ONCOLOGIA PEDIÁTRICA PROFA MSC: GHISÉLE FERREIRA
ONCOLOGIA PEDIÁTRICA ◦ Esta é uma subespecialidade da oncologia responsável pelo diagnóstico e tratamento do câncer infantil, que atinge crianças e adolescentes. ◦ O tratamento deve ser feito de forma diferenciada dos adultos, já que as características biológicas e orgânicas são diferentes.
Câncer infantojuvenil ◦ O câncer infantojuvenil corresponde a um grupo de várias doenças que têm em comum a proliferação descontrolada de células anormais e que pode ocorrer em qualquer local do organismo. ◦ Diferentemente do câncer do adulto, o câncer infantojuvenil geralmente afeta as células do sistema sanguíneo e os tecidos de sustentação.
Predominância Por serem predominantemente de natureza embrionária, tumores na criança e no adolescente são constituídos de células indiferenciadas, o que, geralmente, proporciona melhor resposta aos tratamentos atuais.
frequência Os tumores mais frequentes na infância e na adolescência são as leucemias (que afetam os glóbulos brancos), os que atingem o sistema nervoso central e os linfomas (sistema linfático).
Tipos: ◦ Também acometem crianças e adolescentes os: ◦ neuroblastoma (tumor de células do sistema nervoso periférico, frequentemente de localização abdominal), ◦ tumor de Wilms (tipo de tumor renal), retinoblastoma (afeta a retina, fundo do olho), ◦ tumor germinativo (das células que originam os ovários e os testículos), ◦ osteossarcoma (tumor ósseo) ◦ sarcomas (tumores de partes moles).
Incidência.... ◦ Assim como nos países desenvolvidos, no Brasil, o câncer já representa a primeira causa de morte (8% do total) por doença entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos.
Nas últimas quatro décadas... .... o progresso no tratamento do câncer na infância e na adolescência foi extremamente significativo. Hoje, em torno de 80% das crianças e adolescentes acometidos da doença podem ser curados, se diagnosticados precocemente e tratados em centros especializados. A maioria deles terá boa qualidade de vida após o tratamento adequado.
E ainda... ◦ Estimativa de novos casos: 8.460, sendo 4.310 para o sexo masculino e 4.150 para o sexo feminino (2020 - INCA) ◦ Número de mortes: 2.554, sendo 1.423 para o sexo masculino e 1.131 para o sexo feminino (2019 - Atlas de Mortalidade por Câncer - SIM).
Correlações... ◦ Ao contrário de muitos cânceres de adultos, os fatores de risco relacionados com o estilo de vida (como o tabagismo) não influenciam o risco de uma criança desenvolver câncer. ◦ Muito raramente uma criança pode apresentar alterações genéticas que as tornem propensas a ter um certo tipo de câncer.
Existe prevenção? ◦ Nos tumores da infância e adolescência, até o momento, não existem evidências científicas que deixem claro a associação entre a doença e os fatores ambientais. Logo, prevenção é um desafio para o futuro. A ênfase atual deve ser dada ao diagnóstico precoce e à orientação terapêutica de qualidade.
Atenção... ◦ Os pais devem estar alertas ao fato de que a criança não inventa sintomas. Ao sinal de alguma anormalidade, devem levar seus filhos ao pediatra para avaliação. ◦ Na maioria das vezes, os sintomas estão relacionados a doenças comuns na infância, mas isto não deve ser motivo para descartar a visita ao médico.
Assim... ◦ A manifestação clínica dos tumores infantojuvenis pode não diferir muito de doenças benignas (sem maior gravidade) comuns nessa faixa etária. Muitas vezes, a criança ou o jovem está em condições razoáveis de saúde no início do adoecimento. Por esse motivo, o conhecimento do médico sobre a possibilidade de ser câncer é fundamental.
Conheça algumas formas de apresentação dos tumores da infância: ◦ Nas leucemias, pela invasão da medula óssea por células anormais, a criança se torna mais sujeita a infecções, pode ficar pálida, ter sangramentos e sentir dores ósseas.
E ainda... ◦ No retinoblastoma, um sinal importante é o chamado "reflexo do olho do gato", embranquecimento da pupila quando exposta à luz. Pode se apresentar, também, por meio de fotofobia (sensibilidade exagerada à luz) ou estrabismo (olhar vesgo). Geralmente acomete crianças antes dos três anos. Atualmente, a pesquisa desse reflexo pode ser feita desde a fase de recém-nascido
E ainda... ◦ Aumento do volume ou surgimento de massa no abdômen podem ser sintomas de tumor de Wilms (que afeta os rins) ou neuroblastoma. ◦ Tumores sólidos podem se manifestar pela formação de massa, visível ou não, e causar dor nos membros. Esse sintoma é frequente, por exemplo, no osteossarcoma (tumor no osso em crescimento), mais comum em adolescentes.
E ainda... ◦ Tumor de sistema nervoso central tem como sintomas dores de cabeça, vômitos, alterações motoras, alterações de comportamento e paralisia de nervos.
Diagnóstico O tratamento do câncer começa com o diagnóstico correto. Para isso, é necessário laboratório confiável e o estudo de imagens.
Diagnóstico ◦ Nos tumores sólidos, um estudo de imagem orienta para o procedimento inicial a ser realizado: ◦ algumas vezes é possível abordagem cirúrgica para a ressecção completa do tumor. ◦ Quando não for possível, será realizada uma biópsia para fornecer o diagnóstico histopatológico e início do tratamento quimioterápico.
