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O MUNDO DA

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USINAGEM

Publicação da Divisão Coromant da Sandvik do Brasil ISSN 1518-6091 RG BN 217-147

MULHERES

Competência e resultados em mecânica fina CORPO HUMANO

O que a usinagem pode fazer por ele?

MANAUS

Pólo industrial fatura US$ 25 bilhões em 2007



Almeida Junior, Saudade, 1899, pintura, óleo sobre tela, 197 x 101 cm. Registro Museológico 3177. Acervo da Pinacoteca do Estado de São Paulo/Brasil.

EDITORIAL

Que tua ousadia te dê asas e tua coragem o norte. Como um pássaro de rara beleza, possas executar vôos razantes sobre o território interdito e que não seja isto um ato de insulto mas, antes de tudo, um canto de liberdade.

O Mundo da Usinagem

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ÍNDICE

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O MUNDO DA

EDIÇÃO 03 / 2008

USINAGEM

O MUNDO DA

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USINAGEM

Publicação da Divisão Coromant da Sandvik do Brasil ISSN 1518-6091 RG BN 217-147

MULHERES

Competência e resultados em mecânica fina CORPO HUMANO

O que a usinagem pode fazer por ele?

Publicação da Sandvik Coromant do Brasil ISSN 1518-6091 RG. BN 217-147

MANAUS Capa Foto: CoroMill 490 Arquivo AB Sandvik Coromant

Pólo industrial fatura US$ 25 bilhões em 2007

03 EDITORIAL 04 ÍNDICE / EXPEDIENTE 06 GESTÃO EMPRESARIAL: USINAGEM PARA O CORPO HUMANO 13 OTS: MITSUI MOTION DEVE ASSUMIR REPRESENTAÇÃO DA MORI SEIKI Arquivo Braile 18 GESTÃO EMPRESARIAL: O LUGAR DA MULHER NA MANUFATURA 27 INTERFACE: ZONA FRANCA DE MANAUS EM BUSCA DE FORTALECIMENTO 30 SUPRIMENTOS: FORNECEDORES, UMA QUESTÃO ESTRATÉGICA 35 PONTO DE VISTA: RECURSOS HUMANOS: NOVOS OLHARES 39 INTERFACE: MULHERES FORMADAS NO SENAI 47 INTERESSANTE SABER: A MITOLOGIA E SUAS DEUSAS E OUTRAS NOTÍCIAS 54 NOSSA PARCELA DE RESPONSABILIDADE 56 MOVIMENTO 58 DICAS ÚTEIS e-mail: omundo.dausinagem@sandvik.com ou ligue: 0800 770 5700 EXPEDIENTE O MUNDO DA USINAGEM é uma Publicação Sandvik Coromant do Brasil, com circulação de doze edições ao ano, tiragem de 22.000 exemplares, com distribuição gratuita. Av. das Nações Unidas, 21.732 - Sto. Amaro - CEP 04795-914 - São Paulo - SP. Conselho Editorial: Aldeci Santos, Anselmo Diniz, Aryoldo Machado, Edson Truzsco, Edson Bernini, Eduardo Debone, Fernando de Oliveira, Francisco Marcondes, Heloisa Giraldes, Marlene Suano, Nivaldo Braz, Nivaldo Coppini, Nixon Malveira, Vera Natale. Editora: Vera Natale Editor Chefe: Francisco Marcondes Assistente de Edição: Michel Sorci Editor do Encarte Científico: Nivaldo Coppini Jornalista Responsável: Vera Natale - MTB 33847 Propaganda: Gerente de Contas - Thaís Viceconti / Tel: (11) 6335-7558 Cel: (11) 9909-8808 Projeto Gráfico: AA Design Capa e Arte Final: 2 Estúdio Gráfico Revisão de Textos: Fernando Sacco Gráfica: Fabracor

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O Mundo da Usinagem



Usinagem para o corpo humano A usinagem também está a serviço da indústria de próteses, implantes e aparelhos cirúrgicos.

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m geral, o universo da usinagem tem como parâmetro a fabricação de produtos utilizados principalmente para o setor mecânico – peças brutas voltadas para a indústria automobilística, motores, estruturas metálicas e até mesmo rotores de usinas elétricas com dezenas de toneladas. Há também menores, como pequenos rolamentos ou até parafusos. A usinagem, porém, não serve apenas para preparar peças para fazer máquinas funcionarem. O processo está a serviço também do funcionamento correto do corpo humano. Seja por meio de próteses e implantes para substituir ossos e cartilagens, como aparelhos que auxiliam as complexas cirurgias do coração. Uma dos maiores fabricantes de próteses do País é a Orto-

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síntese, localizada na cidade de São Paulo. Desde 1977, a Ortosíntese fabrica implantes ortopédicos – para joelho, quadril, ombro, coluna, além de acessórios como pinos, parafusos, fios, fixadores externos – e equipamentos hospitalares – como autoclaves e mesas cirúrgicas. Éderson Vieira, projetista de CAD/CAM da Ortosíntese afir-


como resistência e desgaste”, afirma. Já a liga de cromo, cobalto e molibdênio, “é bem mais resistente que o inox, e também tem as características do titânio em resistência, porém tem uma vantagem, pois pode ser microfundida, com o formato próximo do produto final”. O aço inoxidável chega às maquinas de usinagem em barras, chapas ou, dependendo da peça, já forjado. E o titânio é adquirido sempre em barras e chapas. De acordo com Éderson Vieira, esses materiais são de “difícil usinabilidade”. As pastilhas utilizadas para o inox contêm cobertura com titânio e isso impede que sejam utilizadas para a usinagem de peças de titânio, uma vez que provoca reações indesejáveis por

causa da troca de moléculas entre a pastilha e a peça. Por isso, para esse material usam-se pastilhas e brocas sem cobertura. A liga, ao contrário, aceita as pastilhas e brocas com cobertura. Ainda segundo Vieira, o titânio é mais duro que o inox, “mas é tão ruim de usinar como o inox, que parece aderir na ferramenta, tem uma deformação plástica grande, porém com o titânio você tem um controle de cavacos até maior que o aço inox”, diz. Quanto à liga cromo-cobalto, “a usinagem também é muito difícil, pois a cada passada, mesmo com a mesma profundidade, ela sempre vai tirar material”. A fábrica da Ortosíntese usina cerca de 110 mil peças mensalmente. Utiliza máquinas con-

Arquivo Ortosíntese

ma que o processo de usinagem de implantes possui um fator essencial – o acabamento das próteses. “É muito importante que, por exemplo, uma cabeça de fêmur seja extremamente polida, com uma rugosidade mínima, para que tenha um deslizamento perfeito na articulação”, diz Vieira. Para isso, quase todas as peças são polidas e algumas lapidadas. No entanto, ao contrário do que em geral se supõe, nas próteses as tolerâncias não são tão relevantes, “haja visto que o corpo humano não segue um padrão. Temos vários biótipos. Então, procuramos adequar nosso material a uma média de biótipo”, diz. De acordo com o projetista, “os implantes são produzidos em aço inoxidável da melhor qualidade”, titânio importado dos Estados Unidos, uma liga de cromo, cobalto, molibdênio e polietileno alemão Chirulen, que ele considera o melhor do mundo. Cerca de 60% da produção da Ortosíntese utiliza o aço inox, mais por uma questão de preço final, já que o custo de uma prótese feita com esse material é inferior ao das demais. No entanto, de acordo com Vieira, a fabricação de próteses de titânio possibilita uma construção mecânica melhor, vida útil mais longa e maior estabilidade. “O inox perde em alguns aspectos,

Próteses de quadril feitas de titânio e de liga de cromo, cobalto e molibdênio.

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Imagens: arquivo Braile

Outro enfoque da área médica é o desenvolvimento de equipamentos para cirurgias.

vencionais no processo – tornos, fresas, retíficas e furadeiras – e há também tornos de cabeçote móvel, tipo suíço, que fazem roscas especiais fora dos padrões métrico ou em polegadas, por meio de turbilhonamento. Esse processo de torneamento, com alta qualidade superficial e elevada velocidade de corte, é executado por máquinas especiais, nas quais, em geral, o cabeçote é equipado com várias ferramentas e as peças giram lentamente em sentido contrário ao movimento rotativo da ferramenta. Também da área médica, mas com outro enfoque, a Braile Biomecânica se dedica a desenvolver equipamentos para cirurgias cardíacas há 25 anos. Em sua fábri8

