Avenida Brasil Distribuição Gratuita
Foliões fazem aquecimento para o Carnaval de BH O Carnaval entrou de vez para o calendário de Belo Horizonte. A roda de samba do bar Brasil 41, próximo à Praça Floriano Peixoto, no Santa Efigênia, atrai, a cada noite de sexta-feira, mais
e mais pessoas. Um prenúncio da folia que vem por aí. Por ali, também há concentração dos integrantes do bloco Cuequinha do Papai. Os ensaios estão pipocando por todos os lados. Nós
acompanhamos alguns deles, como o Todo Mundo Cabe no Mundo e o Tapa da Mina. A animação promete. Páginas 4 e 5, 11 e 16
Oscar 2019
Gente & História / página 12
Vida & Saúde / página 12
FOTO YELLOW / DIVULGAÇÃO
Artes Visuais
CAROL QUINTANILHA / DIVULGAÇÃO
História dos bastidores que precedem a fundação do Colégio Arnaldo
Clóvis Viana ensina a preparar o Bacalhau do PateoZerOito
Cultura & Lazer / página 14
Cultura & Lazer / página 13
Memória
Especial do Chef
‘Roma’ e ‘A Favorita’ lideram disputa por Melhor Filme
Em cartaz no CCBB BH, a mostra do artista e ativista chinês Ai Weiwei
Belo Horizonte-MG
ACERVO MEMÓRIA E HISTÓRIA DO COLÉGIO ARNALDO
Jornal Informativo Mensal
Amor pelos animais
Ele cuida de 75 cães e 38 gatos
Avenida Brasil / página 8
Mobilidade Urbana
Yellow opera em BH com aluguel de bike e patinete com motor Boas Notícias / página 10
FOTO ROBERTA MOREIRA
Fevereiro DE 2019
FOTO ROBERTA MOREIRA
Ano 01 - Edição 01
Opinião
Informativo Mensal AVENIDA BRASIL / Fevereiro de 2019
Editorial
Vamos em frente
D
iante da incúria da Vale, que no dia 25 de janeiro levou ao acontecimento funesto e catastrófico de Brumadinho, com o rompimento da barragem da Mina do Feijão matando centenas de pessoas (a conta ainda não fechou), ainda haverá muito o que dizer e protestar por décadas. A perda de vidas humanas pouco parece sensibilizar, mesmo tendo sido ruidosamente experimentada, ainda que em menor escala, em Mariana em 2015, com a barragem do Fundão. Tudo certo para o capital, desde que se produza mais e retire o lucro sem se importar com o ecossistema. Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) já profetizava em versos de “Lira Itabirana”: “O Rio? É doce/A Vale? amarga”. Em julho passado, o compositor, ensaísta e professor de Literatura Brasileira da Universidade de São Paulo (USP), José Miguel Wisnik, lançou em Belo Horizonte, “Maquinação do Mundo – Drummond e a Mineração” (Companhia das Letras). A obra resulta da visita que ele fez a Itabira, terra natal de Drummond, para experimentar o impacto profundo da mineração na poesia do mineiro. O autor saiu de lá perplexo. O pico do Cauê, em Itabira, desapareceu com a extração do minério. É fato. Era uma paisagem que podia ser vista da janela da casa onde o poeta nasceu. Consta que a última viagem de Drummond a Itabira foi em 1948, quando sua mãe estava com a saúde debilitada. Ele viu a degradação da janela do avião. Mas agora, vamos em frente. Resta-nos seguir com a vida e torcer para que as famílias das vítimas possam
contar com a Justiça além do direito sagrado de enterrar seus entes queridos com dignidade. Nesta edição do jornal Avenida Brasil, temos a oferecer ao menos algumas notícias alvissareiras. Mais bike na rua, é o que a startup Yellow traz para a cidade, assim como patinete com motor elétrico para alugar e sair por aí. Viva a mobilidade! Tem também um acordo entre BHTrans e taxistas, que dá um desconto de 20% no preço da corrida, já está em curso e vai até 12 de março. Assim o folião vai poder gastar um pouco menos para acompanhar os blocos durante o Carnaval. Estas informações estão na coluna Boas Notícias. E por falar em Carnaval, estamos dando a programação de três dos blocos que desfilam pela região de Santa Efigênia e contando a história de como cada um deles surgiu. E o professor Wilher Guimarães, responsável pelo Acervo Memória e História do Colégio Arnaldo, nos presenteou com revelações interessantíssimas dos bastidores da construção do Colégio Arnaldo no início do século passado. Poucos sabem, mas no terreno que o imóvel ocupa hoje, chegou-se a cogitar a construção das Secretarias de Governo. A ideia não vingou e, logo, o senador Bernardo Monteiro sonhava em ter ali, um Palácio de Exposição Permanente que reunisse obras reveladoras da riqueza e opulência de Minas. Dois padres hábeis em diplomacia conseguiram convencê-lo a deixar a Congregação do Verbo Divino erguer, naquele endereço, o colégio. Tudo isso e muito mais. Esperamos que você faça uma boa leitura.
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Equipe OPHÍCIO DE PAPEL
Impressão Gráfica Sempre Editora
Edição e Revisão Roberta Moreira - Jornalista Responsável 4425/MG
Contato Diagramação / Comercial: (31) 99709-2969 (whatsapp) Escritório: (31) 3281-5051
Diagramação Ricardo Moreira Comercial Rodrigo Moreira Tiragem 10.000 exemplares (Distribuição Gratuita)
Email: ophiciodepapel@hotmail.com www.ophiciodepapel.com.br * Carta ao Leitor e Refletindo, são opiniões livres e gratuítas de colaboradores
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Carta do Leitor* ACRÓSTICO Parabéns pelo jornal, que fala das coisas do bairro e também de BH . Mando para ti o acróstico da Avenida Brasil.
Meu Veículo Patrimonial do Bem A V E N I D A
mpla consciência de Trabalho eloz independência nas letras do baralho ncantadora trama, inúmeras empresas atal iluminado nas simples mesas deais de liberdade explícitos nas praças ivina igreja, paz sincera enraizada tendimentos hospitalares táticos - diversas raças
B R A S I L
elo e eterno horizonte - lindas e ecléticas mulheres odeada de barzinhos legais - segurança rápida travessa lindos bairros tradicionais orte em suas lotéricas e bancos estatais nspira minhas novelas diariamente - estou perto do Palácio Imperial iteralmente arborizada - marketing gostoso, caminho natural.
Abraços a todos do jornal. Próspero ano novo. Neo Gêmini Músico, baixista, compositor da banda de Rock Pau com Arame, poeta e escritor com três obras publicadas. (Por e-mail) ACESSIBILIDADE Gostaria de parabenizar a equipe do Jornal Avenida Brasil pela iniciativa de brindar os moradores e trabalhadores desta região com este veículo de informação. Trabalho na Avenida Brasil há 24 anos e sou deficiente físico. A minha sugestão de pauta para uma futura edição deste jornal é a acessibilidade e as dificuldades que as pessoas com necessidades especiais enfrentam na Avenida Brasil e entorno, com ênfase em calçadas, que muitas vezes obrigam o cadeirante a andar pelo meio da rua, além dos estabelecimentos comerciais sem acessibilidade. Aproveito ainda para desejar muito sucesso à equipe do jornal. Cleverson Moreira (Por e-mail) LEITURA DE DOMINGO Em pouco tempo, nesta manhã de domingo, li todo o jornal da primeira edição de dez/18. Foi muito boa a leitura, pois conheço os lugares e alguns personagens como o sr. Geraldo e o Cláudio, Rei da Omelete. Faltou vocês entrevistarem o Zé Augusto, que era dono do Samambaia. Grande abraço e parabéns a vocês. Dirceu Moreira (Por e-mail) COLUNA ESTANTE Fico inspirado ao encontrar gente que pensa como eu, que continua a acreditar nas possibilidades dos
meios de comunicação e de expressão tradicionais, como os jornais e os livros de papel. O “Avenida Brasil” ficou muito bacana, com um forte conteúdo editorial, já que é resultado do trabalho de profissional de longa experiência em redações. O melhor desta história, contudo, foi encontrar a indicação de “Diário de Um Fantasma – Parte II” logo abaixo de Fernando Pessoa (Coluna Estante). Obrigado gente! Que 2019 seja glorioso para todos nós! Fernando Righi
Jornalista e escritor (No Facebook)
DONA ALBERTINA Foi com muito prazer e emoção que recebi o jornal Avenida Brasil, através de um cunhado, morador da Serra. Meu nome é Júlio Cesar Pereira de Andrade e morei na Rua Ceará, entre Otoni e Brasil, de 1944 até 1964, quando me casei e passei a morar em outro local, mas tendo sempre contato com o ambiente, pois minha mãe e familiares ainda continuavam a morar na Ceará. Fiquei feliz de ver a Dona Albertina como personagem e porque não dizer, a última remanescente daquela rua e que ainda muito ativa, é capaz de colaborar com “pautas” interessantes para o Jornal. A saudade e as boas lembranças de tempos de criança e juventude, não devem e nem podem ser esquecidas. Me fez voltar ao passado, que foi de muita alegria, amizade e companheirismo.
