Revista OCDS - Província São José
Abr/Mai/Jun de 2019 - Nº 163
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FORMAÇÃO HUMANA A Importância da Psicoterapia na Formação Humana do Carmelita Descalço Secular Pag. 16
CONGRESSO OCDS NNE São José: Modelos dos Carmelitas São Luis - MA Pag. 20
EXPEDIENTE
SUMÁRIO
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Revista Virtual Monte Carmelo, nº 163 (Abr/Mai/Jun de 2019) EDIÇÃO: Comissão de Comunicação da OCDS Província São José
EDITORIAL Palavra do Coordenador
COORDENADOR: João Paulo Matias Paiva
SANTO(A) DO MÊS Beato João Batista Mantuano
EQUIPE DE REDAÇÃO: João Paulo Matias Paiva Giovani Carvalho Mendes Luciano Dídimo C. Vieira Wilderlânia Lima do Vale
TESTEMUNHO Artur da Santa Mãe de Deus VOZ DA IGREJA Homilia do Papa - Pentecostes ESPIRITUALIDADE São José, Homem de Silêncio... FORMAÇÃO HUMANA A importância da Psicoterapia...
COLABORADORES: Artur Viana Neto Roberto Almeida João Vitor Marcio Aparecido Maria de Oliveira REVISÃO EDITORIAL: Artur Viana Neto DIAGRAMAÇÃO: Wilderlânia Lima do Vale FOTOS Romário Pinheiro: Artur Viana
CONGRESSO NNE São José: Modelos dos Carmelitas CNLB VII Encontro Nacional do Laicato NOTÍCIAS Comunidades de Grupos da OCDS DIVULGAÇÃO Mídias/Comissões/Eventos
ASSOCIAÇÃO DAS COMUNIDADES DA ORDEM DOS CARMELITAS DESCALÇOS SECULARES NO BRASIL DA PROVÍNCIA SÃO JOSÉ CNPJ: 08.242.445/0001-90
Colabore com a edição da nossa Revista enviando sugestões reclamações, notícias, testemunhos, artigos e poesias para: noticiasocds@gmail.com.
MARKETING Livros OCDS
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ajeEditorial rgI ad zoV
João Paulo Ma as Paiva, OCDS Coordenador da Comissão de Comunicação da OCDS
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo! Para sempre seja louvado!
Prezados irmãos da OCDS, OCD e demais leitores de nossa Revista Virtual Monte Carmelo, trazemos a todos vocês mais uma de nossas edições. É com grande alegria que fazemos nossa Revista e dedicamos cada número a todos vocês. Nesta ocasião, nosso irmão Giovani Mendes, na Seção Santo do Mês, nos convida a aprofundar a história do Beato João Ba sta Mantuano, presbítero carmelita que em suas pregações conver a muitos corações! Na Seção Testemunho, Artur Viana compar lha conosco sua história de caminhada no Carmelo Secular, e também nos traz uma bela reflexão com o tema “São José: homem de silêncio e oração” na Seção Espiritualidade. Na Seção “A Voz da Igreja”, convidamos todos a refle r sobre a homilia do Papa Francisco para a Solenidade de Pentecostes, na qual somos chamados, a par r do Espírito Santo, a semearmos o bem e a esperança. Para a Formação Humana, o coordenador da Comissão de Psicologia, Roberto Almeida, nos propõe refle r sobre a importância da psicoterapia na formação humana do Carmelita Secular. O relato do XIV Congresso da OCDS Norte/Nordeste é apresentado por nosso irmão João Vitor que nos conta como foram os dias de palestras e orações em honra de nosso Pai São José. Nosso irmão Márcio Aparecido, nos relata ainda a experiência de par cipação no VII Encontro Nacional de Leigos e Leigas, ocorrido em Cuiabá – MT, e que teve a par cipação de representantes da OCDS. E, por fim, convidamos a todos a acompanharem as no cias das comunidades e grupos OCDS, nossa agenda de cursos e os nossos lançamentos de livros. Desejamos a todos uma excelente leitura e que esta produza muitos frutos em nossos grupos e comunidades. Dúvidas, crí cas e sugestões de matérias podem ser enviadas pelo email: no ciasocds@gmail.com Um fraterno abraço e até a próxima edição...
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Voz da Igrejado Mês Santo(a)
por Giovani Mendes, ocds Comunidade Flor do Carmelo de Sta Teresinha Fortaleza/CE
Sua vida Ba sta Spagnoli ou Mantuano, nasceu em Mântua, Itália, em 17/04/1447. Seus pais: Pedro Modover, de origem espanhola e Constanza Maggi. Sendo todavia muito jovem, entrou na Ordem do Carmo, na célebre “Congregação Mantuana”, na cidade de Ferrara, onde professou (fez votos religiosos) em 1464. Era dotado de excelentes qualidades e por isso os superiores lhe encomendaram, desde muito jovem, missões muito delicadas. Terminados seus estudos, foi ordenado sacerdote em Bolonha e ali recebeu na Universidade o Magistério de Teologia, no ano de 1475 (aos 28 anos). Foi prior em vários conventos e professor também em vários centros de estudos superiores. Foi prior de Parma, de Mântua e de Roma. Também foi superior da casa da Virgem de Loreto durante vários anos. Em 1483 foi eleito Vigário Geral da “Congregação de Mântua”, cargo que desempenhou até 1513, em cujo ano foi eleito Superior Geral de toda a Ordem. Em 1513 foi chamado a tomar parte do Concílio de Latrão V. Neste mesmo ano o Papa Leão X lhe confiou uma delicada missão de paz entre o rei da França e o duque de Milão. A “biblioteca carmelitana” refere os tulos de 70 obras suas, das quais foram publicadas 57. Somente o livro “Parthenice Mariana” conta com 55.000 versos! Sua fama de poeta e exemplar religioso se estendeu pelas redondezas e a popularidade fervorosa e apaixonada acompanhava seu nome por todas as partes: primeiro na Itália e logo na Europa. A natureza de sua popularidade era a pureza e elegância de seu la m e o ardor de seu espírito de reformador, que colocava em “sua lira” (em seus versos), “notas” de sabor mís co. Por isso suas poesias eram lidas em todos os centros docentes e declamadas com graça e aplauso em públicos certames literários. Ele era
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chamado o “Virgílio cristão”, já que consagrou suas canções, sua lira e sua vida ao único Deus verdadeiro! Atraiu à fé muitos eruditos de seu tempo. Com seus penetrantes e agudos escritos, atalhou o mal que se estendia sobre a Igreja e o mundo. De algumas suas obras se fizeram até 150 edições. Escreveu preciosos tratados em prosa e verso e fez servir a Cristo com sua prodigiosa veia poé ca. Morreu em Mântua em 20/ 03// 1516. O Papa Leão XIII, em 17/ 12/ 1885 aprovou seu culto imemorial. Sua festa se celebrava antes em 20/ 03 e agora, em 17 de abril.
povo com palavra luminosa e fervor apostólico. Dis nguia-se também por seu finíssimo tato na direção das consciências! Ganhava para o Senhor os mais endurecidos corações, fazendo renascer a freqüência aos sacramentos, verdadeiro sinal da regeneração dos costumes, fazendo-se tudo para todos, para ganhá-los para Jesus Cristo. Tinha predileção, porém, pela vida re rada e penitente, guarda dos sen dos e a fuga de todas as ocasiões perigosas. Amava com indizível ternura a Virgem Maria do Carmo, pregava com freqüência sobre Suas grandezas e privilégios e escreveu três livros para exaltar Suas virtudes, par cularmente Sua san ssima pureza. Sua mensagem · · · ·
Que amemos e embelezemos o Carmelo Que a cultura e a sabedoria nos levem a Deus. Que nosso zelo conduza os homens a Deus. Que sirvamos e amemos Maria como o Beato Ba sta a amava.
