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Publicação da Sandvik Coromant do Brasil

issn 1518-6091 rg bn 217-147

Usinagem pesada

Agronegócios e energia revigoram segmento Inmetro

Ponto de partida para o êxito industrial

Seis sigma

Clientes satisfeitos e lucros recordes



Shutterstock

editorial

Que o tempo tem asas é o que muitos dizem Resta saber se voa em espirais contínuas ou em reta sem fim Sobrevoando acelerado espaços e estações Nos leva tudo menos a esperança e a saudade Os que não se aquietam nem disso se apercebem Não se dão conta da metafísica do viver singelo

O Mundo da Usinagem


Índice

51

Edição 09 / 2008

51

Publicação da Sandvik Coromant do Brasil

issn 1518-6091 rg bn 217-147

Usinagem pesada

Agronegócios e energia revigoram segmento Inmetro

Ponto de partida para o êxito industrial

Publicação da Sandvik Coromant do Brasil ISSN 1518-6091 RG. BN 217-147

Seis sigma

Izilda França

Capa Foto: Fresa CoroMill 390 usinando virabrequim Arquivo AB Sandvik Coromant

Clientes satisfeitos e lucros recordes

03 editorial 04 ÍNDICE / EXPEDIENTE 06 GESTÃO EMPRESARIAL: qualidade na medida certa 11 ots: USINAGEM pesada 17 gestão empresarial: bosch – superando metas desafiadoras 24 suprimentos: O conceito seis sigma 34 interface: em cima da medida – o inmetro 40 PONTO DE VISTA: viva mais prevenindo a origem precoce de doenças 44 Interessante saber: vinho, alimento e celebração E outras notícias 59 produtividade: Globalização, competência e seletividade 66 NOSSA PARCELA DE RESPONSABILIDADE 68 MOVIMENTO 70 DICAS ÚTEIS e-mail: omundo.dausinagem@sandvik.com EXPEDIENTE O MUNDO DA USINAGEM é uma Publicação Sandvik Coromant do Brasil, ou ligue: 0800 770 5700 com circulação de doze edições ao ano, tiragem de 19.500 exemplares e distribuição gratuita. Av. das Nações Unidas, 21.732 - Sto. Amaro - CEP 04795-914 - São Paulo - SP. Conselho Editorial: Aldeci Santos, Anselmo Diniz, Aryoldo Machado, Edson Truzsco, Edson Bernini, Eduardo Debone, Fernando de Oliveira, Francisco Marcondes, Heloisa Giraldes, Marlene Suano, Nivaldo Braz, Nivaldo Coppini, Nixon Malveira, Vera Natale. Editora: Vera Natale Editor Chefe: Francisco Marcondes Editor do Encarte Científico: Nivaldo Coppini Jornalista Responsável: Heloisa Giraldes - MTB 33486 Secretário de Redação: Kazuhiro Kurita Propaganda: Gerente de Contas - Thaís Viceconti / Tel: (11) 2335-7558 Cel: (11) 9909-8808 Projeto Gráfico: AA Design Capa e Arte Final: House Press Propaganda Revisão de Textos: Fernando Sacco Gráfica: Aquarela

O Mundo da Usinagem



gestão empresarial

Qualidade assegurada na medida certa A aquisição de instrumentos de medição demanda planejamento diante das inúmeras opções presentes no mercado

O Mundo da Usinagem

Arquivo Hexagon

T

rabalhar com medidas e padrões nem sempre foi uma tarefa fácil. Até o fim da Idade Moderna, quase todos os sistemas de medição eram baseados em costumes e tradições, utilizando padrões criados a partir da observação de partes do corpo humano, tais como polegadas, pés, palmos e passadas. Entretanto, a exatidão dessas medidas se mostrava tão variada quanto as diferenças apresentadas individualmente. Com a chegada do Renascimento, os sistemas e instrumentos de medição foram ganhando mais importância, principalmente após o início das grandes navegações, quando foram desenvolvidos quadrantes, astrolábios e sextantes, entre outras ferramentas que, apesar de não serem tecnicamente exatas, abriram caminho para o aprimoramento das medições.

Tesa Visio 300 DCC, máquina de medição por imagem

Com o passar dos anos, os sistemas se uniformizaram, novas grandezas foram incorporadas à ciência e os instrumentos utilizados para medição tornaram-se mais elaborados. E assim como a correta utilização das ferramentas de medição era questão de vida ou morte para os navegadores, atualmente empresas dependem dela para sobreviver no mercado, mantendo padrões de qualidade de seus produtos, balizando investimentos, avaliando a

produção e levantando dados de maneira confiável e sistemática. Hoje é praticamente impossível pensar em uma empresa do setor metal-mecânico que não utilize estas ferramentas para realizar o controle de qualidade de seus produtos e, com a grande variedade de instrumentos presentes, o planejamento tornou-se fundamental. Atenção às aplicações O mercado possui um amplo número de fornecedores, com


Fotos: Arquivo Hexagon

destaque para Mitutoyo, Carl Zeiss, Hexagon, Mahr, Sylvac e Starret. As soluções para medição são ainda mais diversas, podendo ser realizadas manualmente, por coordenadas, através de sensores, com instrumentos ópticos ou por processamento de imagens. Mas, apesar de existirem soluções variadas, é necessário estar sempre atento às suas aplicações. Um pedaço de espuma, por exemplo, não pode ser medido por contato, pois o material é facilmente deformável. É difícil também controlar as medidas de uma peça escura através de imagens, já que as sombras se confundem com a superfície. Dessa forma, na hora de escolher os instrumentos de medição é inevitável avaliar, além da relação custo-benefício, as aplicações para as quais serão destinadas as ferramentas. Embora hajam equi­­ pamentos extremamente sofisticados, também é necessário quantificar investimentos e retornos, sempre levando em conta o tempo de medição e produção para que não se criem gargalos. “De maneira geral, um kit bá-

Sala de medidas sico de medição é composto por um paquímetro de no mínimo 150 mm, um jogo de micrômetros milesimais de 0-25, 25-50, 50-75 e 75-100 mm, relógios comparadores centesimais e milesimais e um graminho de 350 mm”, explica Danilo Lapastini, diretor executivo da Hexagon Measurements Technologies, empresa fabricante de grandes marcas do setor de medição. Caso a demanda por qualidade seja crescente ou não acompanhe a produção, é necessário que a empresa invista na construção de uma sala de medidas.

Segundo Marcelo Sousa, técnico mecânico da Mitutoyo, multinacional que fabrica instrumentos de medição desde 1934, laboratórios pequenos podem ser montados com investimentos de R$ 30 mil, utilizando a instrumentação básica. Em laboratórios mais elaborados, podem ser gastos mais de R$ 800 mil em um único equipamento, dependendo do que será controlado. “Às vezes, o produto é mais simples e não há necessidade de se gastar muito. Entretanto, quando há controle crítico e o erro deve ser mínimo, os investimentos são maiores. Os custos também variam de acordo com a produtividade e a forma de medição”, aponta Marcelo.

Instrumentos manuais: soluções variadas para diversas aplicações O Mundo da Usinagem


gestão empresarial Caso as medições sejam realizadas em processo, sem a necessidade de parar a máquina, é possível instalar equipamentos que utilizam relógios comparadores digitais e cuja saída de dados está ligada diretamente a um computador. A partir daí é possível ajustar acionadores pneumáticos que podem rejeitar ou aceitar a peça, sem a necessidade de interferência humana.

Fotos: Arquivo Mitutoyo

Controle da produção Máquinas de medição por imagem, tais como a Quick Vision Stream ou a Tesa Visio 300 DCC, também são uma solução. Os medidores são instalados na esteira de produção e realizam a medição sem contato. O mecanismo acompanha e fotografa as peças e a imagem é enviada para um computador cujo software realiza os testes. A ferramenta também emite relatórios que são enviados diretamente ao banco de dados, o que facilita auditorias e relatórios de qualidade especificados pela norma ISO 9000, além de um maior controle da produção. Apalpadores eletrônicos

também podem ser instalados diretamente em máquinas-ferramenta CNC, controlando simultaneamente a peça com a usinagem. Nas indústrias naval, automobilística, aeronáutica e mesmo de nanotecnologia, as grandes preocupações são as tolerâncias. Nestes segmentos, a maioria dos itens não pode ser hiperdimensionada, o que requer equipamentos extremamente precisos. A Legex, máquina de medição por coordenadas fabricada pela Mitutoyo, ou a PMM Leitz, da Hexagon, atendem estas exigências. É possível trabalhar com margens de erro na ordem de

Máquina de medição tridimensional CNC com sistema antivibração e nivelamento automático

Micrômetro digital realiza medições quatro vezes mais rápido que os modelos convencionais O Mundo da Usinagem

Rugosímetro portátil com impressora acoplada e tela touch screen

0,35 milésimos de milímetro, algo como uma das partes de um fio de cabelo dividido 150 vezes. Entretanto, mesmo garantindo altas taxas de exatidão e controle, também é necessário realizar um planejamento de calibrações para não afetar a logística produtiva. “Antigamente, as freqüências eram fixas, há cada um ano ou seis meses. Hoje, porém, é possível ter uma freqüência determinada de acordo com os resultados das últimas calibrações. Se a tendência é ruim, a freqüência aumenta, se a tendência é boa, a freqüência diminui”, explica Juliana Diniz, supervisora do departamento de qualidade da Sandvik Coromant. Realizar medições de maneira correta e programada garante não apenas o controle de qualidade dos itens fabricados, mas de toda a cadeia produtiva. Certifique-se de que sua empresa está no caminho certo. Pequenos detalhes fazem toda a diferença. Fernando Sacco Jornalista




OTS

Usinagem Pesada: grandes negócios em um mercado aquecido

“A

economia está aquecida”. Esta tem sido a grande tônica do mercado nos últimos tempos. Entretanto, respostas a estas demandas podem ser problemáticas caso a indústria não acompanhe de perto o aumento no fluxo produtivo.

