Li D b br erad A C on as O ze am pela R D en Ju O to vo stiça PE lta , a CA m sc ao âm DO s h ar olo as fo de tes |S16 |D17 |S18 |T19 |Q20 |Q21 |S22
Semanalmente nas bancas, diariamente na internet. Maicon Damasceno/O Caxiense
Caxias do Sul, janeiro de 2010 | Ano I, Edição 7 | R$ 2,50
BOA SORTE, DUPLA
CA-JU
Caxias e Juventude voltam a campo querendo fazer de 2010 o ano da redenção do futebol caxiense
Roberto Hunoff revela que 17% da frota caxiense andava irregular | Renato Henrichs avalia os problemas no atendimento ao menor | Nasce um teatro no Moinho da Estação | Crianças alegram a represa nas férias
Índice
www.OCAXIENSE.com.br
A Semana | 3
VÍDEOS (Acompanhe vídeos, áudio e fotos em www.ocaxiense. com.br/multimidia)
Um resumo das notícias que foram destaque no site
Roberto Hunoff | 4
Fotos: Maicon Damasceno/O Caxiense
O ritmo de crescimento da frota caxiense caiu, mas o transporte individual subiu
Cores da estação | 5
Câmaras de bronzeamento enfrentam um verão de clandestinidade e suspeitas
Guia de Cultura | 8
A estilista francesa chega às telas e a religiosidade italiana sai das capelas
Teatro | 11
Cultura tem novo palco cercado por paredes para criatividade ilimitada
l Humberto Gessinger canta para os caxienses durante lançamento do seu livro Pra Ser Sincero: 123 Variações Sobre Um Mesmo Tema, da editora Belas-Letras.
Artes | 13
Nozes, algas, flores e pedaços de papel em cascata
l O Vagão Bar foi reinaugurado após reformas. Assista aos bastidores e saiba novidades sobre shows internacionais em 2010.
Férias para aprender | 14
ÁUDIO
Projeto Navegar ensina canoagem, remo, vela e muito mais aos alunos da rede pública
O imbróglio do bronzeamento artificial é esclarecido pela jornalista Valquíria Vita, que acompanhou os dilemas dos donos das máquinas e de suas clientes.
Longe do mar | 15
GALERIA DE FOTOS
As areias dos Pavilhões (!) sediam o início do circuito brasileiro de vôlei de praia
l O Teatro Moinho da Estação só estará pronto em 2011, mas já tem a primeira fase inaugurada. Veja as fotos de Maicon Damasceno.
Reação alviverde | 16
l Colônia de Férias do Projeto Navegar oferece prática de vela, remo e canoagem para crianças de escolas munipais
Contra todas as dificuldades, o Ju estreia no Gauchão em busca de redenção
(Acompanhe em www.twitter.com/ocaxiense)
Guia de Esportes | 19
Futebol em Caxias e Porto Alegre, vôlei na UCS e nos Pavilhões
@jeanberlanda Mais uma edição de qualidade. Parabéns! Continuem nos dando bons motivos para ter orgulho de ser caxiense. Jean Berlanda, às 15h04 de 9 de janeiro
Ambição grená | 20
De time renovado, o Caxias estreia no Gauchão pensando na Série C
@cdjardim Parabéns ao @ocaxiense pela vanguarda na informação local. Daniel Jardim, às 16h53 de 8 de janeiro
Renato Henrichs | 23
@sechaus Parabéns ao Caxiense pelas capas. Essa semana tá linda. Maurício Sechaus, às 7h30 de 12 de janeiro
Diante da provável impossibilidade de Lula, Festa da Uva pode ser inaugurada por Dilma
PLURK
(Acompanhe em www.plurk.com/ocaxiense) Diz que O Caxiense é só o que presta nesse Plurk. Grence Fagundes, às 10h36 de 9 de janeiro
Expediente
Redação: Cíntia Hecher, Fabiano Provin, Felipe Boff (editor), Graziela Andreatta, José Eduardo Coutelle, Maicon Damasceno, Marcelo Aramis, Marcelo Mugnol, Paula Sperb (editora do site), Renato Henrichs, Roberto Hunoff e Valquíria Vita Comercial: Leandro Trintinaglia Circulação/Assinaturas: Tatyany Rodrigues Administrativo: Luiz Antônio Boff Impressão: Correio do Povo
Assine
Para assinar, acesse www.ocaxiense.com.br/assinaturas, ligue 3027-5538 (de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h30 às 18h) ou mande um e-mail para assine@ocaxiense.com.br. Trimestral: R$ 30 | Semestral: R$ 60 | Anual: 2x de R$ 60 ou 1x de R$ 120 Jornal O Caxiense Ltda. Rua Os 18 do Forte, 422, sala 1 | Lourdes | Caxias do Sul | 95020-471 Fone 3027-5538 | E-mail ocaxiense@ocaxiense.com.br www.ocaxiense.com.br
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O Caxiense
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(Acompanhe em www.plurk.com/ocaxiense) Finalmente Caxias tem um jornal!!! E gostei muito ver Renato Henrichs também como crítico de cinema. Luiz Carlos Bombassaro Erramos | É Nelson D’Arrigo, e não Marcos, um dos ex-presidentes do Caxias citados como exemplo por Osvaldo Voges em reportagem da última edição (Sangue alemão no comando grená). Agradecimentos | E. C. Juventude, Edgar Vaz e Lucas Queiroz Soares; S. E. R. Caxias, Luiz Carlos Erbes e Rogério Dviurkowski; Associação Caxiense de Futebol de Mesa e Daniel Maciel.
S e m an alm e nte n a s b an c a s , di ar i am e nte n a inte r n e t .
A Semana
Antonio Paz, Palácio Piratini/O Caxiense
Interatividade e atrações 3D na Festa da Uva, loja da Apple em Caxias e sismógrafos digitais
Yeda Crusius compra 213 retroescavadeiras da Randon e se diz pré-candidata ao Piratini
SEGUNDA | 11 de janeiro Tecnologia
Caxias ganhará loja da Apple A diretoria do Grupo Herval fará parceria para a abertura das duas primeiras lojas exclusivas da rede Apple no Rio Grande do Sul. Ambas serão localizadas no Shopping Iguatemi de Caxias do Sul e Porto Alegre. Em Caxias um tapume já identifica a localização, próximo ao Restaurante Gran Piacere. A expectativa de inauguração é para fevereiro. Este tipo de loja tem como característica a venda de Mac, iPod, iPhone e softwares da Apple. No Brasil esse conceito já existe em São Paulo, Rio, Campinas e Curitiba.
TERÇA | 12 de janeiro Infraestrutura
Atílio Andreazza começa ser pavimentada A rua Atílio Andreazza terá mais de 20 mil metros quadrados de área pavimentada em 2.560 metros de extensão. A obra é reivindicada há mais de 30 anos pela comunidade.
QUARTA | 13 de janeiro Cidade
UCS pode fechar acessos e cobrar estacionamento Conforme o reitor da Universidade de Caxias do Sul (UCS), Isidoro Zorzi, a defasagem de vagas para estacionar
está sendo estudada pela administração. E a solução deve vir até o final do primeiro semestre. A UCS tem 31 pátios de estacionamento com 2,1 mil vagas. No turno da noite, os alunos acabam utilizando outros espaços – que não são estacionamentos regulares -, como vãos entre blocos. Entre as alternativas apontadas após o mapeamento dos estacionamentos, Zorzi destaca o fechamento da Cidade Universitária em horários de pico e cobrança do estacionamento.
Interatividade
Festa da Uva terá atrações 3D e realidade aumentada A Festa Nacional da Uva 2010, que ocorre de 18 de fevereiro a 7 de março com o tema “Nos trilhos da História, a Estação da Colheita”, trará inovações tecnológicas nas estações temáticas. Os visitantes poderão interagir com a história de Caxias do Sul e da Festa através de recursos 3D, livros eletrônicos, realidade aumentada e jogos virtuais. A atração de realidade aumentada terá animação sobre o processo de produção de vinhos. Haverá três vagões exibindo em suas janelas imagens tridimensionais de Caxias do Sul antes e depois de 1910, ano da chegada do trem à cidade. Um jogo virtual com três carros que passeiam por uma Caxias antiga deve atrair os jovens. Livros virtuais poderão ser folheados e lidos pelos visitantes. Além disso, há possibilidade de uma das Réplicas ter um capacete para passeio virtual. A empresa caxiense Urizen Technology desenvolveu as atrações. Conforme Jair Bastos, assessor da Secretaria Municipal da Cultura, Caxias deverá ganhar um museu
interativo sobre a chegada do trem que será localizado na Estação Férrea.
rosa reação do mercado, principalmente de novembro em diante.
Finanças
Política
Inadimplência aumenta 33% em Caxias
Yeda Crusius confirma a sua pré-candidatura à reeleição
A crise financeira mundial, que reduziu o nível de emprego e renda, foi determinante na expansão de 33% no número de registros de consumidores no Serviço de Proteção ao Crédito de Caxias do Sul (SPC). Durante o ano passado foram incluídas 112 mil pessoas, o maior número dos últimos anos, de acordo com Pedrinho Ferrarini, diretor do SPC. Com o início da recuperação da atividade econômica, a partir de setembro, evoluiu o número de exclusões no sistema, tornando o consumidor novamente apto a adquirir por meio do crediário. Foram registradas no ano, com forte concentração no último trimestre, 68.511 baixas, em alta de 31% sobre o ano anterior.
A governadora Yeda Crusius confirmou, em visita a empresa Randon, que é pré-candidata à reeleição ao Palácio Piratini. O anúncio oficial será feito dentro das regras e dos prazos da legislação eleitoral. O nome dela deverá passar pela convenção de seu partido, o PSDB. A declaração da governadora ocorreu em coletiva realizada após almoço que se seguiu à cerimônia de assinatura da compra de 213 retroescavadeiras Randon para municípios do Rio Grande do Sul, por intermédio do Programa de Reabilitação de Cenários de Desastres do governo federal, administrado pelo governo do Estado.
QUINTA | 14 janeiro
Tremores de terra
Indústria
Randon chega aos 10 mil trabalhadores As Empresas Randon, de Caxias do Sul, superam no próximo mês o número de 10 mil trabalhadores, o maior registro em seus 60 anos de história. De agosto a dezembro do ano passado as fábricas consolidaram 1.333 admissões, elevando o quadro atual a 9.572 pessoas. Em janeiro e fevereiro serão acrescentadas mais 534 vagas. O objetivo dos novos postos é atender a vigo-
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SEXTA | 15 de janeiro Sismólogos instalarão 7 aparelhos A equipe do Observatório de Sismologia da Universidade de Brasília (UNB) instalou sete sismógrafos digitais em Caxias do Sul para investigar os tremores de terra que ocorreram no final de dezembro e começo de janeiro. A equipe é formada por três profissionais: um geólogo, um físico e uma matemática. Os aparelhos serão instalados nas zonas Leste, Oeste, Norte, Sul e região central. Os moradores do Jardim América responderão questionários sobre os tremores.
16 a 22 de janeiro de 2010
O Caxiense
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Roberto Hunoff
roberto.hunoff@ocaxiense.com.br | www.ocaxiense.com.br/roberto-hunoff
218 mil veículos A estrutura viária de Caxias do Sul ganhou a circulação de mais 14.088 veículos novos no ano passado, queda de 3,46% na comparação com os números de 2008: 14.593. Agora a frota da cidade supera a marca de 218 mil veículos, média de 1,88 habitante para cada unidade. Os dados Emplacamentos
14.593 251
259
Caminhões
Ônibus
Motos
Impl. rod. Outros
Total
13,9%
8,5%
-28,8%
-16,9%
-34,3%
-51,2%
-3,0%
-3,46%
5.042
267
548
Com. leves
4.071
2.378
3.622 130
108
572
407
1.885 Autos
268.032 5.576
2.699
89.674 1.566
1.125
7.598
7.937
32.203
27.363
66.709
Rio Grande do Sul
155.494
132.379
Autos
Com. leves
Caminhões
Ônibus
Motos
Impl. rod. Outros
Total
17,4%
17,6%
-4,2%
-28,1%
-25,6%
-33,7%
1,26
10,59%
Individualidade
Mais 10%
No entanto, o meio de transporte individual cresceu 13,9% na cidade, acima do índice nacional de 12,9%. Foram emplacados 8.630 automóveis de passeio e 2.047 comerciais leves, as famosas caminhonetes. Assim, são mais de 167 mil unidades de transporte individual em circulação na cidade, representando 76,6% do total da frota. Isto sem considerar as quase 28 mil motos.
Para 2010 as vendas nacionais devem crescer 10,02%, totalizando 5.226.572 unidades. Para o segmento de automóveis e comerciais e leves a projeção é de 3.302.407 unidades, em alta de 9,73%. O setor de caminhões deve negociar 123.885 unidades, evolução de 13,5%; o de ônibus avançará 11,5%, totalizando 25.196, enquanto as motos contabilizarão 1.775.084 unidades, crescimento de 10,3%.
Dicas de compra
Para que a compra ocorra sem muitos sobressaltos vale seguir algumas dicas sugeridas pelo Procon de Caxias do Sul. A primeira é verificar a possibilidade de reaproveitamento de itens que restaram do período letivo anterior. Outra sugestão é procurar lojas que concedam descontos para compras em grande quantidade. Atente para as embalagens dos materiais perecíveis, como tintas, colas e fitas adesivas: elas devem conter informações precisas a respeito do prazo de validade, condições de armazenamento, composição e se apresentam algum risco à saúde do consumidor. Por fim, um alerta quanto a procedimentos de algumas escolas: o Procon considera prática abusiva a exigência de que o material seja adquirido em determinado estabelecimento.
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O Caxiense
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Curtas Hospital Saúde investirá R$ 500 mil na modernização de leitos, camas elétricas, mesas cirúrgicas, focos cirúrgicos, instrumentais cirúrgicos e respiradores para a UTI neo-natal. Os recursos têm origem em financiamento do BRDE.
Gilmar Gomes, Divulgação/O Caxiense
Júlio, Fotoobjetiva, Div./O Caxiense
Com o início do ano letivo programado para a segunda quinzena de fevereiro, cresce o movimento nas livrarias da cidade em busca de material escolar. De acordo com levantamento informal do Sindicato do Comércio Varejista (Sindilojas), os preços tiveram aumento médio de 5%, influenciados principalmente pelos livros, que têm valores tabelados e, portanto, inviabilizam pesquisas. No restante do material é preciso tirar um tempo para percorrer as livrarias. A vice-presidente do Sindilojas, Eloísa Rossi Victorazzi, reconhece que dificilmente um consumidor compra sem antes pedir orçamento. Até porque as diferenças de preço podem chegar a 500% dependendo do tipo do produto e das margens definidas pelas livrarias.
Caxias do Sul
2.047
7.577
Empossado na segunda-feira, o novo superintendente regional da Caixa Econômica Federal na Serra, Renato Scalabrin, já definiu suas prioridades. Dentre elas acelerar a aprovação de projeto e liberação de recursos para o Programa Minha Casa, Minha Vida. A expectativa é de liberar em torno de R$ 200 milhões em 3,6 mil unidades, cumprindo o projeto de 6.020 moradias para o biênio 2009-2010 na região. No ano passado foram aplicados algo como R$ 150 milhões. Caxias do Sul responde por cerca de 45% a 50% destes totais.
