JORNAL AVENIDA BRASIL - EDIÇÃO 03 2019

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Avenida Brasil JUNHO DE 2019

Jornal de circulação no eixo Avenida Brasil

Distribuição Gratuita

Belo Horizonte-MG

ACERVO MINAS TÊNIS CLUBE / DIVULGAÇÃO

Ano 01 - Edição 03

Fachada da sede do clube em estilo art déco

ROBERTA MOREIRA

BH

Personagens da cena esportiva, política e cultural marcam a trajetória do Minas Tênis Gente & História / páginas 4 e 5

Escola adota quintal e ensina sustentabilidade A falta de quintal leva muitas crianças a desconhecerem a origem dos alimentos. Galinheiro e canteiro de hortaliças eram comuns no passado. Hoje, é preciso mostrar como a ce-

noura, a couve, o alecrim, o tomilho, o tomate e tantas outras verduras e legumes crescem e chegam à nossa mesa. Saber manipular o fruto da colheita, higienizá-lo para preparar

deliciosos pratos, é fundamental. O Colégio Logosófico investiu na prática do quintal com galinheiro e horta até a cozinha experimental.

Avenida Brasil / páginas 6 e 7

Inverno

Casa do Caminho acolhe pacientes com doenças crônicas Vida & Saúde / página 12

Sapucaí

Conheça um dos mais charmosos mirantes da capital

ROBERTA MOREIRA

O Banguela, de “Como Treinar Seu Dragão”

Oficina de cultivo de hortaliça é uma das atividades dos pacientes acolhidos

LILIAN CARVALHO / DIVULGAÇÃO

Aula prática: professora do Logosófico leva seus alunos para acompanhar o crescimento das hortaliças que eles plantaram na horta do quintal

Tursimo Urbano / página 10

‘DreamWork’ no CCBB BH e ‘Gigantes da Montanha em HQ’na Casa Fiat

Personagens da fábula de Pirandelo em quadrinhos

CASA FIAT / DIVULGAÇÃO

Agenda / página 14

É tempo de aconchego e de bons vinhos Nesta edição, a sommelière Sílvia Gonzaga, que ministra cursos sobre vinhos e é produtora de espumante, orienta na escolha da bebida de acordo com a uva que melhor agrada ao paladar de cada um. Você vai se surpreender com a notícia de que Minas tem produção e rótulo premiado no Decanter World Wine 2019, em Londres.

Minas - BH/ páginas 8 e 9

ROBERTA MOREIRA

Mostras imperdíveis

Memória

Empresário lembra os tempos de adolescência na Avenida Brasil Gente & História / página 3


Opinião

JORNAL AVENIDA BRASIL / junho de 2019

Editorial

Domingo no parque

Os domingos ensolarados nas duas praças, da Liberdade e Floriano Peixoto, que ligam os cerca de 2,1 mil metros da Avenida Brasil, estavam como todo espaço urbano deve ficar: cheio de gente. Foi assim que, no dia 19 de maio, flagramos para o “Click” da contracapa a movimentação na Praça da Liberdade. Cheia de crianças, brinquedos e muita gente fantasiada para o evento “O Museu é Nerd”, promovido pelo MM Gerdau – Museu das Minas e do Metal. Adolescentes e adultos vieram de todos os cantos da cidade para participar da exposição, jogos e feira de Cosplay. Mas a Praça da Liberdade, não ficou cheia só por causa do evento Nerd. Muitas famílias aproveitaram para ir ao CCBB BH ver de perto a mostra “DreamsWorks Animation: a Exposição – Uma Jornada do Esboço à Tela”. A fila terminava na Rua Sergipe. Imperdível também estava o “Tambor na Praça, com Maurício Tizumba”. Muitos deixaram a preguiça e a inércia do domingo para se divertir com o maravilhoso som dos tambores na Praça

Floriano Peixoto. E nós também fomos até lá registrar. Todos esses eventos gratuitos fazem o domingo ficar mais alegre e colorido. Nesta edição, você também verá uma boa dica de turismo urbano: um passeio pela Rua Sapucaí, o primeiro mirante de arte de rua do mundo e sua irresistível gastronomia, noite e bares dos moderninhos descolados. Vinho: uma boa pedida para o frio e o Dia dos Namorados. Saiba como escolher e harmonizar. E na página “Vitrine”, algumas dicas para presentear. Na Casa Fiat de Cultura, a atração é a adaptação, em HQ, de “Gigantes da Montanha”. A mostra fica até 29 de julho. E a Casa do Caminho é outro destaque. Trata-se de um espaço de acolhimento para os pacientes de câncer e doenças de alta complexidade, vindos do interior do estado. Um grupo de amigas assistentes sociais e psicólogas se uniram para fundar a instituição, que faz um belo trabalho na área hospitalar. Conheça e saiba como ajudar.

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Equipe OPHÍCIO DE PAPEL

Impressão Gráfica Sempre Editora

Edição e Revisão Roberta Moreira - Jornalista Responsável 4425/MG

Contato Diagramação / Comercial: (31) 99709-2969 (whatsapp) Escritório: (31) 3281-5051

Diagramação Ricardo Moreira Comercial / Distribuição Rodrigo Moreira Tiragem 10.000 exemplares (Distribuição Gratuita)

Email: ophiciodepapel@hotmail.com www.ophiciodepapel.com.br * Carta do Leitor e Refletindo, são opiniões livres e gratuítas de colaboradores

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A importância de doar o leite materno

O Banco de Leite Humano da Maternidade Odete Valadares (BLH/ MOV) promoveu, em maio, o encontro de mães doadoras e receptoras de leite materno. O evento marcou o lançamento da campanha de 2019. As mães contaram suas experiências em depoimentos emocionantes. “Aprendi que quanto mais se doa o leite, mais produzimos. É um valioso ato de amor, que nos gratifica por toda a vida”, relata a madrinha da campanha Theonílha Menotti, esposa do cantor César Menotti e mãe de Maitê, hoje com 1 ano de idade. O casal Maria Vieira e Francisco Carlos Rodrigues Campos passou por muitas dificuldades para amamentar os filhos Francisco e Miguel, já que Maria teve complicações clínicas. Depois da dedicação da equipe do Banco de Leite, Maria não só amamentou, mas se tornou doadora: “Meu filho Francisco já diz quando chegam para recolher os potes de leite: já estão levando o gau-gau (mingau) do Miguel”, brinca. Uma das mães que recebe leite para seu filho é a Edirlane de Souza. Gabriel nasceu com 28 semanas de gestação e está há três meses internado na Maternidade Odete Valadares. “Não consegui amamentar, meu estado psicológico ficou totalmente abalado ao ver aquela criaturinha na incubadora. Com o leite doado ele vem ganhando peso e se fortalecendo”, comemora Edirlane. No ano passado, Minas Gerais conseguiu captar mais de 9 mil litros de leite nos 29 postos de coleta distribuídos pelo Estado. Com este volume, foi possível atender a 5.400 bebês prematuros internados em hospitais da capital e do interior. “Nos últimos anos, estamos percebendo uma maior conscientização sobre a importância da doação de leite humano, o que reflete no volume crescente de doações. Mas todos os bancos de leite precisam de leite para abastecer seus estoques e, à medida que os meses vão se passando, também precisam renovar seus cadastros de doadoras. Daí a importância das campanhas serem veiculadas na mídia, nos hospitais etc.”, explica a coordenadora do Banco de Leite da

Maternidade Odete Valadares e dos Bancos de Leite de Minas Gerais, Maria Hercília de Castro Barbosa. Para doar, a mulher precisa estar saudável, com os exames de hepatite, HIV e sífilis negativos e não ter feito transfusão de sangue no último ano. Também não pode ingerir bebida alcóolica, fumar e fazer uso de medicamentos que são contraindicados durante a amamentação. O Banco de Leite da Maternidade Odete Valadares é referência estadual em amamentação. Em 2019, completa 33 anos de existência. Atualmente, consegue de 250 a 270 litros de leite humano doados que vão para cerca de 130 bebês prematuros por mês. O BLH/ MOV realiza também curso de casal grávido, aberto à comunidade; promove encontros de mães de bebês prematuros; oficinas lúdicas; capacitações em manejo clínico do aleitamento materno, processamento e qualidade do leite materno; assessoria técnica aos bancos de leite do Estado; captação de doadoras; coleta; processamento; controle de qualidade e distribuição de leite humano. Também oferece atendimento pediátrico, psicológico e nutricional para as mães que precisam. Em 2018 o BLH/ MOV recebeu, pelo sétimo ano consecutivo, o Certificado de Excelência em Bancos de Leite – Padrão Ouro, um reconhecimento da Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano da Fiocruz. Minas Gerais possui hoje 14 bancos de leite, localizados nos municípios: Araxá, Varginha, Passos, Uberaba, Uberlândia, Viçosa, Ubá, Juiz de Fora, Brasília de Minas, Montes Claros, Ouro Preto e Belo Horizonte (MOV e Hospital Sofia Feldman). Serviço: - O Banco de Leite da Maternidade Odete Valadares fica na Av. do Contorno, 9.494, Prado. O telefone de contato é o (31) 3337-5678 e o e-mail é mov.bancodeleite@fhemig.mg.gov.br - O Banco de leite Humano do Hospital Sofia Feldman fica na Rua José Condé, 71, Bairro Tupi. O telefone de contato é o (31) 3433-7496.

