Edição 72

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Abril | 2011

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72 Ano ii

Marlonei:

A EDUCAÇÃO

“Hipócrates nunca atendeu pelo SUS”

AMEAÇADA

Roberto

Sem saber como se defender, professores se dizem cada vez mais sujeitos à violência física e verbal dos alunos. Os casos de agressão, ainda sem o devido registro, vêm aumentando, e os relatos de educadores revelam que lecionar pode estar se tornando uma profissão de risco

Hunoff Sem a proteção necessária, até quando irá o otimismo da indústria?

“Rodovia da Serra”, uma nova alternativa à

BR-116

A Caxias do

Hip Hop Dupla

CA-JU Novo recomeço no Ju e conversas de bastidores no Caxias

André T. Susin/O Caxiense

Alvaro Koslowski, a coragem de remar sempre

R$ 2,50


Índice O Caxiense entrevista | 5 Marlonei, o líder da greve, diz que o juramento dos médicos não é de “pobreza” Rádio pirata | 7 O abre e fecha das emissoras ilegais em Caxias continua Hip Hop | 9 Os traços e passos do movimento em Caxias Educação | 11 Quando a lição não vem de casa, a violência sobra para os professores Perfil | 14 Alvaro Koslowski até tentou se desviar, mas acabou seguindo o curso de sua paixão, a canoagem Boa Gente | 16 Coreografia em seis passos, talento em três áreas e 37 anos de levantamento de peso Artes | 17 Boemia e rock & roll Guia de Cultura | 18 Sábado de destaques para deixar em dúvida quem gosta de teatro e música Dupla CA-JU | 21 A chance do Ju e os bastidores grenás Guia de Esportes | 22 Rugby, futebol e pedaladas Renato Henrichs | 23 A “Rodovia da Serra”, que começaria em Portão, para facilitar a ida a Porto Alegre

Expediente

Redação: André Tiago Susin, Camila Cardoso Boff, Carol De Barba, Fabiano Provin, Felipe Boff (editor), José Eduardo Coutelle, Luciana Lain, Marcelo Aramis (editor assistente), Paula Sperb (editora), Renato Henrichs, Roberto Hunoff, Robin Siteneski e Valquíria Vita Comercial: Pita Loss Circulação/Assinaturas: Tatyany Rodrigues de Oliveira Administrativo: Luiz Antônio Boff Impressão: Correio do Povo

Assine

Para assinar, acesse www.ocaxiense.com.br/assinaturas, ligue 3027-5538 (de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h30 às 18h) ou mande um e-mail para assine@ocaxiense.com.br. Trimestral: R$ 30 | Semestral: R$ 60 | Anual: 2x de R$ 60 ou 1x de R$ 120

Jornal O Caxiense Ltda. Rua Os 18 do Forte, 422, sala 1 | Lourdes | Caxias do Sul | 95020-471 Fone 3027-5538 | E-mail ocaxiense@ocaxiense.com.br www.ocaxiense.com.br

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O Caxiense

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71 Ano ii

Noerci,

o delegado cantor Roberto

HUNOFF Ranking gaúcho não reflete a força local dos supermercados

Profissão: concurseiro Renato

HeNRiCHS A política que vai aos bairros fora da época de eleição

Alceu:

“tudo que é feito no Daer não funciona” Dupla

Os bastidores do dia em que a cidade entrou para a história ao realizar a primeira transmissão a cores do país, feito a ser comemorado na Festa da Uva 40 anos depois

ilustração: Marcelo Aramis/O Caxiense

Roberto Hunoff | 4 O otimismo da indústria precisa de algum protecionismo

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Fotos: André T. Susin/O Caxiense

A Semana | 3 As notícias que foram destaque no site

www.OCAXIEnSE.com.br

CA-JU Ju tenta o título do interior e Caxias sonha com a classificação

Primeira reação da minha tia de Rio Grande ao ver a capa de O Caxiense: “Que lindo!”. Já ganhou o exemplar para levar ao sul do Estado. Jean Berlanda

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@mh_sartori Excelente a edição 71 sobre um momento histórico da nossa Caxias do Sul - 1ª transmissão TV a cores no Brasil. Parabéns a todos. #edição71 @Dj_Danuza Linda por demais a capa do @ocaxiense comemorando a primeira transmissão a cores do país #edição71 @dandi_augusto Parabéns ao @ocaxiense pela capa dessa semana. Caxias do Sul, a primeira transmissão a cores na TV. #edição71 @leonardobenini A capa da edição 71 do jornal @ocaxiense está magnífica! Muito bem elaborada! Parabéns. #edição71 @leooportella Qualquer apaixonado por comunicação deve ler a edição 71 do @ocaxiense. #edição71 @diogoboff Gostei muito da #edição71 do jornal @ocaxiense, especialmente a reportagem de capa que trata da 1ª transmissão de TV a cores no Brasil. @fernanferreira Parabéns ao @ocaxiense pela capa da edição 71. #conceito #edição71

Zarabatana | Mal-entendido, não! Foi a pressão popular que fez com que a administração municipal voltasse atrás na decisão anterior. Tem que comemorar sim, sempre lembrando que o ato de fechamento foi antidemocrático e abusivo! Que o próximo prefeito tenha outra cabeça sobre cultura, espaços públicos etc. Luis Fernando Possamai

NO SITE

Greve dos médicos | Esse é o problema dos médicos que só querem ser médicos por status e dinheiro. É uma prova de que não estão nem aí com a sua profissão e para ajudar os pacientes. infelizmente há muito disso: profissionais que só querem dinheiro. Cristine Brambatti Assista ao vídeo do fotográfo André T. Susin com música, dança e grafite do movimento Hip Hop em Caxias.

Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.


A Semana

Fotos: Luiz Chaves, Prefeitura/O Caxiense

editada por Felipe Boff | felipe.boff@ocaxiense.com.br

Prefeito Sartori foi à CIC detalhar a obra mais portentosa de sua gestão, o Sistema Marrecas

SEGUNDA | 11.abr

TERÇA | 12.abr

Sistema Marrecas está 50% concluído

Greve dos médicos afeta 60% das UBSs

A maior e mais cara obra de Caxias do Sul já está na metade. Essa foi a notícia que trouxeram à CIC, em reunião-almoço, o prefeito José Ivo Sartori (PMDB) e o diretor-presidente do Samae, Marcus Caberlon. A previsão deles é que o Sistema de Abastecimento Marrecas comece a operar no segundo semestre de 2012. Sartori e Caberlon detalharam a obra de R$ 200 milhões – na maior parte, com empréstimos federais –, explicando por que seu custo será tão alto. Por exemplo: uma das mudanças no projeto, que aumentou os valores, será compensada depois com economia de energia – ao ritmo de R$ 4 milhões por ano –, já que permitirá ao sistema aproveitar a força da gravidade para distribuir a água. A presença de autoridades municipais em eventos públicos para informar sobre o andamento da obra deve se tornar mais frequente por dois motivos simples: o entusiasmo natural com sua conclusão e o inevitável peso que representará no ano eleitoral que se aproxima.

O primeiro diagnóstico da greve dos médicos, retomada um pouco lentamente na véspera, foi preocupante. Ao menos 60% das 42 Unidades Básicas de Saúde haviam sido afetadas, parcial ou totalmente, pela paralisação, conforme a Secretaria da Saúde. No mesmo dia, o presidente do Sindicato dos Médicos contou ao jornal O Caxiense que, no ano passado, 42 profissionais teriam se demitido da rede municipal por causa do salário (R$ 2,2 mil por 20 horas semanais), e projetou que mais 60 se demitiriam caso a prefeitura não aceitasse a contraproposta de abonar a remuneração em 60% e discutir um plano de carreira. O Município, após ter criado uma comissão para cuidar do caso, resiste. Entrou na Justiça para tentar proibir novamente o direito de greve da categoria.

QUARTA | 13.abr Conselho de Saúde tenta mediar negociação

Diante do acirramento entre

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prefeitura e Sindicato dos Médicos, o Conselho Municipal de Saúde se ofereceu como interlocutor para a questão da greve. Seu presidente, Paulo Cardoso Alves, anunciou que o órgão encaminharia uma proposta ao Executivo – que consiste, basicamente, em assegurar a elaboração de um plano de carreira, com prazo determinado para ser concluído. A entrada do Conselho na discussão é bem-vinda, mas carrega consigo uma reflexão: não poderia ter ocorrido antes? O problema é que os médicos não aceitam ser representados por outras entidades, nem mesmo o Sindicato dos Servidores Municipais – que, aliás, tem representação no Conselho.

QUINTA | 14.abr Zarabatana retoma agenda de shows

A polêmica desnecessária da semana foi o cancelamento de shows no Zarabatana Café, no Centro de Cultura Ordovás. A ordem foi atribuída à diretora Maria Inez Périco, que teria reclamado de transtornos em um show recente que reuniu centenas de pessoas. Os donos do bar correram para desmarcar

eventos programados. Se tivessem chamado antes o secretário municipal de Cultura, Antonio Feldmann, para tomar um café, tudo poderia ter sido evitado. Na quinta, Feldmann reafirmou aos donos do Zarabatana – como, aliás, já dissera à imprensa – que ele não havia emitido proibição alguma, e a agenda foi retomada. A confusão gerou até protesto de músicos – depois transformado em celebração pela volta dos shows.

SEXTA | 15.abr Vereador propõe Lei da Ficha Limpa para CCs

Tramita na Câmara proposta interessante do vereador Renato Oliveira (PC do B). Ele quer submeter CCs da prefeitura – e, louvável, da própria Câmara – a uma Lei da Ficha Limpa Municipal, que barraria condenados pela Justiça comum (conforme o tipo de crime) e pela Justiça Eleitoral na hora de nomear Cargos em Comissão. O projeto ainda precisa passar pela Comissão de Constituição e Justiça, que avaliará possíveis impedimentos a iniciativa desse tipo por parte do Legislativo. De qualquer modo, a sugestão ao Executivo já está dada.

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Roberto Hunoff roberto.hunoff@ocaxiense.com.br

Mais de 1,2 marcas brasileiras e do Exterior participaram, nesta semana, em São Paulo, da Automec 2011, feira de autopeças com foco na indústria de automóveis de passeio. Do total de expositores, mais de 600 empresas eram estrangeiras, com destaque para asiáticos, chineses em especial. De Caxias do Sul apenas as empresas de autopeças da Randon, Keko Acessórios, AutoTravi e Mazi. Presença insignificante que precisa ser avaliada pelos dirigentes do setor. Não basta mais apenas visitar feiras, é preciso participar e mostrar seus produtos, como fazem os chineses. Sem pompa ou grande estrutura, estão ali dispostos a negociar, num exemplo admirável. O recado é válido também para as feiras no Exterior, para onde os empresários caxienses, do setor metalmecânico em especial, seguem na condição de visitantes, dificilmente como expositores. Mostrar os produtos é estratégia fundamental para vender.

Recondução

O empresário Valter Gomes Pinto, diretor corporativo da Marcopolo, ficará mais dois anos à frente do Conselho Superior da CIC de Caxias do Sul. Ele foi reeleito para o período 2011-2013 durante reunião realizada na quintafeira (14). Na vice-presidência foi mantido João Francescutti, fundador da Susin Francescutti.

Negociação

A CDL de Caxias do Sul desenvolveu novo produto para combater a inadimplência. O funcionamento do Balcão de Negociação será apresentado à comunidade e lojistas no dia 3 de maio. O último dado da entidade, base em fevereiro, revela a existência de 68.484 CPF’s cadastrados como inadimplentes. Deste total 47% têm um registro, 38% tem duas ocorrências e 15% mais de cinco apontamentos no SPC.

Inclusões no SPC

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O Caxiense

Está bom.

Descaso

Mas até quando? Julio Soares, Objetiva, Div./O Caxiense

Feira

Empresário algum tem reclamado do momento atual da economia brasileira. Os indicadores são de crescimento em todos os segmentos produtivos com desempenhos, em vários casos, excepcionais. Por exemplo: as vendas internas de caminhões cresceram 26% no primeiro trimestre do ano, em comparação com o mesmo período de 2010, que já havia sido muito positivo. O desempenho reflete de forma direta na economia caxiense, que tem vocação para abastecer o transporte pesado de cargas e passageiros. Portanto, horizonte mais do que azul! Será? A grande dúvida é esta: até quando vai esta bonança? Até quando a indústria brasileira suportará a concorrência ferrenha dos asiáticos, chineses em especial? Quem ganha com a ameaça de desindustrialização do País? São questões que preocupam o diretor de relações com investidores da Randon, Astor Schmitt. Ele defende a adoção, pelo governo, de medidas de controle de entrada de produtos, seguindo po-

O executivo faz esta defesa como política emergencial, pois as ações que precisam mexer na estrutura do País demandarão muito tempo. Ou alguém acredita em mudanças na educação num prazo inferior a 25 anos? Ou que a reforma tributária será adotada de imediato? Ou que a estrutura de logística, um dos principais custos da economia brasileira, terá padrão de país desenvolvido até a Copa de 2014? Certamente a resposta para todas as indagações será “Não”. Por isso, a proteção é mais do que necessária, é indispensável.

Inflação ascendente

O governo tem adotado medidas restritivas de crédito para inibir o consumo e, com isso, segurar a inflação. Pelos dados do Instituto de Pesquisas Econômicas e Sociais da UCS as ações não estão dando certo. O Índice de Preços ao Consumidor de março aumentou 0,84%, mantendo-se em linha com o resultado de fevereiro: 0,86%. No trimestre a alta já é de 3,54% e, nos últimos 12 meses, de 7,96%. Na comparação com os demais indicadores nacionais só é inferior ao IGP-DI, medido pela Fundação

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lítica comum na maioria dos países, que protegem sua economia. “Não dá para simplesmente abrir a cancela. Porque isto não é competição, é invasão. A indústria brasileira, geradora de renda e emprego, está sendo ameaçada. E isto está visível em vários setores.” E lembra que, adotando medidas de controle, o Brasil não estará cometendo nenhum absurdo, pois esta estratégia é natural na maioria dos países, citando China e Argentina.