O Produto Interno Bruto do Brasil (PIB) deve crescer 6,1% em 2010, a terceira maior alta das economias mundiais, ficando atrás apenas de China e Índia, que projetam expansão de 9,4% e 8,6%, respectivamente. O índice, na avaliação de consultorias internacionais, resultará do crescimento da demanda interna, proveniente da expansão do crédito, do aumento dos salários acima da taxa de inflação, dos investimentos em infraestrutura, como as obras do PAC e para a Copa do Mundo, e do incremento do poder de compra das classes C, D e E. Também contribuirão a retomada do comércio exterior, com o acréscimo das exportações e a alta dos preços das mercadorias exportadas, e os investimentos estrangeiros que continuarão ingressando fortemente no país por conta do mercado em ascensão. Dentre os principais parceiros comerciais do Brasil, a expectativa é de crescimento do PIB na faixa de 2% na Argentina e de 2,5% nos Estados Unidos. Para a Europa, a projeção é de 2,4%, e para o Japão, 2%. Em situação melhor devem fechar a Coréia do Sul, com 5%, Rússia, com 4,1%; e México, com 3,8%.
Fonte: Fenabrave
2009
8.630
2008
Prioridades
Reajuste de 5%
referem-se a automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus, motos, implementos rodoviários e outros meios de transporte. No Brasil foram emplacadas 4.843.030 unidades, retração de 0,13%, segundo dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores.
14.088
As estatísticas do Departamento Estadual de Trânsito apontam que, ao final de 2008, circulavam irregularmente em Caxias do Sul perto de 35 mil veículos, representando 17% da frota. Chamam a atenção dois dados: das 25,6 mil motos então existentes na cidade, 30% estavam na condição de não licenciadas, situação que alcançava 25% dos 9 mil veículos rebocados (reboques e semirreboques). Dentre os 136,7 mil automóveis de passeio, 15,5% não estavam licenciados.
Injeção de ânimo
271.404
Irregularidades
Encontros aprovados
De janeiro a dezembro de 2009, a Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul realizou 45 reuniões-almoço, que atraíram 7.607 pessoas. A mais concorrida, com 341 participantes, marcou a posse festiva da diretoria reeleita para o biênio 2010-2011, tendo Milton Corlatti como presidente. Pesquisa feita jun-
to a este universo apontou que 92% ficaram satisfeitos com as reuniõesalmoço nos aspectos de recepção, climatização, sonorização, cardápio, atendimento dos garçons, palestrante, tema e recursos audiovisuais. A maioria das sugestões apontou necessidade de melhorias no cardápio e na ambientação do restaurante.
A Câmara de Indústria, Comércio e Serviços realiza na segunda-feira, 18, sua primeira reuniãoalmoço do ano. Os convidados são os empresários Raul Randon, das Empresas Randon, e Lourenço Castellan, da Móveis Florense, de Flores da Cunha. Eles falarão sobre vivências empresariais. Durante o encontro será assinado contrato de parceria entre a franquia Florescer, das Empresas Randon, e o Centro Educativo Casa Anjos Voluntários, de Caxias do Sul. A capacidade de produção da Randon de 120 unidades/dia está próxima do limite. Hoje são montados 95 veículos rebocados e cinco vagões ferroviários, totalizando 115 unidades - o número de horas necessárias na produção de um vagão é até quatro vezes superior ao de um implemento. Conforme Norberto Fabris, diretor executivo da Randon Implementos, a empresa está com carteira de pedidos fechada até abril.
S e m an alm e nte n a s b an c a s , di ar i am e nte n a inte r n e t .
Saúde & Beleza
UMA
POLÊMICA
REACENDE
As famigeradas (para o bem e para o mal) câmaras de bronzeamento artificial, até então proibidas, recebem um sinal verde da Justiça
Apesar da liminar liberando o uso das máquinas, muitos esteticistas esperam decisão definitiva para reativar equipamentos
E
por VALQUÍRIA VITA valquiria.vita@ocaxiense.com.br las estavam lá. Paradas. Trancadas em salas. Impedidas de serem usadas. Gigantes máquinas munidas de lâmpadas fluorescentes prontas para bronzear até a mais alva das peles. A notícia estampada no site da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em novembro do ano passado deixou esteticistas e adeptas da “cor do verão o ano todo” em choque às vésperas da estação mais quente. As profissionais, por perderem uma boa fonte de renda, e as clientes, por legalmente terem que se contentar com um bronzeado proporcionado unicamente pela exposição ao sol. “As câmaras de bronzeamento artificial não poderão mais ser utilizadas para fins estéticos no país. É proibido, além do uso, a importação, o recebimento em doação, aluguel e a comercialização desses equipamentos”, dizia a nota no site. O motivo foi um estudo da Agência Internacional para Pesquisa do Câncer (Iarc), vinculada à Organização Mundial da Saúde (OMS). Antes, a Iarc classificava as máquinas de bronzeamento artificial como “prováveis cancerígenas”. A pesquisa elevou esses equipamentos ao nível mais alto dos causadores de câncer. A decisão de alterar a categoria foi feita a partir da análise de 20 estudos sobre a relação entre o uso dos aparelhos e o risco de desenvolver o câncer de pele. Os resultados comprovam que a exposição às câmaras de bronzeamento aumenta em até 75% o risco de desenvolver melanoma – forma mais fatal do câncer de pele – naqueles que começam a usar os aparelhos antes dos 30 anos de idade.
Com isso, a temporada de verão 2010 não teve a mesma cor para muitas brasileiras. Mas teve para outras. Com os salões proibidos de disponibilizar sessões de bronzeamento, algumas clientes mais persistentes se recusaram a acatar a decisão da Anvisa, ignoraram o risco de câncer de pele trazido pela Iarc e se arriscaram em sessões clandestinas nos salões que não tiveram medo de infringir a resolução. Bronzear-se nas máquinas não se tornou apenas perigoso. Tornou-se ilegal. Na terça-feira, dia 12, uma liminar da 6ª Vara Federal no Rio Grande do Sul fez com que o sol voltasse a brilhar para as adeptas do bronzeamento, que desde novembro estavam brancas, ou clandestinamente morenas. A liminar liberou o uso e a venda das câmaras no país. A decisão beneficia apenas os membros da Associação Brasileira de Bronzeamento Artificial (Abba), que alega que não existem registros de câncer de pele decorrentes do uso das máquinas. Quem não pertence à Abba poderá se associar para se favorecer da medida. A Anvisa, no entanto, já anunciou que vai recorrer. Uma máquina de bronzeamento, numa mórbida comparação, lembra muito um caixão. Quando a cliente deita na máquina, a parte de cima dela é fechada, fazendo um barulhinho assustador. A máquina não fecha totalmente. Deixa uma fresta de cerca de 10 centímetros. As câmaras têm lâmpadas verticais, protegidas por um acrílico transparente. Ligar as luzes das 30 lâmpadas de uma câmara de bronzeamento sem estar devidamente preparado é pedir para levar um susto com o potente
flash de luzes azuis capazes de ilumi- bição, pois acredita que o uso das mánar toda uma sala. Por isso, para fazer quinas faz mal apenas se for exagerado. uma sessão de bronzeamento coloca- “Como uma vez que aconteceu de uma se óculos pretos minúsculos para pro- adolescente ter uma festa e, para ficar teger os olhos. bronzeada, marcou sessões em vários É preciso estar de roupa de banho ou lugares (já que cada salão só permite ao natural. Depois de ligada a câmara, uma sessão por dia). E no dia seguiné só esperar. A própria máquina emite te ela nem acordou. Porque os órgãos um sinal, uma espécie de apito, quando tinham sido ‘fritos’, digamos assim”, o tempo estipulado no botão termina. conta Daliana, sem saber a fonte da Um pacote com dez sessões de bronze- história – que, digamos assim, cheira a amento varia entre R$ 80 e R$ 150. lenda urbana. Os raios das máquinas de bronzear são os mesmos que os emitidos pelo É difícil entender por que sol. A diferença é que os das câmaras tantas mulheres continuaram com são 10 vezes mais intensos do que os as sessões de bronzeamento artificial naturais. De acordo com a regulamen- mesmo com as câmaras estando proitação brasileira, em todas as máquinas bidas. “Continuei porque não acredito deveria haver um aviso informando que faz tão mal quanto falam. E quem que a exposição às luzes da câmara po- ia controlar isso? Não tem como conderia causar câncer. A cliente, por sua trolar. Só retirando todas as máquinas vez, precisaria assinar de todos os salões”, diz um termo dizendo esuma cliente de brontar ciente disso. Mes- “Todo mundo zeamento que prefemo sabendo dos riscos, falava que eu re não se identificar. a perspectiva de adquié uma das que não estava bronzeada, Ela rir um bronzeado quagostam de contar que se instantâneo encan- mas eu me fazem bronzeamento tava (ou ainda encanta) enxergava artificial, mesmo antes muitas mulheres. A fo- branca. Tipo de a atividade se tortógrafa Daliana Mattanar proibida. No geral, anoréxica que se na, ex-cliente de bronsão poucas as que adzeamento artificial, enxerga gorda”, mitem se bronzear nas conta que não usa mais conta ex-usuária máquinas, muito emas máquinas, mas que bora o resultado – um agora fica no sol até tanto laranja – salte aguentar. “Mas eu fazia sempre. Ses- aos olhos, e há quem saiba identificar sões de 20 minutos quatro vezes por de longe quem passou por uma cama semana. Eu gostava de me ver com cor de bronzeamento. “Só conto para as ‘saudável’ o ano todo. Todo mundo fa- minhas amigas. Que também fazem”, lava que eu estava bronzeada, mas eu acrescenta a cliente anônima. me enxergava branca. Tipo anoréxica A própria Vigilância Sanitária de que se enxerga gorda”, relata. Caxias admite não ter condições de Entretanto, ela diz ser contra a proi- fiscalizar se os salões continuaram
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16 a 22 de janeiro de 2010
O Caxiense
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Maicon Damasceno/O Caxiense
Cerli resiste à pressão das clientes e mantém a sala de bronzeamento intacta
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O Caxiense
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usando as máquinas. De acordo com mais ligaria a tão amada máquina itaa coordenadora da Vigilância, Juliana liana. “Devolvi o dinheiro para umas Argenta, as câmaras não são a priori- 40 clientes que já tinham pagado o padade do órgão. cote. Se é um decreto, tem que acatar. Depois da decisão da Anvisa, Juliana Acho que quem continuou fazendo é explicou, com uma resposta enigmá- porque não valoriza a sua máquina.” tica, o que as estéticas deveriam fazer A sala que guarda o equipamento com as máquinas: “Não pode usar, não está trancada a chave desde o ano paspode doar, não pode vender, não pode sado. Dentro dela, o cheiro de cômodo comprar nem jogar no meio ambiente, fechado domina o ambiente. Mas a deporque as lâmpadas são tóxicas. Fora coração permanece intacta. Como se isso pode fazer o que quiser”. esperasse ansiosamente pela próxima A Vigilância só poderia ter autuado cliente. O detalhe em rosa da gigante algumas das estéticas que continuaram câmara de bronzeamento, que tem 30 realizando as sessões de bronzeamento lâmpadas, continua combinando com se o inspetor chegasse lá no momento a cor da cortina, com o pano da mesa, em que uma cliente estivesse deitada com a tampa do lixo e com o par de na máquina ligada. “Eu sei que eles pantufas de pelúcia que era usado peusam. Mas só denúncias não seriam las freguesas. O grande espelho segue suficientes para que ocorresse uma au- pendurado na parede e os óculos de tuação”, disse Juliana na proteção ainda repousegunda-feira, dia 11. sam em cima de uma Na quinta-feira, depois “Não pode usar, mesa. A única diferenda liberação, Juliana doar, vender, ça é que agora a máquiinformou que com a na está coberta por um liminar fica decidido comprar nem pano, para não pegar que todas as associa- jogar no meio pó. Se fosse por Cerli, das à Abba podem usar ambiente. Fora estaria coberta por um as câmaras de bron- isso pode fazer pano preto. Preto de zeamento sem serem luto. “Não me deixaautuadas. Ela acredita, o que quiser”, ram.” Por isso, o tecido porém, que com isso diz Juliana, que cobre a máquina é todos vão querer se fi- da Vigilância rosa. liar à associação. “Na Antes da proibição, verdade, neste momenos dias de verão eram to não existe nenhuma legislação que movimentadíssimos para a máquina controle o uso de máquinas de bronze- de Cerli. Ela não ficava um único dia amento no Brasil”, diz. sem ser ligada. Clientes jovens, mais Por enquanto a situação ainda está velhas, de pele clara, pele escura, maincerta. Esteticistas e usuárias aguar- grinhas e gordinhas. A máquina não dam ansiosamente por mais informa- fazia distinção. Bronzeava a todas. ções sobre os trâmites legais da ques- Algumas clientes mais claustrofóbicas tão. ficavam com a cabeça apoiada num banquinho do lado de fora da máquiNo cartão de visitas da Estética na. As mais carentes precisavam que Keler, da esteticista Cerli Adami, uma Cerli ficasse do lado, segurando a mão loira de maiô posa para a foto deita- durante a sessão, enquanto outras mais da em uma cama de bronzeamento. relaxadas conseguiam até dormir. Na lista de serviços disponibilizados Mas neste verão Cerli não trabalhou pela estética, que consta no cartão, o com bronzeamento. Justo no ano em primeiro item está riscado a caneta: que a máquina teria conseguido se “Bronzeamento UVA”. Com isso, a pre- pagar com o número de sessões feitas. sença da loira da foto parece não fazer “Agora alguém teria que me ressarcir”, mais sentido algum no cartão. cobra. Há 13 anos Cerli experimentou pela A maioria das clientes de Cerli (que primeira vez os prazeres de uma má- está levando em consideração se irá quina de bronzeamento. Depois da ses- se associar à Abba para poder voltar são, decidiu que queria trabalhar com a usar a máquina) ainda liga pedindo isso. Pagou em dólares uma máquina se dá para fazer bronzeamento. “Uma italiana e com ela foi conquistando sua delas até disse que se precisasse fazer clientela. Quem indicava uma amiga passeata com bandeirinhas, ela estava ganhava uma sessão. dentro.” As clientes precisavam assinar um termo de responsabilidade, no qual tiNa entrada da Tom Verão, um nham que dizer que não estavam grá- grande cartaz com a imagem de uma vidas, usando medicamentos ou com praia ensolarada recebe as clientes. O cosméticos espalhados pelo corpo. orgulho da proprietária Bibiana do Tudo isso para que nada de prejudi- Nascimento era ser uma das únicas, secial acontecesse depois da sessão. Na não a única, estética exclusiva de bronestética de Cerli, o tempo de exposi- zeamento artificial de Caxias do Sul. ção à máquina na primeira sessão, in- Bibiana comprou as máquinas há 12 dependentemente do tom de pele da anos. Câmaras de bronzeamento norinteressada, sempre foi de 5 minutos, te-americanas, que custaram o preço podendo aumentar nas seguintes para de um carro popular cada uma. “Lemno máximo 15. “Já perdi cliente porque bro que na época eu ficava pensando queriam fazer mais. Eu gosto de fazer que era o preço de um Fiat Uno!” Mesdo meu jeito. Gosto do meu negócio e mo assim, Bibiana comprou duas. Mais gosto do meu trabalho. E trabalho pelo adiante, comprou mais duas. As quatro certo”, defende. máquinas já bronzearam os corpos de Em novembro, as cerca de 300 clien- 2 mil clientes cadastradas na Tom Vetes de bronzeamento da esteticista fi- rão. caram sem rumo, porque Cerli avisou Em novembro, Bibiana – que não que acataria a decisão da Anvisa e não acredita que algo tão caro como uma
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Proibição causou prejuízo para estéticas e comerciantes, como Humberto Pertile, que vendia lâmpadas para as câmaras de bronzeamento
máquina de bronzear possa fazer tão adocicado cheiro na pele. mal – ficou arrasada quando a decisão Depois de novembro, por causa da saiu. Afinal, 100% de seu lucro vinha mudança drástica, Bibiana diz que pasdas máquinas. O ritmo de trabalho era sou por um período de muito estresse, mais ou menos como principalmente porque o das formigas. Tracom a proibição as mábalhava-se muito no “Neste momento quinas de bronzeamenverão para se ter no não existe to ficaram ainda mais inverno (já que na estachadas de prejudiciais legislação que tação mais fria do ano à saúde. Não foi nada poucas mulheres têm controle o uso fácil engolir a resolução necessidade de osten- de máquinas e iniciar novos serviços. tar um bronzeado). de bronzeamento “Principalmente porque Neste verão, poo caixa já estava apertano Brasil”, diz rém, as coisas foram do.” Pouco antes da resbem diferentes. Com coordenadora trição da Anvisa, Bibiaa proibição, ela ime- da Vigiância na tinha trocado todas diatamente parou de as lâmpadas de três dos atender. E decidiu que equipamentos. Só com aquela era a hora de colocar em práti- essa manutenção gastou cerca de R$ 4 ca outros serviços que já pensava em mil. agregar à estética. Agora Bibiana não Mais do que a dívida, hoje ela tamtrabalha mais sozinha. Tem uma fun- bém está com um gasto extra, para cionária que faz manicure, depilação e locação de uma sala onde descansam sobrancelha, e outra que é cabeleireira. intactas as máquinas. “Além de não Na sala da Tom Verão, poltronas novi- estar ganhando, estou perdendo.” As nhas, mesa para depilação e uma varie- câmaras foram levadas com todo o dade de esmaltes tomaram o lugar que cuidado do mundo, com a ajuda de era das máquinas de bronzear. dois homens e de dois pares de rodiMas a clientela nem se compara aos nhas, que deram conta do grande peso. meses gordos de novembro e dezem- “Até pensei em colocar na garagem da bro dos anos anteriores. Havia dias em minha casa, mas era muito perigoso que as quatro máquinas ficavam liga- carregá-las”, conta. das sem parar, chegando a bronzear 23 No momento, Bibiana – fã do bronclientes num só dia. As câmaras eram zeamento artificial desde os 15 anos a sensação da Tom Verão, que até che- – aguarda provas seguras de que pode gou a tentar utilizar o bronzeamento a voltar a usar os aparelhos. Nem se anijato por um curto período. O chamado mou com a notícia de que a Abba tinha Jet Bronze foi vencido pelos resultados conseguido que seus sócios pudessem das máquinas, que não deixavam man- voltar a trabalhar, pois acha que a lei chas e duravam por muito mais tempo. não está clara e não gosta de trabalhar O jato, mesmo deixando “uma cor ma- com dúvidas. “Mesmo se voltar a fazer ravilhosa”, como afirma Bibiana, man- o bronzeamento, não vai mais ser a chava roupas e deixava um enjoativo e minha prioridade”, planeja, afirmando
que mesmo assim irá manter o nome Tom Verão.
