Dezembro | 2010
|S11 |D12 |S13 |T14 |Q15 |Q16 |S17
54 Ano ii
A carta do Sindicato dos
Médicos
que desafia o poder público
Renato
Henrichs O custo de garantir o abastecimento de água é alto, mas necessário
Corina,
uma história costurada com superação Roberto
Hunoff Tributos têm culpa no baixo índice de investimentos do Município
À ESPERA DA decolagem
Os aliados da
memória
filmográfica de Caxias
Este ano, 172 mil pessoas já passaram pelo Aeroporto Hugo Cantergiani, que está sendo ampliado. Daqui a 10 anos, projeta-se a inauguração de um novo aeroporto em Vila Oliva. Mas, apesar dos avanços na infraestrutura, Caxias permanece com apenas 3 voos regulares, somente para 2 destinos, de 1 só companhia aérea – e com tarifas mais altas
R$ 2,50
Índice Roberto Hunoff | 4 Só 6% do orçamento bilionário do Município serão para investimentos Médicos | 5 Sindicato desabafa, pede dinheiro e convoca categoria a descumprir horário
Gostei da edição 53. Os leves retoques no desenho do jornal deram um toque bem especial para o 1º aniversário. Lucas Guarnieri
Fotos: André T. Susin/O Caxiense
A Semana | 3 As notícias que foram destaque no site
www.OCAXIENSE.com.br
Transporte aéreo | 7 Com um aeroporto em ampliação e outro por construir, Caxias busca mais voos Perfil | 9 Como Corina costurou uma história de superação e sucesso Guia de Cultura | 12 Comemorações natalinas, festivais de fim de ano, comédias no teatro e um prodígio no cinema Artes | 15 Sorriso amargo de deboche e o olhar profundo de sofrimento Boa Gente | 16 Dois professores premiados, uma caxiense baiana e cinco paisagens brancas Acervo filmográfico | 17 As iniciativas (públicas e privadas) para preservar a memória audiovisual Futebol | 20 O Brasileiro Sub-20 desfila esperanças pelos gramados caxienses Dupla CA-JU | 21 Preparação e reforços para o Gauchão Guia de Esportes | 22 700 metros de barro e obstáculos fazem a diversão da turma do off-road Renato Henrichs | 23 A hora de pagar pela garantia do abastecimento no futuro é agora
@gioagnolin ISSO É UMA VERGONHA. Exoneração e um novo concurso está a calhar para Caxias do Sul. #sindicatodosmédicos @ctpozza Como sempre @ocaxiense está à frente nas notícias! Ótima a foto do incêndio que está acontecendo agora. #incêndionoriobranco @alexandregolive Parabéns à super equipe do @ocaxiense, sabemos o quanto devem se desdobrar para fazer um jornal de alto nível. #ocaxiense1ano @Babi_lipp Parabéns ao #ocaxiense1ano! Jornal que mostrou que veio pra ficar com conteúdo diferenciado e equipe de primeira! @jocemarzulian Parabéns à galera do @ocaxiense! Trabalho feito com dedicação, por pessoas competentes e com visão! Sucesso! #ocaxiense1ano @marcelolonghi Muito bom participar da festa #ocaxiense1ano. Vocês merecem todo esse prestígio. Que venham as próximas!!
Restrição ao cigarro | A Câmara de Vereadores está de parabéns. Somente quem já passou por uma isquemia pulmonar sabe o valor desta lei. Laerth Bernardes da Silva
No Site
Expediente
Redação: André Tiago Susin, Camila Cardoso Boff, Carol De Barba, Cíntia Hecher, Fabiano Provin, Felipe Boff (editor), José Eduardo Coutelle, Luciana Lain, Marcelo Aramis (editor assistente), Paula Sperb (editora), Renato Henrichs, Roberto Hunoff, Robin Siteneski e Valquíria Vita Comercial: Pita Loss Circulação/Assinaturas: Tatyany Rodrigues de Oliveira Administrativo: Luiz Antônio Boff Impressão: Correio do Povo Distribuição: Dinâmica Assessoria de Distribuição
Assine
Para assinar, acesse www.ocaxiense.com.br/assinaturas, ligue 3027-5538 (de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h30 às 18h) ou mande um e-mail para assine@ocaxiense.com.br. Trimestral: R$ 30 | Semestral: R$ 60 | Anual: 2x de R$ 60 ou 1x de R$ 120
Jornal O Caxiense Ltda. Rua Os 18 do Forte, 422, sala 1 | Lourdes | Caxias do Sul | 95020-471 Fone 3027-5538 | E-mail ocaxiense@ocaxiense.com.br www.ocaxiense.com.br
2
O Caxiense
11 a 17 de dezembro de 2010
Sindicato dos médicos | Lamentável. Exigir R$ 8,5 mil por mês para trabalhar 4 horas por dia sem cumprir a carga horária é algo que beira a extorsão. A situação é simples: não querem trabalhar, sejam demitidos. Por justa causa. Todos os motivos estão ali. Luciano Vieira Aeroporto em Vila Oliva | Caxias e região não podem esperar 10 anos para a inauguração do novo aeroporto. Toda a Serra Gaúcha será beneficiada com o novo aeroporto, inclusive a região de Gramado e Canela, que poderão garantir voos rentáveis para as companhias aéreas nos finais de semana. Se não houver mobilização dos empresários, governos nas três esferas, não teremos o aeroporto neste século. Rodrigo Collaro Agradecemos | Ricardo Maddalozzo e Henrique Elustondo; Samburá Caça e Pesca (pela capa da edição passada).
Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.
A Semana
Tiago de Lucena, Divulgação/O Caxiense
Camila Boff/O Caxiense
editada por Felipe Boff | felipe.boff@ocaxiense.com.br
Ambulantes sofreram ação da Secretaria de Urbanismo, apoiada pela Guarda Municipal; prédio da Videquímica, no Rio Branco, pegou fogo
SEGUNDA | 6.dez Atrasos no trem regional e no sismógrafo
A semana começou com duas notícias de atraso. O estudo técnico para reimplantação do trem regional, que deveria ficar pronto este mês, foi prorrogado por mais 60 dias. Constatou-se que o primeiro traçado analisado, que era o da linha original, permitiria uma velocidade máxima (!) de 30 km/h. A saída é avaliar outras possibilidades, costeando a BR116 ou a RS-122. O segundo atraso é o da instalação do sismógrafo que, a partir do Parque do Caracol, em Canela, irá monitorar os abalos sísmicos em Caxias e região. Ficou para 2011. Certamente, só depois do Carnaval...
TERÇA | 7.dez Hortigranjeiros e pão mais baratos; cerveja mais cara
Comprar os produtos da cesta básica em Caxias ficou 0,19% mais barato no mês de novembro. Pouco, mas vale pelo recuo, depois de três altas consecutivas. A queda dos preços dos hortigranjeiros – que tiveram oferta maior pela
produção local – puxou a baixa. O pão cacetinho foi outro destaque: caiu 7,44%. Mas, claro, entre os 47 produtos, alguns subiram. Um deles foi a cerveja (7,61%), que teve seus estoques reduzidos com a chegada do calor. Outro foi o refrigerante, 6,82% mais caro.
QUARTA | 8.dez Lei restringe o cigarro em locais de uso público
Não era bem o que previa o projeto original, de Vinicius Ribeiro (PDT), mas a Câmara de Vereadores aprovou uma lei que proíbe o cigarro em locais de acesso público. Só que aplicou junto a velha máxima de que toda regra tem exceção – garantida pelo substitutivo de Elói Frizzo (PSB) e Geni Peteffi (PMDB). Em uma área reservada e isolada, casas noturnas, bares e restaurantes podem liberar a fumaça. Quem descumprir levará multa (R$ 581,10 para o fumante e para o proprietário). Só ficou no ar uma pergunta: a prefeitura conseguirá fiscalizar?
Apreensões e pedradas na fiscalização dos ambulantes
A Secretaria de Urbanismo
www.ocaxiense.com.br
cumpriu a promessa de intensificar o combate ao comércio ambulante. Quem pagou a conta foram os vendedores de redes, colchas, carteiras e cintos, que tiveram seus produtos apreendidos pela fiscalização perto de um de seus melhores pontos de venda, a rodoviária. Mas a ação não foi tranquila. Os ambulantes – boa parte, nordestinos humildes – se revoltaram contra a perda de 2 mil mercadorias. O carro da Secretaria foi apedrejado, e um homem foi detido.
Coluna de fumaça assusta no bairro Rio Branco
Um incêndio em uma empresa de produtos químicos assustou os moradores do bairro Rio Branco na tarde de quarta-feira. Aliás, a preocupação se alastrou pela cidade, como a fumaça, que podia ser vista do bairro de Lourdes, por exemplo. As chamas chegaram a atingir casas vizinhas. Felizmente, ninguém ficou ferido.
QUINTA | 9.dez Na CIC, ex-ministro avisa: a economia vai desacelerar
Vítima de um furto de cabos de
energia, a CIC precisou arrumar um gerador para garantir a palestra do ex-ministro da Fazenda do governo Sarney Mailson da Nóbrega, mas valeu a pena. Antes de falar a mais de 350 empresários, Mailson, que veio a Caxias por iniciativa do Simecs, avisou: em 2011, a economia brasileira vai desacelerar. Ressalvou, porém, que não é motivo para lamentações. Assim o país poderá encontrar um ritmo de crescimento mais consistente. Para o setor automobilístico – um dos mais aquecidos da cidade, por sinal –, fez previsão negativa: as vendas também irão pisar no freio nos próximos meses.
SEXTA | 10.dez Alunos da UCS garantem descontos em licenciaturas
Vitória dos estudantes na discussão sobre as licenciaturas. Contrariando a intenção inicial da UCS, que passa por reestruturação financeira, serão mantidos os descontos de 30% em Matemática, Química, Biologia e Computação. As demais licenciaturas terão 25% ou 10% de benefício. Os índices dependem da quantidade de créditos cursados, e valem a partir do próximo semestre
11 a 17 de dezembro de 2010
O Caxiense
3
Roberto Hunoff roberto.hunoff@ocaxiense.com.br
Baixo nível
Desempenho
O Simecs fará na quinta-feira (16) o anúncio dos números de desempenho da sua atividade em 2010. Dá para adiantar que até outubro o crescimento é de 35,7% sobre igual período do ano passado, com destaque especial para a indústria automotiva, com 42% de alta. As empresas eletro-eletrônicas apresentam crescimento de 24% e as do setor metal-mecânico, 13,6%. Para 2011 a expectativa é de crescimento na ordem de 9% a 10%.
Reforço contábil
A Câmara de Vereadores aprovou esta semana o projeto que estabelece o Orçamento do Município para 2011, que supera a casa de R$ 1 bilhão. Embora o número mágico, a Prefeitura terá tão somente R$ 60 milhões de recursos próprios para investimentos, ou seja, menos de 6%. Outros R$ 110 milhões serão provenientes de empréstimos. É preciso reconhecer que é um valor muito baixo para as necessidades do município. O problema, no entanto, está na péssima distribuição dos impos-
tos arrecadados, que ficam fortemente concentrados na União. E pelo que disse esta semana, em Caxias do Sul, o ex-ministro da Fazenda, Mailson da Nóbrega, são mínimas as chances de vingar a reforma tributária. Segundo ele, faltam condições políticas e lideranças para a sua concretização. Enquanto isto, a receita de Caxias cresce média de 10% e as despesas, principalmente pelos efeitos da migração, chegam a 15% anuais. Dá para imaginar o tamanho do problema no futuro.
Fernando Demore, Divulgação/O Caxiense
Fotobjetiva, Div./O Caxiense
de investimento
Campanha
O Prataviera Shopping lançou na sexta-feira (10) sua campanha de Natal, que brinda com uma exclusiva bolsa todos os clientes que adquirirem mais de R$ 150 nas suas lojas. Confeccionadas em plástico reciclável, com estampas alinhadas às tendências da moda, as bolsas estão disponíveis em dois modelos com cores em tons pastéis. Com a iniciativa, que segue até o próximo dia 24, o Prataviera aposta em incremento de 15% nas vendas sobre o Natal de 2009.
Segurança
O empresário Alcides Perini assumirá em 1º de janeiro a presidência da Comissão de Segurança, representando a Câmara dos Dirigentes Lojistas de Caxias do Sul. Perini foi o primeiro a presidir a entidade, criada em 2003, quando se iniciou a instalação de câmaras de vigilância na cidade.
Negócio
O forte aquecimento do setor florestal garantiu para a Guerra, de Caxias do Sul, a concretização da venda de 42 conjuntos de tritrem para o carregamento de toras para o grupo paulista Gafor. O modelo concebido tem configurações específicas, como a caixa de carga de 6.300 cm, adequado ao comprimento da tora na região onde o equipamento vai operar, no Espírito Santo e Sul da Bahia, e peso bruto total combinado de 74 toneladas. Os dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários apontam que, de janeiro a novembro deste ano, foram vendidos 1.370 unidades para o transporte de toras, alta de quase 200% sobre igual período do ano passado. O segmento representou pouco mais de 2,5% das vendas totais de 52,2 mil veículos rebocados. As entregas se iniciam em janeiro.
Curtas A Guerra programou festa nata- mil pessoas. As empresas do grupo lina para este sábado (11) nos Pavi- terão férias coletivas de 18 de dezemlhões da Festa da Uva. A expectativa bro a 3 de janeiro de 2011. é reunir em torno de 7 mil pessoas, dentre funcionários e familiares. Está marcado para este sábado (11) o treinamento denominado “O poO Grupo Voges fará a sua Festa der da transformação humana: PNL de Natal neste sábado (11), a partir – Promovendo uma Reengenharia das 13h30, em sua sede campestre. em sua mente”, ministrado pelo conSão esperados os 2,3 mil funcioná- ferencista Dario Amorim. O evenrios e seus familiares, totalizando 6 to ocorrerá até as 18h no escritório
4
O Caxiense
11 a 17 de dezembro de 2010
Branco & Mieli Advogados, em Caxias do Sul. O padre Leomar Brustolin será o último palestrante do ano das reuniões-almoço da CIC. Na segunda (13) ele falará sobre o tema “A humanização como diferencial na empresa”. Durante o ano a entidade promoveu 48 encontros, reunindo público superior a 8,7 mil participantes.