Getúlio Vargas, que em 12 meses acumulada elevação de 11,09%. É preciso lembrar que o governo trabalha com meta de inflação de 4,5%. Assim, o índice Caxias está próximo de superar esta meta em 100%. Em março o maior impacto veio do vestuário, em alta de 2,04%. O grupo também tem a alta mais expressiva em 12 meses: 14%. No ano a inflação é puxada por educação, leitura e recreação, com 6,28%. Alimentação, com maior peso na formação do índice, já superou os 5% no ano.

A Azul Linhas Aéreas Brasileiras anunciou nesta semana já ter transportado 8 milhões de clientes desde a sua fundação. A empresa opera voos regulares a partir de Campinas, em São Paulo, para várias cidades brasileiras. Seu presidente chegou a sinalizar a inclusão de Caxias do Sul, mas nos últimos meses só anunciou voos para dezenas de cidades de outros estados. Para cá colocou um ônibus à disposição para transportar os passageiros a Porto Alegre, como faz a Gol quando não pode pousar na cidade. Tudo indica que tudo não passou de encenação, como fez a Trip, que chegou a definir data de operação, mas simplesmente esqueceu a cidade tempos depois. O que estará entravando definições favoráveis para Caxias do Sul? Descaso, desinteresse, falta de estrutura do aeroporto, respaldo político e econômico? Ou boicote?

Curtas

O Sincontec Caxias do Sul recebe até o dia 20, quarta-feira, inscrições para o curso de extensão em tributos federais. O objetivo é preparar os profissionais para aplicar as exigências da legislação tributária na rotina diária. Mais informações pelos telefones 3222-1763 ou 3228-2425. A Núcleo Comunicação e Marketing fechou contrato com mais dois clientes. Prestará seus serviços de assessoria de imprensa para o Grupo Soprano e Maria Santa Acessórios. O secretário da Ciência, Inovação e Desenvolvimento Tecnológico do Rio Grande do Sul, Cleber Cristiano Prodanov, será o palestrante da reunião-almoço da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC) de segunda-feira (18). Ele falará sobre o tema Ciência, inovação e desenvolvimento tecnológico: as novas oportunidades. O encontro também servirá para o lançamento da 4ª edição do Troféu Ítalo Victor Bersani, que será entregue em julho e do selo comemorativo aos 110 anos da entidade. A executiva Neusa Maria Maz-zuchini passa a responder pela gerência regional de desenvolvimento da Sicredi Pioneira RS. Terá sob sua responsalidade as 11 unidades de atendimento da cooperativa em Caxias do Sul, onde trabalham 136 pessoas.

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André T. Susin/O Caxiense

O Caxiense estrevista

O polêmico Marlonei: “O MP nunca nos chamou para falar da carga horária, e está certo. Tem é que chamar o patrão, que não cuida”

“NÃO FAZEMOS

JURAMENTO DE POBREZA” O presidente do Sindicato dos Médicos, Marlonei Silveira dos Santos, diz que está disposto a levar a greve até o Supremo Tribunal Federal se for preciso

A

por ROBIN SITENESKI robin.siteneski@ocaxiense.com.br

para acabar com a greve, houve algum encontro com a prefeitura? Teve uma reunião informal quando eu me encontrei com o Néspolo (Edson Néspolo, chefe de gabinete) no supermercado sábado (9) de tarde. Ele me disse que o problema não era financeiro, que eles reconheciam que o salário era baixo, tinham consciência de que os médicos estavam se demitindo e tinham dificuldades de repor o quadro – começamos a greve há um ano com 360 médicos, hoje são 318, e a tendência é diminuir. Mas disse que não podiam dar o abono nem mexer em salários porque se eles derem para nós, tinham que dar para os outros 6 mil funcionários do município. Eu disse para ele que isso não era verdade, que abono e aumento de salário podem ser dados para qualquer funcionário. E ficou nesse impasse de que não pode dar para nós porque tem que dar para todos. Depois, eles entraram na Justiça. Na minha opinião, o juiz não vai decidir nada (agora), vai deixar para o julgamento, o que deve levar dois ou três meses.

té a pé nós iremos. Para o que der e vier. Mas o certo é que nós estaremos... A música é ouvida com mais frequência desde segunda-feira (11) pelo presidente do Sindicato dos Médicos. O hino do Grêmio é o toque do celular de Marlonei Silveira dos Santos, que tem sido muito procurado pela imprensa desde o reinício da greve. A paralisação voltou depois que o Tribunal de Justiça do Estado reverteu decisão da 2° Vara de Caxias do Sul, no último dia 28. O sindicato atualizou a reivindicação de aumento pelo INPC, conforme orientação da Federação Nacional dos Médicos (Fenam), mas fez também uma proposta intermediária e provisória: participa do grupo sugerido pela prefeitura para discutir o plano de carreira da categoria (desde que tenha data determinada para a conclusão desse trabalho) se receber um abono de 60%. A proposta, que faria o salário-base dos médicos passar de R$ 2.237 para R$ 3.611, não inclui o cumprimento da carga horária. Para bater ponto, os médicos querem uma garantia de Além do abono de 60%, existe que ganharão algo próximo dos alguma outra possibilidade de R$ 9.188 reivindicados. o Sindicato acabar com a greve imediatamente? Depois da proposta do sindicato Tem: menos do que 60%. Por

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que eles não propõe 30%? Aí, irí- 9.188,22, mas a assembleia achou amos perguntar para o pessoal por bem apresentar o novo valor. se está bom. Eles podiam propor 1%, mas não dizem nada. Os R$ Todo os sindicalizados concor9.188 são referência. Já oferece- dam com a greve? ram R$ 1.038 (em uma minuta), Estão todos fechados com a mas ofereceram em um dia e re- proposta, sob o comando do Dr. tiraram no outro. Agora estamos Marlonei Silveira dos Santos (ripedindo R$ 1.350 (os 60% de abo- sos). Mais desgastante que a greve no), dá para fazer um meio termo. é ganhar R$ 2.237. Mas hoje ninTambém havíamos feito um acor- guém se reúne mais. Quanto tem do para formar uma assembleia, vêm uns subcomissão vincu60. É um número lada àquela do Sin- “Sabe quem era muito bom porque, diserv (a Comissão o Hipócrates com a internet, o Paritária de Reclas- do juramento? pessoal não parsificação de Cargos Ele era médico ticipa mesmo das e Salários, composta reuniões. Tudo que do rei, morava por cinco represené discutido nelas em um palácio. tantes do Sindiserv e é repassado por ecinco da prefeitura, Nunca atendeu mail e os médicos que não se reúne des- pelo SUS respondem. de dezembro), mas na vida” aí o prefeito voltou e Como o valor do não quis (a proposta aumento é baseado foi feita quando Alceu Barbosa Ve- em uma reivindicação nacional, lho (PDT) era prefeito interino, em o pedido não deveria ser através novembro passado). do projeto de lei que corre em Brasília? Desde que a Justiça decidiu que Todas as categorias têm um piso os médicos poderiam retomar definido por sua entidade nacioa paralisação, o sindicato se en- nal. Necessariamente não é o que controu quantas vezes? a lei manda, é um piso de reivinFizemos uma assembleia geral dicação. O nosso piso definido no dia 4. Até estávamos em dú- por lei, que nem é mais reconhevida se mantínhamos o valor do cido, é de três salários mínimos, e ano passado, R$ 8.500, ou adotá- a norma é de 1961 (a lei é a 3.999). vamos o corrigido pelo INPC, R$ Os R$ 9.188 estão tramitando no 16 a 22 de abril de 2011

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Congresso, mas ainda não foram aprovados. Também tem outros sindicatos fazendo greve com o mesmo piso, como em João Pessoa. Logicamente que, na negociação, esse valor diminui. Alguma prefeitura no país paga R$ 9.188 para os médicos do SUS? Em Panambi, fecharam um acordo por R$ 7 mil. Em Garruchos, tem dois médicos do SUS, e cada um ganha R$ 10 mil. Ainda não é o que queremos, porque lá é tempo integral. Mas, também para trabalhar em Garruchos, só ganhando R$ 10 mil (risos). Tanto tempo de greve fortalece ou desmobiliza a categoria? Não acontece nada. Dá um marasmo total. Essa questão de adesão se explica da seguinte forma: tinha 360, hoje tem 318 médicos. Está uma droga. Se 20% aderir, é um drama. A prefeitura mandou uma proposta aceitando a formação da comissão e não botou prazo. E quer discutir dentro do grupo de trabalho os R$ 9.188 e a carga horária. Nós aceitamos, mas queremos 60% de abono para ficar como está hoje, sem paralisação. Para haver cumprimento de carga horária tem que haver um cronograma para chegar aos R$ 9.188, por exemplo, em quatro anos. Aí aceitaríamos, porque isso estaria escrito, com projeto de lei na Câmara, e seria juntado ao processo como um compromisso judicial da prefeitura.

contratados, não estão cientes que devem cumprir uma determinada carga horária? Certamente. No início do ano, um médico assumiu. Ele me ligou e disse que ia assinar e na hora que fosse assinar diria que não cumpriria a carga horária. Se não quisessem, que não o aceitassem. Então, eles já “marcham” sabendo. Ninguém está enrolando ninguém. É uma orientação explícita, assinada e amplamente divulgada pelo sindicato: fazer os 16 atendimentos, mas bem feitos. Tem muita gente que só precisa de uma receita para fazer um raio-X ou medicação, e isso é rápido. O Ministério Público também nunca nos chamou para falar da carga horária, e está certo. Tem é que chamar o patrão, que não cuida. Quando o médico recebe o diploma, ele faz o juramento de Hipócrates... Mas não fazemos juramento de pobreza. Esse prolongamento da greve não entra em atrito com o compromisso do juramento? Não. Sabe quem era o Hipócrates do juramento? Ele era o médico do rei, morava em um palácio e só atendia o rei e a corte. Nunca atendeu pelo SUS na vida (risos). Nessa situação de médico do rei, morando em um palácio, é muito fácil fazer juramento. Agora, o juramento fala em moral e ética, em nenhum momento fala em voto de pobreza.

Mas, quando os médicos são O sindicato apoiou uma parali-

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sação dos médicos conveniados aos planos de saúde. Não foi greve porque ninguém é empregado, eles são credenciados. O problema é que temos uma tabela nacional, reconhecida pela Agência Nacional de Saúde, que diz que a consulta é R$ 60. E nem a Unimed, que é nossa (dos cooperativados), paga. Imagina os outros planos. O problema maior é São Paulo, que tem gente que paga R$ 10. Mas não tem como saber quantos participaram, são mais de 800 consultórios.

Se as discussões sobre a greve continuarem pela via judicial, até onde o sindicato está disposto a ir? Até o Supremo Tribunal Federal. O assunto é constitucional. Mas quem tem que ir são eles. Se quiserem fazer uso político da greve, a gente ajuda. Já está todo mundo falando de eleições, não vamos botar o assunto debaixo da mesa. Se o prefeito quer nos dar um aumento para apoiar o candidato dele, é só dar o aumento. Existe alguma possibilidade de a prefeitura atender a reivindicação do sindicato? O município é rico, o orçamento da prefeitura é muito alto. Recebem dinheiro da União, do Estado e, dizem eles, botam mais um pouco na gestão do Sistema Único de Saúde. A construção das unidades básicas está feita. A UPA (Unidade de Pronto Atendimento) vai ser construída toda com dinheiro federal. O Néspolo disse que existe dinheiro. Então, é problema de gestão. Enquanto isso, a população sofre. Mas nós, médicos, não fomos eleitos para resolver problemas da população. O eleito foi o prefeito. Nós somos prestadores de serviço. Nós temos que respeitar o nosso Código de Ética. Assinou para trabalhar quatro e trabalha duas, tudo bem. Mas tem que fazer as duas bem feitas.

“Nós, médicos, não fomos eleitos para resolver problemas da população. O eleito foi o prefeito. Somos prestadores de serviço”

Nacionalmente, a categoria também se mobiliza para a aprovação da Lei do Ato Médico. Essa está na boca do forno, acho que será votada até junho. E, nessa, brigamos com todo mundo. São 14 categorias. É uma questão de briga de mercado. Só que eles é que querem invadir. Médico existe desde o Hipócrates. Fisioterapeuta faz 10 anos. Lá no Hipócrates, ele que tinha que fazer a massagem no rei. Agora, não precisa fazer mais a massagem, melhor. Mas quem diz que massagem tem que ser feita sou eu, porque, se morrer, eles não vão processar o fisioterapeuta, não vão processar a enfermeira, vão processar o médico e o dentista. Hoje em dia, trabalha-se em equipe, mas, na hora de responsabilizar o profissional, estoura no médico.

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Arquivo Pessoal, Orkut Rádio Amiga/O Caxiense

André T. Susin/O Caxiense

Abre e fecha

Na sede da Amiga FM, foi apreendido transmissor de 300 wats: “Ou seja, não tinha nada de comunitária”, diz gerente da Anatel

Rádios ilegais,

fiscalização ineficiente

M

por Camila CARDOSO Boff camila.boff@ocaxiense.com.br

e informaram que duas rádios foram fechadas ontem em Caxias do Sul. Se estiverem irregulares, tomaremos as providências legais”, disse a autoridade máxima do setor, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, na última quarta-feira (13), em Porto Alegre. O relato é do presidente da Associação Gaúcha de Emissoras de Rádio e Televisão (Agert), Alexandre Gadret, então reunido com o ministro, que não sabia, entretanto, que as rádios piratas Amiga FM (96.5) e União FM (87.9) já estavam funcionando novamente. Nem o respaldo do ministro foi suficiente para manter as emissoras fora do ar. Com o fácil acesso a equipamentos – na internet é possível comprar antenas transmissoras de FM que custam de R$ 80 a R$ 2 mil – somado à fiscalização ineficiente, não levou mais de um dia para que as duas rádios clandestinas voltassem a funcionar ilegalmente. A operação foi realizada na última terça (12) – oito meses após as denúncias de O Caxiense – pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), que cumpria ordem judicial, com apoio da Polícia Federal. Em comum, as duas rádios têm programação nada comunitária, que por princípio não podem lucrar, voltada a músicas populares, cujos artistas não recebem direitos autorais, e veiculação de anúncios publicitários, de pequenos supermercados de bairros até estabelecimentos respeitados na cidade, que aparentemente não se importam de incentivar um crime federal. Não há espaço para artistas locais alternativos, como se espera de uma rádio que

se diz comunitária nem espaço para comunidade. Nas duas rádios, há um esquema de rodízio de locutores, que normalmente comercializam seu programa e alugam o horário pagando para o diretor da rádio.

