'Cenografia da Dança' aproximação à obra de Frédéric Flamand

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F.A.U.P. 2011 aproximação à obra de Frédéric Flamand

‘CENOGRAFIA DA DANÇA'

‘CENOGRAFIA DA DANÇA' aproximação à obra de Frédéric Flamand

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO INTEGRADO EM ARQUITECTURA Luís André Santos Silva, FAUP 2011 Orientador: Professor Doutor Carlos Nuno Lacerda Lopes



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CENOGRAFIA DA DANÇA, aproximação à obra de Frédéric Flamand

Palavras-chave: Cenografia, Teatro, Artes, Dança, Movimento, Corpo, Espaço, Arquitectura, Experimentação

‘CENOGRAFIA DA DANÇA'

aproximação à obra de Frédéric Flamand

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO INTEGRADO EM ARQUITECTURA Luís André Santos Silva, FAUP 2011 Orientador: Professor Doutor Carlos Nuno Lacerda Lopes


[2] CENOGRAFIA DA DANÇA, aproximação à obra de Frédéric Flamand

Fig.0|”Moving Target”, Fédéric Flamand em colaboração com Diller+Scofidio,1996.(capa e contra-capa).


CENOGRAFIA DA DANÇA, aproximação à obra de Frédéric Flamand

Agradecimentos ao Professor Doutor Lacerda pela orientação e paciência, aos meus pais e a minha irmã pelo apoio, aos meus amigos pelos ensinamentos e por serem a minha segunda família.

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Índice: resumo

6

abstract

8

notas introdutórias

10

1. Arquitectura e Cenografia

17

1.1. O Espaço Teatral e o Espaço Cénico

19

O Espaço Teatral Espaço Cénico

1.3. Arquitectura do Teatro e Cenografia O Teatro Grego O Teatro Romano O Teatro Medieval O Teatro do Renascimento O Teatro Barroco A Evolução Teatral

1.4. ‘The New Stagecraft’ – Identidade Cenográfica Abstraccionismo Construtivismo A Bauhaus O corpo no Espaço Vazio – Contemporaneidade

2. O corpo e o movimento no espaço = Dança Origens Séculos XVI-XIX Século XX

2.1. O corpo e a dança Coreografia e Movimento O corpo e o movimento, Rudolf Laban e Oskar Schlemmer Corpo, espaço e novas tecnologias

2.2. A dança como força geradora de espaço

19 23

27 27 29 30 31 35 36

37 37 41 43 46

55 55 56 59

61 61 63 66

67


CENOGRAFIA DA DANÇA, aproximação à obra de Frédéric Flamand

3. A cenografia arquitectónica da dança

71

Frédéric Flamand – Biografia Oficial Frédéric Flamand - Obras

72 73

3.1. Espectáculos em foco “Moving Target” by Diller&Scofidio “Metapólis” by Zaha Hadid “The future of work”, “Body/Work”, “Body/Work/Leisure” by Jean Nouvel “Silent Collisions” by Thom Mayne “La Cité Radieuse” by Dominique Perrault

3.2 . ‘Ensaio’ sobre a obra de Frédéric Flamand Interdisciplinar Notações coreográficas Espacialidades não convencionais Para uma arquitectura Diferentes perspectivas Espaços híbridos-tecnológicos O corpo delimitado e de memória Próteses e corpo máquina Corpo Urbano

77 77 81 85 89 93

97 97 99 101 103 103 105 105 107 109

4. Considerações finais, a dança na cenografia arquitectónica

113

Fontes bibliográficas

116

Fontes iconográficas

120

Videografia aconselhada

124

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resumo


CENOGRAFIA DA DANÇA, aproximação à obra de Frédéric Flamand

Arquitectura, Cenografia e Dança, são disciplinas que aparentemente não se encontrariam ligadas entre si. Este ensaio é concebido no sentido de mostrar essas ligações e relações. Embora estas disciplinas convirjam em alguns pontos não é claro de que forma se defrontam. Na arquitectura, o palco teatral defronta-se segundo as suas características espaciais e formais, estando sempre presente um sentido estrutural, funcional e de escala, na produção do desenho e construção. O desenho cenográfico, de experimentação de fortes linguagens metafóricas, é sem dúvida aliciante para o arquitecto, como espaço experimental, das suas teorias que nem sempre pode realizar no seu dia-a-dia. Neste sentido, o teatro é encarado como um domínio que oferece um vasto campo de actuação de carácter experimental. Os dispositivos cenográficos em palco sugerem e aludem à realidade a que se propõe a cena. A arquitectura estrutura um suporte conceptual e formal, nesta concepção cenográfica, posicionando-se em favor de um determinado conceito teatral. De facto, dos cenógrafos requer-se a construção de um espaço onde os actores ou bailarinos possam recitar, dançar e cantar livremente, um espaço que nem sempre é o palco cénico de um teatro. ‘Arquitectura e Cenografia’, o ‘Corpo em Movimento’ e ‘Dança na Cenografia Arquitectónica’, são temas que fazem parte da decomposição da expressão titular deste ensaio. Percorrendo a relação entre arquitectura e cenografia teatral, através da história e evolução do teatro, pretende-se depreender os seus conceitos, definições e interpretações. Abordando a Dança, reflectindo sobre as suas origens e evoluções, procura-se entender as teorias do movimento no espaço do corpo humano, e sua expressão coreográfica. Explorando o trabalho do coreógrafo Frédéric Flamand, com o intuito de perceber o porquê da arquitectura na cenografia de espectáculos de dança e como estas relações criam cenografias de interesse experimental, de estudo, enquanto obras que alteram a percepção da dança teatral e do desenho do espaço para o movimento do corpo. Frédéric Flamand sustem firmemente a necessidade de pessoas provenientes de diferentes âmbitos disciplinares se encontrem para explorar novas formas de expressão, à procura de estrutura e respostas diversas. Afirma também que é necessária a ‘hibridação’ e a ‘descamação’ progressiva de fronteiras de etiqueta e de códigos linguísticos; procurar novas aberturas, cânones alternativos para surpreender com novos espectáculos. A sociedade actual vive de formas, de imagens, e através das suas formas de expressão manifesta uma liberdade criativa que é também comum à cenografia da dança. Trabalhando no teatro o arquitecto pretende projectar algo que constitua uma abertura na tentativa de expandir a compreensão da arquitectura.

