Revista OCDS - Província São José
Jan/Fev de 2017 - N° 150
Monte Carmelo pag.
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OCDS presente no
VI Capítulo dos Frades Carmelitas Descalços da Província São José
VOZ DA IGREJA I Ano Santo Mariano no Brasil
Pag 08
TEMPO LITÚRGICO A Quaresma para a OCDS pag 16
COMISSÃO DE JOVENS O Jovem e a Igreja pag 22
EXPEDIENTE
SUMÁRIO
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Revista Virtual Monte Carmelo, nº 150 (Jan/Fev de 2017) EDIÇÃO: Comissão de Comunicação da OCDS Província São José
EDITORIAL Palavra do Coordenador
COORDENADOR: João Paulo Matias Paiva
SANTO(A) DO MÊS Santo André Corsini
EQUIPE DE REDAÇÃO: João Paulo Matias Paiva Giovani Carvalho Mendes Andreia Silva Luciano Dídimo C. Vieira Rosemeire Lemos Piotto
VOZ DA IGREJA I Ano Santo Mariano no Brasil
COLABORADORES: Paulo Gautiele Ribeiro Maria Luiza Batista de Moura Lucas Anderson Oliveira
VOZ DA IGREJA II Papa Francisco TESTEMUNHO Maria Luiza Batista, OCDS
REVISÃO EDITORIAL: Artur Viana do Nascimento Neto Paulo Gautiele Ribeiro
CAPÍTULO DOS FRADES OCDS presente
ARTE E DIAGRAMAÇÃO: Wilderlânia Lima do Vale
TEMPO LITÚRGICO A Quaresma para a OCDS COMISSÃO DE JOVENS O Jovem e a Igreja ESCOLA DE FORMAÇÃO Módulos de Janeiro ASSOCIAÇÃO DAS COMUNIDADES DA ORDEM DOS CARMELITAS DESCALÇOS SECULARES NO BRASIL DA PROVÍNCIA SÃO JOSÉ CNPJ: 08.242.445/0001-90
CNLB OCDS na VI Assembleia NOTÍCIAS Casa Geral/Comunidades OCDS
Colabore com a edição da nossa Revista enviando suas sugestões, reclamações, notícias, testemunhos, artigos e poesias para: noticiasocds@gmail.com
MARKETING Livros de Formação OCDS
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Editorial
João Paulo Ma as Paiva, OCDS Coordenador da Comissão de Comunicação OCDS
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo! Queridos irmãos da OCDS e demais leitores, iniciamos o ano de 2017 e compar lhamos com todos vocês mais uma edição de nossa Revista Virtual. Convidamos a todos a apreciarem as matérias que preparamos especialmente para este número da revista. Nosso presidente Luciano Dídimo (CE) apresenta-nos a experiência da par cipação da OCDS no VI Capítulo dos Frades Carmelitas da Província São José, no qual foram definidos também os Delegados para a Ordem Secular. E par lha conosco ainda a mensagem de como o carmelita secular deve viver a Quaresma, período favorável para a conversão e encontro com Deus. Em sintonia com a Igreja do Brasil, nosso irmão Paulo Gau ele (CE) traz uma reflexão sobre o Ano Santo Mariano no Brasil por ocasião dos 300 anos da aparição da imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, lembrando ainda os 100 anos da aparição em Fá ma. Na seção Testemunho apresentamos a “alegria de ser carmelita” de nossa irmã Maria Luiza (CE) que vem nos contar como se deu sua trajetória na OCDS. Nosso irmão Giovani Carvalho (CE), na seção Santo do Mês, relata um pouco sobre a história e caminho de san dade do bispo carmelita Santo André Corsini. Vale a pena conferir esses testemunhos que tanto nos edificam... Nossa vice-presidente Rose Pio o (MG) relata ainda sobre a realização dos módulos da Escola de Formação Edith Stein nos polos Norte/Nordeste e Sudeste enfa zando a importância da formação para o carmelita secular. E conta-nos a experiência da par cipação na VI Assembleia do Conselho Naciona do Laicato do Brasil ocorrida em São Paulo/SP. No espaço das comissões, o jovem Lucas Anderson Oliveira (CE) nos presenteia com uma reflexão sobre os jovens e a Igreja iniciando as discussões sobre o Documento Preparatório para a XV Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos que se realizará em outubro de 2018. Não deixem de conferir as no cias de nossas comunidades/grupos OCDS e acompanhe a programação dos eventos, como o Simpósio de Santa Elisabete da Trindade e XIII Congresso Norte Nordeste da OCDS. São sempre oportunidades de formação, oração e crescimento espiritual... Desejamos uma excelente leitura a todos. Sugestões de matérias podem ser compar lhadas pelo email: no ciasocds@gmail.com. Um fraterno abraço! Deus os abençoe!
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Santo(a) do Mês
Santo André Corsini, bispo da Ordem Carmelita por Giovani Mendes, ocds Comunidade Flor do Carmelo de Sta Teresinha Fortaleza/Ce
Promessa recompensada Até então, o casal não vera um filho sequer, e desejava ter muitos. Nos ouvidos de Pelerina, aquela frase do Êxodo soou como uma sugestão vinda do Céu, de consagrar a Deus o primeiro filho que Este lhe concedesse. E sem demora fez a promessa, diante da imagem de Nossa Senhora do Povo. Sem saber o que se passara com sua esposa, Nicolau foi objeto de igual moção sobrenatural e fez idên ca promessa, diante da mesma imagem da San ssima Virgem.
Hoje trago para os leitores da Revista Virtual Monte Carmelo um belo ar go sobre a vida de Santo André Corsini, bispo da Ordem Carmelita, muito conhecido na Itália e famoso pela san dade e pelos muitos milagres ocorridos em vida e após sua santa morte. Que no Céu interceda por todos nós que estamos sob o mesmo manto materno da Virgem do Carmo. Amém! "És meu servo, em serei glorificada". Essas palavras da Virgem Maria ao jovem sacerdote André Corsini cons tuem o melhor resumo de sua santa vida. Nicolau Corsini e sua esposa Pelerina ouviam atentamente o sermão na igreja dos carmelitas e veram, ambos, um sobressalto interior quando o pregador pronunciou estas palavras do Êxodo: "Não demorarás a oferecer a Deus os dízimos e as primícias". A família Corsini era das mais nobres de Florença. A Nicolau e a sua esposa não faltavam recursos financeiros, menos ainda virtude e piedade, para fazer generosas doações à Igreja. A que atribuir, pois, esse sobressalto a propósito do dízimo? Era a voz da graça em suas almas.
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De retorno ao lar, não foi pequena a surpresa do piedoso casal quando um revelou ao outro o que havia acontecido e descobriram, assim, a feliz "coincidência". Cheios de esperança, renovaram a promessa aos pés de uma imagem da Virgem Maria. Constatando meses depois que sua súplica fora atendida, Pelerina passou então a rezar com ardor para que o fruto de suas entranhas fosse agradável a Deus. Para seu espanto, na véspera do nascimento do menino, sonhou que ia dar à luz um lobo. No sonho, enquanto expunha à Virgem Imaculada sua grande aflição, viu o lobo entrar numa igreja e transformar-se em alvíssimo cordeiro. Sen u-se aliviada ao despertar, mas não contou a ninguém o sucedido. No dia seguinte, 30 de novembro de 1302, festa de Santo André, deu à luz um belo menino, o qual recebeu o nome do Apóstolo. O sonho se torna realidade... André herdou a nobreza dos pais. Era bem apessoado e dotado de inteligência privilegiada. Porém, perto dos doze anos de idade, foi se tornando filho rebelde, provocava brigas e disputas na família,
interessava-se apenas por jogos, armas e caçadas. Pouco se importava com a Igreja e a religião. Aumentava cada dia mais a preocupação dos pais pelo futuro desse mau filho. Tendo este mais de 15 anos, decidiram expor-lhe as circunstâncias milagrosas de seu nascimento e a promessa por eles feita naquela oportunidade. O rapaz, porém, com desprezo, recusou-se a ouvi-los. Disse-lhe então a mãe, com voz suave e desgostosa: - Verdadeiramente, André, tu és o lobo com o qual sonhei na véspera de teu nascimento. - Que dizeis? Como posso ser um lobo? - retrucoulhe ele com insolência. - Fica sabendo, meu filho, que teu pai e eu, sendo estéreis, fizemos uma promessa à gloriosa Virgem Maria, de lhe oferecer o primeiro de nossos filhos, que és tu! Sabe também que, na véspera de teu nascimento, sonhei que dava à luz um lobo, mas que entrando numa igreja ele se transformou em cordeiro. Assim, meu filho, tu pertences à Virgem Maria. Suplico-te, portanto, que não desdenhes servir a tão poderosa padroeira. Esta eloquente exortação materna penetrou como um dardo no coração do jovem. Tocado por uma insigne graça, passou ele toda aquela noite em oração aos pés da Mãe de Deus. Prometeu-Lhe: "Ó Virgem Maria, já que Vos pertenço, Vos servirei de boa vontade, noite e dia. Rogai, porém, a vosso Filho que me perdoe os pecados da mocidade. Na mesma medida em que Vos desagradei, vivendo mal, me esforçarei por agradar a Vós e a Ele, mudando de vida". Na manhã seguinte, foi à igreja dos Carmelitas, onde, prostrado diante da imagem de Nossa Senhora do Povo, suplicou: "Ó Gloriosa Virgem Maria, eis aqui o lobo devorador e repleto de iniquidades. Rogo-Vos humildemente que me purifiqueis e mudeis completamente, transformando-me em dócil cordeiro, para Vos servir na vossa san ssima Ordem". Perseverou nesta prece até ao meio-dia. Depois foi pedir ao provincial que o acolhesse na Ordem Carmelitana. Este lhe perguntou: - Dizei-me, meu filho, de onde vos vem tal desejo?
