Revista Virtual Monte Carmelo - OCDS - Nº 158 - Mai/Jun - 2018

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Mai/Jun de 2018 - Nº 158

Tudo te ofereço, Senhor, tudo quanto há em mim: as alegrias da minh'alma, as agonias sem m. Tudo te ofereço, Senhor: meus trabalhos, meus pesares, as notas dos meus cantares que de sempre elevo para Ti. Tudo quanto há em mim, tudo te ofereço, Senhor, para que se faça em mim o que te agradar, meu Deus. Toda inteira e sem reserva, faz que eu chegue a subir, para estar contigo sempre mesmo que custe 'morrer'”.

Pag. 04 CNLB Assembleia do Laicato do Brasil

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PALAVRA DO PRESIDENTE 15 Anos da Provínvia São José Pag. 13


EXPEDIENTE

Revista Virtual Monte Carmelo, nº 158 158 (Mai/Jun de 2018)

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EDIÇÃO: Comissão de Comunicação da OCDS Província São José

EDITORIAL

Palavra do Coordenador SANTO(A) DO MÊS

Chiquitunga - Beata CNLB

Assembleia do Laicado do Brasil PALAVRA DO PRESIDENTE

15 anos da Província São José NOTÍCIAS

Comunidades/Grupos OCDS EVENTOS

Escola de Formação MARKETING

Livros de Formação OCDS

COORDENADOR: João Paulo Matias Paiva EQUIPE DE REDAÇÃO: João Paulo Matias Paiva Giovani Carvalho Mendes Luciano Dídimo C. Vieira Rosemeire Lemos Piotto Wilderlânia Lima COLABORADORES: Werbert Cirilo Gonçalves REVISÃO EDITORIAL: Artur Viana do Nascimento Neto ARTE E DIAGRAMAÇÃO: Wilderlânia Lima do Vale


Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo! Para sempre seja louvado.

Queridos irmãos e irmãs da OCDS, OCD e demais leitores, Com alegria trazemos a vocês mais uma edição de nossa Revista Virtual Monte Carmelo. Nesta ocasião, nosso irmão Giovani Mendes, na seção Santo do Mês, nos apresenta um pouco mais da Beata Maria Felícia de Jesus Sacramentado (Chiquitunga), a primeira beata paraguaia, bea ficada em 23 de junho de 2018. A XXXVII Assembleia do Conselho Nacional do Laicato do Brasil, ocorrida em Belo Horizonte, nos é relatada por nossos irmãos Luciano Dídimo e Werbert Cirilo Gonçalvez que ressaltam a dimensão da “Igreja em Saída”, um convite do Papa Francisco. Não deixamos também de registrar a alegria de celebrarmos os 15 anos da ereção canônica da Província São José. Ressaltamos ainda o Fórum Santa Teresinha que ocorrerá de 15 a 18 de novembro de 2018 em Aparecida/SP. Esperamos encontrar todos os membros da família carmelitana para celebrarmos também os 100 anos da OCDS no Brasil. Convidamos todos a acompanhar as no cias das comunidades e grupos OCDS na Seção No cias, onde percebemos a alegria de ser carmelita. Desejamos a todos uma boa leitura e até a próxima edição. Dúvidas e/ou sugestões de matérias encaminhar email para no ciasocds@gmail.com

Um grande e fraterno abraço!


Beata Maria Felícia de Jesus Sacramentado, ocd

por Giovani Mendes, ocds Comunidade Flor do Carmelo de Sta Teresinha Fortaleza/CE

Maria Felícia Guggiari Echeverría nasceu a 12 de Janeiro de 1925 em Villarrica del Espíritu Santo, no Paraguai, sendo a primogênita de sete filhos do casal Ramón Guggiari e Maria Arminda Guggiari Echeverría. Foi ba zada, somente, no dia 28 de Março de 1928, contava já três anos e dois meses, juntamente com os seus irmãos Maria Teresa (Manhica) e Frederico (Freddy), na Catedral de Villarica. Os seus padrinhos foram Luís Rufinelly e Maria Arminda Guggiari. Era fisicamente pequena, mo vo pelo qual o seu pai apelidou-a de “Chiquitunga” (pequerrucha, em guarani). Foi dotada de esplêndidas qualidades humanas e espirituais. Era muito alegre, sociável, prestável, modesta e muito simples. Aos cinco anos ingressou no Colégio “Maria Auxiliadora”. Desta época, conta-nos a sua mãe a seguinte anedota: “Num dia de muito frio, Chiquitunga voltou da escola ritando de frio porque nha dado o seu casaco a uma menina pobre. Uma das suas irmãs denunciou-a ao pai, porém ela respondeu: 'Estás a ver, paizinho! Eu não sinto frio!' E repe a esfregando as mãozinhas pelos braços nus e ritantes”. Episódio significa vo que revela o caráter desta menina que encontrava a sua felicidade na