Júlio César Pereira de Andrade (Por e-mail)
Mande sua sugestão de pauta para o email: ophiciodepapel@hotmail.com
Brasil - Mundo
AVENIDA BRASIL / Edição 01
3 Brumadinho
V
inte uma máquinas pesadas e 380 homens atuavam no 13º dia de buscas após o rompimento da barragem de rejeitos da Mina do Feijão, pertencente à mineradora Vale em Brumadinho. O número de mortos, até então, somava 150 na tarde de quarta-feira, 06 de fevereiro, conforme balanço divulgado pela Defesa Civil de Minas Gerais. Desse total, 134 vítimas haviam sido identificadas e 182 pessoas continuavam desaparecidas até aquele momento. É claro que os números dessa tragédia, infelizmente, ainda vão aumentar quando esta edição parar nas mãos do leitor. A tragédia, daquela sexta-feira, 25 de janeiro, deixou, ao todo, 103 desabrigados. A Polícia Militar de Minas Gerais informou que, desde o rompimento da barragem, seis prisões foram efetuadas na região, sendo duas por utilização indevida de drone. Em um desses casos, a corporação destacou que o uso desse tipo
de equipamento colocou em risco aeronaves utilizadas nos trabalhos de busca e resgate. Ainda de acordo com a polícia, duas pessoas foram presas por tentativa de saque e duas por tentativa de estelionato. Segundo a Polícia Civil, as equipes do Instituto Médico Legal (IML) seguem recolhendo amostras de DNA e exames odontológicos de vítimas do rompimento da barragem. Até aquele momento, haviam sido feitas 522 coletas. Em entrevista coletiva, o porta-voz do Corpo de Bombeiros, tenente Pedro Aihara, classificou de “boato falacioso” a informação de que a operação no município mineiro estaria perto de ser encerrada. Segundo Aihara, os trabalhos demandam muito tempo, e ainda não há prazo estabelecido para que sejam encerrados. A maior parte dos corpos resgatados no 12º dia, de acordo com o tenente, foi encontrada no estacionamento, na estação de tratamento químico e nos arredores do
Teus olhos em evidência !
Segundo os bombeiros não há prazo estabelecido para o encerramento das operações de resgate
vestiário da Vale. Vem sendo feita uma escavação bastante profunda, por meio de maquinário pesado, para ter acesso às vítimas. O porta-voz do Corpo de Bombeiros destacou que a chuva em Brumadinho dificulta os trabalhos
FOTO BOMBEIROS MG - OFICIAL / DIVULGAÇÃO
Bombeiros prosseguem no trabalho de resgate dos corpos
na região onde a barragem se rompeu. Aihara disse que a precipitação demanda modificações nas áreas de busca por conta da movimentação e da nova acomodação dos rejeitos. As buscas no Rio Paraopeba serão mantidas.
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Informativo Mensal AVENIDA BRASIL / Fevereiro de 2019
Eu quero é botar meu bloco na rua...
O
darerê, Afro Magia Negra, Afrodum, Thirey Afoxé Ilê Odara. Se for rock and roll, temos a Alcova Libertina e o Bloco dos Camisa Preta. Se for jazz, o Magnólia, o Sou Jazz Bloco, o Bloco Fúnebre. Carimbó? Temos o Bloco da Fofoca. Se a ideia é pular Carnaval com seu cachorro, temos o Blocão. Para se divertir com o universo brega, temos o Beiço do Wando e o US Beethoven. Alô Abacaxi e Garotas Solteiras são conhecidos pela defesa da causa LGBT. Já o Sagrada Profana e o bloco Bruta Flor, reforçam o empoderamento feminino. Para quem curte a magia do Cosplay, existe o Unidos da Estrela da Morte. É forrozeiro? Temos o Pisa na Fulô, Baião de Rua, Forrozeiros de Rua. Re-
ligioso? Corre para o Unidos de Guadalupe ou o Bloco Se Joga. Para os ‘hare krishna’, Pena de Pavão de Krishna. Para a criançada a agenda é extensa: tem o Padecendo no Paraíso, o Circo Marimbondo Show, o Fera Neném, o Bloco dos Super Heróis, o Bloco da Bolinha Preta, o Bloquim Dubem. E tem muito mais… Nós aqui, do Avenida Brasil, vamos falar de alguns blocos que circulam na região: o Todo Mundo Cabe no Mundo, o Tapa da Mina e o Parafolia. Além disso, abrimos o espaço da coluna “Refletindo” para o nosso convidado, o psicanalista e folião Marcos Medeiros, que fala de seu carinho pelo bloco Cuequinha do Papai, que concentra no Brasil 41.
FOTOS DIVULGAÇÃO
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BELOT
UR / D
IVULG
AÇÃO
Carnaval de Belo Horizonte bate seu próprio recorde de público e número de blocos todos os anos. Este ano não vai ser diferente e deverá confirmar as expectativas da Belotur de ser o maior de sua história. Em 2018 foram cerca de quatro milhões de foliões curtindo os 420 desfiles de blocos de rua. A prefeitura tem expectativa de crescimento de público em torno de 20% e o evento deste ano já conta com 590 blocos cadastrados, que farão cerca de 700 desfiles. A projeção da PBH é de um aumento de 40% de blocos nas ruas durante a festa. Com tanto bloco na rua, uma coisa é certa: tem programação para todo tipo de folião. Se o assunto é blocos afros, temos o Afoxé Ban-
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Todo Mundo Cabe no Mundo
Tapa da Mina
Parafolia
Um bloco inclusivo, uma bateria democrática. O Todo Mundo Cabe no Mundo recebe todos de braços abertos desde 2016 e segue para o seu quarto ano de desfile. No ano passado, calculam os organizadores, reuniu mais de três mil foliões. Criado pelo artista plástico e escritor Marcelo Xavier em 2016, o bloco acolhe pessoas com deficiências de todos os tipos. Há uma grande adesão de adolescentes com Síndrome de Down. A ideia é que todos têm direito de ser feliz. Cadeirante há cerca de 20 anos, desde que descobriu ser portador de Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), o artista defende a democracia da sua bateria. Ou seja, quem chegar é bem-vindo. “Nossa ideia de Carnaval sempre foi a de afirmação da festa como manifestação folclórica – a maior do país – ou seja, popular, democrática, gratuita e aberta ao livre espaço da rua em que todos os cidadãos se sintam convidados a participar. Por sorte, a cidade optou pelo Carnaval com estas características. Parece-nos viver a realização de um sonho”, afirma Marcelo Xavier. E vai além: “Festa popular sem a inclusão absoluta de todos, que condene parte da população, seja ela qual for, a meros espectadores é um contrassenso. O preconceito é o grande inimigo do ideal de inclusão social”, conclui o artista.
