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Descolonizar, despatriarcar e desmercantilizar: o Bem Viver como uma disputa por um novo horizonte
de 2013 já podíamos localizar um ponto de inflexão. A crise se agrava em 2014 e se aprofunda em 2015, na vitória apertada sobre aécio neves nas ultimas eleições. algumas das dimensões desta crise talvez possam ser analisadas a partir dos últimos textos publicados por Francisco oliveira e por aqueles que continuaram seu processo de reflexão.
A primeira questão importante é entender que existe uma guerra muito visível contra o trabalho, contra todos os movimentos sociais organizados que aparecem na cena e o que parece claro, neste momento, é que o outro lado está ganhando a guerra, seja pelas PECs, seja pelo quadro brasileiro como um todo, seja pelo cheiro de fascismo que há no ar. Estou muito cansada de me mandarem voltar para Cuba. Que Cuba? A que isto se refere? O que isto quer dizer? Isto é uma alucinação. Há muito alucinógeno aí e uma alucinação que possui cheiro de fascismo e que atualiza algo que acreditávamos estar enterrado.
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Talvez tenhamos que pensar a crise brasileira de 2014 e 2015 como parte desta luta e desta guerra na qual, ao menos momentaneamente, a sensação que tenho é que estamos perdendo, ou que, pelo menos, não estamos conseguindo enfrentar nos mesmos termos que aqueles que se opõem a muitas das dimensões que já foram conquistadas. para pensar isto teríamos que voltar um pouco para 2003 e pensar o conjunto de elementos que perpassaram a montagem do governo do pT - dos dois governos lula e dos governos Dilma.
Como guia, poderíamos, inclusive, retomar uma reflexão do início dos anos 2000 que chamamos de “a era da indeterminação”. estou tomando isto como ponto de partida, pois a ideia de indeterminação tinha como pressuposto um desenho dos sujeitos políticos que se embaralhavam fortemente. naquele momento já não era mais possível entender quem eram e pelo que lutavam estes mesmos sujeitos. ou seja, não é verdade que não haja conflitos, há conflitos! Não é verdade que não haja sujeitos, há sujeitos! O problema é identifica-los e perceber como estes sujeitos se constituem ou não a partir, por exemplo, das bases. Era esta a ideia de indeterminação que perpassava a reflexão naquele momento.