par lha com os outros. O amor dá e dá-se. O seu pai, homem reto, honesto, bom e de carácter irrepreensível, não era muito ligado à religião e à Igreja, embora grande respeitador. A sua mãe, mulher cristã, forte e firme, de grandes valores morais, soube como ninguém educar os seus filhos, preparando-os para serem na vida exemplos de coerência. Chiquitunga teve uma boa família e uma boa educação. A sua formação religiosa e espiritual foi solidificada no colégio católico que frequentou, sob a orientação das religiosas, chamando à atenção, desde pequenina, pela sua piedade. A 08 de Dezembro de 1932, recebeu pela primeira vez Jesus Eucaris a na Catedral de Villarrica,. Deste dia recordará anos mais tarde: «Nunca se apagará da minha mente a lembrança do dia mais feliz da minha vida, o dia da primeira união com o meu Deus e o ponto de onde surge minha resolução de ser cada dia e melhor». Em 1937 iniciou os estudos liceais na Escola Normal nº 2 “Manuel Gondra”. Ingressou na Ação Católica em 1941. Em 1942 obteve o tulo de Mestra Nacional. Recebeu o Sacramento da Confirmação na Catedral de Villarica em 1945. Na Ação Católica, Chiquitunga encontrou um ideal e um obje vo que orientou toda a sua vida, tendo trabalhado, com dedicação e amor, incansavelmente, num apostolado a vo e abrangente. Fez uma verdadeira consagração da sua vida, do seu ser, do seu tempo, ao apostolado: “Não quero passar agora


adiante sem relembrar que hoje completo 10 anos, senão me falha a memória, da minha 'Consagração ao Apostolado', a graça que, depois do Ba smo e da Eucaris a, é a maior e a mais sublime com que Deus me presenteou”. Uma alma de fogo que ateava outros fogos. Seu coração estava aberto a todos os necessitados material ou espiritualmente: idosos, doentes, abandonados, presos, marginalizados pela sociedade: «Eu vi-me mais de uma vez a andar tranquila, percorrendo lares, prodigando nem que seja um sorriso como fruto espontâneo da graça palpitante nas nossas almas... Ser apóstolos, Senhor, que lindo sonho!» O ideal que a animava: o intenso apostolado, o fazer o bem nha origem no seu profundo amor por Jesus Cristo, a quem se decidiu entregar, sem meias medidas, no estado de vida que Ele quisesse. O seu amor por Ele, cul vado na in midade da oração e na par cipação diária na Eucaris a, cons tuía o centro da sua vida espiritual: «Hoje, no entanto, renovo perante Ti, Jesus Hós a, este desejo sincero e ín mo de imolar a minha vida em prol do Teu amor». A Virgem Maria ocupava um lugar muito importante na vida de Chiquitunga. Chamava-a de “Minha Mãezinha”: «Somente quero pertencer-te, Mãezinha, para que Tu, tomando-me pelas mãos, como a uma pequenina, me leves a Ele, o único, o exclusivo amor do meu coração». O seu lema de vida: “TUDO TE OFEREÇO, SENHOR”, que ela representava como “T2OS”, qual “forma química” para a felicidade, sinte za a sua vida de entrega a Deus, numa consagração total do seu ser a Jesus Cristo, Seu Filho dile ssimo, deixando-se guiar pelo Espírito Santo, a fim de cumprir sempre a Sua santa vontade. O seu ideal está sinte zado na seguinte poesia que ela escreveu: “TUDO TE OFEREÇO, SENHOR… Tudo te ofereço, Senhor, tudo quanto há em mim: as alegrias da minh'alma, as agonias sem fim. Tudo te ofereço, Senhor: meus trabalhos, meus pesares, as notas dos meus cantares que de sempre elevo para Ti. Tudo quanto há em mim, tudo te ofereço, Senhor, para que se faça em mim o que te agradar, meu Deus. Toda inteira e sem reserva, faz que eu chegue a subir, para estar con go sempre mesmo que custe 'morrer'”. Quando, em fevereiro de 1950, se transladou com a sua família para Assunção, fez sem tardar três coisas: con nuar a estudar para obter o grau de professora, procurar emprego com o qual pudesse ajudar a família e incorporar-se na Ação Católica da

