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Turismo: Nómadas Digitais

Serão os Nómadas Digitais os novos turistas?

A possibilidade de trabalhar em qualquer parte do mundo está a ganhar mais adeptos e a oferta turística portuguesa começa a despertar para este nicho de mercado que tem a seu favor uma estadia maior do que o turista tradicional e um maior envolvimento com a comunidade local. Os nómadas digitais estão a tornar-se importantes para alguns destinos como um novo tipo de visitante. Os nómadas digitais não representam apenas valor para as comunidades locais pelo consumo de bens e serviços, mas também devem ser considerados importantes pelo peso social que exercem como influenciadores de viagens e estilo de vida.

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Os nómadas digitais representam um novo estilo de vida, caracterizado principalmente pela liberdade e viagens constantes, utilizando a tecnologia como aliado para conciliar o turismo e o trabalho no seu dia-a-dia. Estas pessoas representam ainda um segmento de mercado novo, emergente e com desafios muito específicos para o setor do turismo, acerca do qual não existem ainda muitos estudos a nível internacional. Os nómadas digitais são pessoas com habilitações literárias de nível superior, que já não se identificam com uma vida de trabalho considerada “normal” na sociedade atual. Os nómadas digitais normalmente viajam acompanhados e procuram seguir, mesmo que minimamente, uma rotina para manter a organização do trabalho. Em cada novo destino começam por ter comportamentos bastante aproximados com os de alguns turistas alternativos já conhecidos e parecem trazer alguns impactos positivos na economia local, bem como ao nível da preocupação com a preservação e conservação local. Ansiosos para experimentar o local, os nómadas digitais envolveram-se em mais atividades no destino do que a maioria dos outros tipos de jovens viajantes – sendo os nómadas digitais do sexo feminino os consumidores mais ávidos de experiências.

NomadX, o“Airbnb” para os Nómadas Digitais

A NomadX é uma startup, com sede em Lisboa, que opera um site de arrendamento de apartamentos, quartos e espaços de coliving, destinado a freelancers e empreendedores. Criada pelo casal David e Jennifer Williams, também eles nómadas digitais que viajaram por 50 países, a NomadX posiciona-se como uma alternativa mais barata do que o Airbnb para este tipo de arrendamento. Mais do que permitir encontrar alojamento, a startup diferencia-se pelo sentimento de pertença a uma comunidade, quer seja através do grupo privado no Facebook que dá acesso a dicas e entrevistas exclusivas com empreendedores, quer seja através da realização de eventos locais e do acesso a descontos em serviços de parceiros da NomadX.

Nomadismo Digital: As mudanças provocadas pela pandemia

A pandemia trouxe muitas mudanças às mais variadas áreas da nossa vida. O confinamento obrigou a uma maior utilização das tecnologias para comunicarmos com os nossos, mas também para comunicarmos com o nosso ambiente profissional. Seja no campo pessoal, seja no profissional, as mudanças estão aí e há que fazer adaptações. Entre as várias mudanças, a que ganhou maior destaque foi, de facto, o recurso ao teletrabalho. Aquilo que começou por ser uma necessidade, rapidamente ganhou adeptos, desde os trabalhadores aos próprios gestores. Empresas como o Twitter, Google, Uber ou Airbnb decidiram que o teletrabalho fará parte de uma realidade mais permanente e não apenas neste período de pandemia. Com o aumento do número de pessoas em teletrabalho surgem os denominados nómadas digitais e novas oportunidades para a oferta turística que pode adaptar-se para acolher estes novos turistas. Pois, na verdade, o que interessa é que o funcionário esteja a trabalhar, não interessa a partir de onde, se de sua casa ou do outro lado do mundo. Apesar de não ser uma tendência nova, ser um nómada digital tornou-se numa ambição entre os trabalhadores tradicionais: viajar pelo mundo, enquanto se trabalha remotamente. Vários destinos internacionais, como a Estónia ou o Dubai, estão atentos a este nicho crescente e lançaram condições especiais para atrair os nómadas digitais.