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ca, instalada em São José do Rio Preto, interior de São Paulo, o setor de usinagem processa componentes de aparelhos, dentre os quais a bomba de circulação extracorpórea, cuja função é manter o coração de um paciente funcionando durante uma cirurgia cardíaca, os blenders utilizados para misturar oxigênio e ar comprimido medicinal para oxigenar o sangue, e o afastador de tórax, uma ferramenta de aço inoxidável que também auxilia em cirurgias cardíacas. Para cada bomba de circulação, são produzidos 8 roletes, pequenas peças de alumínio – 1,5 polegada de diâmetro e 60mm de altura – que controlam o fluxo de sangue que passa pelo equipamento, com tratamentos posteriores em anodização dura, e também uma parte da bomba chamada de “caçapa”, um mancal sobre o qual correm os roletes, feita de alumí-

nio naval, tratado posteriormente com anodização dura. Segundo Marcos Maurício Ferreira, gerente industrial da empresa, “essa é uma tecnologia de usinagem de baixa complexidade”. Já o afastador é fabricado com aço inoxidável martensítico e, de acordo com Ferreira, depois do processo de usinagem, “são feitos tratamento térmico para endurecimento e de passivação da superfície, para proteção dos instrumentos”. Outros produtos da Braile, como os aparelhos eletromecânicos, são fabricados também por um processo de usinagem convencional. Para isso, a empresa conta com máquinas CNC e outros tornos e fresadoras convencionais. “Temos uma ferramentaria que desenvolve equipamentos técnicos, que trabalha com plástico de engenharia. A ferramentaria pode fazer gavetas, moldes, machos, cavidades. Aqui temos a usinagem



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Implantes e material cirúrgico produzidos pela Sandvik Medical Solutions (SMS).

um pouco mais pesada”, afirma o gerente industrial. A Sandvik Medical Solutions presta serviços para fabricação de implantes e instrumentos cirúrgicos para as maiores marcas mundiais do setor, serviços esses também disponíveis para as empresas nacionais. Suas unidades produtoras estão nos EUA, Inglaterra e México. A empresa, que já fornecia para a indústria brasileira do setor matérias-primas, como titânio, aço inoxidável e ligas especiais, passou também a prestar serviços de forjamento, usinagem e tratamentos superficiais. De acordo com Leonardo Ribeiro, engenheiro de desenvolvimento de novos produtos da SMS, os implantes podem ser fornecidos semi-acabados, cabendo às produtoras nacionais o acabamento e polimento. Uma das vantagens desses produtos, segundo Ribeiro, é que podem ter a origem controlada. “A rastreabilidade é importante para que se possa de10 O Mundo da Usinagem

ter o controle da cadeia de fabricação de próteses e implantes. Dessa forma favorece a melhoria contínua dos produtos e melhor acompanhamento e performance dos implantes”, afirma. Na Suécia a rastreabilidade já existe há mais de 50 anos. No Brasil, a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) está coordenando o desenvolvimento de um projeto-piloto de rastreabilidade das próteses ortopédicas. O avanço significativo da tecnologia nos dias atuais aponta para uma maior integração dos implantes ao organismo humano, com a utilização de recursos eletrônicos e digitais. No entanto, essas soluções avançadas só serão posíveis pelo uso dos tradicionais processos mecânicos para a fabricação de próteses e de ferramentas necessárias para o seu fabrico. A usingem é parte essencial desse proesso. Henrique Ostronoff Jornalista




OTS

Mitsui Motion deverá assumir a representação das máquinas-ferramenta fabricadas pela Mori Seiki em todo o território brasileiro. Detalhes ainda não foram divulgados mas, segundo Osmar Takeuchi, vicepresidente da Mitsui Motion, a ação faz parte do programa de expansão dos negócios de sua empresa. “Iniciamos as tratativas”, afirma o executivo. Na verdade, o grupo Mitsui (Mitsui & Co., Ltd.) mantém uma aliança estratégica com a Mori Seiki e vem desenvolvendo fortes ações para ampliar a penetração da Mori Seiki em mercados internacionais. Por exemplo, em fevereiro de 2007, a Mitsui e a Mori Seiki compraram a Ellison Technologies, empresa norte-americana que desde 2000 atuava como representante da Mori Seiki naquele mercado. Quem acompanha o crescimento da indústria de manufatura sabe que o crescimento não deve parar por ali. Com esta política de crescimento bem coor-

Arquivo Mitsui Motion

Mitsui Motion deve assumir representação da Mori Seiki

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Open House foi realizada de 27 a 29 de fevereiro, na matriz da Mitsui Motion em São Paulo. denada, que vem sendo impressa pela aliança Mitsui-Mori Seiki nos mercados internacionais, não é de se estranhar que a Mitsui Motion assuma no Brasil os negócios relacionados às máquinas fabricadas pela Mori Seiki. A Mitsui Motion Máquinas S.A., para quem não sabe, é uma joint venture entre os antigos sócios da Motion Brasil e o grupo Mitsui & Co., Ltd., estabelecida em novembro de 2006, sucedendo os trabalhos de importa-

ção e distribuição da linha de máquinas da Fanuc em toda a América do Sul. Além disso, segundo Takeuchi, “a Motion Brasil e o grupo Mitsui já vinham mantendo relações comerciais por mais de 10 anos, antes do estabelecimento da joint venture ”. Para o executivo, com a Mitsui Motion assumindo a representação das máquinas Mori Seiki, o cliente será o maior beneficiado. Haverá maior penetração da marca Mori Seiki no mercado, além O Mundo da Usinagem 13


Fotos: arquivo Mitsui Motion

de “melhores prazos de entrega, opção de fornecimento local e financiamento em moeda brasileira, somente para listar os principais benefícios”, afirma. FANUC A Mitsui Motion é conhecida no mercado brasileiro por importar e distribuir as máquinasferramenta produzidas pela Fanuc, caso dos centros de usinagem verticais Fanuc Robodrill e das máquinas de eletroerosão por corte a fio Fanuc Robocut. A linha Robodrill é oferecida em versões para alta produção de peças seriadas e para usinagem HSM (High Speed Machining), principalmente para a usinagem de moldes e matrizes em materiais de alta dureza. As máquinas da série a-iF são bons exemplos do que são capazes as máquinas da linha Robodrill. Conforme Ário Grandisoli, gerente comercial da Mitsui Motion, “são máquinas rápidas de

Osmar Takeuchi, vice-presidente. 14 O Mundo da Usinagem

Sidnei Cunico, presidente.

extrema precisão e altíssima repetibilidade”. Apresentam, entre outros diferenciais, 54 metros de avanço e deslocamento (G0), 30 metros de avanço de corte (G1), 1,5G de aceleração, 1,6 segundo de tempo de troca de ferramentas (cavaco a cavaco) e controle de dilatação térmica nos 3 eixos. Já as máquinas Fanuc Robocut de eletroerosão por corte a fio possuem na sua configuração

standard o PCD Power Supply, um gerador desenvolvido e patenteado pela Fanuc com tecnologia específica para cortes em PCD (diamantes policristalinos). Esta tecnologia, segundo Grandisoli, possibilita uma usinagem com excelente acabamento, sem ranhuras ou marcas e um aumento considerável da vida útil do inserto. “Nos próximos meses demonstraremos, em nosso show room, uma máquina dedicada para cortes em ferramentas rotativas com insertos de PCD. Essa máquina possui um eixo adicional (eixo rotativo) para que a máquina possa usinar com precisão milesimal, utilizando 5 eixos simultâneos”, adianta o gerente comercial. De acordo com o executivo, um dos destaques da linha Robocut é a nova série Robocut a-iD, que está sendo “muito bem recebida pelo mercado devido à sua velocidade, precisão, acabamento, excelente custo/benefício e baixíssimo índice de manutenção.”



Ario Grandisoli, gerente comercial.

Uma parte da linha de máquinas da Fanuc pôde ser observada na Open House realizada de 27 a 29 de fevereiro, na matriz

da Mitsui Motion em São Paulo (SP). Chamaram a atenção dos visitantes, as novas aplicações do Fanuc Robodrill em modelos

High Torque, High Speed e BBT com 4º eixo Fanuc DDR. Os visitantes também mostraram grande interesse nas demonstrações realizadas com a máquina Fanuc Robocut a-1iD. Em 2007, a Mitsui Motion, conforme Grandisoli, atingiu marcas expressivas em quantidade de máquinas vendidas e aumento de market share. “Para este ano de 2008, esperamos por um crescimento similar ou até maior, levando em conta as perspectivas do mercado automobilístico e os baixíssimos níveis de capacidade industrial ociosa”, encerra. De Fato Comunicações



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Fotos: Adriana Elias e arquivo Proturbo

O lugar da mulher na manufatura

Desde que a mulher extravasou o lar, conquistando o direito de votar – entre 1856 e 1920 – suas pretensões à igualdade não pararam de crescer.