Após tantas décadas de estagnação, o país é novamente desafiado a crescer com responsabilidade, driblando a turbulência externa e controlando a inflação. E é neste cenário macroeconômico que podemos constatar o amadurecimento da indústria nacional. Setores

Arquivo Romi

Retomada de investimentos impulsiona segmento de usinagem pesada e fortalece infra-estrutura nacional

Torno Centur 80A fabricado pela Romi, próprio para usinagem pesada

O Mundo da Usinagem 11


ots também de grandes aportes em usinagem. Atenta a esta demanda, a Romi lançou no final de 2006 uma família de tornos CNC pesados e extra-pesados, destinados à fabricação e ao repasse de cilindros de laminação, cilindros de moendas de cana-de-açúcar, peças de navios, peças de usinas hidrelétricas, de equipamentos para extração de petróleo, extração mineral, entre outras aplicações. Essa família é composta pelos tornos Centur 80/80A/140/140A/180/180A, para torneamento de peças de grande volume e peso de até 50 toneladas, e pela família UT 1000/1500/2000/2500, para usinagens de cilindros de até 100 toneladas. “Há muitos anos o segmento Arquivo Dedini

como mineração e siderurgia têm se mostrado aquecidos, principalmente diante do desenvolvimento do mercado de commodities. Questões envolvendo a infraestrutura também deixaram de ser circunstanciais e isto pode ser sentido no avanço de todos os setores da economia. A agroindústria, favorecida pelo etanol, cresceu 5,0% em 2007. Além disso, iniciativas envolvendo hidrogeração, aliadas a novas descobertas no segmento de petróleo e gás, trazem boas perspectivas quando o assunto é energia. E este é o cenário ideal para a usinagem pesada. Geradores, turbinas, rotores e sistemas de perfuração, todos estes itens fundamentais para o pleno desenvolvimento da economia dependem

Rolo de moenda em processo de usinagem na Dedini 12 O Mundo da Usinagem

não investia de forma sistemática”, analisa o diretor de comercialização de máquinas-ferramenta da Indústrias Romi, Hermes Lago. Investimento, também, tem sido a palavra de ordem na Dedini. A empresa está investindo mais de R$ 60 milhões na aquisição de novas máquinas voltadas à usinagem pesada, além da reforma completa dos principais equipamentos, ampliando seu parque industrial. O próximo passo envolve a aquisição de centros de usinagem CNC com cinco eixos programáveis e a ampliação de sua Fundição, visando atender principalmente às necessidades de peças em aço inoxidável e aos novos mercados que vêm sendo conquistados. “Aliando os investimentos que fez e continua fazendo em sua fundição, cuja capacidade deve em breve alcançar 40 mil toneladasano, com peças individuais de 38 toneladas, a usinagem pesada tem permitido, e irá permitir ainda mais, elevar a Dedini à posição de player fundamental no fornecimento de peças fundidas usinadas para todo o mercado mundial”, avalia Antônio Carlos Christiano, vice-presidente de operações. Questões relacionadas à energia também fazem parte da realidade da empresa: “Encerradas as licitações para as megausinas hidrelétricas do Rio Madeira, sendo também retomado o projeto da usina de Belo Monte e o forte incentivo que tem sido dado para a construção de PCH’s (Pequenas Centrais Hidrelétricas), o papel do segmento Energia será ainda


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Arquivo Dedini

ots

Usinagem na fábrica da Dedini maior em um futuro muito breve e por um bom número de anos”, conclui Christiano. Antônio de Pádua, coordenador de métodos e processos da Cameron, multinacional especializada na fabricação de sistemas de prospecção, também vê com muito entusiasmo esse mercado, principalmente diante das recentes reservas de petróleo descobertas na costa brasileira. “Como um dos principais fornecedores de equipamentos submarinos, a Cameron tem investido fortemente para acompanhar a demanda por equipamentos de prospecção de óleo e gás. Nos últimos dois anos, a Cameron, em Taubaté, realizou investimentos em máquinas, instalações e mãode-obra, de maneira a triplicar sua capacidade instalada”, descreve Pádua. A planta, localizada no interior de São Paulo, usina válvulas 14 O Mundo da Usinagem

especiais utilizadas em grandes profundidades para controlar a produção dos poços de petróleo, mais conhecidas como Árvores de Natal Molhadas, além de diversos componentes utilizados na extração do petróleo. Crescendo com responsabilidade Entretanto, quando falamos em investimentos, é necessário pensar também em questões estruturais. “Na usinagem pesada, a logística é inevitavelmente muito maior”, avalia Ismael Martins, analista de processos da TGM Turbinas. “Hoje deslocamos uma série de profissionais para fazer o acompanhamento deste tipo de usinagem, pois se houver a necessidade de um retrabalho os prejuízos são muito grandes”. Por conta disso, máquinas que garantam qualidade e diminuam

o número de processos se tornaram fundamentais. Segundo Martins, a usinagem de um rotor de turbina é um bom exemplo dessa iniciativa. “A peça, após passar pelo processo de usinagem, era levada para um setor de traçagem, para referências de furações, roscas, rasgos de chavetas e entradas das palhetas. Por este motivo, adquirimos um novo torno (Gemini GHT) que faz todas estas operações, eliminando etapas que eram feitas em mandrilhadoras e furadeiras radiais”. “Quanto maior a nossa carteira, maiores também são as cobranças. Os prazos são curtos e há necessidade de reduzir custos de fabricação. Somos levados a procurar novas tecnologias em usinagem que nos tornem competitivos. Novas classes de metal duro, novas coberturas, novas geo­ metrias de pastilhas, etc. Estamos sempre atentos aos lançamentos no mercado”, afirma Antônio de Pádua, da Cameron. Todos estes investimentos se convertem em benefícios à medida que reduzem o custo final do produto, aumentando a competitividade da indústria nacional e garantindo o necessário investimento em infra-estrutura. O exemplo destas empresas reforça a proatividade e reflete um amadurecimento crescente da indústria nacional, trazendo benefícios não só aos grandes empreendimentos, mas a toda cadeia produtiva. Fernando Sacco Jornalista




gestão empresarial

Bosch:

Com a otimização dos processos de usinagem, a unidade Sistemas de Injeção a Gasolina da Robert Bosch alcançou ganhos de até 28% na produtividade, reduzindo gastos com ferramental e matéria-prima

A

companhar a logística da indústria automotiva não é uma tarefa fácil. Práticas de just in time, kanban, milk run e tantas outras já são uma constante nos processos de produção de todas as montadoras, obrigando seus fornecedores a alinharem-se aos custos, prazos e demandas por elas estabelecidos. E foi justamente para atender a estes três itens que um setor da fábrica da unidade Sistemas de Injeção a Gasolina da Robert Bosch América Latina, localizada em Campinas, interior

Fotos: Izilda França

superando metas desafiadoras

Operação de corte com GC1125 de São Paulo, realizou um trabalho de otimização em dois de seus processos de usinagem. A unidade produz, entre outros itens, galerias de combustível de alta pressão, utilizadas em motores de grandes montadoras. As galerias de alta pressão seguem para Alemanha e EUA, onde são aplicadas em motores com injeção direta de combustível na câmara de combustão. As peças são fundamentais na diminuição do consumo de combustível, redução da emissão de poluentes e melhoria

na performance do motor. A demanda deste sistema vem crescendo no decorrer dos anos e o histórico já indicava a necessidade de se aumentar a produção e, ao mesmo tempo, reduzir os custos. Segundo Carlos Alberto Moretto, planejador técnico de usinagem da Robert Bosch, “caso não se O Mundo da Usinagem 17


realizasse um trabalho de melhoria nestes processos de fabricação, era possível que a produção destes componentes fosse transferida”. Para atender à nova demanda foi realizado, no início do ano, um trabalho de otimização destes processos que compõem a fabricação de componentes das galerias, reduzindo o consumo de ferramentas e de matéria-prima. O processo de ajuste envolveu o departamento de planejamento técnico, operadores e fornecedores e, ao final de quatro meses, alcan­çou resultados bastante expressivos. “O trabalho que realizamos neste período possibilitou um aumento na produção, uma estabilidade expressiva destes processos e a diminuição das paradas de máquina em virtude de um maior controle de cavacos”, descreve Valdir Dezzotti, vendedor técnico de ferramentas da Sandvik Coromant, que acompanhou a transição.

Fotos: Izilda França

gestão empresarial

Processos otimizados Os componentes da galeria de alta pressão são fabricados em dois tornos automáticos multifusos da Schütte. As máquinas trabalhavam com bedames de 4mm, que foram reduzidos para 2,5 mm de espessura, gerando economia considerável de matéria-prima e aumento no número de peças cortadas por barra. Além disso, a antiga classe de pastilhas GC 4125 foi substituí­ da pela nova GC 1125, lançada pela Sandvik Coromant no final do ano passado. “A GC 1125, com nova tecnologia de coberturas, tem superado as expectativas na usinagem de corte e canais, apresentando um ótimo comportamento na usinagem do material da Bosch”, comenta Okis Bigelli, especialista em Corte e Canais do fornecedor de ferramentas. Vale salientar que essa classe é indicada para aços, aços inoxidáveis e ferros fundidos. Pode-se observar a melhoria da formação dos cavacos, em virtude das mudanças realizadas no ferramental

18 O Mundo da Usinagem

“Entretanto, como nós trabalhamos em uma máquina que usa ferramentas conjugadas (16 ao todo), cada mudança implicava um novo conjunto de ajustes, tudo sem interromper a produção das galerias” explica Dezzotti, que ressalta: “Podemos dizer que foi um trabalho de afinação, de minúcia”. O conjunto de adaptações ainda incluiu a otimização da pastilha de desbaste, parâmetros de corte e a troca do antigo óleo refrigerante. Aumento de produtividade Tais mudanças possibilitaram um aumento na vida útil da pastilha de corte na ordem de nove vezes, tornando o processo muito mais produtivo. “Este é um exemplo bem interessante. Ao agir na otimização da ferramenta, é possível reduzir todos os outros custos que compõem o total da peça, tais como material, mão-de-obra, maquinário, além do retorno em produtividade”, avalia Donisete Baptista, vendedor técnico de ferramentas da Sandvik Coromant, que atualmente atende a Bosch. “Com o novo ferramental, nós ganhamos também em velocidade



Fotos: Izilda França

gestão empresarial

Fachada da empresa em Campinas, São Paulo de corte, além de mais flexibilidade ao lidar com o material, no caso o aço inóx austenítico tipo 304, que já é caracterizado por sua difícil usinabilidade”, explica Moretto. A redução de paradas de máquina também foi significativa em virtude do maior controle de cavacos, como explica Bigelli: “Os cavacos ficavam embolados na torre da máquina e isso foi resolvido a partir da segmentação das operações de pré-corte e corte, o que também garantiu mais segurança ao operador”. A aplicação de uma ferramenta nova, de última geração, aliada à alteração do processo de usinagem, foi fundamental no aumento da