No caso do Dubai, o emirato lançou um programa exclusivo que permite aos profissionais internacionais, e às suas famílias, morarem no destino enquanto continuam a trabalhar para a sua empresa no seu país de origem. Válido por um ano, o programa tem um custo de 287 dólares mais seguro médico com cobertura válida nos Emirados Árabes Unidos e inclui acesso a todos os serviços necessários, como telecomunicações, serviços públicos e opções de ensino. Para se candidatar a este programa é necessário ter um passaporte com uma validade mínima de seis meses, apresentar prova de emprego da atual entidade empregadora com a durabilidade de um ano e um vencimento mínimo de 5 mil dólares mensais, além dos três últimos extractos bancários. Já a Estónia lançou, em agosto, um novo visto projetado para a nova geração de profissionais, conhecidos como nómadas digitais. Este visto permite que as pessoas que trabalham remotamente para empresas no exterior possam ficar na Estónia até um ano de cada vez.

Are Digital Nomads the new tourists?

The possibility of working in any part of the world is gaining more fans, and the portuguese tourist offer is beginning to awaken to this market niche that has in its favor a longer stay than the traditional tourist and greater involvement with the local community. Digital nomads are becoming important to some destinations as a new type of visitor. Not only do digital nomads represent value for local communities through the consumption of goods and services, but they should also be considered important for the social currency they wield as travel and lifestyle influencers.

The digital nomads represent a new way of life, characterized mainly by freedom and constant travel, using technology as an ally to combine tourism and work in their daily lives. These people also represent a new market segment, with very specific challenges for the tourism sector, about which there is a gap in scientific literature. Digital nomads are people with higher education qualifications, who no longer identify himself with a life considered as “normal” nowadays. Digital nomads usually travel with companion and seek to follow, even minimally, a routine to keep the organization of work. In each new destination they begin to have very close behaviors to some known alternative tourists and seem to bring some positive impacts on the local economy, as well as the level of concern for local preservation and conservation. Eager to experience the locale, digital nomads engaged in more in-destination activities than most other types of young travelers – female digital nomads being even more avid experience consumers.

NomadX, the “Airbnb” for digital nomads

NomadX is a startup based in Lisbon, which operates a website for renting apartments, rooms, and coliving spaces, aimed at freelancers and entrepreneurs. Created by the couple David and Jennifer Williams, also digital nomads who traveled to 50 countries, NomadX positions itself as a cheaper alternative than Airbnb for this type of rental. More than just finding accommodation, the startup differentiates itself by the feeling of belonging to a community, whether through the private group on Facebook that gives access to tips and exclusive interviews with entrepreneurs or through the realization of local events and access discounts on NomadX partner services

Digital Nomadism: The changes brought bythe pandemic

The pandemic has brought many changes to the most varied areas of our life. Confinement forced a greater use of technologies to communicate with ours, but also to communicate with our professional environment. Whether in the personal or professional fields, the changes are there, and adaptations must be made. Among the various changes, the one that gained the most prominence was, in fact, the use of teleworking. What started as a necessity quickly gained adherents, from workers to managers themselves. Companies like Twitter, Google, Uber, or Airbnb have decided that teleworking will be part of a more permanent reality and not just in this pandemic period. With the increase in the number of people teleworking, so-called digital nomads and new opportunities for tourism offer that can adapt to welcome these new tourists. In fact, what matters is that the employee is working it, doesn’t matter where, whether from your home or the other side of the world. Although not a new trend, being a digital nomad has become an ambition among traditional workers: to travel the world while working remotely. Several international destinations, such as Estonia or Dubai, are aware of this growing niche and have launched special conditions to attract digital nomads.

In the case of Dubai, the emirate launched an exclusive program that allows international professionals, and their families, to live in the destination while continuing to work for their company in their country of origin. Valid for one year, the program costs $ 287 plus medical insurance with valid coverage in the United Arab Emirates and includes access to all necessary services, such as telecommunications, public services, and teaching options. To apply for this program, it is necessary to have a passport with a minimum validity of six months, to present proof of employment of the current employer with a durability of one year and a minimum salary of $ 5,000 monthly, in addition to the last three bank statements. Estonia, in August, launched a new visa designed for the new generation of professionals, known as digital nomads. This visa allows people who work remotely for companies abroad to stay in Estonia for up to one year.

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