- É obra de Deus e de meus pais, que, neste lugar, prometeram consagrar-me, para sempre, à Santa Virgem. - Esperai, dentro em pouco vos darei a resposta. Mandou logo chamar os pais do jovem. A mãe, ao ver o filho tão mudado, não pôde senão exclamar: "Eis o meu filho que de lobo se transformou em cordeiro!". Noviço fervoroso André recebeu o hábito do Carmo em 1318. Para experimentar a constância do jovem noviço, foramlhe confiados os o cios mais modestos, como varrer o convento, guardar o portão, servir à mesa, lavar pratos e utensílios de cozinha. Tal era seu fervor que considerava isso uma glória. Seus ex-companheiros de prazer, e até mesmo alguns parentes, o ridicularizavam por esse "rebaixamento". Ele, porém, vivia já num mundo superior, o do silêncio e da oração. Um dia em que ele guardava a porta do Convento, o d e m ô n i o l á c o m p a r e c e u p a ra t e n t á - l o . Apresentando-se como um nobre personagem, bem trajado e acompanhado de vários criados, bateu com força à porta, ordenando imperiosamente: - Abre depressa! Sou teu parente e não quero que fiques aqui com esses frades maltrapilhos. Esta é também a vontade de teu pai e de tua mãe que te prometeram em casamento a uma linda jovem. - Foi-me ordenado que a ninguém abrisse a porta. Ademais, não te conheço. Se aqui sirvo esses humildes irmãos, imito Jesus Cristo que se fez homem para nos servir. Foram meus pais que me consagraram a Deus e à Virgem, serviço no qual me rejubilo. Mudando de tom, disse o importuno visitante: - Rogo-te, André, abre-me a porta por um instante só. Quero falar con go de certas coisas... Teu superior nada verá! - Ainda que o prior nada visse, acima dele está Deus que perscruta os corações. É por amor a Ele que guardo esta porta, para que Ele me guarde e auxilie.
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Ainda falando, o noviço fez o sinal da cruz, e o tentador desapareceu instantaneamente, deixando uma nuvem de fumaça negra e fé da. André deu graças a Deus pela vitória, tornando-se, após vencer a tentação, ainda mais forte e perfeito. Voando nas vias da san dade Um ano mais tarde fez os votos solenes e redobrou o fervor na prá ca das virtudes, sobretudo da humildade. Seu maior prazer era servir aos outros, especialmente aos enfermos, tendo sempre presente a palavra do Senhor: "O que fizerdes ao menor destes pequeninos, é a Mim que o fazeis". Frei André nunca faltava à liturgia das horas santas. Jamais resis a às ordens dos superiores. Quanto mais lhe ordenavam, maior era a alegria que pervadia sua alma. Tinha bem claro que o tempo é dom precioso de Deus, por isso empregava no estudo todos os minutos que lhe restavam do cumprimento das obrigações impostas pela obediência. Às sextas-feiras, com um cesto pendurado ao pescoço, saía mendigando pela rua principal de Florença. Imagine-se a reação indignada de alguns de seus parentes, todos personagens importantes na cidade! Incitavam os habitantes a escarnecê-lo e a insultá-lo. Ele, porém, após receber as piores injúrias, re rava-se contente, refle ndo: "Jesus também foi gravemente injuriado, e, aniquilado pela dor, não se irritava". As virtudes são todas irmãs, quando se progride em uma, adianta-se também nas outras. Assim, tendo subido tanto na virtude da humildade, nosso Santo era igualmente exímio na prá ca da pureza. Fugia de todas as ocasiões de tentação e não tolerava que em s u a p r e s e n ç a s e p r o n u n c i a s s e m p a l a v ra s inconvenientes. Dom dos milagres Em várias ocasiões, exerceu em bene cio do próximo o precioso dom dos milagres. Um de seus os sofria de uma doença que lhe corroía as carnes da perna. Para se distrair do incômodo, transformou sua casa em lugar de joga nas. Visando conquistar para Jesus essa alma, André foi visitá-lo e lhe perguntou: - Quereis ser curado?
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- Vai-te daqui, mendigo, queres zombar de mim! - Se desejais ser curado, aceitai ao menos um conselho. A mansidão do Santo abrandou a arrogância do ímpio, que disse: - Se for possível a minha cura, farei tudo quanto pretenderes. O frade lhe recomendou jejuar durante seis dias e, no sé mo, rezar sete Pai-Nossos, sete Ave-Marias e uma Salve Rainha. - Se fizerdes isto, prometo que a gloriosa Virgem obterá de seu Filho vossa cura. Embora incrédulo e sem devoção alguma, o doente assim fez. No sé mo dia estava curado. Exultante, procurou André para dizer-lhe: - És verdadeiramente um amigo de Deus, meu sobrinho! Nada mais sinto, posso caminhar como um jovem. Com efeito, suas carnes estavam renovadas. Desde então, mudou de vida, não mais cessando de dar graças a Deus e a sua Imaculada Mãe. Sacerdote e bispo Em 1328, André recebeu a ordenação sacerdotal. Os pais haviam preparado tudo para a celebração da sua primeira Missa, a qual pretendiam que fosse soleníssima e contasse com a presença de todos os parentes. Sabendo desta pretensão familiar, o Santo re rouse para um pequeno convento distante, onde ofereceu a Deus as primícias do sacerdócio, com grande recolhimento e devoção. Como prêmio, imediatamente após a Comunhão, a San ssima Virgem lhe apareceu, dizendo: "És meu servo, escolhi-te, e em serei glorificada". Essas palavras penetraram-lhe fundo no coração, tornando-o ainda mais humilde e puro. Após exercer o ministério da pregação em Florença, estudou três anos na Universidade de Paris
e foi aprimorar os estudos com o Cardeal Corsini, seu o, na cidade de Avignon, então Sede do Papado. Aí Deus operou, por sua intercessão, a cura de um cego. De retorno à pátria, foi eleito prior do convento de Florença. Pouco tempo permaneceu nesse cargo. Tendo falecido o Bispo de Fiésole, cidade próxima, o capítulo da Catedral o elegeu como sucessor. Mas o Santo, tomando conhecimento da eleição, ocultou-se num convento dos Cartuxos, na tenta va de fugir de tão perigoso fardo. A família Corsini era uma das mais nobres da cidade de Florença (vistas da cidade) Quando os cônegos já iam fazer nova eleição, Deus revelou a um menino o re ro do seu servo. Temeroso de resis r à vontade do Céu, Frei André consen u então em receber a sagração episcopal, em 1360, aos 58 anos. Vida mais austera ainda A elevação à dignidade de Bispo da Santa Igreja produziu uma mudança em seu modo de viver: ele redobrou suas austeridades, acrescentando mais um cinto de ferro sobre o cilício que usava. Por leito, nha apenas uns ramos de videira estendidos no chão. Recitava diariamente os salmos penitenciais e a ladainha dos santos, submetendo-se a uma rude disciplina. Todo o seu tempo era dividido entre a oração, as funções episcopais e a meditação das Sagradas Escrituras. Com mais rigor ainda, evitava toda ocasião de tentação contra a virtude angélica, e não suportava a presença de lisonjeadores nem murmuradores.
poucos, ele, com uma bênção, os mul plicou e assim pôde sa sfazer a todos os necessitados. Possuía também uma singular ap dão para harmonizar os espíritos divididos, da qual se valeu para apaziguar todas as sedições tanto em sua diocese quanto em Florença. Informado disto, o Papa Urbano V o enviou como legado a Bolonha, para conciliar as facções que excitavam a nobreza e o povo um contra outro. Santo André restabeleceu a paz nessa cidade, que durou enquanto ele viveu. Caminhou alegre para a morte Durante a Missa de Natal de 1372, o Santo Bispo sen u-se acome do de uma febre que logo o dominou. Longe de se alarmar com a proximidade da morte, caminhou em direção a ela com tranquilidade, e até com surpreendente alegria. Faleceu a 6 de janeiro de 1373, aos 72 anos de idade. "A fama de san dade que circundou sua vida, após a morte difundiu-se rapidamente na Itália e na Europa", lembrou S.S. João Paulo II, no 7° centenário de nascimento de Santo André Corsini. Se Deus o honrou com muitos milagres em vida, a voz do povo o "canonizou" imediatamente após sua morte. O Papa Eugênio IV, posto a par dos efeitos que a intercessão do Santo produzia em toda a região de Florença, autorizou que seus restos mortais fossem expostos à veneração dos fiéis. E Urbano VIII o canonizou, em 1629. (Revista Arautos do Evangelho, Fev/2005, n. 38, p. 22 a 25)
Seus exemplos e sermões produziam tão maravilhosos frutos que logo foi considerado um dos grandes apóstolos da Itália. Mul plicou os pães Às quintas-feiras costumava lavar os pés dos pobres, imitando a humildade de Nosso Senhor Jesus Cristo. Certa vez um deles recusava-se a lhe apresentar os pés, pois estavam cobertos de úlceras. O Santo venceu-lhe a resistência, lavou-os e estes ficaram completamente curados. Após a cerimônia do lava-pés, nunca despedia os e Beato Sebas ão Valfré Beata Maria dos Anjos pobres sem lhes amenizar a indigência com uma generosa distribuição de pães. Certa vez em que havia MONTE CARMELO
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Ano Santo Mariano no Brasil por Paulo G. Ribeiro, ocds Grupo São João da Cruz Ibiapina-CE
Amados irmãos e irmãs em Cristo e no Carmelo, Saúde e paz! ‘'Deus ofereceu ao Brasil a sua própria Mãe '’ (Papa Francisco) Estamos vivenciando as alegrias do Ano Mariano, por ocasião dos 300 anos da aparição da imagem de nossa Senhora da Conceição Aparecida, ins tuído pela CNBB e proclamado pelo Santo Padre o Papa Francisco. O Ano Santo teve início no dia 12 de outubro de 2016 e deverá ser concluído no dia 11 de outubro de 2017. Entretanto, desde 2014 as dioceses de todo o Brasil estão recebendo a imagem peregrina de Nossa Senhora Aparecida como uma forma de preparação para a grande comemoração do ano jubilar. Nas águas do rio Paraíba do Sul, em um dia de desesperança, alguns pescadores veram a grande graça de encontrar-se com a Mãe de Deus. Em uma época marcada pelas divisões na sociedade, pelos poderes individualistas, pela escravidão desumana, surge, nas águas daquele rio, a pequena imagem morena daquela que é verdadeiramente consoladora dos aflitos e auxílio dos cristãos. A Virgem San ssima ''emerge'' trazendo a tão sonhada liberdade, quebrando as algemas da desigualdade, tão marcada na nação brasileira. Maria enche as redes dos corações vazios de esperança e de sonhos, dos injus çados e perseguidos pela ganância, violência e dor, dos pobres e pequenos, sem vez e sem voz. Maria vem em socorro do seu povo, da nossa nação, trazendo
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consigo o que ela tem de maior: seu próprio filho Jesus. Ela, como uma seta de sinal verdadeiro, aponta o caminho a seguir, ela é farol luminoso que sinaliza o porto seguro que é seu filho Jesus. Ela não quer outra coisa senão nos ver felizes. No percurso deste ano jubilar, todos os católicos brasileiros somos convidados, de uma maneira muito par cular, pela Santa Igreja, a par cipar desse momento de graça, debaixo da proteção de Nossa senhora Aparecida, fazendo uma peregrinação ao seu Santuário Nacional, em São Paulo, ou a qualquer paróquia do Brasil que tenha Nossa Senhora Aparecida como padroeira, de modo a recebermos as indulgências plenárias deste Ano Santo comemora vo da padroeira do Brasil. Somos convidados a uma aproximação maior e mais ín ma porque fomos guardados sob sua excelsa proteção. Em sintonia com Aparecida, ficamos unidos às comemorações do ano jubilar de Fá ma, Portugal, onde mais uma vez Maria vem em auxílio da humanidade, trazendo a mensagem salvadora de Jesus. Também àqueles três pastorinhos a San ssima Virgem mostra todo seu cuidado maternal a todos seus filhos, como uma bondosa mãe que não descansa enquanto não vir os filhos salvos e seguros. Que este Ano Mariano sensibilize nossos corações, tornando-nos semelhantes à Virgem San ssima Nossa Senhora Aparecida, que acolheu e acolhe as dores do nosso país. Que possamos, tendo-lhe como modelo, sermos vigilantes, orantes e determinados a ver um Brasil melhor e sempre digno da sua maternal proteção.
