Revista Virtual Monte Carmelo - OCDS - Mai/Jun 2017 - Nº 152

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Revista OCDS - Província São José

Mai/Jun de 2017 - N° 152

Monte Carmelo

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SANTO DO MÊS Santa Maria Madalena de Pazzi Pag. 04

VOZ DA IGREJA Um Concílio de Transição Pag. 08

ESPIRITUALIDADE A Virgem Maria e Elisabete da Trindade Pag. 10


EXPEDIENTE

SUMÁRIO

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Revista Virtual Monte Carmelo, nº 152 (Mio/Jun de 2017) EDIÇÃO: Comissão de Comunicação da OCDS Província São José

EDITORIAL Palavra do Coordenador

COORDENADOR: João Paulo Matias Paiva EQUIPE DE REDAÇÃO: João Paulo Matias Paiva Giovani Carvalho Mendes Andreia Silva Luciano Dídimo C. Vieira Rosemeire Lemos Piotto

SANTO(A) DO MÊS Santa Madalena de Pazzi VOZ DA IGREJA Um Concílio de Transição

COLABORADORES: Gustavo Graciano de Santa Teresa de Jesus Artur Viana do Nascimento Neto Maria Esther Pires Liz Leliz Rocha, ocds

ESPIRITUALIDADE A Virgem Maria...

REVISÃO EDITORIAL: Artur Viana do Nascimento Neto Paulo Gautiele Ribeiro ARTE E DIAGRAMAÇÃO: Wilderlânia Lima do Vale

XIII CONGRESSO N/NE O Carmelo é todo de Maria TESTEMUNHO Esther Pires, ocds RETIRO DE ESPIRITUALIDADE A Oração Teresiana

ASSOCIAÇÃO DAS COMUNIDADES DA ORDEM DOS CARMELITAS DESCALÇOS SECULARES NO BRASIL DA PROVÍNCIA SÃO JOSÉ CNPJ: 08.242.445/0001-90

NOTÍCIAS Comunidades OCDS EVENTOS/MARKETING Livros de Formação OCDS

Colabore com a edição da nossa Revista enviando suas sugestões, reclamações, notícias, testemunhos, artigos e poesias para: noticiasocds@gmail.com

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Editorial

João Paulo Ma as Paiva, OCDS Coordenador da Comissão de Comunicação OCDS

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo! Para sempre seja louvado. Caros irmãos da OCDS, OCD e demais leitores, é com grande alegria que trazemos mais uma edição de nossa Revista Virtual. Queremos nesta ocasião, com todos vocês, reafirmar: O Carmelo é todo de Maria! É com esta expressão que manifestamos o nosso amor a Nossa Senhora e a gra dão pela realização do XIII Congresso Norte/Nordeste da OCDS e I Congresso Mariano da OCDS. Acompanhem os principais momentos deste evento relatados na matéria de capa desta edição. Trazemos ainda o texto de nosso irmão Artur Viana (CE) com o tulo “A Virgem Maria na Espiritualidade de Santa Elisabete da Trindade” que fundamentou a palestra desenvolvida no Congresso supracitado. Na seção “Santo do Mês”, nosso irmão Giovani Carvalho Mendes (CE) nos convida a conhecer melhor Santa Maria Madalena de Pazzi, virgem carmelita considerada uma das maiores mís cas, extá cas e es gma zadas de todos os tempos. Nossa irmã Liz Lélis Rocha (MG) compar lha conosco um relato sobre o Re ro de Espiritualidade Carmelitana realizado em maio que teve como tema “A Oração Teresiana: a Bíblia como fonte de oração”. Na Seção “A Voz da Igreja”, nosso irmão Gustavo Graciano (PE) discorre sobre o Concílio Va cano II, tema presente no Módulo Doutrinal da Escola de Formação Edith Stein. Somos ainda convidados a conhecer um pouco mais da caminhada de nossa irmã Esther Pires (SP) na seção Testemunho. Não deixem de conferir as no cias de nossas comunidades/grupos OCDS e acompanhe a programação dos eventos na Agenda OCDS. São sempre oportunidades de formação, oração e crescimento espiritual... Desejamos uma excelente leitura a todos. Sugestões de matérias podem ser compar lhadas pelo email: no ciasocds@gmail.com.

Um fraterno abraço! Deus os abençoe!

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Santo(a) do Mês

Santa Maria Madalena de Pazzi por Giovani Mendes, ocds Comunidade Flor do Carmelo de Sta Teresinha Fortaleza/Ce

Sua Vida Nasceu em Florença, Itália, em 02 de abril de 1566, de pais nobres: Camilo de Gen de Pazzi e Madalena Maria Buendelmonto. Foi ba zada no dia seguinte ao seu nascimento e lhe foi imposto o nome de “Catarina”. Em 25 de março de 1576, solenidade da Anunciação e da Encarnação, fez sua Primeira Comunhão e, no dia 19 de abril, fez a Deus o voto de virgindade. Em 30 de novembro de 1578 teve o primeiro êxtase, na presença de sua mãe. A este lhe sucederam tantos que merecerá o nome de “a extá ca por excelência”. Aos 08 anos foi interna um tempo no Mosteiro das Damas de São Joãozinho (“Giovannino”) e, aos 14 anos, voltou ao mesmo mosteiro com a condição de que pudesse comungar todos os dias fes vos, coisa insólita (rara) naqueles tempos. Em 14 de agosto de 1582 (véspera da Assunção de Maria ao Céu), entrou por quinze dias no Mosteiro das Carmelitas de Santa Maria dos Anjos, para conhecer a Regra e ver se esta podia responder à chamada divina e à sua par cular inclinação.

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Encontrou-a conforme seus mais ín mos desejos e se decidiu por este mosteiro, ao qual lhe ajudou também o fato de que as carmelitas, por concessão excepcional, podiam comungar diariamente. Em 01 de dezembro de 1582, sábado anterior ao primeiro domingo do Advento, traspassou Catarina para sempre os umbrais da clausura e entrou a formar parte da comunidade de Santa Maria dos Anjos. Em 03 de janeiro de 1583, ves u o hábito de carmelita, dando início fervorosamente ao seu ano de noviciado. Nos primeiros dias do mês de março de 1584 se lhe manifestou uma enfermidade que os médicos declararam incurável. A priora e a mestra resolveram que fizesse a Profissão de seus votos e a fez, cheia de gozo espiritual, em 27 de maio de 1584, festa da San ssima Trindade. A fez “sobre uma camazinha acomodada diante do altar da Virgem”. Desde aquele momento, começou um período surpreendente de êxtases diários. Depois da Comunhão, caía extá ca pelo espaço de duas a três horas. Em ocasiões teve novos e repe dos excessos de amor ao longo do dia, enquanto os favores divinos se renovavam. Ficou curada da misteriosa doença em 16 de julho de 1584 (Solenidade de Nossa Senhora do Carmo) e em 24 de março de 1585, na Vigília da Anunciação, Santo Agos nho lhe apareceu e lhe escreveu no coração as palavras: “Verbum Caro factum est” (e o Verbo se fez Carne). Em 15 de abril lhe foram impressos para sempre na alma os es gmas invisíveis. Em 28 do mesmo mês recebeu de Jesus a aliança que selava seu mís co desponsório com Ele. Em 16 de junho, festa da San ssima Trindade, começou a grande prova chamada “Lago de Leões”, que duraria cinco anos. Foi chamada por Deus nestes anos à árdua empresa da “renovação da Igreja e par cularmente dos religiosos”. Repugnava-lhe faze-lo (por humildade), porém, foi preciso obedecer. Por esta ocasião, escreveu algumas cartas, enquanto estava arroubada sua mente, ao Sumo Pon fice e a outros