Oração: Senhor Nosso Deus, que fizeste do Beato Ba sta, fiel servidor de Maria, um modelo de meditação e pregação da Palavra, concedei-nos, por sua intercessão, saborear, como Maria, a Escritura e, como Ela, proclamar Vossas grandezas com nossa vida! Por Cristo, Nosso Senhor! Amém! (Extraído do ar go “Os Santos Carmelitas”, do Pe. Rafael Maria López)
Sua espiritualidade As “notas” e profundos sen mentos de sua alma mís ca provém de Deus e a Deus retornam. Evocam o Ser Supremo: Sua essência e perfeições infinitas. Cantam a Virgem Maria: Suas grandezas, Seu poder e Sua bondade. Exaltam Suas virtudes, ves ndo-A com as galas de sua inspiração e fus gam o vício “com uma visão horrível de um monstro”. Exaltam a fé e convocam às suas fileiras seus defensores contra a heresia. Prepara-se ante a proximidade da morte, a teme, a embeleza com “suspiros” das virtudes teologais e escreve, quando se sente morrer, uns versos como oração de agonizante. No campo de seu ministério sacerdotal, pregava ao MONTE CARMELO
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Voz da Igreja Testemunho
“Ó meu Deus, vós superastes minhas expecta vas e eu quero cantar vossas misericórdias!” Santa Teresinha (Ms C 3r)
Minhas história com o Carmelo, como a de muitos que, um dia, nele chegaram, começou com Santa Teresinha. Como grande missionária, Teresinha sempre foi e desenvolveu com excelência a pastoral vocacional do Carmelo, geralmente é ela a porta de entrada, ou a primeira referência, para aqueles que chegam à Ordem. Comigo não foi diferente, embora, a priori, eu vesse uma certa rejeição pela imagem pintada de santa Teresinha. Não me atraía em nada a imagem pueril com que era retratada essa santa. O excesso de diminu vo em torno dela: “san nha”, “florzinha”, “Teresinha”, em vez de me atrair pela sensibilidade, simplicidade e doçura, me fazia ter desinteresse por essa personalidade aparentemente imatura e ingênua. Santa Teresinha, absolutamente, não era, nem seria, uma santa de minha devoção. Felizmente essa admirável santa vence sempre, e com certeza não fez muito esforço para me vencer. Aos quatorze anos, ve contato com a obra História de uma alma. O livro pertencia a uma amiga e estava perdido numa caixa na qual havia outras obras religiosas. Quando o peguei, vi ser de santa Teresinha, e, embora não tenha ficado entusiasmado, não descartei a possibilidade de pedi-lo emprestado para folhear. Pedi-o, fui concedido, comecei a leitura. Apesar do meu preconceito inicial, Teresinha foi se tornando bastante interessante e incrivelmente profunda, cada linha dos seus escritos me falava de uma forma especial. Lia o livro com grande curiosidade e já com espírito de oração. À época, estava nos meus ques onamentos interiores quanto à vocação à qual Deus me chamava, então conhecer Teresinha foi também conhecer um pouco do Carmelo. Ignorava a existência do Carmelo em Fortaleza, embora fosse simpa zante de uma comunidade de vida consagrada que dizia ter inspiração na espiritualidade carmelitana. Foi então que um amigo da paróquia, com quem par lhava meus anseios de vocação, convidou-me para visitar o Carmelo. Aceitei prontamente, e no 14 de novembro de 2008, visitei o Carmelo pela primeira vez. Era a festa da Exaltação da Santa Cruz, um dia representa vo na Regra de vida da Ordem. Par cipamos da missa das 10h da manhã. Tudo foi muito bonito nessa primeira visita, par cipar de uma missa no Carmelo, ver, pela primeira vez, as monjas, tudo era muito novo e encantador. Um fato importante que me chamou atenção neste dia foi o olhar de uma monja para mim. Do coro,
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ela me fitou, demoradamente, insistentemente, fixamente, não apenas uma vez. Longe de me constranger, seu olhar atraía o meu. Foi o próprio olhar de santa Teresinha. Tratava-se de irmã Angélica, hoje madre superiora do Carmelo de Jacarepaguá-RJ. Depois desse episódio, voltei ao Carmelo para conhecer a Ordem Secular. Esse meu amigo era integrante da Comunidade Rainha do Carmelo, pioneira no Ceará, fundada em 1999, então me refez o
convite de voltar ao Carmelo, porém agora para conhecer a OCDS. Fui com ele, e no dia 4 de outubro de 2008, curiosamente na data de falecimento, portanto de entrada para a Vida, de Santa Madre Teresa de Jesus, não só conheci a OCDS, como já me filiei a ela. No final deste mesmo mês era o re ro da comunidade, que seria pregado por Frei Wilson, ocd. Consegui ir, e isso foi mais uma injeção de Carmelo na minha veia. Desde então perseverei na comunidade, meu amigo, contudo, deixou a OCDS pouco tempo depois.Entrar na Ordem Secular com 14 anos parecia algo curioso para os demais membros da comunidade, mas não o era para mim, de alguma forma eu nha certeza que estava no lugar certo exatamente no período mais certo da minha vida. Teresinha entrou no Carmelo aos 15 anos, eu, aos 14. Aos 16 anos, fui admi do à formação na cerimônia de imposição do Santo Escapulário. Nesse ano, já estávamos relendo as obras de santa Teresa, por ocasião do V Centenário de seu nascimento. Conhecer de perto santa Teresa, com as belas e apaixonantes formações da encarregada da formação foi mais uma confirmação de que Deus nha me conduzido para o lugar correto. Em 2012, fiz uma experiência junto aos frades carmelitas, inicialmente em Cara nga-MG e depois
em Paranoá-DF. Sem sombra de dúvida foi uma das experiências mais marcantes e importantes não só para minha vocação de carmelita, como para minha vida de modo geral. Ao compreender que era na vocação laical onde Deus me queria, voltei para o seio da minha comunidade, em 2014, retomando o processo de formação, o qual interrompera. 2015 foi o grande ano jubilar, a grande festa dos 500 anos de nascimento de santa Teresa, e nesse ano, Deus me deu a graça de emi r minhas primeiras promessas, nas mãos do Padre Provincial, na época, Frei Cleber, ocd. Neste mesmo ano, a comunidade Rainha do Carmelo, à qual pertencia, passou por um processo de desmembramento. Como o número de membros era excedente, o conselho da comunidade achou por bem mul plicar a comunidade. Foi então que no dia 28 de novembro de 2015, aniversário de fundação do primeiro convento carmelita descalço masculino (Duruelo, 28/11/1568), foi fundada a Comunidade Flor do Carmelo de Santa Teresinha, a qual integro desde essa data e na qual presto serviço como encarregado da formação desde então. O Carmelo, desde sempre, foi o lugar onde encontrei exatamente o que eu buscava interiormente. Sinto-me bastante feliz e realizado por pertencer a essa família, por ter sido conduzido a ela em tenra idade, pelas experiências que ve com o Carmelo e no Carmelo. Não há graça maior que eu possa pedir a Deus que Ele já não me tenha dado chamando-me a par cipar dessa grande família. O maior favor de Deus para minha vida foi Ele me ter dado o Carmelo como vocação. Por isso, posso dizer como minha amada Santa Teresinha: “Ó meu Deus, vós superastes minhas expecta vas e eu quero cantar vossas misericórdias!”.
