O que há de moderno hoje na área industrial do sistema sucroenergético - OpAA61

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cientistas e especialistas

Opiniões

fabricação de açúcar A tecnologia da Indústria 4.0, em voga, engloba inovações tecnológicas relacionadas a automação, a controle e a tecnologia da informação, aplicados nos processos fabris. No entanto, no setor, quando se fala da Indústria 4.0 no tratamento do caldo e fabricação de açúcar, observamos que as tecnologias de processos basicamente não avançaram como era de se esperar. Nos quase 30 anos de CTC - Centro de Tecnologia Copersucar/Canavieira, tive a oportunidade de pesquisar, desenvolver e acompanhar muitas tecnologias que sequer foram implantadas, como, no caso do caldo, a utilização de membranas de microfiltração ou ultrafiltração para remoção de impurezas e clarificação do caldo, ou a introdução de centrífugas super decanter para o tratamento do lodo obtido nos decantadores, que permitiria a eliminação das instalações de filtros e suas estru-

turas, não houve a introdução da cristalização por resfriamento, ou a usina food safety, no sentido da palavra, etc.; muito pelo contrário, se perpetuam os processos existentes. O que se observa no setor sucroenergético, nesses últimos anos, são inúmeras ondas de atualização no processo fabril, como o uso de software de reconciliação de dados, controle e tecnologia de informação aplicada ao processo de tratamento do caldo e fabricação, cozedores contínuos, COI, especificações do açúcar (tipo1, 2, 3 e 4, tipo VHP e VVHP) e etanol (H1, H2, N), auditorias internas e externas de processos e produtos, normas de food safety, etc. Não obstante a tudo isso, ainda prevalecem os mais diversos tipos de equipamentos (alguns arcaicos, de mais de 30 anos) em operação. Os processos basicamente consistem dos mesmos utilizados de forma centenária, apenas com alterações e introduções de novos parâmetros e equipamentos. Reiterado pelo panorama atual, em que os preços do açúcar estão reprimidos, pouca ou nenhuma inovação está sendo pesquisada, implantada e utilizada na tecnologia de processos do tratamento de caldo e fabricação de açúcar. Obviamente, o setor tenta sobreviver, procurando executar o “feijão com arroz” bem-feito, aguardando o momento oportuno para a retomada de novos investimentos e aportes. uma grande quantidade das usinas possuem 'perda indeterminada' na ordem de 10% a 12%. Traduzindo em miúdos, uma usina perde uma safra inteira a cada 8 ou 10 safras "

Alberto Shintaku Diretor da SHT Processo e Consultoria


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