Tratamento ◦ Pela sua complexidade, o tratamento deve ser feito em centro especializado. ◦ Compreende três modalidades principais: ◦ quimioterapia, ◦ cirurgia ◦ Radioterapia, ◦ sendo aplicado de forma racional e individualizada para cada tumor específico e de acordo com a extensão da doença.
Desta forma ... ◦ O tratamento é planejado de acordo com o diagnóstico do tumor, as suas características biológicas e a presença ou não de doença à distância do tumor.
Assim... ◦ O trabalho coordenado de vários especialistas (oncologistas pediatras, cirurgiões pediatras, radioterapeutas, patologistas, radiologistas, enfermeiros, assistentes sociais, psicólogos, nutricionistas, fisioterapeutas, farmacêuticos) também é determinante para o sucesso do tratamento.
Portanto... ◦ Tão importante quanto o tratamento do câncer em si é a atenção dada aos aspectos sociais da doença, uma vez que a criança e o adolescente doentes devem receber atenção integral, no seu contexto familiar. ◦ A cura não deve se basear somente na recuperação biológica, mas também no bem-estar e na qualidade de vida do paciente. ◦ Nesse sentido, deve ser dado suporte psicossocial ao paciente e aos seus familiares desde o início do tratamento.
Cuidados paliativos... ◦ Os Cuidados Paliativos em Oncologia Pediátrica são parte integrante do cuidado e devem ser incluídos desde o início do tratamento. São utilizados para melhorar a qualidade de vida das crianças e adolescentes em qualquer fase do processo terapêutico.
Abordagem... ◦ Com o aumento da curabilidade da doença, muitos pacientes com câncer na infância são sobreviventes a longo prazo, grande parte deles são hoje adultos. ◦ É importante que continuem o acompanhamento na clínica de seguimento por um tempo maior, para reconhecimento precoce e cuidado apropriado das complicações tardias que possam surgir. ◦ A abordagem multidisciplinar destes pacientes é parte integrante do tratamento oncológico.
Cuidados paliativos ◦ Cuidados paliativos pediátricos foram definidos em 1998 como a assistência prestada ao paciente com doença crônica e/ou ameaçadora da vida. ◦ Devem ser iniciados no diagnóstico, independentemente do tratamento da doença de base. ◦ Os cuidados paliativos pediátricos envolvem a equipe multiprofissional e dão suporte físico (controle de sintomas) emocional, espiritual e social à criança, atendendo também às necessidades da família.
Principais objetivos dos cuidados paliativos: ◦ Controlar a dor e outros sintomas físicos, através de diagnóstico precoce e preciso. ◦ Promover ações que facilitem ao indivíduo exercer sua espiritualidade, protegendo a sua autonomia e vontade. ◦ Aumentar a qualidade de vida, influenciando de maneira positiva o curso da doença.
Cuidados paliativos ◦ Auxiliar a retirada de medidas intensivas de suporte quando esta for uma decisão compartilhada entre a equipe assistente e a família. ◦ Acompanhar o cuidado de fim de vida dos pacientes internados quando solicitados pelo médico da instituição e/ou médico assistente, visando a proteger os interesses do paciente, respeitando a sua autonomia e escolhas, evitando medidas “fúteis de suporte” de acordo com as boas práticas clínicas.
Cuidados Paliativos ◦ Oferecer sistema de apoio para ajudar o paciente e a família a lidar da melhor maneira possível com a doença e o tratamento. ◦ Acompanhar o luto dos familiares quando houver vínculo estabelecido com os profissionais. ◦ Capacitar os profissionais em cuidados paliativos para não paliativistas, através de educação continuada. ◦ Auxiliar na mediação de conflitos principalmente os relacionados a decisões de fim de vida. ◦ Participar da comunicação de notícias difíceis quando identificada a necessidade.
Objetivos da fisioterapia... ◦ Objetivos da fisioterapia em oncologia pediátrica são: prevenir e evitar complicações pulmonares, motoras, circulatórias e linfáticas; reduzir a dor; manter ou melhorar a amplitude de movimento das articulações e a força muscular; melhorar a coordenação motora e o equilíbrio; promover bem estar e qualidade de
Desta forma... ◦ A maioria desses objetivos é atingida através do exercício terapêutico, que pode ser realizado de forma lúdica, com brincadeiras e jogos.
Programa de exercícios... ◦ Todo programa de exercício está baseado nas características individuais de cada paciente e leva em consideração a avaliação fisioterapêutica, os resultados dos exames laboratoriais e de imagem, pois durante o tratamento com quimioterapia, por exemplo, pode haver alteração no número de plaquetas e de hemoglobina, onde o profissional deverá adaptar os exercícios de acordo com as condições apresentadas pelo paciente.
Assim... Essa contagem vai definir, entre outras medidas, se a criança pode fazer atividades desde saltos ou apenas exercícios passivos; exercícios com resistência (carga) ou apenas atividades de vida diária.
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Sinais... ◦ É fundamental perceber sinais de fadiga e valorizar qualquer queixa do paciente durante as atividades e exercícios, para ajustar ou modificar a conduta. ◦ Outro fator importante é ter uma comunicação clara com o paciente e sua família, informando os objetivos do tratamento e valorizando cada meta alcançada.
◦ Em algumas situações, é prudente orientar o paciente a ficar mais ativo, realizando suas atividades com independência do que exercícios com carga para aumento de força muscular
Não mesmo!
Venci o câncer!