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Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.
SOSSEGO
ABALADO POR
TREMORES O que dizem moradores amedrontados e cientistas interessados sobre o fênomeno que irradia preocupação na região do Jardim América
Carnaval 2010 vai desfilar uma fantasia humilde | Dois jovens em busca de desafios no Jaconi e no Centenário | Roberto Hunoff fala da expansão da Neobus | Renato Henrichs ouve o vice-prefeito Alceu Barbosa Velho
Maicon Damasceno/O Caxiense
Caxias do Sul, janeiro de 2010 | Ano I, Edição 6 | R$ 2,50
Índice
www.OCAXIENSE.com.br
A Semana | 3
VÍDEOS (Acompanhe vídeos, áudio e fotos em www.ocaxiense. com.br/multimidia)
Um resumo das notícias que foram destaque no site
Roberto Hunoff | 4
Maicon Damasceno/O Caxiense
Agropecuária é a nota dissonante na evolução da economia caxiense
Enredo dramático | 5
Sem dinheiro público, o Carnaval de Caxias vai como pode para a Sinimbu
Fenômenos inexplicados | 7 Depoimentos assustados e hipóteses científicas analisam os preocupantes tremores de terra
Tropeços filantrópicos | 10 Mudança na legislação provoca a desistência de projetos de assistência
Artes | 12
Otávio de Souza, Divulgação/O Caxiense
Caleidoscópicas metamorfoses vibrantemente coloridas
Guia de Cultura |13
O engenhoso detetive inglês, o lírico engenheiro havaiano e o mítico metalúrgico brasileiro
Do fundo do baú | 16
Verbas federais vão colocar, enfim, o Acervo Municipal de Artes Plásticas à mostra
Guia de Esportes | 18
l Os tremores que ocorreram em Caxias são tema de uma reportagem que aprofunda o assunto nesta edição. Os depoimentos de moradores do Jardim América sobre a terceira onda de tremores podem ser assistidos no site. l Assista ao trailer de Sherlock Holmes e de outros filmes que estão em cartaz nos cinemas da cidade e informe-se sobre horários e preços dos ingressos.
AUDIOSLIDE
Fotografias de Maicon Damasceno são acompanhadas pelo relato da repórter Cíntia Hecher sobre o modesto Carnaval de Caxias em 2010.
ÁUDIO
Centenário de portas abertas para o último teste do Caxias
A nova Lei da Filantropia é explicada em áudio pela jornalista Valquíria Vita, que comenta seus efeitos: o corte de verbas para entidades assistenciais.
Grená profissional | 19
GALERIA DE FOTOS
As ideias de quem comanda o Caxias nos gabinetes
Imagens da atual situação de solidão do Acervo Municipal de Artes Plásticas de Caxias do Sul (Amarp), que poderá honrar a ex-Capital Nacional da Cultura e, finalmente, receber visitantes.
Profissional alviverde| 21 As ideias de quem comanda o Juventude nos campos
(Acompanhe em www.twitter.com/ocaxiense)
Renato Henrichs |23
@vinivinicius A propósito, o jornal O Caxiense é o melhor da cidade. Todos os sábados nas bancas. Vinícius Tibola, às 2h29 de 6 de janeiro
Por que o vice-prefeito Alceu Barbosa Velho quer se candidatar à Assembleia
@tiagodelucena @ocaxiense Parabéns pelo excelente trabalho. Tiago de Lucena , às 17h04 de 6 de janeiro
PLURK
(Acompanhe em www.plurk.com/ocaxiense)
Expediente
Redação: Cíntia Hecher, Fabiano Provin, Felipe Boff (editor), Graziela Andreatta, José Eduardo Coutelle, Maicon Damasceno, Marcelo Aramis, Marcelo Mugnol, Paula Sperb (editora do site), Renato Henrichs, Roberto Hunoff e Valquíria Vita Comercial: Leandro Trintinaglia Administrativo: Luiz Antônio Boff Impressão: Correio do Povo
Assine
Para assinar, acesse www.ocaxiense.com.br/assinaturas, ligue 3027-5538 (de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h30 às 18h) ou mande um e-mail para assine@ocaxiense.com.br. Trimestral: R$ 30 | Semestral: R$ 60 | Anual: 2x de R$ 60 ou 1x de R$ 120
Até que enfim Caxias começa a levar a sério o assunto dos resíduos, excelente a iniciativa de aproveitar energia. Vera Lucia Mariani, às 14h39 de 2 de janeiro
(Escreva para ocaxiense@ocaxiense.com.br) Quero parabenizar a todos do jornal O Caxiense pela iniciativa. Finalmente temos a oportunidade de ler um jornal com notícias do esporte da nossa região e da nossa cidade. As notícias são pertinentes e refletem a realidade de Caxias. Parabéns a todos pelo profissionalismo e por profissionais qualificados como a jornalista Cíntia Hecher.
Jornal O Caxiense Ltda. Rua Os 18 do Forte, 422, sala 1 | Lourdes | Caxias do Sul | 95020-471 Fone 3027-5538 | E-mail ocaxiense@ocaxiense.com.br www.ocaxiense.com.br
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O Caxiense
9 a 15 de janeiro de 2010
S e m an alm e nte n a s b an c a s , di ar i am e nte n a inte r n e t .
Eliane C. Kraemer Caxias do Sul
Roberto Hunoff
roberto.hunoff@ocaxiense.com.br | www.ocaxiense.com.br/roberto-hunoff
Renda em alta
A renda per capita do caxiense aumentou 17,7% no ano de 2007 sobre o anterior, atingindo a cifra de R$ 24.589, a 27ª no ranking do Rio Grande do Sul. A maior renda per capita do Estado pertence ao município de Triunfo, com R$ 196.266, e a média estadual é de R$ 16.689. Já o Produto Interno Bruto (PIB) de Caxias do Sul totalizou R$ 9,8 bilhões, alta de 14%. Com participação de 5,56%, é o terceiro maior no estado, mesma posição do ano anterior, atrás de Porto Alegre e Canoas. O PIB estadual evoluiu para R$ 176,6
Investimento lá fora A Neobus, encarroçadora de ônibus de Caxias do Sul, deve anunciar ainda este mês a abertura de segunda unidade de produção no Brasil. A finalização das negociações iniciadas em outubro passado com a Prefeitura de Três Rios, no Rio de Janeiro, depende apenas de detalhes em análise pelo governo do Estado. Além dos incentivos públicos, pesa na decisão a questão logística, pois a empresa caxiense tem cerca de 40% de suas vendas concentradas no Rio de Janeiro e estados próximos.
Política agressiva
De acordo com o secretário de Indústria, Comércio e Trabalho, Júlio César Rezende de Freitas, Três Rios é cortado pelas rodovias federais 040, 101 e 393, que ligam o Rio de Janeiro a Minas Gerais e São Paulo. Tem população de 90 mil habitantes e vocação no segmento metal-mecânico. No passado abrigou a Santa Matilde, empresa focada no segmento ferroviário e que empregou mais de 4,5 mil trabalhadores. Desde 2005, o município desenvolve política de atração de novos investimentos. Nos últimos quatro anos, 71 empresas, de diferentes segmentos, abriram produção em Três Rios. Estratégia a ser pensada pelas autoridades de Caxias do Sul.
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4,835
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3,100
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40,8%
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Agropecuária Indústria Serviços*
Alta dos serviços
Ano negativo
Na composição do VAB total da cidade a maior participação é do setor de serviços e comércio, com 57,5%, quase dois pontos acima do que representou em 2006. Já a da indústria caiu 1,5 ponto para 40,7%. Ambos, no entanto, tiveram crescimento nominal respectivo de 17,7% e 10,6% diante dos dados de 2006. O VAB do comércio de Caxias é o terceiro maior do Estado, atrás de Porto Alegre e Canoas, mesma posição de 2006. Já o da indústria subiu do terceiro para o segundo, superando Triunfo, ficando atrás de Porto Alegre.
A FEE também divulgou os resultados preliminares sobre o desempenho da economia gaúcha em 2009. O PIB estadual registrou desempenho negativo de 0,8%, o segundo na década, atingindo o valor de R$ 203 bilhões. O PIB per capita apresentou redução de 1,6%, atingindo o valor de R$ 18,8 mil. O VAB total da agropecuária cresceu 1,2%, com destaque para a produção leiteira na ordem de 10,3%, e o de serviços, 0,9%. A indústria teve recuo de 5,3%, resultado, principalmente, da redução de 9,3% nos segmentos de transformação. Por conta deste desempenho, a participação gaúcha na economia nacional deve cair ainda mais. A estimativa é de ficar em 6,37% contra 6,42% do ano de 2008. Em 2003 a representatividade era de 7,33%. Tomando por base a recuperação econômica iniciada no final de 2009, os técnicos projetam desempenho vigoroso para o Estado em 2010, com destaque para a indústria de transformação. Também é esperada forte recuperação adicional da agropecuária.
Agropecuária em declínio Preocupante é a situação da agropecuária. O VAB de 2007 recuou 5% na comparação com o ano anterior, para R$ 143 milhões. Com isto, a cidade caiu da terceira para a sexta posição no ranking estadual, agora liderado por Palmeira das Missões. No indicador local a participação cedeu de 2,05% para 1,7%. Situação que merece atenção especial por parte das lideranças do setor.
Neobus, Divulgação/O Caxiense
O projeto do Boteco 13 é assinado pela arquiteta Jéssica de Carli, neta de Sadi De Carli, fundador do Bar 13 em 1967. Ela buscou inspiração nos botecos do bairro da Lapa, berço da boemia fluminense, onde a arquitetura portuguesa serve de referência para a ambientação. O espaço de 300 metros quadrados terá mezanino, palco para shows, deck para exposições e televisores para o acompanhamento dos eventos esportivos. Os shows serão todos em ritmos de samba, bossa nova, chorinho e MPB. No cardápio haverá filés, aipim frito, bolinhos de bacalhau e de camarão, picadinho carioca e caldo de feijão, dentre outras variedades gastronômicas. O local funcionará de segunda a sexta, a partir das 17h, e sábados, domingos e feriados, a partir das 15h.
Agropecuária Indústria Serviços* Total
55,8%
* Serviços, comércio e administração pública
2,1%
2006 2007
57,5%
Fonte: FEE
0,151
Inspiração carioca
bilhões, acréscimo de 12,6%, abaixo dos 14% de Caxias. Na montagem do PIB o principal indicador é o Valor Adicionado Bruto (VAB), soma dos valores pagos na atividade econômica, menos aqueles destinados à compra dos insumos. Contabilmente, algo similar ao lucro bruto de uma companhia. Em Caxias, o VAB de 2007 foi de R$ 8,4 bilhões, aumento de 14% na comparação com 2006. O do Estado chegou a R$ 153,7 bilhões, em alta de 13,3%. Os dados são da Fundação de Economia e Estatística do Rio Grande do Sul (FEE).
Valor Adicionado Bruto de Caxias (em R$ bilhões) e participação dos setores
7,359
Maicon Damasceno/O Caxiense
A partir de quarta-feira, 13, o Moinho da Estação, já tradicional região de entretenimento da cidade, ganhará proposta inédita com a inauguração do Boteco 13, iniciativa do economista Paulo Berzaghi. Inspirada nos tradicionais botequins cariocas, a casa consolida um sonho de família, que era de ampliar o Bar 13, localizado na Avenida Júlio de Castilhos, e dirigido há 28 anos por Valmor Berzaghi, pai do empreendedor.
8,407
Proposta diferenciada
Combustíveis
O preço médio da gasolina pago pelos gaúchos em dezembro foi 3% inferior à média nacional. Levantamento realizado pela Ticket Car aponta valor de R$ 2,631 no Rio Grande do Sul e de R$ 2,707 no Brasil. Já em relação ao álcool a situação se inverte. Aqui se paga 7% mais do que a média nacional: R$ 2,063 diante de R$ 1,929. Desta forma, considerando a autonomia do veículo e a diferença de preço entre os combustíveis de apenas 22%, não compensa ao consumidor gaúcho abastecer com álcool. De agosto a dezembro o preço do álcool subiu 21% no mercado nacional.
Mais aumento Os postos de combustível devem trabalhar já a partir deste final de semana com nova tabela de preços. Os valores médios até agora praticados devem ser adicionados em cerca de R$ 0,18, elevação de 7% na gasolina e de 8,5% no álcool. Isto que o governo e a Petrobras garantiam que não haveria reajustes em 2010.
Mudanças na Caixa
Renato Scalabrin, que atuava na superintendência da Região Central do Rio Grande do Sul da Caixa Econômica Federal, com sede em Santa Maria, assume segunda-feira o posto no Nordeste do Estado. Ele substitui a Plínio Graef, que se aposentou após 31 anos dedicados à instituição federal e estava na superintendência regional da Serra desde março de 2009.
Curtas O ano começou com mudanças na estrutura de comunicação de instituições da cidade. A jornalista Bibiana Ribeiro Mendes assumiu a assessoria de imprensa do Sindicato do Comércio Varejista de Caxias do Sul. Já Rogério Aver Pizzolatto é o novo responsável pela área de comunicação da unidade local das Faculdades de Tecnologia – Ftec. A Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul oferece várias opções de cursos de qualificação para janeiro e fevereiro. São 68 títulos, alguns inéditos, em diferentes áreas. Os cursos de férias têm desconto de 20% e o pagamento pode ser feito em três parcelas. A entidade também oferece cursos in company, realizados nas próprias instalações ou no local desejado pela empresa. São programações dirigidas e formatadas para atender às necessidades da organização.