O Bloco Tapa de Mina nasceu na periferia do Bairro Santa Efigênia, através das experiências vividas por suas idealizadoras descendentes do Quilombo Manzo Ngunzo Kaiango, as percussionistas Laiza Lamara e Vicki Ori. A sua história de fundação é entrelaçada com o percurso de duas mulheres negras e periféricas na busca por um espaço no cenário musical de Belo Horizonte. No ano de 2016, sob influência de suas raízes fixadas na cultura Afro Brasileira, as percussionistas Laiza Lamara e Vicki Ori, se unem a um grupo de amigas com as quais estudaram percussão no Projeto Social Valores, a fim de formar uma banda composta somente por mulheres, em resposta a dificuldade de abertura do cenário musical para jovens de periferia. Assim nasceu a Banda Tapa de Mina, nome que faz alusão aos movimentos feitos por uma mulher “mina”, realizados sobre o instrumento de percussão Timbau. Seus ensaios, acolhidos pelo Quilombo Manzo Ngunzo Kaiango, logo passaram a tomar outros formatos dando origem a proposta da criação de um bloco de Carnaval, a fim de expandir todo aprendizado e trabalho realizado dentro do quilombo para além de seus limites.
O bloco Parafolia surgiu em 2017, com os frequentadores do Restaurante Paracone em parceria com o proprietário do estabelecimento, Lindoval Conegundes. Sua estreia teve como tema a Avenida Brasil. O sambista Marcos Valente foi quem compôs e gravou o samba enredo. Antes de fundar o bloco, Lindoval, que inaugurou o Paracone há mais de 18 anos na Avenida Brasil, conta que costumava viajar todo Carnaval, já que Belo Horizonte ainda não tinha despertado para a verdadeira folia. “Até 2011 eu saia da cidade e o restaurante abria, mesmo com pouco movimento. Eu viajava tranquilo, despreocupado. No Carnaval de 2012, o gerente me ligou desesperado. Disse que estava passando aperto, pois o restaurante lotou e o Carnaval estava bombando. Em 2013 eu não viajei mais. Em 2014 montamos uma barraca do lado de fora e em 2015 começamos a pensar no bloco. Em 2016, já com know how, montamos uma estrutura melhor. Em 2017 fundamos o bloco Parafolia”, descreve Lindoval. Depois de homenagear a Avenida Brasil em 2017, o Parafolia se inspirou na gastronomia mineira para criar o samba enredo de 2018. Este ano, o tema é livre e deve superar os mais de mil foliões, número estimado pelos organizadores.
O Todo Mundo Cabe no Mundo sai em 3 de março, domingo. A concentração será na Rua Piauí, 647, esquina com Rua Padre Rolim, às 9h. Às 11h segue para as ruas Aimorés, Maranhão, Av. Carandaí e volta para o ponto de partida.
O bloco Tapa de Mina desfila no sábado, dia 23 deste mês. Sua concentração será ao meio-dia, na Rua Maria Carmem Valdares, altura do número 391, no Bairro Santa Efigênia.
O bloco Parafolia desfila dia 3 de março, domingo. A concentração será na Rua Padre Rolim com Avenida Brasil, às 14h, desfile às 15h e dispersão às 17h, na Praça João Pessoa.
Marcelo Xavier no ensaio do Todo Mundo Cabe no Mundo: pioneiro da inclusão na folia
Marcelo Xavier, o ‘Joãozinho Trinta’ do Partido Alto Roberta Moreira Editora Nascido na cidade mineira de mundo. Tinha muito menino de Ipanema, a 360 quilômetros da rua”, lembra Marcelo. O galpão capital, o fudador do Todo Mundo reuniu a garotada para ajudar nos Cabe no Mundo e artista plástico figurinos e montagens. Ali a turma Marcelo Xavier tem uma ligação se reunia para uma macarronada muito forte com o Carnaval de BH no fim de tarde e os meninos dordesde os anos 80, quando ele e o miam lá mesmo. Era uma época desenhista Mário Vale, dividiam em que pouco se falava em recium ateliê. “Naquela época, recebe- clagem; inclusão social então, nem mos convite por três anos segui- se falava. dos para sermos os carnavalescos Mas o batuque só esquentava do Partido Alto. Éramos uma es- mesmo na periferia. Os bairros São pécie de Joãozinho Trinta”, brinca. Paulo, Guarani e Ipiranga eram reMarcelo lembra dutos do samba, ceque os recursos fileiros de talentos. Um nanceiros da escola deles, “Serginho do eram escassos. Para Naquela época, Cavaco”, hoje “Sergicriar fantasias precitodo mundo já nho BH”, puxador de sou usar muito macabia no mundo. samba. terial reciclado. Para Tinha muito menino Pena que o Carnaa ala das baianas, ele val de BH não dava de rua e Mário Vale recorsinais de que ia desreram a forminhas lanchar. Apesar da de papel. “Usamos criatividade, parecia muita bolinha de isopor, vidros não encontrar a sua própria idenquebrados de carros, que serviam tidade. E o que se via era cada vez como nossos diamantes”, lembra menos escolas invadirem a Afonso o artista. Pena e, ao contrário do que aconO Partido Alto era completo, ti- tece hoje, a rodoviária lotava e nha, além da ala das baianas, mes- muita gente tomava rumo de mala tre-sala, porta-bandeira, diretor de e cuia para o interior e o litoral. O bateria, comissão de frente, enfim, movimento nas estradas era contudo que precisava para ir para a trário à capital. avenida. A quadra para os ensaios Décadas depois, o fundador e o galpão improvisado funciona- do Todo Mundo Cabe no Mundo vam em um colégio abandonado sente orgulho da cidade ter enconque eles haviam alugado no bairro trado sua veia carnavalesca. “Não Ipiranga. trocaria o Carnaval de rua hoje, O Partido Alto, aquela altura, já em BH, pelo Carnaval-espetáculo era precursor de duas vertentes: a do Rio. Ele veio movido a rebelreciclagem e a inclusão. “Naque- dia. Não é coisa de governo. Quem la época, todo mundo já cabia no ama BH como nós, sabe”.
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SSOAL IVO PE ARQU FOTOS
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Minas - BH
AVENIDA BRASIL / Edição 01
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Refletindo*
Marcos Medeiros
Colaborador Psicanalista e Folião
Eu sou ‘Cuequinha do Papai’ Cuequinha do Papai foi um grande rio que passou na minha vida, e dos meus companheiros de bloco. Há quem diga que surgiu numa batucada na mesa (literalmente na mesa) de um bar, o Panorama, que ficava próximo à Praça ABC. Era o ano de 2001. Mas isso não posso assegurar, pois minha primeira participação foi no ano seguinte, ao que chamávamos então de “pré-carnavalesco”. Começávamos, criança cuequinha, no pré. O que posso assegurar é o grande prazer de brincar o Carnaval e, logo, de resgatar o maravilhoso repertório de sambas, marchinhas, ijexás, cantos. Nos encontramos para cantar. Mas há controvérsias. Muitos asseguram que sua origem é anterior: no Bairro Santa Efigênia, cercania do quartel da Praça Floriano Peixoto, onde viviam famílias de militares. Em certo Carnaval, no início do século XX, as filhas de alguns oficiais
foram severamente punidas por se deixarem levar pelo bloco das “bacantes da Niquelina”, cortejo que seguia essa rua que desemboca no quartel. Indignadas, elas voltaram ao bloco no ano seguinte, e como forma de protesto – resist – levavam em suas cabeças cuecas de seus pais, tal como hoje desfilam os cuecas. Coincidência? Os defensores dessa hipótese têm um argumento sólido, a marchinha do bloco, que trai essa herança: “Na Niquelina, / que coisa fina:/ é o cordão das bacantes a passar. / E os coronéis... / lá na praça aquartelados / vendo suas filhas seminuas a brincar”. Cuequinha antecipava em uma década a tendência verificada nos blocos que proliferaram em torno do direito à cidade: uma forte presença das mulheres, a ocupação, com alegria e música, da rua, do bar. De bar em bar chegamos... no Brasil. Brasil 41, logo ali, colado no quartel.