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abstract


CENOGRAFIA DA DANÇA, aproximação à obra de Frédéric Flamand

Architecture, Scenography and Dance are disciplines that apparently don’t connect with each other. This essay is conceived in order to show those connections and relationships. Although these disciplines converge in some points it is not clear how they face each other. In the theatrical stage architecture is challenged accordingly to its spatial and formal characteristics, a structural sense is always present, functionality and scale in the production of design and construction. The scenography design, to experiment with strong metaphorical language, is certainly attractive to an architect, as an experimental space, for his theories that he can’t always achieve in his day-to-day. In this sense, the theater is seen as a domain offering a wide range of action of an experimental nature. The scenic devices on stage suggest and allude to the reality that is proposed in the scene. The architectural structures a conceptual and formal support, in this scenography design, positioning itself in favor of a particular theatrical concept. In fact, scenographers are required to build a space where actors or dancers can recite, sing and dance freely, a space that is not always the scenic stage of a theater. 'Architecture and Scenography', the 'Body in Motion' and 'Dancing on the Architectural Scenography' are subjects that are part of the decomposition of the term holder of this essay. Walking the relationship between architecture and theater scenography, through history and evolution of the theater, we want to deduce their concepts, definitions and interpretations. Addressing the Dance, reflecting on its origins and developments, we seek to understand the theories of motion within the human body, and its choreographical expression. Exploring the work of the choreographer Frédéric Flamand, in order to understand the why of architecture in dance performances and how these relationships create scenographies of experimental interest for study, as productions that alter the perception of dance and theater design space for body movement. Frédéric Flamand firmly sustains the need for people from different disciplinary areas to come together in order to explore new forms of expression, searching for structure and different answers. It also states that it is necessary the progressive 'hybridization' and 'peeling' of etiquette boundaries and language codes, search for new openings and alternative canons to surprise with new performances. Society today lives of shapes, images, and through their forms of expression manifests a creative freedom that is also common to scenography of dance. Working in theater the architect intends to design something that constitutes a chance in the attempt to expand the understanding of architecture.

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notas introdutórias


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“O teatro sempre esteve ligado à arquitectura, não só pela simples construção do edifício, mas sobretudo porque na essência se trata de colocar o homem em acção. O homem no espaço, sua relação social e psicológica onde os problemas da acústica, óptica, iluminação, cor, geometria, são elementos comuns à arte da construção do espaço e à arte dramática.” 1 O começo da presente tese teve a sua origem na curiosidade suscitada pela disciplina de cenografia, a qual frequentei na Faculdade de Palermo, através do programa erasmus. O tema de cenografia no âmbito de arquitectura atraiu o meu interesse pelas suas complexidades teórico-práticas, pela a sua história, relação com outras artes… No desenvolvimento desta investigação, deparei-me com um projecto que, enquanto proposta, apontava para uma prática experimental, não apenas no campo da arquitectura mas também no campos das artes visuais abrangendo um vasto campo teórico. No campo da concepção em estudo, o projecto pretende explorar os métodos e técnicas comuns de representação da arquitectura, aplicados com intuitos diferentes ou explorando os seus limites e usos, de encontro a uma representação fluida e cambiante. Manifestamente, Arquitectura e Cenografia não são o mesmo, embora convirjam em alguns pontos. Na arquitectura o palco teatral defronta-se segundo as suas características espaciais e formais, estando sempre presente um sentido estrutural, funcional e de escala, na produção do desenho e construção. Na cenografia, o dever da ficção atenta a uma liberdade criativa contínua, reclamando a liberdade poética, que se reveste de palavras, som, luz e movimento… tudo subjacente a uma emoção prostrante. No decorrer dos tempos, o papel do arquitecto sofreu mutações. Até ao Renascimento, o arquitecto acumulava em si a prática de várias disciplinas, sendo simultaneamente construtor, escultor, pintor, etc., sem que se distinguisse a delimitação do seu papel efectivo. Porém, no desenvolvimento e decorrer da história da arquitectura, esta poderá, hoje, ser entendida como forma de arte. As disciplinas artísticas são mais experimentais, devido à sua natureza e liberdade de expressão, contrariamente à arquitectura que deve responder a condicionantes ambientais específicas, utilização do espaço, conforto emocional e psicológico do homem. No entanto as disciplinas aproximam-se, pois estas são essencialmente expressões artísticas. No começo, o Homem exprimia-se por representações da sua realidade quotidiana, utilizando já os rituais (religiosos) como representação de algo ‘fantástico’.

