A Psicologia Diferencial e o Processo de Aprendizagem na Perspectiva Individual Alessandra Costa Penna. Extrato de: Estilos de aprendizagem e ambientes de ensino: Estudo comparativo dos estilos verbalizados e visualizador (2007)
A psicologia diferencial e o processo de aprendizagem na perspectiva individual Segundo Jonassen & Grabowski (2001), a psicologia diferencial é o campo da psicologia que estuda o papel das diferenças individuais no comportamento humano. Os objetivos fundamentais desta área da psicologia são o estudo dos comportamentos humanos, a compreensão dos processos mentais, e a procura de causas e compreensão das consequências das diferenças psicológicas entre cada um de nós. Como cada pessoa se desenvolve de forma diferente, esta vertente da psicologia concentra os seus estudos na variabilidade do ser humano. Entende-se diferenças individuais como as inteligências, os estilos cognitivos e a personalidade. Cada indivíduo possui uma maneira de acomodar as idéias e assimilar mentalmente um conteúdo, e isto é possivel pois cada um possui determinadas habilidades mentais. Os estilos cognitivos e o tipo de controle cognitivo refletem o modo de pensar do indivíduo e sua personalidade. No processo de aprendizagem os indivíduos apresentam diferentes modos de comportar-se, assim, uma vez respeitadas tais diferenças, é possível promover a igualdade de condições e oportunidades para o aprender. Para estes autores, a personalidade influencia a estabilidade emocional do aprendiz e a motivação para aprender. A fim de descrever as diferenças individuais, tais autores utilizaram o termo “metáfora geográfica”. Esta vê as diferenças entre os indivíduos como um mapa da mente, no qual cada indivíduo tem um “terreno” diferente. A mente humana pode ser vista como uma paisagem de traços e habilidades que varia de indivíduo para indivíduo. Tal paisagem possui picos e vales. Os picos representariam os traços fortes (resistentes), e os vales a ausência de habilidades específicas de aprendizagem. E, finalmente, a combinação de traços e aptidões de um individuo compõe o estilo e a personalidade. Estudos denominados de ATI (aptitude-by-treatment interaction research) investigam o efeito das atitudes e dos traços do aprendiz nos resultados de aprendizagem, a partir das diferentes formas de instrução. “Aptitude” se refere às variáveis de personalidade, estilos cognitivo, habilidades mentais; “Treatment” consiste da estrutura e forma de apresentação das estratégias instrucionais (entendendo como estratégias instrucionais o conjunto de decisões que resultam em um plano, método, ou uma série de atividades com objetivo de atingir uma meta- Jonassen, Grabinger & Harris, 1990 In: Jonassen & Grabowski, 2001); e “Interaction” é o que ocorre entre “aptitude” e “treatment”. Então, diferenças individuais resultam em diferentes desempenhos, resultados. Portanto, diferentes estratégias instrucionais podem facilitar ou inibir, prejudicar, a aprendizagem, dependendo dos efeitos das características estruturais dos tipos de aprendizes.