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VozdadaIgreja Igreja Voz
Fonte da Foto: h ps://www.acidigital.com/no cias
O Pentecostes chegou, para os discípulos, depois de cinquenta dias incertos. Por um lado, Jesus ressuscitara: cheios de alegria nham-No visto, escutado e até comido com Ele. Por outro, ainda não superaram dúvidas e temores: estavam com as portas fechadas (cf. Jo 20, 19.26), com perspec vas reduzidas, incapazes de anunciar o Vivente. Depois, c h e ga o E s p í r i to S a nto e a s p re o c u p a çõ e s desaparecem: agora os Apóstolos não têm medo nem sequer à vista de quem os prende; antes, preocupados por salvar a sua vida, agora já não têm medo de morrer; antes, fechados no Cenáculo, agora levam o anúncio a todas as nações. Até à Ascensão de Jesus, aguardavam um Reino de Deus para eles (cf. At 1, 6), agora estão ansiosos por alcançar fronteiras desconhecidas. Antes, quase nunca falaram em público e muitas vezes, quando o fizeram, criaram problemas como Pedro que renegou Jesus; agora falam corajosamente a todos. Em resumo, a história dos discípulos, que parecia ter chegado ao fim, é renovada pela juventude do Espírito: aqueles jovens,
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que dominados pela incerteza se sen am no fim, foram transformados por uma alegria que os fez renascer. Foi o Espírito Santo que fez isto. O Espírito não é, como poderia parecer, uma coisa abstrata; é a Pessoa mais concreta, mais próxima, aquela que muda a nossa vida. E como faz? Vejamos os Apóstolos. O Espírito não lhes tornou as coisas mais fáceis, não fez milagres espetaculares, não eliminou problemas nem opositores, mas o Espírito trouxe para a vida dos discípulos uma harmonia que faltava: a Sua, porque Ele é harmonia. Harmonia dentro do homem. Era dentro, no coração, que os discípulos precisavam de ser mudados. A sua história diz-nos que a própria visão do Ressuscitado não basta; é preciso acolhê-Lo no coração. De nada aproveita saber que o Ressuscitado está vivo, se não se vive como ressuscitados. E é o Espírito que faz viver e ressurgir Jesus em nós, que nos ressuscita dentro. Por isso Jesus, ao encontrar os Seus, repete: «A paz esteja convosco» (Jo 20, 19.21) e dá o Espírito. A paz não consiste em resolver os problemas
a par r de fora – Deus não ra aos seus, tribulações e perseguições –, mas em receber o Espírito Santo. Nisto consiste a paz, aquela paz dada aos Apóstolos, aquela paz que não livra dos problemas, mas, nos problemas, é oferecida a cada um de nós. É uma paz que torna o coração semelhante ao mar profundo: permanece tranquilo, mesmo quando as ondas estão revoltas à super cie. É uma harmonia tão profunda que pode até t ra n sfo r m a r a s p e rs e g u i çõ e s e m b e m aventurança. Mas, em vez disso, quantas vezes permanecemos à super cie! Em vez de procurar o Espírito, tentamos flutuar, pensando que tudo ficará bem se certo problema passar, se não virmos mais tal pessoa, se melhorar aquela situação. Mas isto é permanecer à super cie: superado um problema, chegará outro; e a ansiedade voltará. Não é afastandonos de quem pensa diferente de nós que ficaremos tranquilos, não é resolvendo o problema presente que estaremos em paz. O ponto de mudança é a paz de Jesus, é a harmonia do Espírito. Com a pressa que o nosso tempo nos impõe, parece que a harmonia esteja posta de lado: reclamados por uma infinidade de coisas, arriscamonos a explodir, solicitados por um nervosismo con nuo que nos faz reagir mal a tudo. E procura-se a solução rápida: uma pas lha atrás doutra para con nuar, uma emoção atrás doutra para se sen r
vivo, quando na verdade aquilo de que precisamos é, sobretudo o Espírito. É Ele que coloca ordem neste frenesi. É paz na ansiedade, confiança no desânimo, alegria na tristeza, juventude na velhice, coragem na prova. É Ele que, no meio das correntes tempestuosas da vida, mantém firme a âncora da esperança. Como nos diz hoje São Paulo, é o Espírito que nos impede de recair no medo, fazendo-nos sen r filhos amados (cf. Rm 8, 15). É o Consolador, que nos transmite a ternura de Deus. Sem o Espírito, a vida cristã desfia-se, privada do amor que tudo une. Sem o Espírito, Jesus permanece um personagem do passado; com o Espírito, é pessoa viva hoje. Sem o Espírito, a Escritura é letra morta; com o Espírito, é Palavra de vida. Um cris anismo sem o Espírito é um moralismo sem alegria; com o Espírito, é vida. O Espírito Santo produz harmonia não só dentro, mas também fora, entre os homens. Faz-nos Igreja, compõe partes dis ntas num único edi cio harmônico. Explica-o bem São Paulo que, ao falar da Igreja, repete muitas vezes a palavra «diferente»: «diferentes carismas, diferentes a vidades, diferentes ministérios» (cf. 1 Cor 12, 4-6). Somos diferentes, na variedade das qualidades e dos dons. O Espírito distribui-os com cria vidade, sem rebaixar nem nivelar. E, a par r desta diversidade, constrói a unidade. Assim procede desde a criação, porque é
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especialista em transformar o caos em cosmo, em criar harmonia. Ele é especialista em criar as diversidades, as riquezas; cada um com a sua, diversa. Ele é o criador desta diversidade e, ao mesmo tempo, é Aquele que harmoniza, que dá harmonia, e dá unidade na diversidade. Somente Ele pode fazer estas duas coisas. Hoje, no mundo, as desarmonias tornaram-se verdadeiras divisões: há quem tenha demais e quem não tem nada, há quem procure viver cem anos e quem não pode vir à luz. Na era dos computadores, permanece-se à distância: mais sociedade, mas menos sociais. Precisamos do Espírito de unidade, que nos regenere como Igreja, como Povo de Deus e como humanidade inteira. Que nos regenere. Há sempre a tentação de construir «ninhos»: reunir-se à volta do próprio grupo, das próprias preferências, o semelhante com o semelhante, alérgicos a toda a contaminação. E do ninho à seita, o passo é curto, mesmo dentro da Igreja. Quantas vezes se define a própria iden dade contra alguém ou contra alguma coisa! Pelo contrário, o Espírito Santo junta os distantes, une os afastados, reconduz os dispersos. Funde tonalidades diferentes numa única harmonia, porque em primeiro lugar vê o bem, vê o homem antes dos seus erros, as pessoas antes das suas ações. O Espírito molda a Igreja, molda o mundo como espaços de filhos e de irmãos. Filhos e irmãos: substan vos que vêm antes de qualquer adje vo. Está na moda adje var, se não mesmo, infelizmente, insultar. Podemos dizer que vivemos na cultura do adje vo que esquece do substan vo das coisas; e também numa cultura do insulto, que é a primeira resposta para uma opinião que eu não compar lho. Depois damo-nos conta de que faz mal a quem é insultado, mas também a quem insulta. Retribuindo o mal com mal, passando de ví mas a verdugos, não se vive bem. Pelo contrário, quem vive segundo o Espírito leva paz onde há discórdia, concórdia onde há conflito. Os homens espirituais retribuem o mal com bem, respondem à arrogância com a mansidão, à maldade com a b o n d a d e , à b a ra f u n d a c o m o s i l ê n c i o, à s maledicências com a oração, ao derro smo com o sorriso. Para ser espirituais, para saborear a harmonia do Espírito, é preciso colocar a sua visão à frente da nossa. Então as coisas mudam: com o Espírito, a Igreja é o Povo santo de Deus, a missão é o contágio da alegria - não o proseli smo - os outros são irmãos e irmãs amados pelo mesmo Pai. Mas, sem o Espírito, a
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Igreja é uma organização, a missão é propaganda, a comunhão é um esforço. E tantas Igrejas fazem ações programá cas no sen do de planos de pastoral, de discussões sobre todas as coisas. Pode parecer que este seja o caminho para nos unir, porém este não é o caminho do Espírito, é o caminho da divisão. A primeira e a derradeira necessidade da Igreja é o Espírito (cf. São Paulo VI, Catequese na Audiência Geral de 29/XI/1972). Ele «vem aonde é amado, aonde é convidado, aonde é esperado» (São Boaventura, Sermão para o IV Domingo depois da Páscoa). Irmãos e irmãs, rezemos-Lhe diariamente. Espírito Santo, harmonia de Deus! Vós que transformais o medo em confiança e o fechamento em dom, vinde a nós. Dai-nos a alegria da ressurreição, a perene juventude do coração. Espírito Santo, nossa harmonia! Vós que fazeis de nós um só corpo, infundi a vossa paz na Igreja e no mundo. Espírito Santo: tornainos artesãos de concórdia, semeadores de bem, apóstolos de esperança. Fonte: h ps://www.acidigital.com/no cias/homiliado-papa-francisco-na-missa-de-pentecostes-46326