Foi

neste

acto

que

surgiu

a

segregação

1

Carlos Nuno Lacerda Lopes in ‘Corpo, espaço e representação’ p.13

entre

‘actores’

e


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‘espectadores’, separando o espaço ficcional do real, criando a necessidade e existência do teatro. O teatro é assim um lugar da manifestação humana e dos seus significados, uma construção de um universo significante. Na história, o espaço arquitectónico e teatral foi-se conformando segundo os ideais e especificidades sociais, em que se encontrava. Até aos dias de hoje o teatro foi ‘crescendo’, (re)inventando-se. “Thetricality was indeed one of the cardinal sins with which modernist had charged nineteenth century culture, especially its architecture, decked out with a quilting made up of fragments drawn from the great styles of the past.”2 Na história, as artes do espectáculo absorveram as tendências das artes plásticas e visuais, com abordagens diferentes nos diversos períodos, metabolizando culturas prévias como informação de fundo e reflexão. Na cena Contemporânea o que é representado em palco não é um ‘lugar do mundo’, é um elemento estabelecido segundo códigos e princípios culturais da sociedade, para uma construção de sentidos, alicerçada no trabalho de transposição poética. O efémero torna-se um território de investigação no qual os cenógrafosarquitectos apresentam a sua visão do mundo através de meios inovadores e materiais do quotidiano, usados na construção cénica. A experimentação de uma forte linguagem metafórica, utilizando elementos de carácter técnico e meios de representação arquitectónica, na projectação cenográfica, é sem dúvida aliciante para o arquitecto, levando-o à exploração da cenografia como disciplina que apresenta uma nova fronteira de desenho e visualização. O número de incursões de arquitectos, no campo teatral, aumentou nos últimos anos: desde 1984 quando Renzo Piano desenha a cena para o Prometeu de Luigi Nono, à cenografia minimalista de John Pawson. Os seus trabalhos confirmam, quer seja o interesse de um diálogo entre disciplinas diversas como a dança, teatro, música, vídeo arte, arquitectura, quer com uma comum sensibilidade no tratar do espaço. De facto, dos cenógrafos requer-se a construção de um espaço onde os actores ou bailarinos possam recitar, dançar e cantar livremente, um espaço que nem sempre é o palco cénico de um teatro. John Pawson, arquitecto que assinou a cena minimalista para o bailado “Chroma”, descreve que a arquitectura no seu complexo, se interessa pela forma como a pessoa usa o espaço e se movimenta no mesmo, sendo esta dinâmica elevada ao seu expoente num bailado.

2 HARRIES, Karsten, “Theater, Theatricality and Architecture”, Perspecta 26, New York: The Yale Architectural Journal, 1990, p.21.


CENOGRAFIA DA DANÇA, aproximação à obra de Frédéric Flamand

De notável interesse são as colaborações entre o coreógrafo belga, director do Ballet

National

de

Marseille,

Frédéric

Flamand

com

numerosos

arquitectos

contemporâneos e artistas de vídeo e imagem. São tantos os arquitectos que se têm envolvido como cenógrafos de espectáculos de dança, com interesse particular os resultados da colaboração entre o coreógrafo Frédéric Flamand e Thom Mayne, Diller+Scofidio, Jean Nouvel, Zaha Hadid e Dominique Perrault. Ao contrário da cenografia de Pawson, estes arquitectos criam micro-arquitecturas, cenografias elaboradas e complexas de variados elementos, algumas vezes impositivos. Flamand sustenta firmemente a necessidade de pessoas provenientes de diferentes âmbitos disciplinares se encontrarem para explorar novas formas de expressão, à procura de estrutura e respostas diversas. Afirma também que é necessária a ‘hibridação’ e a ‘descamação’ progressiva de fronteiras de etiqueta e de códigos linguísticos; procurar novas aberturas, cânones alternativos para surpreender com novos espectáculos. Procurando este propósito, o tema ‘Cenografia da Dança’, será deste modo estruturado em três partes principais: ‘Arquitectura e Cenografia’, o ‘Corpo em Movimento’ e ‘Dança na Cenografia Arquitectónica’. Na primeira parte explora-se, a relação entre arquitectura e cenografia teatral, e através da história e evolução do teatro, pretende-se depreender os seus conceitos, definições e interpretações. Numa segunda parte aborda-se a Dança, reflectindo sobre as suas origens e evoluções, procurando entender as teorias do movimento no espaço do corpo humano. Compreendendo as especificidades dos capítulos anteriores, a terceira parte debruça-se na análise do trabalho do coreógrafo Frédéric Flamand, no intuito de perceber o porquê da arquitectura na cenografia de espectáculos de dança e como estas relações criam cenografias de interesse experimental, de estudo, enquanto obras que alteram a percepção da dança teatral e do desenho do espaço para o movimento do corpo. Neste sentido, o teatro é encarado como um domínio que oferece um vasto campo de actuação de carácter experimental. Os dispositivos cenográficos em palco sugerem e aludem à realidade a que se propõe a cena. A arquitectura estrutura um suporte conceptual e formal, nesta concepção cenográfica, posicionando-se em favor de um determinado conceito teatral. A sociedade actual vive de formas, de imagens, e através das suas formas de expressão manifesta uma liberdade criativa que é também comum à cenografia. Trabalhando no teatro o arquitecto pretende projectar algo que constitua uma abertura na tentativa de expandir a compreensão da arquitectura.