Da esquerda para a direita: Okis Bigelli, especialista em Corte e Canais da Sandvik Coromant, Carlos Alberto Moretto e Mauro Turin, ambos planejadores técnicos de usinagem da Robert Bosch, e Valdir Dezzotti, vendedor técnico da Sandvik Coromant 20 O Mundo da Usinagem

produtividade da peça. Quando comparado ao processo anterior, o ganho de produtividade foi da ordem de 20% e 30% para cada um dos tornos. A redução no consumo da matéria-prima alcançou 5% por peça e a diminuição dos custos com ferramental chega a 400%. “Esse trabalho possibilitou, além da consolidação da produção, atingir o target previsto para 2008”, avalia Mauro Turin, planejador técnico de usinagem da Robert Bosch que também participou do processo de melhoria. “Com este trabalho, foi possível

atendermos às necessidades do cliente em 2008, e na projeção da demanda para 2009 também conseguiremos atender”. “Hoje, é possível dizer que temos um processo confiável”, finaliza Moretto. A evolução social em primeiro lugar O Grupo Robert Bosch, fundado na segunda metade do século 19 em Stuttgart, na Alemanha, engloba mais de 270 mil colaboradores divididos em 292 filiais. Por decisão testamentária, após a morte de seu fundador em 1942, o capital da empresa foi dividido, sendo 8% destinado à família Bosch e 92% para a Fundação Robert Bosch, atualmente uma das maiores fundações associadas a uma empresa privada do mundo. No Brasil desde 1954, a Bosch reúne quatro fábricas, emprega mais de 12 mil pessoas e, em 2007, registrou um faturamento de 4 bilhões de reais. Braço social da empresa, o Instituto Robert Bosch é responsável pela gestão das políticas,



Izilda França

gestão empresarial

diretrizes e recursos dos projetos sociais, culturais, educativos, de preservação e formação do patrimônio histórico e cultural. Os projetos são realizados por iniciativa própria ou em parceria com instituições externas, beneficiando mais de 32 mil pes­soas. Anualmente, o Instituto Robert Bosch investe mais de 3 milhões de reais nestes projetos. O programa Peça por Peça, considerado base para o desenvolvimento dos projetos sociais do Instituto Robert Bosch, é focado na educação continuada e planejada e no desenvolvimento social sustentável das comunidades próximas às fábricas da Bosch no Brasil, tendo como centro de referência a escola pública. Este programa teve início em 2000, em Curitiba, e, graças aos bons resultados alcançados, no início de 2008 foi implantado também em Campinas – SP. Além do Peça por Peça, em Campinas, o Instituto Robert Bosch realiza também o programa ABS – Ação Bosch Social 22 O Mundo da Usinagem

que, desde 2004, desenvolve atividades esportivas, culturais, treinamento e orientação técnica junto ao público jovem. Em quatro anos de atividade, o programa ABS já obteve inúmeros resultados positivos, tais como o mutirão de reforma do Núcleo Comunitário do Jardim Santa Rosa, que também se dedica à formação de jovens; inclusão digital de centenas de adolescentes; e ações de prevenção ao uso de drogas e de doenças sexualmente transmissíveis. Trabalhos voluntários Em Simões Filho, cidade baiana localizada próximo a Aratu, onde está instalada uma das fábricas da Bosch, também é possível encontrar uma destas iniciativas. O Instituto Robert Bosch é um dos apoiadores da Cidade da Criança, projeto que desenvolve ações de iniciação profissional para menores carentes e já beneficiou mais de 1,8 mil pessoas. Mas nada disso seria possível sem a ajuda dos cerca de mil colabora-

Da esquerda para a direita: Carlos Alberto Garcia Santos, vendedor técnico Sandvik Coromant, Edinei França, operador da Robert Bosch, e Donisete Baptista, vendedor técnico da Sandvik Coromant

dores da Bosch que realizam trabalhos voluntários, prática comum em todas as unidades do grupo. O comprometimento com o meio ambiente também é palavra de ordem para o grupo. A empresa possui as certificações ISO 14001 e OHSAS 18001 em suas unidades, além de aplicar em todos os seus produtos o conceito 3S, cuja sigla em alemão significa: Sicher (seguro), Sauber (limpo, não poluente) e Sparsam (econômico). A preocupação ambiental envolve também a sensibilização de seus funcionários, familiares, fornecedores e toda a comunidade, de maneira que a consciência e o respeito com a natureza sejam práticas difundidas. “É minha intenção, além de contribuir para amenizar as diversas formas de carência, promover o desenvolvimento moral, físico e intelectual das pessoas”. A frase, dita em 1935 por Robert Bosch, resume a iniciativa que por décadas vem sendo buscada em todas as esferas da sociedade. Primar pelo desenvolvimento com responsabilidade, o que, para muitos é uma meta, já é realidade na Robert Bosch. Fernando Sacco Jornalista



Seis Sigma

Resposta do mundo ocidental às ferramentas japonesas de administração empresarial pode ser a decisão entre o fracasso e o sucesso de uma empresa

D

iversamente das soluções milagrosas que, de quando em quando, se propõem a resolver todos os problemas da produção, da qualidade e da competitividade, o método chamado Seis Sigma já nasceu resolvendo de fato. Essa ferramenta administrativa provém do esforço da quase centenária empresa americana 24 O Mundo da Usinagem

Motorola em sair do vermelho nos anos 1980, eliminando defeitos que atrasavam os processos e implicavam em descarte de produto. “Eliminar defeitos” foi o grito de morte aos prejuízos. No ano de 2000, a revista Fortune apontava que as 500 maiores corporações do mundo – como Motorola, GE, Polaroid, Du Pont, American Express, Nokia,

Sony, Hitachi, Canon, Toshiba, etc. – estavam obtendo lucros recordes e via a estratégia do Seis Sigma como a principal razão de tal sucesso. No entanto, a própria Motorola aponta que o conceito do Seis Sigma evoluiu muito nas últimas duas décadas, tanto do ponto de vista conceitual quanto prático.

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suprimentos

O conceito


Nível sigma

Defeitos por milhão

Custo da qualidade

2

308.537

Não se aplica

3

66.807

25 a 40% das vendas

4

6.210

15 a 25% das vendas

5

233

5 a 15% das vendas

6

3,4

Menos de 1% das vendas

Fonte: M. Harry e R.Schroeder, Six Sigma: the breakthrough strategy revolutionizing the world’s top corporation, Doubleday, New York, 2000.

Arquivo Volkswagen

Definição do conceito O sigma é a 18ª letra do alfabeto grego e possui três grafias: maiúscula Σ, mediana σ e minúscula ς, equivalendo ao nosso “s”, embora a maiúscula Σ seja usada em matemática para indicar uma somatória (como uma progressão aritmética, por exemplo) ou como símbolo de variáveis estatísticas. O termo sigma foi assim utilizado para indicar níveis em uma escala que mede estatisticamente a incidência de defeitos em lotes de peças produzidas. O princípio é o de que, se eliminando defeitos (pela eliminação de falhas e erros), melhora-se a qualidade, otimizam-se as operações e aumenta-se a lucratividade da empresa. A eliminação de defeitos torna-se, assim, uma poderosa ferramenta de gestão, pois reduz custos, aumenta a participação no mercado e melhora de maneira surpreendente a lucratividade de qualquer setor ou ramo de atividade empresarial. O nível sigma mede, portanto, a ocorrência de defeitos por milhão de oportunidades de defeito, como vemos no quadro extraído de uma das mais respeitadas publicações sobre o assunto:

Ou seja, a empresa que opera em um nível de qualidade 3 Sigma paga de 25 a 40% de seu faturamento bruto para produzir, enquanto que no nível 6 Sigma o custo é menor que 1%. A Motorola divulgou, em 2000, que em pouco mais de 10 anos de aplicação do conceito Seis Sigma, ela economizou quase US$ 11 bilhões e as publicações especializadas apresentam as assombrosas somas economizadas pelos gigantes multinacionais após a introdução do Seis Sigma. Fazendo as contas, vê-se que o índice de acerto, com o Seis Sigma, é de 99,99966 %. Ou seja, próximo do “erro zero”.

Quais os passos do Seis Sigma? O Seis Sigma nunca foi guardado como “segredo”. Pelo contrário, grandes expoentes que participaram da própria criação da ferramenta, como Alan Larson, um dos diretores das divisões da Motorola à época, publicou livro sobre o que chama “cultura” Seis Sigma, “para que outros pudessem aprender a aplicar essas técnicas”. A chamada Universidade Motorola discute e ensina o Seis Sigma a partir de três diferentes níveis, todos operando ao mesmo tempo: como um sistema de medição, como uma metodologia, como um sistema de gerenciamento. O Mundo da Usinagem 25


suprimentos M: medir a performance em curso; A: analisar a situação e/ou problema; I: melhorar (improve em inglês) a performance; C: controlar a performance. De novo, pessoal interno da empresa e especialistas em Seis Sigma devem, juntos, percorrer os passos acima e estabelecer a metodologia que, a cada item, possui mecanismos próprios.

depende, desde esse primeiro passo, de trabalho conjunto entre o pessoal da casa e especialistas no sistema. A Metodologia Como metodologia, a aplicação do sistema Seis Sigma não vê apenas o objetivo 3.4 DPMO e a contabilização de defeitos. O sistema passa a dar ênfase a:  compreender e gerenciar as necessidades dos clientes;  alinhar processos-chave do negócio para alcançar tais necessidades;  utilizar análise de dados rigorosa para minimizar variação nos processos-chave;  aplicar melhorias rápidas e sustentáveis aos processos de negócio. O modelo básico da metodologia é chamado de DMAIC, a partir das iniciais das seguintes tarefas: D: definir o problema; Shutterstock

A Métrica Como medição tem-se a escala para os níveis de qualidade, presente no quadro da página anterior, na qual o Seis Sigma representa 3.4 defeitos por 1 milhão de oportunidades, o chamado DPMO: defeito por milhão de oportunidades. Iniciado para reduzir defeitos na manufatura passou a ser aplicado a outros processos, com o mesmo objetivo, e tem caráter fortemente quantitativo. As oportunidades de defeito são um passo importante de todo o sistema e devem corresponder ao número potencial de defeitos em um produto, a ser definido de comum acordo com o cliente. Para se chegar ao índice DPMO, deve-se também equacionar o índice de defeitos por unidade, o DPU, e fazer os cálculos com equações especificamente desenhadas para tal fim. O desenho e aplicação do Seis Sigma para uma empresa

