Informativo do NACAB - 09 de março de 2015 - Ano 3, Edição: 4
Pesquisadores defendem linhas de financiamento para energia solar fotovoltaica. Por Andreia Verdélio, da Agência Brasil.
“O mundo tornou-se perigoso, porque os homens aprenderam a dominar a natureza antes de dominarem a si mesmos.”
Foto: Portal ECODEBATE
Pesquisadores brasileiros em energia solar defendem a criação, pelo governo, de linhas de crédito especial para a aquisição de equipamentos e a instalação de energia solar fotovoltaica (que transforma energia solar em energia elétrica) em residências. O tema foi discutido durante a 1ª Escola Internacional de Energia Solar, que ocorreu na última semana na Universidade de Brasília (UnB). Para o professor da UnB Rafael Shayani, um dos organizadores do evento, esse modelo de microgeração distribuída, com a instalação de painéis nas casas, é bem promissor, pois não ocupa grandes áreas como as usinas solares, e o excedente de energia é enviado à rede pública, em um sistema de compensação. “Poucas pessoas sabem disso, é como se o relógio rodasse para trás. Com essa
Albert Schweitzer
expectativa de que a energia elétrica vai subir 40%, a solar não vai ficar mais tão cara, se houver subsídio do governo”, disse. Shayani explica que isso não vai ocorrer da mesma forma em todo o país. Segundo ele, em Minas Gerais, por exemplo, há mais procura porque é um estado com incidência solar favorável e onde o preço da concessionária de energia é mais alto, então o retorno do investimento será mais rápido.ção 2329/2013, que concedeu à EPE. Segundo o professor da Universidade Federal de Santa Catarina Ricardo Rüther, investir em geração de energia não é papel do consumidor final, mas é ele quem acaba pagando a conta, então precisa de condições de financiamento. “É um assunto que não está bem equacionado no Brasil. O financiamento é o gargalo. Comparando com a indústria automobilística, se o consumidor é bom pagador, hoje ele sai da concessionária com carro financiado até com juro zero. Como consumidor de energia elétrica, todo mundo é bom pagador, então por que não posso entrar em uma loja e sair com um contrato, para inclusive gerar recursos para pagar um telhado solar?”
Vila Solar, Freiburg, Alemanha, produz quatro vezes a quantidade de energia que consome. Foto: reprodução.
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anos”, disse Rafael Shayani. Rüther explica que o investimento em Para Rüther, apesar dos incentivos do um sistema de energia solar fotovoltaica é governo e dos projetos estratégicos da Aneel, maior que no de aquecimento solar, usado essa é uma área muito carente de mão de geralmente em chuveiros, e pode variar de obra. “Precisamos dessa massa crítica. R$ 12 mil a R$ 15 mil, de acordo com a média Essas novas gerações incluem os tomadores de consumo das famílias. O retorno de decisões do futuro, que vão, então, fazer financeiro desse sistema vai variar de cinco a isso de forma mais acertada.” dez anos, com o uso de um equipamento que Fernando Martins explica que os impactos vai durar 25 anos em média. ambientais da geração fotovoltaica são bem De acordo com o professor da menores do que de qualquer fonte de Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) energia, e a integração urbana em telhados é Fernando Martins, o Brasil já tem uma ótima saída e não necessita de regulamentação para o uso dessa energia, infraestrutura de transmissão. “Mesmo uma então as pessoas só dependem de mais grande usina fotovoltaica não traz mais danos incentivo e informação. “O benefício é a longo que uma hidrelétrica, conseguimos a mesma prazo, com o tempo as famílias vão energia com área muito menor e podemos economizar e ajudar o país a enfrentar uma também usá-la para outros fins, por exemplo, crise hídrica, consumindo a energia da se a área tiver também um potencial eólico. própria residência, enquanto os reservatórios Uma forma não prejudica a outra, existem possam ser enchidos”, disse. tecnologias de aproveitamento.” Dados da Agência Nacional de “O importante é deixar claro que o Brasil tem Energia Elétrica (Aneel) indicam que existem recursos renováveis suficientes para atender hoje no Brasil 317 empreendimentos em Foto: Estado de Minas à demanda de energia elétrica do país. operação gerando energia solar fotovoltaica, Precisamos criar alternativas e informar às com potência de 15,1 mil kilowatts (kW), pessoas o potencial que temos”, argumentou 0,01% da energia utilizada no país. As usinas Martins. hidrelétricas produzem 62,55% da energia consumida.