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1 . A rq u i t e c t u ra e C e n o g ra f i a



2. O c o r po e o mov i m e n t o n o e s p a รง o = Da n รงa



3. A c e no g r a f i a a rq u i t e c t 贸 n i c a d a d a n 莽a


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Fig. 25| “Métamorphoses”, Frédéric Flamand em colaboração com Fernando e Humberto Campana, 2007.


CENOGRAFIA DA DANÇA, aproximação à obra de Frédéric Flamand

3. A cenografia arquitectónica da dança “A

minha

aproximação

a

arquitectura

é

iniciada

com

algumas

considerações sobre o corpo e como o corpo se mete em relação com diferentes sistemas de normalização.[…] o meu interesse está na consideração de tais relações no âmbito da conformação do espaço.”46 O trabalho de Frédéric Flamand e sua pesquisa interdisciplinar surge como pretexto nesta dissertação de modo a perceber a interacção entre dança, teatro, artes plásticas e arquitectura. O objectivo principal na obra de Flamand reside na interacção das duas ‘artes do espaço’: dança e arquitectura, portanto, entre bailarinos, elementos cenográficos e luzes. A sua investigação é concentrada sobretudo na questão do corpo, do ‘corpo-imagem’, e do ‘corpo-urbano’. O seu objectivo é ‘fazer o espaço dançar’. As temáticas da pesquisa de F. Flamand são várias e complexas: a trilogia sobre a esquizofrenia de Nijinsky, a trilogia da relação entre o mundo do trabalho e da indústria e a relação entre corpo e cidade… A pesquisa desenvolvida por Flamand levou-o ao uso cénico da arquitectura móvel, a utilização de lugares diferentes dos tradicionalmente usados e à investigação do corpo do bailarino (ou umas parte do mesmo) real e virtual, projectado ou reflectido. Tornar um lugar teatral, significa colocar em jogo e agregar elementos arquitectónicos certamente não criados para esse propósito/sentido, formando espaços cénicos de recitação, dança, dramatização. Quer estes lugares sejam um celeiro, uma igreja, ou uma praça pública. A arquitectura ‘não-teatral’ sempre estimulou Frédéric Flamand, para ele o trabalho realizado nestes locais extra-teatrais traz a discussão não só a questão do ‘contentor’ mas sobretudo a visão frontal, típica do teatro, uma visão que privilegia o olhar de poucos espectadores. Actualmente a cenografia sente a necessidade de um forte envolvimento e preocupação espacial. A relação com a arquitectura torna-se mais forte na concepção dos mais recentes espectáculos de Flamand, onde o espaço não é um elemento puramente cenográfico, mas um lugar determinante na interacção com o corpo dos bailarinos.

46

F.Flamand, Dança e Arquitectura, in “Lotus International”, n.122,2004,p.17.

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Frédéric Flamand – Biografia Oficial Encontros, diálogo e um certo tipo de utopia tingida com realismo, têm sido os três temas chave ao longo da carreira de Frédéric Flamand. Em 1973, Frédéric Flamand funda “Plan k” através do qual explorou o “status” e a representação do corpo humano ao integrar as artes plásticas e técnicas audiovisuais em espectáculos ao vivo. Assim ele lançou os fundamentos para aproximação interdisciplinar que constitui a base de todo o seu trabalho. Em 1979, inaugura um Centro de Artes numa antiga refinaria de açúcar onde criou “Quarantaine” (1980), o “Scar Lines” (1984) e o “If Pyramids were square” (1986). O centro foi anfitrião de artistas de diversas disciplinas, tais como, Bob Wilson, Philippe Decouflé, William Burroughs e até Joy Division e os Echo and the Bunneymen. Em 1989, Frédéric Flamand foi convidado por Gérard Mortier, director do The Théâtre Royal de La Monnaie em Bruxelas, para realizar “La chute d’Icaire”, a primeira parte de uma triologia que incluía “Titanic” (1992) e “Ex Machina” (1994) criado em colaboração com o artista plástico veneziano Fabrizio Plessi. Em 1991, Flamand foi nomeado Director artístico do “Royal Ballet” de Wallonia, o qual Flamand renomeou de Charleroi/Danses. Após a sua nomeação, Flamand concentra o seu estudo na articulação de ambas as técnicas de dança clássica e contemporânea, pois na sua visão o diálogo entre os dois géneros era o mais produtivo. Em 1996, Frédéric Flamand inicia a sua investigação da relação entre a dança e a arquitectura, através dos pontos de convergência que estes partilham – o espaço e estrutura. Esta pesquisa viu a criação do “Moving Target”, “E.J.M.1” e “E.J.M.2” com os arquitectos nova-iorquinos Elizabeth Diller e Ricardo Scofidio; “Metapólis I” (2000) e “Metapólis II” (2006), com a arquitecta iraquiana vencedora do Pritzker 2004, Zaha Hadid; e de “Future Work”, para a Exposição Uniiversal de Hanover 2000, em colaboração com o arquitecto Jean Nouvel, com o qual também criou Body/Work/Leisure (2001). Em 2003, Frédéric Flamand foi nomeado director artístico do primeiro festival de dança Internacional na Bienal de Veneza. Inaugurou o festival com a sua criação “Silent Collisions”, produzido com o arquitecto californiano Thom Mayne (Pritzker Prize 2005). Em 2004, Frédéric Flamand participa em conferências na Universidade de arquitectura de Veneza, criando workshops criativos interdisciplinares centrados no tema da Dança. Em Setembro de 2004, Flamand foi nomeado para Director do Ballet Nacional de Marseille e a sua escola de dança. Criou em 2005 “La Cité Radieuse” com o arquitecto francês Dominique Perrault. As obras de Frédéric Flamand foram apresentadas nos mais conceituados lugares da Europa, dos Estados Unidos, da Ásia e da América Latina. Frédéric Flamand é o detentor do Prémio Oficial das Ordens das Artes e das Letras do Ministério da cultura Francesa.