Carta do Leitor* CAFÉ O café especial vai ganhando terreno. Em matéria publicada na última edição, foi importante notar o destaque dado à profissão de barista, o jornal também apresenta o inovador serviço de coworking de torra. Ele é ideal para quem quer lançar uma marca de café, desenvolver habilidades de torra voltados para futuros negócios ou mesmo para aprender um pouco mais sobre o processo e, quem sabe, torrar o próprio café para consumo. @copocafeespecial

Mande sua sugestão de pauta para o email: ophiciodepapel@hotmail.com


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Gente & História

JORNAL AVENIDA BRASIL / Edição 03

Causos*

A Avenida Brasil é um marco na vida de muitos dos ex-moradores da região dos bairros Funcionários e Santa Efigênia. Quem por ali viveu, dali não se esqueceu mais. A via, que nasceu com a nova capital, traz boas recordações de infância para o empresário Edmundo Lanna, 66 anos. “Meus pais se mudaram de Ponte Nova, Zona da Mata mineira, direto para a região. Moravam na Rua Timbiras, entre as ruas Ceará e Piauí. Eu morei na Avenida Bernardo Monteiro, 961, entre a Avenida Brasil e Rua Padre Rolim, até 1965. Agora é um prédio. Era uma época boa, muitos dos meus familiares moravam próximos, meus quatro tios residiam na Avenida Pasteur. Jogávamos bente-altas, brincadeira com bola de meia que a maioria das crianças não conhece hoje. A rua era nossa. Tinha a turma do Fernando Lanna, meu primo, o Jacaré (Luiz Mário, um dos fundadores da Banda Mole e do Movimento Machão Mineiro), os Biagioni e outros tantos. Quando se aproximava do feriado de 7 de setembro, a Avenida Brasil era invadida pela banda da Polícia Militar, que fazia ali seus ensaios para o desfile oficial”, recorda. Brincadeiras O futebol no Arnaldo era garantia de diversão. Até quem não estudava lá gostava de jogar bola no colégio. E quando a garotada queria se esconder do Padre Simala, responsável pelo time da escola, era fácil. “Ele só enxergava em linha reta, então era só ficar agachado que ele não nos via. Na Rua Ceará,

Edmundo Lanna lembra os momentos de nostalgia na Avenida Brasil com a turma de sua infância

a bola corria solta. Tinha pelada sempre e brincadeiras com bolinhas de gude por toda a calçada”. O comércio também está na lembrança de Lanna. “Tinha as padarias Globo e Ouro-Pretana (que depois mudou para a Savassi, mas não durou muito); a casa de ferragens do seu Paulo, na Avenida Carandaí; além da loja de secos e molhados na Avenida Brasil com Padre Rolim, onde se podia anotar a compra

para pagar no fim do mês; e o Bar Marilena, na Brasil com Rua Timbiras, onde a turma se reunia. E tinha também o point da moçada da década de 1970, que era a Boate Groove”. Volta pela cidade Outra recordação guardada com carinho é da época em que o empresário e amigos não tinham carteira de motorista. “Mas não perdíamos o passeio.

ROBERTA MOREIRA

Bola de meia, bola de gude

A gente ia para um ponto de táxi na Avenida Brasil e pagava o motorista para dar uma volta pela cidade. Não existia esse trânsito de hoje. Para se ter uma ideia, os carros eram estacionados na Brasil com vidros abertos”. Há décadas, o empresário saiu da Avenida Brasil, mas a Avenida Brasil não saiu dele. Edmundo Lanna mantém seu restaurante, Buona Tavola, na Rua Alagoas, a poucos metros da Brasil, há 38 anos.


Gente & História

JORNAL AVENIDA BRASIL / junho de 2019

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Minas Tênis Clube, um patrimônio na história de Belo Horizonte

Vista aérea da primeira sede do Minas Tênis Clube, no Bairro de Lourdes, que este ano completa 84 anos

dito Valadares. Naquela época, o prefeito da capital mineira era Juscelino Kubitschek, que mais tarde, em 1952, quando governador, teria seu nome dado ao ginásio poliesportivo do clube, o Ginásio Juscelino Kubitschek. O antigo ginásio foi demolido em 1998 para dar lugar ao Centro de Treinamento Juscelino Kubitschek (CTJK), inaugurado em 2001, onde acontecem os jogos da Superliga. Somente em 22 de dezembro de 1967, a Prefeitura assinou a escritura pública de doação do terreno do Minas I e o Conselho Deliberativo passa a escolher seus presidentes. Números

CENTRO DE MEMÓRIA MINAS TÊNIS CLUBE

Afagos políticos à parte, o Minas Tênis Clube, que este ano completa 84 anos, é um gigante em números: reúne 82 mil sócios, registra mais de 3 milhões de acessos às suas 4 unidades, que somam 454 mil metros quadrados de área, mais de 1.200 funcionários, incluindo os do Minas

Inauguração da praça de esportes do Minas. O presidente do clube, major Ernesto Dornelles Vargas, primo de Getúlio Vargas, lê o seu discurso em 27.11.37

Náutico, tem mil atletas federa- inaugurada em 1940, é de outro dos, 18 mil alunos nos cursos, arquiteto fortemente influenciapromove cerca de 390 eventos do pelo estilo art déco, o italiano culturais por ano, atraindo um Raffaello Berti, mesmo autor dos público de 160 mil pessoas. E projetos do Cine Metrópole, o segundo dados de dezembro Palácio Cristo-Rei, que é sede da de 2017, da Secretaria de Estado Arquidiocese, o prédio da Prefeida Fazenda, se fosse uma cidade tura, da Santa Casa, do Hospital mineira, o MTC seria a 26ª em ar- Vera Cruz e de várias casas no recadação e a 52ª no ranking de Bairro de Lourdes. população. Em 1948 a área Quase meio sécultural começa a culo depois da funganhar força no dação do Minas I, Frequentador Minas Tênis Clube, e ex-nadador do iniciou-se em abril através da música, de 1982, a amplia- Minas, o escritor com a inauguração ção do MTC. Em 22 mineiro Fernando do Departamento de dezembro de Sabino cita o clube Musical do Clube, 1984 é inaugurada, em ‘O Encontro a 27 de novembro nos bairros Serra Marcado’ daquele ano, com e Mangabeiras, a a apresentação de Praça de Esportes gravação estereofônica da Orquesdo Minas II, e em 29 de outubro de 1986, a sua tra Filarmônica de Berlim e da Sede Social. O clube conta com Orquestra Filarmônica de Londres. 7 piscinas. Em 1962, o produtor cultural O Minas Country, a Sede Campestre do MTC, abre as portas em Palhano Júnior funda o Departanovembro do ano 2000. O Minas mento Cultural e promove lançaNáutico, controlado pelo MTC, mentos de livros, saraus, exposilocalizado em Nova Lima, tam- ções artísticas, com nomes como bém foi inaugurado em 2000. o do pintor Lorenzato, do arquiteto Éolo Maia, entre outros, apresentações musicais com o Cultura maestro Sérgio Magnani. E como O esporte e a política não fo- não havia o Palácio das Artes, O ram os únicos pontos de inter- MTC já prestava um importante seção do MTC. A arquitetura, em papel de interação cultural com especial o estilo art déco, teve eventos abertos ao público todas papel importante na história do as quartas-feiras. clube. O prédio do relógio, projeFrequentador e ex-nadador to do arquiteto Romeo de Paoli, do Minas, o escritor mineiro Feré tombado pelo Conselho Mu- nando Sabino cita o clube em “O nicipal do Patrimônio Histórico, Encontro Marcado”, uma de suas Artístico e Cultural. A sede social, mais importantes obras literárias.

ersonagens da cena política se misturam aos da cena esportiva no contexto histórico da fundação do Minas Tênis Clube (MTC). Ao longo de sua trajetória desfilam figuras públicas como Otacílio Negrão de Lima, Benedito Valadares, Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek e vários outros, que o Centro de Memória Minas Tênis nos ajuda a contar. A ideia de criar o clube começou com um grupo de rapazes, moradores da região onde hoje é o Bairro Serra, que era tomado de chácaras ainda naqueles anos 30. Em uma das propriedades, a de Necésio Tavares, que mais tarde seria o primeiro presidente do Minas e seu primeiro sócio fundador, os rapazes se reuniam constantemente para a prática de jogos esportivos. Foi então que surgiu a necessidade de se criar um espaço exclusivo dedicado aos esportes, cujo nome imaginado era “Serra Tênis Clube”. Mas seria necessário buscar um terreno. Otacílio Negrão de Lima era o prefeito de Belo Horizonte e Benedito Valadares, o interventor do Estado. No projeto do engenheiro Aarão Reis, que planejou a nova capital, a área do “Buracão”, assim chamado o quadrilátero das ruas Espírito Santo, Emboabas (atualmente Antônio Aleixo), Bahia e Antônio de Albuquerque, abrigaria o zoológico. Mais tarde, foi pensado para aquele terreno da Prefeitura, a construção de uma praça de esportes. O grupo de esportistas da Serra obteve o sinal verde do prefeito Negrão de Lima, que arrendou o terreno para as obras com a condição de que o nome mudasse para Minas Tênis Clube. Foi assinado a ata de fundação do clube em cerimônia no Automóvel Clube (15 de novembro de 1935). E consultado, o interventor Benedito Valadares, colocou o Estado como financiador das obras, desde que pudesse nomear o presidente do clube. Assim foi nomeado Ovídio Xavier de Abreu, no lugar de Necésio Tavares, em 1936. E depois, o chefe de Polícia major Ernesto Dornelles, primo de Getúlio Vargas. Em 1943, acompanhado de sua comitiva em Belo Horizonte, o presidente Getúlio Vargas visita a sede do Minas Tênis Clube ao lado de Bene-

