OpCP60 - O avanço da tecnologia no novo cenário de trabalho - Edição Especial Multilíngue

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Índice

produtores de florestas

Opiniões

o futuro das tecnologias de produção de carvão vegetal A presença de um setor florestal associado à produção de ferro primário, ferroligas e metalurgia é uma característica brasileira. Os primeiros altos-fornos que utilizaram o carvão vegetal como matéria-prima iniciaram sua produção nas décadas de 40 e 50 do século passado, período esse marcado pelos grandes incentivos e pela expansão dos plantios florestais nacionais. Entretanto, na década de 1990, com o início das privatizações do parque siderúrgico estatal, o uso de carvão vegetal ficou limitado à produção de ferro primário em minialtos-fornos e à produção de aços especiais. A implantação de grandes siderúrgicas, utilizando o coque metalúrgico, fez com que o carvão vegetal perdesse espaço e atratividade. Assim, o setor, motivado pela perda de competitividade, foi pressionado a buscar alternativas para diminuir seu custo de produção. A mecanização das etapas de produção foi uma de suas principais reações. Além disso, o desenvolvimento dos programas de melhoramento genético, que forneceram genótipos produtivos e plásticos, proporcionou condições favoráveis para o estabelecimento de plantios florestais altamente produtivos. Em relação às evoluções obtidas nos processos de carbonizações em larga escala, foi observado um aumento expressivo da capacidade de enfornamento de madeira, propiciado pela expansão volumétrica dos fornos. A migração de sistemas que utilizavam fornos de alvenaria circulares para os sistemas retangulares atuais resultou em um aumento do rendimento gravimétrico e da capacidade produtiva das plantas de carbonização, o que permitiu, até o momento, a permanência do carvão vegetal como matéria-prima para altos-fornos de pequeno e médio porte, bem como nos fornos elétricos para produção de ferroligas. No entanto a ampliação do volume interno dos fornos tem exigido um maior controle da fluidodinâmica e da termodinâmica do processo.

Assim, tornou-se natural observar dificuldades no controle dos parâmetros da carbonização nesse modelo de produção. Dessa forma, tem sido recorrente a presença de relatos de inadequação da qualidade do carvão vegetal produzido nesses sistemas, o que tem resultado em números preocupantes de geração de finos e perdas no processo. Outro agravante em relação à qualidade do carvão vegetal diz respeito às características tecnológicas das florestas plantadas. Apesar dos grandes avanços dos programas de melhoramento genético, principalmente do gênero Eucalyptus, pouco se preocupou com as características tecnológicas da madeira. A desatenção para propriedades da madeira, como densidade, permeabilidade, composição química estrutural e anatomia, culminou, até o momento, em florestas altamente produtivas, mas que produzem um carvão vegetal de baixa densidade e resistência mecânica. Diante disso, acreditamos que o limite tecnológico do atual modelo de produção de carvão vegetal, que utiliza fornos de alvenaria, foi atingido. É notória a evolução do setor em relação à compreensão das variáveis da madeira, do processo de carbonização e do próprio carvão vegetal. O conhecimento atual, adquirido através dos anos de utilização dos sistemas de alvenaria tradicionais, fornece a base tecnológica na busca pela inovação. Nesse contexto, novas tecnologias de produção surgiram, e, junto a elas, vieram os desafios de viabilidade técnica e econômica, o que levou ao insucesso de várias propostas. Com essa visão, a Vallourec desenvolveu a tecnologia de carbonização contínua Carboval. Operacional, em seu layout final, por

Este sistema reescreverá a utilização dos produtos da carbonização, garantindo aos processos metalúrgicos subsequentes novos patamares de produtividade. "

Fernando Lopes Latorre Engenheiro de P&D e Area Manager da Carboval da Vallourec

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