CENOGRAFIA DA DANÇA, aproximação à obra de Frédéric Flamand

Frédéric Flamand - Obras LE NU TRAVERSÉ Produção: Plan K. Apresentado a 15 de Novembro de 1973, Laranjal do Jardim Botánico, Bruxelas, Bélgica. THE PENNY ARCADE PEEP SHOW Produção: Frédéric Flamand. Apresentado em 1975, Laranjal do Jardim Botánico, Bruxelas, Bélgica. 23 SKIDDOO Produção: Plan K. Apresentado em Fevereiro de 1977, Pavilhão Passions Humaines, Jardim do Cinquatenaire, Bruxelas, Bélgica. SCENIC RAILWAY Produção: Plan K. Apresentado em Maio de 1979, Refinaria do Plano K, Bruxelas, Bélgica QUARANTINE Produção: Plan K. Apresentado a 24 de Abril de 1980, Instituto Nacional de Belas Artes, Cidade do México, México MEMORY STOP Produção: Plan K. Apresentado em 1982, Salvador da Baia, Brasil SCAN LINES I Produção: Plan K. Apresentado a 22 de Maio de 1983, Museu de Arte Moderna de Montereal, Canadá SCAN LINES II Produção: Plan K. Apresentado em 1984, Festival Toga, Japão IF PYRAMIDS WERE SQUARE Cenografia: Marin Kasimir Produção: Plan K. Apresentado em 1986, Festival de Cervantino, México LA CHUTE D’ICAIRE (DÉSASTRE/UTOPIE) Cenografia: Fabrizio Plessi Produção: Plan K. Co-produção: Théâtre royal de la Monnai/De Munt. Co-produtores associados: Communauté française de Belgique, Off-Tat Theather Frankfurt, Kunstlerhaus Mousonturm, RTBF. Apresentado em Outubro de 1989, Théatre royal de la Monnaie, Bruxelas, Bélgica. TITANIC Cenografia: Fabrizio Plessi Produção: Plan k. Co-produção: Charleroi/Danses, Centre chorégrafique de la communauté française de Belgique. Apresentado em Fevereiro de 1992, musée de l’Industrie , Charleroi, como parte integrante da Bienal La Voix du geste, Bélgica EX MACHINA Cenografia: Fabrizio Plessi Produção: Charleroi/Danses, Centre chorégrafique de la communauté française de Belgique. Apresentado a 18 de Abril de 1994, piscine de la Broucheterre, Charleroi como parte integrante da Bienal Corps et machines, Bélgica

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CENOGRAFIA DA DANÇA, aproximação à obra de Frédéric Flamand

MOVING TARGET Cenografia e Imagem: Elizabeth Diller e Ricardo Scofidio. Produção: Charleroi/Danses, Centre chorégrafique de la communauté française de Belgique. Apresentado a 27 de Abril de 1996, université du Travail, Charleroi, como parte integrante da bienal Vitesse et memóire, Bélgica E.J.M.1 (EDWARD JAMES MUYBRIDGE) Cenografia: Elizabeth Diller e Ricardo Scofidio. Produção: Charleroi/Danses, Centre chorégrafique de la communauté française de Belgique. Apresentado em 1998, Opéra national de Lyon, França. E.J.M.2 (ÉTIENNE JULES MAREY) – commande du Ballet de l’Opéra national de Lyon, direcção Yorgos Loukos. Cenografia: Elizabeth Diller e Ricardo Scofidio Produção: Ballet de l’Opéra national de Lyon, France. Apresentado em 1998, Opéra national de Lyon, França. METAPÓLIS I (PROJECT 972) Cenografia e Guarda-Roupa: Zaha Hadid. Co-produção: Bruxelles/Brussel 2000 – Capitale européenne de l aculture, Maison des artes et de l aculture André Malraux, Créteil (França), festival Oriente Occidente di Rovereto (Itália), Het Muziektheater Amsterdam (Holanda), L’Arsenal de Metz (França). Apresentado em 2000, Les Ecuries, Charleroi, Bélgica. THE FUTURE OF WORK Conceito/Cenografia: Jean Nouvel Produção: Exposition universelle de Hanovre 2000. Apresentado a 1 de Junho de 2000, Hanover, Alemanha. BODY/WORK & BODY/WORK/LEISURE Cenpgrafia: Jean Nouvel e Hubert Tonka. Produção: Charleroi/Danses, Centre chorégrafique de la communauté française de Belgique. Co-produção: Festival de danse á Cannes (França), Maison des artes et de l aculture André Malraux, Créteil (França), Bruges 2002/Format 2002 (Bélgica), Steps #8 Internatinal Dance Festival (Suiça). Apresentado a 2 de Dezembro de 2001, Festival de Cannes, França. SILLENT COLLISIONS Cenografia: Thom Mayne. Assistido por Nadine Quirmbach, Jonh Skillern. Produção: Charleroi/Danses, Centre chorégrafique de la communauté française de WallonieBruxelles – La Biennale di Vinezia (Itália), Het Muziektheater (França), la maison des arts et de l aculture André Marlaux, Créteil (França). Apresentado a 13 de Junho de 2003, Bienal de Veneza, Itália. LA CITÉ RADIEUSE Cenografia: Dominique Perrault. Assistido por Gaelle Lauriot-Prévost et Marie-Pierre Vandeputte. Produção: Ballet national de Marseille. Co-produção: Festival de Marseille (França), com a ajuda da Fundação Teatro Due, Parma (Itália). Apresentado a Julho de 2005, Festival de Marseille, França. METAPÓLIS II Cenografia e Guarda-roupa: Zaha Hadid. Produção: Ballet national de Marseille. Apresentado a Julho de 2006, Festival de Marseille, França. MÉTAMORPHOSES Cenografia e guarda-roupa: Fernando e Humberto Campana. Produção: Ballet national de Marseille. Co-produção: Grand Théâtre de la Ville de Luxembourg e Grande Région-Capitale européenne de la culture 2007 e o Brighton Festival (Reino Unido). Apresentado a 14 de Dezembro de 2007, Grand Théâtre de Luxembourg, Luxemburgo. LE TROUBLE DE NARCISSE Cenografia: Diller + Scofidio Apresentado em 27 Maio 2009 LA VÉRITÉ 25X PAR SECONDE Cenografia : Ai Weiwei. Produção: Ballet national de Marseille. Co-produção: grand theatre de luxembourg . Apresentada mundialmente em 12 de Fevereiro 2010, Grand Theatre de Luxembourg .