O sistema de gerenciamento A Universidade Motorola aconselha que apenas o uso da medição e aplicação da metodologia, por mais disciplinadas que sejam as tentativas, não terão resultados marcantes e não se sustentarão por muito tempo. É aí que comparece a estratégia organizacional que leva as empresas a: (a) alinhar sua estratégia de negócios; (b) montar equipes para projetos de grande impacto; (c) acelerar melhorias; e (d) manter as melhorias conseguidas. Ou seja, o Seis Sigma como sistema gerencial oferece a estrutura para projetos que melhorarão as medições e cria lideranças que guiarão os esforços para melhorias rápidas e sustentáveis. As equipes Quando Alan Larson falou em “cultura” Seis Sigma, prenunciava-se o que é a coluna dorsal dessa ferramenta: o envolvimento

26 O Mundo da Usinagem



suprimentos de todo o corpo de funcionários. Muitas empresas falham na implantação do Seis Sigma porque não conseguem transformá-lo em “cultura”, procedimento que envolve a todos, de maneira diferenciada, segundo seus cargos e tarefas, em um novo sistema de trabalho. Se há resistência ou incompreensão, elas devem ser detectadas e a função dos líderes é resolvê-las, para que a nova cultu-

ra se torne parte integrada a todos os perfis e setores do trabalho na empresa. Campeões, Faixas Pretas, Verdes e Brancas Mantendo a denominação que receberão no mercado americano, também no Brasil os especialistas em Seis Sigma são hierarquizados por faixas alusivas ao conhecido judô, ou seja, os black belts (peri-

tos), os green belts (especialistas), e os white belts (iniciantes). No mercado europeu, talvez por serem menos afeitos ao judô, tal hierarquia foi expressa de modo mais comum, denominando tais profissionais simplesmente como Líder A, B, C e D. Os Campeões (champions) são os líderes de unidades de negócio encarregados de equipes multifuncionais dedicadas a projetos

A experiência da ArvinMeritor

Divulgação

Segundo Anatólio Martins, Gerente de Segurança e Qualidade da Divisão de Veículos Comerciais da ArvinMeritor, em Osasco, na maioria das organizações, o Seis Sigma é utilizado como uma ferramenta para solucionar problemas. Se utilizada desta forma, a ferramenta é poderosa e pode ser usada em projetos que visam redução de variabilidade ligada às políticas de suprimento, tais como redução de lead times, redução de material em processo (WIP) ou mesmo retrabalhos internos e refugos. Segundo a explanação do executivo, que foi um dos responsáveis pela implementação do Seis Sigma na ArvinMeritor, pode-se – e deve-se – avaliar a relação custo-benefício na implantação do Seis Sigma em uma empresa, já que “um dos passos da ferramenta é medir o benefício financeiro do projeto, podendo ser um hard saving, soft saving ou um cost avoidance, ou seja, a busca de grande economia, pequena economia ou prevenção de custos. As áreas financeiras das empresas necessitam am­parar o programa para validar este custo-benefício. No final das contas, o objetivo das organizações é rea­lizar negócio, fazer lucro e empresas bem sucedidas não utilizariam a ferramenta, que Anatólio Martins

28 O Mundo da Usinagem

pessoalmente prefiro definir como filosofia, se não houvesse uma boa relação custo-benefício”, conclui Martins. Ferramenta ou filosofia, a primeira com uma conotação de praticidade mecânica, a segunda como conceito a ser sempre ajustado, o Seis Sigma, segundo Marcelo Gabriel, gerente de Vendas e Marketing da Divisão Mercado de Reposição da ArvinMeritor, “provoca nas empresas que o adotam e nos profissionais que o transformam em ações práticas uma mudança de paradigma (paradigm shift) e uma nova maneira de enxergar os problemas e as oportunidades. Tais mudanças são calcadas em métodos comprovadamente eficientes e eficazes e lançando mão de procedimentos estatísticos multivariados, como análise fatorial, que permitem a redução de dados complexos em agrupamentos menores para uma melhor apropriação das causas e soluções dos problemas encontrados”. Martins pontua, também, que para além do retorno financeiro, que vem sendo bastante expressivo, inclusive graças às condições atuais do mercado, o que deve ser destacado é que a partir dos quatro projetos em curso (dois ligados a processos administrativos e dois a processos técnicos), o programa contribui para que 16 funcionários incluíssem em sua experiência profissional o pensamento Seis Sigma, que busca um modelo de solução de problemas estruturado e com busca incessante de redução de desperdícios através da redução de variabilidade dos processos.



suprimentos de melhoria e redução de custos. Supervisionam a mudança e escolhem pessoas que difundirão o conhecimento sobre o Seis Sigma e levarão ao real funcionamento do sistema. As pessoas desse segundo escalão da implantação do Seis Sigma são os Faixas Pretas (Black Belts), profissionais altamente treinados no sistema e que devem se dedicar exclusivamente a ele, coordenando de quatro a seis projetos específicos por ano. A melhoria dos tempos de um ciclo da produção, por exemplo, é um projeto. Nos Estados Unidos se formou um contingente desses profissionais e o fenômeno já começa a existir no Brasil, com empresas voltadas para o ofereci-

mento de projetos e seus gerentes de implantação. Os Faixa Verdes (Green Belts) são o poderoso elo entre a teoria e a prática e trabalham de maneira coordenada com os Black Belts, dedicando apenas parte de seu turno de trabalho ao andamento dos projetos, mas implicando conduzir o trabalho, como um todo, em direção à implantação total do sistema. Finalmente, os Faixas Brancas (White Belts) fecham o círculo de excelência, começo e fim do sistema, pois estão no chão de fábrica. Os Faixas Brancas devem ser treinados no sistema Seis Sigma para a difusão dos conceitos e suas várias fases de implantação, bem como serem informados dos projetos

em curso, dos próximos projetos, etc. Eles são importantes difusores do sistema e depende muito deles a real transformação da “cultura” de uma empresa. Equipe OMU

Para saber mais PANDE, Peter S., Neuman, Robert P., CAVAGH, Roland R, Estratégia Seis Sigma: Como a GE, a Motorola e outras grandes empresas estão aguçando seu desempenho, tradução Cristina Bazán Tecnologia e Linguística. Rio de Janeiro: Qualitymark Ed., 1ª ed., 2001. 472 pág. http://www.afgoms.com.br (Site de Educação Empresarial) www.motorola.com (University Motorola; link em “take a Six Sigma Free Lesson”).


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interface Ilustração: Rogério Morais

Em cima da medida:

o INMETRO

Medir, ponderar, conferir, calcular. Tão importante que a expressão “dois pesos e duas medidas” implica em inaceitável desonestidade e injustiça. 34 O Mundo da Usinagem


Como surgiu o Inmetro O Brasil saiu na frente em termos de uniformização de medidas: em 26 de junho de 1862 foi assinada por D.Pedro II a Lei Imperial nº 1157 que tornava obrigatório em todo o país o uso do sistema métrico decimal francês. Esse sistema seria aos poucos adotado pelo resto do mundo, exceto pela Inglaterra e alguns países da antiga Commonwealth britânica. Passaram-se cem anos com normas esparsas, regras variáveis, até ser criado, em 1961, o INPM – Instituto Nacional de Pesos e Medidas – responsável pela pronta implantação da Rede Brasileira de Metrologia Legal e Qualidade (atuais IPEM) e institucionalização do Sistema Internacional de Unidades (S.I.) em todo o território nacional. Lançavam-se as bases, portanto, há quase 50 anos, de mecanismos de controle para proteger consumidores e produtores, dando credibilidade a transações comerciais internas e externas. Os avanços tecnológicos e a exigência de qualidade da sociedade moderna exigiam, contudo, maior exatidão nesses processos, o que levou à criação, em 1973, do - Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial – Inmetro. Objetivos e Missão O Inmetro tem como primeiro objetivo o fortalecimento da empresa nacional, já que o uso de mecanismos que melhorem a qua-

lidade de seus produtos e serviços claramente aumentam a produtividade e alavancam as vendas. Vinculado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o Inmetro, sob a forma de autarquia, atua como Secretaria Executiva do Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Conmetro), colegiado interministerial, que é o órgão normativo do Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Sinmetro). O Inmetro, portanto, depende do Sinmetro, assim como a ABNT, os IPENs (Instituto Estadual de Pesos e Medidas), os Organismos de Certificação Acreditados, (Sistemas da Qualidade, Sistemas de Gestão Ambiental, Produtos e Pessoal), os Organismos de Inspeção e Treinamento Acreditados e vários outros órgãos. As três entidades — Sinmetro, Conmetro e Inmetro — foram criadas pela Lei 5.066, de 1973, e desde então trabalham em estreita colaboração. O Inmetro, que substituiu diretamente o INPM, tem por missão garantir à sociedade que o sistema de metrologia e de avaliação de conformidade dêem confiabilidade aos produtos e aos serviços. Ou seja, o Inmetro depende do Sinmetro, que é um Sistema Nacional constituído por entidades públicas e privadas, como laboratórios de metrologia, cujas atividades estão relacionadas com a metrologia, a normatização e certificações de conformidade. O Mundo da Usinagem 35


Arquivo Inmetro

interface

Sistema de radiometria criogênica Atribuições Entre as inúmeras competências e atribuições do INMETRO temos: • Executar as políticas nacionais de metrologia e da qualidade; • Verificar a observância das normas técnicas e legais, em relação às unidades de medida, métodos de medição, medidas materializadas, instrumentos de medição e produtos pré-medidos; • Manter e conservar os padrões das unidades de medida, implantar e manter a cadeia de rastreabilidade dos padrões das unidades de medida no país, de forma a torná-las harmônicas internamente e compatíveis no plano internacional; • Fortalecer a participação do país nas atividades internacionais relacionadas com metrologia e qualidade e promover o intercâmbio com entidades estrangeiras e internacionais; 36 O Mundo da Usinagem

• Prestar suporte técnico e administrativo ao Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial - Conmetro, e aos seus comitês de assessoramento, atuando como sua Secretaria Executiva; • Incentivar a utilização da técnica de gestão da qualidade nas empresas brasileiras; • Planejar e executar as atividades de acreditação de laboratórios de calibração e de ensaios, de provedores de ensaios de proficiência, de organismos de certificação, de inspeção, de treinamento e de outros; e • Coordenar, no âmbito do Sinmetro, a certificação compulsória e voluntária de produtos, de processos, de serviços e a certificação voluntária de pessoal. A metrologia científica e industrial, a metrologia legal, a normalização e regularização técnica, a acreditação e a certificação fazem