Voz da Igreja II
PAPA FRANCISCO
O PROFETA DO DIÁLOGO INTER-RELIGIOSO «A liberdade religiosa (...) não é apenas um precioso dom do Senhor para quantos têm a graça da fé: é um dom para todos, porque é garan a basilar de qualquer outra expressão de liberdade”. (...) Nada como a fé nos recorda que, se vermos um único Criador, somos também todos irmãos! A liberdade religiosa é, assim, um baluarte contra os totalitarismos e um contributo decisivo para a fraternidade humana.» (Papa Francisco, em 21 de Setembro de 2014, citando São João Paulo II na Mensagem à Nação Albanesa, 25 de Abril de 1993, n. 3).
MOTIVOS PARA REZAR PELA UNIDADE Não há mo vos mais fortes para um cris anismo que a oração de Jesus. A Úl ma reunião com os amigos. Quase a úl ma palavra de sua despedida. Não lhes pede que orem, não, como em outras ocasiões. Ele mesmo pronuncia em voz alta sua própria oração: “Que todos sejam um, assim como tu, Pai, estás em mim e eu em Ti" (Jo, 17, 20-21). Não deveria ser isso o suficiente para mo var nossa oração?
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Qual a mo vação de Jesus ao fazer essa oração? A resposta é: “PARA QUE O MUNDO CREIA QUE TU ME ENVIASTE”! Nosso mundo cambaleia golpeado por interesses destruidores, humilhado e saqueado por guerras provocadas, desumanizadas pelo poder reinante do “deus” dinheiro. Toda a natureza, a vida do planeta e da humanidade está em perigo. Falta um princípio universal capaz de dar sen do à vida. Ao mundo falta DEUS! Não basta, porém, somente a unidade dos cristãos. Hoje está muito comprome da a fé em Deus. Nós, os crentes das dis ntas religiões, temos sido, na história, promotores de separação, de ódio e de guerras por causa de religião. Estão se matando em nome de Deus! Estamos destacando as diferenças das religiões e as atacamos como inferiores. Como podemos orar sem descanso pela unidade dos crentes em Deus, seja qual for o seu nome? E sabemos que nossa oração pode fazer com que a humanidade O encontre. (Jesús Mar nez, ocd, Carmelo Ecumênico Inter-religioso – C.E.I.).
“DO CONFLITO À COMUNHÃO. JUNTOS NA ESPERANÇA”
na sua homilia, que “temos a possibilidade de reparar um momento crucial de nossa história, superando controvérsias e mal-entendidos que impediram de nos compreendermos uns aos outros. Não podemos resignar-nos com a divisão e o distanciamento que a separação gerou entre nós” (h p://br.radiova cana. va). “Senhor, ajuda-nos com sua graça a estar mais unidos a Ti, para juntos dar testemunho mais eficaz de Fé, Esperança e Caridade.”
Figura 2 - Papa Francisco a luteranos na Suécia: Começamos o caminho da reconciliação
“Permanecei em mim como eu em ' (Jo 15). Essas palavras, pronunciadas por Jesus no contexto da úl ma ceia, nos permite par cipar do coração de Cristo pouco antes de sua entrega defini va na Cruz. Podemos sen r seus gritos de amor por nós e seu desejo de unidade para que todos creiam Nele. Ele nos disse que é a videira verdadeira e nós somos os ramos, e que, como Ele está unido ao Pai, assim nós devemos estar unidos a Ele, se quisermos dar frutos. O Santo Padre, no seu discurso no dia 13 de janeiro, no Sri Lanka, fez um apelo à condenação do fundamentalismo: “A bem da paz, não se deve permi r que se abuse das crenças para a causa da violência ou da guerra. Devemos ser claros e inequívocos ao desafiar as nossas comunidades a viverem plenamente os princípios da paz e da coexistência, que se encontram em cada religião, e denunciar atos de violência sempre que são come dos”.
Figura 1- Oração ecumênica conjunta na catedral Luterana de la Lund.
Em 2016, ao par cipar da celebração ecumênica na Suécia (de 31 de outubro a 1º de novembro), o Papa quis, com seu gesto corajoso, demonstrar a sua proximidade para colaborar na superação de uma mentalidade do confronto. A presença do Papa em Lund não é um fato isolado, mas é fruto de um intenso diálogo. O lema que guiou o encontro foi “Do Conflito à Comunhão. Juntos na esperança”. O Papa afirmou,
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DIFERENÇA NÃO É MOTIVO DE CONFLITO Em 20 de setembro de 2016, em Assis, no 30º aniversário do histórico Encontro de Oração pela Paz convocado por João Paulo II (27 de outubro de 1986), reunindo líderes religiosos do mundo inteiro, dirigindo-se aos líderes religiosos, o Papa lembrou
Testemunho que nossas tradições religiosas são diversas. “Mas para nós, a indiferença não é mo vo de conflito, de polêmica ou de frio distanciamento.” “Hoje não rezamos uns contra os outros, como às vezes infelizmente se deu na História. Ao contrário, sem sincre smos nem rela vismos, rezamos uns ao lado dos outros, uns pelos outros.”
Figura 3 - O Papa Francisco em Assis por ocasião da cerimônia de encerramento do evento inter-religioso "Sede de Paz".
“Con nuando o caminho iniciado há trinta anos em Assis, onde permanece viva a memória daquele homem de Deus e de paz que foi São Francisco, «uma vez mais nós, aqui reunidos, afirmamos que quem recorre à religião para fomentar a violência contradiz a sua inspiração mais autên ca e profunda».”
Fonte: Revista Orar-Guia para seguir e orientar pelo caminho da oração cristã. Direção De Frei Pedro Tomaz Navajas, ocd Editorial Monte Carmelo - 2017- 1/ n. 268 Espanha- p. de 15 a 20.
Eu, Maria Luiza, e a escolha de uma vida Carmelita Sempre ve vontade de conhecer a espiritualidade carmelitana, mas não por curiosidade, e sim por desejo de crescer como cristã e para ter um modelo de vida. Era inspirador o pouco que conhecia. Não nha a menor ideia que poderia não só conhecer como também par cipar; achava que essa espiritualidade nha começo e fim no Carmelo e na clausura. Con nuei minha caminhada na paróquia à qual eu pertencia, fazendo minha parte nas pastorais, indo às comunidades evangelizando! Em uma dessas caminhadas fui ao Centro Espiritual Uirapuru – CEU, onde se situa o Carmelo, casas de apoio, trabalhos missionários etc. O nosso pároco ao sair de uma missão conosco (éramos várias ministras e catequistas), nos convidou a conhecer o Carmelo de Santa Teresinha. Chegamos e fomos acolhidas pelas monjas e o padre pediu para irmos ao San ssimo; fizemos adoração e ficamos em silêncio, como nos pedia o momento. Ao sair, con nuamos em silêncio e refle ndo que lugar santo e acolhedor. Eu, como devota de Santa Teresinha, Nossa Senhora do Carmo e São José fiquei mais reflexiva e pensando: “meu Deus, como posso crescer nessa espiritualidade? Não posso ser freira, sou casada e tenho filhos, trabalho ... e aí, como faço?” Várias interrogações surgiram em
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minha mente. Passados alguns dias, fui à missa no Carmelo. Aproximando-se o final da missa, observei várias pessoas com um escapulário muito grande e todos com a mesma roupa; isso me chamou a atenção e me dirigi a uma delas e esta me explicou que era a OCDS, quando ela explicou a sigla e falou “descalço” não entendi o termo e perguntei o mo vo. A pessoa se resumiu a dizer que era porque nha os “calçados” da An ga Observância, fique mais confusa, mas logo busquei informações com uma religiosa da Ordem e esta me informou quem era o fundador da única Fraternidade (posteriormente tornou-se Comunidade) do Ceará e explicou também que as reuniões aconteciam na casa dele e que só ele poderia dar maiores informações. Naquele momento, ela disse que eu o procurasse, que dissesse que havia sido ela quem nha mandado falar com ele. Sen , naquela oportunidade, a seriedade da Fraternidade. Fui ao encontro da OCDS, na residência do fundador (a Fraternidade exis a aproximadamente há 4 anos – início de 2000). A primeira reunião me encantou porque estavam estudando Santa Teresa D'Ávila; fui bem recebida fraternalmente e percebi um fato que me ca vou, não nha dis nção entre homens e mulheres, situação econômica, social. Ninguém sabia quem era doutor ou não, o que importava era o SER e não o TER. Aprendi que cada irmão que ali se encontrava era e é um ser único, específico para Deus, eu só iria acrescentar se soubesse ver o meu irmão com os olhos de Deus e não com os olhos da carne, do mundo. Mesmo casada e com filhos, percebi que não tenho que mudar para viver a vida carmelita. A caminhada espiritual me ajuda a viver o tripé que nossa Santa Teresa D'Ávila ensina (humildade, desapego e caridade). Nesta caminhada, estou me transformando, modelando, aos poucos, aos ensinamentos teresianos, em conhecer-me a mim mesma, observando generosamente a caridade fraterna a cada encontro, a cada formação me descobrindo como pequena e grande ao mesmo tempo. Na OCDS, é necessário ser pequeno para o mundo e ser grande para Nosso Senhor Jesus Cristo.