Prelados e Servos de Deus, falando-lhes da Renovação. Em 24 de agosto de 1590 morreu sua mãe e a viu “nas penas do Purgatório alegre e contente”. Em 03 de maio de 1592, ano em que lhe confiaram o o cio de sacristã, teve um grande arrebatamento de amor: corria pelo mosteiro e tocava o sino chamando todas as almas “a amar o Amor”. Em 01 de maio de 1595, pediu ao Senhor o “desnudo padecer”. Em 1595 foi eleita Mestra das Professas Temporárias e, 03 anos depois, das noviças, com as quais trabalhou com toda sua alma para formar nelas a imagem de Jesus Cristo. Em 24 de junho de 1604, em um êxtase que lhe durou todo o dia, terminaram os êxtases e começou o período do “desnudo padecer” que se lhe prolongou até sua morte. Em 13 de maio de 1607, Madalena recebeu a unção dos enfermos (an gamente chamava-se “extrema unção”). Às oito da manhã de sexta-feira, 25 de março (dia da Anunciação) entrou em agonia e às duas da tarde morreu. Junto a seu leito, suas irmãs religiosas rezaram o Símbolo de Santo Atanásio, ou seja, a Profissão de Fé na San ssima Trindade, o mesmo símbolo que havia feito extasiar a santa desde os primeiros anos de sua vida. Com um ano de sua morte, foi aberto seu sepulcro e seu corpo apareceu fresco, inteiro e flexível. Foram muitos os prodígios que o Senhor se dignou operar por seu intermédio e, por isso, em 1611 deram começo os processos para a bea ficação que chegou em 08 de maio de 1626, pelo Papa Urbano VIII. Clemente IX a canonizou em 28 de abril de 1669. Celebramos sua memória em 25 de maio. Suas Obras Santa Maria Madalena de Pazzi não escreveu nada, porém, foi obrigada pela obediência a confiar quanto espiritualmente lhe sucedia. Deste modo, recolheram, ditando-as ela, as relações dos favores celes ais recebidos. Algumas destas relações foram tomadas durante os êxtases da santa. Cinco livros são conservados com carinho pelas carmelitas de Florença que recolhem as principais revelações e doutrina de Madalena: 1) Os Quarenta Dias 2) Os Colóquios 3) Revelações e Inteligências 4) A Prova

5) Renovação da Igreja 6) Avisos, Sentenças, Cartas Familiares. Um bom conhecedor da doutrina madaleniana escreveu que as obras de Madalena “abundam de conceitos sublimes, em visões profundas, em interpretações agudas, em personificações vivíssimas, em variedade de símbolos e em tantos sen mentos que não é possível desejar mais. Não faltam páginas de uma vivacidade ingênua, de uma graça deliciosa que fazem brotar aqui e acolá 'rosas de imagens frescas'. As orações são esplêndidas, flamejantes como a espada de um Querubim. A beleza e o valor do conteúdo nem sempre correspondem à beleza do ves do. Ela escreve com algumas imperfeições literárias: repete, deixa frases sem concluir, usa demasiadas preposições e outras par cularidades. Porém, nossa carmelita não preparava suas obras em um 'escritório': falava durante os êxtases e, assim, ditava tudo”. Sua Espiritualidade Já foi abordada durante a exposição anterior, porém relataremos novas facetas. Esta virgem carmelita é uma das maiores mís cas, extá cas e es gma zadas de todos os tempos. Depois de quase quatro séculos, sua mensagem espiritual con nua sendo de grande atualidade. Podemos sinte zar sua rica espiritualidade nos seguintes pontos: toda a mensagem da santa gira em torno ao que cons tui o núcleo do cris anismo: “Deus é Amor”, “o Amor é Deus”; núcleo percebido com uma claridade e evidência extraordinária, sen do com uma intensidade irresis vel, expressado com uma insistência incansável que faz da vida e da d o u t r i n a d e s ta s a n ta c o m o u m a fo g u e i ra i n ca n d e s c e nte d e a m o r, u m êx ta s e q u a s e ininterrupto, que a arranca de todo o terreno, para abismá-la no seio da Trindade e a abrasar toda no amor! Porém, ante a soberba e ingra dão humanas a s a nta n ã o p o d e a o m e n o s d e i xa r e s ca p a r con nuamente um amargo grito de dor: “o amor não é amado”! Por isso, sua mais absorvente preocupação foi de “fazer amar o amor”. E isso porque na visão da extá ca floren na o amor é tudo, tanto na ordem divina como na humana; o amor é como um rio impetuoso que brota da profundidade de Deus, transborda dEle e os invade por inteiro! A vida de Santa Maria Madalena de Pazzi foi dura, MONTE CARMELO

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um con nuo mar rio pelas almas, pela Igreja, à qual amou apaixonadamente. E por que o “Amor é dor”, Madalena se abraçará toda sua vida à loucura da cruz, cujas chagas as levará impressas em seu corpo e se oferecerá ví ma de amor pelos pecadores, lançando aquele grito jamais ouvido: “padecer e não morrer”! Seu zelo pelas almas não nha limites. Gritava pelos claustros do Mosteiro de Florença: “almas, Senhor, dá-me almas”! Seu grande anelo está plasmado nesta frase: “Jesus meu: dá-me uma voz potente que a ouça o mundo inteiro. Nosso amor próprio é o que nos ofusca o vosso conhecimento... amor próprio que é contrário ao Vosso, Senhor... Amor, faz com que as criaturas não amem outra coisa senão a Ti”! Para tal, a santa insis rá na “pureza, pureza, pureza”, como repe a várias vezes; essa pureza que é a desnudez completa da própria vontade: a imolação absoluta do próprio eu, do juízo e parecer próprio, de todo desejo e sa sfação. E foi assim que Madalena chegou à perfeição, contemplando saborosamente a verdadeira profundidade do mistério divino, no qual tudo se submerge e nos move a submergirmos.

de Ligório, que a cita freqüentemente em suas obras. Oração Senhor Deus, Tu que amas a virgindade e enriquecestes com dons celes ais a Tua virgem Santa Maria Madalena de Pazzi, cujo coração se abrasava em Teu amor, concede a quantos celebramos sua memória, imitar os exemplos de sua caridade e de sua pureza. Amém!

Uma estrela para o Carmelo e para o mundo Apesar da clausura, logo as maravilhas de sua vida e seus profundos escritos transpassaram os umbrais do convento floren no. Logo após sua morte iniciouse sua veneração e a edição de sua biografia e parte de suas obras. A espiritualidade de Santa Maria Madalena de Pazzi deve ser situada e enxertada na espiritualidade carmelitana. A secular árvore do Carmelo tem fl o re s c i d o s e m p re co m ra m o s v i go ro s o s e esplêndidos. Algumas páginas de suas obras, especialmente as que se referem à contemplação do mistério da San ssima Trindade e ao Verbo Encarnado, merecem não apenas serem encontrados como trechos seletos, em alguma antologia de mís cos cristãos, senão também, como escreveu Thor-Salviat A.A., em alguns excelentes tratados de teologia. A influência doutrinal, exercida por Santa Maria Madalena de Pazzi na espiritualidade e na piedade, sobretudo na Itália dos séculos XVII e XVIII, tem sido muito notável. Nesses dois séculos, são numerosas as edições dos êxtases e quase trezentos vocábulos bibliográficos madalenianos. O representante mais famoso dessa influência é quiçá Santo Afonso Maria