destinidade. Revoltado com a proibição, Pertile explica que o estudo que fez com que a atividade de bronzeamento Tanto quanto os salões que artificial fosse suspensa no Brasil não trabalham com as câmaras de bronze- faz sentido por ter sido feito “na Euroamento, a proibição prejudicou tam- pa, com pessoas de pele clara”, ressalta bém os seus fornecedores. Humberto ele, frisando bem as duas últimas palaPertile, proprietário da D&D, uma loja vras. “Sem falar que na Europa bronque vende produtos para esteticistas, é zeamento é que nem lavar roupa. É só conhecido por praticamente todas as colocar umas moedas na máquina para donas de máquinas de bronzear, já que poder fazer. É um uso indiscriminado. além de comercializar câmaras semi- Inclusive de meninas de 14, 15 anos. novas vende as lâmpadas fluorescentes No Brasil já existiam regras.” especiais para a prática. Hoje, PertiPertile conta que cerca de 10 estele tem vendido máquinas e lâmpadas ticistas de Caxias estavam entrando apenas para uso médico. com processo para tentar derrubar a Uma lâmpada de 1m80 de compri- resolução da Anvisa. Agora, segundo o mento, que emite raios ultravioleta, comerciante, ficou muito mais fácil, já custa cerca de R$ 75. O número de que com a liberação é preciso apenas lâmpadas de cada máquina varia de 25 se associar à Abba (por R$ 250 anuais) a 30, mas Pertile lucra na manutenção, em vez de arcar individualmente com já que a cada 800 horas de sessão elas os gastos que um processo envolveria. precisam ser trocadas. Sobre o caso comentado por Daliana O comerciante diz que, antes da no início desta reportagem – a respeiproibição, para que uma estética esti- to da jovem que teria morrido com os vesse dentro da lei era órgãos queimados –, necessário exigir da Pertile diz que é o concliente uma avaliação “Se é um decreto, to mais velho da histómédica, realizar ma- tem que acatar. ria do bronzeamento nutenção da máquina artificial. “Todo munAcho que quem e possuir um laudo do já ouviu isso, mas é em que constasse a ra- continuou impossível que tenha diação das lâmpadas. fazendo é porque acontecido. Se usada Além disso, a máquina não valoriza a de forma incorreta, a precisava ser registramáquina pode queimar sua máquina”, da no Ministério da a pele, mas não passa Saúde, os limites de avalia a disso”, assegura. Para uso deveriam ser res- esteticista Cerli reforçar a defesa da câpeitados e as clientes maras, ele se vale até de tinham que assinar um uma bizarra analogia: termo de cuidados antes de se expor às “Se colocar uma salsicha numa máquilâmpadas. na durante um dia todo, quando tirar e Para ele, a decisão da Anvisa foi um cortar a salsicha, ela vai estar crua por tiro no pé, porque fez aumentar a clan- dentro.”
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Guia de Cultura
guiadecultura@ocaxiense.com.br
Sony Pictures Entertainment Inc., Divulgação/O Caxiense
A vida de Coco Chanel chega ao cinema e a religiosidade é refletida nas artes plásticas
Audrey Tautou interpreta a estilista francesa que se tornou ícone da moda em Coco antes de Chanel
br | 1.100 pessoas
MÚSICA l Blackout | Música eletrônica. Sábado, 23h | Com DJ Bebezão. Studio54Mix R$ 10 | Visconde de Pelotas, 87, Centro | 9104-3160 | www.studio54mix.com l Cardo Peixoto | Pop rock. Sábado, 22h30 | Acústico com covers do pop rock nacional e internacional. Badulê American Pub Entrada franca até as 22h. Após, R$ 5 | Rua Marechal Floriano, 1.504, sala 1, Centro | 3419-5269 | 50 pessoas l Celebration | Música eletrônica. Sábado, 23h | Na pista, DJs residentes Léo Z e Elias Cappellaro e imagens com o VJ residente Gustavo Zanotto. No lounge, DJs Marcelo Falcas e Daniel. No palco, show com a banda h5n1. Pepsi Club Feminino: R$ 20 ou R$ 15 (com flyer). Masculino: R$ 40 ou R$ 35 (com flyer) | Vereador Mário Pezzi, 1.450, Exposição | 3419-0900 | www.pepsiclub.com.
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l Dan Ferretti e Bico Fino | Samba rock. Sábado, 22h30 | Acústico de samba rock. São Patrício Bar Entrada franca | Tronca esquina com Marechal Floriano, Centro | 30285227 | 50 pessoas l DJ Connection | Música eletrônica. Sábado, 23h | DJ Alexsander, residente da Up, de Santa Cruz do Sul, acompanhado pelo DJ residente Rodrigo Dias. Nox Versus R$ 15 com nome na lista e até 0h30. Após, R$ 20 | Darcy Zaparolli, 111, Villaggio Iguatemi | 3027-1351 | www. noxversus.com.br l Fabricio Beck Trio | Pop rock. Sábado, 23h | Show com covers do pop nacional e internacional. Depois, DJ Titi Branchi. La Barra Valor não divulgado | Coronel Flores, 810, São Pelegrino | 3028-0406 | www. labarra.com.br l Here Lies | Rock. Sábado, 23h30 | Tributo à banda Metallica, com co-
vers de sucessos como Enter Sandman e Sad but true. Antes, acústico com Paganela, Paulo Schoereber e Tiago Caurio. Roxx Rock Bar R$ 15 ou R$ 13 (com nome na lista e até 23h30) | Av. Júlio de Castilhos, 1.343, Centro | 3021-3597 | 400 pessoas l Mary Olivetti | Música eletrônica. Sábado, 23h | DJ carioca faz a festa apresentando um set com várias vertentes do House, que vai do Deep House até o TecHouse Atmosférico. Acompanhando a visitante, os DJs Alibu, Diego Oselame e Thobias Wolff. Havana Café Feminino: R$ 20 ou R$ 10 (com nome na lista). Masculino: R$ 40 ou R$ 20 (com nome na lista) | Augusto Pestana, 145, São Pelegrino | 3215-6619 | www.havanacafe.com.br l Radiofonia | Pop rock. Sábado, 23h | Repertório eclético, com sucessos do pop, reggae, rock, sertanejo, hip hop, pagode e samba rock. Após, DJ residente Eddy. Portal Bowling – Martcenter R$ 10 (feminino) e R$ 15 (masculino)
| RSC-453 Km 2, 4.140 | 3220-5758 | 1.000 pessoas | www.portalbowling. com.br l Tequila Baby | Rock gaúcho. Sábado, 23h | Banda gaúcha apresenta sucessos de seus oito álbuns, como Sangue, ouro e pólvora (1999), Punk rock até os ossos (2002) e Lobos não usam coleira (2008). Quem faz o show de abertura é a caxiense Corpo Presente, de punk rock. Vagão Bar R$ 15 antecipado e R$ 20 na hora | Coronel Flores, 789, São Pelegrino | 3223-0007 | www.vagaobar.com.br | 350 pessoas l Dibobera e Pagode Sem Jeito | Pagode. Sábado, 22h | Os grupos tocam samba de roda, com influências de nomes como Exaltasamba, Jorge Aragão, Art Popular e Revelação. Expresso Pub Café R$ 10 (feminino) e R$ 12 (masculino) | Garibaldi, 984, Centro | 3025-4474 | 150 pessoas l Pagode Junior | Pagode. Quarta, dia 20, 20h |
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l Os 4 Gaudérios | Nativista. Sexta, dia 22, 22h30 | Grupo de Ijuí apresenta músicas próprias, como Na muvuca da neguinha. Libertá Danceteria R$ 10 (feminino) e R$ 20 (masculino) | 13 de maio, 1.684, Cristo Redentor | 3222-2002 | 700 pessoas l Ton e os Karas | Rock. Sexta, dia 22, 23h | Banda caxiense apresenta sucessos do rock, com covers de AC/DC, Rolling Stones, Franz Ferdinand e The Doors, entre outros. Vagão Bar R$ 15 antecipado e R$ 20 na hora | Coronel Flores, 789, São Pelegrino | 3223-0007 | www.vagaobar.com.br | 350 pessoas l ToolBox | Rock. Sexta, dia 22, 23h | Caxienses tocam hits de bandas como Bon Jovi, Aerosmith, Queen e Mr. Big, entre outras. Depois, som com DJ Eddy. Portal Bowling – Martcenter R$ 10 (feminino) e R$ 15 (masculino) | RSC-453 Km 2, 4.140 | 3220-5758 | 1.000 pessoas | www.portalbowling. com.br
EXPOSIÇÕES l Arte e religiosidade na cultura italiana | Até 26 de fevereiro. De segunda-feira a sexta-feira, das 8h30 às 18h, e aos sábados, das 10h às 16h | Três artistas plásticas caxienses apresentam na Casa da Cultura Percy Vargas de Abreu e Lima trabalhos envolvendo religião e imigração italiana. Isolda Pezzi cria réplicas de capelas de Antônio Prado em barro. Neusa Welter Bocchese faz pintura em acrílico sobre plástico transparente que remete a elaboradas cruzes de cemitérios. Rosa Maria Guerra promove uma releitura de elementos decorativos entalhados no interior de capelas, usando recorte e colagem. Galeria Municipal de Arte Gerd Bornheim - Casa da Cultura Percy Vargas de Abreu e Lima Entrada franca | Dr. Montaury, 1.333, Centro, em frente à Praça Dante Alighieri | 3221-3697
Neusa Welter Bocchese, Divulgação/O Caxiense
l Magnitude | Pagode. Sábado, 22h | Grupo toca sucessos do pagode e músicas próprias. Depois, DJ Maychel Moraes. Expresso Pub Café R$ 10 (feminino) e R$ 15 (masculino). Com nome na lista, isento até meianoite | Garibaldi, 984, Centro | 30254474 | 150 pessoas
CURSOS
l Curso intensivo de teatro | De segunda, dia 18, a sexta, dia 22, das 19h às 21h30 | A atriz Tefa Polidoro ministra aulas sobre desinibição, improvisação e dramaturgia do ator (ação física e partituras corporais). São 16 vagas para atores e público em geral, com idade mínima de 15 anos. Sala de Ensaio Centro Cultural R$ 130 ou duas parcelas de R$ 70 | Avenida Júlio de Castilhos, 1.526, sala 2, Centro | 3221-0261, 3028-0261, 3536-3524 ou (51) 9268-4269
WORKSHOP l Dança contemporânea | De 25 a 29 de janeiro, de segunda a quinta, das 15h às 17h e sexta, das 11h às 13h | A bailarina e coreógrafa Simone Rorato ministra workshop de dança contemporânea. Simone tem formação em balé clássico e dança moderna, fundou o Grupo Terra, em Porto Alegre, e atuou no Balé da Cidade de São Paulo e no Tanztheater Christine Brunel, em Essen, na Alemanha. As inscrições podem ser feitas mediante entrega de breve currículo. Cia. Municipal de Dança Inscrições gratuitas | Luiz Antunes, 312, Panazzolo | 3901-1316 (ramal 203) ou ciadedanca@caxias.rs.gov.br
CINEMA l 2012 | Aventura. De sábado a quinta, 21h25 | Escritor frustrado, que trabalha como motorista de limusine, tenta reaproximar a família ao saber que uma catástrofe iminente irá destruir a Terra. A mensagem apocalíptica é espalhada pelo radialista de uma estação pirata, baseada no calendário dos maias, que termina em 21 de dezembro de 2012. Com John Cusack, Danny Glover e Woody Harrelson. Dirigido por Robert Emmerich. Censura 12 anos, 161 minutos, dublado. Pepsi GNC 4 – Shopping Iguatemi Caxias Segunda e quarta-feira (exceto feriados): R$ 11 (inteira), R$ 7,50 (Movie Club Preferencial) e R$ 5,50 (meia entrada, crianças com menos de 12 anos e adultos com mais de 60 anos). Terça-feira: R$ 6,50 (promocional) Sexta-feira, sábado, domingo e feriados: R$ 13 (inteira), R$ 10 (Movie Club Preferencial) e R$ 6,50 (meia entrada, crianças menores de 12 anos e sêniors com mais de 60 anos). RSC-453, 2.780, Distrito Industrial | 3209-5910 | www.gnccinemas.com.br l Alvin e os Esquilos 2 | Comédia. De sábado a quinta, 13h30, 15h30, 17h30 e 19h30 | O trio de esquilos Alvin, Simon e Theodore participa de um concurso de bandas para salvar a escola de música com o dinheiro do prêmio, mas um dos concorrentes é um grupo formado por três esquilos fêmeas, as Chipettes. Dirigido por Tim Hill. Censura livre, 94 minutos, dublado.