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É na OCDS que me vejo em busca do amor e das obras para eu ter certeza que não serei nada sem o amor e a palavra de Deus, que é quem sustenta e alimenta nossa vida espiritual. Aprendemos isso com nossas mãe e irmãs espirituais (Santa Teresinha, Santa Teresa D'Ávila, Santa Elizabete da Trindade etc.). Temos na OCDS o exemplo e a vivência da simplicidade, evitando o excesso e o exagero de tudo. Somos uma Comunidade que vive no mundo mostrando a verdadeira vida espiritual teresiana. Existe uma preocupação, isso percebi desde que entrei, há quase 15 anos, de conhecermos nossos Santos desmis ficando as ideias populares, como por exemplo, a “san nha da florzinha”. Temos obrigação de conhecer sua vida, sua caminhada espiritual. Minha caminhada na OCDS tem muitas flores e muitos espinhos, mas dá pra cortar os espinhos e conservar as flores. Tenho consciência plena de que sou uma Carmelita Secular e devo me portar como tal. Não duvido da minha opção e faço da minha caminhada, cada dia um mo vo de alegria; estou aprendendo e sei que tenho muita coisa para aprender ainda. Inspiro-me na minha querida Santa Teresinha, com “sua pequena vida”. Na OCDS, aprendo que nossa Mãe Maria San ssima do Carmo é o refúgio das almas pequenas. Quero ser essa alma pequena, como aprendemos em nossa Comunidade. Com todos esses anos, entendi um pouco tudo que no início não sabia a respeito do Carmelo e da OCDS, inclusive que um pré-requisito para ser carmelita é ser alegre, porque quem ama e é amado por Jesus não pode ser triste. A OCDS é uma comunidade onde nós dependemos do amor do outro para sobreviver a cada encontro. Por isso sou Comunidade Rainha do Carmelo.
Maria Luiza Ba sta de Moura Maria Luiza de Santa Teresinha do Menino Jesus e da San ssima Trindade – OCDS Fortaleza – Ceará
Capítulo Província São José
OCDS presente no VI Capítulo dos Frades Carmelitas Descalços da Província São José por Luciano Dídimo, ocds Presidente Provincial OCDS Comunidade São José de Santa Teresa Fortaleza-CE
Os frades carmelitas descalços da Província São José celebraram seu VI CAPÍTULO PROVINCIAL de 09 a 13 de janeiro de 2017, no Centro Teresiano de Espiritualidade, em São Roque – SP. Além dos 38 frades capitulares, o evento contou com a ilustre presença do nosso Padre Geral, Frei Savério Canistrà. Os capítulos provinciais acontecem a cada três anos, para que sejam tomadas decisões sobre as diretrizes da província para o triênio, com as eleições dos conselheiros e superiores, nomeações dos demais cargos de serviço e escolha da conventualidade de cada frade.
No dia 10 de janeiro, foi eleito o Conselho Provincial OCD que, juntamente com o Padre Provincial, forma o Governo da Província. Assim ficou nosso Governo Provincial para o triênio 2017-2019:
· Frei Afonso de Santa Teresinha – Superior Provincial. · Frei Marcos da Cruz – 1º Conselheiro · Frei Marlon de Santa Teresinha – 2º Conselheiro · Frei Leandro do Sagrado Coração de Jesus – 3º Conselheiro · Frei Márcio da Virgem do Carmo – 4º Conselheiro No dia 11 de janeiro, foram eleitos os Priores dos Conventos:
No dia 09 de janeiro, na missa de abertura do Capítulo, presidida pelo Padre Geral, tomou posse como novo Provincial Frei Geraldo Afonso de Santa Teresinha, sucedendo Frei Cléber da Trindade.
· Centro Teresiano de Espiritualidade - Frei Pierino Orlandini · Convento Santa Teresinha - São Paulo - Frei Marcos Hideo Matsubara MONTE CARMELO
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· Convento Santa Teresa - BH - Frei Jorge Corrêa · Convento São João da Cruz - BH - Frei Márcio do Carmo · Convento Nossa Senhora do Carmo/ Aspirantado - Cara nga - Frei Wilson Gomes · Noviciado São José - Frei Marlon Sávio · Convento Santa Teresinha - RJ - Frei Emerson Oliveira · Convento Sagrada Família - Marechal Deodoro/AL - Frei Francinaldo · Convento Santa Elisabete da Trindade Paranoá/ DF - Frei Francisco Aurílio
Também foram escolhidos os frades assistentes: · Frei Cléber da Trindade: para os casais da OCDS · Frei Henrique: para os jovens da OCDS
Entre outras decisões importantes, ressalta-se o fechamento das fundações de Hendel, na Holanda e de Itabaiana, em Sergipe.
No dia 12 de janeiro, foram escolhidos os delegados provinciais para a OCDS:
· Frei Cléber da Trindade: Goiás (02), Distrito Federal (02), Minas Gerais (15), Espírito Santo (01), São Paulo (08 - Franca, Mococa, S. João da Boa Vista, Avaré, Ribeirão Preto, Bauru, Campinas, Paulínia). · Frei João de Deus: Norte (02), Nordeste (13), Rio de Janeiro (06), São Paulo (07 – Jabaquara, Higienópolis, Tremembé, Aparecida , Jundiaí , Itape ninga, São Roque).
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No dia 13 de janeiro, houve a par cipação da OCDS e das monjas. A OCDS foi representada por seu presidente, Luciano Dídimo, acompanhado de sua esposa e conselheira provincial, Ruth Leite, e pela vice-presidente, Rose Lemos. Foi feita uma explanação sobre a estrutura da OCDS em nossa província, bem como uma apresentação sobre as principais realizações do triênio passado, além de uma par lha sobre a convivência dos seculares com os frades e as monjas.
As coordenadoras das três associações de monjas de nossa Província fizeram suas respec vas par lhas sobre suas realidades de desafios:
Esta foi a segunda par cipação da OCDS nos capítulos dos frades, havendo a primeira ocorrido em 2013. Agradecemos ao Provincial Frei Afonso pelo convite e esperamos caminhar neste triênio em um espírito de unidade e ajuda mútua, procurando fortalecer cada vez mais a vivência do nosso carisma e da nossa espiritualidade em nossa Província São José!
· Associação Santa Teresa: Madre Maria Clara (Carmelo de Campinas) · Associação São José: Ir. Elizabeth (Carmelo de Três Pontas) · Associação Santa Teresa de Los Andes: Ir. Danuze (Carmelo de Caririacica)
Após o Capítulo, representantes das 4 associações do Brasil veram um encontro com o Padre Geral.
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Tempo Litúrgico
COMO O CARMELITA SECULAR DEVE VIVER A QUARESMA por Luciano Dídimo, ocds Presidente Provincial OCDS Comunidade São José de Santa Teresa - Fortaleza-CE
“Todos os anos, pelos quarenta dias da Grande Quaresma, a Igreja une-se ao mistério de Jesus no deserto." (Catecismo da Igreja Católica, nº 540). A palavra Quaresma vem do la m, quadragésima, e é u lizada para designar o período de quarenta dias que antecede a festa ápice do cris anismo: a Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo, comemorada no Domingo de Páscoa. Esta prá ca data desde o século IV. A cor litúrgica deste tempo é o roxo, que significa penitência e conversão. De acordo com a Carta Apostólica do Papa Paulo VI, aprovando o Novo Calendário Romano Geral, página 28, o tempo da quaresma começa na Quartafeira de Cinzas e termina na Quinta-feira da Semana Santa (até a Missa da Ceia do Senhor, exclusive – Diretório da Liturgia – CNBB). Tradicionalmente, a Quaresma era contada da Quarta-Feira de Cinzas até o Sábado de Aleluia, somando-se 46 dias. Excluindose os seis domingos que não são dias com caráter penitencial, tem-se o número de 40 dias. Conforme o Catecismo da Igreja Católica, no nº 1438, “os tempos e os dias de penitência no decorrer do Ano Litúrgico (tempo da Quaresma, cada sextafeira, em memória da morte do Senhor) são momentos fortes da prá ca penitencial da Igreja.