O auditório da Câmara de Indústria e Comércio de Caxias do Sul (CIC) será local para a realização da formatura de 40 jovens em vulnerabilidade social que concluíram cursos realizados pelo Projeto Capacitar, iniciativa do Sescon-Serra Gaúcha. O projeto nasceu para suprir a demanda de mão de obra qualificada para atuar no departamento fiscal e pessoal dos escritórios de contabilidade. A coordenadora do projeto, Simone Grun Weiand, explica que como há grande demanda por pessoas capacitadas para atuarem em escritórios contábeis, o sindicato garante o encaminhamento dos participantes dos cursos para o mercado de trabalho. Para 2011 Sescon-Serra Gaúcha planeja novas turmas. A solenidade ocorrerá na quartafeira (15), a partir das 19h.
Borbulhas
A indústria vinícola nacional estima para este ano a venda de 13 milhões de litros de espumantes, crescimento superior a 20% sobre igual período do ano passado, e recorde histórico. Até outubro a comercialização se aproximava dos 8 milhões, crescimento de 21%. O moscatel apresentou acréscimo de 24,6% e os espumantes brut e demi-sec, 20,3%. O presidente do Conselho Deliberativo do Instituto Brasileiro do Vinho, Júlio Fante, lembra que o segundo semestre responde por 60% dos volumes de vendas anuais. A Vinícola Perini, de Farroupilha, elevou suas vendas de espumantes em 36% de janeiro a outubro, com destaque para o moscatel com 40%. De acordo com o gerente comercial, Franco Perini, há cinco anos 80% da venda de espumantes eram feitas no último trimestre do ano, índice que caiu para 50%. Na Cooperativa Vinícola Garibaldi as vendas do espumante moscatel acumulam crescimento de 50%. O presidente Oscar Ló projeta a venda de 250 mil garrafas de moscatéis, esgotando os estoques existentes. A comercialização total de espumantes da cooperativa deve somar 1,5 milhão de garrafas, alta de 25% sobre o ano passado. Para atender à demanda futura a cooperativa investirá R$ 300 mil na aquisição de duas novas autoclaves, próprias para produzir espumantes pelo método charmat, elevando em mais 150 mil garrafas a sua produção anual.
Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.
Luiz Chaves, Divulgação/O Caxiense
Objetiva, Divulgação/O Caxiense
André T. Susin/O Caxiense
Saúde em risco
Marlonei convoca classe a descumprir horário; promotor Gelatti cobra fiscalização do Município; procurador Lauri combate a greve na Justiça
A CONTA
DA GREVE M
por ROBIN SITENESKI robin.siteneski@ocaxiense.com.br
esmo com a greve na rede municipal suspensa por decisão judicial, o Sindicato dos Médicos não fica longe da polêmica. Em uma carta enviada aos sindicalizados, a entidade pede para que os médicos não forneçam foto para o crachá enquanto a prefeitura pagar esse salário miserável, uma maneira de resistir à fiscalização do horário de expediente (por contrato, quatro horas diárias). O Ministério Público está exigindo, sob ameaça de processo, que a prefeitura obrigue os médicos a cumprirem a carga horária no Sistema Único de Saúde em Caxias do Sul – o que a categoria admite abertamente, na voz do sindicato, não fazer. Junto com a carta, a entidade enviou um boleto bancário pedindo contribuição de R$ 30 para sanar as despesas da greve com advogados, custas judiciais, notas na imprensa, mobilização para fora da cidade, telefonemas, impressos, etc.. De acordo com o presidente do Sindicato dos Médicos, Marlonei Silveira dos Santos, que se recusa a discutir o documento, a contribuição é espontânea. A prefeitura continua apostando no “nosso cansaço”, fazendo ameaças e terrorismo. Parte da imprensa tem batido forte em nós e principalmente no presidente do sindicato. Mas isto não assusta ninguém, pois já sabemos há muito tempo que esse pessoal não gosta de médico (na ver-
dade é inveja), afirma o sindicato na carta, recomendando enfaticamente que os médicos descumpram seu horários. NÃO VAMOS BATER PONTO ELETRÔNICO E NEM CUMPRIR A CARGA HORÁRIA ENQUANTO A PREFEITURA PAGAR ESSE SALÁRIO MISERÁVEL. NÃO FORNEÇA FOTO PARA O CRACHÁ, DIGA QUE É ORIENTAÇÃO DO SINDICATO DOS MÉDICOS, diz o documento, assim mesmo, em maiúsculas. A carta especula que se os médicos não cumprirem seus horários seria totalmente inviável para o Município abrir processo administrativo contra os cerca de 200 profissionais que atendem pelo SUS em Caxias, além de afirmar que ninguém trabalharia quatro horas por esse salário de fome. Elvino Tonin, clínico-geral que atende na Unidade Básica de Saúde (UBS) da Pinheiro Machado, diz que não sairia da rede pública, na qual trabalha há 12 anos, por estar próximo da aposentadoria. Segundo ele, no entanto, os mais jovens – como a filha dele, que começou a trabalhar no SUS há pouco tempo – romperiam seus contratos com o Município. “Vai dar uma debandada”, prevê. Se insistirem com o ponto eletrônico e cumprimento das 4 horas, o que vai acontecer é um processo de demissão coletiva. Veja bem, colega, se ficarmos as 4 horas em nosso consultório e atendermos neste período 2,2 consultas
www.ocaxiense.com.br
Sindicato dos Médicos manda carta aos filiados pedindo contribuição para custear a paralisação no SUS. E, para variar, desafia a prefeitura de convênios por dia, em 20 dias dicos cumprem a carga horária), úteis teremos 44 consultas cujo to- os médicos fazem suas tarefas e, tal ultrapassa o que a prefeitura às vezes, ficam sem fazer nada paga, argumenta o sindicato na uma ou duas horas”, critica Matos. carta. Segundo o procurador geEm Caxias, o fato é que o proral do Município, Lauri Romário motor Adrio Gelatti deu ao Muda Silva, a greve, período em que nicípio prazo de seis meses para a o serviço foi presinstalação de ponto tado com metade eletrônico para condo efetivo, indicou Parte da trolar o horário dos que a prefeitura não imprensa médicos e de todos necessita de todos tem batido forte. os servidores muos médicos se eles Sabemos que nicipais. A batalha trabalharem o tementre Sindicato dos po estabelecido em esse pessoal não Médicos e prefeitura seus contratos. “O gosta de médico continua no Judiciá(na verdade atendimento não rio. No dia 3, a juíficou tão prejudica- é inveja), za responsável pelo do”, considera. Lauri diz a carta processo, Maria questiona a hipótese Aline Fonseca Brutde demissão coletomesso, não atentiva. “Entre o sindicato se mani- deu ao pedido da administração festar e os médicos cumprirem, municipal que reivindicava uma existe uma distância. A demissão alteração na sentença – a mesma é uma questão subjetiva, mas, se que considerou a greve ilegal. A permanecerem no Município, prefeitura queria que a Justiça têm que cumprir ordens”, afirma considerasse apenas o Sindicato o procurador. dos Servidores Municipais de CaApesar de ter desistido de me- xias do Sul (Sindiserv) como rediar as negociações entre sindi- presentante dos médicos do SUS, cato e prefeitura, o presidente do mas a juíza concedeu essa posição Conselho Regional de Medicina à entidade médica. do Estado do Rio Grande do Sul O Sindicato dos Médicos já (Cremers), Fernando Matos, afir- entrou com recurso para tentar ma que o atendimento a pacientes retomar o direito de fazer greve. na rede pública não deveria ser Com os prazos legais e as férias feito em carga horária fechada. forenses, porém, o processo deve “É uma questão de prioridade do chegar ao Tribunal de Justiça do gestor. Os médicos são mais cum- Rio Grande do Sul somente em pridores de tarefas do que traba- 2011. lhadores tradicionais. No Grupo Online | Leia a íntegra da carta do Conceição e no Hospital das ClíSindicato dos Médicos em www.ocaxiense.com.br nicas (em Porto Alegre, onde mé11 a 17 de dezembro de 2010
O Caxiense
5
6
O Caxiense
11 a 17 de dezembro de 2010
Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.
Desejos aeronáuticos
AGORA TEM QUE
DECOLAR guarda municipal Cristiano de Castro nunca andou de avião. Segurança do Aeroporto Regional Hugo Cantergiani, Castro apenas observa os aviões decolarem e pousarem todos os dias. “Pretendo andar. Quando tiver férias e um pouco de dinheiro no bolso”, planeja. É ele quem fica na porta da sala de desembarque impedindo que parentes afobados invadam o pequeno ambiente a fim de abraçar o viajante enquanto ele ainda está pegando a mala na esteira. É ele também que controla os ânimos dos nervosos que per-
te de terça-feira (7). Nem sempre foi assim. O Hugo Cantergiani, que opera desde 1987, já disponibilizou 13 voos diários, com cinco companhias aéreas: Varig, BRA, NHT, TAM e Gol. Hoje, só esta última opera em Caxias. “Sou funcionário do aeroporto há dez anos. Já passei por todas as crises. Uma vez, com mais voos, movimentava muito mais. Hoje a nossa região é de turismo e enfrentamos essas dificuldades. O aeroporto não tem estrutura, ouvimos muita reclamação. As pessoas de fora não entendem como uma região tão rica não tem um aeroporto adequado. A rodoviária é melhor”, resume o
faz parte do grupo que acredita portante: hoje, depois que o pasque a cidade precisava tanto da sageiro passa pela revista de mereforma do Cantergiani quanto tal, não pode mais voltar e usar o da construção de banheiro do saguão. um novo aeroporA ampliação vai to. Ele explica que “Hoje temos criar lugar para são R$ 2,3 milhões uma sala de check-in de cinco do governo do Es- estar, não de companhias. Atutado empregados embarque”, diz almente há apenas na obra, que vai auuma empresa, porJosé Henrique mentar a estrutura que em 2008 TAM em 25%. O saguão Elustondo, e Gol fizeram um e as salas de embar- administrador acordo definindo que e desembarque do Hugo que apenas a Gol ficarão maiores. Cantergiani operaria no aero“Hoje temos uma porto. “A coisa que sala de estar, não de eu mais quero é que embarque”, diz Elustondo, refe- tenha outras operadoras. Não é rindo-se ao espaço onde cabem avião que chama passageiro. É André T. Susin/O Caxiense
O
por VALQUÍRIA VITA valquiria.vita@ocaxiense.com.br
Com a ampliação do atual aeroporto aguardada para março e local definido para o novo, Caxias espera atrair mais companhias aéreas
Aeroporto Hugo Cantergiani, por onde passaram 172 mil pessoas em 2010, só tem três voos diários regulares deram o voo e descontam a frustração no aeroporto ou nos funcionários. “Já aconteceu”, relata. O fato é que, afora isso, nada de muito emocionante ocorre no Hugo Cantergiani – nome que homenageia um pioneiro da aviação civil brasileira, que morreu jovem em um acidente aéreo. Há três horários de movimento – nos três voos da Gol –, e Castro os conhece de cor: 11h, 15h20, 18h20. No restante do tempo o local é tomado por rostos entediados e silêncio, quebrado apenas pelo som dos walkie-talkies dos 12 funcionários ou de uma furadeira insistente utilizada na reforma do aeroporto. “Esse barulho não me incomoda. É só quando vão furar alguma coisa. Acho muito calmo aqui”, conta a secretária Juliana Nascimento, que teve tempo de desenhar um trabalho da faculdade de Design durante o expedien-
dono do café do aeroporto, Paulo Ligeiro. Duas ações para que o problema da falta de estrutura do Hugo Cantergiani seja resolvido estão sendo tomadas. Há quem diga que ambas se somam em benefício à população, enquanto outros consideram que uma faz a outra perder sentido. A primeira é a reforma do aeroporto atual. A segunda é o processo para a construção de um novo, em Vila Oliva, que deverá desativar o Hugo Cantergiani. As duas mudanças porém, exigem uma solução para a questão crucial: o desinteresse das companhias aéreas em operar em Caxias – que, por sua vez, leva passageiros a optarem pelo Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre.
sentadas apenas 35 pessoas. Outra novidade será uma sala vip, cuja falta já causou embaraços ao diretor, como na vez em que o governador de Santa Catarina precisou ficar horas esperando pelo avião no pequenino escritório da administração, junto com a mulher, a neta e o próprio Elustondo, que lhes serviu chocolate quente. O local que abrigará a sala vip, onde a reforma iniciou há quase um ano, deverá estar pronto em março de 2011, junto com o restante das obras. Hoje está ocupado por sacos de cimento, tijolos, pedreiros e um rádio que toca música sertaneja em cima de uma lata de tinta. Haverá também um mezanino coberto e climatizado para as pessoas observarem os aviões decolando – por enquanto, só a sala de embarque tem arJosé Henrique Elustondo, condicionado. E esta última vai diretor do aeroporto de Caxias, ganhar banheiros, um detalhe im-
www.ocaxiense.com.br
passageiro que chama avião. E temos passageiros aqui. Faltam as companhias. Desde que tenha preços e horários atrativos, para que ir a Porto Alegre?”, diz o diretor, salientando que as opções de voo existentes beneficiam quem vem de São Paulo. Quem chega da capital paulista em Caxias às 10h30 pode estar de volta às 20h30. Quem vai a São Paulo (destino principal dos voos regulares do Cantergiani, que também vão para Curitiba) não consegue retornar no mesmo dia para o aeroporto de Caxias. “Hoje a Gol tem aproveitamento médio de 70% nos voos aqui. Falta interesse das outras cinco operadoras, TAM, Webjet, Azul, Trip e Avianca. Óbvio que tem público”, reforça Elustondo. “A TAM saiu de Caxias e não voltou mais. Agora estamos negociando com outras. Já existe
11 a 17 de dezembro de 2010
O Caxiense
7
essa conversa e teremos novidades para o início do ano que vem. Mandamos correspondência para todas e temos algumas reuniões marcadas. Vamos ver se conseguimos trazer uma de volta”, conta o presidente da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC) de Caxias do Sul, Milton Corlatti, que é dono de uma agência de turismo. “São poucos voos hoje. A gente espera que venham mais companhias para cá, que tenha mais movimento”, aguarda Fernanda Camello, funcionária da revistaria do aeroporto.