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Pensamentos de Santa Maria Madalena de Pazzi “Verdadeiramente és admirável, ó Verbo de Deus, no Espírito Santo, fazendo com que ele se infunda de tal modo na alma, que ela se una a Deus, conheça a Deus, e em nada se alegre fora de Deus”. “Ó almas criadas de amor e por amor, porque não amais o Amor?”. “Ó Amor não amado, nem conhecido. Ó Amor, faz com que todas as criaturas te amem, Amor”. “Vem, Espírito Santo. Venha a unidade do Pai e do bem-querer do Verbo. Tu, Espírito da Verdade, és o prêmio dos santos, o refrigério dos corações, a luz das trevas, a riqueza dos pobres, o tesouro dos que amam, a saciedade dos famintos, o alívio dos peregrinos; tu és, enfim, Aquele que contém em si


todos os tesouros. Vem, tu que, descendo em Maria, realizaste a encarnação do Verbo, e realiza em nós, pela graça, o que nela realizaste pela graça e pela natureza”. “Vem, tu que és o alimento de todo pensamento casto, a fonte de toda clemência, a plenitude de toda pureza. Vem e transforma tudo o que em nós é obstáculo para sermos plenamente transformados em Ti”. “E parecia-me que a plataforma deste templo foi a elevada mente e o alto entendimento da Virgem Maria. Havia também um altar, e percebi que era a vontade da Virgem. E a toalha do mesmo altar era a sua puríssima virgindade. E o cibório onde Jesus se encontra é o coração da Virgem. E diante do altar vi sete lâmpadas que entendi serem os sete dons do Espírito Santo que igual e perfeitamente se encontravam na Virgem Maria. E sobre o altar encontravam-se doze formosíssimos candelabros que eu percebi serem os doze frutos do Espírito Santo que a Virgem possuía”. “A alma que recebe o Sangue divino torna-se bela como se a ves ssem preciosamente, e tão brilhante e fulgurante que, se pudéssemos vê-la, seríamos tentados a adorá-la”. “Quando ofereces o precioso Sangue ao Pai celeste, lhe ofereces um dom tão agradável, que ele se reconhece teu devedor”. “O tempo mais apropriado para crescer no amor de Deus é aquele que se segue após a comunhão”. “A alma que recebe a Eucaris a se torna bela, como que reves da de uma veste preciosa, e tão resplandecente, que, se pudéssemos vê-la, ficaríamos tentados a adorá-la”. “Todas as nossas orações não devem ter outra finalidade a não ser alcançar de Deus a graça de seguir em tudo sua santa vontade” “Com a obediência estou segura de fazer a vontade de Deus, ao passo que não estou segura dedicandome a qualquer outra ocupação”. “A perfeita obediência exige uma alma sem juízo próprio”. “Felizes os religiosos que, desapegados de tudo por meio da pobreza, podem dizer: 'Senhor, sois a parte da minha herança' (Sl 15,5)”. “Certas pessoas querem o meu Espírito, mas querem-no como lhes agrada, tornam-se assim incapazes de recebê-lo”. “Meu Senhor pensou em criarBeata esta flor, desde Maria dostoda Anjos e Beato Sebas ão Valfré eternidade por meu amor”. “Sim, Jesus, vós estais louco de amor!” MONTE CARMELO

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Voz da Igreja

UM CONCÍLIO DE TRANSIÇÃO

O CONCÍLIO VATICANO II – O 21º CONCÍLIO ECUMÊNICO por Gustavo Graciano de Santa Teresa de Jesus, ocds Comunidade Santa Teresinha – Camaragibe, PE

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obre o Concílio Va cano II, assim se referiu o grande Papa São João Paulo II:

“À medida que os anos passam, aqueles textos não perdem o seu valor nem sua beleza. É preciso que sejam lidos adequadamente, que possam ser conhecidos e assimilados, como textos qualificados e norma vos do Magistério, no âmbito da Tradição da Igreja. Sinto ainda mais intensamente o dever de indicar o Concílio como a grande graça de que se beneficiou a Igreja no século XX: nele se encontra uma bússola segura para nos orientar no caminho do século que se inicia (séc. XXI).” (Novo Millennio Ineunte 57: “Ao ingressar no Novo Milênio”, em 06/01/2001). O Concílio Va cano II foi convocado pelo Papa São João XXIII, no Natal de 1961. A inauguração solene dos trabalhos conciliares deu-se em 11 de outubro de 1962, na an ga data da festa litúrgica da Maternidade Divina de Maria. Então, cerca de mais de 2.500 bispos e outros convocados juntaram-se ao Papa. O Concílio realizou-se em 4 sessões de trabalhos, uma a cada ano, entre setembro e dezembro; foi concluído em 8 de dezembro de 1965, na solenidade da Imaculada Conceição da Virgem Maria, já sob a presidência do Papa Beato Paulo VI, que assumira os trabalhos conciliares após o falecimento do Papa João XXIII, em junho de 1963. Seus par cipantes – in tulados indis ntamente de “padres conciliares” – foram convocados a trazerem ao conhecimento de todos sua realidade eclesial par cular, discu rem as dificuldades mais sen das e buscarem, na unidade, respostas mais adequadas para as elas e projetarem as novas etapas da caminhada comum dentro das coordenadas da tradição e da comunhão. É a aplicação do método conhecido na Ação Católica como “Ver-Julgar-Agir” (cf. Lc 24: episódio de Emaús; e inserido em Gaudium et Spes 4). Para João XXIII e para os padres conciliares,

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tratava-se de instaurar um processo de “aggiornamento” (atualização) que levasse a uma nova expressão da autoconsciência da Igreja e a um novo dinamismo da presença da Igreja no mundo contemporâneo. Para isto, dever-se-ia trabalhar com base em três fatores in mamente relacionados: 1º A autocompreensão de si mesma herdada da Escritura e dos Santos Padres – um ressourcement (refon zação), como se chamou à época; 2º Uma cuidadosa atenção aos chamados “sinais dos tempos”, o que, concretamente, significa atenção ao “tempo presente”, às realidades do “mundo de hoje”, aos pobres; 3º E, finalmente, cuidar da “unidade dos cristãos e da humanidade”. (cf. Discurso do Papa João XXIII na solene abertura do Concílio). Ao final do processo, as decisões foram expressas em 16 documentos amplamente trabalhados, aprovados pelos par cipantes e receberam igualmente a aprovação papal. Ao todo são 4 Cons tuições, 9 Decretos norma vos, e 3 Declarações. Se poderia afirmar que as 4 Cons tuições Conciliares – junto com a metodologia pastoral conciliar – guardam, de forma especial, o espírito de renovação apostólica do Concílio. São essas Cons tuições: 1. A Cons tuição Sacrosanctum Concilium – sobre a Sagrada Liturgia; (2ª sessão); 2. A Cons tuição Dogmá ca Lumen Gen um – sobre a Igreja (3ª sessão); 3. A Cons tuição Pastoral Gaudium et Spes – sobre a Igreja no mundo de hoje (4ª sessão); 4. A Cons tuição Dogmá ca Dei Verbum – sobre a Revelação Divina (4ª sessão). A efe vação pós-conciliar é decorrente dessas orientações emanadas do Concílio. Seguindo suas linhas-mestras, produziu-se uma verdadeira renovação pastoral dentro das diferentes realidades (à escuta dos “sinais dos tempos”) e dentro do binômio “atualização” e “refon zação”, na unidade e