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Estes tempos são par cularmente apropriados para os exercícios espirituais, as liturgias penitenciais, as peregrinações em sinal de penitência, as privações voluntárias, como o jejum e a esmola, a par lha fraterna (obras carita vas e missionárias)”. O Catecismo da Igreja Católica, em seu nº 1434, indica-nos as formas que o católico pode pra car seus atos de penitência: CIC, nº 1434: “A penitência interior do cristão pode ter expressões muito variadas. A Escritura e os Padres insistem sobretudo em três formas: o jejum, a oração e a esmola que exprimem a conversão, em relação a si mesmo, a Deus e aos outros. A par da purificação radical operada pelo Ba smo ou pelo mar rio, citam, como meios de obter o perdão dos pecados, os esforços realizados para se reconciliar com o próximo, as lágrimas de penitência, a preocupação com a salvação do próximo, a intercessão dos santos e a prá ca da caridade «que cobre uma mul dão de pecados» (1 Pe 4, 8)." Todos os católicos devem cumprir os cinco preceitos da Igreja, os quais têm por fim garan r aos
fiéis o mínimo indispensável do espírito de oração, da vida sacramental, do empenho moral e do crescimento do amor de Deus e do próximo. (Compêndio do Catecismo, 431). O quarto preceito da Igreja consiste em guardar a abs nência e jejuar nos dias marcados pela Igreja (Compêndio do Catecismo, 432). Dessa forma, o Código de Direito Canônico assim estabelece os dias de penitência: Cân. 1249 — Todos os fiéis, cada qual a seu modo, por lei divina têm obrigação de fazer penitência; para que todos se unam entre si em alguma observância comum de penitência, prescrevem-se os dias de penitência em que os fiéis de modo especial se dediquem à oração, exercitem obras de piedade e de caridade, se abneguem a si mesmos, cumprindo mais fielmente as próprias obrigações e sobretudo observando o jejum e a abs nência, segundo as normas dos cânones seguintes. Cân. 1250 — Os dias e tempos de penitência na Igreja universal são todas as sextas-feiras do ano e o tempo da Quaresma. Cân. 1251 — Guarde-se a abs nência de carne ou de outro alimento segundo as determinações da Conferência episcopal, todas as sextas-feiras do ano, a não ser que coincidam com algum dia enumerado entre as solenidades; a abs nência e o jejum na quarta-feira de Cinzas e na sexta-feira da Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo. Cân. 1252 — Estão obrigados à lei da abs nência os que completaram catorze anos de idade; à lei do jejum estão sujeitos todos os maiores de idade até terem começado os sessenta anos. Todavia os pastores
de almas e os pais procurem que, mesmo aqueles que, por mo vo de idade menor não estão obrigados à lei da abs nência e do jejum, sejam formados no sen do genuíno da penitência. Cân. 1253 — A Conferência episcopal p o d e d e t e r m i n a r m a i s pormenorizadamente a observância do jejum e da abs nência, e bem assim subs tuir outras formas de penitência, sobretudo obras de caridade e exercícios de piedade, no todo ou em parte, pela abs nência ou jejum. Com referência ao cânon 1251, a CNBB afirma que o fiel católico brasileiro pode subs tuir a abs nência de carne por uma obra de caridade, um ato de piedade ou comutar a carne por um outro alimento. O cânon é bem claro ao afirmar que todos são obrigados a jejuar, pois compreende a idade de 18 a 60 anos. Porém, desde os catorze anos os adolescentes já podem fazer algum po de abs nência. Portanto, o quarto mandamento da Lei da Igreja está plenamente em vigor, à maioria dos católicos é obrigada a cumprir esse preceito, que não deve ser encarado como uma imposição, um sacrífico, mas sim, como meio de seguro de responder ao apelo de Jesus à conversão do coração. Desde os primórdios da nossa Ordem, a Regra de Santo Alberto já previa o jejum e a abs nência para os primeiros carmelitas, eremitas no Monte Carmelo: 15. Jejuai todos os dias, menos aos domingos, desde a festa da Exaltação da Santa Cruz até o dia da Ressurreição do Senhor, a não ser que enfermidade ou debilidade sica ou outra causa razoável aconselhe sua dispensa, pois a necessidade não está sujeita à Lei. 16. Observai a abs nência de carne, a menos que a tomeis como remédio em caso de enfermidade ou debilidade. E já que pelas viagens, tereis MONTE CARMELO
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que mendigar, amiúde, para vosso sustento, fora de casa podeis comer legumes preparados com carne, a fim privar de molés as a quem vos hospedar. Porém, fica autorizada a comida de carne em viagens. Para os carmelitas seculares, as Cons tuições da OCDS recomendam as prá cas de abnegação evangélica e a observância da penitência conforme o calendário litúrgico: Cons tuições OCDS, art. 22: O caminho da oração cristã exige viver a abnegação evangélica (Lc 9,23) no cumprimento da própria vocação e missão, já que “oração e vida cômoda são incompa veis” [20]. O secular assumirá a par r da perspec va da fé, da esperança e do amor, os trabalhos e sofrimentos de cada dia, as preocupações familiares, a incerteza e as limitações da vida humana, a enfermidade, a incompreensão e tudo aquilo que cons tui o tecido de nossa existência terrena. Procurará, ao mesmo tempo, fazer de tudo isso matéria para seu diálogo com Deus, para crescer numa a tude de louvor e agradecimento ao Senhor. Para viver auten camente a simplicidade, o desapego, a humildade e a completa confiança no Senhor, a Ordem Secular observa as prá cas de abnegação evangélica recomendadas pela Igreja. De par cular importância são aqueles dias e períodos do calendário litúrgico que têm caráter penitencial. Em nossa Província São José, também o Estatuto Par cular da OCDS, recomenda para a vivência espiritual do carmelita secular a penitência e a mor ficação: Estatuto Par cular da OCDS – Província São José, art. 4º: A vida de oração, fundamento e exercício primordial do Carmelo3, será cul vada pelo Carmelita Secular com o uso dos meios que a Ordem para isto determina, conforme a seguir elencados: (...) X – A PENITÊNCIA E MORTIFICAÇÃO -
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Porque a vida de oração e de união com Deus exige “manter o dinamismo permanente de conversão”. O Carmelita Secular cul vará o espírito de penitência e de mor ficação, segundo as indicações que se seguem: (...) b ) p ra c a rá a l g u m exe r c í c i o d e penitência, segundo a tradição da Ordem, especialmente nas sextas-feiras do Advento e Quaresma, e em preparação às festas da Ordem, e quando possível o jejum e abs nência na Vigília da festa de Nossa Senhora do Carmo. Entretanto, devemos estar muito atentos para não pra carmos penitências exageradas, conforme muito bem nos advertem nossos pais Santa Teresa de Jesus e São João da Cruz: “Como já sabeis, não aprovo penitências excessivas, que, se forem feitas sem discernimento, pode provocar male cios à saúde” (Santa Teresa de Jesus – Caminho de Perfeição 15, 3). “Sobrecarregam-se de penitências excessivas e outras muitas prá cas extraordinárias, de todo arbitrárias, e imaginam que somente isto basta para chegar à união com a Sabedoria divina, sem a mor ficação dos seus ape tes desordenados” (São João da Cruz 1S, 4). Portanto, de nada adianta qualquer prá ca de penitência, se esta não nos levar à conversão do coração. “Sem ela, as obras de penitência são estéreis e enganadoras” (CIC, 1430). O Papa Francisco, em sua Mensagem para a Quaresma de 2017, nos indica que a conversão e a renovação de nossas vidas se dão através do encontro com o Cristo vivo presente na Palavra, nos sacramentos e nos irmãos: “Amados irmãos e irmãs, a Quaresma é o tempo favorável para nos renovarmos, encontrando Cristo vivo na sua Palavra, nos Sacramentos e no próximo. O Senhor – que, nos quarenta dias passados no deserto, venceu as ciladas do Tentador –
indica-nos o caminho a seguir. Que o Espírito Santo nos guie na realização dum verdadeiro caminho de conversão, para redescobrirmos o dom da Palavra de Deus, sermos purificados do pecado que nos cega e servirmos Cristo presente nos irmãos necessitados.” (Papa Francisco – Mensagem para a Quaresma de 2017). Nessa mesma mensagem, o Papa Francisco nos es mula a par cipar das Campanhas de Quaresma:
“Encorajo todos os fiéis a expressar esta renovação espiritual, inclusive par cipando nas Campanhas de Quaresma que muitos organismos eclesiais, em várias partes do mundo, promovem para fazer crescer a cultura do encontro na única família humana. Rezemos uns pelos outros para que, par cipando na vitória de Cristo, saibamos abrir as nossas portas ao frágil e
ao pobre. Então poderemos viver e testemunhar em plenitude a alegria da Páscoa.” (Papa Francisco – Mensagem para a Quaresma de 2017). No Brasil, anualmente no tempo da Quaresma é realizada a Campanha da Fraternidade, que é uma das maiores campanhas de solidariedade do mundo cristão. A Campanha da Fraternidade deste ano tem como tema: “Fraternidade: biomas brasileiros e defesa da vida”, e como lema “Cul var e guardar a
Criação”, e tem como obje vo geral: Cuidar da criação de modo especial dos biomas brasileiros, dons de Deus, e promover relações fraternas com a vida e a cultura dos povos à luz do Evangelho. Seguem abaixo, informações re radas do site da CNBB, onde constam informações importantes sobre o que é a Campanha da Fraternidade, como surgiu, qual a sua relação com Quaresma:
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O QUE É A CAMPANHA DA FRATERNIDADE? A Campanha da Fraternidade é uma a vidade ampla de evangelização que ajuda os cristãos e as pessoas de boa vontade a concre zarem, na prá ca, a transformação da sociedade a par r de um problema específico, que exige a par cipação de todos na sua solução. Ela tornou-se tão especial por provocar a renovação da vida da igreja e ao mesmo tempo resolver problemas reais. Seus obje vos permanentes são: despertar o espírito comunitário e cristão no povo de Deus, comprometendo, em par cular, os cristãos na busca do bem comum; educar para a vida em fraternidade, a par r da jus ça e do amor: exigência central do Evangelho. Renovar a consciência da responsabilidade de todos na promoção humana, em vista de uma sociedade justa e solidária. Os temas escolhidos são sempre aspectos da realidade sócio-econômico-polí ca do país, marcada pela injus ça, pela exclusão, por índices sempre mais altos de miséria. Os problemas que a Campanha visa ajudar a resolver, se encontram com a fraternidade ferida, e a fé, tem o compromisso de restabelecê-la. A par r do início dos encontros nacionais sobre a CF, em 1971, a escolha de seus temas vem tendo sempre mais ampla par cipação dos 16 Regionais da CNBB que recolhem sugestões das Dioceses e estas das paróquias e comunidades.
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COMO COMEÇOU A CAMPANHA DA FRATERNIDADE? Em 1961, três padres responsáveis pela Cáritas Brasileira idealizaram uma campanha para arrecadar f u n d o s p a ra a s a v i d a d e s a s s i s t e n c i a i s e promocionais da ins tuição e torná-la autônoma financeiramente. A a vidade foi chamada Campanha da Fraternidade e realizada pela primeira vez na quaresma de 1962, em Natal-RN, com adesão de outras três Dioceses e apoio financeiro dos Bispos norte-americanos. No ano seguinte, 16 Dioceses do Nordeste realizaram a campanha. Não teve êxito financeiro, mas foi o embrião de um projeto anual dos Organismos Nacionais da CNBB e das Igrejas Par culares no Brasil, realizado à luz e na perspec va das Diretrizes Gerais da Ação Pastoral (Evangelizadora) da Igreja em nosso País. Este projeto se tornou nacional no dia 26 de dezembro de 1963, com uma resolução do Concílio Va cano II, a maior e mais importante reunião da igreja católica. O projeto realizou-se pela primeira vez na quaresma de 1964. Ao longo de quatro anos seguidos, por um período extenso em cada um, os Bispos ficaram hospedados na mesma casa, em Roma, par cipando das sessões do Concílio e de diversos momentos de reunião, estudo, troca de experiências. Nesse contexto, nasceu e cresceu a Campanha da Fraternidade.
