mundo h. nº5

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mundo h. 05 DEZ.JAN.FEV.09 Ano2 Distribuição Gratuita

MOÇAMBIQUE FALTA DE ÁGUA; S. TOMÉ A 1ª MISSÃO; PORTUGAL 4º ANIVERSÁRIO HELPO; MAIS MUNDO UM NATAL DIFERENTE; ESTÓRIAS VISITA DOS PADRINHOS; MAIS DO QUE PADRINHOS DOAÇÃO DE OBRAS DE ARTE; I MAIS VOLUNTARIADO INTERNACIONAL.


ÍNDICE 3

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EDITORIAL

ESTÓRIAS

o significado do Natal.

visita insular.

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MOÇAMBIQUE

voluntariado Internacional A experiência na 1ª pessoa.

o quinto elemento.

18 6

isto não é um conto de Natal.

MAIS DO QUE PADRINHOS criaram um mundo novo com as mãos.

8 22

S. TOMÉ E PRÍNCIPE o sorriso de São Tomé.

i MAIS solicitação dos NIFs.

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PORTUGAL helpoframes.

12

rumo a Nacala, o contentor segue viagem.

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MAIS MUNDO à procura do Natal.

brindes de casamento e baptizado para 2009. voluntariado internacional.


EDITORIAL

O SIGNIFICADO DO NATAL Cascais, Maria Ribeiro da Fonseca

E

ste foi o primeiro Natal em que a minha filha de 3 anos pôde realmente participar e como tal esforcei-me para encontrar a melhor maneira de lhe explicar o significado da quadra, e como vivê-la. O que não foi fácil considerando que nesta idade as crianças só percebem aquilo que vêem… Pensei no que diria se tivesse de explicar o Natal a alguém que nunca tinha ouvido falar de tal efeméride. Começaria certamente por evocar imagens do Pai Natal, um velhote gordinho e grisalho que entra nas nossas casas pela chaminé, ou então falaria das luzes e enfeites de Natal, da árvore e dos presentes. Naturalmente também lhe falaria da estrela de Belém e da forma como esta conduziu os três reis magos até ao presépio onde se encontrava o menino Jesus, relembrando os ideais de paz, amor e humildade. Lembrar-me-ia certamente das festas de Natal de outros anos, das reuniões com família e amigos, e das recordações de infância. Mas várias vezes me interroguei sobre a forma como ligaria todas estas emoções a uma época que se tornou no expoente máximo do consumo, protagonizado por uma invasão de presentes, papel de embrulho e laços que a maioria das crianças

nem consegue digerir. Numa altura em que já só se diz Boas Festas em vez de Feliz Natal, questionei a verdadeira essência daquela época tão especial. Julgo que mesmo para quem não acredita, a imagem de um bebé recém-nascido embrulhado num pano e deitado numa manjedoura evoca toda a inocência e pureza da infância, e é uma manifestação de humildade perante um mundo ajoelhado a seus pés. Foi imersa nestes pensamentos que recordei os “nossos meninos”, os nossos afilhados que de três paus fazem um banco e com uma lata jogam futebol. E assim percebi o que explicar à minha filha. Num tempo em que passámos a privilegiar o ter e abandonámos o ser, é importante saber discernir o acessório do essencial. E como escreveu Saint-Exupéry no livro O Pequeno Príncipe: “O essencial é invisível aos olhos. Só se vê bem com o coração”. Desejo a todos um ano de 2009 muito especial, para que juntos possamos continuar esta caminhada de tornar o mundo um lugar mais humano. Agora em Moçambique, durante 2009 também em São Tomé e Príncipe, e mais tarde noutros Países em Vias de Desenvolvimento.


MOÇAMBIQUE

o quinto elemento. Nampula, Joana Lopes Clemente

D

esenhar, planificar e implementar um projecto, seja ele qual for, exige ter em conta múltiplos factores, procurar prever o papel de inúmeros indicadores e elementos intervenientes em todos os processos e munir-se de grande capacidade de resistência e resolução de imprevistos, sobretudo quando a implementação desse projecto se quer em terras africanas, em contexto de profundo isolamento e escassez de meios materiais e recursos humanos qualificados. Quando o projecto em questão prevê a construção de poços, à partida as dificuldades estão identificadas e os possíveis problemas têm uma solução à vista. À partida. Numa quinta-feira ao final da manhã, em Nampula, a notícia chegou por telefone. A máquina que havia começado a perfurar a terra dura da comunidade de Natchetche às 6:00h daquela madrugada, foi abruptamente impedida de continuar a busca pela água, por uma impiedosa massa de pedra. A comunidade em peso, que tinha vindo para junto da escola para celebrar o momento em que a água passaria a jorrar perto de suas casas, estarreceu. O vislumbre de um quotidiano mais aliviado, de uma luta contra as adversidades um pouco mais justa, ou se se quiser, na prática, de uma caminhada diária obrigatória reduzida em quilómetros, em horas e em faltas à escola, recuou até ao limbo da incerteza. Uma incerteza feita de um buraco fundo e seco e de uma máquina cansada. A Helpo chegou à comunidade com a


