siderurgia a eicas
Opiniões
a floresta e a O setor florestal é um dos mais importantes produtores de água do setor produtivo nacional; o setor, segundo dados da Abraf/2012, tem, sob sua responsabilidade, aproximadamente 2 milhões de hectares de mata nativa, entre reservas florestais legais (RLs) e áreas de preservação permanente (APPs) nos principais biomas brasileiros. No perímetro do bioma mata atlântica, temos 100 milhões de brasileiros que se beneficiam das águas geradas pela floresta, que formam diversos rios que abastecem cidades e metrópoles brasileiras. Um estudo do WWF também mostrou que mais de 30% das 105 maiores cidades do mundo dependem das florestas para seu abastecimento de água. Seis capitais brasileiras foram analisadas no estudo, sendo cinco na mata atlântica: Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Salvador e Fortaleza. A tendência mundial se confirmou também no Brasil, pois, com exceção de Fortaleza, todas as cidades pesquisadas dependem, em maior ou menor grau, de áreas protegidas para o abastecimento. Intencionalmente, citei o setor produtivo porque a disponibilidade de água vem sendo a premissa básica e a mais preocupante ameaça à instalação e à permanência de um empreendimento econômico na atualidade; a possibilidade do desabastecimento de água devido às mudanças significa-
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água
ou retirada dos lençóis freáticos em quantidades superiores à reposição natural. O ano de 2012 foi atípico quanto à ocorrência de chuvas em várias regiões do Brasil. Em Pirapora, por exemplo, que é uma cidade localizada na região norte de Minas Gerais, a precipitação média é de 1150 mm, de acordo com as normas climatológicas de 1961 a 1990. Esse volume de chuvas é semelhante ao que ocorre no município de Carbonita-MG. Em 2012, choveu apenas 870 mm. Em Carbonita, choveu apenas 653 mm em 2012, ou seja, aproximadamente 57% em relação à média histórica. Em setembro de 2012, no auge do período seco em Minas Gerais, registraram-se ocorrências de morte de plantios florestais por déficits hídricos. Em uma empresa, na região de Pirapora, houve morte total das plantas (déficit hídrico forte) em 6% da área plantada, houve mortes parciais (déficit hídrico intermediário) em 13% e sintomas severos sem mortes (déficit hídrico pouco intenso) em 18% da área da fazenda. A quantificação das áreas foi feita a partir de interpretação de imagens de satélite; a técnica de sensoriamento remoto é potencial para monitorar comportamentos ecofisiológicos da floresta.
é essencial que as empresas saibam" as chuvas das úento sua pegada hídrica; para isso, necessitam ter indicadores de desempenho monitorados e gerenciados de forma a desenvolver processos cada vez mais eficazes no uso da água nos seus processos produtivos " Roosevelt de Paula Almado
Jorgk Gerente de Pesquisa Florestal, Sustentabilidade e Meio Ambiente da ArcelorMittalDiretoracional BioFlorestas
tivas no ecossistema tem induzido crescentes alterações no comportamento de diversos atores no setor público, privado e na sociedade civil. Aumentam as leis e as regulamentações por parte dos governos e a pressão exercida sobre as empresas pelos grupos de interesse, sejam eles acionistas, organizações não governamentais ou clientes. A tendência é que esse quadro se torne mais complexo à medida que os diversos grupos de interesse vão aferindo a gravidade da situação. Segundo o relatório síntese da Millenium Ecosystem Assesement (Avaliação Ecossistêmica do Milênio), uma parcela entre 5 a 20% da captação de água para uso industrial ou doméstico não é sustentável no longo prazo, uma vez que a água é obtida por transferência de bacia hidrográfica
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