Haas Simple Innovation #11

Um único setup tornear e fresar

Ferramenta acionada com eixo C A opção de ferramenta acionada para os tornos Haas, permite que sejam utilizadas ferramentas axiais e radiais padrão VDI40, para executar operações secundárias tais como: fresamento, furação, acabamentos e rosqueamento – na face lateral das peças ou ao redor do seu diâmetro. Este opcional inclui um eixo C completo, com movimento bidirecional interpolado com velocidade precisa e repetibilidade de posicionamento. Um freio hidráulico potente trava o fuso (spindle) principal durante operações secundárias e, desacopla para tornear e indexar. Made in the USA | www.HaasCNC.com

Haas Factory Outlet A DIVISION A DIVISION A DIVISION

OF OF OF

S A R T I E C , L T D A | S a o P a u l o I Te l : + 5 5 . 1 1 . 4 8 9 8 . 8 5 8 8 A M E T E C S . A . | P a r a n a , S a n t a C a t a r i n a , R i o G r a n d e D o S u l I Te l : + 5 5 . 4 1 . 3 0 7 4 . 2 0 0 0 A M E T E C S . A . | M i n a s G e r a i s , R i o d e J a n e i r o , B a h i a , M a r a n h ã o I Te l : + 5 5 . 4 1 . 3 0 7 4 . 2 0 0 0


interface parte do amplo e consistente processo de controle e garantia de qualidade dos produtos e serviços, pessoal e meio-ambiente nacionais.

Arquivo Inmetro

O que é acreditação Trata-se da garantia, concedida pelo Inmetro, de reconhecimento formal registrado no Sinmetro, de organismos de certificação que controlam várias atividades e certificam que elas demonstraram competência técnica para realizar tarefas específicas, baseadas em normas internacionais, de acordo com critérios especificados pelo Inmetro. Uma vez aprovado o organismo acreditador, o Inmetro firma com ele um contrato e lhe oferece certificado de acreditação. Esses organismos acreditadores são constantemente fiscalizados pelo Inmetro. Empresas, produtos e serviços

que recebem certificações de entes creditados pelo Inmetro poderão ser beneficiados pelos seus atuais esforços em firmar acordos internacionais que levarão ao reconhecimento global das mensurações e certificações brasileiras. Para tanto, o Inmetro já representa órgãos internacionais como o IAF (International Accreditation Forum), o ILAC (International Laboratory Accreditation Cooperation), a OIML (Organização Internacional de Metrologia Legal), a IATCA (International Auditor and Training Certification Association), e o BIPM (Bureau International des Poids et Mesures), entre outros. O Inmetro também já mantém acordos de colaboração com importantes entidades como, por exemplo, a UKAS (United Kingdom Accreditation Service) e o NIST (National Institute of Standards and Technology).

O que é certificação A certificação é o atestado que uma agência, acreditada pelo Inmetro, oferece a empresas, produtos e serviços que comprovem, por meio de amplo processo regis­trado em planilhas específicas, suas competências técnica e operacional e o resultado de seu produto. Existem agências de certificação especializadas nas diversas áreas de atividade e o próprio Inmetro pode oferecer a listagem daquelas disponíveis. A certificação é uma comprovação, imediatamente visível e percebida pelo consumidor, da adequação da empresa, produtos e serviços a normas de qualidade de alcance internacional, rigorosamente estabelecidas e controladas pelo Inmetro. Confiabilidade em processos de controle de qualidade cristalizam a imagem positiva do produto e incidem sobre a competitividade e a produtividade. Equipe OMU Fonte: http://www.inmetro.gov.br

Para saber mais Saiba mais, consultando a publicação do Inmetro — Revista na Medida, disponível no site http://www.inmetro.gov.br/ imprensa/NaMedida A revista oferece artigos técnicos, notícias, fórum de debates e vários outros pontos de interesse que muito auxiliam o desenvolvimento das tarefas de produção e serviços.

Sistema primário de PH 38 O Mundo da Usinagem



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pontodevista

Viva mais

prevenindo a origem precoce de doenรงas Estudos relacionam peso ao nascer com o risco de doenรงas na fase adulta 40 O Mundo da Usinagem


A

té agora, os fatores associados ao estilo de vida têm sido as bases para explicar as causas das doenças crônicas não transmissíveis na vida adulta, como o diabetes, hipertensão arterial, obesidade, doença cardiovascular e alguns tipos de cânceres. Atualmente, as pesquisas direcionam o foco para o papel que eventos que ocorrem precocemente na vida podem ter na geração de doenças mais tardiamente, tais como o peso ao nascer. Estudos populacionais que relacionam o peso ao nascer com o risco dessas doenças no adulto sugerem que a falha no crescimento intra-útero levaria a mudanças permanentes na estrutura e função dos órgãos fetais.

Estas mudanças ocorrem no feto para favorecer sua adaptação quando o ambiente intra-uterino é adverso, ficando o indivíduo preparado para a sobrevivência após o nascimento num ambiente também adverso. As conseqüências seriam que, para sobreviver no útero, o feto teria estruturas orgânicas menores, como o fígado e as células produtoras de insulina do pâncreas, o que favoreceria mais tarde a dislipidemia, resistência à insulina e diabetes. Teria também alterações vasculares, que favoreceriam a hipertensão arterial. O organismo adulto, então adaptado para viver num ambiente com suprimentos alimentares limitados, adoeceria se passasse a viver num ambiente nutricionalmente rico. Essa “desadaptação metabólica” seria mais evidente

Exercícios físicos desde a infância são recomendados, mas sempre com acompanhamento para se evitar excessos O Mundo da Usinagem 41


ponto de vista IMC do adulto, os nascidos com menor peso e com RCIU tiveram maiores níveis de pressão arterial sistólica, reforçando a hipótese da origem desenvolvimental das doenças. Atualmente, muitas crianças nascidas com RCIU, mesmo grave, chegam à vida adulta. Os fatores ambientais que favorecem ganho de peso excessivo desde a tenra idade estão presentes em todas as classes sociais, como alimentação altamente calórica e sedentarismo precoce. Assim, criam-se condições para que as doenças crônicas não transmissíveis se estabeleçam também cada vez mais cedo. É necessário que se tomem medidas envolvendo os setores de saúde e de educação, além dos meios de comunicação, para que o conhecimento sobre essas associações chegue à população e esses problemas possam ser prevenidos e combatidos. Cedida pela autora

principalmente naqueles indivíduos que, ao terem oferta abundante de nutrientes, adquirem excesso de peso na infância, desestruturando os delicados mecanismos metabólicos que os mantinham saudáveis. Assim, o reconhecimento de que eventos precoces na vida podem ter efeitos tardios no aparecimento de doenças é um fenômeno genericamente chamado de “origens desenvolvimentais da saúde e da doença”. Estudos realizados com crianças nascidas na cidade de Ribeirão Preto (SP) em 1978/79, avaliadas também na idade escolar, os meninos aos 18 anos e os adultos aos 23-25 anos, contribuem para o entendimento dessas associações. Os meninos que nasceram com restrição do crescimento intra-uterino (RCIU) e ficaram com excesso de peso na idade escolar tiveram índice de massa corporal (IMC) aos 18 anos maior do que os que tinham peso normal ao nascer e na idade escolar. Já ter RCIU e não ter excesso de peso na idade escolar não predispôs a ter maior IMC no início da vida adulta. Esses dados sugerem que adaptações metabólicas causadas por desnutrição intra-uterina parecem facilitar acumulação de gordura mais tarde, e esse efeito parece ser aumentado pela ocorrência de excesso de peso na idade escolar. Em outra análise, peso normal ao nascer e RCIU não tiveram influên­ cia na pressão arterial dos adultos jovens. Porém, após ajustes para

Profa. Dra. Heloisa Bettiol Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, Departamento de Puericultura e Pediatria, São Paulo/Brasil

Matéria captada pelo Depto. de Comunicação Corporativa da Sandvik do Brasil

42 O Mundo da Usinagem



alimento e celebração

Fotos: Shutterstock

interessantesaber

Vinhos,

Bebida elegante em algumas culturas, ele é até hoje alimento fundamental de comunidades camponesas européias

O

melhor vinho vem de clima temperado e ensolarado. Esta região fica entre os paralelos 30º e 50º. No Hemisfério Norte, toda a Europa, regiões do Mar Negro e do Mar Cáspio (existem bons vinhos húngaros, por exemplo), norte da África e norte da Califórnia. No Hemisfério Sul, temos o Chile, a Argentina e o sul do Brasil, o sul da África e o sul da Austrália. A Europa é ainda seu maior produtor (Itália, França, Portugal, Espanha e Grécia) seguida pela produção chilena, argentina e, mais recentemente, brasileira, californiana, australiana e sul-africana. 44 O Mundo da Usinagem

Vinificação: como se produz o vinho As uvas são colhidas no início do outono, após três meses desde a florada até a maturação dos bagos. O sumo das uvas espremidas, o mosto, passa por procedimentos que o transforma em vinho. O primeiro momento da vitificação é a fermentação, que transforma os açúcares em álcool. Além dos açúcares, as uvas possuem ésteres, vitaminas, sais minerais e ácidos orgânicos, que dão aroma e sabor ao vinho. Vinhos brancos podem ser obtidos tanto de uvas brancas quanto de vermelhas de sumo branco. Os

vinhos espumantes passam por duas fermentações, com adição de açúcar na segunda (feita em cuba de inox – método Charmat -, ou na própria garrafa – método Champenois, ou clássico, típico da região de Champagne, na França. O valor nutricional do vinho O vinho é composto de 80% de água biologicamente pura, que a vinha extrai do solo; de 8 a 15% de álcool dos açúcares fermentados e de 0,5 a 60 g/l de açúcares resi­duais, segundo o tipo do vinho (seco, sua­ ve, doce ou licoroso). O equilíbrio do vinho depen-


de dos ácidos da uva (tartárico, cítrico e málico) e do processo de fermentação. A cor e a estrutura dos vinhos tintos dependem do tanino. Temos, além disso, a presença de proteínas e vitaminas (C, B1, B2, B12) e muitos outros elementos nutritivos. Embora servindo como alimento, o consumo excessivo de vinho é prejudicial, já que a embriaguez é um sinal de envenenamento do organismo. A tolerância é de aproximadamente 300 ml de vinho por dia, para indivíduos com 75 kg de peso. Assim, não superando as doses indicadas e acompanhado de alimentos sólidos, o vinho facilita a digestão, funciona como vasodilatador, aumenta os glóbulos vermelhos e auxilia nas funções renais. A diferença entre os vinhos Cristalizou-se a idéia de que vinhos tintos acompanham massas e carnes, vinhos brancos acompanham aves, peixes e massas, e

espumantes acompanham o doce de sobremesa. Mas os espumantes, chamados genericamente de “champagne”, são ótimo aperitivo e acompanham muito bem as refeições salgadas, sobretudo peixes e frutos do mar. No caso dos vinhos brancos, quando amarelo claro, é um vinho jovem e seco, leve e com baixo teor de álcool, sem tanino, com aroma ligeiramente frutado ou floral. Estes vinhos alcançam seu melhor período entre dois e três anos de idade e devem ser degustados à temperatura de 10 a 12ºC. Quando ele é amarelo-ouro, trata-se de um vinho mais velho (mais de três anos da safra) e mais doce. Os vinhos tintos, fermentados junto com as cascas da uva, têm adstringência e teor de acidez graças à presença do tanino e dos polifenóis, devendo ser consumidos em temperaturas entre 18 e 20ºC . Dependendo da uva e do processo de vinificação, temos: - Vinhos tintos leves, claros, com pouco tanino; jovens e “ás-