QUAL É A RELAÇÃO ENTRE CAMPANHA DA FRATERNIDADE E A QUARESMA? A Campanha da Fraternidade é um instrumento para desenvolver o espírito quaresmal de conversão e renovação interior a par r da realização da ação comunitária, que para os católicos, é a verdadeira penitência que Deus quer em preparação da Páscoa. Ela ajuda na tarefa de colocar em prá ca a caridade e ajuda ao próximo. É um modo cria vo de concre zar o exercício pastoral de conjunto, visando a transformação das injus ças sociais. Desta forma, a Campanha da Fraternidade é maneira que a Igreja no Brasil celebra a quaresma em preparação à Páscoa. Ela dá ao tempo quaresmal uma dimensão histórica, humana, encarnada e principalmente comprome da com as questões específicas de nosso povo, como a vidade essencial ligada à Páscoa do Senhor. QUAL O OBJETIVO DO TEMA DA CAMPANHA DA FRATERNIDADE DE 2017? A Campanha da Fraternidade 2017, abordando a realidade dos biomas brasileiros e as pessoas que neles moram, deseja despertar as comunidades, famílias e pessoas de boa vontade para o cuidado e cul vo da casa comum. Cuidar da obra saída das mãos
de Deus deveria ser um compromisso de todo cristão. A criação é obra amorosa de Deus confiada a seus filhos e filhas. Nossa Senhora, Mãe de Deus e dos homens acompanhará as comunidades e famílias no caminho do cuidado e cul vo da casa comum no tempo quaresmal. Portanto nós, carmelitas descalços seculares, devemos procurar viver com amor tudo o que os preceitos da Igreja nos determinam e os documentos de nossa Ordem nos indicam para este tempo da Quaresma, fazendo nossos atos de penitência com simplicidade e discrição, celebrando o que a Liturgia da Igreja nos oferece (O cio próprio para a Quaresma), e par cipando da Campanha da Fraternidade proposta pela CNBB, tudo com a finalidade de buscar a conversão de nossos corações para, com a graça e a misericórdia de Deus, chegarmos um dia ao topo do Monte, como fizeram nossos santos do Carmelo! “O amor prova-se por feitos, então como posso provar meu amor? Grandes feitos estão fora do meu alcance. A única forma de provar meu amor é espalhando flores e estas flores são todos os pequenos sacri cios, cada olhar, cada palavra e cada pequeno ato de amor.” (Santa Teresinha do Menino Jesus e da Sagrada Face).
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Comissão de Jovens
Os Jovens e a Igreja no Novo Tempo: Acolhendo, Discernindo e Caminhando Juntos. por Lucas Anderson Oliveira, ocds Membro da Comissão de Jovens da OCDS Comunidade Flor do Carmelo de Santa Teresinha – Fortaleza-CE
A igreja abre mais ainda as suas “portas” para acolher os jovens do mundo todo e legá-los o seu lugar de direito. É com essa proposição que damos início nossa discussão sobre o Documento Preparatório para a XV Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos que se realizará em outubro de 2018, com o tema: “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”. Vossa San dade o Papa Francisco, apresenta-se a igreja extremamente preocupado com a causa dos jovens, sobretudo, em relação ao seu discernimento vocacional e consequentemente sua missão na igreja. Os jovens são chamados a ouvir a voz de Deus, que se manifesta através do Espírito Santo, mesmo em situações de adversidades e conflitos, porque sua postura é de um Pai Misericordioso pronto a nos estender as mãos. Os jovens já não se sentem conformados com as situações de injus ça e indiferença em relação a eles, diante disso, brilhantemente o Papa Francisco os convida a não ter medo e a não hesitar diante de
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escolhas arriscadas para o seguimento de Cristo, visto que mesmo diante da inexperiência da juventude, Deus estará encorajando-os. O documento preparatório apresenta-nos que é através dos jovens que a igreja poderá ouvir a voz do Senhor que con nua a ressoar nos dias de hoje. A igreja em si possui as caracterís cas que a aproxima do espírito destes, como por exemplo, a capacidade de se alegrar com aquilo que começa, de dar sem nada exigir, de se renovar e procurar novos horizontes. Existem diversos mundos juvenis afora, cada sociedade em si, dedica ou exclui direitos aos seus jovens, ainda que se recorde que a juventude não se restringe a uma categoria de pessoas, mas também a uma fase da vida. No contexto de globalização no qual vivemos em que as mudanças se dão de maneira rápida e complexa, o conjunto das incertezas tende a
aumentar, tanto em relação ao trabalho (referente ao desemprego e exploração) quanto em relação a fatores econômicos e sociais. Essas incertezas e inseguranças do mundo moderno têm impactos sobre o i nerário de vida e sobre as escolhas, sobretudo, dos jovens. O mundo dos jovens de hoje é diferente do mundo em que viveram seus pais, com o passar do tempo ocorrem um conjunto de transformações que influenciam diretamente na vida, nas necessidades, nos sonhos e na maneira de se relacionarem uns com os outros. Dessa forma, para diferentes culturas e em várias partes do mundo os jovens são privados de escolhas próprias, e de certa forma, da sua liberdade, pois muitos passam da infância diretamente para a vida adulta, sem que possam escolher. Muitos jovens desejam fazer parte dos processos de mudança como também desejam ser protagonistas. A disponibilidade desses mesmos jovens encontra em muitos ambientes a intolerância e a falta de espaço. A coragem deles de enfrentar todo
po de situações conflituosas depende cada vez mais do contexto de vida e familiar em que eles crescem. É de consenso entre os jovens a necessidade de figuras de referência que possam encorajar e apoiar, antes de julgar, tendo em vista que ainda hoje muitas pessoas mais maduras acabam desacreditando deles e pondo em evidência sua fragilidade e inexperiência, impondo assim sua vontade sobre esses jovens. Essas figuras de referência não são apenas adultas, mas também pessoas de mesma idade, porque é cada vez mais evidente a necessidade de interação e aprendizagem entre a juventude. A transição para a vida adulta e construção de uma iden dade exige cada vez mais um caminho reflexivo, portanto, é preciso que haja instrumentos culturais, sociais e espirituais capazes de ajudar no processo de decisão desses mesmos jovens, antes que o medo de errar e as dificuldades os paralisem. Assim, os jovens tornam-se cada vez mais interessados em projetos concretos, em que possam u lizar suas capacidades e serem protagonistas, aprimorando suas habilidades para a vida e para o trabalho. É importante que, através desse espaço de protagonismo, os mesmos em questão tracem
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propostas de como o mundo deveria ser e de como a igreja deveria agir. O desejo desse Sínodo é exatamente oferecer um acompanhamento e um cuidado para com cada jovem e seu caminho vocacional. Acreditando que a fé é a fonte desse discernimento, porque é a base fundamental para encontrar-se a si mesmo e o propósito de Deus para si. Por vezes, faz-se necessário acreditar e lutar contra a tudes de desencorajamento e outros apegos, para encontrarse com a felicidade plena. O discernimento da vocação é necessário para tomar as decisões e orientar as ações diante de situações de conflitos e incertezas, é preciso reconhecer os desejos interiores e escutar a voz de Deus, e a Palavra de Deus nesse momento é de grande importância. Além de reconhecer, é preciso interpretar os desejos e as emoções de forma a entender a realidade e considerar o conjunto de possibilidades. Nesse contexto, a ajuda de alguém que de certa forma entende da escuta ao Espírito Santo é muito importante e eficaz, o acompanhamento pessoal remete ao próprio Senhor que chama e prepara o jovem para ir ao seu encontro. Depois de reconhecer e interpretar os desejos interiores faz-se necessário escolher, a decisão a par r dos acontecimentos experimentados deve
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transformar-se em um caminho que con nua oferecendo riscos, considerando que outros acontecimentos e outras dificuldades surgirão para confirmar a decisão ou revê-la. Como vimos, o discernimento vocacional é um processo longo e que se desenvolve ao longo do tempo, é necessário permanecer sensível na escuta dos propósitos do Senhor, que chama cada jovem de forma par cular. Aceitar a missão, ou como tratamos aceitar a vocação, é arriscar a própria vida para seguir com a cruz os passos de Jesus, assim como Ele o fez por nós. É caminhando juntamente com os jovens que se poderá construir uma comunidade cristã mais completa, tendo em vista o reconhecimento deles como parte integrante dessa comunidade. A igreja, como o documento preparatório nos apresenta, é chamada a aprender com os jovens, reconhecendo tantos deles que dão testemunho de san dade e são exemplos para a vida de muitos leigos e até mesmo religiosos, como é o caso de nossa amada Santa Teresinha do Menino Jesus, uma jovem santa, que con nua a ser exemplo para toda a igreja. Apesar de tudo, existem sim, paróquias, congregações e segmentos eclesiais que oferecem apoio e espaço para o discernimento e o engajamento a vo desses jovens.
Outro exemplo de juventude e de discernimento vocacional, no qual os jovens podem e devem se apoiar, é o de Maria San ssima, em sua pequenez e humildade ela experimenta a reflexão da vontade divina em sua vida, discernindo que é preciso entregar e confiar no Senhor, mesmo que esta posição exija abandonar certos projetos e esquecerse de si mesma. Ao final, as escolhas embasadas na vontade de Deus sempre conduzem à felicidade plena.
entregaram sobremaneira a serem ví mas do Amor como louvor de glória. Em resumo, em todos os lugares pessoas são chamadas a respeitar o espaço dos jovens e a prestar-lhes auxílio no processo de discernimento e escolha vocacional. É com imensa honra que finalizamos com uma colocação de Vossa San dade o Papa Francisco: “Queridos Jovens, escutai dentro de vós! Cristo bate à porta do vosso coração”.