difícil tarefa de procurar resolver o que parece não ter solução. Acompanhada de um técnico da Direcção Provincial das obras públicas, de um amigo missionário que tem a particularidade de na história da sua intervenção nunca ter deixado de encontrar água onde a procurou, e de um enorme stock de esperança, a carrinha da Organização procurou uma sombra e estacionámos por baixo do cajueiro que abraça o recinto da escola. Uma escola em tons de castanho, construída em material local e forrada a matope, o composto retirado daquela terra árida que agora teimosamente nos negava o acesso à água. As gentes de Natchetche receberam-nos como quem recebe uma solução a um grave problema. Mas nós só trazíamos dúvidas. Seguiam de perto os nossos movimentos como se um descuido na atenção que prestavam pudesse desviá-los das respostas que, estavam seguros, trazíamos connosco. Primeiro quisemos ver o local onde se perfurou toda a manhã, até aos 12 metros de profundidade, sem sucesso. Depois, quisémos ver os camiões que carregam as máquinas capazes de operar milagres, (encostadas a um canto a descansar a desilusão), e por fim falámos com os técnicos portadores das notícias menos felizes. O diagnóstico confirmou-se: terra seca e muita pedra. Entre dentes, o queixume dos líderes comunitários, o desaire na voz num português difícil e esforçado. Afinal não éramos os primeiros;

os chineses andaram a procurar água nas mesmas terras e…nada. Ficámos obviamente sem saber quem eram “os chineses”, quando e onde procuraram a água, porque é que ninguém tinha ouvido falar dessa odisseia mais cedo. Perguntas que agora não precisam de uma resposta, mas que compõem o cenário, que ajudam a justificar a frustração. Com a ajuda de duas varetas de cobre e do nosso amigo missionário, percorremos as imediações da escola cuidadosamente, monitorizados pelo olhar curioso dos líderes, dos papás, das mamãs e das crianças. Nós abríamos caminho, orientados pelos movimentos das varetas e éramos escoltados por dezenas de pessoas. Auscultávamos a terra e aguardávamos ansiosa e silenciosamente pela sentença. Até que as varetas começam a insistir em cruzar-se, sempre no mesmo sítio. Primeiro a indicar simplesmente a existência de água, depois a definir os veios, o curso dos lençóis. Depois a cimentar o entusiasmo novamente crescente de todos. Os assustadores foguetes a serem lançados antes da festa, indiferentes à superstição, às teorias de maus presságios. Rapidamente se abriu caminho às máquinas. O capim desapareceu como que por magia, os troncos das árvores recuaram do horizonte e onde não havia caminho nasceu uma estrada como que por milagre, num passe de automatismo permitido pelos homens alinhados em cadeias de trabalho em forma de formigueiro.

As máquinas voltaram a acordar, movidas a diesel e euforia, até o sol não permitir mais. Perfuraram-se seis metros, e adiou-se o desfecho da história para a madrugada seguinte. Novo dia, novo telefonema, e novo obstáculo intransponível feito de rocha implacável. Deslocámo-nos novamente à comunidade, desta feita com o dono das máquinas que quis observar pessoalmente as amostras da terra já vencida pela broca de ferro. Mostrou-me a diferença que se podia ver de metro para metro entre a terra retirada, e disse-me decididamente: isto é camada de água, a água não deve estar longe. Mas a todas as adversidades que se poderiam adivinhar e que se vieram a constatar, ainda havia mais uma a somar. O quinto elemento, o elemento surpresa. Na batalha entre a broca e a pedra, a pedra levou a melhor e venceu a máquina pelo cansaço: o compressor avariou a meio do processo, o roncar dos motores adormeceu a provavelmente, poucos centímetros da água. A falta de recursos humanos qualificados na região, exigiu o envio da máquina para o Malawi e a população voltou a esmurecer. A Helpo não baixou os braços, a esperança não morreu, as gentes da comunidade não desistiram, mas todos adiaram os festejos para um dia a definir no calendário: o dia em que o compressor regressa de cara lavada e de energia renovada, e termina o que começou. O dia em que a água chega, finalmente, às gentes de Natchetche.


MOÇAMBIQUE

isto não é um conto de Natal. Nampula, Joana Lopes Clemente


E

ra uma vez uma província de dimensões a perder de vista, num país tão grande que os próprios habitantes desconheciam os seus limites, num continente tão longínquo que vivia a maior parte do tempo esquecido por todos os outros continentes. Era uma vez o Natal nesse continente, nesse país e nessa província. Onde a maioria das gentes não sabe precisar o que seja a religião, não consegue definir quem foi Jesus de Nazaré ou associar a sua passagem pela terra a uma árvore, a uma estrela no topo de uma árvore, a umas inevitáveis figuras de barro sobre o musgo verde ou, ainda mais rebuscado, a um velho carnavalesco e sorridente que carrega pacotes embrulhados em papéis coloridos e se faz transportar por um carro puxado a animais que recordam as noites de caça quando o capim ainda permite e a lua assim autoriza. Era uma vez esse lugar, recheado de gente simples ocupada com manobras de criatividade de permissão da sobrevivência. Gente que nunca mais acaba, famílias a desafiar o conceito de quantidade, casas de matope e esteiras estendidas no chão para abrigar fragilmente o sono de crianças e adultos numa única divisão. Era uma vez esse lugar a procurar jogar o jogo desequilibrado da interdependência,

a procurar apanhar o “comboio do desenvolvimento”, a procurar compreender as regras nas quais não teve participação e a evitar o sentencial game over ao virar da esquina da estação das chuvas, da esquina da estação das secas. Era uma vez um batalhão de famílias a multiplicar crianças como quem multiplica suspiros e um batalhão de crianças a dividir os dias em horas de ser criança e horas de não ser nada. Em horas de ir à escola e horas de calcorrear quilómetros molhados e desertos para aprender a desenhar um número novo. No ar, desenhar um número novo no ar, como quem agarra uma nuvem. Em horas de carregar um galão de água à cabeça e horas de aprender: um galão é igual a 4,5 litros; igual a uma panela para ferver o arroz, uma panela para ferver o feijão, duas tijelas para beber e uma repetição de dança de passos até ao rio. Era uma vez um batalhão de heróis a agarrar nuvens no ar, sentado em troncos alinhados e desalinhados, com os pés tingidos do pó amarelado da terra e com a atenção a esvair-se entre os rasgões enormes das paredes de matope descuidadas. Todos os dias. Um batalhão de heróis a fazer exames, a passar de classe, a ser um batalhão de crianças a viver a normalidade. Um batalhão de crianças a viver a