Pela falta de opções, muitos passageiros preferem ir ao Salgado Filho. “Há desinteresse porque no nosso aeroporto tem sala de embarque que cabe menos passageiros do que no avião e na esteira não cabem todas as malas que vêm. Com essas incertezas, as pessoas vão a Porto Alegre”, afirma Corlatti. A instabilidade do clima caxiense agrava a situação. “Hoje estou partindo por Caxias para ir a Congonhas só porque não tive tempo de ir a Porto Alegre. Mas tive que me certificar que não estaria chovendo. Aqui, toda vez que desce é um susto”, diz o securitário Marcos Kafer. Além do empecilho da neblina, a pista do aeroporto de Caxias tem 30 metros de largura, quando o ideal seria 45, segundo Elustondo. “Com vento e chuva fica arriscado, mas dá para pousar”,
que voar de Caxias um dia antes. “Fica a 30 quilômetros do Centro, Nunca tem como saber, ao trazer é área muito próxima. Hoje, em cliente para Caxias, se ele chega qualquer cidade o aeroporto está vindo pelo aeroporto daqui.” longe. Não tenho dúvida que tereMesmo assim, Elustondo des- mos voos de Caxias para Buenos taca as melhorias pelas quais o Aires, aviões cargueiros direto aos Cantergiani já passou. Ele brinca pontos internacionais”, completa. e lembra do dia em que um burro Coronel estima que o número adentrou a pista, que não era fe- de passageiros em Vila Oliva será chada por cercas, em 1990, impe- em torno de 300 mil ao ano, já que dindo um pouso. E salienta tam- o aeroporto chamaria pessoas de bém a quase “internacionalização todas as cidades da região. Com por um dia”, na tentativa de um isso, ele anuncia um triste fim ao voo a Buenos Aires programada Hugo Cantergiani: “Quando o aepara setembro deste ano: “Não roporto estiver pronto, daqui a 10 saiu porque a Gol anos, vai ser desanão tinha aeronave tivado o aeroporto “Não é avião disponível”. de Caxias. Pode fique chama car descendo tecoForam anos de passageiro. É teco, mas com addiscussões e estudos passageiro que vento do novo não até que se chegasse à tem por que não chama avião. definição do futuro desativá-lo”. Aeroporto Regio- E temos Mesmo com o fenal da Serra em Vila passageiros chamento, Coronel Oliva – local anun- aqui”, garante diz que as reformas ciado pelo governo Elustondo atuais são plenaestadual no final de mente justificáveis: novembro. O diretor “Temos que ter aedo Departamento Aeroportuá- roporto. O Cantergiani continua rio do Estado (DAP), Fernando até ele ficar pronto. Mas é um proCoronel, acredita que a localiza- cesso longo”. André T. Susin/O Caxiense
Questionada sobre o interesse em voltar a operar em Caxias, a TAM, por e-mail, responde apenas que “sempre estuda a criação de novos voos de acordo com a demanda do mercado”. A Gol, sobre a possibilidade de aumentar o número de voos em Caxias, diz que está constantemente avaliando oportunidades no mercado local, “que é bastante importante para a companhia”. Entretanto, salienta que a procura atual “está em linha com as expectativas da companhia” e “a
Paulo na segunda-feira (13) pela manhã, por exemplo, partindo de Caxias custaria R$ 749. Saindo de Porto Alegre, seriam R$ 200 a menos. O mesmo voo pela TAM, também partido da capital gaúcha, seria ainda mais barato.
A área da ampliação, onde os pedreiros trabalham ao som de música sertaneja, ainda está repleta de materiais de construção oferta atende bem o mercado”. pondera o diretor. “Eu acho muito “Todos os voos são operados por melhor aqui do que um aeroporaeronaves Boeing 737-700 confi- to grande, a não ser quando não guradas para até 144 dá para pousar. No passageiros. Logo, inverno tem muito oferecemos 4.896 “Cerca de nevoeiro, mas daí 60% dos assentos semanais não é culpa do aede e para Caxias”, passageiros estão roporto”, defende o destaca a empresa, embarcando bancário Fernando que faz 17 voos seem Porto Alegre Eberhardt. manais, ida e volta. Para Corlatti, um Como o aeroporto pela certeza de aeroporto apare– por onde passa- que o voo vai lhado despertaria o ram 172 mil pesso- sair”, calcula interesse de outras as em 2010 – conta Milton Corlatti companhias aéresomente com uma as. “Cerca de 60% companhia aérea, as dos passageiros estarifas não são as mais acessíveis. tão embarcando em Porto AleConforme Elustondo, uma pes- gre pela certeza de que o voo vai quisa interna aponta que o trecho sair. Hoje (quarta-feira, que teve de Caxias-Congonhas é 33% mais manhã nublada em Caxias), por caro que Porto Alegre-Congo- exemplo, se tu tens um voo agennhas, e que Caxias-Curitiba custa dado, não tem como ter certeza 92% a mais do que Porto Alegre- que ele vai sair. Se tem um comCuritiba. Uma viagem para São promisso hoje em São Paulo tem
8
O Caxiense
11 a 17 de dezembro de 2010
ção favorecerá pessoas de toda a região que envolve Caxias, Bento Gonçalves, Farroupilha, Garibaldi, Gramado e Canela. “Será um aeroporto de grande porte, com aviões que transportarão uns 300 passageiros, com pista inicialmente de 3 mil metros, sendo ampliada mais adiante para 4 mil.” Entre os equipamentos que o aeroporto em Vila Oliva terá – e que o Hugo Cantergiani não tem – está um aparelho que ajuda o piloto em dias de neblina. “Não será um ‘aeroportozinho’. Não vai ter problema que tem no daqui, de não decolar por causa do mau tempo. No estudo que foi feito está bem colocado que Vila Oliva é a área com melhor visibilidade”, explica Coronel. “O nosso aeroporto não comporta aviões de grande porte, não é internacional. Com o novo teremos decolagens de Caxias pra o Mercosul”, empolga-se Corlatti.
No Hugo Cantergiani, porém, é grande a descrença que Vila Oliva comece a receber aviões daqui a uma década. “Acho que não vou estar na aviação quando ele estiver pronto”, diz Elustondo. “Eu já vou estar aposentado. Mas tomara que venha”, completa o gerente de infraestrutura do aeroporto, Evandro Comerlato. Ainda é cedo para discutir quais companhias vão operar no novo aeroporto, segundo Coronel. “Primeiro tem que sair do papel, tem que começar. Agora é uma cruzada”, afirma o diretor do DAP. A única empresa que já opera em Caxias, entretanto, já se manifestou negativamente quanto a isso: “A Gol está sempre avaliando novas possibilidades que agreguem resultados ao negócio e benefícios aos clientes. Contudo, não há planos de lançar operações no novo aeroporto da Serra”.
Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.
Carol De Barba/O Caxiense
Sempre na moda
CORINA
Corina Thereza Frigeri Wainstein ainda costura na velha Singer preta herdada da mãe
NA LINHA DO TEMPO
B
por CAROL DE BARBA caroldebarba@ocaxiense.com.br
ang! Enquanto lá fora borgistas e assisistas travam uma batalha sangrenta, lá dentro, em uma antiga casa de madeira de dois pisos, na caipora, hoje bairro de Lourdes, uma mãe luta para dar à luz. De repente, em meio aos tiros de chimangos e maragatos, ouve-se o choro comprido de uma criança que nasce em plena Revolução de 1923: Corina Thereza Frigeri. O destino é uma força tão presente na vida de Corina que até seu nome dava pistas de seu futuro. Será coincidência o fato de Corina ser uma palavra de origem francesa, o que remete a Paris, berço da moda? Coincidência ter nascido em um 15 de outubro, Dia do Professor, profissão que ela sonhava seguir mas teve de abandonar tão cedo, descobrindo assim a arte de costurar? Coincidências à parte, a única certeza é que essa mulher talentosa, cheia de amor, deixou uma marca na sociedade caxiense para sempre. E uma marca elegantérrima. Quem conhece a distinta Corina dos bailes ou se encanta com o capricho de seus vestidos nem sonha com o bicho-carpinteiro que ela tinha quando guria. Estava sempre de pé descalço. Pulava cerca, subia em árvore, se machu-
cava. Na rua da Igreja de Lourdes, descia zunindo de carrinho de lomba aquele morro onde hoje é a Urca. Nos dias quentes, caía de boca na fonte em que a nona, lavadeira, enxaguava pilhas de roupas todos os dias. Sua família era numerosa. A mãe teve 18 filhos. Mas a maioria acabou morrendo ainda criança, de desidratação, sarampo e essas doenças que, na época, pela falta de recursos, eram mortais. Dos 18, morreram 14. Sobreviveram Corina, Maria e um casal (hoje já falecido). Os estudos de Corina começaram no Orfanato Santa Terezinha, onde foi alfabetizada. Depois, estudou na escola municipal do Burgo. Era uma baixinha metida que, apesar de ajudar a arrecadar fundos para a igreja, não fugia da briga com os meninos mais fortes e atrevidos. E brigava mesmo. Principalmente se a chamassem de “Corina Frigideira”. Quando ela estudava no Burgo, como ainda não existiam muitas ruas abertas, o melhor caminho para chegar à escola era pelo Parque da Imprensa. Como era tudo mato, Corina se escondia atrás das árvores e ficava esperando os desafetos passarem para atacálos. Um dia, avançou em três de uma vez só. Voltou para casa com
www.ocaxiense.com.br
A trajetória da mulher que, aos 87 anos, continua vestindo a sociedade caxiense a roupa toda rasgada, mas, pelo A vida na Forqueta não era menos, bateu bastante. Na mes- fácil. A distância de Caxias pama noite, foi à novena na Gruta recia muito maior do que é hoje. de Lourdes. Chegando lá, os três Forqueta não tinha estradas nem meninos que ela surrara de ma- ruas, apenas o trilho do trem, e nhã a esperavam para dar o troco. mato, muito mato. Mas a casa de Dessa vez, não teve escapatória. Corina era uma das mais moderAlguns anos denas. Seu pai foi o pois, a família muprimeiro a construir dou-se para São Na infância, a uma cisterna para Pelegrino, e Corina distinta Corina dar a descarga nos começou a frequen- andava de pés banheiros, a passar tar o Colégio São descalços e cera no piso, a calçar Carlos. Fazia tamo entorno do terrevoltava com a bém aulas de datilono. Os vizinhos digrafia e preparação roupa rasgada ziam que a moradia de professores. Seu depois de brigas parecia uma igreja sonho era lecionar. com colegas de tão bonita. Pela manhã, tra- de escola A casa era grande, balhava enrolando de madeira, um piso meadas de seda em só, e a propriedade carretéis na fábrica de colchas também tinha um pomar. A mãe Scavino, Bertussi e Schio. Olha de Corina, sentada na velha máo destino aí, dando as caras no- quina Singer negra – que ainda é vamente: Corina fazia o serviço usada pela costureira –, fazia os mais porque gostava do que pelo papéis quadradinhos para embaordenado que recebia. lar os pêssegos que o pai vendia. Por volta de 1933, seus pais muAos 15 anos, Corina ainda condaram-se novamente, desta vez seguia conciliar os estudos em para mais longe, Forqueta, onde o Caxias e as idas para Forqueta. patriarca foi químico da Coope- Passava o período escolar em Carativa Vinícola Forquetense. Lá, xias e as férias lá. Porém, quando Corina cresceu e se tornou uma a mãe adoeceu gravemente, teve garota extremamente caprichosa. de largar os estudos para cuidar Cuidadosa com tudo, chegava a da casa e dos irmãos no interior. brigar com a irmã Maria por dei- Chegava a doer a tristeza da gaxar um grampo que fosse fora de rota, obrigada a deixar todos os lugar. sonhos para trás. 11 a 17 de dezembro de 2010
O Caxiense
9
como eu quero, Darwin!”. E assim foi. Corina dizia: “Darwin, coloca esse avental aí! E eu quero tudo com franjas de macramê!”. E ele: “Mas Corina, franjas de macramê, tu estás louca!”. “Eu quero fazer de macramê, Darwin, desenha isso aí e não reclama.” E ele desenhava. Depois de um tempo, a sintonia era tão grande que ela só telefonava, dizia como era a dona do vestido e o que ela queria e Darwin já aparecia com os croquis prontos no ateliê.
preferidos de Corina. Ela faz alta-costura, tem estilo, um corte perfeito que se derrama no corpo da mulher. Prima pelas linhas sóbrias e finas, que dão elegância à roupa, e não por grandes enfeites. É isso que marca um grande costureiro, dizem os entendidos. Quanto ao preço... ela diz que o vestido mais caro que já fez custou R$ 10 mil. Mas só porque o cliente estava disposto a pagar e porque “4 mil custaram só os bordados”. Se a pessoa não tem muito dinheiro, deixa de fora os bordados, que são mero detalhe. Corina não conta, mas “Quando entra as amigas revelam um vestido teu que a costureira no baile, Cora, também já fez vesé que nem uma tido de graça para muita gente. PrinMercedes. Os outros são todos cipalmente para da Festa fusquinhas perto candidatas da Uva.