capital. Ingressou na Escola Normal nº1 de Professores e entre 1951 e 1952 exerceu o magistério na Escola paroquial dos Padres Redentoristas.

Em 1950, Maria Felícia conheceu Ángel Sauá Llanes, um jovem estudante de medicina e dirigente da Ação Católica e foi tal a comunhão de almas, par lhando o mesmo ideal, que surgiu entre eles uma profunda amizade e um amor pleno e puro. A par r de então passavam os domingos juntos visitando os pobres. Chiquitunga sen a um apelo para se


consagrar totalmente a Deus, mas conhecendo este jovem, ela mesma pensou se Deus a chamaria ao matrimônio. Tendo falado com o seu diretor espiritual, e com o seu aval seguiu em paz. O natural teria sido que a amizade entre os dois jovens, com aquele amor tão puro, tal como pensavam as suas famílias, acabasse em casamento, porém não foi assim. Ángel par lhou com Chiquitunga a sua determinação de seguir o sacerdócio assim que terminasse os seus estudos em Madrid. Ela compreendeu perfeitamente, aceitou e apoiou-o incondicionalmente. Estava pronta a abdicar daquele amor, por um Amor maior, por Aquele que é capaz de preencher todas as fibras do coração humano com o n d a s d e fe l i c i d a d e eterna. Num ato de heroísmo sem igual, s e p a r a m - s e , empreendendo ele o caminho do sacerdócio e ela o da vida religiosa. No seu diário escreveu: “ M u i t a s v e ze s n h a concebido isto que agora, Senhor, é maravilhosa realidade: Que lindo seria ter um amor, renunciar a esse amor e juntos imolálo ao Senhor em prol do ideal”. Um amor que foi sublimado em prol de um amor maior. E não se pense que seguiram a vida religiosa por desgosto, pois a sua decisão foi consciente, de comum acordo e em ambos os casos trouxe-lhes paz e felicidade, mesmo com sofrimentos, pois não eram insensíveis um ao outro. Que nobreza e que coragem a destes jovens na sua fidelidade de seguirem o chamamento de Deus! Sauá escreveu posteriormente: “a nossa relação se sublimou num verdadeiro amor mís co, privado de toda a componente eró ca e, conscientemente, concordamos em apresentar a nossa situação no ambiente familiar e social que nos rodeava, como se fosse uma normal relação sen mental entre dois jovens da nossa idade. Assim, por exemplo, uma vez, depois de termos doado o nosso sangue para uma

intervenção cirúrgica de uma doente cancerosa, a Chiquitunga escreveu-me uma comovedora carta, na qual dizia que o nosso sangue que devia misturar-se nas veias de um filho, havia-se misturado no coração dum pobre”. Na véspera da par da de Sauá para Madrid, fizeram diante de Deus o compromisso de separação. Como lembrança, Chiquitunga deu a Ángel um desenho dela mesma abraçada à Cruz, entregando-o a Jesus para ser um santo sacerdote. Ele, por sua vez, ofereceu-lhe uma pulseira de prata com o nome de Mieke que era o nome carinhoso com que ele a tratava. Maria Felícia, no seu desejo de viver o lema da sua vida: “tudo Te o f e r e ç o , S e n h o r ”, começou a indagar-se onde se encontraria o lugar onde poderia realizar essa entrega total da sua vida: «Neste momento, em que como nunca, com um ardor inigualável, quisera dar-me, sem medida, Jesus, Mestre amado, Esposo da minha alma. Tu que conheces as minhas ânsias de apostolado, de zelo pela salvação das almas, ajuda-me: que eu saiba onde queres que eu consagre integralmente todo o meu ser!... Por um lado, está a ânsia de entregar-me, em corpo e alma, ao Divino Esposo num convento, onde sem cessar, possa louvá-Lo, reverenciá-Lo e servi-Lo... e, por outro lado, a necessidade do apostolado leigo: estar em todos os ambientes e a todo o momento.» O Senhor foi guiando-a na sua busca. No dia 20 de agosto de 1952, deu-se um encontro providencial entre Maria Felícia e a Madre Teresa Margarida, prioresa das Carmelitas Descalças de Assunção, no Hospital Espanhol, onde esta se encontrava hospitalizada. Tinham-lhe sugerido, ela hesitou, mas, l á a ca b o u p o r i r. N o s e u d i á r i o e s c reve u : «Francamente eu não queria ir, mas Deus ajeitou tudo e, graças a isso, hoje conto com uma mãe». A madre teve a oportunidade de conhecê-la e acompanhá-la no momento de dúvidas pelo qual ela