normalidade. No dia 13 de Dezembro, um machimbombo e cinco carrinhas com tracção às quatro rodas desafiaram o tempo e a distância e procuraram esticar um dia além da vontade do sol. Reunimos 350 crianças de entre um batalhão de heróis. Voámos sobre as estradas de picada já irrequietas depois da fúria das primeiras chuvas. Primeiro um molho, depois outro, depois outro. Uma quinta nas imediações da cidade a receber os heróis da normalidade. Uma t-shirt, um boné, um mata-bicho. O olhar a despedir-se do susto, a timidez a perder a guerra com a curiosidade. Um balão, um apito, uma bola. Um universo de novidade e entusiasmo que não cabe dentro de ninguém, dentro de um molho, dentro de um batalhão. Uma mesa de matraquilhos, uma mesa de pingue-pongue, um emaranhado de baloiços. Um mundo inteiro dançado na música de um palco improvisado. Um mundo de fantoches, de carrinhos, de bonecos nascidos de garrafas de plástico e farinha de milho com àgua. Um mundo de almoço e lanche, um mundo de horas de ser criança. Só. Num dia. Era uma vez um batalhão de heróis da normalidade que não tem árvore, nem estrela no cimo da árvore. Era uma vez um batalhão. Era uma vez o Natal em Nampula.

No dia 13 de Dezembro, numa iniciativa conjunta entre a Helpo e a Direcção Provincial da Mulher e da Acção Social de Nampula, organizou-se uma festa de Natal para 400 pessoas, de entre as quais 350 crianças apadrinhadas, oriundas de 8 das comunidades rurais apoiadas pela Helpo e dos dois orfanatos que integrámos nos nossos programas de ajuda. Foram distribuídas 1.120 refeições (mata-bicho, almoço e lanche), t-shirts, bonés e balões e foram organizados pequenos espectáculos e ateliers de actividades artísticas, lúdicas e desportivas para todos os participantes. As crianças que participaram neste evento foram seleccionadas pelos seus resultados escolares e pretendia-se assim não apenas premiá-las como também estimular a restante população escolar para o gosto pelo estudo.


SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE

o sorriso de São Tomé. Sintra, Margarida Assunção


A

Helpo aterrou em São Tomé e Príncipe. Para além de uma mala com alguns bens pessoais ia carregada com força de vontade, expectativas, anseios, medos e ainda o peso da responsabilidade de trazer de volta uma análise autêntica e identificativa dos locais mais carenciados para serem apoiados por padrinhos da nossa Organização. Durante os dias que nos foram consentidos palmilhámos o país tanto quanto a luz do sol permitiu, visitámos roças, falámos com pessoas - entre as quais alguns professores e alunos, conhecemos escolas, creches, assim como a sua ausência e não conseguimos ficar indiferentes à grandiosidade da paisagem que, num pequeno gesto em forma de presente, diariamente nos acompanhou. Gostaria de partilhar convosco cada minuto desta fantástica missão, mas dada essa impossibilidade, começo por falar-vos do local que a bússola indica e do sítio onde a estrada termina. Nesta encruzilhada chegámos a Santa Catarina, uma pequena comunidade onde o azul do mar salpicado por atrevidos cardumes de peixe, se desvanece em pequenos apontamentos de verde de uma floresta majestosa por descobrir. Num antigo depósito de cacau pintado de cor-de-rosa cansado descobrimos uma pequena creche com cerca de 50 sorrisos desarmantes, de meninos entre os 2 e os 5 anos. No ar sente-se uma áurea de amor e dedicação que professores e auxiliares emanam e é esta paixão que se vê, que nos impele a dar um pouco de nós a esta gente, mais que não seja em troca do que já recebemos só por chegar até aqui. É fácil imaginar o bem que ficariam alguns livros a compôr as prateleiras envergonhadas, material e mobiliário didáctico para que os nossos anfitriões pudessem tropeçar, uma bata nova para esconder os rasgões da roupa de trazer pelo corpo ou algum alimento para harmonizar a mesa… e a barriga também.

Despedimo-nos sem promessas, com sorrisos. De regresso, o coração teima em ficar na estrada com fim e os olhos culpam-se pela paisagem esplêndida que, tal como as gentes, teima em “oferecer-se” sem pedir nada em troca. Novo percurso e novas conversas levam-nos à roça de São José, uma pequena comunidade perto da Trindade (cerca de 8 kms da capital) e pela primeira vez tenho a sensação de que o ditado “do longe se faz perto” também funciona ao contrário… Em São José, mesmo por baixo dos olhares cuidadosos e ternurentos dos homens sábios, fica a creche que serve esta comunidade e alguns resquícios de desenhos outrora pintados de cores vivas e alegres denunciam a sua missão. Tal como qualquer bom anfitrião, os nossos vêm, curiosos, a correr na direcção do branco para pedir um doce, uma foto, um sorriso… sorrisos grandes, sorrisos enormes… os mesmos sorrisos que tenho vindo a guardar no coração desde o inicio desta caminhada. Envergonhada, sorrio também e começo a imaginar quão importante seria ter um pincel para definir as cores deste pequeno espaço hoje entorpecido e triste, tão bem que ficaria um berço para embalar aqui, uma boneca para viajar ali, um livro para contar acolá. Fecho os olhos e imagino. De cabeça embrenhada na construção (i)material de pequenos detalhes que tornariam, pelo menos algumas escolas e escolinhas de Santa Catarina e São José deste país lugares mais dignos e humanos e sou interrompida pela voz traquina de um pequeno anfitrião que me pede mais uma foto! Preparo-me. Dou atenção ao pequeno rosto que exige nova fotografia. Foco a lente que prolonga o meu olho e faço zoom para eternizar o sorriso que vejo reflectido e então penso: se um dia conseguirmos materializar algumas destas ou outras construções, de que tamanho será o sorriso de São Tomé?