Isolda Pezzi, Divulgação/O Caxiense
Grupo caxiense comanda a roda de samba com sucessos de Exaltasamba, Revelação e Turma do Pagode. Depois, DJ Anderson. Europa Lounge Garden Feminino: R$ 10 ou R$ 5 (com nome na lista). Masculino: R$ 20 ou R$ 15 (com nome na lista) | Feijó Júnior, 1.062, Via Decoratta | 3536-2914 ou 8401-2029 | 400 pessoas
Cruzes e capelas são representadas pelas artistas Neusa Bocchese e Isolda Pezzi
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Pepsi GNC 4 – Shopping Iguatemi Caxias l Avatar | Ficção científica. De sábado a quinta, 15h, 18h15 e 21h30 | Ex-fuzileiro naval é enviado ao planeta Pandora, onde encontra uma raça humanoide chamada Na’Vi. A missão dele é impedir que os Na’Vi atrapalhem a extração de minerais, mas o confronto com os alienígenas fica em segundo plano depois que um deles salva sua vida. Dirigido por James Cameron. Classificação 12 anos, 166 minutos, dublado. Pepsi GNC 2 – Shopping Iguatemi Caxias l Avatar | Ficção científica. De sábado a quinta, 15h20, 18h30 e 21h40 | Classificação 12 anos, 166 minutos, legendado. Pepsi GNC 5 – Shopping Iguatemi Caxias l Bete Balanço | Drama. De quinta, dia 21, a domingo, dia 31, 20h | Bete é uma garota do interior recém aprovada no vestibular e cantora eventual de um bar de Governador Valadares. Liberada na relação sexual com o namorado, curte teatro e sonha com um espaço maior para o seu prazer, no trabalho e na vida. A música a atrai para o Rio de Janeiro, pouco antes de completar 18 anos. Tudo o que experimenta, então, é uma inevitável sucessão de coisas boas e más. 74 minutos. Sala de Cinema Ulysses Geremia R$ 1,99 | Luiz Antunes, 312, Panazzolo | 3901-1316 | 100 lugares
l Lula, o Filho do Brasil | Drama. De sábado a quinta, 19h40 e 22h10 | Baseado no livro homônimo de Denise Paraná, o filme retrata a história do presidente Luiz Inácio Lula da Silva desde o nascimento no sertão pernambucano, passando pela infância na cidade portuária de Santos, em São Paulo, até o auge da atuação no movimento sindical, nos anos 80. Dirigido por Fábio Barreto (O Quatrilho), conta com a atuação de Glória Pires como Dona Lindu (mãe de Lula), Cleo Pires como a sua primeira mulher, Lurdes, e Juliana Baroni como a hoje primeira-dama Marisa Letícia. Censura 12 anos, 130 minutos. Pepsi GNC 3 – Shopping Iguatemi Caxias l O Fada do Dente | Comédia. 13h | Conta a história de um cruel e sádico jogador de hockey com tendência de arrancar dentes de seus adversários, daí o apelido. Depois de contar para uma menina que a fada do dente não existe, ele é condenado a se tornar uma delas. Ele, então, aprende a função e passa a visitar as crianças que deixam seus dentes embaixo do travesseiro, mas realiza o trabalho do seu jeito. Dirigido por Michael Lembeck. Com Dwayne Johnson (The Rock) e
Julie Andrews. Pré-estreia. Censura livre, 103 minutos, dublado. Pepsi GNC 2 – Shopping Iguatemi Caxias l O Fada do Dente | Comédia. 17h | Pré-estreia. Censura livre, 103 minutos, dublado. Pepsi GNC 3 – Shopping Iguatemi Caxias l Sempre ao seu lado | Drama. De sábado a quinta, 13h40| O cão abandonado Hachiko, da raça akita, é encontrado por professor universitário em uma estação de trem no Japão. Inspirado na história real de um cachorro que acompanhava seu dono até o ponto de embarque e aguardava sua volta, todos os dias, e que virou símbolo de lealdade para o povo japonês. Com Richard Gere. Dirigido por Lasse Hallström. Censura livre, 88 minutos, legendado. Pepsi GNC 5 – Shopping Iguatemi Caxias l Sherlock Holmes | Ação. De sábado a quinta, 14h10, 16h40, 19h20 e 22h | Em meados do século XIX, o detetive Sherlock Holmes, mais ousado e bon vivant que em qualquer outra adaptação cinematográfica, é acompanhado pelo fiel escudeiro Dr. Watson na captura de um serial killer e bruxo. Ao pensar que seu trabalho está completo, eles são surpreendidos pela volta à vida do criminoso e de seus feitos. A perseguição continua, recheada de lutas e aventuras. Dirigido por Guy Ritchie, com Robert Downey Jr. e Jude Law. Censura 14 anos, 128 minutos, legendado. Pepsi GNC 6 – Shopping Iguatemi Caxias
l História real | Drama. Quinta, dia 21, 15h | Baseado em fato acontecido no interior dos EUA, filme conta a história de um senhor de 73 anos que atravessa estados para encontrar seu irmão adoentado para fazer as pazes, depois de um hiato de 10 anos. A forma como ele realiza a viagem é inusitada: um cortador de grama adaptado. O filme conta a trajetória desse senhor, como também das pessoas com que ele cruza pela estrada. Dirigido por David Lynch. A exibição faz parte do projeto Matinê às 3. Censura 14 anos, legendado, 111 minutos. Sala de Cinema Ulysses Geremia Entrada franca. A participação pode ser confirmada por reserva pelo telefone 3901-1312, com Tatiéli | Luiz Antunes, 312, Panazzolo | 3901-1316 | 100 lugares l Xuxa em O Mistério da Feiurinha | Infantil. De sábado a quinta, 13h20 e 15h10 | A princesa Feiurinha desaparece e Chapeuzinho Vermelho pede ajuda a todas as princesas famosas dos contos de fada, como Branca de Neve, Bela Adormecida, Rapunzel e Cinderela, para encontrá-la. Para isso, até o mundo real é convocado. Com Xuxa, Sasha, Angélica e Hebe Camargo. Censura livre, 82 minutos. Pepsi GNC 3 – Shopping Iguatemi Caxias l Segurança no shopping | Comédia. Terça, dia 19, 15h | Um bonachão e atrapalhado segurança de shopping center tem que enfrentar uma gangue que invade seu ambiente de trabalho e faz reféns. Sala de Cinema Ulysses Geremia Entrada franca | Luiz Antunes, 312, Panazzolo | 3901-1316 | 100 lugares Ricardo Barp, Divulgação/O Caxiense
l Coco antes de Chanel | Drama. De sábado a quinta, 14h20, 16h50, 19h10 e 21h20 | História da famosa estilista francesa Coco Chanel, que se tornou ícone da
moda. Mostra a órfã de família humilde que se torna costureira durante o dia e cantora de cabaré à noite. De personalidade forte e vida repleta de romances, ela domina o mundo da moda com a ousadia de seus modelitos. Dirigido por Anne Fontaine. Com Audrey Tautou. Censura 14 anos, 110 minutos, legendado. Pepsi GNC 1 – Shopping Iguatemi Caxias
A banda caxiense Ton e Os Karas faz covers de AC/DC e Rolling Stones, entre outros, no Vagão
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Arte revigorada
CULTURA
DE CASA
NOVA
Espaço para abrigar diferentes manifestações artísticas reúne galeria, boteco e um teatro em construção
Produtora cultural Sinara Suzin, na galeria recém-inaugurada, será curadora do teatro
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por CÍNTIA HECHER cintia.hecher@ocaxiense.com.br axias do Sul terá mais um espaço para que artistas interpretem histórias de Shakespeare ou executem performances de dança contemporânea. No teatro, personagens ganham vida, narrativas são contadas por diversas vozes, anos passam em algumas horas. Não há limite no universo de um palco que rompe o tempo e a realidade. Atualmente, a criatividade ganha forma em seis palcos em Caxias do Sul: Centro de Cultura Dr. Henrique Ordovás Filho, Teatro Municipal Pedro Parenti (na Casa da Cultura Percy Vargas de Abreu e Lima), São Carlos, Sesc, Sesi e UCS. Num futuro não muito distante, mais um espaço acolherá espetáculos. O Teatro Moinho da Estação será um complexo de diferentes lugares para manifestações culturais. Um teatro multiuso, sala de oficinas, galeria para exposições fotográficas e um bar farão parte do novo abrigo da cultura na cidade. Localizado na Estação Férrea, ponto de ebulição de novos empreendimentos, o teatro revitaliza um prédio antigo, tombado pelo Patrimônio Histórico, utilizado até pouco tempo como sala de ensaio. A construção, propriedade da família Tondo, estava acumulando poeira quando um grupo de artistas pediu autorização para ensaiar no espaço, um ginásio de esporte, que passou a ser chamado de Fábrica Espaço Cultural. Com a constatação de que muitos artistas caxienses precisavam de um local para ensaiar seus trabalhos, a ideia de uma entidade que os apoiasse surgiu. Assim nasceu a Associação Moinho da Estação (AME), presidida pela arquiteta Eloisa Tondo. “É um grupo que lida com a parte cultural na cidade e está aberto para qualquer interessado”, afirma a presidente. Em 2008, o projeto foi aprovado pela Lei de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet), do Ministério da Cultura. O orçamento de R$ 1,5 milhão é captado através da política de incentivos fiscais que permite que empresas e pessoas apliquem parte do Imposto de Renda em ações culturais. Como o prédio é tombado pelo Patrimônio Histórico, a isenção fiscal é de 100%. Até agora, cerca de 30% do valor foi captado através do apoio de empresas e pessoas físicas. A previsão de término das obras é para setembro de 2011. Arte não é só apresentação ao público, envolve trabalho e estudo. Por isso, o espaço de aproximadamente 5 mil m² contará com uma sala de oficina. De acordo com a produtora cultural Sinara Suzin, idealizadora do projeto e futura curadora do teatro, essa sala servirá não só para ensaio de espetáculos como para workshops, cursos e palestras. “Se um grande nome se apresentar no teatro, posso aproveitálo como ministrante de um workshop”, exemplifica Sinara. A maior função do ambiente, contudo, é abrigar artistas independentes da cidade, sem sede fixa para realizar seus ensaios. Segundo Sinara, a sala será um espaço aberto, sem grupo residente. “Reparamos que a demanda de artistas independentes é muito grande”, conta.
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Com intenção de transformar o espaço em ponto de encontro de interessados em cultura, a estrutura permite que visitantes circulem no teatro, no Boteco 13 e na galeria. Quem vai para o teatro, pode aproveitar o tempo antes do início do espetáculo para petiscar no Boteco. Ou então, ao sair do teatro, estender a programação aproveitando para visitar a exposição do momento. “Queremos que haja a união de um público distinto, que agregue ao espaço cultural”, afirma Sinara Suzin. Com essa estrutura pronta e transitável, pretende-se estimular o hábito de consumir arte no público caxiense. Para isso, espetáculos gratuitos devem ser aprePor ser um ambiente pe- sentados nas segundas e terçasqueno e aberto, com teto de vidro feiras, sem custo inclusive para os e vizinho de um jardim, a galeria artistas que apresentarão seu traabrigará somente trabalhos foto- balho. O compromisso deve valer gráficos, pois não necessitam de para o primeiro ano de funcionailuminação especial e muitos cui- mento do Teatro. De acordo com dados, diferente de alguns tipos Sinara, todos os possíveis candide artes plásticas. “A galeria em si datos a mostrarem seus espetácujá é uma obra de arte”, diz ela. los de maneira gratuita passarão Para a arquiteta, realizar essas por um processo seletivo, com obras iniciais é uma maneira de publicação de edital, inscrição e mostrar que o dinheiro não está curadoria específica. parado esperando um boom de Com essa ação, artistas podeconstruções, mas sim que está rão manter seus espetáculos por sendo aplicado e mais tempo no que o projeto não circuito. “Uma ficará somente no “Reparamos peça que paspapel. “O investidor que a demanda sou um final de pode observar onde de artistas semana somenfoi colocado seu dite em outro teanheiro, como tam- independentes tro, porque tem bém novas empresas é muito verba destinada e pessoas podem se grande”, afirma somente para sentir animadas a in- Sinara Suzin, esse tempo em vestir”, conta Jéssica. cartaz, podeO Teatro terá um idealizadora rá mostrar seu formato chamado do projeto trabalho por black box, ou teatro mais tempo”, total, que oferece projeta Sinara. maior intimidade entre artistas e público. Esse tipo de teatro foi Com toda a cadeia formadisseminado nos anos 60 e 70 da por espaço, público e artistas, através de peças de teatro experi- a programação é o que deverá vir mentais que não exigiam muitos em seguida. Toda manifestação custos. A estrutura é simples e artística será levada em conta, ampla e permite inúmeras pos- desde peças dramáticas a apresibilidades de iluminação, loca- sentações circenses. “O estabelelização do palco, distribuição de cimento será um centro de entrecadeiras. “Será um teatro flexível, tenimento, lazer e cultura”, afirma que atende a diversos tipos de Sinara. manifestações culturais”, explica De acordo com Eloisa Tondo, Jéssica. responsável pela parte administrativa, o teatro é a coroação do O teatro terá 250 lugares projeto como um todo, que preadaptáveis para acomodar, de tende ser autossustentável e pereacordo com a arquiteta, “de 50 ne para a comunidade caxiense. a 800 pessoas, com reajuste das “É a configuração de um espaço arquibancadas, dependendo do cultural, oficializado com a consevento”. As referências utilizadas trução do teatro.” como inspiração no projeto arA janela do escritório de Eloiquitetônico são espaços como o sa permite que a obra seja conTeatro Poeira, no Rio de Janeiro, templada e, ao caminhar poucos o ‘62 Center for Theater and Dan- metros, a arquiteta pode conferir ce, de Massachusetts, nos EUA, e de perto os resultados. “Está tudo o Odeon Black Box Theater, de tão lindo! É a remodelação e valoBucareste, na Romênia. O Teatro rização do patrimônio histórico”, Moinho da Estação terá estrutu- comemora. Ao olhar diariamente ra adaptável, diferente do Teatro para tijolos, madeiras e cimento, Pedro Parenti, por exemplo, que um cenário típico de uma constem a estrutura do tradicional te- trução, Eloisa visualiza todo o atro romano com palco estático e potencial do Teatro em funcionaplateia. mento.