ajergI ad zoV Espiritualidade
por Artur da Santa Mãe de Deus, ocds Coordenador da Escola de formação - Polo Nordeste
Pouco nos dizem as Sagradas Escrituras acerca da vida do pai ado vo de Jesus. Encontramos seu nome em ocasiões bem específicas nos Evangelhos: na genealogia (Mateus 1, 16; Lucas 3, 23); na narra va da concepção virginal (Mateus 1, 18-25); no nascimento de Jesus (Lucas 2, 1-20); na fuga para o Egito (Mateus 1, 13-23); na apresentação do Menino Jesus (Lucas 2, 22-35); na perda de Jesus no Templo de Jerusalém (Lucas 2, 41-50) e em outros trechos em que o nome de são José indica sua paternidade em relação a Jesus (Mateus 13, 55, João 6, 42). Salvo esses momentos pontuais, o nome de são José é ocultado em toda a Escritura. Essa passagem quase anônima é reforçada ainda mais pela ausência de suas elocuções. Ele não é só pouco citado, como também é um homem sem fala, um homem de silêncio. É verdade que as falas da Virgem Maria, nos textos sagrados, também são mínimas, apenas o estrito necessário, e consideramos isso como indicador para compreender sua personalidade e sua dimensão interior, porém, o que temos em são José é o total silêncio, que também compreenderemos ser uma grande caracterís ca de sua alta san dade. Em são José, silêncio e oração são sinônimos, e no Carmelo isso é essencial, como dirá santa Elisabete da Trindade: “Ame o silêncio, a oração, porque é a essência da vida no Carmelo” (Carta 136). Desta forma, não é possível compreender um sem o outro, ou considerar que um possa ser diferente do outro. A vida do pai do Filho de Deus foi toda marcada por um intenso trabalho em prol da realização do projeto salvador de Deus, ao mesmo MONTE CARMELO
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tempo que também foi oculta e anônima aos olhos dos homens. Esse exemplo da vida de São José nos faz ver que o silêncio e a verdadeira vida de oração não nos fazem pessoas ina vas, pelo contrário, fazem com que nossas ações tragam unicamente a marca de quem deve receber todo o reconhecimento: “Que Ele cresça e eu diminua” (João 3, 30). São José viveu um silêncio em permanência, justamente porque, diante do mistério, a alma contempla va se coloca sempre numa a tude de adoração. Esse glorioso santo não só contemplou e adorou o mistério, como par cipou dele e com ele conviveu. Foi uma vida levada inteiramente na presença misteriosa, no acontecimento inaudito do “ontem” e do “sempre agora”; como uma sarça ardente de amor que nunca se consome foi a vida de São José, uma antecipação do gozo eterno, um prêmio antecipado. O silêncio não é um acessório a mais na vida espiritual, uma mera ausência de palavras que nos ajuda a estar atentos a Deus, pelo contrário, não é a c e s s ó r i o, é e s s e n c i a l ; n ã o é a u s ê n c i a d e comunicação, mas uma comunicação ainda mais alta, para a qual as palavras perdem força. Conforme São Josemaría Escrivá, “o silêncio é o grande porteiro da vida interior” (Caminho cap. 12, nº 281) sem o qual é absolutamente impossível a vida espiritual; e vale a pena acrescentar que ele não é apenas condição para a vida com Deus, mas, sobretudo, é o meio pelo qual Deus realiza suas operações divinas na alma: a geração eterna do Verbo e a produção, no tempo, da graça, que é uma par cipação do Verbo, como bem ensina São João da Cruz (apud Quero ver a Deus, 363).
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Deus habita no silêncio e é por meio de uma brisa suave e leve que Ele prefere se comunicar, como vemos na experiência do santo profeta Elias (I Reis 19, 9-14). Além de ser uma forma preferencial da comunicação de Deus, o verdadeiro silêncio da alma se nos apresenta como caminho que nos conduz ao escondimento no interior divino, no seio silencioso e oculto do Pai onde o Verbo é gerado. É nesse locus desertus da vida ín ma de Deus, que somos san ficados pela graça. Para o espiritual que experimentou Deus, silêncio e Deus parecem se iden ficar, pois Deus fala no silêncio e só o silêncio parece exprimir Deus. Por isso, para encontrar Deus, aonde irá ele senão às profundezas mais silenciosas de si mesmo, a estas regiões tão escondidas que nada pode perturbar? Quando aí chega, com um cuidado cheio de zelo, preserva este silêncio que lhe dá Deus. (Beato Maria Eugênio. Quero ver a Deus nº 365). Quem quiser encontrar uma coisa escondida, há de penetrar escondido no lugar onde ela está escondida; ao encontrá-la, fica tão escondido quanto ela. Portanto, uma vez que teu amado é o tesouro escondido no campo da tua alma, pelo qual o sábio comerciante entregou tudo (Mateus 13, 55), convirá que tu, para O encontrar, esquecidas
todas as tuas coisas e alheando-te de todas as criaturas, te esconda no teu refúgio interior do espírito e, fechando atrás de a porta, isto é, a tua vontade a todas as coisas, ores a teu Pai que está oculto (Mateus 6, 6). E ficando assim escondida com Ele, sen -Lo-ás no escondimento, amá-Lo-ás e possuiLo-ás no escondido, e escondidamente te deleitarás com Ele, mais do que aquilo que a língua e os sen dos podem alcançar. (São João da Cruz. Cân co Espiritual 1, 9). A vida de São José é o modelo acabado da alma que quer penetrar cada vez mais no recinto da in midade divina. O silêncio josefino é reflexo de uma alma abismada em Deus, de uma alma que vive constantemente mergulhada no mistério, escondida com o Escondido, perdida e encontrada no Senhor. A respeito da vida espiritual de são José, ensina-nos São João Paulo II:
no-lo apresenta como mestre da vida interior. Não é de fé a piedosa crença que São José possa ser considerado imaculado desde a concepção, o depósito da fé não no-lo garante, mesmo que seja uma suposição muito devota. Porém isso em nada desfavorece a nobreza, jus ça e san dade desse grande santo, pelo contrário, apresenta-o a nós como o verdadeiro mestre da vida espiritual, como nos indica Santa Madre. Não tendo sido isento da culpa do pecado original, São José não foi poupado dos apelos insistentes do pecado, com os quais lutou heroicamente por amor a Deus. Não tendo visto o Arcanjo do Senhor, ou ouvido sua voz, nem sen do sua presença, tampouco
Também quanto ao trabalho de carpinteiro na casa de Nazaré se estende o mesmo clima de silêncio, que acompanha tudo aquilo que se refere à figura de José. Trata-se, contudo, de um silêncio que desvela de maneira especial o perfil interior desta figura. Os evangelhos falam exclusivamente daquilo que José fez; no entanto, permitem-nos auscultar nas suas ações, envolvidas pelo silêncio, um clima de profunda contemplação. José estava quo dianamente em contato com o mistério escondido desde todos os séculos, que estabeleceu a sua morada sob o teto da sua casa. Isso explica, por exemplo, a razão por que Santa Teresa de Jesus, a grande reformadora do Carmelo contempla vo, se tornou protetora da renovação do culto de São José na cristandade ocidental. (Redemptoris custos nº 25). Contemplando a espiritualidade de São José e o sen do do silêncio em sua vida, entendemos por que a grande doutora mís ca Santa Madre Teresa de Jesus MONTE CARMELO