Fechadas pela Anatel e Polícia Federal, rádios piratas Amiga e União FM funcionavam normalmente no dia seguinte

nhados para perícia no Setor Técnico Científico da PF, em Porto Alegre. “Infelizmente, não há uma previsão para o resultado da perícia porque só esse setor é responsável por todos os pareceres do Estado”, aponta a delegada. Só então o inquérito será concluído, A rádio Amiga FM, que encaminhado ao Ministério Púopera no bairro Cinquentenário blico Federal resultando, ou não, em uma ampla residência e pos- em um novo processo judicial. sui automóvel para “reportagem”, teve dois transmissores apreendiA rádio União FM, no bairro dos. Um dos aparelhos tem 300 Fátima, teve um transmissor de wats e outro 100 wats de potência. 25 wats de potência apreendido. “Ou seja, não tinha nada nem de Estranhamente, já que possui diparecido com rádios comunitá- versos locutores que se revezam rias, que operam em até 25 wats”, durante todo o dia, a rádio operacomparou o gerente regional da va de forma automática, prograAnatel no Estado, João Jacob Bet- mada por computador, a portas toni. Também foram levados pela fechadas. Foi necessário chamar PF outros equipamentos, como um chaveiro para acessar a sede computadores e mesa de áudio. O da emissora. Por não haver um responsável pela Associação Cul- responsável que pudesse ser preso tural Radiocom, que administra em flagrante, a ação da última tera rádio, João Batista Dreher, foi ça-feira não resultou em um novo preso em flagrante, pagou fiança inquérito que pudesse indiciar a e foi liberado. Ele foi procurado emissora. Nenhuma das ligações pela reportagem, mas não aten- feitas para o telefone da rádio fodeu as ligações no seu celular. No ram atendidas. Na quarta, se outelefone da rádio, o locutor Fran- viu música, comerciais e nenhucis atendeu a ligação na quarta- ma locução. O diretor da União feira, dia em que a rádio já ope- FM, Antonio Hoffmann, já foi rava normalmente e afirmou que indiciado diversas vezes pelo ara rádio nunca havia sido fechada, tigo 183 da Lei 9.472 de 1997, que que “estava tudo resolvido”. Pediu prevê pena de detenção de dois a um minutinho para entrar no ar quatro anos e multa de até R$ 10 com seu programa e depois vol- mil. Ele responde o inquérito em tou a falar que “estava tudo certo” liberdade. com a rádio. Conforme a delegada da PF ClaO gerente regional da rissa Trallero, a prisão de Dreher Anatel, João Jacob Bettoni, ficou resultou na instauração de um sabendo que as rádios já estavam novo inquérito contra a rádio. O funcionando pela reportagem do diretor prestou depoimento com jornal e quis compartilhar a resa responsabilidade que exercia ponsabilidade: “Quando acontece sobre a emissora. Uma testemu- isso tu tens que noticiar”, afirmou. nha que estava no local também “Nós vamos continuar fiscalizandepôs, assim como os fiscais da do. Temos dezenas de estações Anatel e policiais envolvidos na nos 498 municípios do Estado ação. Os transmissores apreendi- para fiscalizar todos os dias. Eles dos, que atestam a materialidade continuam cometendo uma inda transmissão, foram encami- fração”, completou.

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São apenas 30 profissionais responsáveis por fiscalizar todos os serviços de telecomunicação no RS, segundo o gerente operacional de fiscalização da Anatel no Estado, Thiago da Gama. Para ele, o trabalho deveria contemplar, além de denúncias, fiscalizações de rotina. Porém, devido à relação desequilibrada entre fiscais e serviços a serem verificados, os agentes da Anatel fiscalizam uma denúncia e, imediatamente, seguem para outras cidades. A operação em Caxias contou com dois agentes da Anatel, além do apoio da Polícia Federal. Conforme a delegada Clarissa, a PF prefere realizar ações contra as rádios clandestinas em parceria com a Anatel, pois isso dá segurança para efetuar o flagrante. “Os fiscais têm condições técnicas para apontar de onde vem a transmissão”, explica. Alexandre Gadret, da Agert, afirma que a associação busca outra alternativa, dentro da solução judicial, que seja mais perene do que a apreensão dos transmissores. “O objetivo da Agert não é tirar as rádios do ar, mas fazer com que cumpram a legalidade. É injusto que empresas formalmente estabelecidas passem por processos licitatórios que levam cinco, dez anos para receberem as outorgas, enquanto essas atuam clandestinamente, de forma irregular e ilegal”, defende Gadret. A Anatel insiste que a responsabilidade pela fiscalização é do cidadão, que deve formalizar denúncia pelo telefone 1331. Só após a denúncia, a Anatel poderia agir. A ligação leva cerca de 10 minutos e é preciso informar dial, nome da emissora, nome dos responsável, número de telefone e até endereço da rádio. As denúncias podem ser anônimas.

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Ritmo, rima, grafite e dança

Trabalhos de Guilherme Nerd são conhecidos em Caxias e no Chile: ele quer quebrar o estereótipo de que Hip Hop “é coisa de marginal”

Expressão

da periferia

M

Com duas décadas em Caxias, cerca de 15 grupos de rap e inúmeros DJs e MCs independentes, o Hip Hop se consolida com uma Semana dedicada ao movimento

que esses sete dias irão referen- ganhando um quinto elemento, o ros discos brasileiros, do Raciodar um trabalho que, na verdade, conhecimento, selando o elo en- nais, Thaíde e DJ Hum. Ele mosé feito durante os outros 358 do tre o cultural e o social. trou para nós sobre o que falavam ovimentos contra o racismo li- ano. Em pouco tempo, o Hip Hop as músicas e a gente se identifiderados por Malcom X e Martin chegava ao Brasil, país marcado, cou”, conta. Chiquinho descobria, Luther King e a revolta contra a Quando o Hip Hop surgiu assim como os EUA, pela escra- aos 17 anos, uma de nova maneiGuerra do Vietnã povoavam o nos Estados Unidos, o soul e o vidão. Em 1971, Jorge Ben Jor ra de ser juventude da periferia, dia a dia dos norte-americanos funk faziam a trilha sonora dos – na época, apenas morador da Rua do final dos anos 60 e 70, quan- núcleos pobres e incitavam a Ben – já cantava NeThomás Beltrão de do surge o movimento Hip Hop. consciência negra, que foi buscar gro é Lindo, como “Ouvir aquelas Queiroz, no bairro No Brasil, a influência chega nos no passado dos escravos a tradi- referência ao lema músicas injetou Marechal Floriano. anos 80, nas favelas. Em Caxias ção africana de contar histórias do Black Power uma autoestima”, “A gente vivia com do Sul, no início dos 90. “Gente através de gírias e rimas. A forma (Black is beautiful). diz MC as drogas e a crimipobre, com empregos mal remu- de dançar esses ritmos também A popularização, nalidade muito prónerados, baixa escolaridade, pele buscou inspiração na mãe África, entretanto, veio na Chiquinho. Ele ximas, via parceiros escura. Jovens pelas ruas, desocu- mas não deixou de prestar aten- década de 1980, es- descobriu o Hip e irmãos entrarem pados, abandonaram a escola por ção nos movimentos dos corpos pecialmente através Hop enquanto via nessa. Ouvir aquenão verem o porquê de aprender debilitados dos soldados do Viet- da música, do rap de amigos entrarem las músicas injetou sobre democracia e liberdade se nã e nas quebras da melodia. Para artistas como Mano para o crime uma autoestima”, vivem apanhando da polícia e chamar atenção à sua realidade, Brown e grupos diz. Logo fundasendo discriminados no mercado jovens começaram a desenhar e como os Racionais ram o Poetas Divide trabalho...”. A descrição é do escrever em muros, paredes, ou MCs. Em Caxias, o Hip Hop de- las, em 97. “Isso nos obrigou a contexto americano de quarenta qualquer lugar vazio da cidade, morou um pouco mais para che- procurar conhecimento, porque anos atrás, pesquisada pelo jor- assinando seus nomes ou de suas gar. poesia e música tu não fazes sem nalista Spency Pimentel, no Livro gangues. As batalhas de dança ter conhecimento. Começamos Vermelho do Hip Hop, mas ser- (break) e de rimas (rap) entre esO MC Chiquinho, do grupo a melhorar as rimas, o pessoal ve para o Brasil, Caxias e qualquer sas gangues eram uma forma de Poetas Divilas, ou melhor, o re- foi gostando do nosso trabalho lugar onde o movimento Hip Hop evitar as brigas violentas na rua. lações públicas Jankiel Francisco e pediram que participássemos tenha força ainda em 2011. “PeriTudo isso resultou e continua Claudio, funcionário da Marco- das atividades sociais dentro das feria é periferia em qualquer lu- sendo o Hip Hop. Não existe um polo, é um dos integrantes mais comunidades pobres”, relembra. gar”, completa Pimentel. Na últi- conceito pronto, definitivo, mas antigos do movimento em Caxias Desde então, Chiquinho, Paulista ma terça-feira (12), participantes dá para dizer que é a união dos ainda em atividade. MC Chiqui- e o DJ César (atual formação do do movimento e ativistas sociais quatro elementos artísticos bási- nho define o Hip Hop como “a Poetas Divilas) começaram a traestiveram na Câmara de Vereado- cos – o DJ, que faz a melodia, o voz de quem não tem voz”. Ele co- balhar com oficinas de Hip Hop res para apoiar a votação do pro- MC, mestre de cerimônias, que nheceu o Hip Hop através do rap, em escolas e até universidades, jeto da vereadora Denise Pessôa faz a rima, a dança do b-boy, e a em 1995. “O Paulista (Marcelinho em parceria também com outros (PT), que foi aprovado e instituiu arte do grafite – com um único Silva), que fundou o grupo comi- artistas. “Queremos ajudar as a Semana Municipal do Hip Hop, objetivo: dar voz às comunidades go, veio morar em Caxias nessa crianças a buscarem cidadania. sempre em agosto. Eles acreditam pobres. Recentemente, acabou época e trouxe com ele os primei- Não queremos que sejam DJs, por Carol De Barba caroldebarba@ocaxiense.com.br

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Divilas se apresenta. Por isso a Semana do Hip Hop é importante”, conclui, manifestando seu apoio ao projeto. “A rua é noiz.” A frase estampa a camiseta do garoto magrinho, não muito alto, vestindo bermudas largas e tênis enormes, boné virado na cabeça. Rodeado por latas de spray, ele grafita concentrado. Guilherme Nerd nem parece ter mais de 16 anos – ele tem 21 – mas é um dos maiores grafiteiros de Caxias. Seus trabalhos já estiveram reunidos na exposição individual Sentimentos, que teve apoio do Financiarte, em 2010, e em diversas exposições coletivas, fora da cidade e até no Chile. No ano passado, foi convidado para participar de um evento no Canadá, mas faltou verba. “Essa arte é muito valorizada fora do país. Meu trabalho se diferencia dentro do Estado, mas têm gente na América do Norte e na Europa que segue a mesma linha”, comenta. A maioria dos grafiteiros começa na pichação. Com Nerd foi diferente. “Eu já desenhava e pintava, mas nada sério. Quando fui estudar no Cristóvão, na 7ª série, tinha lugares grafitados dentro da escola. Foi aí que me interessei”, conta. No seu currículo, pintura em tela, customizações de camisetas, bonés, tênis, etc. e trabalhos em estabelecimentos comerciais demonstram que a arte vem sendo mais valorizada, mas ainda está segmentada. “Nesses seis anos, das pessoas que eu conheci e realmente começaram o Hip Hop, tem poucas que até hoje são ativas. Sempre vi que eram muito divididas, também. Em eventos do pessoal da Zona Norte, só iam pessoas da Zona Norte, não se misturavam”, conta. Mas ele vê mudanças nos últimos três anos. “As pessoas estão se unindo, perceberam que são obrigadas a se juntar e se conhecer se

querem mostrar a cara que o Hip usando o termo Hip Hop, foi JuHop tem”, avalia. De acordo com lio Mello. Ele começou a dar aulas ele, é preciso quebrar o estereóti- acho que em 98, e eu comecei a po de que o movimento “é coisa dançar com ele”, lembra Bittende favela, de marginal. De guriza- court. No começo dos anos 2000, da que se veste de uma tal forma, surgiram uma série de grupos ouvem esse determinado tipo de (Serpentes, Twister Boys, Rebelmúsica. Tem festivais internacio- des da Noite, Alarme Falso, Caça nais hiper luxuosos e ricos que Fantasma, Dance of the Night) e dão mais prêmio que o Big Bro- outros dançarinos solos que cother. Lá fora, o Hip meçaram a populaHop move muita rizar a dança de rua grana e é muito di- “Tem festivais em Caxias. A nova internacionais fundido, não só enmodalidade logo tre os jovens”, afirma hiper luxuosos saiu da periferia e o grafiteiro. E com- e ricos que dão chegou às escolas de pleta: “Tem outra dança, e membros coisa. Com certeza mais prêmio de grupos que eram é um estilo de vida, que o Big referência nacional, mas não dá para ge- Brother”, diz como Batida de Rua neralizar. Nem todo Guilherme Nerd (Porto Alegre) e Hemundo é obrigado sobre grafite art Beat (Curitiba), a gostar de todos vieram para a cidaos elementos, mas de trabalhar como também não deixam de admirar professores e, claro, tentar montar e respeitar o trabalho dos outros”, novas companhias. Atualmente, diz. existem diversos grupos de escolas, mas apenas duas crews inFernando Bittencourt dependentes, a Essência, da qual já não é mais b-boy. “Exercito o Bittencourt faz parte, e a R.Oeste. quinto elemento”, defini-se o dan- Ele acredita que, principalmente çarino, professor e metalúrgico, na área da dança, existe um apeque trabalha no turno da noite lo comercial muito forte. “Danda Marcopolo, é educador social ça de videoclipe, tipo Beyoncé, e à tarde nos projetos Vó Juvelina movimento Hip Hop são coisas e Mais Educação, e membro fun- diferentes”, alerta. “Por isso eu dador da Essência Crew, de dança exercito tanto o conhecimento, de rua, nas horas vagas. De acor- para passar a informação para a do com ele, o movimento surgiu gurizada. Acho que a juventude, em Caxias com os elementos se- às vezes, não sabe o que fazer com parados. “Já se falava sobre break, aquilo que tem e acaba seguindo MC, DJ e grafite nos bairros desde caminhos errados.” Com diver1991, 1993. Mas o pessoal repro- sas histórias de preconceito para duzia o que via e ouvia na TV, no contar, ele concorda com Nerd e rádio, não ia estudar e fazer cursos Chiquinho que é preciso união fora como hoje”, conta. Naquela para mostrar a cara do Hip Hop época, ninguém sabia ainda que caxiense e fazê-lo ser respeitado. existiam diversos tipos de dança “No meu trabalho as pessoas dide rua (popping, locking, waving, zem ‘mas que roupa é essa?’. Nas robot, top rock, power movie, en- escolas onde dancei perguntavam tre outros) e arriscavam alguns ‘mas tu já estás de figurino?’. Não. passinhos só para se divertir. “O Hip Hop é um estilo de vida. É primeiro professor e coreógrafo o que nós somos, não é nenhum de street dance (dança de rua), já personagem”. André T. Susin/O Caxiense