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a medicina, na química, nos almoxarifados, na física, na aeronáutica e, vá lá, na informática. Mas... na usinagem? Há mais de cem anos vemos quase todas as áreas de atividade prevalentemente masculinas sendo ocupadas por mulheres: médicas, engenheiras, políticas, escritoras, soldados, advogadas, compositoras, aviadoras, astrônomas, administradoras, empresárias, etc. Claro está que o chãode-fábrica não poderia ficar para sempre imune ao avanço feminino. Mesmo no conservador Japão, a participação da mulher na modernização do país abriu-lhe o novo papel de “Shokugyo Fujin” ou “mulher de carreira”, já nos idos de 1910-1920. Mas foi a 1ª Grande Guerra na Europa que chamou as mulheres para o trabalho metal-mecânico. Em 1918 fábricas de armamentos e munições empregavam cerca de 600 mil mulheres na Inglaterra, ocupando o espaço dos tornos vazios de homens, a maioria combatentes que pereceram na guerra. O Brasil esteve longe do esforço de guerra, pois mesmo durante a 2ª Guerra Mundial (1939-1944), sua indústria era incipiente. Isso

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protegeu as mulheres brasileiras da chamada em massa para a linha de produção e seu ingresso no mundo da usinagem é opção pensada e planejada, detectada a partir dos anos 1980-1990. Hoje temos inúmeras empresas que empregam indistintamente homens e mulheres para operar tornos e fresadoras e algumas, até, que as preferem. Assim, mulheres operando máquinas CNCs “último tipo” quase não assustam mais ninguém.

dade de obter uma formação técnica anteriormente. Por vezes, um trabalho árduo de montagem que lhe havia custado 4 horas de dedicação, era todo desfeito pelo seu supervisor de produção, Adriano A. de Lima, que lhe determinava a remontagem. “Está certo, mas quero ver se você sabe mesmo” dizia ele. Foi vencendo desafios como este, que Denise chegou à sua competência atual. Para ela e suas colegas, nunca faltou o incentivo do diretor da empresa, Edvaldo Rosa.“Ele não se cansa de nos motivar a persistir e a fazer cada vez melhor, dizendo que se ele aprendeu, nós também conseguimos”, diz Denise, demonstrando como, na Toyo Matic, rigor e esmero caminham de mãos dadas. Em seus 15 anos de experiência, o Supervisor da Toyo Matic, confirma nunca ter feito distinções Adriana Elias

O GOSTO PELO DETALHE A grande capacidade “detalhista” das mulheres é um dos motivos de seu bom desempenho em trabalhos de precisão e de controle de qualidade, apontam os empregadores. As motivações femininas para escolherem tal trabalho não diferem daquelas dos homens. Os

cursos profissionalizantes do Senai indicam alta demanda feminina por cursos tradicionalmente masculinos e tal alta não se restringe aos cursos de usinagem (ver seção Interface, nesta revista). Denise Morais da Silva, por exemplo, pela necessidade de criar seus três filhos, trazia em si o profundo desejo de ter uma profissão melhor remunerada e por muita insistência junto aos responsáveis pela empresa, saltou do cargo de faxineira, em 1997, para operadora de máquinas. Na função já há dez anos ela nos diz, ainda com emoção:“Investiram em mim, tiveram confiança em mim”. Denise trabalha na Toyo Matic de Bragança Paulista-SP, empresa especializada em usinagem de alta precisão e complexidade. Denise lembra todo o seu esforço para aprender tudo na prática, já que não teve a oportuni-

Vista parcial do chão-de-fábrica da Toyo Matic, Bragança Paulista – SP. O Mundo da Usinagem 19


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Fotos: Adriana Elias

Denise Morais da Silva, operadora de máquina há 10 anos na Toyo Matic de Bragança Paulista – SP.

entre funcionários em virtude do sexo: “Todos devem ser orientados para dar o melhor de si, homem ou mulher, embora eu prefira homens para trabalhos mais pesados e mulheres para aqueles mais delicados”. Tal distinção não é feita pelo diretor da Daiwa Sangyo, Adolfo Tadashi Sawada. Nesta empresa de Diadema-SP, que produz 1 milhão de rolamentos por mês, a visão de seu diretor adaptou-a às peculiaridades femininas, como a falta de força física, criando esteiras e disponibilizando carrinhos. Como na Toyo Matic e na Daiwa Sangyo, que teve 60 treinamentos apenas em 2007, também na Proturbo, de Osasco-SP, que atua no segmento de serviços de usinagem, o treinamento é um dos pontos altos da empresa. Mas candidatos especializados são benvindos, como fri20 O Mundo da Usinagem

sa Silvio Boff, gerente da Proturbo, pois ajudam a queimar etapas na integração ao tipo de serviço que executarão, sem inibir as demais atividades de treinamento interno.

Assim, devido a oportunidades geradas na própria empresa ou por uma decisão pensada de meninas, que enxergaram uma porta para o sucesso profissional nos cursos de capacitação em mecânica geral, incluindo usinagem e programação de máquinas CNC, as mulheres conquistaram mais este nicho de atuação. A Toyo Matic tem, hoje, 50% do seu quadro de vagas ocupado por mulheres. A Proturbo conta com 18% de mulheres e a Daiwa Sangyo chega ao impressionante índice de 75% de mulheres em seu plantel de funcionários. O PORQUÊ DA ESCOLHA Sejam elas diplomadas pelo Senai ou desenvolvidas pela prática no chão-de-fábrica, na disputa com homens de mesma competência, alguns empregadores as preferem e uma das razões para isso é que estas costumam ser muito comprometidas com

Sonia de Matos da Daiwa Sangyo, transitando com peças pesadas pelo chão-de-fábrica.


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Sirlene L. Franquis no trabalho de medição na Daiwa Sangyo de Diadema – SP.

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Arquivo Proturbo

o trabalho, argumenta Silvio Boff da Proturbo, que em 2004 começou a contratálas e percebeu nesta característica das mulheres algo positivo para o crescimento da empresa. Na Proturbo elas trabalham sobretudo nas áreas de inspeção, usinagem e auditoria em processo. Na Toyo Matic e na Daiwa Sangyo podem ser encontradas nas mais diversas áreas, tais como, usinagem, coordenação, qualidade assegurada, vendas, finanças, secretaria geral, ocupando cargos que chegam até o nível de diretoria. Além da natural tendência para o detalhe e maior paciência pelo trabalho repetitivo, como diz Adolfo Sawada da Daiwa Sangyo, a mulher tem maior comprometimento, pois o sustento dos filhos, em última análise, é sempre sua responsabilidade. Mas se essa vantagem apresen-

ta problemas das necessárias ausências para reuniões escolares, este, como todos os demais problemas de uma empresa devem ser resolvidos pelo tipo de relacionamento que se tem com o funcionário, explica Adolfo Sawada. Na Daiwa Sangyo, a contra-

tação de mulheres começou desde sua fundação, há quase 50 anos, quando o objetivo era ter 50% delas em seus quadros. Na primeira fase, a escolha recaía sobre mulheres mais estabilizadas, com filhos maiores. Hoje essa distinção não existe, “pois filhos estão incorporados no dia a dia e as mulheres estão pensando bem mais antes de tê-los”, detecta o diretor da Daiwa Sangyo. As vantagens para contratálas parecem vir mesmo da pura competência. Todas as empresas visitadas não fazem distinção de salários e, a julgar pelas notícias de órgãos como o Diário do Grande ABC, que sempre trata da condição do trabalho feminino na região, a desigualdade salarial vem mesmo diminuindo, tanto pela política empresarial eticamente correta como pelos esforços sindicais.

Zenaide Pereira do Lago e Joice Silva Martins, funcionárias da Proturbo – SP 22 O Mundo da Usinagem


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Maria Marlene Alves em trabalho de acabamento final de peça em torno CNC na Daiwa Sangyo de Diadema – SP.

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Contudo, tanto a Proturbo quanto a Toyo Matic e a Daiwa Sangyo, abriram espaços para mulheres dentro do rigor geral das empresas, que buscam funcionários interessados, dedicados e competentes, sejam eles homens ou mulheres. Obviamente, entre as mulheres também há diferenças, “há aquelas que são capazes de pegar o processo de uma peça, cuidar de toda a preparação, fazer o try out e liberar a máquina para produção”, informa o diretor da Daiwa Sangyo, para quem “a assimilação depende sempre dos potenciais individuais”, além do treinamento. Fani Sakai, primeira mulher formada em um curso de usinagem do Senai, em 1986, hoje vivendo na Suécia e ocupando importante função na área da qualidade em uma multinacional sueca, concorda, “a mulher tem um quê de passional pela profissão”, pondera. Também Lúcia Ribeiro, primeira especialista em usinagem contratada pela Sandvik

Coromant, para dar assistência técnica no campo, reforça que “o desafio faz com que as mulheres executem com mais capricho as atividades”. Apesar de toda a evolução, mulheres atuando na usinagem ainda instigam resistências, principalmente para aqueles que não tiveram a sorte de enxergar o mundo despido de preconceitos. No caso de Lúcia, o seu bri-

lhante desempenho atuando como apoiadora em uma empresa em que a Sandvik concentra o gerenciamento de ferramental, levou o gerente regional de vendas, Tadeu Lins, a incentivar a sua vinda para a companhia, apostando que seria algo pioneiro e com toda a possibilidade de êxito, como tem sido. De maneira geral, embora a chefia do chão-de-fábrica seja preponderantemente masculina, já não é tão incomum encontrar empresas onde as mulheres começam a ocupar cargos de decisão e atuar em pé de igualdade com os homens também no mundo da usinagem, afinal, somos todos humanos. Equipe OMU

CORRIGENDA: A matéria “Retrofitting pode ser bom negócio?” da edição de fevereiro da revista O Mundo da Usinagem, só foi possível graças à grande disponibilidade dos entrevistados em expor suas atividades. O engenheiro Edi Marchesini, da CNC Service, contudo, para além das informações solicitadas sobre sua empresa, ofereceu seu grande conhecimento da área ao jornalista da De Fato Comunicações, elucidando conceitos e definindo terminologias. Por um lamentável lapso da secretaria de redação, a matéria publicada omitiu o nome da CNC Service e do Eng. Edi Machesini, motivo pelo qual os Editores da OMU se desculpam tanto com a CNC Service e o Eng. Marchesini como com a De Fato Comunicações pela involuntária imprecisão.