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recebido em sua carne o Verbo de Deus, todos os passos de são José exigiram dele o mais puro e total ato de fé, a fé cega, a fé nua. Não é em vão que a san dade deste homem se eleva como modelo no céu e sua glória se submeta apenas ao da Virgem Maria e do próprio Deus, pois para ter uma fé desta grandeza é necessário ter uma vida espiritual profunda. Para os que queremos ser santos, ele é a referência: “Quem não encontrar um mestre que lhe ensine o caminho da oração, tome este glorioso santo por mestre e não errará no caminho.” (Santa Teresa – Vida 6, 8). O coração do amável José esteve sempre em sintonia com o coração do Pai. Possivelmente foi no colo deste glorioso santo que o Menino Jesus aprendeu as orações do seu povo, os cantos da liturgia, a doutrina de sua fé. Assim como santa Teresinha pôde dizer do seu pai, São Luís: “Bastava olhá-lo para saber como os santos rezam” (História de uma alma Ms A 18r), o que não podia dizer Jesus do seu pai orante? A oficina de Nazaré era muito mais que uma sinagoga ou até mesmo o grande Templo de Salomão, era o próprio céu na terra, pois nela trabalhava o Deus encarnado, que recebia não apenas instruções de profissão, mas a mais perfeita e digna adoração de um coração que sabia adorar a Deus em espírito e em verdade. Porém não nos basta só admirar o silêncio e a vida espiritual de são José. Santa Teresa no-lo apresenta não apenas como um exemplo para a admiração, mas um verdadeiro mestre que pode nos ajudar na nossa
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vida de oração, alguém que precisamos seguir, imitar. Se na nossa espiritualidade, somos chamados a viver em obséquio de Jesus Cristo a par r de uma vida marial, Santa Madre, ao receber o carisma reformador, introduz na família carmelitana a necessidade de se levar também uma vida josefina. Um dia, depois de comungar, Sua Majestade insis u muito para que eu avançasse com todas as minhas forças [a reforma]. E deixou-me grandes promessas: o mosteiro iria ser construído e Deus muito servido nele; que lhe pusesse no nome de São José, pois uma das portas seria guardada por ele, a outra por Nossa Senhora e Cristo andaria conosco. (Santa Teresa – Vida 32, 11). Santa Teresa mesma é o protó po de como sermos devotos de São José. Seu testemunho ra fica o grande poder desse santo e a grande influência que tem sua intercessão no céu. Por meio dele, santa Teresa foi favorecida com muitas graças espirituais e temporais, e ela mesma dá testemunho disso no livro da Vida. Embora Santa Madre fosse devota de outros santos, os quais ela própria cita: Santo Agos nho, São Jerônimo, Santa Clara, de nenhum falou com tanto amor e gra dão como falou do glorioso São José. Suas palavras aquecem o coração de quem as lê, de modo
que não é possível olharmos para nosso glorioso pai da mesma forma como o víamos. Permito agora que a própria santa Teresa nos fale desse glorioso santo, enquanto Doutora da Igreja, suas palavras são sempre ensinamentos; enquanto nossa mãe, suas palavras são sempre conselhos maternos. Escolhi como advogado e protetor o glorioso São José, e encomendei-me muito a ele. De forma clara, vi que, tanto desta necessidade como de outras maiores relacionadas com a honra e a perda da alma, este pai e senhor meu me salvou com um proveito maior do que aquele que eu lhe pedia. Até agora não me lembro de coisa alguma que lhe tenha pedido e que não me vesse atendido. De admirar são as graças que Deus me tem concedido por esse glorioso santo; livrou-me de todos os perigos, tanto os do corpo, quanto os da alma. Há santos a quem o Senhor parece ter-lhes dado apenas graças para socorrer numa determinada necessidade; porém, e o digo por experiência, este glorioso santo socorre em todas. O Senhor quer, desta maneira, dar-nos a entender o seguinte: assim como Ele lhe obedeceu na terra (se lhe chama pai, embora ado vo, é porque São José podia lhe dar ordens), assim também no céu faz tudo quanto lhe pede. Outras pessoas, a quem eu pedia para se encomendarem a ele, também por experiência atestam o mesmo. E muitas outras há que lhe renovaram a d evo çã o, ex p e r i m e nta n d o e s s a verdade. (...). Gostaria de persuadir todos para que fossem devotos deste glorioso santo, pela grande experiência que tenho dos bens que alcança de Deus. Não conheço nenhuma pessoa que seja verdadeiramente sua devota e lhe renda par culares obséquios, que não esteja melhorada na virtude. Ele ajuda muito as almas que se lhe encomendam. (...). Se eu fosse pessoa com autoridade para escrever, de boa verdade me alargaria a contar em pormenores as graças que este
glorioso Santo me tem feito a mim e a outras pessoas. (...). Só peço, pelo amor de Deus, que o prove quem não me acreditar, e, por experiência, verá o grande bem que é ter devoção e encomendar-se a este glorioso Patriarca! As pessoas de oração deveriam ser par cularmente suas devotas. Quem não encontrar um mestre que lhe ensine o caminho da oração, tome este glorioso Santo por mestre e não se enganará no caminho. (Santa Teresa – Vida 6, 6-8). Que são José rogue por nós e nos ajude a sermos pessoas de oração. Amém. ***
REFERÊNCIAS Beato Maria-Eugênio do Menino Jesus, Quero ver a Deus. Petrópolis: Editora Vozes, 2015. Santa Elisabete da Trindade, Obras Completas. Portugal: Edições Carmelo, 2008. Santa Teresa de Jesus, Obras Completas. Portugal: Edições Carmelo, 2015. Santa Teresa do Menino Jesus e da Santa Face, Obras Completas. São Paulo: Paulus, 2016. São João da Cruz, Obras Completas. Portugal: Edições Carmelo, 2005. São João Paulo II, Redemptoris custos. Disponível em: h p://twxar.me/x3jn São Josemaría Escrivá. Caminho. Disponível em: h p://twxar.me/C3jn
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Formação Voz da IgrejaHumana
por Roberto Almeida, ocds Coordenador da Comissão de Psicologia da OCDS
O presente ar go originou-se pela perspec va da província da OCDS cons tuída na área provincial São José, ações que favorecessem a consciência dos seus membros à formação humana, aspecto este das dimensões do indivíduo humano tão caro para o carisma teresiano. Para Santa Teresa de Jesus, o desenvolvimento da espiritualidade não anula as necessidades do amadurecimento humano, mas um agrega no desenvolvimento do outro. Conforme as cons tuições da OCDS Art 32, “o obje vo central do processo de formação na Ordem Secular é a preparação da pessoa para viver o carisma e a espiritualidade do Carmelo em seu seguimento de Cristo, a serviço da missão”; já no Art 34, se diz que “a formação teresiano-sanjuanista, tanto inicial como permanente, ajuda a desenvolver no Secular uma maturidade humana, cristã e espiritual para o serviço
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da igreja. Na formação humana desenvolve a capacidade do diálogo interpessoal, o respeito mútuo, a tolerância, a possibilidade de ser corrigido e de corrigir com serenidade e a capacidade de perseverar nos compromissos assumidos”. Ao se tratar da dimensão humana correlacionando-a a maturidade interpessoal, ao exercício da humildade e a resiliência assim como supracitada no ar go 34, todos esses tópicos perpassam pela prá ca do autoconhecimento com o obje vo úl mo de uma escolha vivencial e existencial, tanto de caráter pessoal e intransferível de cada membro integrante da Ordem aqui em questão. Por vezes, comunidades e grupos de diversas realidades sociais, não indiferentes a fatos também ocorridos em meios eclesiais e carmelitanos, se deparam em desafios de cunho relacional. Para quase
todos os casos postos aqui em relevância, muito pode contribuir os processos facilitadores do autoconhecimento, dentre eles a psicoterapia. Desde já, podemos considerar que pessoas em processo de formação humana, cristã e espiritual transferem seus conteúdos individuais adquiridos e desenvolvidos ao longo de sua história de vida dentro dos ambientes grupais conforme os es mulos emi dos pelo grupo e as respostas individuais correspondentes, perpassando pelo grau de amadurecimento da consciência de cada membro. A psicoterapia poderá colaborar com este processo da consciência, respeitando as escolhas que são feitas em meio ao seu processo de autoconhecimento. Na obra Castelo interior, Santa Teresa de Jesus escreve a seguinte frase: “A porta para entrar em si e conhecer-se é a oração. Sem a oração fica-se em volta do castelo”, ao fazer esta referência ao castelo, cita o castelo da alma da pessoa humana. A oração para Teresa de Ávila é um caminho para estabelecer uma relação, um vínculo com Deus, que a mesma autora denomina como um trato de amizade, gerando entre si graus de união progressivos. Nesta relação, além do trato de confiança a este outro que me escuta e par cipa a vamente, favorece ao orante um exercício de auto escuta, tornando possível, ao mesmo, o acesso aos conteúdos subje vos, que Edith Stein chamará de psicologia profunda.