estava a passar. No mês de janeiro de 1954, saiu dum re ro resolvida a entregar-se inteiramente a Deus como carmelita descalça. Na manhã do dia 02 de fevereiro de 1955, Festa da Apresentação do Senhor, repleta de fervor, ingressou no mosteiro das

carmelitas descalças de Assunção. Chiquitunga escreve: “Fazem exatamente 18 dias de constantes e ininterruptas horas de gozo neste santo Carmelo, no qual Deus nosso Senhor, com infinita misericórdia, me elegeu, e tremo, de verdade, ao dizer esta palavra, conhecendo-me ruim e pecadora como sou”. Terminado o período de postulantado, no dia 14 de agosto de 1955, teve lugar a cerimónia da sua tomada de hábito. Reves da do seu ves do de noiva, desposou-se com Jesus, recebendo o hábito carmelita e o nome de Irmã Maria Felícia de Jesus Sacramentado. A sua Profissão simples teve lugar no dia 15 de Agosto de 1956, fazendo os seus votos temporários, por três anos, nas mãos da Madre Teresa Margarida do Sagrado Coração. A Madre Teresa Margarida resumiu em poucas palavras a a tudes da Irmã Felícia desde o início da sua entrada no Carmelo: “grande espírito de sacri cio, caridade e generosidade, tudo envolvido em grande mansidão e comunica va alegria, sempre viva e brincalhona». Na sua vocação contempla va do Camelo oferecia-se pelos sacerdotes. “Can nho alegre, pedaço do céu, cela do Carmelo quero em morrer. Dizem que o silêncio é de Deus morada, quando acompanhado vai de soledade: silêncio na mente, silêncio nos lábios, soledade do mundo, de homens soledade”.


Aproxima-se o momento de encontrar o Amado face a face... No dia 9 de janeiro de 1959 foi internada no Hospital da Cruz Vermelha, por se encontrar doente com uma hepa te infeciosa. De lá escreveu: “Já espero por Jesus. Queria encher-me somente do Seu amor e não viver senão para Ele. Só desejo cumprir a Sua vontade, não quero outra coisa...”. Nesse mesmo mês, a sua irmã Manhica morreu com a mesma doença. No dia 22 de março teve alta e pôde voltar para o mosteiro. Porém, no dia 26, domingo de Páscoa, o seu irmão Frederico (Freddy), médico, diagnos cou-lhe “púrpura” e foi novamente hospitalizada. Na madrugada do dia 28 de abril de 1959, acompanhada pela prioresa, pela família e sobretudo pelo irmão médico que cuidou permanentemente dela, estando iminente o fim, a Irmã Felícia pediu que lhe lessem o poema “Morro, porque não morro”, de Santa Teresa de Jesus. Recostada nas almofadas parecia dormir. Mas, de repente, ergueu-se com uma energia fora do comum exclamando: “Paizinho querido, que feliz eu sou! Que grande é a religião católica! Que dita o encontro com o meu Jesus! Sou muito feliz!” E sem desaparecer o seu sorriso balbuciou: “Jesus eu Te amo! Que doce encontro! Virgem Maria!”. E entregou a sua alma ao Criador. Eram 4 horas e 10 minutos. Chiquitunga nha, então, 34 anos de idade. As exéquias foram uma manifestação espontânea, e, em boa parte, inesperada, da sua fama de san dade. O comentário que se ouvia entre as pessoas era: “morreu uma santa”. No dia 30 de maio de 1997 o arcebispo de Assunção, Dom Felipe San ago Benítez, solicitou a introdução da causa de canonização da Irmã Felícia. A 13 de dezembro de 1997 deu-se a abertura do