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INTERFACE

Zona Franca A de Manaus em busca de fortalecimento Criada para impulsionar a economia da região Norte do país, a Zona Franca de Manaus comemorou, no ano passado, o 40º aniversário em meio a vitórias, polêmicas e dificuldades.

boa notícia ficou por conta dos números apresentados pela SUFRAMA (Superintendência da Zona Franca de Manaus): em 2007, o Pólo Industrial de Manaus (PIM) registrou a presença de cerca de 600 empresas, com investimentos fixos superiores a US$ 7 bilhões; que faturaram em torno de US$ 25 bilhões; empregaram, somente para produção, aproximadamente 105 mil pessoas e arrecadaram nada menos que R$ 13,5 bilhões em tributos. Isso mesmo. Apesar dos incentivos fiscais, o Amazonas é o quarto Estado do Brasil que mais paga tributos federais em relação ao tamanho de sua economia: mais de 13% do seu PIB. Quando somados aos tributos estaduais e municipais, o índice sobe para 28,2%. Isso porque os O Mundo da Usinagem 27


incentivos, que já provocaram LG, Philips, Samsung, Brastemp, méticos com a nossa biodiversicríticas (veja quadro), perderam Semp Toshiba e Harley-David- dade, pois legalmente éramos imforça. Ou seja, devido a acordos son, o PIM atualmente é o car- pedidos, enquanto empresas de comerciais feitos pelo Brasil, ho- ro-chefe da ZFM e concentra fora do Estado podiam produzir”, je, já não há muita diferença en- mais de 50% do seu faturamen- conta o coordenador. O motivo tre importar de Manaus ou a par- to em bens de informática, ele- desse impedimento, supõe, era o tir de outros Estados. troeletrônicos e duas rodas. Um lobby das grandes corporações. A diversificação das atividaEssa é apenas uma das ques- cenário que, se depender dos esdes vai ao encontro do detões que compõem a lista sejo de líderes empresariais do que o coordenador geral da ZFM. “É importante de estudos econômicos e criar formas de aproveitar a empresariais da SUFRAenergia e os recursos oriunMA, José Alberto da Costa dos das empresas do PIM Machado, chama de conNo Pólo Industrial de Manaus só existe para desenvolver aceleradatra-sensos. Na ponta do láincentivo fiscal se houver produção. Esse é mente outros pólos, como pis, a região Norte é reso argumento contra os opositores ao modeos de turismo e biodiversiponsável por apenas 19,2% lo, que alegam haver empresas que se insdade”, opina o presidente da renúncia fiscal do país, talam na região para se beneficiar dos incenda Masa da Amazônia, enquanto Sul e Sudeste, por tivos fiscais, restringindo sua atividade a Ulisses Tapajós Neto, que 60%. “A Constituição diz importar peças e montar produtos. “Os indestaca, ainda, a necessidaque os incentivos devem recentivos são para a produção, ou seja, o emde de superar as dificuldaduzir as desigualdades represário tem que contratar pessoas, comprar des logísticas e políticas gionais, mas não é o que equipamentos e matéria-prima e produzir”, para acelerar a competitiacontece”, reclama. argumenta o coordenador da SUFRAMA. vidade e o desenvolvimenEntão, o que mantém as Essa garantia veio com a Lei nº 8.387/ to locais. Do ponto de visempresas no PIM? Segundo 1991 que, ao estabelecer a política do PPB ta logístico, ele cita estradas ele, são os grandes investi(Processo Produtivo Básico), determina um que precisam de reparos, mentos que elas fizeram paconjunto de etapas mínimas a serem cumcabotagem marítima defira se estabelecer em Manaus, pridas pelas empresas em cada produto. O ciente e custos elevados da o fato de contribuírem na PPB é fixado mediante Portaria Interministerial estrutura portuária. “Isso proteção à Amazônia – “se assinada pelos ministérios da Ciência e leva as nossas despesas com hoje há uma preservação Tecnologia (MCT) e do Desenvolvimento da logística a patamares bem ambiental de 98% da floIndústria e do Comércio Exterior (MDIC). mais elevados do que as de resta no Amazonas, não há nossos concorrentes naciodúvida de que isso se deve ao modelo de desenvolvimento im- forços locais, vai ganhar novos nais e internacionais”, explica. plantado aqui” – e, claro, à ren- ares. A idéia é somar a esses seg- Na questão política, Tapajós satabilidade que, apesar de menor, mentos outros como o de biocos- lienta que as empresas vivem socontinua existindo. méticos. Nesse sentido, o final de bressaltadas com manobras que 2007 trouxe outra boa nova: a visam desestabilizar o modelo DIVERSIFICAÇÃO aprovação de um projeto para a da ZFM. “Todos falam em preReunindo grandes marcas produção de cosméticos com ma- servação da Floresta Amazônica, mundiais, como Moto Honda, téria-prima local. “Em 40 anos, esquecendo-se que precisamos Nokia, Yamaha, Sony, Panasonic, nunca conseguimos produzir cos- ter condições para manter e am-

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Márcio Silva

pliar os empregos dos amazonenses”, salienta. Para solucionar questões como essas, o planejamento estratégico da ZFM contempla, para o período de 2008 a 2011, iniciativas como a implantação de estruturas privadas e públicas de Ciência, Tecnologia e Inovação (C&T&I), investimentos na construção de aeroportos, estra-

das e estruturas turísticas e em projetos-pilotos de produção e capacitação de mão-de-obra, entre outras. “O que se busca é fazer com que o modelo seja entendido como um experimento de êxito do Estado brasileiro”, finaliza Costa Machado. Thais Gebrim Jornalista

Um pouco da história Idealizada pelo deputado federal Francisco Pereira da Silva, a Zona Franca de Manaus foi criada pela Lei nº 3.173, de 6 de junho de 1957, como Porto Livre. Dez anos depois, em 1967, o Governo Federal ampliou a legislação e reformulou o modelo, estabelecendo incentivos fiscais por trinta anos para a implantação de um pólo industrial, comercial e agropecuário. Naquele mesmo ano, visando

integrar a Amazônia à economia brasileira e promover sua ocupação, a União definiu a Amazônia Ocidental tal como ela é conhecida, abrangendo Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima; em 1968, por Decreto-Lei, o benefício dos incentivos fiscais foi estendido para toda essa região. Ao longo de sua história,os trinta anos de incentivos foram prorrogados.A próxima data-limite é 2023.

O Mundo da Usinagem 29


SUPRIMENTOS

Fornecedores: uma questão estratégica Prazo, flexibilidade, atendimento, preço. Quais as vantagens de se trabalhar com fornecedores locais?

30 O Mundo da Usinagem

tualmente, não basta que a empresa seja eficaz apenas em seu restrito ambiente competitivo, toda a cadeia envolvida nos processos de produção deve ser eficaz também, com grande parte delas já seguindo os preceitos do Supply Chain Management. Nesta administração do fluxo de bens e serviços, a escolha do fornecedor é vital. Sua proximidade influi diretamente nos preços, custos, prazos de entrega, flexibilidade e crédito.

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Arquivo NMHG

Linha de produção da Nacco Materials Handling Group do Brasil.