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Maicon Damasceno/O Caxiense
Cultura popular
Rosaura, presidente da Nação Verde e Branco: “Todo mundo quer sair na escola, mas ninguém coloca R$ 0,10”
UM NOVO (E MODESTO)
ENREDO PARA 2010
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CÍNTIA HECHER cintia.hecher@ocaxiense.com.br omo numa compra de um artigo de necessidade – ou de desejo – parcelada em dezenas de vezes, o Carnaval de rua de Caxias do Sul será realizado com pagamento a prazo por alguns carnavalescos. Para garantir a festa, eles estão empenhando parte da própria renda mensal, o que não acontecia nos tempos de apoio financeiro da prefeitura. Por irregularidades nas prestações de contas de algumas escolas, que incluía gastos com bebidas, cigarros e churrascos, o município cortou toda verba de R$ 460 mil que era destinada à folia na Sinimbu. O presidente da Liga Carnavalesca de Caxias do Sul, Cassiano Fontana, conhecido como Amarelinho, chama a atitude do Poder Executivo de irresponsável e aponta como culpado um convênio firmado para os anos de 2007 a 2009, repleto de dificuldades e furos legais. “Comprei R$ 10 mil em tecido para uma fantasia, peguei a nota fiscal e, na hora de prestar contas, a prefeitura não a aceita porque a loja que me vendeu tem alguma irregularidade com o CNPJ ou deve algum imposto. Como eu saberia disso? Esse detalhe não foi especificado no contrato do convênio”, reclama Amarelinho. Um dos pontos desse contrato era o de deveres dos envolvidos, a Liga Carnavalesca e a prefeitura. Para ele, a administração não cumpriu com a sua parte, já que, após o repasse, deve-
ria monitorar e qualificar a prestação de contas. Outra queixa do dirigente é que, antes, recibos autenticados em cartório eram válidos como prova de gasto, o que não acontece mais, mas isso não teria sido comunicado às escolas de samba. Para Amarelinho, “algumas pessoas do governo municipal atual querem liquidar o Carnaval em Caxias, e de forma rasteira”. De acordo com o procurador-geral do município, Lauri Romário Silva, considerando-se a prestação de contas dos carnavais de 2008 e 2009, um repasse público é impossível. “As comprovações foram rejeitadas, principalmente por não mostrarem objetos que constam no convênio. As notas dos prestadores de serviço que não estão em dia com os impostos poderão ser aceitas, desde que as empresas quitem seus débitos com o poder público”, afirma Lauri. Para ele, o problema maior foi a constatação de elementos não condizentes com o acordado. Mas a ideia não é pôr fim ao Carnaval. “A prefeitura continua oferecendo infraestrutura básica e não há nada contra a folia, que é evento importante do calendário cultural caxiense”, explica o procurador. Das atuais 17 escolas da cidade, apenas 10 estão confirmadas no desfile fora de época, que será realizado nos dias 12, 13 e 14 de março, sendo que as escolas do grupo principal desfilam nos dois primeiros dias e o último fica com os blocos carnavalescos e os gru-
Companheiro de outros carnavais, o dinheiro público, desta vez, não desfilará na Sinimbu
pos de acesso. Amarelinho conta que dinheiro público. Anualmente, o reainda procura-se patrocínio, “um pe- passe da prefeitura era de R$ 460 mil, dido de socorro” de aproximadamente distribuído entre as escolas filiadas à R$ 100 mil, para ajudar com as fanta- Liga Carnavalesca. Durante os 40 anos sias, mas garante que “acima de qual- de desfiles, somente em três vezes deiquer repasse ou recurso, o Carnaval vai xaram de ocorrer. A partir de 1998, os acontecer.” E ameaça as agremiações: participantes do Carnaval passaram a “quem não participar do desfile de receber uma fatia mais gorda do orça2010 será devidamente punido”. mento municipal. Até o ano passado, A decisão da prefeitura foi anuncia- cada escola ganhava em torno de R$ 28 da em novembro, a poucos meses do mil. Por isso é tão difícil partir do zero desfile, ameaçando a desta vez. própria existência do Quem parece não Carnaval de rua em Ca- “Algumas pessoas levar em consideração xias. Uma das maneiras do governo tamanha dificuldade é de salvá-lo – ou mantêa aposentada Rosaura querem liquidar lo – é a criação de uma Moreira Pinto, presiliga independente de o Carnaval dente da escola Nação carnavalescos, respon- em Caxias, Verde e Branco. Com sável por conseguir e de forma um sorriso no rosto, outros meios de finanela responde cheia de rasteira”, ciamento além da verba convicção que sim, o municipal. “O pessoal acusa Carnaval de Caxias de algumas escolas está Amarelinho existirá em 2010. “Não mal acostumado, semquero deixar o Carnapre esperando o repasval morrer”, diz a apose público. Espero que eles comecem a sentada. Na sua pequena casa de dois envolver a comunidade novamente na cômodos, ainda enfeitada com moticonstrução da escola e do desfile”, diz vos natalinos, ela mantém os CDs com Amarelinho. Porém, para conseguir os sambas-enredo gravados em agosto valores mais polpudos, possibilidades e setembro e que agora, depois da deficomo a inscrição de projetos na Lei de nição da prefeitura, terá as despesas de Incentivo à Cultura (LIC) estão sen- estúdio (cerca de R$ 1,8 mil) pagas do do estudados, assim como pedidos de próprio bolso. Uma parte do dinheiro apoio a políticos daqui com atuação na é adquirida por conta do aluguel dos esfera federal. outdoors na frente do barracão da escola. O resto é retirado da aposentadoO desfile de 2010 será o pri- ria de Rosaura e do salário do marido, meiro realizado sem um centavo de funcionário público. O 13º de ambos
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dificuldade para compreender tamanha dedicação a uma festa que dura poucos dias uma vez por ano. Mas o Carnaval envolve muito mais do que um samba-enredo e a tradicional ala das baianas. “O que você tem no desfile de uma escola de samba é um momento de inversão social no plano simbólico. Naquele momento, as pessoas, que normalmente são de origem simples, são as mais importantes, elas são os atores principais. Adquire uma importância simbólica pra elas estar participando desse espetáculo”, explica o antropólogo Rafael José dos Santos. Para Rafael, há um investimento emocional nas escolas de samba que vai além do desejo dos carnavalesco de fazer o melhor desfile.
diz que não tem condições de realizar um desfile. A escola de Mara tem quase 30 anos de existência e nunca teve quadra para os ensaios, que frequentemente eram realizados no limitado espaço do pátio da casa dela, que também abriga diversos troféus. Vivendo em meio a tantas lembranças e referências carnavalescas, a presidente se entristece com a desistência da festa em 2010. “É um lazer e um prazer participar do Carnaval”, diz Mara, indignada com a situação que levou ao corte indistinto das verbas públicas, tanto para as escolas que nem prestaram contas quanto para as que mesmo se sentindo injustiçadas estão quitando suas dívidas. “A gente já tira dinheiro do bolso por causa do pingo que é repassado e ainda nos chamam de ladrão”, desabafa.
Investindo emocionalmente, mas sem deixar a competitividade de Mesmo com todas as dificuldades lado, a presidente da Reino do Sol e da financeiras, e mesmo fora de época, o Lua, Luzia Ester Santos Oss, tem cer- Carnaval de Caxias do Sul será realiteza de um bom Carnaval em 2010. zado. Segundo Amarelinho, os dois A escola já está com os preparativos últimos eventos, também em datas a pleno vapor, reformando fantasias diferentes daquelas do calendário trae procurando patrocínio de empresas dicional, contaram com maior particie amigos. Todos os detalhes, desde os pação popular, tanto desfilando quanto apoiadores financeiros até o samba- assistindo à folia. Para entrar no ritmo, enredo e o tema do desfile, são o mais as escolas já se aprontam para a escoabsoluto segredo. lha da Rainha do Carnaval, que será no “Estamos fazendo o possível, por dia 30 de janeiro, no ginásio do Serviço amor à camiseta, para sair um trabalho Social do Comércio (Sesc). As inscribonito”, diz Luzia. A falta do repasse ções serão recebidas até o dia 23, e potornou a situação da dem participar não só escola difícil, admite. candidatas das escolas Mesmo assim, se man- “O bom de samba, mas tamtém confiante: “Vamos carnavalesco bém representantes de agradar a população.” clubes, times de futebol não precisa Na rua de cima de e associações de bairro. onde mora Rosaura, a de dinheiro, Caxias do Sul – uma vendedora Mara Cleu- é só ser cidade de imigração nice Machado, presi- criativo e italiana – tem, sim, dente da escola Unidos uma festa que é tipicatrabalhador”, do Centenário, não está mente brasileira e que tão otimista. Sua escola define é diferente em cada não vai para a avenida Rosaura canto do país. Difereneste ano. “E se não tite, mas com algo em ver repasse novamente, comum: “Em todos os nem em 2011. Sem verba não tem des- lugares o Carnaval é marcado por uma file”, diz ela. Também endividada com situação liminar. É um momento de a prefeitura e pagando (“pouco a pou- quebra de cotidiano, em que as pessoco, mas estou”, completa) o valor de R$ as podem vestir suas fantasias, literais 5 mil, referente à despesa da contrata- e simbólicas”, explica Rafael José dos ção de ônibus para a torcida que não Santos. “No Carnaval, uma gari pode foi aceita na prestação de contas, ela se transformar numa princesa.”
Fotos: Maicon Damasceno/O Caxiense
também foi empregado na quitação navalescas. A filha é porta-bandeira de dívidas carnavalescas. “Tudo para da escola, “sempre nota 10”, ressalta minha escola não ficar suja”, justifica Rosaura. E a pequena já mostra que Rosaura. fará parte da descendência do samba. Contudo, nada assusta a presidente. “Quando tem ensaio a gente coloca Ela concorda que a prestação de con- fantasia de baianinha nela e tem que tas, apresentada em abril, é algo neces- ver como rebola!”, espanta-se a avó cosário, mas aponta que houve injusti- ruja. ças. “Algumas escolas A parceira da capiestão aí pelo dinheiro tal colaborará este ano mesmo, mas as que es- “A prefeitura com fantasias e harmotão nessa pelo amor ao continua nia. Dona Rosaura se Carnaval foram colocaencarregará do transoferecendo das no mesmo balaio”, porte: quatro ônibus, diz a aposentada. Ela infraestrutura que trarão quatro alas pensa que deveria ser básica e prontas, destaques e os levado em considera- não há nada músicos. Estes últimos, ção quem está quitando “quando souberam da contra suas dívidas. situação, logo se ofereOs valores do que não a folia”, ceram para participar foi reconhecido na últi- diz procurador de graça. Isso foi mais ma prestação de contas um incentivo”, diz ela. estão sendo pagos por E assim a alegria do ela aos cofres públicos, cifra por cifra, Carnaval continua a iluminar o rosto em 60 parcelas de R$ 361. “Duas em- da senhora. presas das quais contratamos serviço deviam impostos e, por isso, as notas Rosaura lembra que o custo da fiscais não foram aceitas. Nenhum re- festa não é baixo. Vestir, calçar, enfeicibo foi aceito também, embora todos tar com adereços, cabelo, maquiagem, estivessem reconhecidos em cartório, ônibus da torcida, costureira, toda a conforme nos ensinaram”, conta. estrutura, enfim, é por conta da escola O jeito, então, é ela se virar como de samba. “Todo mundo quer sair na pode. Com a reforma de fantasias escola mas ninguém coloca R$ 0,10”, utilizadas no ano passado e uma par- reclama Rosaura. Porém, nada a desaceria com a escola Realeza, de Porto nima: “Eu amo o Carnaval. Não desfilo Alegre, dona Rosaura vai construindo mais porque a saúde não ajuda muito, mais um desfile. Os corações de 2009 mas trabalho feito louca fazendo fantadarão lugar a ilustrações de comida, sias”, diz a aposentada. “Chego no inípois o novo tema da escola é Sou gordo cio da tarde e saio às 22h, 23h, às vezes mas sou feliz, uma sátira proposta pelo até meia-noite.” Mais perto da data dos compositor e puxador Roberto Costa. desfiles, cerca de 15 mulheres se reúAs penas das mangas de um destaque nem no barracão para as finalizações vão para as pernas de outra fantasia. E das fantasias e não têm hora para sair. assim por diante. Além dos foliões vindos de outras cidades, como Porto Alegre e Viamão, O barracão da Nação Verde e cerca de 220 caxienses participam do Branco está repleto de instrumentos desfile da escola Nação Verde e Branmusicais e fantasias em confecção. No co, e não somente do bairro Cinquenlado de fora, o chão de cascalho onde tenário II, coração da escola. “Comecei são realizados os ensaios é ladeado por com as pessoas daqui e perdi metade uma estrutura coberta, onde mesas são pra igreja, mas cada um sabe de si”, colocadas à disposição de foliões que, conta dona Rosaura. Para ela, as escologo mais, trabalharão na construção las corajosas não se importam com a do desfile. Por esses dias, quem fica lá vinda ou não do repasse da prefeitura. é Rosaura, organizando o que será ou “O bom carnavalesco não precisa de não reaproveitado, além de sua filha dinheiro, é só ser criativo e trabalhae neta, também envolvidas, cada uma dor.” à sua forma, nas comemorações carUm não-folião provavelmente tenha
Amarelinho, presidente da Liga Carnavalesca, ameaça punir escolas que não desfilarem. No Cinquentenário II, instrumentos e fantasias estão sendo aprontados para a folia
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Preocupações sísmicas
O aposentado Daicir Busnelo conversava com uma vizinha com as mãos nas grades quando escutou o estrondo vindo do subsolo e o tremor que o fez balançar
UM MISTÉRIO
TREME
SOB NOSSOS PÉS
A
por GRAZIELA ANDREATTA graziela.andreatta@ocaxiense.com.br auxiliar administrativa Magali de Lima, 44 anos, estava dormindo quando sentiu a terra tremer forte pela primeira vez. Eram 2h do dia 26 de dezembro quando ela acordou com um estrondo alto e curto e levou o primeiro de uma sequência de sustos que têm apavorado os moradores da região do Jardim América nas últimas semanas. “Ouvi um barulho muito forte, como de uma batida ou uma detonação, e a casa tremeu. Deu pra sentir da cama. Achei que meu irmão tivesse esquecido de puxar o freio de mão do carro e o veículo tivesse batido em algum lugar. Corri para a janela e vi que o carro estava no lugar. E meus vizinhos também estavam na janela. Só então me dei conta de que algo estranho havia acontecido.” Era madrugada e estava escuro. Mesmo assim, Magali foi para a rua tentar descobrir o que estava ocorrendo e encontrou diversos moradores também assustados e curiosos se fazendo a mesma pergunta: de onde tinha vindo aquele barulho que estremeceu as casas e acordou a vizinhança? “Fui até a esquina e percebi que tinha gente acordada e do lado de fora de casa até na rua de trás. Estavam todos confusos. Ou seja, eu não estava louca, a terra tinha tremido mesmo”. Magali voltou para a cama, mas custou um pouco para dormir, preocupada com o que havia sentido. Quatro dias depois, quando já tinha quase se esquecido, o fenômeno voltou a se repetir. Ela estava despertando com
Diante dos relatos apavorados de moradores, prefeitura convoca técnicos para investigar o que está causando abalos na região do Jardim América
a movimentação do marido, o taxista Paulo Roberto de Lima, 55 anos, que se preparava para ir trabalhar. “Faltavam 15 minutos para as 5h, quando deu o estrondo e, em seguida, o tremor. Eu liguei o rádio e tinha um monte de gente telefonando para contar o que havia ocorrido. Até meu irmão, que dorme como uma pedra, telefonou para minha casa perguntando “você viu que a terra tremeu?”. Exatamente como da outra vez, Magali correu para a rua. E novamente encontrou os vizinhos do lado de fora, igualmente assustados. Naquele dia, 30 de dezembro, o fenômeno aconteceu de novo às 9h e um pouco antes do meio-dia. Cada vez era mais intenso e causava mais medo nas pessoas. “Levei um susto muito grande nesse dia. Como tinha acordado cedo devido ao primeiro tremor e não conseguia mais dormir, acabei pegando no sono bem depois, quando consegui me acalmar. Mas aí deu o segundo estrondo. Parecia uma explosão de dinamite, e eu acordei novamente assustada. Quando deu o terceiro tremor, eu já estava em pânico”. Magali relata que entre os dias 26 e 30 ocorreram diversos outros tremores. Mas eles eram fracos, quase imperceptíveis. Além disso, ocorriam sempre à noite, em horários nos quais a maioria das pessoas estava dormindo. “Depois daquela sequência de explosões que aconteceram de dia, comecei a me questionar mais sobre o que estava acontecendo de tão misterioso que fazia a terra tremer desse jeito.” E qualquer sinal de tremor, por me-
nor que fosse, passou a fazer disparar o coração de Magali e dos outros moradores da região. O marido dela conta que os animais reagem de maneira muito estranha. Segundos antes dos estrondos, os cães começam a latir freneticamente e as aves a bater as asas e trocar de galho desesperadamente. Eles continuam assim mesmo depois de passado o barulho e o abalo. “Eu, que não estou assustado como minha esposa com esses tremores, reconheço que essa reação dos animais é esquisita. Nunca tinha visto nada parecido”, confessa Lima. Se o barulho dos animais já é assustador, o que dizer de lustres balançando de um lado para o outro, pratos e talheres tilintando na mesa e a cama sacudindo tanto quanto se alguém estivesse fazendo isso com as mãos? Parece cena de filme de terror. Mas são relatos de moradores do Jardim América e arredores sobre o que aconteceu por volta do meio-dia de 1º de janeiro, quando aconteceu o pior de todos os tremores registrados nas últimas semanas. Magali estava sentada à mesa se preparando para almoçar quando ouviu o estrondo e, em seguida, viu os pratos chacoalharem na mesa de vidro, fazendo um barulho ainda mais amedrontador. Como o mesmo movimento acontecia com a cadeira onde estava sentada, não teve dúvida: largou os talheres e correu para a rua. “Naquele dia, eu saí da mesa chorando, tamanho era meu desespero. Dava para sentir que era algo embaixo da terra, além da nossa capacidade de entender ou evi-
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tar. Não pude me controlar”. A algumas quadras dali, o aposentado Daicir Busnelo, 65 anos, teve uma sensação parecida. Ele estava na frente de casa, com as mãos nas grades, conversando com uma vizinha, quando sentiu o corpo tremer inteiro e pôde constatar que não se tratava de uma explosão comum. “É diferente de quando passa um caminhão pesado ou cai um raio, por exemplo. O barulho vem de baixo da terra. Dá para sentir isso. E a vibração é horizontal, parece que te sacode de um lado para o outro. A sensação é muito estranha e muito ruim. Aí eu entendi por que nos países que têm terremoto as casas caem.” Por garantia, Daicir achou melhor soltar as grades e esperar um pouco para entrar em casa. “Eu pensei: bom, se a casa desabar, eu quero estar do lado de fora”. Ele não foi o único a pensar que a casa poderia cair. Essa foi a reação de grande parte dos seus vizinhos, que correu para a rua. A dona de casa Eleni Baumgarten, 64 anos, estava sentada na cama fazendo palavras cruzadas quando o lustre começou a balançar e a cama a sacudir. Quando a filha Indianara de Oliveira, 22 anos, avisou-a para sair, ela foi sem discutir. “Quando estavam construindo a Perimetral, faziam detonações seguidamente e eu estava acostumada. Esse tremor lembra aquele das explosões, mas é um pouco diferente, é estranho”, relata. Ao chegarem do lado de fora, elas encontraram os vizinhos assustados. Um deles estava de pés descalços e correndo de um lado para o outro, achando que a qualquer momento um bura-
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A auxiliar administrativa Magali de Lima se apavorou no dia 1º de janeiro, quando até os pratos sobre a mesa chacoalharam
co poderia se abrir no chão e engolir as pessoas.
do que possa estar acontecendo, mas não temos certeza de nada. Acredito que no momento em que soubermos o que realmente está provocando os abalos, a comunidade vai ficar um pouco mais tranquila.”
