cientistas e especialistas
sistemas de proteção Na década de 1980, quando iniciamos nosso trabalho no CTC, nos deparamos com um cenário típico nas instalações elétricas das usinas do setor sucroenergético: geradores de baixa tensão e de pequena capacidade, operando isoladamente da rede externa, sem autossuficiência de energia, grande quantidade instalada de capacitores para maximizar a geração própria e adiar o investimento em geração. Nos anos seguintes, foram se viabilizando novas tecnologias que, hoje, fazem parte de toda usina “moderna”, podendo-se destacar os inversores de frequência, que possibilitaram a tão sonhada aplicação nos exaustores das caldeiras e na eletrificação das moendas. Ao mesmo tempo, acompanhamos nesse período, o surgimento de um novo mercado para o setor sucroalcooleiro. A desregulamentação do setor elétrico, com o surgimento da ANEEL, aliado ao apagão de 2001, e a possibilidade de
participação das usinas nos leilões de energia alavancaram os investimentos em geração de energia nas usinas, criando uma fonte adicional de receita para o setor. Dessa forma, a maior parte das usinas atualmente está conectada ao Sistema Interligado Nacional (SIN). As usinas, antes geradores “amadores” de energia, se tornaram parte de um sistema “profissional”, com compromissos de entrega de energia com qualidade e confiabilidade. Dessa forma, há que se atentar para os procedimentos de rede do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), que estabelecem os requisitos mínimos para os aspectos de acesso às redes, proteção e controle, medição e telecomunicações. A implantação das Usinas Termelétricas (UTEs) representa um investimento elevado, em face dos custos dos equipamentos, tanto da usina como do sistema de conexão com a rede externa, custos estes a cargo de quem acessa. Portanto busca-se operá-los com a máxima capacidade para otimizar o retorno econômico. É fundamental também operar esses sistemas com segurança, uma vez que, mesmo devidamente dimensionados, nunca estarão imunes às falhas que representam riscos humanos e materiais. Essas faltas têm alto poder destrutivo, pois descarregam uma grande quantidade de energia em tempo muito exíguo, levando à destruição parcial ou total de equipamentos, com consequente paralisação da comercialização da energia e prejuízos. Nesse cenário, a proteção dos sistemas elétricos ganha ainda mais importância, tendo em vista que, além das falhas internas nas usinas, há a possibilidade de falhas externas do sistema a que se está conectado.
As usinas, antes geradores 'amadores' de energia, se tornaram parte de um sistema 'profissional', com compromissos de entrega de energia com qualidade e confiabilidade. "
Domingos Inácio Pelegi de Abreu Diretor da Nukleon Sistemas de Engenharia Elétrica