Para nós, jovens carmelitas, tanto Santa Teresa de Jesus quanto São João da Cruz, os pais do Carmelo, são exemplos de juventude posta a serviço. Mesmo com todo po de riscos e adversidades, souberam discernir e escolher a vontade de Deus em suas vidas entregando-se a Sua infinita misericórdia. Enfim, nos deixam um legado espiritual de exemplo. Além deles, tantos outros santos carmelitas doaram sua juventude, como por exemplo, Santa Teresinha do Menino Jesus e Santa Elisabete da Trindade, que se
Referências: Documento Preparatório da XV Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos. Os jovens, a fé e o discernimento vocacional. Edições CNBB. Papa Francisco. Carta do Papa Francisco aos jovens por ocasião da apresentação do documento preparatório para a XV Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos.
‘‘Avante, jovens! Levem adiante esta certeza: O Senhor está vivo e caminha ao nosso lado na vida’’. Papa Francisco MONTE CARMELO
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Escola de Formação
Escola de Formação Edith Stein GERANDO FORMADORES SEGUNDO O CORAÇÃO DE DEUS por Rosemeire Lemos Pio o, ocds Vice-presidente Provincial OCDS Comunidade Santa Teresinha Passos-MG
“Vós sois o sal da terra e luz do mundo. Se o sal perde seu sabor, com que se salará?” (Mt 5,13-14) A Escola de Formação Edith Stein realizou nos dias 19 a 22 de janeiro de 2017, no Seminário São José em Fortaleza/CE, o módulo I – Formação Humana; e de 26 a 29 de janeiro de 2017, no Centro Teresiano de Espiritualidade, em São Roque-SP, o Módulo II – Dimensão Eclesial. Ainda lembrando que a Escola de Formação Edith Stein tem por finalidade a preparação de formadores e possíveis formadores das comunidades OCDS. Estes são membros da OCDS com promessas defini vas, ou temporárias, em casos par culares, e encontram na Escola de Formação subsídios de aprofundamento para melhor desempenharem sua função de formadores. A Escola de Formação também está aberta para acolher a todos os interessados em se aprofundar nos temas concernentes ao nosso conteúdo programá co (Dimensão humana, Dimensão doutrinal, Dimensão carmelitana, Dimensão espiritual). Foram nossos facilitadores: · Prof. Ms. Moisés Rocha Farias, OCDS. · Branca Maria Camurça de Fontes Dodt, OCDS · Profª Dra. Cláudia Sales de Alcantara · Prof.ª Ms. Ruth Leite Vieira, OCDS · Prof. Ms. Frei Francisco Sales Amaro Oliveira, OCD · Diácono Carlos Alberto de Almeida, OCDS · Prof. Ms. Marivan Soares Ramos Todos os nossos facilitadores são capazes e preparados para a função de professores da Escola de Formação Edith Stein. Eles nos ajudaram a compreender um pouco mais nosso papel de cristãos leigos e leigas. A
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teologia do laicato avançou nos úl mos anos e o que o Carmelo nos propõe, através da Escola de Formação, é o reconhecimento de nosso papel de leigos conscientes. No módulo de Formação Humana foram trabalhadas temá cas relacionadas à Antropologia, Psicologia, Metodologia e Sociologia. “Jesus nos ensina a ser sujeitos de nossa vida. Por palavras e ações, ele foi verdadeiramente sujeito de sua vida e de seu ministério. Ele é modelo para todo cristão, chamado a ser sujeito livre e responsável. Na eclesiologia de comunhão-missão, funda-se a concepção dos cristãos leigos e leigas como sujeitos eclesiais, discípulos missionários, membros da Igreja e cidadãos do mundo. A unidade da Igreja se realiza na diversidade de rostos, carismas, funções e ministérios”. (DOCUMENTO 105 CNBB - CRISTÃOS LEIGAS E LEIGOS NA IGREJA E NA SOCIEDADE). “Com seu peculiar modo de agir, [os cristãos leigos] levam o Evangelho para dentro das estruturas do mundo e agindo em toda parte santamente, consagram a Deus o próprio mundo. A secularidade é a nota caracterís ca e própria do leigo e da sua espiritualidade nos vários âmbitos da vida em vista da evangelização. Deles se espera uma grande força criadora em gestos e obras em coerência com o Evangelho. A Igreja necessita de cristãos leigos que assumam cargos de dirigentes formados e fundamentados nos princípios e valores da Doutrina Social da Igreja e na teologia do laicato” (João Paulo II - EXORTAÇÃO APOSTOLICA ECCLESIA IN AMERICA n. 44). Formatura de Humberto e Adriano Para os alunos da Escola de Formação Edith Stein que concluíram os quatro módulos do curso, aconteceu a solenidade de formatura. Foram os alunos Humberto Macieira e Adriano de Souza Junior, ambos do estado do Rio de Janeiro, da Comunidade Santa Teresa de Jesus. Nosso ex-aluno Sebas ão Silva, da comunidade Beata Mirian (Franca) foi nosso mestre de cerimônias e o que conduziu o momento com muito carinho. Humberto fez uma colocação da importância da Escola de Formação no processo do SER CARMELITA, citando oportunamente nosso Pai São João da Cruz: “Entrei aonde não soube e quedei-me não sabendo toda a ciência transcendendo. Eu não soube aonde entrava, porém, quando me vi, sem saber onde estava, grandes coisas entendi;
não direi o que sen , que me quedei não sabendo, toda ciência transcendendo.” (Obras completas do Doutor Mís co São João da Cruz. Coimbra, 1977). Adriano fez o juramento, que muito nos emocionou por nos conduzir a um compromisso missionário e evangelizador diante de DEUS, a quem servimos como carmelitas teresianos. Juramento composto por Adriano: “Eu prometo, ao sair da Escola de Formação Santa Edith Stein, honrar todos os conhecimentos que aqui recebi, onde quer que esteja. Prometo empenhar-me com diligência e zelo na promoção do reino de Deus e na formação dos demais irmãos, certo do auxílio do Espírito Santo e de Nossa Senhora do Carmo. Amém.” Em seguida, houve a entrega dos cer ficados. Também, neste momento, comemoramos o aniversário de 40 anos de casados de Sebas ão e Fá ma. Após tanta emoção, a comemoração foi seguida de um brinde, bolo e dança da valsa. O recreio aconteceu em meio a muita alegria, com danças e brincadeiras e um baile de fantasias, contando com as presenças de Madame Xinguiling, Jack Sparrow e seus piratas, Lucita, a Estátua da Liberdade e as Princesas Bela Adormecida, Ciderela e a Fada Negra, além de uma cigana que estava por lá e vários outros personagens. A missa de encerramento foi no início da manhã, às sete horas e foi celebrada por Frei Pierino e pelo Diácono Carlos; na ocasião, celebramos e louvamos a Deus por mais um módulo realizado. Na celebração da Eucaris a, acompanhamos a renovação das promessas matrimoniais de Sebas ão e Fá ma. No domingo, vemos a Aula Magna, com Frei Pierino Orlandini, ocd, que nos falou de estarmos com o coração cheio da alegria do Cristo Ressuscitado, que, por seu amor, nos une, para crescermos juntos e podermos dar frutos de amor fraterno, embasados na espiritualidade do Carmelo Descalço, no mundo que é o nosso Carmelo. Rose Pio o, ocds fez as considerações finais, em que foi lembrado que discernir a própria vocação é buscar a vontade de Deus em sua vida, é deixar-se
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conduzir por Deus, é dizer “SIM” e se comprometer. A Vocação é um chamado, porém exige liberdade. A liberdade da exigência primeira do Amor. Nossas comunidades devem ser vigilantes, como as virgens prudentes; misericordiosas, como o pai do filho prodigo; corajosas em se reconhecer imperfeita, como a samaritana do poço de Jacó; acolhedoras e cheia de humildade e fé, como a viúva de Serepta.
Escola estão comprome dos com sua formação pessoal e a de suas respec vas comunidades, cumprindo o obje vo e gerando cada vez melhores formadores segundo o coração de Deus. Que a Virgem Maria, Rainha e Formosura do Carmelo, interceda sempre por nós. Abraços fraternos,
Que tenhamos o cuidado de não nos deixarmos levar pelo espírito de acusadores e inquisidores que toma conta de muitos, onde se criam oportunidades de ser fundamentalistas na fé e na caridade, deixando passar as oportunidades do amor cria vo e espírito Teresiano Carmelita, como verdadeiros Filhos de Teresa e João da Cruz. VAI DEPENDER SÓ DE NÓS! “EM TUDO, É MUITO NECESSÁRIO O DISCERNIMENTO” (Santa Teresa de Jesus – Caminho 19,13) e, conforme nossa Ra o, n. 59 entendemos que discernir é buscar a vontade de Deus para a pessoa “ser conduzida por Deus”. Nessa busca, os seguintes princípios agem como pautas: · Deus não se oculta, mas, antes, se nos revela; · Ele respeita a livre vontade com que nos dotou; · A vida humana implica responsabilidade, isto é, a liberdade de responder; Desejamos que mais e mais Comunidades tenham acesso à nossa Escola de Formação Edith Stein, para que, assim, possamos construir um Carmelo mais consciente de seu papel no Reino de Deus. Rose Lemos Pio o, ocds Testemunho de um aluno formando neste módulo da escola: Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo! Com a Graça de Deus, pude estar presente neste segundo módulo da Escola de Formação e, com determinada determinação, concluir meus estudos. Certamente, como já ve experimentado nos três módulos anteriores, os professores estão dispostos a passar o que sabem do tema proposto para o estudo, principalmente com o material de apoio e ricas referências para aprofundamento posterior. Como tudo em nossas vidas, a própria Escola deve ser uma caminhada perene de aperfeiçoamento, mas certamente os que se propõem a estar presentes na
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Adriano
FOTOS DO POLO DE FORTALEZA
FOTOS DO POLO DE SÃO ROQUE
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CNLB VI Assembleia do Conselho Nacional do Laicato do Brasil por Rosemeire Lemos Pio o, ocds Vice-presidente Provincial OCDS Comunidade Santa Teresinha Passos-MG
Aconteceu, nos dias 04 e 05 de fevereiro de 2017, a VI Assembleia do Conselho Nacional do Laicato do Brasil, em São Paulo – SP. Par ciparam dessa assembleia o Colegiado Delibera vo que é formado por:
Os assuntos abordados foram referentes à o rga n i za çã o d a fo r m a çã o n o s o rga n i s m o s (congregações, ordens religiosas, seculares e demais movimentos) e da visibilidade do CNLB Também a necessidade de assumir o doc. 105 como diretriz de nossa vocação de Leigos “sal dá terra, luz do mundo”. Dentre outros assuntos.