Santa Teresa Benedita da Cruz (Edith Stein) ao escrever sua obra Castelo Interior, faz uma releitura da obra Castelo Interior e Moradas de Santa Madre. Em suas ênfases, nesta mesma obra, Stein iden fica um caminho interessante de autoconhecimento, onde o aprofundamento na alma humana, ou seja, todos os conteúdos que a consciência humana abstrai nesta busca de si a medida que entra em contato consigo e suas questões, se dá de forma espetacular ao vislumbrar os ensinamentos de seus mestres, aqui destacamos principalmente Santa Madre e Edmund Husserl. Tomando parte por este percurso forma vo de autoconhecimento, podemos considerar a relevância colaboradora do processo psicoterápico na vida de qualquer pessoa, sejam membros ou não da OCDS, mais especificamente dentro do carisma teresiano, que prioriza o aprofundamento desta alma, de seus conteúdos e de suas reflexões. A relevância da psicoterapia se dá por ser um processo mediado entre um profissional com formação para tal exercício e a pessoa que percebe a sua necessidade dos cuidados psicológicos. Aqui vale salientar que estas necessidades psicológicas não são l o u c u ra s , o q u e p o r m u i t o s n a s o c i e d a d e preconceituosamente denominam com as seguintes frases, tais como:” Porque vou atrás de um psicoterapeuta se eu não sou louco?” ou “Psicoterapia
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é para os fracos”. O obje vo da psicoterapia é facilitar meios para possíveis mudanças individuais e suas relações, tornando propício a pessoa ao bem-estar, ao equilíbrio psicológico, à possível protagonização da autonomia e dos desafios existenciais, entre outros; a fim de facilitar o desenvolvimento da pessoa que reconhece as demandas e os limites que são postas entre as partes. Durante a psicoterapia, serão abordados estados d e h u m o r, s e n m e n t o s , p e n s a m e n t o s e comportamentos, elementos esses que, por muitas vezes, devido ao grau de adoecimento psíquico, tornam-se limitadores e bloqueadores das condições funcionais da pessoa humana e a possível resolução de suas questões. A psicoterapia não se trata de uma conversa entre pessoas sobre os problemas, as dificuldades, discu r sobre o que fazer para melhorar algum aspecto da vida, mas é um vínculo profissional colabora vo entre o psicoterapeuta e o cliente, se u lizando de conceitos e técnicas para melhor ajudar o cliente em suas necessidades, tornando possíveis alterações estratégicas no seu trajeto de tratamento. O vínculo psicoterapêu co não se dá por meio de julgamentos, sim pela empa a e pelo respeito, principalmente a escolha par cular do cliente, dando-
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lhe feedback sobre ela. O Psicoterapeuta ajuda o cliente a integrar as novas possibilidades de resolução de suas queixas mediante as demandas que são apresentadas, desenvolvendo novas crenças e comportamentos que possam deixá-lo em um estado seguro necessário para as mudanças terapêu cas. Várias são as demandas encontradas pelos clientes de uma psicoterapia, tais como: o aconselhamento, conflitos relacionais de diversas naturezas (familiar, casal, amizades, trabalho, entre outros), orientação de pais, orientação profissional e vocacional, projeto de vida, luto, apego, obsessão, traumas, stress, tratamento para dependência química, atendimentos auxiliares para esportes, preparação para bariátrica, preparação para Vasectomia, demandas psiquiátrica (depressão, ansiedade, TOC, Sindrome do Pânico, entre outros), demandas neurológica (Au smo, TDAH, Parkinson, entre outros), demandas odontológicas (bruxismo), entre muitas outras demandas. Consulte um profissional que possa te orientar. Por exemplo, um aspecto tão importante para o membro OCDS é o mundo do trabalho, conforme o site do Ministério da Saúde, as doenças mentais são a 3ª causa de afastamento de trabalho (h p://www.blog.saude.gov.br/index.php/promocao -da-saude/52979-transtornos-mentais-sao-aterceira-principal-causa-de-afastamentos-de-
t ra b a l h o ) . E a s s i m te m o s vá r i o s d a d o s d o adoecimento das pessoas nas diversas áreas, sejam elas: sociais, espirituais, psicológicas, ambientais e biológico. Diante mão, a qualidade de vida que a psicoterapia poderá proporcionar, tendo como ponto de par da o autoconhecimento e todo o trajeto do tratamento, ajudará a fortalecer o indivíduo promovendo suas resiliências nos diversos âmbitos da vida co diana, sejam eles: nas prá cas amadurecidas da vida religiosa, na educação, na saúde, na socialização, na integração profissional e vocacional. Portanto, o autoconhecimento e as possíveis
transformações que são promovidos tanto pela vida de oração, proposta por Santa Teresa, pelo processo psicoterápico e pela orientação espiritual são dis ntos em suas metodologias, seus obje vos e pelos envolvidos. Isto não significa que um não seja importante para outro e que não contribuam entre si, muito menos um anule o outro, porém, vale salientar novamente a dis nção entre eles e que todos ajudam na caminhada vocacional do Carmelita Descalço Secular. Portanto, podemos considerar que conciliando estas áreas podemos crescer como pessoa e sermos dons na igreja e no mundo.
Sugestão de Dinâmica:
VARIAÇÃO: pode-se alterar a consigna (exemplo: uma fruta, um esporte e uma música).
1. Nome da Dinâmica: UM CARRO, UMA FLOR, UM INSTRUMENTO MUSICAL. 2. Fonte: Yozo, Ronaldo Yudi. 100 jogos para grupos: uma abordagem psicodramá ca para empresa, escola e clínica. São Paulo: Ágora, 1996. 3. Material: Papel e caneta para cada par cipante. 4. Instruções: a. cada par cipante escreve no papel o nome de um carro, uma flor e um instrumento musical com que se iden fica; Nota: Ao escrever, ninguém deve ver o que consta no papel do outro. b. juntar todos os papeis, misturar e redistribuir; c. cada pessoa do grupo tenta iden ficar quem é quem; d. se acertar, o autor da escolha explica o porquê; e. se errar, explica-se no final; f. comentários.
Sugestões de vídeos no YOUTUBE sobre o assunto: Ÿ Tudo começa por um ponto | Personare
(h ps://www.youtube.com/watch?v=ezDksPAyFCk) Ÿ Autoconhecimento e busca da felicidade
(h ps://www.youtube.com/watch?v=TlmqHVtsZzk) Ÿ O que é psicoterapia? Como funciona?