PORTUGAL

helpoframes. Cascais, Raquel Pombo

U

m nascimento tem sempre qualquer coisa de mágico, de surpresa, e é de uma preparação uterina, escondida, que se gera vida, crescimento e evolução. A Helpo nasceu no dia 26 de Novembro de 2004 um nascimento que como todos os outros foi antecedido de expectativas, medos e ansiedade... Este foi o ano do seu quarto aniversário, um ano de crescimento onde a autonomia e o esforço estiveram de mãos dadas, o quarto ano de uma vida partilhada pela comunhão de um objectivo comum, rumo ao desenvolvimento, rumo a um “mundo humano”. Foi com o cuidado que antecede um nascimento que começámos a preparar a “festa” dos quatro anos da Helpo, queríamos que ela reflectisse a vida da organização, um percurso plural, construído de muitos rostos, muitas vontades, “muitos arregaçar de mangas” e principalmente muitos sorrisos rasgados. A celebração teve lugar dia 25 de No-

vembro, no Centro de Congressos do Estoril. O dia foi de corrupio, num jogo de estafetas entre Estoril e Cascais, as dores de barriga e o nervoso miudinho condimentavam a ansiedade e a expectativa. Às 19 horas deu-se início a um programa recheado e estava tudo a postos para receber os convidados e padrinhos. Num ambiente com alusões ao universo cinematográfico, a chegada era marcada por uma passadeira vermelha que encaminhava os convidados para o foyer do centro de congressos do Estoril, pelo espaço eram várias as alusões à fita de filme e bobines antigas contavam histórias já projectadas. À espera dos convidados estava uma exposição biográfica da Helpo, em que numa fita de tempo se aninharam as imagens mais marcantes deste curto mas recheado percurso. O espaço ganhava vida ao som de Manú Teixeira, Marcus Pombinho e Edgar Caramelo que com a percursão, o saxofone e as teclas criavam fluxos inter-

pretados por duas bailarinas. À direita dos músicos uma exposição colectiva de obras de arte elaboradas por onze artistas plásticos sob o mote do Apadrinhamento de Crianças à Distância, dava vida a novos universos de significação, os batiques e as pulseiras moçambicanas, as t-shirts Helpo e as t-shirts do projecto solidário da La Redoute , enchiam as banquinhas de vendas. A mundoh. desafiava os convidados à leitura em cada mesinha, em cada sofá, e foi a este ambiente que foram chegando os cerca de duzentos e cinquenta convidados, com olhares curiosos, com a naturalidade de velhos amigos, com a expectativa de recém padrinho, com perguntas, com vontade, com um sorriso de festa de anos. Contámos com as presenças de figuras ilustres como Dr. António Capucho, Presidente da Câmara Municipal de Cascais, Dr. Carlos Carreiras, Vice-Presidente da Câmara Municipal de Cascais, Dr. Fernando Nobre da AMI e de caras




conhecidas do grande público como as actrizes Cláudia Semedo e Joana Solnado, o actor Victor Emanuel, Dimas, Jusepa Appolloni, Rodrigo de Herédia e o Pintor Manuel Botelho, que renovaram o voto de confiança e apoio à Organização. As conversas emparelhavam-se em grupos pequenos, quando entraram de forma ordeira de t-shirt branca, luvas azuis e pincel na mão os meninos do Atelir de Tempos Livres da Casa Grande da Galiza da Santa Casa da Misericórdia de Cascais, coordenados pela Professora Salomé Duarte, dançaram ao som da música de ritmos quentes enquanto pintavam as suas sensações em telas dispersas pelo espaço. Seguidamente e um por um cada criança convidou um dos presentes a dançar e a sentir as cores com o corpo participando na pintura colectiva das cinco telas dispostas pelo espaço. Num segundo momento passámos ao auditório onde o Óscar Romero vestiu

a camisola da Helpo e reuniu o público, foram relatadas algumas experiências de apadrinhamento de forma interactiva e descontraída, para em seguida Maria Ribeiro da Fonseca, Presidente da Helpo, subir a palco, dar as boas vindas a todos os presentes e proferir umas breves palavras sobre a história da Associação, referindo números concretos de apoio, resultados, realidade e ambições. A palavra foi passada a Joana Clemente, Coordenadora Geral Executiva da Helpo, que assumindo o carácter festivo da ocasião falou do nascimento da Helpo: uma Associação que nasceu de um sonho e por ultimo teve a palavra o Senhor Presidente da Câmara Municipal de Cascais Dr. António d’ Orey Capucho, que num discurso caloroso reforçou o seu voto de confiança na Helpo Chegava então para três convidados muito especiais o momento mais esperado da noite, Rita Norberto, Zito Marques e Samir Noorali os três finalistas do concurso de edição Helpoframes, iriam por fim

saber qual deles era o grande vencedor e quem iria para Moçambique por um mês acompanhar o trabalho da Helpo no terreno. O suspense foi criado com maldade, brincar com a ansiedade, um loop em contagem decrescente, Óscar Romero ameaçava mas não contava, até que Maria Ribeiro da Fonseca foi ao palco e do envelope mágico anunciou-se o vencedor do concurso Helpo Frames, Samir Noorali. Todos os convidados tiveram a oportunidade de assistir ao filme em primeira mão e frame a frame estivemos em Moçambique durante cerca de vinte-cinco minutos, os dois lados do apadrinhamento, os padrinhos, os afilhados, Portugal, Moçambique, vinte cinco minutos em que o apadrinhamento perdeu a distância. Foi com um travo de Moçambique no olhar, com a certeza de um compromisso e com força da responsabilidade que todos se despediram, um adeus que diz estou perto, uma despedida que diz estamos juntos.