ORLANDO BENTO/DIVULGAÇÃO MTC

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Gente & História

JORNAL AVENIDA BRASIL / Edição 03

Da travessia do Tietê às vitórias na Superliga zinho, em Uberlândia, em cima do Praia Clube, no dia 26 de abril último. Atletas olímpicos Referência nos esportes desde os primórdios de sua história, o Minas Tênis Clube, registra a passagem de 74 atletas em 15 edições de Jogos Olímpicos até 2016. Em 1952, o nadador Fernando Pavan foi o primeiro atleta convidado para as Olimpí-

As campeãs da Superliga 2018/2019 em merecida comemoração no ginásio de Uberlândia

FOTOS: CENTRO DE MEMÓRIA MINAS TÊNIS CLUBE

ORLANDO BENTO/DIVULGAÇÃO MTC

As atletas do Vôlei Feminino do Minas na Superliga 2018/ 2019 deram ao clube sua terceira taça na competição. Antes, o time da capital mineira havia vencido na temporada 1992/1993, quando a competição ainda se chamava Liga Nacional, e na de 2001/2002. Macris, Bruna Honório, Carol Gattaz, Mara, Gabi e Natália e a Líbero Léia são os nomes desse título conquistado e coroado com uma final emocionante no Ginásio Sabia-

Atletas campeãs da Superliga de vôlei 2001/2002, desfilam com a taça no ginásio do Mineirinho

O presidente Getúlio Vargas visita o Minas ao lado do comandante Amaral Peixoto em companhia do governador Benedito Valadares, em 16.5.40

Uma viagem no tempo O Centro de Memória Minas Tênis Clube reúne mais de 45 mil fotos em seus arquivos, que contam sua história, além de vídeos, objetos, mobiliário, medalhas e taças e uniformes esportivos. Com parte do acervo foi possível montar uma exposição aberta ao público. O setor, que preserva a trajetória do MTC, recebe doações de imagens e documentos que ajudam na preservação de sua memória. Se quer doar, ou emprestar para cópia, qualquer material relacionado ao Minas Tênis Clube, ligue para o Centro de Memória e agende uma visita. Caso o doador não tenha disponibilidade de entregar o material pessoal-

mente, o Minas busca onde ele estiver. O telefone para contato é: (31) 35161025. O Centro de Memória integra o Centro Cultural Minas Tênis Clube, localizado na rua da Bahia, 2.244 e tem a coordenação de Silvana Maria Cançado Trindade. Exposição A visita à exposição é gratuita e aberta ao público de terça a sábado, das 10h às 20h, domingos e feriados, das 11h às 19h. A visita mediada pode ser agendada por telefone ou pelo e-mail: centrodememoria@minastc.com.br

adas de Helsinque (Finlândia). Em 1960, Moysés Blás traz a Medalha de Bronze para o Brasil com o Basquete. As Olimpíadas de 2004, em Atenas, foram marcadas pela quinta participação olímpica do nadador Rogério Romero, hoje gerente de Divisão de Esportes do Minas. Mas voltando aos primeiros anos do MTC, a primeira taça conquistada pelo clube foi por equipe, em 1938, na tradicional prova ‘’Travessia de São Paulo a Nado’’. O troféu foi para a melhor equipe por estado, sendo grande destaque a atleta Sieglinda Lenk, irmã de outra famosa nadadora da época, Maria Lenk, a primeira nadadora brasileira a participar de uma edição de Jogos Olímpicos – Los Angeles, 1932. Em tempo, A Travessia de São Paulo a Nado era uma competição tradicional realizada no Rio Tietê, até quando era possível nadar ali. Durou de 1924 até 1944. Sieglinda nadou na inauguração da piscina do Minas e acabou ficando por aqui. Além da Natação, dentre os esportes pioneiros do MTC estão o basquete, o tênis, o vôlei masculino e feminino. Hoje, das 9 modalidades praticadas no clube, apenas o Futsal não é Olímpico. Ginástica Artística, Ginástica de Trampolim e Judô também estão entre as práticas esportivas do Minas. O vôlei é destaque pelos títulos

nacionais que seus atletas deram ao clube, tanto no Masculino como no Feminino. No Masculino venceu em 1963, 1964, foi tricampeão em 1984, 1985 e 1986, e novamente tricampeão na sequência 1998/1999 , 1999/2000, 2000/2001 e pela última vez em 2006/2007. E no Feminino, após a vitória da Superliga na temporada 2018/2019, para coroar, a boa notícia, a volta da bicampeã Olímpica, Sheilla Castro ao time para a temporada 2019/2020. Sheilla defendeu o Minas entre os anos de 2001 e 2004. Por aqui, conquistou dois títulos estaduais (2002 e 2003) e a Superliga 2001/02. Príncipe Harry Vale lembrar algumas passagens interessantes na sede do Minas I, que certamente ficarão na memória do clube para sempre, como em 2007, quando sua piscina olímpica sediou uma etapa da Copa do Mundo de Natação. Uma visita histórica foi a presença do príncipe Harry, da família real britânica, em 2014. Ele esteve em BH representando o Comitê Olímpico de seu país para assinatura do acordo que permitia os atletas britânicos usarem as instalações do Minas como treinamento para os Jogos Olímpicos do Rio, em 2016.


Avenida Brasil

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ROBERTA MOREIRA

JORNAL AVENIDA BRASIL / junho de 2019

Hora de cuidar da horta: consciência, manejo e responsabilidade são conceitos ensinados na prática por professores aos jovens alunos do Colégio Logosófico

Logosófico aposta em projetos sustentáveis

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o passado era comum, antes ou depois da escola, brincar nos quintais de casa. Horta e galinheiro, quase todos tinham. Comer uma verdura no almoço, colhida na hora, tirar uma fruta madura do pé e se lambuzar eram hábitos do cotidiano da vida de qualquer criança. Saber o verdadeiro sabor de cada legume e de onde ele veio, não era segredo para ninguém. Hoje, nem é preciso dizer o quanto os pais e avós lamentam a falta de espaço para que seus filhos e netos possam brincar e

conhecer um pouco da vida simples do passado. Sensível a essas questões, o Colégio Logosófico González Pecotche resgatou as atividades de quintal há cerca de dois anos, cultivando junto às crianças, a horta e ensinando-as a cuidar do galinheiro. O manejo e cultivo de hortaliças e o cuidado com a alimentação das aves no galinheiro já são atividades que fazem parte da cultura cotidiana dos alunos. Assim, nenhuma criança cresce acreditando que tomate, cenoura e alface “nascem” no

supermercado. ses de uma nova humanidade”, faz Nas aulas práticas os alunos re- questão de deixar claro o lema da cebem sementes, mudas e material Educação Logosófica, a diretora Liade jardinagem para plantar, acom- ra Sia Moreira Salles. panham o florescimento do morango, o crescimento das plantas e Liara sente orgulho dos alunos aprendem o tempo da colheita. Se e está certa de que a escola colhe envolvem nas etapas de tratamento bons frutos ao longo de quase seis do solo, identificação e retirada das décadas de ensino. “O Logosófico ervas daninhas, observação e retira- do Funcionários foi inaugurado em da de insetos e pra1963. Aqui em BH foi o gas, e, por último, a primeiro colégio bracolheita. sileiro, assim como foi Além do mocriada a primeira sede rango, a berinjela, da Fundação LogoA missão é quem a mostarda, a cesófica no Brasil. Hoje noura, o coentro e manda na escola, temos mais uma unio tomate estão en- costumo dizer isso dade na Cidade Nova tre os cultivos, bem aos alunos e a terceira será no como ervas aromáVila da Serra. Passaticas para tempero dos os anos, temos a e grãos. Depois, alegria de ter quatro em uma cozinha alunos que são netos experimental da escola, nas aulas de e filhos de ex-alunos”, destaca a culinária são utilizados alguns des- diretora. Pelos bancos escolares da ses ingredientes da horta. Juntos, os unidade do Logosófico do Funciopequenos fazem tortas de legumes nários passaram o músico Samuel e variadas receitas. Rosa (Skank) e o piloto Toninho da Outras boas práticas vêm sen- Mata, figuras de destaque da cena do aplicadas na escola, como o uso cultural e do automobilismo brasiconsciente de copos descartáveis, a leiros. “Mas assim como eles, todos campanha Lacre do Bem, para tro- nossos ex-alunos são especiais”, diz ca de cadeiras de rodas e o Projeto a diretora. Honestidade, entre tantos outros. “Hoje somos o Sistema Logosó“A missão é quem manda na esco- fico de Educação, com as unidades la, costumo dizer isso aos alunos. belo-horizontinas e outras que foA pedagogia logosófica tem como ram surgindo nestes 56 anos: em missão o desenvolvimento pleno Uberlândia, Brasília, Goiânia, Chapedas aptidões físicas, mentais, morais có, Florianópolis e Rio de Janeiro”, e espirituais para formação das ba- completa Liara.

