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Plantio em áreas especiais
plantio de espécies comerciais em área degradada, app e rl
Num mundo em que se discute cada vez mais a sustentabilidade dos processos produtivos, o controle das alterações das mudanças climáticas, a proteção dos recursos hídricos e a diversifi cação das fontes de renda do produtor, é fundamental que o elemento árvore esteja presente no planejamento de produção rural. De maneira geral, nas regiões com histórico antigo de agricultura, as fl orestas nativas, antes existentes nas propriedades, sempre contribuíram para a implantação das estruturas produtivas, tais como fornecimento de mourões, vigamentos para as edifi cações, cocho para os animais, polinizadores para as áreas agrícolas e, até mesmo, alimentos e produtos medicinais. No entanto, na maioria dos casos, não houve uma preocupação com a conservação e o manejo dessas fl orestas que perderam muitas de suas espécies nobres, restando, atualmente, fl orestas altamente degradadas e de baixa serventia econômica para o proprietário.
Embora o Código Florestal de 1965 já permitisse o manejo de áreas de reserva legal (RL) para a exploração fl orestal sustentada, conservando a biodiversidade e os processos ecológicos presentes em uma fl oresta nativa, somente após as mudanças promovidas pela Lei 12.651/12, também conhecida como “Novo Código Florestal” (NCF), esse assunto veio à tona e começou a ser aplicado não só na reserva legal, mas também na área de preservação permanente (APP) e nas áreas de baixa aptidão agrícola degradadas por seu manejo histórico inadequado. A possibilidade de restauração fl orestal com aproveitamento econômico criou uma forma de o produtor se benefi ciar de um passivo histórico que vem sendo cobrado cada vez mais pelos órgãos ambientais e pela sociedade.
Para a utilização dessas áreas de APP e RL, é preciso atenção para algumas regras impostas pelo NCF e pelo Programa de Regularização Ambiental (PRA), que estão sendo defi nidas para cada estado: número mínimo de espécies, possibilidade ou não de uso de espécies exóticas intercaladas com as espécies nativas, uso de Sistemas Agrofl orestais (SAFs), etc., são exemplos de regras a serem respeitadas, evitando problemas futuros.
Vale ressaltar que a utilização da APP é permitida apenas para o pequeno proprietário, ou seja, que tenha menos de 4 módulos fi scais. Ele é isento da complementação da RL, caso não tenha. Em nenhum caso, será permitida a supressão da vegetação já existente para substituição por outros sistemas fl orestais produtivos.
Nas áreas agrícolas degradadas, a restrição de uso é bem menor, já que são áreas de produção, sendo possível trabalhar com uma ou poucas espécies, nativas ou não.
Para que esse tipo de manejo fl orestal possa ser implantado de forma segura, é importante apresentar um projeto técnico ao órgão ambiental responsável e receber sua aprovação.
A produção fl orestal pode seguir dois caminhos básicos: o primeiro são os produtos fl orestais não madeireiros, como frutas, mel, ingredientes medi
André Gustavo Nave Diretor da Biofl ora Tecnologia da Restauração
Planejamento & Otimização Automação de
Máquinas
Monitoramento & Gestão de Operações
cinais, palmito, óleos, temperos, resinas, chá, etc.; o outro caminho é a linha de produtos madeireiros, como lenha, madeira para construções, mourões, móveis, etc.
De forma geral, o pequeno proprietário acaba aderindo a um sistema misto (madeireiro e não madeireiro), contendo, principalmente, espécies com ciclos curtos de retorno fi nanceiro. Já os grandes proprietários ou empresas rurais costumam optar por produtos madeireiros que, apesar de terem ciclos mais longos, são de baixo manejo e necessitam de pouca mão de obra.
Para a escolha das espécies que estarão contempladas no projeto de restauração econômica, alguns parâmetros são muito importantes para o sucesso, entre eles estão: a. afi nidade que o produtor tem com a espécie;
Espécies
Nativa ou exótica Madeireiras Nativa ou exótica Palmito Nativa ou exótica Frutífera Nativa ou exótica Espaçamento entre linhas
Espaçamento
3 a 6 metros 2 a 4 metros 3 a 6 metros 2 a 4 metros 3 a 6 metros 2 a 4 metros 3 a 6 metros 3 a 4 metros
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39 b. adaptação regional da espécie; c. valor comercial ou de consumo próprio; d. conhecimento sobre o manejo das espécies escolhidas; e. comportamento e espaçamento das espécies na comunidade fl orestal formada; f. resistência ao sombreamento, doenças, pragas, entre outras.
Outro aspecto a ser levado em consideração é o planejamento do arranjo entre as espécies escolhidas, conforme seu comportamento de crescimento e as possíveis competições entre elas. O ideal é que as espécies ocupem espaços ou “nichos” diferentes dentro do sistema, por meio de um planejamento tridimensional, ocupando inclusive estratos de diferentes alturas (Figura).
Independente de qual sistema for adotado, o importante para que dê certo é realizá-lo com muita seriedade. É comum o proprietário achar que a restauração é apenas um plantio de árvores e, por isso, acaba tendo que refazer inúmeras vezes o mesmo trabalho. As fl orestas (nativas ou exóticas) necessitam de cuidados básicos, como limpeza ou retirada de espécies competidoras, fertilização específi ca, controle de formigas e cupins, manejo de condução, etc. Para que isso aconteça da forma correta, é fundamental buscar orientação e capacitação técnica, por meio de profi ssionais experientes na área. n