Todos tiveram motivos para se assustar. No dia 1º, os tremores tão fortes que chegaram a ser percebidos no Centro. Do 21º andar do Edifício Estrela, Essa não é a prionde funciona a Rádio “Saí chorando, meira vez que o asCaxias, a jornalista Ali- tamanho era sunto vem à tona em ne Ecker, 28 anos, tam- meu desespero. Caxias. Em 2008, bém sentiu a vibração. tremores assustaram Ela estava trabalhando Era algo além principalmente os na produção do Jornal da nossa bairros Santa Fé, Vila Formolo, que vai ao ar capacidade Ipê, Belo Horizonte e entre o meio-dia e às de entender Fátima, na Zona Nor13h, quando a cadeira te. Um estudo chegou onde estava sentada co- ou evitar”, a ser realizado pela meçou a balançar. “Na conta Magali Universidade Federal hora não me assustei, do Rio Grande do Sul porque como o prédio é (UFRGS), porque haalto e a rádio fica no 21º andar, a gente via a suspeita de pudessem estar ocorsente ele tremer com frequência. Mas rendo detonações clandestinas em peaí eu olhei para o operador de áudio e dreiras. Mas o objetivo da pesquisa não vi que ele estava branco.” era identificar as causas. Foi só Aline perguntar se ele também O coordenador dos trabalhos nahavia sentido o tremor para o telefone quela época, professor Jair Koppe, do começar a tocar. As ligações vinham departamento de Engenharia de Minas quase todas dos bairros Jardim Amé- da UFRGS, revela que os equipamenrica, Jardelino Ramos, Madureira e 1º tos da universidade não tinham tecde Maio. E todas relatavam o mesmo: nologia para descobrir a origem dos haviam sentido a terra tremer forte. “Aí abalos. Mesmo assim, ele afirma que eu liguei para os Bombeiros e o rapaz é possível dizer que a causa não eram que me atendeu disse que também ti- as detonações. Além disso, o profesnha sentido o tremor. Então, assimilei sor lembra que esse não foi o primeiro o que havia ocorrido. Foi muito estra- caso de tremores na região. Em Nova nho.” Prata havia sido registrado um proA intensidade desse último tremor cesso semelhante alguns anos antes, e foi o que motivou a prefeitura a con- em Caxias também ocorreram casos tratar a Universidade de Brasília (UnB) de abalos no início da década de 1980, para fazer um estudo com o objetivo mais precisamente em 1984. de tentar decifrar o que está ocorrendo O geólogo Sérgio Roberto Mattana, sob Caxias. Uma equipe de três pesso- que trabalha na área há mais de 30 as deve vir à cidade para identificar as anos, lembra até do dia e da hora dacausas e apontar as possíveis consequ- queles tremores: 12 de junho, às 21h. ências dos abalos. O secretário munici- “Eu não senti aquele terremoto, mas pal do Meio Ambiente, Adelino Teles, recebi a tarefa de ouvir os relatos daespera que o estudo seja definitivo e queles que haviam acompanhado e resolva de vez o mistério que está intri- participei de um estudo para medir a gando a comunidade. intensidade dos tremores.” O trabalho irá custar R$ 26 mil e As vibrações tinham sido sentidas deve apontar, de uma vez por todas, as nos bairros Cinquentenário, Mediacausas do fenômeno que tem tirado o neira, Floresta e Marechal Floriano. No sono de muita gente. “Fazemos ideia Cinquentenário, o condomínio Aldeia,
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que ficava próximo ao local identificado como o epicentro dos tremores, teve até paredes rachadas. Mattana conta que uma parceria com a Universidade de São Paulo (USP) permitiu que técnicos medissem a intensidade dos abalos sísmicos, que teriam atingido 1,5 grau na escala Richter. “Foi um abalo muito pequeno, sem consequências graves”, recorda. Mattana conta, porém, que uma outra sequência de abalos teria assustado a comunidade caxiense nos anos de 1940. “O professor Mario Gardelin já relatou casos de abalos em 1945 na região do bairro São Pelegrino, próximo à Estação Férrea. Ou seja, isso que está acontecendo hoje não é uma novidade em Caxias.”
tão antiga que seria anterior até à Era dos Dinossauros. É de quando os continentes da América do Sul e da África ainda eram unidos e existia uma espécie de mar interior, cobrindo parte da terra, inclusive o território onde hoje é Caxias. A cidade ficaria próxima ao limite de uma região conhecida como Bacia Sedimentar do Paraná. “Nas regiões situadas sobre os limites de bacias podem ocorrer tremores por causa de um tipo de pressão natural que existe nesses lugares”, explica. A outra teoria é menos antiga e diz respeito à formação geológica de Caxias. No subsolo há uma espécie de fissura que atravessa toda a cidade no sentido Nordeste. O geólogo Nerio Jorge Susin, diretor-geral da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SemAs teorias sobre o que estaria ma), conta que essa falha passa pelo provocando essa nova onda de tremo- Estádio Centenário, a área da antiga res são muitas. Por isso, o Observatório Gethal, o bairro Fátima Baixo, a barSismológico da UnB vai enviar a Ca- ragem da Maestra e segue até a divisa xias dois pesquisadores e um técnico do Estado com a Argentina. É uma das com o objetivo de analisar o fenôme- maiores estruturas tectônicas do Estano. Eles instalarão equipamentos aqui, do, porque começa em Santa Catariouvirão as pessoas que sentiram a terra na e corta o Rio Grande do Sul. Para mexer e enviarão os relatórios à uni- o pesquisador de Brasília, um tipo de versidade, onde as informações serão pressão natural da terra sobre o subsoanalisadas detalhadamente. O chefe lo poderia estar agindo sobre essa fisdo Observatório, George Sand França, sura, provocando um aumento da faque coordenará a equipe de Brasília, lha e, consequentemente, os tremores. diz que ainda é cedo A terceira probapara apontar o que pobilidade está ligada à deria estar provocando “Eu pensei: água. França explica os abalos, mas já arris- bom, se a que uma grande retiraca três probabilidades casa desabar, da de água do subsolo – nenhuma delas propara a construção de vocada pelo homem, eu quero poços artesianos – escomo as detonações em estar do truturas presentes em pedreiras, por exemplo. lado de número significativo “A descrição das pesso- fora”, lembra o na região – pode proas que estão sentindo vocar um abalo ou diso fenômeno coincide aposentado parar um tremor que com os sintomas de Daicir estaria para acontecer. abalos sísmicos. O tipo Essa teoria é comparde tremor, o barulho e tilhada com o geólogo até a reação dos animais indicam que Sérgio Roberto Mattana, que defende os abalos não estão sendo causados a defende desde 1984. “Para mim, o pelo homem, mas sim por uma movi- que está acontecendo hoje é o mesmo mentação natural da terra.” que aconteceu em 1984 e em 2008: A primeira das possibilidades de- acomodação de camadas no subsolo. fendidas pelo professor tem origem O subsolo não é formado apenas de
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fície é tão grande que as rochas localizadas abaixo não aguentam e acabam cedendo. No momento em que elas cedem, há um deslocamento da terra, o que provoca um forte estrondo e um tremor. Mas o sismólogo lembra que os casos registrados no Brasil até hoje não chegaram a índices preocupantes. O pesquisador explica que é muito difícil prever um terremoto, por mais tecnologia que exista. “Na década de 1970, a China conseguiu prever um terremoto e esvaziou uma região inteira, evitando uma tragédia. Mas logo depois aconteceu um outro terremoto, que eles não conseguiram antever, e houve a morte de muitas pessoas. Ou seja, até quem convive O termo terremocom isso de uma mato para designar um neira mais intensa não tremor terra não é “Qualquer consegue saber quando unânime nem entre a abalo sísmico vai acontecer. Imagina comunidade científica. é um terremoto. a gente aqui no Brasil, Alguns pesquisadores, onde os terremotos Podem dar por uma questão de não são um problema cautela, para não assus- outros nomes, grave.” tar as pessoas, preferem mas, na França acredita que chamar de terremo- prática, é muito difícil que um to apenas os tremoterremoto cause danos é terremoto”, res que causam danos de grandes proporções como paredes racha- diz geólogo por aqui. Por isso, dedas, vidros quebrados, fende que o melhor construções demolidas que a população tem ou tragédias maiores, como mortes. a fazer é tratar o assunto de maneira Simplificando, seria o termo correto natural, já que não há como se antecipara tremores de proporções maiores. par ao fato nem evitar o fenômeno. “A Mas outros usam essa designação para chance de acontecer uma tragédia por qualquer tipo de abalo sísmico, mesmo causa de um terremoto no Brasil é míque ele tenha sido muito pequeno. nima, quase zero”. O geólogo Sérgio Roberto Mattana explica que os terremotos são provoApesar disso, o sismólogo afircados geralmente por quatro causas: ma que as pessoas precisam estar premovimentação de placas tectônicas, paradas caso algo mais grave ocorra. atividades vulcânicas, desmoronamen- “Não vai se abrir um buraco na terra tos internos superficiais do solo ou a para engolir as pessoas. Mas as casas, ação do homem, como explosões com principalmente aquelas com estrutura dinamites. Descarta as duas primeiras mais frágil, podem sofrer as consequpois, segundo ele, na região não há ências de um tremor forte. Por isso, as influência do deslocamento das placas pessoas precisam deixar de apenas ter nem vulcões, e a quarta, por não sus- medo e aprender um modo de se propeitar que estejam sendo feitas detona- teger.” ções com dinamites. Para Mattana, a Segundo França, os moradores que causa são os desmoronamentos inter- saem de casa quando sentem os tremonos. Ele não tem dúvida de que o que res – ou os avisos dos animais que se ocorreu em Caxias pode ser classifica- agitam – agem corretamente. “Em caso do como terremoto. “A escala Richter de tremor, a regra é a seguinte: se estivai de zero a nove. Portanto, qualquer ver na cama, vá para baixo dela ou coabalo sísmico é um terremoto. Podem loque um travesseiro sobre o rosto; se dar outros nomes, dizerem o que qui- estiver na cozinha, vá para debaixo da serem, mas na prática, é terremoto.” mesa; se estiver na sala, se proteja sob o Poucas pessoas sabem, mas os ter- marco da porta; e se puder sair de casa, remotos são comuns no Brasil. De saia. O perigo maior não está no solo, acordo com relatório do Observa- mas sim nas casas, que podem sofrer tório Sismológico da UnB, em 2009 abalos estruturais e, daí sim, provocar foram registrados 62 terremotos no acidentes graves.” país. E o número só não é maior porApesar de aparentemente alarmanque os equipamentos que registram tes, os conselhos soam naturais para esses acontecimentos não conseguem o pesquisador de Brasília. O que ele abranger todo o território nacional. Os defende é que haja mais serenidade no abalos ocorridos em Caxias, por exem- relacionamento entre o homem e os plo, não apareceram nessas medições. fenômenos naturais que ele não pode mudar. Suas palavras encontram eco Mesmo assim, em nenhum dos na opinião do geólogo Nerio Jorge Sucasos a proporção foi igual à dos tre- sin, já acostumado aos tremores que mores que ocorrem na China, no Japão ocorrem na cidade e à reação dos seus ou na Itália. “Não podemos comparar moradores: “Temos uma tendência os nossos terremotos com os deles pois de temer o que não conhecemos. Mas não temos grandes tragédias. Mas é um precisamos nos acostumar. A acomofenômeno que ocorre aqui também, dação do subsolo faz parte da dinâembora em escala bem menor”, diz mica da Terra. Os tremores são fenôchefe do Observatório, George Sand menos que acontecem e continuarão França. Ele explica que os terremotos acontecendo. Não podemos entrar em acontecem quando a pressão da super- pânico todas as vezes”. w w w . o c a x i e n s e . c o m . b r
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rochas. Há camadas de solo e água. A água sendo retirada dali, ao passar, leva junto partes de solo, provocando grandes vazios. A camada logo acima não suporta o peso e cede, provocando o barulho e os tremores que tanto assustam as pessoas.” Mattana não acha estranho que as pessoas sintam medo mesmo que se diga a elas que os abalos não são perigosos. “Eu mesmo, no tremor de 2008, acordei assustado com o barulho achando que um caminhão havia batido contra o prédio onde eu morava. Abri a janela e vi que não tinha caminhão nenhum. Aí me toquei de que tinha havido um terremoto.”
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Entraves legais
Isalete de Borba, da Apadev: “Para nós essa lei é só perdas. Vai restringir muito”
Assistência desassistida
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por VALQUÍRIA VITA valquiria.vita@ocaxiense.com.br mudança de uma lei tem feito a palavra prejuízo ecoar em instituições de assistência social. Associações que já eram acostumadas a dar conta das despesas com o pouco que recebiam começaram 2010 tendo que pensar em opções de corte de gastos para se virar com menos ainda. A Pastoral de Apoio ao Toxicômano Nova Aurora (Patna) vai ter que administrar a comunidade terapêutica, uma chácara para tratamento no interior do município, com R$ 10 mil a menos por mês ao longo deste ano. A Associação Centro de Promoção do Menor Santa Fé (Acpmen) e a Associação de Pais e Amigos dos Deficientes Visuais (Apadev) vão perder R$ 5 mil mensais. As instituições são só três dos vários casos de entidades assistenciais de Caxias que serão afetados pela nova Lei da Filantropia (12.101, de 27 de novembro de 2009), sancionada pelo presidente Lula no intuito de fiscalizar melhor a destinação de dinheiro às ações sociais. Resumidamente, uma entidade, para ser filantrópica, além de não poder ter nenhum tipo de lucro, tem imunidade em algumas contribuições. Ela fica imune de pagar os 20% ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), referente aos encargos de seguridade social de cada funcionário. Esse valor deve ser investido em ações de assistência social, saúde e educação. O recurso que iria para o governo é aplicado nessas três políticas sociais.