guardada a tradição mais an ga da Igreja. Para se compreender a novidade oriunda do pósconcílio, tem-se que adentrar no espírito dessas 4 Cons tuições citadas. Posteriormente, os Sínodos quadrienais iluminaram temas candentes, a destacar o Sínodo sobre A Evangelização no mundo contemporâneo, em 1974, e a Exortação Apostólica Pós-Sinodal Evangelii Nun andi, do Papa Paulo VI, de 1975. Um dos documentos individuais fortemente mo vador nessa renovação e revelador da espiritualidade conciliar foi a Carta Apostólica do Papa São João Paulo II, in tulada “Ao ingressar o Novo Milênio” (Novo Millennio Ineunte), de 6 de janeiro de 2001. O Papa com a saúde já bastante combalida, ex t rava s a s u a s re c o m e n d a ç õ e s c o m o q u e pretendendo confirmar e marcar o caminho p ro g ra m á c o a s s u m i d o n o C o n c í l i o . Pa ra compreender isto basta se tomar os temas principais da carta: 1 - Encontro com Cristo / Um rosto a ser contemplado 2 - Par r (voltar, par r de novo) de Cristo 3 - No mundo, ser testemunhas do amor de Deus 4 - Voltar sempre ao Concílio, “como uma bússola”, como citado acima. Os papas desse período pós-conciliar cuidaram de mo var toda a Igreja a prosseguir com o método proposto: escuta dos “sinais dos tempos”, “atualização” e “refon zação”. Assim, não apenas o u l i za ra m n o s S í n o d o s q u a d r i e n a i s , co m o incen varam as Conferências Episcopais Nacionais e Con nentais. Por exemplo, o Papa Paulo VI par cipou da reunião da 2ª Conferência do Episcopado La no-Americano, em Medellín (Colômbia), em 1968. Seu tema foi: “A Igreja na atual transformação da América La na à luz do Concílio”. O Papa João Paulo II par cipou duas Conferências no Con nente. A 3ª Conferência Episcopal La noAmericana, em Puebla de los Angeles (México), em 1979. Seu tema foi: “Evangelização no presente e no futuro da América La na”. Também par cipou da 4ª Conferência Episcopal La no-Americana, em Santo Domingo (República Dominicana), em 1992. Seu tema foi: “Nova evangelização, promoção humana, cultura cristã”. O Papa Bento XVI, igualmente, par cipou da 5ª Conferência Geral do Episcopado La no-Americano e do Caribe, em Aparecida (Brasil), em 2007. Seu tema: “Discípulos e missionários de Jesus Cristo, para que nossos povos nele tenham vida – Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida (Jo 14,6)”. Também dela par cipou, como coordenador da redação do texto final, o Cardeal Bergoglio, de Buenos Aires, atual Papa

Francisco, desde 2013. Das ideias iluminadoras do Documento de Aparecida, poder-se-iam destacar ao menos duas: 1. O convite a uma vida plena em Jesus Cristo ressuscitado: a vida de Jesus nos cristãos discípulos missionários – vivida e transmi da para nossos irmãos e povos; 2. O fortalecimento da iden dade do cristão – como discípulo do modo de viver de Jesus – “o Caminho”, em seus quatro aspectos: - sua experiência de encontro com Jesus Cristo, donde surge sua vocação cristã missionária; - sua vivência comunitária e eclesial; - cuidado com sua formação cristã – uma mediação necessária; - compromisso evangelizador – visando o Reino de Deus já na terra. Vale considerar o próprio Documento de Aparecida. O tulo deste pequeno ensaio não foi escolhido em vão. Também não é originário deste autor. O Va cano II foi um Concílio de transição: uma verdade reconhecida por muitos estudiosos de concílios da Igreja e deste em par cular, inclusive pelo Cardeal Ratzinger, depois Papa Bento XVI, atualmente nosso papa emérito. Todo Concílio toma decisões, traz adaptações e melhorias para a Igreja cumprir sua missão. Contudo, os desafios da realidade de cada tempo con nuam a trazer novas questões à missão da Igreja, posta no meio do mundo. Então, prosseguir sem dar atenção ou, entregando-se ao Espírito Santo, avançar com fidelidade cria va e dinâmica em busca de novas respostas? Um Concílio traz sempre revisão da vida eclesial e apelos de conversão pastoral. No dizer de um estudioso da evolução do pensamento cristão e eclesial (M. Blondel, 18611949): “O elemento estável do cris anismo é a ordem de nunca parar”.

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Espiritualidade

A Virgem Maria na espiritualidade de Santa Elisabete da Trindade por Artur Viana, ocds Com. Flor do Carmelo de Santa Teresinha – OCDS Fortalez/CE

A graça marial se reveste da fisionomia espiritual de cada santo, assim não teria sido diferente com santa Elisabete da Trindade. Considerando sua alma extremamente contempla va, seria um erro reduzir a devoção mariana de santa Elisabete a meros atos piedosos dedicados a Virgem Maria, como a recitação do rosário, ladainhas, novenas. Possivelmente a santa tenha se valido dessas orações piedosas que muito enriquecem a vida espiritual, porém não podemos conceber que a relação de santa Elisabete com a Virgem Maria se definia somente por esses m o m ento s . A o co nt rá r io, é co m s u a a lm a contempla va que santa Elisabete vai à Virgem Maria em quem encontra a plenitude e a perfeição do seu ideal interior, que é a tríplice missão da carmelita: ser filha diligente, ser mãe geradora e ser esposa fiel. Santa Elisabete encontra na Mãe de Deus o protó po da alma que foi direta e totalmente a ngida pela graça da Trindade. De fato, na pessoa de Maria, encontramos, sem confusão e claramente, a extensão mais acabada do próprio Deus. Porém, essa dimensão marial da santa nem sempre foi assim. Durante muito tempo, sua piedade para com Maria era como a de muitas jovens cuja fisionomia espiritual não tem ainda traços perfeitamente caracterís cos. Dirigia-se à Virgem Maria como protetora de sua pureza e em todas as suas festas renovava o voto de virgindade (Cf. Diário 2/2/1899). Maria ouve sempre os pedidos de um coração puro. Sua graça de Virgem é de virginizar as almas, guardá-las santas e imaculadas no amor, sob o olhar de Deus. Foi graças à sua proteção que Elisabete passou pela terra pura como um lírio. O poema 43 – datado de 8 de dezembro de 1897, Elisabete conta então com a idade de 17 anos – reflete muito bem a devoção da santa a Virgem Maria como essa

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protetora da sua pureza de corpo e de alma: Oh, guarda-me sempre casta e pura, Preserva-me de toda a falta, Vela com cuidado sobre meu coração Para que ele agrade ao meu bem-amado Salvador. Que ele se pareça a um jardim solitário, Que Jesus se agrade desse canteiro Que se digne visita-lo frequentemente Oh, que ele aí permaneça constantemente. (...) Ao entrar na clausura, a devoção mariana de Elisabete adquire rapidamente um aspecto carmelitano: o de contemplar na Virgem Maria suas virtudes mais salientes que são para os carmelitas não somente es mulo, mas regra de vida: a solidão e o silêncio. · “Solidão povoada”

Cumpre sempre lembrar que, no Carmelo, a solidão é TUDO! Independente do estado de vida que possa se manifestar a vocação ao Carmelo, frades, monjas ou seculares, faz parte da oração carmelitana o recolhimento no coração de Deus, de onde, a sós com Ele, em intensa comunhão de presenças (“ceia que recreia e enamora”), a alma permanece nessa “solidão povoada”, como vai figurar nosso pai São João da Cruz, no Cân co Espiritual: A noite sossegada Já quando vem o anúncio da aurora, A música calada, A solidão sonora, A ceia que recreia e enamora.