Studio Geremia, Acervo pessoal/O Caxiense
Para a Festa da Uva, Corina trabalhou por mais de 40 anos. Fez vestidos de candidatas e o traje típico desde a oitava festa, de 1958, em que a soberana foi Zila Turra. Na maioria das vezes, em parceria com Darwin, até ele morrer. dos teus”, dizia Corina tinha tanto Willy Sanvitto Uma vez Coriamor por essa tarefa na fez um agrado que fez uma série de à mulher que lhe viagens à Europa para pesquisar vendia os figurinos, como eram as indumentárias italianas. Com- chamadas as revistas de moda. prou bonecas com trajes típicos Deu-lhe um costume Coco Chade todas as regiões, estudou cos- nel novinho. Tempos depois, outumes, plantios, festas de colheita. tra pessoa apareceu na coluna Tratava cada vestido para a Festa social, convidada para um casada Uva como se fosse um filho – mento, usando o mesmo traje. até hoje ela diz que gosta de todos Figurinos de moda foram uma Ari Cavalcanti, Acervo pessoal/O Caxiense
Acervo pessoal/O Caxiense
Porém, as más notícias Chanel – como se chamavam os eram apenas uma deixa para a tailleurs –, saias, blusas. Mas os reviravolta na vida de Corina. É vestidos de gala, debutante e noia partir desse momento que ela va, sem falar nos trajes típicos da também recebe as primeiras li- Festa da Uva, sempre foram seus ções na arte da costura. Com a preferidos. Há clientes que atramãe, aprende a fazer todo o tipo vessam gerações: começou com de roupas para os as mães, depois as fiirmãos. Treinava lhas, agora as netas. usando um len- “Dior? Chanel?”, Todas são mais suas çol velho, para não perguntaram amigas do que qualcorrer o risco de a Neda Triches quer outra coisa e a estragar o tecido. O sobre seu chamam, carinhosaprimeiro vestido foi mente, de Tia Corivestido. “Não. para a caçula Mana. Tia Cora, ou só ria, estampado de Em Caxias temos Cora, para as mais florzinhas e cheio nosso próprio íntimas. de fitinhas mimo- Dior: Madame Uma das maiores sas, mas com a cava Corina” frequesas é Neda, esdefeituosa. Corina posa do falecido exnão desistiu. Veio governador Euclides a Caxias aprender um corte com Triches. Corina fez o guarda-rouuma costureira da moda na épo- pa inteiro dela, mais de 70 trajes ca. Não adiantou. O corte da cos- completos. Quando a rainha Elitureira era do mesmo tamanho zabeth II visitou o Brasil, Euclides atrás e na frente, os seios ficavam fez parte da comissão que a recepachatados e a cava também não cionou. Uns dizem que foi a dama dava certo. A solução foi aprender de honra, mas, de acordo com sozinha, na persistência mesmo. outros, foi a própria rainha quem A partir daí, foi um passo para elogiou a roupa de Neda, perque fizesse seu primeiro vestido guntando qual costureiro famopara o mundo. Em 1953, sua irmã so teria feito aquele traje: “Dior? Maria foi Rainha dos Estudantes Chanel?”. “Não”, respondeu Neda. de Caxias. Corina aceitou o desa- “Em Caxias temos nosso próprio fio de vesti-la para a entrega do tí- Dior: é Madame Corina.” tulo, em um baile de gala no Juvenil. Mandou buscar tudo em São Na década de 50, Corina Paulo, pois na época não havia começou a fazer os vestidos das
Corina entre candidatas da Festa da Uva e em um retrato da juventude (C). À direita, seu primeiro vestido social, usado pela irmã, Maria muitos tipos de tecidos e enfeites nas lojas de Caxias. Comprou organdi suíço branco e flores. O modelo era cadeirão, com uma saia bem godê, mais curto embaixo e com um babado plissado. Para fazer algumas partes, improvisou um prato de sopa e um pires de chá como moldes. Ficou lindo de morrer. Quando chegaram no baile, os convidados eram só suspiros para o vestido de Maria. E ali mesmo, na festa, começaram a procurar Corina. No começo, ela dizia que que não iria costurar para os outros. Mas os pedidos foram tantos que acabou cedendo e não parou mais.
candidatas e soberanas da Festa da Uva, em parceria com o médico e artista plástico Darwin Gazana. Gazana era pediatra, mas sua verdadeira paixão era a arte. Pintava quadros, painéis, pratos, todo o tipo de objetos. Tinha talento para o desenho, fazia todo o projeto de figurinos e carros alegóricos do desfile da Festa da Uva. Os dois se conheceram em um baile para as Lojas Pernambucanas, que chegavam a Caxias. A loja fornecia os tecidos e Corina estava confeccionando os vestidos para as convidadas da festa. Quando Darwin foi ao ateliê de Corina ver a produção, ficou encantado com a habilidade da Corina fez todo o tipo de costureira. Ele mesmo fez a protrajes para toda a sociedade ca- posta: “Quero desenhar para ti”. xiense. Casacos, costumes Coco Ela topou: “Mas tem que ser tudo
10
O Caxiense
11 a 17 de dezembro de 2010
do mesmo jeito. Porém, na década de 90, uma nova comissão assumiu o evento e julgou que não poderia pagar o preço de Corina. Ela ficou muito chateada. Os mais atentos sentiram a falta das mãos de Corina na roupa das soberanas. Até o senador Pedro Simon, amigo da praia (os dois são vizinhos em Rainha do Mar), comentou com Maria, irmã da costureira: “Quem foi que fez aqueles vestidos? Não foi a Corina, né?”. O advogado Willy Sanvitto, falecido em março, sempre dizia: “Quando entra um vestido teu no baile, Cora, é que nem uma Mercedes. Os outros são todos fusquinhas perto dos teus”. Os amigos mais próximos só a comparam a costureiros como o italiano Valentino – um dos
novidade que Corina trouxe para Caxias. Como atriz e responsável pelas fantasias no teatro da Aliança Francesa, ela sabia do sucesso das revistas na França e passou a encomendá-las a quem viajasse para lá. Esses figurinos eram publicações que ensinavam o modo de fazer cada peça e traziam os moldes necessários. Deles, Corina tirava muitas ideias e garimpava as novidades, mas nunca copiava nada porque, sabe, sempre pode surgir alguém com a roupa idêntica. Quando Sirlei Cantergiani foi rainha do Juventude, procurou Corina com uma foto da Miss Colômbia, que tirara de uma revista, e pediu: “Eu quero esse aqui, igualzinho”. Corina alertou: “Olha, tu sabes que eu não faço
Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.
www.ocaxiense.com.br
André T. Susin/O Caxiense
essas coisas, sempre pode apa- Tem um par de brincos de brirecer um igual”. Mas Sirlei não lhante e platina, pequenos, clássiquis saber, e Corina cedeu. Foi a cos, que não tira nunca. Também pior coisa que poderia ter feito. tem adoração por obras de arte. Na véspera do baile, conversando As paredes do seu apartamento com a rainha que passaria a faixa, são lotadas de quadros. Há ainda Zila Turra, as duas descobriram duas mesas reservadas às escultuque tinham copiado ras. Fazem parte de exatamente o messua coleção nomes mo vestido. Depois Simples no como Iberê Camardessa, dizia Corina, dia a dia, go, Ado Malagoli, nunca mais. Siron Franco, CláuCorina cultiva dio Maciel, Baruch, alguns hábitos O sucesso de Paiva, Sorefinados, como Marília Corina se espalhava brera, Pietrina, Rita pelo Estado. Vinha usar só joias Brugger, Beatriz gente de Vacaria, verdadeiras Caruso, Carmela Lagoa Vermelha, e colecionara Gross, entre outros. Passo Fundo, Bom obras de arte O Iberê é da série Jesus, Carazinho. Carretéis, de 1975. As mulheres diziam De Maciel, Corina que não podiam morrer sem ter tem uma litografia que integra um vestido da Corina. uma série de 10 cópias. As outras Se tivesse sido professora, pro- nove foram compradas por Gevavelmente não teria conseguido raldine Chaplin, filha do cineasta superar todos os obstáculos que Charles Chaplin. enfrentou na vida. O salário não O quadro de Carmela Gross daria para ajudar seus três irmãos também tem uma boa história nem para sustentar os meio- para contar. Corina adquiriu-o irmãos, filhos do segundo casa- numa exposição. Percebeu a caixa mento do pai. Ele morreu jovem, da obra num canto e pediu que a e a madrasta era muito simples, abrissem. Quando viu o quadro pobre, analfabeta. Corina teve – era o projeto de uma cidade – que assumir a educação de qua- apaixonou-se e arrematou-o na tro crianças de nove, sete, cinco hora. Um tempo depois, Bernare três anos. Elas deram trabalho, dino Conte, fundador do jornal mas Corina as trazia no cortado, Pioneiro, foi visitá-la em Rainha como se diz. Hoje, dois são enge- do Mar e chegou com a novidade: nheiros, uma é odontóloga e ou- “Cora! Tu estás no Jornal do Bratra realizou o sonho da costureira: sil!” Corina não entendeu nada. é professora. “Como assim?” “Tu foste a única Como se não bastasse, ainda pessoa no Rio Grande do Sul inajudou na criação dos sobrinhos. teiro que comprou um quadro da Um deles, o cirurgião plástico Carmela Gross.” Alexandre Horn, que inventou para ela o apelido de Tia Didi, só Outra coisa que enfeita o se tornou médico porque Cori- ateliê, além das fotos dos sobrina o convenceu a deixar de lado nhos, são os prêmios. É o Dedal a ideia de ser piloto. Ela dirige de Ouro, a Tesoura de Ouro e o desde 1959, tempo em que isso Troféu Caxias 109 de moda. Em era incomum para uma mulher março de 2010, ela fez as pazes solteira. Alexandre ainda dispu- com a Festa da Uva ao ser hometa provas automobilísticas nas nageada com a exposição Corina, horas vagas e vê orgulhoso a tia, elegância e tradição nos figuricom mais de 80 anos, continuar nos da Festa da Uva, organizada pegando no volante para passear pela pesquisadora e especialista nos carros que lha dá de presente. em indumentária da UCS Véra Por conta dos compromissos Stedile Zattera e pela diretora que assumiu desde cedo com a do Departamento de Memória família, Corina demorou a casar. e Patrimônio Cultural, Liliana Quando conheceu Morche Leib Henrichs, no Museu Municipal. Wainstein, em Rainha do Mar, Também é uma das personagens já tinha idade avançada para en- do documentário Criadoras de frentar uma gravidez. Nos anos Moda de Caxias do Sul, dirigido 60, engravidar depois dos 40 anos pela jornalista Viviane Salvador, era considerado um risco muito que deve ser finalizado ainda este grande. Assim, só ficou com Mor- ano. Olhando esses símbolos do che porque acordaram em não ter reconhecimento, os olhinhos de filhos. Judeu, ele lutou muito com Corina Thereza Frigeri Wainstein a família para que aceitassem seu brilham. Sua vida é costurar. Aos casamento com uma católica. Co- 87 anos, sente-se aflita quando rina costurou seu próprio vestido não tem o que fazer. de noiva, usado na cerimônia ceEla remoça e renasce em cada lebrada apenas no civil. traje que confecciona. Corina é assim, tem que produzir sempre, Corina faz todas as suas senão o tempo passa. O tempo roupas e, embora não seja muito pode até passar, mas as criações vaidosa no dia a dia, tem alguns da costureira que veste há mais de hábitos requintados. Por exem- meio século as mulheres da socieplo, usar apenas joias verdadeiras. dade caxiense serão eternas.
A costureira hoje atende até as netas das primeiras clientes 11 a 17 de dezembro de 2010
O Caxiense
11
Guia de Cultura
por Carol De Barba | guiadecultura@ocaxiense.com.br Jota Junior, Divulgação/O Caxiense
Cinema | A Rede Social
O mito da criação do Facebook por Carol De Barba
Se você quer saber a história do Facebook, não vá ao cinema ver A Rede Social – porque não é um documentário. Se procura um filme com personagens interessantes, atores cujo desempenho impressiona, conflitos psicológicos, lições de empreendedorismo, análise da tal geração Y, com um ritmo que prende a atenção e boa trilha sonora, não perca tempo. Para narrar como Mark Zuckerberg torna-se o mais jovem bilionário do planeta, o longa atropela o espectador de informações. Flashbacks, cenas entrecortadas por ações paralelas, diálogos em que se discutem mais de dois assuntos ao mesmo tempo – como se as conversas fossem cheias de parenteses e links –, tornam o andamento do filme quase tão alucinante quanto alguns momentos de Clube da Luta, uma das obras-primas do diretor David Fincher. Méritos para o ator Jesse Eisenberg na criação do protagonista, um jovenzinho irritante de tanto orgulho e arrogância, na maioria das vezes verdadeiramente genial, outras tão influenciável que parece ingênuo. A carga emocional, imprescindível em qualquer blockbuster, fica por conta de Andrew Garfield (o próximo HomemAranha), que interpreta Eduardo Saverin, o amigo traído. O astro pop Justin Timberlake impressiona como Sean Parker, o criador do Napster, pintado pelo filme como um playboy geek que se considera o Che Guevara da indústria fonográfica. Falando em música, vale a pena deixar os ouvidos bem abertos à trilha sonora de Trent Reznor (do Nine Inch Nails), que cria um certo clima de suspense e angústia. Destaque para a mistura de sons da sequência em que Zuckerberg volta de um pub para seu alojamento em Harvard, após ser dispensado por Erica, pronto para descarregar sua raiva no site Facemash, que comparava as garotas da faculdade. O arranjo de Reznor para a clássica In the Hall of the Mountain King, de Peer Gynt, tem a exata quantidade de drama necessária para a cena da derrota dos gêmeos Winklevoss – da outra turma que processa Mark por roubo de propriedade intelectual – na competição de remo. O roteiro de Aaron Sorkin (da série The West Wing) passa longe de ser superficial e, numa análise mais profunda, é um grande tratado sobre ética, desejos e conflitos da juventude americana. Na última semana, foi premiado pela Associação Nacional de Críticos de Cinema dos Estados Unidos e tem grandes chances de agradar a Academia no Oscar 2011. No fim das contas, A Rede Social é muito mais do que um filme sobre o Facebook. É a história de um jovem gênio confuso, redimido da acusação de roubar ideias. Prova que todo mito da criação exige um vilão.