É justamente pensando nisso que muitas empresas desenvolvem os fornecedores locais, criando parcerias que privilegiem a cadeia logística e o aumento na produtividade. “Quando eu tenho um item importado, trabalho com prazos de 6 a 8 semanas, e logicamente isso causa um impacto muito grande no meu estoque, porque eu tenho que garantir o fornecimento desse item para não afetar a produção”, afirma Francisco P. Fontelles, gerente de materiais da Nacco Materials Handling Group do Brasil, complementando: “quando se trabalha com um fornecedor local, além de ter o material em um pra-

zo menor, eu tenho um parceiro que visita a empresa, avalia e otimiza meus processos junto com meu pessoal técnico, dessa forma atendendo minhas necessidades específicas. As parcerias locais também me permitem acompanhar de perto os processos do meu fornecedor e exigir dele a máxima qualidade, compatível com as exigências da NMHG”. Segundo Marco Antônio Pereira, vendedor técnico de um dos fornecedores de ferramentas da Nacco Materials Handling Group, o atendimento é a maior diferença para quem é um fornecedor local. “A parceria fornece qualidade no atendimento e atualização constante. Cada novo produto é apresentado e testado junto com o cliente, visando sempre a redução de custos”, explica. “Uma vez tivemos um problema envolvendo a usinagem de tambores de freio de ferro fundido nodular.Testamos diversas classes de pastilha, até que finalmente conseguimos encontrar uma solução técnica que resultou em redução no consumo de ferramentas e aumento da produtividade. Muitas vezes esta interação se dá em tempo real, imediatamente após a detecção do problema”, explica Hélio Silvestre, supervisor de métodos da NMHG. O vínculo criado por meio das parcerias também fornece condições de ampliar o leque de fornecimentos e, conseqüentemente, o poder de negociação. A agilidade também é um ponto vital na cadeia de suprimentos. Quando se pensa em conceitos como o just in O Mundo da Usinagem 31


time e kanban, trabalhar com fornecedores locais é a pedra-detoque nestes processos. A importação de determinado item pressupõe, além de grande demanda de tempo e custos com estoque, trâmites internacionais, desembaraço alfandegário, custos logísticos. Na indústria automobilística, por exemplo, a preocupação com o just in time fez com que fornecedores se instalassem muito próximos às grandes montadoras. Quando a Renault instalou sua fábrica no Paraná, dos 110 mil metros quadrados de área construída, 15 mil foram dedicados aos fornecedores. A fábrica da Volkswagem em São Bernardo do Campo reformou sua planta incluindo a instalação de fornecedores dentro do próprio complexo industrial. “Em alguns casos não existe nem estoque, a peça chega no momento certo e na quantidade exata que será utilizada”, afirma Luiz Sérgio Alvarenga, assessor de mercado de reposição do Sindipeças, sindicato que representa a indústria de autopeças. Em 2007 foram produzidos aproximadamente 3 milhões de veículos, além de peças de reposição para frota circulante. A resposta para o aumento dessa demanda foi muito mais rápida porque a base instalada estava apta a suprir esta carência. CRÉDITO VIA NACIONALIZAÇÃO O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) fornece uma linha de 32 O Mundo da Usinagem

crédito, o FINAME, que financia a produção e comercialização de máquinas e equipamentos novos e de fabricação nacional. Para ter acesso a esse recurso é necessário que o produto tenha, no mínimo, 60% de seus itens nacionais. Caso não exista um similar fabricado no país, é necessário que haja nacionalização de determinado item da cadeia produtiva, dentro ou fora da empresa. Segundo o gerente geral da NMHG, Francisco Fontelles, “quando se opta pela nacionalização é necessário fazer uma avaliação dos processos de produção, tendo em vista sempre a qualidade do produto e a capacidade de produção do fornecedor. O preço final do item também deve ser mensurado. Entretanto, cada produto possui suas peculiaridades e cada caso deve ser analisado por todos os envolvidos no processo de produção”. Nacionalizar um produto ou mudar o fornecedor são escolhas que implicam diretamente em toda a cadeia produtiva. Qualidade, competitividade e fortalecimento de vínculos devem sempre pautar essa decisão e os resultados obtidos através desta mudança devem transformar-se em benefícios para todos os envolvidos. Hoje não basta apenas repassar os custos ao preço do produto. É preciso um forte investimento em logística e, nesse processo, o fornecedor tem papel fundamental. Fernando Sacco Jornalista


Fortalecendo as parcerias Há linhas completas, como por exemplo nas máquinas CNCs utilizadas na produção das empilhadeiras Delta, que todo o ferramental é fornecido já há dez anos pelo mesmo fabricante de ferramentas, graças ao bom trabalho de parceria estabelecido entre as empresas. Por este motivo, não é surpresa quando este fornecedor é um dos contemplados pelo prêmio de qualidade NMHG, pois a sinergia que se estabelece como fruto de um trabalho sério, comprometido e duradouro entre as partes, vem ao longo do tempo provando que tão importante quanto ser competitivo é ter uma cadeia de fornecedores que também o seja e, assim, tenha condições de agregar valor à estratégia geral de suprimentos da empresa. Arquivo NMHG

Anualmente a NMHG do Brasil realiza um encontro de fornecedores, reunindo parceiros com o intuito de apontar a importância do cumprimento de prazos e metas, as expectativas da empresa, os resultados alcançados e as diretrizes para o próximo ano. A empresa também premia fornecedores que se superaram no atingimento dos objetivos que foram estabelecidos para o período anterior. A ocasião é ainda oportuna para que se monte um painel de peças que a empresa tem interesse em nacionalizar, deste modo, todos os fornecedores participantes do evento têm a chance de visitar este painel e possivelmente se interessar pelo desenvolvimento de uma solução nacional que poderá ser mutuamente lucrativa.

Da esquerda para a direita: Roberto Dias (NMHG), Marco Pereira (Sandvik Coromant), Hélio Silvestre (NMHG), Ivan Spolaor (Sandvik Coromant), Francisco Fontelles (NMHG) e Cláudio Camacho (Sandvik Coromant) estão satisfeitos com a parceria estabelecida entre ambas as empresas.

O Mundo da Usinagem 33



PONTODEVISTA

Recursos Humanos: novos olhares sobre

Pedro Dêgelo

responsabilidade estratégica

surgimento da consciência pela necessidade de melhorar a qualidade de vida e de resgatar os valores vem aumentando de forma acelerada, no mesmo contexto que podemos perceber as mudanças e impactos do mundo globalizado. Refiro-me aos colaboradores que sobrevivem às batalhas constantes do mercado, excedendo em suas horas de trabalho, não gozando férias e reduzindo a convivência familiar, sacrificando o lazer e esquecendo muitas vezes do lado social e espiritual. Todo esse esforço é para manter o emprego e a possibilidade de ascender na carreira profissional. No entanto, quando conseguem alcançar as metas e até a promoção para o cargo tão sonhado, sentem-se frustrados por não participarem das apresentações de ballet da filha, nem do campeonato de futebol do filho além dos compromissos sociais com o companheiro que “nem sempre é compreensivo”. Se medirem o nível de satisfação nas várias áreas da vida, provavelmente terão os resultados totalmente opostos entre as realizações profissionais e as pessoais. Esse desequilíbrio, geralmente, causa um desconforto e uma sensação de “culpa” até porque não dá para voltar o tempo, pois os filhos crescem e as etapas não se repetem e os relacionamentos tendem a sofrer desgaste. Várias empresas com visão estratégica mais avançada perceberam que os colaboradores emocionalmente equilibrados são mais criativos e produtivos, gerando um am-

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O Mundo da Usinagem 35


36 O Mundo da Usinagem

Ao contrário do que muitas pessoas pensam, o coaching não é terapia, aconselhamento, psicologia, “mentoring” ou consultoria. O processo de coaching trabalha com o presente para construir o futuro criando um plano com resultados mensuráveis, específicos, com prazos definidos, de forma a promover, entre outras coisas, a auto-disciplina, habilidade de tomar decisões, auto-conhecimento e transformação. É importante ressaltar que o departamento de Recursos Humanos deve participar ativamente do plano estratégico da empresa e estar atento e preparado para enfrentar as rápidas mudanças causadas pelo avanço das novas tecnologias que exigirão profissionais altamente qualificados e especializados os quais certamente farão a análise das vantagens, benefícios, valores e apoio que as empresas oferecem para os colaboradores e que pesarão na escolha do empregador. Mirian Zacarelli Consultora Empresarial e Coach Imagem cedida pela autora

biente de trabalho com harmonia, integração, respeito e colaboração. Por isso já incluíram em seus orçamentos anuais no planejamento estratégico de Recursos Humanos, o desafio de desenvolver a habilidade de gestão e gerenciamento de pessoas com o processo de coaching e a formação (ou contratação) de “coaches”, que são profissionais especializados no processo de desenvolvimento dos principais talentos da liderança e equipes de frente. O coach conduz o processo denominado coaching por meio da utilização de metodologia e técnicas eficazes com o intuito de aumentar o desempenho do indivíduo, grupo ou empresa, na busca da evolução, crescimento, aperfeiçoamento, felicidade, bem estar e aprimoramento da qualidade de vida, com novos entendimentos, alternativas e ações para que se ampliem as realizações e conquistas que serão evidenciados pelo aumento de resultados positivos. O processo de coaching proporciona um retorno de investimento imediato gerando conversações efetivas, identificação e acesso a diferentes recursos de aprendizado e reformulação de valores, metas e busca de soluções, ampliando a capacidade de comunicação entre os profissionais e a capacidade de liderança dos executivos, que deverão ser treinados para aprender como fazer o mesmo com o pessoal de sua equipe.