Pensemos que “solidão povoada” deveria haver na alma da Virgem Santa! Que comunhão de presenças! Que constante encontro com Deus! A Virgem é essa mulher da solidão na presença, é esse ser puro, luminoso e transparente, livre de tudo o que não é e vem de Deus, a Virgem é, por excelência, separada de tudo, e assim o foi para ser toda de Deus e, por conseguinte, ser toda nossa. Ela é aquela que passou sua vida “só com o Só” se querer outra companhia senão a Dele, tanto na felicidade quanto na dor. Santa Elisabete da Trindade contempla essa solidão divina da alma de Maria que, transportada com o Verbo, seu Filho, até os confins da Divindade e ali associada a todos os desígnios da San ssima Trindade, por causa do lugar universal que ocupa na salvação do mundo, se apresenta como mulher solitária e, ao mesmo tempo, cheia da Presença. “Façamos-Lhe em nossa alma uma morada inteiramente pacificada em que sempre se entoe o cân co do amor, da ação de graças; e, mais, este grande silêncio, eco do que está em Deus!... E depois, aproximemo-nos, como me dizíeis, da Virgem puríssima, toda luminosa para que nos introduza Naquele que ela tão profundamente penetrou, e que a nossa vida seja uma con nua comunhão, um movimento inteiramente simples em direção ao bom Deus. Rogai por mim à Rainha do Carmelo, que, pela minha parte, fique certo, rezo muito por vós, e convosco permaneço em adoração e amor!...” (Carta 165). · “Música calada”

A Virgem Maria, diferente de tudo quanto Deus criou e adoradora do Verbo oculto em seu seio, é a Virgem da Encarnação, cujo tulo era muito caro a santa Elisabete. Seu ideal de vida era viver em silêncio, adorando o Deus escondido no mais profundo de sua alma. “música calada” de que fala são João da Cruz remete a esse silêncio que não representa ausência de comunicação, mas representa a mais sublime comunicação espiritual: aquela que se dá no interior, aquela comunicação que é estar na presença e fazer desse “estar diante de Deus” o próprio ato de adoração, sem mesmo a necessidade de manifestar na linguagem a oração. Oração é encontro, é sempre festa, é sempre música, mas para sê-lo não precisa necessariamente emi r algum som ou mesmo algum sen mento. A oração de união, como nos ensina santa Madre, é precedida de várias etapas, da oração de recolhimento, da oração

do sono das potências, até a alma chegar à contemplação de Deus, que uma vez sabendo-se na sua Presença, todos os ruídos interiores e exteriores se calam, e esse silêncio adorante é a música mais bela, pois canta a única harmonia do encontro: a saída de Deus ao encontro da alma e a saída da alma ao encontro de Deus e o mútuo encontro de ambas as saídas. Que silêncio deveria haver na alma de Maria, sabendo-se ela habitada pelo Verbo de Deus! Que sintonia de amor e de adoração saía dos recantos mais ín mos da alma contempla va de Nossa Senhora e se encontrava com a alma do seu Filho, que desde sempre perscrutou a in midade do Pai! “Oh! deixa-te tomar por inteiro, ser toda invadida pela sua vida divina, a fim de dá-la ao pequenino, que há de chegar ao mundo todo cumulado de bênçãos! Estás a pensar o que deveria passar-se na alma da Virgem, quando, depois da Encarnação, já possui em si o Verbo Encarnado, o Dom de Deus... Com que silêncio, em que recolhimento e adoração se devia sepultar no fundo da sua alma, para estreitar a si esse Deus de que era Mãe. Ele está em nós. Oh! mantenhamo-nos bem perto Dele, nesse silêncio, com esse amor da Virgem; é assim que vamos passar o Advento, não é?” (Carta 183).

Contemplando a Virgem Maria a par r do olhar de Santa Elisabete da Trindade, percebemos o quanto, talvez, estejamos aquém de nos configurarmos a sua imagem. Porém, a imitação das virtudes da Virgem Maria é algo que nunca devemos perder de vista. Apesar de sua glória e de sua graça incomparáveis, a San ssima Virgem é o protó po do ser humano, criatura, que Deus quer transformar em graça abundante e elevar à sua glória. A imitação de sua vida é condição necessária para a perfeita configuração a Cristo Nosso Senhor e caminho indispensável de san dade. É possível salvar-se sem ter uma consciência lúcida da intervenção da Virgem Maria na nossa vida, mas não creio ser possível uma vida de san dade ignorando aquela em quem a san dade faz morada e a torna san ssima, de tal forma que somente abaixo de Deus sua san dade se curva. Que santa Elisabete da Trindade, que contemplou a alma de Maria e nela encontrou a plenitude de tudo a quanto sua alma aspirava, nos conduza nesse caminho de san dade que não é outro senão o caminho da alma de Nossa Senhora, mulher de solidão e de silêncio.

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Congresso Norte/Nordeste

por João Paulo Ma as Paiva, ocds Comunidade Flor do Carmelo de Santa Teresinha – Fortaleza/CE

Entre os dias 15 e 18 de junho de 2017, foi realizado o XIII Congresso Norte Nordeste da OCDS e I Congresso Mariano da OCDS. Com o tema “O Carmelo é todo de Maria” e o lema “De onde me vem a honra de vir a mim, a mãe do meu Senhor”, membros da OCDS, OCD e convidados viveram durante os dias do evento a experiência de estudar, refle r, orar e louvar a Deus por meio de Maria, rainha e formosura do Carmelo. A comunidade Flor do Carmelo de Santa Teresinha – Fortaleza/CE, organizadora do evento, recebeu os congressistas no Carmelo Santa Teresinha onde foi realizada a missa de abertura. Logo após, todos foram levados para a Casa de Encontros e Re ros das Irmãs Cordimarianas, situada na cidade de Caucaia, região metropolitana de Fortaleza.

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A mesa de abertura do Congresso foi composta por Luciano Dídimo e Rose Pio o, presidente e vicepresidente provincial da Associação OCDS; Frei Cleber da Trindade, delegado para a OCDS; Frei Henrique, assistente espiritual do Carmelo Jovem; e Danielle Meirelles, presidente da Comunidade Flor do Carmelo de Santa Teresinha, ocds. Na ocasião foi realizada a entrada das comunidades par cipantes do Congresso com o seu respec vo banner e também a entrada da imagem de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil.

N o s d i a s s e g u i n te s , fo i e n c a m i n h a d a a programação que teve todos os momentos ligados a Nossa Senhora, e em unidade com a Igreja que celebra o Ano Santo Mariano no Brasil. C o m p a r l h a m o s , n e s ta o c a s i ã o, a l g u n s fragmentos das palestras desenvolvidas no Congresso. A temá ca principal do evento - “O Carmelo é todo de Maria” - foi apresentada por Frei Cleber da Trindade, ocd, que iniciou ressaltando a devoção mariana dos cristãos, sobretudo dos carmelitas, a Nossa Senhora. Maria é um ícone para o Carmelo. Um ícone é uma escritura, não se desenha, mas se inscreve. O ícone é fruto da oração e contemplação. Se Maria é o grande ícone para o Carmelo, é preciso fazer a escola de Maria que é a contemplação (fase mais elevada da vida de oração). Assim nos tornaremos como Maria San ssima. Ela é o ícone dos carmelitas, foi inscrita pelo Espírito Santo desde a sua concepção. Se o Carmelo é todo de Maria e nós somos o Carmelo, a nossa história está toda inscrita na realidade de Nossa Senhora. A nossa meditação não é só mental, mas se dá em espírito de oração, ou seja, diálogo e comunhão com Deus. Maria contempla todas as realidades do mundo sempre a par r do olhar de Deus.

O Carmelo é todo de Maria porque o Carmelita, por vocação, é chamado a ser todo de Maria, dedicado totalmente à Senhora do Lugar. Com ela aprendemos a viver totalmente dedicado a Jesus Cristo. A principal caracterís ca dos primeiros carmelitas é uma vida simples de oração de fraternidade a serviço do Senhor; e eles aprenderam isso porque veram como priora, mestra, a Virgem Maria. Com ela, aprenderam a viver em obséquio de Jesus Cristo. É com ela que aprendemos a amar Jesus. Este relacionamento mariano está sustentado por elementos primordiais como a escolha de Maria MONTE CARMELO

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como patrona, ou seja, uma orientação espiritual no sen do de serviço, ou melhor, obséquio a Jesus como também de Maria. Nós, carmelitas teresianos, somos apaixonados por nossos pais, mas não somos fieis a eles se não formos duplamente apaixonados por Nossa Senhora, pois ela é o modelo para eles. A fundadora do Carmelo desde sempre é Nossa Senhora, é nela que Santa Teresa de Jesus e São João da Cruz se inspiraram para reformar a Ordem. Nosso carisma é de uma vida marial, de uma configuração com a vida de Maria. Precisamos cul var a graça de Deus de possuirmos uma in midade com a Sua Mãe. Ela é a Senhora do Lugar. Ela é Rainha mãe, Rainha Serva, Rainha intercessora e nós precisamos devolver este lugar à Maria em nossa vida de secular.