NOTA: Os padrinhos interessados em visualisar o filme vencedor, poderão fazê-lo através do nosso site em www.helpo.pt




PORTUGAL

rumo a Nacala, o contentor segue viagem. Cascais, Sofia Nobre

E




E

ntre prendas, bens, caixotes e códigos, muitos foram os dias cedidos à preparação do envio do contentor. Embrulhar a prenda, colocar o código, colocar a prenda na caixa, no bidão, na carrinha e finalmente no contentor. Pronto para partir, o contentor aguarda as últimas encomendas pois nenhum espaço pode ser desperdiçado, esta viagem é longa e custosa e não se repete quantas vezes gostaríamos. Portas seladas! O contentor partiu dia 11 de Novembro, carregado de esperança, alegria, sonhos ou melhor, possibilidade de concretização de sonhos! Aqueles que não têm possibilidade de escolha porque uma escolha implica uma alternativa, continuam a não ter escolha mas agora têm uma alternativa. A alternativa de poder escrever, de ter onde escrever, da mancha de carvão que antes predominava no caderno poder agora ser substituída por alguma cor, das linhas que antes foram reduzidas a 0,5 cm para aproveitar melhor o único caderno escolar que acompanha todas as disciplinas num ano lectivo, ser agora um caderno com linhas “normais”,

não divididas, onde as palavras não se atropelam e não são sedentas de espaço, a alternativa de poder cobrir o seu corpo antes revestido de pó e alguns trapos com a primeira roupa nova que têm o “prazer”

“ alguém do outro lado do Mundo pensa neles e isso é suficiente ” de vestir e que será o seu maior companheiro nos próximos anos, uma alternativa que nem no seu imaginário se instalava, uma vez que “olhos que não vêem, coração que não sente” e agora surgindo como que por magia fazendo parte do seu quotidiano palpável.

Uma alternativa tão carinhosamente preparada e envida pelos padrinhos que anseiam igualmente a chegada destes 40 pés de aço à terra Natal do seu afilhado, podendo já imaginar o seu contentamento na recepção destes bens. O sorriso que já existia, agora ainda mais rasgado, é a maneira que os afilhados têm de agradecer aos seus padrinhos este gesto. Pudessem os padrinhos partir no contentor e ver eles próprios a alegria daquelas crianças e constatar que são eles próprios a principal causa dessa alegria... Muitas crianças não conseguem conceber de onde chegam todos estes bens mas isso também não é relevante, alguém do outro lado do Mundo pensa neles e isso é o suficiente para eles. Muitos nem se apercebem que existe o outro lado do Mundo, para eles aquele é o único Mundo, o seu Mundo, onde ter um poço perto de casa é um luxo e uma casa com paredes de cimento, um sonho! Este contentor trará brilhos nos olhos e água na boca e as noticias da sua chegada e reacções provocadas, serão relatados em breve! Bem hajam os padrinhos e os intervenientes que tornaram este envio possível.




MAIS MUNDO

à procura do Natal . Nampula, Frederica Rodrigues

D

a janela do meu quarto, contemplo a cidade de Nampula e penso: haverá Natal nesta cidade? Haverá Natal sem ruas e montras iluminadas? Sem lareiras acesas e árvores enfeitadas, sem postais e presentes partilhados? Mesmo sem frio, nem consoadas preparadas? Sim, existe Natal. Melhor, há mais Natal! Um Natal de pessoas...de afectos...de gestos e de palavras. Em Moçambique, no país profundo e quase esquecido, o frenesim do Natal não se faz sentir da mesma forma que nos paises ocidentais. Por aqui as ruas não estão iluminadas, não há pinheiros para enfeitar, nem musgo para o presépio… as lojas não cospem massas à beira da histeria, porque há pouco para vender e nada para comprar. Particularmente no norte, região muçulmana, é difícil sentir que estamos numa época festiva. E muito embora os muçulmanos assinalem a data em família, trocando palavras de saudação e desejos de boas festas aos conhecidos cristãos, a intensidade e significado são outros. Contudo, para os poucos católicos ou protestantes, a alegria e o anseio da vinda de Jesus é a mesma. Também por terras africanas, as pequenas e dispersas igrejas católicas, enchem-se de crentes para a Missa do Galo. Não obstante,

fora do âmago religioso, toda a festa é vivida com um outro imaginário: a figura do pai natal é desconhecida para a maioria das crianças, o significado da palavra presente uma aprendizagem futura… Nas aldeias dispersas pelo continente africano, a familia reunida para festejar é uma imagem comum. A tradição manda que o dia de Natal seja celebrado por ricos e por pobres. Assim, para os que têm menos recursos, há pelo menos uma galinha acompanhada de chima ou arroz, e nalguns casos raros de um bolo, para a “nossa”/”dita” sobremesa. Não importa a fortuna, o selo da religião, ou os limites geográficos, este é um dia marcado pelo convívio e pela solidariedade, pela paz e pela boa vontade. Para todos é um momento de reflexão... de recolocar as coisas nos eixos, não fazendo dos meios o fim da vida, e acreditando no valor das coisas simples, no amor e na partilha. Da janela do meu quarto, olho para a sede da Helpo e agradeço a todos os padrinhos que em uníssono cantaram e partilharam esta letra do Bob Geldof, ao apoiarem e enviarem presentes às crianças destas comunidades, ajudando a construir, com certeza, as prateleiras mágicas do “Toys r us” das suas vidas…