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Antes, cada entidade escolhia para qual das três áreas queria destinar o imposto e prestava contas apenas ao Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS). Por muitos anos era o CNAS quem emitia o certificado de filantropia e ao mesmo tempo fiscalizava se as entidades a estavam cumprindo. Agora a responsabilidade de renovação dos certificados é de três ministérios. Como a lei mudou, hoje, quem aplicar em saúde prestará contas ao Ministério da Saúde, quem optar pela educação, ao Ministério da Educação, e quem investir em assistência social, ao Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Com isso, a previsão é de que cada entidade destine mais ao seu centro de atuação, o que vai prejudicar a assistência social, que não possui receita própria. Para a Patna, uma entidade de assistência que atua na recuperação de dependentes de álcool e outras drogas, o corte da verba que era destinada pelo colégio São José, uma entidade filantrópica que agora aplicará só em educação, era uma perda anunciada. Desde o ano passado a instituição estava sendo avisada pelas irmãs do São José que o colégio não daria mais recursos. A quantia que a Patna perdeu era “um dinheiro bem razoável”, como a caracteriza Juliana Ferreira, assessora de coordenação da entidade. Na verdade, os R$ 10 mil compunham praticamente a base da renda da instituição. Pagavam o salário da metade dos fun-
Com a nova Lei da Filantropia, instituições concentram investimentos em suas áreas de atuação e cortam verbas para o serviço social cionários que trabalham na comunida- cobrar. Mas se cobrarmos, vamos atende terapêutica, ex-dependentes quími- der menos. E atendendo menos vai ter cos que atuam como monitores. mais gente na rua.” “Tentaram ajeitar as coisas com essa Bossa conta que uma possibilidade lei e acabaram prejudicando”, resume estudada para aumentar os recursos é Juliana. “Por causa do corte de recur- a ativação de uma fábrica de água sasos, pode ser que o número de mo- nitária na comunidade terapêutica. O nitores e até de residentes tenha que produto seria feito pelos residentes e diminuir”, acrescenta vendido à sociedade, a coordenadora, Lóris com os lucros revertiLeonardi Magalhães, dos à Patna. O projeto prevendo a pior das “Se cobrarmos, é uma ideia antiga da hipóteses. “Nós saímos vamos atender instituição. muito prejudicados, menos. E No dia da entrevista, porque a Patna é manLóris escrevia numa atendendo menos folha uma lista dos gastida só por doações”, diz o presidente, Ro- vai ter mais tos da Patna para apreberto Baldasso Bos- gente na rua”, sentar na reunião que sa, com expressão de lamenta a ela e Bossa teriam na quem já viu decepções Fundação de Assistêncoordenadora como essa acontececia Social (FAS) pouco da Patna rem antes. depois. Entre os gastos, Na tarde chuvosa de encargos sociais e todos terça-feira, dia 5, Bossa, os insumos necessários Lóris e Juliana discutiam o que fariam para manter a comunidade terapêutipara suprir a falta de verbas. “Vamos ca. O total somava cerca de R$ 40 mil ter que reduzir custos”, dizia Bossa, por mês. calmamente. “E os custos não vão ter Segundo o contador da Associação que ser reduzidos só nos salários dos Caritativo-Literária São José, Gervamonitores, mas também em outras zio Parizotto, a instituição aplicava a despesas fixas, como gás, alimentação, filantropia em educação e assistência luz. Tudo”, completava Lóris, revoltada social. Com a mudança da lei, o São com a decisão do governo federal. José restringiu a filantropia à área na A coordenadora projeta cobrar uma qual o colégio está envolvido diretamensalidade dos residentes. Hoje, mente. Para ficar mais claro, basta usar mesmo que por lei o exigido seja ape- o exemplo da Patna. Lá, as irmãs do nas 20% de vagas sociais, a maioria dos São José não realizavam nenhum tipo atendidos pela Patna não paga nada de trabalho, apenas destinavam parte pela internação. E não paga porque de seus recursos, para que a própria não pode. “Com isso vamos ter que entidade administrasse a quantia. É o
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Mesmo com a situação se encami- tentes sociais. nhando para quadros cada vez mais O custo alto para manter a infracríticos, a presidente da FAS não per- estrutura da Apadev, que atende 180 de a esperança, e diz, usuários, preocupa Isacomo se o raciocínio lete. A despesa mensal fosse algo extrema- “Quem ganha fica em torno de R$ 50 mente lógico: “Se o dinheiro com mil, incluindo investigoverno federal sanciomentos na qualificação nou esta lei, acredito assistência de profissionais. Seque eles vão repassar social? gundo a gerente, para mais recursos para as- Ninguém”, diz a trabalhar na entidade sistência social”. é preciso ter especiapresidente da Para Ana Paula, as lização em deficiência modificações na Lei FAS, apontando visual, e os cursos proda Filantropia farão a maior fissionalizantes para tal com que a prestação prejudicada formação praticamente de contas seja muito não existem no Estamais criteriosa: “Antes do. “Esse corte de verera assim: as entidades filantrópicas de ba nos faz buscar outras alternativas educação davam uma ou outra bolsa para manter a nossa sustentabilidade de estudo e as de saúde faziam medição e, principalmente, para manter o comde pressão de vez em quando. Mas era promisso com nossos usuários.” meio faz de conta tudo isso. Era tudo muito sem regras, sem regulamentaA mudança da lei está preocução. A criação de novos critérios sig- pando também os freis e as irmãs da nifica fechar as torneiras das isenções”. Associação Centro de Promoção do Menor Santa Fé (Acpmen). O mesmo Mas esses avanços na tentativa colégio que destinava recursos à Apade diminuir as fraudes não ajudam dev e à Patna vai deixar de contribuir a sustentar entidades de assistência com R$ 5 mil por mês para a Acpmen, social. Para elas, o rigor na prestação quantia que representava 10% do orde contas só veio dificultar. A Apadev, çamento anual da instituição. “Esse uma entidade beneficente de assistên- dinheiro era destinado à folha de pagacia social, que presta atendimento es- mento de pelo menos cinco professopecializado a portadores de deficiência res que administram as oficinas”, diz o visual, também teve o recurso que re- diretor, frei Osvair Domingos Morgan. cebia do São José cortado, e, por conta Ele torce para que a regulamentação da disso, já está pensando em um novo lei traga a permissão das parcerias, já planejamento financeiro para enfren- que a entidade não tem fontes de renda tar 2010. próprias e extrai todos os seus recursos “Para nós essa lei é só perdas. Imagi- de instituições ligadas à educação. na uma entidade que se mantém com A Universidade de Caxias do Sul, doações ter que se virar com R$ 5 mil a que também é uma entidade filantrómenos! Vai restringir muito”, diz a ge- pica, pois destina 20% da receita eferente administrativa da Apadev, Isalete tiva para gratuidades, deixou de atuar Borges de Borba. Os R$ 5 mil soma- na área de assistência social antes mesriam R$ 60 mil no ano, e estavam pro- mo de a lei mudar. Desde 2006 a UCS gramados para o pagamento de quatro veio desativando os programas de asprofissionais, como psicólogos e assis- sistência e se concentrando na área da
educação e saúde. Exemplos disso são o encerramento do Programa Cidadão Século XXI – que integrava crianças e adolescentes através de oficinas no campus –, de ações comunitárias em bairros do incentivo a esportes. “Nos adequamos às exigências da lei. Limpamos essa área. Acreditamos que devemos nos voltar só à formação de pessoas, que é o verdadeiro papel da universidade”, explica o reitor, Isidoro Zorzi. “Se continuássemos atuando com as três áreas teríamos que provar 20% em cada uma. Então, hoje comprovamos de sobra a gratuidade na área da saúde, por causa dos 100% de atendimento pelo SUS (Sistema Único de Saúde) no Hospital Geral, e o restante em educação.” As gratuidades concedidas pela universidade em educação dizem respeito aos alunos inscritos no Programa Universidade para Todos (Prouni), do governo federal. Hoje, 2.770 alunos utilizam o programa, com bolsas integrais ou bolsas de 50%. Zorzi ressalta que os números da receita líquida da UCS em 2009 ainda não foram divulgados, mas estima que tenham alcançado R$ 170 milhões. “Supondo-se que seja esse mesmo o valor, teremos que provar ao Ministério da Educação que a UCS está dando gratuidade de R$ 32 milhões.” A UCS possui certificado de filantropia, renovado pela última vez no início do ano passado. A instituição, porém, ainda está pendente com dois relatórios para garantia dos certificados, referentes a anos anteriores. Segundo o reitor, os relatórios, que estavam no Conselho Nacional de Assistência Social, hoje estão distribuídos nos Ministérios para que sejam analisados. “Vamos refazer o que tiver que ser refeito, e esperamos adequar o que está pendente”, diz o reitor acrescentando rapidamente: “Mas isso independe de termos o certificado agora.” Maicon Damasceno/O Caxiense
que se chama de parceria, que a mudança da lei também não contempla. “Quando existia uma obra social que já fazia atividade social mas precisava de recursos, ela podia fazer parceria com outra”, explica Parizotto. Agora, o São José vai destinar sua verba de impostos para bolsas de estudo integrais e parciais na escola. Além disso, continuará com o trabalho em uma creche, que atende gratuitamente cerca de 70 crianças, e em uma escola no bairro Capivari, onde 80% dos 450 alunos matriculados não pagam mensalidade. “Os recursos poderiam ainda ser destinados à assistência social, mas não por filantropia. Porque por lei não é mais válido isso”, diz o contador. Para a presidente da Fundação de Assistência Social (FAS), Maria de Lurdes Grison, se as entidades de saúde se voltarem para a filantropia em saúde e as de educação para a filantropia em educação – quadro que logo depois da aprovação da lei já tem se mostrado preocupante – a assistência social será, de longe, a maior prejudicada. “Quem ganha dinheiro com assistência social? Ninguém”, diz, completando que antes se aplicava muito mais em assistência social do que nas outras duas áreas. Agora, porém, é mais fácil que cada entidade aplique na sua. “Com essa lei as entidades vão definir as suas atividades prioritárias. Uma entidade de saúde poderia investir um pouquinho em educação, mas daria um trabalhão para prestar contas de uma escolinha infantil para o MEC (Ministério da Educação)”, completa a coordenadora da equipe de apoio a gestão da FAS, Ana Paula Flores. Maria de Lurdes explica que as entidades filantrópicas estão fazendo opções. “Quem optar por destinar à saúde e for da área da educação, por exemplo, tem que prestar contas a dois ministérios. E isso dá uma papelada imensa.”
Roberto Bossa, da Patna: “Saímos muito prejudicados. Vamos ter que reduzir custos”
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CALEidOsCópiO Caleidoscópio
EM sÉpiA SÉPIA C
por MARCELO MOURA por MARCELO MOURA
erto dia, um certo homem me diserto dia, um certo homem me disse que eu era quadrado. O homem se que eu era quadrado. O homem estava de fato certo, explico aos estava de fato certo, explico aos que não leram dessa forma, os tais que não leram dessa forma, os tais regrados, gente necessitada de orregrados, gente necessitada de organização, se vem escrito antes é ganização, se vem escrito antes é muito cedo, só se vem depois que muito cedo, só se vem depois que é certo. A quadradez do sujeito, é certo. A quadradez do sujeito, eu no caso, por acaso é fruto das eu no caso, por acaso é fruto das explicações, como pôde ser visto explicações, como pôde ser visto anteriormente, como posterioranteriormente, como posteriormente poderá receber um visto. mente poderá receber um visto. É da minha natureza explicar, o É da minha natureza explicar, o que quenada nada mais mais éé do do que que descomdescomplicar o dito por este que plicar o dito por este que vos vos fala. fala. Consertar? Nem pensar! Tá Consertar? Nem pensar! Tá tudo tudo certo, certo, só só mal mal colocado. colocado. Mudar? Mudar? Sou letrado, não Sou letrado, não fico fico calado! calado! Por Por essas essas ee aquelas, aquelas, oo certo certo homem homem certo certoafirmou afirmouque queeu eutinha tinhaquatro quatro lados, lados,na nahora horapensei penseiem em irir morar morar num numdesses desseslivros livrosde de matemática, matemática, correspondências correspondências para: para: Ensino Ensino Médio Matemática, Médio - Matemática, bairro bairro das das Figuras Figuras Geométricas, Geométricas, página página 42. 42. Que Que tipo tipo de de pessoa pessoa éé quadrada? quadrada? Ele Ele poderia poderia ter ter me me chamado chamado de de
redondo pelo menos... Mas aí ele redondo pelo menos... aí ele estaria errado, e eu nemMas chegaria estaria errado, e eu nem chegaria a ser quadrado. Pensando bem, os a ser quadrado. Pensando bem, os redondos só sabem rolar, e sempre redondos só sabem rolar, e sempre pro lado afundado ainda! Depois pro lado afundado ainda! Depois enchem a boca, não basta ter só a enchem a boca, não basta ter só a pança nessa condição, para dizer pança nessa condição, para dizer que, ao menos, para algum lado que, ao menos, para algum lado vão. Eles têm muita razão... Isso vão. Eles têm muita razão... Isso deve pesar bastante. Eu, no meio deve pesar bastante. Eu, no meio de uma explicância – plural de exde uma explicância - plural de explicações – parei para ouvir a senplicações - parei para ouvir a sentença de uma sentença, sim, contença de uma sentença, sim, condenavam uma frase! A pena era denavam uma frase! A pena era horrenda: “Condenada ao esquehorrenda: “Condenada ao esquecimento”, cimento”, por por ser ser deformada, deformada, sem sem sentimento. Os regrados sentimento. Os regrados –- de de novo novo eles eles –- julgavam, julgavam, enquanto enquanto os os poepoetas – bem aqueles – rezavam, tas - bem aqueles - rezavam, tudo tudo ao ao mesmo mesmo tempo, tempo, no no templo templo da da rima. Voltando ao que rima. Voltando ao que explicava explicava eu eu antes: antes: quatro quatro lados... lados... Um Um bom, bom, um um ruim, ruim, um um profundo profundo ee um um raso raso assim? assim? Será? Será? Preciso Preciso perguntar perguntar aa um um engenheiro engenheiro se se éé possível, possível, não não quero que a casa caia quero que a casa caia depois. depois. Tudo Tudo isso isso por por causa causa de de um um ser ser correto correto ee sua sabedoria ao quadrado. sua sabedoria ao quadrado. A A propropósito, o dia também estava pósito, o dia também estava certo. certo.
Metamorfose Metamorfose
por porLEANdRO LEANDROANGONEsE ANGONESE Sou Sou Do Dofruto frutoaacasca casca Jamais Jamaisaasemente semente De César De Césaroopolegar polegart Na Nadiversão diversãodo docirco circoromano romano Sou Souaanuvem nuvemque quepairava pairava Sobre Sobregregos gregoseetroianos troianos Nada Nadasinto sinto Souapenas apenasum umponto ponto Sou Noinfinito infinito No Nuncafui fuiplanície planície Nunca Sempreabismo abismo Sempre Aosdébeis débeisanjos anjos Aos Calei meu canto Calei meu canto Ninguémmerece merecemeu meupranto pranto Ninguém Revolvopensamentos pensamentos Revolvo Soboomeu meupesado pesadomanto manto Sob
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Caxiense OOCaxiense
15de dejaneiro janeirode de2010 2010 99aa15
Fábio Balen Balen Fábio São Jorge Jorge || || São As cores cores vibrantes, vibrantes, os os recortes recortes ee os os traços traços em embold boldsão são características características marcantes marcantes da da técnica técnica de de Fábio Fábio Balen. Balen.Em Em cada obra, obra, oo artista artista propõe propõejogos jogosmulticoloridos. multicoloridos.DançariDançarinas de de cabaré, cabaré, músicos músicosde dejazz, jazz, gatos gatoseemáquinas máquinasvoadoras voadoras são personagens personagens envolvidos envolvidos no no mundo mundo lúdico lúdicoda daarte artede de Balen. Balen. Nesse Nesse acrílico acrílico sobre sobre tela, tela, São São Jorge Jorge vibra vibra sobre sobreoo dragão popartarte diverte faz trocadragão monocromático. monocromático. A apop diverte e faze trocadilho dilho o guerreiro com ocom guerreiro pop. pop.
m an SS ee m an alm alm ee nte nte nnaass bban anccaass,, di diar ariiam ameente nte nnaa inte interrnneett. .
