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Alterações de cadastro
2.3 É preciso conhecimento para interpretar os os-
cilogramas - Para extrair o máximo de informações dos oscilogramas de referência, o técnico automotivo deve dominar o conhecimento técnico referente aos sinais gerados pelos sensores, pois só assim ele dominará a maestria no diagnóstico.
Assim, para mostrar como se dá a geração do sinal dos sensores tipo Hall, vamos nos utilizar da imagem. (Fig.7)
Observando a imagem acima, vemos que temos três terminais no sensor CKP do tipo hall, o primeiro indicado pela letra B+ é a alimentação do sensor, o do meio é o sinal do sensor que pode assumir dois estados distintos, 0V ou 5V.
Quando um dos dentes da roda fônica passar na frente do sensor teremos 0V no fio referente ao sinal do sensor, e quando o entre dentes passar na frente do sensor teremos 5V no fio de sinal do sensor.
Desta forma, na passagem do dente teremos 5V e na ausência de dentes teremos 0V.
O terceiro terminal é o negativo ou massa do sensor, que sempre apresentará 0V.
Dito isso, vamos agora para a interpretação dos oscilogramas do sincronismo real. (Fig.8)
Vejam que na ausência de dentes à frente do sensor de fase temos 5V no oscilograma do sensor de fase e na passagem do dente temos 0V no oscilograma, a imagem acima apresenta o sinal de um veículo em perfeito estado.
Diante dessa imagem, o reparador concluiu que a única possibilidade era a movimentação do alvo do comando de válvulas em relação ao eixo, o que explicaria a grande quantidade de dentes de diferença entre o oscilograma do veículo e da imagem de referência do SIMPLO, e explicaria porque não houve choque entre as válvulas e pistões quando o motor entrou em funcionamento.
Esse raciocínio foi confirmado quando o reparador colocou um comando novo ao lado do comando do veículo defeituoso.
(Fig.9)
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Solução: O reparador, com total confiança, substituiu o comando de válvulas de admissão, montou a corrente respeitando o perfeito sincronismo e fez uma nova captura, após a correção.
(Fig.10)
Confirmando a assertividade do diagnóstico, fez um teste de rodagem e constatou que o veículo voltou ao seu perfeito funcionamento.
Até a próxima!
Professor José Laerte Rabelo Nobre Filho é técnico em manutenção automotiva, consultor técnico do SIMPLO Manuais Técnicos Automotivos e sócio-proprietário da oficina L.Rabelo
“Consultor OB” é uma editoria em que as matérias são realizadas na oficina independente, sendo que os procedimentos técnicos efetuados na manutenção são de responsabilidade do profissional fonte da matéria. Nossa intenção com esta editoria é reproduzir o dia a dia destes “guerreiros” profissionais e as dificuldades que enfrentam por conta da pouca informação técnica disponível. Caso queira participar desta matéria, entre em contato conosco: redacao@oficinabrasil.com.br
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Segurança e proteção do veículo - Security Gateway
e protocolo SAEJ2534
Nos últimos anos a falta de segurança em sistemas veiculares internos possibilitou que carros modernos possam ser atacados por hackers através de suas redes de comunicações
Jordan Jovino
Por que existe o sistema pass thru SAE J2534 e Gateway nos veículos modernos, seria para dificultar a vida do reparador independente, ou então para criar uma guerra contra os scanners terceiros, obrigando o reparador a comprar o acesso ao software da montadora? Para entender melhor isto, iremos tratar um pouco sobre essas novidades que os reparadores irão se deparar e já estão se deparando em suas oficinas.
OS HACKERS DE VEÍCULOS
“Quanto mais sofisticado for o sistema, quanto mais conectado estiver o veículo, mais exposto você estará”. “Pegamos qualquer modelo de carro em que você pensou e os hackeamos em vários lugares. Posso controlar sua direção, posso desligar e ligar seu motor, controlar seus freios, suas portas, seus limpadores, abrir e fechar seu portamalas.” (Detroit Free Press). (Fig.1)
Charlie Miller e Chris Valasesk foram convidados pelo Grupo Fiat para tentar invadir o sistema do Jeep Cherokee, e ficaram impressionados com os dois, pois invadiram o sistema de controle do veículo assumindo controle sem fio do Jeep Cherokee, mexendo no controle de temperatura do carro, estações de rádio, limpadores de parabrisa e, desligando o motor, adicionando fotos na tela do mídia player. O integrante do Grupo Fiat
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ficou desamparado, quase parando na pista de uma rodovia movimentada. (Fig.2)
O passeio do hacker foi realizado por Charlie Miller e Chris Valasek, uma dupla que há anos está analisando furos nos sistemas de computadores dos carros modernos. Miller e Valasek são a equipe por trás da maioria das notícias sobre “hackeamento de carros” dos últimos anos. Em 2013, eles levaram Greenberg para um passeio emocionante em um
Fotos e ilustrações: Jordan Jovino
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Toyota Prius e um Ford Escape, ambos com laptops no banco de trás para assumir os controles do motorista. Então reparador fique despreocupado, que o sistema security gateway aplicado nos veículos atuais não é para atrapalhar a vida do reparador, e sim para proteger o condutor do veículo de um ataque cibernético, e para evitar que hackers acessem o controle do veículo.
MAS O QUE É UM SISTEMA GATEWAY?