MCs, b-boys ou grafiteiros, mas mostrar alternativas, caminhos positivos. O Hip Hop é uma ferramenta pedagógica”, explica. Em 2009, através do Fundoprocultura, o grupo gravou um CD duplo, com faixas multimídia incluindo um videoclipe e um documentário. A agenda de shows não é das mais lotadas. Eles se apresentam, em média, duas vezes por mês, por toda a Serra. Mas o motivo é nobre. “O contato mais forte e principal é através das oficinas e palestras. Todo começo de ano palestramos no colégio Beltrão de Queiroz. Na Marcopolo, onde trabalho, estou sempre envolvido com o grupo de voluntários. Na Randon, estivemos na colônia de férias, com diversas oficinas para mais de 100 crianças, todo mês de janeiro. Na Tecnitubo, animamos a festa de final de ano. Entre outras”, resume Chiquinho, sem estender muito a conta. Além do Poetas Divilas, Chiquinho calcula que existam em torno de 10 a 15 grupos de rap em Caxias, fora as chamadas crews de dança e de grafite, e os DJs e MCs independentes. “Não é fácil fazer a junção (dos grupos) porque os ativistas do Hip Hop estão inseridos nas reivindicações das comunidades que fazem parte”, opina. Pelo seu caráter de protesto, o Hip Hop também sempre foi muito ligado ao espírito ousado da juventude e, consequentemente, associado a uma fase passageira na vida. “Muitas pessoas que começaram já não estão mais na atividade, acabam largando em função de trabalho, família. O movimento não tem uma entidade forte em Caxias, que passe para as novas crews as dificuldades do passado e estimule a dar continuidade, mas ele já tem esse respeito não só da juventude. A mãe do filho que participou de uma oficina conhece, se aproxima, faz questão de comparecer quando o Poetas

Fernando Bittencourt exerce o “quinto elemento do Hip Hop”, o conhecimento, para levar cidadania para crianças

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Lição temerária

O ENSINO

A autoridade do educador, necessária para manter a paz na sala de aula, é uma das condições que vêm se degradando, conforme os relatos

SOB TENSÃO U

por VALQUÍRIA VITA valquiria.vita@ocaxiense.com.br

ma vez um aluno me mandou tomar no... porque eu tinha pedido para ele se sentar no lugar dele. Fizemos uma ocorrência na direção e chamamos os pais. Ele foi para casa, no outro dia se arrependeu e me pediu desculpas, chorando. Eu entendo que esse xingamento não foi para mim. Eles estão com raiva das coisas deles, dos problemas deles. Na minha escola já teve casos de alunos que puxaram os cabelos do professor ou que empurraram cadeiras contra eles”, conta uma professora do Município, que prefere não ser identificada. Casos como esses não são incomuns nas redes de ensino de Caxias. As agressões, físicas ou verbais, ocorrem tanto nas escolas estaduais quanto nas municipais e particulares, e partem de adolescentes e crianças. “Fui chamada por dois alunos para atendê-los. Quando estava ajudando o primeiro deles, o segundo falou alto: ‘Não me ouviu, véia caduca?’”, relata uma professora do 5º ano do ensino fundamental. “Um aluno do 3° ano negou-se a fazer as atividades e, diante da minha insistência, gritou ‘não’, jogou a classe contra a parede e quase me acertou”, diz outra professora.

“Fui substituir uma colega e um aluno falou: ‘Não quero aula com essa prostituta’”, conta uma quarta professora. As histórias de desrespeito se acumulam e, em alguns casos, começam bem cedo. “Depois de chamar um aluno quatro vezes para que ele entrasse na fila, eu perguntei: ‘Você não ouviu o seu nome?’. Ele respondeu: ‘Não. Sou surdo’”, lembra uma professora de educação infantil.

Muitas professoras dizem que o difícil, hoje em dia, não é dar aula, mas fazer com que os alunos cumpram normas. Elas narram agressões que acontecem a todo momento, principalmente no recreio, quando precisam separar brigas: “Sobram nomes feios e chutes para a professora”. As brigas entre os estudantes não são eventuais, já que até mesmo nas brincadeiras há socos e tapas. Para piorar, é comum, segundo elas, ao conversar com os pais, ouvir a seguinte frase: “O problema é teu. Te vira com ele”. Os relatos de quem ensina dão a dimensão da falta de limites que crianças e adolescentes levam para a sala de aula, fato que está intimamente atrelado à desestruturação das famílias e fica ainda mais evidente em uma resposta frequente dos

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Casos de agressões aos professores agravam o estresse da categoria, que pede auxílio para se defender

alunos: “Faço o que quero, nin- o que escutou uma professora ao guém manda em mim, nem meu tentar intervir em um conflito enpai nem minha mãe”. tre dois alunos. O jargão, tirado Caxias do Sul tem 4,2 mil profes- do programa de TV Zorra Total, sores municipais, 1,7 mil estadu- comprova o que diz a diretora de ais e cerca de 2,3 mil particulares. formação do Sindicato dos SerEmbora os profissionais digam vidores Municipais (Sindiserv), que as agressões estão ocorrendo Paula Margarete Ody: “Os pais cada vez mais, não há registros de não selecionam o que os filhos todos os casos. Apenas a Comis- veem na TV, e tem programas são Interna de Prepéssimos”. Segundo venção de Acidentes ela, a chamada fae Violência Escolar “Um aluno mília nuclear (pai, (Cipave) possui al- negou-se a fazer mãe, filhos) já não gum controle dos as atividades, existe há alguns episódios de vio- jogou a classe anos. As crianças, lência nas escolas sem referencial em contra a parede municipais. Dados casa, chegam na e quase de 2009 mostraram escola e agem desque 52% dos regis- me acertou”, sa forma. “Que seja tros tratavam-se de relata uma um tio, uma avó que brigas entre alunos, professora cuide, mas a criança 22% de bullying e precisa de alguém o mesmo percentuque cobre e que a al de agressões verbais de alunos acompanhe. Os alunos vêm com contra professores. “Essa cultu- cinco anos de idade para a sala de ra do registro está iniciando, e é aula, completamente sem regras”, importante ter esses dados para afirma Paula, que é professora. saber em que regiões da cidade “Falta limite das famílias, que focar os trabalhos de prevenção. estão desestruturadas. A mesma Os próximos dados serão mais relação que eles têm com os pais, significativos, porque agora as es- têm com os professores”, observa colas começaram a registrar isso”, o vice-presidente do Sindiserv, explica Raquel Mafessoni, coor- Luciano Roque Piccoli, diretor de denadora da Cipave. escola. Ele diz que a sobrecarga está cada vez maior. “O professor “Cala a boca, Ofélia”, foi está ficando muito estressado se16 a 22 de abril de 2011

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guidamente. Temos que lidar com coisas como separação de pais, briga entre vizinhos. Problemas de fora que repercutem na escola”, diz Piccoli. “Nós temos que ensinar diversas coisas que seriam da família, temos que nos preocupar com o que não seria nosso dever. Já tive, por exemplo, que mandar um aluno para casa porque ele estava extremamente sujo. São coisas básicas que faltam. A escola não está mais com função de educar somente. Existe uma confusão na sociedade sobre o que é dever da casa”, avalia a professora municipal Daniele Schiavo. Ao mesmo tempo, a pressão dos pais é intensa. “Faltam educação e limites, mas os professores não podem fazer nada porque muitos pais procuram a Justiça, se exaltam quando um professor manda seu filho ficar quieto.” Ela cita uma charge que resume a questão em duas situações: uma, em 1969, onde os pais, após receberem o boletim da professora, questionam o filho: “Que notas são essas?”; ao lado, em 2009, os pais fazem a mesma pergunta, só que para o professor. Piccoli conta que em sua escola nunca presenciou casos de agressão física a professores, mas que as verbais são corriqueiras: “Palavrões ou ‘tu não me manda’, ‘fica na tua’. Aquela ideia que se tinha de que o professor falava e os alunos ouviam e respeitavam hoje é muito difícil de acontecer”, diz ele. Mas há fatos mais graves. Paula cita o ocorrido com uma professora, hoje já aposentada, que teve o braço quebrado depois que a mãe de um estudante arremessou uma cadeira contra ela. “E teve uma professora que foi agredida por um aluno que tinha necessidades especiais. Às vezes essas crianças entram em surtos psicóticos, algumas não têm condições de estar na escola. E como a professora contém isso? Tem que ter muito cuidado”, acrescenta. Situações como essa, ressalta a diretora de formação do sindicato, agravam a tensão do professor. “Em uma sala de 30 alunos ou mais, tem a inclusão, a agressivi-

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dade de alguns, os que têm problemas de aprendizagem. É difícil dar conta de tudo isso. E o Conselho Tutelar defende que todo aluno hoje tem que estar na escola.” “Tenho um aluno que toma remédio para hiperatividade, mas tem dias que ele diz: ‘Não tomei meu remédio, então hoje não vou fazer nada’. Daí ele perturba a aula toda”, relata uma professora. Em oposição aos direitos dos estudantes, analisa Paula, os educadores estão praticamente sem assistência: “O aluno tem mais direito que o professor, mas os deveres estão sendo esquecidos”.

equipe da CRE vai para a escola e toma conhecimento do problema. Ouve todos os lados, depois junta as partes, aí geralmente há o entendimento”, explica a coordenadora pedagógica Raquel Cristina Andolhe Götz. “É hipocrisia dizer que não existem problemas com professores. Desentendimentos fazem parte do processo escolar. E sim, temos professores com problemas de estresse e depressão”, comenta Caregnato, apontando que as causas para isso não podem ser apenas os baixos salários, já que os professores de escolas particulares, melhor remunerados, apresentam as mesPara Lucas Caregnato, co- mas doenças. ordenador adjunto da 4ª CoordeO maior motivo da exaustão nadoria Regional da Educação, a dos professores, segundo ele, é violência é um tema que perpassa que muitos dão aula no turno da o espaço dos colégios estaduais. manhã, da tarde e da noite. “Ób“Ela está em toda a vio que se com tosociedade e a escola dos os afazeres eles recebe isso. Em uma não tiverem orgaescola que fica em “Muitos pais nização e boa saúde um bairro de vul- procuram a vão ter problemas.” nerabilidade social Justiça, se Outra questão é o pai do aluno está exaltam quando a mudança nas forpreso, tem drogas, um professor mas de cobrar os não tem posto de alunos. “Não sei se saúde. Daí faltam manda seu a autoridade que duas partes do tripé, filho ficar os professores tia da família e a da quieto”, conta nham uma vez era sociedade. O traba- Daniele construtiva ou se os lho tem que ser em alunos só tinham conjunto. É aí que medo. Mas hoje, deesbarramos”, avalia, salientando pendendo da cobrança ou como o que isso não exime professores professor a fizer, pode ser crime. e diretores de sua missão. O se- Não que eu seja a favor disso, mas cretário municipal da Educação, é a realidade”, conclui Caregnato. Edson da Rosa, também fala da necessidade de cooperação: “A Foi por meio de uma pesquifamília não pode repassar res- sa que o Sindicato dos Professores ponsabilidades que são dela para de Ensino Privado (Sinpro) do a escola. O aluno vai para a aula Estado constatou o que já se suse tem que ir para casa um pouco peitava: que os professores estão melhor. Lá, tem que ter acompa- ficando mais doentes por causa do nhamento da família e vir melhor trabalho. Em 2009, ao questionar no outro dia. É um processo de 1.680 professores de escolas parparticipação”. ticulares da Capital e do interior, Ações para minimizar a violên- o Sinpro descobriu que a maioria cia nas salas de aula são discuti- dos profissionais (49%) estava das com a Patrulha Escolar, con- com problemas de voz. Se, há alforme Caregnato, e já estão sendo guns anos, os professores precisarealizados os chamados Círculos vam falar alto para se impor, hoje Restaurativos. “É uma interven- essa é, em muitos casos, a única ção pedagógica para lidar com as maneira de serem ouvidos. Além agressões entre os alunos. Uma disso, a quantidade de alunos por