Guia de Cultura
guiadecultura@ocaxiense.com.br
Warner Bros. Entertainment Inc , Divulgação/O Caxiense
Semana apresenta detetive inglês, festival de anime e memórias de Humberto Gessinger
Nova aventura do detetive Sherlock Holmes (Robert Downey Jr.) é acompanhada de perto pelo parceiro histórico Dr. Watson (Jude Law) em uma Londres suja e violenta
MÚSICA
de Castilhos, 1.343, Centro | 3021-3597 | 400 pessoas
l A4 | Pop rock. Sábado, 23h | Sucessos do pop rock nacional e internacional e músicas próprias. Após, DJ residente Eddy. Portal Bowling – Martcenter R$ 10 (feminino) e R$ 15 (masculino) | RSC-453 Km 2, 4.140 | 3220-5758 | 1.000 pessoas | www.portalbowling. com.br
l Dan Ferretti | Samba rock e pop rock. Sábado, 22h30 | Show acústico em que músico caxiense apresenta sucessos do samba rock e do pop rock. São Patrício Bar Entrada franca | Tronca esquina com Marechal Floriano, Centro | 30285227 | 50 pessoas
l Ale Ravanello Blues Combo | Blues. Sábado, 22h30 | Baixista caxiense e sua banda apresentam clássicos do blues. Mississippi Delta Blues Bar R$ 10 (feminino) e R$ 15 (masculino) | Augusto Pestana, 810, São Pelegrino | 3028-6149 | www.msdelta.com.br
l Fuego! | Música eletrônica. Sábado, 23h | DJ Mause faz a festa mexicana, acompanhado dos DJs residentes Alibu, Flá Scola e Thobias Wolff. Das 23h às 00h30, rodada dupla de tequila. Havana Café R$ 20, com nome na lista R$ 10 (feminino); R$ 40, com nome na lista R$ 20 (masculino) | Augusto Pestana, 145, São Pelegrino | 3215-6619 | www. havanacafe.com.br
l Bacardi Party | Música eletrônica. Sábado, 23h | Festa comandada pelo DJ Le Araujo e DVJ Saimon Sun, na pista, e DJ Vanucci, no lounge. Move R$ 20, com nome na lista ou flyer R$ 15 (feminino); R$ 25, com nome na lista ou flyer R$ 20 (masculino) | Gaston Luis Benetti, 849, Parque Sanvitto | 8407-4942 | 1.800 pessoas l Blindsnake | Hard rock. Sábado, 23h30 | Tributo à banda Whitesnake, com sucessos como Is this love e Here I go again. Antes, acústico com Johnny e Ed, da banda Agente Ed. Roxx Rock Bar R$ 15, com nome na lista R$ 13 | Júlio
l Libertá | Pop. Sábado, 22h30 | Grupo com repertório variado, desde música gaúcha e sertaneja até MPB, passando pela axé music e pagode. Libertá Danceteria R$ 10 (feminino) e R$ 20 (masculino) | 13 de Maio, 1.684, Cristo Redentor | 3222-2002 | 700 pessoas l Rihanna Party | Pop. Sábado, 23h | Festa com sucessos da cantora americana, como Umbrella, Shut up and drive e Don’t stop the music, sob
comando do DJ Bebezão. Studio54Mix R$ 10 | Visconde de Pelotas, 87, Centro | 9104-3160 | www.studio54mix.com l Samba Rio | Pagode. Domingo, 20h | Roda de samba com grupo de Porto Alegre e DJ Anderson. Europa Lounge Garden R$ 10, com flyer R$ 5 (feminino) e R$ 20, com flyer R$ 15 (masculino) | Feijó Júnior, 1.062, Via Decoratta | 35362914 ou 8401-2029 | 400 pessoas l Daniel Mazzi e Eddy | Sertanejo. Terça, dia 12, 23h | Sucessos do sertanejo universitário. Depois, DJs residentes Adriano Piamolini e Luciano Pettorini. Arena Country Bar R$ 20 (feminino) e R$ 30 (masculino) | Perimetral Bruno Segalla, 11366, São Leopoldo | 3021-3145 | www.arenacountrybar.com.br l Puracazuah | Pagode. Quarta, dia 13, 23h | Banda faz show em comemoração ao aniversário de seu vocalista, Delão, e todos são convidados a ouvir hits do pagode universitário. Depois, DJ Marcelo Bonetto e LJ Sander Fogli. Até 1h, rodada dupla de cerveja e Red Label. Voice Club R$ 20 (feminino) e R$ 30 (masculino) | 13 de Maio, 1006, Lourdes | 3025-5252 | www.voiceclub.com.br | 1.000 pessoas l Blackbirds | Rock. Quinta, dia 14, meia-noite |
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Banda toca músicas próprias de seus quatro álbuns, além de covers e algumas surpresas para o público. O show faz parte da reinauguração do bar, depois de uma reforma. Vagão Bar R$ 15, com nome na lista R$ 12 | Coronel Flores, 789, São Pelegrino | 3223-0007 | www.vagaobar.com.br | 350 pessoas l Bete Balanço | Pop rock. Sexta, dia 15, 23h | Repertório recheado de sons nacionais, como Barão Vermelho, Blitz e Tim Maia, e internacionais, como The Commitments, Beatles e James Brown. Em seguida, DJ residente Eddy. Portal Bowling – Martcenter R$ 10 (feminino) e R$ 15 (masculino) | RSC-453 Km 2, 4.140 | 3220-5758 | 1.000 pessoas l Grupo Rodeio | Nativista. Sexta, dia 15, 22h30 | Tradicional grupo gauchesco faz show com músicas próprias e sucessos nativistas. Libertá Danceteria R$ 10 (feminino) e R$ 20 (masculino) | 13 de Maio, 1.684, Cristo Redentor | 3222-2002 | 700 pessoas l Pindorália | Indie rock. Sexta, dia 15, 22h | Show da atividade Sexta Indie traz banda caxiense mostrando covers de bandas indies internacionais. Leeds Pub R$ 5 | Os 18 do Forte, 314, Lourdes | 3238-6068 | www.leeds.com.br | 150
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LITERATURA l Dormindo na Biblioteca – Histórias de uma noite de verão | Segunda, dia 11 | A partir do dia 11, até 27 de janeiro, estarão sendo realizadas as inscrições para participação no Dormindo na Biblioteca, projeto com vagas limitadas e direcionadas a jovens de 12 a 14 anos. O evento será realizado em 12 de fevereiro na Biblioteca Pública Municipal e a sua programação apresentará “histórias para morrer de rir”, baralho de contos, jogos fantásticos, contação de histórias de mistério, “ceia de contos com sopa de letrinhas”, “conversas pra boi dormir”, exibição de filme na super Sessão Coruja e outras atividades-surpresa. A ficha de inscrição pode ser retirada no 2º andar da Biblioteca Pública, das 8h às 11h e das 12h às 17h30, mediante a apresentação de um documento que comprove a idade do inscrito. Biblioteca Pública Municipal Dr. Demetrio Niederauer Entrada franca | Dr. Montaury, 1333, Centro | 3221-1118 l Pra ser sincero: 123 variações sobre o mesmo tema | Biografia. Quarta, dia 13, 19h | O livro conta a trajetória do vocalista e baixista Humberto Gessinger e sua história de 25 anos com a banda Engenheiros do Hawaii. O texto, escrito pelo próprio Gessinger, tem aquela levada poética tão presente em suas letras e fala de maneira leve das lembranças da infância, das histórias adolescentes, do sucesso musical, das alegrias e das tristezas presentes no caminho. É a história do líder de uma banda que marcou a história do rock nacional, com letras ambiciosas e influências marcantes da cultura gaúcha. Leia um trecho do livro: Voltando ao primeiro show, encontraremos minha guitarra Giannini Diamond fingindo ser uma Gibson 335. Eu, de bombacha e cabelo new wave, não sei o que fingia ser. O repertório era meio performático. Além das músicas que escrevi, tocamos uma versão reggae de Lady Laura, do Roberto Carlos, e jingles dos biscoitos Sem Parar e do Extrato de Tomate Elefante. Não lembro bem do show, pois estava bêbado. Era a primeira vez que eu tocava em público. Tracei uma linha na lista das músicas que ficava aos meus pés, exatamente no que seria a metade do show. Enquanto tocava, olhava o roteiro e pensava que, se chegasse até aquela linha vivo, iria até o fim. A publicação, da editora caxiense Belas-Letras, tem 304 páginas coloridas com fotografias, letras de músicas do Engenheiros do Hawaii e ensaio do
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Guilherme Jordani , Divulgação/O Caxiense
TEATRO l Oficina teatral de férias O ator e diretor teatral Raulino Prezzi, da Companhia Teatral Atores Reunidos, promove oficina entre os dias 18 e 22 de janeiro, das 19h30 às 22h30, na B.A.S.E., espaço de ensaio da companhia. As atividades serão jogos teatrais, desinibição, improvisação, projeção de voz, concentração, percepção e conhecimento corporal. O curso é aberto a todas as pessoas a partir de 14 anos, com ou sem experiência no teatro. Vagas limitadas. Cia. Teatral Atores Reunidos R$ 200 (antecipado) | Marquês do Herval, 31 | 3021-1599
Editora Belas Letras, Divulgação/O Caxiense
l Rafael Texas e banda | Sertanejo. Sexta, dia 15, 23h | Sucessos do sertanejo universitário. Arena Country Bar R$ 20 (feminino) e R$ 30 (masculino) | Perimetral Bruno Segalla, 11.366, São Leopoldo | 3021-3145 | www.arenacountrybar.com.br
escritor Luís Augusto Fischer. Custa R$ 40. No lançamento em Caxias, dia 13, Humberto Gessinger faz pocket show e depois participa de uma sessão de autógrafos. Espaço Lifestyle – Shopping Iguatemi Caxias Entrada franca | RSC-453 nº 2780 Distrito Industrial | 3289-9292
l Pré-lançamento do Teatro Moinho da Estação | Quarta, dia 13, 18h15 | O projeto Arquitetura Revisitada dá início aos trabalhos apresentados no local, com a abertura da galeria de arte com exposição de fotos de membros do Clube do Fotógrafo de Caxias do Sul. Após o evento, será inaugurado o Boteco 13, um café que manteve a arquitetura do prédio em um ambiente com elementos de importantes movimentos artísticos do início do século 20. Teatro Moinho da Estação e Boteco 13 Entrada franca | Augusto Pestana, 810, São Pelegrino
CINEMA l 2012 | Aventura. De sábado a quinta, 13h50 e 21h10 | Escritor frustrado tenta reaproximar a família ao saber que uma catástrofe iminente irá destruir a Terra. Dirigido por Robert Emmerich, com John Cusack, Danny Glover e Woody Harrelson. Censura 12 anos, 161 minutos, dublado. Pepsi GNC 1 - Shopping Iguatemi Caxias Segunda e quarta-feira (exceto feriados): R$ 11 (inteira), R$ 7,50 (Movie Club Preferencial) e R$ 5,50 (meia entrada, crianças menores de 12 anos e sêniors com mais de 60 anos). Terça-feira: R$ 6,50 (promocional) Sexta-feira, sábado, domingo e feriados: R$ 13 (inteira), R$ 10 (Movie Club Preferencial) e R$ 6,50 (meia entrada, crianças menores de 12 anos e sêniors com mais de 60 anos). RSC-453, 2.780, Distrito Industrial | 3209-5910 l Alvin e os Esquilos 2 | Comédia. De sábado a quinta, 14h, 16h e 18h, 20h | O trio de esquilos Alvin, Simon e Theodore participa de um concurso de bandas para salvar a escola de
animecubed.com, Divulgação/O Caxiense
pessoas
Oficina de teatro, história do rock gaúcho e seriados japoneses no Ordovás
S e m an alm e nte n a s b an c a s , di ar i am e nte n a inte r n e t .
música com o dinheiro do prêmio, mas um dos concorrentes é um grupo de três esquilos fêmeas, as Chipettes. Dirigido por Tim Hill. Pré-estreia. Censura livre, 94 minutos, dublado. Pepsi GNC 4 - Shopping Iguatemi Caxias l Atividade Paranormal | Terror. De sábado a quinta, 22h10 | Casal de jovens, ao se mudar para uma nova casa, passa por experiências paranormais inexplicáveis. Dirigido por Oren Peli. Censura 14 anos, 87 minutos, legendado. Pepsi GNC - Shopping Iguatemi Caxias l Avatar | Ficção científica. De sábado a quinta, 15h, 18h15 e 21h30 | Missão de ex-fuzileiro naval é impedir que a raça Na’Vi, do planeta Pandora, atrapalhe a extração de minerais, mas o confronto com os alienígenas fica em segundo plano depois que um deles salva sua vida. Dirigido por James Cameron. Classificação 12 anos, 166 minutos, dublado. Pepsi GNC 2 – Shopping Iguatemi Caxias l Avatar | Ficção científica. De sábado a quinta, 15h20, 18h30 e 21h40 | Classificação 12 anos, 166 minutos, legendado. Pepsi GNC 5 – Shopping Iguatemi Caxias l Fonte da Saudade | Drama. De quinta a domingo, 20h | Filme nacional de 1986, dividido em três episódios que mostram mulheres relacionando suas vidas com lembranças da infância e de seus pais. Com Lucélia Santos, Tales Pan Chacon e Paulo Betti. Dirigido por Marco Altberg. A exibição faz parte da programação de verão da sala de cinema, que apresentará filmes nacionais não lançados em DVD e com preço acessível a toda comunidade. 90 minutos. Sala de Cinema Ulysses Geremia R$ 1,99 | Luiz Antunes, 312, Panazzolo | 3901-1316 | 100 lugares l Lula, o Filho do Brasil | Drama. De sábado a quinta, 17h, 19h30 e 22h | Filme retrata a história da vida do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, desde o nascimento no sertão pernambucano, passando pela infância na cidade portuária de Santos, em São Paulo, até o auge da atuação no movimento sindical, nos anos 80. Dirigido por Fábio Barreto (O Quatrilho), com Glória Pires como Dona Lindu (mãe de Lula), Cleo Pires como a sua primeira mulher e Juliana Baroni como a hoje primeira-dama Marisa Letícia. Censura 12 anos, 130 minutos. Pepsi GNC 3 - Shopping Iguatemi Caxias l Matinê AnimeCaxias | Anime. Sábado, 15h | Exibição de três seriados japoneses (dois episódios de cada). Às 15h, Inazuma Eleven, que conta a história de um péssimo time de futebol que recebe um novo jogador e passa a ser competente. Às 15h45 é a vez de
Magic Knight Rayearth, três estudantes transportadas para um mundo mágico onde têm a missão de salvar uma princesa. Às 16h30, Shigofumi, em que uma carteira entrega fortes desejos deixados por quem morreu. Sala de Cinema Ulysses Geremia Entrada franca | Luiz Antunes, 312, Panazzolo | 3901-1316 | 100 lugares l Sempre ao seu lado | Drama. De sábado a quinta, 17h e 19h | Inspirado na história real de um cachorro que acompanhava seu dono até o ponto de embarque e aguardava sua volta, todos os dias, e que virou símbolo de lealdade para o povo japonês. Com Richard Gere. Dirigido por Lasse Hallström. Censura livre, 88 minutos, legendado. Pepsi GNC 1 - Shopping Iguatemi Caxias l Sempre ao seu lado | Drama. De sábado a quinta, 13h40 | Censura livre, 88 minutos, legendado. Pepsi GNC 5 - Shopping Iguatemi Caxias l Sherlock Holmes | Suspense/ Ação. De sábado a quinta, 14h10, 16h40, 19h20 e 21h50 | Em meados do século XIX, o detetive Sherlock Holmes, mais ousado e bon vivant que em qualquer outra adaptação cinematográfica, é acompanhado pelo fiel escudeiro Dr. Watson na captura de um serial killer e bruxo. Ao pensar que seu trabalho está completo, eles são surpreendidos pela volta à vida do criminoso e de seus feitos. A perseguição continua, recheada de lutas e aventuras. Com Robert Downey Jr. e Jude Law. Dirigido por Guy Ritchie. Censura 14 anos, 128 minutos, legendado. Pepsi GNC 6 - Shopping Iguatemi Caxias l Tomates Verdes Fritos | Drama. Quinta, dia 14, 15h | Dona de casa reprimida conhece uma senhora de 83 anos que adora contar histórias. Em meio aos relatos, ela acaba inspirando e animando a dona de casa, que passa a ver a vida com outros olhos. Dirigido por Jon Avnet. Com Jessica Tandy e Kathy Bathes. A exibição faz parte do projeto Matinê às 3. Censura 14 anos, legendado, 124 minutos. Sala de Cinema Ulysses Geremia Entrada franca. A participação pode ser confirmada por agendamento de sua entidade, retirando ingresso no local, ou por reserva de ingresso, pelo telefone 3901-1312, com Tatiéli | Luiz Antunes, 312, Panazzolo | 3901-1316 | 100 lugares
Crítica | Lula, o filho do Brasil
OPORTUNISMO
DE PLANTÃO por RENATO HENRICHS
Embora a gerência do GNC Cinemas não divulgue números, Lula, o filho do Brasil, de Fábio Barreto, faz bonito nas bilheterias também em Caxias do Sul. E isso acontece apesar de o filme ter perdido na preferência do público para Avatar. Assim como em todo o país, o blockbuster norte-americano tem levado pelo menos três vezes mais gente ao cinema do que Lula. Em Caxias, Avatar está em cartaz em duas salas do Iguatemi – com uma cópia dublada e outra legendada. Lula pode ser visto apenas no GNC 3, em três sessões diárias. Não há termos de comparação entre os dois filmes, a não ser, talvez, a maciça campanha promocional que ambos mereceram de seus produtores para recuperar os investimentos feitos. Graças à carga publicitária (e aos seus visíveis méritos, inclusive no que significa de avanço para a técnica cinematográfica), o longa de ficção científica de James Cameron promete bater o recorde mundial de faturamento do mais bem sucedido trabalho anterior do cineasta, o bilionário Titanic (1997). Devido também ao marketing que obteve e, é claro, em função do personagem focalizado, o trabalho de Fábio Barreto promete ser uma das maiores bilheterias do cinema nacional nos últimos anos (já é a produção mais cara), embora seus produtores não escondam uma certa frustração. Esperavam bem mais. O filme de Barreto é inspirado na biografia homônima da jornalista Denise Paraná, lançada pela Fundação Perseu Abramo (ligada ao PT) em 2002, ano da primeira eleição presidencial vencida por Lula. Mesmo baseado na admirável trajetória do atual presidente da República, Lula, o filme, é também uma peça de ficção, com direito a licenças comuns a trabalhos do gênero. O problema é que mostra a história do personagem central de uma forma tão esquemática e superficial que fica difícil acreditar que aquele Lula é o mesmo retirante que deixou o
l Xuxa em O Mistério da Feiurinha | Infantil. De sábado a quinta, 13h30 e 15h15 | A princesa Feiurinha desaparece e Chapeuzinho Vermelho pede ajuda a todas as princesas famosas dos contos de fada e até o mundo real é convocado. Dirigido por Tizuka Yamasaki, com Xuxa, Sasha e Angélica. Censura livre, 82 minutos. Pepsi GNC 3 - Shopping Iguatemi Caxias
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sertão nordestino, ao lado da família, em busca de melhores oportunidades no Sul Maravilha, e está terminando seu segundo mandato de presidente da República com os maiores índices de popularidade que este país já viu. O produtor Luiz Carlos Barreto (pai do diretor) deixou bem claro desde quando anunciou a realização de Lula que o objetivo dele era ganhar dinheiro. A longo prazo, certamente vai conseguir o seu intento (ainda mais agora, com desconto de 50% no ingresso para operários sindicalizados). Vai garantir também bons índices de satisfação do público, diante de um momento histórico bastante propício. Além disso, o nível geral da produção é bom. E com os recursos financeiros com que contou (doações a fundo perdido de grandes empresas brasileiras, algumas sem fazer muita questão de ver o nome divulgado), não poderia ser diferente. A direção é segura (uma surpresa em se tratando de Fábio Barreto) e o trabalho dos atores é de primeira (com destaque especial para Glória Pires, como dona Lindu, a mãe de Lula). Enfim, trata-se de um produto de entretenimento que está muito acima da média do cinema brasileiro, mas... o personagem focalizado não precisaria de um filme sem muita densidade para alimentar a sua condição de quase mito da cena brasileira. Ainda mais do jeito como ele é construído, sem qualquer tipo de contradição, sem qualquer dúvida, tão afirmativo, tão correto, com omissões estudadas (como a ausência de Miriam Cordeiro da história) e alterações inaceitáveis (leia o livro), colocando Lula como uma espécie de eleito – não dos brasileiros, mas de Deus. Por coisas assim, se não fosse pedir demais, o próprio presidente da República poderia ter negociado a exibição do filme para daqui a algum tempo, fora de um ano eleitoral, quando ele estivesse longe do poder e não fosse acusado de se deixar levar por um exercício discutível de culto à personalidade. Evitaria passar a ideia de que Lula é apenas um filme oportunista.