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Processo Diocesano em Assunção. Por ocasião do reconhecimento canônico dos restos mortais de Chiquitunga, observou-se que dentro do crânio havia "algo" solto. Ao ser aberto, para espanto dos presentes, foi encontrando seu cérebro incorrupto. Estava como que "desidratado", de coloração marrom escura, reduzido de tamanho, mas, conser vava ainda anatomia perfeitamente percep vel. Sendo, posteriormente, colocado à veneração em um relicário. No dia 28 de abril de 2000, foi concluído o Processo Diocesano que foi enviado para Roma no dia 8 de maio de 2000 e entregue à Congregação para a causa dos Santos no dia 10 de maio. No dia 22 de fevereiro de 2002 foi assinado o Decreto de Validade do Processo Diocesano e foi nomeado um Relator. No dia 6 de março de 2018 o Papa Francisco autorizou a publicação do decreto do milagre para a bea ficação. O milagre para a bea ficação ocorreu no dia 15 de agosto de 2002. As testemunhas contam o fato ocorrido com o pequeno Ángel Domínguez quem nasceu morto e, sem intervenção médica alguma, ressuscitou através de um milagre ob do pela intercessão de Chiquitunga, a pedido de uma enfermeira presente no momento que a criança nasceu morta.


Maria Felícia de Jesus Sacramentado, a primeira Beata paraguaia, foi solenemente bea ficada no estádio Pablo Rojas no dia 23 de junho de 2018, em belíssima e par cipadíssima Missa, com a presença de 60.000 fiéis, transmi da pela televisão e pela internet para todo o mundo. Os restos mortais da Irmã Maria Felícia foram levados pelo Frei Romano Gambalunga, postulador geral dos Carmelitas Descalços, para o Va cano, para estudo e conservação e regressaram ao Paraguai para a bea ficação. Aquela que foi carinhosamente apelidada de Chiquitunga, pela sua pequena estatura, vai receber a maior honra humana: o reconhecimento da sua san dade que revela a grandiosidade da sua alma. Chiquitunga, roga por nós!

Oração para dar graças a Deus pela bea ficação de Chiquitunga e para impetrar-lhe a intercessão: San ssima Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo, que Vos alegrais em fazer a Vossa morada no coração dos homens: nós Vos damos graças por terdes derramado na Beata Maria Felícia de Jesus Sacramentado o fogo do Vosso amor, levando-a a doar sua juventude no apostolado laical e a imolar-se por todos na vida contempla va do Carmelo. Nós Vos louvamos e bendizemos, porque, com a sua vida exemplar, nos manifestais a Vossa bondade de Pai e Amigo e nos revelais as exigências do verdadeiro amor. Pedimos-vos que nos concedais por sua intercessão a graça que Vos suplicamos, se for para Vossa maior glória e bem das almas. Amém.

Nota: O texto acima foi fruto de revisão, adaptação e complementação de um texto básico, em forma de "apresentação de slides" em Power Point, feito por Antônio José Gomes Machado, ocds, da Comunidade Stella Maris do Carmelo Secular do Porto, Portugal. Foram feitos por mim vários acréscimos ao texto base...

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CNLB

por Luciano Dídimo, ocds Presidente da Província São José - OCDS

por Werbert Cirilo Gonçalves Teólogo e Doutorando em Ciências da Religião

Entre os dias 31 de maio a 03 de junho de 2018, em Belo Horizonte – Minas Gerais, cristãos vindos dos 18 Conselhos Regionais do Laicato do Brasil se reuniram em assembleia para compar lhar experiências, vivências, organizar os trabalhos e, sobretudo, celebrar o tema: “Cristãos leigos e leigas, sujeitos na Igreja em Saída, a serviço do Reino”. Com este enunciado, as diversas comunidades religiosas são animadas e inseridas na mís ca do Ano do Laicato que tem como lema: “Sal da terra e Luz do Mundo” (Mt 5,13-14).