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turma, uma das principais reclamações, exige que o professor eleve o tom de voz. A limitação do número de estudantes foi uma das reivindicações encaminhadas ao sindicato patronal depois da pesquisa. “Notamos uma série de problemas de excesso de trabalho e pressão que fazem com que eles tenham adoecimento maior”, resume Cássio Bessa, diretor do sindicato. Depois de rouquidão e perda de voz, aparecem os problemas alérgicos e nas articulações. “E o professor tem tido muito estresse ao longo da vida docente. Os particulares, além da pressão dos pais, recebem pressão do empregador.” Bessa acredita que o grande problema nas escolas particulares é que os alunos são tratados como clientes, e não como educandos. Por causa disso, os professores são muito exigidos para que o estudante passe de ano, já que a escola não quer perdê-lo. “Porque, quando roda, ele geralmente sai da escola. Querem que o professor tenha um índice de aprovação que muitas vezes é forçado. É preciso engolir um monte de sapos. É o critério de tratar a educação como mercadoria, porque é uma disputa de mercado. E isso deixa o professor sem suporte para tomar atitudes disciplinares.” Outro motivo do estresse são

as agressões, que não necessaria- mana, por exemplo, já teve um mente precisam ser presenciais. caso. Uma professora foi intervir Na internet, muitos professores em uma briga de alunos e acabou sofrem com comunidades no sendo lesionada”, cita. Nessas siOrkut do tipo “Eu odeio a pro- tuações, os adolescentes são oufessora tal”. “Os alunos aderem, e vidos pela DPCA e encaminhano meio virtual vão falando o que dos ao Ministério Público. “Não querem do professor”, diz Bessa é por grau de gravidade. Quando Com a pesquisa do Sinpro tam- recebemos comunicados de amebém se descobriu aças, empurrões ou que o professor tem xingamentos, todos se medicado muito “Aquela ideia eles são encamimais: “Com estimu- de que o nhados ao Ministélantes, antidepressi- professor falava rio Público, que vai vos, calmantes. São e os alunos aplicar alguma meíndices muito aldida”, afirma Suely. tos”, diz Bessa. “Em ouviam e Em uma escola Caxias, sabemos respeitavam hoje estadual da Zona de vários casos de é muito difícil Norte de Caxias, há professores que pre- de acontecer”, poucos dias, foi precisam tomar remé- diz Piccoli ciso solicitar uma dios para dormir”, intervenção policompleta Piccoli, do cial. Um aluno de Sindiserv. 17 anos, que costumava anunciar que riscaria o carro das professoQuando as agressões vêm ras, ameaçou uma delas de morte. de crianças menores de 12 anos, Levado para a direção, estendeu a elas são encaminhadas ao Con- ameaça à diretora. A Brigada Miselho Tutelar. De 12 a 18 anos, litar foi chamada e fez um boletim vão para a Delegacia de Prote- de ocorrência. “Estamos preparação à Criança e ao Adolescente das pra trabalhar com indiscipli(DPCA). A quantidade de casos na, não com violência”, desabafa a preocupa a delegada Suely Rech. diretora. “Percebemos que a autoridade do Depois de 15 dias, o adolesprofessor não está sendo respei- cente voltou ao colégio. Em aula tada”, observa, embora na DPCA com uma outra professora, não também não exista um levanta- aceitou participar de um trabalho mento específico. “Mas esta se- em grupo. “Ele disse: ‘eu não vou

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participar e a senhora não vai me obrigar. E te cuida porque eu te mato’. Daí a professora disse que se ele a matasse teria consequências, e ele respondeu que não, ‘já que ela estaria morta mesmo’”, relata a diretora, dizendo que a nova vítima de ameaça ficou extremamente abalada. “Chamei a mãe desse aluno, acho que pela 10ª vez, mas ela é mais complicada do que o filho. Contou que ele ameaçou os irmãos com faca. Temos desconfiança de que ele é comprometido com drogas.” Faz duas semanas que o estudante está afastado da escola, mas a diretora e as professoras temem o seu retorno. “Daí estamos nesta situação. A professora vai ter que sair se ele voltar. Desde que ele saiu, tudo melhorou na escola, até a turma. Quando mandarem a ordem para ele voltar, eu não vou querer, tem que ter um local especial para ele”, pede a diretora. Ao analisar a situação, ela faz um alerta: “Alguma coisa tem que ser feita. O Conselho Tutelar manda de volta para a escola, que tem que engolir, porque é um menor e precisa estar estudando. A gente fica de mãos atadas. Casos como esse existem em várias escolas, e não se faz muita coisa. É esse o tipo de jovem que, daqui a um tempo, pode matar todo mundo, como vimos acontecer no Rio.”

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Perfil

“Foi amor à primeira vista”, conta Alvaro, que passou a remar um mês após conhecer um caiaque. No ano seguinte, já estava competindo

A PERSISTÊNCIA

COMO ESPORTE

Alvaro Koslowski passou por um seminário, administrou uma farmácia e concluiu o curso de Enologia. Mas nada reduziu a paixão pela canoagem

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por JOSÉ EDUARDO COUTELLE jeduardo.coutelle@ocaxiense.com.br

retorno do Rio de Janeiro para Caxias do Sul, na última segunda-feira (11), trouxe consigo um sabor amargo de quem esteve próximo da vitória e foi derrotado pelo principal rival. A seleção brasileira masculina de canoagem de velocidade ficou com a segunda colocação no Sul-americano. A campeã foi a Argentina, que venceu os donos da casa na Lagoa Rodrigo de Freitas. A longa viagem de volta, de ônibus, serviu para o técnico Alvaro Acco Koslowski, 39 anos, assimilar e avaliar o resultado. “Temos de levantar a cabeça e bola para frente. O ruim é perder para a Argentina”, lamenta o treinador, que agora volta sua atenção para a Copa do Mundo de Canoagem, na Alemanha e na República Tcheca, na última quinzena de maio. Pensar nos próximos desafios é a fórmula do treinador para driblar os percalços da vida. “Não aceito fácil a derrota. Mas a vitória nos ensina menos que a derrota. Ou se anda para trás, ou se

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segue em frente. Eu sigo em frente como treinador. A gente nunca sabe o dia de amanhã. Não se pode baixar a guarda”, prega Alvaro, medalha de ouro como atleta na Copa do Mundo de 1998 nas modalidades K-4 1000 e K-4 500. Na manhã seguinte à chegada em Caxias, Alvaro já está sorrindo. Abraça o enteado de cinco anos, que em seguida corre pelo ajardinado do conjunto habitacional onde o técnico mora, no bairro Madureira. Mas não desliga do trabalho. De bermuda jeans branca, chinelo e camisa polo, acerta por telefone alguns detalhes para o treinamento da equipe no turno da tarde. Casado há um ano com a estudante de arquitetura Mohini Gonçalves Cerqueira, Alvaro navegou por águas bem distintas até encontrar o esporte que o consagraria. Passou seis meses em um seminário, administrou uma farmácia e graduou-se nos cursos de Enologia e Educação Física, no qual está concluindo o mestrado. O esportista, que depois conheceria o mundo, vive em Caxias desde 2000, mas sua história co-

meça no pequeno município de meira vez e em 85 comecei a comSanta Tereza, com pouco mais de petir”, recorda. Julna conta que o 1,7 mil habitantes e banhado pelo filho ficou impressionado ao ver Rio Taquari. Filho caçula de José a embarcação. “O caiaque ficou Koslowski, 79 anos, e Julna Acco guardado na nossa casa. O AlvaKoslowski, 74 anos, Alvaro era o ro passou a noite inteira olhando centro das atenções para ele.” A partir de das irmãs mais veentão, nunca mais lhas, Susana, hoje “O caiaque largou os remos. com 49 anos, e Sil- ficou guardado Treinava sozinho, vana, 51 anos. Teve na nossa casa. sem a presença de uma infância tran- O Alvaro instrutores, num quila junto da famíbarco da associação lia. Julna lembra que passou a noite criada para incenele era bom aluno e inteira olhando tivar a prática do sempre ajudava nos para ele”, esporte na cidade. afazeres da casa. conta a Apesar de saber que Nos momentos de mãe, Julna a canoagem já havia lazer, jogava futebol. se tornado a paixão Isso até ser apresendo filho, dona Julna tado à canoagem, quando tinha ficava apreensiva quando ele en14 anos. trava na água. “Sempre tive muito medo. Ele ia treinar todos os dias, Com a realização de uma mesmo com o rio alto.” prova nas águas do Taquari, AlFoi numa dessas situações que varo viu pela primeira vez um Alvaro sofreu o maior acidencaiaque rudimentar, apresentado te da sua vida. Graças à sorte e por um parente de seu cunhado à medalhinha da Nossa Senhora que participaria da competição. que carregava no peito, acredita “Foi amor à primeira vista. Isso a mãe, teve a vida poupada. “Eu ocorreu em novembro de 1984. era um adolescente meio irresEm dezembro eu remei pela pri- ponsável. Tive o acidente porque

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família sempre me ensinou o que era certo e errado. Eles me passaram a capacidade de escolher os melhores caminhos.” No mesmo ano, alugou um apartamento com o canoísta Sebastian Cuattrin, que seria medalha de ouro nos Jogos Pan-americanos em 2007.

barcos do Canadá e o da Argentina que eram fortes. Tínhamos receio de perder”, recorda Alvaro. A dupla brasileira remou forte sempre conferindo os dois adversários que disputavam a segunda vaga. Quando cruzou a linha de chegada, comemorou. “Festejei a classificação. Só que na raia 1 Após a criação da Confe- estava o México, de quem nunderação Brasileira de Canoagem, ca tínhamos perdido, que tirou a que mantinha uma estrutura de nossa vaga”, conta Alvaro. treinamento estabelecida na UniNo ano de 1998, depois de se versidade de São Paulo (USP), desentender com o técnico poloAlvaro e Cuattrin foram morar nês Zdzizlaw Szubski, ele resolveu nos alojamentos cedidos pela ins- encerrar a carreira de atleta para tituição. “Tínhamos um quarto começar a de treinador, convidagrande, com várias camas, que do pela seleção gaúcha de canoaficava embaixo da arquibanca- gem. Hoje, Alvaro já soma 12 anos da. O treinador tinha um só para de experiência na função tem no ele”, recorda. “Essa foi uma época currículo passagens pelo comanmuito dura”, avalia Cuattrin, atu- do da seleção brasileira feminina, al supervisor da Seleção Brasilei- da gaúcha masculina e, atualmenra masculina de canoagem. Ele te, a seleção brasileira masculina destaca que sempre existiu muita de velocidade. O atleta Givago Bicompetição entre eles, mas havia tencourt Ribeiro, 23 anos, consiuma relação de amizade. Ao todo dera Alvaro um segundo pai. “Ele foram dois anos convivendo jun- nos cobra disciplina, respeito, tos. “Eu era da categoria Júnior, educação e postura. É um mestre e para aumentar a qualidade da que ensina para o dia a dia, se preequipe decidiram me colocar na ocupa integralmente com todos Sênior. Fui para Barcelona com os atletas”, descreve. O ex-atleta 17 anos e ganhava e auxiliar técnico dos mais velhos. Eu da seleção, Jonatan era um dos princi- “O Alvaro Maia de Oliveira, 25 pais atletas e dava se importa com anos, confirma: “Ele bastante trabalho me ajudou muito o atleta como aos outros da equina minha educação. pessoa. Esse é pe”, diz Cuattrin. Foi exigente no esEm 1995, a dupla o diferencial tudo e na discipliatingiu bons resul- dele”, diz o na. O Alvaro se imtados no Campe- auxiliar técnico porta com o atleta onato Mundial no como pessoa. Esse da seleção, México, chegando é o diferencial dele”. até a semifinal. Já o Jonatan Sob o comando de ano seguinte foi um Alvaro, os 12 canoperíodo para ser esístas brasileiros que quecido. Um dos principais fra- treinam diariamente na Represa cassos foi a desclassificação para da Maestra ouvem a voz mansa os Jogos Olímpicos de Atlanta em do treinador analisando a derro1996. “Uma decepção”, resume ta para a Argentina. Mas, como Alvaro. Somente os dois primei- de costume, o foco da conversa ros colocados do Mundial segui- logo passa a ser outro: a preparariam para a Olimpíada. “Os ame- ção para um resultado melhor na ricanos, vice-campeões mundiais, Copa do Mundo no próximo mês. estavam do nosso lado, e tinha os Que venha o novo desafio. Acervo Pessoal/O Caxiense

era orgulhoso”, reflete Alvaro. Aos Um deles foi o padre Tadeu Antô19 anos, ele resolvera descer as nio Libardi, 42 anos. “Ele era uma corredeiras do Rio Barra Mansa, pessoa muito equilibrada. Falava entre os municípios de Garibaldi sobre todos os assuntos e, prine Santa Tereza. O dia estava chu- cipalmente, respeitava a opinião voso e as condições para a prática dos outros”, descreve Libardi, que, esportiva não eram adequadas. depois de trabalhar em diversas “Nessas circunstâncias, a água paróquias e aprimorar os estudos sobe e desce rapidamente, geran- na Itália, assumiu a igreja de Sando um refluxo”, exta Tereza. plica. O pai o levou Outra tentativa de de carro até a beira “Na primeira largar o esporte veio do rio. Ao chegar, corredeira, dois anos depois. Alvaro percebeu Em 1988, iniciou o perdi tudo, que corria muita curso técnico em água, numa veloci- caiaque, remo Enologia na Escola dade que dificultava e capacete. Por Agrotécnica Federal o controle do caia- sorte consegui Presidente Juscelino que. “Vi que estava chegar à Kubitschek. “Entrei meio perigoso. Mas para acompanhar margem”, daí veio a questão os meus amigos. O conta Alvaro do orgulho. Não curso tinha um bom disse para o meu nível de qualidade e pai que estava com até era preciso fazer medo. Desci, e na primeira corre- vestibular para ingressar”, conta deira perdi tudo, caiaque, remo e Alvaro. Em 1991, depois de concapacete. Fiquei só de colete sal- cluir o estágio profissionalizante va-vidas. Por sorte, consegui che- na fábrica da Fruki, em Lajeado, gar à margem, e voltei a pé para ele decidiu que não seguiria a casa”, recorda. profissão. Focou-se, então, integralmente na canoagem. Juntou Antes, aos 16 anos, Alvaro o pouco dinheiro recebido no passou por um desvio de per- estágio e foi sozinho para São curso. Numa época tumultuada Paulo. “Ele dizia que tinha esse de sua juventude e seguindo os plano. Nunca proibi ele de ir. Só conselhos do tio, padre Ludovi- que quase fiquei louca”, lembra co Pedro Koslowski, decidiu mu- Julna. “O Alvaro passou muita dar radicalmente o estilo de vida: necessidade. Pegava carona com largar o esporte e ingressar na caminhoneiros até São Paulo para Igreja. Meio brigado com os pais, não pagar passagem. Quando mudou-se para o Seminário Fa- conseguiu manter alguns patrocímiliar, localizado em Marcorama, nios, ia e voltava de ônibus. Nos distrito de Garibaldi, sob a tutela domingos, na hora do almoço, ele do tio, que era então o reitor da sempre me ligava. Só fiquei mais instituição. A experiência no in- tranquila quando foi morar junto ternato não foi longe. Após seis com um colega”, acrescenta a mãe. meses, Alvaro voltou para casa. Foi pensando nos próximos de“Meu tio queria que eu seguisse safios, com confiança, que Alvacarreira. Mas não era como padre ro trocou o interior gaúcho pela que eu queria levar a minha vida. capital paulista. “Eu estava me Pedi desculpas ao meu tio e dis- formando e decidi apostar tudo”, se que queria continuar reman- relata, dizendo que em nenhum do.” No semestre em que passou momento teve medo de perseguir no seminário, Alvaro fez amiza- o sonho da carreira profissiode com alguns dos meninos que nal na canoagem aos 20 anos na buscavam seguir a vida religiosa. maior cidade brasileira. “Minha