Otávio de Souza, Divulgação/O Caxiense
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Maicon Damasceno/O Caxiense
Patrimônio Desvelado
Escondidas dos visitantes, obras doadas pelos artistas estão envoltas em tecido TNT preto para conservação
Obras de artE EM OBRAS
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por JOSÉ EDUARDO COUTELLE jeduardo.coutelle@ocaxiense.com.br apete levantado e um balde no canto da sala. Cadeiras sobrepostas. Não é dia de faxina, e também não é uma sala qualquer. É o gabinete do secretário municipal de Cultura, Antonio Feldmann, localizado nas antigas instalações da Estação Férrea. “Este prédio é antigo, e precisa de algumas reformas. Ele tem alguns problemas de infiltração no telhado. Com essa chuva tocada com vento sempre temos goteiras”, explica, um tanto embaraçado. Contudo, é outra a reforma que provocou um longo sorriso no rosto do secretário, e que deu novas noites tranquilas de sono. Os documentos vieram com dois anos e meio de atraso. Enfim, a cidade de Caxias do Sul receberá a verba federal para a alocação do Acervo Municipal de Artes Plásticas de Caxias do Sul (Amarp), num local adequado para manter obras de arte. O ambiente no Centro Municipal de Cultura Dr. Henrique Ordovás Filho, localizado na rua Luiz Antunes, bairro Panazzolo, no qual o Amarp está situado, estava calmo na quarta-feira passada. Nem parecia que os funcionários partilhavam da mesma alegria do secretário da Cultura por essa vitória. Talvez isso se deva pelo fato de poucos não estarem de férias. No
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primeiro andar, a única presença humana é o guarda, que cumprimenta, e presta informações às poucas pessoas que entram no Centro de Cultura. O Zarabatana Café está fechado, com as cadeiras empilhadas sobre as mesas. Subindo a escada que leva ao terceiro piso, após o salão que é utilizado para ensaios da Orquestra Municipal de Sopros e do Coral Municipal, algumas pessoas trabalham nas unidades de música e teatro, em salas divididas por divisórias simples. A coordenadora da Unidade de Artes Visuais, Carine Turelly, está de férias, assim, o assessor de comunicação Felipe Esteves apresenta a atual instalação do Amarp. Seguindo o corredor, em uma pequena bifurcação à esquerda se encontra a sala sem número ou identificação, no qual estão todas as obras do Acervo Municipal. A pequena sala contigua aos banheiros, iluminada por duas lâmpadas fluorescentes e repleta de estantes em todas as paredes e no centro, possui mais de 600 obras de arte, de todos os tipos, incluindo quadros de proporções homéricas, esculturas, xilogravuras, entre outros tantos, todos doados por artistas que usufruíram dos espaços públicos para expor seus trabalhos. Envolvidos em tecido TNT (Tecido Não Tecido) preto para evitar os danos causados pela umidade, e numeradas com tinta
Projeto do novo Amarp sairá do papel (e do depósito) com verba do Ministério da Cultura branca, as obras, após um longo perí- dias. O dinheiro faz parte do prêmio odo de solidão, enclausuradas na sala oferecido pelo Ministério da Cultura sem janelas e insalubre para os seres (MinC) para a cidade de Caxias do Sul, humanos, viajam poucos passos nas pelo fato de ela ter conquistado o títumãos da artista plástica Jane De Bhoni lo de Capital Brasileira da Cultura em até a antiga capela, no fim do corredor. 2008. No dia 28 de dezembro de 2009, Lá, uma a uma, as obras são restaura- foi assinado pelo prefeito José Ivo Sardas, e então novamentori e pelo secretário de te embaladas no TNT. Programas e Projetos As mais delicadas Culturais do MinC, ainda são envoltas em “Queria Célio Turino, o convêplástico bolha e, após, todas minhas nio de repasse do Miencaminhadas de vol- obras de volta. nistério da Cultura no ta para a pequena sala. valor de R$ 261.398,15 Nem que para a reforma e reaO projeto para o fosse para dequação do Centro novo Amarp, guarda- fazer fogo”, de Cultura Henrique do há dois anos e meio afirma o Ordovás Filho com indentro de um arquivo, tuito de abrigar o Acerartista plástico enfim passará do camvo Municipal de Artes po da abstração para Homero Ribeiro Plásticas de Caxias do o real. O dinheiro já Sul e para reformas empenhado, aguarda no Salão de Artes de questões burocráticas para ser libera- Caxias do Sul. Entretanto, essa verba do. No saguão do Ordovás, entre o Za- não vem de graça. A cidade de Caxias rabatana Café e a sala de cinema será o deverá entrar com uma contrapartida espaço que abrigará o acervo munici- no valor de R$ 65.348,78, cerca de 20% pal após as reformas. O projeto prevê do valor total da receita. um ambiente todo envidraçado e com Do valor total, R$ 167.491,47 será acondicionamento térmico adequado destinado para a reforma do Salão de para manter obras de arte. Artes. Situado aos fundos do Centro A cifra de pouco mais de R$ 260 de Cultura, ele receberá uma adaptamil, que será recebida pela prefeitura, ção e reforma na estrutura que já exisé uma promessa antiga do governo fe- te. Atualmente, sem um forro especíderal que será cumprida nos próximos fico para a boa acústica de um teatro,
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Se for feito, aparecerão, no máximo, haviam obras que não se encontravam quatro ou cinco pessoas. Acredito que no melhor estado. Algumas estavam metade da culpa pela situação atual do bem deterioradas e com fungos”, conAmarp é dos artistas e a outra metade ta. Outra questão positiva de haver do poder público.” um local para a exposição das obras, Em outra parte da cidade, na rua segundo a professora, é que os alunos Etore Pezzi, bairro Madureira, traba- das escolas de Caxias tinham a possilham os artistas do Núcleo de Artes bilidade de visitar o acervo e aprender Visuais de Caxias do Sul (Navi). Odil- um pouco mais sobre artes. za Michelon participa da associação desde 1991. Seus principais trabalhos Apesar da compreensão de uns envolvem pintura, fotogramas, foto- e críticas de outros, e a demora devido grafia e xilogravura (técnica de gra- à burocracia, finalmente a cidade de vura no qual se utiliza madeira como Caxias terá um local para armazenar matriz e possibilita a reprodução de as obras de arte, que afinal, são a reimagens e textos sobre papel ou ou- presentação direta da cultura de um tro suporte adequado). Já sua colega, povo, de uma determinada época e a artista plástica Ana Maria Vergami- região. Apesar de ser um período para ni, está desde a fundação no Navi, em comemorar, o secretário da Cultura, 1988. Atualmente, ela desenha pesso- Antonio Feldmann, avisa que haveas em movimento no acetato, um pa- rá um grande transtorno no Ordovás pel transparente e muito fino. devido às obras. “Peço a paciência e a As duas artistas contam que sempre compreensão da comunidade cultural. foi feito o pedido da doação de uma Estávamos em dívida com ela. Podíaobra em compensação do uso de um mos usar verbas públicas para realizar espaço público para exposição. “Doei o projeto. Mas, considero injusto desa peça do convite, uma das melhores viar dinheiro de outros setores, sendo da exposição”, diz Odilza, que não que receberíamos, por direito, a verba sabe ao certo se tem duas ou três obras do Ministério da Cultura”. no Amarp. Ela explica que um espaNovidades ainda surgirão. Feldço público para os acervos artísticos mann diz que após a inauguração da da cidade é algo muito importante. sala física do Amarp, será colocado “Esta é uma boa maneira de apresen- no ar a versão digital. As mais de 600 tar e conservar vivos os trabalhos”. obras estarão disponíveis para o acesAna, que também não so on-line para qualrecorda quantas obras quer pessoa que tiver doou, acredita que esta “Esta é uma acesso à internet. No é a forma de apresentar boa maneira seu gabinete, com os a história da arte da ci- de apresentar e processos do convênio dade. “Por sinal, não só das obras do Amarp e de Caxias”, ela explica. conservar vivos do Salão de Artes nas “Muitos artistas de ou- os trabalhos”, mãos, e uma fala atrotras cidades expunham diz Ana Maria pelada, como se não aqui e deixaram uma Vergamini, conseguisse expressar obra para o Amarp”, todo o seu contentaintegrante completa. mento em palavras, Aninha, como é do Navi o secretário anuncia chamada, é professora outro grande feito aposentada de Artes que deseja realizar. “A em escolas municipais. Ela realizou prioridade dos últimos cinco anos vai horas extras trabalhando no Amarp, ser concretizada. Toda classe artística enquanto as obras estavam expostas deve estar comemorando. Quero ainno salão do Ordovás. “Tivemos muito da mais. Assim como Porto Alegre trabalho. Todas as obras foram cata- tem o seu Museu de Artes (Margs), delogadas. Todas tinham seu espaço em sejo um para Caxias. O Amarp será o prateleiras. Contudo, o local era muito embrião para a construção do Museu úmido. Já na minha época, em 2004, de Artes de Caxias do Sul”, conclui. Maicon Damasceno/O Caxiense
basta olhar para cima e ver as tesouras comunidade artística durante anos: de madeira que sustentam o telhado onde está o dinheiro, (os quase R$ de zinco, que não é adequado, pois 300 mil) que Caxias receberia por ser sempre faz muito barulho quando a Capital Nacional da Cultura, destiventa ou chove. Tecidos pretos foram nado para a construção de um espaço presos ao teto para tentar melhorar a para o Amarp? Levou tempo mas a estética, do que visto de dentro parece questão foi respondida para o artista a cobertura de um antigo galpão. Al- plástico Homero Ribeiro, que tamgumas das obras prebém tinha essa dúvida. vistas são a adaptação Homero, que trabalha do espaço para dois “A busca no Centro de Atenção camarins com sanitá- por esse Psicossocial (Caps), rios, sala para depósito dinheiro foi situado na rua Plácido e bilheteria, reforma do de Castro, bairro Expiso, cobertura termo- uma questão de posição, relembra com acústica, instalações honra para mim”, tristeza do destino dos elétrica e hidrossani- diz Feldmann, seus quadros doados tárias, entre outras me- secretário ao Amarp. “Tenho uns lhorias. três ou quatro trabamunicipal da lhos no Acervo MuniEsta novela sem Cultura cipal. Fico muito trisfim para a conquista te com a situação das da verba federal durou obras. Vi um quadro quase dois anos e meio, incluindo vá- meu servindo de escora para outros, rias viagens para Brasília do secretário em uma campanha publicitária veicuAntonio Feldmann, até a liberação do lada na TV.” dinheiro. “A demora se deu devido a Homero, que trabalha em diversas questões burocráticas de âmbito na- áreas da arte, incluindo arquitetura, cional. Elaboramos projetos imedia- artes plásticas, arte aplicada na saúde tamente quando recebemos o prêmio mental, entre outras tantas, conta que de Capital Nacional da Cultura. Cha- já havia pedido as suas obras de volta. mamos um técnico do Museu de Arte Contudo, por assinar um documento do Rio Grande do Sul Ado Malagoli de doação, elas agora pertencem ao (Margs) para fazer um parecer sobre o Amarp. Um dos motivos apresentados projeto. Contudo, a verba não vinha”, por ele para requerer os seus trabadesabafa o secretário. Feldmann ex- lhos foi o fato de as obras não ficarem plica que com o empenho pronto, será expostas em lugar algum, apenas se realizada a licitação e logo se iniciarão encontrarem encaixotadas em uma as obras. “Começaremos a construção sala. E desabafa: “Queria todas mido novo espaço obrigatoriamente este nhas obras de volta. Nem que fosse semestre.” para fazer fogo.” Ele ressalta que é Apesar de reclamações da classe ar- importante para a cidade ter um acertística durante este período no qual o vo municipal. Mas não num depósito Amarp esteve praticamente encaixo- para as obras. “Nunca doei uma obra tado, o secretário Feldmann se mante- minha de grande relevância. Não teria ve coerente. “Eu poderia solicitar ver- sentido deixar uma obra com valor de bas municipais para a construção de mercado aprisionada em uma sala feum espaço para o acervo. Mas sempre chada.” achei injusto retirar recursos de outras Apesar da sua arte ser expressioáreas, visto que eu estava lutando pela nista, Homero diz que o movimento verba federal”, lembra. E conclui: “A dos artistas plásticos em Caxias do busca por esse dinheiro foi uma ques- Sul é pouco expressivo. “Nós (os artão de honra para mim. Por minha tistas plásticos) somos uma categoria origem alemã, dá para entender essa nada unida. Tu nunca vais ver um teimosia. Conquistamos o dinheiro movimento promovido pelos artistas, por termos sido persistentes.” como por exemplo para a construção Esta foi a pergunta que inquietou a e reforma de um local para o Amarp.