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Frédéric Flamand Cit in HAGROU, Rafael, “Frédéric Flamand”, Actes SUD, França 2008, p. 95

[96] CENOGRAFIA DA DANÇA, aproximação à obra de Frédéric Flamand



4 . C o n s i d e ra ç õ e s f i n a i s, a da nç a n a c e n o g ra f i a a rq u i t e c t ó n i ca


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fontes bibliográficas


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Fig.0|”Moving Target”, Fédéric Flamand em colaboração com Diller+Scofidio, 1996.(capa e contracapa). http://blank.thinkdry.com/uploaded_files/image/738/original/moving-%C2%A9Pipitone_pr esse.jpg?1306152359 Fig. 1|”Silent Collisions”, Fédéric Flamand em colaboração com Thom Mayne, 2003. http://www.teatrostabiletorino.it/pressdata/120736.jpg Fig.2|Sala do Teatro Schaubuhne, transformada em 1975, por Peter Stein, em sala adaptável a diferentes configurações. http://www.gerling-arendt.de/en/# Fig.3|Teatro Schaubuhne, Berlim, 1927. Erich Mendelsohn. http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/e/e6/Berlin_Schaub%C3%BChne_nachts.jpg Fig.4| o Teatro Epidauro, de 340 a.C.. http://3.bp.blogspot.com/-V-OUAULGvbE/TcAOJQ7zXuI/AAAAAAAAAAM/zgpGRZHw9r8 /s16 00/ teatro+epidauro.jpg Fig.5|Planta modelo do teatro grego. http://www.cornellcollege.edu/classical_studies/lit/cla364-1-2006/01groupone/ images/th ea tron.jpg Fig.6|Frente de cena do Teatro Olímpico de Vicenza. http://lh5.ggpht.com/-9ereqYkcmjU/RpKzsOJ6mCI/AAAAAAAAAHw/5CAKBko7x7I/065VicenzaTheater.JPG Fig.7|8|Planta e perspectiva do Teatro Farnese. http://www.operamondo.it/pianta%20del%20teatro%20farnese.gif http://www.corbisimages.com/images/42-17851222.jpg?size=67&uid=444d0fc9-c804-43bd-81325f33f87e81fb Fig.9|Reconstrução do Globe Theater, Londres, 1599. http://www.flickr.com/photos/cyberslayer/1915310481/sizes/z/in/photostream/ Fig.10|Shakespeare's Globe Theater, Londres, 1997. http://www.religiousintelligence.org/churchnewspaper/wp-content/uploads/2011/03/ globe _ image _library_-_playing_shakespeare_5.jpg Fig.11|Adolphe Appia,” As Traquínias”, 1933. http://2.bp.blogspot.com/_Wi_ld3qShhY/Sk0NXUcdvI/AAAAAAAAAO0/IMzSXVCIUZs/s400/siracusa.JPG Fig.12|Adolphe Appia,” Espaces Rythmics”, 1909. http://2.bp.blogspot.com/-gvqQ0YCF3fE/TeNkYfs5kOI/AAAAAAAAAFg /SJa6KO1AEc/s160 0/ appia+works.jpg Fig.13|”Slat dance” , Oskar Schlemmer. http://4.bp.blogspot.com/_82TyWbak5z0/Sww5N9KeLtI/AAAAAAAAAEI/HvnkWoB5q5c/s1600/Schlem mer_slatdance.jpg Fig.14|“Tridiac Ballet”, Oskar Schlemmer, Berlim, 1926. http://designblog.uniandes.edu.co/blogs/dise1204/files/2009/06/bauhaus.jpg Fig.15|”Chroma”, John Pawson, 2006. http://1.bp.blogspot.com/-pHtrZmC2xQw/TbGVX6YyXpI/AAAAAAAAWeI/Sq96LADRMPY/s 1600/BalletChromaPawsonSet.jpg Fig.16|” The man Who”, Peter Brook, 1993. http://www.lavinajadhwani.com/images/77.jpg Fig.17|”The magic flute”, Peter Brook, 2011 http://www.ocafe.com.br/wp-content/uploads/2011/08/Peter-Brook-A-Flauta-Magica-Porto-AlegreEm-Cena.jpeg Fig. 18| “Metapólis II”, Frédéric Flamand em colaboração com Zaha Hadid, 2006. http://www.teatrionline.com/wp-content/uploads/03_Metapólis-Fr%C3%A9d%C3%A9ric-FlamandZaha-Hadid%C2%A9Foto-Pipitone.jpg Fig.19|Reapresentação de “Agon”, de Balanchine.


