celulose e papel
Opiniões
as florestas plantadas e a
celulose
Existem hoje, no Brasil, cerca de 7 milhões de hectares de plantações florestais destinadas a uso comercial, fornecendo insumos para vários segmentos industriais, além de combustível para diversas aplicações, seja como lenha ou como carvão vegetal. Essas florestas começaram a ser plantadas há mais de 100 anos, para substituir o uso de madeira das florestas naturais, como lenha, e propiciaram o surgimento de setores muito competitivos da indústria brasileira, como os da cadeia de celulose e papel e de painéis, que têm importante papel na exportação e no atendimento ao mercado interno. Das primeiras plantações de eucalipto, acácia e pinus até hoje, houve uma extraordinária evolução tecnológica, fruto de estudos e pesquisas de universidades e empresas, que permitiram o desenvolvimento de variedades mais bem adaptadas aos diversos climas do País, com aumento significativo da produtividade. O resultado foi tornar o setor de florestas plantadas do País um dos mais competitivos do mundo, fato hoje reconhecido internacionalmente, além de criar milhares de empregos para profissionais de todos os níveis, desenvolver a engenharia florestal, possibilitar o crescimento econômico de diferentes regiões do País e trazer melhores condições de trabalho para os trabalhadores rurais. A sustentabilidade é uma preocupação constante do setor, em especial dos segmentos voltados ao fornecimento de matérias-primas para a indústria de celulose, de painéis e de outros produtos de maior valor agregado. As florestas plantadas para suprir a indústria desses segmentos é responsável, em
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Essa é uma atividade de longo prazo, e é preciso garantir que, vinte, trinta e mais anos depois, ela continue a ser mantida com produtividade, bons resultados e sustentavelmente. "
Otávio Cardoso Fernandes Pontes Vice-presidente da Stora Enso América Latina
muitas regiões do País, pela preservação e pela recuperação da vegetação nativa, que chegam a representar 40% a 50% das áreas próprias das empresas nas regiões em que o bioma, como a mata atlântica, é o principal. Essa postura do setor decorre da consciência geral das empresas e de seus dirigentes e profissionais sobre a necessidade de preservação do planeta. E, ao lado disso, do reconhecimento que a legislação e a opinião pública estão cada vez mais exigentes, no Brasil e nos países desenvolvidos, o que obriga os produtores a manter padrões de sustentabilidade, para que sejam aceitos tanto
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localmente como por investidores e importadores. Em adição aos cuidados ambientais, as empresas vêm tendo atuação cada vez mais ampla em políticas sociais, buscando oferecer às comunidades em que estão instaladas novas perspectivas de desenvolvimento. As ações junto às comunidades fazem parte integral do projeto de instalação das unidades industriais. As exigências ambientais, sociais e econômicas crescentes das populações e do poder público são importante estímulo ao desenvolvimento de novas tecnologias e procedimentos nos diversos setores da indústria e do agronegócio. É preciso, no entanto, que elas tenham visão e aplicação positiva, para trazer mais qualidade nos investimentos, e não um viés negativo ou ideológico para impedir projetos bem planejados e executados. A maior parte dos projetos florestais foi e está sendo implantada em áreas desmatadas no passado para retirada de madeira, em muitos casos ocupadas, posteriormente, por criação extensiva de gado, em que o trabalho era, em geral, pouco ou nada formalizado. O setor de florestas plantadas, ao contrário, oferece empregos em condições adequadas e cobra de seus fornecedores a correta aplicação da legislação trabalhista. Com isso, vem gerando progresso às comunidades onde se localizam as plantações, com o aumento do nível de consumo e o consequente crescimento da receita pública. A prática do fomento florestal onde as empresas estabelecem parcerias para o fornecimento de madeira tem trazido, além de uma melhor remuneração à atividade agrícola, um estímulo à adequação das propriedades às leis ambientais.