Salão de Artes, atrás do prédio principal do Centro de Cultura, ganhará novo camarim, cobertura termoacústica e reforma no piso
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Maicon Damasceno/O Caxiense
Movimentos calculados
sangue alemão
no COMANDO
grená
Osvaldo Voges é o homem de ferro na recondução do Caxias aos trilhos da vitória
D
Voges já investiu R$ 15 milhões no clube: “É teimosia de alemão”
trabalho para as minhas empresas”, orgulha-se. “Quando assumi o Caxias um documento do clube dizia que a e um lado, uma linha de montagem dívida era de R$ 13 milhões. Então com centenas de pessoas trabalhando contratei o serviço da auditoria, que como uma orquestra, em compasso, descobriu que a dívida era de R$ 24,5 faça chuva ou sol, religiosamente, os milhões”, lembra. “Não digo com isso produtos saem embalados e etiqueta- que antes alguém roubava no Caxias. dos para ganhar o mundo. De outro, Na verdade, encontrei lá um grupo vaum gramado verde, a céu aberto, mi- loroso de abnegados. Mas hoje as coilhares de pessoas ao redor de uma are- sas são mais transparentes.” na com onze homens e um só destino: Voges já investiu no Caxias R$ 15 vencer. Na indústria, o som da lida milhões. Parece muito, mas no mercom o aço dá ritmo ao pensamento, cado da bola, mesmo que inflacionado mantém o olho atento ao projeto, ao por estrelas de brilho curto, esse valor mais minucioso detalhe. Não há espa- não sustentaria um craque mediano ço para nenhum improviso. do futebol europeu. Mas essa quanNo campo, por mais confuso que tia tem um valor diferente, porque o pareça, pelo menos ao olhar mais Caxias aponta para figurar entre as banal, aqueles onze homens seguem poucas equipes do mundo (não é exauma só ordem. Tática, conceitos de gero) a zerar suas dívidas. “Não temos guerrilha, como contra-ataque, seja a mais a sangria desatada de antes, tudo nomenclatura que for, o que temos de dívida todos eles obedecem a está negociado, 90% um ordenamento. Mas “No futebol, das nossas contas estão aí, do nada, como um conheci um em dia. Faz um ano relâmpago num dia elemento que não temos mais mais ensolarado do surpresa de jogador que nublado, o craque diferente, entrando na Justiça irrompe a barreira da que não cobrando dívida traordem, e como um exí- conhecia na balhista. Em três anos, mio jazzista conduz a indústria: salvamos 12 leilões do platéia ao delírio. Caxias. Já resolvemos “No futebol, conheci a paixão”, 91 processos trabalhisum elemento diferen- diz Voges tas e nos faltam apenas te, que não conhecia oito”, garante. na indústria: a paixão”, filosofa Osvaldo Voges, 41 anos, “Quando cheguei no Caxias, diretor-presidente da Voges e há três não tinha um jogador que queria vir temporadas presidente da S.E.R. Ca- pra cá. Encontrei mais oficial de jusxias. Voges não é um daqueles craques tiça do que jogador”, brinca. “O prique o futebol revelou. Mas tem lutado meiro elenco que montei quis receber fora de campo pra dar muitas alegrias salário adiantado. Mas felizmente suao torcedor grená. “Sou um empreen- peramos isso. Hoje não temos mais dedor por natureza. Na verdade, não dificuldade para trazer nenhum jogasei bem, talvez seja teimosia de alemão dor. É claro, temos nossas limitações, mesmo”, brinca. pagamos pouco, mas pagamos.” A A seriedade é retomada ao explicar conversa era sobre futebol, mas a ênpor que um empresário em ascensão fase foi sempre o dinheiro, orçamento, resolveu ocupar a principal cadeira de dívidas, pagamento de tributos. Voges um clube cheio de problemas. enxerga o Caxias como uma empresa. “Como eu tinha comprado as em- “Digo pra molecada: ‘se vocês não se presas da Eberle, precisava mudar de derem bem no futebol, sejam metanome, e resolvi que essa era a melhor lúrgicos, é uma boa profissão, é uma estratégia de marketing. Então as- atividade respeitada, temos até um sociei a minha marca à do Caxias”, presidente metalúrgico’”. conta, amparado-se na mesa de uma O Caxias não vai ultrapassar um orampla sala em uma das suas empresas, çamento de R$ 150 mil por mês com no bairro São Ciro. Sem cerimônia, folha de pagamento, calcula Voges. enquanto dissertava sobre as primei- “Em 2010, pela primeira vez desde que ras dificuldades de quando assumiu o assumi, vamos usar 50% do orçamenCaxias, Voges abre o dossiê do clube to disponível para o futebol. Nos oudiante do repórter. “Quer saber quan- tros anos usávamos até 30%. No ano, to o Caxias deve? Está tudo aqui. Esse devemos investir de R$ 8 milhões a R$ relatório é feito por uma consultoria 10 milhões”, planeja. Com um olho independente, a mesma que faz esse dentro da fábrica e outro no estádio, por MARCELO MUGNOL marcelo.mugnol@ocaxiense.com.br
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superou ou pretende superar. “Sou a favor da globalização. E o Caxias não pode ficar fora disso, tem de abrir essa aldeia. Fui visitar como trabalham quatro dos maiores clubes do mundo, o Real Madrid e o Barcelona, da Espanha, e o Milan e a Inter, da Itália. A fórmula dos caras é a mesma do Manchester United há 15 anos: marketing agressivo, estreita relação com a comunidade e investimento na base para formar e vender”, enumera. Dentro dessa cadeia, Voges ainda destaca os trabalhos desenvolvidos por grandes clubes do Brasil que nos últimos anos vêm figurando como os mais competitivos: São Paulo, Cruzeiro, Internacional e Atlético Paranaense. O sonho do presidente é levar o Caxias à Série B. “É o lugar de direito do Caxias. Subir para a B é o nosso principal objetivo do ano. E de vez em quando beliscar uma série A. Mas aí é outro assunto, porque time do interior não tem conseguido sobreviver na Série A. Mas de vez em quando ir lá e beliscar com certeza é possível.” No ano dos 75 anos de fundação do clube, computados aí os tempos de
gistrada, nada”, orgulha-se. Esse vínculo com a comunidade, as constantes brigas com a federação por um preço de ingresso mais barato, o investimento na base, as dívidas sendo sanadas, a promessa de um trabalho continuado da equipe técnica, todos esses elementos, acredita Voges, vão tornar o Caxias um time vencedor. “Quem não gosta de investir em time vencedor? O Caxias precisa ser vencedor”, resume. “Nesta semana vou sentar com a Federação Gaúcha para baixar o preço do ingesso. A receita da bilheteria não sustenta um clube como o Caxias. Por isso quero ingresso a R$ 2, R$ 3, e não o mínimo de R$ 10, como deseja a Federação.” O Caxias nem entrou em campo ainda, mas já é possível esboçar aonde pode chegar um clube que fora das quatro linhas planeja todos os seus passos. Ainda mais quando seu comandante diz se espelhar em dois dos mais importantes presidentes grenás da história. Dito por Voges: Francisco Stedile e Marcos D’Arrigo. Um pela sua devoção ao clube e por ter construído um estádio grandioso, do nada, Maicon Damasceno/O Caxiense
Luiz Carlos Erbes, Divulgação/O Caxiense
Voges respira um pouco mais aliviado sentença. Tentamos negociar, mas ele do que em 2009. Não foram só os pro- está sendo irredutível”, diz, chateado. blemas do clube que tiraram o sono Quando a conversa parecia se esvair do industrial. A grave crise mundial nessa ladainha de cobranças judiciais, assolou também suas empresas. eis que irrompe na sala uma menina “Sei que tinha gente aí falando que gritando pelo pai. Julia tem quatro eu ia sair do Caxias, mas não é do meu anos, é filha do primeiro casamento feitio. Como disse antes, é teimosia de Voges. “Diz pro tio que é jornalisde alemão. Vou cumta o nome do time do prir meu contrato de papai”, solicita a ela 15 anos com o Caxias”, “Quando o pai atencioso. “Tipromete. Fato é que a cheguei mão”, responde Julia. crise fez pelo menos no Caxias, Voges, ruborizado, uma baixa significatitenta ajudá-la. “Não, va no time grená: “Tu encontrei filha, ‘timão’ é o time achas que se eu esti- mais oficial da tua mãe, o do pavesse bem aqui na em- de justiça do pai é outro. Qual é o presa eu teria perdido que jogador”, time do papai?”, insiso Marcos Denner no te. “Caxias!”, responde melhor momento do brinca o finalmente a menina, Caxias na Série C? Pô, presidente devolvendo o sorriso o Juventude ofereceu ao pai. R$ 10 mil a mais para o cara e ele foi. Mas se eu tivesse mais “A mãe da minha filha é corinequilibrado, como estamos agora aqui tiana, a avó dela é são-paulina, mas na empresa, eu não teria perdido o minha filha é do Caxias. Já levei ela Denner de jeito nenhum”. para o estádio e nessa idade as crianMesmo com a economia reaquecida, ças acabam criando uma afinidade Voges decidiu retirar o nome da sua com o clube. Aí não perde mais. Tem empresa do uniforme grená. Nova- cara aí que troca de mulher, mas não
Totalmente reformulada, a equipe grená que estreia dia 16 no Centenário não deverá ultrapassar orçamento de R$ 150 mil por mês
mente surgiram rumores de que o empresário sairia pela tangente. Fofocas à parte, a estratégia era reforçar o caixa do clube, e não apunhalar a torcida pelas costas. O anúncio do investimento do Banrisul dissipou esse nevoeiro. “O valor que o Banrisul vai repassar aos clubes é de R$ 300 mil ao mês. Por enquanto, só para o Gauchão. Mas com possibilidade sim, na teoria, de renovação”, acredita. Voges não se constrange em falar de cifras. “Não terei vergonha em ganhar dinheiro com o Caxias. Quando estivermos negociando jogador por R$ 3 milhões ou R$ 4 milhões, vocês serão os primeiros a saber. As empresas de Caxias têm de entender que o clube dá a oportunidade a todos de associarem a sua marca ao time. Eu já invisto em esporte há mais de 10 anos e sei que dá retorno”, defende. O problema em revelar os investimentos do clube, segundo o presidente, é atiçar advogados trabalhistas de plantão. “Só o Zé Clei, que jogou uns meses no Caxias, tem uma ação para cobrar R$ 1 milhão. E essa ação não temos como contestar, porque já foi dada a
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troca de time”, di verte-se. Voges mudou de ambos. A última mudança veio em 2009, na vexatória derrota de 8 a 1 para o Internacional, no Gauchão. E deixou uma lição: “Nunca mais vou contratar jogador por empréstimo com cláusulas em que o cara não possa disputar uma partida contra a sua equipe de origem. Nesse jogo contra o Inter não pudemos contar com jogadores importantes”. Em seguida, Voges admite: “Eu até era torcedor do Inter, mas desde aquela partida eu passei a ser o torcedor mais fanático do Caxias.” É bom lembrar que ele decidiu investir no Caxias por uma estratégia de marketing, e não porque era um fã do clube. Mas esse tempo dentro do Centenário o fez incorporar aquele sentimento ainda tão estranho ao seu universo metalúrgico: a paixão. E com paixão, mas sem perder a mão de ferro, o alemão de Roca Sales pretende tornar o Caxias uma marca forte e um clube competitivo. O que para alguns não passa de um sonho, para Voges é mais um desafio. Só mais um, diante de tantos outros que ele já
Flamengo, Voges entra em 2010 com em apenas seis meses. O outro porque, o peito aberto e já revela como pre- driblando as pedras pelo caminho, letende terminar o ano: “Se não zerar vou a taça de campeão gaúcho. 100% das nossas dívidas, pelo menos “Meu plano não é ser presidente por vai chegar bem próximo disso. Quero 15 anos. Vou continuar a investir no subir para a Série B e o Caxias tem de Caxias, mas se tudo der certo este ano chegar entre os quatro primeiros no e conseguirmos pagar todas as díviGauchão. Conquistandas, eu deixo o cargo. do isso tudo, vou ficar Aí vai entrar alguém “Se tudo der muito feliz”. para ser presidente no “A minha maior ale- certo este ano meu lugar”, projeta. Se gria e satisfação no Cadentro de campo Voe conseguirmos xias até hoje foi ver o ges quer proporcionar estádio lotado no jogo pagar todas alegria aos milhares contra o Guaratingue- as dívidas, de torcedores grenás, tá, no ano passado. eu deixo que parecem ter acorNão ficamos com a dado depois do históo cargo”, vaga, mas foi lindo de rico confronto contra se ver”, recorda Voges, planeja o Guaratinguetá pela mostrando a tela do Osvaldo Voges Série C de 2009, fora seu computador com dele Voges sonha em uma foto do Centenátornar o Caxias uma rio cheio. “Oficialmente dizemos que S.A.. “Imagina o Caxias com um ditinha umas 25 mil pessoas, mas tem retor-presidente e vários sócios! Cada gente dizendo que tinha 31 mil, sei um que quiser investir no clube podelá. Mas aquilo foi uma demonstração rá ser sócio”, projeta. Mas, primeiro, de como nossa torcida está madura. o Caxias tem que render em campo. Porque podiam ter quebrado todo o É o que o presidente e todos os grenás estádio. Mas saíram todos silenciosos esperam começar a ver no próximo sáde lá, não tivemos uma ocorrência re- bado, na abertura do Gauchão.
S e m an alm e nte n a s b an c a s , di ar i am e nte n a inte r n e t .
Maicon Damasceno/O Caxiense
Expectativa no Jaconi
O PRIMEIRO
DESAFIO COMO
PROFISSIONAL
Treinador Osmar Loss Vieira, que trabalhou 15 anos no Inter, agarrou oportunidade oferecida pela direção do Ju Osmar Loss diz que conhece a estrutura do Juventude e que será preciso passar por adaptações para que um time competitivo seja formado
A
por Fabiano Provin fabiano.provin@ocaxiense.com.br o contrário da grande maioria dos colegas de profissão, aos 34 anos Osmar Loss Vieira pode ser considerado um treinador experiente. Começou a trabalhar com 19 anos no Internacional, em Porto Alegre. Passou por todas as categorias de base e conquistou mais de 30 títulos – entre eles, o Brasileiro Sub-20 (2006), o bicampeonato gaúcho de Juniores (2008/2009), dois torneios na Itália (2005 e 2009) –, sendo o mais recente a Copa Arthur Dallegrave, no último semestre, com o time B colorado. Comparado pela imprensa da Capital com o estilo de Mano Menezes, 47 anos, gaúcho com passagens por XV de Novembro, Caxias e Grêmio, hoje no Corinthians, pode-se dizer que Loss tem atitude. Na sua apresentação como técnico alviverde, na manhã do dia 23 de dezembro de 2009, falou firme e frisou que não veio para Caxias do Sul por dinheiro. Ele deve receber em torno de R$ 15 mil mensais, mesmo valor do comandante do rival Caxias, Julinho Camargo, 38 anos, ex-treinador dos Juniores e do time B do Grêmio – vale destacar que Loss reeditará a rivalidade com Julinho, vivida na base da dupla Gre-Nal, agora pela dupla Ca-Ju. Segundo Loss, o Inter fez uma contraproposta superior a do Juventude. Mas preferiu encarar o desafio. “O Inter
cobriu a oferta. Mas a possibilidade de me tornar o técnico principal de uma equipe foi mais forte. Era uma questão de oportunidade e não financeira. Tenho muito a agradecer ao colorado, que sempre me tratou bem, de forma honesta. Eles me fizeram crescer dentro do clube e como treinador. Agora, meu foco está voltado para a proposta da direção caxiense”, analisou. Loss disse que conhece as dificuldades financeiras do novo clube, principalmente depois da queda para a Série C do Campeonato Brasileiro. “A direção do Juventude, ao me contatar, externou toda a situação. Quando iniciamos uma nova jornada, dificilmente começamos por cima e com qualidade. Ou seja, sempre haverá obstáculos. Vamos nos adaptar e formar um time competitivo.” Loss já havia se apresentado no Estádio Beira-Rio como treinador do time B uma semana antes. Inclusive deu entrevistas sobre a programação de trabalho e a oportunidade de trabalhar pela primeira vez em uma competição profissional. Mas tudo mudou após uma ligação telefônica recebida no final da tarde do dia 18 de dezembro, uma sexta-feira. “Foi o primeiro contato do Juventude. Antes, eu havia acompanhado de perto as últimas cinco rodadas da Série B. Torci para o Juventude não cair, pois, como treinador, quanto mais clubes gaúchos tiverem destaque no cenário do futebol, melhor”, lembra. A negociação
avançou para o final de semana e culminou na noite de terça. Na manhã do dia 23, Loss, sentado ao lado do vice de futebol, Juarez Ártico, e do presidente Milton Scola, concedeu entrevista coletiva na sala de imprensa do Estádio Alfredo Jaconi como técnico.