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Gente & História
Informativo Mensal AVENIDA BRASIL / Fevereiro de 2019
Arnaldo, uma odisseia no tempo
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Instituição centenária guarda histórias pitorescas em torno de personagens políticos e teorias conspiratórias em plena Primeira Guerra Mundial ta. Por ali passavam três linhas de quarteirão 47 de seção 6 pertenbonde”, conta o professor de Histó- cia à Prefeitura de Belo Horizonria e o responsável pelo Acervo Me- te, caberia, naquele ano de 1912, mória e História do Colégio Arnaldo, quando os padres Mathias e PiWilher de Freitas Guimarães. O quet idealizaram a construção do professor recebeu Arnaldo, recorrer ao nossa reportagem então prefeito, Olynpara contar a histótho Meirelles para ria do colégio. que este cedesse o Os dois padres Pouca genterreno. Parecia fácil, te sabe, mas ali, só que não. gostaram daquele onde está o atual O médico cheendereço assinalado prédio do Arnaldo, fe da Santa Casa de haviaum projeto no mapa da Comissão Misericórdia, Hugo para se construir Werneck, advertiu Construtora de Belo as secretarias de os dois padres que Horizonte Estado, seguido quem resolvia o asde outro projesunto não era o preto, encomendado feito, mas o senador pelo então prefeiBernardo Monteiro, to Bernardo Pinto Monteiro, em que é quem havia idealizado o Pa1900. “Tratava-se de um Palácio vilhão Permanente. de Exposição Permanente, onde se reuniriam as riquezas e opulências Poder de convencimento de Minas Gerais para expor ao púProcurado pelos dois sacerdoblico estrangeiro em visita à capites, o prefeito Olyntho Meirelles tal”, destaca o professor Wilher. O projeto do Palácio de Exposi- disse que era simpático à fundação Permanente ficou engavetado ção do Colégio Arnaldo, mas que por mais de uma década e aquela não poderia prometer nada e que altura, seu idealizador, já ocupa- dependeria do senador Bernardo va o cargo de senador. Como o Monteiro, pois ele era o patrono
“
da ideia do Pavilhão Permanente, que sonhara em erguer naquele endereço, o que confirmava a tese de Werneck. A dupla de padres percebeu o melindre entre os dois políticos. Meirelles não queria ferir a ideia do Pavilhão idealizado por Monteiro. Este, por sua vez, procurado pelos padres, disse que apoiaria a construção do colégio no terreno, apesar de pertencer à Prefeitura. Nesse jogo de “empurra”, entre o prefeito e o senador, os dois padres, espertamente mostraram as plantas da Escola Cristo Redentor Academia de Comércio, em Juiz de Fora, brilhantemente projetada pelo arquiteto e padre verbita alemão Frederico Vienken, e lhes disse que este seria o mesmo a projetar o Colégio Arnaldo. Vienken trabalhou o seu projeto baseado nos alicerces do Palácio de Exposição Permanente. Encantados com o que vieram do projeto, dias depois, o prefeito e o senador estavam, finalmente, convencidos pelos dois padres, com a ajuda de Hugo Werneck, a ceder e apoiar o terreno para a fundação do Colégio Arnaldo.
FOTOS ACERVO MEMÓRIA E HISTÓRIA DO COLÉGIO ARNALDO
história centenária do Colégio Arnaldo, que completa 107 anos dia 17 de fevereiro, poderia ter sido contada a partir de um endereço bem distinto daquele quarteirão da Avenida Brasil, Praça João Pessoa, Rua Ceará, Rua Timbiras e Avenida Bernardo Monteiro, não fosse a insistência de dois padres estrangeiros recém-chegados ao Brasil, no início do século XX. A dupla de religiosos tinha a missão de fundar um colégio da congregação Sociedade do Verbo Divino (SVD) na novíssima capital mineira. Contudo, precisava encontrar o melhor endereço para abrigar a instituição. Eram tantos os melindres políticos, que iria requer do padre alemão Mathias Willems e do Padre alsaciano Piquet, enorme diplomacia. “Ocorre que o os dois missionários gostaram daquele endereço assinalado no mapa da Comissão Construtora de Belo Horizonte, que era o quarteirão 47 de seção 6, que compreendia as avenidas Carandaí, Paraibuna (hoje, Bernardo Monteiro) e Brasil. Parecia perfeito, há 400 metros dali estava a Santa Casa, onde o capelão era verbi-
“
A
Boatos sobre ‘canhão’ na torre do ‘colégio dos alemães’ Enquanto a obra do prédio do Arnaldo era iniciada, o colégio funcionou em um casarão alugado pela Sociedade do Verbo Divino, na Rua Timbiras, 1505, quase esquina com Rua da Bahia, entre os anos de 1912 e 1914. Os entusiasmados padres, com alto conhecimento científico, tinham planos de tornar o Colégio Arnaldo uma referência. O padre Mathias era físico, formado pela Universidade de Berlim e almejava criar um Centro de Estudo
Astronômico dentro da instituição. “Ele e o padre Piquet importaram da Europa, o primeiro Raio X da capital, que ficou emprestado por anos à Santa Casa, além de um telégrafo e um sofisticado telescópio. Por esta época, a Congregação enviou para a construção do colégio, uma quantia de 50 mil marcos. Foi quando a Primeira Guerra Mundial estourou. O Brasil, aliado dos Estados Unidos, contra a Alemanha, viu naquela congregação de padres alemães,
seus potenciais inimigos. Assim, bloqueou a entrada dos 50 mil marcos e não demorou para que o telescópio, previsto para instalação na torre do Arnaldo, fosse confundido com um canhão giratório ameaçador à cidade e o telégrafo visto como uma forma de os padres se comunicarem com o inimigo da nação. Aí os boatos correram por toda a capital”, conta o professor Wilher. Com todas as suspeitas voltadas para os padres do “colégio alemão”,
o secretário de interior, Américo Lopes, mandou fazer uma vistoria na tal “torre giratória com canhão mirando pontos da capital” e também no telégrafo. Quando ficou constatado que o tal “canhão” era mesmo um telescópio e nada demais tinha no telégrafo, o padre Mathias pediu para colocar o telescópio no pátio do colégio e convidar a população a ver as estrelas. Foi então que se formou uma fila e deu-se o fim a polêmica.
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Gente & História
AVENIDA BRASIL / Edição 01
Tiros de guerra e uniforme militar para os internos O Arnaldo contou, em seus primórdios, com 202 alunos internos, todos meninos, que precisavam de uma lista para o enxoval, que incluía o uniforme militar. “Naquela época, tinham aulas de tiros de guerra”, conta o professor Wilher, que responde pelo Acervo Memória e História do Colégio Arnaldo. Só em 1968 a instituição abriu as portas para as meninas. Em 1953 o Arnaldo começa a construir a sua piscina. Não foi nada fácil, como se poderia pensar, primeiro pela falta de recurso financeiro. Foi preciso vender bilhetes de tômbola (cartela de bingo) para captar recursos. Segundo, que
na praça de esportes foram feitas as primeiras perfurações e constatou-se que era inviável a construção da piscina, pois a formação rochosa apresentava dificuldades para escavações muito profundas.
Piscina suspensa Foi então, que decidiu-se fazer uma enorme piscina suspensa, a primeira na cidade. Sua inauguração foi concorridíssima, com benção de Dom Cabral, segundo o livro de José Maria Cançado, autor de “Colégio Arnaldo – Uma Escola nos Trópicos”, Editora C/ Arte (1999).
A piscina foi um dos desafios durante o período de reforma da Praça de Esportes do Arnaldo
Mais de 1.800 alunos do Infantil à Pós-Graduação
FOTO ROBERTA MOREIRA
O Colégio Arnaldo conta com cerca de 630 alunos. Em 2000, foi inaugurada a Faculdade Arnaldo Janssen – o nome também é uma homenagem ao fundador da Congregação do Verbo Divino, o padre alemão Arnaldo Janssen – e hoje tem como seu reitor, o ex-aluno do Arnaldo, o advogado João Guilherme Porto, com Mestrado em Direito. Ele conta que a instituição oferece sete cursos de graduação: Direito, Administração, Marketing, Logística, Gestão Pública, Gestão Hospitalar e Processos Gerenciais. “Atualmente, na Graduação, temos 800 alunos. Na Pós-Graduação são cerca de 400”, contabiliza.
Personagens históricos O professor Wilher Guimarães mostra o telescópio, pivô da polêmica entre a população
Pelos corredores, salas de aula, laboratórios e praça de es-
portes do colégio Arnaldo passaram muitos nomes conhecidos de nossa história. O adolescente Carlos Drummond de Andrade, recém-chegado de Itabira, e seu contemporâneo, que mais tarde assumiria o Ministério da Educação, Gustavo Capanema, estão entre eles, conforme conta o escritor José Maria Cançado em sua obra, gentilmente cedida pelo professor Wilher para a nossa pesquisa. Além do poeta e de Capanema, figuram na memória do colégio, o escritor João Guimarães Rosa, o romancista e cronista Fernando sabino, os médicos Ivo Pitanguy e Hilton Rocha, os políticos Afonso Arinos, Milton Campos, Célio de Castro (também médico), Patrus Ananias e o músico Fernando Brant, entre outros.