Educação


Avenida Brasil

JORNAL AVENIDA BRASIL / Edição 03

FOTOS: COLÉGIO LOGOSÓFICO / DIVULGAÇÃO

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O galinheiro e as mudas reportam a um verdadeiro quintal

As crianças plantam sementes e pequenas mudas sob orientação da professora

Hora de aprender a utilizar e preparar o alimento colhido

Boas práticas envolvem alunos e funcionários Velhos hábitos são deixados de lado cedendo lugar ao conhecimento e equilíbrio que fazem toda a diferença. Assim foi implantado o projeto de uso consciente de copos descartáveis. Para se ter uma ideia, os cerca de mil alunos do Ensino Fundamental até o Ensino Médio e funcionários do Logosófico, unidade do Funcionários, se uniram e levantaram dados sobre o consumo médio em cada sala de aula, o tempo de decomposição dos copos descartáveis na natureza, que pode variar de 200 a 400 anos, e resolveram propor o uso do copo de metal. “Foi um trabalho incrível, porque eles estimaram o consumo médio de 3 mil copos diários, o que dá um total de 600 mil copos por ano, nos 200 dias letivos. Passaram a usar copos de metal e os descartáveis reduziram demais, sendo destinados, agora, ao plantio de mudas e para reciclagem nas aulas de arte”, contou Liara Salles. Lacre do Bem A professora de Geografia Sueli Takahashi propôs às turmas do Fundamental II e Ensino Médio a participação em uma campanha de arrecadação de lacres de refrigerantes. Os alunos participam em todas as fases do projeto, começando pela criação da logomarca e depois com a coleta dos lacres até a etapa final, que é a aquisição de uma cadeira de rodas – etapa aguardada por todos. Foram distribuídas garrafas pets de 2 litros como recipiente padrão para que alunos, professores e funcionários do colégio possam depositar os lacres. No final do ano letivo, será feita a con-

tagem das garrafas e se efetuará a troca dos lacres pela cadeira de rodas. Os lacres de refrigerantes são produzidos com o alumínio obtido da bauxita, um recurso mineral que é retirado na natureza. A reciclagem do lacre pode ser realizada diversas vezes sem comprometer a sua qualidade. São necessárias 140 garrafas pet de 2 litros, ou seja, 105 quilos de lacres (aproximadamente 352.800 unidades) para que seja efetuada a troca por uma cadeira de rodas. Honestidade Outro projeto bem-sucedido no Colégio Logosófico é o que tratou na prática o conceito de honestidade. A diretora Liara Salles conta que em 2017 implantou o autosserviço de sorvete em local de acesso para os alunos. A proposta foi de que eles pegassem o sorvete no freezer e deixassem o valor de cada produto consumido em uma caixinha ao lado. “A experiência foi ótima. Alguns não tinham o dinheiro para pagar no mesmo dia, mas acertavam o pagamento depois. Em um mês tivemos cerca de 93% de acerto”, relata a diretora. “A experiência foi analisada para que todos pudessem se empenhar em ser mais honestos a cada dia”, lembra. Assim, com projetos que permitem o trabalho com valores éticos como o “Transformando a partir de si mesmo” (2016), “Melhores atitudes e melhor humanidade” (2017) e “A busca do equilíbrio” (2018), a Educação vai resistindo aos obstáculos impostos e mostrando o quanto ela é fundamental para um país. Em 2019, o tema é “O conhecimento amplia a vida”.

A receita é de pequenos e saudáveis bolos de legumes

A profe ssora Su eli Taka vencedo hashi en ra do co trega o ncurso prê da logo marca d mio à aluna La ra Tinoc a campa o de Ab nha de reu Neri arrecad ação de s, lacres

Hum ! Agora é só servir e apreciar


Minas - BH

JORNAL AVENIDA BRASIL / junho de 2019

É tempo de vinho... inverno se aproxima, é tempo de aconchego, de pratos deliciosos e reconfortantes, harmonizados com bons vinhos. Vamos nos preparar para apreciar esse néctar antes de abrir a garrafa. Quem vai nos ensinar a tirar o melhor proveito dessa temporada é a sommelière Sílvia Gonzaga, professora formada, há 12 anos, pela Associação Brasileira de Sommeliers (ABS-MG), onde leciona, e no Instituto de Gastronomia das Américas (IGA). Sílvia, que também ministra cursos para confrarias, começa por nos orientar a obter a temperatura ideal dos vinhos tintos. Segundo ela, devem ser mantidos em torno de 15 graus para que na hora de servir já estejam na temperatura correta, se não tiver adega, coloque o vinho na geladeira alguns minutos antes de abrir para resfriar “Caso contrário, o álcool se sobressai e altera o sabor”, previne. Começamos por essa dica simples, que faz toda a diferença ao paladar. “Taça maior também ajuda o vinho a respirar e liberar o aroma. E é necessário ter água ao lado para evitar desidratação. A água é muito importante”, ensina. E é como dita o provérbio em latim: “in vino veritas, in aqua sanitas”. “No vinho, reside a verdade; na água, a saúde”. A frase teria sido atribuída ao escritor romano Plínio, o Velho, no primeiro século da nossa era. Para aqueles que gostam de vinhos mais leves, a dica da especialista é apostar nas uvas Merlot, Carménère e Tempranillo, que tem taninos bem macios. Já, os produzidos com a Cabernet Sauvignon, geralmente são mais encorpados. “No Brasil importamos mais vinhos chilenos. Em segundo lugar, os argentinos, que agora enfrentam os portugueses na

disputa pela vice-liderança em vendas. A uma. Um método trabalhoso e caro, mas maioria dos vinhos de Portugal não colo- utilizado no mundo todo”, explica Sílvia, cam nomes de uvas nos rótulos, eles uti- que também é fundadora e produtora da lizam uvas próprias do país marca de espumantes boutique Cave 18, elaborado pelo como a Touriga Nacional, método champenoise. Aragônes e outras”, comenta A sommelière aponta a a sommelière. Tudo é existência de outro método Os espanhóis também mais econômico de produzir vêm ganhando terreno. A sua espumante, espumante, que é o charmat. principal região vinícola é La mas nem tudo “Neste caso, a segunda ferRioja, ao norte da Penínsu- é champanhe. la Ibérica, de onde saem os champanhe só mentação é feita em tonéis mais tradicionais vinhos de pode ser assim e a bebida é engarrafada em chamado se for Tempranillo. seguida”, compara. Sílvia comenta que os vi- produzido na A principal região produnhos franceses são menos região homônima, tora de vinhos no Brasil é o consumidos no Brasil. “Na no norte da Vale dos Vinhedos, no sul. concorrência com chilenos e França Ali são produzidos os melhores espumantes nacionais. argentinos, eles acabam perdendo no custo x benefício As uvas mais utilizadas para para os nossos vizinhos. No a produção de espumantes Brasil, o champanhe, por exemplo, teve brasileiros são: Chardonnay, Pinot Noir e uma queda de 30% na importação, dife- Riesling. rentemente dos espumantes nacionais que Se “velho mundo” é a expressão atriestão ganhando muito mercado. Sinal de buída para os vinhos euque o consumidor vem dando valor a este ropeus, vale dizer que produto brasileiro de grande qualidade”, os vinhos do chamado “novo mundo”, produziavalia a especialista. dos na Nova Zelândia, Austrália, Califórnia Espumantes (EUA) e África do Sul, Vale dizer que algumas pessoas ainda também têm ganhado confundem o espumante nacional e de destaque. “Os vinhos outros países, com o champanhe. “Tudo é neozeolandeses vêm espumante, mas nem tudo é champanhe. se destacando, espechampanhe só pode ser assim chamado cialmente os de uvas se for produzido na região homônima, no Sauvignon Blanc e Pinorte da França. Nesta região foi desen- not Noir. Já, os ausvolvido o método champenoise, que de- tralianos fazem mais termina que a segunda fermentação do vinhos para o dia a vinho seja feita dentro da garrafa, uma a dia”, observa Sílvia.