A primeira etapa do Teatro Moinho da Estação foi inaugurada com o Boteco 13, filhote boêmio do famoso Bar 13, propriedade de Valmor Berzaghi, e com a galeria de artes. A galeria estreou com a exposição fotográfica Projeto Arquitetura Revisitada, com fotos de diferentes etapas das obras do espaço cultural, realizadas por integrantes do Clube do Fotógrafo de Caxias do Sul. A galeria fica à esquerda do Boteco 13 e faz a ligação com o teatro. “É um espaço de passagem, integrador dos prédios. É um respiro entre o Boteco e o teatro”, explica a arquiteta responsável pelo projeto do Teatro Moinho da Estação, Jéssica De Carli.
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Artes artes@ocaxiense.com.br
Lourdes Barazzetti Slomp
| Galópolis: El Profondo Valle Verde | O recorte do olhar é colado com pedaços de papel pintados pela própria artista plástica. Galópolis é retratada com sensibilidade pela artista, que compartilha emoções em fragmentos unidos para formar a paisagem natural marcada pelo verde das colinas e o azul da Cascata Véu de Noiva.
SE AO ACORDAR
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por NATALIA BORGES POLESSO e, ao acordar, um barulho contínuo e grave começa a existir dentro do ouvido, não há por que se preocupar, não há nada de errado. Contudo, há que se perceber o exato momento em que o barulho precipita a existir. A constatação precisa ser exata. Se, restritamente, ao acordar, o barulho se inicia, então não há nada de errado. Porém, se ao acordar, este som grave e contínuo já está presente e vivo ou então, se no decorrer do dia, o tal som vai tomando forma dentro do ouvido, aí sim, há algo de errado. Neste caso, é preciso livrar-se do som. Então, com extremo cuidado, introduza em seu ouvido esquerdo – esta é a maneira correta, do esquerdo para o direito – uma flor lilás. Faça-o de maneira que a flor não se despedace, nem mesmo rasgue uma pétala sequer. À medida que a flor toma a cavidade auricular, o som deve se tornar mais agudo, não retroceda! Sim, o processo é incômodo, contudo, é melhor que o barulho cesse rapidamente, logo pela manhã, mesmo que doa, do que fique criando formas sonoras indesejáveis ao longo do dia. E ele vai criar. Ao sentir que a flor atingiu o lugar certo, feche os olhos. Haverá uma sensação de fim de primavera em sua ca-
beça. Uma leve tontura. Poderá haver um desmaio, por isso deite-se de maneira confortável. A flor, em poucos instantes, terá desaparecido e, dessa forma, neutralizado o zumbido. Para o ouvido direito, o processo é um tanto mais penoso. Espiando pela janela do quarto onde dorme, procure um pássaro qualquer. Observe-o. Volte-se totalmente para os sons da ave. O canto, o farfalhar das asas e mesmo as patas ao tocar os telhados distantes nos pousos. Pronto. O som deve ter desaparecido por completo. Em dois dias, muito provavelmente durante um sonho, o vomitar de um ramalhete roxo provocará o despertar prematuro de algum parente próximo. Não pelo mal-estar ou pelo vômito, mas pelo fato de as flores, rapidamente, tornarem-se bailarinos-clássicos-de-tutu-e-sapatilha-de-ponta que, ao rodopiarem porta afora e baterem nas paredes do corredor, desmanchar-se-ão como torrões de areia, acordando o tal parente de forma brusca. Contudo, o incômodo será apenas a limpeza do cômodo. Pois, como a noite não tem forma para quem adormece e sonha, o episódio dos bailarinos será diluído em imagens oníricas. E jamais se poderá saber quando e se a realidade atingira aquele extremo ponto da loucura.
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por JOÃO CLAUDIO ARENDT Enquanto pelo firmamento nuvens passeiam tranquilas e gozam a visão das alturas, eu disputo nozes com esquilos sem saber se disporei do tempo para alguma consolação futura. **** Quando se extinguir a água dos varais, e os frutos nos galhos perderem o equilíbrio; quando tudo em mim for debilidade e velhice, e a sombra unificar todos os matizes – ungirei meu corpo com algas e espuma e alimentarei as ondas que desafiam recifes
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Lições caxienses
Nas águas do bairro Fátima, estudantes de 8 a 16 anos aproveitam o veraneio participando das atividades extras do Projeto Navegar
um oÁSIS
no meio das férias
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por JOSÉ EDUARDO COUTELLE jeduardo.coutelle@ocaxiense.com.br m um ponto não muito distante do movimento urbano, o bairro Fátima abriga um oásis. Mas, nas semanas de janeiro e início de fevereiro, a tranquilidade não é exatamente a principal característica desse recanto. Nesse período, a Represa São Miguel recebe aproximadamente 300 crianças de escolas públicas ou de baixa renda na segunda edição da Colônia de Férias do Projeto Navegar. E lá, dentro de embarcações individuais e coletivas, elas aprendem muito mais do que navegar. Aprendem respeito, camaradagem, disciplina, trabalho e até competição, mas tudo com muita diversão. Os dias de verão na represa são a merecida recompensa por um ano inteiro de estudos. Logo cedo, às 8h30, 10 alunos rodeiam o professor de canoagem Rodrigo dos Santos. “É proibido nadar na represa. E por que é proibido? Porque não sabemos o que tem no fundo da água. Lá pode ter pedras, lama e troncos”, explica. Todos estão de colete salva-vidas e chinelo. “Se vocês estiverem jogando e a bola cair dentro da água, ponham o colete para pegá-la”, reforça o professor. Instruções como essas são repetidas nas cinco semanas de duração do projeto para um público variado. São desde crianças de oito anos até adoles-
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centes de 16, de escolas diferentes, que são recebidos na colônia em turnos distintos, de manhã e de tarde. Cada turma tem, em média, 30 alunos. Na segunda, terça e quarta, eles recebem treinamento em três esportes náuticos: canoagem, vela e remo. Na quinta, é feito um passeio pela cidade, em parceria com a Secretaria de Turismo. Na sexta, para encerrar, todos participam de uma gincana. Em frente ao hangar do Projeto Navegar está instalado um trapiche flutuante em formato de T. É a partir dele e das margens próximas que começa a melhor parte das atividades da colônia. A turma que está sob orientação dos professores Rodrigo dos Santos e Antony Thyvelho é a primeira a cair na água. Com as mãos, os alunos remam para tentar sair da margem, rasa e cheia de pedras. “Se empurrarem a água para frente, vocês irão andar para trás. Se fizerem o contrário, andarão para a frente”, ensina Rodrigo. Alguns alunos, ainda tímidos com o ambiente e sem experiência nenhuma com o esporte, têm dificuldades de compreender os ensinamentos do instrutor. “Sabes por que não consegues sair do lugar?”, pergunta ele ao aluno que bate com as mãos na água em vão. “É porque estás remando com os dedos abertos. Tens de fechar os dedos, fazendo com que a mão se transforme em uma concha.”
Em janeiro e fevereiro, a paz da Represa São Miguel é quebrada pela alegria de 300 crianças
O contato com a água, às vezes, é Enquanto isso, Diane Stefan, coorum obstáculo a ser vencido. “Alguns denadora do projeto, acaba de retornar alunos têm traumas”, conta Rodrigo. à plataforma com uma aluna em seu Nesse instante, o professor, que está em barco a remo. “Quem é o próximo?”, um bote motorizado, para a conversa pergunta ela. No meio da algazarra, e vai resgatar uma criança que caiu ninguém parece tê-la ouvido. “Vamos do caiaque e começa a lá, Rafael, é a tua vez”, se debater. “Calma, tu convida. estás de colete salva-vi- Alunos da Já são 10h. O sol está das, não vais te afogar”, rede pública forte. Finalmente, chetranquiliza. ga a hora do lanche. recebem Professores e alunos As atividades da instruções de deixam a água e se envela estão prestes a co- canoagem, vela caminham ao hangar. meçar. Cinco crianças e remo, mas o Diane sobe até sua sala, prestam atenção a tono segundo pavimenaprendizado dos os detalhes sobre a to do galpão, e desce composição das partes vai muito carregando pacotes de do barco e explicações além disso bolachas e garrafas de do professor Marcelo suco de uva. A pausa Iuva Arende de como para alimentação é a manejá-lo. Usando um chapéu ca- primeira de muitas crianças, apesar da muflado, ele auxilia os primeiros a se recomendação permanente dos profesaventurarem na navegação. “Tem algu- sores para que todos tomem um bom ma coisa trancando no chão, Jeferson. café da manhã antes de vir para a coTu sabes o que é. Já te ensinei isso”, co- lônia. Minutos depois, todos estão de bra o professor. “Vamos lá, Jeferson. O volta à água. Lá, onde diversão, esporque está encostando no chão?” Tími- te e cidadania se misturam, o tempo do, o menino fica calado. “É a bolina”, parece deslizar suave como um barco sopra baixinho uma colega, referindo- a vela, prolongando aquelas férias tão se a uma das peças de sustentação do especiais. Às 11h30, a aula se encerra. barco. Enfim, o aluno consegue sair da Mas o trabalho precisa continuar. Os margem e começa a navegar por toda professores têm um breve descanso, a extensão da represa. Logo em segui- param para o almoço. É mesmo fundada, duas outras velas entram na água e mental repor as energias. À tarde, noaproveitam o vento que começa a so- vos e ansiosos alunos irão desembarcar prar forte. no refúgio da Represa São Miguel.
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Esportes de verão
VôLEI na PRAIA PAVILhÕES
Arena montada no estacionamento do parque da Festa da Uva exigiu 60 caminhões de areia, contando uma dose extra para corrigir desnível no piso
DOS
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por GRAZIELA ANDREATTA graziela.andreatta@ocaxiense.com.br uarta-feira, dia 13. Caxias amanheceu com neblina e uma chuvinha fina que parava e voltava. Os termômetros marcavam 18 graus, registrando a sensação de alívio de boa parte dos caxienses que há dias passavam calor e há muito tempo não sentiam o prazer de um dia frio em pleno verão. Mas o gerente operacional da Confederação Brasileira de Voleibol (CBV), Márcio José Toscano Barreto, que está em Caxias para organizar a estrutura do Circuito Banco do Brasil de Vôlei de Praia, ao contrário de muitos caxienses, levou um susto. Bem no dia em que ele ia começar a montar as quadras de areia no estacionamento dos pavilhões da Festa da Uva, onde ocorrerá a primeira etapa da competição nacional, a cidade amanheceu fria e úmida – um cenário esquisito para quem está acostumado com um esporte diretamente ligado ao sol e às altas temperaturas. “Quase congelei. Estamos no verão! Isso é temperatura de inverno rigorosíssimo no Rio de Janeiro. Aliás, estava 41 graus quando eu saí de lá.” Também não fazia frio quando Barreto chegou em Caxias, na segundafeira anterior. Os termômetros marcavam 30 graus, apenas 11 graus a menos do que o Rio. Mas foi justamente isso que mais surpreendeu o gerente da CBV. “O que aconteceu nessa cidade? Eu até liguei para a Confederação Brasileira de Vôlei e pedi que eles colocassem no site um aviso para os atletas trazerem casaco. As duplas da região Nordeste ou até mesmo do Rio de Janeiro não estão acostumadas a essas temperaturas.”
Mas o clima peculiar não é a única característica estranha a um campeonato que tem praia no nome. Além de ser uma cidade serrana onde pode fazer menos de 20 graus nesta época do ano, Caxias não lembra, nem de longe, o ambiente litorâneo. Tampouco tem tradição nos esportes de verão, como é o vôlei de praia. Mas o campeonato já havia passado por aqui em 2003, quando foi realizado no estacionamento do shopping Iguatemi, e isso animou a prefeitura e a Festa da Uva, que decidiram se unir para repetir a façanha. A vinda de uma das etapas do circuito começou a ser negociada ainda em maio do ano passado, quando foi divulgada a informação de que alguns jogos seriam realizados no Rio Grande do Sul – o campeonato se divide em 12 etapas, que vão ser disputadas em quatro das cinco regiões brasileiras. “Nossa intenção era realizar os jogos durante a Festa da Uva, mas as datas em que o campeonato estaria no Estado não iriam coincidir. No final das contas foi melhor, porque não teríamos espaço para os dois eventos”, explica o secretário municipal de Esporte e Lazer, Felipe Gremelmaier. Passada a etapa de convencimento para que Caxias fosse escolhida como uma das sedes, começou a de escolha do local que seria transformado em arena esportiva. Uma equipe da CBV veio à cidade para definir o melhor espaço para os jogos, que deveriam ser realizados nos Pavilhões – afinal, o objetivo era divulgar a Festa da Uva. E, de novo contrariando todas as obviedades, o local eleito foi o estacionamento. Para transformar aquela am-
Circuito nacional do esporte criado e consagrado à beira-mar começa, surpreendentemente, em Caxias
pla área coberta de cimento em uma culinas e das 16 femininas ranqueadas arena esportiva confortável aos atletas que disputam o campeonato, outros – é bom lembrar que eles jogam des- competidores terão chance de entrar calços –, desde o início da semana uma para o seleto grupo dos profissionais. equipe de 20 pessoas trabalha sob sol, A expectativa dele, no entanto, é que às vezes vento, às vezes frio e às vezes sejam realizadas em torno de 160 parchuva, para deixar o lugar com cara de tidas nesta etapa. praia. Não tem como trazer o mar, mas Não dá para qualquer um se inscreareia dá. E será muita. ver e jogar. Precisa ser Mais precisamente, 1,8 federado na entidade mil metros cúbicos, ou Arquibancadas de vôlei do seu Estado 60 caminhões lotados. para 2 mil e ter inscrição na CBV. “É que, além de tudo, o Mas assistir é fácil. Basespectadores estacionamento possui ta trocar um quilo de um desnível, que pre- foram alimento não-perecível cisa ser compensado”, montadas para por um ingresso e esexplica o coordenador a realização de colher o melhor lugar de esporte escolar da para tentar ver de per160 partidas, Secretaria de Esporte e to atletas como Maria Lazer, Leandro Adami de quarta a Elisa e Talita (campeãs Gregoletto, que está domingo do circuito brasileiro auxiliando a CBV em de 2009), Márcio e FáCaxias. bio Luiz (medalhistas E areia não é o único elemento em de prata nas Olimpíadas de Pequim) abundância. Tudo será muito grande. ou Ricardo e Emanuel, que não jogam Quem espera ver uma quadra com mais juntos, mas estarão em Caxias quatro atletas e um juiz irá se surpre- disputando a primeira etapa com seus ender. Serão oito quadras – cinco de novos parceiros. jogos, duas de treinos e uma destinaNa quarta-feira, acontece a primeira da a crianças de escolas e entidades de seletiva entre os participantes ranqueCaxias. A arquibancada será coberta e ados. Na quinta-feira, será a vez dos terá capacidade para 2 mil espectado- demais disputarem oito vagas que lhes res. E cerca de 80 pessoas devem traba- permitirão a chance de duelar com lhar durante os jogos para garantir que atletas da elite. As disputas seguem até a primeira etapa do Circuito Nacional domingo, quando acontecem as finais de Vôlei de Praia dê certo. da etapa de Caxias do Sul. As disputas começam no dia 20 Apesar do susto de quarta-feira, (quarta-feira) e se encerram no dia 24 Barreto diz que frio e neblina – se for (domingo). Haverá jogos todos os dias, fraca – não atrapalham o campeonato. das 8h às 17h, em quase todas as qua- “A única coisa que pode prejudicar a dras. O gerente operacional da CBV, realização dos jogos é chuva forte.” O Márcio José Toscano Barreto, ainda resto faz parte do charme e das partinão sabe quantos atletas irão partici- cularidades da cidade. “Esse é o nosso par porque, além das 16 duplas mas- Brasil”, celebra Barreto.