12
O Caxiense
InPeça faz a última apresentação do Show de improvisos e prepara novos projetos para 2011
CINEMA Recomenda l A rede social | Drama. 16h10, 18h50 e 21h20. | Iguatemi Dirigido por David Fincher. Com Andrew Garfield, Jesse Eisenberg e Justin Timberlake. 14 anos. 117 min., leg.. l As Crônicas de Nárnia – A Viagem do Peregrino da Alvorada | Aventura. 14h, 16h30, 19h, 21h40; 13h e 19h40 (3D) e somente segunda (13), 16h30, 19h e 21h40; 19h40 (3D) dub., 22h10 (3D) leg. | Iguatemi No terceiro capítulo da saga, os irmãos Edmundo e Lúcia Pevensie retornam à Nárnia, acompanhados pelo primo Eustáquio Mísero. Lá, eles encontram o príncipe Caspian, que agora é Rei, e partem, a bordo no navio Peregrino da Alvorada, em busca dos Sete Lordes Desaparecidos de Telmar. Depois de quase ser cancelada e trocar de estúdio (da Disney para a Fox), a promessa é que, nas mãos de Michael Apted (007- O mundo não é o bastante), a série ganhe mais cenas de ação e o clima fantástico dos ambientes seja melhor explorado, principalmente na versão em 3D. Com Ben Barnes, Skandar Keynes e Georgie Henley. 10 anos. 115min.
bus | Drama. Terça (14), às 20h. | UCS O sertão nordestino, em 1942, é o cenário do encontro de dois homens de mundos diferentes: o alemão Johann (Peter Ketnath), fugido da 2ª Guerra Mundial, que dirige um caminhão e vende aspirinas pelo interior do país, e Ranulpho (João Miguel), um homem simples que, após ganhar uma carona de Johann, passa a trabalhar como seu ajudante. Viajando de povoado em povoado, a dupla exibe, para pessoas que jamais tiveram a oportunidade de ir ao cinema, filmes promocionais sobre o remédio “milagroso”. O filme foi premiado em Cannes e escolhido para representar o Brasil no Oscar 2007. Será exibido no Projeto Cinéfilus. A entrada custa R$ 3 e é aberta à comunidade. Dirigido por Marcelo Gomes. Com Peter Ketnath, João Miguel, Hermila Guedes e Oswaldo Mil. 14 anos. 99 min.
l Quando o tempo da reflexão acabar | Curta. Quarta (15), às 20h | Ordovás O trabalho do diretor caxiense Vinícius Guerra foi financiado pelo Financiarte, selecionado pelo Festival de Cinema de Gramado, exibido na Mostra Gaúcha de 2010 e na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, também em 2010. Foi filmado em Caxias e toda equipe que trabalhou na produção também é da cidade. Após, será exibido outro trabalho l Cinema, aspirinas e uru- do cineasta, filmado em Paris e no
11 a 17 de dezembro de 2010
interior da França, que é resultado de uma residência de arte com bolsa financiada pela Unesco. Após a exibição haverá um papo informal para confraternização com equipe e público. INGRESSOS - Iguatemi: Segunda e quarta-feira (exceto feriados): R$ 12 (inteira), R$ 10 (Movie Club Preferencial) e R$ 6 (meia entrada, crianças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos). Terça-feira: R$ 6,50 (promocional). Sexta-feira, sábado, domingo e feriados: R$ 14 (inteira), R$ 12 (Movie Club Preferencial) e R$ 7 (meia entrada, crianças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos). Sala 3D: R$ 22 (inteira), R$ 11 (estudantes, crianças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos) e R$ 19 (Movie Club Preferencial). Horários das sessões de sábado a quinta – mudanças na programação ocorrem sexta. RSC453, 2.780, Distrito Industrial. 3209-5910 | UCS: R$ 10 e R$ 5 (para estudantes em geral, sênior, professores e funcionários da UCS). Horários das sessões de sábado a quinta – mudanças na programação ocorrem sexta. Francisco Getúlio Vargas, 1.130, Galeria Universitária. 3218-2255 | Ordovás: R$ 5, meia entrada R$ 2. Luiz Antunes, 312, Panazzolo. 3901-1316.
AINDA EM CARTAZ – O Fada do Dente. Sábado (11), 14h. Cinema no Bairro – Bairro Pôr do Sol. | Enfim Viúva. Comédia. De quinta (9) a domingo (19), 20h. Ordovás | Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 1. Aventura. (dub.) e 13h30, 18h30, 21h30 (leg.). Iguatemi | Megamente. Animação. 13h50, 16h40, 19h10 (dub.). Iguatemi | Megamente (3D). 15h30, 17h40 (leg.). Iguatemi | Tropa de Elite 2. Policial. 14h10, 16h50, 19h20, 21h50. Somente na segunda (13), os horários mudam para 16h50, 19h20,
Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.
21h50. Iguatemi. 17h e 19h30, O grupo formado por Maria sem sessão às 19h30 na terça (14). Cleuza Gobetti, Marisa Schaefer, UCS | Cibele Tedesco, Luiza Virgínia Caon, Tadiane Tronca, Beatriz Saretta, Jane Zanonato faz um resgate e homenageia alguns dos mais importantes compositores brasileiros, como Lupicínio Rodrigues, Tom Jobim, Chico BuarMÚSICA que e Vinícius de Moraes. Partil No Mundo Maravilhoso cipação dos músicos convidados da Disney | Terça (14), 20h | Gilberto Salvagni, Nino Henz, Espetáculo da Academia de Rosa Amélia e Luiz Ortiz. IngresMúsica Johann Sebastian Bach. sos antecipados no Serviço de Na primeira parte da apresenta- Atendimento ao Cliente do Sesc. ção, as crianças executam no pia- Teatro do Sesc no e teclado músicas que estão na R$ 5 comerciários/estudantes/sêtrilha sonora dos filmes Disney. nior, R$ 10 público em geral | MoO figurino também homenageia reira César, 2.462 | 3221-5233 os queridos personagens das histórias infantis. Na segunda parte, músicas natalinas. O recital é di- TAMBÉM TOCANDO – Sábarigido pela profª. Eda Paternoster. do: Agente Ed. 22h. Pop e Rock. Casa da Cultura Mississippi. 3028-6149 | O LegaEntrada franca | Dr. Montaury, do. MPB, Samba e Samba Rock. 1.333 | 3221 – 3697 21h30. Zarabatana. 3228-9046 | Blindsnake. Tributo a Whitesl Bob Stroger | Quarta (15), nake. Vagão Classic. 9136-5071 | 22h | Audiotronic. Pop. 23h. La Boom. Direto de Chicago, Bob Stro- 3221-6364 | John e Os Travoltas ger vem a Caxias para uma apre- + Overkiss. Pop rock. 23h. Sansentação especial. Inspirado por to Graal. 3211-1873 | Acústico Howling Wolf e Muddy Waters com Vini e Isack + Dan Ferreti. – com quem acabou tocando, 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Disdepois – o baixista começou sua corama. Eletrônico e anos 80. discografia com o single de Eddie Pepsi. 3419-0900 | Banda Flash King, em 1965. É considerado um Back + DJ Eddy. 23h. Portal Bodos grandes mestres do blues. wling. 3220-5758 | Rafael Poletto Mississippi Acústico. Tributo a John Lennon. R$ 20 (feminino) e R$ 30 (mascu- 22h. Leeds Pub. 3238-6068 | The lino) | 3028-6149 Best Party In Town. DJ Luciano Mayer e DJ Vanucci. Pagode Recomenda e sertanejo universitário. 23h. l Vocal sem Batuta | Sexta Move. 3214-1805 | DJ Fran Bor(10) e sábado (11), 20h | tolossi. Eletrônico. 23h. Havana.
3224-6619 | Rutera + Mike Gui. 23h. Aristos. 3221-2679 | Sunny Music. Embalos de sábado à noite. 23h. Vagão Bar. 3223-0007 | DJ B1. Sertanejo Universitário. 22h30. Badulê. 3419-5269 | Domingo (12): DJ Fumaça. 17h. Zarabatana. 3228-9046 | Uncle Cleeds & J.A Harper. Blues. 22h. Mississippi. 3028-6149 | Terça (14): Fabiano Mittidieri & Décio Caetano. Blues. 22h. Mississippi. 3028-6149 | Acústico com Mark e Caldo. Pop Rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Quarta (15): IV Allegro Guitar Festival. 20h. | Banda Graal. Pop Rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Mark e Wood. Acústico. 20h. Vagão Classic. 9136-5071 | Quinta (16): IV Allegro Guitar Festival. 20h. Blueslave. Blues. Mississippi. 3028-6149 | Ana Jardim e Mairon de Carvalho. MPB. 20h. Aristos. 3221-2679 | Banda Disco. Pop rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Banda Sul Mania + DJ Eddy. Sertanejo universitário. 23h. Portal Bowling. 3220-5758 | H5N1. Pop Rock. Acústico. 20h. Vagão Classic. 9136-5071 | Sexta (17): Blackbirds. Rock. 22h. Mississippi. 3028-6149 | Mike Gui – Brás. Reggae. 21h30. Zarabatana. 3228-9046 | Festa Havaiana. Fliperamas, Por Natureza, Natural Dread, DJs Perturba e Bysurf. 23h. Aristos. 3221-2679 | Ana Paula Chedid e Lazaro Nascimento. MPB. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Zé Bitter Rock. 20h. Vagão Classic. 9136-5071 | Natal do Metal. Grinder Torvo Hell Dreamers Metallica Cover. 23h. Vagão Bar. 3223-0007 |
BAZAR l Leeds Bazar | Sábado (11), 15h | Leve suas roupas, calçados, bijuterias, acessórios, livros e outras peças interessantes para negociar. Leeds Pub Entrada franca | Os 18 do Forte, 314 | 3238.6068
LITERATURA l Livro: Objeto de Desejo | Terça (14), 19h | O tema será debatido pelos escritores Eduardo Dall’Alba, Gilmar Marcilio, Márcia Tolotti, Marcos Kirst, Monica Montanari e Tadiane Tronca, mediados pela coordenadora do Programa Permanente de Estímulo à Leitura (PPEL), Luiza Motta. Belas Letras Entrada franca | San Pelegrino Shopping Mall | Av. Rio Branco, 425 | 3029-0351
TEATRO l Auto de Natal | Sábado (11), 20h | A peça da Cia. Tem Gente Teatrando integra a programação do Natal Brilha Caxias 2010. Parque dos Macaquinhos Entrada Franca
ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
PODER JUDICIÁRIO
Edital de Citação
1ª Vara Cível - Comarca de Caxias do Sul.
Prazo: 30 (trinta dias. Natureza: Anulatória. Processo: 010/1.07.0009814-6 (CNJ:.0098141-24.2007.8.21.0010). Autor: Fras-Le S.A. Réu: Epoxy Serviços e Comércio Ltda. Objeto: citação de Epoxy Serviços e Comércio Ltda, atualmente em lugar incerto e não sabido, para, no prazo de quinze (15) dias, a contar do término do presente edital (art. 232, IV, CPC), contestar, querendo, a presente ação, ciente de que, em não o fazendo, serão tidos como verdadeiros os fatos articulados pelo autor na inicial. Caxias do Sul, 01 de novembro de 2010. SERVIDOR: Miriam Buchebuan Lima, Ajudante Substituta. JUIZ: Darlan Élis de Borba e Rocha. ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
PODER JUDICIÁRIO
Edital de Citação - Cível
4ª Vara Cível - Comarca de Caxias do Sul
Prazo de: 20 (vinte) dias. Natureza: Sustação de Protesto. Processo: 010/1.05.0027238-0 (CNJ:.0272381-60.2005.8.21.0010). Autor: Walter Sirtoli. Réu: Naloy Comercial Ltda. Objeto: CITAÇÃO de Naloy Comercial Ltda, atualmente em lugar incerto e não sabido, para, no PRAZO de CINCO (05) dias, a contar do término do presente edital (art. 232, IV, CPC), contestar, querendo, e, não o fazendo, serão tidos como verdadeiros os fatos articulados pelo autor na inicial. Caxias do Sul, 23 de novembro de 2010. SERVIDOR: Osmar Cezar da Silva. JUIZ: Cláudia Rosa Brugger.
www.ocaxiense.com.br
11 a 17 de dezembro de 2010
O Caxiense
13
No espetáculo da Escola de Dança Tablado Andaluz, as quatro fases da lua serão representadas no cenário, na iluminação, nos figurinos e no Flamenco. Participação de sete músicos e da bailarina Lisiane Sfair, que iniciou seus estudos em Caxias e hoje está no Conservatório de Dança de Madrid. Coordenação de Gisele e Karime Domit e Daniela de Oliveira. Casa da Cultura R$30 e R$15 (estudante e sênior) | Dr. Montaury, 1.333 | 3221 – 3697
Produção das Unidades de Dança, Música e Teatro da Secretaria da Cultura. Clube Juvenil Entrada Franca | Av. Júlio, 1.677, esq. Dr. Montaury | 3901-1381
NATAL
PROGRAMAÇÃO: Sábado (11): Concerto Caxias do Som de Natal. Orquestra de Sopros de Caxias do Sul. 20h. Igreja Matriz de Galópolis | Fazenda Souza – Um Natal de Luz e Fartura. Desfile, shows e distribuição de balas pelo Papai Noel. 20h. Avenida Dante Marcucci | Galópolis – V Magia de Natal no Vale Iluminado. Concerto da Orquestra de Sopros de Caxias do Sul. 20h. Praça Matriz | Santa Lúcia do Piaí – Natal Esperança 2010. Natal da Criança. 15h. Praça Central. Missa Ação de Graças. 20h30. Igreja Matriz. | Domingo (12): Galópolis – V Magia de Natal no Vale Iluminado. Apresentação musical de cantos líricos com Jota Junior (tenor) e Sandra Fisch (soprano). 21h. Praça Matriz. | Natal Gaúcho. 25ª Região Tradicionalista. 15h. Parque dos Macaquinhos | Segunda (13): Leituras de Natal: compartilhando sonhos e esperanças. 15h. PPEL – Secretaria de Cultura. 39011381 | Quarta (15): Leituras de Natal: compartilhando sonhos e esperanças. 15h. PPEL – Secretaria de Cultura. 3901-1381 | Sexta (17): Distribuição de brinquedos e balas para as crianças. 18h. Forqueta | Galópolis – V Magia de Natal no Vale Iluminado. Apresentação de dança com a Academia Energia. 21h. Praça Central.| Natal Gaúcho. 25ª Região Tradicionalista. 15h. Parque dos Macaquinhos | Fazenda Souza – Um Natal de Luz e Fartura. Encenação Natal Gaúcho, shows e distribuição de balas pelo Papai Noel. 17h. Praça Central |
l 1ª Feira de Natal do Artesanato Caxiense | Diariamente, das 12h às 20h | A feira abre na quarta (15) com a participação de 12 associações de artesãos. O Banco de Vestuário de Caxias do Sul também estará presente com uma exposição de peças de confecção e tear. Haverá estacionamento e praça de alimentação com produtos artesanais. Estação Férrea Entrada franca | Estacionamento da Estação Férrea (ao lado da Secretaria da Cultura) l 7º Natal na Praça | Quarta (15), das 9h às 21h | Além da benção dos freis capuchinhos, abertura com a banda Santa Cecília, apresentações com mensagens natalinas cantadas, coreografadas, corais e conjuntos musicais. Participação de Stella Alpina, Cléber Brizotto, Irmãos Schilikmann, Padre Ezequiel Dal Pozzo e encenação do presépio, às 18h, com Inês Rizzardo. Praça Dante Alighieri Entrada Franca | 9902-6867 l Noite Encantada | Quinta (16) e sexta (17), 20h30 | Cerca de 120 crianças e adolescentes de seis entidades assistenciais formam um grande coral nas janelas do prédio histórico do Clube Juvenil. No repertório, além das tradicionais canções natalinas, diferentes gêneros musicais, como gaúcho e rap. Roteiro de Ana Fuchs e Pablo Damian.
l Natal Brilha Caxias 2010 | Sob o tema Embarque no espírito desta estação, as atividades do Brilha Caxias iniciaram no dia 17 de novembro e seguem até 19 de dezembro. Veja abaixo a programação da semana para Caxias e interior.