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Rótulo mineiro é premiado em Londres

SITE VINHOS MARIA MARIA / DIVULGAÇÃO

A tecnologia da dupla poda trouxe nova premiação internacional para vinhos da Região Sudeste. Cinco rótulos produzidos a partir deste método são vencedores do Decanter World Wine Awards 2019, ocorrido em Londres, no mês passado. A medalha de prata foi para o vinho Maria Maria Diana Syrah (2017) e o espumante Maria Maria Sous Les Scaliers. Já os vinhos Maria Maria Elis Sauvignon Blanc (2018) e Casa Verrone Syrah Speciale (2017) receberam medalhas de bronze. Somando-se à lista, o vinho Maria Maria Cristina Gran Reserva (2016) recebeu uma medalha de recomendação. A técnica da dupla poda da videira e o acerto do manejo da uva Chardonnay foram desen-

volvidos pelo Núcleo Tecnológico Uva e Vinho da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig). Plantadas no município de Três Pontas, Sul de Minas, as uvas dos vinhos Maria Maria, uma homenagem à música do compositor e cantor Milton Nascimento, que viveu em Três Pontas, teve sua primeira safra de vinhos produzida em 2013. Em 2015, a marca participou do Decanter World Wine pela primeira vez e, desde então, é premiada. Já as uvas do vinho Syrah Speciale, da Casa Verrone, são plantadas em Itobi, em São Paulo. O processamento é feito na Vinícola Experimental da Epamig, em Caldas. O processo aplicado, predominantemente

A técnica da dupla poda da Epamig contribuiu para a premiação dos rótulos Maria Maria produzidos em Três Pontas, no Sul de Minas

na Serra da Mantiqueira, consiste na inversão do ciclo produtivo da videira, que altera para o inverno o período de colheita das uvas destinadas à produção de vinhos. A técnica é resultado de um trabalho de pesquisas de mais de 20 anos, desenvolvidas pela Epamig com apoio da Fapemig e outros órgãos de fomento, que aperfeiçoou a qualidade dos vinhos finos produzidos no Brasil em propriedades no Sul de Minas, Rio de Janeiro e São Paulo. Só na região Sudeste, cerca de 500 mil de litros de vinho tinto e branco são elaborados a partir da tecnologia. A combinação dos elementos tempo seco, dias ensolarados e noites frias é responsável por ocasionar a colheita de uma uva sã, de maturação plena, que apresenta mais aroma e mais concentração de cor, o que contribui para o incremento da qualidade do vinho. A iniciativa inovadora de se produzir vinhos finos na Mantiqueira teve início em regiões cafeeiras como alternativa para diversificação de renda. O prêmio Decanter World Wine Awards é organizado pela revista inglesa Decanter, uma das mais tradicionais e respeitadas publicações sobre vinhos no mundo. Em 2019, a 16ª edição do concurso julgou aproximadamente 17 mil vinhos, de 57 países. (Com base em texto publicado no site www. agenciaminas.mg.gov.br, em 22/5/2019)


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Os vinhos brancos sempre serão os mais leves por não terem tanino. “Me surpreende que o consumo de vinho branco no Brasil seja baixo. Nós temos o clima perfeito para o consumo de brancos e espumantes. Mas o nosso consumo de vinhos é de dois litros per capita por ano, enquanto nossos vizinhos argentinos consomem 20 litros per capita/ano, um número que inclusive já foi bem mais alto”, diz a sommelière. Uma confusão que os consumidores costumam fazer é com o Vinho Verde português. Vinho Verde é o nome da região e muitas vezes, por uma questão de marketing, a garrafa é levemente esverdeada. E por falar em cor, o rosé já superou a fase do preconceito no Brasil e já passou a ser bem aceito. “O vinho rosé, tão refrescante quanto o branco, nasceu na Provence, região da França famosa por seus belíssimos campos de lavanda. A ensolara-

da Provence está localizada na bacia do mediterrâneo e as cidades principais que compõe esta região são: Aix de Provence, Arles, St Remy, Avignon, Cannes, Luberon, Marseille, Nice, Saint Tropez. Os vinhos rosés de qualidade, em sua maioria, são produzidos incialmente como os tintos, onde as cascas das uvas ficam em contato com o mosto (sumo da uva) por algumas horas, após este processo é separada a parte sólida e o mosto é vinificado como os vinhos brancos. A coloração dependerá da quantidade de horas que o mosto ficou em contato com a casca, quem decide isso é o enólogo e os tons podem ser bem variados, desde tons de pétalas de rosas a um rosa mais escuro”, descreve Sílvia Gonzaga em seu blog Sante Bebidas. E por falar em enólogo, vale uma pequena aula de diferenciação de conceitos: enólogo é o responsável por toda a produção do vinho, sommelier (no masculino) e sommelière (no feminino) são profissionais que possuem o conhecimento não só sobre as características do fermentado, mas também sua correta harmonização. Já o enófilo é toda aquela pessoa que apenas aprecia ou estuda sobre a nobre bebida.

A brir

ARQUIVO PESSOAL / DIVULGAÇÃO

Bálsamo que colore nossas vidas

A sommèliere Silvia indica Merlot, Carménère e Tempranillo para apreciadores de vinhos mais leves

Harmonização Algumas regrinhas básicas de harmonização ajudam a uma melhor apreciação tanto dos pratos como dos vinhos. Sílvia orienta o consumo de vinho tinto com carnes vermelhas, vinhos brancos com carnes brancas e saladas. “Espumantes são os coringas, harmonizam até com carne vermelha, pois têm alta acidez que limpa o paladar. Já doces, panetones e bolos vão

bem com vinhos de colheita tardia. O vinho do Porto é bom com chocolates, frutas secas e castanhas por ser meio licoroso”, ensina a sommelière. “O vinho rosé vai bem com vários pratos da cozinha mediterrânea. A harmonização deles é bem parecida com a dos brancos, porém por herdarem um pouco de estrutura das cascas das uvas tintas, são um pouco mais versáteis”, é o que Sílvia aponta em seu blog.

Glossário En ológico

Mostrar suas características, mente desprend principaler os aromas do vinho.

A dstringente

Tônico, grande presença de ta ninos dando a sensação de aspereza na lín gua, de secura na boca.

A erar

Aerar o vinho é colocá-lo em co o oxigênio, gera ntato com lmente em vinh os mais maduros (velhos, an tigos) para desp aromas. render os

B ouchonné

Cheiro de mofo que vem de um a ro taminada. É um dos motivos pe lha conlo qual se cheira a rolha.

B ouquet

D ecantar

Decantar o vinh o é separá-lo da s borras, a decantação é útil para vinhos de guarda, que ficaram long o tempo maturan rafa e pode-se do na garver sedimentos ou borras.

F ortificado

Vinho com adiç ão de aguarden como o vinho do te vínica, Porto.

L ímpido M aduro M agnum P erlage

Sem partículas em suspensão Vinho no auge da sua vida Garrafa de 1,5 lit ro.

São os aromas que o vinho ad qu envelhecimento , vinhos envelh ire com o ecidos possuem aromas m ais complexos

B rut

Quer dizer que o teor de açúc ar mante é menor que 15 gramas po do espur litro, seco. Fonte: www.san tebebida

s.com

As borbulhas de em vinhos frisan gás que se desprendem tes e espumante s.

P ersistência

Uma das caract erísticas que di ferenciam os vinhos de qualid ad mais complexos e é a persistência. Vinhos possuem maior cia, ou seja, de persistênixam aromas e sabores por mais tempo no nariz e na boca (retrogosto).


Turismo Urbano

FOTOS: ROBERTA MOREIRA

Rua Sapucaí, um cartão postal de BH JORNAL AVENIDA BRASIL / junho de 2019

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À esquerda, o mural pintado pelo duo Acidum Project e na empena do edifício Rio Tapajós, à direita, o mural da argentina Hyuro

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la já foi uma das primeiras ocupações não planejadas de Belo Horizonte, já abrigou chácaras, favelas e pensões. Suas numerações ímpares indicam hoje, endereços de bares e restaurantes descolados. Escolhida pelo Circuito de Arte Urbana (Cura) para ser o primeiro mirante de street art do mundo, a charmosa e histórica Rua Sapucaí, na Zona Leste da capital, vem se firmando cada vez mais como corredor cultural e gastronômico da cidade. Não é para menos, dali se tem uma das mais belas vistas do pôr do sol de BH e melhor visão das empenas e murais pintados por talentosos artistas grafiteiros. Não raro se vê muchileiros, turistas descolados e gente daqui mesmo fotografando a paisagem urbana descortinada pela Sapucaí. O viaduto da Floresta, a Estação Central do metrô, o antigo Hotel Itatiaia, na Praça Rui Barbosa compõem o cenário com gigantescas empenas pintadas, como a da dupla cearense Tereza e Robézio na fachada cega do edifício Rio Tapajós (Rua da Bahia), de 850 metros quadrados, visto do mirante da Sapucaí. Já na empena cega do edifício Príncipe de Gales (Rua dos Tupinambás), está o mural pintado por Davi de Melo Santos, de cerca de mil metros, representando um abraço entre o dia e a noite. Priscila Amoni, uma das idealizadoras do Cura, presenteou a paisagem urbana com um mural de 850 metros quadrados na fachada cega do Hotel Rio Jordão, retratando a modelo Nath Sol, que na obra representa uma mulher afro-brasileira

carregando duas plantas de proteção em punho. Em novembro de 2018, a vez de a cidade ser presenteada pela argentina Hyuro, que radicada na Espanha, já passou pelos principais festivais de arte urbana no mundo. Um dos principais nomes femininos do novo muralismo, Hyuro utilizou a empena cega de 1.060 metros quadrados do histórico edifício Amazonas Palace Hotel, para mostrar sua arte que emociona pela força e delicadeza. O Circuito de Arte Urbana já promoveu três festivais na capital e está em fase de captação de recursos para realizar evento entre 8 e 20 de outubro próximo. Sabores e cores Cartão postal de BH é atrativo no quesito sabores, a Rua Sapucaí teve sua primeira aposta gastronômica com a Salumeria Central, em 2011, com seus produtos de charcutaria e queijos artesanais. De lá pra cá, outros

O pôr do sol na Sapucaí é outro espetáculo à parte

Escadaria da Sapucaí. No alto vê-se a fachada cega do edifício Trianon pintada por Marina Capdevila, em uma homenagem ao carnaval de rua de BH

vieram como o bar homônimo à rua, que traz no cardápio croquetes Sapucaí (carne), Acaiaca (costelinha de porco desfiada com catupiry) e Sulacap (abóbora com gorgonzola e cebola roxa), cada qual com oito porções a R$ 29. A Pizzaria Panorama, no segundo piso de um dos sobrados, tem uma bela vista da cidade. Na varanda, uma haste fixa com binóculos para não perder nenhum detalhe. Ali, o visitante escolhe a pizza com o nome das ruas do centro de BH, como a Aarão Reis, Guaicurus e Caetés.