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Retomada alviverde
Marcos Denner, algoz no decisivo Ca-Ju do ano passado, agora é uma das esperanças da papada
A HORA DO CONTRA-ATAQUE
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por FABIANO PROVIN fabiano.provin@ocaxiense.com.br ebaixado para a Série C em 2009, endividado e com falta de tempo para treinar. Esse é o panorama que antecede a estreia do Juventude no Campeonato Gaúcho de 2010. O clube foi o último a iniciar a preparação para a competição. Como se não bastasse, os sete reforços anunciados pela direção desde o dia 2 de janeiro ainda dependem de regularização junto à Federação Gaúcha de Futebol (FGF), problema que deve ser resolvido até a partida das 11h deste domingo, dia 17, contra o São José, no Estádio Passo D’Areia, em Porto Alegre. A preparação do Juventude começou exatamente um mês antes da primeira partida no Gauchão. Após o pleito presidencial, realizado em 17 de dezembro de 2009, o eleito Milton Scola passou a trabalhar em busca da formação de um time jovem, “com algumas peças mais experientes”, dentro da nova realidade financeira de um clube que até o ano passado recebia apoio da CBF e a partir do segundo semestre terá de custear todas as despesas para enfrentar as agruras da 3ª Divisão do futebol brasileiro – como viagens de ônibus até Pelotas e Santa Catarina. O discurso foi seguido à risca, e um treinador
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novo, de 34 anos, foi anunciado no dia 23 de dezembro. Osmar Loss veio do Inter, onde trabalhou por 15 anos e colecionou títulos nas categorias de base. Seu primeiro desafio como profissional será um pouco mais complicado. A indicação de atletas jovens, e que provavelmente tenham assinado contrato por um valor muito abaixo do que geralmente era pago pelo Ju até 2009, foi a primeira ação de Loss, que participou – e ainda participa – de seguidas reuniões com a diretoria, especialmente com o vice-presidente de futebol, Juarez Ártico, e com o gerente de futebol, Túlio Cunha Lima. Entre os primeiros que desembarcaram no Estádio Alfredo Jaconi estavam jogadores experientes, como o goleiro Silvio Luiz, 32 anos, e o lateral-esquerdo Calisto, 34 anos. Ao lado deles, o atacante Marcos Denner, 33 anos, e o volante Lauro, 36 anos, serão as referências da equipe. O Baixinho, aliás, teve o salário praticamente reduzido pela metade para ficar no Ju, após negociação encaminhada na semana passada com a direção. Símbolo do time, ele sabe para quem falar quando dá entrevistas: “Além de termos iniciado a prétemporada depois das demais equipes, eu comecei a treinar depois, pois estava acertando minha permanência
Endividado, atrasado, mas sempre valente, o Ju quer começar domingo sua jornada de redenção
no Jaconi. A torcida pode esperar um físico. Nos treinamentos de sexta-feira, Juventude que vai lutar bastante dentro porém, a presença de Laurinho no pride campo”. meiro desafio do Gauchão já era dada Como sinônimo de luta, Lauro An- como certa. tônio Ferreira da Silva, natural de Alegrete, cita a organização. “A gurizada Dentro de campo e à frente de Lauro está buscando o seu espaço, tanto os estará o atacante Marcos Denner, que juniores que subiram quanto os garo- atuou pelo Caxias no Estadual de 2009 tos que foram contratados”, opina. Es- e marcou um gol no Ca-Ju decisivo que corado na tela do Centro de Formação levou o time grená à final do 2º turno de Atletas e Cidadãos (CFAC), após contra o Inter (para quem não lembra, treinar fisicamente e o Colorado aplicou 8 participar de um mia 1 e garantiu o título nicoletivo, o jogador por também ter conformado em 1994 nas Atletas acima quistado o 1º turno). categorias de base al- dos 30, como Marcos Aurélio Marviverdes já aprova o Silvio Luiz, tins Ivo, nascido no Rio trabalho de Loss. “Ele de Janeiro, diz que a Calisto, Marcos é um treinador moderexpectativa é boa para no, tem visão”, resume Denner e iniciar o torneio. “O Lauro, comparando o Lauro, serão as Juventude precisa rescomandante a outros referências gatar o que foi perdido. que já passaram pelo Nada melhor do que dentro de clube. O Baixinho tamcomeçarmos do zero, bém concorda que a um time jovem com o pé direito, para curta preparação para implantar os planos o Gauchão irá atrada diretoria.” Atuando palhar o desempenho nas primeiras com a braçadeira de capitão no jogorodadas. “O entrosamento não será treino vencido pelo alviverde por 3 a 2 o ideal, mas o grupo está mobilizado contra o Sindicato dos Atletas Profispara superar mais essa dificuldade”, sionais, dia 11, Denner salienta que os aponta o atleta, que durante a semana jogadores mais velhos “têm uma certa esteve ameaçado de não participar da bagagem que deverá ser repassada aos estreia por causa do condicionamento menos experientes”. “O grupo precisa
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| Volante |
| Volante |
| Meia |
| Volante | Maycon
Fotos: Maicon Damasceno/O Caxiense
| Lat. Esquerdo | | Zagueiro |
| Zagueiro |
| Lat. Esquerdo |
| Atacante |
| Atacante |
Diego Rosa
| Atacante |
Marcos Denner
Zezinho
| Atacante |
Bruno
Amoroso
Jackson
Gustavo
| Meia |
Tiago Renz
Alan
Jorge Felipe
Lauro
| Volante |
| Volante |
Fred
Edenilso
Calisto
Ferreira
| Volante |
| Zagueiro |
Dirley
Douglas
Ivo
Luiz Fellipe
| Atacante |
Gustavo Goiano
| Lat. Direito |
| Goleiro |
| Goleiro | Tiago Rocha
| Lat. Esquerdo |
Sílvio Luiz
| Meia |
Outro carioca que trouxe sua experiência para o alviverde é Orlando Calisto de Souza, natural de Duque de Caxias. O lateral-esquerdo, que chega a ser confundido com Marcos Denner tamanha a semelhança física, reforça o pensamento do treinador: falta muito ainda para acertar o time. “Tivemos praticamente duas semanas de treinamento, é pouco para o início de uma temporada. As principais dificuldades serão a falta de entrosamento e a estreia fora de casa”, prevê Calisto. Loss já avisou que a prioridade será acertar o sistema defensivo, para depois organizar o ataque. Isso pode ser percebido nos treinos no CFAC. Enquanto o técnico orienta o posicionamento da linha de defesa (zagueiros, laterais e volantes), na outra parte do campo o auxiliar técnico Picoli, que atuou como zagueiro no Ju, treina cruzamentos e finalizações com os meias e atacantes. “Vou tentar ajustar o máximo possível até domingo”, avisa Loss. Para aproveitar todo o tempo disponível, a delegação
O grupo
| Atacante |
saber que a responsabilidade é coletiva. O foco deve ser mantido ao longo da competição”, recomenda o atacante. Antes de ir para o vestiário, após o jogo-treino, Marcos Denner baixou a cabeça e sorriu timidamente ao ser questionado se neste ano irá marcar contra o Caxias no clássico agendado para o dia 4 de fevereiro, no Jaconi – afinal, em 2009 ele balançou a rede uma vez, no mesmo estádio, garantindo a vitória grená. “Vamos ver, vamos ver...” Dentro de campo, atrás de Lauro e Denner, estará o goleiro Silvio Luiz. Conterrâneo do atacante, ele sofreu um acidente de trânsito no dia 22 de junho de 2008, passou por uma longa recuperação e escolheu o Juventude para retornar ao futebol. “Fiquei 18 meses sem jogar e alguns dias em coma induzido, na época, por orientação médica. Claro que a experiência ajudou o Silvio a amadurecer mais, mas estou com fome de bola. Fortaleci a estrutura corporal e, com critério, retornei”, explica o jogador, que passou por São Caetano, Corinthians, Vasco e Seleção Brasileira. O acidente de trânsito ocorrido no Rio de Janeiro deixou o goleiro praticamente dois meses sem se mexer. Ele rompeu os ligamentos do ombro, sentia muitas dores e não conseguia dormir deitado. Precisou fazer fisioterapia. “Jogar futebol era um sonho de criança, eu não podia desistir. Minha recuperação foi uma vitória que contou com o apoio da família”, relata, carregando nas mãos o par de chuteiras e a camisa usados no jogo-treino de segunda-feira. Silvio Luiz Oliveira de Paula passou por uma cirurgia em 2008 e, depois, foi liberado para atividades físicas. Os últimos cinco meses foram de treinamento intenso. Ainda não está em forma, mas trabalha com o grupo de jogadores para atingir o nível considerado ideal pelo técnico Osmar Loss. “Estamos nos modelando. Acredito que em pouco tempo estaremos entrosados, talvez não na estreia do Gauchão. Essa mescla entre alguns atletas mais experientes e uma maioria jovem é uma boa aposta. É um novo desafio em minha carreira”, analisa.
Luan
Também integram o grupo: JOÃO CLEBER (Meia), ÍNDIO (Atacante), Felipe (Goleiro), CARLÃO (Goleiro) e ALEXANDRE (Lateral).
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do Juventude viaja na sexta-feira para Porto Alegre. No sábado pela manhã está programado um trabalho final em local ainda a ser definido, na Capital. “Precisamos ter um padrão de posicionamento”, diz. Excluindo-se os problemas dentro de campo, fora dele o Juventude também ainda não está totalmente organizado. Em 2007 caiu para da Série A para a B e, em 2009, desceu à divisão do rival Caxias. Nesse período, acumulou dívidas – a nova direção pretende se manifestar sobre isso em momento oportuno, pois o assunto é delicado – e viu ameaçada a posição de terceiro clube do Rio Grande do Sul. A redução de gastos anunciada pelo presidente Milton Scola está sendo colocada em prática desde que ele assumiu oficialmente, em 1º de janeiro de 2010. No ano passado, até outubro, o clube teve receita de R$ 6,06 milhões, contra uma
despesa de R$ 12,71 milhões no mesmo período. Até dezembro, a previsão era de que R$ 14,5 milhões saíssem dos cofres alviverdes, segundo estimativa apresentada no início daquele mês pelo ex-presidente Sérgio Florian. Para 2009, a previsão de receita contemplaria mais de R$ 4 milhões da venda de jogadores. Mas isso ainda não aconteceu. A principal aposta, o meia-atacante Zezinho, 17 anos, se apresentou normalmente e treina no time considerado titular por Osmar Loss – sua negociação está parada, afirma o empresário, Augusto Nogueira. Depois de três investidas da equipe inglesa do Arsenal no ano passado, Scola admite vender o jogador revelado nas categorias de base por 3 milhões de euros (R$ 7,5 milhões). Além disso, o clube tem a receber da incorporadora paulista Abyara, que comprou a antiga sede campestre no
final de 2007, R$ 14,37 milhões divididos em 20 parcelas. O valor total da venda, na gestão do então presidente Iguatemy Ferreira Filho, foi de R$ 52,62 milhões. E, para o Gauchão, o Ju terá o patrocínio do Banrisul (na parte frontal da camisa), do Grupo Fátima (a renovação ocorreu na semana passada; ficará nas mangas) e da Pepsi (local ainda indefinido no fardamento). O valor total da receita não é divulgado. Em 2009, até outubro, o gasto médio mensal com o futebol profissional foi de R$ 828 mil. A comissão técnica correspondia a 8% do total (R$ 63 mil). Para esta temporada, que não prevê a mesma receita do ano passado, Milton Scola lembra que o investimento no futebol foi reduzido em 70%, com previsão de gasto máximo de R$ 250 mil por mês. Na semana que passou, salários atrasados de novembro e o 13º salário de atletas e funcionários
foram regularizados. Falta a folha de dezembro. No primeiro semestre, além do Gauchão, o objetivo é a Copa do Brasil. “Reforçamos a equipe dentro da nossa nova realidade financeira. Acredito que o torcedor juventudista está entendendo a nossa situação, de recuperação”, pondera Scola. A estreia do Ju no Gauchão será contra o São José, do técnico Argel (ex-Caxias). O Zequinha fez três amistosos – empatou em 1 a 1 com o Universidade (ex-Ulbra), venceu por 3 a 0 o Criciúma e foi derrotado pelo Cerro Porteño (que faz excursão pelo Estado em preparação à Copa Libertadores da América) por 3 a 2. Na quarta-feira, dia 20, o Ju faz sua estreia em casa, contra o Pelotas. Será a chance de mostrar ao presidente Scola que a torcida entende, sim, a situação do clube. E que não deixará de fazer sua parte para voltar aos tempos de glória.