Causos*
O Bairro Santa Efigênia guarda muitos tesouros culturais e aos poucos, o Avenida Brasil traz a público alguns deles. Nesta coluna “Causos*”, vamos contar um pouco da história da mãe do Jair, funcionário de uma banca de jornais da Av. Brasil, próximo ao Teatro da Maçonaria. Dona Wada Manoela de Souza herdou de sua mãe, dona Natividade, o trono, a capa e o cetro de Rainha de Nossa Senhora do Rosário. Pois é, temos uma Rainha de uma das irmandades mais representativas do Congado Mineiro. Todos os anos, no primeiro domingo de agosto, a Rua Padre Manoel Rodrigues, no Santa Efigênia, onde mora dona Wanda, é fechada para a festa da irmandade. Dona Wanda aparece em seu vestido de cetim confeccionado e ornamentado para a cerimônia. A bandeira do Congado é colocada à frente de sua
casa e a festa atrai cerca de 200 pessoas. Como o Congado une a ancestralidade africana e a devoção aos Santos Católicos, a festa tem a missa, com a benção do vigário, seguido de um almoço e as comemorações. Dona Wanda conta que a tradição segue de pais para filhos e que só quando o rei e a rainha morrem é que o cetro, a coroa e a capa são tirados deles e passados para seus herdeiros. Estes darão a continuação ao reinado. Assim foi de dona Natividade para ela e assim, por séculos, vem acontecendo por gerações na família do Jair e de dona Wanda. Em 2003, dona Wanda realizou um sonho. Fez peregrinação por santuários na Europa e entrou em uma igreja, na Itália, vestida como Rainha. Vamos aguardar a próxima festa em agosto. SALVE RAINHA!
REPRODUÇÃO / ÁLBUM DE FAMÍLIA
Dona Wanda, uma Rainha do Congado no Bairro Santa Efigênia
Avenida Brasil
Informativo Mensal AVENIDA BRASIL / Fevereiro de 2019
Quando o amor pelos animais fala mais alto
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Dono de banca na Av. Brasil abriga, alimenta e dá carinho a 75 cães e 38 gatos ma história triste marcou recolhia muitos animais abanpara sempre a vida de um donados”, relata. garoto de 12 anos que em 1980 Franklin é dono de uma banca morava no Edifício Maletta e as- de jornais e revistas na Avesistia ao noticiário do meio-dia nida Brasil, cria 75 cães e 38 na TV. A reportagem mostrava gatos em uma casa de 1.110 um grupo de criadores quei- metros quadrados, que ele mando, covardemente, pinti- chama de “Casa de Passanhos de granja vivos, como for- gem”, na Região da Pampulha. ma de protesto contra os preços O aluguel custa para ele, R$ 2,5 mil mensais. Ali ele vem na quaresma. A crueldade se passava ali mes- procurando manter seus animo, no Centro de BH. Revol- mais abandonados ou vítimas tado com a maldade, o adoles- de maus-tratos a duras penas, cente Franklin Oliveira largou afinal, somando aluguel com a TV e seguiu para o endere- os custos de água e 850 quilos de ração, são ço onde a barbárie R$ 6 mil mensais acontecia. “Naquele manter a esdia, jurei que nunca Jurei que nunca para trutura. “Com a crimais comeria carne mais comeria se foi ficando mais e não deixaria nincarne e não difícil. Antes, tinha guém mais maltradeixaria ninguém padrinho para cada tar animais. Quando mais maltratar animal, não todos, cheguei na Avenida animais mas o que eu pedia Paraná com Rua Taera um saco de ramóios, ainda dava ção por mês. Agora para sentir o cheiro de pena chamuscada pelo fogo. estou procurando imóvel mais barato para alugar na Região Fiquei arrasado”, lembra. Daquele dia em diante ele pro- Leste”, conta Franklin, que se curou cuidar de todos os bichos dedica à causa há 38 anos. que podia. Mais tarde, Franklin A Casa de Passagem mantichegou a presidir a Socieda- da por Franklin mantém os anide Mineira dos Protetores dos mais vermifugados, castrados Animais entre 2000 e 2002 e e vacinados. Ele contava com contou que grandes nomes da a mãe para ajudá-lo nos cuidanossa história passaram pela dos, como ela faleceu há três entidade, fundada em 1925, meses, ele se desdobra entre como Artur Bernardes e Milton o trabalho na banca da AveniCampos. “Fui voluntário ali por da Brasil e nos cuidados para 22 anos. Tínhamos grandes não faltar nada aos bichinhos. mentoras, como as senhoras “Na parte cirúrgica, contamos Amélia César de Ávila e Clo- com parceiros ativos e antigos, tilde Isabel de Carvalho. Esta como a Clínica Cães e Amigos, última morava na Avenida Ge- na Pampulha. Eles cobram apetúlio Vargas com Rua Paraíba e nas o material gasto”, conta.
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FOTO FACEBOOK
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Contra rodeios, rinhas e maus-tratos no circo Hoje, aos 50 anos, pode-se dizer que aquele menino de 12 anos entrou na briga para valer e passa a vida cumprindo o prometido: de protestos contra a venda de animais no Mercado Central, passando por descidas de rapel no Arrudas para salvar aves, gatos e cães, atuando em movimentos contra rodeios, brigando com membros de sociedades de galos combatentes, contra as rinhas, até resgatar e tratar cavalos que sofriam maus-tratos (certa vez foram duas éguas abandonadas em plena Avenida Brasil, conta ele). Franklin relata que em 2004, através de uma denúncia anônima, pôde resgatar um leão que sofria maus-tratos em um circo no Bairro Milionários. “Contei com a ajuda de um veterinário da Fundação Zoobotânica, que me deu suporte, mas a situação era muito grave. O leão apresentava infecção intestinal. Três dias de tratamento, com tentativas de hidratação, mas ele não resistiu, vindo a óbito”, lamenta. “Agora, quando o assunto é cavalo, contamos com uma especialista, a oficial major Bárbara, da Polícia Militar. Ela é veterinária e especialista, além de ajudar nas
autuações”, relata. Para dar suporte a todo o trabalho de salvação de animais e à luta contra os maus-tratos, Franklin fundou a ONG Núcleo Fauna de Defesa Animal (FNDA) com um grupo de amigos. “Esta época do ano é muito triste. As pessoas viajam e abandonam os animais. Promovemos feiras de adoção para dar um destino digno a eles”. Há poucos dias, o roubo da carretinha de resgate dos animais trouxe prejuízo à sua missão. Todas as dificuldades levaram Franklin a decidir não recolher mais animais para albergar em sua casa até que os 75 cães e 38 gatos sejam adotados. Muitos deles são ceguinhos, aleijados, mutilados, velhinhos. “O problema é que muitos não procuram animais assim”, lamenta. Quem puder ajudar o Franklin Oliveira a manter e cuidar dos animais, através de doações ou adoção, o contato dele pelo Facebook é https://www.facebook. com/franklineumassis Intagram https://www.instagram.com/ franklineumassis/ e whatsapp (31) 99676-0099.