á existem empresas, como a Daiwa Sangyo, de Diadema-SP, fabricante de rolamentos, que contam com 75% de mulheres em seu quadro de funcionários. Mas o caminho das mulheres até esse patamar não foi curto nem tão suave. No caso dos trabalhos de usinagem, essa história entre nós já tem um quarto de século! Foi em 1982, há 25 anos portanto, que o Senai aceitava sua primeira aluna mulher para um curso de Mecânica de Precisão. Ou melhor, uma menina que estava por completar 14 anos, logo apelidada de.... Salva Vidas de Aquário. Tratava-se de Fani Sakai, hoje trabalhando no departamento de produção de

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blanks de metal duro (prensagem e sinterização) na matriz da Sandvik na Suécia. Nesse que é um dos maiores departamentos da empresa em Gimo, com cerca de 200 pessoas em 3 turnos de produção, a função de Fani Sakai é trabalhar com os 8 gerentes deste departamento como coordenadora da qualidade em projetos de melhorias na manufatura. Na opinião de Fani, uma das razões para o crescimento da participação de mulheres no mercado da manufatura é o fato de serem mais passionais que os homens quando o assunto é trabalho. Fani Sakai detalha com clareza a enorme vontade de se profissionalizar, já aos 14 anos de idade, fruto da vontade maior ainArquivo Senai

INTERFACE

Mulheres formadas no Senai

Funcionárias da Monpar Marflex Indústria e Comércio de Autopeças, de São Paulo, no Setor de Tornearia juntamente com homens. O Mundo da Usinagem 39


das, Tadeu Lins, a incentivar a sua vinda para a companhia, apostando que seria algo pioneiro e com toda a possibilidade de êxito, como o tem sido. Lúcia crê que as mulheres executam com mais capricho as suas funções, principalmente quando há pela frente um tabú a ser quebrado. Para ambas, a figura materna foi preponderante como incentivadora daquela que parecia, então, uma grande aventura. A de Fani

Simulação final antes de se agregar o painel à máquina nas indústrias Romi. 40 O Mundo da Usinagem

Arquivo Senai

Daniela Miranda da Silva, funcionária de uma empresa terceirizada na Mercedes Benz, cursou Senai Mecânica Industrial e hoje cursa Programador e Operador de Centro de Usinagem CNC.

Arquivo Senai

da de “ajudar em casa”. Teve sucesso nos cinco “vestibulinhos” técnicos que prestou para cursos de magistério, marketing e mecânica e optou, em 1982, pelo curso de Mecânica de Precisão da Escola Senai Suíço-Brasileira, então de tempo integral, pela reputação e proximidade de casa. Para Lúcia Ribeiro, hoje na função de Desenvolvimento de Negócios da Aeronáutica, da Sandvik Coromant do Brasil-SP, a carreira começou como molecagem afetiva, de uma neta a quem o avô se referia como “o neto que não tive”, que abandonou o curso de magistério para cursar o de Mecânica Geral, no Senai “Félix Guisard” de TaubatéSP, onde foi uma das primeiras mulheres a concluir esse curso, em 1996. No caso de Lúcia, o seu brilhante desempenho atuando como apoio técnico em uma empresa onde a Sandvik implementava estudos de produtividade, levou o gerente regional de ven-

Sakai levou-a a um início de carreira na Haupt, Jaguaré-SP e na Sandvik Coromant, enquanto Lúcia Ribeiro passou pela antiga Mecânica Pesada (atual Alstom) em Taubaté-SP e pela Eleb – divisão da Embraer – S.José dos Campos - SP, antes de também fixar-se na Sandvik Coromant. Fani Sakai recorda-se que em seu estágio na Sandvik Coromant, em 1986, o gerente, “um alemão muito simpático”, não exitou em colocar rapazes em trabalhos burocráticos e a ela no chão-de-fábrica, “usinando em torno, fresadora e retífica”. Contratada em 1987 como Técnica de Métodos e Processos, ela tem presente o enorme papel de seus professores e dos colegas que a incentivaram a perseverar na carreira, lembrança de muito calor humano que ela guarda até hoje e do qual fala com emoção lá da Suécia em pleno inverno : “em minha formação, além do apoio da família e dos professores,



Arquivo Senai

Bárbara Rocha Orosco 2007 4º Termo, Instalando Centro de Usinagem CNC.

42 O Mundo da Usinagem

No Senai “Humberto Reis Costa”, a pesquisa “O Senai e a Equidade de Gênero: mulheres em ambientes de trabalho tradicionalmente considerados masculinos”, coordenada por seu diretor, Professor Nivaldo Silva Braz e terminada em outubro de 2007, revela, entre outras facetas, que as mulheres, embora em menor número, têm uma participação de maior visibilidade. Na Humberto Costa, “a maior pre-

Arquivo Senai

foram muito importantes as amizades que fiz, aqueles meninos que conseguiram enxergar que eu estava ali exatamente pelo mesmo objetivo que eles mesmos”. Para os professores e os empregadores, que em grande parte possibilitaram essa mudança, a evolução foi algo natural. Se em 1982 a Escola Senai Suíço-Brasileira não dispunha de banheiro feminino para a nova aluna Fani Sakai – levando sua mãe a sugerir, no primeiro dia de aula, que ela pudesse usar aquele das funcionárias – hoje as escolas estão bastante preparadas para não estabelecer nenhuma diferença na diferença. A decisão já vem daquele tempo, com a reforma na escola que disponibilizou até um chuveiro feminino, verdadeira maravilha, “porque depois de usinar alumínio num torno manual utilizando pincel e querosene como refrigerante um dia inteiro, água morna e um sabonete pegavam superbem!”, recorda-se Fani.

sença de mulheres se dá no Curso de Mecânico de Usinagem e não raramente, no dia da Formatura, temos como melhor aluno uma menina. Em 2002, tivemos uma menina como a melhor entre os melhores e ela era da Mecânica de usinagem e hoje trabalha como Líder de Usinagem na Manômetros Record S/A”, nos informa o diretor. Sem dúvida o Senai vem contribuindo de maneira notável para a formação das mulheres, já que absolutamente todos seus cursos são abertos também a elas. Segundo o Diretor Técnico do Senai–SP, professor Roberto Spada, não há qualquer diferença de tratamento dado a alunos e alunas, pois “independente da faixa etária, da trajetória escolar e do sexo, todos os alunos devem alcançar o perfil norteador para a formação profissional, determinado pelo mercado de trabalho”. De fato, o tratamento igualitário, sem privilégios e sem con-

Marina Ribeiro da Silva recebe o Prêmio “Roberto Mange” como a melhor entre os melhores alunos formandos em 2002.



Ano

Ferramentaria

Usinagem

Tornearia

2005

61

1.058

171

2006

63

996

71

2007

73

1.089

130

Total

197

3.143

372

Mulheres formadas no Senai nos últimos três anos.

cessões, não apenas cancela espaços para conflitos, como molda o bom profissional, independentemente do sexo. Ainda segundo o professor Spada, não há nenhum registro de conflitos no relacionamento entre alunos e alunas nas escolas e nas empresas, pois “ é a aquisição de competências para o exercício profissional que relativiza a questão, na

medida em que a força física não é o determinante para o bom desempenho profissional”. No ano de 2007, de um total de 22.332 profissionais sendo formados pelo Senai, 21.243 eram homens e 1.089 mulheres. Nos cursos de usinagem, a proporção de mulheres é de 4,87% em relação aos homens.O curso mais procurado pelas mulheres é

o de química (952 alunas), quase 4 vezes mais que o de informática(249 alunas) e mais de 2 vezes mais que o de metal-mecânica (389 alunas). Os primeiros cursos no Senai raramente são os últimos para seus alunos. Lúcia Ribeiro relata que com muito esforço e dedicação conseguiu terminar seu primeiro curso, pois as dificuldades foram muitas, inclusive financeiras, mas depois dele, vários outros vieram. Tais cursos e o fato de que, a seu ver, “as mulheres mantém melhor o foco nas atividades que executam”, explicam as muitas carreiras de sucesso das mulheres no mundo da usinagem. Equipe OMU




Pedro Dêgelo

INTERESSANTESABER

A mitologia e suas Deusas homem sempre buscou explicações para tudo o que ocorria ao seu redor, em especial os mistérios da natureza. Em um tempo remoto, antes que os alquimistas, filósofos e outros pensadores dessem vida à ciência, com a qual perceberam que podiam reproduzir em laboratório estes mesmos fenômenos, a existência destes eventos era então creditada a diversos deuses e seus distintos estados de humor. Assim, nos países nórdicos, o barulho do trovão ou a queda de um raio, podiam ser atribuídos a Thor, o senhor dos trovões, que girava o seu martelo e o atirava contra a terra, porque estava aborrecido com alguma coisa. Para cada fenômeno, diferentes povos em diferentes culturas, foram criando histórias e mitos sobre