Alvaro, nos tempos de canoísta: auge foi na Copa do Mundo de 1998, quando conquistou medalha de ouro em duas categorias

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Gislaine

Camila

Cornutti Camila é humilde. Publicitária, dona da própria agência, doutoranda em Comunicação e Informação na UFRGS, compõe, toca, canta, é professora de Design na Faculdade América Latina e é sócia da editora Modelo de Nuvem, que fundou junto com o marido Marco de Menezes. Humilde porque se desdobra em três turnos para dar conta dos múltiplos interesses e talentos e sempre acha que poderia estar melhor. Sobre a música, pensa que não faz direito. "Sempre fui levando em paralelo, nunca estudei". Mas basta entrar em www.myspace.com/camilacornutti para discordar. Há talentos que simplesmente existem, não precisam ser desenvolvidos. Para estudar, Camila escolheu a internet, o interesse das pessoas pela vida alheia e a leitura de blogs. Na Modelo de Nuvem, cuida da diagramação e design dos livros, mas também ajuda na seleção do que será publicado, sempre primando pela qualidade, como em todas as outras coisas.

Cenas picantes de Jolie e Pitt caem na internet. A mensagem que Gislaine postou no seu perfil do Twitter (@laine_cb), com link para um vídeo no Youtube, era falsa. Mas deu certo. Em vez da intimidade do casal perfeito, quem clicou fez disparar as visualizações de um tutorial para o flash mob Beat It. Com a trilha de Michael Jackson, o vídeo ensina a coreografia que deve atrair curiosos em um local público de Caxias e divulgar com criatividade a programação do Dia Internacional da Dança, organizada pela Unidade de Dança da Secretaria Municipal da Cultura. Cerca de 140 pessoas já estão ensaiando os seis passos da coreografia. A ideia partiu de Gislaine, que estuda Design na Faculdade América Latina e faz estágio em comunicação na SMC. Agora, com a segurança de que o flash mob tem tudo para dar certo, Gislaine já pode assinar a grande ideia como iniciativa da prefeitura. Quer participar? Assista o vídeo no site do O Caxiense, e envie um e-mail para Gislaine (unidadededanca@caxias.rs.gov.br).

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André T. Susin/O Caxiense

Cavalli Barcarol

Vilmar

Oliveira Vilmar Oliveira, 49 anos, começou a praticar musculação aos 13. Aos 20 já competia em provas de fisiculturismo. Por mais de uma década disputou corridas de diversas distâncias. Atualmente dá aula de boxe, taekwondo, full contact e defesa pessoal na academia que leva o seu nome. No Brasil, é um dos atletas mais importantes do levantamento de peso, somando 25 medalhas de ouro. O currículo inclui também o cargo de vicepresidente da Associação Mundial de Levantamento de Peso (WABDL), que tpromove eventos e capacita atletas na América do Sul. Além disso, Vilmar é o técnico das seleções brasileiras de Power Lifting (levantamento de peso básico) e Strong Man (modalidade em que os atletas empurram coisas como troncos, pedras, carros, aviões...). Como reconhecimento aos 37 anos dedicados ao esporte, Vilmar, natural de Cambará do Sul, recebeu o título de Cidadão Caxiense na última quinta-feira (14).

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Fabiano Scholl, Divulgação/O Caxiense

André T. Susin/O Caxiense

por Paula Sperb e Marcelo Aramis Colaborarou José Eduardo Coutelle


Artes

Participe | Envie para artes@ocaxiense.com. br o seu conto ou crônica (no máximo 4 mil caracteres), poesia (máximo 50 linhas) ou obra de artes plásticas (arquivo em JPG ou TIF, em alta resolução). Os melhores trabalhos serão publicados aqui.

artes@ocaxiense.com.br

Adan Lucius Marini | Angus Young |

Em janeiro de 2009, mesmo ano em que foi para a Argentina assistir ao show da banda australiana AC/DC, Adan desenhou o principal guitarrista do grupo, Angus Young, “da maneira mais simples possível”, como ele define. Foi com uma caneta BIC preta, “que tem o traço macio e acompanha bem o movimento da mão”, que traçou as linhas que identificam o músico. Adan se inspira na cultura pop, em constante mudança, para desenhar. Suas principais influências são música, quadrinhos, cinema e games.

Vinho DE BOA CEPA por LUIZ CARLOS PONZI

- Teu homem é bêbado! - Sim, mas o beijo dele tem gosto de ‘pinot noir’.

BRINOX Utilidades Domésticas Ltda. CNPJ/MF nº 06.912.274/0001-33 - NIRE 43205351706 Alteração e Consolidação de Contrato Social

(Extrato para fins do disposto no artigo 1082 e seguintes da Lei 10.406/2002) Valdomiro Valente Remussi, Valmor Francisco Miola e Aguinaldo Fantinelli, únicos sócios da sociedade limitada Brinox Utilidades Domésticas Ltda. (CNPJ/MF nº 06.912.274/000133 - NIRE 43205351706) alteraram e consolidaram o Contrato Social da Sociedade em 23/07/2008, cujo instrumento foi devidamente registrado na JUCERGS em 18/08/2008 sob nº 3017825, e pelo qual deliberaram e aprovaram, por unanimidade de votos: (i) aumentar o capital social de R$ 75.000,00 para R$ 122.565,71, mediante a incorporação de saldo da conta de Reserva de Lucros, cujo aumento foi distribuído aos sócios na exata proporção da participação de cada um no capital social; (ii) reduzir o capital social em R$ 120.565,71, reembolsando aos sócios, também na proporção da participação de cada um no capital social, as importâncias de: para Aguinaldo Fantinelli, R$ 2.411,31; para Valmor Francisco Miola, R$ 38.990,95; e, para Valdomiro Valente Remussi, R$ 79.163,45; (iii) a retirada da sociedade do sócio Valmor Francisco Miola, pela cessão e transferência de suas quotas no valor de R$ 647,00 para o sócio Valdomiro Valente Remussi; (iv) em face das alterações supra o capital social no valor de R$ 2.000,00 passou a ser dividido entre os sócios como segue: Aguinaldo Fantinelli, R$ 40,00; Valdomiro Valente Remussi, R$ 1.960,00; (v) alteraram a cláusula da administração da sociedade, que passou a ser exercida unicamente pelo sócio Valdomiro Valente Remussi; e, por último, (vi) consolidaram o contrato social. Valdomiro Valente Remussi Sócio – Administrador - CPF/MF nº 277.232.400-15

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Guia de Cultura

Pathè Distibution, Divulgação/O Caxiense

por Carol De Barba | guiadecultura@ocaxiense.com.br

Além do roteiro de Jacques Tati, O Mágico chama atenção pela belíssima estética do diretor Sylvain Chomet 15h40, 17h50, 20h (dub. 3D) e 22h (leg. 3D) | Iguatemi A animação que homenageia o Rio de Janeiro está conquistando jovens e adultos. Estreou com 1,1 CINEMA milhão de espectadores, arrecal Eu sou o número quatro | dando mais de R$ 13 milhões. No Aventura. 14h15, 16h45, 19h10 e enredo, a arara-azul Blu vem para 21h30 (leg.) | Iguatemi o Brasil em busca da última fêmea Um “galã alienígena”. Ponto. O da espécie. Livre. 96 min.. roteiro é baseado no best-seller homônimo de James Frey e Jo- l Sem limites | Suspense. 14h30 bie Hughes (que assinam com o (leg.) | Iguatemi pseudônimo de Pittacus Lore). Apesar das grandes expectativas, Dirigido por D.J. Caruso. Com o filme acabou abafado pela avaAlex Pettyfer, Timothy Olyphant lanche de Rio. Na trama, um escrie Teresa Palmer. 12 anos. 112min.. tor em busca do sucesso toma uma pílula para aumentar sua atividade l Pânico 4 | Terror. 13h50, 16h15, cerebral. Com Bradley Cooper, 19h e 21h20 (leg.) | Iguatemi Robert De Niro, Abbie Cornish e Dez anos depois, Sidney Pres- Anna Friel. Dirigido por Neil Burcott é autora de um livro de autoa- ger. 14 anos. 105 min.. juda e recebe, novamente, a visita Recomenda do assassino de Woodsboro. Dirigido por Wes Craven. Com uma l O Mágico | Animação. De lista gigante de protagonistas. 14 quinta (14) a domingo (24), 20h anos. 110 min.. | Ordovás O filme, de um humor melanRecomenda cólico, é baseado em texto origil Rio | Animação. 13h40, 15h50, nal do gênio do humor francês 18h, 20h10, 22h10 (dub.), 13h30, Jacques Tati (As Férias do Sr.

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Hulot). Na vida real, ele teve uma filha com uma dançarina que nunca reconheceu e deixou para ela, antes de morrer, os originais deste roteiro. Passa-se nos anos 60 e conta a história de um velho mágico que vê seus dias de glória ficarem para trás. Dirigido por Sylvain Chomet (As Bicicletas de Belleville). Livre. Recomenda l Let it be | Documentário. Terça (19), 21h (leg.) | Vagão Classic No projeto Rock e Cultura, o Vagão exibe o documentário que, dizem, é o retrato mais sincero da história dos fab four, principalmente das últimas semanas de vida da banda. No final, a tão famosa apresentação do grupo no topo do prédio dos estúdios Abbey Road, que ficou popularmente conhecida como The Rooftop Concert. Depois do filme, tributo a Beatles com Rafael Poletto. l O Discurso do Rei | Drama. 18h (leg.) | UCS Boa oportunidade para quem

não conseguiu assistir ou quer rever o grande vencedor do Oscar 2011, que conta a história de como o rei George IV se livrou da gagueira para assumir o trono da Inglaterra. AINDA EM CARTAZ: As mães de Chico Xavier. Drama. 16h30 e 18h50. Iguatemi | Bruna Surfistinha. Drama. 14h e 21h10. Iguatemi | Esposa de Mentirinha. Comédia romântica. 19h20 (leg.). Iguatemi. 20h15, sem sessão na terça (19). UCS. | Fúria Sobre Rodas. Ação. 17h e 21h45 (leg.) | Rango. Animação. 16h (dub.). UCS | INGRESSOS: Iguatemi: Segunda, quarta e quinta (exceto feriados): R$ 14 (inteira), R$ 11 (Movie Club Preferencial) e R$ 7 (meia entrada, crianças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos). Terça-feira: R$ 6,50 (promocional). Sexta-feira, sábado, domingo e feriados: R$ 16 (inteira), R$ 13 (Movie Club Preferencial) e R$ 8 (meia entrada, crianças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos). Sala 3D: R$ 22 (inteira), R$ 11 (estudantes, crianças menores de 12 anos e sênior com mais de 60 anos) e R$ 19 (Movie Club Preferencial). Horários das sessões de sábado a quinta – mudanças na programação ocorrem sexta. RSC-453, 2.780, Distrito Industrial. 3209-5910 | UCS: R$ 10 e R$ 5 (para

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como Kiss, Led Zeppelin, Black Sabbath, Mötley Crüe, Ratt e Twisted Sister, a banda vai mostrar nova formação e novos singles no show. Vagão Bar R$ 20 (nome na lista, até a meiaMÚSICA noite) e R$ 25,00 (sem nome na lisRecomenda ta ou após a meia-noite) | Estação l BR Paixão | Sábado(16), 20h | Férrea | 3223-0007 O espetáculo do Coro MuniRecomenda cipal traz ao palco a música brasileira, mais especificamente o l Salsa ao Mambo | Domingo samba-canção. No repertório su- (17), 20h | cessos de Lupicínio Rodrigues, A Big Band abre a temporada Noel Rosa, entre outros. O roteiro 2011 da Orquestra Municipal de é de Nivaldo Pereira, coreografia Sopros com este concerto dedicade Giovani Monteiro e direção do aos ritmos latinos. A regência cênica de Raulino Prezzi. é do maestro Gilberto Salvagni. Teatro São Carlos Participam como solistas Cibele R$ 10 (antecipados), R$ 15 (na Tedesco e Jean Brandão. Ingreshora) | Feijó Júnior, 778 | 3221- sos antecipados no shopping San 6387 Pelegrino e Racon Consórcios. Teatro São Carlos l Show com violonista Ulis- Entrada franca | Feijó Júnior, 778 | ses Rocha | Sábado (16), 20h| 3221-6387 Violonista, compositor e arranjador, Ulisses Rocha é um dos l Hamburgueria Jaime Roviolonistas mais influentes de sua cha 10 anos + Rosa Tattoogeração, com um estilo que tran- ada Acústico | Terça(19), 22h | sita entre os mundos da música O DJ Jaime Rocha comemora 10 brasileira, erudita e do jazz. anos da sua porção mestre cuca Teatro do Ordovás (ele é responsável pela receita de Entrada Franca | Luiz Antunes, um dos melhores xis da cidade) 312 | 3901-1316 ao som da Rosa Tattooada, que estende um pouco a passagem Recomenda pela cidade. l Rosa Tattooada | Sábado Mississippi (16), 23h| R$ 15 (feminino) e R$ 20 (mascuA comemoração dos 20 anos de lino) | Estação Férrea | 3028-6149 uma das bandas mais importantes TAMBÉM TOCANDO: Sábado rock gaúcho passa, também, do(16): Aniversário Flávio Stepela Serra. Influenciada pelo rock ffli. Eletrônica. 23h. Pepsi Club. dos anos 1970 e 1980, de grupos 3419-0990 | Black and White.