O Ano do Laicato, inaugurado com a solenidade de Cristo Rei (2017), se apresenta como tempo favorável para a reflexão e conscien zação sobre o papel, a missão e a importância dos leigos e leigas na Igreja e no mundo, como sinalizaram o Concílio Va cano II, a Conferência de Aparecida (2007) e o Documento 105 da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil). Nestes dias de assembleia, vemos a oportunidade de compreender que uma “Igreja em Saída” é uma “Igreja em encontro”, e esta é a mís ca subjacente à celebração do laicato brasileiro. Trata-se de uma Igreja que é Povo de Deus em comunhão e missão; que se encontra internamente ao sentar em torno da mesa da Palavra e da mesa Eucarís ca, mas que também se realiza ao se levantar e lutar pela par lha do pão de cada dia; que não impõe muros às suas prá cas e que se reconhece numa casa comum;


que não peregrina sozinha e é sensível a tantas causas sociais e humanas; que não se faz de proseli smo, senão de testemunho e amor. E, desta forma, uma Igreja que milita por jus ça social e que promove a construção de uma sociedade fraterna. Neste sen do, a mís ca de uma “Igreja em Saída” tem como modelo: Jesus Cristo. O homem de Nazaré foi aquele que viveu “profundamente” o encontro. Ao caminhar pelas vilas e cidades de Israel, esteve com todos, preferencialmente com os pobres e excluídos. Ele esteve no Templo, nas ruas e nos recantos, aproximou do mundo daqueles que ninguém queria se aproximar, denunciou as injus ças dos poderes opressores e anunciou a alegria do Reino. Do mesmo modo que elevou a vida dos pequeninos com a saudação das bem-aventuranças, anunciou a tarefa de cada um como “Sal da terra e Luz do mundo”.

Esta é também a dignidade do laicato: sujeitos na “Igreja em Saída” que ousa transpor as cercanias da comunidade religiosa para ser sinal de esperança na sociedade, sobretudo, em tempos de uma crise (civilizatória, moral, social, polí ca, econômica, ambiental, etc.) que não é “passageira” ou pontual. Todavia, nestes dias de Assembleia, onde rezamos, nos emocionamos e recordamos a vida de tantos már res leigos brasileiros, redescobrimos que, diante de uma sociedade em crise profunda, deve ressurgir em cada um de nós o profe smo. O nosso encontro ficou também marcado por uma palavra-chave: “esperançar”. Ao tornar a “esperança” verbo, foi possível sinalizar que o nosso profe smo se propõe a ação de encher o coração do nosso povo da verdadeira espera. Ela significa que a nossa organização e a nossa união fraterna em torno de uma causa comum é capaz de vencer os sinais de morte em tempos tão di ceis. Para nós cristãos, a espera nos remete ao Cristo que se pôs a caminho, anunciou a libertação dos ca vos e transformou a realidade social de muitos que viviam à margem da

estrada (Mc 10,46). Por isso, uma “Igreja em Saída” tem a tarefa de ser sacramento de esperança no mundo, que ilumina as trevas dos desesperados e que tempera com alegria a vida dos desgostosos.

Assim, esperançar significa uma ação em vista da efe vação do sonho de uma realidade mais justa; também comporta uma atenção especial aos novos areópagos. Com esta expressão u lizada por Bento XVI e retomada pelo Papa Francisco, que recorda a mensagem acessível de Paulo aos gregos no Areópago de Atenas em At 17, a Assembleia assumiu o compromisso de convocar os leigos dos respec vos regionais a levar a esperança (luz e sal) aos sete novos areópagos: a família, o mundo da polí ca, as polí cas públicas, o mundo do trabalho, a cultura e a educação, o mundo das comunicações, a casa comum. Com isso, também propomos a reflexão sobre a promoção da cultura da paz e a superação da violência, a economia e a auditoria cristã da dívida pública, o mundo urbano e o direito à cidade, levando em conta o protagonismo das mulheres e as relações: Igreja-sociedade e clero-laicato.


A assembleia também reforçou as duas opções preferenciais: pelos pobres e pelos jovens. Estes es veram representados pelos estandartes e bandeiras de movimentos sociais, pelo testemunho das en dades filiadas e pela voz da juventude dos regionais que se comprometeram na conscien zação de outros jovens leigos sobre a sua vocação eclesial na sociedade.