Uvas são colhidas no início do outono, após três meses desde a florada até a maturação dos bagos

Equilíbrio do vinho depende dos ácidos da uva e do processo de fermentação peros”, acompanham antepastos, salames e queijos frescos. - Vinhos tintos de médio corpo: cor rubi ou vermelho vivo, bom grau de acidez, parcialmente adstringentes, aroma frutado, acompanham massas, carnes e caças, queijos curados. -Vinhos tintos robustos: envelhecidos em tonéis de carvalho, cor rubi intenso, aroma de madeira (baunilha, cravo, canela) ou terra molhada (musgo, trufas). Apresentam teor alcoólico ligeiramente superior e devem acompanhar carnes e massas fortes, queijos curados ou ser bebido puro. Podem receber a denominação suplementar de “Reserva”. Uma recomendação vital é aquela de fazer o vinho tinto respirar antes de ser bebido, despejando-o em uma jarra de louça ou em “decanters” de vidro ou cristal, de onde é servido nos respectivos copos. Deixar a garrafa aberta por cerca de uma hora também ajuda a melhorar o corpo e o sabor do vinho. O Mundo da Usinagem 45


interessante saber Como escolher um bom vinho Há normas que facilitam a escolha de um bom vinho. A atual legislação européia classifica os vinhos do mais comum (Vinho de Mesa) aos mais elaborados: IGT, DOC e DOCG: Vinho de Mesa: (Vino da Távola, Vin de Table): de vinhas autorizadas, graduação alcoólica de pelo menos 9ºC e acidez não inferior a 4,50 g/l. Não tem garantia de procedência e nem está

vinculado a normas de produção, além daquelas sanitárias legais. IGT: Indicação Geográfica Típica, controle introduzido por legislação européia de 1992. Indica produção a partir de uvas de zonas determinadas, oferecem garantia de origem e de tipicidade. DOC: os mais altos níveis de qualidade estampam esta sigla, que significa Denominação de Origem Controlada. São vinhos de vinhedos situados em zonas específicas

e registrados junto às autoridades controladoras da produção vinífera. As normas são rígidas, com verificação anual dos vinhedos, processo de vinificação e análise laboratorial antes do engarrafamento. DOCG: a atribuição de Denominação de Origem Controlada e Garantida se dá quando o vinho DOC foi verificado e aprovado como DOC há mais de 20 anos. Esta sigla implica em maior controle, com várias análises laboratoriais antes do engarrafamento.

Pequena história do vinho A Vitis Vinifera, espécie que nos dá o vinho, é conhecida desde cerca de 110 mil anos antes de Cristo, em vilarejos da Anatólia (sul da atual Turquia) e, posteriormente, na Mesopotâmia, Chipre e Creta (entre 3 mil e 2 mil antes de Cristo), Grécia (1,6 mil antes de Cristo) e Península Itálica (800 antes de Cristo, levada pelos Etruscos) de onde os Romanos, a partir de 200 antes de Cristo, a espalharam por toda a Europa. O vinho era usado tanto em rituais religiosos quanto para consumo pessoal. No campo religioso, Dioniso/Baco e Heracles/Hércules eram deuses ligados ao mundo da vida (trabalho) e da morte, da astúcia, da força, dos pastos e dos animais. Em seus cultos, o vinho tinha papel fundamental e Dioniso/ Baco, conhecido como “o deus do vinho”, era apresentado coroado de folhas de vinha e quase sempre bebendo. O vinho era oferecido nos cultos como libação, de maneira muito semelhante ao rito cristão da missa. Embriagadas, as pessoas se tornavam mais comunicativas, de onde a expressão latina: in vino veritas — “no vinho, a verdade”. O vinho era um dos principais alimentos do mundo antigo, embora tivesse sido quase 46 O Mundo da Usinagem

sempre prerrogativa masculina. A refeição típica de um grego era um pedaço de pão, queijo de cabra, azeitonas, figos e uma caneca de vinho. Fonte de vitaminas e revigorante, não se permitia que faltasse nem mesmo na dieta dos escravos. O vinho manteve, ao longo dos séculos, essas duas características: a da celebração e a do alimento, inclusive como remédio para os mais pobres. De fato, com mel, cravo e canela, é até hoje servido, quente, para curar resfriados, para mães que amamentam, para convalescentes. O vinho quase desapareceu da Europa, em fins do século XIX, quando uma praga dizimou suas vinhas. Graças a enxertos de parreiras que os imigrantes tinham levado para as Américas, a Europa retomou seu posto de maior produtor de vinho do mundo. A última cepa desaparecida na Europa e retomada graças ao seu plantio no Chile é a Carmenere. Embora existam centenas de variedades de videiras, pouco mais de 150 castas produzem vinho de qualidade superior. Tais castas vêm sendo adequadas ao solo europeu desde a Antiguidade e os viticultores sabem que a qualidade do vinho depende do tipo do solo, do clima, do regime de chuvas.



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interessante saber Conselhos para a conservação do vinho O vinho é uma bebida delicada, ainda “viva” e em processo de maturação, que precisa de cuidados especiais. Para que suas qualidades organoléticas sejam mantidas e melhoradas, é necessário guardá-lo em lugar fresco, seco, escuro, longe de fontes de calor e de trepidação, as garrafas inclinadas (não completamente na horizontal).

Principais tipos de uvas e principais regiões Variedade

Tipo

País

Aglianico

tinta

Itália

Bombino Bianco

branca

Itália

Barbera

tinta

Itália, EUA

Bonarda

tinta

Itália

Cabernet-Franc

tinta

França, Chile

Cabernet-Sauvignon

tinta

França, Itália, Chile, EUA, Austrália, África do Sul, Brasil

Canaiolo

tinta

Itália

Carmenere

tinta

Chile

Chardonnay

branca

França, Espanha, Itália, EUA, N. Zelândia

Chiraz

tinta

França, Itália, Argentina, Austrália, África do Sul, EUA

Grignolino

tinta

Itália

Lambrusco

tinta

Itália

Malvasia

branca

Espanha, França, Ilha da Madeira, Itália

Merlot

tinta

França, Itália, Chile, Argentina, Brasil, Austrália

Montepulciano

tinta

Itália

Moscatel

branca

França, Espanha, Itália, Austrália, Chile, Brasil

Nebbiolo

tinta

Itália

Pinot Blanc

branca

França, Itália, Chile, EUA, Alemanha

Pinot Noir

tinta

França, Itália, EUA, Chile, N. Zelândia, Austrália

Sangiovese

tinta

Itália

Trebbiano

branca

França, Itália

Vernaccia

branca

Itália

48 O Mundo da Usinagem

Mas não é verdade que o vinho “quanto mais velho, melhor”. Estragar, propriamente, o vinho não estraga, mas, passados quatro ou cinco anos da data ideal de consumo (três a quatro anos após a data da safra para vinhos leves ou de médio corpo; cinco a seis anos para vinhos envelhecidos, chamados “Reserva”), o vinho começa a perder a fragrância, a densidade, o sabor e até mesmo a cor, que esmaece ou se torna alaranjada, pela oxidação do tanino. De qualquer maneira, poucos são os vinhos que envelhecem bem em suas próprias garrafas e em sistemas de depósito doméstico. Na maior parte dos casos, com o tempo eles perderão corpo, tornando-se ralos e avinagrados. Os vinhos encorpados poderão se “amadeirar”, isto é, concentrar seus açúcares e ficar parecidos com os vinhos Madeira. Recomenda-se, por isso, que se beba o vinho em seis anos depois da data da safra, normalmente especificada no rótulo. Saúde! Com moderação! EQUIPE OMU



Ilustração: Tiago Marques

interessantesaber

notícias

Primeiro barco brasileiro movido a energia solar Uma pequena embarcação para quatro pessoas, que usa a luz do sol como combustível, começou a circular neste mês nas águas do Rio Amazonas. É o barco Seisuí 1, que está sendo testado em passeios ecológicos de hóspedes de um hotel da região. O fabricante do barco solar é o empresário mineiro Fernando Garcia, que vive há 30 anos em Manaus. Garcia, sócio de uma empresa que produz estações de tratamento de esgoto, diz que teve a idéia de fazer um protótipo do barco solar há um ano e meio. Ele acrescenta que o projeto é 50 O Mundo da Usinagem

pioneiro no Brasil, mas 10 países já testaram a tecnologia, entre eles Inglaterra e Noruega. O empresário explica como funciona o motor do Seisuí, palavra japonesa que significa “água limpa”. “Os painéis solares captam a luz do sol, geram 150 watts cada um, com 21 volts de corrente. Esses painéis alimentam as baterias e o gerenciador de energia dos motores”. A energia solar também abastece uma bateria reserva para navegar à noite ou em tempo nublado ou chuvoso. O barco é equipado com um pequeno motor con-