Andréia Copini, Divulgação/O Caxiense
Luiz Chaves, Divulgação/O Caxiense
Recomenda ticas de Caxias do Sul (Amarp) marca a inauguração da nova sede l Show de Improvisos | Sába- do acervo e da Galeria de Artes do (11), 20h do Centro Municipal de Cultura Grupo In Peça faz a última Dr. Henrique Ordovás Filho. A apresentação do espetáculo que abertura é na terça (14), às 18h, e interage com a plateia no formato a visitação abre na quarta (15). de competição de improvisação. Galeria do Ordovás Em dois anos de trabalho, mais Entrada franca | Luiz Antunes, de 7,5 mil pessoas aplaudiram a 321 | 3901-1316 proposta em cerca de 50 apresentações em Caxias e região. Para AINDA EM EXPOSIÇÃO: Aves 2011, novos projetos. do Sul. Cristiano Dalla Rosa. Casa de Teatro De terça a sextas-feira, das 8h às R$ 20 na hora e R$ 10 (antecipa- 11h30 e das 13h30 às 18h, e sádo, estudantes e sênior) | Olavo Bi- bado, das 9h às 11h30. Museu de lac, 300 | 3221-3130 Ciências Naturais – UCS. 32182100 | Diversidade Cultural nos Recomenda Trilhos da História de Caxias do l Ao Quadrado | Domingo Sul. Antônio Carlos Lorenzet(13) e segunda (14), 20h30 | ti. De segunda a sexta, das 10h A Cia2 – Grupo de Teatro retor- às 16h. Prefeitura. 3218-6000 | na aos palcos com o espetáculo, Exposição de Arte Natal Luz da que estreou em julho de 2010. Su- Vida. Francielle Telles. De seguncesso de crítica, a peça é resultado da a domingo, das 8h às 20h. Sesc. do projeto independente Novos 3221-5233 | Laboratório 2010, Diretores, em que o próprio elen- dos alunos da Disciplina Arte e co escreveu e dirigiu as cenas. Pesquisa. Até segunda(13), das Teatro do Sesc 8h às 22h. Hall superior do CamR$ 20 e R$ 10 (estudantes, sênior e pus 8. 3289-9000 | Identidades quem contribuir com um brinque- Simultâneas: imagens de um do para doação) | Moreira César, lugar ou de lugar qualquer. Si2462 | 3221-5233 mone Rosa. De segunda a sábado, das 10h às 19h30, e domingo das 16h às 19h. Catna Café. 3212EXPOSIÇÕES 7348 | Mostra dos Trabalhos da l Aos Mestres | De terça a sá- Oficina de Artesanato do Distribado, a partir das 17h | to de Criúva. De segunda a sexta, Os artistas Giovana Mazzochi e das 8h30 às 18h30, e sábado, das Marcos Clasen homenageiam os 8h30 às 12h30. Espaço Cultural grandes mestres da arte. São pin- do Ipam. 3222-9270 | Mulher... turas a óleo e acrílica, aquarelas, no coração, no cérebro e... na fotografias e desenhos que fazem madeira. Bob De Grandi. De sereferência a períodos, pensamen- gunda a sexta, das 8h30 às 18h, e tos e estilos que influenciam as sábado, das 10h às 16h. Galeria produções. Na vernissage, que Municipal. 3221-3697 | acontece na terça (14), será lançado e distribuído o Calendário DANÇA com Arte 2011, ilustrado com os trabalhos. l Escola Preparatória de Galeria em Transição Dança e Projeto ViraAlata Entrada franca | Junto ao Boteco | Sábado (11), 17h30 | 13, no Largo da Estação Férrea | A aula aberta da Escola Prepa3221-4513 ratória de Dança (EPD) integra a programação do Natal Brilha Cal Tempo Revisitado | De terça xias 2010. a sexta, das 9 h às 19 h, sábado e Parque dos Macaquinhos domingo, das 15 h às 19 h | Entrada franca Com curadoria de Odete Garbin, a exposição de obras do l Noches de Luna | Sábado Acervo Municipal de Artes Plás- (11) e domingo (12), 20h30 |
Amarp inaugura galeria e sala de reserva na terça (4). Na quinta (16) e sexta (17), crianças fazem coro natalino nas janelas do Juvenil
14
O Caxiense
11 a 17 de dezembro de 2010
Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.
Artes artes@ocaxiense.com.br
Ângelo Coffy (Adiraphaeli) | Negro Olhar |
A roupa surrada, a pele castigada e o andar sem rumo são apenas indícios para a primeira aproximação de Ângelo com os personagens de um trabalho que o fotógrafo recém iniciou. Antes de cada retrato, de uma série que mostra a realidade da vida na rua, Ângelo conversa com os mendigos, derruba as barreiras. As histórias quase sempre têm os mesmos enredos: abandono, descaso, tragédias. As fotografias que Ângelo busca não apostam na riqueza dos cenários e dispensam o uso da cor. Em preto e branco, o fotógrafo reforça os traços do rosto, destaca o olhar. Mendigos posam sem fazer pose. E os olhares vazios são mais reveladores do que as histórias que contam. Os sofrimentos que as conversas descrevem são silenciosos, acanhados, quase mudos. As imagens, no entanto, gritam.
poemeto
O
sem nome por MARCELO MUGNOL
beijo do velho não tira o verme do ventre; não devolve a lucidez às baratas em redemoinho lambendo a ferida; não varre pra longe a faca banhada em sangue; nem mesmo se vestisse o manto cândido das beatas puras e trancafiadas pelo amargo sorriso de deboche; nada, nunca o amor; não silencia as hienas famintas; nem mesmo se parasse de beber cachaça de
mel à sombra das castanheiras; numa das mãos um cetro de madeira retorcida, na outra, três chifres de alce; amor é blasfêmia; desejo, o coice do alce e a mordida da hiena; nem por isso, o velho deixa de lamber as feridas; caquético, alterna os velhos versos da ira de Atenas com o sorriso de deboche do coisa-ruim vendo Caim e Abel duelando na favela; se o porre
www.ocaxiense.com.br
de quase morte vale uma a vida, o velho tem mais sete pra nascer; tragado pelo dilúvio, cospe a bílis, jorram da boca também os dentes; a gagueira é só um subterfúgio; ensandecido de amor e ódio, amamenta a prole com um ruidoso tapa na cara; era só um caroço debaixo do silicone; nada grave, não fosse a morte; o beijo do velho não devolve a vida ao ventre.
Participe | Envie para artes@ocaxiense.com.br o seu conto ou crônica (no máximo 4 mil caracteres), poesia (máximo 50 linhas) ou obra de artes plásticas (arquivo em JPG ou TIF, em alta resolução). Os melhores trabalhos serão publicados aqui.
11 a 17 de dezembro de 2010
O Caxiense
15
André T. Susin/O Caxiense
Na última sexta (10), a professora Heloísa Feltes, com pós-doutoramento em Linguística, recebeu a Medalha do Mérito Jubileu de Prata por 25 anos de atuação na UCS. Heloísa é autora e co-autora de diversas obras na área, todas esgotadas. Atualmente realiza pesquisa em convênio internacional entre UCS, UFC e Open University - Milton Keynes (Inglaterra) ligado ao projeto Living with Uncertainty: Metaphor and the dynamics of empathy in discourse. A professora é reconhecida pelos alunos pela exigência, momentos descontraídos e explicações que mesclam Filosofia e Física Quântica.
André T. Susin/O Caxiense
André T. Susin/O Caxiense
por Paula Sperb e Marcelo Aramis
A tapioca que Margarete vende no brique da Praça Dante Alighieri não se encontra na Bahia. Na Banca da Pretinha os recheios são como a própria: orgulhosamente gaúchos, com tempero caxiense. A receita que ela aprendeu com uma colega baiana, ganhou mais queijo, calabreza, charque e bacon. Não fosse a goma de mandioca – mais fina do que a original – a tapioca caxiense passaria por calzone. Quem compra tapioca na banca, que também vende acarajé com menos pimenta, tem direito a aula sobre a cultura e a culinária baiana. Gostar do que faz, a melhor receita de Margarete para atrair a clientela, é o segredo do negócio. A tapioca baiana recheada à fartura caxiense custa pouco. O bom humor e a simpatia de Margarete não custam nada.
No Natal de 2006, em uma festa comunitária no seu bairro – Beltrão de Queiróz, um dos mais problemáticos de Caxias – Jeferson ajudou a organizar um torneio infantil de futebol. Convidou as escolinhas do Juventude e do Caxias para jogar com as crianças do bairro em um campeonato que premiou todos os jogadores. A experiência motivou o formando de Educação Física a montar uma escolinha para atender garotos de 8 a 17 anos. Este ano o Projeto CAE (Centro de Atenção Esportiva), financiado pelo Fundo Municipal de Desenvolvimento do Esporte e Lazer, recebeu do Conselho Municipal do Desporto o troféu Mérito Esportivo. Os 70 alunos do CAE – durante o ano o número chega a cerca de 150 – treinam no Campo Municipal 1 aos domingos, e têm atendimento de nutricionista, psicopedagoga e fisioterapeuta. Para participar do projeto é preciso frequentar a escola e apresentar os boletins. Alguns alunos têm talento para se tornarem jogadores profissionais, e o Projeto encaminha esses destaques. Jeferson não tem essa pretensão, se dá por satisfeito em conseguir formar bons cidadãos que saibam driblar o crack.
Altos do Juvenil | A densidade
Fotos: André T. Susin/O Caxiense
Paisagens | Lugares para ver Caxias sob neblina
Parque do Sol | Do terraço do arranha-céu, a linha do horizonte desaparece e o vizinho Parque dos Macaquinhos parece uma miniatura encoberta pela névoa.
16
O Caxiense
11 a 17 de dezembro de 2010
Mato Sartori | Na torre do obsevatório, que permite uma apreciação da cidade em 360º, a área central emerge da
nebulosa desbasta a altura dos edifícios do outro lado da cidade, acentuando o contraste com a parte baixa. Percorrendo-se a Marquês do Herval do início ao fim, brinca-se de entrar e sair da neblina.
Morro do Burgo | O bairro é pobre, mas a vista é Campus da UCS | É como estar dentro rica. No skyline apagado pela cerração, o grafismo na lateral destaca ainda mais um prédio na paisagem.
de uma nuvem. As araucárias desenham um cenário invernal em qualquer época.
Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.
André T. Susin/O Caxiense
História audiovisual
Luiza Iotti, diretora do IRIS, comemora orgnização do acervo, vagas de estágio e novas possibilidades para pesquisadores
Memórias
em película
D
por CAROL DE BARBA caroldebarba@ocaxiense.com.br
urante a ditadura militar, o cinegrafista da UCS TV Moacir Perini dava os primeiros takes da sua profissão sob a tutela de Nazareno Michelin, fundador da Michelin Filmes, que já tinha, então, uns bons 30 anos de carreira. “Estávamos gravando na Festa da Uva e, como o presidente Geisel viria para cá, fomos chamados, 15 dias antes da chegada dele, no Exército, para que pegassem todos os nossos dados, inclusive fichas policiais, enviassem a Brasília e analisassem se podíamos acompanhá-lo ou não”, conta. Quando as credenciais chegaram, os militares lhes mostraram exatamente os lugares onde poderiam ficar e o que era permitido gravar. “Como eu era um guri novo e meio rebelde, consegui furar o cerco e entrar num estande onde o presidente Geisel estava. Chamei-o e perguntei se ele poderia pegar um cacho de uva, comer um grão
e tomar um cálice de vinho, para que eu fizesse algumas imagens. Muito espontâneo, fez tudo que eu pedi, comeu a uva, brindou, e saíram umas cenas legais, bem como eu queria.” Porém, os militares o pegaram. “Disseram que eu não devia ter feito aquilo, não poderia ter me dirigido, nem falado, nem ter feito essas cenas do Geisel, e queriam abrir a máquina para ver. Só que imagina, se abrissem, velaria todo o filme.” Depois de muito argumentar, Moacir e Michelin conseguiram convencer os milicos de que não havia nada de mais no inocente rolo de película 35mm. Graças à persuasão e ao Programa de Investigação e Resgate de Imagem e Som (IRIS) da UCS, desde 2006, a preservação dessas e muitas outras cenas do acervo da Michelin Filmes acabam de ganhar um novo estímulo com a integração da UCS ao Sistema Brasileiro de Informações Audiovisuais (Sibia). O Instituto de Memória Histórica e Cultural (IMHC) da Universidade de
www.ocaxiense.com.br
Registros de momentos históricos de Caxias serão disponibilizados para pesquisa a partir de convênio entre IRIS e Ministério da Cultura
Caxias do Sul, ao qual pertence o 455 rolos – 196 de película no forIRIS, e o Ministério da Cultura, mato 16mm e 259 em 35mm – esatravés da Cinemateca Brasileira, tão guardados numa sala especial, assinaram, ainda no dia 3 de maio que já ganhou ar-condicionado de 2010, um termo e desumidificador de cooperação para de ar, equipamentos sistematização de fundamentais para acervos e informa- “Em janeiro, o manter a temperações sobre a memó- IRIS vai ocupar tura e evitar a proria audiovisual da todo o primeiro liferação de fungos. cidade. Os filmes também andar do bloco foram transferidos 46. Gostaríamos A tratativa codas embalagens orimeçou há 4 anos, de organizar ginais, de lata, para quando Miche- projeções para recipientes mais adelin, ainda em vida, pequenos grupos”, quados, de PVC, fordoou todo o seu diz Luiza Iotti necidos pela própria acervo de imagens Cinemateca, e orgae equipamentos à nizados conforme o UCS. Como o IMHC não contava conteúdo. Além do acervo da Micom nenhum profissional que en- chelin Filmes, o IRIS recebeu um tendesse sobre a conservação do grande volume de doações da RAI material – o cinegrafista da UCS (Radiotelevisione Italiana) – 607 TV Moacir Perini era o único rolos de 35mm e 95 documentáfuncionário da instituição capaz rios em 16mm – que ainda não de operar as doações. Depois de foi catalogado. De acordo com a um contato com a Cinemateca diretora do Instituto, a professora Brasileira, o arquivo começou a Luiza Horn Iotti, a ideia é que as tomar forma. O maquinário e os imagens estejam disponíveis para 11 a 17 de dezembro de 2010
O Caxiense
17
consulta dos alunos da pós-graduação. “Em janeiro, o Instituto vai ocupar todo o primeiro andar do bloco 46. Gostaríamos de organizar projeções para pequenos grupos”, explica. A disponibilização do material para os demais alunos e comunidade virá a longo prazo. Para ampliar o acesso é preciso digitalizar os filmes e, para digitalizá-los, verba.