Jogos do Ju no Gauchão
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Maicon Damasceno/O Caxiense
Luiz Carlos Erbes, Divulgação/O Caxiense
Caxias e Juventude estreiam neste final de semana no Campeonato Gaúcho
Equipe grená fez dois jogos-treinos contra o Santa Cruz; time alviverde fez apenas um teste, contra o Sindicato dos Atletas Profissionais
FUTEBOL l Caxias x Inter SM | sábado, 19h30 | Agora é a hora torcedor grená. O Caxias estreia neste sábado, às 19h30min, contra o Inter de Santa Maria, no Centenário. O treinador Julinho Camargo ainda não pode contar com alguns dos reforços, como Marcelinho, Renan e Neto, mas já começa a esboçar a maneira ideal do seu time jogar. O Caxias vai jogar compactado, com saídas rápidas para surpreender o Inter. No entanto, avalia Julinho, o adversário tem um bom time: “Fui ver o jogo deles contra o Avenida, e vi que o Inter tem um elenco de jogadores grandes, são fortes e muito perigosos na bola aérea. É um time bem competitivo”, revela Julinho. Como a equipe grená joga em casa a torcida quer sair do estádio com o sorriso de uma vitória. E é pensando nessa pressão que jogadores como o meia Marcelo Costa, um dos mais experientes do time, com 29 anos, terá um papel importante dentro e fora de campo. “A minha ansiedade já passou, naqueles dois jogos contra o Santa Cruz. Mas a gente sabe que para o pessoal mais novo a estreia é um momento muito importante”, compara. Em campo, o Caxias jogará com o experiente goleiro Ricardo, o lateral direito Alisson, os zagueiros Tiago Saletti e Ismael (este se tiver condições legais de jogo, senão a vaga fica entre Caçapa e Rafael Dias), no meio campo Rogério, Itaqui, Edenílson e Marcelo Costa, na frente Everton e Cristian Borja. Caso o atacante Aloísio seja li-
berado do departamento médico para a estreia, Everton volta para o meio e Edenílson vai para o banco. Estádio Francisco Stedile (Centenário) Ingressos por R$ 10. Sócios em dia com o clube não pagam. Crianças menores de 12 anos, acompanhados de responsável, munidos de carteira de identidade ou certidão de nascimento, não pagam | Rua Thomaz Beltrão de Queiroz, 898, bairro Marechal Floriano | l São José x Juventude | domingo, 11h | O alviverde estreia no Gauchão 2010 fora de casa, no Estádio Passo D’Areia, em Porto Alegre, às 11h de domingo, contra o São José. O Ju realizou apenas um jogo-treino, dia 11, no Estádio Alfredo Jaconi, contra o Sindicato dos Atletas Profissionais. A partida, vencida por 3 a 2 (gols de Dirley, Gustavo Goiano e Jorge Fellipe), evidenciou a principal dificuldade enfrentada pelo técnico Osmar Loss: a falta de entrosamento. Isso porque os papos foram os últimos a iniciarem a pré-temporada. Além disso, nem todas as sete contratações para o início do campeonato devem estar em campo. São os casos do volante Fred (que depende de um documento de seu último clube, na Bélgica), do atacante Amoroso e do zagueiro Ferreira - que ainda não foram registrados na Federação Gaúcha de Futebol (FGF). Por isso, o time titular ainda é uma incógnita para Loss. No jogo-treino e durante a semana ele variou muito a escalação. Na manhã de sexta-feira, antes da viagem para Porto Alegre, Loss optou por Tiago Rocha; Luiz Fe-
lipe, Dirley, Douglas e Calisto; Edenilso, Lauro, Tiago Renz e Zezinho; Ivo e Luan. Num segundo momento entraram Gustavo Goiano na lateral esquerda, Fred no meio-campo e Maycon no ataque, nos lugares de Caslito, Edenilso e Luan, respectivamente. O atacante Marcos Denner não treinou porque levou uma pancada no tornozelo direito e foi poupado - sua situação não preocupa o departamento para a estreia, e ele deve compor a linha de frente ao lado de Ivo. Estádio Passo D’Areia Ingressos: R$ 10 (arquibancadas) e R$ 15 (cadeiras) | Rua Padre Hildebrando, 1.100, bairro Passo D’Areira (zona norte), Porto Alegre | Telefone: (51) 3361.6521 |
VÔLEI l Superliga de Vôlei | sábado, às 19h | A equipe de Caxias tenta mais uma vitória jogando em casa. O adversário deste sábado é o Vivo/Minas, no qual disputa diretamente com o time gaúcho posições na tabela. Ginásio Poliesportivo UCS Ingressos: R$ 4 para funcionários da UCS e estudantes, mediante identificação, e R$ 8 para público em geral. Abertura da bilheteria começa às 18h | Rua Francisco Getúlio Vargas, s/n, Vila Olímpica da UCS, bairro Petrópolis |
VÔLEI DE PRAIA l Circuito Vôlei de Praia do Banco do Brasil | de quarta a do-
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mingo | Caxias do Sul será a sede da primeira etapa do Circuito Banco do Brasil de Vôlei de Praia, que começa na quarta-feira, dia 20, e vai até domingo, dia 24. Os jogos serão realizados todos os dias das 8h às 17h, em uma arena montada no estacionamento dos Pavilhões da Festa da Uva, onde haverá oito quadras – cinco para os jogos oficiais, duas para treino e uma para crianças de escolas e entidades de Caxias. Estarão na cidade para disputar essa primeira etapa todas as 16 duplas masculinas e as 16 femininas ranqueadas no esporte. Além disso, outros atletas inscritos, porém não ranqueados, poderão disputar mais oito vagas em cada categoria para ter a chance de disputar o campeonato brasileiro ao lado das estrelas do vôlei de praia nacional. Adolescentes de 12 a 16 anos terão a oportunidade de aprender mais sobre a prática do vôlei de praia. Estão abertas as inscrições para a Clínica de Vôlei de Areia, com professores da CBV que irão ensinar as regras e fundamentos da modalidade para os jovens. A atividade será realizada nos dias 21 e 22 de janeiro, dentro da programação do Circuito Banco do Brasil Vôlei de Praia. As inscrições podem ser feitas até o dia 20 de janeiro na Secretaria Municipal de Esporte e Lazer ( Rua 20 de Setembro, 2721, bairro São Pelegrino), das 10h às 16h. Estacionamento Externo da Festa da Uva Entrada: 1 kg de alimento não perecível | Ludovico Cavinato, 1431, Santa Catarina |
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Luiz Carlos Erbes, Divulgação/O Caxiense
Metas grenás
O atacante Cristian Borja é um dos poucos remanescentes do time que quase saiu da Série C no ano passado
GAUChãO PARA PEGAR O EMBALO D
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por MARCELO MUGNOL marcelo.mugnol@ocaxiense.com.br izem que sonhos bons não se repetem. Mas, se fosse assim, de que adiantaria levantar da cama e pisar em solo firme todas as manhãs? Há 10 anos, o Caxias venceu a tudo e a todos e, fazendo coisa que até Deus duvidava, derrotou o megamilionário Grêmio na final do campeonato de 2000. Não há torcedor grená que não revele um largo sorriso ao lembrar daquela conquista. Da mesma forma, não há torcedor grená que não queira repetir a dose e levantar a taça de melhor equipe do Rio Grande do Sul. Mas este ano a peleia pode ser ainda mais brava do que em 2000. O Caxias não tem os mesmos problemas daquela época. Porém, enfrenta pelo menos dois adversários muito mais ricos. “Na época eles tinham um orçamento duas, três vezes maior. Hoje a dupla Gre-Nal tem um orçamento dez vezes maior. Por isso, o Campeonato Gaúcho é irregular. Em 2010 a dupla Gre-Nal vai ter R$ 239 milhões. É mais do que o dinheiro em caixa da cidade de Santa Cruz”, compara o presidente Osvaldo Voges. Antes mesmo de a bola rolar, Voges ratifica sua posição dando uma de Nostradamus: “Grêmio e Inter são hoje duas forças globais, que disputam torneios internacionais. Vai ser mui-
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to difícil ser campeão em cima deles. Ouso dizer que Grêmio e Inter só não ganham se tropeçarem neles mesmos”. Nem por isso o Caxias vai jogar a toalha. Afinal, o treinador Julinho Camargo e seu elenco não têm trabalhado forte para fazer figuração. O orçamento do Caxias para este ano não deve ultrapassar os R$ 10 milhões, prevê Voges. Na outra ponta da gangorra, o Grêmio vai investir R$ 80 milhões, e o Inter, R$ 61,7 milhões. No entanto, o Inter já desdenha do Gauchão e promete começar o torneio com o time B. Mas enquanto o mercado financeiro do Estado é aquecido com os investimentos (e as consequentes dívidas) dos clubes, nos estádios a torcida quer ver seus times vencendo. “Nosso objetivo para este ano é o campeonato da Série C. Mas gostaria de ver o Caxias pelo menos entre os quatro melhores do Gauchão. É o mínimo para o Caxias”, defende Voges, que vai receber como ajuda de custo o patrocínio em cota única de R$ 300 mil do Banrisul. Patrocínio este estendido aos demais clubes do interior para aquecer a disputa do Gauchão. Falando em torcida, vai ser preciso segurar a ansiedade para ver a equipe grená com a cara de Julinho Camargo. “O melhor rendimento do Caxias vai ser a partir da quarta ou quinta rodada.
Caxias estreia neste sábado no campeonato estadual sem tirar da cabeça o objetivo do ano: subir para a Série B do Brasileirão
O zagueiro Neto ainda precisa de uns 15 dias para estar disponível, o Marcelo Costa, o Marcelinho e o Everton recém começaram a treinar com bola e o Renan ainda nem começou”, avalia Julinho, que confirma a escalação de Marcelo Costa e Everton mesmo que não estejam na melhor condição.
cara que estuda e planeja suas estratégias. Seu objetivo é tornar o Caxias uma equipe competitiva. Para isso, está implementando uma compactação do time, ou seja, todos têm uma função quando o time for atacar e todos têm uma função bem específica quando tiver de se defender. Parece simples, mas essa disciplina tática precisa ser assimi“Se você olhar, o time do Caxias lada por todos ou quebra-se a corrente. é praticamente novo. Não queria ter de Julinho não tirou esse estilo da carfazer isso. Preferia ter utilizado a base tola, não inventou esquema tático. Judo Caxias e mais um linho se utiliza de um ou dois reforços. Mas repertório bem conhea situação era outra no Atletas acima cido até. Mas seu desejo clube. Quero, lá no se- dos 30, como é surpreender mesmo gundo semestre, poder aqueles que vão estuSilvio Luiz, utilizar este time que dar o Caxias quando vai jogar o Gauchão Calisto, Marcos tiverem que jogar concomo base para mais Denner e tra o esquadrão grená. uma ou duas contra- Lauro, serão as Porque sua arma, pelo tações bem pontuais menos é o que se vê a referências para a disputa da Série partir dos treinamenC”, justifica Julinho Ca- dentro de tos, é a velocidade. Boa um time jovem margo. troca de passes, mas Quem tem acompasempre em velocidade, nhado o dia a dia do visando o gol, sem floCaxias percebe qual é o estilo de Juli- reio ou dispersão. nho. É um treinador meticuloso, que no menor vacilo interrompe o treino Na segunda-feira, por volta e manda repetir, repetir, até que suas do meio-dia, dentro do ônibus que orientações sejam assimiladas de uma saía do bairro Santa Lúcia em direção maneira bem natural. Julinho é daque- ao centro, três amigos discutiam fules que sonham teorias táticas e acor- tebol. “Não sei até onde vai esse time dam para colocá-las em prática. É um do Caxias”, dizia um deles, desconfia-
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| Volante |
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ALOÍSIO
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Fotos: Luiz Carlos Erbes, Divulgação/O Caxiense
| Lat. Direito | | Zagueiro |
| Zagueiro |
| Lat. Esquerdo | | Zagueiro | | Volante | | Meia |
RENAN
RODRIGO ANTONIO
| Atacante |
MARCELO COSTA
EVERTON
EDENÍLSON
MARCOS ROGÉRIO
ITAQUI
GUILHERME
| Lat. Direito |
| Goleiro |
| Goleiro | | Lat. Direito | MICHELL
Rafael Dias
TIAGO SALETTI
NETO
| Volante |
CAÇAPA
ALISSON
ANDERSON BILL
ISMAEL
| Zagueiro |
FABINHO
CRISTIAN BORJA
ALEXANDRE Bindé
FERNANDO WELLINGTON
RICARDO
| Meia |
Aos poucos o torcedor vai identificar as caras novas em meio a figuras já conhecidas, como o atacante Cristian Borja e o goleiro Ricardo. Entre os destaques recém contratados pelo Caxias estão os meias Marcelo Costa e Marcelinho (este ainda sem condições legais de jogo), os atacantes Everton e Aloísio e o volante Itaqui. Aliás, dentre os torcedores que mais têm acompanhado os treinamentos ou que viram o jogo-treino da semana passada, é unânime a boa impressão sobre o futebol apresentado pelo trio Itaqui, Marcelinho e Marcelo Costa. Na movimentação dos treinamentos, Itaqui tem se mostrado um marcador competente, roubando bolas e conduzindo a equipe ao contra-ataque através de seus passes certeiros para os pés de Marcelo Costa ou Everton. Marcelinho parece estar de volta à boa forma física e tem sido certeiro nas finalizações. Ainda é cedo para revelar que o Caxias vai jogar dessa maneira, mas pelo menos é o que vem demonstrando, com os jogadores que Julinho tem utilizado com mais frequência nos últimos treinamentos. Marcelo Costa, ex-Juventude, foi muito bem recebido pela torcida no jogo-treino e deve aos poucos ir se afirmando como a referência do Caxias dentro de campo e também no vestiário. “Quando fui contratado me disseram que minha vinda também era pela minha experiência. Em momentos como esse, de uma estreia, é preciso acalmar a ansiedade dos mais jovens.” No ataque, depois de diversos testes, a formação mais ajustada vinha sendo com a dupla Aloísio e Cristian Borja. No entanto, durante o treinamento da última terça-feira pela manhã, Aloísio se machucou. Após driblar o zagueiro, o atacante partia para dentro da área rumo ao gol quando sentiu uma forte fisgada, parou de correr e caiu no chão, com a mão segurando a coxa. Até sexta, era dúvida para a estreia contra o Inter de Santa Maria.
O grupo
| Atacante |
do. “Ah, esse vai mais longe, porque é bem melhor do que o do ano passado”, retrucou o outro. “Sei lá, pode até ser melhor, mas falta treinador...”, rebateu o primeiro. “Acho que o cara é bom, mas tem que ver como o time dele vai jogar”, ponderou o menos desconfiado. “Pior é o meu time, que vai começar com o time B. Se jogar contra o Grêmio, perde certo”, entrou na conversa o terceiro elemento, um colorado. Torcida é movida a paixão. E não necessariamente vai filtrar erros e acertos ou vai ter a paciência de esperar pelo entrosamento do time. “Sou acostumado a trabalhar sob pressão”, diz Julinho. “Quero manter um treinador só este ano”, revela Voges, lembrando da dança das cadeiras em 2009. Com clareza, avisa que o estilo Julinho vai imperar e à torcida cabe empurrar o time. Neste sábado, na hora do vamos ver, Julinho não poderá parar as jogadas e mandar recomeçar. Contra o Inter de Santa Maria, vai ser a hora não só de o torcedor ver como o time se comporta, mas também de os jogadores que estão tendo a oportunidade de começar a jogar, em detrimento das novas contratações ainda sem ritmo de jogo, mostrarem o seu valor.
MAURO SILVA
Também integram o grupo: SIDIVAN (Goleiro) e Mika (Volante).