[122] CENOGRAFIA DA DANÇA, aproximação à obra de Frédéric Flamand

http://2.bp.blogspot.com/-x6PoMLywaCI/TYzyiM8jpEI/AAAAAAAAAHI/9x7N12df p0c/ s1600/p a%2Bballet.jpg Fig.20|Isadora Duncan. http://4.bp.blogspot.com/_bhF2kCPmQ8o/TOfin6rQBmI/AAAAAAAAACk/sFCc60JwtNo/s1600/2984173 36_7653e547fe.jpg Fig.21|Martha Graham. http://www.goddesssophiawalker.com/wordpress/wp-content/uploads/2011/05/ graham.jpeg Fig.22|Técnica do ‘Icosaedro’, Rudolf Laban. http://darksidenet.altervista.org/icos.jpg Fig.23| 'Concentric Group, Figure Plan K', Oskar Schlemmer, 1992. http://astrangershand.com/wp-content/uploads/2011/04/Oskar-Schlemmer-Konzentrische-gruppefigurenplan-K-1-1922.jpg Fig.24|Geometrização de figurinos, Oskar Schlemmer. http://3.bp.blogspot.com/-NMciwb6JZtI/Tlpr-OcOS9I/AAAAAAAATCc/DOUe0OlTPCM/s 1600/oskar%2Bsch7.gif+ Fig. 25| “Métamorphoses”, Frédéric Flamand em colaboração com Fernando e Humberto Campana, 2007. http://acaoecontexto.files.wordpress.com/2009/10/mg_41411.jpg Fig. 26| “Moving Target” Frédéric Flamand e Diller+Scofidio, 1996. MAGROU, Rafael. “Frédéric Flamand”, Actes SUD, França, 2008. p.13 Fig. 27|Bailarino dançando ballet clássico, restringido pelo uso da barra. MAGROU, Rafael. “Frédéric Flamand”, Actes SUD, França, 2008. p.23 Fig. 28|Bailarinos dançando em conjunto, o uso da cor e luz intensa. http://blank.thinkdry.com/uploaded_files/image/738/original/moving-%C2%A9Pipitone_pr esse.jpg?1306152359 Fig. 29|Bailarino em posição estática enquanto a acção se desenrola a sua volta. MAGROU, Rafael. “Frédéric Flamand”, Actes SUD, França, 2008. p.53 Fig. 30|Execução de dança clássica, sob a disciplina dos ‘gurus’. http://www.theatre-lacriee.com/spectacles/moving-target-danse Fig. 31|Danca e projecção de vídeo na superfície relfectora, por cima do placo cénico. http://www.theatre-lacriee.com/spectacles/moving-target-danse Fig. 32|Visão do efeito de foco de luz frontal no reflexo do espelho. http://www.ballet-de-marseille.com/IMG/jpg/5.jpg Fig. 33| “Metapólis” Frédéric Flamand e Zaha Hadid, 2000. http://milanoartexpo.files.wordpress.com/2011/07/metropolis2.gif Fig. 34| O uso das ‘pontes’ como plataforma de dança. http://www.zaha-hadid.com/wp-content/files_mf/972_charl_photcd_14.jpg Fig. 35|Imagem de apresentação da cenografia. http://www.zaha-hadid.com/design/metapólis-ballet/ Fig. 36|37|Uso do espaço defenido por um forte foco de luz. http://www.zaha-hadid.com/wp-content/files_mf/972_charl_photcd_07.jpg http://www.zaha-hadid.com/wp-content/files_mf/972_charl_photcd_09.jpg Fig. 38|39|Sequência de dança fimada com a técnica ‘black screen’. http://www.zaha-hadid.com/wp-content/files_mf/972_charl_photcd_13.jpg http://www.zaha-hadid.com/wp-content/files_mf/972_charl_photcd_06.jpg Fig. 40|41|Sequência de dança, com projecção de vídeo como pano de fundo. http://www.zaha-hadid.com/wp-content/files_mf/972_charl_photcd_1267.jpg http://www.nytimes.com/2007/07/22/arts/dance/22solw.html Fig. 42| “Body/Work/Leisure” Frédéric Flamand e Jean Nouvel, 2001. MAGROU, Rafael. “Frédéric Flamand”, Actes SUD, França, 2008. p.64


CENOGRAFIA DA DANÇA, aproximação à obra de Frédéric Flamand [123]