It’s Christmas time There’s no need to be afraid At Christmas time We let in light and we banish shade And in our world of plenty We can spread a smile of joy Throw your arms around the world At Christmas time But say a prayer Pray for the other ones At Christmas time it’s hard But when you’re having fun There’s a world outside your window And it’s a world of dread and fear Where the only water flowing Is the bitter sting of tears And the Christmas bells that ring There are the clanging chimes of doom Well tonight thank God it’s them instead of you

Feed the world Let them know it’s Christmas time Feed the world Do they know it’s Christmas time at all?

And there won’t be snow in Africa This Christmas time The greatest gift they’ll get this year is life Where nothing ever grows No rain nor rivers flow Do they know it’s Christmas time at all?

Feed the world Let them know it’s Christmas time Feed the world Let them know it’s Christmas time again Da janela do meu quarto... sinto a origem do Natal!




ESTÓRIAS

VISITA INSULAR Cascais, Lourdes de Melo Novais Fernandes

H

á pouco mais de um ano, eu, o meu marido e o meu filho de 25 anos, depois de termos ouvido falar do CCS Portugal, agora Helpo, resolvemos apadrinhar um garoto cada um. Eu fiquei com o Nando de 5 anos, o meu marido com a irmã, Nanda de 7 anos, e o meu filho com o Asane de 11 anos, os 3 residentes na zona da Ilha de Moçambique, na província de Nampula. Já tínhamos planeado umas férias em Moçambique e África do Sul e achámos por bem incorporar uma ida à Ilha de Moçambique para visitar os afilhados. Quando chegámos ao destino já estava organizada uma ida à sede do centro apoiado na Ilha de Moçambique, onde nos aguardavam o Nando e a Nanda com a Mãe, assim como o Asane acompanhado pela Mãe também. Como tínhamos levado três malas de porão com roupas, sabonetes, brinquedos e algum material escolar, começámos a distribuição. As crianças apesar de tímidas, mas muito bem-educadas, mostraram-se satisfeitas com as ofertas. Também levámos muitas canetas que íamos distribuindo sempre que havia garotos à volta, e este é um outro conselho que

dou aos padrinhos que lá se desloquem: leve-se uma simples caneta; traz uma enorme felicidade àqueles rostos! Depois das distribuições, de falarmos com as crianças e Mães e de tirarmos fotografias, era hora de partir. Foi sem dúvida uma experiência enriquecedora e inesquecível. Os nossos agradecimentos a todos os colaboradores que amavelmente partilharam estes dias connosco, e parabéns à Organização pelo trabalho louvável que tem estado a fazer. Por último gostaria ainda de mencionar que aconselho vivamente todos os padrinhos a visitarem as comunidades onde residem as crianças que apoiam, porque especialmente depois de ter ido ao evento do 4º aniversário da Helpo no Centro de Congressos do Estoril, assume-se uma postura completamente diferente no sentido em que se percebe a realidade verdadeiramente dita do que os garotos vivem. Se não tivéssemos lá ido, pouco significariam as imagens e todo o tipo de acontecimentos mostrados na cerimónia. Não há muito mais a acrescentar. Sempre que posso, falo da Helpo e procuro “angariar” mais padrinhos. Como se diz em Inglês: “keep up the good work”!!!!!




ESTÓRIAS

VOLUNTARIADO INTERNACIONAL A EXPERIÊNCIA NA 1ª PESSOA Lisboa, Sara Ferreira

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heguei... Cheguei a Portugal, à minha cidade, reencontro a minha família e os meus amigos de lágrimas no canto do olho, enquanto desço as escadas do aeroporto da Portela. Entre abraços e beijinhos surgem logo imensas perguntas: Como é que foi? Se gostei? Era muito diferente? E é nessa altura que paro e penso que cheguei da melhor, da mais intensa e gratificante viagem da minha vida. Parti de Moçambique há 11 horas atrás, país que me recebeu durante o meu projecto de voluntariado e regresso logo com 20 graus de diferença. Foi neste mesmo aeroporto que há 5 meses, tudo começou. Minto… tudo começou há mais de um ano atrás quando uma amiga me contou que ia ser madrinha de uma criança em Moçambique. Empolgada com o seu novo compromisso, mostrou-me também a revista da Helpo. À medida que vou lendo descubro a essência desta organização e os princípios que a regem. Chego à última página da revista a percebo-me que a Helpo tem a decorrer uma campanha de recrutamento de voluntariado, opção pela qual me decidi imediatamente.