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Tatieli Monteiro, Divulgação/O Caxiense

estudantes em geral, sênior, professores e funcionários da UCS). Horários das sessões de sábado a quinta – mudanças na programação ocorrem sexta. Francisco Getúlio Vargas, 1.130, Galeria Universitária. 3218-2255 | Ordovás: R$ 5, meia entrada R$ 2. Luiz Antunes, 312, Panazzolo. 3901-1316.

Em (E)terno, Tefa Polidoro divide com o público as angústias da solidão

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Eletrônica, pagode e sertanejo universitário. Quem vestir uma peça de roupa preta ou branca ganha um drink cortesia. 23h. Move. 3214-1805 | Colours. Eletrônica. 23h. Havana. 32246619 | Dan Ferretti e Banda. Samba rock. 00h. Boteco 13. 3221-4513 | DJs Audiotronic. Pop. 23h. La Boom. 3221-6364 | Estação Moby Dick + Vice Verso. Pop rock. 23h30 Bukus Anexo. 3285-3987 | Pagode com Rodriguinho + Sem Razão + Sai Dessa + DJ Anderson. 23h30. All Need Master Hall. 3028-2200 | Franciele Duarte e Banda. Rock clássico. 22h. Mississippi. 3028-6149 | House Connection. Eletrônica. 22h. The King Pub. 3021-7973 | Moog + DJ Eddy. Rock. 21h. Portal Bowling. 32205758 | Ópera Liz. Pop rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Quarteto Paiol. Tradicionalista. 22h. Paiol. 3213-1774 | The Blues Beers. Blues. 23h. Leeds. 3238-6068 | Zava + Stellar + Curinga. Rock. 23h. Vagão Classic. 3223-0616 | Domingo(17): Pagode Júnior + DJ Eddy. 21h. Portal Bowling. 3220-5758 | Terça(19): Adriano Trindade e Juliano Moreira. Som Brasil e samba rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | DJ Gui Oliveira. Eletrônica. 18h. The King. 3021-7973 | Quarta(20): DJ André Sarate. Eletrônica. 23h. Pepsi Club. 34190990 | Blackbirds. Rock. Vagão Classic. 3223-0616 | DJ Gui Oliveira. Eletrônica. 18h. The King. 3021-7973 | Dinamite Joe + DJ Eddy. Rock. 21h. Portal Bowling. 3220-5758 | Electric Blues Explosion. Rock clássico. 22h. Mississippi. 3028-6149 | Fabrício Beck e Banda Disco. Pop rock. 22h. Bier Haus. 3221-6769 | Maurício e Daniel. Tradicionalista. 22h. Paiol. 3213-1774 | Rafael Poletto. 21h. Vagão Classic. 3223-0616 | Quinta(21): Gui Oliveira DJ. Eletrônica. 18h. The King. 3021-7973 | Grupo Macuco. Tradicionalista. 22h. Paiol.

3213-1774 | Quinta-feira do Beijo. Vagão Classic. 3223-0616 | Victor Hugo e Samuel + DJ Eddy. Sertanejo universitário. 21h. Portal Bowling. 3220-5758 | Sexta(22): Aquece. Vagão Classic. 3223-0616 | Blackbirds. Tributo a Pink Floyd. 22h. Mississippi. 3028-6149 | Elixir + DJ Eddy. Pop rock. 21h. Portal Bowling. 3220-5758 | DJ Gui Oliveira. Eletrônica. 18h. The King. 3021-7973 | Pancadão da Move. Eletrônica, pagode e sertanejo universitário. 23h. Move. 32141805 | Pátria e Querência. Tradicionalista. 22h. Paiol. 3213-1774 | Toolbox + DJ Jorgeeeeenho. Rock. Vagão Bar. 23h. 3223-0007

TEATRO Recomenda l (E)terno | Sábado(16) e domingo(17), 20h | O espetáculo da Cia 2 pretende colocar, através do teatro e da dança, imagens e sensações relacionadas à espera e à solidão. O objetivo é instigar o público, dividir as angústias, decepções e incertezas da protagonista (Tefa Polidoro) uma mulher que aguarda notícias do marido que viajou. Direção de Márcio Ramos. Teatro do Sesc R$20 e R$10 (estudantes, comerciários e sênior)| Moreira César, 2.462 | 3221-5233 Recomenda l Le Donne Curiose | Sábado(16), 20h | No passado, sem data e local definidos, mulheres estão desesperadas de curiosidade. Seus maridos se reúnem em uma casa onde elas são proibidas de entrar. As diversas hipóteses e várias tentativas de descobrir o que eles estão fazendo lá prometem fazer o público morrer de rir. A peça do Miseri Colonoi é em dialeto talian. Ingressos na bilheteria do teatro e na Livraria do Maneco.

Casa da Cultura ta (20), 19h30. De segunda a sexR$ 15 e R$7,50 (estudantes e ido- ta, das 8h às 22h30 | sos) | Dr. Montaury, 1.333 | 3221A exposição é resultado do re3697 gistro da peregrinação da arquiteta e fotógrafa Ilka Filippini, entre l Prisão para a Liberdade | 2006 e 2010, pela Ásia. Ela visitou Quinta(21), 19h | os oito principais núcleos budisO ator Carlos Simioni, do Tea- tas e outras regiões da Índia e do tro Lume, fará esta demonstração Nepal, onde vivem populações técnica (treinamento físico co- refugiadas do Tibete depois da tidiano, expansão e dilatação do invasão chinesa, na década de 50. corpo, trabalho vocal) e abordará Galeria de Arte do Campus 8 também sua trajetória e as pes- Entrada franca | RS 122, Km 69 | quisas do Lume. 3289-9000 Teatro do Ordovás Entrada franca | Luiz Antunes, l Manifestações | De segun312 | 3901-1316 da a sábado, das 10h às 19h30, domingos das 16h às 19h | Artur Canali Volpato define seu trabalho como revelação. Com DEBATE referências impressionistas e surl Hiper: o dia de 25 horas | realistas, ele utiliza somente espáSábado(16), 16h| tulas para pintar. O painel retoma as atividades Catna Café do projeto Ciranda do Pensamen- Entrada franca | Av. Júlio de Castito. Os psiquiatras Caetano Fenner lhos, 2.854 | 3212-7348 Oliveira, Adriano Agostini e Jackson Peres abordam a hiperativi- AINDA EM EXPOSIÇÃO: À dade dos tempos modernos. procura da arte. Guilherme NoCentro de Cultura Ordovás gueira de Castro. Segunda a sexEntrada franca | Luiz Antunes, ta, das 8h30 às 18h30, sábados e 312 | 3901-1316 domingos, das 8h30 às 12h30. Espaço Cultural da Farmácia do Ipam. 3222-9270 | Da Pureza. Douglas Trancoso e Giovana MaEXPOSIÇÕES zzochi. Diariamente, das 8h às l Páscoa - Celebração à 20h. Jardim de Inverno do Sesc. Vida | De terça a sábado, das 9h 3221 5233 | O Caxiense 1 ano. às 17h | Melhores capas do jornal. De seA ideia é unir o lúdico e o reli- gunda à sexta, das 8h às 22h. Hall gioso por meio dos símbolos pas- inferior do Campus 8. 3289-9000 cais. Entre os objetos, destaque | Frames da Dança. Diversos fopara os ovos de madeira colori- tógrafos. A partir de terça (19). dos, conhecidos por pisanki, per- De terças a sextas das 9h às 19h, tencentes a Braspol Caxias do Sul sábados e domingos das 15h às (Brasileiros de Origem Polonesa), 19h. Saguão de Exposições do à obra do artista Fabiano Braga Ordovás. 3901-1316 | TransforSelau A Noite dos Tempos e à mação/Transformazione. Lucí Santa Ceia em tapeçaria, da Igreja Barbijan. De terça a sexta, das 9h Matriz de Santa Lúcia do Piaí. às 19h, sábados e domingos, das Museu Municipal 15h às 19h. Galeria do Ordovás. Entrada franca | Visconde de Pelo- 3901-1316 | Notações Pictóricas. tas, 586 | 3221-2324 Fernanda Gassen e Mariana Silva. | De terça a sexta, das 8h30 às 18h l Cultura tibetana nas peregri- e no sábado, das 10h às 16h. Galenações budistas | Abertura quar- ria Municipal. 3212-3697

Um dos destaques de BR Paixão é a i interpretação de Estrela D’alva, de Oslando Silva, que ficou famosa na voz de Clara Nunes

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Dupla por FABIANO PROVIN

Picoli só não poderá contar com os zagueiros Bruno Salvador (recupera-se de um edema ósseo), Bressan (na Seleção Sub-18) e o volante Gustavo, que passou por uma artroscopia e deve retornar para a disputa da Série D. Contra o Lajeadense, a equipe que deve iniciar terá Jonatas; Anderson Pico, Rafael Pereira, Fred e Alex Telles; Umberto, Jardel, Cristiano e Ramiro; Julio Madureira e Zulu. Confira os jogos das quartas de final da Taça Farroupilha, neste fim de semana: Sábado: Cruzeiro x São Luiz (15h30) Inter x Santa Cruz (18h30) Domingo: Ypiranga x Grêmio (16h) Juventude x Lajeadense (18h30)

Conversa demais

O vice-presidente do Caxias, Zoilo Simionato, ao final da partida em Curitiba, fez um desabafo durante entrevista à Rádio Caxias. A queda de desempenho de alguns atletas foi o ponto principal citado pelo dirigente. Para ele, será preciso repensar muitas coisas, em todos os sentidos. “Tomamos muitos gols nas últimas partidas. Após jogo de volta da Copa do Brasil precisamos pensar o segundo semestre. Como está não pode ficar. E não vai ficar”, sentenciou Simionato. O dirigente salientou que, em princípio, fica mantido o plano de apresentar o novo treinador no início de maio. Ou seja, dessa forma, Ricardo Cobalchini fica como interino até a partida contra o Coritiba, no dia 28 de abril. “A torcida está certa em fazer cobranças. Temos de ter a cabeça fria para decidir. Estou inconformado, pois toda a situação de trabalho está sendo oferecida”, disse o vice-presidente. Antes mesmo do retorno do grupo para Caxias do Sul, o comentário de bastidor era que alguns atletas poderiam ser dispensados. Entre eles, o meia Zé Carlos, que chegou com pompa, mas não apresentou nos jogos o mesmo que nos treinamentos. Após a saída do técnico Luiz Carlos Ferreira os dirigentes conversaram um bom tempo com os jogadores no vestiário. Terça, dia 12, dois dias após a eliminação do Gauchão, Simionato esteve novamente no vestiário para uma conversa de uma hora com o elenco grená.

André T. Susin/O Caxiense

Time definido

Um longo recomeço

para o Juventude A papada sofreu demais nos últimos quatro anos. Três rebaixamentos seguidos colocaram a moral dos juventudistas em um patamar difícil de explicar. A tentativa de uma mobilização com Osmar Loss, em sua primeira oportunidade no futebol profissional, marcou o início de 2010. Após quase cair à segundona gaúcha, o time recebeu alguns reforços e foi para a Série C. Na metade do caminho, adiando o pior que estava por vir, a direção trocou o treinador por um com mais experiência. Beto Almeida chegou e quase conseguiu reverter o quadro. Mas a Série D já era uma realidade. Veio o Gauchão de 2011 e, após a primeira rodada, as primeiras contestações ao técnico. A falta de sintonia com o presidente Milton Scola e a derrota por 2 a 1 para o Canoas culminou com a demissão de Beto. O auxiliar técnico Picoli teve a missão de assumir interinamente o grupo na terceira rodada. A vitória por 2 x 1 sobre o São José, em Porto Alegre, e os 2 x 1 no rival Caxias bastaram para a direção alviverde efetivar o ex-zagueiro formado nas categorias de base do

Agora, o desafio é contra o Lajeadense, neste domingo, no Jaconi. Se vencer no tempo normal, o verdão garante a disputa de uma semifinal do turno em casa, independentemente do adversário – Inter ou Santa Cruz, que se enfrentam às 18h30 de sábado. Para o confronto, Picoli terá à disposição todo o grupo de jogadores. Fred cumpriu suspensão e retorna à zaga e Júlio Madureira recuperou-se de uma lesão muscular. Tomara que a papada faça a sua parte e apoie o time neste início de um longo recomeço.

Série C

Em Curitiba, onde aguardava o confronto do dia 14 contra o Coritiba pela Copa do Brasil, a direção grená foi informada pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) sobre a definição da tabela da Série C do Brasileiro de 2011. A estreia do time grená será em casa, no Centenário, no dia 16 de julho, contra a ChapecoenseSC. O Caxias integra o grupo D, ao lado de Brasil de Pelotas, Chapecoense, Joinville-SC e Santo André-SP. A fórmula de disputa da Série C teve mudança em relação aos anos anteriores. Na primeira fase foram mantidos os quatro grupos formados

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Juventude como treinador de fato. A sua primeira chance na função. No total, são 14 jogos à frente do Juventude, sendo sete vitórias, três derrotas e quatro empates. Entre todas as partidas, chama a atenção que os três primeiros e os quatro últimos foram consecutivos e positivos. Contra o Veranópolis, na última rodada da Taça Farroupilha, o Ju fez o que tinha de fazer: confirmar a classificação e garantir a conquista de campeão do Interior – além da possibilidade de disputar a Copa do Brasil em 2012, o título prevê R$ 100 mil aos cofres papos.

por cinco equipes se enfrentando nas chaves em turno e returno. Avançam para a segunda etapa os dois primeiros de cada grupo. A novidade é que as oito equipes classificadas serão divididas em duas chaves, também em turno e returno, e não mais no sistema eliminatório (mata-mata). Os dois primeiros se enfrentarão na decisão do campeonato, em jogo de ida e volta. Os dois melhores segundos colocados também estarão garantidos na Série B de 2012. O último colocado de cada grupo, na primeira fase, será rebaixado. Sobre a Série D, nenhuma informação – ainda.