· Presidência do CNLB; Presidentes dos CNLBs Regionais; Coordenadores das Equipes Regionais de Ar culação e Organizações Filiadas. · Representantes das Comissões: Assessoria Permanente; Comunicação; Formação; Fé e Polí ca e Juventude.
Dentre as organizações filiadas, a OCDS se fez presente na pessoa de Rose Lemos Pio o – Vicepresidente provincial.
Tivemos a alegria de conhecer membros de outras Ordens e Congregações religiosas e par lhar nossas expecta vas e experiências referentes à missão e à evangelização nas realidades que o mundo nos apresenta como leigos par lhantes e semeadores de uma espiritualidade. Aprendemos muito na unidade. Agradecemos muito e louvamos incessantemente ao nosso Deus pelo Corpo Mís co da igreja. A todos os par cipantes e organismos oferecemos nossa oração e a fonte da qual bebemos no Carmelo Teresiano.
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Notícias Notícias Gerais No sábado, 7 de janeiro, o Padre Geral saiu de Roma em direção a São Paulo (Brasil), com o obje vo de par cipar do Capítulo da Província do Sudeste do Brasil, celebrado entre os dias 9 e 13 do mesmo mês em São Roque (São Paulo), tendo também a oportunidade de reunir-se com os Conselhos das Associações dos mosteiros de carmelitas descalças do Brasil. No dia 15 par u para Buenos Aires (Argen na) e presidiu o Capítulo da Delegação, celebrado entre 16 e 20 de janeiro. Sua úl ma etapa na América La na se dará entre Paraguai e Uruguai, depois de atravessar o rio da Prata, visitando fraternalmente nossos irmãos e par cipando de um Conselho Plenário que acontecerá entre 31 de janeiro e 2 de fevereiro, acompanhado de Padre Miguel Márquez Calle, Provincial da Península Ibérica, da qual depende o vicariato de Bolívia – Paraguai – Uruguai. O regresso de Padre Saverio a Roma está previsto para 5 de fevereiro. Encomendamos todas essas viagens e trabalhos ao bom Deus. Fonte: h p://www.carmelitaniscalzi.com/wp-content/uploads/2017/01/17_01_COMM_PT.pdf
Notícias das Comunidades/Grupos OCDS COMUNIDADES COMPARTILHAM SUAS ATIVIDADES ATRAVÉS DOS GRUPOS DE WHATSAPP
Grupo Santa Teresa de Jesus - Distrito Federal recebendo o ACEITE da Província
Eleição e novo Conselho da Com. N.S. do Carmo e Santa Tereza - Higianópoles
Promessas Temporárias e Admissão do Grupo Flor do Carmelo de Bauru/SP.
Re ro do Grupo Nossa Senhora do Sorriso de Natal/RN.
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Comunidade N.S. do Carmo - Tijuca/RJ e Comunidade Sta Teresinha Doutora da Igreja - Niterói /RJ Caminhada Carmelitana Mariana - Carmelo São José/Petrópolis
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Grupo Vinha do Senhor - Ribeirão Preto/SP IV Encontro de Espiritualidade em Franca (SP).
Grupo Vinha do Senhor - Ribeirão Preto/SP Visita da Conselheira Provincial Elisa.
Celebrando 6° anos de existência com Santa Missa Grp Maria, Mãe e Mestra do Carmelo - Parnaíba/PI
Grupo Santa Teresa de Jesus - Tagua nga/DF Retorno das a vidades
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Comunidade de São José - Sete Lagoas/MG Ação concreta, reforma da Capela São José.
Com. Sta Teresinha do Menino Jesus - Campinas/SP Retorno das a vidades com oração e formação.
Retorno/Comemoração de 15 anos - Com. Maria, Mãe e Rainha do Carmelo - Jabaquara - SP
Admissão do Grupo Sta Teresinha, Alma Missionária de Quixadá/CE. Presença da Conselheira Ana Stela.
Grupo São José - Petrópolis/RJ Formação sobre a "A importância da formação".
Comunidade São José - Sete Lagoas/MG A Pastoral de Rua distribuindo jantar.
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Comunidade Santa Teresinha - Mococa/SP Visita ao Carmelo São João da Boa Vista.
Carmelo Jovem de Fortaleza presente no Setor de Juventude da Arquidiocese de Fortaleza.
Com. Sta Teresinha do M.J - Cara nga/MG Celebrando o Ano Mariano
Grupo Nossa Senhora do Sorriso - Natal/RN Formação e Celebrarão de Aniversário
Início das a vidades da Comunidade Alegria da Sagrada Face de Itape niga - SP
Comunidade Santa Teresinha - Passos/MG Retorno das a vidades e Recreio Carmelitano
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Grupo São João da Cruz - Ibiapina/CE Retorno das a vidades.
Grupo Madre Teresa Margarida - Campo Belo/MG Admissão e Promessas Temporárias com Frei Pierino
Primeiro re ro espiritual 2017 Comunidade São José de Sete Lagoas
Comunidade Sta Teresinha do Menino Jesus e Sto Eliseu - Brasilia/DF - Retorno das a vidades
Comunidade Sagrada Face - Varginha/MG Admissão e Promessas Temporárias
Re ro com Frei Pierino das Coms Sagrada Face Varginha/MG e Sta Edith Stein -Três Pontas/MG
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Com. Sta Teresinha do M.J e da Sagrada Face de Mococa/SP Reunião e formação.
Comunidade Sta Teresinha do M.J - Cara nga/MG Retorno das a vidades
Grupo Vinha do Senhor - Ribeirão Preto/SP Se apresentou ao Arcebispo Dom Moacir Silva
Com. São José de Santa Teresa - Fortaleza/CE Retorno das a vidades.
Tarde forma va - Livros I e II da Com. Flor do Carmelo de Sta Teresinha - Fortaleza/CE
Formação sobre a Tegra de Vida da Com. Sta Teresa e Sta Myriam Jesus Crucifixado - Franca /SP
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Com. Sta Teresinha - Passos/MG - Formação com Ir. Gildete sobre Introdução a Liturgia das Horas.
Comunidade Sagrada Face - Varginha-MG Presença do Padre Juninho e uma Irmã Benedi na.
OCDS Ceará par cipa da I Reunião de ar culação dos Grupos Leigos de Associações Religiosas do Ceará
Grp Sta Teresinha, Alma Missionária - Quixadá/CE Celebrando o 1° ano de existência no 31/01
Grupo São José - Petrópolis/RJ - Retorno das a vidades com formação sobre vocação.
Comunidade Sta Teresa de Jesus - Campinho/RJ Retorno das a vidades com Santa Missa.
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COMUNIDADES COMPARTILHAM SUAS ATIVIDADES ATRAVÉS DOS GRUPOS DE WHATSAPP Os membros da OCDS que desejarem entrar nos grupos de WhatsApp, podem enviar suas solicitações para Luciano Dídimo: (85) 988955966. Grupos de WhatsApp da OCDS da Província São José: · CARMELO JOVEM
· OCDS PROVÍNCIA SÃO JOSÉ
· CASAIS OCDS
NOSSOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO, confira... (h p://www.ocdsprovsaojose.com.br/) h p://ocdsprovinciasaojose.blogspot.com.br/
h ps://www.facebook.com/pages/Ordem-Dos-CarmelitasDescal%C3%A7os-Seculares/132884536754686?ref=hl
COMISSÃO DE INTERCESSÃO Dir-se-ia que na oração és como uma rainha que tem livre acesso ao Rei e que dele podes alcançar tudo o que pedires!" (Santa Teresinha) A Comissão tem a finalidade de interceder e promover a intercessão junto às Comunidades e Grupos por todos os nossos eventos, pelos nossos membros mais necessitados, pelas nossas autoridades, pela Ordem. O e-mail para o envio dos pedidos de oração é: intercessaoocds@gmail.com.
AGENDA OCDS 2017 15 a 18/06/2017 - XIII CONGRESSO DA OCDS NORTE/NORDESTE Casa Cordimariana de Encontros e Re ros Ir. Ma. do Amparo - Fortaleza-CE Informações: h p://congressonortenord.wixsite.com/nortenordeste2017 E-mail: congressonortenordesteocds2017@gmail.com 27 a 30/07/17 - ESCOLA DE FORMAÇÃO EDITH STEIN – MÓDULO II – DIMENSÃO DOUTRINAL Incluído hospedagem, café da manhã, almoço, jantar, material didá co. Informações: escoladeformacaoocds@gmail.com Seminário São José - Av. Alberto Craveiro, 2300 - Castelão - Fortaleza-CE 20 a 23/07/17 - ESCOLA DE FORMAÇÃO EDITH STEIN – MÓDULO III – DIMENSÃO CARMELITANA Incluído hospedagem, café da manhã, almoço, jantar, material didá co. Informações: escoladeformacaoocds@gmail.com Centro Teresiano de Espiritualidade - Rodovia Raposo Tavares 18131 - São Roque - SP 21 a 23/07/17 - II CONGRESSO DE CASAIS DA OCDS Informações: comissaodecasaisocds@gmail.com Centro Teresiano de Espiritualidade - Rod. Raposo Tavares 18131 - São Roque - SP 28 a 30/07/17 - II CONGRESSO DA JUVENTUDE DO CARMELO DESCALÇO Informações: carmelojovemprovinciasaojose@gmail.com Centro Teresiano de Espiritualidade - Rod. Raposo Tavares 18131 - São Roque - SP 02 a 05/11/2017 - XXXIII CONGRESSO PROVINCIAL DA OCDS Informações: Carmelita - carmelita_ocds@yahoo.com.br Centro Teresiano de Espiritualidade - Rodovia Raposo Tavares 18131 - São Roque - SP
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Rendemos graças a Deus pelo dom da vida de nosso presidente provincial Luciano Dídimo!!!
NÓS SOMOS CARMELO (Luciano Dídimo) Na in midade Ou na noite escura Sempre em subida Não temos chinelo Buscamos Aquele Que sempre nos cura Em cada morada Do nosso Castelo Leigos, frades, monjas Mundo ou clausura No amor ao irmão Nós somos Carmelo.
Felicidades, saúde e muita paz na caminhada. Feliz Aniversário! Parabéns!!!