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O Mundo da Usinagem 47


48 O Mundo da Usinagem

Pedro Dêgelo

deuses, semi-deuses, titãs e monstros que pudessem explicar tais eventos. Ao conjunto destas crenças passadas, deu-se o nome de mitologia – o estudo dos mitos. As primeiras divindades criadas pelos homens eram seres femininos, ligados especificamente à fertilidade, tanto da natureza, quanto dos seres humanos.A maioria das culturas humanas têm ou tiveram divindades femininas e há um momento de nossa história em que elas mudam radicalmente de peso e significado, dividindo o poder com divindades masculinas ou, então, cedendolhes definitivamente seu posto. Estas divindades femininas começaram a perder o seu espaço quando a chegada do Judaísmo e do Cristianismo as afastam em nome do Deus único, onisciente, onipotente, onipresente e... homem! As grandes divindades femininas ligadas ao plantio e à colheita chegam às religiões complexas da Suméria, Babilônia, Assíria e Egito e às clássicas de Grécia e Roma. O estudo da “deusa-mãe”, com seus diversos nomes, vem fascinando gerações de estudiosos, que se valem de estátuas, pinturas murais, decoração em vasos de argila e textos para definir as intrincadas relações da deusa-mãe com todas as demais divindades, em busca de uma hierarquia de valores e poderes. Mas é a mitologia grega a que mais fascina o mundo ocidental. Nela, GEA ou GAIA, é a Mãe Terra, origem de tudo e de todos, uma entre os primitivos Titãs que reinaram até serem vencidos por Zeus,

um dos doze deuses do Olimpo, que era considerado o senhor dos céus, dos deuses e dos homens. OsTitãs, representavam as forças primárias naturais: oceano, terra, sol, lua, rios, vento, etc. O mais novo entre eles, Cronus (o Tempo), desbanca seu pai Uranus (o Céu) e reina em seu lugar. Desta segunda geração de Titãs, se destacam Helios (o Sol), Selene (a Lua), Prometeu (que daria o fogo aos homens), Atlas (que carregava o mundo nas costas) e Leto, que seria a mãe dos gêmeos Apolo, deus do sol e da guerra, e de Aremis, deusa da caça. Zeus reina auxiliado por Hera, filha mais nova dos Titãs Cronus e Rhea. Hera, muito ciumenta, cometeu grandes atrocidades contra as favoritas de seu marido e os fi-


lhos de tais relacionamentos. Assim ocorreu com o pobre Hércules, filho de Zeus com Alcmene, esposa do rei de Tebas, a quem Hera obrigou a tarefas sobre-humanas, conhecidas como os 12 Trabalhos de Hércules. Por isso quando dizemos que alguém teve um trabalho hercúleo para realizar uma tarefa, nos remetemos ao esforço sobre-humano de Hércules para executar seus 12 trabalhos. Em contraponto a Hera, sua irmã, Hestia, a mais velha dos deuses olímpicos, era a deusa dos laços familiares. Era a ela a quem os recém-nascidos deveriam ser apresentados para entrarem na família. O símbolo de Hestia era a chama das lareiras, que brilhava em todos os lares de então. Outra filha de Cronus e Rhea,

Deméter, herdou mais diretamente os atributos da avó, a Mãe Terra ou Gaia, sendo a deusa das colheitas e dos campos, da fertilidade e da agricultura. A filha de Demeter, Perséfone, foi raptada por Hades, deus das profundezas e senhor do mundo inferior. Em busca da filha raptada, Deméter vai a seu encontro no mundo subterrâneo, lançando o mundo superior em um longo período frio e sem frutos, correspondente ao outono e inverno. Hades, ao permitir que Perséfone passe parte do ano com sua mãe na superfície, devolveu aos humanos a primavera e o verão. Embora Deméter tenha sido uma das mais importantes divindades da Grécia antiga, sem dúvida é Athena Parthenos (a Virgem), ou Palas Athena, a deusa de maior popularidade. Deusa da tática e da estratégia de guerra, da sabedoria e da tecelagem, disputou com Poseidon, deus do mar, o patronato da nova cidade da península de Ática e enquanto o deus ofereceu à cidade um poço de água do mar, Athena ofereceu a útil oliveira e por isso deu nome à cidade de Athenas. Das três deusas virgens, Hestia, Athena e Artemis, esta última era a mais nova delas e andava pelos campos com seu arco e flechas, seguida por 50 cães de caça. Tida como uma das mais belas divindades do Olimpo, era a deusa da caça, protetora das mocinhas e do parto. Apesar da beleza de Artemis, evidentemente a mais bela de todas era Afrodite, deusa do amor, da sexualidade e da beleza. Como O Mundo da Usinagem 49


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em termos conceituais. No Hinduísmo, deuses e deusas provêem de uma única fonte, o Brahma, sem forma, infinito, impessoal e relacionado a Devi, a deusa-mãe, enquanto na religião Sikh, deus é pai e mãe, em figura e conceito indissociável. O físico americano Leonard Shlain publicou, há dez anos, uma teoria fascinante, embora os estudiosos a vejam com ceticismo. Pela teoria de Shlain, com o nascimento do alfabeto, por volta de 1000 a.C., na região dos atuais estados de Israel e Palestina, nasceu também a contraposição entre a força da palavra escrita e a necessidade de abstração, à clareza da imagem e a sutileza da sensibilidade, opondo-se assim os hemisférios esquerdo e direito do cérebro. Teria sido no crescimento da palavra escrita que o deus masculino ganhou preponderância, afastando as deusas do quotidiano daquelas sociedades, que mantêm a mãe – feminina – como mediadora mas não mais como figura principal. Graças a essa lenta e rica evolução dos conceitos do divino temos hoje uma profusão de imagens de divindades que são parte do patrimônio da humanidade, presentes em templos, igrejas, casas e museus. As divindades egípcias, clássicas e hindus são as que mais conquistam as imaginações até hoje, quando vemos um reflorescer da religiosidade em torno da divindade feminina. Equipe OMU

Pedro Dêgelo

deusa da sexualidade, atuava sem preconceitos, já que era a protetora das prostitutas. Embora casada com Hephaistos, deus do fogo, ela devotou-se a muitos outros deuses, como Ares, deus da guerra, com quem teve a filha Harmonia; com Hermes, deus dos mensageiros, teve Hermafrodite, metade homem e metade mulher; com Dionísio ela teve o popular Príapo, mas o mais famoso de seus filhos foi Enéas, o mitológico fundador de Roma, que foi gerado com o pastor deTróia, Anquises, por quem Afrodite se apaixonou. Afrodite era a deusa patrona de Tróia, motivo do príncipe Paris, de Tróia, tê-la preferido a Athena no famoso conflito da escolha da mais bela mulher do mundo, base mítica da famosa guerra de Tróia. Aphrodite carrega sempre uma pomba ou é representada cavalgando um cisne. Hoje os estudos indicam que as dividandes e a mitologia grega e romana tiveram importante papel regulador naquelas sociedades, representando forças em conflito e os mecanismos para sua pacificação. De maneira geral, a mitologia grega e romana é o último suspiro da velha religião do Mediterrâneo oriental, com divindades masculinas e femininas ostentando igual poder e força, humanizadas a ponto de apresentarem os mesmos anseios, virtudes e vícios dos humanos. Essa humanização passou-se ao Cristianismo, enquanto o Hinduísmo é bem mais complexo



INTERESSANTESABER

notícias Babaçu e coco da Amazônia abastecendo aviões? ia 24 de fevereiro decolou de Londres e aterrou em Amsterdam, na Holanda, um Boeing 747 da empresa Virgin Atlantic que passará à história como o primeiro vôo usando biocombustível, feito com frutos brasileiros, a partir do óleo de coco e de babaçu da Amazônia! O vôo não transportava passageiros, por se tratar de teste, mas enfrentou condições normais de vôo, com todas as características de altura, velocidade e demais requisitos técnicos, tendo desempenho considerado absolutamente normal. Por se tratar de teste, apenas 1 dos 4 motores estava abastecido com o novo combustível, que representava 25% do total do abastecimento normal com querosene de aviação. A medida foi de segurança, já que, se ocorresse falha no motor com o biocombustível, os tres restantes manteriam a aeronave sem nenhum problema. Nas pesquisas desse novo biocombustível estão associadas várias companhias aéreas e fabricantes de aviões, a Boeing e a General Eletric. O brasileiro Expedito Parente, considerado a principal mente do biodiesel, participa do projeto por meio da Tecbio, empresa brasileira que tem parceria com a NASA e a Boeing, desde 2006, nas pesquisas de um biocombustível para a aviação. As pesquisas vêm se intensificando diante das preocupações com o aquecimento global, já vez que as emissões de carbono das viagens aéreas são altíssimas.

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O proprietário da Virgin Atlantic, Richard Branson, demonstra-se bastante entusiasmado com o sucesso do experimento, lembrando que há 2 anos, os críticos apontavam que o bioquerosene congelaria na altura de 9 ou 10 mil metros, que é a altitude dos vôos cruzeiro. O vôo teste atingiu os previstos 8.500m de altitude e embora não tenhamos maiores detalhes, sabe-se que a Aviação Civil da Inglaterra aprovou o vôo. Como o motor reagiu ao uso da mistura só será sabido depois de realizados os devidos testes. Apesar do entusiasmo de muitos, as pesquisas ainda devem resolver de maneira definitiva a questão do congelamento quando em altas quotas, fundamental para que o biocombustível possa alimentar 100% dos motores. Mas o sucesso do experimento não tranquiliza os ambientalistas. Kenneth Richter, do grupo ambientalista Friends of the Earth, manifestou-se com o temor do bioquerosene ser apenas um paliativo, que apenas distrairia a sociedade em relação ao problema. De maneira geral, a preocupação com o atual desequilíbrio ambiental deve, de fato, considerar as mudanças causadas por um plantio em escala industrial, tanto do coco quanto do babaçu, antes de anunciá-lo com solução para a questão. Mas foi dado o primeiro passo. FONTE: CarbonoBrasil.