co ou dez anos vamos poder men- construção das piscinas do centesurar o que perdemos dessa etapa nário Clube Juvenil. “São pontos que estamos vivendo agora, va- de vista muito subjetivos. É uma mos ver o que sobrou desses anos outra visão de Caxias, que conem que o acesso à segue captar cenas tecnologia é como que as fontes oficiais ir na feira comprar “Daqui cinco ou não tinham a preo10 anos vamos banana”, diz. cupação de gravar”, diz Janete. ver o que sobrou Janete Krieger desses anos em Por enquanto, a e Lissandro StaliSpaghetti também vieri, da Spaghetti que o acesso está tomando conta Filmes, concordam. à tecnologia é do acervo do Museu como ir na feira Apontando para dos Capuchinhos, as duas caixas que comprar banana”, para avaliar em que representam quase diz Nika Ferronato estado o material todo conteúdo auestá e as imagens diovisual do Museu que contém. Além dos Capuchinhos e que estão, atu- da inauguração da Igreja de São almente, na produtora, Lissandro Pelegrino, no arquivo dos freis, reflete: “Aqui está o acervo de uma encontram uma curiosidade: o vida dos freis. Imagina o arquivo formato 9/2mm, criado na Frande fotos e vídeos de uma criança ça e muito popular na Europa, na de 5 anos”. O casal, apaixonado década de 20, a primeira tentatiJulio Soares, Divulgação/O Caxiense
André T. Susin/O Caxiense
De acordo com o termo de cooperação, a parceria entre a UCS e o Ministério da Cultura “não envolve a transferência de recursos financeiros entre os partícipes”. Sendo assim, a Universidade encaminhou um projeto para captar R$ 3 milhões junto ao Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES). Conforme o orçamento, a telecinagem das películas custaria em torno de R$ 108
Para Nika Ferronato, uma das sócias da Videotop Produções, essa possibilidade é maravilhosa. “Quanto mais oportunidades as pessoas tiverem de conhecer, manusear, vivenciar esses arquivos e equipamentos, melhor. Tomara que tenha fila de estagiários”, vibra. Ela destaca que esse arquivo ajuda a resgatar a própria história da produção audiovisual. “O fato de saber como tudo começou e conhecer a evolução dos equipamentos vai ensinar a nova geração a valorizar a tecnologia que temos graças a esse longo caminho”, afirma. Nika e o sócio, Paquito Herrera, sempre fizeram questão de guardar quase tudo que produziram, desde as fitas brutas até o material finalizado. “Procuramos manter o arquivo em dois formatos, por questão de segurança, porque nenhuma se-
Janete e Lissandro, da Spaghetti, buscam a história de Caxias em filmes caseiros. No acervo de Nika e Paquito, da Videotop, cenas de empresas antigas mil, mais R$ 1.280 para digitalização de material em VHS e R$ 4,8 mil para despesas de correio. Para ser aprovado, o projeto concorre com outras 270 propostas, como do Museu de Arte de São Paulo (Masp) e Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio de Janeiro. Apesar de não trazer verba, o acordo propõe um outro tipo de enriquecimento. O acervo da UCS fará parte da Sibia, ganhará uma página na internet e, mais adiante, uma base de dados contendo links e informações facilitando o intercâmbio sobre projetos e até de cópias de audiovisuais. Em contrapartida, a UCS deverá promover investigação e debate acerca das políticas públicas audiovisuais para a preservação da memória. Além disso, a Cinemateca se compromete a “promover estágios para a formação de mão de obra técnica especializada.”
18
O Caxiense
guradora consegue fazer seguro de conteúdo, apenas do material físico”, reforça. Hoje, tudo é copiado em três mídias – fitas minidv, DVD e virtual. Apesar das facilidades da era digital, Nika alerta para a banalização da tecnologia. “Não se grava mais de uma vez em cima de uma mini-dv como se fazia com uma fita beta, pois a qualidade é muito menor”, explica. Ela acredita que, antigamente, tinhase muito mais preocupação tanto com a qualidade quanto com a preservação do material justamente devido à dificuldade de obtê-los. Para ela, as pessoas não dão a uma fotografia feita com filme, pela qual esperaram 15 dias, até um mês de revelação, o mesmo valor de imagens feitas num celular. E o prejuízo disso para a história será enorme. “Daqui cin-
11 a 17 de dezembro de 2010
por todo tipo de coisas antigas, fundou a Spaghetti também pensando em resgatar materiais como esses. Lidar com a história, principalmente quando vinda de fontes extra-oficiais, é algo que eles fazem com prazer. “A maioria das pessoas nos procura, trazem filmes de casamentos, aniversários, querendo digitalizá-los, e acaba doando”, conta. Aos poucos, acumularam 50 rolinhos de super 8, seis rolos de 16mm, dez de 8mm e um de 35mm – esse será exibido, em breve, na sala de cinema Ulysses Geremia, no Ordovás. No processo de digitalização – a telecinagem é feita numa máquina em proporções pequeníssimas, ou diretamente em fitas magnéticas, enquanto eles projetam o filme na parede de um estúdio e gravam com câmeras modernas –, se divertem identificando, entre um churrasco de família, a
va de popularizar a sétima arte. Como o projetor está em péssimo estado, sem chance de conserto, foram em busca de alguém que entendesse do assunto, e encontraram, no Rio de Janeiro. O indivíduo, infelizmente, não foi muito receptivo – ao contrário de Janete, Lissandro, e todos os entrevistados dessa reportagem, ele, provavelmente, não acredita que história e conhecimento são feitos para serem passados adiante. Além de proteger da umidade, existe uma outra maneira que preservar o estado dos filmes: rodá-los. A projeção influencia muito positivamente, pois oxigena a película e o contato com o calor da lâmpada elimina os fungos.O tempo que essas relíquias ficam paradas, guardadas e encaixotadas, é proporcional à importância dos valores históricos que todos nós estamos perdendo.
Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.
www.ocaxiense.com.br
11 a 17 de dezembro de 2010
O Caxiense
19
André T. Susin/O Caxiense
Promessas do futebol
O FUTURO
Estádios da cidade sediam, até quinta-feira (23), jogos do Grupo 2 do Campeonato Brasileiro Sub-20
JOGA EM CAXIAS
N
20
por JOSÉ EDUARDO COUTELLE jeduardo.coutelle@ocaxiense.com.br
o vestiário, os jogadores escutam as últimas instruções do treinador Coutinho para a estreia no Campeonato Brasileiro Sub-20. Além do nervosismo habitual do jogo inicial, a partida representa um marco para o Atlético-GO: é a primeira vez que a equipe disputa a competição. Sob o sol forte da tarde da última quarta-feira (8), os atletas pisam no gramado após rezar um Pai Nosso cadenciado, ao modo militar. A distância percorrida do vestiário ao campo do Estádio Centenário é o passo final de uma jornada de milhares de quilômetros. Para chegar a Caxias, sede do Grupo 2, a equipe do Centro-oeste cumpriu duas horas e meia de avião até Porto Alegre e subiu a Serra de ônibus até o hotel onde está hospedada ao lado com os adversários Guarani, Flamengo, Palmeiras e Atlético-MG. Antes de correr para o gramado, Alysson ajusta os meiões e as chuteiras. O dono da camisa 20 começou no futebol aos seis anos. Hoje com 19, chegando à última categoria amadora, o meia atacante sonha com contratos profissionais que lhe tragam fama e dinheiro. Enquanto isso não acontece, vive com a ajuda de custo para moradia, transporte e alimentação de um contrato amador estabelecido com o clube. Alysson, nascido no Piauí, ingressou há apenas um mês no time
O Caxiense
de Goiás – antes, estava no União Barbarense (SP). Restando poucos minutos para o o jogo contra o Atlético-MG, porém, o meia pega o colete amarelo e corre para o banco dos reservas. Os 90 noventa minutos transcorrem sem fortes emoções e os goleiros de ambas as equipes não têm muito trabalho a fazer. Nenhum dos times conseguiu abrir o placar, e a primeira participação do time goiano termina em zero a zero. O técnico Coutinho, que já tem 20 anos de trabalho no clube e oito no comando da equipe sub-20, sai insatisfeito. Acredita que a equipe poderia ter rendido bem mais. Quatro de seus garotos já têm contrato profissional. Mas é o amador João Guilherme que o treinador destaca no time. Natural de Valença (BA), João Guilherme completou 19 anos em agosto. Assim como Alysson, sonha em brilhar no Sub-20 para obter um contrato profissional. Com pouco mais de seis meses no time, o jogador, que saiu de casa aos 13 anos, já defendeu equipes de São Paulo, Rio de Janeiro e Goiás. O elogio do técnico, se confirmado ao longo da competição, pode abrir portas para o seu futuro. Outros treinadores e, principalmente, empresários estão prestando atenção no gramado do Centenário. Sérgio Guerreiro é um dos olheiros à espreita. Com prancheta em mãos, rabisca anotações sobre os
11 a 17 de dezembro de 2010
Uns buscam o primeiro contrato profissional. Outros têm ambições maiores. No Jaconi e no Centenário, garotos lutam por seus sonhos
jogadores que mais se destacam. sempre guiado pela linha lateral Observa cada detalhe dos atle- do gramado. Está há três anos no tas que despertam seu interesse, clube, tendo ajudado na conquista incluindo aspectos do vice-campeonato técnicos, táticos e fína última edição do sicos. Guerreiro traBrasileiro Sub-20. balha para a Traffic, “Na categoria empresa que, entre sub-20 é difícil No Palmeiras, outras atividades, encontrar bons o estreante está no revela e desenvolve jogadores sem banco. É o treinador jovens promessas contrato Hamilton Ramos, do futebol brasileique debuta na Subro. O olheiro segue profissional”, 20. Mas ele tem à os campeonatos diz Guerreiro, disposição jovens amadores de pra- olheiro da experientes, a maioticamente todas as Traffic ria já com contracategorias em busto profissional. Os ca de novos nomes. destaques são o za“Conheço todos estes jogadores gueiro Mayko, o meia Gilson e o que estão em campo. Na catego- atacante Francinei, que não por ria sub-20 é difícil encontrar bons acaso treinam junto com a equipe jogadores sem contrato profissio- principal. Francinei, camisa 10, nal”, informa, em um comentário confirma a confiança do técnico que faria o ânimo de Alysson e ao marcar o único gol da partida João Guilherme murchar como contra o Flamengo na quarta-feibola furada. É nas competições ra. Natural de Dirce Reis, no intesub-14, 15 e 16 que Guerreiro rior paulista, Francinei Marciano obtém melhores resultados. “Em dos Santos está na sua segunda Florianópolis (na SC Cup) conse- temporada no Palmeiras, com gui quatro jogadores. A Taça São contrato assinado até 2012. Paulo e a Copa Votorantim tamAté quinta-feira (23) – veja o bém são competições muito boas Guia de Esportes, na página 22 –, para encontrar atletas. Aqui só os caxienses poderão avaliar de vim para observar”, despista. perto se Francinei tem méritos O representante da Traffic des- para sonhar com outra camisa taca as atuações de Wendel, Sidi- 10 – aquela imortalizada por Pelé, mar e Wescley, todos do Atlético- que, aliás, passou pelos gramados MG. Camisa 11 do Galo, Wescley da cidade aos 16 anos, um ano ané um meia-direita, quase um pon- tes de encantar o mundo na Copa teiro, de muita velocidade e força da Suécia – ou se Alysson e João física. Tem fôlego para ajudar na Guilherme têm futebol para conmarcação e disparar ao ataque vencer Guerreiro do contrário.
Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.
Dupla por FABIANO PROVIN Rodrigo Fatturi, SER Caxias/O Caxiense
Rotina alterada
A partir da próxima semana a rotina de treinamentos no Jaconi e no Centenário irá mudar um pouco. No dia 15 o Juventude receberá no Jaconi o Canoas Sport Club (novo nome do Universidade, que era Ulbra em 2008). Três dias depois o Caxias vai a Flores da Cunha enfrentar o Da Rocha em um jogo-treino, no Estádio Homero Soldatelli. No dia 21 será a vez do Novo Hamburgo subir a Serra para jogar contra o Ju. O segundo jogo-treino grená será no dia 23, contra a equipe do Sindicato dos Atletas Profissionais do Rio Grande do Sul, também em Flores. No mesmo dia o alviverde receberá o Veranópolis para um novo teste. O primeiro amistoso do Caxias será no penúltimo dia do ano, contra o Canoas, em Canoas. O Ju encerra o ciclo de amistosos contra o Nacional, do Amazonas, no dia 29. A única partida agendada para o Centenário será no dia 8 de janeiro, provavelmente contra o São José.
A empresa de telefonia Oi firmou parceria com o Caxias no dia 6 de dezembro. A marca estampará a parte frontal da camisa grená no primeiro semestre de 2011. O contrato com o Juventude será oficializado na noite do dia 13, provavelmente pelo mesmo período. No Centenário, o representante da Oi, Éverton Sommer, e o presidente do clube, Osvaldo Voges, não citaram valores. Além da Oi, o Caxias terá o apoio de Selltis Máquinas e Equipamentos, Agrale, Grupo Fátima e Grupo Voges. O Ju, por enquanto, tem o Grupo Fátima – além da Oi. Também no dia 6 o Caxias apresentou seus trajes oficiais para o próximo ano. A empresa paulista Kanxa renovou com o clube até o final de 2011. Além da camisa grená (titular) e branca (reserva), foi lançado o uniforme número 3, listrado com as cores azul, grená e branco. Na foto, os ‘modelos’ Rodrigo Paulista (E, meia), Pedro Henrique (C, atacante) e Patrício (D, lateral direito).
A papada até torceu para o Goiás na final da Copa Sul-Americana, mas não deu certo. O time que subiu para a Série A com o Ju em 1994 acabou derrotado nos pênaltis pelos argentinos do Independiente. Se ganhasse a competição, o Goiás disputaria a Libertadores em 2011 e abriria uma vaga na Copa do Brasil, a ser preenchida pelo Ju, que ocupa o 26º lugar no ranking da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). No dia 9 a entidade divulgou a lista dos 64 participantes da Copa do Brasil. O Caxias, Campeão do Interior do Gauchão 2010, está confirmado. Os outros Gaúchos serão o São José-POA (4º lugar no Estadual) e Ypiranga (vice da Copa Arthur Dallegrave 2009).