Vale dizer que cada regional apresentou, em resumo, as ações em relação aos seminários de estudo sobre o laicato e as agendas a respeito da semana missionária “Igreja em Saída”. Todos se empenharam em divulgar a Car lha sobre a “auditoria cidadã da dívida pública” e exigir aos candidatos a inserção desta pauta nos seus programas de governo. Com isso, Dom José Eudes Campos do Nascimento (bispo de Leopaldina – MG e referência do laicato do Regional Leste 2), os delegados dos Conselhos Regionais, representantes das organizações filiadas e demais presentes escreveram um Manifesto em relação à atual conjuntura polí ca brasileira, sobre os desmontes dos direitos conquistados e as reformas desastrosas.

Um dos momentos mais bonitos e significa vos da Assembleia foi a entrega de um estandarte a cada presidente dos regionais do CNLB: momento feito com muita dança e espiritualidade. O Conselho Regional do Laicato do Leste 2 (cons tuído pelas 32

dioceses de Minas e do Espírito Santo) quis compar lhar com os outros conselhos regionais as caminhadas com os estandartes realizadas nas suas comunidades eclesiais. O estandarte representa a cultura, a religiosidade e a fé do povo mineiro. Aqueles que receberam este presente foram convidados a também caminhar pelos seus territórios eclesiais levando a mensagem do ano do laicato e o estudo do Documento 105. Enfim, saímos todos com os corações plenos em esperança e mo vados a ser uma autên ca “Igreja em saída”, ainda mais porque esta Assembleia nos possibilitou iden ficarmos os passos dos outros irmãos leigos ao lado das nossas pegadas. “Presente! Não estamos sozinhos na caminhada”! Em nossas mãos, levaremos o estandarte do Cristo que aponta que a Igreja se faz de encontro, especialmente com os que estão no mundo sofrendo as mazelas da falta de amor, das corrupções e injus ças sociais. Aliás, o que levamos é a alegria do nosso serviço em prol do Reino e que implica, como nos diz a poesia e o canto do irmão Zé Vicente, que: “Uma nova consciência, nossa festa vai gerar. Comunhão nas diferenças, vida nova faz brotar. Uma festa tão bonita lembra o céu aqui no chão: Deus conosco festejando nosso amor, alimentando minha vida, povo irmão”.


por Luciano Dídimo, ocds Presidente da Província São José - OCDS

No dia 17 de maio de 2018 celebramos os 15 anos de ereção canônica da nossa Província São José, ocorrida no Capítulo Geral da Ordem no ano de 2003. A Província São José debuta em um ano muito especial para a OCDS, ano em que esta celebra os 100 anos de sua presença no Brasil a par r da segunda vinda dos frades carmelitas descalços ao país e ano em que a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil ins tuiu como Ano Nacional do Laicato, sob a luz do pedido do Papa Francisco, de fazer crescer “a consciência da iden dade e da missão dos leigos na Igreja”. Portanto, como OCDS e como Província, temos muito agradecer por todo o caminho percorrido até aqui e por tudo o que já foi construído pelos que nos antecederam.

Cabe agora a nós a responsabilidade de cul var o que já foi plantado e con nuar semeando, podando e distribuindo os frutos de nosso carisma para a Igreja e para a sociedade humana. Cabe a nós, frades, monjas e seculares, que somos e fazemos a Província São José, aprendendo com os erros e acertos do passado, prosseguir a nossa caminhada com ousadia e determinada determinação, vivendo com fidelidade a nossa vocação! Cabe a nós, que somos a família carmelitana, buscar a centralidade de nossas vidas no Filho, abandonados na vontade do Pai, entregues à condução do Espírito e confiantes na intercessão amorosa de nossa Mãe do Carmo e de todos os santos do Carmelo! Parabéns pelos 15 anos da nossa Província São José!

Parabéns pelos 100 anos da nossa OCDS!


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Comunidade Santa Teresinha, da OCDS de Cara nga/MG, promoveu manhã de formação com nosso Provincial Frei Afonso, ocd!

Renovação das promessas da Com. São José de Santa Teresa de Fortaleza-CE no dia de São José Operário, baluarte da Comunidade!

Casal Giovani e Danielle, da Com. Flor do Carmelo de Sta Teresinha, em missão no Grupo Sta Teresinha, da OCDS de Quixadá/CE!