Ilustração: Tiago Marques

vencional movido a álcool e leva alguns litros do combustível para o caso de falha no sistema elétrico, que está em fase de testes. O Seisuí atinge a velocidade de 25 quilômetros por hora, semelhante à de um pequeno barco tradicional na região, equipado com motor a diesel de 15 hp e com 10 toneladas de peso. A vantagem do modelo solar, segundo Garcia, é o peso. Como o casco é feito em alumínio, o Seisuí pesa apenas 250 quilos. O construtor do Seisuí aponta outra vantagem do protótipo para os rios da região. “Além da energia alternativa, é uma embarcação extremamente segura, muito difícil de naufragar e praticamente

impossível de virar. Nós estamos precisando de novas tecnologias nessa área aqui no Amazonas”. Garcia diz que o projeto tem despertado interesse, e 22 barcos já foram encomendados. Entre os pedidos, há dois de hotéis na selva amazônica, um de uma prefeitura

do Sul do país, que quer disponibilizá-lo para passeios turísticos em lagos. Há também um pedido do barco para o monitoramento da qualidade de meio ambiente no Pantanal Matogrossense. O construtor não divulga o preço do barco, mas afirma que a economia compensa. Enquanto a energia solar é gratuita e não polui, um pequeno barco convencional gasta em média R$ 500 em óleo diesel para navegar durante oito horas, o que equivale à duração da bateria do Seisuí. Leandro Martins da Rádio Nacional da Amazônia Fonte: Envolverde/Agência Brasil


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interessantesaber

notícias Tecnologias não podem excluir o fator humano do trabalho A tecnologia deve ser usada para inspirar pessoas no ambiente de trabalho

As modernas tecnologias de informação e comunicação, que ocupam espaços crescentes nas organizações em todo o Planeta, possibilitam elevados níveis de descentralização das decisões, inovação e melhores resultados. Mas tudo depende do modo como são usadas pelas empresas. Tecnologias que excluem o fator humano são um risco porque podem levar ao engessamento de atividades, levando as empresas à obsolescência. Cláudio Katz, professor da Universidade de Buenos Aires, defende, em um artigo sobre os mitos e realidades das tecnologias de informação, que a gestão proveitosa das novas tecnologias requer a introdução de critérios cooperativos no trabalho. 54 O Mundo da Usinagem

Segundo Luiz Augusto Costa Leite, responsável pela coordenação do Comitê de Criação do Congresso Nacional sobre Gestão de Pessoas (CONARH) 2008, a tecnologia inspiradora, que estimula e não acomoda, é uma das principais preocupações dos gestores de pessoas no Brasil, o que levou a ABRH-Nacional a programar o debate do tema no maior evento do setor na América Latina, que aconteceu entre os dias 19 e 22 de agosto, em São Paulo (SP). Luiz Edmundo Prestes Rosa, Diretor Geral do CONARH 2008, assinala que o uso da tecnologia para inspirar pessoas é um novo olhar sobre a introdução crescente das técnicas no âmbito do trabalho. A discussão desse tema no congresso começa com a palestra magna “A inovação inspirada pela tecnologia”, evidenciando que o uso da tecnologia é inspirador e inovador quando permite revolucionar os ambientes de trabalho, favorecendo a iniciativa e a implementação de soluções criativas, que não engessem as relações de trabalho. Fonte: Portal Manager


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Produtividade

Globalização, Competência e Seletividade

É

comum se ouvir, tanto do pessoal da área de suprimentos quanto do pessoal da área técnica, a reclamação de que não vale a pena comprar ou fabricar produtos localmente, pois é possível encontrar produtos importados muitas vezes mais baratos. Por isso, não é raro se deparar com o seguinte comentário: “Olha só este produto que fabricamos! Com a embalagem, fica quatro vezes mais caro produzi-lo aqui do que importá-lo. Você tem que baixar o preço da pastilha, caso contrário não teremos condições de produzir nossos produtos localmente, não teremos condições

AB Sandvik Coromant

Buscar soluções competitivas a fim de continuar produzindo bens no próprio país é uma função organizacional e até social

de competir, iremos importar e revender. Aí, você não vai poder vender mais pastilhas! Se não fizermos assim, vamos morrer abraçados. Lá fora, eles até colocam nossa marca nos nossos produtos e, se quisermos, até a bandeirinha do Brasil!”. No entanto, o que aconteceria se todos decidissem importar produtos em vez de fabricá-los? O que aconteceria com a fábrica e, por conseqüência, com as pessoas que trabalham lá? Não necessitariam mais de máquinas, tampouco de ferramentas ou de operadores! Outra situação bem comum

é a seguinte argumentação de um técnico: “Não vamos gastar mais com ferramentas, pois andei fazendo uns cálculos e conclui que para fabricarmos este molde gastaremos R$ 40.000,00 só com matériaprima e se mandarmos fazer lá no Oriente, eles nos entregam o molde pronto por R$ 20.000,00. Não vale a pena investir aqui!”. É um pensamento que provoca perplexidade, pois qual seria o futuro de um país que sucateia sua estrutura industrial em prol O Mundo da Usinagem 59


Fotos: AB Sandvik Coromant

Produtividade

da importação pura e simples? Mas a verdade é que muitos se atiram às importações sem qualquer reflexão prévia. Focam tão somente o preço, como se isto fosse a solução definitiva para todos os males, como se o porvir reservasse aos brasileiros o destino de serem meros consumidores de bens importados de outros países. Muitas vezes, tais bens não têm outro atrativo se não o preço. A qualidade é duvidosa, não há garantias, nem assistência de qualquer tipo, além de estarem a um oceano de distância do ponto de aplicação. Podemos citar o exemplo de um consumidor que precisou de um rádio despertador novo e teve a oportunidade de experimentar três deles, que adquiriu a preços baixíssimos. Eram três marcas diferentes, porém vindos todos de um mesmo lugar fora do Brasil. Pois acredite, o melhor deles atrasava 15 minutos por dia. Esta é a razão do por que todo fornecedor de ferramentas deve sempre se esforçar em mostrar ao cliente a relação custo versus 60 O Mundo da Usinagem

benefício quando da aquisição e aplicação de um determinado produto. Houve uma ocasião em que um usuário de ferramentas exigia do fornecedor que baixasse os preços de suas ferramentas em 7%, pois este percentual era o que o cliente dele estava exigindo. Assim, foram feitos os cálculos para mostrar que, com um desconto de 7% no ferramental, a meta dele não seria atingida. Porém, se fossem feitos ajustes nos processos de usinagem, otimizando os dados de corte e utilizando pastilhas mais

adequadas em classes e geometrias, que custavam inclusive mais, o resultado na redução de custo seria facilmente superado. Na simulação, chegou-se a considerar descontos de até 100% nas ferramentas, porém os resultados não cumpririam a meta sem a otimização dos processos (ver exemplo na tabela “Processo Atual”, na pág. 62). Nada pode substituir uma abordagem mais ampla. Focar apenas preço pode ser considerado um remédio de ação imediata para alguém que esteja em apuros com o fluxo de caixa. Porém, a experiência mostra que este remédio resulta em um poderoso veneno com o tempo. Nada pode substituir o knowhow e a técnica. Olhando o processo como um todo e identificando estratégias de programação e processos aliados a ferramentas modernas, o resultado final, em termos de custo, pode render economias bastante superiores a meros 7%.



Aparentemente, está ocorrendo uma espécie de lei do menor esforço, onde se abandona qualquer ação para a melhoria dos processos de fabricação em favor de soluções imediatistas, porém de efeito efêmero. Uma análise mais criteriosa pode levar a alternativas em termos de matéria-prima, utilização de máquinas, set up mais rápido, redução de tempos ociosos e tantas outras possibilidades no campo da metodologia que podem resultar em economias muito superiores, mas é preciso ser mais científico do que prático. É melhor investir mais tempo pensando nos processos. Experimentar, testar, medir, até errar para aprender, mas no fim garantir a manutenção de empregos

AB Sandvik Coromant

Produtividade

atuais e futuros. Buscar soluções competitivas a fim de continuar produzindo bens no próprio país é mais do que uma função organi-

zacional, pois se cumpre também uma função social. Aumentando-se a competitividade, abrem-se novas oportunidades de emprego e assim

*PROCESSO ATUAL Diâmetro Operação Tornear Ext. Roscar M60 X 1,5

Inserto

Vc

Rpm

fn

Vf

L

Preço

Com Desc.

Arestas

“Pçs / Aresta”

CF/Peça

60

200

1058

0,2

211,6

100

WNMG 080412-PR 4025

48,00

0,00

6

500

0,016

60

100

529

1,5

793,7

480

R166.0L 16VM01C001 1020

70,56

0,00

3

200

0,118

CF/Peça Tc (min) CM / peça CF + CM Desc. 0,000

0,473

0,000

0,605

“CF + CM Desc.”

0,788

0,804

0,788

1,008

1,126

1,008

TOTAL

1,929

1,796

Redução

-6,93%

R$ 133,60 mês R$ 1.603,20 ano

*PROCESSO PROPOSTO

Operação Tornear Ext. Roscar M60 X 1,5

Diâmetro

Vc

Rpm

fn

Vf

L

Inserto

Preço

Com Desc.

Arestas

“Pçs / Aresta”