(h ps://www.youtube.com/watch?v=r0MaOaky2PU) Ÿ Quando fazer psicoterapia em situações de
depressão e ansiedade? (h ps://www.youtube.com/watch?v=TrEV26T7UME)
Caso queira rar dúvidas pode entrar em contato por meio do seguinte email se iden ficando no tulo. Email: js.roberto@gmail.com MONTE CARMELO
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Congresso Voz da Igreja OCDS NNE
20 a 23 / JUNHO
São José, modelo dos carmelitas por João Vitor, ocds Comunidade São João da Cruz - São Luís/MA
Entre os dias 20 e 23 de junho de 2019, foi realizado o XIV Congresso Norte-Nordeste da OCDS, em São Luís (MA). Com o tema “São José, Modelo dos Carmelitas” e o lema “Eu queria muito persuadir todos a serem devotos desse Glorioso Santo” (Vida 6,7), os membros da OCDS e convidados regozijaram-se durante os dias do Congresso, em uma experiência de aprofundamento, meditação, oração e ação de graças a Deus pelos feitos grandiosos na Sagrada Família e, par cularmente, na vida do Glorioso Patriarca São José. A Comunidade São João da Cruz de São Luís (MA), organizadora do evento, recebeu os congressistas na Casa de Re ro Oásis, situada na respec va cidade. A solenidade de Corpus Chris foi celebrada na missa de abertura do Congresso, momento em que também Franciliane dos Santos Lima, membro da Comunidade São João da Cruz, fez suas promessas temporárias. Ao final da celebração, foram admi dos à Ordem dos Carmelitas Descalços Seculares Ana Mary Gomes Lima de Menezes, Terezinha de Jesus Dias Magalhães, Hugo Bernar de Azevedo Couto e Fhabyula da Silva Cunha Couto.
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Após a celebração eucarís ca, houve a abertura do XIV Congresso Norte/ Nordeste, cuja mesa foi composta por Frei Luís Fernando OCD, delegado provincial Norte-Nordeste; Irmã Maria Inês da Eucaris a OCD, Carmelo Santa Teresinha (Maceió/AL); Ana Stela de Almeida Silva e Mônica Maria Dodt Coelho, conselheiras provinciais; e Teresinha de Jesus Santos Costa, presidente da Comunidade São João da Cruz. Após as breves palavras animadoras de cada um dos mesários, cada comunidade que estava presente foi apresentada por Dávisson, animador do congresso.
No dia 21 de junho, iniciamos as a vidades com a celebração da Missa com Laudes. Posteriormente, nosso irmão Arthur (OCDS-Fortaleza) proferiu a palestra com tema “São José, homem de oração e silêncio”, no qual referiu São José como um “Carmelita por excelência” e como “modelo acabado da alma que quer penetrar cada vez mais no recinto da in midade divina”.
Luciano Dídimo, presidente provincial da Associação OCDS, presenteou-nos com o tema “São José e a San ficação do Trabalho”, apresentando-nos os fundamentos bíblicos e os documentos da Igreja sobre o trabalho como vontade de Deus.
Logo após, houve um momento de adoração ao San ssimo Sacramento, coordenado pela Ana Stela, durante o qual recitamos também as vésperas.
À noite, fomos agraciados pelo Colóquio Musical da Ir. Maria Inês da Eucaris a (OCDS), que junto com nossa irmã Cris na (OCDS-São Luís) e outros musicistas, apresentou seu repertório de 10 músicas, intercaladas por meditações e reflexões edificantes, transbordando o Carmelo em canções!
Durante a tarde deste mesmo dia, nossa irmã Izabel (OCDS – São Luís), convidou-nos a refle r sobre o tema “São José, guardião da família”, meditando sobre os aspectos humanos e divinos de São José no contexto familiar.
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No sábado, dia 22 de junho, iniciamos as a vidades com as Laudes, seguidas da primeira formação deste dia, ministrada pelo Giovanni (OCDS-Fortaleza), com o tema “São José, Patrono da Igreja”, que discorreu sobre a grandiosidade e san dade deste santo e seus tulos paternos, lembrando-nos que “São José, depois de Maria, é o maior de todos os santos” (Beato Pio IX).
passeio turís co, registramos a foto oficial do congresso e par cipamos da missa no santuário, retornando logo em seguida para o local onde estava sendo realizado o congresso. Durante a visita a São José de Ribamar, foi possível presenciar a apresentação folclórica de um bumba-meu-boi desta localidade.
Após o jantar houve o recreio carmelitano com o bumba-meu-boi da infância missionária e cada comunidade apresentou o tema junino de sua região. Depois, o Frei Luís Fernando, OCD, ensinou-nos sobre “São José no Carmelo”, desde quando surgiu a devoção a este glorioso santo, enfa zando o papel fundamental dos carmelitas nesta devoção.
Ainda pela manhã, ocorreu a reunião do projeto da nova província Norte-Nordeste. À tarde, fomos em excursão ao Santuário de São José de Ribamar, que fica na cidade que leva este mesmo nome, na região metropolitana de São Luís. Lá, fizemos um breve
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No domingo, dia 23 de junho, o despertar deu-se às 5:00 da manhã com fogos de ar cio, seguido de uma breve procissão em honra a São José, culminando com a celebração eucarís ca com Laudes, presidida pelo arcebispo Dom José Belisário da Silva, OFM.
Depois do café, dirigimo-nos ao Carmelo São José, que fica próximo ao local do congresso, onde fomos recebidos pelas monjas.
Ao retornar, vemos a úl ma palestra com o Frei Luís Fernando, OCD, que falou sobre “São José e Santa Teresa”, com uma riqueza de detalhes sobre o amor desta santa a este glorioso pai e mestre. Ao final, o presidente da província, Luciano Dídimo (OCDS-Fortaleza), fez as considerações finais e encerramos com grande alegria e júbilo este XIV Congresso Norte-Nordeste em honra a São José, animados ao cantar “Carmelita secular, canta e louva o Senhor, que fez maravilhas em !”
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Voz da Igreja CNLB
por Marcio Aparecido da San ssima Virgem do San ssimo Sacramento, ocds e Maria de Oliveira Vaz dos Santos, ocds Comunidade Nossa Senhora do Carmo - Goiânia-Goiás
Cerca de 450 pessoas par ciparam desse Encontro: leigos e leigas das diversas regionais da CNBB, com as delegações dos regionais, das organizações filiadas, entre elas a OCDS, bem como os convidados das associações laicais dos carismas congressionais, de movimentos e serviços e as novas comunidades. A abertura do Encontro foi com a Santa Missa presidida pelo Bispo Dom Derek Byrne, Bispo referencial do Laicato do regional Oeste 2 da CNBB, que na homilia falou da importância de dividir o pão e que Cristo é o pão da vida e a própria vida.
Nos dias 20, 21, 22 e 23 de Junho de 2019, aconteceu em Cuiabá – MT, o VII ENCONTRO NACIONAL DE LEIGOS E LEIGAS, com o Tema: Cristãos Leigos e Leigas na Igreja e na Sociedade: Um novo olhar e um novo agir. E com o Lema: “Eu vi, ouvi e desci!” (Ex. 3,7-8). Este Encontro teve como Metodologia: Vê, julgar e agir!
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Em seguida teve a Conferência de abertura: “Em tempos de Francisco, os desafios da Igreja e da Sociedade: luzes e esperanças”, proferida pelo professor Luiz Augusto Passos, que abordou os aspectos globais e locais que afetam e desafiam a vida dos Cristãos Leigos e Leigas na Sociedade e também na Igreja. A nossa importância na sociedade e dentro da Igreja, trabalhando principalmente em prol da sociedade. Como cristãos, temos como missão sermos fraternos com todos, inclusive com os seres vivos, com as plantas e com toda natureza, que nesse tempo do Papa Francisco, a família deverá ser nosso foco principal. Cada mini plenária foi dividida em pequenos grupos onde todos puderam falar e citar os gritos da sociedade e da terra hoje, foi citado diversas realidades de todas as regiões do Brasil, como os problemas relacionados a poluição das águas e alimentos com agrotóxicos, a situação dos índios no brasil, os problemas de relacionamentos familiares, que está tendo muita violência, desemprego, e vários outros gritos.
