o crossover tem câmbio de cinco marchas. Na automática, utiliza o sistema sequencial Sports Mode de seis velocidades, que maximiza o torque do motor.

Outras características do ASX são a autonomia de até 740 quilômetros, o consumo reduzido de combustível e baixo nível de emissões são fatores característicos do ASX. O veículo foi concebido para ser mais leve e ágil – o design privilegiou a aerodinâmica.

No aspecto visual, sobressaem as duas linhas laterais paralelas do

ASX, que tem dimensões compactas: 1,78m de largura, 1,60m de altura e 4,30m de comprimento. As linhas sobre o capô avançam até a grade jet fighter, com moldura cromada (opcional), em forma de trapézio.

A ousadia também está no conjunto dos faróis dianteiros de xenônio (outro item opcional, que proporciona maior cobertura lateral) e no entorno do farol de neblina, além das ponteiras do escapamento. Os retrovisores são elétricos, rebatíveis e na cor do veículo, que também tem luzes indicadoras laterais integradas.

No interior, para cinco passageiros, os bancos – que têm como opcional o acabamento em couro – possuem encosto para cabeça e apoio central com ajuste elétrico.

Nos assentos traseiros, os encostos são reguláveis e podem ser rebatidos parcial ou totalmente. Para completar, o ASX conta com aquecimento dos bancos dianteiros na versão 4x4 AWD CVT.

Renato Henrichs (interino) renato.henrichs@ocaxiense.com.br

por Robin Siteneski | editado por Felipe Boff

Ficou para 2011

Os estudantes da UCS não ganharão de presente de Natal a abertura da nova via de saída do campus. Segundo o secretário de Trânsito, Transportes e Mobilidade, Jorge Dutra, o prazo contratual para a finalização das obras é fevereiro do próximo ano.

O entrave é a mudança na rua em frente ao Hospital Geral: será transformada em estacionamento, o que já acontece na metade da pista. Esse trecho só deve ser modificado depois do fim do período letivo. Para a abertura da Rua Atílio Pieruccini, falta a finalização de cerca de 150 metros e mudanças na ligação com a BR-116.

Rio Branco Promessa de alívio para quem estuda ou trabalha em São Pelegrino, as modificações na Avenida Rio Branco também só ocorrerão após o fim das aulas.

Mais especificamente, em janeiro, já que a Secretaria de Trânsito não quer que as alterações coincidam com o período mais movimentado do comércio.

As obras começarão pela rede de esgoto, e ainda não está decidido pela Secretaria como se abrirá o espaço para a terceira pista: se com redução das calçadas ou retirada do estacionamento em um dos sentidos.

Refundação

O deputado federal Ruy Pauletti, que não conseguiu a reeleição, acha exagero a tese do ex-governador de Minas Gerais e senador eleito Aécio Neves de que o PSDB precisa ser refundado. O descontentamento de Aécio com a gestão do partido também não agradou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que disse que o termo refundação é “muito forte.”

Na linha de fogo entre o tucanato mineiro e paulista, Pauletti se alinha à trincheira de São Paulo. Na última quarta (24), o deputado federal se encontrou com líderes do partido, entre eles o presidente nacional, Sérgio Guerra, e o candidato derrotado à presidência, José Serra. “É uma divergência muito pequena, todo mundo concorda que vai haver um grande movimento sem a necessidade de refundação”, avalia Pauletti.

Reformulação

Em setembro, a revista Carta Capital publicou que o ex-governador de Minas deixaria o partido para fundar uma nova sigla. Até agora, isso não se confirmou, mas as divergências dentro do partido são claras. Na reunião, conforme Pauletti, o tucanato também avaliou o resultado das urnas.

“Não elegemos presidente, mas nunca conquistamos tantos deputados e governadores.”

No Rio Grande do Sul, depois do desgaste do governo Yeda, o deputado acredita que a situação do partido é mais grave: “Aqui sim precisa fazer uma reformulação.”

De sapato

Frizzo em pé de Guerra

A briga verbal dos vereadores Édio Elói Frizzo (PSB) e Daniel Guerra (PSDB) na sessão da última quinta-feira (25) foi digna de programa de auditório nas tardes da televisão aberta. Tudo transmitido ao vivo, pela TV Câmara – que, ao menos, ganhou audiência. Os dois trocaram xingamentos e acusações engasgadas há muito tempo.

O bate-boca começou com a chegada de Guerra ao plenário, durante pronunciamento de Frizzo.

O socialista não perdeu a chance de provocar o tucano, que na semana anterior conseguira aprovar um

projeto para que os votos de cada vereador nas sessões sejam divulgados no site da Câmara – naquela ocasião, Frizzo cobrou que o projeto incluísse a informação de quem chega atrasado ou sai antes, uma crítica à frequência de Guerra.

“Ah, a provocação valeu. Não vai ter descontado então o de hoje”, cutucou Frizzo na quinta. Foi o que bastou para Guerra se exaltar, pedir a palavra e contra-atacar. A partir daí, como se lê nas declarações abaixo (que não estão em ordem cronológica, mas organizadas por pontos da discussão), a sessão descambou.