Canteiro de obras da usina de Belo Monte. Impacto sócio ambiental incalculável. Foto: reprodução.
Essa foi a primeira de três escolas internacionais, um projeto que envolve várias instituições para a disseminação do conhecimento das tecnologias de energias renováveis. “Tivemos um público de 300 pessoas, a maioria estudantes. A ideia da escola é fomentar a capacitação de recursos humanos. A escola está desmistificando o uso da energia solar. O Brasil tem uma visão conservadora, talvez pouco inovadora, que ninguém vai saber usar, mas existem dezenas de países que já a utilizam há 25
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ORGANIZAÇÕES SOCIAIS DE VIÇOSA E REGIÃO ORGANIZAM SEMANA PARA DEBATER QUESTÃO DA ÁGUA Por Jean Carlos M.
Está faltando água! Essa tem sido a frase mais ouvida e falada pelos quatro cantos do país na atualidade. Ela é o resultado de uma crise hídrica que se torna mais evidente e que por sua vez é o resultado de uso irresponsável dos bens naturais por parte de segmentos da nossa sociedade. Esse tem sido o debate feito por grupos de reflexão e pastorais da Igreja Católica, pela Campanha pelas Águas e Contra o Mineroduto da Ferrous, por movimentos sociais do campo e da cidade e por ONGs ambientais, grupos que decidiram se unir para construir uma Semana em Defesa das Águas na microrregião de Viçosa entre os dias 14 a 22 de março. Ao todo são 9 organizações que
constroem a iniciativa, sendo elas: grupos de reflexão das paróquias Fátima, Santa Rita, São João Batista e São Silvestre em Viçosa, Paróquia São José em Paula Cândido e Paróquia São Sebastião em Coimbra e Ervália, os movimentos Campanha pelas Águas e contra o Mineroduto da Ferrous, Levante Popular da Juventude de Viçosa, Comissão Brasileira de Justiça e Paz, Movimento dos Atingidos por Barragens e a ONG NACAB – Núcleo de Assessoria às Comunidades Atingidas por Barragens. A semana conta também com o apoio do Observatório dos Movimentos Sociais, do Projeto de Assessoria às Comunidades Atingidas por Barragens (PACAB) e da Próreitoria de Extensão e Cultura da UFV (PEC). Na programação, além de palestras educativas nas paróquias durante a semana, há também uma Caminhada em Defesa das Águas, planejada para o dia 21, sábado. Além disso, a programação conta também com celebrações no domingo, dia 22, em locais estratégicos como nascentes que secaram, rios e córregos poluídos, esgoto a céu aberto, etc. As organizações construtoras convidam toda a sociedade para participar desse importante momento para debater e propor medidas e ações que nos ajudem a caminhar rumo à sociedade sustentável.
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Presidente: Paulo Henrique Viana Secretário Executivo: Geraldo Magela Pereira Diretor Financeiro: José Roberto Fontes Castro Conselho Fiscal: Maria de Fátima Lopes e Irene Maria Cardoso Coordenadora Geral: Maria José de Souza Coordenador Administrativo: Bruno Costa da Fonseca Assessor Jurídico: Leonardo Pereira Rezende Coordenador Operacional do PRE Aliança: Antônio Maria Fortini Coordenador de Cooperativas: Riverson Moreira dos Santos Secretária Executiva: Taianara Emília Rosa Assessoria de Projetos: Elenice Aparecida Coutinho Comunicação e Marketing: Jean Carlos M. Silva Estagiária de Formação em Cooperativismo: Fernanda Lessa de Souza. Estagiária de parcerias: Danusi Rodrigues VENHA NOS CONHECER Rua Benjamim Araújo - 56, Sala 1004, Centro, Viçosa - MG.
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