Melhor público

Números oficiais dos borderôs da Federação Gaúcha de Futebol (FGF) mostram que o Juventude só fica atrás da dupla Gre-Nal no quesito público do Gauchão 2011. Em nove jogos realizados no Estádio Alfredo Jaconi, 39.443 torcedores estiveram presentes, com média de 4.382 papos por jogo. No total de 15 jogos com ingressos vendidos na competição (no jogo com o Canoas não foram comercializados bilhetes), o Ju levou 57.537 pessoas aos estádios, com média de 3.836 por jogo. Atualmente, o clube conta com 10.461 sócios.

Desmotivado

Os 4 x 0 aplicados pelo Coritiba no jogo de ida pelas oitavas de final da Copa do Brasil caíram como uma ducha de água fria na proposta do interino Ricardo Cobalchini de remotivar o grupo após a eliminação do Gauchão. O futebol e a pegada até então apresentadas pelo Caxias até os 3 x 3 com o Inter, na estreia do segundo turno, foram embora com o técnico Lisca, que pediu demissão três dias antes desse jogo, um dia após o empate em 2 x 2 com o Grêmio no Olímpico e a derrota nos pênaltis, que deu o título da Taça Piratini ao tricolor. De fonte segura: em 8 de março, um dia antes da final do primeiro turno, Lisca teve uma reunião a portas fechadas com o presidente do Caxias, Osvaldo Voges, na sua empresa. Uma discussão acalorada aconteceu no encontro. No dia 10 Lisca pediu demissão por telefone. O então treinador soube que alguns atletas tiveram os contratos renovados, mas não gostou de saber que a direção não pretendia renovar o seu contrato – válido até o término do Gauchão. Voltando à Copa do Brasil, os 4 x 0 foram a terceira goleada sofrida pelo Caxias nas últimas quatro partidas – 5 x 2 para o São José, 4 x 2 para o Ypiranga e 3 x 0 para o São Luiz. A única vitória foi o 3 x 1 sobre o Botafogo-PB. Não podemos tirar o mérito do Coritiba, que está há 24 jogos sem perder e conquistou diante dos grenás sua 19ª vitória consecutiva. No jogo de volta, dia 28 de abril, no Centenário, se o Caxias quiser tentar a classificação precisará vencer o Coritiba por 5 a 0 no tempo normal. Ou fazer 4 x 0 para decidir nos pênaltis quem avança às quartas de final. Não é impossível, mas muito difícil.

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Guia de Esportes

Fotos: André T. Susin/O Caxiense

por José Eduardo Coutelle | guiadeesportes@ocaxiense.com.br

Juventude, depois de passar pelo Porto Alegre (foto) e pelo Veranópolis, enfrenta o Lajeadense nas quartas de final da Taça Farroupilha

RUGBY Recomenda l Serra x Farrapos | Sábado, 15h | Os rapazes do Serra Rugby têm uma nova missão digna de John McClane, personagem vivido por Bruce Willis em Duro de Matar: derrotar o Farrapos, equipe de Bento Gonçalves que mantém o título do Campeonato Estadual. Paulo Moraes, jogador e treinador da equipe caxiense, revela que o time treinou jogadas ensaiadas e movimentação com a posse de bola. Mas adianta as dificuldades: “Eles têm um plantel muito bom e experiente. Estão acima de nós”. Escola da Natureza Entrada gratuita | Quinto Slomp, s/n°, Forqueta

FUTEBOL l Copa Sul de Futebol | Sábado e domingo, a partir das 9h | A competição contará com seis equipes dos três Estados da região Sul do Brasil. Ela será dividida em duas fases. Na primeira, realizada na sábado, os times estarão divididos em duas chaves.

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No domingo, as quatro melhores campanhas disputam as finais. A decisão está marcada para as 15h no campo do Municipal 1. Campo Municipal 1 e 2 Entrada gratuita | Av. Circular Pedro Mocelin, Cinquentenário l Juventude x Atlético Osoriense | Sábado, 16h | Os meninos da equipe alviverde lutam para alcançar a primeira vitória no Campeonato Estadual de Juniores. Nas primeiras três partidas disputadas, o Juventude obteve três empates seguidos. A chance de reverter este histórico será diante do Atlético Osoriense, que, com três derrotas, amarga a lanterna da tabela. Centro de Formação de Atletas e Cidadãos (CFAC) Entrada gratuita | Atílio Andrezza, Parque Oasis

as duas equipes voltam a se encontrar na disputa das quartas de final da Taça Farroupilha. O Juventude tem o mando de campo. Com o retorno do suspenso Fred e do lesionado Julio Madureira, o treinador Picoli deve entrar em campo com: Jonatas; Anderson Pico, Rafael Pereira, Fred e Alex Telles; Umberto, Jardel, Cristiano e Ramiro; Julio Madureira e Zulu. Alfredo Jaconi Ingresso: R$ 20. Idosos e estudantes portando documentação, R$ 10 | Hércules Galló, 1.547, Centro

FUTSAL

l Jogos Escolares | Sábado, 8h | Cerca de uma centena de escolas municipais, estaduais e particulares, apresentarão seus melhores atletas para disputar a competiRecomenda ção, que inicia neste sábado. l Juventude x Lajeadense | Ginásio 1 da UCS Domingo, 18h30 | Entrada gratuita | Francisco GetúA única partida disputada na lio Vargas, n° 1.130 competição entre as duas equipes foi válida pela última rodada da l Campeonato Citadino | fase de grupos da Taça Piratini. Domingo, a partir das 8h | O resultado foi um empate sem Neste domingo seis equipes esgols no Estádio Florestal. Agora treiam no campeonato municipal.

Os meninos do MGA enfrentam o América Rio Branco, no ginásio Panazzolo, a partir das 8h. O segundo confronto do dia será protagonizado pelas equipes da UCS e do Vasco da Gama, às 13h30, no Ginásio Poliesportivo da Universidade. Por fim, Top Sport e Recreio da Juventude jogam às 15h no Ginásio Salgado Filho. Ginásios da UCS, Panazzolo e Salgado Filhos Entrada gratuita | UCS: Francisco Getúlio Vargas, n° 1.130. Salgado Filho: São Francisco de Paula, 44, Kayser. Panazzolo: Pedro Pezzi, 410, Panazzolo

CICLISMO l Pedalando no Parque | Domingo, das 10 às 12h | Não ter bicicleta não será desculpa para ficar em casa na manhã deste domingo. O projeto promovido pela Secretaria de Esporte e Lazer no Parque dos Macaquinhos colocará bicicletas, triciclos e patinetes à disposição para empréstimo. Parque dos Macaquinhos Entrada gratuita | Dom José Barea, s/n°, Exposição

Semanalmente nas bancas, diariamente na internet.


Renato Henrichs Longe do Palermo

O Walmart não deve mais instalar um hipermercado no terreno do antigo clube Palermo. As negociações não avançaram, o que não significa que o grupo norteamericano que opera Big, Nacional e Maxxi Atacado por aqui tenha desistido de aumentar sua presença em Caxias do Sul. Segundo o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Guilherme Sebben, o Walmart segue procurando um lugar para instalar um hipermercado e, quem sabe, supermercados menores de outras bandeiras suas – como a Bompreço.

Mais crédito

Na semana que passou, o secretário se reuniu com instituições financeiras em Porto Alegre para buscar formas de atrair mais empresas a Caxias e, principalmente, facilitar a expansão das atuais. O foco de Sebben, que aguarda retorno dos bancos em 30 dias sobre a possibilidade de oferecer melhores condições de crédito para esses fins, concentra-se nas pequenas e médias empresas. “Com a revisão de 2007 do Plano Diretor, transformamos diversas áreas comerciais e rurais em industriais. Mas, com o aquecimento do mercado, alguns pontos se tornaram inviáveis para empresas menores”, justifica.

Sem desconto

O deputado federal Assis Melo (PC do B) quer acabar com o desconto em folha de vale-transporte – cujo máximo, hoje, é fixado em 6%. O comunista também quer criar o Programa Nacional de Assistência Social e Psicológica, que tornaria obrigatória a inclusão de psicólogos e assistentes sociais no quadro de escolas primárias. O projeto é semelhante a outro já apresentado por Assis na Câmara de Vereadores.

Com desconto

Pepe Vargas (PT) é um dos 11 deputados federais que assinam o PLP 591, que altera a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa. Entre as mudanças, a correção de receita para enquadramento de microempresa e empresa de pequeno porte e a facilitação no registro de empreendedor individual. O projeto, que deve ser votado até o final do próximo mês, é uma pauta que une parlamentares. Prova disso é que, na última terça (12), ACM Neto (DEM) pediu sua inclusão na ordem do dia.

por ROBIN SITENESKI e CAMILA CARDOSO BOFF (interinos)

NOVA ALTERNATIVA

PARA A BR-116

Está cada vez mais difícil entrar em Porto Alegre pela BR-116. A Rodovia do Parque (BR 448), obra prevista para ficar pronta no fim de 2012, deverá ajudar, mas entidades da Serra argumentam que desviar do engarrafamento da BR-116 em Sapucaia do Sul não será suficiente. A proposta, então, é transformar uma estrada de chão que serve o interior de Portão em alternativa – que já foi até batizada Rodovia da Serra (?!?). A nova estrada, que ligaria a RS-240, logo após o viaduto de Portão, à BR-448, poderia ser quase completamente construída sobre o percurso existente, que tem 12 dos 17 quilômetros necessários. A ideia foi do proprietário do Farina Park Hotel, de Farroupilha (na divisa com Bento Gonçalves), Jaime José Farina. Ocorreu-lhe nas férias deste ano, em fevereiro, na praia. Depois de saber que quase perdera um voo no Aeroporto Salgado Filho por causa dos congestionamentos, Farina resolveu procurar uma alternativa de trajeto na internet, usando o Google Maps, com a ajuda de um amigo. Aí achou a estrada vicinal de Portão. “Do modo que a BR-116 está, é um grande desrespeito a todos nós. Os benefícios tornariam o custo da construção irrisórios”, susten-

ta Farina. O projeto já ganhou até site próprio, recheado de logotipos de empresas e entidades apoiadoras. Uma delas é a Associação das Entidades Representativas da Classe Empresarial da Serra Gaúcha (CICS Serra). O presidente da CICS Serra, Ademar Petry, revela que o grupo sobrevoou o local e até já expôs a ideia ao governador Tarso Genro (PT), em audiência recente. “O projeto é fundamental para escoar a produção e economizar tempo”, diz Petry. Políticos da região e de fora, da Assembleia ao Congresso, foram procurados para dar o apoio ao projeto. “Do jeito que está, é insuportável. Todas as alternativas viáveis financeira e socialmente têm que ser estudadas”, defende a deputada estadual Marisa Formolo (PT).

Voz aos bairros

Sob a coordenação do presidente Marcos Daneluz (PT), a 1ª edição do Câmara Vai aos Bairros deste ano – no dia 11, no Santa Fé – teve a objetividade necessária para esse tipo de reunião. Moradores e vereadores respeitaram o tempo proposto e mantiveram o bom nível de discussão. Demandas diárias que isoladamente podem parecer questões particulares de um morador ou outro tomaram corpo de problemas urbanos, como realmente são. Alguns deles com responsabilidade dos próprios vereadores, como as alterações na pavimentação comunitária, lei de autoria do Executivo aprovada por unanimidade na Câmara em 2009, que hoje onera moradores com asfaltamento de novas ruas. Outra demanda, recorrente nos últimos tempos na cidade, foi por escolas infantis. Segurança e melhorias no acesso ao Santa Fé pela Rota do Sol completam a lista de principais solicitações. Letícia Rossetti, Câmara/O Caxiense

renato.henrichs@ocaxiense.com.br

O próximo passo será elaborar um esboço de projeto para a “Rodovia da Serra”, que incluirá a construção de uma ponte. O Sindipetro faz uma levantamento da quantidade de combustível consumida pela região, o que servirá de argumento. Para Farina, uma das opções de financiamento seria incluir a estrada no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que já financia a construção da Rodovia do Parque.

Paixão antiga

O Sindicato dos Médicos não representa os profissionais que atendem o Instituto de Previdência do Estado (IPE) em Caxias. A causa é uma briga de décadas atrás. Em 1987, o então secretário de Administração do governo Simon, Sanchotene Felice, apresentou queixa na polícia contra Marlonei dos San-

tos, que já era presidente do sindicato, por incentivar uma greve dos médicos e, na visão do acusador, a omissão de socorro. A queixa não deu em nada, mas provocou a ira de Marlonei – e o sindicato caxiense deixou de responsabilizar por médicos quanto ao seu credenciamento no IPE.

É um projeto virtual. Faltou modéstia à vereadora de tentar negociar com a Secretaria da Cultura Edio Elói Frizzo (PSB), sobre a Semana Municipal do Hip Hop, projeto de Denise Pessôa (PT) que, na opinião dele, deveria partir do Executivo

Esse tipo de crítica é vontade de criticar, não passa disso Denise, rebatendo Frizzo

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Encaminhadas

No Câmara vai aos Bairros, Daneluz ressaltou, do começo ao fim, que a reunião não significaria a resolução dos problemas expostos. As demandas estão sendo organizadas conforme a área e devem ser encaminhadas à BM (falta de policiamento), à Secretaria Estadual de Infraestrutura e Logística (ao acesso ao Santa Fé e trevo para Flores da Cunha) e a quatro pastas do Executivo. Talvez a presença de secretários municipais – como chegou a sugerir o então vereador Assis Melo (PC do B) em 2010 – pudesse agilizar alguns processos. De qualquer forma, boa parte dos moradores de uma das regiões necessitadas cidade saiu satisfeita da reunião.

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