No segundo dia, logo após a oração da manhã, fezse a memória dos encontros anteriores, pela Marilza, em seguida foi a palestra: “Eu vi e ouvi o clamor do meu povo!” com o assessor Roberto Malvezzi, que fez uma reflexão sobre o nosso papel como igreja diante do que vemos e ouvimos dos clamores do povo, mostrando pelas passagens bíblicas que Deus desde o início vê, ouve e acompanha os clamores de seu povo. Deus é o mesmo sempre e que hoje também vê os clamores do seu povo. É um Deus sensível que a co m p a n h a e c u i d a d e s e u p o vo, d e s u a s necessidades, como exemplo, a transformação da água em vinho, ao ouvir o clamor dos noivos, Deus ouviu através de Jesus. A toda uma tradição bíblica de que Deus vê o clamor de seu povo. Devemos ouvir o clamor das mulheres, dos índios, da mãe terra e seguir o exemplo do Papa Francisco, que com seu jeito simples de ser traz o que a igreja deve ser. Depois foi dividido em pequenas plenárias para refle r e responder as seguintes questões: - Quais os gritos? Quem grita? - Com quem gritamos? (Contra quem ou o que gritamos).
Depois do lanche voltou para a grande plenária, na qual foi apresentado o resumo que foi falado nas pequenas plenárias.
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Em seguida teve a oração da noite e depois do jantar houve a assembleia, somente com os delegados, na qual teve a votação para a presidência e conselho do novo triênio, foram eleitos: Sônia Gomes (Regional Leste 2) como presidente, Rejane Gaia (Regional Nordeste 2) como vice-presidente, Márcio José de Oliveira (Regional Sul 1) como secretário geral, Aurenir Paiva (Regional Nordeste 4) como secretária adjunto, Luiz Everaldo (Regional Leste 2) como tesoureiro geral e como tesoureiro adjunto Carlos Oliveira (Regional Noroeste).
No terceiro dia, depois da oração da manhã foi proferida a palestra com o tema: “Eu desci para libertar”, com a assessoria de Roberto Malvezzi que destacou o despertar para a liberdade, e a presença de um Deus que acompanha, que possibilita vida e transformação. Um Deus que é próximo e ín mo da gente. Um Deus que vem ao nosso encontro como veio para o povo de Israel. Ele nos envia pessoas, desperta vocações e chamados. Ele conta com as mediações humanas. Todos nós temos que fazer o caminho pelo deserto, uns mais, outros menos. A vida é uma caminhada, e o mistério é a caminhada. Tem sofrimentos par culares e outros são sacri cios de pessoas sacrificadas. A luta libertária é uma luta permanente, um modo de ser, o cristão precisa tentar
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ser justo. O povo de Israel não experimentou o paraíso. Nosso processo libertário é permanente. Depois da sua fala, dividiu-se em grupo para responder as seguintes questões: Como é que a gente desce no meio do povo? Como ferver às necessidades que se manifestam? Logo foram encaminhadas as rodas de conversas, com as seguintes oficinas temá cas: DIREITOS HUMANOS; CASA COMUM / DIREITO À TERRA; IGUALDADE DE GÊNERO; POLÍTICAS PÚBLICAS; DIREITO À CIDADE; MUNDO DO TRABALHO; JUVENTUDE; MIGRAÇÕES E REFUGIADOS; EDUCAÇÃO E CULTURA; DESAFIOS DA VOCAÇÃO LAICAL NA IGREJA.
À tarde teve a apresentação do resultado dos trabalhos em grupos. As sínteses foram apresentadas pelos grupos. Foram destacados vários aspectos entre eles, a importância de nos aproximamos da Laudato Si, distribuição justa da terra, zelo da casa comum, fortalecer e ampliar a inicia va de educação, ampliar a par cipação do Laicato em comissões afim, criar uma comissão de direitos humanos no CNLB, atuar em
parcerias com universidades e outros locais, incluir direitos humanos no âmbito escolar, mudança de cultura popular, quebra de preconceitos, es lo de vida, mentalidade e sofrimento humano, violência, solidão e desemprego. Após a apresentação os grupos se reuniram para fazer uma síntese de tudo que foi discu do no encontro, para ser apresentado, para nortear o trabalho do CNLB nos anos de 2019 até 2022.
Dom Giovane Pereira de Melo, presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Laicato da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Presente no VII Encontro Nacional do CNLB. Em Sua fala disse que o CNLB é expressão, é unidade, é Comunhão e vivencias pelo ba smo espalhado pelo Brasil.
No início do encontro foi proposto por Beto (Regional Sul da CVX Brasil), a construção de uma moção ao Papa Francisco, e depois de algumas sugestões que foram acolhidas. Foi aprovada também uma emenda sobre os direitos e preservação dos territórios indígenas. Em seguida cada mini plenária apresentou o resultado sobre as diretrizes CNLB, para os próximos 4 anos. Os eixos são: ação social, juventude, formação, Casa Comum. Foi decidido que a próxima Assembleia Geral Ordinária do CNLB, será em São Luis do Maranhão. A missa de encerramento foi presidida por Dom Giovanni, bispo de Rondonópolis e referencial do Laicato do Brasil. Que deu a benção e enviou em missão a nova equipe eleita. Dom Giovani, abençoou, com a benção de São Sebas ão, São Gonçalo e Nossa Senhora do Rosário.
À noite teve uma Confraternização como: A Noite do Bem Viver, com comidas Típicas da Região e das Festas Juninas, com a Apresentação de grupo de Cuiabá, com cantos e danças próprios da região. MONTE CARMELO
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Notícias Voz da Igreja
COMUNIDADES COMPARTILHAM SUAS ATIVIDADES ATRAVÉS DOS GRUPOS DE WHATSAPP
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Reunião da Comissão de Controladoria - OCDS.
Missão da Semana Santa no Vale do Jequi nhonha.
Grupo Caminho do Monte Carmelo (Cachoeiro-ES) celebrando Corpus Christ no Carmelo São Jose.
Comunidade São José - Sete Lagoas/MG em Missão Social aos irmãos em condição de rua.
Pascoella das Comunidades de Minas Gerais.
Reunião ordinária do Grupo Vinha do Senhor.
Re ro anual da Com. Sta Teresa de Jesus/ RJ.
Com. Flor do Carmelo de Sta Teresinha – Fort/CE.
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Celebração de Admissão na Comunidade Santa Teresinha do Menino Jesus em Campinas, SP.
OCDS e OCD de Fortaleza/CE par cipam da Celebração de Corpus Chris .
O Grupo Nossa Senhora do Sorriso Natal/RN comemora o São Joao.
Reunião de Formação e Renovação das Promessas da Comunidade Rainha do Carmelo de Fortaleza/CE.
Pascoela da Com. Sta Teresinha do M.J. (Cara nga) e Grupo Elisabete da Trindade (Cel. Fabriciano) com Frei Wilson e Frei Marlon, ocd.
Re ro da Comunidade Santa Teresinha do Menino Jesus – Cara nga e Grupo Elisabete da Trindade – Cel. Fabriciano.
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Divulgação Voz da Igreja
COMUNIDADES COMPARTILHAM SUAS ATIVIDADES ATRAVÉS DOS GRUPOS DE WHATSAPP Os membros da OCDS que desejarem entrar nos grupos de WhatsApp, podem enviar suas solicitações para João Paulo: (85) 98805.3474. OCDS PROVÍNCIA SÃO JOSÉ Grupos de WhatsApp da OCDS da Província São José: NOSSOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO, confira... h p://ocdsprovinciasaojose.blogspot.com/
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