Frei Henrique, ocd, ao apresentar o tema “Maria, mãe de Deus e da humanidade” convidou a todos a serem imitadores do SIM de Maria, a confiar e meditar a Palavra de Deus. Maria fez de sua vida uma constante escuta da Palavra de Deus. Para nós, carmelitas, que temos como regra de vida passar o dia sob o impulso da Palavra, Maria torna-se, então, exemplo a guiar-nos no caminho. Ela, mais que ninguém, pode dizer: Sede meus imitadores, como

sou de Cristo (1Cor 11,1). Ela é a Palavra de Deus, não pelo que diz na Escritura ou pelo que se diz dela, mas também por aquilo que ela faz e é. O simples fato de estar junto da cruz é um sinal, aliás, o grande sinal. Aos pés da cruz ela está de pé, firme. Seus olhos se encontram com os olhos do seu filho. No silêncio do olhar encontram-se dois apaixonados, dois amores, e nós nascemos ali, quando Ele olha para João e diz que nele – João – ela o encontrará e que João O encontrará nela. As poucas palavras que são ditas sobre Maria nos evangelhos são carregadas de significados densos e que trazem ressonâncias que ainda hoje se tornam desafios para os grandes mariólogos.

Giovani Carvalho Mendes, ocds, palestrou o tema “O Pai-Nosso de Maria” traçando um paralelo entre a oração que Jesus nos ensinou e a vida de Nossa S e n h o ra . A e s p i r i t u a l i d a d e d o Pa i N o s s o perfeitamente “casa” com a espiritualidade de Maria. Na própria Palavra de Deus existem pistas que revelam que Maria San ssima viveu a espiritualidade do Pai Nosso em sua vida, já que essa oração é a súmula perfeição oracional.

“As Referências Marianas no Catecismo da Igreja Católica” foi o tema apresentado por Paulo Gau ele, ocds, membro da Comunidade São João da Cruz de

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Ibiapina/CE, que trouxe a importância de se considerar Nossa Senhora para a compreensão da doutrina católica. Maria é decantada e representada na Liturgia como o "trono da Sabedoria". Nela começam a manifestarem-se as "maravilhas de Deus" que o Espírito vai realizar em Cristo e na Igreja. O Espírito Santo preparou Maria com sua graça. Convinha que fosse "cheia de graça" a mãe daquele em quem "habita corporalmente a Plenitude da Divindade".

O tema “Aparições Marianas” foi trabalhado por Ana Stela, ocds, Conselheira Provincial e membro da Comunidade São José de Santa Teresa – Fortaleza/CE, que trouxe a mensagem e os significados das aparições marianas como em Fá ma, Lourdes, França, dentre outras.

Artur Viana, ocds, apresentou o tema “A Virgem Maria na Espiritualidade de Santa Elisabete da Trindade” mostrando que é em Nossa Senhora que a santa encontra a plenitude e a perfeição de seu ideal interior. “Os Dogmas Marianos” foram apresentados por Raimundo Soares, ocds, que relatou sobre a importância de se considerar os dogmas para a caminhada espiritual.

E por fim, Madre Bernadete da Santa Mãe de Deus, ocd, priora do Carmelo Santa Teresinha – Fortaleza/CE - finalizou o ciclo de palestras com o tema “A Virgem Maria na vida do Carmelita Secular” ressaltando Nossa Senhora como modelo a ser seguido por todos os seculares nas comunidades, no trabalho e na sociedade em geral. MONTE CARMELO

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A alegria fraterna foi garan da também com a realização dos recreios carmelitanos, sendo eles: Festa dos Anos 60 e a Festa Junina. Com brincadeiras, músicas e muita animação os par cipantes do Congresso demonstraram a alegria de ser Carmelita.

Durante a programação, os congressistas par ciparam de outros momentos marianos como: a Oração da Coroa da Imaculada, realizada pela Comunidade Rainha do Carmelo; e a Coroação de Nossa Senhora, realizada pela Comunidade Flor do Carmelo de Santa Teresinha.

As orações litúrgicas, Adoração ao San ssimo e as Santas Missas foram momentos fortes de oração e encontro com Aquele que sabemos que nos ama... A Celebração Eucarís ca de encerramento foi presidida por Dom Aldo Pago o e na ocasião houve a imposição do escapulário e promessas temporárias de membros da Comunidade Flor do Carmelo de Santa Teresinha.

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Louvamos e agradecemos a Deus pelo Congresso que, sem dĂşvidas, trouxe muitos frutos para Ordem dos Carmelitas Seculares, e a cada par cipante que disse SIM a este encontro com Deus e Nossa Senhora. O Carmelo ĂŠ todo de Maria!

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Testemunho

Testemunho: Esther Pires (Maria Esther Teresa da Trindade, OCDS)

“O mundo é meu Carmelo”.

Hoje é um dia de grande alegria para mim, faz 14 anos que entrei na Ordem dos Carmelitas Descalços Seculares. Exatamente no dia 15 de março de 2003, um convite para par cipar da reunião da Comunidade Alegria da Sagrada Face OCDS mudou minha vida. COMO DEUS ME CHAMOU AO CARMELO Conheci o Carmelo e a Comunidade Alegria da Sagrada Face através de uma grande amiga, Vera Lúcia que, na época, era membro da comunidade, e atualmente ela é religiosa da Obra dos Santos Anjos, e através da Elisa que atualmente é nossa presidente. Já desde o começo, Deus me presenteou com duas grandes amigas que têm sido fundamentais nessa minha caminha como carmelita. Através delas, e desse convite, Deus tem transformado minha vida. Começo dizendo as palavras de Santa Teresa: Só Deus Basta! Pois é isso que tem sido minha vida, como carmelita, desde 2003, quando Deus me chamou para experimentar seu infinito amor através do Carmelo. Desde quando comecei a par cipar das reuniões da comunidade, encontrei o princípio uma grande acolhida, e um imenso amor foi o que mais me chamou a atenção; desde então, tenho experimentado essa fonte que é o Carmelo, através da vida de nossos santos. DEUS ME CHAMOU AO CARMELO para me mostrar as grandes graças que ele concede a quem o serve. Antes de conhecer o Carmelo, vivia totalmente sem expecta va de busca, não imaginava a grande riqueza que ganhamos através da oração. Venho de uma família muito simples e pequena, sem ter uma

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grande família “família perfeita”, vi no Carmelo o meu tudo, e percebi as grandes coisas que podemos ter nas pequenas coisas. O Carmelo tem sido uma grande família para mim. Um ano depois que entrei para o Carmelo, minha mãe veio a falecer, foi um momento de tristeza e noite escura, um dos momentos mais di ceis para mim. Tive que apreender e amadurecer para cuidar de meus irmãos. Ah! Se não fossem o Carmelo, as palavras de Teresa “tudo passa” e as orações de meus queridos irmãos carmelitas... Cada dia basta, vivendo e aprendendo no dia a dia colocando em prá ca minha formação, formação essa que tem me ajudado muito, tanto na minha vida espiritual como na minha vida par cular. As formações e os re ros do Carmelo têm sido meu alimento nessa caminhada. A cada encontro de jovens carmelitas e tantos outros, venho renovando e me conscien zando da minha vocação. O Carmelo, para mim, é mais que uma ordem religiosa, ele tem sido, nesses dez anos, minha família, família que tanto sonhei um dia em ter. Em 2009, passei por mais um momento di cil, meu pai, depois de fica quatro anos de cama, veio a falecer, na mesma semana fui despedida do serviço, e mais, para me deixar sem chão e responder ao chamado de Deus, na outra semana fui eleita presidente de minha comunidade. Faço uma comparação das duas perdas e vejo a grande responsabilidade que Deus me concedeu, apesar de minhas fraquezas e minha miséria. Deus tem me confiado na primeira morte minha família, na segunda morte minha segunda família. A cada dia basta seu cuidado, a cada dia peço a graça de servir e construir com essa família carmelitana o sonho de Teresa. Viver em obséquio de Jesus Cristo e servi-lo fielmente. O Carmelo tem sido para mim uma fonte, onde o amor de Deus tem preenchido todo meu coração e me dando direção espiritual. Quero abraçar a cruz de Cristo e, junto com essa família querida, viver a regra carmelitana a serviço da Igreja.