Gateway em inglês significa “Porta de entrada”, ou seja, o gateway é o guardião do cérebro do veículo, o módulo principal, ele é que decidirá se você vai passar o portão ou não. Ou seja, quando você pegar seu scanner e for acessar as informações do veículo, o gateway irá conceder ou bloquear seu acesso. Para o gateway conceder o acesso, você precisa do scanner da montadora, ou o seu scanner terceiro precisa estar homologado para ter acesso, caso contrário o acesso será negado. Sem um scanner homologado, você terá acesso apenas aos dados de emissões do motor, que são informações que as montadoras não podem restringir de forma alguma conforme as medidas tomadas pelo PROCONVE. Ou seja, qualquer informação que não está relacionada com emissões, você não terá acesso, bem como programações.
Como funciona o sistema Gateway no veículo?
A central do veículo possui um IP, ou seja, um endereço, e quando ele for se comunicar com outro IP de outra máquina (scanner ou PC), o gateway irá ser o intermediário das duas máquinas, organizando a troca de informações de ambos.
(Fig.3)
Para que seu scanner tenha acesso aos dados restritos pelo gateway, o mesmo deve estar homologado no sistema
da montadora, sem a homologação o scanner terceiro não conseguirá comprar a chave de acesso no site da montadora. Com o scanner homologado, você irá acessar o site da montadora e criar um cadastro colocando suas informações, e as informações do seu scanner. Vou usar como exemplo o site da FIAT, hoje Grupo Stellantis e o site do Scanner PDL.
1° Passo: Ter um scanner Homologado.
Com o scanner homologado, você irá fazer um cadastro no site da FIAT. (Fig.4) https://www.technicalinformation.fiat.com/tech-info-web/web/index.do 2° Passo: Ter um cadastro no sistema do seu scanner.
Em nosso artigo estamos utilizando o scanner PDL 5500, que foi cadastrado.
(Fig.5)
3° Passo: Comprar uma subscrição.
www.technicalinformation.fiat.com/tech-info-web/web/index.do
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Com o cadastro realizado e aprovado no site da FIAT, você poderá assim comprar uma chave de acesso chamada de subscrição, essa chave pode ser de 24 horas, uma semana, um mês ou um ano, e para poder comprar as chaves também precisará de um cartão de crédito com transação internacional. Para acesso de 24 horas, o valor a ser cobrado é de R$ 19,00 reais, para uma semana R$ 126,00 reais, para um mês R$ 316,00 reais e para um ano R$ 1.265,00 reais. (Fig.6)
Agora, sabe aquela discussão, de cobrar para passar o scanner? Sim meu amigo, agora você terá que cobrar para passar o scanner, se não vai pesar o bolso no final do mês. 4° Passo: Chave de acesso.
Com a chave de acesso liberada, você terá que entrar no site do seu scanner e inserir a chave no sistema do scanner. Com a chave inserida no sistema, seu scanner tem que estar conectado no wifi, pois conectado no wifi ele irá buscar a chave no seu cadastro e assim ter a chave para o guardião do gateway liberar seu scanner. Calma não tenha medo, isso não é um bicho de 7 cabeças, só é mais uma novidade neste mundo cada vez mais conectado.
PROTOCOLO SAE J2534 E ISO 22900
O protocolo SAE J2534 é uma norma desenvolvida pela SAE (Society of Automotive Engineers), que obriga as montadoras a dar permissão para o reparador autônomo poder usar o software original da montadora, utilizando uma VCI diferente do original. Desde a introdução do OBDII, os computadores e softwares em carros têm se expandido a
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uma taxa exponencial. O software para automóveis está se tornando uma das principais necessidades de serviço e atualizar o software pode ser a única maneira de corrigir alguns desses problemas: dirigibilidade, economia de combustível, perda de potência, códigos de falha e durabilidade de peças mecânicas.
Estudos indicam que 7 em cada 10 veículos na estrada requerem uma atualização de calibração. Os técnicos que explorarem o J2534 descobrirão que é uma tecnologia que não só está crescendo, mas se tornando essencial.
VCI – INTERFACE DE COMUNICAÇÃO
As concessionárias da FIAT utilizam o software Witech 2, esse software é instalado no PC, e para o software ter acesso ao veículo, precisa de uma VCI parecido com aqueles scanners baratos ELM 327, a VCI da montadora é o MicroPod 2.
(Fig.7)
Com a norma SAE J2534, agora você reparador independente pode usar o software original da montadora com uma VCI diferente do original do fabricante, como exemplo você pode usar a VCI do Autel maxiflash elite para se comunicar com o software original da montadora, sem utilizar o VCI original do fabricante Micropod 2. (Fig.8)
Outras VCI também podem ter acesso ao software original, mas elas devem estar dentro do protocolo SAE J2534. Agora não é porque você tem uma VCI protocolo J2534 que irá ter acesso simplesmente ao software, você terá que comprar as liberações do software, igual do acesso do gateway, para os scanners independes. Para ter o acesso ao software original terá que comprar a liberação por dia, por semana, por mês ou ano, de acordo com sua necessidade. Mostrando como exemplo a assinatura de um ano do software original Fiat Witech 2 é de R$ 8.900,00 reais por ano, ou uma diária de R$ 280,00 reais.
Resumindo, para acessar veículos com segurança gateway, você terá 3 opções de acesso: 1° Scanner Terceiro Homologado na montadora + Subscrição (Chave de acesso). 2° VCI SAE J2534 + Software da Montadora. 3° VCI Montadora + Software da montadora
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Jordan Jovino é Engenheiro Mecânico, atualmente pós-graduando em engenharia automotiva na PUC-MG, com passagem em multinacional atuando na qualidade e hoje Sócio-Proprietário da Jovino Transdutores
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/ Ultracar ) Fábio Moraes ( IAA
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