Depois de vários períodos de selecção e de 5 meses de formação na sede em Cascais chega o dia da partida. Aeroporto da Portela - nesse dia levava uma mala cheia de perguntas, ansiedade, expectativas, um turbilhão de sentimentos. Após chegar àquele país, onde se ouve dizer que tudo tem mais cor, mais sabor, onde os cheiros são mais intensos, a tal terra que “deixa o bichinho” a quem parte, posso dizer que é tudo verdade, e ainda acrescento é uma terra mágica, chega mesmo a ser sufocante a sua imensidão, a simpatia das pessoas e claro, a alegria das crianças. Na província de Nampula, local de acção da Helpo e cidade que me acolheu, o despertador toca às 6 da manhã. Depois de tomarmos o pequeno-almoço, seguimos caminho para mais um dia de distribuições, hoje distribuem-se mantas na escola de Teacane. Depois de quase uma hora em estrada de terra batida, olho pela janela e fico fascinada com o vermelho intenso da terra, sinto a carrinha pesada e lembro-me das mantas que temos para entregar. Revemos a estratégia para que nada falhe na distribuição e comentamos entre nós como a comunidade deve estar ansiosa com a nossa visita, consigo mesmo imaginar as crianças em fila, as mamãs e os papás sentados atrás, à sombra das mangueiras e os professores atarefados para que esteja tudo organizado. Quando efectivamente chegamos nada foge à imagem que previamente tinhamos concebido, só faltava o brilho nos olhos das crianças. Vêm a correr cumprimentar-nos e somos, como sempre, muito bem recebidos. Começamos a distribuição. Cada criança vem buscar a sua manta, ouvem-se risos e o orgulho dos pais a mostrarem a sua nova manta; e sim orgulho, porque para eles é talvez a única que alguma vez tiveram. Depois de quase 200 crianças contempladas, várias horas em pé, um calor insuportável, é incrível o sentimento com que regressamos. Não é o de cansaço, pelo contrário, é um sentimento de realização e de satisfação. Por isso digo, embora neste momento esteja no aeroporto de Lisboa o meu coração ficou em Moçambique e não há palavras que consigam descrever o que sinto. Não digo que foi fácil, porque não foi. Houve choros e saudade, numa terra que tem tanto de bonito como de feio e onde a pobreza vive ao nosso lado, mas posso dizer que não me arrependo de nada e que voltava a fazer tudo novamente. O contacto com aquela cultura, o trabalho com as crianças, o enriquecimento pessoal que é constante e tão simplesmente a forma como a Helpo vai fazendo a diferença entre aquelas crianças, justifica todo o esforço que ficou para trás.


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MAIS DO QUE PADRINHOS

CRIARAM UM MUNDO NOVO COM AS MÃOS Cascais, Raquel Pombo Desafiados por um telefonema, provocados por uma causa ou agitados por uma motivação, foram onze os artistas plásticos que juntaram a sua sensibilidade ao programa de apadrinhamento de crianças à distância, compondo uma obra sob este mote. As peças foram doadas à Helpo e reflectem a heterogeneidade de motivações que estão inerentes ao apadrinhamento, estiveram à venda no evento de aniversário da Helpo com a totalidade dos fundos angariados a reverter a favor dos projectos da organização em Moçambique e mostram-se agora a todos os padrinhos que não as puderam ver no dia 25 de Novembro. Sublinhamos ainda o potencial transformador da arte, na medida em que cria mundos, desperta consciências, e realça a relidade tornando-a de mais fácil entendimento, é por este papel social e pela entrega individual que queremos demonstrar a todos os artistas que aderiram a esta exposição o nosso reconhecimento e o nosso muito obrigada pela construção de um mundo mais Humano. Salomé Duarte Pedaços de céu. Pedaços de cor e de luz. Pedaços daquilo que envolve o chão e os passos nele criados. Elemento contínuo e sublime de inalcançável tacto mas de alcançável sonho. Une mundos reais e imaginários porque é um só… Pedaço(s) de um céu. Sem título #2 90 x 90cm Tinta acrílica s/ tela 400€

Ágata Xavier Os adultos alteram sempre a realidade. É uma chatice. Nunca dão o sentido que queremos às coisas. Deturpam, questionam, transformam. Criam duas realidades, a da palavra e a do significado, que raramente são iguais. Com a crianças é diferente. Elas não brincam com o sentido das coisas. Tudo existe no seu significado último. Tudo é importante enquanto existir. Um segundo, dois segundos, três. As crianças que aparecem aqui nunca souberam dizer o meu nome mas foram as que melhor souberam dizer quem eu era. Sem título#1 Fotografia 40X50cm 150€


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Raquel Pombo Proposta de ilustração do livro “Planeta Veki” que retrata a vida da Zebra que deu nome ao projecto de Educação para o Desenvolvimento levado a cabo pela Helpo. A história de uma Zebra que tem a hipótese de fazer uma viagem que a leva a descobrir novas cores para além do preto e branco da manada.

Veki#1 Técnica Mista 21X21cm 100€

Joost A fotografia faz parte de uma série intitulada “Mundo Mudo”, exposta várias vezes nos dois últimos anos. Mundo mudo é um conjunto de 16 fotografias que mostram a dignidade que as pessoas mantêm, mesmo nas situações mais adversas. A fotografia Spidermen foi feita no bairro da Cova da Moura (Alto da Cova da Moura) no dia de carnaval de 2006 e mostra 3 miúdos disfarçados de homem aranha, cheios de orgulho e pose para a fotografia. Spidermen Fotografia 20X30cm 100€

Tiago Swart “Num dia de chuva enquanto uns procuram um abrigo outros usam-se da inocência para serem livres” Fotografia (b&w) 20X30cm 100€


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Verónica Conte

Este trabalho surgiu a partir de um convite da Helpo para apresentação da Organização em 2006. Decidi na altura desenvolver um trabalho de pesquisa, quase documental, feito a partir de fotos do arquivo da Helpo. As fotos são de crianças apadrinhadas. Algumas delas são mesmo a primeira imagem alguma vez captada dessas crianças. Algumas delas são a única imagem registada dessas crianças.

S/ título Impressão digital em papel fotográfico, K-line 10mm. 36 fotografias (15x15cm) 350€

Raquel Gralheiro

O trabalho é um coração e foi realizado aquando de uma exposição individual, minha, no Museu de Arte Moderna da Bahia, cujo título era: “Corações aos pulos”

“Beaten” Acrílico sobre tela 70 x 70cm 800€

Tatiana Amaral

Inventar novos espaços onde a tolerância seja real, reinventar o mundo de forma funcional em que se reunam as condicionantes que potenciam um existir digno a todas as crianças.