Retiro de Espiritualidade

RETIRO DE ESPIRITUALIDADE CARMELITANA - OCDS por Liz Leliz Rocha, ocds Comunidade São João da Cruz. BH- MG Comissão de Espiritualidade - OCDS - BR

Data: 05 a 07 de maio de 2017 Assessor: Frei Wilson Gomes, OCD A Oração Teresiana: A Bíblia como fonte de oração. Lema: “Uma palavra disse o Pai, que foi seu Filho; e di-la sempre no eterno silêncio e em silêncio ela há de ser ouvida pela alma.” (Ditos de luz e amor 98 – São João da Cruz)

No convite para o re ro, ressaltou-se a exortação da Dei Verbum: “(...) lembrem- se, (...) que a leitura da Sagrada Escritura deve ser acompanhada da oração, para que seja possível o colóquio entre Deus e o homem; 'com ele falamos quando rezamos; a ele ouvimos quando lemos os divinos oráculos' e tal citação vem de encontro à vida e oração da Santa Madre Teresa d'Ávila, que ao lado de São João da Cruz conduz à vida plena da Palavra, no silêncio do coração. (A voz do Papa – Doc. 37, DV cap. VI, 25). E mais, venha orar na “solidão sonora” de São João da Cruz, caminhando os passos do caminho teresiano, comungando o silêncio do deserto interior.” E assim, como a vida da Igreja cresce com a assídua frequência do Mistério Eucarís co, assim também é lícito esperar um novo impulso da vida espiritual, se fizermos crescer a veneração pela Palavra de Deus, que “permanece para sempre” (A voz do Papa – Doc. 134 - Is 40,8; cf. 1Pd 1, 23-25). Cada um de nós é bendito, pois, busca em Deus o que Ele mesmo nos oferece: um testemunho perene de si mesmo na criação na pessoa de Jesus Cristo. (A voz do Papa - doc 37- cap.1). Iniciamos nos aproximando do Cristo Eucarís co, e Ele mesmo vem de encontro à nossa sede quando nos diz ser a sua carne verdadeira comida, e seu sangue,

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verdadeira bebida, em João 6, 52-59. Convida-nos a estar plenamente com Ele, colocando-nos no seu colo; com toda a sua sabedoria instrui através dos santos que O buscam de coração sincero. À luz do Espírito Santo, a igreja consolidava-se e crescia, (Atos 9,31-42). Prestemos atenção à exortação de Nosso Senhor, conforme o texto de Jo 6,60-69, no qual os discípulos ques onavam o Senhor: “A quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna”. O Senhor Deus nos quer autônomos, independentes, conscientes do que Ele nos fala, nos alimenta com sua Palavra: o próprio Filho. Com Frei Wilson Gomes, OCD nos conduzindo, reportamo-nos às fontes, critérios e chaves u lizados por São João da Cruz em suas obras, as quais reduz a três pontos principais: a ciência, a experiência e a Sagrada Escritura. Fala de modo claro e simples nos prólogos de seus grandes livros (Subida 1-2; CA 3-4; CB 3-4; LA 1 e LB 1.) PROCURAI LENDO E ENCONTRAREIS MEDITANDO, CHAMAI ORANDO E ABRIR-VOS-ÃO CONTEMPLANDO. (São João da Cruz, Ditos de luz e amor 156) · lec o · medita o · ora o · contempla o · comunica o O Senhor nos conduz com a leitura dos Livros Sagrados, em sintonia com a Igreja, pois, para o Papa Francisco, é um perigo viver a vida cristã como se fosse uma “caricatura”, ou seja: · Seguimento sem renúncia · Fraternidade sem comunhão · Obediência sem confiança · Amor sem transcendência · Oração sem encontro. EXERCITAR A PALAVRA = Amor (e não o gostar). São João da Cruz exercita o mandamento do amor, na medida em que o amor se doa, o amor dá sen do a todas as coisas. Deus não cai nas nossas chantagens, pois nascemos para amar. Aquele que é espiritual deve amar verdadeiramente (veja livro II da Subida – cap II e outros). É necessário chegar no verdadeiro amor. Deus aceita o que oferecemos, por isso é necessário aprender a amar como Ele mesmo quer ser amado. O amor que agrada a Deus é ser fraterno,

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amar o outro. Santa Terezinha foi grande discípula de São João da Cruz e São João da Cruz, grande discípulo de Jesus: não se vive só pelo gosto, mas sim pelo amor. Eis a leitura da Sagrada Escritura, lec o, e sua medita vo, meditação. Meditar, refle r, ruminar a leitura que se nos é apresentada, a Palavra de Deus, que é o próprio Filho amado. Assim somos levados à ora o com a Palavra. O PRÓPRIO DEUS NOS CRIA PARA SE DAR A NÓS. EXERCITAR A HUMILDADE = Nada querer. Eis o exercício da escuta, da humildade, do perdão. Que ideia temos de humildade? (Contempla o) · Por elas nos foram dadas as preciosas e grandíssimas promessas, a fim de que assim vos tornásseis par cipantes da natureza divina, depois de vos libertardes da corrupção que prevalece no mundo como resultado da concupiscência. (II Pedro 1,4). EXERCITAR = dinâmica das virtudes teologais: Fé – Esperança – Caridade. Deus é transcendente, nossas capacidades não alcançam Deus, por isso não devemos caminhar pelos sen dos. Na humanidade de Jesus a divindade estava escondida. É somente pela fé que “vemos” Deus: “Deus de Deus...”, “Luz da Luz”... pelos olhos da Fé. O Amor nos leva ao desapego = humildade = oração. No autoconhecimento, aceitam-se as “humilhações”, apegos que se reconhece como pecador. E assim vem o equilíbrio para viver plenamente o amor. Nada querer. É São João da Cruz, em comunhão com a Sagrada Escritura, com a Igreja e com toda a humanidade. Ele vive plenamente o que Jesus viveu especialmente o amor que canta em suas poesias, em seus escritos. Vivencia a Igreja. EXERCITAR A PARTILHA = COMUNICATIO: o homem criado por amor em comunhão. · A razão mais sublime da dignidade do homem consiste na sua vocação à união com Deus. É desde o começo da sua existência que o homem é convidado a dialogar com Deus: pois, se existe, é só porque, criado por Deus p o r a m o r, é p o r E l e e p o r a m o r, constantemente conservado; nem pode viver plenamente segundo a verdade, se não reconhecer livremente esse amor e se entregar ao seu Criador. (Gaudium et spes 19). Portanto, na par lha, comunica o, houve a


apresentação trazida, vivida e experimentada no Re ro: · Para “um dia consagrado ao Senhor sendo alegria e força na caminhada “ · Para caminhada de missão e do dia a dia · Para levar o alimento = Palavra = Espiritualidade para a própria casa · Para ser o alimento = servir ao outro · Para ser o alimento = Deus palavra (versículos guardados no coração) · Para a leitura orante, lec o = buscar a palavra chave da oração e da vida · Para ouvir = mergulhar na Palavra de Deus e deixá-lo agir · Para o autoconhecimento = equilíbrio · Para a vivência diária como carmelita = atualizar vida cristã. · Para permi r-se seduzir pelo Senhor e depois disso não ter mais volta · Para ser o diamante de Teresa, o joalheiro Deus, faz novo trabalho · Para sair do re ro com a música: “deixa-te modelar...” · Para novas e frutuosas consequências · Para de embrião, aprender e apreender o carisma de São João da Cruz · Para sair da “Noite Escura” · Para ser nova chama ardente e “amar o exercício” · Para buscar o amor ágape

· Para caminhar com os discípulos de Emaús · Para reconhecer o Cristo e ter o coração aquecido

· Para conhecer e se aprofundar em São João da · · · · · · · ·

Cruz Para a “festa” que o Re ro se tornou, verdadeiro encontro com Jesus Cristo Para novo ânimo Para a verdadeira acolhida que encantou o coração Para viver as palavras: desapego, amor, humildade Para um novo ques onamento: amo o próximo de verdade? Para viver o Jesus Cristo que disse: amai-vos (amar e não o gostar). Para viver o Jesus Cristo que tem palavras de vida eterna. Para conhecer São João da Cruz e com ele ser discípulo verdadeiro de Jesus.