Confirmado
Marina Gonzatto, Div./O Caxiense
Oi
Copa do Brasil
Times começam
a tomar forma
O Juventude está treinando há mais tempo, desde o dia 25 de outubro. Fez dois amistosos (uma vitória sobre o Serrano e uma derrota para o Porto Alegre) e um jogotreino (derrota para a Marcopolo). O Caxias começou há pouco menos de duas semanas a sua preparação para o Gauchão e planejou seus primeiros testes a partir do dia 18 de dezembro. Independente do tempo de trabalho, ambos os técnicos tentam definir um padrão de jogo e quais serão as peças titulares, enquanto alguns reforços continuam desembarcando nos estádios Alfredo Jaconi e Centenário. O Ju estreará no Estadual em casa, no dia 16 de janeiro, contra o São Luiz, de Ijuí. O Caxias vai a Santa Cruz do Sul para, no mesmo dia, enfrentar o Santa Cruz. No alviverde, Beto Almeida tem alternado treinos táticos com coletivos. Lisca, no lado grená, além destes ainda trabalha com a parte física dos atletas. Mas nem por isso o trabalho com bola está ficando de lado. Na manhã do dia 8 o treinador do Caxias fez o primeiro treino técnico-tático da pré-temporada. A
www.ocaxiense.com.br
equipe que iniciou o trabalho teve, no esquema 4-4-2, Matheus; Patrício, Edson Rocha, Neto e Edu Silva; Marcos Rogério, Itaqui, Edenílson e Pedro Henrique; Rodrigo Paulista e Waldison. O volante Bruno, que retornou para brigar pela titularidade, ficou de fora para se recuperar de um problema no pé direito – nada grave. Ainda vão compor o grupo os camisas 9 e 10, que a direção diz não ter pressa em contratar, e o atacante Éverton, anunciado como reforço para o Gauchão. No Jaconi, Beto está com o trabalho um pouco avançado, apesar de o treinador não ter gostado do que viu na goleada sofrida para o Porto Alegre. Ajustando a equipe, o último coletivo, com o time no 3-52, teve Jonatas; Fred, Humberto e Tiago Silva; Celsinho, Tiago Renz, Jardel, Cristiano e Alex Teles; Jean Coral e Denílson. Não participaram o atacante Ismael Espiga e o zagueiro Bruno Salvador. No dia 7 desembarcou mais um atacante no Jaconi. Zulú, 27 anos, que trabalhou com Beto Almeida no Esportivo em 2008. Os dirigentes tentam ainda contratar um meia armador.
Na edição do dia 6 de novembro esta coluna informou que a Penalty não pretendia renovar o contrato de fornecimento do material esportivo do Juventude para 2011 e que o clube estava ‘namorando’ a Dal Ponte. No final da tarde do dia 9 de dezembro (quinta) o alviverde confirmou que a empresa de Veranópolis, que surgiu no mercado esportivo inicialmente no futsal, firmará parceria com o Juventude para o próximo ano. A oficialização ocorrerá às 11h de terça-feira, dia 14, no Jaconi. A Dal Ponte já fabricou o fardamento alviverde nas temporadas de 2004 e 2005.
Indefinição
A despedida de Lauro com a camisa do Ju ocorreu no amistoso com o Grêmio (2 a 2) no dia 10 de julho. Ao O Caxiense o Baixinho já disse que pretende avaliar uma proposta da direção para saber se fica ou não no Jaconi. O que Lauro quer saber é: o que irá fazer no clube? O convite do Esportivo, pelo que se sabe, ainda está valendo. O Guerreiro deve conversar na terça-feira, dia 14, com a direção alviverde.
Sub-16
Parabéns à garotada do Caxias e do Juventude, que chegou às quartas de final da SC Cup Sub16. A competição se iniciou com 40 clubes, e a dupla CA-JU ficou entre os oito melhores. O alviverde, vice-campeão Estadual da categoria juvenil, é treinado por Lucas Isotton. O time grená foi comandado por Ricardo Cobalchini.
11 a 17 de dezembro de 2010
O Caxiense
21
Guia de Esportes Natalia Pontalti, Divulgação/O Caxiense
por José Eduardo Coutelle | guiadeesportes@ocaxiense.com.br
BASQUETE
l Caxias do Sul Basquete x Uruguaiana | Sábado, 20h30 | A equipe do técnico Rodrigo Barbosa viajou cerca de 10 horas de ônibus até Uruguaiana na última terça (7) para enfrentar o time da casa, em jogo válido pelo primeiro confronto da semifinal do Campeonato Gaúcho. O resultado foi uma vitória fácil do Caxias por 88 a 64. Para o segundo confronto, uma vitória por qualquer placar coloca o Caxias do Sul na final. Caso o Uruguaiana vença, será realizada uma terceira partida no domingo, às 16h, no Clube Juvenil. A decisão do título já tem seus dias marcados. O primeiro confronto do play-off final está programado para terça (14) e os dois seguintes para sexta (17) e domingo (19). O adversário sai da disputa entre Java e Sogipa. Ginásio de Esportes do Clube Juvenil Ingressos antecipados nos Postos Tonolli a R$ 3. Na hora no local do jogo, R$ 5 | Marquês do Herval, 197
RALLY
Jeep Club promove off-road domingo
22
O Caxiense
Recomenda l 6° Desafio Off-Road 4 x 4 | Domingo, a partir das 13h | Pedras, troncos e pneus prometem muita emoção neste final de semana. O Jeep Clube Caxias do Sul promove um desafio para os entusiastas do esporte. A prova é realizada em uma pista de 700
11 a 17 de dezembro de 2010
metros com diversos obstáculos. A equipe vencedora será a que realizar o circuito em menor tempo. As equipes são formadas por dois carros. As inscrições são gratuitas e podem ser realizadas até o domingo às 11h pelo telefone 3025-3590. Luau Connection Entrada: R$ 5. Inscrições gratuitas | Rodovia Monte Bérico, 3.900
FUTEBOL
l Campeonato Brasileiro Sub-20 | Domingo, 18h e 20h, terça (14), 19h e 21h, quinta (16)| A equipe do Atlético-MG volta aos gramados neste domingo após folgar na última sexta-feira. O adversário é o forte time do Flamengo, treinado por Paulo Henrique Oliveira. No último confronto, o time do galo conquistou apenas um empate diante do xará de Goiânia. Com a vitória sobre o rubro-negro carioca, a equipe mineira chega aos sete pontos e praticamente garante uma das uma das duas vagas do grupo para as quartas-de-final da competição. Domingo (12), 18h: AtléticoGO x Guarani (Centenário) | 20h: Atlético-MG x Flamengo (Centenário) | Terça (14), 19h: Palmeiras x Atlético-GO (Jaconi) | 21h: Guarani x Atlético-MG (Jaconi) | Quinta (16): 1° Grupo 1 x 2° Grupo 3 (Centenário) | 1° Grupo 3 x 2° Grupo 3 (Centenário) Alfredo Jaconi e Centenário Entrada gratuita | Alfredo Jaconi: Hércules Galló, 1.547, Centro. Centenário: Thomas Beltrão de Queiroz, 898, Marechal Floriano
l Juventude x Canoas | Quarta (15), 17h30h | O treinador Beto Almeida realizou diversos testes com várias formações durante as últimas semanas, mas provavelmente inicie a partida com a equipe base que disputou o Campeonato Brasileiro: Jonatas no gol; Celsinho, Bruno Salvador, Fred e Anderson Pico na linha defensiva; Umberto, Tiago Silva, Cristiano e Christian fechando o meio campo; Jean Coral e Ismael Espiga no ataque. Alfredo Jaconi Entrada gratuita | Hércules Galló, 1.547, Centro
TÊNIS l Master Ranking Interno de Tênis | Sábado, das 9h às 17h, e domingo, das 9h30 às 11h | Os melhores das classes sênior e 1ª, 2ª e 3ª Classe Masculina disputam as finais. Os jogos são através de chaves eliminatórias. Os vencedores disputam o título. Clube Juvenil Entrada gratuita | Marquês do Herval, 197
FUTSAL l XV Copa Penalty Nordestão | Domingo, 14h e 16h | No primeiro confronto, realizado no último sábado (4), o Vasco se saiu melhor e venceu a partida por 5 a 4. Com isso, um empate é o suficiente para lhe assegurar o campeonato. Domingo, 14h: Top Sport x AABB (Pré-mirim – Salgado Filho | 16h: Vasco da Gama x Top Sport (Iniciação – Vascão) Salgado Filho, Ginásio Vasco da Gama Entrada gratuita | Salgado Filho: São Francisco de Paula, 44. Vascão: José Soares Oliveira, 2557
Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.
Renato Henrichs Luiz Chaves, Divulgação/O Caxiense
renato.henrichs@ocaxiense.com.br
Caxias de fora
Os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) elegeram os melhores hospitais do Rio Grande do Sul, em trabalho realizado anualmente pela Secretaria Estadual da Saúde. Na lista, aparecem hospitais de Porto Alegre (o Instituto de Cardiologia figura em primeiro lugar), Passo Fundo, Erechim, Santa Maria, Gravataí, Farroupilha e Sapucaia do Sul. O nível de exigência do caxiense gostaria de ter visto um representante de Caxias do Sul no grupo. Não foi desta vez.
UM FUNDO PARA
Na Ceasa
GARANTIR ÁGUA Diego Netto, Divulgação/O Caxiense
Apesar de especulações de que assumiria uma diretoria da CEEE, o vereador Marcos Daneluz (PT) poderá ser indicado para o comando da Central de Abastecimento do Rio Grande do Sul (Ceasa). Daneluz estaria mais identificado com esse cargo. Só falta a palavra do governador eleito Tarso Genro.
Presidente Daneluz
No caso de permanecer em Caxias, Daneluz estaria garantido na presidência da Câmara de Vereadores no ano que vem. A eleição será na próxima quarta-feira. Os governistas, em maioria, pretendem cumprir o acordo firmado no início da atual legislatura – de que um representante da oposição estaria à frente da Casa em 2011. Na impossibilidade do petista, as atenções estariam voltadas para o comunista Renato de Oliveira.
O Fundo Municipal de Recursos Hídricos foi criado em 2005. Agora, a Câmara de Vereadores discute mecanismos para estabelecimento e cobrança de tarifas. A segunda discussão do projeto encaminhado pelo Executivo deverá ocorrer até a próxima quarta-feira (15), quando o Legislativo caxiense entra em recesso. Na primeira discussão, quinta (9), alguns vereadores exercitaram o (correto) discurso do excesso de tarifas, taxas e tributos a que a população brasileira é submetida. Só que, nesse caso, a motivação parece ser justa: garantir, sem sobressaltos, o abastecimento de água aos caxienses. O Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae) propõe, por intermédio do Executivo municipal, a cobrança de R$ 4,32 para domicílios residenciais, R$ 8,91 para empresas comerciais e R$ 23,16 para indústrias. Esses valores serão apresentados junto à conta de água durante cinco anos, a partir de abril do ano que vem. A discussão a respeito da criação de uma nova taxa está atrasada. Na verdade, a taxa já foi instituída. A direção do Samae é que resolveu esperar a realização das
obras do Sistema Marrecas para mostrar a necessidade da cobrança. Oficialmente, o fundo servirá para custear a implantação dos novos sistemas de abastecimento de água à população, a começar pela aquisição de áreas de preservação em bacias de captação – do Marrecas e mesmo de barragens construídas no passado, como o Faxinal e a Maestra. O Município (a prefeitura) não tem recursos suficientes para arcar com essas despesas. Os financiamentos obtidos junto a organismos do governo federal deverão ser pagos findo o prazo de carência estabelecido em contrato, o que deverá ocorrer nos próximos meses. Se não houver os recursos do fundo, as administrações municipais (esta e as futuras) perderão a capacidade de investimentos. E um detalhe importante: para garantir que não será desviado para outros fins, como aconteceu com a CPMF, o dinheiro do fundo estará depositado em conta-corrente específica, em instituições financeiras oficiais. Quem mandou erguer uma cidade no alto da Serra, sem outra fonte de água a não ser aquela garantida por represamento?
Só com denúncia
Uma série de projetos aprovados na Câmara, com previsão de multas a quem não cumprir, por exemplo, a proibição do fumo em locais fechados, esbarra num só problema: fiscalização. A prefeitura não dispõe de recursos, equipamentos ou pessoal para garantir o cumprimento das novas normas. Que, num primeiro momento, vai depender de denúncias dos prejudicados.
Perder uma manhã por causa de R$ 2 mil não vale a pena Elvino Tonin, clínico-geral, ao garantir que muitos médicos caxienses deixarão de trabalhar pelo SUS se o ponto eletrônico for implantado.
www.ocaxiense.com.br
Quase parando
Os caxienses que se entusiasmaram com manchetes precipitadas de novas obras do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) na cidade estão com as barbas de molho. Se elas saírem do papel, será de uma forma muito lenta. Isso porque o ministro Guido Mantega, da Fazenda, que permanecerá no cargo, confirmou que haverá, sim, cortes de gastos públicos federais a partir do ano que vem. E o ajuste fiscal, tão desmentido durante a campanha eleitoral, atingirá obras do PAC em Caxias do Sul.
Gestores públicos
Dois caxienses foram agraciados com a Medalha Flores da Cunha de Gestor Público, distribuída pela governadora Yeda Crusius, em agradecimento ao trabalho de seus colaboradores. Além de Ademir Picolli, presidente da Procergs, também foi lembrada a secretária geral de governo, Ana Pellini. Embora ausente da cidade há muitos anos, Ana sempre faz questão de ressaltar, em qualquer entrevista, suas origens familiares.
Fumo para todos
A nova lei de restrições ao fumo em locais fechados provocou uma disputa entre os vereadores Vinicius Ribeiro (PDT) e Renato Nunes (PRB). O pedetista apresentou um projeto sobre o assunto em fevereiro de 2008. Nunes fez a mesma coisa, mas em abril do ano passado. Embora diga que sua proposta era mais abrangente, Nunes foi preterido: o que a Câmara aprovou esta semana foi o projeto de Vinicius.
Insegurança pública
O Instituto Methodus ouviu 2 mil gaúchos para medir o nível da segurança pública no Estado. Do total de ouvidos em Porto Alegre , 56% dos entrevistados já foram vítimas de algum tipo de violência, assalto, roubo ou furto.
Perguntar não ofende
O comitê organizador nacional da Copa do Mundo 2014 vai escolher 32 municípios (em todo o país) para abrigar treinos das seleções. A decisão sairá apenas no ano que vem. Caxias do Sul é uma das 29 (!) cidades gaúchas que querem ser subsede do grande certame. Com alguma chance? 11 a 17 de dezembro de 2010
O Caxiense
23