Fig. 43|44| “Body/Work/Leisure” O uso de projecção nos ecrãs da estutura. http://www.festivaldedanse-cannes.com/multimedia_popup.php3?img =IMG/jpg/ Flamand_1.jpg&larg=640&haut=480&titre=Fr%E9deric%20Flamand http://www.festivaldedanse-cannes.com/IMG/jpg/Flamand_2-2.jpg Fig. 45|46|47|48|“Body/Work/Leisure”, várias sequências do uso da estrutura MAGROU, Rafael. “Frédéric Flamand”, Actes SUD, França, 2008. p.60 MAGROU, Rafael. “Frédéric Flamand”, Actes SUD, França, 2008. p.61 MAGROU, Rafael. “Frédéric Flamand”, Actes SUD, França, 2008. p.65 MAGROU, Rafael. “Frédéric Flamand”, Actes SUD, França, 2008. p.59 Fig. 47|“The future of work”, planta esquemática da estrutura MAGROU, Rafael. “Frédéric Flamand”, Actes SUD, França, 2008. p.59 Fig. 48|“The future of work”, desenho para os diferentes usos da estrutura. MAGROU, Rafael. “Frédéric Flamand”, Actes SUD, França, 2008. p.59 Fig.49|“Silent Collisions” Frédéric Flamand e Thom Mayne, 2003. MAGROU, Rafael. “Frédéric Flamand”, Actes SUD, França, 2008.p.20. Fig. 50|51|Maquete/protótipo funcional, produção atelier, Thom Mayne. http://morphopedia.com/view/silent-collisions-model http://morphopedia.com/view/silent-collisions-model-1 Fig. 52|53|Coreografia de improvisação. http://morphopedia.com/files/silent-collisions-photo-8 http://morphopedia.com/uploads/DAN-10-XX-XX-DAM-07PHBLD25--l.jpg Fig. 54|55|56|57|O movimento opressivo da cidade (estrutura em movimento). http://morphopedia.com/files/silent-collisions-photo-11 http://morphopedia.com/files/silent-collisions-photo-9 http://morphopedia.com/files/silent-collisions-photo-7 http://morphopedia.com/files/silent-collisions-photo-1 Fig. 58|59|60|61|Normalização urbana, o constrangimento, cor, palavras, claustrofobia. http://morphopedia.com/files/silent-collisions-photo-5 http://morphopedia.com/files/silent-collisions-photo-3 http://morphopedia.com/files/silent-collisions-photo-6 http://morphopedia.com/files/silent-collisions-photo-4 Fig.62|“La Cité radieuse” Frédéric Flamand e Dominique Perrault, 2005 MAGROU, Rafael. “Frédéric Flamand”, Actes SUD, França, 2008.p.99. Fig. 63|64|Uso da reflecção e transparência das malhas metálicas. MAGROU, Rafael. “Frédéric Flamand”, Actes SUD, França, 2008.p.92. http://www.perraultarchitecte.com/fr/projets/2516-la_cite_radieuse_scenographie _pour _frederic_flamand.html Fig. 65|67|Storyboard . MAGROU, Rafael. “Frédéric Flamand”, Actes SUD, França, 2008.p.90. MAGROU, Rafael. “Frédéric Flamand”, Actes SUD, França, 2008.p.91. Fig. 66|68|uso do espaço num todo sem os painéis. MAGROU, Rafael. “Frédéric Flamand”, Actes SUD, França, 2008.p.88. http://www.perraultarchitecte.com/data/projet/fiche/1516/large_crf_0507_int_pp_01_e191b.jpg Fig.69|70||71|72| Desenhos das notações coreográficas de Frédéric Flamand. MAGROU, Rafael. “Frédéric Flamand”, Actes SUD, França, 2008.p.132. MAGROU, Rafael. “Frédéric Flamand”, Actes SUD, França, 2008.p.133. MAGROU, Rafael. “Frédéric Flamand”, Actes SUD, França, 2008.p.134. MAGROU, Rafael. “Frédéric Flamand”, Actes SUD, França, 2008.p.135. Fig.73| Extrato de uma das notações coloridas que introduzem a cor da cena. MAGROU, Rafael. “Frédéric Flamand”, Actes SUD, França, 2008.p.124. Fig.74|75|”Quarantine”, Frédéric Flamand, 1980. MAGROU, Rafael. “Frédéric Flamand”, Actes SUD, França, 2008.p.32. Fig.76|77|78|79| “Titanic”, Frédéric Flamand e Frabriozio Plessi, 1992.


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MAGROU, Rafael. “Frédéric Flamand”, Actes SUD, França, 2008.p.41. Fig.80|”La Chute d’Icare”, Frédéric Flamand e Fabrizio Plessi, 1989. MAGROU, Rafael. “Frédéric Flamand”, Actes SUD, França, 2008.p.44. Fig.81|”Moving Target”, Frédéric Flamand e Diller+Scoifidio, 1996. MAGROU, Rafael. “Frédéric Flamand”, Actes SUD, França, 2008.p.39. Fig.82|83|”E.J.M.1”, Frédéric Flamand e Diller+Scofidio, 1998. MAGROU, Rafael. “Frédéric Flamand”, Actes SUD, França, 2008.p.54. Fig.84|85| “<Metapólis”, Frédéric Flamand e Zaha Hadidi, 2000. MAGROU, Rafael. “Frédéric Flamand”, Actes SUD, França, 2008.p.66. MAGROU, Rafael. “Frédéric Flamand”, Actes SUD, França, 2008.p.68. Fig. 86| “Métamorphoses”, Frédéric Flamand em colaboração com Fernando e Humberto Campana, 2007. http://acontecebrasilia.files.wordpress.com/2009/10/ballet-brasilia.jpg

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