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AVENIDA BRASIL / Edição 01
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Boas Notícias
Informativo Mensal AVENIDA BRASIL / Fevereiro de 2019
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Startup conta com mais de 30 parceiros e aplicativo indica os mais próximos Yellow, empresa brasileira de soluções de mobilidade urbana individual, fundada em junho de 2017, está operando em Belo Horizonte desde o dia 15 de janeiro. Quem mora no Santa Efigênia, Savassi, Centro, Santo Agostinho, Lourdes, Carmo, Cruzeiro, Anchieta e Sion, entre outros, já usufrui do serviço de compartilhamento de bicicletas no sistema dockless (sem estação para retirada e devolução) e passeia com patinetes elétricos pela cidade. A empresa iniciou a operação piloto nesses bairros, com mais de 500 bikes e 250 patinetes, ambos ao preço de R$ 1 a cada 10 minutos para as bikes e R$ 3 o desbloqueio
Os bairros Santa Efigênia, Savassi, Anchieta, Sion e Santo Agositnho têm parceiros para locação
+ R$ 0,50 a cada minuto de uso do horas. “Começamos com mais de 30 pontos parceiros para bikes e patinepatinete. As bikes, estão disponíveis em tes e outros estão em cadastramento. pontos privados parceiros e podem A Yellow disponibiliza todas as manhãs os patinetes nesser usadas de segunda locais; já o usuário a segunda, 24 horas Aluguel custa ses pode encerrar a corrida por dia, e estacionadas R$ 1 a cada em um desses pontos depois em qualquer lu10 minutos gar dentro da área de ou em qualquer local atuação da Yellow na para bike e R$ 3 da área de atendimencidade, em locais onde o desbloqueio + to, contanto que tome cuidado para não atrao estacionamento de R$0,50 / minuto palhar o fluxo de pebicicletas é permitido a patinete destres”, explica um dos (paraciclos e vagas comuns de veículos, perfundadores da Yellow, pendicularmente ao sentido da via). Ariel Lambrecht. No final do dia a Já os patinetes estão disponíveis Yellow recolhe os patinetes para recartodos os dias da semana das 8 às 20 ga, manutenção e limpeza. E na ma-
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FOTOS YELLOW / DIVULGAÇÃO
Yellow aluga bikes e patinetes a motor em Belo Horizonte
nhã seguinte, os disponibiliza novamente para uso nos pontos privados. Assim como em São Paulo, as corridas podem ser pagas com cartão de crédito e dinheiro. Os créditos para uso das bicicletas poderão ser comprados em dinheiro em bancas de jornais e lojas, entre outros estabelecimentos parceiros espalhados pela cidade, como lanchonetes, que vão receber o valor em espécie e transferir, na hora, o montante para o app do usuário, como já acontece com as recargas de celular. O aplicativo indica, através do mapa, a localização dos estabelecimentos parceiros da Yellow nas regiões em que ele atua.
Acordo entre BHTrans e taxistas reduz em 20% o preço no Carnaval A CASA DOS MELHORES SEMI NoVOS
Um acordo entre BHTrans e representantes dos taxistas resultou em uma promoção com desconto de 20% para o cidadão e o turista que vão passar o Carnaval em Belo Horizonte. Os motoristas que aderiram, uma vez que a adesão é opcional, já estão circulando desde o dia 4 de fevereiro com o adesivo da promoção, que vai até o dia 12 de março. Cumpre informar, porém, que o
desconto de 20% não é cumulativo com quaisquer outras promoções, como as que fazem os aplicativos de cooperativas. Neste caso, fica valendo o maior valor de desconto. A estratégia visa atender um crescimento maior de foliões na cidade. Segundo a Belotur, o crescimento de blocos registrados saltou de 420 em 2018 para 590 este ano, ou seja, um crescimento de cerca de 40%.
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AVENIDA BRASIL / Edição 01
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Vida & Saúde
Informativo Mensal AVENIDA BRASIL / Fevereiro de 2019
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, Especial do Chef * Clóvis Viana
FOTO PHOTO BY STANLEY MORALES FROM PEXELS
O restauranteur e chef Clovis Viana fundou, há 18 anos, o Restaurante Patuscada na Av. Bernardo Monteiro. Em 2018 ele abriu o PateoZerOito, na Av. Canadá, 290, Jardim Canadá. É lá, na nova casa, onde ele criou e serve a receita, que gentilmente nos ensina a preparar nesta coluna.
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Volta às Aulas
Mochila leve e postura correta para não se arrepender
É
comum encontrar mochilas pesadas nas costas de crianças e adolescentes que caminham em direção às escolas. Além delas, vilã do peso excessivo, a postura incorreta nas salas de aula é outro fator de preocupação. Cumprindo jornadas de, em média, cinco horas por dia, alunos de diferentes idades deixam de lado a preocupação com a saúde da coluna. O resultado pode aparecer imediatamente, com dores e problemas posturais. Outros, mais graves, surgem no futuro, como dores crônicas e até mesmo doenças degenerativas precoces. Pensando nisso, o médico ortopedista e subespecialista em cirurgia de coluna minimamente invasiva, da Clínica Ortosul, em Brasília, Rodrigo Souza Lima, alerta que o peso da mochila deve ser confortável, permitindo que a criança não faça esforço ou sinta dor para carregá-la. “O uso incorreto pode acarretar dores nas costas, principalmente em crianças com o costume de carregar a mochila utilizando apenas uma das alças. Isso gera uma postura errada, ocasionando sobrecarga mecânica na musculatura e articulações”, destaca o ortopedista.
Fadiga muscular
Descascar mais e desembalar menos A busca por um estilo de com o máximo de ingredientes vida mais saudável e a preocu- frescos, por exemplo, substituir pação com a procedência dos o molho de tomate embalado, alimentos tornou-se mais evi- por um caseiro feito na hora dente nos últimos anos, dan- com tomates frescos”, explica do um espaço cada vez maior Renato Caleffi. para o consumo de produtos O aproveitamento total dos naturais e orgânicos alimentos é essencial. “É pertinente e para a adoção de O ideal é aproveitar o alimenpráticas mais sustenpreparar as to em sua totalidatáveis na cozinhar. receitas com de, buscando formas Pensando nisso, o o máximo de de utilizar também chef Renato Caleffi, a casca e o caroço, do restaurante pau- ingredientes frescos lista Le Manjue e não somente a polpa”, recomenda. professor do Cuisine O chef Renato CaSanté do Centro Europeu, apontou alguns hábi- leffi aponta qual é o ingrediente tos indispensáveis que tornam indispensável para ele em grano preparo diário das refeições de parte de suas receitas. “Sem dúvida, o que não pode faltar mais saudável e natural. Consultor em aplicação e é a biomassa de banana verde, gestão de gastronomia saudá- que além de funcional oferevel e orgânica, o chef recomen- ce inúmeros benefícios para o da a prática de descascar mais e organismo, como controlar a desembalar menos.Usar o míni- glicemia, reduzir o colesterol, mo de produtos industrializados melhorar o funcionamento intambém faz toda a diferença. testinal e fortalecer a imunida“O ideal é preparar as receitas de”, completa o especialista.
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FOTOS DIVULGAÇÃO
Para evitar esse tipo de problema, o especialista indica o uso de mochilas de rodinhas, evitando o peso
nas costas. Ou então, mochilas mais leves e carregadas de maneira correta. O diretor pedagógico do colégio Objetivo Brasília, Ricardo Basílio, lembra que os alunos ficam no mínimo cinco horas na escola durante a semana. Consequentemente, a má postura provoca dores e lesões, além de cansaço causado por fadiga muscular. “É muito comum nos depararmos com esse problema dos alunos em relação às carteiras escolares. São os mais variados modos errados de se sentar. Posicionam a cabeça no encosto e as costas no assento, sentam apoiando as pernas na carteira da frente e curvam-se diante do caderno ou livro para realizar tarefas” afirma o diretor. Ricardo lembra que, na sala de aula, os professores devem orientar os alunos a respeito da postura física adequada. Além disso, é importante que crianças e adolescentes sejam orientados a levar para a escola apenas os materiais utilizados durante as aulas do dia. Na escola, para auxiliar os alunos, o professor de educação física realiza atividades de alongamento e aquecimento muscular antes de todas as aulas. Além disso, o colégio disponibiliza um serviço de aluguel de armários para que os alunos possam guardar os materiais escolares, levando menos peso nas mochilas.
MODO DE FAZER:
Em uma frigideira coloque o azeite para esquentar no fogo baixo. Coloque as postas de bacalhau, deixe cozinhar lentamente e reserve. Depois pique todos os outros ingredientes em forma de dados e refogue-os no azeite. Quando estiverem todos bem macios misture-os no arroz já pronto, acerte o tempero, coloque o arroz em uma travessa e o bacalhau por cima. Sirva bem quente. Pode acompanhar com uma batata palha, se quiser. Bom apetite!