No Dé Jà-Vu, artigos de tabacaria e chope artesanal. O pilsen, 300 ml sai a R$ 5. E na Rua Taiobeiras, esquina com a Sapucaí, um bar com cara de mochileiros, o Trip Food. Lá o turista encontra o sanduíche polonês Zapiekanka, basicamente baguete francesa, molho de tomate, pasta polonesa à base de cebola e queijo, ou ainda o Curry Wurst, iguaria alemã composta por salsichão e curry. Tem também o Poutine, prato canadense de batatas com recheio quente. Com tantas maravilhas gastronômicas e visuais, a Rua Sapucaí não é só para o turismo, que já descobriu as atrações do endereço, mas é uma rua muito nossa, da nossa história e está aí para que ninguém perca um pôr do sol desta Belo Horizonte.

Mural na estação central do metrô pintado pela Crew Minas de Minas


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Vitrine

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VITRINE Fizemos uma pesquisa das coleções outono/inverno que estão nas lojas das avenidas Brasil, Carandaí e Bernardo Monteiro e selecionamos algumas dicas para você ficar chic na estação:

Pashimina estampada indiana com desenho em alto relevo Cashimi. Loja da Índia. Av. Brasil, 749. Preço: R$ 89,00

Bota Coturno Havana. Constance. Av. Brasil, 712 e Av. Bernardo Monteiro, 1009 Preço: R$ 249,99

Poncho Payday bordado. Loja da Índia. Av. Brasil, 749. Preço: R$ 89,00

Bota modelo Ankle Boot Cowboy em couro. Villa Confort. Av. Carandaí, 737 loja 06. Preço: R$ 349,90

Vestido lurex midi preto para festa. Mara Boutique. Av. Brasil, 1590. Preço: R$ 219,90

Scarpin Piccadilly. Villa Confort. Av. Carandaí, 737 loja 06. Preço: R$ 179,90

Sapatilha Caramelo com detalhe de fivela. Constance. Av. Brasil, 712 e Av. Bernardo Monteiro, 1009. Preço: R$ 139,99 Tênis Usaflex, tecnologia Flyknit. Villa Confort. Av. Carandaí, 737 loja 06. Preço: R$ 329,90


Vida & Saúde

JORNAL AVENIDA BRASIL / junho de 2019

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á dois anos, um grupo de 10 pessoas, entre parentes e amigos, assistentes sociais, psicólogos e voluntários com histórias de perda na família, se juntaram para realizar um sonho. Preocupados em criar uma forma de acolher pacientes carentes de Oncologia e doenças de alta complexidade, vindos do interior de Minas para tratamento na capital, resolveram buscar uma solução. Em 2017 abriram um bazar com doações de pessoas físicas e pontas de estoque com intuito de obter recursos e investir na criação da Casa do Caminho, um abrigo para acolher pacientes e acompanhantes do interior, nessas condições. Ocorre que, apesar do Tratamento Fora de Domicílio (TFD) ser instituído por Lei Federal e ser um instrumento legal que visa garantir, através do SUS, tratamento médico a pacientes portadores de doenças não tratáveis no município de origem, muitas prefeituras do interior de Minas não conseguem garantir transporte, alimentação e hospedagem a estes pacientes, por falta de recursos. O resultado é que muitos doentes graves, moradores do interior e seus acompanhantes, ficam sem acolhimento na capital e acabam desistindo do tratamento. “Alguns dormiam em bancos de praça, próximo ao hospital, à espera do dia marcado para a quimioterapia, das sessões de radioterapia. E todo esse sacrifício levava à desistência do tratamento. A desistência leva a uma piora do quadro. Muitas vezes voltavam para suas cidades por falta de acolhimento na capital”, lamenta a psicóloga Fernanda Vieira, uma das gestoras da Casa do Caminho. Em 14 de março de 2018, alguns me-

FOTOS: LILIAN CARVALHO/DIVULGAÇÃO CASA DO CAMINHO

Casa do Caminho acolhe pacientes com câncer

Gestoras e funcionários da Casa do Caminho na sede da Rua Padre Rolim, 222

ses depois de aberto o bazar, o sonho começou a ganhar forma e as portas da Casa do Caminho foram abertas na Rua Padre Rolim, 222. “Desde então, já com três bazares, acolhemos 1.280 pessoas (contagem até o final de maio deste ano), e mais de um ano depois já contamos com 32 leitos, 21 funcionários, três bazares, e são deles que tiramos 95% do sustento para manutenção da casa assistencial”, conta a psicóloga Fernanda Vieira. Deu tudo tão certo, que a casa funciona com técnicos de enfermagem 24 horas para dar banho, chamar o Samu, quando necessário, levar para o hospital, só não fazem procedimento médico. De acordo com a gestora, o acompanhante é parte do tratamento, por isso ele é considerado como parte importante no acolhimento. “Nosso sonho é poder abrir mais uma casa para acolher acompanhantes do Hospital João XXIII. Por enquanto temos cinco leitos reservados para aqueles que acompanham pacientes queimados e politraumatizados”, conta Fernanda. Oficina terapêutica e 6 refeições/dia

A psicóloga Fernanda atende um dos acolhidos

A Casa do Caminho é estruturada de tal maneira que permite oferecer seis refeições por dia a cada acolhido. São servidos 60 almoços diariamente, e oferece uma série de terapias e atividades de lazer promovidos por voluntários. “Temos

Reiki, Acupuntura, alongamento, Terapia Holística, acompanhamento psicológico, Oficina de Horta, Oficina de Tapeçaria, Oficina de Bordado e Ponto de Cruz, Oficina de Dança Senior e Oficina de Musicoterapia, com o saxofonista Sérgio Andrade, toda sexta-feira, pela manhã. À noite fazemos algumas atividades. Uma delas, que foi bastante apreciada foi a Noite do Hambúrguer Artesanal”, descreve a gestora, que faz questão de dizer: “O hospital cuida do doente e nós cuidamos das pessoas”. Às terças-feiras, a Casa do Caminho realiza o Projeto Amor Que Alimenta, que consiste em alimentar os moradores de rua da região. E o trabalho para garantir a estrutura da Casa do Caminho não para. Agora são três bazares, o da Savassi, outro no Funcionários e outro no Santa Efigênia. Eles recebem doações de roupas, sapatos, móveis, brinquedos, adornos, eletrodomésticos, vasilhas, panelas, roupa de cama e banho, livros, discos, CDs. “Costumamos dizer que estamos na contramão da crise. Os bazares funcionam muito bem porque as pessoas estão sem dinheiro. Gostamos da ideia de reutilizar, da ideia de sustentabilidade”, comemora Fernanda. Quatro gestoras são responsáveis pelo êxito da Casa do Caminho hoje:

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a assistente Social Shirley Pereira, ela é presidente da instituição e mãe da Fernanda, que é psicóloga, como dissemos antes, com especialidade na área hospitalar, vale acrescentar; tem também a Rosalva Gervásio, vice-presidente, empreendedora e cuidadora nata de família e a Adriana Alice, gestora de Serviço Social. Apesar de a maior parte dos recursos serem obtidos através dos bazares da Casa do Caminho, a instituição recebe muita ajuda para se manter. Eis alguns dos seus colaboradores: pães são doados pela Paneteria Brasil e o Verdemar (Pátio Savassi); frutas e legumes, do Sacolão ABC (Av. Nossa Senhora de Fátima); carnes chegam doadas pelo supermercado São Judas Tadeu e a Casa de Carnes Drumond; o Clube Palmeiras e a Academina Body Energy são pontos de coleta de diversas doações; a Tambasa Atacadista doa produtos diversos e a Miluana Drogaria e Perfumaria faz descontos nos preços dos medicamentos. COMO AJUDAR A CASA DO CAMINHO: 1) Comprando nos bazares da Av. Cristóvão Colombo, 356 – Savassi; Av. Bernardo Monteiro, 499 e Rua Padre Rolim, 222. 2) Doando roupas, sapatos, eletrodomésticos, móveis, CDs, adornos, vasilhas, panelas e outros artigos que você não use mais. 3) Se você tem um comércio, crie um ponto de coleta de doações de utensílios para os bazares. A Casa do Caminho recolhe sua doação no endereço que você designar. Contatos: (31) 3586-3856 / Whatsapp: 99490-4522 / institutocasadocaminho.org.br / Instagram: instcasadocaminho / Facebook: instutocasadocaminho

Especial do Chef *

Alessandro Balduíno

O restaurante Dal Grano (Av. Antônio Carlos, 7456 – Pampulha) é um espaço dedicado a oferecer pratos da cozinha contemporânea italiana. Além de um rico cardápio de pizzas, destaque para o medalhão de Filet com Risoto Trufado e o Gnocchi Verdi Al Gorgonzola com Escalope de Filet Mignon. O chef do Dal Grano, Alessandro Balduíno, apresenta a receita de uma das sobremesas mais tradicionais do país da bota: a Panacota

PA N ACOTA D O DA L G R A N O INGREDIENTES: 1 xícara de leite 1 xícara de creme de leite 3/4 de xícara de açúcar de confeiteiro 390 gramas de queijo Mascarpone 1 colher de sopa de baunilha 1 gelatina sem sabor

MODO DE FAZER: Coloque o açúcar, o leite, o creme de leite, o Mascarpone e a baunilha em uma vasilha. Dissolva a gelatina em água fria e acrescente aos ingredientes anteriores. Leve a misture ao banho Maria sem alcançar a fervura. Coloque na vasilha que vai servir e deixe por duas horas. Faça uma calda de frutas vermelhas coloque por cima e sirva.

