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Parte II

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Parte I

Parte I

As lembranças fluem na memória: o futebol no pátio da igreja; o primeiro técnico de basquete, que treinava táticas de ataque e defesa que ele não entendia, mas repetia tantas vezes que acabava funcionando; o movimentado estacionamento da transportadora Mercúrio, que nos finais de semana virava um playground para a garotada sempre organizando alguma atividade onde descarregar a energia; os ambulantes que passavam na rua com seus sons e barulhos característicos, a flauta de Pã do amolador, a matraca que anunciava os beijus, o peixeiro e seu balaio de chapa de galvanizada e o balaio do cachorro--quente com seus compartimentos especializados: um para o carvão, – esquentava os pãezinhos –, outros para mostarda e molhos. O cesto era coberto com um pano pardo.

— Precisamos pegar o bonde Floresta no abrigo da praça XV, ela comandava.

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Trabalhando desde jovem encarava a vida sem temores, trabalhar para ela era como respirar, simples e essencial. Mas cozinhar era o ponto fraco, seu calcanhar de Aquiles. Precisava sempre de alguém para tocar o assunto. Aos domingos era o pai que cuidava do churrasco e na semana, após planejar as refeições, era a empregada quem dirigia as panelas e o fogão.

— Não esqueça do sal, não deixe o arroz queimar…

Elas foram muitas: velhas, jovens, amalucadas, provisórias, competentes, até encontrar a que seria sua alma gêmea e companheira até seus últimos dias na casa.

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