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Durante o tempo em que esteve em campo, no treino de terça, Aloísio vio tempo em que esteve em nha Durante sendo bastante acionado, seja campo, treinode de Marcelo terça, Aloísio viatravés dosnopasses Costa, nha sendo seja Everton, Itaqui bastante ou Borja.acionado, Aliás, com através dos passes de Marcelo Costa, Borja mostrava já uma boa sintonia. Everton, Itaqui ou Borja. Aliás, com “O Cristian Borja é um bom jogador, Borja mostrava já uma boa sintonia. muito forte e bom finalizador”, sinteti“O Cristian Borja é um bom jogador, zou Aloísio, enquanto aplicava gelo na muito forte e bom finalizador”, sintetiperna esquerda. zou Aloísio, enquanto aplicava gelo na Seperna os dois vão manter a mesma reesquerda. gularidade e capacidade que Se os dois vão manterofensiva a mesma reMarcos Denner e Júlio Madureira gularidade e capacidade ofensiva no que Caxias de 2009, só eoJúlio tempo vai dizer. Marcos Denner Madureira no “Se Caxias o Aloísio não puder jogar, o Everde 2009, só o tempo vai dizer. ton“Se vaio para o ataque e no lugar do Aloísio não puder jogar, o EverEverton entra o Edenilson no meioton vai para o ataque e no lugar do campo, ” diz entra Julinho. Everton o Edenilson no meio-
ainda que clubes como o Porto Alegre, Universidade (ou Ulbra) e Novo Hamainda podem que clubes como o Porto Alegre, burgo incomodar no CampeoUniversidade (ou que Ulbra) e Novo Hamnato. “São clubes andam investinburgo podem incomodar no Campeodo bastante e vão surpreender. ” nato. “Sãoantes clubesdeque andam investinMesmo a bola rolar, Voges do bastante e vão surpreender. ” faz questão de relembrar aos papos antes deum a bola rolar, Voges queMesmo nunca perdeu Ca-Ju, e este ano faz questão de relembrar aos papos está disposto a seguir marcando no que nunca perdeu um Ca-Ju, e este ano seu caderninho de vitórias o nome do está disposto a seguir marcando no Juventude. No entanto, ressalte-se que seu caderninho de vitórias o nome do Voges não ficou feliz com a quedaque do Juventude. No entanto, ressalte-se Juventude Sériecom C. “Não é bom Voges nãopara ficoua feliz a queda do pra cidade. Eu queria Ca-Ju na série B.” Juventude para a Série C. “Não é bom Vai ter Ca-Ju dia 4 de fevereiro, uma pra cidade. Eu queria Ca-Ju na série B.” quinta-feira, às 19h, Estádio AlfreVai ter Ca-Ju dia 4 no de fevereiro, uma do Jaconi. E vai ser mais um bom moquinta-feira, às 19h, no Estádio Alfremento para a cidade mostrar a força do Jaconi. E vai ser mais um bom momento a cidade mostrar que a força campo,” diz Julinho. das suaspara torcidas e comprovar Cadas esuas torcidas ainda e comprovar CaJuventude são os que grandes O presidente do Caxias, que vê xias xias e do Juventude são “Quero os grandes O presidente dode Caxias, interiorainda gaúcho. ver infinitas possibilidades a duplaque Gre-vê clubes clubes do interior gaúcho. “QueroAver de amuito dupla GreNalinfinitas vencer possibilidades o campeonato, em essa cidade ferver com um Ca-Ju. ciNal vencer o campeonato, em dade essa cidade um Ca-Ju. A cifunção do caixa milionário, muito acredita mereceferver isso. com Imagina se pudesse função do caixa milionário, acredita
dade merece isso. Imagina se pudesse
Jogos Jogosdo doCaxias Caxias no no Gauchão Gauchão
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ser com ingresso mais barato...”, sonha te campeonato. Voges, que tem comprado briga gran“Sei que a exigência do torcedor é ser maisGaúcha barato...”de , sonha forte. Mas é hora do clube blindar o decom comingresso a Federação Futebolte campeonato. Voges, que tem comprado briga gran“Sei que ea aexigência torcedor é que elenco comissãodotécnica para por preços mais acessíveis. Mas é hora do clube oblindar de com a Federação Gaúcha de Futebol forte. possamos desenvolver nosso otrabaa comissão técnicapara paracolhermos que por“Ninguém preços mais acessíveis. lho ecom tranquilidade faz futebol no inte-elenco possamos desenvolver o nosso trabarior com arrecadação de jogo. O clube no segundo semestre”, defende Julinho com tranquilidade para colhermos futebol eno inte- lho Camargo. se“Ninguém paga comfaz patrocínio principalrior com arrecadação de jogo. O clube no segundo semestre”, defende Julinho mente com transmissão de televisão. No ano em que o Caxias completa 75 se paga com patrocínio e principal- Camargo. E é por isso que o Caxias precisa lutar anos, um bocado de gente deseja enNo ano em que o Caxias completa 75 mente com transmissão de televisão. para estar na série B”, contextualiza trar para a história grená. “Tenho cerE é por isso que o Caxias precisa lutar anos, um bocado de gente deseja enesses grená. jogadores contratados, Voges, quenamesmo emcontextualiza vias de iniciartrarteza paraque a história “Tenho cerpara estar série B”, do Grêmio, estão loucos o Gauchão não perde de vista a tão so-tezaque Voges, que mesmo em vias de iniciar quevieram esses jogadores contratados, mostrar ao antigo clube o potenvaga naperde Sériede B vista de 2011. onhada Gauchão não a tão so- quepra vieram do Grêmio, estão loucos cial que eles têm. Aposto que vão corCom um olho no Gauchão e outro nhada vaga na Série B de 2011. pra mostrar ao antigo clube o potenrer e muito contra o Grêmio”, acredita na terceira divisão está também a coCom um olho no Gauchão e outro cial que eles têm. Aposto que vão corVoges. Afinal de contas, é só perguntar missão técnica e os jogadores recém na terceira divisão está também a co- rer e muito contra o Grêmio”, acredita contratados. por isso, dizemVoges. paraAfinal jogadores como o zagueiro missão técnicaMas e osnem jogadores recém de contas, é só perguntarPaulo contratados. Mas nem por isso,vai dizem jogadores comoGilmar, o zagueiro Paulo todos, o esquadrão grená tratarparaTurra, o goleiro o meio-campo todos, esquadrão grenáo vai tratar ÉTurra, goleiro Gilmar, o meio-campo como osegundo plano Gauchão. GiloBaiano, o atacante Jajá e tantos oucomo planoque o poderá Gauchão.benefiÉ Gil tros Baiano, o atacante tantosde oumais segundo correto dizer heróis grenásJajá do etítulo 2000 a mais correto dizer queao poderá heróis grenáse do título de 2000 ciar-se de um lugar sol nobenefisegundotrosimportância a valorização queaa taça ciar-se de um lugar ao sol no segundones-importância e atime valorização quelhes a taça de melhor do Estado trouxe. semestre quem mostrar resultado semestre quem mostrar resultado nes-
de melhor time do Estado lhes trouxe.
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Renato Henrichs
renato.henrichs@ocaxiense.com.br | www.ocaxiense.com.br/renato-henrichs
Poderosos
A dificuldade para a vinda de Lula à abertura da Festa da Uva 2010 tem nome: Silvio Berlusconi. Consta que o primeiro-ministro da Itália deverá chegar a Brasília, iniciando visita oficial ao Brasil, no dia 18 de fevereiro, data de abertura do evento caxiense. O Palácio do Planalto já acenou com a impossibilidade de Lula dividir-se entre Brasília e Caxias do Sul. A não ser que o presidente da República traga Berlusconi no avião presidencial, o AeroLula. Teria bons motivos para envolver o primeiro-ministro italiano. Afinal, a Festa da Uva 2010 comemora os 135 anos de imigração italiana no Rio Grande do Sul.
Flanando
A comissão comunitária da Festa da Uva, incluindo rainha e princesas, só conseguirão convidar Lula para o evento no próximo dia 5. O cerimonial do Palácio do Planalto explica que, por falta de agenda, o presidente da República não recebe mais comitivas de festas regionais. Tem lógica. Só o atendimento a ministros e viagens ao exterior ocupam mais da metade do tempo de Lula. Embora a (alta) autoestima dos caxienses entenda que há festas e festas.
O que Rainha do Mar tem que as outras praias gaúchas não têm? A presença de dois senadores gaúchos, por sinal nascidos em Caxias do Sul, Paulo Paim (PT) e Pedro Simon (PMDB). Ambos aproveitam as férias para fazer contatos com lideranças políticas e correligionários. Paim prepara sua campanha à reeleição em outubro. Simon, que ainda tem mais cinco anos de mandato, organiza (ou tenta organizar) apoios para a candidatura do prefeito José Fogaça ao governo do Estado.
Erino Tonon, Diretor corporativo da Randon, na cerimônia de compra de 213 retroescavadeiras da empresa pelo governo do Estado
perguntas para
Miriam Nora
A presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente ajudou a reformular o sistema de votação para o Conselho Tutelar, a fim de garantir o comprometimento dos futuros conselheiros. Motivo? Os crescentes problemas no atendimento ao menor. Qual o maior problema enfrentado em Caxias: crianças materialmente abandonadas (sem condições adequadas de sobrevivência) ou moralmente abandonadas (que os país tratam com descaso ou violência)? As duas situações são concomitantes. De um lado, as crianças sem condições adequadas de sobrevivência sofrem os mais diversos tipos de violência por terem violados seus direito à vida, à saúde, alimentação, educação, habitação, convivência familiar e comunitária entre outros, pela omissão da sociedade e do Estado. Por outro lado, consequentemente enfrenta-se os problemas daqueles moralmente abandonados onde os pais, a família, os responsáveis se utilizam dos mais diversos tipos de abusos e violência (sexual,fisica,psicológica) e negligência. Porém, é importante ressaltar que tais situações enfrentadas pelas crianças vulnerabilizadas em decorrência de violência perpassa por qualquer camada social, não restringindo-se aos mais empobrecidos econômica e socialmente. A violência contra a criança está aumentando. Essa situação não provoca uma certa frustração ante todo o trabalho institucional que é feito para salvaguardar os direitos da criança e do adolescente na cidade? Com certeza a frustração permeia o trabalho institucional. Mas a missão dos operadores do sistema de direitos que, no cotidiano, atendem a demanda destes destinatários em vulnerabilidade
social buscam enfrentá-la. Como fazem isso? Trabalhando e apoiando-se em rede, articulando ações e indicando caminhos e alternativas às políticas públicas visando minimizar o efeito causado na vida de nossas crianças e adolescentes. De que forma a comunidade pode contribuir para atenuar os problemas que cercam a criança desassistida?
A comunidade temse mostrado parceira nas mais diversas ações desencadeadas pelo Poder Executivo e pela sociedade civil organizada. Mas há muito ainda o que fazer para zelar pelos direitos da criança e do adolescente. Uma das contribuições é a sociedade estar atenta ao que ocorre ao seu redor, denunciando quando percebe qualquer tipo de violência contra crianças. Outra forma de colaborar para tal enfrentamento é contribuir,como pessoa física e jurídica, para o Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente. Dessa forma, deixando sua doação de 6% ou mesmo 1% do Imposto de Renda em nosso municipio estará contribuindo para ampliação de programas de prevenção à violência de nossas crianças. As contribuições podem ser feitas via site www.contribuirnaocustanada.com. br. E, para denúncias, os telefones do Conselho Tutelar são o 3901-1517 e o 8408-0066. Para a Delegacia da Criança, 3214-2014. O contato com a Fundação de Assistência Social pode ser feito pelo 3220-8700.
Com tranquilidade
A firmeza e a disponibilidade da governadora Yeda Crusius ao se colocar como pré-candidata à reeleição indicam que ela aposta na recuperação dos seus índices de popularidade e, quem sabe, num bom desempenho na campanha. Yeda parece ter superado a fase má e começa a colher frutos da política de saneamento das contas públicas, elogiada por prefeitos e empresários, como o diretor-presidente da Randon, David Randon. Chamou a atenção a palavra utilizada por Yeda ao confirmar que é candidata: “tranquilamente”.
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Contra bandidos
A família agradeceu. A comunidade acompanhou com relativo interesse e um tabu foi derrubado. A visita da Comissão de Direitos Humanos da Camara de Vereadores caxiense aos familiares do jovem Diogo Pinheiro da Cruz, vítima de latrocínio na semana passada, em pleno centro da cidade, representa uma quebra de paradigma. Os parlamentares Renato Nunes, Renato Oliveira e Mauro Pereira se dispuseram a mudar a ideia de que a comissão só defende bandidos – e parece que conseguiram.
Importante
O trabalho da Pastoral da Criança da Diocese de Caxias do Sul dá uma idéia da dimensão da importância da criadora do organismo, Zilda Arns, uma das vítimas do terremoto que atingiu o Haiti. De forma discreta, como era do feitio de dona Zilda, a seção regional da Pastoral faz um trabalho invejável cujo objetivo é evitar que crianças pobres sejam vítimas da mortalidade infantil, desnutrição ou da violência. Esse trabalho mobiliza mais de mil voluntários, empenhados em ajudar famílias pobres. Sob a coordenação de Alice Bidese, a Pastoral atende 4.700 crianças e 3.500 famílias de 33 paróquias de 11 municípios da Serra.
Qualificação tutelar
Antonio PAz, Palácio Piratini, Div./O Caxiense
Festa italiana
Dizem os inconscientes: não podemos conceder incentivos. Dizem os estadistas: conceder o que não existe é mesmo conceder?
Adriana Paula Sirena, Div./Ocaxiense
No caso de uma confirmação da impossibilidade de Lula comparecer à cerimônia de abertura da Festa da Uva 2010, as atenções voltam-se para a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef. Ela foi a autoridade maior da inauguração da festa passada, quando já se alinhava uma candidatura dela à presidência da República, e poderá repetir o feito agora. Há dois caxienses aptos a convencer Dilma a visitar Caxias em 18 de fevereiro – um do setor político e outro do segmento empresarial. A variante política é o advogado caxiense Mário Grazziotin, radicado no Rio de Janeiro, onde atua como assessor jurídico da Eletrobrás, cargo indicado por Dilma. A força empresarial pertence a José Fernandes Martins, vice-presidente do conselho de administração da Marcopolo, integrante do Conselho Curador da TV Brasil também a convite da ministra.
Senado praiano
O curso preparatório obrigatório para interessados em concorrer ao Conselho Tutelar teve 33 inscritos. As aulas do curso começam na próxima segunda-feira, 18, e prosseguirão até o dia 29, num total de 40 horas. O número de inscrições é considerado razoável, até porque não dá para prever o nível de qualificação dos candidatos. De qualquer forma, o curso é importante na medida em que deverá oferecer informações e formação para que o futuro conselheiro possa desempenhar a função dentro de um perfil adequado. É uma tarefa dificil, que exige conhecimento e aptidão. E o motivo é simples: a violência está cada vez pior, no entendimento das pessoas que atuam na área.
16 a 22 de janeiro de 2010
O Caxiense
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Tempo vale ouro. Inclusive durante as fĂŠrias. Aproveite bem o seu. Leia O Caxiense.