“Muitas pessoas que estão em casa têm dois programas de comédia: um, em primeira conta, assistir à Câmara Federal; e, para muitos, assistir à Câmara de Caxias. Espanta-me, vereador Frizzo, a sua preocupação que este vereador esteja nesta cadeira para ouvir Vossa Excelência balbuciar, gritar ou fazer teatro, num mandato em que Vossa Excelência é suplente”

“Acho que o único palhaço aqui é Vossa Senhoria, que faz caras e bocas para a câmera, faz trejeitos” “Nós, suplentes, devemos ser vereadores de segunda categoria, não é? Mas não tem problema nenhum para o vereador Danielzinho, o bostinha egocêntrico da Câmara” “Tem uma ação popular de 20 anos que Vossa Excelência ainda não pagou aos cofres, a devolução daquele aumento dos 99%. E, salvo engano, esta pendenga era superior a R$ 335 mil. Por que ainda não foi pago, vereador Frizzo?”

“Isso ainda está em juízo, teve uma sentença recente que reduziu esse valor para 40%. Quando houver a execução, vou negociar com a prefeitura. Se puder pagar, eu pago; senão, eu parcelo”

O deputado estadual Kalil Sehbe Neto comemora a entrada no governo Tarso Genro, apesar de não ser na pasta de sua preferência, a de Ciência e Tecnologia. Horas antes de ser confirmado como futuro secretário de Esporte e Lazer, na quinta-feira (25), o pedetista estava cauteloso nas entrevistas. Até citou Tancredo Neves: “Só tiro o sapato quando chegar na beira do rio.”

Com os pés no rio

A secretaria que Kalil comandará será criada no governo Tarso – atualmente, as funções da futura pasta são divididas entre as secretarias de Turismo e a Extraordinária da Copa, que será extinta em 2011. Segundo Kalil, a Secretaria de Esporte e Lazer terá três funções principais: criar convênios com prefeituras e administrar as verbas das loterias esportivas através da Fundação de Esporte do Rio Grande do Sul (Funders); buscar parcerias para o incentivo do lazer; e comandar o comitê gestor da Copa.

Para preparar o Estado ao Mundial de 2014, Kalil pretende, a pedido do governador eleito, aplicar a receita das alianças: “Como é um governo de coalizão e transversal, a Secretaria vai estar integrada com as áreas de segurança pública, saúde, infraestrutura, logística e turismo”.

O nome do pedetista já circulava há algum tempo como possível secretário. O próprio Kalil conta que participou de dois encontros com o petista Tarso antes da confirmação de sua indicação pelo PDT. Neles, o governador eleito já havia lhe explicado o que espera de sua atuação à frente da pasta.

“O governador já me indicou o maior desafio, transformar o Rio Grande do Sul na melhor sede da Copa de 2014”, diz Kalil.

Com o governo...

“Destaco aqui, do vereador Frizzo, em 2010, dois projetos, que foram os que ele protocolou. Olhem que bom, que grande impacto e importância esses projetos: duas denominações de ruas”

“Não fico ganhando dinheiro à custa de rezar missa, distribuir hóstia e fazer discursinho em igreja. E com o que eu ganho não ando de BMW zero quilômetro e de Mercedes, porque ganhando R$ 4.500 nesta Câmara, para conseguir uma BMW, tem que fazer esforço. Deve ter alguma outra razão para conseguir andar de BMW” ARTE SOBRE FOTOS DE LUIZ CHAVES, DIVULGAÇÃO/O CAXIEnSE

PP se articula

O PP de Caxias se reúne segunda (29) para começar a traçar sua estratégia para 2012. O presidente, Ricardo Golin, diz que, além de ter candidato próprio à prefeitura, o partido pretende concentrar forças para ampliar a bancada no Legis-

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lativo (hoje, só tem um vereador, Arlindo Bandeira). Nomes – e/ou sobrenomes – conhecidos devem representar o PP na proporcional.

A propósito: o ex-prefeito Mario David Vanin, sempre lembrado, não pretende concorrer ao Executivo.

Conformado, o vice-prefeito e deputado estadual eleito Alceu Barbosa Velho diz que vai votar com a base governista na Assembleia, apesar de não ter defendido o ingresso do PDT no governo Tarso. “Fui voto vencido.

Não tenho muito o que fazer além de seguir a orientação da maioria.” Alceu também já está de olho na presidência de uma das comissões da casa. Gostaria de comandar a de Agricultura.

…e com o CTG

Como advogado, Alceu Barbosa Velho assessora o CTG Herdeiros da Tradição, que ocupa espaço público na Escola Estadual Santa Catarina.

Alceu já recebeu o patrão e ligou para a titular da 4ª Coordenadoria de Educação para tratar do assunto. Espera que, com a mudança de governo no Estado, as negociações sejam facilitadas. Para ele, pode haver consenso, desde que uma agenda com eventos das duas entidades seja respeitada.

27 de novembro a 3 de dezembro de 2010

O Caxiense

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