S/ título1 Técnica mista 42X59cm 250€


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Sofia Chichorro

Um olhar do tamanho do mundo, que sonha e nele viaja, enquanto o corpo deixado se refugia, aninhado em si mesmo. Pés que repousam... pés enormes, desmesurados por força de se ver obrigado a tê-los sempre bem acentes na terra, pelo peso da tamanha realidade que insiste em querer arrancá-lo da sua condição de criança...

s/ título Esferográfica sobre papel 23X32cm 150€

Tiago Cardoso Padrinho, protector, pai, o cuidado de quem está longe, de quem se estica para poder estar perto. O ser o estar, o presente aqui contigo, a responsabilidade mão na mão. S/ título Escultura em ferro soldado 200X180cm 1500€

Rui Celestino da Silva Tendo como principal objectivo de desenvolvimento a educação, esta pintura relaciona-se com o sonho de muitas das crianças provenientes dos PALOP, ter a hipótese de vir estudar para Portugal.. Esta obra reflete com linguagem realista um dos ícones nacionais do saber, a “cabra” torre sineira da faculdade de coimbra que chamava os alunos para as aulas , função que lhe conferiu esta alcunha. Assim sendo num compromisso de ajuda intercontinental surge um simbolo português com vista a ser partilhado na expansão do conhecimento. “A Cabra” Acrílico sobre tela 40X70cm 900€


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i MAIS

solicitação dos NIFs. C aros Padrinhos, chegou o fim do ano e, como tal, a Helpo vai proceder à emissão e envio dos recibos referentes aos

donativos efectuados durante o ano de 2008. Para tal, solicitamos a todos os nossos Padrinhos que nos facultem o seu Número de

Identificação Fiscal (NIF). Poderão fazê-lo através do e-mail (helenacorreia@helpo. pt ou info@helpo.pt), telefone (21 4844075) ou correio

(Associação Helpo, Rua Manuel Joaquim Gama Machado, nº 4, 2750 – 422, Cascais) para que o mesmo seja incluído no recibo.

brindes de casamento e baptizado para 2009 A Helpo agradece a todos os padrinhos e colaboradores que divulgaram e adquiriram os nossos brindes de baptizado e de casamento. A iniciativa foi um sucesso e queremos que o continue a ser durante o ano de 2009. Por isso, a Helpo continua a

disponibilizar estes pequenos gestos, cujo significado é tão importante não só para quem os oferece, como também para quem os recebe. Assim, poderá continuar a apoiar os projectos da Helpo e tornar o seu dia tão especial, num dia ainda mais feliz para as crianças e famílias que a Hel-

po apoia. Se desejar saber mais informações, ou até mesmo encomendar os nossos brindes contacte-nos por e-mail (info@helpo.pt) telefone (214844075) ou fax (214843154), ou visite o nosso site www.helpo.pt. Participe e divulgue!

voluntariado internacional A Helpo irá iniciar novamente o recrutamento para o Programa de Voluntariado Internacional. O Programa de Voluntariado consiste no envio para o terreno de 2 voluntários, por um período mínimo de 6 meses e máximo de 12. A partida é antecedida por um período

de formação com a duração de 4 meses na sede da Helpo, em Cascais. Pretende-se que os voluntários possam demonstrar as suas capacidades e potencialidades, e que adquiram um conhecimento sólido sobre cada uma das áreas em que a Helpo trabalha, podendo contribuir, durante este período,

para o próprio crescimento da Organização. Deste modo, se estiver interessado e tiver disponibilidade para participar no programa, envie-nos o seu C.V. durante os meses de Janeiro e Fevereiro, junto com uma carta de motivação expondo os motivos que o levaram a concorrer ao programa em

questão e as expectativas que têm em relação ao mesmo. Podem enviar a candidatura para o e-mail info@helpo. pt ou por carta (Associação Helpo, Rua Manuel Joaquim Gama Machado, nº 4, 2750 – 422, Cascais). Se desejar mais informações, consulte o nosso site em www.helpo.pt, ou entre em contacto connosco.


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FICHA TÉCNICA

Entidade Proprietária e Editor

Correspondente em África

Associação Helpo

Hugo Neto

Morada e Redacção: Rua Manuel Joaquim Gama Machado, nº 4 2750 - 422 Cascais

Design

Director Responsável

Ilustração

Carlos José Bernardo Almeida

Luís Nascimento

Directora Editorial

Joana Clemente Nº de registo no ICS: 124771 Tiragem: 3500 exemplares

Codex - Design e Relações Públicas

Informações: Associação Helpo

Tel.: 214844075 Fax: 214843154 info@helpo.pt www.helpo.pt

Periodicidade:

Trimestral NIF: 507136845 Depósito Legal: 232622/05 Impressão

Linha Criativa

Rua João Chagas, nº 59 piso 1 esq.1495-073 Algés Redacção Portuguesa

Sofia Nobre (secretária de redacção) Joana Clemente Helena Correia Margarida Assunção Raquel Pombo Colaboradores neste número

Frederica Rodrigues Helena Correia Joana Clemente Lourdes Fernandes Margarida Assunção Mª Ribeiro da Fonseca Raquel Pombo Sara Ferreira Sofia Nobre

A responsabilidade dos artigos é dos seus autores. A redacção responsabiliza-se pelos artigos sem assinatura. Para a reprodução dos artigos da revista mundo h, integral ou parte, contactar a redacção através de: info@helpo.pt.


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