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Especialista alerta: o peso da mochila deve ser confortável para não provocar problemas futuros
- 4 postas de bacalhau dessalgado de 200 gramas cada - Azeite extra virgem até quanto bastar - Sal e pimenta a gosto - 130 gramas de arroz pronto - 1 cenoura - 2 tomates - 1 pimentão - 8 azeitonas pretas - 150 gramas de cogumelos frescos - 4 dentes de alho - 100 gramas de brócolis - 100 gramas de couve flor
O educador deve sempre ter atenção às posturas inadequadas nos assentos escolares
O chef Renato Caleffi utiliza orgânicos e adota práticas sustentáveis em seu restaurante
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Cultura & Lazer
AVENIDA BRASIL / Edição 01
CCBB BH expõe arte e ativismo de Weiwei
‘Bicicletas Forever’: blocos construtivos de uma arquitetura poética, uma das obras mais emblemáticas do artista
Matéria-prima brasileira e cultura local A imersão pelo Brasil contou com a consultoria da designer Paula Dib e colocou o artista em contato com comunidades, artesãos, manifestações culturais e recursos regionais até então desconhecidos por ele, resultando em trabalhos inéditos, feitos com madeira, sementes, raízes, tecidos e couro. Ai Weiwei se propôs a desvendar e absorver a cultura local e moldar objetos que representam a biodiversidade, a paisagem humana e a criatividade brasileira.
Ai Weiwei levanta a questão da produção em massa e a perda da individualidade
A resultante deste mergulho à cultura brasileira desdobrou-se em impactantes obras que conjugam as raízes culturais chinesas e as raízes ancestrais brasileiras. Uma delas é a série “Sete Raízes”, feita de centenárias raízes do pequi-vinagreiro, espécie de árvore típica da Mata Atlântica baiana atualmente em risco de extinção, encontradas desenterradas na região de Trancoso, na Bahia. Estes resíduos descobertos no meio da mata foram seleciona-
dos e trabalhados pelo artista junto a carpinteiros chineses e brasileiros. Cada uma das raízes possui um nome: Força, Palácio, Voar, Sr. Pintura, Martin, Nível e Festa. Duas das peças estarão na mostra no CCBB BH. Outro objeto de impacto presente na exposição é o modelo inédito em 3D, em escala 1:25, do pequi-vinagreiro de 31 metros de altura, moldado em seu local de origem para ser fundido em ferro no estúdio do artista.
FOTO: BOB WOLFENSON / DIVULGAÇÃO
epois de passar pela OCA, em São Paulo, entre de 20 de outubro de 2018 e 20 de janeiro deste ano, a exposição itinerante “Ai Weiwei – Raiz”, premiada pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) como a melhor mostra internacional de 2018, chega ao Centro Cultural Banco do Brasil Belo Horizonte (CCBB BH), onde fica aberta ao público até 15 de abril. Depois seguirá para o CCBB do Rio. Em BH, a abertura foi dia 06 de fevereiro. Reverenciado como um dos grandes nomes da cena contemporânea mundial, o chinês Ai Weiwei tem seu trabalho destacado internacionalmente pelo interesse que o artista e ativista demonstra por questões sociais e humanas. Ai Weiwei é considerado a principal voz do mundo das artes engajado na luta contra todo tipo de opressão. Uma das obras que expressa esse sentimento é a instalação “Lei da Viagem”, na qual expõe seu engajamento com a crise de refugiados, retratada através de um barco inflável de 16m de comprimento comportando dezenas de figuras humanas. A mostra reúne outros trabalhos célebres, assim como novas criações desenvolvidas a partir da intrínseca relação do artista com a cultura e as tradições brasileiras. Foram cerca de oito anos para concretizar o projeto. O curador da mostra, Marcello Dantas, havia contatado Weiwei em 2010 com a proposta de fazer uma exposição no Brasil, mas o artista cumpriu prisão domiciliar pouco depois, na China, por criticar o regime. Quando teve de volta o passaporte e se estabeleceu em Berlim, Weiwei foi novamente procurado por Dantas. Marcello Dantas explicou que despertou seu interesse ao perceber as conexões que o artista havia feito ao atrelar a produção de arte à transformação social e coletiva. “Quando vi as experiências que ele havia desenvolvido na China, senti que elas poderiam funcionar na América Latina. A ideia de situar o mais vulnerável no centro da ação e assim empoderá-lo de modo a causar uma mudança fundamental de percepção me pareceu um divisor de águas”, explicou o curador. O projeto “Ai Weiwei – Raiz” reúne alguns dos icônicos trabalhos do chinês, além de obras inéditas nascidas da imersão que ele realizou pelo Brasil. Entre as principais obras presentes na mostra está “Deixando cair uma urna da dinastia Han”, trabalho que retrata o jovem artista derrubando intencionalmente uma urna cerimonial de cerca de 2.000 anos, da Dinastia Han. A ação foi captada e transformada em três imagens que vêm sendo apresentadas mundo afora. No Brasil, está sendo exposta a versão dela em peças de Lego. Outros grandes destaques da mostra são as obras “Sementes de Girassol”, trabalho composto por milhões de sementes de girassol de porcelana pintadas à mão por artesãos chineses.
FOTOS STUDIO WEIWEI
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‘Lei da Viagem’ mostra o engajamento do artista chinês com a crise global de refugiados
‘Versão mineira’ da mostra A exposição, em sua versão mineira, aborda todos os temas essenciais da obra de Weiwei com exemplares marcantes. “Bicicletas Forever” resulta de sua obsessão em transformar todos os objetos em blocos construtivos de uma arquitetura poética. Temas como a ativação social, a subversão política, o drama dos refugiados, o libelo pela liberdade de expressão e o contraste entre o ocidente e o oriente estão representados.
As obras resultantes de sua pesquisa pela cultura brasileira e sua experiência em montar ateliês no Brasil também estão ali documentados. O curador Marcello Dantas, mostra sua satisfação em ter a exposição em BH: “Minas é a terra do nascimento do conceito de liberdade no Brasil e Weiwei é a principal voz do mundo das artes engajado na luta contra a opressão. Raiz é uma maneira de conectar sensibilidades distintas”, ressalta.
SERVIÇO:
Mostra “Ai Wewei – Raiz” Local: CCBB BH (Praça da Liberdade, 450) Período: 6/2 a 15/4 (quarta a segunda) Horário: Até o dia 28/02, entre 10h às 22h e de 1º/03 a 15/04, de 9h às 22h Entrada gratuita Classificação indicativa: Livre Outras informações: facebook.com/aiweiweiccbbbh e site bb.com.br/cultura
Cultura & Lazer
Informativo Mensal AVENIDA BRASIL / Fevereiro de 2019
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‘Roma’ e ‘A Favorita’ são líderes entre os indicados ao Oscar 2019 Maristela Bretas* Colaboradora
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ollywood está fervilhando à espera da grande cerimônia de entrega do Oscar 2019 no dia 24 de fevereiro, em Los Angeles. E a premiação começou polêmica, com o cancelamento da categoria Melhor Filme Popular e a saída do anfitrião Kevin Hart após denúncias de tuítes homofóbicos postados por ele. Duas produções surpreendem na disputa de Melhor Filme: “Roma”, do diretor Alfonso Cuarón, e “A Favorita”, do grego Yorgos Lanthimos, ambas com dez indicações. O longa mexicano, uma produção da Netflix e primeiro na plataforma de streaming a disputar o Oscar, tem conquistado várias estatuetas, assim como seu opositor. Os demais concor-
rentes são “Vice” e “Nasce Uma Estrela” (ambos com oito indicações), “Pantera Negra” (sete), “Infiltrado na Klan”, “Green Book – O Guia” (cinco) e “Bohemian Rhapsody”. Alfonso Cuarón novamente enfrenta Yorgos Lanthimos na disputa de Melhor Diretor, que tem ainda Spike Lee (“Infiltrado na Klan”), Adam McKay (“Vice”) e Pawel Pawlikowski (“Guerra Fria”). Jogo minhas fichas em Christian Bale como Melhor Ator. Sua transformação física para interpretar o poderoso vice-presidente dos EUA, Dick Cheney, no filme “Vice” foi surpreendente e justifica cada um dos prêmios que tem recebido. Bradley Cooper (“Nasce uma Estrela”), que ficou de fora
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na categoria de Melhor Diretor, vai tentar pescar esta estatueta. Mesmo sendo raro no Oscar, um empate entre Olivia Colman (“A Favorita”) e Glenn Close (“A Esposa”), ambas com excelentes e fortes interpretações, seria uma boa surpresa. Correndo por fora estão a novata Yalitza Aparicio (“Roma”), Lady Gaga (“Nasce Uma Estrela”) e Melissa Mc Carthy (“Poderia Me Perdoar?”). Sem pestanejar, Mahershalla Ali merece o prêmio de Melhor Ator Coadjuvante por sua atuação em “Green Book ¬– O Guia”. Mas Sam Rockwell (“Vice”) é um forte concorrente, seguido por Sam Elliott (“Nasce Uma Estrela”), Adam Driver (“Infiltrado na Klan”) e Richard E. Grant” (“Poderia Me Perdoar?”).