Caminhar com São João da Cruz, vivendo a ORAÇÃO TERESIANA, como discípulo amado de JESUS, nos instrui à leitura da PALAVRA, que é ELE MESMO, levando-nos a viver plenamente o ser carmelita para par lhar e compar lhar com a humanidade, a palavra do PAI criador que quer se dar a nós. Proceder à lec o, medita o, ora o, contempla o e a comunica o nos leva ao PAI, ou seja, nos leva a ser autên co cristão, autên co carmelita. É a oração do coração!

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Notícias Notícias das Comunidades/Grupos OCDS COMUNIDADES COMPARTILHAM SUAS ATIVIDADES ATRAVÉS DOS GRUPOS DE WHATSAPP

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Comunidade São José - Sete Lagoas/MG Pastoral junto aos moradores de rua.

Comunidade Sta Teresinha do M.J. - Campinas/SP e Grupo Nossa Senhora do Carmo - Paulínia/SP

Comunidade Sta Teresinha do M.J. - Teresina/PI Pascoella, admissão e promessas.

Grupo São José - Petrópolis/RJ Reunião e formação com o tema: Livro da Vida.

Com. Sta Teresinha do M.J. e da Santa Face OCDS/Camaragibe - Renovação das Promessas.

Comunidade de Varginha/MG e de Três Pontas/MG Reunião com o Delegado Provincial Frei Cleber, OCD.

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Comunidade Sta Teresa de Jesus - Campinho/RJ Comemora a Pascoela

Com. Maria, Mãe e Rainha do Carmelo Jabaquara/SP - Formação Humana

I Encontro de Casais Carmelitas de Fortaleza-CE Fruto do I Congresso de Casais da OCDS 2016

Com. Sta Teresinha Doutora da Igreja - Niterói/RJ Romaria ao Monumento de N. S. Auxiliadora

Com. Sta Teresa e Sta Myrian - Franca / SP Reunião de formação sobre São João da Cruz".

Grupo Sta Teresinha, Alma Missionária - Quix./CE Par cipação no Despertar Vocacional Diocesano.

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Comunidade São João da Cruz - São Luís/MA Re ro: Cas dade, Pobreza e Obediência.

Comunidades da OCDS de Fortaleza/CE Homenagens a Virgem Santa de Fá ma.

Pascoela em Cara nga Renovação das promessas no Carmelo Teresiano

Pascoela da Comunidade Alegria da Sagrada Face Itape ninga-SP

Grupo Vinha do Senhor - Ribeirão Preto/SP Celebração do primeiro ano do Grupo

Grupo Nossa Senhora do Sorriso - Natal/RN Formação, par lha, recreio e terço.

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Comunidade São José de Sta Teresa - Fortaleza/CE Renovação das promessas e Formação (São José)

Comunidades de Brasília-DF e Tagua nga-DF Pascoela com Monjas, Frades e OCDS

Comunidade Sta Edith Stein - Divinópolis/MG Renovação Devocional das Promessas

Comunidade Santa Teresa de Jesus - BH/MG Recebe a visita da conselheira Ruth.

Com. Sta Teresa e Sta Myriam Jesus Crucificado Franca/SP - Estudo da carta do Prepósito Geral

Reunião da Comunidade OCDS Camaragibe Estudo: Estatuto Par cular e "Leigos na Igreja"

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Comunidade Santa Teresinha - Passos/MG Curso sobre os sacramentos com Frei Pierino

Comunidade Santa Edith Stein - Divinópolis/MG III Tarde com Maria, Mãe, Rainha do Carmelo

Com. N.S. do Carmo e Sta Teresa de Jesus Higienópolis/SP - Experiência de Oração Teresiana

Grupo de Santa Teresa de Jesus - Tagua nga/DF Formação com Frei Aurílio, assistente espiritual.

Comunidade N.S. do Carmo - Tijuca/RJ Coroação da Virgem do Carmo.

Com. Sta Teresa e Sta Myriam Jesus Crucificado Franca/SP - Comemorando São João

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Eventos COMUNIDADES COMPARTILHAM SUAS ATIVIDADES ATRAVÉS DOS GRUPOS DE WHATSAPP Os membros da OCDS que desejarem entrar nos grupos de WhatsApp, podem enviar suas solicitações para Luciano Dídimo: (85) 988955966. Grupos de WhatsApp da OCDS da Província São José: · CARMELO JOVEM

· OCDS PROVÍNCIA SÃO JOSÉ

· CASAIS OCDS

NOSSOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO, confira... (h p://www.ocdsprovsaojose.com.br/) h p://ocdsprovinciasaojose.blogspot.com.br/

h ps://www.facebook.com/pages/Ordem-Dos-CarmelitasDescal%C3%A7os-Seculares/132884536754686?ref=hl

COMISSÃO DE ESPIRITUALIDADE Dir-se-ia que na oração és como uma rainha que tem livre acesso ao Rei e que dele podes alcançar tudo o que pedires!" (Santa Teresinha) A Comissão tem a finalidade de interceder e promover a intercessão junto às Comunidades e Grupos por todos os nossos eventos, pelos nossos membros mais necessitados, pelas nossas autoridades, pela Ordem. O e-mail para o envio dos pedidos de oração é: intercessaoocds@gmail.com.

AGENDA OCDS 2017 13 a 16/07/17 - ESCOLA DE FORMAÇÃO EDITH STEIN – MÓDULO II – DIMENSÃO DOUTRINAL Incluído hospedagem, café da manhã, almoço, jantar, material didá co. Informações: escoladeformacaoocds@gmail.com Seminário São José - Av. Alberto Craveiro, 2300 - Castelão - Fortaleza-CE 20 a 23/07/17 - ESCOLA DE FORMAÇÃO EDITH STEIN – MÓDULO III – DIMENSÃO CARMELITANA Incluído hospedagem, café da manhã, almoço, jantar, material didá co. Informações: escoladeformacaoocds@gmail.com Centro Teresiano de Espiritualidade - Rodovia Raposo Tavares 18131 - São Roque - SP 21 a 23/07/17 - II CONGRESSO DE CASAIS DA OCDS Informações: comissaodecasaisocds@gmail.com Centro Teresiano de Espiritualidade - Rod. Raposo Tavares 18131 - São Roque - SP 28 a 30/07/17 - II CONGRESSO DA JUVENTUDE DO CARMELO DESCALÇO Informações: carmelojovemprovinciasaojose@gmail.com Centro Teresiano de Espiritualidade - Rod. Raposo Tavares 18131 - São Roque - SP 02 a 05/11/2017 - XXXIII CONGRESSO PROVINCIAL DA OCDS Informações: Carmelita - carmelita_ocds@yahoo.com.br Centro Teresiano de Espiritualidade - Rodovia Raposo Tavares 18131 - São Roque - SP

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