DAL GRANO / DIVULGAÇÃO

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Vida & Saúde

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Informe Publicitário

Dê ouvidos a quem entende da sua saúde São vários os fatores que podem acarretar na perda auditiva. A poluição sonora, o uso constante de fones de ouvido acima do volume tolerável a longo prazo, a ausência de consultas periódicas ao otorrino e a falta de conhecimento para cuidados preventivos básicos. A perda auditiva tem sido diagnosticada em variadas faixas etárias, devido a doenças, exposição ao ruído, presbiacusia, entre outros. “Embora a maior incidência seja nos indivíduos acima de 60 anos, na clinica temos percebido um crescente encaminhamento para colocação de próteses auditivas em pessoas mais jovens” observa a fonoaudióloga Michelle Madureira Noronha, uma das responsáveis pela protetização na Audiomed. O advento do celular, a partir da década de 1990, fez proliferar, principalmente entre jovens, o uso dos fones de ouvido. “É raro não ver um estudante ou jovem trabalhador entretido com fones no caminho de casa para a escola ou trabalho, dentro dos transportes públicos. Com o trânsito caótico, barulhos por todo lado nas grandes cidades, as pessoas acabam colocando o fone de ouvido com volume muito acima do tolerável, o que pode prejudicar a longo prazo a audição” reforça a fonoaudióloga Iara Cardoso Vaz, também da Audiomed. “O fone, por estar inserido na orelha, consegue deixar o som em uma intensidade maior. Um longo tempo de uso pode ser prejudicial à audição. É necessário

uma redução de uso do fone, redução do volume e evitar de usá-lo em lugares com intenso ruído (o que pode levar o indivíduo a aumentar ainda mais o volume)” alerta Iara. Os ruídos em ambiente de trabalho também preocupam profissionais de saúde. Em alguns segmentos empresariais os níveis são intensos e exigem o uso do protetor auricular por parte do trabalhador. “Como exemplo, Em indústrias com amplo uso de maquinário que produz ruído é realizado o exame de audiometria ocupacional periodicamente em seus funcionários”, esclarecem Iara Cardoso e Michelle Madureira. Outro importante alerta preventivo é para as pessoas que praticam natação ou possuem infecção de ouvido recorrente (otites). Para estes, é recomendado o uso de tampão auricular para evitar a entrada constante de água. “O tampão é feito sob medida, mediante atendimento fonoaudiológico” orienta Iara. Sintoma

Outro fator preocupante é o zumbido, que não é uma doença, mas sim, um sintoma que indica que algo não anda bem. “As causas do zumbido são diversas e o paciente deve procurar o otorrino para melhor esclarecimento. Quando o médico diagnostica e nos encaminha, fazemos o exame de medição da frequência e do volume desse zumbido para melhor tra-

tar”, explica Iara. Alguns dos recursos de terapia sonora para o zumbido é o uso do aparelho auditivo com gerador de som, que pode minimizar o desconforto causado por este sintoma. Tecnologia

FI Q U E A TE N TO

1 – Você te oblemas para ouvir aomtepr lefone? ( ) Sim ( ) Não

2 – Mem os de sua família reclbr am que você aumenam volume de suatatelemviuito o ( ) Sim ( ) Não são? 3 – Em um ambi ente com barulho vo cê tem dificuldades para en tender uma conversa? ( ) Sim ( ) Não 4 – Você tem o há bito de pedir para as pe repetirem o que dize ssoas m? ( ) Sim ( ) Não

Uma vez diagnosticada a perda de audição pelo otorrino, o paciente é encaminhado ao fonoaudiólogo. Este faz uma avaliação completa do perfil do cliente para selecionar e adaptar os aparelhos mais adequados. São dois tipos de aparelhos: retroauriculares (atrás da orelha) e intra auriculares (dentro da orelha). “Hoje em dia tanto os aparelhos fora da orelha quanto os aparelhos dentro da orelha são de adaptação imediata, o que não acontecia antigamente” conta Mi5 – É comum vo cê entender chelle, acrescentando que existem apaerrado o qu e outras relhos que podem ser com baterias repessoas di ze m e resp carregáveis, com acessórios que ajudam inadequadamente? onder a ouvir melhor o som da TV ou a falar ( ) Sim ( ) Não ao telefone, além de controle remoto dos aparelhos por meio de aplicativos de ce6 – Você tem zumbi lular. ( ) Sim ( ) Não do? “Os clientes idosos nos surpreendem. Antigamente eles voltavam mais vezes 7 – Você sente tontur a? para ajustes simples, hoje, com a evolução ( ) Sim ( ) Não tecnológica dos aparelhos auditivos, a conexão direta com aparelhos de telefone e Se você respondeu de TV e uso do controle básico, o cliente a uma ou mais perg “Sim” ficou mais independente e consegue fazer marque uma consulta untas, com o variações de volume em seu próprio apa- seu otorrino. relho” Aponta Iara.


Agenda

JORNAL AVENIDA BRASIL / junho de 2019

Casa Fiat expõe ‘Os Gigantes da Montanha’ em versão HQ

‘DreamWorks Animation’ é imperdível no CCBB BH

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arco da dramaturgia do século XX e uma das principais obras do escritor italiano Luigi Pirandello, “Os Gigantes da Montanha” se transforma em História em Quadrinhos, segundo os traços do artista plástico Carlos Avelino, e se torna tema da exposição na Casa Fiat de Cultura. “Os Gigantes da Montanha – Grupo Galpão em: Do teatro aos quadrinhos na Casa Fiat de Cultura”. A mostra apresenta o percurso de criação da HQ, publicada pela editora Nemo, do Grupo Autêntica, a partir da montagem realizada pelo Galpão, com direção de Gabriel Villela, estreada em 2013. Na mostra, o público aprecia rascunhos, rafes de páginas e arquivos originais do trabalho de Avelino, assim como fotos, vídeos, cenário e figurinos da peça de teatro. Além de ilustrada por Carlos Avelino – e, também, por Bruno

Costa –, a adaptação foi idealizada e roteirizada pela atriz Inês Peixoto. A mostra conta com 51 páginas (rafes) e estudos em aquarelas, nas quais há interação entre pintura tradicional e digital, rascunhos e arquivos originais do trabalho de Avelino. No que se refere à montagem do espetáculo, a mostra reúne 31 fotos, 2 vídeos e 3 figurinos. No dia 16 de junho, às 19h30, o ator Luiz Rocha, que integra o elenco de “Os Gigantes da Montanha” apresenta sarau com músicas do espetáculo no hall da Casa Fiat. No dia 2 de julho, às 19h30, a atriz Inês Peixoto e o ilustrador Carlos Avelino estarão na Casa Fiat para um bate-papo sobre todo o processo de transposição do Teatro para a HQ em “Os Gigantes da Montanha”. Entrada gratuita, mediante a retirada de ingressos no Sympla.

desenho às telas. Da perspectiva dos insetos de “Formiguinhaz” (1998), passando pelas técnicas de animação stop-motion com argila de “Fuga das Galinhas” (2000) até o mundo cheio de detalhes de “Shrek” (2001), vencedor do Oscar, além do universo musical e colorido de “Trolls” (2016), vencedor do Grammy, e das incríveis cenas de artes marciais de “Kung Fu Panda 3” (2016), A exposição tem inspiração nos filmes mais amados do estúdio, um dos maiores do mundo e que trabalha com técnicas únicas de animação. Por meio de experiências digitais imersivas os visitantes poderão explorar diferentes mundos, ver de perto as expressões faciais de personagens queridos e conferir efeitos visuais, sonoros e de iluminação de última geração, além de criar sua própria animação 2D.

DreamWorks Animation: A Exposição – Uma Jornada do Esboço à Tela Até 29 de julho. Onde: Centro Cultural Banco do Brasil de Belo Horizonte (CCBB BH) Praça da Liberdade, 450 – Funcionários - Belo Horizonte (MG) Telefone: (31) 3431-9400. Horários: De quarta a segunda, das 10h às 22h Entrada gratuita.