CF/Peça

60

300

1587

0,5

793,7

100

WNMG 080412-PR 4225

57,00

6

500

0,019

1,5

952,4

480

3

200

0,136

60

120

R166.0L 16VM01C002 1020

81,78

* Lote: 1.000 peças/ano * Custo hora máquina: R$ 100,00/h

62 O Mundo da Usinagem

635

Tc (min) CM / peça CF + CM

0,126

0,210

0,229

0,504

0,840

0,976

TOTAL

1,205

R$ 723,80 mês

Redução

-37,52%

R$ 8.685,60 ano



Produtividade um número maior de famílias poderá colocar suas crianças na escola, tirando-as das ruas. Falta zelo com a responsabilidade social que se deve ter para com as empresas e a geração de riquezas e divisas para o País. Aliás, a empresa que representamos, apesar de ser uma empresa sueca, acreditou neste país há mais de 50 anos, antes mesmo da abertura que o ex-presidente Juscelino Kubitschek (1956 -1961) fez às multinacionais, e hoje abastece com itens fabricados aqui os estoques centrais no Japão, EUA e Cingapura. Ficamos orgulhosos em, por exemplo, pegar uma embalagem da pastilha R390 e ver nela gravado o Made in Brazil. O que causa tristeza é não poder encontrar nos dias de hoje rádios despertadores “Made in Brazil”, pois eles podiam custar um pouco mais , porém não se perdia a hora. Falta perceber o valor e a importância de se ter a Bandeira do Brasil na embalagem dos produtos nacionais. Ficam saudades da Estrela, Atma e Trol, brinquedos da infância de milhares de pessoas que se deliciaram de brincar sem nunca correr qualquer risco de contaminação. Onde está a falha? Para que treinar e ensinar usinagem? No primeiro semestre deste ano, foi realizada uma palestra para 60 jovens do curso técnico mecânico do Senai em Caxias do Sul, e surgiram algumas indagações: “Que resposta o mercado de trabalho dará a eles? Será que o país está formando torneiros mecânicos para futura64 O Mundo da Usinagem

mente disputarem vagas em outras atividades totalmente opostas à sua formação? Seria melhor fechar os cursos técnicos das universidades e apenas formar especialistas em comércio exterior? Onde está o valor do que se faz? Onde está o zelo pelo ensino técnico, única possibilidade de se reverter a Lei do Menor Esforço?” Onde está o valor e o zelo pelos investimentos em pesquisas e treinamentos especializados? Muitas empresas classificam treinamento como despesa, mas é sem dúvida um equívoco. É preciso deixar claro que não existe sentimento de xenofobia, ou seja, aversão ao estrangeiro, apenas decepção por ver importações desnecessárias e sem critério que, por vezes, abastece o país com bens muito inferiores ao que a mão-deobra brasileira pode produzir. Importar conhecimento, tecnologia, máquinas e ferramentas que possam tornar nossa indústria mais competitiva deve ser visto com bons olhos, principalmente quando não existem similares nacionais. Obviamente, um indivíduo sozinho não pode mudar o mundo, mas pode ser um ponto de partida para que mudanças mais favoráveis ocorram. Marco Ornaghi Consultor Técnico em Usinagem e Treinamento da ARWI, Distribuidor Autorizado da Sandvik Coromant Francisco Marcondes Gerente de Marketing e Treinamento da Sandvik Coromant do Brasil



Propósito e motivação

A

motivação é o combustível das grandes realizações. É comum pessoas motivadas realizarem muito mais do que fariam se estivessem apáticas. Especialistas afirmam que a motivação é algo interno a cada indivíduo e, para que ela ocorra, é necessário criar ambientes ou expor tais pessoas a eventos e contextos que as levem a encontrar novas perspectivas para suas próprias vidas. Deste modo, treinamentos, aulas, filmes, palestras, preleções, livros, dramatizações, ou mesmo uma boa conversa com alguém de espírito elevado, podem conduzir uma pessoa a um novo estado de ânimo. Se bem conduzidas, ao final destas sessões, tais pessoas freqüentemente ficam predispostas a mudar de comportamento ou atitude em relação ao assunto que tenha sido abordado. Ocorre, no entanto, que a pressão do cotidiano e também os velhos hábitos já enraizados vão aos poucos minando a energia e a vontade plantadas por estas iniciativas. Todos os eventos mencionados acima podem estar carregados de mensagens que iluminam e dão sentido ao ato de viver. Contudo, ao regressar ao seu labor diário, a falta de foco em algo superior vai obscurecendo a chama das boas intenções e torna-se difícil mantê-la acesa. Com isso, podemos dizer que o normal é a intermitência de entusiasmo. Se nos aproximamos de uma fonte de luz nos inspiramos e quando nos afastamos da mesma não somos capazes de manter a claridade. O que fazer então? É preciso investir no reator interno, ou seja, investir na edificação pessoal de tal modo que uma fonte perene de luz se estabeleça sobre nossas cabeças. Na verdade, isto ocorre com todas as pessoas que encontraram um propósito maior para se entregar de corpo e alma.

66 O Mundo da Usinagem

Não há sequer um grande líder que tenha deixado sua marca na história, que não tenha feito de sua meta um ideal supremo. Foram pessoas que viveram e morreram por um objetivo. Conta a história que um deles, inclusive, ressuscitou. Assim, como diria Warren, encontre um grande propósito para sua vida, não faça planos pequenos, porque eles não têm o poder necessário para mover a alma dos homens. A maior das motivações não é a externa e nem a interna, mas a eterna. Que propósito teria o poder de torná-lo um obstinado? O que lhe poderia fazer saltar da cama todos os dias com grande ânimo? O que é grande o suficiente para fazê-lo dedicar-se até o fim dos seus dias? Enquanto não encontrarmos um propósito para o qual tenhamos vontade de entregar o nosso melhor, tudo o que estamos fazendo consiste em apenas ocupar o tempo. Francisco Marcondes Gerente de Marketing e Treinamento Sandvik Coromant do Brasil

Adriana Elias

nossaparcelade

responsabilidade



MOVIMENTO SANDVIK COROMANT – PROGRAMA DE TREINAMENTO 2008 Mês Out

TBU Noturno

TBU Diurno

UMM

TFR

20 e 21

EAFT

13, 14, 15 e 16

Nov Dez

EAFF

OUT

TBU - D - Técnicas Básicas de Usinagem (Diurno – 14 horas em 2 dias) TBU - N - Técnicas Básicas de Usinagem (Noturno – 14 horas em 4 dias – das 19h00 às 22h30) TFR - Técnicas de Furação e Roscamento com fresa de metal duro (14 horas em 2 dias) EAFT - Escolha e Aplicação de Ferramentas para Torneamento (21 horas em 3 dias) UMM - Usinagem de Moldes e Matrizes (28 horas em 4 dias) EAFF - Escolha e Aplicação de Ferramentas para Fresamento (21 horas em 3 dias) OUT - Otimização da Usinagem em Torneamento (28 horas em 4 dias) OUF - Otimização da Usinagem em Fresamento (28 horas em 4 dias) TUCAS - Tecnologia para Usinagem de Componentes Aeroespaciais e Superligas (14 horas em 2 dias) TGU - Técnicas Gerenciais para Usinagem (21 horas em 3 dias) DPUC - Desenvolvimento de Processos para Usinagem Competitiva (14 horas em 2 dias) – CURSO NOVO

TUCAS

TGU

27, 28 e 29 03, 04, 05 e 06

01 e 02

OUF

10, 11 e 12

DPUC


Venha fazer parte deste sucesso

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Organização e Promoção

14h00 - JOELMIR BETING

Realização

Tel 11-3624-8466 Fax 11-3845-5052 E-mail: techmei@am3feiras.com.br

Agência de Viagens Oficial:

Transitário Oficial:

Evento Concomitante: Associação Brasileira dos Importadores de Máquinas e Equipamentos Industriais


DICASÚTEIS O leitor de O Mundo da Usinagem pode entrar em contato com os editores pelo e-mail: omundo.dausinagem@sandvik.com ou ligue: 0800 770 5700

FALE COM ELES Anatólio Martins (Arwin Meritor): (11) 3684-6929 Cameron: (12) 2123-8645 Danilo Lapastini (Hexagon Measurements Technologies): (11) 5525-6015 Dedini: (19) 3403-3222 Heloisa Bettiol: (16) 3602-3316 INMETRO: http://www.inmetro.gov.br Juliana Diniz (Sandvik Coromant): (11) 5696-5400 Marcelo Sousa (Mitutoyo): (11) 5643-0000 Marco Onarghi (Arwi): (54) 9974-6998 Romi: (19) 3455-9000 TGM Turbinas: (16) 2105-2600

SANDVIK COROMANT - DISTRIBUIDORES ARWI Tel: 54 3026-8888 Caxias do Sul - RS ATALANTA TOOLS Tel: 11 3837 9106 São Paulo - SP COFAST Tel: 11 4997 1255 Santo André - SP COFECORT Tel: 16 3333 7700 Araraquara - SP COMED Tel: 11 6442 7780 Guarulhos - SP CONSULTEC Tel: 51 3343 6666 Porto Alegre - RS COROFERGS Tel: 51 33371515 Porto Alegre - RS CUTTING TOOLS Tel: 19 3243 0422 Campinas – SP DIRETHA Tel: 11 2063-0004 São Paulo - SP ESCÂNDIA Tel: 31 3295 7297 Belo Horizonte - MG FERRAMETAL Tel: 85 3226 5400 Fortaleza - CE GALE Tel: 41 3339 2831 Curitiba - PR GC Tel: 49 3522 0955 Joaçaba - SC HAILTOOLS Tel: 27 3320 6047 Vila Velha - ES JAFER Tel: 21 2270 4835 Rio de Janeiro - RJ KAYMÃ Tel: 67 3321 3593 Campo Grande - MS MACHFER Tel: 21 3882-9600 Rio de Janeiro - RJ

MAXVALE Tel: 12 3941 2902 São José dos Campos - SP MSC Tel: 92 3613 9117 Manaus - AM NEOPAQ Tel: 51 3527 1111 Novo Hamburgo - RS PRODUS Tel: 15 3225 3496 Sorocaba - SP PS Tel: 14 3312-3312 Bauru - SP PS Tel: 44 3265 1600 Maringá - PR PÉRSICO Tel: 19 3421 2182 Piracicaba - SP RECIFE TOOLS Tel: 81 3268 1491 Recife - PE REPATRI Tel: 48 3433 4415 Criciúma - SC SANDI Tel: 31 3295 5438 Belo Horizonte - MG SINAFERRMAQ Tel: 71 3379 5653 Lauro de Freitas - BA TECNITOOLS Tel: 31 3295 2951 Belo Horizonte - MG THIJAN Tel: 47 3433 3939 Joinville - SC TOOLSET Tel: 21 2290-6397 Rio de Janeiro - RJ TRIGON Tel: 21 2270 4566 Rio de Janeiro - RJ TUNGSFER Tel: 31 3825 3637 Ipatinga - MG

Anunciantes nesta edição O Mundo da Usinagem 50 Agie Charmilles. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23 Arwi. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50 Atlas Máquinas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 Autodesk. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 Bener. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43 Blaser . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10 CIMM. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52 Cosa. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51 Cross Hueler . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53 Deb´Maq . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65 Diadur. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 Dormer . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31 Dynamach. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47 Esab. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 Goodyear. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 Grob. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29 Haas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37 Hanna . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40 HDT . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30/39 Hexagon . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61 Intertech . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16 Kabelschlepp. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54/64 Kone . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19 Maclin. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34 Mazak. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27 Mitutoyo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63 Mori Seiki . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67 Okuma. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49 ROMI . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55 Sanches Blanes. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42 Sandvik. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4ª capa Sandvik Local. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58 Selltis. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2ª capa Siemens . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3ª capa Stamac . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41 Superbid. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35 Techmei. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69 Turrettini . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32/33 Unimep . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68 Usinagem 2008. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56/57 Vitor Buono. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36

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