hoje cidade que, na época, era distrito de Marau, também na região Noroeste do Estado. A mãe residia em Porto Alegre. Quando completou 10 anos foi para a Capital, cursou o 2º grau e, por gostar muito de futebol (não de jogar), em 1997 formou-se em Educação Física pela Universidade Federal do Rio Loss trabalhou 15 anos no Inter. Grande do Sul (UFRGS). Antes disso, Começou aos 19 anos atuava em projetos de como recreacionista da extensão ligados ao escategoria Sub-10. Um O técnico atuou porte. ano depois, em 1995, com os atacantes Até encontrar uma com a mesma meniresidência para trazer Taison, Luiz nada, virou preparador de Porto Alegre a espofísico e, depois de três Adriano e sa e a filha Mariana, de meses, tornou-se trei- Alexandre Pato, cinco anos, que moram nador. “Com o passar no período no bairro Ipanema, na dos anos fui subindo, Zona Sul, Loss ficará que esteve nas passei pelo Juvenil, Jusozinho em Caxias, em niores e time B”, conta. categorias de um hotel. As horas de Entre alguns jogadores base coloradas folga, mesmo no tempo que se destacaram ou do Inter, sempre foram foram vendidos pelo ocupadas com futebol. colorado e que trabalharam com Loss “Gravo e assisto tudo o que posso. Sou estão o volante Sandro, os zagueiros casado há oito anos. Minha família Sidnei e Titi, o goleiro Muriel e os ata- entendeu a escolha. Tenho muito tracantes Luiz Adriano, Taison e Alexan- balho pela frente, pois o Juventude é, dre Pato. Este último, em especial, hoje provavelmente, a última equipe a inino Milan (Itália) foi “puxado” para o ciar a preparação para o Campeonato Juvenil do Sub-15 pelo técnico do Ju- Gaúcho”, alerta o técnico. A apresentaventude. “Em seis meses ele estourou ção do grupo ocorreu na manhã do dia e foi para os Juniores. Pouco depois foi 2. Depois de testes médicos e físicos para o profissional”, complementa. os atletas começaram a preparação na Nascido em Passo Fundo, Loss vi- manhã de segunda, dia 4. veu por lá até os três anos, quando se Pelo conhecimento adquirido com mudou com os avós para Camargo, jogadores jovens, dos cinco reforços
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anunciados pelo alviverde, três não te de um atleta formado. “Observei têm 25 anos – dois deles trabalharam maneiras de como conduzir um vescom Loss no Inter, os zagueiros Fer- tiário. Cada jogador tem um tipo de reira e Fred. “Essa é a proposta. O Ju- reação para determinada situação. Os ventude quer apostar na base. Tenho jovens, em geral, são mais ansiosos. É uma agenda, um banco preciso trabalhar esse de dados de jogadores. lado emocional”, ponTrazer atleta que atuou Paulo Autuori, dera o comandante comigo no Inter não é Carlos Alberto alviverde. No Juventupré-requisito. Todos os de, Loss pretende conParreira, nomes são discutidos vencer o grupo de que com a direção. Por ter Muricy Ramalho a dura missão de 2010 trabalhado uma década e Abel Braga será em prol do clube. e meia no mesmo clube são alguns dos Como resultado, todos consegui ter experiênterão destaque profisprofissionais que cias com grandes treisional. “O futebol não nadores”, afirmou. Nas inspiram o tem muita lógica, na categorias de base, Loss comandante papo verdade. O processo cita Mano Menezes, do Juventude é esse: reAndré Luis (hoje no estruturação. Será um Brasil, de Pelotas), Lisca (hoje no Porto processo contínuo, não feito em dois Alegre) e Guto Ferreira. “No profissio- meses. Assinei contrato por um ano e nal, chamaram minha atenção o Paulo pretendo formar uma equipe competiAutuori (hoje no Al-Rayan, nos Emira- tiva”, resume. dos Árabes), o Carlos Alberto Parreira Loss avalia que a torcida pode estar (Seleção da África do Sul), o Muricy desconfiada pela aposta da direção Ramalho (Palmeiras) e o Abel Braga em um treinador jovem. Porém, sem (Al-Jazira, Emirados Árabes). Posso (ainda) ser criticado publicamente, se dizer que foram eles que nortearam defende dizendo que aceitou o convite minha profissão. O contato era diário por conhecer a estrutura do Ju. “Já traprincipalmente com o Muricy e o Abel, balhei aqui dentro e sei a força que tem pois nessa época eu estava nos Junio- a torcida quando lota o Jaconi. Meu res. Sempre que possível eu colava ne- objetivo, em conjunto com a direção, les para trocar ideias”, elenca. é o de recolocar o clube num patamar mais elevado. Abri mão da confiança e Outro quesito aproveitado da segurança de trabalho porque acrepor Loss para adquirir conhecimento dito no projeto que está sendo encamifoi vestiário. Isso porque lidar com a nhado”, projeta. gurizada até 18 ou 19 anos é diferenNesse sentido, o vice de futebol re-
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força que o nome de Loss sempre esteve na primeira posição da lista de opções para treinar o time este ano. “Ele veio para Caxias do Sul sabendo da proposta de atuar com um time essencialmente jovem”, observa Ártico. Para o presidente alviverde, é preciso criar agora uma base sólida para encarar todos os desafios do ano – Gauchão, Copa do Brasil e 3ª Divisão. “Queremos, precisamos e vamos montar um time de garotos, mesclando alguma experiência. Repito que precisamos de paciência, direção e torcida, para que o Osmar Loss implante suas diretrizes de trabalho”, discursa Scola.
sucesso passaram pelo Juventude. Não pude negar o convite. Quero dar um passo adiante na carreira, demonstrar competência.” E Loss não se abate ao lembrar que no segundo semestre as dificuldades serão maiores com a disputa da Série C. “Independentemente da situação financeira, a gente vai conseguir contornar, dar a voltar por cima, e crescer, tanto o clube quanto o profissional Loss”, completou. Para isso, ele acompanha os treinos do Juvenil e, de longe, monitora a atuação dos Juniores na Copa São Paulo. Além dos cinco reforços já anunciados, pelo menos outros três atletas devem desembarcar no Jaconi para a disputa O treinador papo pretende do Estadual. O Ju estreia no Gauchão trabalhar com um grupo máximo de 2010 às 11h do dia 17 de janeiro, diante 26 jogadores. O cludo São José, no Estádio be tinha 21 contratos Passo D’Areia, em Porcom atletas da tempo- “O futebol não to Alegre. Os papos esrada passada, sendo tem muita tão na Chave 1 ao lado que alguns já foram de Grêmio, Avenida, lógica, na rescindidos e outros Porto Alegre, Ypiranga, provavelmente serão verdade. O Inter-SM, Novo Hamemprestados. “Traba- processo do burgo e Esportivo. Até lho com um modelo de Ju é esse: lá, está previsto um jogo, respeitando a pojogo-treino no Jaconi, reestruturação”, sição de cada atleta”, resegunda, dia 11, contra vela. A chance de trei- diz Loss, natural o Sindicato dos Atletas nar um time principal, de Passo Fundo Profissionais. Até a esalgo que não deveria treia, a expectativa da acontecer no Internadireção e da torcida só cional, não pretende ser desperdiçada. tende a aumentar com relação ao de“Foi uma questão de oportunidade. sempenho de Loss. Sua experiência Eu olhei para a história dos últimos com os jovens talvez seja o fator funtreinadores que saíram do Rio Gran- damental para enfrentar seu primeiro de do Sul e vi que todos com grande desafio como treinador profissional.
S e m an alm e nte n a s b an c a s , di ar i am e nte n a inte r n e t .
Renato Henrichs
renato.henrichs@ocaxiense.com.br | www.ocaxiense.com.br/renato-henrichs
Mala nunca mais
Não, não há a menor chance. Valmor Berzaghi, o Cabeça, e o filho Paulo não pretendem levar o extinto concurso Mala do Ano para o novo Boteco 13. A brincadeira – e a escolha não passava disso, uma brincadeira entre frequentadores – desgastou-se com o tempo e, nos últimos anos em que foi realizada, trouxe mais aborrecimentos do que alegria aos proprietários do bar, que ainda busca resistir como ponto de encontro de políticos locais e visitantes. O novo Boteco 13 será inaugurado, claro, neste dia 13, no Largo da Estação Férrea.
Rigidez necessária
Além de alagamentos ocorridos em pontos da cidade, o perigo representado por habitações em zonas de risco é tema de discussões entre os vereadores. Está claro que o município precisa ser mais rígido nas autorizações para construções em determinadas áreas. De qualquer forma, incluir uma avaliação severa sobre riscos de deslizamentos ou de enchentes nas exigências para o licenciamento de loteamentos e condomínios passou a ser uma exigência inadiável.
Endereço certo
Antes que isso aconteça, eu derrubo a prefeitura Maria Aparecida Steca, a Cida, presidente da Amob Portinari, à reportagem da Rádio Caxias, sobre a possibilidade de deslizamentos no bairro diante da falta de uma resposta adequada da Secretaria Municipal da Habitação para remover moradores de áreas de risco
perguntas para
Preço da democracia
Alceu Barbosa Velho
Em exercício no cargo de prefeito durante parte desta semana, o viceprefeito Alceu não vê problemas em candidatar-se a deputado estadual – por sinal, um direito dele, como político e como pedetista De que forma o senhor encara as reações de algumas pessoas diante da sua intenção de disputar uma vaga para a Assembleia Legislativa? De forma natural. Penso que as pessoas (pouquíssimas, é verdade) que reagiram a minha précandidatura a deputado estadual imaginam que eu devesse apostar na hipótese de ser candidato a prefeito em 2012. Acontece que 2012 está muito longe e ninguém tem qualquer garantia de quem vai ser candidato. Aliás, ninguém é candidato de si mesmo. Tudo depende de uma grande construção política que defenderemos quando chegar o momento. Minha pré-candidatura a deputado estadual não é diferente: foi uma construção coletiva. Há um grande grupo, dentro do diretório, que a defende. De outra parte, quero esclarecer que minha pré-candidatura a deputado estadual não é contra ninguém: é uma pré-candidatura do meu partido, o PDT. O certo não seria esperar 2012 para concorrer a prefeito, aproveitando os frutos da administração Sartori/ Alceu? Como já disse, 2012 está muito longe. Com relação aos “frutos da Administração Sartori/Alceu”, estes
não são só nossos. Somos 15 partidos administrando Caxias do Sul. Portanto, a questão de candidatura a prefeito passa, necessariamente, por todos. Todos terão que ser chamados, no tempo certo, a opinar, debater. É isso que defendo: a manutenção da união existente em 2004 e 2008, independente de quem será o candidato. Evidentemente que o PDT tem aspirações, mas temos que respeitar e ouvir todos. Existe acordo formalizado com Sartori para que este o apóie no caso de uma candidatura a prefeito em 2012? Não. Aliás, muito boa a pergunta para tirar qualquer dúvida que possa existir a respeito. Tanto em 2004 quanto em 2008, nas duas eleições do prefeito Sartori, nunca houve qualquer comprometimento de apoio a este ou aquele partido para o futuro. Repito: houve uma união em torno de Sartori, sendo meu nome indicado para vice, não só pelo meu partido, mas por todos os demais. Assim, uma candidatura para prefeito em 2012 passa por uma ampla discussão entre todos os partidos envolvidos. Seria muita pretensão do PMDB ou do PDT acharem que têm algum direito adquirido por estarem hoje à frente dessa grande e vitoriosa coligação.
Detalhe menor
A prefeitura não exagera quando diz que a pavimentação da Rua Atílio Andreazza é uma reivindicação de 30 anos. Desde que foi inaugurado o Cemitério Parque, nos anos 1970, a comunidade dos bairros que surgiram naquela região reclama da poeira ou do barro. A pavimentação (parte com paralelepípedos, parte com asfalto) da Atílio Andreazza beneficiará o transporte de passageiros. Os usuários das cinco linhas de ônibus que circulam por aquela via passarão a ter mais conforto. Aliás, é inadmissivel que muitas ruas em que circulam ônibus urbanos ainda não estejam – todas elas – pavimentadas. Tal medida seria uma forma de colocar em prática o discurso oficial da priorização do transporte coletivo. w w w . o c a x i e n s e . c o m . b r
Durante o ato de posse do vereador Moisés Paese na presidência da Câmara, o prefeito José Ivo Sartori deu a letrinha aos candidatos que atuam na administração municipal: “Temos que ser grandes para entender. Quem deve definir o caminho eleitoral são os partidos. A prefeitura não deve entrar nessa disputa”. Na mesma solenidade, Sartori solidarizou-se com o ex-presidente do Legislativo, Édio Elói Frizzo, que defende a ampliação do número de vereadores em Caxias (para 23 ou, dependendo do novo Censo, para 25). Assim como o parlamentar do PSB, Sartori entende que aumento do número de vereadores significaria maior representatividade dos caxienses no Poder Legislativo. Sobre os custos que essa ampliação poderia proporcionar, o prefeito foi taxativo: “A democracia custa caro”.
Ocupação
Iniciou finalmente esta semana a reforma do prédio que abrigava os cursos da Faculdade Mont’Serrat, na Rua Borges de Medeiros. O edifício de quatro andares foi alugado pela prefeitura em setembro de 2009 para sediar os setores burocráticos da Secretaria Municipal da Educação. Com o início das obras, entende-se que o local começará a ser ocupado a partir do próximo mês de março, início do ano letivo. O aluguel de R$ 16 mil mensais está sendo pago desde novembro passado.
Segurança
Durou pouco a comemoração do 12° BPM sobre a redução de vários índices de criminalidade em Caxias do Sul no ano passado. A morte de um jovem na tarde de quinta-feira, dia 7, mostra que ainda há muito o que fazer na área da segurança. É notória, por exemplo, a falta de policiamento nas proximidades da Estação Rodoviária – por sinal, onde ocorreu o latrocínio. Maicon Damasceno/O Caxiense
Entre outros pretendentes do partido, um pedetista está tranquilo em relação à sua condição de pré-candidato a uma vaga na Assembleia Legislativa na eleição de outubro próximo. É o vereador Gustavo Toigo. Eleito para a Câmara Municipal há duas legislaturas, Toigo concorreu a uma cadeira na Assembleia em 2006. Obteve 9.119 votos, o que o tornou suplente de deputado. E essa condição, por sua vez, lhe dá precedência no momento em que a coordenadoria regional do PDT definir as candidaturas. Como o PDT estadual decidiu que o partido deverá apresentar um candidato à Assembleia para cada 150 mil eleitores, Caxias do Sul terá dois pretendentes. E aí fica a dúvida: Toigo e Alceu Barbosa Velho ou Toigo e Vinicius Ribeiro?
Maicon Damasceno, Div./O Caxiense
Precedência
Lula outra vez A eleição presidencial é apenas em outubro, mas a campanha já está nas ruas (sem falar na maciça publicidade do governo em emissoras de rádio e televisão). A essa altura, valem todos os artifícios para passar por cima das restrições da legislação eleitoral. A foto ao lado mostra adesivo afixado em veículo que vincula a pré-candidata Dilma Roussef ao presidente Lula, uma estratégia que promete ser o mote da campanha. Sabiamente, a deputada estadual e candidata a reeleição Marisa Formolo vai no embalo.
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Fotos
A fotografia digital mudou o modo
como as pessoas registram seu dia a dia. O jornalismo também foi afetado por essa revolução digital. Imagens podem ser publicadas quase que simultaneamente aos fatos. É isso que o Caxiense oferece no Flickr. www.flickr.com/photos/ocaxiense/
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