DIVULGAÇÃO

ROBERTA MOREIRA

Exposição HQ Gigantes da Montanha Horários: Terça a sexta, das 10h às 21h sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h. Onde: Casa Fiat de Cultura Endereço: Praça da Liberdade, 10 – Funcionários O livro (Ed. Nemo, 2019, 104 páginas) está à venda por R$ 49,80 no Café da Casa Fiat até 14 de julho próximo. Entrada gratuita.

m cartaz no Centro Cultural Banco do Brasil – CCBB BH, desde o dia 15 de maio, a mostra DreamWorks Animation: Uma Jornada do Esboço à Tela, pode ser vista até 29 de julho. Destaque para uma projeção de vídeo em 180 graus que leva os visitantes nas costas do dragão Banguela, de “Como Treinar o Seu Dragão” (2010), por um voo panorâmico sobre o vilarejo de Berk, um dos cenários do filme. São 400 itens de acervo, incluindo um modelo gigante de Banguela. A exposição traz, também, itens raros e inéditos, como desenhos, storyboards, máscaras, mapas, fotografias, pôsteres, pinturas e artes originais, diretamente dos arquivos do DreamWorks Animation. Também são exibidas entrevistas e imagens de bastidores que mostram como se dá o complexo e criativo processo do esboço de um

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O espetáculo “Os Gigantes da Montanha”, texto de Pirandelo adaptado por Inês Peixoto

O dragão Banguela, de “Como Treinar o Seu Dragão”, em exposição no pátio do CCBB-BH

‘Ícaro And The Black Stars’ no Teatro Sesiminas

‘Amor e Ódio em Sonata’ no Teatro do Minas Tênis

Após uma temporada de sucesso no Rio de Janeiro, que levou mais de 17 mil espectadores ao Teatro Carlos Gomes, Ícaro Silva entra em turnê com “Icaro And The Black Stars”. Em Belo Horizonte, o espetáculo tem apresentações no Teatro do Sesiminas (Rua Álvares Maciel, 59), dias 15 e 16 de junho. Em um show alegre e divertido,

Após temporada na Rússia, a convite do governo russo e da família Tolstói, no Teatro Meyerhold e na própria casa onde viveu o escritor, o espetáculo “Amor e Ódio em Sonata” reestreia no Brasil e será apresentado no dia 22, sábado, 21h. no Teatro do Centro Cultural Minas Tênis Clube (Rua da Bahia, 2244). A peça retrata o maior

cantando e contando sucessos da história da Black Music, o artista leva ao público o som de artistas como Michael Jackson, Bob Marley, Tim Maia, Wilson Simonal, Beyoncé, James Brown e outras estrelas. Sábado (15/6), 20h, e domingo (16/6), 19h. Ingressos: R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia). Classificação: 12 anos.

drama de Tolstói; sua própria vida. A inspiração do texto partiu de “A Sonata a Kreutzer”, de Tolstói, e de “Amor e Ódio – O casamento tumultuado de Sonia e Leon Tolstoi”, de Willian L Shirer, e dos diários oficiais da família. Ingressos: R$ 80 (inteira) e R$ 40 (meia) preços até o dia 21/6. R$ 100 (inteira) e R$ 50 (meia), no dia 22/6, dia do evento.


Cultura & Lazer

JORNAL AVENIDA BRASIL / Edição 03

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PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS

(?) Bana, ator australiano Estrela

"Onde há (?), há fogo", dito

"Socorro!", em morse Etapa

Ar, em inglês

República Árabe do Egito Sucursal

Divisão de ferrovia Título da dívida pública (Econ.)

Lágrima, em inglês Sufixo de "cardíaco" Água, em francês Joe Cocker, pela voz

Deseja; almeja

, &

5 $*

Editora: Boitempo Preço: R$ 59,00

)

Obra propõe uma profunda sondagem teórico-histórica de questões importantes levantadas pela sociedade contemporânea acerca da democracia, do igualitarismo e do poder. Trata-se de uma reflexão sobre as controvérsias da democracia burguesa.

Solução

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Autor: Antonio Carlos Mazzeo

70

8 /

OS PORTÕES DO ÉDEN

BANCO

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Editora: Ramalhete Preço: R$ 35,00

Condição usual do personagem que avista um óvni, nos filmes de ficção científica

Profissional como a rendeira cearense

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Estêvão Senra é mestre em geografia humana. Colabora com os Yanomami em projetos de gestão territorial. Seus 12 contos narram histórias dos povos das aldeias e vilas da floresta, escritos com simplicidade e humor sutil, mesmo em situações adversas de dor e injustiça das guerras brandas arraigadas à história brasileira desde a colonização.

Tolo (pop.)

%

Autor: Estêvão Senra

(?) Vegas: a Capital do Jogo (EUA)

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O SUMIÇO DO XAMÃ

Unidade monetária da Romênia

'

Editora: Ramalhete Preço: R$ 35,00

Condição da água no solo de Marte

(

Poesias inéditas de Adri Aleixo com imagens de Lori Figueiró. Adri já publicou dois livros de poesia: Des.caminhos (2014) e Pés (2016) e possui textos em sites e revistas como Suplemento Literário de Minas Gerais, Germina e Mallarmargens.

Réptil que é alvo dos coureiros no Pantanal

Destino do animal no matadouro

$

Autor: Adri Aleixo e Lori Figueiró

Oferta no leilão

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DAS MUITAS FORMAS DE DIZER O TEMPO

Eva Perón, mito argentino Realce

(

Estante

Oneroso Resultado final da partida

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@cinemanoescurinho @CinemaEscurinho

Rapaz, em inglês Trajeto; itinerário

3/air — eau — lad — leu. 4/tear. 5/bônus.

www.cinemanoescurinho.com.br / facebook.com/cinemanoescurinho/

Camarão fluvial Pertencente a ti (fem.)

Possuir

Fabulista grego de "A Raposa e as Uvas"

Fonte:

"O Tronco do (?)", de José de Alencar

&

Diretor: Chris Renaud Dublagem: Patton Oswalt, Kevin Hart, Eric Stonestreet, Lake Bell, Tiffany Haddish, Harrison Ford País de origem: EUA Gêneros: Animação / Comédia Classificação etária: Livre Depois de viverem grandes aventuras com Duke, seu irmão desajeitado, e os amigos Gigi, Bola de Neve e Chloe no primeiro filme, enquanto seus donos não estavam em casa, o cão Max terá novamente que se acostumar com mais um integrante na família.

%

Diretor: TOY STORY 4 Dublagem: Tom Hanks, Tim Allen, Tony Hale, Joan Cusack, Patricia Arquette, Bonnie Hunt, Annie Potts País de origem: EUA Gêneros: Animação / Aventura Classificação etária: Livre Morando na casa da pequena Bonnie, Woody apresenta aos amigos o novo brinquedo construído por ela: um garfo chamado Forky. Ele não gosta de ser chamado de brinquedo e foge de casa. O cowboy e seus amigos vão viver uma grande aventura para trazê-lo de volta.

Construção de portos

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Diretor: F. Gary Gray Elenco: Chris Hemsworth, Tessa Thompson, Liam Neeson, Emma Thompson, Rebecca Ferguson País de origem: EUA Gêneros: Ação/Ficção Científica Classificação etária: 10 anos Um traidor ameaça a agência Homens de Preto, justo quando ela torna-se internacional. Em (Tessa Thompson) tenta se tornar agente, já que teve uma experiência extraterrestre quando jovem e vai contar com o atrapalhado parceiro agente H (Chris Hemsworth).

O "florão da América" do Hino Nacional

% 5 $ 0 $ $ ( 5 6 26 5 , / , $ / 3 , 7 ( $ $ 8 / & $ 52 2 7 ( / $ 1 5 ( ) $ / $ 5 7 ( 6 $ 4 8 (

PETS A VIDA SECRETA DOS BICHOS 2

© Revistas COQUETEL

Técnica de cultivo que se vale da Informática para maximizar a produção Local da festa junina

5 8 ( % 0 $ d , 5 1 ) $ 0 $ 1 8 6 7 ( ( 5 6 2 3 8 / $ & $ % 2 & $ $ ( 5 5

TOY STORY 4

Seu estômago é dividido em 3 ou 4 câmaras (Zool.) Sabor de pizzas

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MIB: HOMENS DE PRETO INTERNACIONAL

www.coquetel.com.br

4 8 $ 7 5 2 4 8 ( , 2 6

ESTREIAS DO MÊS NOS CINEMAS DE BH


Click’s & Cotidianos

JORNAL AVENIDA BRASIL / junho de 2019

Um domingo na Praça Floriano Peixoto e Praça da Liberdade com muita diversão, música, arte e cultura para todas as idades. (Fotos Roberta Moreira)

Maurício Tizumba e seu tambor

Personagem de cosplay se prepara para entrar em cena

Armadas e perigosas

O super-herói Homem-Formiga

Muita gente foi para a Praça Floriano Peixoto para ouvir Tizumba e seus tambores

Dia 19 de maio, domingo ensolarado, a Praça da Liberdade vira palco de personagens de cosplay

Uma dupla dinâmica

Homem-Aranha em pose para nosso click

No parquinho da Floriano Peixoto tem brincadeira

Dupla posa para fotos antes de entrar para o evento “O Museu é Nerd” no MM Gerdau

Ao estilo Game of Thrones

O que não faltou foi animação para o evento

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