Inovação, uma filosofia de negócios odos sabemos da importância de novas soluções para a obtenção de maior competitividade em usinagem. Na eterna busca por tempos e custos menores, pesquisadores dedicam, às vezes, anos de suas vidas até chegarem a uma nova classe de metal duro, uma nova geometria ou mesmo um novo processo que poderá conferir maior longevidade ao fio de corte ou maior estabilidade à ferramenta em uma operação específica. No caso da Sandvik Coromant, por exemplo, a apresentação ao mercado de um novo CoroPak (pacote semestral de novos produtos), na realidade traz ao nosso país um leque de oportunidades que podem se converter em um diferencial competitivo, que muitas vezes ainda não está sendo aplicado justamente porque faltava a informação. Como fabricantes de ferramentas, somos os maiores interessados em que o mercado produza cada vez mais. Este é o motivo que nos leva a investir alto para que tais novidades cheguem em tempo a todas as máquinas, pois enquanto houver uma máquina trabalhando haverá alguém necessitado de uma boa ferramenta e este é o nosso negócio: “ferramentas”. O CoroPak traz inserido em seus lançamentos principais, soluções para as necessidades prementes do mercado de usinagem mundial, pois o lançamento de hoje é fruto de um trabalho intenso, onde equipes de engenheiros trabalhando em conjunto com analistas de mercado, pesquisam, estudam, avaliam carências e demandas das várias regiões do globo, das mais estáveis como a Europa, às mais efervecentes, em termos de negócios, como China, Índia, Rússia e até o Brasil e, com base nisso, definem quais as linhas de produtos que deverão ser lançadas nas próximas décadas.

T

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De modo geral, o ciclo de vida de uma solução em ferramentas é em média de 5 anos, quando então são substituídas por novas soluções ou conceitos, em um ritmo constante, levando sempre aos mercados produtos de ponta e de alta tecnologia. Com mais de dois mil pesquisadores atuando em desenvolvimentos paralelos, a cada seis meses surgem muitas novidades para torneamento, fresamento, furação e fixadores. Estas novidades podem atender necessidades que todos enfrentam em qualquer parte do nosso mundo globalizado, contudo, obterão maiores resultados aqueles que as aplicarem no momento certo, ou seja, antes que seus respectivos concorrentes o façam e, ao decidirem pela introdução de uma nova ferramenta, sempre poderão contar com a ajuda de especialistas que são capazes de potencializar os benefícios que tal novidade apresenta. Assim fazendo, propiciam soluções de alta produtividade através da otimização dos processos de usinagem. Portanto, contem conosco sempre que precisar. José Gamarra Gerente Técnico da Sandvik Coromant do Brasil

Antônio Larghi

NOSSAPARCELADE

RESPONSABILIDADE



MOVIMENTO SANDVIK COROMANT - PROGRAMA DE TREINAMENTO 2008 Mês

TBU

TBU

Noturno

Diurno

Abr

TFR

UMM

EAFT

28 e 29

EAFF

OUT

OUF

TUCAS

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14, 15 e 16

Mai Jun

9, 10, 11 e 12

Jul Ago

02, 03 e 04 21 e 22

16, 17 e 18 14, 15 e 16

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28 e 29 18, 19, 20 e 21

29, 30 e 01/10 13, 14, 15 e 16

15 e 16 27, 28 e 29

Nov Dez

30/06, 01, 02, e 03

03, 04, 05 e 06 01 e 02

TBU - D - Técnicas Básicas de Usinagem (Diurno - 14 horas em 2 dias) TBU - N - Técnicas Básicas de Usinagem (Noturno - 14 horas em 4 dias - das 19h00 às 22h30) TFR - Técnicas de Furação e Roscamento com fresa de metal duro - (14 horas em 2 dias) EAFT - Escolha e Aplicação de Ferramentas para Torneamento (21 horas em 3 dias) UMM - Usinagem de Moldes e Matrizes (28 horas em 4 dias) EAFF - Escolha e Aplicação de Ferramentas para Fresamento (21horas em 3 dias) OUT - Otimização da Usinagem em Torneamento (28 horas em 4 dias) OUF - Otimização da Usinagem em Fresamento (28 horas em 4 dias) TUCAS - Tecnologia para Usinagem de Componentes Aeroespaciais e Superligas (14 horas em 2 dias) TGU - Técnicas Gerenciais para Usinagem (21 horas em 3 dias) DPUC - Desenvolvimento de Processos para Usinagem Competitiva (14 horas em 2 dias) - CURSO NOVO

10, 11 e 12



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FALE COM ELES Braile Biomédica: 17 2136 7000 Daiwa Sangyo: 11 4066 6074 José Gamarra: 11 5696 5446 Marco Antônio Pereira 11 5696 5425. Masa da Amazônia Ltda: 92 3616 8200 Mirian Zacarelli: www.mirianzacarelli.com.br http://www.mirianzacarelli.com.br/ Mitsui Motion Máquinas: 11 6192 7970 Mori Seiki: 11 5543 1762 NMHG: 11 5683 8523 Ortosintese: 11 3948 4000 Proturbo: 11 3601 6432 Sandvik Materials Technologies: 11 5696 5452 Sindipeças: 11 3848 4848 SUFRAMA: www.suframa.gov.br http://www.suframa.gov.br/ Toyomatic: 11 4035 3006

SANDVIK COROMANT - DISTRIBUIDORES ARWI Tel: 054 3026 8888 Caxias do Sul - RS ATALANTA TOOLS Tel: 011 3837 9106 São Paulo - SP COFAST Tel: 011 4997 1255 Santo André - SP COFECORT Tel: 016 3333 7700 Araraquara - SP COMED Tel: 011 6442 7780 Guarulhos - SP CONSULTEC Tel: 051 3343 6666 Porto Alegre - RS COROFERGS Tel: 051 3337 1515 Porto Alegre - RS CUTTING TOOLS Tel: 019 3243 0422 Campinas - SP DIRETHA Tel: 011 6163 0004 São Paulo - SP ESCÂNDIA Tel: 031 3295 7297 Belo Horizonte - MG FERRAMETAL Tel: 085 3287 4669 Fortaleza - CE GALE Tel: 041 3339 2831 Curitiba - PR GC Tel: 049 3522 0955 Joaçaba - SC HAILTOOLS Tel: 027 3320 6047 Vila Velha - ES JAFER Tel: 021 2270 4835 Rio de Janeiro - RJ KAIMÃ Tel: 067 3321 3593 Campo Grande - MS MACHFER Tel: 021 3882-9600 Rio de Janeiro - RJ

MAXVALE Tel: 012 3941 2902 São José dos Campos - SP MSC Tel: 092 3237-4949 Manaus - AM NEOPAQ Tel: 051 3527 1111 Novo Hamburgo - RS PS Tel: 014 3312 3312 Bauru - SP PS Tel: 044 3265 1600 Maringá - PR PÉRSICO Tel: 019 3421 2182 Piracicaba - SP PRODUS Tel: 015 3225 3496 Sorocaba - SP RECIFE TOOLS Tel: 081 3268 1491 Recife - PE REPATRI Tel: 048 3433 4415 Criciúma - SC SANDI Tel: 031 3295 5438 Belo Horizonte - MG SINAFERRMAQ Tel: 071 3379 5653 Lauro de Freitas - BA TECNITOOLS Tel: 031 3295 2951 Belo Horizonte - MG THIJAN Tel: 047 3433 3939 Joinville - SC TOOLSET Tel: 021 2290-6397 Rio de Janeiro - RJ TRIGON Tel: 021 2270 4566 Rio de Janeiro - RJ TUNGSFER Tel: 031 3825 3637 Ipatinga - MG

ANUNCIANTES NESTA EDIÇÃO O Mundo da Usinagem 45 Abimei. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57 Agie-Charmilles. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 Alcântara Machado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38 Arwi . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10 Blaser Swisslube. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 CIMM . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56 Cross Hueller. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23 Deb’Maq . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34 Diadur . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44 Dormer . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26 Dynamach. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31 Efef . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12 Ergomat . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41 Esab . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51 Hanna . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29 HDT. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25 hexagon . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 Intertech . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55 Kabelschlepp. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32 Kone . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45 Lubrizol . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16 MachSystem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50 Mazak . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46 Mitutoyo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37 Mori Seiki . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43 Neopaq . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36 Romi . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 09 Sanches Blanes. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49 Sandvik Coromant. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53 e 60 Selltis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 02 Siemens . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 Stamac . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33 TAG . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59 Turrettini . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 05 Vitor Buono . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48

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