Regina King (“Se a Rua Beale Falasse”) tem sido a menina de ouro nas premiações de Melhor Atriz Coadjuvante e volta a ameaçar Amy Adams (“Vice”), que sempre ficou a ver navios no Oscar e em outras premiações ao longo de sua carreira. O filme “A Favorita” manda duas ótimas candidatas: Emma Stone e Rachel Weisz. Marina de Tavira, outra estreante de “Roma”, também pode dar trabalho. Confira as críticas de alguns dos indicados no www. cinemanoescurinho.com (*) Maristela Bretas é jornalista e blogueira de cinema
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6 1- Vice (Mars Film) 2 - Nasce uma estrela (Warner Bros. Picures) 3 - Pantera Negra (Studios Disney) 4 - Roma (Netflix)
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7 5 - A Favorita (20th Century Fox) 6 - Infiltrado na Klan (Universal Pictures) 7 - Green Book: O Guia (Metropolitan Film) 8 - Bohemian Rhapsody (20th Century Fox)
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Cultura & Lazer
AVENIDA BRASIL / Edição 01
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ESTREIAS DO MÊS NOS CINEMAS DE BH MINHA FAMA DE MAU
QUERIDO MENINO
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Diretor: Lui Farias Elenco: Chay Suede, Gabriel Leone, Malu Rodrigues, Isabela Garcia, Bruno de Luca, Bianca Comparato País de origem: Brasil Gêneros: Biografia / Drama / Musical Classificação etária: 12 anos Filme conta a trajetória do jovem Erasmo Carlos (Chay Suede), que ama o rock and roll. O influente apresentador de TV, Carlos Imperial, o apresenta a Roberto Carlos, que vai se tornar seu parceiro em dezenas de sucessos por anos.
Diretor: Felix Van Groeningen Elenco: ESteve Carell, Timothée Chalamet, Jack Dylan Grazer, MAura Tierney, Amy Ryan, Timothy Hutton País de origem: EUA Gêneros: Drama Classificação etária: Não informada David Sheff é um jornalista e escritor que vive um drama com o filho mais velho, viciado em metanfetamina. Ele tenta entender e ajudar o rapaz a deixar o vício, enquanto Nic luta para se recuperar da dependência química.
Diretor: Clint Eastwood Elenco: Clint Eastwood, Bradley Cooper, Laurence Fishburne, Michael Peña, Andy Garcia País de origem: EUA Gêneros: Drama / Biografia Classificação etária: 14 anos Leo Sharp, um premiado paisagista e decorador, ganhou fama nos anos 90 quando foi preso com US$ 3 milhões em cocaína no seu carro. Identificado como o líder de um cartel de drogas no México, foi condenado a três anos de cadeia.
PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS
www.coquetel.com.br "O Bom (?)", parábola bíblica Instalação em Deodoro reformada para a Rio 2016 Produz os passaportes brasileiros
© Revistas COQUETEL
Projeto brasileiro de Curiosidade engraçada preserParte revelada em livros vação abrigada marinha do porto sobre pessoas ilustres
Vira-(?): o voto incerto em decisões
Razão trigonométrica
Filho, em inglês Refeição da noite (pop.) Pacote dos Correios (?) Caymmi, cantora Direito do consumidor em caso de defeito Valor inicial de um investimento
Ser microscópico causador de alergias
Cartunista paulista de "Piratas do Tietê" O cavalo como Pégaso (Mit. grega)
Faz sinal para táxi (?) Carolina, cantora
Bovina, suína e de frango O império mexicano extinto Fertilizantes Árabe, em inglês
Prejudicar
3 vezes De cabelos claros (fem.) Testemunha técnica de processos judiciais
(?) e deputado: atuam no processo de impeachment
Apático; fraco
Reles (bras.) Chris (?), ator
Árvore brasileira de casca medicinal
(?) de Westminster, atração de Londres
Claudia (?), atriz de "Sol Nascente" (TV)
Fronteira
@cinemanoescurinho @CinemaEscurinho
(?) renal: nefralgia Telefone (abrev.)
Sabrina (?), apresentadora da Record (?) de Adão, origem da mulher (Bíblia)
Navio tido como "inafundável" (Hist.) "(?) de ferreiro, espeto de pau" (dito)
BANCO
Autor: Eduardo Gomes Baptista
Editora: Chiado Páginas: 187 Preço: Não informado
Cafés açaí Bebidas de Chocolates pão de queijo salgados tortas e bolos quitutes doces
A MULHER DO VESTIDO AZUL Autor: Maria Lúcia Moyses Ruiz
A neuropsicóloga, autora desta obra, leva o leitor a explorar as fraquezas humanas e ver o bem e o mal sob outro prisma, enredado em uma história de amor, paixão e mistério, através de um casamento ameaçado. Editora: Scortecci
Páginas: 124 Preço: R$ 25,00
(31) 3262-0714
Rua Bernardo Guimarães 1.037 | Funcionários | BH - MG
E S
Editora: Urutau Páginas: 68 Preço: 35,00
L A E R T E
D A O N C E A DO T C A A B R I N GO E R S A F L I I C S A
“O livro traz verdades em forma de poesia”, segundo o prefácio de Lourdes Nassif, editora do Jornal GGN. Maíra escreve crônicas literárias, semanalmente, para o GGN, editado pelo jornalista Luis Nassif.
O H A N A
Autor: Maíra Vasconcelos
Conta a história de três moças entre os anos 1940 até os anos 1970. Uma se torna dona de casa, outra parte para a revolução sexual e cultural dos anos 1960, e a terceira, ativista política, vai para a clandestinidade.
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Solução
UM QUARTO QUE FALA
MADREPÉROLA
Muhammad (?), "lenda" do boxe
S C T A S A D AM O M E S S A A N A R J R O C A A I A C E N T A A S T A N A R A N A D O R O U M OL P U E B A E R O B A R V I S A A D OR A TO N T I T A C S T EL A
Estante
Flor-de-(?), símbolo heráldico francês
Apodrecer, em inglês
C R E N T R C O D S E H I P D I S M C O
www.cinemanoescurinho.com.br / facebook.com/cinemanoescurinho/
3/rot — son. 4/arab — peba. 6/laerte. 17/anedota biográfica.
Fonte:
Click’s & Cotidianos
Informativo Mensal AVENIDA BRASIL / Fevereiro de 2019
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Um passeio pela Avenida Brasil e redondezas é um convite para registrar um pouco do seu cotidiano neste verão pré-carnavalesco. (Fotos Roberta Moreira)
Da Av. Brasil se vê a Feira de Flores da Av. Carandaí às sextas
Maurício Abraão encerra o expediente na Av. Brasil
A Festa Mágica está com a vitrine pronta para o Carnaval
Happy hour: fim de tarde na calçada do Oratório
Izabela Laurico rumo ao ensaio do bloco Volta Belchior
A moto do Celton na Av. Brasil com Afonso Pena
Esquina da Pça. Tiradentes fervilha em noite quente de verão
Cadeirinhas de praia para entrar no clima da Praça Tiradentes
Roda de Samba do Brasil 41 é programa para as sextas
Para que ninguém se perca, aqui é a Av. Brasil
Todo mundo começa a caber no mundo no ensaio da Rua Piauí
E “porque hoje é sábado” é dia de Feira Tom Jobim
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O artista vende suas HQ’s no semáforo da Praça Tiradentes
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No Paracone, mais pausa para o chope gelado e o tira-gosto
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No Café Bier, na Pça. Floriano Peixoto, o ensaio do Tapa da Mina