Fundação do novo grupo da OCDS "Carmelo, Donum Dei" - Salvador-BA, com a presença da Conselheira Provincial Marisa Ribeiro!

Fundação do novo Grupo da OCDS "Viver de Amor", em Oliveira/MG com a presença da Conselheira Provincial Marisa Ribeiro.

Comunidade Santa Teresinha, da OCDS de Passos-MG, parabeniza Frei Pierino Orlandini, ocd pelos seus 48 anos de sacerdócio!

Re ro anual da Comunidade Santa Teresa de Jesus, da OCDS do Rio de Janeiro/RJ!

Reunião da Comunidade São João da Cruz, da OCDS de Ibiapina/CE!

Encontro da Conselheira Provincial Ruth Vieira com a Com. São João da Cruz, de Belo Horizonte/MG!


Membros do Grupo São José de Petrópolis-RJ, par cipam do Congresso Jovem promovido pela Diocese, com a presença do Delegado Provincial Frei João de Deus, ocd!

Re ro anual ministrado pelo Delegado Provincial Frei Luís Fernando Negrão, ocd, com a par cipação de membros do Grupo Nossa Senhora do Sorriso, da OCDS de Natal-RN!

Formação conjunta das Com. Sagrada Face de Varginha/MG, e Santa Edith Stein de Três Pontas/MG, com Frei Pierino, ocd sobre o Documento 105 da CNBB!

Momento do recreio carmelitano na Comunidade Rainha do Carmelo, da OCDS de Fortaleza/CE!

Comunidade Flos Carmeli, da OCDS de Bananeiras/PB, comemora aniversário de oito anos!

Grupo Vinha do Senhor, da OCDS de Ribeirão Preto/SP celebrou dois anos de sua fundação!

Re ro da Com. N. S. do Carmo e Santa Teresa de Jesus, da OCDS de São Paulo/SP, com a presença de Frei João de Deus, ocd, Delegado Provincial para a OCDS!

Confraternização do Grupo Caminho do Monte Carmelo, da OCDS de Cachoeiro/ES com as monjas no Carmelo São José e familiares!

Comunidades da OCDS do Ceará (Fortaleza e Quixadá): reuniram-se com as monjas do Carmelo Santa Teresinha para celebrar a Pascuella!

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Grupo São José, da OCDS de Petrópolis-RJ, preparando o tapete para a solenidade de Corpus Chris e!

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Reunião do Grupo Chiquitunda, da OCDS de Senhor do Bonfim/BA!

Re ro do Grupo Nossa Senhora do Sorriso, da OCDS de Natal/RN, com Frei Cleber dos Santos, ocd!

Presidente provincial da OCDS Luciano Dídimo, acompanhado das conselheiras provinciais Ruth Leite e Liliane Rocha, deu formação sobre a OCDS para os frades estudantes do Convento São João da Cruz em BH-MG!

Formação da Comunidade Maria, Mãe e Rainha do Carmelo, da OCDS de São Paulo/SP (Jabaquara) com o tema "Oração Teresiana", com a presença da Conselheira Provincial Haidê Zakaib e do vocacionado Álaf.

Missão social da Comunidade São José, da OCDS de Sete Lagoas/MG!

Dia de lazer junino das comunidades da OCDS de Fortaleza/CE.


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Centro de Eventos Padre Vitor Coelho de Almeida (Santuário Nacional de Aparecida - Aparecida, SP.

Inscrições até Agosto R$ 400,00 Podendo ser parcelado A par r de Setembro O valor será R$ 500,00

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“Sal da terra!” Ser, ser sabor, ser comida, ser vida diluída, multiplicada, escondida. Sal da terra! Ser presença discreta, quase perdida, despercebida, perdida no meio da massa, presença gostosa na história. Sal da terra! Ser sabor, alegrar, anunciar, sem forçar, sem ofuscar. Ser ecaz, sem violentar. Sal, presença gostosa no meio da massa, presença inserida no meio do povo. Sal da terra! Ser em missão, força que age por dentro. Sal, “vida perdida”, vida encontrada. Sal, presença que é gosto, presença que é oferta, presença que é pão, presença que é Hóstia. presença que é vida, vida que é sal, presença que é sal. Sal da terra! Vida humana doada, vida que é Páscoa na terra. Frei Pierino Orlandini

SAL DA TERRA


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